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O discurso de abertura da Consu- mer Electronics Show (CES) fi- cou a cargo do CEO da Micro- soft, Steve Ballmer. Ele focou bastante no Windows 8, nova versão do sistema operacional mais usado no mundo. Mas não falou em data para o lançamento (uma diretora da empresa, em entrevista ao site Pocket Lint, co- gitou outubro). Ballmer exaltou também o Windows Phone, a plataforma para smartphone da empresa, ar- ma para ganhar terreno no con- corrido mercado dominado pela Apple e pelo Google. Para isso, a empresa uniu forças com a No- kia, que adotou o sistema em seus novos smartphones. Houve menção também ao Kinect, o sensor de movimento do video- game Xbox 360 que agora ganha uma versão para PC, que sai no começo de fevereiro (já em pré- venda). O mais significativo do discur- so é que ele era uma despedida. A CES 2012 foi a última a contar com a participação da Micro- soft. Ela segue o exemplo da Apple, que, fiel a seu hábito de criar um mundo só dela, nunca colocou os pés na CES. O fato de um dos gigantes da tecnologia estar pulando fora da feira é um sinal suficientemente forte de perda de relevância. Mas não é o único: cada vez mais, as novidades que cativam o públi- co e que moldam o mercado es- tão ligadas mais a software do que a hardware. Estamos falan- do de redes sociais, aplicativos, conteúdo online, e não de novas peças de plástico e metal. Ainda assim, aparelhos como as TVs 3D de telas finíssimas (a LG chegou a 1 milímetro nesse ano), tamanhos magníficos (a re- cordista foi também a LG com um display de 84 polega- das) e imagem fantásti- ca continuam impres- sionando. Entre es- tes, ninguém im- pressionou mais que a Samsung com sua tela OLED de 55 polegadas, a maior do mundo do tipo. A tela OLED não tem luz por trás e permite contraste bem mais acentuado entre as cores. Outro recurso que marcou a CES 2012 foram as novas telas 3D autoestereoscópicas, que dis- pensam óculos. Esse novo forma- to de visão tridimensional foi de- monstrado na CES em protóti- pos de alguns fabricantes (LG, Samsung e Sony). Uma questão que um evento como a CES levanta é se não há eletrônicos demais competindo pelo mesmo cliente. São deze- nas de opções de smartphones, tablets, notebooks, TVs e apare- lhos de Blu-ray disputando os olhos e ouvidos de um público que tende a ficar mais e mais con- fuso com tanta diversidade, si- glas e pequenas variações entre os modelos. O mercado dos ta- blets é emblemático. Enquanto a Apple e seus iPads reinam, dezenas de mode- los de sistema An- droid se digladiam por espaço em um fu- turo incerto. No meio desse tumulto, o consumidor tende a ver a empresa como por- to seguro: ele já ouviu falar que é bom. Em 2011, foram 40 milhões de iPads vendidos no mundo an- te 4 milhões de tablets Android. Sem falar que todo esse novo setor de tablets já desestrutura o laptop tradicional. Agora repagi- nado como ultrabook – um pro- duto mais fino e leve (seguindo caminho aberto pela Apple e seu MacBook Air)–, o notebook ten- ta represar a irresistível onda da computação pessoal em direção ao tablet. Por isso, prevê-se que a Apple se torne a maior fabrican- te de computadores do mundo em 2012, destronando a HP. Entre os mais de 20 ultra- books expostos na feira, chama- ram mais atenção o XPS-13, da Dell, o Spectre, da HP, e o Idea- Pad Yoga, da Lenovo. Falando em Dell, a marca anunciou sua rendição ao tablet na CES. Ga- rantiu que até o fim do ano, seu primeiro modelo chega às lojas. Mas com cautela: sua concorren- te HP amargou fracasso na área. Uma característica que está por toda CES 2012 só confirma esse contexto onde o software é o centro de tudo: a conectivida- de. Já estamos conectados até o pescoço via computadores, smartphones e consoles de ga- mes. Agora, é a vez das smart TVs – as TVs com internet. Logo atrás vem os eletrodo- mésticos conectados (smart appliances), parte da tendência chamada de “internet das coi- sas” (leia mais na página 2). As coreanas LG e Samsung lideram essa nova corrida. A primeira mostrou na CES uma geladeira que avisa o que está faltando e sugere receitas baseado no que tem dentro dela. A segunda foi um passo além, com um refrige- rador que traz um aplicativo de compras, em que você faz o pedi- do do que precisa. O sistema já está sendo testado na Coreia. A Samsung também demons- trou uma máquina de lavar que pode ser controlada via smart- phone e avisa quando a roupa es- tá pronta. A americana Whirl- pool também expôs uma lavado- ra que se conecta com o celular. A conectividade nos automó- veis também apareceu na feira. A Ford apresentou o modelo Esca- pe, em cujo painel vem instalada uma central conectada que res- ponde a comandos de voz ou do volante e traz telefone, previsão do tempo, navegação e entreteni- mento. De acordo com dados da CEA, associação que organiza a CES, o valor dos aparelhos insta- lados em carros cresceu 16% em 2011 nos Estados Unidos e deve atingir US$ 7 bilhões neste ano. camilo.rocha@ grupoestado.com.br Steve Ballmer (à direita) na abertura da CES, ao lado do apresentador Ryan Seacrest Homem-Objeto Nova coluna prevê quais serão os principais aparelhos do ano Siri em português Aos 15 anos, Pedro Franceschi fez o iPhone falar nosso idioma Pág. 6 Pág. 3 RICK WILKING/REUTERS As novidades da CES – maior feira de tecnologia dos EUA – ainda dão fôlego a um evento que perde cada vez mais sua importância FOTOS: AP E EFE LEIA MAIS SOBRE OS LANÇAMENTOS DA CES NAS PÁGINAS 4 E 5 Camilo Rocha FABIO MOTTA/AE Conexão ubíqua. Óculos de esqui mostrado na CES tem tela interna que exibe o mapa da pista Da esquerda para a direita: XPS-13, ultrabook da Dell; o tablet P, da Sony; o monitor OLED, da LG; smartphone Lenovo K800, primeiro com chip da Intel A CES é exemplo de como produtos de todo tipo hoje competem pelo mesmo cliente L1 SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2012 Nº 1052 O ESTADO DE S. PAULO

Link Estadão 16-01-2012

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Caderno de Tecnologia do Estadão

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Page 1: Link Estadão 16-01-2012

O discurso de abertura da Consu-mer Electronics Show (CES) fi-cou a cargo do CEO da Micro-soft, Steve Ballmer. Ele focoubastante no Windows 8, novaversão do sistema operacionalmais usado no mundo. Mas nãofalou em data para o lançamento(uma diretora da empresa, ementrevista ao site Pocket Lint, co-gitou outubro).

Ballmer exaltou também o

Windows Phone, a plataformapara smartphone da empresa, ar-ma para ganhar terreno no con-corrido mercado dominado pelaApple e pelo Google. Para isso, aempresa uniu forças com a No-kia, que adotou o sistema emseus novos smartphones. Houvemenção também ao Kinect, osensor de movimento do video-game Xbox 360 que agora ganhauma versão para PC, que sai nocomeço de fevereiro (já em pré-venda).

O mais significativo do discur-so é que ele era uma despedida. ACES 2012 foi a última a contarcom a participação da Micro-soft. Ela segue o exemplo daApple, que, fiel a seu hábito decriar um mundo só dela, nuncacolocou os pés na CES.

O fato de um dos gigantes datecnologia estar pulando fora dafeira é um sinal suficientementeforte de perda de relevância.Mas não é o único: cada vez mais,as novidades que cativam o públi-co e que moldam o mercado es-

tão ligadas mais a software doque a hardware. Estamos falan-do de redes sociais, aplicativos,conteúdo online, e não de novaspeças de plástico e metal.

Ainda assim, aparelhos comoas TVs 3D de telas finíssimas (aLG chegou a 1 milímetro nesseano), tamanhos magníficos (a re-cordista foi também a LG comum display de 84 polega-das) e imagem fantásti-ca continuam impres-sionando. Entre es-tes, ninguém im-pressionou maisque a Samsung comsua tela OLED de 55polegadas, a maior domundo do tipo. A telaOLED não tem luz por trás epermite contraste bem maisacentuado entre as cores.

Outro recurso que marcou aCES 2012 foram as novas telas3D autoestereoscópicas, que dis-pensam óculos. Esse novo forma-to de visão tridimensional foi de-monstrado na CES em protóti-pos de alguns fabricantes (LG,

Samsung e Sony).Uma questão que um evento

como a CES levanta é se não háeletrônicos demais competindopelo mesmo cliente. São deze-nas de opções de smartphones,tablets, notebooks, TVs e apare-lhos de Blu-ray disputando osolhos e ouvidos de um públicoque tende a ficar mais e mais con-fuso com tanta diversidade, si-glas e pequenas variações entre

os modelos.O mercado dos ta-

blets é emblemático.Enquanto a Apple eseus iPads reinam,dezenas de mode-los de sistema An-

droid se digladiampor espaço em um fu-

turo incerto. No meiodesse tumulto, o consumidor

tende a ver a empresa como por-to seguro: ele já ouviu falar que ébom. Em 2011, foram 40 milhõesde iPads vendidos no mundo an-te 4 milhões de tablets Android.

Sem falar que todo esse novosetor de tablets já desestrutura olaptop tradicional. Agora repagi-nado como ultrabook – um pro-

duto mais fino e leve (seguindocaminho aberto pela Apple e seuMacBook Air)–, o notebook ten-ta represar a irresistível onda dacomputação pessoal em direçãoao tablet. Por isso, prevê-se que aApple se torne a maior fabrican-te de computadores do mundoem 2012, destronando a HP.

Entre os mais de 20 ultra-books expostos na feira, chama-ram mais atenção o XPS-13, daDell, o Spectre, da HP, e o Idea-Pad Yoga, da Lenovo. Falandoem Dell, a marca anunciou suarendição ao tablet na CES. Ga-rantiu que até o fim do ano, seuprimeiro modelo chega às lojas.Mas com cautela: sua concorren-te HP amargou fracasso na área.

Uma característica que estápor toda CES 2012 só confirmaesse contexto onde o software éo centro de tudo: a conectivida-de. Já estamos conectados até opescoço via computadores,smartphones e consoles de ga-mes. Agora, é a vez das smartTVs – as TVs com internet.

Logo atrás vem os eletrodo-mésticos conectados (smartappliances), parte da tendênciachamada de “internet das coi-sas” (leia mais na página 2). As

coreanas LG e Samsung lideramessa nova corrida. A primeiramostrou na CES uma geladeiraque avisa o que está faltando esugere receitas baseado no quetem dentro dela. A segunda foium passo além, com um refrige-rador que traz um aplicativo decompras, em que você faz o pedi-do do que precisa. O sistema jáestá sendo testado na Coreia.

A Samsung também demons-trou uma máquina de lavar quepode ser controlada via smart-phone e avisa quando a roupa es-tá pronta. A americana Whirl-pool também expôs uma lavado-ra que se conecta com o celular.

A conectividade nos automó-veis também apareceu na feira. AFord apresentou o modelo Esca-pe, em cujo painel vem instaladauma central conectada que res-ponde a comandos de voz ou dovolante e traz telefone, previsãodo tempo, navegação e entreteni-mento. De acordo com dados daCEA, associação que organiza aCES, o valor dos aparelhos insta-lados em carros cresceu 16% em2011 nos Estados Unidos e deveatingir US$ 7 bilhões neste ano.

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Steve Ballmer (à direita)na abertura da CES, aolado do apresentadorRyan Seacrest

Homem-ObjetoNova coluna prevê quais serãoos principais aparelhos do ano

Siri em portuguêsAos 15 anos, Pedro Franceschifez o iPhone falar nosso idioma

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As novidades da CES – maior feira de tecnologia dos EUA – ainda dão

fôlego a um evento que perde cada vez mais sua importância

FOTOS: AP E EFE

LEIA MAIS SOBRE OS LANÇAMENTOS DA

CES NAS PÁGINAS 4 E 5

CamiloRocha

FABIO MOTTA/AE

Conexão ubíqua. Óculosde esqui mostrado naCES tem tela interna queexibe o mapa da pista

Da esquerda para a direita: XPS-13, ultrabook da Dell; o tablet P, da Sony;o monitor OLED, da LG; smartphone Lenovo K800, primeiro com chip da Intel

A CES é exemplode como produtosde todo tipo hojecompetem pelomesmo cliente

%HermesFileInfo:L-1:20120116:L1 SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2012 Nº 1052 O ESTADO DE S. PAULO

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BITS EM COISAS

JardinagemEMPRESA: BOTANICALLSA startup que oferece um sistema baseado em Arduino para que a planta avise o dono quando está sem água. Uma placa faz a análise. Se estiver seca, a planta avisa o dono por telefone ou Twitter

AutomaçãoresidencialEMPRESA: iHOUSEA casa fica conectada a celulares (iPhone, Android e iPad). É possível controlar pela web a luz e a segu-rança da casa. Isso é feito pelo celu-lar, computador ou tablet

RebanhoEMPRESA: SPARKEDA startup alemã tem um mecanismo para conectar rebanhos à internet. Quando prenhes ou doentes, as vacasavisam o fazendeiro. Um rebanho já gerou 200 MB de dados.

Empresas já têm tecnologias para dar inteligência aos objetos. De garrafas de vinho a plantas, passando por cidades e rebanhos, tudo pode ser conectado

As tecnologias

NFCÉ uma evolução do RFID. A tecnologia permite que objetos troquem informações entre si. A troca de

dados acontece a até 10 cm de distância. O NFC permite, por exemplo, que o carro se comunique com o celular. O Android é compatível com a tecnologia

RFIDA identificação por rádiofrequência é uma tecnologia de recuper-ação e armazenamento de dados através de

pequenas etiquetas com chips de silício e antenas. O problema é que é uma tecnologia estática: para transmitir informação, é preciso passar por um sensor

Realidade aumentada É a tecnologia que adiciona uma camada de informação ao ambiente através da

webcam ou câmera do celular. No app Layar você pode apontar o celular para um lugar e ver as fotos no Panoramio ou informações da Wikipedia sobre o que está ao redor

ArduinoÉ uma plataforma de hardware open-source usada para o desen-volvimento de objetos interativos e conecta-

dos. É barata, simples e compatível com Android, ou seja, é possível criar objetos que podem ser controlados por celulares ou tablets

Lavandeira onlineEMPRESA: ESUDSA eSuds, da Case Western Reserve University, em Ohio, EUA, fornece um serviço de lavanderia online. Os estudantes podem conferir se há espaço disponível e as máquinas avisam pela web quando a roupa ficou pronta

PRONTO!

POP!

OK!

VAI SE CHAMAR PEDRO !

PREFIROANTÔNIO

SEDE!

ÁGUA? JÁ VAI!

Adega inteligenteEMPRESA: THINGMNa adega WineM, cada garrafa de vinho tem uma etiqueta RFID. Quando uma é removida, a adega conectada à internet avisa o dono

FUI!

TCHAU!

OFF

ON

CLIC!

CLIC!

HotelEMPRESA: HOTEL PENÍNSULAO hotel em Tóquio é todo automatizado. A televisão fica muda quando o telefone toca

OK!

1 2 34 5 67 8 9* 0 #

MUTE

+-

PSIU!

CidadesinteligentesEMPRESA: GEOSYNTECMecanismos que tornam o ambiente inteligente já são usados para minimizar o desperdício de água e prevenir tragédias como enchentes. Em Washington, a empresa instalou um mecanismo de armazenamento de água que se conecta à internet para acessar a previsão do tempo e saber quando e quanta água deverá acomodar em determinada tempestade

OLHA A ÁGUA!

OK!

Crescimento inevitável

População* Objetosconectados

2010

7 bi5 bi

2015

7,2 bi15 bi

2020

7,5 bi

*PROJEÇÃO BASEADA NOS DADOS DAS NAÇÕES UNIDAS

31 bi

INFOGRÁFICO: EDUARDO ASTA/AE

Tatiana de Mello [email protected]

TUDOCONECTADOÀINTERNET

PERSONAL NERD

Não se deixe levar pelo apelo fu-turístico do nome: internet dascoisas. O conceito, uma das ten-dências da tecnologia atual, nãotem nada de complicado. Signifi-ca apenas que os objetos estãocada vez mais conectados. A in-ternet surgiu no desktop. De-pois, foi para celulares, tablets ea televisão. E, agora, a tendênciaé que tudo transmita algum tipode informação – do interruptorde sua casa a uma planta, passan-do por prédios e até rebanhos.

As “coisas” – ou os objetos –passam a se comunicar com omundo e entre si através de sen-sores, como as etiquetas RFID eo NFC (veja abaixo). E um objetoinanimado ganha inteligência epoder de produzir informações– como a planta conectada queenvia um tweet avisando o donoque está precisando de água.

Longe da futurologia, a ten-dência é atual – e concreta. Hojeestima-se que existam 9 bilhõesde objetos conectados. Em 2020esse número deve subir para 24bilhões, segundo as estatísticasdo GSMA, grupo que representaa indústria de empresas mobileno mundo.

O termo “internet das coisas”não é amplamente aceito. Elesurgiu nos anos 90 para designarum experimento do Massachu-setts Institute of Technology(MIT) que não deu certo. “Aca-bou gerando até um preconceitonos EUA”, diz José Roberto Ama-zonas, professor de comunica-ções e engenharia na Escola Poli-técnica da USP e organizador deum simpósio sobre o tema noano passado. O termo ficou emdesuso, mas foi novamente ado-tado na Europa. Nos EUA aindahoje preferem outro nome:“computação difusa”. No Japão,o campo é chamado de “compu-tação ubíqua”.

“O campo de aplicação envol-ve todo e qualquer segmento deatividade humana, por isso é fas-cinante”, diz Amazonas. Ele sediz animado com as aplicaçõesde benefício social: prédios inte-ligentes, por exemplo, que po-dem ter mecanismos de econo-mia de água. Para que o conceitoentre na vida das pessoas, Ama-zonas diz que o governo precisainvestir. E são duas frentes: umarede de alta capacidade e maisleitores de etiquetas eletrônicasou receptores de GPS espalha-dos pelo ambiente.

No Brasil não há nenhum gran-de projeto de pesquisa trabalhan-do na área – apenas empresas fa-zendo projetos esparsos. Mas noJapão, por exemplo, internet dascoisas é política de Estado. E naChina, a cidade de Wuxi recebeuinvestimentos bilionários do go-verno e funciona como platafor-ma de teste de tecnologias, comlaboratórios e universidade dedi-cados ao tema.

● Objetos, plantas eaté prédios podemganhar capacidadede transmitir dadosem poucos anos

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L2 link SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO

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Murilo [email protected]

N o dia 13 de julho de 2009, quan-do, pela primeira vez, demoso Facebook na capa do Link,ele nem era a maior rede so-

cial do mundo, mas já cravávamos que osite havia uma meta bem específica – e odescrevemos como sendo o principal ri-val do Google.

Aos poucos a comparação entre osdois se tornava mais evidente e uma teo-ria se formava. O Google surgiu em umaépoca em que as pessoas ainda estavamse entendendo com a internet e busca-vam o que fazer uma vez conectadas.Comparada à saraivada de links do dire-tório de seu antigo site rival, o Yahoo, ahomepage do Google era clean e mini-malista, com um único campo de buscano meio de uma página branca, que pare-cia apenas perguntar que busca o usuá-rio gostaria de fazer.

Veio a web 2.0, em que todo mundopoderia postar o que quisesse onlinesem a necessidade de entender de pro-gramação. Logo vieram as redes sociaise as pessoas começaram a se conectarentre si – e, num segundo momento, acompartilhar conteúdo. E aos poucosmandar uma notícia para outra pessoa,sugerir um site ou mostrar um vídeo en-graçado não significava enviar ume-mail para vários destinatários ou espe-rar que alguém estivesse online noMSN. Bastava publicar em seu perfilque seus contatos em determinada redeveriam quando o consultassem.

Foi aí que o Facebook floresceu. E operfil de seus usuários logo deixava deser uma página com informações pes-soais para exibir links, fotos e vídeos,transformando o feed de notícias (áreaequivalente aos scraps no Orkut ou doblog no MySpace) na primeira coisa quequalquer um vê quando entra no Face-book. Com todo mundo postando semparar, bastava entrar na rede social parasaber o que fazer na internet. Isso tor-

nou a homepage do Google obsoleta.Esse movimento aconteceu entre

2008 e 2010, quando o Facebook deixoude ser uma aposta para se tornar umacerteza. E logo vieram as especulações arespeito de quando o Google lançariasua própria rede social.

Mas a empresa não tinha um bom his-tórico nessa área.Seucasomais bem su-cedido era, até o anopassado, o Orkut,mas o site só deu cer-to no Brasil e na Ín-dia. Outras tentati-vas deram com burros n’água. O GoogleWave era complexo demais e queria“apenas” reinventar o e-mail (algo co-mo lançar um novo modelo de automó-vel com a intenção de, literalmente,reinventar a roda). O Google Buzz foicriado para aproveitar o vácuo do Twit-ter e até ensaiou dar certo, mas esbar-rou em questões legais a respeito de in-vasão de privacidade. Os dois projetos

deram tão errado que foram desligados.Por isso quando começaram a especu-

lar sobre a rede social do Google paraenfrentar o Facebook, seus executivoslogo diziam que não estavam criandouma rede social, mas uma “camada so-cial” que atravessaria todos os serviçosque hoje oferece.

Aí veio o Google +que, por ser de quemé, foi a rede social quemais cresceu na curtahistória deste tipo desite. Foram 25 mi-lhões de usuários ape-

nas nos dois primeiros meses de ativida-de do site. E ao mesmo tempo em quecresceu tão rápido, nos provocava coma primeira pergunta que aflige qualquernovo usuário de qualquer nova rede so-cial (“O que eu faço aqui?”) ao mesmotempo em que causava celeuma entreos entusiastas do Facebook, que o consi-derava uma versão piorada do site deMark Zuckerberg.

Mas, como começou a mostrar na prá-tica na semana passada, o Google + nãoé a rede social do Google. A rede socialdo Google é o próprio Google.

Explico: quando um de seus fundado-res (Larry Page) assumiu o cargo deCEO (antes ocupado por Eric Schmidt)no início de 2011, ele começou a organi-zar a casa para fazer os inúmeros produ-tos do site (o navegador Chrome, o siste-ma operacional Android e as dezenas desites e serviços oferecidos gratuitamen-te) conversarem entre si.

Uma operação interna, mas que pode-ria ser percebida por usuários mais aten-tos. Aos poucos, aparecia uma lista delinks acima de sua homepage, apontan-do para outros serviços, como o GoogleMaps, a busca por imagens ou por ví-deos, o Google News, entre outros. Alista virou uma barrinha, a princípiobranca, que logo ganhou a cor cinza edepois escureceu ainda mais, trazendoainda outros links para mais serviços daempresa.

E assim que o Google + foi lançado,dois itens novos surgiram nessa barra.O primeiro apareceu bem à direita e tra-zia a foto que o usuário escolheu parasua conta no Google seguida de seu no-me, um número que mostrava se havianovidades no Google + e um campo es-crito apenas “compartilhar”. Na pontaesquerda, o primeiro item deixava deser a busca pura e simples do Googlepara se tornar o nome do próprio usuá-rio, acrescido de um símbolo de adição(o + da “camada social”) à esquerda.

Essa barrinha está presente em qual-quer serviço do Google. Resta agora sa-ber se o Google irá conseguir fazer queas pessoas compartilhem conteúdo nocampo específico que determinaram pa-ra isso. Enquanto isso, eles seguem ten-tando – e o anúncio da semana passadafoi o primeiro passo para colocar a talcamada social em prática.

É que agora, quando você faz uma bus-ca através do Google, tem duas opçõesde resultados: ou você vê os links que amaioria das pessoas viu quando buscoupelo termo que você acionou ou podeescolher apenas os links indicados pelasua rede de contatos, restringindo as op-ções de busca mas trazendo-as para seu

contexto pessoal. A mudança pode serpercebida em dois ícones à direita dapágina, na altura do campo de busca.Clicando no ícone que é um pequenoglobo, você vê os resultados gerais. Cli-cando no ícone que é um pequeno bus-to, vê o que seus amigos e conhecidostambém buscaram.

Essa decisão já gerou controvérsia – acomeçar pelo Twitter, que afirmou quea mudança restringe o acesso às notí-cias que estão sendo publicadas naque-le exato momento (que é a função atualda rede social dos 140 caracteres), comresultados do Twitter caindo para baixonas buscas feitas em modo pessoal.

Outro problema é que isso restringeainda mais a área de alcance de quemquer saber o que está acontecendo, pon-to crucial de um dos melhores livros doano passado, The Filter Bubble (aindanão lançado no País), do norte-america-no Eli Parisier. Ele argumenta que, a par-tir do momento em que os algoritmosdas redes sociais vão entendendo a for-ma como cada um funciona na rede,eles vão oferecendo apenas opções rela-cionadas ao gosto de quem clica. Issoparece ser prático em teoria – quem cli-ca em muitas notícias de esporte, porexemplo, veria mais notícias relaciona-das a esse assunto do que as outras.Mas, contudo, perderia outros assuntosque poderia se interessar, sem ao me-nos saber que eles estão acontecendo.

Era uma crítica quase direta ao Face-book, mas a partir do momento em queo Google adota uma prática parecida,ela cai como uma luva também para ogigante das buscas. E se você não corre orisco de trombar com algo novo, inusita-do ou surpreendente, vai ficar cada vezmais preso à tal bolha-filtro concebidapor Parisier.

E isso nos leva à principal dúvida emrelação ao Google em 2012: e se, ao apos-tar em transformar-se numa enorme re-de social, o site perderá a mão? E se aspessoas cansarem ou enjoarem de usaro Google? Parece apocalíptico, mas nãocusta lembrar a velocidade em que ascoisas acontecem no mundo digital.

Arede socialdoGoogleéo próprioGoogle

http://blogs.estadao.com.br/alexandre-matias

SERVIDOR

OBSTRUÇÃO NA FONTE

Holanda bloqueiao PirateBayUm tribunal holandês ordenouque as duas principais operado-ras de internet do país blo-queiem o acesso de todos seususuários ao site PirateBay. NaFinlândia, onde o site tambémestá parcialmente inacessível, aorganização antipirataria auto-ra do processo que pediu o blo-queio diz ter recebido uma car-ta do grupo hacker Anonymouscontendo ameaças de bombaem represália.

STREAMING

Música em grupochega ao FacebookA ferramenta que permite ouvirmúsica entre os amigos do Face-book começou a funcionar narede social. A novidade, disponí-vel apenas nos Estados Unidos,havia sido anunciada pelo fun-dador Mark Zuckerberg em se-tembro. Usuários de serviçosde música online por streamingcomo Spotify e Rdio poderãocompartilhar o que ouvem eescutar músicas com outrosusuários por meio do Facebook.

A chegada doiPhone 4S naChina causoutanto tumultona sexta que aApple suspen-deu a venda

8%das ocorrências registradaspelos Procons em 2011 se refe-rem à telefonia celular. A cate-goria só perde para as empre-sas de cartões de crédito, quelideram a lista do Ministério daJustiça. A Oi teve 80,8 mil aten-dimentos, seguida pela Claro-Embratel (70 mil), Tim (27 mil)e Vivo (26 mil).

JEITINHO

*

Alexandre [email protected]

BOLHA PESSOALO filtro nas buscas foicriticado pelo Twitter

A Apple marcou um eventopara quinta-feira em NYpara fazer um anúncio naárea de educação.

AFP

iPhonecausatumulto

IMPRESSÃODIGITAL

DIVULGAÇÃO

FABIO MOTTA/AE

O Icann abriu o registro dedomínios de internet comsufixos livres, com final“.qualquernome”.

Pedro Franceschi começou 2012virando notícia pela segundavez. Em março, o garoto, hojecom 15 anos, havia aparecido noLink depois de criar um progra-ma que desbloqueava o iPodTouch com alguns cliques. Fãdos produtos da Apple, desta vezo jovem carioca ficou incomoda-do por não poder usar em portu-guês o Siri, sistema de reconheci-mento de voz do iPhone 4S, lan-çado em outubro.

Com a ajuda de amigos, eleadaptou um aplicativo que reco-nhecia falas em português e astransformava em texto (o Dra-gon Dictation). A partir de cálcu-los incompreensíveis para mui-tos marmanjos, ele conseguiu fa-zer que as mensagens ditas emportuguês chegassem em inglêsno servidor do Siri e, depois, queelas fossem respondidas em por-tuguês por texto.

O “ajuste” (que ele chama de“tweak”) ainda não pode ser pu-blicado. Ele teme que a engenha-ria reversa gere problemas le-gais. Pedro aguarda que um dos“seis dos melhores hackers domundo na área de jailbreak deiPhone” desbloqueie o novo mo-delo, para que ele possa fazer os

acertos necessários e liberar asua criação na internet. Para ele,a Apple dificilmente faria a adap-tação. “Eles não olham para cá”,diz Pedro, que está no primeiroano do ensino médio.

O colégio não é uma das suasprioridades. O jovem carioca di-vide o dia entre a casa – onde pas-sa horas programando – e o traba-lho em uma empresa de desen-volvimento de aplicativos.

Sobre o Siri, ele afirma não es-tar passando por cima do traba-lho da gigante americana, poissua criação não poderia ser apro-veitada. Além disso, a Apple“conseguiria fazer algo melhorcom muito mais facilidade”, diz.Pedro espera um dia trabalharna empresa californiana, mas sa-be que é tarefa difícil. “A possibi-lidade de levarem brasileiros pa-ra lá existe, mas é rara. Aindamais um menor de idade...”

Franceschi é cético sobre ouso do Siri no Brasil. “As pessoasnão estão acostumadas a pedircoisas para o celular”, diz. Elemesmo usa pouco a ferramenta.

Seu próximo passo será usarbancos de dados brasileiros degeolocalização, para que o Sirinacional possa funcionar comoo oficial da Apple que sugere res-taurantes mais próximos, traje-tos de ruas, etc. “Eu pretendo co-locar essas questões em uma pró-xima versão”, afirma.

NO PROCON

Guri guru. PedroFranceschi já havia sidopauta no Link em março de2011, quando desbloqueouo iPhone Touch (ao lado)

● Com 15 anos, ele não esperoua Apple. E fez o iPhone 4Sentender português

Personalizado. Camada social nas buscas pode determinar o futuro do Google

O CANTODO SIRI

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2012 link L3

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4. Em estilo vintage, a X-Pro1 foi um dos principaisdestaques da Fujifilm e das câmeras em geral naCES. Faz fotos de até 16 MP e outras lentes podemser acopladas. A máquina também filma em HD

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5. O Lumia 900,da Nokia, faz parteda primeira safrada empresa a vircom sistemaoperacionalWindows Phone 7.O modelo foiescolhido pelaempresa paraabrir caminho nomercadonorte-americano

Tendênciasda vitrine

CES 2012

1. A bateria externa Sherpa 50 da Goal Zero podeser recarregada pela rede elétrica ou usando aenergia solar. É útil para manter tablets ousmartphones funcionando onde há muito sol enenhuma tomada disponível

FOTOS: AP, EFE, REUTERS E DIVULGAÇÃO

3. A Samsung mostrou a maior TV comtela OLED do mundo (55 polegadas). Atecnologia OLED não precisa de luz atrás,resultando em contraste melhor

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● De televisor a fogão, passando por tablets e pen drives, os lançamentos da CESditam o rumo dos produtos eletrônicos que devem chegar às lojas neste ano

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2.O fogão Thermador Freedom não tem bocas.Funciona por indução de calor, aquecendo apanela e não a superfície. E a panela pode sercolocada em qualquer lugar dessa superfície

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%HermesFileInfo:L-4:20120116:

L4 link SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO

Page 5: Link Estadão 16-01-2012

As cortinas se fecham e o que perma-nece depois de uma feira como aCES é a ideia de futuro que não seconcretizará. Muitos produtos pa-

recem diferentes e inovadores quando apre-sentados, mas não decolam – ou são caros, ouficam ultrapassados.

O histórico das últimas edições mostra is-so. Não vemos milhões de consumidorescomprando docks que transformam smart-phones em laptops, como o aparelho que aMotorola levou à CES no ano passado. TVsque reproduzem imagens em 3D – destaqueem 2010 – parecem legais nos estandes deshoppings, mas não há produção de conteú-do que justifique tal compra em larga escala.

Assim, é preciso filtrar as tendências deconsumo de tecnologia para o futuro – e umadas principais notícias da CES esse ano (asaída da Microsoft) é um bom exemplo disso.A empresa fez sua última participação na fei-ra prometendo um 2012 ativo. Mas a verdadeé que ela não conseguiu estar à altura dosgrandes do século 21, como Apple e Google.

Seu principal produto, o Windows Phone7, foi lançado há quase dois anos e recebidocom entusiasmo. Mas demorou para chegarao mercado, deixando o caminho livre paraos concorrentes. Há um ano, a empresa e aNokia se uniram, mas só agora a parceria che-gou às lojas. Quase um ano – parece pouco,mas no meio digital é muito tempo.

Com o histórico de líder de mercado desoftware, a empresa não deve ter dificulda-des em convencer fabricantes de computado-res a adotar o novo Windows. Já o consumi-dor, que hoje têm preferido comprar tablets acomputadores, terá de ser convencido queum tablet ou PC com Windows 8 realmenteserá um opção frente ao iPad e outros concor-rentes. No fim, a maioria das pessoas deveignorar as vantagens de uma nova interfacede toque e vai comprar um computador pen-sando em necessidades práticas – que é aces-sar a internet e usar softwares para trabalhar.

Antes da abertura da feira, a despedida daMicrosoft foi vista como um enfraquecimen-to da CES e um questionamento sobre a realimportância de feiras desse tipo.

Hoje o cenário não parece ser tão pessimis-ta. Uma pesquisa da consultoria GfK DigitalWorld estima um ano positivo para o setor deeletrônicos. As vendas globais podem supe-rar US$ 1 trilhão pela primeira vez (estimati-va feita para 2012), apesar de uma queda noritmo de crescimento, que deve cair de umaumento de 11% em 2011 para 5% neste ano. Aentidade também tentou afastar os temoressobre o futuro da feira, dizendo que esta edi-ção da CES foi a maior em espaço de exposi-ção nos 44 anos da feira.

Mas, em uma época que a inovação tecnoló-gica parte não dos fabricantes de eletrônicosmas de empresas de internet e desenvolvedo-res de aplicativos para smartphones e ta-blets, é difícil prever que a CES continuará ater importância daqui a 10 anos ou menos.

A principal fabricante que têm ditado o ru-mo da inovação, a Apple, faz seus próprioseventos de lançamentos e não divide a aten-ção em feiras. Com a saída da Microsoft, quetêm sido uma das principais empresas a parti-cipar do evento na última década, alguémocupará o espaço deixado pela fabricante desoftware. Mas será um posto difícil de man-ter, pois terá de ser capaz de apontar um futu-ro de tecnologias menos mirabolantes e maisvoltadas ao real interesse das pessoas.

É EDITOR-ASSISTENTE DO LINK

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A3Formato

12. O DroidXYBoard 8.2, daMotorola, tambémfoi exibido. Ele usao Android 3.2, maspode seratualizado para aversão 4

Saída da Microsoftantecipa o fim daimportância da CES

8. O A.R. Drone, da Parrot, é um pequenoquadricóptero (tem quatro hélices) com umacâmera no nariz. O usuário controla o brinquedo (eenxerga o que o aparelho vê) via iPhone ou iPad etambém pode filmar

6. O iCade transforma oiPad em uma máquinade fliperama como asantigas. Ideal paradeixar o Angry Birds delado um pouco e sedivertir com games quefizeram sucesso trêsdécadas atrás, como osclássicos Pac Man eSpace Invaders

10. O tradicional canivete suíço,fabricado pela Vitorinox, apareceuna CES 2012 com umextraordinário upgrade. O modeloexibido vem com um pen drivecom capacidade de 1 terabyte (milgigabytes!)

7. O Xperia S é o primeirosmartphone da Sony quenão é mais Ericsson.Apesar da câmera de 12MP e do processador de1,5 GHz, ele não traz aúltima versão do sistemaoperacional Android

Análise *

7

810

9

11. A linha de tablets Galaxy, da Samsung, ganhoumais um modelo, o Galaxy Tab 7.7. Ele não tem aversão mais recente do Android e é compatível comredes 4G LTE

11

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Filipe Serrano

9. Lavadora Waterwise, da LG, prometelavar a louça com apenas nove litros deágua (uma pessoa costuma gastar 60)

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2012 link L5

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KindleFire 2

iPhone 5

Sony PS Vita

Google Nexus Tablet

iPad 3

HOMEM-OBJETO

O que é? ❙ O terceiro modelo da Nokia com o sistema Windows Phone

Rumores ❙ O smartphone que pretende concorrer com o iPhone e oscelulares Android terá de convencer o consumidor. A Nokia aposta nosrecursos avançados: processador de 1.4 GHz, câmera de 8 MP com lenteCarl Zeiss, filmadora de 1280p, integração com redes sociais e tela de 4,3polegadas de cores fortes

O que é? ❙ É o novo smartphone da Apple que omundo realmente espera

Rumores ❙ A especulação não tem limite. Diz-se quea aparência deve sofrer mudanças, incluindo umatraseira de alumínio. Outra previsão é a presença deum sistema de reconhecimento de face

O que é? ❙ O nome trava-língua pode ser traduzido de umamaneira bem mais simples: TV 3D sem óculos

Rumores ❙ Com o 3D firmado como recurso em aparelhos quevão de tablets a games, o próximo passo é se livrar dos óculos.É mais um passo na direção de conquistar os muitosconsumidores que ainda não levam o efeito tridimensional asério. A LG saiu na frente na corrida, apresentando na CES seumodelo com essa tecnologia. Era só um protótipo, sem nomenem data de lançamento. As imagens convenceram jornalistaspresentes, mas uma desvantagem já foi revelada: ela nãopermite assistir a imagens “normais”, em 2D

O que é? ❙ Versão para PC do sensor demovimentos

Rumores ❙ Surpresa da Microsoft, a novaversão do sensor para Windows 7 (e previewdo 8) é consequência do sucesso do Kinect emáreas além dos games, como na medicina e naeducação de pessoas com deficiência

O que é? ❙ Próxima versão dobem sucedido tablet da Amazon

Rumores ❙ Vários. A tela seria de8,9 polegadas (a do primeiro tem7). O processador seriaquad-core (o atual é dual-core).Ele viria com recursos quefaltaram no Fire, mas queexistem em outros tablets, comocâmera, GPS e microfone. Outroboato é que já estaria sendofabricado na Foxconn

O que é? ❙ O novo game portátil Wi-Fi da Sony

Rumores ❙ No Brasil chegará apenas em versão Wi-Fi (no exterior, há modelos 3G). O pacote ainda inclui ojogo ModNation Racers: Road Trip, um cartão de memória de 4 GB e um estojo para guardar o console.Tanto o jogo como o estojo só estarão disponíveis neste pacote. O anúncio foi feito pelo gerente-geral daPlayStation para a América Latina na CES 2012. O novo game vendeu bem no Japão na primeira semana(325 mil unidades), mas as vendas caíram na semana seguinte (74 mil)

Alguns produtos ainda nãoforam apresentados porseus fabricantes, por issosuas imagens estão embaixa resolução

O que é? ❙ Outra investida do Google contra o iPad

Rumores ❙ Há um cenário preocupante para o Google:foram 40 milhões de tablets iPad vendidos em 2011 eapenas quatro milhões tablets com Android. Opresidente do conselho do Google, Eric Schmidt, disseque a empresa tem planos de lançar um tablet “damais alta qualidade”. Ele pode ser chamado de Nexus

Estimativa de lançamentoPrimeiro semestre

NokiaLumia 900

TV LGAutostereoscopic 3D

Kinect for Windows

O que é? ❙ Terceira edição do tablet da Apple

Rumores ❙ É difícil saber o que é verdade, mas há rumores que o iPad3 terá melhorias na tela ou até um display HD. Pode ser que tenhatambém uma bateria mais duradoura e um processador mais potente(fala-se em um chip de quatro núcleos). Mas, conforme diz outrorumor, o terceiro iPad não deve ter nenhuma mudança radical

Nintendo Wii U

● Para inaugurar a nova coluna do Link, uma previsão dos lançamentos de 2012;entre eles novo iPhone e novo iPad – e seus concorrentes – de novo

Estimativa de lançamentoSai nos EUA em breve; no Brasilnão há previsão

O que é? ❙ A terceira versão do maior rival do iPhone

Rumores ❙ No que promete ser um emocionante novo roundnuma das brigas mais barulhentas do mundo da tecnologia, osmartphone da Samsung deve vir com armas poderosas.Entre as cogitadas estão câmera de 12 MP, memória RAM de2 GB e tela de 4,6 polegadas, ou seja, tudo maior que omodelo atual. O que é certo é que ele usará a última versão doAndroid, chamada de Ice Cream Sandwich. Espera-se que oanúncio oficial do novo telefone ocorra em fevereiro

O que é? ❙ Upgrade do Wii, será o primeiro console de game da fabricante japonesa em HD

Rumores ❙ Depois de amargar seu primeiro prejuízo em 30 anos em 2010, a Nintendoaposta nessa versão turbinada do Wii para reverter o cenário onde foi passada para tráspelo PlayStation 3 e pelo Xbox 360. A resolução de imagem prometida é equivalente a doBlu-ray. Seu controle parece um tablet (o apelido que colocaram quando foi apresentado naE3 foi WiiPad). Ele deve ter uma minitela touch com sensor de movimentos

Estimativa de lançamentoSegundo semestre

FOTOS: DIVULGAÇÃO E REPRODUÇÃO

Estimativa de lançamentoMarço 2012

SamsungGalaxy SIII

Estimativa de lançamentoJá saiu no Japão e algunspaíses da Ásia; chega aoBrasil dia 22 de fevereiro

Estimativa de lançamentoPrimeiro semestre

Estimativa de lançamentoPrimeiro semestre

Estimativa de lançamento1º de fevereiro

Camilo [email protected]

Estimativa de lançamentoPrimeiro semestre

Estimativa de lançamentoSegundo semestre

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L6 link SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO