4
Linha do Tempo – atendimento a cça no Brasil Ano Enfoque Marcos Históricos 1927 Código Melo Mattos, que conferia amplos poderes ao Juiz em estabelecer intervenções no âmbito da família Crianças denominadas como sendo expostas, vadias, mendigas. Passagem da tutela da família para o Juiz de Menores 1941 SAM - Serviço de Assistência do Menor - subordinado ao Ministério da Justiça Modelo de assistência centralizada e instalada no Governo Getúlio Vargas 1950 SAM - Serviço de Assistência do Menor, seus dirigentes o condenaram Conhecido como "Internado de Horrores" 1964 FUNABEM - Fundação Nacional de Bem Estar do Menor - Responsável pela formulação e implantação da Política Nacional de Bem Estar do Menor - PNBEM, em todo o território nacional. Lei Federal nº 4.513 de 01/12/1964, substituição ao Serviço de Assistência ao Menor - SAM Para este período criam-se as Fundações Estaduais do Bem Estar do Menor, com atenções específicas de observarem a política estabelecida e de executarem, nos Estados, as Ações focalizadas a essa Política. 1967 Lei 1,534 de 27 de novembro de 1967 autoriza o Poder Executivo a criação da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor FEBEM, destinada a prestar Vinculada à Secretaria de Estado de Serviço Social assistência ao menor na faixa etária de 0 a 18 anos no Estado da Guanabara. Na mesma época foi criada, a Fundação Fluminense de Bem Estar do Menor - FLUBEM, cuja área de abrangência era o antigo Estado do Rio de Janeiro. 1975 Lei nº 42 - de 24 de março de 1975, traz novas denominações: FEBEM passou a denominar-se a: Fundação Estadual de Educação do Menor; FEEM - resultante da fusão FEBEM/FLUBEM dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro que fundiram-se num único Estado, o atual Estado do Rio de Janeiro, passando a ser o novo órgão, vinculado No bojo da proposta de surgimento da FUNABEM, FEBEM, identifica-se um panorama de um novo atendimento ao menor abandonado ou delinquente. Segundo Heywood Colin, registramos: "A criança abandonada, fruto do processo de marginalização social que alcançava parte significativa da população urbana, era, a época, vista como um ser "doente" que necessita de "tratamento", por isso alvo da ação corretiva da FUNABEM, com finalidade de reintegrá-lo ao convívio social e reeducá-lo, por meio de técnicas de controle e repressão, antes que se tornasse delinquente. A FUNABEM surge, portanto, como uma instituição que estava a serviço da manutenção dos valores dominantes, segundo um modelo de segurança e desenvolvimento propagado pelo regime militar. A estrutura institucional construída pelo regime militar para o atendimento da infância e adolescência revela que as FEBEM's forjavam uma identidade social para o "menor", o qual era

Linha do Tempo - atendimento cça BR

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Linha do Tempo - atendimento cça BR

Linha do Tempo – atendimento a cça no Brasil

Ano Enfoque Marcos Históricos

1927Código Melo Mattos, que conferia amplos

poderes ao Juiz em estabelecer intervenções no âmbito da família

Crianças denominadas como sendo expostas, vadias, mendigas. Passagem da tutela da família para o Juiz

de Menores

1941 SAM - Serviço de Assistência do Menor - subordinado ao Ministério da Justiça

Modelo de assistência centralizada e instalada no Governo Getúlio Vargas

1950 SAM - Serviço de Assistência do Menor, seus dirigentes o condenaram Conhecido como "Internado de Horrores"

1964

FUNABEM - Fundação Nacional de Bem Estar do Menor - Responsável pela

formulação e implantação da Política Nacional de Bem Estar do Menor - PNBEM, em todo o território nacional. Lei Federal nº

4.513 de 01/12/1964, substituição ao Serviço de Assistência ao Menor - SAM

Para este período criam-se as Fundações Estaduais do Bem Estar do Menor, com atenções específicas de observarem a política estabelecida e de executarem, nos Estados, as Ações focalizadas a essa Política.

1967

Lei 1,534 de 27 de novembro de 1967 autoriza o Poder Executivo a criação da

Fundação Estadual do Bem Estar do Menor FEBEM, destinada a prestar assistência ao

menor na faixa etária de 0 a 18 anos no Estado da Guanabara. Na mesma época foi

criada, a Fundação Fluminense de Bem Estar do Menor - FLUBEM, cuja área de

abrangência era o antigo Estado do Rio de Janeiro.

Vinculada à Secretaria de Estado de Serviço Social

1975 Lei nº 42 - de 24 de março de 1975, traz novas denominações:

FEBEM passou a denominar-se a: Fundação Estadual de Educação do Menor;

FEEM - resultante da fusão FEBEM/FLUBEM dos Estados da Guanabara e do Rio de

Janeiro que fundiram-se num único Estado, o atual Estado do Rio de Janeiro, passando a

ser o novo órgão, vinculado

No bojo da proposta de surgimento da FUNABEM, FEBEM, identifica-se um panorama de um novo

atendimento ao menor abandonado ou delinquente. Segundo Heywood Colin, registramos:

"A criança abandonada, fruto do processo de marginalização social que alcançava parte

significativa da população urbana, era, a época, vista como um ser "doente" que necessita de "tratamento",

por isso alvo da ação corretiva da FUNABEM, com finalidade de reintegrá-lo ao convívio social e reeducá-lo, por meio de técnicas de controle e

repressão, antes que se tornasse delinquente. A FUNABEM surge, portanto, como uma instituição que

estava a serviço da manutenção dos valores dominantes, segundo um modelo de segurança e

desenvolvimento propagado pelo regime militar.A estrutura institucional construída pelo regime militar para o atendimento da infância e adolescência revela que as FEBEM's forjavam uma identidade social para o "menor", o qual era percebido de forma ambígua. A

condição de "marginalidade" trazia ínsita em si a imagem do abandono, do desamparo, da

mendicância e da criminalidade. As FEBEM's congregam em um mesmo espaço a infância

abandonada e a infratora. Ao comentar a sequência de imagens dicotômicas a respeito da infância ao

longo da história. (Heywood, Colin Lima - Uma História da Infância, Aitmed, Porto Alegre 2004.

1979 Lei nº 6.697/79, institui-se a Doutrina do Menor. Doutrina do Menor em situação irregular.

1980 Inicia-se o processo de Redemocratização.

1983 FEEM passou a ser vinculado à Secretaria de Estado de Promoção Social

1987 FEEM passou a ser vinculada à Secretaria de Estado de Trabalho e Ação Social.

1988

Promulgação da Constituição Federal restabelecendo o Estado de Direito -

Valorização dos Valores Individuais, art.227 - situa uma síntese da Convenção

Internacional dos Direitos da Criança.

1990 Convenção das Nações Unidas - Tratado Internacional em todo o mundo.

Decreto 99.710, de 21 de novembro de 1990. Texto dessa convenção integra nossa Carta Magna - 3º do

artigo 5º

1990 Lei Federal no 8.069 de 9 de setembro de 1990 estabelece o Estatuto da Criança e do

Adolescente - ECA

No intuito de adaptar os Estatutos da FEEM a nova Lei Federal - Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, o Governo do Estado do Rio de Janeiro Moreira

Franco através do decreto nº 15.950, aprovou os novos Estatutos da Recanto - Rede Estadual de

Serviços para a criança e o adolescente, passando a FEEM a denominar-se Fundação Recanto, tendo em vista o fato de que a nomenclatura "menor" havia sido

substituída nos diplomas legais, pela nomenclatura "criança e adolescente".

O ECA passa a representar um novo instrumento de garantia de integridade física, psicológica e moral da criança e do adolescente. Sua promulgação deu-se

em 13 de julho de 1990, tendo um conjunto de ações e direcionadas aos direitos e deveres das crianças e

Page 2: Linha do Tempo - atendimento cça BR

dos adolescentes.Inauguram-se um novo marco na legislação Infanto-Juvenil; tem-se uma nova atitude para a criança e o

adolescente.O ECA foi elaborado com a participação dos

movimentos populares, instituições públicas e privadas que criticavam as práticas e as legislações desencadeadas. As lutas por parte da sociedade, as

negociações efetivadas fizeram que a Lei fosse promulgada.

A política de Proteção Integral, preconizada no ECA, com ênfase na defesa dos direitos de crianças e

adolescentes, veio substituir os modelos vigentes e, como consequência, provocou uma necessidade

premente de reordenar o sistema existente.

1995Decreto Estadual nº 16.991 - FEEM, passa a

denominar-se Fundação para a Infância e Adolescência - FIA do Rio de Janeiro

1999

Decreto Estadual nº 25.162 de 01 de janeiro de 1999, foi criada a Secretaria de Estado da Criança e do Adolescente - SECRIA, a qual a

Fundação para a Infância e Adolescência passa a ser vinculada.

2000

Decreto Estadual nº 26.434, é extinta a Secretaria da Criança e Adolescente, fazendo a vinculação da Fundação para a Infância e

Adolescencia, passando à Secretaria de Estado de Ação Social e Cidadania - SASC.

2002Governador Antony Garotinho em abril

renuncia e com isso assume a vice-governadora Benedita da Silva

O fator principal foi a não alteração dos Programas e Projetos elaborados na gestão anterior - a gestão foi apenas de nove meses na administração do Estado.

2003Governadora Rosinha Garotinho, neste ano, assumem novos Secretários e Presidentes

das Instituições Governamentais.

2007-2008

Governo Sérgio Cabral, assume a Sra. Benedita da Silva a Secretaria de Assistencia

Social e Direitos Humanos.

Instalam-se duas comissões (2007-2008) com direções ao REORDENAMENTO-FIA tendo por base

a proposição NOB/SUAS.Nesse panorama, encontramos sem dúvidas avanços

e conquistas que guardamos com ganhos da sociedade. Descrevemos e pontuamos uma listagem

de uma realidade, que ainda enfrentada e que nos dias atuais ainda perdura.

Tais tomadas levam-nos a uma consciência de forma condensada que provoca-nos a busca de um

aprofundamento face as implicações das legislações existentes e no mesmo sentido reforça a análise que

os grupos dominantes como sendo seguido possuidores de valores primordiais, das tradições do

Estado. A literatura é vista e mostra um calendário/cronograma acarretando marcas que não

conduziram a reversão do quadro de pobreza e desamparo das crianças e adolescentes que

permanecem relegadas em boa parte. Fala-se e identifica-se o abrigamento de crianças e

adolescentes, onde a perspectiva histórica situa-se como a institucionalização a mais frequente e de

maior preferência.