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Lição 15 OS LIVROS PROFÉTICOS – EZEQUIEL E DANIEL EZEQUIEL O livro de Ezequiel permanece como um pilar solitário no centro da Bíblia. Seu nome significa “fortalecido por Deus.” A localização e a solidão que cercou seu ministério requereram a verdade de seu nome. Ezequiel usou visões, profecias, parábolas, sinais e símbolos que eram vívidos e memoráveis para proclamar e dramatizar a mensagem de Deus para o Seu povo exilado. Deus também fortaleceu aqueles que escutavam a Ezequiel. Ezequiel profetiza entre os judeus exilados na Babilônia durante os últimos dias do declínio e queda de Judá. Seu ministério é em alguns aspectos semelhante ao de seu mais velho contemporâneo, Jeremias. Mas enquanto Jeremias pronuncia em Jerusalém uma deprimente mensagem de destruição, Ezequiel apresenta na Babilônia uma ardente mensagem de reconstrução. Jeremias é um homem de lágrimas; Ezequiel é um homem de visões. E essas visões se estendem do horror à esperança: da condenação sobre os líderes infiéis e os inimigos ímpios, à consolação relativa ao futuro de Judá. Através de tudo isso, a humanidade deve ver a glória do Deus soberano de Israel e “saberão que eu sou o Senhor” (6.10). O livro contém a descrição de reflexos da glória de Deus. Autor: Ezequiel. Como seu contemporâneo Daniel, Ezequiel nasceu em Judá, mas morreu na Babilônia. Ele foi exilado de Judá em 597 a.C. Lá ele esperou por seus compatriotas exilados durante os anos finais de Jerusalém. Era filho de Buzi (1.3), tinha uma esposa que morreu como sinal para Judá quando Nabucodonosor começou seu cerco final sobre Jerusalém (24.16-24). Como Jeremias, ele era sacerdote e foi chamado para ser profeta do Senhor. Seu ministério profético revela ênfase sacerdotal em sua preocupação pelo templo, pelo sacerdócio, pelos sacrifícios e pela glória de Deus. Ezequiel foi privilegiado por receber uma série de visões do poder e plano de Deus, e foi cuidadoso e artístico em sua apresentação escrita. Data da escrita: Durante o ministério de Ezequiel, aproximadamente entre 593 a 570 a.C. Cinco anos despois de seu cativeiro, Ezequiel recebeu o chamado de Deus para ser o profeta aos exilados. Seu ministério durou 22 anos. O livro que leva seu nome foi provavelmente escrito através de seus anos como profeta. A última profecia datada (29.17) foi entregue em 572 ou 571 a.C., então o livro foi completado em alguma data depois disso. Personagens Ilustres: Ezequiel (profeta autor do livro que teve seu ministério ao povo de

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Page 1: Lição 15 -  · PDF fileLíderes de Israel (levou o povo de ... Israel (8-12) Mensagem: A ... O Atalaia – Ez 3.16-27; Terça: Israel é restaurada

Lição 15

OS LIVROS PROFÉTICOS – EZEQUIEL E DANIEL

EZEQUIEL

O livro de Ezequiel permanece como um

pilar solitário no centro da Bíblia. Seu nome

significa “fortalecido por Deus.” A localização

e a solidão que cercou seu ministério

requereram a verdade de seu nome.

Ezequiel usou visões, profecias, parábolas,

sinais e símbolos que eram vívidos e

memoráveis para proclamar e dramatizar a

mensagem de Deus para o Seu povo

exilado. Deus também fortaleceu aqueles

que escutavam a Ezequiel.

Ezequiel profetiza entre os judeus

exilados na Babilônia durante os últimos dias

do declínio e queda de Judá. Seu ministério

é em alguns aspectos semelhante ao de seu

mais velho contemporâneo, Jeremias. Mas

enquanto Jeremias pronuncia em Jerusalém

uma deprimente mensagem de destruição,

Ezequiel apresenta na Babilônia uma

ardente mensagem de reconstrução.

Jeremias é um homem de lágrimas; Ezequiel

é um homem de visões. E essas visões se

estendem do horror à esperança: da

condenação sobre os líderes infiéis e os

inimigos ímpios, à consolação relativa ao

futuro de Judá. Através de tudo isso, a

humanidade deve ver a glória do Deus

soberano de Israel e “saberão que eu sou o

Senhor” (6.10).

O livro contém a descrição de reflexos da

glória de Deus.

Autor: Ezequiel. Como seu

contemporâneo Daniel, Ezequiel nasceu

em Judá, mas morreu na Babilônia. Ele foi

exilado de Judá em 597 a.C. Lá ele

esperou por seus compatriotas exilados

durante os anos finais de Jerusalém. Era

filho de Buzi (1.3), tinha uma esposa que

morreu como sinal para Judá quando

Nabucodonosor começou seu cerco final

sobre Jerusalém (24.16-24). Como

Jeremias, ele era sacerdote e foi chamado

para ser profeta do Senhor. Seu ministério

profético revela ênfase sacerdotal em sua

preocupação pelo templo, pelo sacerdócio,

pelos sacrifícios e pela glória de Deus.

Ezequiel foi privilegiado por receber uma

série de visões do poder e plano de Deus,

e foi cuidadoso e artístico em sua

apresentação escrita.

Data da escrita: Durante o ministério

de Ezequiel, aproximadamente entre 593 a

570 a.C. Cinco anos despois de seu

cativeiro, Ezequiel recebeu o chamado de

Deus para ser o profeta aos exilados. Seu

ministério durou 22 anos. O livro que leva

seu nome foi provavelmente escrito através

de seus anos como profeta. A última

profecia datada (29.17) foi entregue em

572 ou 571 a.C., então o livro foi

completado em alguma data depois disso.

Personagens Ilustres:

Ezequiel (profeta autor do livro que

teve seu ministério ao povo de

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Israel no cativeiro babilônico - 1:1–

48.35);

Líderes de Israel (levou o povo de

Israel para a idolatria – 7.26–8.12;

9.5–6; 11; 14.1–3; 20.1–3; 22.23–29);

Esposa de Ezequiel (mulher

anônima cuja morte simbolizou a

futura destruição do templo amado

de Israel – 24.15–27);

Nabucodonosor (rei da babilônia

usado por Deus para conquistar Tiro,

Egito e Judá – 26.7–14; 29.17–

30.10).

Esboço:

Julgamento (1-32)

Comissão (1-3)

Jerusalém (4-24)

Nações (25-32)

Restauração (33-48)

Mensagem: A manifestação universal da

glória de Yahweh virá quando Jerusalém for

humilhada com destruição e cativeiro, e

depois restaurada como habitação da glória

de Yahweh quando Ele obtiver vitória

máxima contra Seus inimigos e julgar o

pecado de todas as nações.

DANIEL

Daniel foi levado com alguns jovens

importantes e nobres de Judá para a

Babilônia, por ocasião do primeiro cerco de

Nabucodonosor ao reino de Judá, no ano

606 a.C.

Ele viveu praticamente toda a vida na

Babilônia, pois com aproximadamente 90

anos, assistiu à volta dos judeus para

Jerusalém, mas ele, já muito idoso,

permaneceu por lá.

Nestes setenta anos de cativeiro para os

judeus, e de vida profética para Daniel, ele

assistiu a ascensão e a queda de grandes

impérios, sendo este o tema de suas

mensagens, as quais revelam a soberania

de Deus sobre as nações e antecipam

muito do calendário histórico de reinos

gentios conforme Deus lhe mostrou.

A história de Daniel começa aos 16

anos, quando ele chegou cativo na

Babilônia. No ano seguinte,

Nabucodonosor teve um sonho e somente

Daniel conseguiu interpretá-lo.

Por causa da interpretação deste

sonho, Daniel foi colocado como

governador da Província da Babilônia.

No capítulo 5 de Daniel, já temos

Belsazar no trono babilônico (Belsazar é

neto de Nabucodonosor).

Houve uma grande festa, onde os

utensílios usados foram os do templo do

Senhor, carregados quando Jerusalém foi

invadida. Nesta festa, o Senhor escreveu

na parede, e Daniel, com 82 anos, foi

chamado para interpretar, anunciando o fim

do império babilônico e sua derrota para os

medos e persas. Dario, o medo, foi deixado

no trono enquanto Ciro, o persa,

prosseguiu com suas conquistas.

Por causa de um decreto, Dario foi

obrigado a lançar Daniel, com 83 anos, na

cova dos leões. Daniel foi libertado e

continuou a gozar de prestígio entre os reis

medo-persas.

Autor: Daniel. Existem diversas

referências internas e externas que indicam

Daniel como o autor do livro (8.15, 27; 9.2;

10.2, 7; 12.4–5; Ezequiel 14.14, 20; 28.3;

Mateus 24.15). O nome Daniel significa

“Deus é meu juízo”.

Daniel, um jovem (adolescente) de uma

família nobre judia, foi capturado e levado

de Israel para a Babilônia. Daniel exaltou

com sucesso a Deus no cativeiro por sua

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integridade e serviço. Ele rapidamente

emergiu para a posição de governante real e

serviu como conselheiro para reis e um

profeta de Deus em dois impérios mundiais

(Babilônico, 2.48; e Medo-Persa, 6.1-2).

Data da escrita: Antes de 530 a.C.,

durante o ministério de Daniel.

Personagens ilustres:

Daniel (também chamado de

Beltessazar;

israelita cativo

que se tornou

conselheiro real –

1.1–12.13);

Nabucodonosor

(grande rei da

Babilônia, ficou

temporariamente

insano por não

reconhecer a posição soberana de

Deus – 1.1–4.37);

Sadraque (também chamado

Ananias; judeu exilado, responsável

por cuidar da província da Babilônia;

salvo por Deus da fornalha – 1.7;

2.49; 3.8–30);

Mesaque (também chamado de

Misael; judeu exilado, responsável

por cuidar da província da Babilônia;

salvo por Deus da fornalha – 1.7;

2.49; 3.8–30);

Abede-Nego (também chamado de

Azarias; judeu exilado, responsável

por cuidar da província da Babilônia;

salvo por Deus da fornalha – 1.7;

2.49; 3.8–30);

Belsazar (sucessor de

Nabucodonozor como rei da

Babilônia, também usou Daniel como

intérprete - 5:1–30);

Dario (sucessor persa de Belsazar

como governante da Babilônia; seus

conselheiros o enganaram para

enviar Daniel para a cova dos leões

– 5.31–6.28).

Esboço:

A vida de Daniel (1)

História: O tempo dos gentios (2-7)

História: Israel (8-12)

Mensagem: A soberania divina sobre a

história garante a sobrevivência de Israel

como nação durante

o tempo em que, por

meio das nações

gentílicas, Yahweh

purifica Seu povo e

prepara Israel para

sua gloriosa

redenção na vinda e

no reinado do Filho

do Homem.

Aprendizados Práticos:

Tanto com o profeta Ezequiel quanto

com o profeta Daniel aprendemos muito

sobre comprometimento e fidelidade a

Deus.

No caso de Ezequiel, sua própria vida

era usada como ilustração daquilo que

Deus queria dizer ao seu povo. O caso

extremo foi a morte de sua esposa que

serviu de sinal para Judá na época que

Nabucodonosor sitiou Jerusalém (Ez 24.16-

24).

Aprendemos com Ezequiel que não são

as circunstâncias que determinam nossa

postura, mas, ao contrário, nossa postura

diante das circunstâncias revelam muito a

respeito de nossa maturidade espiritual.

Ezequiel era tão comprometido com Deus,

que mesmo com a morte de sua esposa,

ele continuou obedecendo a Deus até as

últimas consequências.

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E nós? Qual tem sido nossa postura

diante das circunstâncias? Será que nosso

comprometimento com Deus vai até as

últimas consequências ou quando um

ventinho qualquer nos balança e as coisas

não saem do nosso jeito logo abandonamos

o barco?

Com Daniel, e mesmo com a vida de

seus amigos Sadraque (Hananias), Mesaque

(Misael), Abede-Nego (Azarias),

aprendemos a permanecermos fiéis e não se

corromper mesmo debaixo de pressões e

ameaças. Esses servos de Deus, ainda

jovens e em seu primeiro ano cativos na

Babilônia, decidiram não se corromper com

as finas iguarias do rei.

Mais tarde Sadraque, Mesaque e Abede-

Nego permaneceram firmes e fiéis a Deus e

decidiram não se curvar diante de outro deus

mesmo que tivessem que morrer lançados

em uma fornalha.

Por fim o próprio Daniel foi lançado em

uma cova com leões por permanecer fiel ao

único Deus verdadeiro.

Será que esta tem sido nossa postura

diante das pressões? Quando nossos

“amigos” nos pressionam para irmos a festas

e experimentarmos bebidas e outras drogas,

permanecemos fiéis, ou logo nos

corrompemos? Quando a nós é oferecido a

imoralidade e promiscuidade, o sexo fácil,

permanecemos fiéis, ou logo sucumbimos?

Fidelidade e comprometimento são

marcas do caráter cristão. Ou você tem, ou

você não tem!

Exercícios propostos

1. Durante a leitura de Ezequiel é difícil

decidir algumas vezes se a linguagem que

o profeta usa é descritiva de um evento

literal ou simbólica de uma ideia ou

princípio. Podemos usar alguns exemplos

em Ezequiel para demonstrar a diferença?

2. Existe alguma contradição entre 18:1-20,

em que a responsabilidade individual pelo

pecado é enfatizada, e 21:1-7, em que

Deus aplica o julgamento para tanto o

“justo e o ímpio” (versículo 4)?

3. Como entender o novo templo e sacrifícios

nos capítulos 40-48?

4. Quais foram as interpretações dadas por

Daniel para as visões da estátua (cap. 2),

dos animais selvagens (cap. 7), do

carneiro e do bode (cap. 8)?

5. Em que período e sob que reis profetizou?

Textos Bíblicos para Devocional

Domingo: O chamado do profeta – Ez 2 e

3.1-15;

Segunda: O Atalaia – Ez 3.16-27;

Terça: Israel é restaurada – Ez 36;

Quarta – Daniel decide pela pureza e

santidade – Dn 1;

Quinta – Auxílio na provação – Dn 3

Sexta – Na cova dos leões – Dn 6;

Sábado – A oração de Daniel – Dn 9.

* As informações contidas nesta apostila são uma síntese e adaptação das informações

contidas no livro Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, do professor Carlos

Osvaldo C. Pinto, e da Apostila de Síntese do Antigo Testamento do Seminário Bíblico

Palavra da Vida.

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Esboço de Ezequiel

Foco Comissão de

Ezequiel

Juízo

sobre

Judá

Juízo

sobre os

Gentios

Restauração de

Israel

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1.1

1.28

2.1

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4.1

24.27

25.1

32.32

33.1

39.29

40.1

48.35

Tópicos

Antes do Cerco

(592-587 a.C.)

Durante o

Cerco

(586 a.C.)

Depois do Cerco

(585-570 a.C.)

Queda de Judá Inimigos

de Judá Futuro de Judá

Local Babilônia

Esboço de Daniel

Foco História de

Daniel Plano Profético para os Gentios

Plano Profético para

Israel

Div

isõ

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7.1

7.28

8.1

8.27

9.1

9.27

10.1

12.13

Tópicos

Antecedentes

de Daniel Daniel Interpreta Sonhos de Outros

O Anjo Interpreta os

Sonhos de Daniel

Hebraico Aramaico Hebraico

Local Babilônia/Pérsia

Tempo c. 605-536 a.C.

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FONTES DE CONSULTA

Bíblia de estudo NVI. São Paulo: Editora Vida, 2003. Apostila de Síntese do Antigo Testamento, SBPV, 2009. LASOR, W. S.; HUBBARD, D. A.; BUSH, F. W. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova,1999. LAWRENCE, P. Atlas histórico e geográfico da Bíblia. Barueri, SP: SBB, 2008. PINTO, C. O. C. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008. JUNIOR, Angelo Gagliard. Panorama do Velho Testamento. 2ª Ed. Editora Sepal. São Paulo-SP, 2000. HOUSE, Paul R. Teologia do Antigo Testamento. Editora Vida Nova. São Paulo-SP, 2005. ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Editora CPAD. Rio de Janeiro-RJ, 2009.