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11 RESUMO A produção de biomassa e sobrenadante de óleo essencial de erva-cidreira [Lippia alba (Mill) N. E. Brown] pode variar de acordo com fatores endógenos e exógenos. A partir do conhecimento destes fatores aliados à planta é possível se maximizar a produção do óleo essencial e uniformizar a concentração dos constituintes de interesse. Diante destes aspectos, o presente trabalho foi proposto considerando a importância do sobrenadante de óleo essencial e as características de adaptação a diferenciados ambientes de L. alba, tendo em vista a carência de resultados de pesquisa referentes a esta espécie, considerando-se, ainda o seu elevado potencial de produção em grande escala, no estado do Tocantins. Desta forma, foram conduzidos quatro experimentos nos quais estudou-se a produção de sobrenadante de óleo essencial (teor e rendimento por planta) e de massa desidratada de folhas da espécie em foco, comparando-se, para estas variáveis, os três quimiotipos; quatro acessos provenientes de diferentes municípios do estado do Tocantins; seis horários de colheita; e, cinco idades da planta. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com três repetições, cujas parcelas totalizavam 24 plantas, sendo consideradas úteis as oito plantas centrais. Constatou-se que não houve diferença significativa entre os três quimiotipos para as três variáveis estudadas nas condições edafoclimáticas de Gurupi. Apesar de não ter havido diferença de massa desidratada de folhas entre os quatro acessos, aqueles provenientes de Gurupi e Cariri foram superiores aos acessos de Figueirópolis e Alvorada, quanto ao teor e rendimento do sobrenadante de óleo essencial por planta. Os maiores teores de óleo foram encontrados nos horários de corte de zero, quatro e oito horas da manhã, enquanto que o menor teor obtido foi no corte de meio dia. A massa desidratada de folhas foi crescente no período de 60 a 120 dias de idade das plantas, constatando-se maiores teores do sobrenadante de óleo essencial das plantas entre os 90 e 120 dias e o maior rendimento de óleo nas plantas de 120 dias de idade. Palavras chave: Lippia alba, rendimento, óleo essencial.

[Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

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RESUMO

A produção de biomassa e sobrenadante de óleo essencial de erva-cidreira

[Lippia alba (Mill) N. E. Brown] pode variar de acordo com fatores endógenos e

exógenos. A partir do conhecimento destes fatores aliados à planta é possível se

maximizar a produção do óleo essencial e uniformizar a concentração dos

constituintes de interesse. Diante destes aspectos, o presente trabalho foi proposto

considerando a importância do sobrenadante de óleo essencial e as características

de adaptação a diferenciados ambientes de L. alba, tendo em vista a carência de

resultados de pesquisa referentes a esta espécie, considerando-se, ainda o seu

elevado potencial de produção em grande escala, no estado do Tocantins. Desta

forma, foram conduzidos quatro experimentos nos quais estudou-se a produção de

sobrenadante de óleo essencial (teor e rendimento por planta) e de massa

desidratada de folhas da espécie em foco, comparando-se, para estas variáveis, os

três quimiotipos; quatro acessos provenientes de diferentes municípios do estado do

Tocantins; seis horários de colheita; e, cinco idades da planta. O delineamento

experimental foi o de blocos casualizados com três repetições, cujas parcelas

totalizavam 24 plantas, sendo consideradas úteis as oito plantas centrais.

Constatou-se que não houve diferença significativa entre os três quimiotipos para as

três variáveis estudadas nas condições edafoclimáticas de Gurupi. Apesar de não

ter havido diferença de massa desidratada de folhas entre os quatro acessos,

aqueles provenientes de Gurupi e Cariri foram superiores aos acessos de

Figueirópolis e Alvorada, quanto ao teor e rendimento do sobrenadante de óleo

essencial por planta. Os maiores teores de óleo foram encontrados nos horários de

corte de zero, quatro e oito horas da manhã, enquanto que o menor teor obtido foi

no corte de meio dia. A massa desidratada de folhas foi crescente no período de 60

a 120 dias de idade das plantas, constatando-se maiores teores do sobrenadante de

óleo essencial das plantas entre os 90 e 120 dias e o maior rendimento de óleo nas

plantas de 120 dias de idade.

Palavras chave: Lippia alba, rendimento, óleo essencial.

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ABSTRACT

The production of biomass and essential oil of lemon balm (Lippia alba (Mill)

N. E.Brown) varies according environments factors. Knowledge of these factors

combined with the plant as well as planting techniques is possible to obtain high

yields; maintain the value of medicinal plants and standardization of the

concentrations of constituents of interest. Considering these aspects, the present

work was proposed considering the importance of essential oil and the

characteristics of adaptation to different environments, the species Lippia alba, in

view of the lack of research results relating to this species, considering also the high

potential for large scale production in the state of Tocantins. So we studied the

production of essential oil of the species in focus in four experiments in which we

evaluated respectively, the three chemotypes, four accessions from different

municipalities of Tocantins, harvest time and plant age. Experimental the design was

a randomized complete block with three replications; the plots have 6 square meters

2m x 3m, with the spacing of 0.5 m X 0.5 m, totaling 24 plants. The plants were

propagated by cuttings in trays as substrate Plantimax, after these being brought to

the planting area. In conclusion, no significant difference among the three

chemotypes for the characteristics studied at conditions edaphoclimatic of Gurupi.

The fits of Cariri Gurupi and were superior to fits of Figueirópolis, the highest

contents of oil were found in the cutting times of zero, four and eight o'clock in the

morning and theolder the plant the higher the yield of essential oil.

Keywords: Lippia alba, yield, essential oil.

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1 INTRODUÇÃO

Desde as primeiras civilizações, as plantas com propriedades medicinais são

utilizadas como fitoterápicos. A simples observação dos recursos naturais com

propriedades terapêuticas deu início aos estudos e aplicações mais efetivas para a

população, principalmente a partir do século XVIII, com o surgimento de ciências

agregadas. Nos anos mais recentes, tem-se observado o aumento acentuado do

uso dessas plantas pela população em todo o mundo (LORENZI e MATOS, 2004).

E, segundo Camargo (2001), a tendência é de contínuo crescimento. Busca-se,

atualmente, o esclarecimento sobre os diversos efeitos terapêuticos de substâncias

ativas encontradas nas plantas medicinais e aromáticas, assim como o potencial de

outras ainda não catalogadas, visando atender às indústrias farmacêutica, de

cosméticos e de perfumaria.

As substâncias químicas responsáveis por tais efeitos são também ponto de

partida para a síntese de produtos químicos e farmacêuticos, mas os sintéticos são

muitas vezes inviáveis por apresentarem qualidade inferior aos produtos naturais.

Isso faz com que os produtos de fonte natural apresentem um maior interesse no

mercado. O potencial industrial de Lippia alba está associado às grandes facilidades

agronômicas apresentadas, como a rusticidade, a rapidez de colonização pela

propagação vegetativa, o vigor, a alogamia (fonte de variabilidade), e também por

vegetar e florescer o ano todo, além de apresentar ampla adaptação para os

diferentes ambientes de cultivo.

A fitoterapia é hoje no Brasil uma prática terapêutica incentivada pelo

Ministério da Saúde (BRASIL, 2007), devido à sua comprovada eficiência e baixo

custo operacional. No período de novembro de 2003 a outubro de 2006, o segmento

de fitoterápicos brasileiro faturou R$ 1,8 bilhões. Apenas em 2006, o comércio de

fitoterápicos alcançou 2,51% do mercado farmacêutico, valor equivalente a R$ 543

milhões (FREITAS, 2007). Apesar de as estatísticas divulgadas serem pouco

descritivas e imprecisas para o comércio referente a plantas medicinais, ainda é

possível notar, com clareza, a importância desses produtos para o Brasil,

principalmente quando com valor agregado.

O preço relativamente elevado dos produtos gerados com base em plantas

aromáticas e medicinais desperta o interesse dos agricultores e novos investidores

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de forma crescente. Entretanto, os mesmos encontram dificuldades para definir a

espécie, formas de manejo, épocas de plantio, colheita, etc. Assim, a demanda por

pesquisas as quais possam viabilizar o cultivo e a produção das principais espécies

aromáticas e medicinais torna-se de caráter fundamental para possibilitar a

exploração racional e sustentada dessa riqueza natural que o país possui.

A erva-cidreira [Lippia alba (Mill.) N. E. Brown], pertencente à família

Verbenaceae, e uma das espécies de real importância farmacológica, sendo

utilizada em diversos programas de fitoterapia, sendo largamente utilizada no Brasil

devido às propriedades calmante, espasmolítica suave, analgésica, sedativa,

ansiolítica e levemente expectorante (MATTOS et al., 2007).

As propriedades aromáticas de L. alba vêm despertando o interesse das

indústrias de cosméticos e de perfumes. O linalol, por exemplo, é um monoterpeno

alcóolico extensivamente utilizado na fabricação de importantes perfumes, de

cosméticos e aromatizantes. Atualmente, a fonte natural dessa substância provém

da madeira do pau-rosa, árvore considerada em extinção, existindo outras fontes

naturais facilmente agricultáveis, como a L. alba, apresentando rendimentos até

superiores. A pureza do linalol de L. alba, fator que qualifica o óleo, já foi analisada

por Lorenzi et al. (2004).

O presente trabalho foi proposto considerando a importância do

sobrenadante de óleo essencial e as características de adaptação a diferenciados

ambientes, da espécie Lippia alba, tendo em vista a carência de resultados de

pesquisa referentes a esta espécie, considerando-se, ainda, o seu elevado potencial

de produção, em grande escala, no Estado do Tocantins. O objetivo deste trabalho

foi avaliar o efeito do horário de colheita, idade da planta e de acessos de erva

cidreira na produção do seu óleo essencial.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A família Verbenaceae

A família Verbenaceae, juntamente com outras 20 famílias do grupo das

asterídeas, constituem a ordem Lamiales (JUDD, 1999; SOUZA e LORENZI, 2005).

Nesta ordem estão incluídas importantes plantas aromáticas, como lavândula,

jasmim, menta, basílico, alecrim, verbena entre outras. Esta família possui 36

gêneros e 1000 espécies com distribuição tropical, principalmente nos neotrópicos.

No Brasil, ocorrem 17 gêneros e cerca de 250 espécies, sendo 33 delas ocorrentes

no cerrado. As espécies desta família possuem diversos hábitos, variando de

arbustos, ervas, e até menos frequentemente, árvores e lianas (METCALFE e

CHALK, 1950; SANO e ALMEIDA, 1998; JUDD, 1999; SOUZA e LORENZI, 2005).

Dentre as verbenáceas, encontram-se espécies ornamentais comumente

cultivadas como, por exemplo, Duranta repens e Lantana camara, espécies

invasoras de culturas e espécies aromáticas e medicinais como as pertencentes ao

gênero Lippia (SOUZA e LORENZI, 2005).

As plantas desta família apresentam caule quadrangular ou poligonal,

densamente pubescente, com tricomas não secretores e tricomas secretores. As

folhas são opostas, raramente verticiladas, anfiestomáticas ou hipoestomáticas,

simples, com margem serreada, às vezes lobada. Não possuem estípulas e algumas

espécies apresentam nectários extraflorais. O limbo pode variar de dorsiventral a

isobilateral. As folhas, assim como o caule, são densamente pubescentes. As flores

são pouco vistosas e estão reunidas em cachos terminais ou axilares. São

bissexuais, zigomorfas e diclamídeas. O cálice é tubular, pentâmero e gamossépalo

e a corola pentâmera, gamopétala e bilabiada. Apresentam estames didínamos

adnados à corola e ovário súpero bicarpelar. Os frutos da maioria das espécies são

drupáceos, sendo que apenas nas espécies de Verbena estes são esquizocarpos

(METCALFE e CHALK, 1950; JUDD, 1999; SOUZA e LORENZI, 2005).

A presença de tricomas secretores é uma característica marcante em

Verbenaceae e segundo Metcalfe e Chalk (1950), estes tricomas são de dois tipos:

capitados com cabeça pequena composta de uma ou um pequeno número de

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células e pedicelo com comprimento variável; e tricomas peltados com haste curta e

cabeça multicelular em forma de disco.

2.1.1 O gênero lippia

Lippia Houst., primeiramente descrito em 1753 por Linnaeu, é um gênero

nativo da família Verbenaceae, que inclui ervas, arbustos e pequenas árvores.

Possui cerca de 200 espécies, a maioria concentrada no Brasil, Paraguai e

Argentina, havendo poucas espécies endêmicas da África. No Brasil, ocorrem cerca

de 150 espécies distribuídas em áreas de cerrados, e montanhas altas e campos

rupestres de Minas Gerais e Bahia (PASCUAL et al., 2001; SALIMENA, 2002; LEAL

et al., 2003; PIMENTA et al., 2007).

Muitas espécies deste gênero são utilizadas em programas fitoterápicos e de

complementação alimentar no Brasil, sendo Lippia alba (Mill.) N. E. Brown e L.

sidoides Cham. As espécies mais conhecidas e estudadas sob o ponto de vista

químico e agronômico (PASCUAL et al., 2001; LEAL et al., 2003; DUARTE et al.,

2005). L. alba, conhecida popularmente como Lippia alba brasileira ou falsa melissa,

é consumida na forma de chás como digestiva, macerada para dores de dente e na

forma de banhos como febrífuga. As atividades antifúngica, bactericida e analgésica

dos óleos produzidos por esta espécie foram comprovadas com testes

farmacológicos. (PASCUAL et al., 2001; AGUIAR e COSTA, 2005).

A espécie Lippia alba, originária da América do Sul, também ocorre no Brasil

e é uma das mais estudadas do gênero Lippia que é da família Verbenaceae, é

plantada e usada em todo Brasil por suas propriedades analgésica,

antiespasmódica, calmante, sedativa e citostática, e seus efeitos terapêuticos já

foram comprovados cientificamente (MING, 1992).

No Brasil, quase todas as plantas medicinais não são cultivadas e se

encontram em estado totalmente selvagem, crescendo espontaneamente, a

exemplo da L. alba, o que desperta o interesse por estudos de qualquer natureza

que possam trazer benefícios à exploração comercial das mesmas . No caso da L.

alba, o seu potencial agroindustrial está associado às grandes facilidades

agronômicas que ela apresenta, ou seja, rusticidade, rapidez de colonização,

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propagação vegetativa, alogamia, plasticidade fenotípica além de vegetar e florescer

o ano todo. O seu melhoramento genético pode resultar em produto com

sustentabilidade na exploração comercial e, ainda, se consolidar como mais uma

espécie para agricultura familiar (YAMAMOTO, 2006).

2.1.2 Importância econômica da Lippia alba

A Lippia alba é utilizada em forma de chás, macerada, em compressas,

banhos ou extratos alcoólicos, por causa de suas propriedades farmacológicas

devidas aos seus constituintes ativos, dentre eles o Sobrenadante de óleo essencial

(JULIÃO et al. 2003). Possui diversos nomes populares, como chá-de-tabuleiro,

cidrila, erva-cidreira-de-arbusto, alecrim-selvagem, cidreira-brava, falsa-melissa,

erva-cidreira, erva-cidreira-brasileira, erva-cidreira-do-campo, cidreira carmelitana,

salva, salva-do- Brasil, salva-limão, alecrim-do-campo, salva-brava, sávia

(TAVARES et al., 2005). É usada tradicionalmente como analgésica,

antiinflamatória, antipirética, sedativa, tempero culinário, remédio para diarréia e

disenteria, tratamento de doenças cutâneas, remédio para perturbações

gastrointestinais, tratamento de doenças hepáticas, remédio para desordens

menstruais, antiespasmódica, tratamento de doenças respiratórias, sífilis e gonorréia

(PASCUAL et al., 2001). Atualmente a L. alba é uma planta promissora para as

indústrias farmacêutica, de aromáticos e perfumes e também pode ser indicada para

indústrias de químicos agrícolas, devido às suas comprovadas propriedades

antifúngica, inseticida e repelente (YAMAMOTO et al., 2008).

Do ponto de vista sócio-econômico, a venda de plantas medicinais, como

por exemplo, Lippia alba, constitui uma importante fonte de renda para os coletores

e comerciantes. Por outro lado, conservação dos recursos de importância medicinal

usados popularmente gera questões relevantes com respeito à sustentabilidade do

comércio formado em torno destes. Algumas das espécies usadas na medicina

popular encontram-se ameaçadas de extinção (PEREIRA-FILHO, 2007).

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2.1.3 Comercialização dos óleos essenciais de plantas

O tratamento das enfermidades humanas a partir de plantas medicinais, ou

seus derivados, é uma prática antiga e que atualmente encontra-se em expansão

por todo o mundo. Calcula-se que, no ano 2000, os produtos a base de plantas

medicinais movimentaram cerca de 30 bilhões de dólares (ENGELKE, 2003). A

fitoterapia tem ressurgido como uma opção medicamentosa bem aceita e acessível

aos povos do Mundo, e no caso do Brasil, é adequada para as necessidades locais

de centenas de municípios brasileiros no atendimento primário à saúde (ELDIN e

DUNFORD, 2001).

A expansão da fitoterapia pode ser atribuída a diversos fatores tais como os

efeitos adversos de fármacos sintéticos, a preferência dos consumidores por

tratamentos “naturais”, a validação científica das propriedades farmacológicas de

espécies vegetais, o desenvolvimento de novos métodos analíticos colocados à

disposição do controle de qualidade, o desenvolvimento de novas formas de

preparações e administrações de produtos fitoterápicos, o melhor conhecimento

químico, farmacológico e clínico das drogas vegetais e seus derivados, além do

menor custo, se comparado com os fármacos sintéticos (CAÑIGUERAL et al. 2003;

Vieira 2001). O Brasil possui uma farmacopéia popular muito diversa baseada em

plantas medicinais, resultado da miscigenação cultural envolvendo africanos,

europeus e indígenas, com introdução de espécies exóticas pelos colonizadores e

escravos. Além disso, o país possui a maior diversidade vegetal do planeta,

aproximadamente 55 mil espécies de plantas superiores (ENGELKE, 2003).

A segurança e a eficácia dos fitoterápicos dependem de diversos fatores e,

dentre estes, pode-se destacar a qualidade do produto comercializado. Segundo

Farias (2001), a eficácia é dada pela comprovação, por meio de ensaios

farmacológicos pré-clínicos e clínicos, dos efeitos biológicos preconizados para

esses recursos terapêuticos, e a segurança é determinada pelos ensaios que

comprovam a ausência de efeitos tóxicos.

No entanto, a má qualidade de um produto fitoterápico ou droga vegetal

pode vir a anular a sua eficácia e trazer riscos à saúde do consumidor. Melo et al.

(2004) enfatizam que a fraude e a má qualidade em fitoterápicos são motivos de

preocupação por parte dos profissionais da área de saúde e da comunidade

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científica, pois interferem na eficácia e segurança do produto. Devido a grande

demanda por produtos a base de plantas medicinais, conseqüência do significativo

aumento do interesse do público brasileiro por “terapias naturais”, faz-se necessário

investigar como esses produtos estão sendo oferecidos ao consumidor, de acordo

com a legislação específica e critérios estabelecidos cientificamente. As pesquisas

com esta orientação são escassas na região Nordeste (NASCIMENTO et al. 2005a;

CARVALHO et al. 2004; AMARAL et al. 2003), particularmente nos grandes centros

urbanos, como Recife, onde se observa um elevado comércio de produtos

medicinais de diversas formas (RAMOS et al. 2005; ALBUQUERQUE et al. 2007)

sem fiscalização efetiva da qualidade e garantias de eficácia e segurança.

2.2 Os óleos essenciais

Óleos essenciais são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas,

com baixo peso molecular, geralmente odoríferas e líquidas, constituídos, na maioria

das vezes, por moléculas de natureza terpênica. Comumente apresentam odor

agradável e marcante. São freqüentemente extraídos das partes vegetais através de

arraste à vapor d’ água, hidrodestilação ou expressão de pericarpo de frutos cítricos,

havendo, porém, outros métodos de extração, como a enfleurage ou enfloração,

extração por CO supercrítico (muito utilizado na indústria) e por solventes orgânicos

apolares (não apresentam valor comercial) (BLANK., 2006).

Em temperatura ambiente apresentam aspecto oleoso, tendo como principal

característica a volatilidade. Isto os diferencia dos óleos fixos, que são misturas de

substâncias lipídicas, geralmente provenientes de sementes, como, por exemplo,

óleo de rícino, manteiga de cacau e óleo de linhaça. Apresentam-se, geralmente,

incolores ou levemente amarelados, com sabor ácido e picante, pouco estáveis em

presença de luz, calor e ar, além de serem pouco solúveis em água (SIMÕES e

SPITZER, 1999; SAITO e SCRAMIN, 2000).

A composição química dos óleos essenciais é determinada por fatores

genéticos, porém, outros fatores podem acarretar alterações significativas na

produção dos metabólitos secundários. De fato, os metabólitos secundários

representam uma interface química entre as plantas e o ambiente. Os estímulos

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decorrentes do ambiente, no qual a planta se encontra, podem redirecionar a rota

metabólica, ocasionando a biossíntese de diferentes compostos (BEZERRA et al.,

2008).

2.3 Os metabólitos secundários

Uma das características dos seres vivos é a presença de atividade

metabólica. O metabolismo nada mais é do que o conjunto de reações químicas que

ocorrem no interior das células. No caso das células vegetais, o metabolismo

costuma ser dividido em primário e secundário (ASHIHARA et al., 1996).

Entende-se por metabolismo primário o conjunto de processos metabólicos

que desempenham uma função essencial no vegetal, tais como a fotossíntese, a

respiração e o transporte de solutos. Os compostos envolvidos no metabolismo

primário possuem uma distribuição universal nas plantas. Esse é o caso dos

aminoácidos, dos nucleotídeos, dos lipídios, carboidratos e da clorofila (BRISKIN,

2000).

Em contrapartida, o metabolismo secundário origina compostos que não

possuem uma distribuição universal, pois não são necessários para todas as plantas

CUNNINGHAM, et al., 1998). Como conseqüência prática, esses compostos podem

ser utilizados em estudos taxonômicos (quimiossistemática).

Embora o metabolismo secundário nem sempre seja necessário para que

uma planta complete seu ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na

interação das plantas com o meio ambiente. Um dos principais componentes do

meio externo cuja interação é mediada por compostos do metabolismo secundário

são os fatores bióticos.

Desse modo, produtos secundários possuem um papel contra a herbívora,

ataque de patógenos, competição entre plantas e atração de organismos benéficos

como polinizadores, dispersores de semente e microorganismos simbiontes.

Contudo, produtos secundários também possuem ação protetora em relação a

estresses abióticos, como aqueles associados com mudanças de temperatura,

conteúdo de água, níveis de luz, exposição a UV e deficiência de nutrientes minerais

(UEFUJI et al., 2003).

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Existem três grandes grupos de metabólitos secundários: terpenos,

compostos fenólicos e alcalóides (Figura 1). Os terpenos são elaborados a partir do

ácido mevalônico (no citoplasma) ou do piruvato e 3-fosfoglicerato (no cloroplasto).

Os compostos fenólicos são derivados do ácido chiquímico ou ácido mevalônico. Por

fim, os alcalóides são derivados de aminoácidos aromáticos (triptofano, tirosina), os

quais são derivados do ácido chiquímico, e também de aminoácidos alifáticos

(ornitina, lisina) (WINKEL-SHIRLEY, et at., 2001).

Figura 1. Principais vias do metabolismo secundário e suas interligações.

Fonte: Metabolismo Secundário (Lázaro E. P. Peres)

Pode se dizer que as plantas possuem dois tipos básicos de polímeros: os

ácidos nucléicos (DNA e RNA) e as proteínas. Contudo, existe uma terceira classe

de compostos que se assemelham aos polímeros. Trata-se dos terpenos. Na

verdade, cada unidade básica dos terpenos é composta por uma molécula de cinco

carbonos denominada isopreno ou isopentenilpirofosfato. Desse modo, os terpenos

são classificados de acordo com o número de unidades de isopreno que entram na

sua composição (Quadro 1).

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Quadro – 1. Principais terpenóides encontrados nas plantas.

ISOPRENOS ÁTOMOS DE C NOME EXEMPLOS1 5 ISOPRENO CADEIA LATERAL das

CITOCININAS2 10 MONOTERPENO PIRETRÓIDES e ÓLEOS

ESSENCIAIS3 15 SEQUITERPENO ABA e LACTONAS4 20 DITERPENO GIBERELINAS e TAXOL6 30 TRITERPENO ESTERÓIDES e

SAPONINAS8 40 TETRATERPENO CAROTENÓIDESN N POLISOPRENO BORRACHA

Fonte: (Djerassi, 1970)

Como pode ser observado no Quadro 1, alguns dos compostos vegetais

importantes são terpenos ou possuem derivados de terpenos em partes de sua

molécula. Dentre esses compostos, encontram-se algumas das principais classes de

hormônios vegetais como, por exemplo, a Giberelina, Auxina (GILBERT, et al.,

2001).

Como mencionado anteriormente, os terpenos são montados por meio da

justaposição sucessiva de unidades de cinco carbonos denominadas

isopentenilpirofosfato (IPP). O IPP é derivado do ácido mevalônico ou mevalonato e

dá origem a todos os outros terpenos (Figura 2). Contudo, é necessário salientar

que, enquanto os monoterpenos (C10), sesquiterpenos (C15) e diterpenos (C20) são

montados pela adição de uma molécula C5 de cada vez, os triterpenos (C30) são o

resultado da junção de duas moléculas C15 (FPP) e os tetraterpenos de duas

moléculas C20 (GGPP) (GIULIANO et al., 2000).

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Figura 2. Biossíntese dos terpenos. Fonte: Metabolismo Secundário Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz(Lázaro E. P. Peres).

A junção de duas unidades de isopreno ou isopentenilpirofosfato (IPP) forma

o geranilpirofosfato (GPP), o qual é precursor dos monoterpenos. A adição de mais

um IPP gera o farnesilpirofostato (FPP), o qual origina os sesquiterpenos. A adição

de mais um IPP a um FPP origina o geranilgeranilpirofosfato (GGPP), sendo este o

precursor dos diterpenos. A junção de dois FPPs dá origem aos triterpenos. De

modo semelhante, são precisos dois GGPPs para obtermos um tetraterpeno

(PERES, 2008).

Os monoterpenos, devido ao seu baixo peso molecular, costumam ser

substância voláteis, sendo portanto denominados óleos essenciais ou essências.

Contudo nem todos os óleos voláteis são terpenóides; alguns podem ser compostos

fenólicos (fenilpropanóides). Os monoterpenos podem ocorrer em pêlos glandulares

(Lamiaceae), células parenquimáticas diferenciadas (Lauraceae, Piperaceae,

Poaceae); canais oleíferos (Apiaceae) ou em bolsas lisígenas ou esquizolisígenas

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(Pinaceae, Rutaceae) (Peres, 2008). Podem estar estocados em flores (laranjeira),

folhas (capim-limão, eucalipto, louro) ou nas cascas dos caules (canelas), madeiras

(sândalo, pau-rosa) e frutos (erva-doce).

A função dos óleos essenciais nas plantas pode ser tanto para atrair

polinizadores (principalmente os noturnos) quanto para repelir insetos (pragas).

Entre o primeiro grupo, está o limoneno, o citral e a carvona, onde os memos estão

dispostos na Figura 3 abaixo. Esses compostos são inseticidas naturais derivados

do cravo-de-defunto (Chrysanthemum spp). A volatilidade desse inseticida tem sido

bastante útil para o desenvolvimento dos conhecidos inseticidas domésticos para

repelir pernilongos (PERES, 2008).

Figura 3. Estrutura da Carvona, Citral e Limoneno (Peres, 2009).

Muitos sesquiterpenos também são voláteis e, assim como os

monoterpenos, estão envolvidos na defesa contra pragas e doenças. Dois exemplos

são o gossipol (dímero de C15), o qual está associado à resistência a pragas em

algumas variedades de algodão, e as lactonas, presentes na família Compositae e

responsáveis pelo gosto amargo de suas folhas. Alguns sesquiterpenos são

considerados fitoalexinas, como a rishitina de tomateiro. Contudo, a maior parte das

fitoalexinas é, na verdade, compostos fenólicos (isoflavonóides) (GRUSAK et al.,

2000).

Os diterpenos normalmente estão associados às resinas de muitas plantas.

Um exemplo é a resina cicatrizante de Hymenaea courbaril. Contudo, talvez o

principal papel desempenhado por um diterpeno seja o das giberelinas, as quais são

importantes hormônios vegetais responsáveis pela germinação de sementes,

alongamento caulinar e expansão dos frutos de muitas espécies vegetais

(DJERASSI, 1970).

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Entre os triterpenos está uma importante classe de substâncias, tanto para

vegetais quanto para animais. Trata-se dos esteróides, os quais são componentes

dos lipídios de membrana e precursores de hormônios esteróides em mamíferos

(testosterona, progesterona), plantas (brassinoesteróides) e insetos (ecdiesteróides)

(Peres, 2008).

Outra classe importante de triterpenos são as saponinas. Como o próprio

nome indica, estas são prontamente reconhecidas pela formação de espuma em

certos extratos vegetais, sendo semelhantes ao sabão porque possuem uma parte

solúvel (glicose) e outra lipossolúvel (triterpeno). Nas plantas, desempenham

importante papel na defesa contra insetos e microorganismos. Isso pode ocorrer de

diversos modos. Um deles é a complexação das saponinas com esteróides dos

fungos, tornando-os indisponíveis (OGITA et al., 2003).

As plantas também podem desenvolver saponinas como análogos de

hormônios esteróides de insetos. Esses análogos, denominadas fitoecdisonas,

interferem no desenvolvimento dos insetos, tornando-os estéreis. Há inclusive a

possibilidade de sintetizar hormônios animais a partir de saponinas. Isso tem

ocorrido com a saponina diosgenina, derivada de Dioscorea macrostachya, para

produção industrial da progesterona (Fig. 4). A produção industrial de hormônios

animais a partir de saponinas vegetais causou uma significativa mudança no

comportamento da sociedade contemporânea, pois foi a base da produção dos

anticoncepcionais (DJERASSI, 1970).

Outro triterpeno que tem mudado o comportamento da sociedade, ou pelo

menos seus hábitos alimentares é o colesterol. Embora o colesterol seja um

importante componente de membrana e precursor de hormônios esteróides, sua

acumulação tem sido associada às doenças cardíacas. Tal constatação fez com que

a população passasse a buscar alimentos com baixos níveis desses compostos. É

comum encontrarmos em diversos produtos de origem vegetal, tais como óleos,

azeites e margarinas, a indicação de que eles não contém colesterol. Nem poderia

ser diferente, já que as plantas normalmente acumulam pouco colesterol devido a

ação da enzima esterol metiltransferase. Essa enzima adiciona metil ou etil ao

carbono 24 dos esteróides levando à acumulação de outros esteróides (sitosterol,

campesterol) e não do colesterol, pois esse último não possui CH3 no carbono 24

(DIENER et al., 2000).

Page 16: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

26

Figura 4. Estrutura química da saponina diosgenina e do hormônio esteróide progesterona (PERES, 2009).

Outras saponinas que merecem destaque são a azadiractina, uma saponina

do tipo limonóide presente no neem (Azadirachta indica), a tomatidina (um alcalóide

esteroidal), a glicirrizina presente no alcaçuz (Glycyrrhiza blabra) e o protopanaxodiol extraído do ginseng (Panax ginseng). Embora essas saponinastenham sido desenvolvidas pelas plantas para sua proteção, elas vêm sendo utilizadas pelo homem em diferentes aplicações, como inseticidas naturais (azadiractina) e remédios (protopanaxodiol e glicirrizina) (PERES, 2009).

Os tetraterpenos mais conhecidos são os carotenos e as xantofilas. Esses

compostos lipossolúveis desempenham um importante papel tanto nas plantas

quanto nos animais. Nas plantas, basta dizer que os carotenóides fazem parte das

antenas de captação de luz nos fotossistemas. Sem os carotenóides não haveria,

portanto, a fotossíntese. Além disso, esses compostos são importantes antioxidantes

e dissipadores de radicais livres gerados pela fotossíntese. Embora os vertebrados

não sejam capazes de sintetizar carotenóides, esses compostos desempenham

importantes funções no metabolismo animal. Além de o betacaroteno ser precursor

da vitamina A (retinal), outros carotenóides, como o licopeno, são importantes

dissipadores de radicais livres nos animais (PERES, 2008).

Por fim, o último grupo de terpenóides é composto pelos polisoprenos. Entre

esses compostos está a borracha: um terpeno formado por 1.500 a 15.000 unidades

de isopreno. A borracha está presente no látex de diversas plantas, sendo a mais

importante a seringueira (Hevea brasiliensis) (PERES, 2008).

Page 17: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

27

2.4 Influência dos fatores abióticos na produção e rendimento de sobrenadante de óleo essencial de Lippia alba

Dentre tais fatores, podem-se ressaltar as interações planta/

microrganismos, planta/insetos e planta/ planta; idade e estádio de desenvolvimento,

fatores abióticos como luminosidade, temperatura, pluviosidade, nutrição, época e

horário de colheita, bem como técnicas de colheita e pós–colheita. É válido ressaltar

que estes fatores podem apresentar correlações entre si, não atuando isoladamente,

podendo exercer influência conjunta no metabolismo secundário.

Em estudos de campo e com plantas anuais, os efeitos da sazonalidade

podem ser confundidos com alterações metabólicas, sob controle do processo de

desenvolvimento hormonal, controlado pela planta, devendo assim ser considerados

em conjunto (BLANK AF et al., 2005).

2.4.1 Temperatura e luminosidade

A temperatura e a luminosidade apresentam papel relevante na fotossíntese,

pois a interação destes fatores poderá garantir o ambiente ideal para o processo

fisiológico (SOUZA et al., 2008). Apesar de as espécies terem se adaptado ao seu

habitat natural, os vegetais são capazes de resistir a grandes variações de

temperatura. Estas variações são responsáveis pelas alterações na produção de

metabólitos secundários. Os óleos essenciais, na maioria das vezes, apresentam

aumento em seu teor quando as plantas produtoras se encontram em ambientes

com temperatura elevada, porém, em dias muito quentes, pode-se observar perda

excessiva dos mesmos.

A maior produção de metabólitos secundários sob altos níveis de radiação

solar são explicadas devido ao fato de que as reações biossintéticas são

dependentes de suprimentos de esqueletos carbônicos, realizados por processos

fotossintéticos e de compostos energéticos que participam da regulação dessas

reações (TAIZ e ZEIGER, 2004).

Page 18: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

28

2.4.2 Nutrição

De acordo com Corrêa Jr et al. (1994), Malavolta et, al., (1979) e Haag

(1987), as plantas superiores necessitam de energia solar, armazenadas na forma

de compostos de energia, como ATP e NADPH, CO, água, e de nutrientes. Hoje em

dia, são conhecidos dezessete elementos essenciais ao crescimento dos vegetais,

pois desempenham funções vitais no o desenvolvimento das plantas, sendo estes o

carbono, o oxigênio e o hidrogênio, provenientes do ar e da água, e os nutrientes:

nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre (macronutrientes), boro,

cloro, cobre, cobalto, ferro, manganês, molibdênio e zinco (micronutrientes). Todos

estes nutrientes provém do solo, com exceção do nitrogênio, que primeiramente,

passa pelo processo de fixação (MATTOS et al., 1996).

Segundo Martins et al. (1995), dentre todos os fatores que podem interferir

nos princípios ativos de plantas, a nutrição é um dos que requerem maior atenção,

pois o excesso ou a deficiência de nutrientes pode estar diretamente correlacionado

à variação na produção de substâncias ativas.

Segundo Martins et al. (1995) destas variações, o déficit de nitrogênio pode

provocar redução no teor de alcalóides em lobélia (Lobellia inflata), sendo observada

ação inversa para papoula (Papaver somniferum) e beladona (Atroppa belladona),

as quais apresentaram aumento no teor de morfina e atropina. O fósforo também

contribui para o aumento da concentração de atropina, assim como do

Sobrenadante de Óleos essênciaiss essenciais em coentro (Coriandrum sativum) e

funcho (Foeniculum vulgare), porém, o seu déficit no solo reduz a concentração de

cumarinas em chambá (Justicia pectoralis var stenophilla), tendo como efeito mais

prejudicial, a redução na produção de fitomassa, gerando uma redução na produção

global do princípio ativo. Corrêa Jr. et al. (1994), afirmam que a deficiência de

magnésio pode causar sensível diminuição na formação de princípios ativos, de

modo geral, devido à diminuição da clorofila e, conseqüentemente, da taxa de

fotossíntese.

Avaliando a influência da nutrição mineral no rendimento e composição do

Sobrenadante de óleo essencial de Ocimum basilicum (manjericão), Coriandrum

sativum L. (coentro), Antethum graveolens L. (endro) e Mentha piperita L. (menta),

Hornok (1983), relatou a ocorrência de variações e função dos quatro níveis de NPK

Page 19: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

29

utilizados (N: 0; 80; 160 e 240 kg/ ha; P: 0; 50; 100 e 150 kg/ha; K: 0; 60; 120 e 180

kg/ha). Com o aumento do nível de fósforo, houve um aumento no Sobrenadante de

Óleos essênciais essencial de menta e manjericão e redução no Sobrenadante de

Óleos essênciais essencial e de fitomassa de endro. O aumento dos níveis de

nitrogênio também incrementou o Sobrenadante de óleo essencial da menta e do

manjericão, ocorrendo, porém, redução no percentual de mentol e linalol. Ainda em

relação aos níveis de nitrogênio, os autores observaram aumento na produção de

biomassa verde de endro e coentro, mas não de sementes. Houve incremento nos

teores de mentol (em menta), linalol e estragol (no manjericão), à medida que os

níveis de potássio foram elevados

2.4.3 Horário de colheita

Ao longo do dia, pode-se observar que o aroma característico de cada planta

torna-se mais acentuado, sendo possível acreditar que a concentração de óleos

essenciais seja maior naquele período, ou que esteja ocorrendo alteração na

proporção relativa entre os componentes deste mesmo óleo essencial. Assim, o

horário de coleta das plantas torna-se um aspecto relevante na produção de óleos

essenciais.

A colheita torna-se o ponto crítico, pois se faz necessário que se defina o

momento ideal para a mesma. Todas as pesquisas na área de metabólitos

secundários de plantas medicinais deveriam ter como o principal objetivo, coincidir o

momento de maior expressão de princípio ativo, neste caso, dos óleos essenciais,

com o momento de maior rendimento de fitomassa, obtendo-se assim, o tão

esperado sucesso (NASCIMENTO et al., 2006).

Em ensaios realizados com Melissa officinalis, em dois horários de coleta,

Blank et al. (2005) concluíram que houve inversão no percentual de compostos

majoritários do óleo essencial, obtendo-se 49,0% de neral e 34,4% de geranial às

9h, e 34,1% e 50,8% às 15h para neral e geranial, respectivamente. Esta alteração

na composição do Sobrenadante de óleo essencial pode ocasionar respostas

diferenciadas em ensaios com fitopatógenos, pois, o composto responsável

Page 20: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

30

provavelmente pela atividade biológica, pode ter sua concentração no Sobrenadante

de óleo essencial alterada, devido a coletas em horários diferentes.

Nascimento et al (2006) verificaram o efeito do horário de corte sobre o

rendimento do Sobrenadante de óleo essencial de capim-limão (Cymbopogon sp.),

bem como sobre o teor de citral, componente majoritário do seu óleo essencial. Os

horários de corte pesquisados foram 7, 9, 11, 13, 15 e 17 horas. Houve diferença

estatística entre os horários, sendo o corte realizado às 7 h o que apresentou maior

rendimento (5,06 mL/kg). O maior percentual de citral ocorreu por ocasião do corte

realizado às 13 horas (91,7%), porém, este é o horário de menor produção de óleo

essencial.

Carvalho-Filho et al. (2006) investigaram a interferência do horário de coleta

(8h, 12h e 16h), associado à diferentes temperaturas de secagem (40° C, 50°C e

60°C), na composição do Sobrenadante de óleo essencial de folhas de manjericão

(Ocimum basilicum cultivar Fino Verde). Os compostos majoritários deste

Sobrenadante de óleo essencial são linalol e eugenol. Foi observado aumento na

concentração de linalol proveniente do Sobrenadante de óleo essencial extraído do

manjericão colhido às 16 horas e seco a 40º C, porém, a maior concentração de

eugenol foi observada no Sobrenadante de óleo essencial extraído de folhas

frescas, colhido às 16 horas. Estas alterações na composição química do

Sobrenadante de óleo essencial podem ser explicadas pela conexão entre a

variação de temperatura com a atividade metabólica das plantas.

2.4.4 Pós–colheita

A composição do Sobrenadante de óleo essencial sofre alterações durante

os processos de colheita e pós-colheita. Estas alterações ocorrem devido a

conversões espontâneas, que ocorrem continuamente, acarretando mudanças na

composição do óleo essencial. Com base nestes fatos, a comercialização torna-se

um problema, já que a composição do Sobrenadante de óleo essencial deve ser pré-

estabelecida como demanda de mercado (BEZERRA et al., 2008).

Carvalho-Filho et al (2006), pesquisaram o rendimento e a composição do

Sobrenadante de óleo essencial de Ocimum basilicum cultivar Fino Verde

Page 21: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

31

(manjericão) submetido a diferentes temperaturas de secagem. Folhas,

inflorescências e plantas frescas foram secas em estufa com circulação de ar

forçada, em períodos de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 13 e 16 dias após a colheita, ele

concluiu que a maior concentração de linalol, composto majoritário, foi obtida no

quinto dia de secagem (86,8%), quando comparada à composição do Sobrenadante

de óleo essencial extraído de material fresco (45,2%) Nas inflorescências, a maior

concentração do linalol ocorreu no décimo primeiro dia (92,6%), contrastando com o

material fresco (80,7%), o menor número de compostos do Sobrenadante de óleo

essencial de folhas foi observado a partir do quinto dia de secagem. Não

observaram a presença de cânfora na composição do Sobrenadante de óleo

essencial de inflorescências de O. basilicum cultivar Fino Verde, sendo este um fato

importante, já que este composto é importante na classificação aromática desta

espécie.Guimarães et al. (2008) investigaram a estabilidade do Sobrenadante de

óleo essencial de Cymbopogon citratus frente aos fatores luz e temperatura, visando

condições de armazenamento capazes de manter a qualidade final do óleo

essencial. Os componentes citral e mirceno sofreram degradação durante o período

de armazenamento de 120 dias, tanto em presença quanto em ausência de luz.

Com relação à temperatura, esta contribuiu para a degradação do mirceno, não se

observando mesmo para o citral. Isto demonstra que este composto não sofre

influência da temperatura no processo de degradação. Os autores concluíram que,

por ser o citral o composto majoritário do Sobrenadante de óleo essencial de C.

citratus, e de maior interesse pela indústria, o mesmo deve ser armazenado ao

abrigo da luz, não necessitando, porém, de temperaturas muito baixas.

De acordo com Solomons (2001), em presença de luz, compostos orgânicos

podem gerar radicais devido à quebra homolítica de reações químicas, que podem

reagir com outras moléculas, gerando novos radicais, bem como com o oxigênio

atmosférico, gerando peróxidos, hiper-peróxidos, que são compostos instáveis

capazes de serem transformados em novos radicais ainda mais reativos.

Page 22: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

32

2.4.5 Estádio de desenvolvimento

A idade e o estádio de desenvolvimento da planta podem influenciar não

apenas a quantidade total de metabólitos secundários produzidos, mas a proporção

relativa destes compostos. Tecidos mais jovens geralmente apresentam grande

atividade biossintética, aumentando a produção de vários compostos, dentre estes,

os óleos essenciais.

Silva et al. (2003), estudando a relação entre o estádio de desenvolvimento

e o Sobrenadante de Óleos essênciais essencial em plantas de Ocimum basilicum

encontraram maior produtividade na colheita realizada aos dez meses após o

plantio, em relação à colheita realizada aos cinco meses após o plantio.

Nemeth et al. (1993) estudando espécies selvagens de Achillea crithmifolia

sob diferentes condições ambientais e fases de desenvolvimento da espécie,

verificaram que a proporção de cânfora no Sobrenadante de óleo essencial

decresceu à medida que a planta avançou nas suas fases fenológicas, quando a

mesma se encontrava em tanto em ambiente quente ou frio. Para 1,8 - cineol, o

comportamento observado foi o contrário.

Tavares et al. (2005) analisaram o Sobrenadante de óleo essencial de três

quimiotipos de Lippia alba, provenientes de regiões diferentes, cultivados em

condições semelhantes, avaliando-se, dentre outros fatores, a influência do período

reprodutivo (floração) no rendimento e composição química dos óleos essenciais. A

extração foi realizada quando as plantas se encontravam em crescimento vegetativo

e durante a floração. A análise dos óleos essenciais mostrou que não houve

variação na composição do Sobrenadante de óleo essencial com relação aos

componentes majoritários (geranial e neral) nos dois estádios de desenvolvimento

da planta (análise qualitativa). Já a análise quantitativa destes elementos mostra que

a percentual de citral (geranial + neral), carvona e linalol sofreu uma ligeira

diminuição durante a época de floração, observando-se aumento no percentual do

limoneno. Os autores concluíram que a extração de Sobrenadante de óleo essencial

de L. alba para a obtenção de citral, carvona e linalol deve ser efetuada em plantas

em fase de crescimento vegetativo, estádio em que o rendimento do óleo e os teores

dos componentes majoritários são maiores. Sanda et al. (2001) verificaram que o

rendimento de Ocimum gratissimum em folhas frescas permaneceu relativamente

Page 23: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

33

constante, em torno de 0,16 %, durante 05 meses de cultivo. Até os 03 meses, p-

cimeno foi o principal constituinte (23,0%), enquanto nos dois últimos meses o timol

foi o constituinte majoritário (27-30%). Para O. basilicum, até o quarto mês o

Sobrenadante de Óleos essênciais foi 0,26 %, mas decresceu para 0,14 %, do

último mês de estudo. O principal constituinte foi o estragol que permaneceu

praticamente constante durante a pesquisa (81-83%) (VOIRIN et al., 1990).

2.4.6 Sazonalidade

A composição química e o Sobrenadante de Óleos essênciais essencial

podem sofrer alterações durante as estações do ano. Colheitas de Ocimum

gratissimum realizadas na Índia, durante a estação úmida e quente, proporcionaram

incremento na produção de fitomassa, quando comparadas às colheitas realizadas

no período mais frio e seco (Choudhury et al., 1986). Estudos realizados por Czepac

(1996), nos quais avaliaram-se as freqüências de corte de Mentha arvensis,

demonstraram que os menores rendimentos de fitomassa foram obtidos nos cortes

efetuados no inverno. Pesquisas avaliando o efeito da sazonalidade associada à

época de colheita na produção de fitomassa de L. alba, destacaram que os maiores

rendimentos foram obtidos nos cortes realizados na primavera e no verão, sendo os

menores obtidos no corte realizado no inverno (Castro, 2001).

Silva et al. (2005), com o objetivo de verificar a influência da época e do

horário de corte no rendimento e composição do Sobrenadante de óleo essencial de

manjericão (O. basilicum) realizaram cortes às 8h e 16 h, em agosto de 1999 e

janeiro de 2000. Os autores concluíram que a época de colheita influenciou o teor

final do óleo essencial, apresentando, o Sobrenadante de óleo essencial colhido em

janeiro, maior rendimento (2,26%) em relação ao Sobrenadante de óleo essencial

colhido em agosto (1,06%). Não houve influência do horário de corte em relação à

composição do óleo essencial, o qual apresentou, como compostos majoritários, o

eugenol e o linalol. Porém, observou-se redução do teor de linalol no corte efetuado

em janeiro (21,24%) quando comparado ao corte de agosto (25,03%).

Page 24: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

34

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área experimental

Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental de Pesquisa

(EEP), da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, localizada a 11°

43’ S e 49° 04’ N, a 278 m de altitude. O clima é do tipo B1wA’a’ úmido com

moderada deficiência hídrica, segundo a classificação climática de Köppen (1948). A

temperatura média anual é de 26 ºC, variando de 22 ºC a 32 ºC. A umidade relativa

média do ar é de 76% e chove, em média, 1804 mm anualmente.

O solo da área experimental é da classe Latossolo vermelho amarelo

distrófico, com textura média, cuja análise química e é apresentada na Tabela 1. Os

dados de precipitação pluviométrica e temperatura são apresentados no Quadro 2 e

os dados de radiação solar são apresentados na figura 5.

Tabela 1 - Análise química do solo coletado na área experimental na profundidade de 0-20 cm.

Profund.(cm)

pH P K Al3+ H + Al

Ca2+ Mg2+ SB T V MO

H2O mg dm-3 -----------------cmolc dm-3----------------- % g m-3

0-20 5,62 3,98 4,6 0,00 3,56 2,04 0,71 43,7 6,3 43,7 22,9

Page 25: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

35

Quadro 2. Dados de precipitação pluviométrica e temperatura do ano de 2011 em

Gurupi – TO.

Mês 2011 Mínima Máxima

JAN 243,2 21,6 31,0

FEV 233,6 21,9 31,4

MAR 259,8 22,4 31,4

ABR 114,0 21,9 32,1

MAI 97,8 20,6 32,7

JUN 8,2 17,7 32,8

JUL 0,0 17,6 33,5

AGO 0,0 18,3 34,9

SET 3,0 20,5 35,4

OUT 190,4 21,9 33,5

NOV 204,6 21,8 31,9

DEZ 206,1 21,7 31,1

ANUAL 123,1 21,7 31,1Fonte: Estação Climatológica da UFT - Campus de Gurupi.

Figura 5. Média da radiação solar anual em Gurupi – TO

Fonte: Estação Climatológica da UFT campus de Gurupi.

0 5000 10000 15000

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

MÉDIA

Page 26: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

36

3.2 Experimentos

Para se avaliar a produção do Sobrenadante de óleo essencial de Lippia

alba em resposta a alguns fatores ambientais, foram realizados quatro experimentos

de campo, no ano de 2011. O delineamento experimental de todos os experimentos

foi o de blocos ao acaso, com três repetições, com parcelas medindo 3 m x 2 m e

espaçamento entre plantas de 0,5 m x 0,5 m, contendo quatro linhas de seis plantas,

totalizando vinte quatro plantas por parcela. Em cada parcela, foram consideradas

como plantas úteis as quatro plantas centrais das duas linhas centrais, sendo todas

as outras plantas consideradas bordadura.

Na preparação das mudas, foram utilizadas estacas livres de patógenos.

Foram retiradas, das plantas matrizes, estacas com 20 cm de comprimento e três

gemas, e diâmetro superior a 0,5 cm. As mesmas foram colocadas para enraizar em

bandejas de isopor com substrato comercial Plantimax – R, por aproximadamente 30

dias, antes de serem plantadas definitivamente no campo. Os tratos culturais foram

realizadas manualmente com enxada de acordo com as necessidades, e durante o

período de estiagem foi realizada irrigação utilizando um turno de rega de três dias

utilizando o sistema tipo auto - propelido.

A colheita das folhas, em todas as avaliações, foi realizada sempre no

período da manhã entre 08h00min e 09h00min horas com exceção do experimento

03, que teve sua colheita escalonada de quatro em quatro horas durante 24 horas,

em horários específicos. Os ramos das plantas eram colhidos a 10(dez) cm do solo

e, imediatamente, retirada toda biomassa foliar, sendo acondicionada em sacos

plásticos e transferidos ao Laboratório de Eco fisiologia Vegetal da UFT- Campus de

Gurupi. A biomassa fresca foi pesada e depois secada em ambiente natural do

laboratório, com temperatura em torno de 26ºC, por 48 horas. Após este tempo de

secagem, pesava-se a biomassa desidratada das folhas.

Na parte laboratorial, foi avaliado somente o sobrenadante do hidrolato

liquido resultante da Hidrodestilação. Em cada parcela, eram amostradas 50 g de

folhas desidratadas, triturando-as manualmente. Em seguida, estas amostras eram

colocadas em balões de vidro de 1000 ml, adicionando-se 500 ml de água destilada,

o qual foi colocado sobre uma manta aquecedora e acoplado ao aparelho do tipo

Clevenger, para o procedimento de hidrodestilação do óleo. Após o período

Page 27: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

37

ininterrupto de 1 hora de destilação, anotava-se o volume do sobrenadante do

liquido resultante da hidrodestilação, e o cálculo do teor e rendimento foi feito pela

seguinte fórmula: (Teor = Volume (mL)/m(g) X 100) obtido em cada amostra na

escala milimétrica do condensador do clevenge de Acordo com a normativa proposta

pela AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY.

Cada experimento é descrito a seguir:

3.2.1 - Avaliação de três quimiotipos de Lippia alba: quimiotipos I, II e III. O

plantio no campo foi realizado em 03 (três) de fevereiro de 2011 e o tempo padrão

de colheita foi de 90 dias após o plantio a campo. As estacas para produção de

mudas foram retiradas do horto florestal da estação experimental do Campus de

Gurupi e colocadas para brotação em casa de vegetação em bandejas de isopor

utilizando substrato Plantimax sendo irrigada três vezes por dia até à brotação.

3.2.2 - Avaliação de quatro acessos de L. alba: procedentes dos municípios de

Gurupi, Cariri, Figueirópolis e Alvorada, todos situados no sul do Estado do

Tocantins. O plantio no campo foi efetuado em 26 de março de 2011e o tempo

padrão de colheita foi de 90 dias após o plantio a campo.As estacas para produção

de mudas foram retiradas em cada município e plantadas em bandejas de isopor

com substrato Plantimax em casa de vegetação localizada no Campus experimental

de Gurupi sendo irrigadas três vezes por dia até à brotação.

3.2.3 - Avaliação do horário de colheita: 0, 4, 8, 12, 16 e 20 horas. O plantio no

campo foi realizado em 03 de fevereiro de 2011e a idade padrão de colheita foi de

90 dias após o plantio a campo. O quimiotipo escolhido para o plantio foi o QII

(quimiotipo dois) em virtude da falta de material suficiente dos outros quimiotipos I e

III. As estacas para produção de mudas foram retiradas do horto florestal da estação

experimental Campus de Gurupi e plantadas em bandejas de isopor com substrato

Plantimax em casa de vegetação e irrigadas três vezes por dia até à brotação.

3.2.4 – Avaliação da idade da planta: aos 60, 75, 90, 105 e 120 dias após o plantio

definitivo. O plantio foi realizado em 25 de agosto de 2011. O horário padrão de

corte foi de 60 dias após o plantio sendo utilizado no plantio o quimiotipo II (Q II).As

Page 28: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

38

estacas para produção de mudas foram retiradas do horto florestal da estação

experimental Campus de Gurupi e plantadas em bandejas de isopor com substrato

Plantimax em casa de vegetação e irrigadas três vezes por dia até à brotação.

3.3 Análise estatística

Os dados obtidos foram submetidos á análise de variância ANOVA, sendo

posteriormente analisados pelo programa estatístico SISVAR, aplicando-se o teste

de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, e o teste F tanto a 5% quanto á 1% de

probabilidade segundo Ferreira (2005).

3.4 Introdução dos trabalhos experimentais

Considerando a importância dos óleos essenciais e os objetivos propostos

no trabalho de pesquisa sobre Lippia alba, como também seu potencial de produção,

foram avaliados em quatro experimentos respectivamente, os três quimiotipos, os

quatro acessos provenientes do sul estado do Tocantins, horários e idade de

colheita das plantas. Os resultados foram condizentes com os objetivos propostos,

sendo que a maior produção de óleo ocorreu quando foi colhido ás oito horas da

manhã, e a idade da planta com cento e vinte dias, após o plantio. Os quimiotipos I,

II e III tiveram comportamento semelhantes no que diz respeito à produção de óleo

essencial, pois de acordo com os resultados obtidos, não houve diferença

significativa. Os acessos de Gurupi e de Cariri foram superiores aos acessos de

Figueirópolis e de Alvorada, sendo que estes últimos foram semelhantes entre si em

termos de produção de óleo essencial, de acordo com o teste Tukey a 5% de

probabilidade. Nas plantas de erva cidreiras, Ehlert (2003) observou que a idade de

colheita das folhas varia em função da época de plantio, influenciando na produção

de matéria fresca e seca foliar, teor e composição do óleo essencial da planta. Para

que se tenha uma melhoria na qualidade das plantas medicinais, é importante

conhecer a influência dos fatores fisiológicos e ambientais para se estabelecer uma

Page 29: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

39

tecnologia de produção, capaz de se obter um maior rendimento de compostos

ativos de interesse. Contudo, o objetivo deste trabalho, foi avaliar o efeito do horário

de colheita, idade das plantas e de acesso de ervas cidreiras na produção de óleo

essencial nas condições climáticas de Gurupi, sul do estado do Tocantins.

Page 30: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Avaliação dos três quimiotipos de Lippia alba

Os resultados obtidos quanto à massa desidratada das folhas, teor e

rendimento do Sobrenadante de óleo essencial dos três quimiotipos de L. alba são

apresentados na Tabela 2 e os quadros abaixo se referem a análise de variância

Peso de massa fresca, massa desidratada, teor de sobrenadante de óleo essencial

e rendimento por planta, especificados respectivamente no quadro abaixo e

realizados pelo SISVAR com o teste de hipótese “F á 5% e 1% de probabilidade”.

Quadro 3. Anova do teor de sobrenadante de óleo essencial, peso de massa

fresca, massa desidratada, e rendimento por planta respectivamente de Lippia

alba.

FV GL QM F CV (%)

TRAT 2 8365,52 0,944 NS 19,77BLOCO 2 46547,97 5,253 NSERRO 4 8861,15TOTAL 8FV GL QM F CV (%)TRAT 2 569,633 1,742 NS 12,01BLOCO 2 469,11 1,434 NSERRO 4 327,08TOTAL 8FV GL QM F CV (%)

TRAT 2 0,001 0,07 NS 12,15BLOCO 2 0,01 1,00 NSERRO 4 0,01TOTAL 8FV GL QM F CV (%)

TRAT 2 0,012534 1,880 NS 21,46BLOCO 2 0,00558 0,838 NSERRO 4 0,006666TOTAL 8

Page 31: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

41

Tabela 2. Teor de óleo essencial (%), rendimento de óleo essencial (mL/planta) e massa desidratada das folhas (g), dos três quimiotipos de Lippia alba, no município de Gurupi - TO.

QUIMIOTIP/CARAC QUIMIOTIPO I QUIMIOTIPO II QUIMIOTIPO III MédiaTeor de óleo essencial (%)

1,92a 2,00a 2,00a 1,97

Massa Desidratadas das Folhas (g)

147.11a 164.49a 140.23a 150.61

Rendimento Óleo essencial/ Planta (mL)

0.34a 0.45a 0.34a 0,38

Massa Fresca das Folhas (g)

414.60a 646.05a 430.22a 505.30

CV (Teor de óleo essencial) = 12.15 %CV (Rendimento) = 21.46 %CV (Massa desidratada de Folhas) = 12.01 %CV (Massa Fresca) = 19,77 %Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o teste de Tukey a 5% de probabilidade.

De acordo com os resultados obtidos, verifica-se não ter havido diferença

significativa quanto ao teor, a massa desidratada das folhas e o rendimento de

Sobrenadante de óleo essencial entre os três quimiotipos I, II e III, demonstrando

que não houve diferença significativa dos quimiotipo sobre a produção quantitativa

do Sobrenadante de óleo essencial e a biomassa de folhas de Lippia alba, nas

condições experimentais entre os quimiotipos adquiridos. Os rendimentos dos três

quimiotipos I, II e III foram os seguintes 13,6 Litros/há; 18 Litros/há e 13,6 Litros/há,

considerando uma população de 40.000 plantas por hectare.

Segundo Guimarães et al (2008), a composição quantitativa e qualitativa dos

óleos essenciais de Lippia alba é determinada por fatores genéticos. Porém, outros

fatores podem acarretar alterações significativas na produção dos metabólitos

secundários. As variações na composição do óleo essencial e características

morfológicas têm sido observadas dependendo da origem geográfica do material, o

que levou à hipótese de que seria conseqüência da influência de fatores ambientais.

(Retamar, 1994; Zoghbi et al.,1998).

Segundo Tavares et al., (2005), Analisando o teor de óleo essencial de

folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N. E. Br. (Verbenaceae) cultivados

Page 32: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

42

em condições semelhantes observaram que as diferenças na composição e

quantidade do de óleo essencial dos três quimiotipos não constituem produto da

influência de fatores ambientais, mas refletem variação genotípica entre as plantas

já que tais diferenças mantiveram-se em plantas cultivadas lado a lado em um

mesmo canteiro. E que a extração de óleo essencial de L. alba para a obtenção de

citral, carvona e linalol deve ser efetuada em plantas em fase de crescimento

vegetativo quando o rendimento do óleo e os teores dos componentes majoritários

são maiores.

As informações encontradas pelos autores acima, reforçam os resultados

obtidos para as características estudadas para os três quimiotipos em Gurupi-TO.

4.2 Avaliação de quatro acessos de Lippia alba

Os resultados referentes ao teor, massa desidratada de folhas e

rendimento de Sobrenadante de óleo essencial dos acessos de L. alba, procedentes

de quatro municípios do sul do Estado do Tocantins são apresentados na Tabela 3 e

os quadros abaixo se referem a análise de variância Peso de massa fresca, massa

desidratada, teor de sobrenadante de óleo essencial e rendimento por planta,

especificados respectivamente no quadro abaixo e realizados pelo SISVAR com o

teste de hipótese “F á 5% e 1% de probabilidade”.

Conforme os resultados obtidos, verificou-se que os teores dos óleos

essenciais dos acessos de L. alba procedentes dos municípios de Gurupi e Cariri

não diferiram entre si, tendo sido superiores aos teores dos óleos essenciais dos

acessos de Figueirópolis e Alvorada, os quais, por sua vez, não diferiram entre si.

Quanto à biomassa dos quatro acessos, não se constatou diferença significativa

entre estes, tendo o rendimento de Sobrenadante de óleo essencial por planta

apresentado a mesma tendência da variável Sobrenadante de Óleos essenciais, ou

seja, rendimento de sobrenadante de óleo essencial por planta superior nos acessos

de Gurupi e Cariri, os quais não diferiram entre si, também não havendo diferença

significativa entre os acessos de Figueirópolis e Alvorada.

Page 33: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

43

Quadro 4. Anova do teor de sobrenadante de óleo essencial, peso de massa

fresca, massa desidratada, e rendimento por planta respectivamente de Lippia

alba.

FV GL QM F CV (%)

TRAT 2 729,043675 0,892 NS 11,68BLOCO 2 8810,691633 10,775 **ERRO 4 817,687000TOTAL 8

FV GL QM F CV (%)TRAT 2 2386,283967 0,598 NS 10,53

BLOCO 2 7951,707700 1,992 NSERRO 4 3991,743533TOTAL 8 47012,728500

FV GL QM F CV (%)

TRAT 2 0,349722 35,971 ** 12,72BLOCO 2 0,017500 1,800 NSERRO 4 0,009722TOTAL 8

FV GL QM F CV (%)

TRAT 2 0,026152 30,263 ** 15,33BLOCO 2 0,001128 1,306 NS 1,306ERRO 4 0.000864TOTAL 8

Tabela 3. Teor (%) e rendimento de Sobrenadante de óleo essencial (mL/planta), Rendimento por planta, Massa desidratada das folhas (g) e massa fresca de acessos de Lippia alba procedentes de quatro municípios do sul do Estado do Tocantins, cultivados em Gurupi - TO.

ACESSOS/CAR. GURUPI CARIRI FIG. ALVORADA MédiaTeor (%) 2,26a 2,00a 0,92b 1,00b 1,54

Rend/Planta (mL)

0.27a 0.26a 0.11b 0.11b 0.19

Massa desidratadaFolhas(g)

97.89a 110.02a 95.14a 89.25a 0,98

Massa Fresca Folhas(g)

286.32a 269.41a 279.22a 249.03a272.99

CV (Teor) = 12.72 %CV (Rendimento) = 15.33 %CV (Massa desidratada de Folhas) = 10.53 % CV (Massa Fresca Folhas) = 11,68 %Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o teste Tukey a 5% de probabilidade.

Page 34: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

44

Os quadros abaixo se referem a análise de variância Peso de massa fresca,

massa desidratada, teor de sobrenadante de óleo essencial e rendimento por planta,

especificados respectivamente no quadro abaixo e realizados pelo SISVAR com o

teste de hipótese “F á 5% e 1% de probabilidade”.

Camêlo et al. (2011), avaliando o potencial agronômico de diferentes

acessos de Lippia alba provenientes de regiões distintas (nas regiões da Bahia, Rio

de Janeiro e Ceará), também observaram diferenças significativas na produção de

óleo essencial.

Segundo Sant’ana (2009), a pressão ambiental causa variabilidade genética

intra-específica. A caracterização morfológica das espécies também é importante

para o entendimento de adaptações ocorridas em diversas partes das plantas, como

em estruturas secretoras que produzem os princípios ativos, e desta maneira

influenciando a produção dos mesmos.

Embora o nível de metabólitos secundários seja controlado geneticamente, a

quantidade e a concentração desses compostos variam acentuadamente em função

das condições ambientais. Apresentam-se como importantes fatores ambientais, a

luz (intensidade e foto período), a latitude, a temperatura (mínima, máxima e média),

o solo (propriedades químicas e físicas), os ventos, os macro e micro nutrientes e a

disponibilidade hídrica. Esses fatores apresentam respostas diferenciadas nas

diversas espécies estudadas, devendo-se considerar as condições ambientais

ótimas para a máxima produção de cada espécie Palevitch, (1987).

Page 35: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

45

4.3 Avaliação dos horários de colheita

Figura – 6. Gráfico referente ao teor de Sobrenadante de Lippia alba em Função do horário de colheita.

A Tabela 4 e a figura 6 mostram que os maiores conteúdos de óleo foram

encontrados nos horários de corte de zero, quatro e oito horas da manhã e o menor

conteúdo foi encontrado no corte realizado ao meio dia devido á produção de óleo

essencial ter sido influenciado pelos fatores do ambiente. Os conteúdos de óleo

observados às 16 e 20 horas apresentaram valores semelhantes, estatisticamente,

aos valores extremos. Conforme resultados obtidos por Nascimento (2006), onde o

mesmo constatou que o corte realizado às 7 h foi o que apresentou maior

rendimento com L. Alba, quando se observa uma maior concentração de citral,

devido à influência das altas temperaturas na qualidade do óleo.

Em ensaios realizados com Melissa officinalis em dois horários de corte,

Blank et al. (2005) concluíram que houve inversão no percentual de compostos

majoritários do óleo essencial, obtendo-se 49,0% de neral e 34,4% de geranial às

9h, e 34,1% e 50,8% às 15h para neral e geranial, respectivamente (resultados

quantitativos). Esta alteração na composição do Sobrenadante de óleo essencial

pode ocasionar respostas diferenciadas em ensaios com fitopatógenos, pois, o

y = 0,000x3 - 0,010x2 + 0,048x + 1,207R² = 0,506

0.5

0.7

0.9

1.1

1.3

1.5

0 4 8 12 16 20

Teo

r d

e Ó

leo

es

sên

cia

l

Horário de Colheita

Page 36: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

46

composto responsável provavelmente pela atividade biológica, pode ter sua

concentração no Sobrenadante de óleo essencial alterada, devido a coletas em

horários diferentes. Martins e Santos (1995) mencionam que, de acordo com a

substância ativa da planta, existem horários em que a concentração desses

princípios é maior. No período da manhã é recomendado a colheita de plantas com

óleos essenciais e alcalóides, e no período da tarde, de plantas com glicosídeos.

Neste sentido os resultados obtidos da avaliação do horário de corte sobre o

rendimento de óleo de capim citronela no Estado do Ceará (BORGES et al., 2002)

mostraram que o corte às 9 horas da manhã proporcionou maior rendimento de

Sobrenadante de óleo essencial dando um total de 1,71 mL.kg-1.

Resultados semelhantes foram obtidos por Costa et al. (2004). Este critério é

importante com relação a qualidade química do produto, pois uma baixa

concentração da substância ativa no material pode levar a uma desconfiança na

pureza do produto. Segundo Angelopoulou et al (2002), diferenças no rendimento e

na composição química de óleos essenciais sobre a influência da época e horário de

colheita tem sido relatado em muitas espécies. Em Cistus monspeliens, o

rendimento do Sobrenadante de óleo essencial das folhas foi maior no mês de maio

(0,21–0,45%) e menor em fevereiro (0,03–0,04%) (v/p) e quanto ao horário de

colheita, o melhor rendimento foi às 18 horas nos meses de maio, agosto e fevereiro

e às 12 horas no mês de novembro.

Analisando os efeitos de diferentes horários de colheita sobre o conteúdo de

Sobrenadante de óleo essencial de Ocimum selloi (Lamiaceae), Martins (1996)

constatou que o maior conteúdo ocorreu pela manhã, não tendo havido alteração no

teor de estragol (constituinte majoritário) entre os horários estudados. Presume-se

que há, simultaneamente, dois padrões de resposta do metabolismo secundário aos

estímulos ambientais: em um deles, as alterações produtivas dependem das

variações climáticas sazonais, tendo maior dimensão, ocorrendo, porém, mais

lentamente. No outro, as plantas respondem a estímulos que determinam

modificações menores e mais rápidas, por exemplo, aquelas causadas pelas

flutuações climáticas diárias (LEAL et al., 2001).

Page 37: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

47

5.4 Avaliação da idade das plantas por ocasião da colheita

Os resultados referentes ao teor, à massa desidratada de folhas e

rendimento de Sobrenadante de óleo essencial de plantas de Lippia alba de cinco

diferentes idades são apresentados na Tabela 5.

Figura 7. Gráfico referente ao teor de Óleo essencial de Lippia alba em Função

da Idade da Planta.

De acordo com o gráfico acima, pôde-se observar que os menores teores de

Sobrenadante de óleo essencial nas menores idades (60 e 75 dias), com tendência

de aumento dos teores do Sobrenadante de óleo essencial de L. alba entre 90 e 120

dias de idade das plantas.

y = 0.012x + 0.684R² = 0.802

0

0.5

1

1.5

2

2.5

50 60 70 80 90 100 110 120 130

Teo

r d

e ó

leo

es

sên

cial

Idade

Page 38: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

48

Figura 8. Gráfico referente ao rendimento por Planta de Lippia alba em Função da Idade de colheita.

De acordo com o gráfico acima, pôde-se observar que o rendimento por

planta e massa foliar, este foi maior na colheita aos 120 dias após o plantio,

conforme os resultados obtidos. Este fato foi possível, graças à produção de

fotoassimilados, que aumenta de acordo com a massa foliar, durante o crescimento

vegetativo.

Figura 9. Gráfico referente á Massa fresca das folhas de Lippia alba em Função da Idade de colheita.

y = 0.007x - 0.328R² = 0.924

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

50 60 70 80 90 100 110 120 130

Re

nd

imen

to/P

lan

ta (

mL

)

Idade

y = 6.249x - 91.54R² = 0.646

0

100

200

300

400

500

600

700

800

50 60 70 80 90 100 110 120 130Mas

sa f

res

ca F

olh

as (

g)

Idade

Page 39: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

49

Silva et al. (2003) avaliaram a relação entre o estádio de desenvolvimento e

o teor de Óleo essencial em plantas de manjericão (Ocimum basilicum), aos cinco e

dez meses após o plantio. Os autores relataram maior produtividade, teor e/ou

rendimento de óleo essencial na colheita realizada aos dez meses após o plantio.

Este fato foi também observado neste trabalho, sendo que as plantas mais velhas

têm maior produção de Sobrenadante de óleo essencial devido à maior massa foliar

e, como conseqüência, maior eficiência fotossintética, levando-as a produzir mais

óleo essencial.

Figura 10. Gráfico referente á massa desidratadas de folhas da Planta de Lippia alba em Função da Idade de colheita.

A idade e o estádio de desenvolvimento da planta podem influenciar, não

apenas a quantidade total de metabólitos secundários produzidos, mas a proporção

relativa destes compostos. Tecidos mais jovens, geralmente, apresentam grande

atividade biossintética, aumentando a produção de vários compostos, dentre estes,

os óleos essenciais (Camêlo et al., 2011). Tavares et al. (2005) analisando três

quimiotipos de Lippia alba, observaram que a extração do óleo essencial para a

obtenção de citral, carvona e linalol deve ser efetuada em plantas em fase de

crescimento vegetativo, estádio em que o rendimento do óleo e os teores dos

componentes majoritários são maiores.

y = 2.006x - 33.47R² = 0.750

0

50

100

150

200

250

50 60 70 80 90 100 110 120 130

Mas

sa d

esid

rata

das

de

Fo

lhas

(g

)

Idade (dias)

Page 40: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

50

Nas plantas de erva-cidreira, Ehlert (2003) observou que a idade de colheita

das folhas varia em função da época de plantio (estações do ano), influenciando na

produção de matéria fresca e seca foliar, teor e composição de óleo essencial da

planta. Para a melhoria da qualidade das plantas medicinais, é importante conhecer

a influência dos fatores fisiológicos e ambientais de acordo com o ambiente de

cultivo, para estabelecer uma tecnologia de produção capaz de obter o maior

rendimento de compostos ativos de interesse.

Page 41: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

51

5 CONCLUSÕES

A) Avaliação dos três Quimiotipos: Não houve diferença significativa

entre os três quimiotipos de Lippia alba para as características estudadas nas

condições edafoclimáticas de Gurupi a respeito do teor de óleo essencial e/ou

sobrenadante, massa fresca e desidratada das folhas e rendimento por planta.

B) Avaliação dos acessos: Os acessos de L. alba provenientes de Gurupi

e Cariri não diferiram entre si e foram superiores aos acessos de Figueirópolis e

Alvorada para as características analisadas, os quais não diferiram entre si quanto

às características analisadas a respeito do teor de óleo essencial e/ou

sobrenadante, massa fresca e desidratada das folhas e rendimento por planta.

C) Avaliação do horário de colheita: Os maiores teores de óleo de L. alba

foram encontrados nos horários de corte de zero, quatro e oito horas da manhã e o

menor teor foi encontrado no corte realizado ao meio dia. Já os horários de 16 e 20

horas, são de produção intermediárias dentre os outros horários.

D) Avaliação da Idade de colheita: No período avaliado, entre 60 e 120

dias, quanto maior for à idade da planta, maior será seu rendimento de óleo

essencial, levando em consideração, tanto o Sobrenadante de Óleos essencial

quanto a massa fresca e desidratada das folhas.

Page 42: [Lippia alba (Mill) NE Brown] pode variar

52

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