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LINGUAGENS EM TRÂNSITO NAS REDES SOCIAIS: BLEND LEXICAL E O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO CONTEXTO DA E-EDUCAÇÃO CAETANO, Joane, VARGAS, Milene, GONÇALVES, Ezequiel. Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4 293 LINGUAGENS EM TRÂNSITO NAS REDES SOCIAIS: BLEND LEXICAL E O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO CONTEXTO DA E-EDUCAÇÃO JOANE MARIELI PEREIRA CAETANO Mestranda em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF); Especialista em Letras pelo Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ) Bolsista CAPES [email protected] MILENE VARGAS DA SILVA BATISTA Mestranda em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Bolsista FAPERJ [email protected] EZEQUIEL GONÇALVES DE PAULA Licenciado em Letras Português/ Inglês, Professor de cursos livres, Fisk- Centro de Ensino e IBLE/ Pádua/RJ [email protected] RESUMO Este artigo tematiza as possibilidades lexicográficas redefinidoras da teoria tradicional de formação vocabular emergentes em meio digital, sobretudo, a partir das trocas interativas em comunidades ( Fan Pages) na rede social Facebook. Assim, tem-se como objetivo analisar a mutabilidade da língua materna em contexto virtual e questionar a importância da e-educação nesta seara. Dentre os resultados, verificou-se que a e-educação traz contribuições para o ensino de língua, por exemplo, acerca de uma aprendizagem mais contextualizada e com relação à revisão de pressupostos gramaticais tradicionais sob a perspectiva do uso. Conclui-se que, para se por em prática as teorias legais em educação a respeito do ensino contextualizado e inovador, faz-se necessária uma abordagem que contemple as mudanças da língua, inclusive, aquelas provenientes da interação virtual em redes sociais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico, tendo como aporte teórico Recuero (2009), Lévy (1998; 1999), Souza (2003; 2008), Marcuschi (2014), Gonçalves (2006), dentre outros. Palavras-chave: Facebook. Redes sociais. Ensino. E-educação. ABSTRACT This article thematizes the lexicographical possibilities - redefinidoras the traditional theory of vocabulary training - emerging in digital media, above all, from interactive exchanges in communities (Fan Pages) on the Facebook social network. So, you have to analyze the changeability of the mother tongue in virtual context and question the importance of e-education in this harvest. Among the results, it was found that the E-education has contributions for language teaching, for example, on a more contextual learning and regarding the revision of traditional grammar assumptions from the perspective of use. We conclude that, to put into practice the legal theories in education about contextualized and innovative teaching, an approach is needed that addresses language changes, including those from virtual interaction on social networks. It is a qualitative research, bibliographic nature, having as theoretical support Recuero (2009), Levy (1998; 1999), Souza (2003; 2008), Marcuschi (2014), Gonçalves (2006), among others Key-words: Facebook. Social networks. Education. E- education.

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LINGUAGENS EM TRÂNSITO NAS REDES SOCIAIS: BLEND LEXICAL E O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO

CONTEXTO DA E-EDUCAÇÃO

CAETANO, Joane, VARGAS, Milene, GONÇALVES, Ezequiel.

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

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LINGUAGENS EM TRÂNSITO NAS REDES SOCIAIS: BLEND

LEXICAL E O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO CONTEXTO DA

E-EDUCAÇÃO

JOANE MARIELI PEREIRA CAETANO

Mestranda em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF);

Especialista em Letras pelo Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ)

Bolsista CAPES

[email protected]

MILENE VARGAS DA SILVA BATISTA

Mestranda em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Bolsista FAPERJ

[email protected]

EZEQUIEL GONÇALVES DE PAULA

Licenciado em Letras Português/ Inglês, Professor de cursos livres, Fisk- Centro de Ensino e IBLE/

Pádua/RJ

[email protected]

RESUMO Este artigo tematiza as possibilidades lexicográficas – redefinidoras da teoria tradicional de formação

vocabular – emergentes em meio digital, sobretudo, a partir das trocas interativas em comunidades (Fan

Pages) na rede social Facebook. Assim, tem-se como objetivo analisar a mutabilidade da língua materna

em contexto virtual e questionar a importância da e-educação nesta seara. Dentre os resultados,

verificou-se que a e-educação traz contribuições para o ensino de língua, por exemplo, acerca de uma

aprendizagem mais contextualizada e com relação à revisão de pressupostos gramaticais tradicionais

sob a perspectiva do uso. Conclui-se que, para se por em prática as teorias legais em educação a respeito

do ensino contextualizado e inovador, faz-se necessária uma abordagem que contemple as mudanças da

língua, inclusive, aquelas provenientes da interação virtual em redes sociais. Trata-se de uma pesquisa

qualitativa, de cunho bibliográfico, tendo como aporte teórico Recuero (2009), Lévy (1998; 1999),

Souza (2003; 2008), Marcuschi (2014), Gonçalves (2006), dentre outros.

Palavras-chave: Facebook. Redes sociais. Ensino. E-educação.

ABSTRACT This article thematizes the lexicographical possibilities - redefinidoras the traditional theory of

vocabulary training - emerging in digital media, above all, from interactive exchanges in communities

(Fan Pages) on the Facebook social network. So, you have to analyze the changeability of the mother

tongue in virtual context and question the importance of e-education in this harvest. Among the results,

it was found that the E-education has contributions for language teaching, for example, on a more

contextual learning and regarding the revision of traditional grammar assumptions from the perspective

of use. We conclude that, to put into practice the legal theories in education about contextualized and

innovative teaching, an approach is needed that addresses language changes, including those from

virtual interaction on social networks. It is a qualitative research, bibliographic nature, having as

theoretical support Recuero (2009), Levy (1998; 1999), Souza (2003; 2008), Marcuschi (2014),

Gonçalves (2006), among others

Key-words: Facebook. Social networks. Education. E- education.

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INTRODUÇÃO

Com o advento da internet, o usuário das redes estreita diálogos e promovendo

mudanças em vários aspectos, inclusive, no seu comportamento enquanto usuário da Língua

Portuguesa. Este artigo tematiza as possibilidades lexicográficas – redefinidoras da teoria

tradicional de formação vocabular – emergentes em meio digital, sobretudo, a partir das trocas

interativas em comunidades (Fan Pages) na rede social Facebook. Assim, tem-se como

objetivo analisar a mutabilidade da língua materna em contexto virtual. Para tanto, esta

pesquisa fundamenta-se, metodologicamente, em um estudo qualitativo de cunho bibliográfico.

Em uma etapa, faz-se um levantamento teórico a fim de compreender a evolução da

comunicação. Em outra etapa, realizou-se uma coleta de dados das novas ocorrências de

formação de palavras, especificamente, o fenômeno blend lexical. Os dados foram encontrados

na página do Facebook intitulada “Dilma Bolada”, no período de 31 de maio de 2014 a 20 de

agosto de 2015.

O estudo aqui proposto faz-se necessário por analisar as contribuições da Linguística da

Internet para o ensino de língua materna através de estudos que considerem fenômenos

corriqueiros nos hábitos diários dos usuários, mas que, devido a perspectivas tradicionais

conservadoras, são desconsiderados na dinâmica educacional.

1. NA INTERNET, AS REDES SOCIAIS DIGITAIS: DEFINIÇÃO E ELEMENTOS

BÁSICOS CONSTITUINTES

Na dinâmica atual globalizada e com agilidade no processamento e difusão de

informações, a internet confere mudanças nos modos de sociabilização do sujeito com outros

indivíduos. Este sujeito situa-se em um ciberespaço pluritextual de interação constante das

ações discursivas, o que permite o intercâmbio entre usuários do mundo interior, trocando

“ideias, artigos, imagens, experiências ou observações em conferências eletrônicas organizadas

de acordo com interesses específicos” (LÉVY, 1999, p. 29).

A definição de redes sociais relaciona-se a um conjunto de dois elementos: atores, que

são formados por pessoas, instituições ou grupos, conhecidos como nós da rede; e suas

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conexões, as quais são interações ou laços de sociabilidade. Concebe-se, então, o conceito de

rede através da observação de padrões de conexão realizada pelos atores de um determinado

grupo social. Tal abordagem de rede consiste na seara da estrutura social, sendo indissociáveis

as figuras dos atores sociais e de suas conexões estabelecidas (RECUERO, 2009, p. 24).

1.1.Elementos básicos constituintes: Os atores na rede

A respeito do segundo elemento apontado por Recuero (2009), as conexões, pode-se

relacioná-las aos vínculos de sociabilização construídos entre os atores, sendo que tais laços

sociais constituem-se a partir de interações sociocomunicativas.

Nessa interação social mediada pelo computador, segundo Reid (1991), este processo

pode ocorrer de maneira síncrona e assíncrona. Por exemplo, durante a expectativa de respostas

de uma mensagem, a mediação via computador possibilita que o retorno sofra interferências

temporais. Assim, uma comunicação é síncrona se simula uma interação em tempo real, ou seja,

o retorno ocorre de forma imediata, estando os atores on-line no dado tempo. O bate papo do

Facebook constitui-se como uma possibilidade de comunicação síncrona. Todavia, no caso do

e-mail não se espera necessariamente um retorno imediato, já que os atores não estando

concomitantemente on-line no dado momento de interação, pressupõe-se que o receptor possa

respondê-la posteriormente. Esse tipo de interação possui, então, aspectos mais assíncronos.

Ainda acerca das possibilidades de conexões, Primo (2003) destaca dois tipos de

interação mediados pelo computador: a interação mútua e a interação reativa. O autor esclarece

que

a interação mútua é aquela caracterizada por relações interdependentes

e processos de negociação, em que cada interagente participa da

construção inventiva e cooperada da relação, afetando-se mutuamente;

já a interação reativa é limitada por relações determinísticas de estímulo

e resposta (PRIMO, 2003, p. 62).

Breiger (1974) apud Recuero (2009) traz duas classificações que laços que se encaixam

em cada de interação, a saber:

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Tabela 1 – Definições de Laço e de Interação

Tipo de laço Tipo de interação Exemplo

Laço associativo Interação reativa Decidir ser amigo de alguém no Orkut, trocar

links com alguém no Fotolog, etc.

Laço dialógico Interação mútua Conversar com alguém através do MSN, trocar

recados no Orkut, etc.

Fonte: A autora.

De forma mais genérica, estes laços sociais podem ser fracos ou fortes, a depender,

segundo Granovetter (1973), da combinação dos fatores temporalidade, intensidade emocional,

intimidade/confiança e reciprocidade. Os laços fortes marcam-se pela confiança mútua que

confere aproximação, intimidade e revela a intenção de se criar e de se manter a conexão entre

os atores. Já os laços fracos caracterizam-se por relações perenes, sem proximidade e

intimidade, pois as trocas são mais difusas, com menos trocas entre os atores.

Por outro lado, vale ressaltar que as relações mediadas pelo computador constituem

interações capazes de acrescentar ou construir algo, mas também pode estabelecer relações

conflituosas, através do embate de ideias ou criação de situações que interfiram negativamente

no laço social estabelecido.

1.2. A rede social digital Facebook: redefinições da língua(gem) em uso

A rede social digital Facebook (originalmente, thefacebook) foi criada pelo americano

Mark Zuckerberg, aluno de Harvard, e lançada em 2004. O objetivo principal desse sistema era

criar uma rede contatos, tendo em vista uma nova etapa do jovem universitário: a saída de sua

cidade para estudar em outro local. É culturalmente comum nos Estados Unidos que o jovem ao

ingressar no ensino superior possa vir a se deslocar de cidade, o que confere um novo horizonte

de relações sociais. Assim, o Facebook surge, a princípio, como um recurso para promover a

interação entre alunos de Harvard para posteriormente ser disponibilizado para estudantes de

outras instituições de ensino.

Esta rede social funciona por intermédio de perfis e comunidades (grupos, fan pages) e

tem como inovação a possibilidade de o usuário conseguir criar aplicativos para o sistema,

personalizando-o.

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Conforme dados da ComScore, de setembro de 2008, presentes na obra de Recuero

(2009), o uso do Facebook tem crescido gradativamente e na atualidade brasileira corresponde

a 360 milhões de visitas.

os usuários da rede social Facebook podem se organizar em comunidades. Essa

organização vai depender das conexões e dos laços estabelecidos entre eles, de acordo com sua

identidade, ou seja, suas preferências particularidades, ideologia seguida.

A troca de informações entre os usuários permite que se evidenciem nas linguagens

digitais possibilidades de “redefinição de alguns aspectos centrais na observação da linguagem

em uso” (MARCUSCHI, 2014). No que tange à ampliação lexical, podem-se verificar

fenômenos linguísticos desafiadores dos pressupostos teóricos tradicionais de categorização

morfológica.

O estudo deste artigo coletou seus dados a partir de ocorrências morfológicas,

espeficiamente, o processo formador de palavras blend lexical, da Fan Page “Dilma Bolada”,

no período de 31 de maio de 2014 até 20 de agosto de 2015.

Inicialmente, vale mencionar que, quanto aos processos formadores de palavras, o

arcabouço teórico da Gramática Tradicional considera apenas os processos lineares

constituidores de vocábulos, excluindo de suas definições os fenômenos não lineares, também

chamados de não concatenativos. Conforme o especialista brasileiro em análise desses tipos de

construções morfológicas, Gonçalves (2006), essas construções não são contempladas pela

normatização tradicional, sendo considerados fenômenos marginais, pois “não [são] descritos

de forma sistemática em nossa língua e interpretados como irregulares pela maior parte dos

estudiosos” (GONÇALVES, 2006, p. 1).

No Facebook, notam-se ocorrências do fenômeno não concatenativo blend lexical,

entendido como um processo não linear de mesclagem no qual duas bases são utilizadas como

inputs (motivações) para a formação de uma nova palavra, sendo que o significado do novo

vocábulo não se assemelha integralmente ao das palavras que lhe deram origem. A tabela

abaixo faz uma síntese das novas palavras coletadas e as palavras-base (inputs)

impulsionadoras da formação:

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Tabela 2 – Sistematização dos dados coletados

Motivação da formação Palavras-base (inputs) Blend lexical

Base: primeiro nome dos

candidatos

Dilma; mãe Dilmãe

Dilma; star (vocábulo inglês, tradução:

estrela)

Dilmastar

Bom dia; Dilma Bom Dilma

Dilma; Minas Gerais Dilminas Gerais

Dilma; mainha (gíria bahiana) Dilmainha

Dilma; Mobilidade urbana Dilmobilidade urbana

Dilma; demônio Dilmônio

Dilma; mil e quinze Dilmilequinze

Aécio; cínico Aecínico

Aeroporto; Aécio Aeronécio

Aécio; porto Aecioporto

Aécio Neves; sóbrio Aébrio Neves

Aécio; ético Aético

Aécio; Sem vergonha AésemVergonha

Marina, árvore Marinárvore

Base: segundo nome dos

candidatos

Rousseff; selfie Rousseff

Marina Silva; selva Marina Selva

1.3. A construção do blend lexical via laços e interações

A Análise Semiolinguística do Discurso (CHARAUDEAU, 2008) traz contribuições ao

encarar tais mudanças linguísticas em meio digital como (re)configurações comunicativas no

ciberespaço, compreendendo-as como manifestações do discurso em suas diversas situações de

comunicação, uma vez que “o campo semiolinguístico não pode ser concebido de outra forma a

não ser como um conjunto de atos significadores que falam ao mundo através das condições e

da própria instância de transmissão”. Charaudeau (2008) trata ainda da relação de interlocução

entre o emissor e o receptor a qual cria o espaço de produção de sentidos. Esse vínculo entre

emissor e receptor que, pode ser relacionado a uma das motivações de construção destes novos

vocábulos, constitui o Laços de Integração, conexão necessária para o fluxo de informações

entre atores de interesses comuns.

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Em se tratando das ações típicas do Facebook – curtir, comentar e compartilhar –

pode-se analisá-las quanto à sua intenção de integração social nas redes. Os atos de curtir e

compartilhar o uso desses blends configuram laços associativos em uma interação reativa. A

criação e utilização do blend lexical “Dilmusa” pressupõe, por exemplo, que o(s) usuário(s)

compactua(m)/associa(m)-se com uma ideologia partidária da presidenta Dilma Rousseff. Já a

ação de comentar possui um laço mais estreito de comunicação entre os atores, conduzindo-os a

dialogarem diretamente em uma interação mútua.

Entendendo que as relações mediadas pelo computador também podem minimizar os

laços sociais, pode-se citar como exemplo do confronto de relações na internet o contexto de

coleta do blend lexical “Dilmônio”. Como demonstrado na identificação da Fan Page “Dilma

Bolada”, trata-se de uma página disposta a valorizar a imagem da presidenciável. Contudo, o

vocábulo “Dilmônio” foi encontrado no seguinte contexto de produção: Em 1º de agosto, às

15h53min, o administrador da página Dilma Bolada compartilhou uma reportagem do Blog da

Folha, intitulada “PSDB declara apoio a Cunha só para desgastar Dilma”. O compartilhamento

do administrador, que se passa ficticiamente pela personagem da presidenta, era acompanhado

o compartilhamento: “Fica cada vez mais clara a „oposição ao Brasil‟ que o Aécio falou...

#TraidoresDoPovo #VergonhaAlheia #AésemVergonha #DigaMeComQuemAndas

#Tucanalhas”. A publicação repercutiu nas redes sociais com 6.978 curtidas, 1.322

compartilhamentos e 379 comentários, sendo que no 146º comentário um usuário da rede

apresenta outro blend lexical: “Esse Dilmônio que quer ferrar o Brasil isso sim!!!”.

Nota-se um laço social em que houve impasse de ideias, no qual se sabe que se trata de

ideologias diferentes devido à escolha dos inputs formadores do blend (Dilma; demônio,

formando Dilmônio). Evidencia-se, nesta ocorrência, um ator social (também sujeito textual)

que rejeita a figura presidencial. Tal troca de informação permite que se do emissor e sua

posição ideológica no discurso, visto que a própria pejoratividade demonstra, através das redes,

a expressão subjetiva do usuário.

1.4. A e-educação no contexto de mudanças linguísticas

A tecnologia produz impactos na língua, pois “na medida em que as tecnologias de

comunicação continuam a se desenvolver e se transformar, o mesmo acontecerá com as formas

linguísticas e práticas comunicativas correspondentes” (THURLOW, 2001, p. 289).

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Justamente por conta das conexões entre os atores nas redes sociais é que a língua sofre

pressões para adequação ao contexto de uso. Os textos trocados na internet são as atualizações

de uma linguagem virtual em comum compartilhada pelas pessoas que estão naquele mesmo

espaço, e estes usuários também se atualizam, intercambiam significados e apresentações

(LÉVY apud SOUZA & GOMES, 2008).

Souza & Gomes (2008) apontam que na conversa escrita/teclada, os internautas

constroem um específico código discursivo. A mutabilidade do comportamento escrito a qual

estes autores fazem referência diz respeito ao uso de recursos paralinguísticos que dotam a

escrita de propriedades típicas da oralidade. Por outro lado, neste artigo discorre-se à

mutabilidade referente aos processos construtores de vocábulos.

Assim, em se tratando da formação de palavras, tais trocas compartilhadas impulsionam

processos inovadores – não instituídos, tampouco reconhecidos gramaticalmente – para sanar

necessidades de comunicação. Verificou-se que no contexto das redes sociais digitais se pode

encontrar (re)definições da linguagem centradas no uso, e essas práticas mostram-se

constantemente presentes no cotidiano do usuário da língua escrita em meio digital. Qual seria,

então, o papel da e-educação no contexto de mudanças linguísticas? Rejeitar tais ocorrências e

tais processos criativos da linguagem dos usuários nas redes?

Pode-se resgatar ainda como contribuição do uso das redes sociais a abordagem da

aprendizagem colaborativa, a qual acredita na interação entre grupos, “na troca colaborativa de

pensamentos, sentimento ou ideias entre duas ou mais pessoas, resultando em um efeito

recíproco” (BROWN, 1994, p. 159).

Conforme Lévy (1998), o compartilhamento de conhecimento em redes impulsiona a

criação de novas ideias. Esse aspecto criativo é força motriz da aprendizagem colaborativa. O

autor trabalha com o conceito de Inteligência Coletiva, definindo-o como “uma inteligência

distribuída por toda a parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta

na mobilização efetiva de competências”.

Os documentos norteadores do ensino de Língua Portuguesa ratificam a necessidade de

se considerar as práticas de uso típicas do contexto de vivência discente. Os Parâmetros

Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCNs, 1997, p. 41) prediz que o ensino de língua

materna se alicerce em propostas inovadoras para as atividades de produção de textos e

gramática a fim de se leve em consideração as perspectivas atuais e contextualizadas com o

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cotidiano do alunado, principalmente, quanto às peculiaridades linguísticas, tendo em vista que

o próprio documento reconhece a mutabilidade da língua portuguesa.

O comportamento linguístico do usuário das redes, especificamente, acerca de seu

potencial criativo para construção lexical, apresenta-se como uma oportunidade dos

pressupostos gramaticais de Língua Portuguesa repensarem categorizações, atualizando-se no

intuito de comtemplar fenômenos amplamente utilizados.

2. FUNDAMENTAÇÂO TEÓRICA

Na dinâmica atual globalizada e com agilidade no processamento e difusão de

informações, a internet confere mudanças nos modos de sociabilização do sujeito com outros

indivíduos. Este sujeito situa-se em um ciberespaço pluritextual de interação constante das

ações discursivas, o que permite o intercâmbio entre usuários do mundo interior, trocando

“ideias, artigos, imagens, experiências ou observações em conferências eletrônicas organizadas

de acordo com interesses específicos” (LÉVY, 1999, p. 29).

O ciberespaço possibilita, assim, certo intercâmbio ideológico, o qual pode conceber um

processo de (re)construção e expressão da identidade desses atores em meio social digital. As

redes sociais constituem-se como “um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e

recursos em torno de valores e interesses compartilhados” (MARTELETO apud

FETTERMANN, 2012, p. 57).

Assim, os usuários da rede social Facebook podem se organizar em comunidades. Essa

organização vai depender das conexões e dos laços estabelecidos entre eles, de acordo com sua

identidade, ou seja, suas preferências particularidades, ideologia seguida.

A troca de informações entre os usuários permite que se evidenciem nas linguagens

digitais possibilidades de “redefinição de alguns aspectos centrais na observação da linguagem

em uso” (MARCUSCHI, 2014). No que tange à ampliação lexical, podem-se verificar

fenômenos linguísticos desafiadores dos pressupostos teóricos tradicionais de categorização

morfológica.

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3. RESULTADOS ALCANÇADOS

O vínculo entre emissor e receptor pode ser relacionado a uma das motivações de

construção destes novos vocábulos, pois constituem Laços de Integração, conexão necessária

para o fluxo de informações entre atores de interesses comuns.

Em se tratando das ações típicas do Facebook – curtir, comentar e compartilhar –

pode-se analisá-las quanto à sua intenção de integração social nas redes. Justamente por conta

das conexões entre os atores nas redes sociais é que a língua sofre pressões para adequação ao

contexto de uso. Os textos trocados na internet são as atualizações de uma linguagem virtual em

comum compartilhada pelas pessoas que estão naquele mesmo espaço, e estes usuários também

se atualizam, intercambiam significados e apresentações (LÉVY apud SOUZA & GOMES,

2008).

Assim, em se tratando da formação de palavras, tais trocas compartilhadas impulsionam

processos inovadores – não instituídos, tampouco reconhecidos gramaticalmente – para sanar

necessidades de comunicação. Verificou-se que no contexto das redes sociais digitais se pode

encontrar (re)definições da linguagem centradas no uso, e essas práticas mostram-se

constantemente presentes no cotidiano do usuário da língua escrita em meio digital. Qual seria,

então, o papel da e-educação no contexto de mudanças linguísticas? Rejeitar tais ocorrências e

tais processos criativos da linguagem dos usuários nas redes?

A e-educação considera o ambiente virtual, em específico, as redes sociais, como

mecanismos potencializados da aprendizagem; entende que desde a criação da escrita as

inovações tecnológicas influenciaram fortemente o ensino de língua e a formação de

professores. Nesse sentido, entende-se que as conexões e laços estabelecidos pelos atores nas

redes contribuem para, a partir do fluxo de informações com o outro, difundirem-se novas

informações.

O comportamento linguístico do usuário das redes, especificamente, acerca de seu

potencial criativo para construção lexical, apresenta-se como uma oportunidade dos

pressupostos gramaticais de Língua Portuguesa repensarem categorizações, atualizando-se no

intuito de comtemplar fenômenos amplamente utilizados.

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LINGUAGENS EM TRÂNSITO NAS REDES SOCIAIS: BLEND LEXICAL E O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO

CONTEXTO DA E-EDUCAÇÃO

CAETANO, Joane, VARGAS, Milene, GONÇALVES, Ezequiel.

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

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CONCLUSÔES

A e-educação ganha espaço na dinâmica do ensino de língua, na medida em que

concebe a interação nas redes sociais como espaço motivador para a criação e desenvolvimento

de grupos on-line de aprendizagem, bem como para atualização de aspectos teóricos

fundamentais na língua.

Conclui-se que, para se por em prática as teorias legais em educação a respeito do

ensino contextualizado e inovador, faz-se necessária uma abordagem que contemple as

mudanças da língua, inclusive, aquelas provenientes da interação virtual em redes sociais.

Logicamente, deve-se ter acesso à norma tradicional de Língua Portuguesa, todavia,

concomitantemente, faz-se importante conduzir o aluno a agir adequadamente diante de vários

contextos de aplicabilidade linguística.

No que tange ao usuário como produtor de textos escritos, é fundamental que a ação

pedagógica estimule a liberdade de criação, sobretudo, para ensinar ao discente a atender as

pressões e necessidades de uso de sua língua materna.

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LINGUAGENS EM TRÂNSITO NAS REDES SOCIAIS: BLEND LEXICAL E O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA NO

CONTEXTO DA E-EDUCAÇÃO

CAETANO, Joane, VARGAS, Milene, GONÇALVES, Ezequiel.

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