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CLIPPING 4 novembro de 2019
DIA DO INVENTOR
Visite: Leonardo da Vinci: 500 anos de um gênio http://www.mis-sp.org.br/exposicoes/futura/93e899ff-42b3-4a72-
84aa-75ce4fbc488a/leonardo-da-vinci-500-anos-de-um-genio
]
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 5
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 6
Expansão das manchas de óleo preocupa outros estados do BR .......................................................... 6
Defesa Civil e Corpo de Bombeiros promovem treinamento no DER ..................................................... 8
Frigorífico de Boituva é fiscalizado após mais de 100 funcionários passarem mal com reações alérgicas ... 9
Câmara debate ligações elétricas na zona rural ............................................................................... 11
Posse do Conselho Consultivo da APA Serra do Mar é realizada na sede do CODIVAR ........................... 13
Caraguatatuba estima receber 60 mil pessoas no feriado de Finados ................................................. 14
Ajax é autuada e Cetesb pede recuperação da área contaminada ..................................................... 15
Governo de SP contrata serviços para desassoreamento de lagoa em Nova Odessa ............................. 16
Andaraguá: decisão será no dia 21 ................................................................................................ 17
Com concessão, recursos do Semasa caem pela metade .................................................................. 18
Poluição de São Paulo equivale a cinco cigarros por dia .................................................................... 19
Sabesp e Mauá entram na reta final de negociação por acordo .......................................................... 20
Embarcação grega está sendo investigada por vazamento de petróleo no nordeste ............................. 21
Dia a Dia .................................................................................................................................... 22
Corpo de Bombeiros recebe 79 acionamentos para fogo em mato em 11 horas em SP ......................... 25
1º Seminário de Turismo de Mogi das Cruzes está com inscrições abertas .......................................... 26
Entrervista com secretário-executivo de Infraestrutura e Meio Ambiente Luiz Santoro.......................... 27
Bauru tem 15 áreas contaminadas, segundo relatório da Cetesb ....................................................... 29
Prefeitura de Mogi das Cruzes fez reunião sobre operação verão ....................................................... 30
Moradores do bairro Curuça em Itapetininga encontraram peixes mortos ........................................... 31
Entrevista com Rodrigo Dias gerente da BRK ambiental falando obra de intervenção na Lauro Correia ... 32
PLENÁRIA DO LIXO: ENTREGA DE DOCUMENTO COM RESUMO DAS PROPOSTAS MARCA NOVA FASE DE AÇÃO ......................................................................................................................................... 33
Qualidade da água do Rio Capivari caiu de bom para regular este ano ............................................... 35
O Feriado no Litoral Paulista ......................................................................................................... 36
Rios estão impróprios para banho .................................................................................................. 37
Flagrante de poluição é registrado no Rio Anhumas, em Campinas .................................................... 38
Problema de peixes mortos no rio da região de Itapetininga parece não ter fim ................................... 39
MP investiga eventual poluição de represa em Cordeirópolis ............................................................. 40
Cetesb classifica como boa a qualidade da água do São Domingos .................................................... 41
Estado e Sabesp assinam contrato com a Prefeitura para investimentos de R$ 422 milhões em água e esgoto ....................................................................................................................................... 42
Cidade Anchieta acumula problemas .............................................................................................. 43
Forte calor e pouca chuva causa queda no volume na Billings ........................................................... 44
Hermínio Matos conversa com Valter Suman, prefeito do Guarujá ..................................................... 45
Participação de ouvinte sobre vazamento da Sabesp ........................................................................ 46
Alunos da rede pública participam de atividades no Viveiro Florestal de Taubaté ................................. 47
3
Grupo de Comunicação
Fundação Florestal faz parceria com associação para monitoria ambiental em Cananéia ....................... 49
Workshop discute ações para redução de atropelamentos de animais em estrada ................................ 51
Governo de SP contrata serviços para desassoreamento de lagoa em Nova Odessa ............................. 52
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 53
Período da piracema começa nesta sexta-feira na região de Itapetininga ............................................ 53
Parque dos Ingás: Jacaré é capturado em trecho do Rio Mogi Guaçu.................................................. 54
Proprietários rurais declaram 1 milhão de km² além de área passível de notificação ............................ 55
Polícia ambiental apreendeu balão de 18 metros na zona rural de Tremembé ..................................... 57
Desenvolvimento empresarial por meio da autorregulação como medida de compliance ....................... 58
Como a Europa multiplicou suas florestas (e por que isso pode ser um problema) ............................... 61
A Mancha Ambiental Que Ameaça O Turismo Nordestino .................................................................. 64
O ministro sem noção .................................................................................................................. 68
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 70
Painel: Ataques dos Bolsonaros fazem Congresso voltar a discutir manobra para reeleger Maia e Alcolumbre ................................................................................................................................. 70
Mônica Bergamo: Maia e Alcolumbre se reúnem para discutir polêmicas da família Bolsonaro ............... 71
O QUE A FOLHA PENSA: Em nova fase ........................................................................................... 73
Desmatamento criminoso coloca em risco água da cidade de São Paulo ............................................. 74
Clima de ansiedade abafa ansiedade com clima............................................................................... 76
Morcegos são cruciais para a saúde dos ecossistemas em que vivem ................................................. 77
Sem vender energia excedente, usinas de cana-de-açúcar perdem R$ 1 bi, diz entidade ...................... 79
WhatsApp fora do horário de trabalho gera processo e condenação de empresas ................................ 80
ESTADÃO ................................................................................................................................... 82
Amazônia – a pior das extinções ................................................................................................... 82
O Sínodo da Amazônia ................................................................................................................. 84
A esfinge e os líderes ................................................................................................................... 85
Por que não falei de flores ............................................................................................................ 87
Por uma diplomacia ativa de defesa e inovação ............................................................................... 89
Custo de extração no pré-sal cai 67% em 5 anos ............................................................................ 91
Além de caminhões, Mercedes-Benz ‘produz’ hortaliças .................................................................... 92
Brasil tem boa chance de presidir o BID ......................................................................................... 93
O Brasil e a economia global ......................................................................................................... 95
Novo modelo do saneamento já teria atraído 2 estatais .................................................................... 96
O Dia D ...................................................................................................................................... 97
Acordo abre caminho para megaleilão do pré-sal ............................................................................. 98
‘Smog’ em Nova Délhi fecha escolas e paralisa obras ....................................................................... 99
Governo tenta reverter desgaste do óleo no NE .............................................................................. 100
VALOR ECONÔMICO ................................................................................................................... 102
Após críticas de tribunal, PPSA diz estar pronta para leilão .............................................................. 102
Lei do saneamento é avanço, mas ainda restam incertezas .............................................................. 103
4
Grupo de Comunicação
5
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS
6
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Terra
Veículo2: Tribuna de Ribeirão
Veículo3: Climatempo
Veículo4: Jornal Cotia Agora
Veículo5: Sete Lagoas
Veículo6: Mais Expressão
Data: 01/11/2019
Expansão das manchas de óleo preocupa outros estados do BR
Governo de SP cria grupo de trabalho para
monitorar praias paulistas
A expansão da mancha de óleo pelas praias do
litoral do Nordeste preocupa cada vez os
governos estaduais, mas não só apenas do
Nordeste. Outros estados que possuem área
costeira já começam a se mobilizar para
entender o impacto deste desastre ambiental.
As últimas informações apontam que o óleo já
chegou a praias da região de Porto Seguro, no
litoral sul da Bahia. A pergunta que muitas
pessoas devem estar se fazendo é se o óleo
pode descer o litoral e chegar as praias da
Região Sudeste e do Sul do Brasil.
O Governo do Estado de São Paulo, por meio
da Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente (SIMA), publicou no Diário Oficial,
uma resolução que constitui um Grupo de
Trabalho multidisciplinar com o objetivo de
levantar informações e elencar as medidas
necessárias à prevenção e respostas ao
acidente com derramamento de petróleo que
atingem a costa brasileira.
"Embora a responsabilidade constitucional
sobre acidentes de grande magnitude em
mares seja da União, estamos monitorando o
avanço das manchas de óleo na costa
brasileira e a chegada no sul da Bahia acendeu
o sinal de atenção. Nossas equipes articulam
medidas preventivas. Se eventualmente for
necessário estaremos preparados para atuar
em parceria com a União", explica o secretário
de Infraestrutura e Meio Ambiente de São
Paulo, Marcos Penido.
O grupo de trabalho de São Paulo está sob a
coordenação do secretário executivo da SIMA,
Luiz Ricardo Santoro, e tem como membros
representantes da coordenadoria de
fiscalização, CETESB, Instituto Florestal,
Instituto Geológico, Fundação Florestal,
SABESP, EMAE e DAEE.
O grupo vai promover nos próximos dias
debates e diálogos com as prefeituras,
comunidades tradicionais, pescadores, polícia
entre outros atores que podem auxiliar na
preservação ambiental.
Calor influencia a forma do óleo
As manchas de óleo de origem ainda
desconhecida espalhadas pela costa do
Nordeste já provocaram um grande desastre
ambiental. Segundo o mais recente balanço
divulgado na última quinta-feira (31), pelo
Ibama o óleo já atingiu 286 localidades, em 9
estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe.
No Nordeste, já há caso de reincidência,
segundo o IBAMA. Muitas praias que já foram
limpas estão novamente com registro de óleo.
O Rio Grande do Norte é o estado com mais
reincidências: ao todo 36, mas a Bahia lidera a
lista dos estados mais atingidos, mas também
possui 24 localidades com reincidência. O
desastre ambiental é imensurável para o meio
ambiente.
O óleo é tóxico e o contato com o produto é
prejudicial à saúde. A população deve estar
atenta para evitar tomar banho na costa onde
há registro do petróleo. Em conversa por
telefone com o coordenador de Gerenciamento
Costeiro do Instituto do Meio Ambiente de
Alagoas (IMA), Ricardo César de Barros
Oliveira, as manchas apareceram na costa em
forma de óleo quase sólido. E isto, acontece
por causa dos efeitos do clima, da luz e do sal.
O material volátil do petróleo escapa com o
7
Grupo de Comunicação
aumento da temperatura e isolação. O que
sobra é o material sólido que será agregado a
outros materiais sólidos que estão na coluna
da água como o sal.
Como o óleo já está um tempo na água, o
material sofre as ações e vai sendo degradado
e chega à forma mais consistente e menos
fluído a costa e principalmente nas faixas de
areia das praias. E ainda assim, continua se
degradando por fatores físicos, químicos e
biológicos.
Em outras palavras, "quando o material volátil
sofre a ação da luz, calor e do material
orgânico no caso, o próprio sal, o que se
observa é um material já temperizado, quase
solidificado. Um tipo de material na forma
mais consolidada", explica Barros de Oliveira.
Ainda segundo ele, o que está ocorrendo é a
contaminação da areia das praias, onde o óleo
fica depositado. "Com o calor intenso, o óleo
esquenta e amolece um pouco. Mas se a água
salgada bate, ele fica sólido. O risco maior
para as pessoas é quando pisa", explica
Ricardo.
Um grupo técnico do IMA, Ibama, ICMBIO,
Defesa Civil, governos e Marinha estão
trabalhando em conjunto para investigar e
mitigar os impactos. Todos os dias existe um
trabalho de sobrevoo para identificar possíveis
novas áreas e observar o movimento do óleo
pela costa e aplicar as ações necessárias.
As populações dos estados afetados devem
estar atentas aos alertas emitidos sobre
condições das praias. A orientação do governo
é que, para banho, não está tendo problema.
Agora, existe uma orientação para que os
banhistas não cheguem à areia porque ela
está contaminada com manchas de óleo.
https://www.terra.com.br/noticias/climatempo
/expansao-das-manchas-de-oleo-preocupa-
outros-estados-do-
br,88cb78361e253ee6949e74ee9029f35b3dj2
z1vy.html
https://www.tribunaribeirao.com.br/site/estad
o-instala-grupo-para-monitorar-mancha-de-
oleo/
https://www.climatempo.com.br/noticia/2019/
11/01/expansao-das-manchas-de-oleo-
preocupa-outros-estados-do-br-9700
http://www.jornalcotiaagora.com.br/governo-
de-sp-monitora-litoral-para-evitar-chegada-
de-mancha-de-oleo/
http://setelagoas.com.br/noticias/brasil/57660
-expansao-das-manchas-de-oleo-preocupa-
outros-estados-do-sudeste-e-sul-do-brasil
http://www.maisexpressao.com.br/noticia/gov
erno-cria-grupo-de-trabalho-para-monitorar-
mancha-de-oleo-60541.html
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8
Grupo de Comunicação
Veículo: DHoje Interior
Data: 02/11/2019
Defesa Civil e Corpo de Bombeiros promovem treinamento no DER
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=33149432&e=577
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9
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Itapetininga
Veículo2: Diário de Tatuí
Data: 01/11/2019
Frigorífico de Boituva é fiscalizado após mais de 100 funcionários passarem mal com reações alérgicas
Cerca de 150 funcionários apresentaram
reações alérgicas e procuraram por
atendimento médico na Santa Casa de Tatuí
(SP). Alguns funcionários chegaram a ser
socorridos com macas.
Por G1 Itapetininga e Região
O frigorífico onde cerca de 150 funcionários
passaram mal entre quarta (30) e sexta-feira
(1º), em Boituva (SP), foi fiscalizado nesta
sexta-feira (1º).
Participaram da vistoria representantes do
Centro de Referência de Saúde do Trabalhador
de Sorocaba (Cerest), funcionários da
Secretaria do Meio Ambiente, Vigilância
Epidemiológica e Sanitária de Boituva.
“Pedimos documentos e a empresa tem 10
dias para entregá-los e mais 10 dias para
análise. Mas pelo que vimos, eles estão
resolvendo a situação”, afirma o técnico do
Cerest Alexandro Pereira Silva.
Frigorífico de Boituva é fiscalizado após
funcionários passarem mal com reações
alérgicas
Na quinta-feira (31), a Cetesb e o Corpo de
Bombeiros também vistoriaram o frigorífico e
não foram encontradas irregularidades.
Cerca de 150 funcionários apresentaram
reações alérgicas e procuraram por
atendimento médico na Santa Casa de Tatuí
(SP). Alguns funcionários chegaram a ser
socorridos com macas. (Veja o vídeo abaixo.)
Vídeo mostra funcionários de frigorífico em
Boituva com reações alérgicas
De acordo com a coordenadora do hospital,
Roberta Molonha, os funcionários deram
entrada na unidade e apresentaram sintomas
como vermelhidão nos olhos e irritação na
garganta. Eles receberam atendimento médico
e foram liberados.
“Eles procuraram espontaneamente, no fim do
turno de trabalho, e apresentaram sintomas
como vermelhidão nos olhos, rouquidão,
náusea, mal estar, e se referiam a uma
intoxicação por produto químico”, explica a
coordenadora do hospital Roberta Molonha.
“Aqui na empresa, pelo volume de água que
usamos, temos mais de 1 milhão e 500 mil
litros de água no reservatório, então o
esvaziamos 100%, devolvemos ao rio tratada
e as cisternas e caixas d’água estão sendo
lavadas para eliminar qualquer resquício e
retomarmos as atividades na segunda-feira”,
afirma Carlos Augusto, diretor de operação da
empresa.
Em nota, a empresa informou que, como a
falta de chuva acarreta um aumento da
matéria orgânica nas águas, é necessária uma
dosagem maior de cloro para que fique própria
para o uso e consumo.
Disse que “para manter a qualidade de seus
produtos e a segurança de seus
colaboradores, a empresa teve que adicionar
uma quantidade maior de cloro na água, ainda
dentro dos limites de tolerância estabelecidos
pelos órgãos competentes.”
Informou também que por medida de
segurança interrompeu as atividades
produtivas e liberou os colaboradores. Afirmou
também que não houve nenhum tipo de
contaminação ou exposição dos colaboradores
a produtos químicos.
Afirmou que a empresa sabe da
responsabilidade com a sociedade e com o
meio ambiente, e que adota todas as medidas
de segurança cabíveis ao ramo de atividade.
10
Grupo de Comunicação
https://g1.globo.com/sp/itapetininga-
regiao/noticia/2019/11/01/frigorifico-de-
boituva-e-fiscalizado-apos-mais-de-100-
funcionarios-passarem-mal-com-reacoes-
alergicas.ghtml
http://www.diariodetatui.com/2019/11/segun
do-prefeitura-quase-150.html
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11
Grupo de Comunicação
Veículo: Bragança Jornal Diário
Data: 01/11/2019
Câmara debate ligações elétricas na
zona rural
Representantes do Poder Público e da
Energisa, concessionária de energia elétrica do
município, estiveram na Câmara Municipal na
última quarta-feira, 30 de outubro, na 39ª
sessão da Comissão de Educação e Cultura,
Esporte, Saúde, Saneamento e Assistência
Social para falar sobre o fornecimento de
energia elétrica na zona rural, de maneira
especial sobre novas ligações.
O tema veio à tona após a concessionária
cobrar dos interessados, em novas ligações,
documentação para comprovar se a
propriedade está em loteamento regularizado
ou em área de preservação ambiental. O
gestor de clientes da Energisa, Luís Felipe
Cazeiro Garcia, e o secretário municipal de
Meio Ambiente, Alexandro de Souza Morais,
responderam aos questionamentos dos
vereadores.
José Gabriel Cintra Gonçalves se manifestou
sobre o tema. Procurado por moradores da
zona rural, ele contatou a Prefeitura e iniciou
informalmente conversações com a
concessionária.
Luís Felipe esclareceu à Comissão sobre a
exigência desta nova documentação e os
trâmites adotados pela Energisa. 'O que ocorre
é que alguns anos atrás tivemos o TAC (Termo
de Ajuste de Conduta) imposto pelo Ministério
Público e, no final de 2016, houve um
desembargo, que anulou o TAC, mas nos
deixou algumas obrigações. Essas obrigações
são referentes às questões urbanísticas e
ambientais, sendo necessário exigir dos
clientes esses dados para evitar a ligação em
áreas de preservação ou em loteamentos
clandestinos', explicou o gestor da Energisa.
A tratativa com o Executivo sobre o tema teve
início no final de 2016, quando foi avaliada a
possibilidade da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente ser a responsável por emitir a
declaração. Como a negociação não avançou,
a Energisa passou a atuar de outra forma.
'Para ligação em loteamentos há toda uma
documentação, quanto a isso estávamos sem
problemas. Já para parte de licenciamento
ambiental, nosso técnico mesmo, a partir da
solicitação do cliente, vai até o local e avalia
se não é área de preservação. Se tiver algum
indício de que possa ser, o serviço é barrado.
Caso contrário o serviço tem andamento. Isso
é o que estava sendo feito até alguns dias
atrás, porém, o volume de ligações novas
nesta região aumentou muito e,
recentemente, o Ministério Público nos
informou sobre uma nova demarcação de
áreas de preservação permanente. Como a
questão passou a ser maior e o acórdão que
derrubou o TAC menciona essa exigência pelo
certificado, passamos a exigir essa declaração.
Sugerimos, por se tratar de zona rural, que a
documentação fosse solicitada pelo serviço Via
Rápida da Cetesb (Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo )', detalhou Luís
Felipe.
'Queremos saber se a Prefeitura pode, deve e
tem poder para emitir essa declaração',
explicou o gestor.
Para formalizar as tratativas, a Energisa
encaminhará um documento ao Executivo
sobre o tema, explicando o tipo de declaração
necessária pela concessionária.
O secretário de Meio Ambiente afirmou que foi
pego de surpresa com essa decisão.
'Fazia muito tempo que não era exigida
nenhuma documentação para esse trabalho.
Na terça-feira, 30, nos reunimos e foi alinhado
da seguinte forma: receberemos este
documento para formalizar o contato
oficialmente, para que haja um parecer
jurídico se podemos ou não atender esse caso,
avaliar a necessidade. O acórdão não
especifica em nada a Prefeitura'.
Outra preocupação do secretário é em relação
à demanda. 'O primeiro passo é avaliar a
legalidade para realizarmos isso, o segundo é
a questão de recursos humanos', disse. 'Não
saberia dizer o tempo que teríamos para
emitir este documento, estaríamos agregando
mais um serviço. São situações que precisam
ser analisadas com calma', destacou.
A solução encontrada, momentaneamente,
para não prejudicar a população e haver o
cumprimento do acórdão, é a autodeclaração,
disse o representante da Energisa.
'O proprietário faz o documento no qual
declara que não se trata de área de
preservação ambiental ou loteamento
12
Grupo de Comunicação
clandestino e o técnico confere a informação
ao chegar para realização do serviço', explicou
Luís Felipe, que complementou: 'Não podemos
deixar de cumprir uma decisão judicial. Esta
não é uma exigência da Energisa para
burocratizar o processo', finalizou o gestor.
Os vereadores se disseram satisfeitos com as
informações e aguardam o resultado do
diálogo entre a concessionária e o Executivo
sobre a possibilidade da Administração
fornecer o documento.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=33136236&e=577
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: O Vale do Ribeira
Data: 31/10/2019
Posse do Conselho Consultivo da APA
Serra do Mar é realizada na sede do CODIVAR
Foi realizada na última quinta-feira (31/10) a
posse do Conselho Consultivo da APA Serra do
Mar, na sede do CODIVAR, em Juquiá.
O conselho tem membros do poder publico e
sociedade civil organizada, com participação
da Fundação Florestal, Cetesb, Coordeandoria
de Desenvolvimento Rural Sustentável e
Secretaria de Meio Ambiente dos municípios
com a APA (Área de Proteção Ambiental) no
território; são esses municípios:Capão Bonito,
Ribeirão Grande, Iporanga, Eldorado,
Juquitiba, Tapiraí, Miracatu, Pedro de Toledo,
Juquiá e Sete Barras).
Pela Sociedade Civil participaram e tomaram
posse representantes da AMAVALE, Legado
das Aguas, AOVALE, COOPERVALE, ABAVAR,
Unisepe, IDEAS e instituto Manacá.
Participou também da posse o presidente do
CODIVAR e prefeito de Miracatu, Ezigomar
Pessoa.
O Vale do Ribeira é um Site de Notícias,
Histórias, Curiosidades, Culinária e
informações sobre a região e seus municípios.
http://www.ovaledoribeira.com.br/2019/11/po
sse-do-conselho-consultivo-da-apa-serra-do-
mar-e-realizada-na-sede-do-codivar.html
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Caiçara
Veículo2: Portal R3
Veículo3: Litoral Hoje
Data: 01/11/2019
Caraguatatuba estima receber 60 mil pessoas no feriado de Finados
Embora o feriado de Finados caia no sábado
(2/11), a taxa de ocupação em hotéis e
pousadas da região norte de Caraguatatuba é
de 75,6%, segundo pesquisa realizada pela
Associação Comercial e Empresarial (ACE).
Foram 246 apartamentos participantes. A
ocupação média na cidade é de 63,85% e a
Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo,
estima receber 60 mil turistas.
De acordo com o secretário da pasta, Cristian
Bota, como o feriado cai em um sábado e
muitas pessoas vão visitar seus entes
queridos, o movimento maior deve ser em 15
de novembro que será um feriado prolongado.
Para quem pretende passar o final de semana
na cidade, a qualidade da maioria das praias é
própria para banho, segundo análise da
Cetesb. Das 15 praias e rios monitorados, 13
estão com bandeira verde, sendo elas: Parte
da Tabatinga, Mococa, Cocanha, dois pontos
da Massaguaçu, Capricórnio, Lagoa Azul,
Martim de Sá, Prainha, Indaiá, Pan Brasil,
Palmeiras e Porto Novo.
Já a temperatura, conforme o Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do
Instituto Nacional de Pesquisar Espaciais
(Ceptec/Inpe) é de 25 graus no sábado e
podendo chegar a 29 graus no domingo. Há
possibilidade de pancadas de chuvas no
período da tarde.
Lembrando que neste final de semana as
principais atrações são o 3º Aviva Caraguá, na
Praça da Cultura, no Centro da Cidade. Evento
reúne diversos nomes da música gospel. Nesta
sexta-feira, destaque para o DJ PV. No
sábado, tem a Marcha para Jesus, a partir das
15h, com saída da Praça da Bíblia, e à noite
show com Gabriela Rocha. Todos os dias
também tem apresentação de bandas locais.
De sexta-feira a domingo também tem a
tradicional Feira de Arte e Artesanato na Praça
Diógenes Ribeiro de Lima, a partir das 17h.
Fonte e foto: Prefeitura de Caraguá
http://www.portalcaicara.com.br/caraguatatub
a-estima-receber-60-mil-pessoas-no-feriado-
de-finados/
https://www.portalr3.com.br/2019/11/caragu
atatuba-estima-receber-60-mil-pessoas-no-
feriado-de-finados/
http://www.litoralhoje.com.br/noticias-do-
litoral-de-
sp/caraguatatuba/2019/11/03/caraguatatuba-
estima-receber-60-mil-pessoas-no-feriado-de-
finados/
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15
Grupo de Comunicação
Veículo: O Liberal - Americana
Data: 31/10/2019
Ajax é autuada e Cetesb pede
recuperação da área contaminada
POR EMERSON LUIZ ON 1 DE NOVEMBRO DE
2019
Conforme a 94 divulgou, o relatório anual de
áreas contaminadas no Estado, emitido em
dezembro do último ano pela Cetesb, apontou
a existência de 15 áreas contaminadas na
cidade. Em uma delas, a da antiga fábrica da
Ajax, localizada no Distrito Industrial, teve a
última avaliação da qualidade da água feita
em 2012.
A Gerente da Agência Ambiental da
Cetesb em Bauru, Engenheira Flávia
Figueiredo, confirma a autuação das duas
áreas pertencentes à Ajax e que, o gestor da
massa falida já foi notificado para dar
continuidade aos trabalhos de recuperação da
área.
Flávia Figueiredo lembra que apesar da
contaminação dessa área, ela não é
considerada crítica pela agência ambiental.
Além do passivo ambiental, ainda há a
questão dos direitos trabalhistas de 1.300 ex-
trabalhadores da empresa. O gestor da massa
falida foi procurado pela reportagem, mas não
retornou os contatos.
https://94fm.com.br/ajax-e-autuada-e-
cetesb-pede-recuperacao-da-area-
contaminada/
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: Urgente News
Data: 01/11/2019
Governo de SP contrata serviços para
desassoreamento de lagoa em Nova Odessa
Serão iniciados neste mês os serviços para o
desassoreamento da lagoa do Bosque Manoel
Jorge, em Nova Odessa, em trabalho realizado
pelo Departamento de Águas e Energia
Elétrica (DAEE), com investimento de R$ 1,4
milhão.
Em parceria com a Prefeitura Municipal, as
máquinas removerão 12 mil metros cúbicos de
sedimentos depositados na lagoa. O material
dragado será depositado em área da cidade já
aprovada pelo licenciamento ambiental
emitido pela Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb).
“A lagoa integra o sistema hidráulico do
município, localizada em importante área de
lazer da cidade, muito frequentada pela
população local. A limpeza e desassoreamento
do lago contribuirá para minimizar o risco de
inundações e propiciar um ambiente mais
agradável para os visitantes”, explica Alceu
Segamarchi Júnior, superintendente do DAEE.
Fonte: Governo de SP
http://www.urgentenews.com.br/2019/11/01/
governo-de-sp-contrata-servicos-para-
desassoreamento-de-lagoa-em-nova-
odessa.html
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Litoral
Data: 02/11/2019
Andaraguá: decisão será no dia 21
No próximo dia 21, o Tribunal de Justiça de
São Paulo (TJ-SP) decide, em segunda
instância, o recurso sobre a ação civil pública
movida pelo Ministério Público (MP) que visa
impedir a construção do Complexo
Empresarial e Aeroportuário Andaraguá, em
Praia Grande. Em decisão em primeira
instância, o juiz Enoque Cartaxo de Souza
julgou improcedente a ação.
A empresa Icipar Empreendimentos
Imobiliários, do Grupo Sonda, vem dando
continuidade ao projeto. O MP havia obtido,
em 2015, liminar da Justiça proibindo a
realização de qualquer obra ou atividade na
área em que vem sendo implantado o
aeródromo por acreditar que houve um
imenso dano ambiental. Mas em fevereiro de
2016, a liminar foi derrubada e o projeto
mantido.
Segundo alegam os promotores, a devastação
da área é um acinte à Constituição Federal e à
Lei da Mata Atlântica. "Será o maior
desmatamento do litoral paulista nos últimos
anos, aproximadamente 2 milhões de metros
quadrados em área de preservação
permanente de mangue e de restinga,
fixadora de mangue, recoberta por vegetação
do Bioma da Mata Atlântica primária e
secundária em estágio sucessional avançado,
abrigo de espécies ameaçados de extinção.
Afora isso, situa-se na zona de amortecimento
do Parque Estadual da Serra do Mar e
forma importante corredor ecológico entre ele
e o Parque Estadual Xixová-Japuí".
Entre as exceções para se suprimir vegetação
de áreas de preservação permanentes,
conforme o Código Florestal, está área de
utilidade pública. Porém, os promotores
questionam que o empreendimento seria
100% privado. "Não pode ser considerado de
utilidade pública ou interesse social e não se
enquadra nas hipóteses previstas no Código
Florestal".
PREFEITURA
O prefeito Alberto Mourão já se manifestou
sobre a questão. Segundo acredita, o
empreendimento deve trazer grande impacto
econômico para a Baixada Santista, com
investimento de cerca de R$ 1,4 bilhão. "O
principal objetivo do complexo é concentrar
empresas de diversos segmentos não
poluentes em um local onde possam ter
acesso fácil às importações e exportações.
Não se trata de uma obra para Praia Grande,
mas sim para toda a Baixada", explicou,
acrescentando que a perspectiva é da geração
de 15 mil empregos diretos e indiretos. "É
essencial neste período de demissões em
massa em Cubatão, e de outros postos de
trabalho em toda a Baixada", completa o
prefeito de Praia Grande.
O ANDARAGUÁ
O empreendimento Complexo Empresarial
Andaraguá será implantado em uma área de
341,74 hectares (3.417.400,00 metros
quadrados), cujo projeto básico foi
desenvolvido em conformidade com a Lei
Complementar nº 473, de 27 de dezembro de
2006, que aprova a revisão do Plano Diretor
da cidade.
Será composto por galpões que serão
arrendados para empresas diversas que
poderão escoar sua produção por meio do
aeródromo.
O empreendimento também está previsto no
Planejamento Ambiental Estratégico das
Atividades Portuárias, Industriais, Navais e
Offshore (PINO) que está sendo desenvolvido
pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado
de São Paulo em parceria com a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=33173130&e=577
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 02/11/2019
Com concessão, recursos do Semasa
caem pela metade
Diante da concessão de parte dos serviços à
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo), o Semasa (Serviço
Municipal de Saneamento Ambiental de Santo
André) terá orçamento estimado para 2020
com queda de 59%. A previsão documentada
na peça encaminhada pelo governo do prefeito
Paulo Serra (PSDB) à Câmara registra valor de
R$ 214,3 milhões no ano que vem à
autarquia. A diferença será de R$ 137,8
milhões em relação ao montante estipulado no
exercício vigente, quando a administração
tucana projetou a quantia de R$ 525,3
milhões.
O acordo selado entre Prefeitura e Sabesp em
julho envolveu a terceirização dos serviços de
água e esgoto. O Semasa acumulava dívida de
cerca de R$ 3,4 bilhões junto à empresa
paulista, além de precatórios de R$ 587
milhões. Os débitos se arrastavam desde a
década de 1990 justamente no cômputo da
diferença do valor efetivamente pago pelo
município do metro cúbico da água no atacado
versus a tarifa cobrada pela companhia
estadual, que vendia até então 95% do
produto consumido na cidade.
Paulo Serra sustentou que o “ano de 2020 é
de transição, após resolução do endividamento
bilionário impagável”, que impactou nesta
atual situação. Segundo o prefeito, o governo
estuda formas de ampliação das atividades de
serviços urbanos da autarquia – o órgão ainda
desempenha as funções de coleta de lixo,
drenagem, varrição, controle de ruídos e
licenciamento ambiental. “Estamos
preparando um novo Semasa que vai surgir a
partir de 2021, até das funções a
desempenhar. (A ideia é) Propor soluções de
inteligência, principalmente nas áreas de
zeladoria e sustentabilidade.”
O tucano alegou que a decisão envolvendo a
concessão representou “dar passo para trás,
primeiramente, para sobrevivência e, num
futuro próximo, dar dois passos à frente”.
“(Semasa) Ia acabar se não fizéssemos a
operação. É momento de transição necessário,
para ajustes, adaptações. Existe discussão
com os próprios servidores. Num futuro
próximo, (proposta visa) ajudar mais em
serviços urbanos, como capinação e roçagem,
além das atividades já realizadas. Com alívio
nas contas, ganha vida mais longa.”
O Paço deve concretizar proposta de PDV
(Plano de Demissão Voluntária) a partir de
fevereiro. O prefeito pontuou que haverá
redução na folha salarial, incluindo cargos
comissionados, o que tornará o quadro “mais
enxuto”. “Queremos, pouco a pouco, voltar a
crescer com outros serviços agregados, com
independência financeira. Para isso, estamos
fazendo correções administrativas.”
https://www.dgabc.com.br/Noticia/3187584/c
om-concessao-recursos-do-semasa-caem-
pela-metade
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19
Grupo de Comunicação
Veículo: Unibus RN
Data: 03/11/2019
Poluição de São Paulo equivale a cinco cigarros por dia
Estudo do IEA-USP (Instituto de Estudos
Avançados da Universidade de São Paulo)
concluiu que exposição à poluição do ar na
cidade de São Paulo faz seus moradores terem
efeitos no pulmão como se consumissem cinco
cigarros por dia.
A pesquisa foi feita a partir da análise dos
pulmões de 413 pessoas que passaram por
autopsia. Os pesquisadores entrevistaram
familiares, para saber seus hábitos – inclusive
se fumavam – e rotinas, passando por quanto
tempo gastavam em deslocamentos na cidade.
Os pesquisadores analisaram as antracoses
pulmonares dos indivíduos –lesões no pulmão
causadas pela inalação constante de pequenas
partículas de carvão ou de poeira – para
avaliar a exposição das pessoas autopsiadas à
poluição e seus efeitos.
“A partir dos endereços de residências dos
falecidos pôde-se calcular sua exposição à
poluição do ar”, disse Ligia Vizeu Barrozo,
professora da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da USP e uma das autoras
do estudo. “Esses indivíduos não moravam
nos lugares mais poluídos da cidade, o que
permite inferir que eles ficaram mais expostos
à poluição durante o deslocamento do dia a
dia, provavelmente para o local de trabalho.”
A professora explica que a conclusão é que a
exposição ao trânsito é uma fonte significativa
de ingestão de poluição do ar. “Políticas
públicas para diminuir o tempo gasto durante
o deslocamento podem contribuir para a
redução da inalação de poluentes”, disse.
De fato, a poluição do ar em São Paulo está
muito relacionada à emissão veicular. Um
estudo coordenado por físicos da USP
(Universidade de São Paulo), noticiado no ano
passado pelo Metro Jornal, mostrou que cerca
de metade dos poluentes encontrados na
atmosfera da cidade é emitida por veículos
movidos a diesel, especialmente ônibus e
caminhões.
Ar melhorou, diz Cetesb
A gerente da divisão de qualidade do ar
da Cetesb, Maria Lúcia Guardani, 65 anos,
disse que a concentração de poluição na
capital caiu nos últimos anos. Em 1985, a
média da medição de material particulado na
estação Parque Dom Pedro (centro) foi 90
mcg/m3. Há três anos, essa média fica em 29
mcg/m3.
Esses resultados, disse, advêm de programas
adotados ao longo desses anos e da mudança
na tecnologia de veículos, com adoção de itens
como catalisadores.
Em relação aos ônibus, a SPTrans diz que 70%
da frota tem motor EURO V, com sistema de
filtragem que reduz emissão de poluentes, e
que a lei de mudanças climáticas estipula
metas para a progressiva redução de emissão
de gases poluentes.
http://www.unibusrn.com/2019/11/poluicao-
de-sao-paulo-equivale-cinco.html
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20
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 02/11/2019
Sabesp e Mauá entram na reta final de negociação por acordo
Raphael Rocha
A Prefeitura de Mauá e a Sabesp (Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo) estão na reta final de negociações para
que acordo seja sacramentado ainda neste
ano, colocando fim a uma dívida bilionária e
assegurando cartela de investimentos na rede
da cidade.
O Diário apurou que alguns dos pontos mais
nevrálgicos das tratativas foram superados,
como a inclusão da BRK Ambiental,
concessionária do esgoto de Mauá, em um
planejamento de longo prazo de aporte. O
governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB)
busca entrar em 2021 com esse problema
histórico superado.
A Sabesp cobra passivo de R$ 2,8 bilhões de
Mauá, sob alegação de rompimento à revelia
de contrato de fornecimento de água nos anos
1990 e pagamento incompleto das faturas
pela compra do metro cúbico de água no
atacado desde então.
A situação da Sama (Saneamento Básico do
Município de Mauá) é semelhante à de outras
autarquias de cidades do Grande ABC que
fizeram parceria com a estatal, como Saned
(Companhia de Saneamento Básico de
Diadema) e Semasa (Serviço Municipal de
Saneamento Ambiental de Santo André). A
dívida prejudica as contas de longo prazo e
travam possibilidade de investimentos de vulto
em modernização da rede. Diadema e Santo
André decidiram firmar acordo com a Sabesp.
Porém, diferentemente desses municípios, a
Sama não administra o esgoto - o serviço era
executado pela Ecosama (Empresa
Concessionária de Saneamento de Mauá), que
foi privatizada em 2003. Mudou seu nome ao
longo desse tempo - Foz do Brasil, Odebrecht
Ambiental e BRK Ambiental - e de dono - já
esteve sob responsabilidade de Zuleido Veras,
Marcelo Odebrecht e, agora, pertence ao
grupo Brookfield.
Como a BRK Ambiental entraria no acordo
entre Sabesp e Mauá foi alvo de algumas
reuniões entre técnicos das duas partes. O
apalavrado foi que a BRK reduziria a tarifa
cobrada da população e, em troca, teria o
tempo de seu contrato vinculado com o
convênio entre a Sabesp e a cidade. O sinal
positivo foi dado pelo grupo canadense.
O tempo do contrato ainda não está fechado,
entretanto. O Diário apurou que deve ficar
entre 30 e 40 anos o prazo - as quatro
décadas foram estabelecidas no acordo com
Santo André, por exemplo.
Outro ponto ainda aberto é o volume de
investimento. A Sabesp indicou que poderia
aportar R$ 210 milhões na modernização da
rede mauaense, que está defasada e acumula
índices de perda na ordem de 40%. Durante
as tratativas com a vice-prefeita Alaíde Damo
(MDB) - que ficou no cargo com as prisões e
impeachment de Atila, anulados pela Justiça -,
a estatal havia se comprometido a despejar
R$ 140 milhões no município. O governo Atila
conseguiu uma contraproposta mais
vantajosa, mas ainda acredita ser possível
obter R$ 300 milhões.
Superados esses impasses, Mauá cederia a
gestão da água para a Sabesp em troca do
abatimento total do passivo, com suspensão
dos precatórios cobrados, porém, sem
extinguir a Sama. Os funcionários concursados
teriam estabilidade de dois anos. A ideia é
fazer da autarquia de Mauá uma espécie de
Semasa, responsável pelos serviços de
varrição e coleta de lixo, por exemplo.
No dia 8, a Sabesp fará uma audiência pública
na cidade para explicar as ações que poderia
executar caso o contrato seja assinado.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=33170101&e=577
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21
Grupo de Comunicação
Veículo: Hypeness
Data: 02/11/2019
Embarcação grega está sendo
investigada por vazamento de petróleo no nordeste
Dois meses depois dos primeiros resíduos de
petróleo serem encontrados nas praias do
Nordeste brasileiro, finalmente as
investigações indicaram qual a origem desse
desastre ambiental e apontam para um
caminho comum: uma embarcação grega.
Segundo a Polícia Federal, um navio de
bandeira da Grécia transportava óleo da
Venezuela em direção à Singapura. Conforme
indicam imagens de satélite, o vazamento da
carga ocorreu a cerca de 700 quilômetros da
costa brasileira.
Boubolina, a embarcação suspeita pelo
vazamento de petróleo
“A embarcação, de bandeira grega, atracou na
Venezuela em 15 de julho, permaneceu por
três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo
oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na
África do Sul. O derramamento investigado
teria ocorrido nesse deslocamento“, afirmou a
Polícia Federal em comunicado oficial.
– Óleo no Nordeste: saiba como você pode
ajudar na limpeza das praias
A PF está executando mandados de busca e
apreensão para entender a situação e
encontrar os responsáveis. O navio apontado
como responsável, o “Bouboulina”, já foi
operado pela Petrobras. A empresa
responsável pela embarcação – a Delta
Tankers LTD, da Grécia – também já foi
parceira da nossa principal produtora de
petróleo.
As manchas de óleo continuam avançando e já
foram observados resquícios do acidente em
Porto Seguro, sul da Bahia. A tendência é que
o vazamento continue em direção ao Sudeste,
podendo chegar ao Espírito Santo e ao Rio de
Janeiro. O Governo do Estado de São Paulo
criou um grupo de monitoramento para
combater o problema antes que as manchas
cheguem no litoral paulista.
“Embora a responsabilidade constitucional
sobre acidentes de grande magnitude em
mares seja da União, estamos monitorando o
avanço das manchas de óleo na costa
brasileira e a chegada no sul da Bahia acendeu
o sinal de atenção. Nossas equipes articulam
medidas preventivas. Se eventualmente for
necessário estaremos preparados para atuar
em parceria com o Governo Federal”, disse o
secretário de Infraestrutura e Meio
Ambiente de São Paulo, Marcos Penido,
em um comunicado oficial do governo.
– O que se sabe até agora sobre as manchas
de óleo no Nordeste
Não existem previsões para quando o
vazamento terá de deixar efeitos ou quando
ele irá parar de se diluir pelo litoral brasileiro.
Cientistas apontam que seus efeitos serão
sentidos por mais de 200 anos. A tragédia no
Nordeste ultrapassa os limites e já é
considerada o maior desastre ambiental
marítimo da história do Brasil.
https://www.hypeness.com.br/2019/11/embar
cacao-grega-esta-sendo-investigada-por-
vazamento-de-petroleo-no-nordeste/
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22
Grupo de Comunicação
Veículo: A Tribuna
Data: 04/11/2019
Dia a Dia
Saída para a destinação final dos resíduos
sólidos
Um dos maiores desafios da Baixada Santista
é definir uma saída para a destinação final dos
resíduos sólidos, devido à proximidade do fim
da vida útil do aterro sanitário do Sítio das
Neves, na Área Continental de Santos. A
Cetesb estima que a capacidade do local para
receber lixo termine em até seis anos,
conforme revelado em reunião do Comitê de
Bacias Hidrográficas da Baixada Santista,
realizada no fim de maio. Segundo o deputado
estadual Paulo Corrêa Júnior (Patri), a
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente
já desenvolveu um projeto básico de geração
de energia a partir do material coletado.
Agora, a pasta está empenhada em criar
consórcios sustentáveis com a intenção de
mudar a lógica do descarte dos resíduos. O
parlamentar decidiu destinar parte de suas
emendas ao orçamento paulista de 2020 para
incentivar o desenvolvimento de políticas
públicas ao setor de energias renováveis e
para encontrar soluções regionais para a
disposição final do lixo.
O futuro é agora
Corrêa Júnior fez três indicações que,
somadas, representam R$ 20,5 milhões para
promover e fortalecer os arranjos regionais e
consorciados na gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos. 'Além disso, estudos, análises
e audiências públicas serão feitas. Creio que o
recurso ajudará muito nesses projetos que são
o futuro do nosso estado', destacou o
deputado.
Pedido negado
O juiz da 8a Vara de Fazenda Pública da
Capital, Josué Vilela Pimentel, julgou
improcedente a ação protocolada pelo prefeito
de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB), para
anular a decisão do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo (TCE-SP) que considerou
irregulares as contas da Câmara de 2011,
quando ele era o presidente da Casa.
Tudo dentro da ordem
Na avaliação do magistrado, não houve
irregularidades no processo conduzido pelo
órgão de fiscalização, que 'respeitou os
princípios do contraditório e da ampla defesa
para a prolação da decisão administrativa,
tendo sido o autor devidamente notificado e
cientificado'.
Em busca de soluções
A subprocuradora-Geral de Justiça de
Integração e Relações Externas, Lídia Helena
Ferreira da Costa dos Passos, receberá
amanhã, às 15h, a vereadora de Praia Grande
Janaina Ballaris (PT) para debater os
problemas na central de vagas mantida pela
Secretaria de Estado da Saúde.
Ação e reação
Após denúncia da petista no Ministério Público
Estadual, o órgão realizou audiência pública na
Câmara, em junho, e ficou de entrar nessa
luta para melhorar o sistema e agilizar o
atendimento dos pacientes.
Durante a Conferência do PCdoB de Santos
realizada ontem, o partido anunciou
oficialmente os novos filiados da legenda. O
médico infectologista Evaldo Stanislau (foto) é
um dos nomes que decidiu entrar no partido.
Planos futuros
Eleito vereador pelo PT, em 2012, Stanislau foi
para a Rede, em 2015. No ano seguinte, foi
candidato a vice-prefeito na chapa liderada
pelo jornalista Paulo Schiff (PDT). Já sem
mandato, ele teve uma passagem pelo PDT e,
agora, pode ser uma opção do PCdoB para
disputar o Executivo no próximo ano.
Força do Porto
Outro nome conhecido que entrou na sigla foi
o presidente do Sindicato dos Operários
23
Grupo de Comunicação
Portuários de Santos e Região (Sintraport),
Claudiomiro Machado, o Miro, que deve
concorrer a vereador.
Otimismo geral
Os parlamentares de Guarujá analisam na
sessão de amanhã, em primeira discussão, o
projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA). É o
único item da pauta do dia. A proposta
enviada pelo Executivo prevê um aumento de
19,6% nas receitas de 2020 em comparação a
este ano: de R$ 1,499 milhão deve saltar para
R$ 1,793 milhão.
Candidatos entram em local de prova, na Vila
Mathias: redação vale 20% da nota geral do
exame, um diferencial para quem almeja
faculdade Cinema, tema da redação do Enem,
causa surpresa
Time reforçado
Ele(ex-presidente Lula) não tem
grandeza,sópensa emsievirouum enganador
profissional '
Ciro Gomes (PDT), candidato a presidente nas
eleições de 2018 e ex-ministro da Integração
Nacional durante o Governo Lula
Especialistas pensavam que temas capazes de
dar margem a polêmicas seriam evitados
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=33192662&e=577
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24
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Alto Tietê
Data: 04/11/2019
Sem licença da CETESB, impossível
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=33172111&e=577
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25
Grupo de Comunicação
Veículo: G1
Data: 03/11/2019
Corpo de Bombeiros recebe 79 acionamentos para fogo em mato em
11 horas em SP
Helicóptero Águia foi a região do Parque do
Carmo para verificar pontos de reignição do
incêndio de grandes proporções que atingiu ao
local em Itaquera, na Zona Leste de São
Paulo, desde a noite deste sábado (2).
O Corpo de Bombeiros recebeu 79
acionamentos para fogo em vegetação das 0h
às 11h20 em São Paulo e região metropolitana
deste domingo (3).
No início da tarde, o helicóptero Águia foi até a
região do Parque do Carmo para verificar
pontos de reignição. Um incêndio de grandes
proporções atingiu a região do parque, em
Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, desde a
noite deste sábado (2).
O Águia levou o Bambi Bucket, que é um cesto
que comporta 550 litros de água e pode jogar
nos focos de incêndio. O uso do cesto permite
pegar água no lago do parque, reservatório ou
piscina.
A Secretaria do Meio Ambiente afirmou neste
domingo (3) que a área atingida se chama
Parque Natural Fazenda do Carmo, que é uma
unidade de conservação e proteção integral. A
entrada só é permitida com agendamento
prévio. O local é anexo ao Parque do Carmo,
que é aberto ao público.
O incêndio foi controlado durante a
madrugada deste domingo (3). Pela manhã,
os bombeiros trabalharam no rescaldo do fogo
e ainda era possível ver muita fumaça no
local. Também foi possível flagrar balões
sobrevoando a região do parque. Ainda não se
sabe o que provocou o incêndio.
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26
Grupo de Comunicação
Veículo: G1
Data: 03/11/2019
1º Seminário de Turismo de Mogi das
Cruzes está com inscrições abertas
Evento será no dia 13 de novembro e terá
ciclo de palestras e debates.
Mogi das Cruzes está com inscrições abertas
para o o 1º Seminário de Turismo. O evento
será realizado no dia 13 de novembro pela
Secretaria Municipal de Cultura em parceria
com o Sebrae Alto Tietê.
De acordo com a secretaria, o evento tem por
objetivo debater o turismo sob diversos
ângulos e terá programação extensa, gratuita
e aberta a todos os públicos.
As inscrições já podem ser feitas pela internet.
O evento será realizado no Centro Cultural de
Mogi e a programação conta com um ciclo de
palestras e debates. A primeira palestrante do
dia será a escritora e consultora de turismo
digital, Marta Poggi, que trará a temática
“Turismo Inteligente: Como embarcar nesta
nova era?”.
Ainda no período da manhã, quem conduzirá a
segunda palestra é o empresário José
Fernandes, que é proprietário de uma rede de
hotéis na cidade de Socorro, no interior do
Estado de São Paulo, conhecida pelo seu
potencial turístico, em especial o turismo de
aventura. Ao público, ele apresentará a
palestra "A Importância da União dos
Empresários do Turismo".
Após pausa para o almoço, terá início a
programação da tarde, com a palestra "Como
se tornar Município de Interesse Turístico?",
conduzida por Waldirene Ricanelo, que é
diretora técnica da Associação de Municípios
de Interesse Turístico do Estado de São Paulo
(Amitesp). Depois, será a vez de Roberta
Oliveira e Carolina Paes de Andrade, ambas
representantes do Serviço Social do Comércio
(Sesc), falarem sobre o programa de turismo
do Sesc, que é desenvolvido desde o ano de
1948.
A partir das 15h30, começará o painel
“Ecoturismo e Preservação Ambiental: Turismo
Consciente”, que contará com a participação
da analista de sustentabilidade do Instituto
Ecofuturo, Cleia Araújo e da gestora da
Estação Ecológica da Serra do Itapety,
Lucila Manzatti.
A mediação ficará sob a responsabilidade do
secretário municipal do Verde e Meio Ambiente
e presidente do Conselho Mogiano do Meio
Ambiente (COMOMA), Daniel Teixeira de Lima.
O encerramento, com networking, está
previsto para as 16h30. O 1º Seminário de
Turismo de Mogi das Cruzes também tem
apoio do Consórcio de Desenvolvimento dos
Municípios do Alto Tietê (Condemat), do
Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e do
Circuito Turístico das Nascentes.
Mais informações podem ser obtidas pelo
telefone 4798-6900.
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-
suzano/noticia/2019/11/03/1o-seminario-de-
turismo-de-mogi-das-cruzes-esta-com-
inscricoes-abertas.ghtml
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27
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio CBN
Data: 01/11/2019
Entrervista com secretário-executivo de Infraestrutura e Meio Ambiente Luiz Santoro
http://cloud.boxnet.com.br/y367aswv
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28
Grupo de Comunicação
Veículo: Voz da Terra Assis
Data: 03/11/2019
Transbordo de lixo é inaugurado de
acordo com normas da CETESB
http://cloud.boxnet.com.br/yxzglnrc
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29
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio 94,5 FM Bauru
Data: 01/11/2019
Bauru tem 15 áreas contaminadas,
segundo relatório da Cetesb
http://cloud.boxnet.com.br/y5le69xu
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30
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Metropolitana
Data: 01/11/2019
Prefeitura de Mogi das Cruzes fez reunião sobre operação verão
http://cloud.boxnet.com.br/yy7fj5rb
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31
Grupo de Comunicação
Veículo: TEM Notícias Itapetininga
Data: 01/11/2019
Moradores do bairro Curuça em
Itapetininga encontraram peixes mortos
http://cloud.boxnet.com.br/y4rzq54y
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32
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Mix
Data: 01/11/2019
Entrevista com Rodrigo Dias gerente da BRK ambiental falando obra de intervenção na Lauro Correia
http://cloud.boxnet.com.br/y6hpjmxs
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33
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal da Manhã Marília
Data: 03/11/2019
PLENÁRIA DO LIXO: ENTREGA DE DOCUMENTO COM RESUMO DAS PROPOSTAS MARCA NOVA FASE DE
AÇÃO
Mais uma etapa foi concluída na iniciativa da
sociedade civil organizada em contribuir para
que haja uma mudança efetiva e urgente na
maneira como o Município de Marília trata o
LIXO produzido por aqui. Já está nas mãos do
Prefeito, Daniel Alonso, e também do
Presidente da Câmara, Marcos Rezende, o
documento com o resumo das propostas
levantadas na Plenária do Lixo 2019.
Trata-se de um documento com todos os
assuntos que foram abordados por
especialistas na área durante o evento e
também após, mediante reuniões para análise
do conteúdo que foi apresentado, que
resultaram em 8 (oito) propostas objetivas da
sociedade civil organizada - que esperamos
sejam cuidados amente analisadas e
implantadas o quanto antes.
Não dá para esperar mais! Afinal, mesmo os
projetos ma is complexos e audaciosos
começam, inevitavelmente, com o primeiro
passo.
Já falamos muito sobre o custo elevado, cerca
de R$ 17 milhões por ano investidos pela
Prefeitura na coleta e transbordo das mais de
duzentas toneladas de lixo produzidas
diariamente. Mas não é só de economia que
estamos falando. A falta de uma destinação
correta para os resíduos dos mais diversos
tipos também é um problema ambiental, de
saúde pública e que compromete seriamente o
desenvolvimento da nossa cidade. Tanto que
no Workshop do CODEM (Conselho de
Desenvolvimento Estratégico de Marília), em
abril, a maioria dos mais de 140 participantes,
de diversas entidades e segmentos da
sociedade, elegeu a ausência de um plano de
gestão de resíduos sólidos e a falta de coleta
seletiva como alguns dos principais problemas
a serem corrigidos para que Marília possa
avançar em diversas áreas.
Neste sentido a Plenária do Lixo, realizada no
dia 28 de agosto deste ano com a união de
diversas entidades, foi um marco para a
história de Marília, onde ma is de 180
cidadãos se reuniram de maneira VOLUNTÁRIA
para se informar sobre a situação atual do lixo
e buscar soluções para esse grave problema.
E para que não se repita o que aconteceu em
2011, quando a Matra realizou a primeira
Plenária do Lixo e os gestores municipais que
se sucederam deste então “engavetaram” as
propostas que surgiram naquela ocasião,
desta vez, a comissão organizadora da
plenária propôs a criação de uma comissão
permanente para o acompanhamento das
ações que, junto com o grupo de trabalho
específico do CODEM nesta área, vai auxiliar o
Poder Público na tomada de decisões, na
elaboração de projetos e, principalmente, na
FISCALIZAÇÃO do andamento dos trabalhos.
“Essa é uma demonstração da maturidade de
uma sociedade que consegue se organizar e
pensar em soluções para uma cidade e desta
forma distribuir a responsabilidade com o
gestor público. Esse é o caminho e assim o
prefeito não se sente sozinho, tem muita
gente aqui pensando comigo, afirmou Daniel
Afonso, que prometeu dar andamento às
propostas apresentadas: “A gente vai avaliar
esse documento com a equipe técnica e
apresentar uma proposta de solução dentro de
um cronograma que seja exequível de fato”,
concluiu.
Dentre as propostas apresentadas estão: (1)
Implantação e revisão imediata do Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos; (2) Criação de Secretaria específica
de Meio Ambiente, sob o comando de
especialista da área; (3) Implantação imediata
da coleta seletiva em todo o Município, com o
devido planejamento de como esse trabalho
será executado e a destinaçào que será dada
aos materiais recolhidos; (4) Regularização de
uma área para o descarte dos resíduos da
construção civil, com as devidas tralativas com
o segmento (“caçambeiros” e Associação da
categoria), além dos grandes geradores deste
tipo de material (como as construtoras), para
processamento adequado por meio de usina
de reciclagem da totalidade dos resíduos da
construção civil produzidos no Município; (5)
Apoio ao Programa Estadual “Município
Verde/Azul” em sua integralidaae; (6) Envio
de Projeto de Lei pelo Executivo para o
Legislativo que discipline a gestão dos
resíduos de responsabilidade dos “grandes
geradores”; (7) Criação de um grupo de
trabalho integrado pelo Poder Público e por
34
Grupo de Comunicação
membros da sociedade civil organizada para
acompanhamento, apresentação de
proposições e assessoramento da gestão dos
resíduos e (8) Elaboração urgente do Plano
Municipal de Saneamento Básico, cujo prazo
termina em 31 de dezembro de 2019 e, sem o
qual, o Município ficará impedido de receber
recursos da União.
O Presidente da Câmara Municipal, Marcos
Rezende, se comprometeu a ajudar, no que
couber ao Legislativo, para a implantação das
propostas e cumprimentou os membros da
sociedade civil organizada pela iniciativa: “É
um assunto de extrema relevância para a
cidade. Nós não podemos concordar com o
que está acontecendo, com o Município
gastando todo mês mais de um milhão de
reais para fazer o transbordo do lixo; O
Município ainda não conseguir avançar na
coleta seletiva; Não fazer a atualização do
Plano Municipal de Resíduos Sólidos... São
temas extremamente importantes e nós
estaremos aqui para cobrar o Executivo para
que implemente políticas públicas nessa área,
melhorando a qualidade de vida, a saúde das
pessoas e a saúde financeira do Município
também”, disse.
O documento na íntegra com o resultado da
plenária está disponível no site da Matra e
também será entregue para representantes da
CETESB, MP, MPR CIESP e AC1M.
“A Matra sai fortalecida com este trabalho,
como também o CODEM que está trabalhando
com este tema e agora lemos que ir adiante,
encontrando alternativas para avançarmos,
principal mente com relação à coleta seletiva
de lixo, isso demonstra que a Matra não atua
apenas na fiscalização da aplicação dos
recursos públicos, ela também elabora ações
propositivas para construirmos juntos uma
cidade melhor para todos”, disse o empresário
José Geraldo Garla, membro da Matra.
“A Matra, assim como as demais entidades
envolvidas, só tem a agradecer a
disponibilidade do Prefeito em nos receber e
agora nos resta esperar que ele faça
realmente isso que ele prometeu, que é levar
à sério esse trabalho feito pela sociedade civil
organizada, páo bem de Marília”, disse
Hildebrando de Azevedo Souza, Presidente da
Matra, que completou; “Os problemas são de
todo mundo, da cidade inteira e a população
tem a obrigação de auxiliar da maneira
correta, de modo que as coisas sejam feitas
não para o agora, mas para sempre”
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35
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio CBN
Data: 03/11/2019
Qualidade da água do Rio Capivari caiu de bom para regular este ano
http://cloud.boxnet.com.br/yygx4jrz
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36
Grupo de Comunicação
Veículo: SPTV 1
Data: 02/11/2019
O Feriado no Litoral Paulista
http://cloud.boxnet.com.br/yxjrn592
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37
Grupo de Comunicação
Veículo: TV Vanguarda São José dos
Campos
Data: 02/11/2019
Rios estão impróprios para banho
http://cloud.boxnet.com.br/y6fyzvrj
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38
Grupo de Comunicação
Veículo: EPTV Campinas
Data: 02/11/2019
Flagrante de poluição é registrado no Rio Anhumas, em Campinas
http://cloud.boxnet.com.br/y42t5vxe
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39
Grupo de Comunicação
Veículo: TV TEM Itapetininga
Data: 02/11/2019
Problema de peixes mortos no rio da
região de Itapetininga parece não ter fim
http://cloud.boxnet.com.br/y3sb99cd
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40
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de Limeira
Data: 03/11/2019
MP investiga eventual poluição de represa em Cordeirópolis
http://cloud.boxnet.com.br/y64ctbe9
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41
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Notícias da Manhã
Data:
Cetesb classifica como boa a
qualidade da água do São Domingos
O mais recente relatório da Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb) destaca a qualidade da água do rio
São Domingos como boa. A classificação tem
como base dados de 2018 e consta na
publicação da Qualidade das Águas Interiores
no Estado de São Paulo.
O relatório aponta que a Unidade de
Gerenciamento de Recursos Hídricos -15, a
UGRH-15 – Turvo/Grande é a única do grupo
das cidades que tem participação da
agropecuária que já atingiu a densidade
recomendada com 1,32 pontos para cada
1.000 quilômetros quadrados, passando de 10
pontos em 2008 para 21 em 2018.
As responsáveis por esse salto seriam as
obras do afastamento do esgoto sanitário e da
construção das lagoas de tratamento de
Catanduva. Com elas, é possível remover 30
mil metros cúbicos de poluentes a cada dia.
Graças à evolução do rio São Domingos na
última década, foi possível melhorar a média
anual do Índice de Qualidade das Águas de
regular para boa. Até então, o ribeirão, que
tem 855 quilômetros de extensão, registrava
resultado ruim.
Conforme consta no relatório, para o cálculo
do Índice de Qualidade das Águas (IQA), são
considerados níveis de lançamento de
efluentes sanitários, inclusive das indústrias. O
resultado mostra que aproximadamente 85%
dos 471 pontos monitorados foram
classificados nas condições de ótima, boa ou
regular.
http://cloud.boxnet.com.br/yy6xeq24
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42
Grupo de Comunicação
Veículo: Expressão Caiçara
Data: 0 4/11/2019
Estado e Sabesp assinam contrato
com a Prefeitura para investimentos de R$ 422 milhões em água e esgoto
O Governo do Estado e a Sabesp assinaram
nesta quarta-feira (30) com a Prefeitura de
Caraguatatuba o contrato pelo qual a
Companhia assume a prestação de serviços de
saneamento do município, oficializando a
parceria com a administração. O contrato
prevê investimentos que visam a ampliação da
distribuição de água, coleta e tratamento de
esgotos.
Com a formalização do contrato de prestação
de serviços entre a Sabesp e o município de
Caraguatatuba, vários investimentos estão
previstos ao longo dos próximos 30 anos,
atendendo às prioridades e exigências do
Piano Municipal de Saneamento elaborado
pelo Município e aprovado pelo Poder
Legislativo.
Vale ressaltar que, conforme as necessidades,
o contrato pode sofrer alterações e revisões a
cada quatro anos com o intuito de atender
sempre às demandas da cidade.
Entre os investimentos previstos em
abastecimento, os destaques são as
ampliações das estruturas e sistemas de
reservação das ETAs Porto Novo e
Massaguaçu. Em esgotamento sanitário, no
período de oito meses já avançaram 53% as
obras do Jardim Gaivotas - o prazo de
execução é de dois anos.
Outras prioridades são a ampliação dos
sistemas de esgotos Indaiá, Jardim Adalgisa;
implantação de coleta de esgotos para os
bairros Golfinho, Jardim Terralão e melhoria
dos sistemas Martim de Sá e Jaraguazinho,
com implantação de novas redes e ampliação
da cobertura em esgotos para imóveis
atualmente não atendidos.
http://cloud.boxnet.com.br/yykvrz7d
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43
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Litoral
Data: 04/11/2019
Cidade Anchieta acumula problemas
Enormes buracos na calçada de acesso, valas
e falta de iluminação são os motivos de
preocupação para a população que utiliza a
avenida José Batista Campos, no bairro Cidade
Anchieta, em Itanhaém.
A avenida é a principal via de acesso para os
bairros Cidade Anchieta e Jardim Oásis, onde
se localizam diversos estabelecimentos
comerciais e duas unidades escolares - a EM
Eugênia Pitta Rangel Veloso e a Etec de
Itanhaém.
Neste trecho da avenida
José Batista Campos, que liga os dois bairros,
o movimento de veículos, caminhões, ciclistas
e pedestres é bastante intenso, durante o dia
e à noite.
Nesta mesma avenida também está localizado
o aeroporto "Dr. Antonio Ribeiro Nogueira”, de
Itanhaém.
Para o catador de materiais recicláveis
Francisco Batista de Oliveira, morador no
Jardim Oásis, a situação é de grande risco
tanto para o pedestre como para o ciclista.
"Passo aqui todos os dias para trabalhar e, à
noite, fica bem pior devido à falta de
iluminação no local. Outro dia aconteceu um
acidente com um veículo à noite”, afirma. Na
opinião do morador, a prefeitura deveria
providenciar os reparos na calçada e instalar
postes de iluminação.
Outra moradora do Jardim Oásis e que passa
no local diariamente é a dona de casa Creusa
Rodrigues Soares, de bicicleta na ciclovia.
"Este trecho com os buracos está péssimo. É
um perigo, já que as pessoas têm que sair da
calçada e invadir a ciclovia, o que pode provar
acidentes”. E completa "os bairros pobres são
os que mais sofrem, os políticos não estão
preocupados com os nossos problemas”.
Também para a dona de casa Maria Zilma da
Silva, moradora no Cidade Anchieta, há falta
de segurança. "É muito perigoso neste local,
pois temos que desviar e andar pela ciclovia
devido aos buracos, correndo o risco de ser
atropelada”, desabafa a moradora.
MAU CHEIRO. Ao caminhar pela avenida
José Batista Campos, ao lado da calçada e da
ciclovia, os moradores se deparam ainda com
valas que provocam um forte mau cheiro,
além de estarem cobertas pelo mato alto.
As valas estão localizadas num trecho da
avenida, logo após uma rua de acesso para a
Estação de Tratamento de Água (ETA), da
Sabesp.
OUTRO LADO.
A prefeitura de Itanhaém informou, por meio
de nota, que estão na programação da
Secretaria de Serviços e Urbanização os
reparos na calçada, a limpeza de valas e a
roçada do mato. Em relação à ampliação da
ciclovia na via citada, informou que a obra
está em fase final de licitação. Porém, a
Administração Pública não informou se há
previsão de instalar mais postes de iluminação
na avenida.
(Nayara Martins)
NAIR BUENO/DlARIO do litoral Avenida é a
principal via de acesso para importantes
bairros como Cidade Anchieta e Jardim Oásis
NA IR BUENO/DlARIO do litoral Prefeitura
afirma que fará reparos nas calçadas e
limpeza das valas, além de roçada do mato
http://cloud.boxnet.com.br/y65zfjbb
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44
Grupo de Comunicação
Veículo: Terra
Data: 04/11/2019
Forte calor e pouca chuva causa
queda no volume na Billings
Segundo dados apresentados no site da
Sabesp, o nível de volume de água
armazenada na represa Billings chegou a
34,43%. A queda iniciou a partir de 11 de
maio quando o nível era de 88,28%, o
segundo maior do ano ficando atrás do dado
colhido em 12 de abril (89,75%). Em 1º de
outubro, o nível estava em 52,77%.
O volume de chuvas também está caindo ao
longo do tempo. Em 2 de setembro foi
registrado o valor acumulado de 21,8mm em
24 horas. Na última sexta-feira (1º/11), o
dado não ultrapassou 1,6mm.
A represa Billings faz parte do Sistema
Guarapiranga que atende a zona sul e o
sudeste da Capital. Os sistemas que
abastecem o ABC estão em nível considerado
"excelente": Alto Tietê (81,6%); Rio Claro
(102%); e Rio Grande (82%).
O sistema Guarapiranga, é o segundo maior
sistema de água da Região Metropolitana,
localizado nas proximidades da Serra do Mar.
Sua água é proveniente da represa
Guarapiranga (formada pelos rios Embu-
Mirim, Embu-Guaçu, Santa Rita, Vermelho,
Ribeirão Itaim, Capivari e Parelheiros) e da
Represa Billings (Rio Taquacetuba). Produz 15
mil litros de água por segundo e abastece 4,9
milhões de pessoas das Zonas Sul e Sudoeste
da Capital.
No último dia 03/11 o Guarapiranga
apresentava um volume de 68,4%. Veja
abaixo o quadro da situação dos mananciais
em São Paulo:
http://cloud.boxnet.com.br/y2w2sncz
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45
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Guarujá
Data: 04/11/2019
Hermínio Matos conversa com Valter Suman, prefeito do Guarujá
http://cloud.boxnet.com.br/y237jquu
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46
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Litoral
Data: 04/11/2019
Participação de ouvinte sobre vazamento da Sabesp
http://cloud.boxnet.com.br/y69decs3
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47
Grupo de Comunicação
Veículo: Governo SP
Data: 03/11/2019
Alunos da rede pública participam de
atividades no Viveiro Florestal de Taubaté
Iniciativas integraram 16ª edição da Semana
Nacional de Ciência Tecnologia do Vale
Paraíba, com apoio do Instituto Florestal
Divulgação/Instituto Florestal
O Viveiro Florestal de Taubaté, área
protegida do Instituto Florestal, vinculado à
Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente do Estado, promoveu uma ação
da 16ª edição da Semana Nacional de Ciência
Tecnologia do Vale Paraíba, no dia 24 de
outubro. Neste ano, o evento abordou o tema
“Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o
Desenvolvimento Sustentável”.
O espaço recebeu a visita de alunos do Ensino
Médio de Tempo Integral da Escola Estadual
Pereira de Mattos, localizada no município de
Caçapava. Foi realizado um roteiro
abrangendo os projetos de pesquisa e demais
atividades desenvolvidas na unidade.
O principal objetivo foi promover um espaço
de diálogo e troca de conhecimento entre
estudantes, professores e funcionários do
Viveiro Florestal. Durante a visita, os alunos
trataram de diversos temas relacionados à
atuação do Instituto Florestal, como pesquisa,
conservação e restauração florestal, relação
entre água e floresta, sequestro de carbono,
produção de mudas e educação ambiental.
Conservação
Os estudantes conheceram o projeto de
pesquisa que envolve o plantio de espécies
nativas para o sequestro de carbono; a
produção de artesanatos e brinquedos a partir
de resíduos sólidos, no Projeto Eco-Oficina; o
centro de visitantes com exposição
relacionada ao combate à caça ilegal; o
laboratório de pesquisa em análise e
monitoramento de qualidade da água;
simulador de chuvas; e o viveiro de mudas
florestais.
A semana representa uma oportunidade de
popularização do conhecimento científico e
possibilita a disseminação das práticas e ações
visando à conservação e recuperação das
florestas, melhoria da qualidade ambiental e
sustentabilidade.
O evento ocorre em âmbito nacional e é
promovido pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações. Na
região do Vale do Paraíba, as atividades são
realizadas por meio de parceria entre diversas
instituições, como a Universidade Estadual
Paulista (Unesp), Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (Cemaden), Diretoria Regional de
Ensino e Instituto Florestal.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-
noticias/alunos-da-rede-publica-participam-
de-atividades-no-viveiro-florestal-de-taubate/
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48
Grupo de Comunicação
Veículo: Governo SP
Data: 03/11/2019
Estado participa de encontro de
capacitação para definir rotas de
descarbonização
Reunião teve objetivo de apresentar o
contexto dos compromissos frente aos temas
globais que envolvem mudanças do clima
Divulgação/Infraestrutura e Meio Ambiente
Os membros dos Grupos de Trabalho do Clima
e o de Biodiversidade que representam todas
as áreas e instituições da Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA)
estiveram presentes na reunião inaugural,
realizada nesta quarta-feira (30).
O encontro teve como principal objetivo
apresentar o contexto dos compromissos
globais, estaduais e também da pasta frente
aos temas que envolvem as mudanças do
clima e da biodiversidade, com vistas à
incorporação nos programas, projetos, ações,
produtos e narrativas.
Na ocasião, foi realizada uma videoconferência
com a equipe técnica do The Climate Group,
que, em parceria com a Winrock International,
apresentou aos grupos de trabalho os
“Princípios básicos da Contabilização no Setor
de Energia e AFOLU – Agricultura, Florestas e
Uso da Terra”.
Parceria
A capacitação está inserida no contexto do
Projeto “Trajetória de Descarbonização 2030”,
elaborado pelas empresas parceiras do The
Climate Group. No início deste ano, São Paulo
foi escolhida como uma das regiões para
elaboração do projeto, que abrange sete
estados em quatro países: México, Brasil,
Argentina e Peru.
Como a SIMA é integrante do The Climate
Group, a secretaria está envolvida no
levantamento de dados que subsidiarão a
construção do projeto “Trajetória de
Descarbonização”, juntamente com outros
atores. Os resultados serão apresentados e
negociados pelos dois Grupos de Trabalho
(Clima e o da Biodiversidade), com a
coordenação da AINt.
Trata-se da 1ª Reunião dos Grupos de
Trabalho do Clima e o de Biodiversidade,
designados pela Deliberação nº 01, de 11 de
outubro de 2019, no âmbito do Comitê de
Integração de Políticas Globais de
Desenvolvimento Sustentável – CIPOG
(Resolução SIMA 33 de 14.05.2019). O
encontro foi coordenado pela assessora
Internacional da secretaria, Jussara de Lima
Carvalho.
Integração
O ano de 2020 é o limite para a meta de
redução de gases do efeito estufa (GEE) da
Política Nacional sobre Mudança do Clima
(PEMC) e para contabilização das metas de
Aichi, que dizem respeito à conservação da
Diversidade Biológica. A integração das
políticas globais com o Sistema Ambiental
Paulista foi iniciada no ano passado e resultou
em um relatório de atividades, com propostas
de planos de ação para continuidade, que
serão analisados pelos membros atuais dos
Grupos de Trabalho (GTs).
Caberá ao Comitê de Integração (CIPOG) a
aprovação dos Planos de Ações dos GTs,
dentro das atribuições da SIMA, tendo por
base a Política Estadual de Mudanças
Climáticas (PEMC); das Metas de Aichi e da
Agenda Pós-2020/CDB, assim como da
Agenda 2030, relativa aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-
noticias/estado-participa-de-encontro-de-
capacitacao-para-definir-rotas-de-
descarbonizacao/
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49
Grupo de Comunicação
Veículo: Governo SP
Data: 02/11/2019
Fundação Florestal faz parceria com
associação para monitoria ambiental em
Cananéia
Iniciativa, que faz parte de ações do Governo
voltadas ao Vale do Ribeira, envolve grupo
para atuar no Parque Estadual Ilha do
Cardoso
Praia de Lages – Núcleo Maruja, área do Parque Estadual
da Ilha do Cardoso
A Fundação Florestal, responsável pela
gestão das Unidades de Conservação do
Estado, deu o passo inicial ao assinar o Termo
de Autorização de Uso com a Associação dos
Monitores Ambientais de Turismo Municipal de
Cananéia (Amoamca), para a prestação dos
serviços de monitoria ambiental em atrativos
turísticos do Parque Estadual Ilha do
Cardoso – Núcleo Perequê e em seu
entorno, em Cananéia.
A assinatura ocorreu em 18 de outubro, na
sequência do anúncio do Programa Vale do
Futuro, anunciado pelo Governo do Estado,
que prevê uma série de ações de
desenvolvimento econômico e social na região
do Vale do Ribeira. O programa prevê R$ 1
bilhão em investimentos públicos e atração de
mais R$ 1 bilhão em recursos privados, além
de oferecer 30 mil oportunidades de emprego,
renda e empreendedorismo até o final de
2022.
As ações também incluem iniciativas de
incentivo ao turismo e prevenção ambiental, já
que a região tem 100 km de litoral e 21% de
toda a Mata Atlântica remanescente do país,
além de abrigar 30 comunidades quilombolas
e 10 aldeias indígenas.
A Amoamca foi a entidade contemplada no
Chamamento Público NNP 001/2019,
publicado pela Fundação Florestal no Diário
Oficial do Estado de São Paulo, em 27 de
agosto. A monitoria ambiental inclui trilhas,
visita ao mirante e Centro de Visitantes e
passeios náuticos de caiaque e stand up
paddle.
A Associação, que conta com 20 monitores,
terá que cumprir diversas contrapartidas como
controlar o acesso aos atrativos turísticos do
Parque Estadual Ilha do Cardoso; fazer a
manutenção e limpeza periódica das trilhas e
manutenção preventiva das estruturas
existentes nas trilhas e atrativos; efetuar a
limpeza da tenda de recepção e das trilhas de
acesso à Praia do Itacuruçá e a retirada e
destinação correta dos resíduos deixados pelos
visitantes, entre outras.
Vale ressaltar que o cumprimento dessas
contrapartidas por uma associação local de
monitoria ambiental traz benefícios a todos,
pois desonera os cofres públicos, fomenta o
empreendedorismo da região e garante renda
à comunidade local através do turismo.
A presidente da entidade Noeli Mara Neves
Pereira e seus associados comemoraram a
assinatura do documento. “Todos nós estamos
muito felizes, pois teremos mais segurança
para o trabalho que exercemos há 20 anos na
região. Nós já tínhamos a responsabilidade de
receber o visitante e cuidar do meio ambiente.
Com a assinatura do Termo, ela aumentou.
Agora, é o momento de arregaçar as mangas
e trabalhar ainda mais, pois ideias não
faltam”.
O gerente do Vale do Ribeira e Litoral Sul,
Edson Montilha de Oliveira, comemora a
assinatura com a Amoamca. “Trata-se da
formalização e do aprimoramento de uma
parceria antiga que já temos com os
monitores. Isso trará mais tranquilidade para
a execução dos trabalhos que já são
desenvolvidos e, com certeza, serão
aprimorados a partir de agora”.
Parque Estadual da Ilha do Cardoso
O Parque Estadual da Ilha do Cardoso está
localizado no extremo sul do litoral de São
Paulo, no Município de Cananéia, e foi criado
pelo Decreto nº 40.319, de 3 de julho de
1962. O Parque possui mais de 13.500
50
Grupo de Comunicação
hectares de área de preservação, conta com
sete comunidades tradicionais e detém uma
das áreas mais preservadas do bioma da Mata
Atlântica.
No PE Ilha do Cardoso e entorno existem
atrativos para diversas modalidades de
visitação pública, como trilhas para acessar
cachoeiras, pontos de observação de aves e
de golfinhos, vivência com a cultura caiçara,
entre outros.
O Núcleo Perequê e o Núcleo Marujá são
as áreas de maior visitação do Parque,
possuem estruturas de apoio à pesquisa
(públicas ou particulares), eventos, cursos,
atividades de educação ambiental e turismo.
Em 2018, a Ilha do Cardoso recebeu,
aproximadamente, 48 mil visitantes entre
grupos de estudantes, pesquisadores e
turistas.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/fun
dacao-florestal-faz-parceria-com-associacao-
para-monitoria-ambiental-em-cananeia/
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51
Grupo de Comunicação
Veículo: Governo SP
Data: 02/11/2019
Workshop discute ações para redução de
atropelamentos de animais em estrada
Evento realizado em 24 de outubro buscou
soluções para obra de duplicação da rodovia
SP-333, conhecida como Assis-Marília
O Instituto Florestal, em parceria com a
concessionária Entrevias, reuniu especialistas
em fauna silvestre, ecologia de estradas,
engenheiros e representantes do Ministério
Público para discutir e apontar a melhor
solução na obra de duplicação da rodovia SP-
333. Conhecida como Assis-Marília, a estrada
corta um trecho das unidades de conservação
do Instituto Florestal, vinculado à
Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente do Estado.
A pedido da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb), o Workshop
sobre Ecologia de Estradas e Fauna Silvestre
ocorreu em 24 de outubro, na Floresta
Estadual de Assis. O evento permitiu uma
avaliação quanto aos cuidados da obra de
aperfeiçoamento da rodovia e, com base no
resultado, será feito a elaboração de
passagens de fauna, de forma a minimizar os
atropelamentos de animais na via.
Medidas
Serão adotados caminhos seguros para o
tráfego de animais, garantindo a diminuição
dos atropelamentos de fauna silvestre. Como
resultado da ação, foi elaborado um
documento que será encaminhado à Cetesb
para orientar a solicitação de medidas de
redução dos atropelamentos, que deverão ser
solicitadas por ocasião do licenciamento de
implantação da obra de duplicação.
A reunião também teve a participação de
pesquisadores de instituições de ensino
superior, como a Universidade Estadual
Paulista (Unesp), Universidade de São Paulo
(USP) e Universidade Federal do ABC
(UFABC), além de representantes da
Cetesb e da Prefeitura Municipal de Assis.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-
noticias/workshop-discute-acoes-para-
reducao-de-atropelamentos-de-animais-em-
estrada/
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52
Grupo de Comunicação
Veículo: Governo SP
Data: 01/11/2019
Governo de SP contrata serviços para
desassoreamento de lagoa em Nova
Odessa
Com investimentos de R$ 1,4 milhão, trabalho
será realizado pelo DAEE em parceria com a
Prefeitura Municipal
Serão iniciados neste mês os serviços para o
desassoreamento da lagoa do Bosque Manoel
Jorge, em Nova Odessa, em trabalho realizado
pelo Departamento de Águas e Energia
Elétrica (DAEE), com investimento de R$ 1,4
milhão.
Em parceria com a Prefeitura Municipal, as
máquinas removerão 12 mil metros cúbicos de
sedimentos depositados na lagoa. O material
dragado será depositado em área da cidade já
aprovada pelo licenciamento ambiental
emitido pela Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb).
“A lagoa integra o sistema hidráulico do
município, localizada em importante área de
lazer da cidade, muito frequentada pela
população local. A limpeza e desassoreamento
do lago contribuirá para minimizar o risco de
inundações e propiciar um ambiente mais
agradável para os visitantes”, explica Alceu
Segamarchi Júnior, superintendente do
DAEE.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/gov
erno-de-sp-contrata-servicos-para-
desassoreamento-de-lagoa-em-nova-odessa/
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Veículo: G1 São Carlos e região
Data:
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53
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: G1 Itapetininga
Data: 01/11/2019
Período da piracema começa nesta sexta-feira na região de Itapetininga
Durante a piracema fica proibida a pesca de
espécies nativas, como curimba, lambari e
traíra. Quem desrespeitar pode ser multado e
até preso.
Começou nesta sexta-feira (1º) a piracema,
conhecida por ser a época de reprodução dos
peixes. O período vai até o dia 28 de fevereiro
de 2020.
Na região de Itapetininga (SP), os pescadores
são proibidos de atuar no período e recebem o
Seguro Defeso, que é o benefício de um
salário mínimo pago pelo Governo Federal aos
profissionais.
De acordo com Ary Martins, sargento da
Polícia Militar Ambiental, durante a
piracema fica proibida a pesca de espécies
nativas, como curimba, lambari e traíra.
Também fica proibido o uso de redes, tarrafas
e materiais perfurantes, como lanças e arpões.
Período da piracema começa nesta sexta-feira
na região de Itapetininga
Já o uso de iscas naturais continua permitida,
desde que o pescador tenha nota fiscal.
Também é permitida a pesca de espécies
exóticas, como uso de varas simples com ou
sem carretilha.
Para os pescadores profissionais não há limite
para pesca das espécies permitidas, já para os
amadores, a captura pode ser de até 10 kg.
Caso a regra seja descumprida, o pescador
pode ser multado e até preso.
"Vai ser lavrado auto de infração com
penalidade de multa de R$ 700 somente pela
prática da pesca e acrescentado R$ 20 por
quilo de peixe. Na esfera penal, responde por
crimes ambientais e a pena pode ser de 1 a 3
anos de detenção, multa ou
cumulativamente", afirma o sargento.
"Procure saber a origem do pescado, índole do
comerciante, se é pescador profissional ou não
e a forma de fiscalizar e colaborar, sabendo a
origem ou solicitando a nota fiscal do pescado
nativo que ele está comprando."
https://g1.globo.com/sp/itapetininga-
regiao/noticia/2019/11/01/periodo-da-
piracema-comeca-nesta-sexta-feira-na-regiao-
de-itapetininga.ghtml
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54
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta Guaçuana
Data: 01/11/2019
Parque dos Ingás: Jacaré é capturado em trecho do Rio Mogi Guaçu
Na tarde desta quinta-feira (31), uma
ocorrência do Corpo de Bombeiros e da
Polícia Militar Ambiental chamou a atenção
na região central de Mogi Guaçu. Isso porque,
um jacaré-de-papo-amarelo foi encontrado no
trecho do Rio Mogi Guaçu que fica dentro do
perímetro urbano, no Parque dos Ingás.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e resgatou
o animal que estava próximo a ponte
vermelha. No dia seguinte, nesta sexta-feira
(01), o jacaré foi reintroduzido à natureza
pelos cabos Da Silva e Leme da Polícia Militar
Ambiental.
De acordo com o tenente Ivo Fabiano Morais,
o animal precisava ser remanejado e foi solto
acima da barragem da PCH (Pequena Central
Hidrelétrica) da AES Tietê, na Cachoeira de
Cima. “Ele foi solto em outro trecho para a
segurança dele e das pessoas”.
O tenente ainda explicou que a reintrodução
do jacaré só aconteceu porque ele
apresentava boas condições de saúde. “Ele foi
avaliado e foi constatado que era um animal
saudável, sem ferimentos”.
Morais aproveitou o episódio para alertar que
o jacaré-de-papo-amarelo é um animal nativo
que não pode ser capturado e nem abatido.
“Vale lembrar que é um animal silvestre,
então qualquer pessoa que o capture pode ser
multada e responder na Justiça pelo ato de
crime ambiental”.
O tenente finalizou dizendo que foi uma
ocorrência em conjunto das polícias militares
do Estado de São Paulo que gerou uma grande
satisfação em todas as equipes.
A ocorrência também contou com o apoio da
ONG Sentinelas do Rio Mogi Guaçu com o
presidente Jean Carlos Canato.
https://gazetaguacuana.com.br/parque-dos-
ingas-jacare-e-capturado-em-trecho-do-rio-
mogi-guacu/
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55
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Litoral
Data: 02/11/2019
Proprietários rurais declaram 1
milhão de km² além de área passível de notificação
Especialistas alertam sobre falta de dados
consistentes e insegurança jurídica na questão
fundiária
Domingo, 3 de Novembro de 2019 - 04:30
RIO - No momento em que o governo anuncia
a intenção de adotar a autodeclaração para
fazer a regularização fundiária no Brasil, o
Cadastro Ambiental Rural (CAR), no qual
os proprietários de áreas rurais informam
diretamente as dimensões das suas terras,
mostra que há uma área equivalente à do
Egito registrada a mais no banco de dados do
Serviço Florestal Brasileiro . São mais de um
milhão de quilômetros quadrados registrados
acima da área passível de cadastramento.
Pelos dados do CAR de agosto deste ano, 3,9
milhões de quilômetros quadrados eram
passíveis de cadastro, mas a área informada
era de 4,9 milhões de quilômetros:
- Essa área adicional seria o 29º maior país do
mundo, entre o Egito e a Colômbia. Há um
completo descompasso entre os instrumentos
para regulação fundiária e uma efetiva
regularização fundiária. A imprecisão territorial
tem aumentado. Em 2013, nos cartórios,
havia dois estados de São Paulo a mais. Agora
o cadastro mostra sobreposição maior - afirma
Luiz Ugeda, presidente da Comissão de
Geodireito da OAB-SP.
Segundo o especialista, há várias bases de
dados - a do Serviço Florestal Brasileiro, a da
Embrapa Territorial, a do IBGE - sem unidade
para servir de parâmetro:
- O ideal é ter uma agência para cuidar da
questão, conforme prevê a Constituição.
Segundo Gerd Sparovek, do Laboratório de
Planejamento de Uso do Solo e
Conservação (Geolab), da Escola Superior
de Agricultura, da USP, a área possível de
cadastramento tomou por base o Censo
Agropecuário Brasileiro de 2006, do IBGE, que
já divulgou novo censo no mês passado, com
dados de 2017.
- Os levantamentos censitários do IBGE não
cobrem todas as áreas em que há imóveis ou
posses rurais. Assim, a área cadastrável ficou
subestimada. Há os registros sobrepostos que
levam à dupla contagem, além da grande
quantidade de registros em unidades de
conservação, terras indígenas em que a
presença de imóveis rurais privados deveria
ser exceção. Além disso, temos no Brasil em
torno de 17% do território sem registro
fundiário algum.
Evitar sobreposição
O Cadastro Ambiental Rural foi criado por lei
em 2012 e regulamentado em 2014 para
integrar informações ambientais, em relação
às áreas de preservação e reserva legal, para
o planejamento ambiental e o combate ao
desmatamento. Segundo Jaíne Cubas, diretora
de Cadastro e Fomento Florestal do Serviço
Florestal Brasileiro, o cadastro vem sendo
aperfeiçoado para diminuir a sobreposição,
mas não foi feito para regularização fundiária:
- Como o cadastro é autodeclaratório, vai ter
sobreposição. Estamos trabalhando para
qualificá-lo e diminuir o erro.
Está em desenvolvimento no Serviço Florestal,
segundo Jaíne, uma forma de limitar a
sobreposição em 10% para pequenos
proprietários, 5% para os médios e 3% para
os grandes.
- O benefício do cadastro é conhecer a
propriedade rural para saber quais áreas
podem ser usadas para agricultura, além de
ele ser obrigatório para acesso a crédito rural
(subsidiado) e servir de ferramenta para
políticas ambientais.
Sparovek diz que esse excesso de terras
cadastradas diminui a eficácia do CAR para o
Código Florestal.
- A sobreposição no cadastro indica incerteza
sobre a questão fundiária, sobre quem é o
legítimo detentor da propriedade. Não é
possível saber a quem cabe a responsabilidade
de regularização ambiental. O CAR trouxe à
tona o tamanho do problema. A solução pode
não ser simples e muito menos pacífica; pode
envolver equacionar conflitos fundiários e
grilagem de terras. Isto certamente vai
56
Grupo de Comunicação
atrasar a implementação do CAR e seus
benefícios.
Segundo Bastiaan Reydon, do Grupo de
Governança de Terras da Unicamp, a ideia do
governo de usar autodeclaração para
assentamentos rurais não é ruim:
- O problema é que abre uma brecha para
todo mundo entrar nela. Já tinham acabado
com a obrigatoriedade de comprovar a
anuência de seus vizinhos. É perigoso, pode
potencializar a grilagem.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=33176118&e=577
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57
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Vale do Ribeira
Data: 03/11/2019
Polícia ambiental apreendeu balão de 18 metros na zona rural de Tremembé
Polícia foi acionada por moradores do bairro
Aterrado, na zona rural, que alertaram que
baão havia caído em uma propriedade.
Ninguém foi preso.
Por G1 Vale do Paraíba e Região
Um balão de 18 metros foi apreendido pela
Polícia Militar Ambiental em Tremembé
neste domingo (3).
De acordo com a polícia, eles foram acionados
por moradores que alertaram que o balão
havia caído em uma propriedade e baloeiros
tentavam o resgate em uma propriedade no
bairro Aterrado, na zona rural.
Ao chegarem ao local a polícia não encontrou
o grupo, mas conseguiu apreender o balão e
alguns equipamentos usados pelo grupo. A PM
informou que chegou a fazer buscas na mata,
mas ninguém foi encontrado.
Os objetos foram levados pela PM, que é
responsável pela destruição. A pena prevista,
caso o autor do lançamento seja identificado,
é a detenção de um a três anos, multa ou
ambas cumulativamente.
https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-
regiao/noticia/2019/11/03/policia-ambiental-
apreendeu-balao-de-18-metros-na-zona-rural-
de-tremembe.ghtml
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58
Grupo de Comunicação
Veículo: Jota
Data: 04/11/2019
Desenvolvimento empresarial por meio
da autorregulação como medida de
compliance
Autorregulação representa um sistema próprio
e maduro que só traz benefícios às empresas
e à sociedade
Carolina Alencar Marchesano
Cada vez mais, o Compliance resta
evidenciado nas manchetes nacionais como
resposta direta à atual insegurança jurídica,
política e econômica do Brasil, representando
verdadeira tendência a ser seguida para o
correto e prudente desenvolvimento
empresarial do país.
Sabe-se que o instituto reflete um conjunto de
ações e de procedimentos pelos quais se
busca o contínuo crescimento social e
econômico de determinado ramo da indústria
por meio da observância e do cumprimento
das regras vigentes relacionadas ao seu objeto
de atuação, com fundamento no princípio da
integridade corporativa.
Existe, há tempos, na seara internacional, mas
revelou-se no Brasil principalmente após o
julgamento da Ação Penal 470 – Mensalão e,
posteriormente, com a Operação Lava-Jato.
Os acontecimentos decorrentes dos
escândalos de corrupção e de crimes
relacionados impulsionaram a promulgação e
a devida exposição à denominada “Lei
Anticorrupção” – Lei Nº 12.846/13 e sua
decorrente regulamentação por meio do
Decreto nº 8.420/15, visando a uma maior e
mais severa responsabilização administrativa
de pessoas jurídicas por atos ilícitos
envolvendo vantagens indevidas a
funcionários públicos nacionais e estrangeiros
e exigindo medidas de prevenção por parte
das corporações.
A partir daí, a repercussão do Compliance
cresceu de forma correspondente à
arquitetura jurídica sob a qual as companhias
e respectivos gestores passaram a estar
submetidos. Mas, além disso, todo esse
cenário acabou por dar visibilidade a
ramificações e demais institutos empresariais
de autogestão, como o da Autorregulação,
considerada tendência para a contínua
evolução economicamente sustentável do
âmbito empresarial.
Não se pode ignorar que o aumento
progressivo da complexidade social e o
desenvolvimento tecnológico aliado ao
processo de globalização retiraram, em parte,
a capacidade do Estado de controlar de forma
adequada as organizações. Embora a evidente
necessidade de controle estatal acerca da
atuação das empresas, o governo passou
recorrer, cada vez mais, ao auxílio da esfera
privada, incluindo medidas relacionadas ao
sistema de Autorregulação.
Isso porque um dos principais diferenciais da
Autorregulação é o seu enforcement,
considerando que, por ser aplicada pela seara
privada, possui proximidade com a atividade
autorregulada, com maior e melhor
conhecimento técnico e prático para criação de
regras pertinentes às demandas de mercado,
o que, para Nelson Eizirik, possibilita uma
atuação mais assertiva, eficaz e célere se
comparada à da autoridade governamental.1
Pode-se, assim, afirmar que a Autorregulação
representa um braço mais específico do
Compliance e da gestão de riscos voltado às
entidades privadas que exercem atividades de
interesse público – como as pertencentes aos
setores financeiro, publicitário e farmacêutico,
por exemplo.
Tem fundamento nos princípios constitucionais
da liberdade individual, da liberdade de
iniciativa e da propriedade privada, com o
intuito de proporcionar uma gradativa
diminuição da necessidade de intervenção do
governo e de autoridades regulatórias no setor
privado em matérias que não integram a zona
de risco do mercado devido ao trabalho das
empresas.
Consiste, dessa forma, na organização coletiva
de determinado setor do mercado com a
finalidade de alinhamento de melhores
práticas do respectivo ramo empresarial.
Segundo YAZBEK, a Autorregulação resulta da
“institucionalização de relações antes
meramente contratuais”2, com a finalidade de
aprimorar os serviços prestados pelas
empresas e, consequentemente, elevar a
credibilidade e reputação do setor no qual
atuam.
Representa total relação com o Compliance,
uma vez que a Autorregulação dispõe dos
59
Grupo de Comunicação
mesmos objetivos, princípios e métodos,
como, por exemplo: (i) comprometimento do
corpo diretivo e da alta direção das empresas
com os normativos internos; (ii) alinhamento
das regras às estratégias e aos objetivos de
negócio da organização; (iii) alocação de
recursos próprios para desenvolvimento,
implementação, manutenção e melhoria do
sistema; e (Iv) mapeamento de riscos e
antecipação de demandas para elevação da
qualidade das práticas e serviços.
A respeito da ligação do instituto com os
escândalos de corrupção e ilícitos conexos,
Renato de Mello Jorge Silveira afirma que
“trabalha-se, no âmbito penal econômico, com
um estímulo à empresa não cometer ilícito,
autogerindo-se3”. Mas, além de fortalecer as
corporações com assuntos de Direito Penal
Econômico, tem-se que a Autorregulação
também prepara as empresas para questões
regulatórias e administrativas complexas.
Há, assim, a coexistência das normas de um
sistema de Autorregulação, do Ordenamento
Jurídico e do Direito Administrativo
Sancionador, que caminham na mesma
direção. Por estar sempre baseada nos
alicerces da sociedade, assim como em todas
as fontes do Direito – leis, costumes,
jurisprudência e doutrina – a Autorregulação
encontra, neles, os seus limites, nunca os
contrariando, representando uma extensão
normativa que visa à definição e à obediência
de regras de convivência de seus integrantes,
para estabelecimento de elevado padrão de
atuação em prol de um interesse comum
maior.
A respeito, importante mencionar que existem
duas subdivisões do conceito de
Autorregulação pertinentes de estudo:
“Autorregulação Voluntária” e “Autorregulação
de Base Legal (Autorregulação Regulada)”.
A “Autorregulação de Base Voluntária” é
aquela que não advém do governo e não
passível de imposição por parte do Estado,
enquadrando-se no conceito mais genérico do
sistema. Resulta de uma iniciativa organizada
de agentes ou entidades de mercado de
autorregularem formalmente sua atuação
mediante a adoção de regras e de
mecanismos de solução de conflitos e de
antecipação de demandas.
Trata-se, assim, de um sistema de adesão
voluntária de integrantes de um mesmo
mercado que se unem a fim de elevar a
qualidade dos serviços e produtos do setor
como um todo e, consequentemente, sua
imagem e credibilidade perante a sociedade,
dispondo de regras próprias e cobrando um
dos outros o cumprimento das normas
acordadas previamente entre eles.
As regras são frutos de um consenso dos
membros e associados do setor e refletem um
entendimento e pensamento geral. Sua
introdução é precedida de ampla discussão
para colher opiniões e evitar surpresas quando
do monitoramento e supervisão do sistema e
eventual aplicação de penalidade.
Um exemplo de sistema de Autorregulação de
Base Voluntária ocorre com a atuação da
FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos,
com regras internas em vigor desde 2008 para
cumprimento por parte de Instituições
Financeiras signatárias.
Já a “Autorregulação de Base Legal” ou
“Autorregulação Regulada” refere-se àquela
decorrente de delegação estatal, por meio da
qual o órgão regulador atribui ao julgamento e
à discricionariedade das próprias instituições
reguladas o poder e o ônus de efetuarem a
supervisão e de prevenirem violações às
normas legais.4 É mais comum no exterior,
mas pode ser verificada no Brasil no âmbito do
mercado de capitais.
No caso, Comissão de Valores Mobiliários,
criada pela Lei 6.385/76, é responsável pela
integridade do funcionamento do mercado de
capitais brasileiro, exercendo sua regulação e
fiscalização. Apesar da competência conferida
à CVM, a Lei 6.385/76 concedeu autonomia e
poderes de Autorregulação às Bolsas de
Valores, Bolsas de Mercadorias e Futuros
(BSM/B3), entidades do mercado de balcão
organizado e entidades de compensação e
liquidação.
A BSM – BM&FBOVESPA Supervisão de
Mercados, voltada à atividade de investimento
e Autorregulação de mercado de capitais,
possui seu sistema de Autorregulação desde
2007.
Qualquer que seja a modalidade, pode-se
concluir que a Autorregulação representa um
sistema próprio e maduro que só traz
benefícios às empresas e à sociedade como
resultado da solidificação dos preceitos do
Compliance a partir de novos riscos oriundos
60
Grupo de Comunicação
do dinamismo do capitalismo em paralelo ao
aumento da globalização.
Esses benefícios trazidos à atividade
empresarial com a criação e implementação
de programas de Compliance e de Sistemas de
Autorregulação são destacados como forma de
incentivo ao desenvolvimento de uma nova
cultura das relações entre Estado e empresa,
que agrega valor ao negócio e assegura a
sobrevivência da empresa e sua consequente
função social.
Referências
EIZIRIK, Nelson, “Regulação e Auto-regulação
do Mercado de Valores Mobiliários”, in
Questões de Direito Societário e Mercado de
Capitais. Rio de Janeiro: Forense, 1987, p.
130.
MOREIRA, Vital. Autorregulação Profissional e
Administração Pública. Almedina, Coimbra,
1997.
SILVEIRA, Renato de Mello Jorge; Saad-Diniz,
Eduardo. Compliance, direito penal e lei
anticorrupção. São Paulo: Saraiva, 2015.
YAZBEK, Otávio. Regulação do Mercado
Financeiro e de Capitais. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007.
———————————————-
1EIZIRIK, Nelson, “Regulação e Auto-
regulação do Mercado de Valores Mobiliários”,
in Questões de Direito Societário e Mercado de
Capitais. Rio de Janeiro: Forense, 1987, p.
130.
2YAZBEK, Otávio. Regulação do Mercado
Financeiro e de Capitais. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007.
3SILVEIRA, Renato de Mello Jorge; Saad-
Diniz, Eduardo. Compliance, direito penal e lei
anticorrupção. São Paulo: Saraiva, 2015, p.
72.
4MOREIRA, Vital. Autorregulação Profissional e
Administração Pública. Almedina, Coimbra,
1997.
CAROLINA ALENCAR MARCHESANO –
Graduada em Direito pela PUC-SP, pós-
graduada em Gestão de Riscos de Fraudes e
Compliance pela Fundação Instituto de
Administração (FIA - USP) e pós-graduada em
Compliance pela Porto Business School, escola
de negócios da Universidade do Porto, de
Portugal. Atualmente, cursa especialização em
Direito Penal Econômico na Faculdade de
Direito da USP em parceria com o IASP -
Instituto dos Advogados de São Paulo. Atua há
7 (sete) anos nas áreas de Compliance, Direito
Regulatório e Direito Penal Empresarial. É
advogada nas áreas de Compliance e
Autorregulação Bancária na Federação
Brasileira de Bancos – FEBRABAN.
https://www.jota.info/opiniao-e-
analise/artigos/desenvolvimento-empresarial-
por-meio-da-autorregulacao-como-medida-de-
compliance-04112019
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61
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Natureza
Data: 03/11/2019
Como a Europa multiplicou suas florestas
(e por que isso pode ser um problema)
Só nos últimos 30 anos, a área florestal
europeia foi ampliada em uma área
equivalente ao tamanho do Uruguai, mas isso
não é de todo benéfico, apontam estudos
recentes.
Por Rafael Barifouse, BBC
Landes é maior floresta já criada pelo homem na Europa ocidental — Foto: Getty Images/BBC
Ao caminhar pela Floresta de Landes, no
sudoeste da França, é difícil imaginar que
todos aqueles pinheiros não estavam ali há
dois séculos. A área de 14 mil km² era uma
região pantanosa cercada por dunas. A partir
do século 19, começaram a ser plantadas
árvores para produzir madeira e resina.
Hoje, Landes é não apenas a maior floresta da
França, mas também a maior já criada pelo
homem na Europa ocidental — e um bom
exemplo para explicar como a Europa ficou
mais verde.
Dados da Agência Ambiental Europeia (EEA,
na sigla em inglês) apontam que, desde 1990,
o continente ganhou ao menos 170 mil km² de
florestas, área equivalente à do Uruguai, uma
expansão de pouco mais de 10% da área total
até então.
Mas esse processo vem ocorrendo há mais
tempo, diz Annemarie Bastrup-Birk,
especialista em florestas da EEA. "Os últimos
200 anos da Europa são uma história de
florestamento", afirma ela, em referência ao
método de criação de áreas verdes em regiões
que antes não eram ocupadas por florestas,
por meio do cultivo de árvores.
Originalmente, a vegetação natural europeia
era formada por florestas, explica Bastrup-
Birk. Mas, com a colonização do continente,
elas foram derrubadas para usar sua madeira
para construção, produção de energia,
aquecimento, fabricação de móveis, entre
outras atividades.
"Diante da necessidade de obter mais
madeira, o que restava passou a ser
preservado e também se começou a plantar
árvores para atender a essa demanda de
forma planejada."
Assim, enquanto a área florestal europeia
perdeu, entre 1750 e 1850, cerca de 190 mil
km², de 1850 até os dias de hoje cresceu
cerca de 386 mil km². Hoje, é 10% maior do
que antes da Revolução Industrial.
As florestas da Europa ganharam destaque em
meio à crise gerada pela suspensão de
repasses para projetos de conservação
ambiental por Alemanha e Noruega.
Esses e outros países europeus criticaram a
política ambiental do governo de Jair
Bolsonaro (PSL), especialmente após o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) apontar um aumento acentuado do
desmatamento na Floresta Amazônica neste
ano.
Entre janeiro e setembro, houve um
crescimento de 92,7% em comparação com o
mesmo período de 2018, de acordo com os
dados mais recentes.
Em reação, o presidente disse que gostaria de
"mandar um recado" à chanceler alemã,
Angela Merkel, que suspendeu um
financiamento de US$ 80 milhões para
projetos de proteção da Amazônia. "Pegue
essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá
está precisando muito mais do que aqui",
afirmou em agosto.
Um mês antes, o presidente já havia
questionado a autoridade de Merkel e do
presidente francês, Emmanuel Macron, de
criticar a política ambiental brasileira.
"Sobrevoei a Europa por duas vezes e não
encontrei 1 km² de floresta", disse.
Em 2007, o ex-presidente Lula fez declarações
semelhantes ao afirmar que o Brasil "ainda
tem 69% da sua mata original preservada,
enquanto os países ricos, que tentam nos dar
62
Grupo de Comunicação
lição, só têm 0,3% das suas florestas
preservadas".
Menor uso de madeira e êxodo rural
No entanto, florestas ocupam hoje 1,8 milhão
de km² da Europa — ou 43% de todo o
continente, o que faz dele uma das regiões do
mundo mais ricas em florestas, de acordo com
a EEA.
De fato, grande parte da vegetação original
não existe mais: apenas 3% da área total de
florestas na Europa é de mata nativa, segundo
a EEA.
Florestas cobrem hoje uma área 10% maior do que antes da Revolução Industrial na Europa — Foto: Getty Images via BBC
A maior parte do que existe hoje se deve ao
florestamento, mas não só. Mais
recentemente, especialmente desde 2000,
vem ocorrendo uma expansão natural das
florestas já existentes.
Uma combinação de fatores permitiu a volta
das árvores. "Com a eletricidade e os
combustíveis fósseis, o consumo de madeira
caiu drasticamente", diz Bastrup-Birk.
Ao mesmo tempo, esse crescimento florestal
foi favorecido pelo êxodo das zonas rurais
para as urbanas, explica o diretor-adjunto
para florestas do World Resources Institute
(WRI), organização não governamental
dedicada a pesquisas na área ambiental.
"Em países como Espanha e Itália, há vilarejos
que estão sendo abandonados, assim como
campos de cultivos menores, porque o preço
destes produtos não está alto, e seus donos os
vendem e vão para as cidades em busca de
empregos", afirma Stolle.
"Também há uma preocupação maior de
muitas prefeituras de criar áreas verdes e
ampliar as florestas em suas cidades e nas
regiões do entorno para o proveito dos
moradores e para atrair turistas."
Impactos negativos no meio ambiente
Mas a expansão das florestas não é
acompanhada apenas por boas notícias e
pode, inclusive, não ser de todo benéfica, de
acordo com estudos recentes.
Uma pesquisa da União Internacional pela
Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em
inglês), organização britânica que monitora o
status de espécies biológicas, aponta que,
entre as 454 espécies de árvores nativas da
Europa, 42% estão ameaçadas de extinção no
continente.
Entre as espécies endêmicas, aquelas que não
existem em nenhum outro lugar do mundo, a
situação é ainda pior: 58% estão ameaçadas.
Isso se deve à perda ou destruição de áreas
naturais e pelo avanço da agricultura e de
espécies invasoras e as mudanças climáticas,
diz o estudo.
"Isso mostra a terrível situação de muitas
espécies negligenciadas e subvalorizadas que
formam a espinha dorsal dos ecossistemas da
Europa e contribuem para um planeta
saudável", diz Luc Bas, diretor do escritório
europeu da IUCN.
Ao mesmo tempo, a ideia de que plantar
árvores ajuda a combater as mudanças
climáticas porque elas absorvem carbono foi
questionada por outra pesquisa, publicada em
2016 na revista Science.
Cientistas apontam que, na Europa, árvores
cultivadas intensificaram o aquecimento
global. Eles afirmam que a substituição de
espécies de folhas largas, como carvalhos, por
coníferas, como pinheiros, é uma das
principais razões do impacto negativo.
Espécies de árvores coníferas, como os pinheiros, absorvem mais radiação e contribuem para aquecimento global, aponta estudo — Foto: Getty Images via BBC
Nos últimos 150 anos, privilegiou-se o cultivo
de árvores de crescimento mais rápido e maior
valor comercial, como coníferas. Por outro
lado, estas espécies são geralmente mais
escuras e absorvem mais calor do que árvores
de folhas largas.
63
Grupo de Comunicação
"Devido à mudança para espécies de
coníferas, houve um aquecimento na Europa
de quase 0,12°C, porque as coníferas
absorvem mais radiação solar", afirma Kim
Naudts, principal autora do estudo.
Os pesquisadores afirmam que este aumento
equivale a 6% do aquecimento global
atribuído à queima de combustíveis fósseis e
que impactos semelhantes são prováveis em
regiões onde ocorreu o mesmo tipo de
florestamento. Por isso, sugerem ser
necessário examinar com cuidado os tipos de
árvores que são plantadas.
'Nem sempre plantar árvores é uma boa
ideia'
Bastrup-Birk, da EEA, diz que o resultado
deste estudo é relevante, mas ressalta que
leva em conta apenas um aspecto destes
ecossistemas.
"Florestas são multifuncionais, porque retiram
carbono da atmosfera e o estocam, promovem
uma maior biodiversidade, impactam a
qualidade de vida. Então, precisamos olhar
para isso", afirma especialista.
"Mas este estudo reforça que não basta
plantar árvores. É importante saber o que e
onde plantar e fazer um melhor
gerenciamento florestal para termos os
melhores resultados possíveis daqui a 50 ou
100 anos, que é o tempo que se leva para
formar uma nova floresta."
A expansão das florestas também deve ter um
limite, diz Stolle, da WRI, para que não seja
negligenciada a necessidade de cultivar
alimentos para uma população mundial que
cresce em ritmo acelerado.
"Precisaremos produzir mais comida para
suprir as necessidades de quase 10 bilhões de
pessoas em 2050. Os cálculos apontam que
será necessária para isso uma área extra
equivalente a quase duas vezes o tamanho da
Índia em relação à área usada globalmente
para agricultura em 2010, e o mundo tem
uma quantidade de terras limitadas", afirma
Stolle.
"Então, plantar árvores nem sempre é uma
boa coisa, se fizermos isso em um solo que é
bom para a agricultura. Locais assim devem
continuar produzindo."
Esse é um dos motivos pelos quais Bastrup-
Birk acredita que o aumento da área florestal
na Europa esteja se mantendo estável nos
últimos anos. "Talvez tenhamos atingido seu
pico, porque a terra deve ter outros usos.
Precisamos buscar um equilíbrio."
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/1
1/03/como-a-europa-multiplicou-suas-
florestas-e-por-que-isso-pode-ser-um-
problema.ghtml
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64
Grupo de Comunicação
Veículo: Época
Data: 04/11/2019
A Mancha Ambiental Que Ameaça O
Turismo Nordestino
Sem resposta eficaz do governo, o óleo que se
alastrou pelo litoral da região coloca em xeque
a atividade econômica no verão
Glauce Cavalcanti, Leandro Prazeres e Bárbara
Nóbrega
Na tarde da quinta-feira 10 de outubro, o
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se
reunia, em Brasília, com os integrantes do
Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama), que estabelece normas ambientais
a serem seguidas em políticas públicas.
Questionado sobre a falta de resultado das
ações para conter o vazamento de óleo que
afetava então 130 praias do Nordeste, Salles
negou que o trabalho executado até aquele
momento fora ineficaz. “Não é verdade que as
medidas são insuficientes ou incipientes. São
as medidas que devem ser tomadas.
Infelizmente, como é um acidente, ou
incidente, nós não podemos controlar a causa,
a causa é desconhecida. O que nós podemos
fazer é mitigar os efeitos”, respondeu o
ministro. Vinte dias depois, em 30 de outubro,
282 praias haviam sido atingidas por dejetos
de óleo em 97 municípios dos nove estados da
região, num raio de mais de 2 mil quilômetros,
resultando num prejuízo ecológico ainda
incalculável. Na quinta-feira 31, as manchas
haviam desaparecido de quatro estados. Mas
não há garantias de que não retornarão. Como
resultado, o vazamento, de origem
desconhecida — apenas se sabe que o óleo é
similar ao encontrado em poços venezuelanos
—, coloca em xeque a sobrevivência
econômica da região justamente no período do
ano em que há maior fluxo de turistas, o
verão.
No estado da Bahia, a Ilha de Boipeba faz
parte do Arquipélago de Tinharé, onde
também se situa a famosa Praia de Morro de
São Paulo, ambas no município de Cairu. A
ilha, que foi reconhecida pela Unesco como
Reserva da Biosfera e Patrimônio da
Humanidade, é destino de turistas que
chegam em busca das praias paradisíacas,
sobretudo na alta temporada. Para acessá-la,
é necessário o transporte em barcos ou em
aeronaves modelo monomotor. Na ilha, a
locomoção é feita a pé. A pousada de luxo
Mangabeira, situada à beira-mar, possui 11
bangalôs e uma casa e já sentiu os efeitos do
vazamento. Na última semana, metade das
reservas foi cancelada. As diárias custam em
torno de R$ 1.500 na alta temporada. “Ainda
não sabemos o que vai acontecer. Nesta
época, as pessoas começam a procurar mais a
Região Nordeste. Mas será que desse jeito
elas vão vir para cá? Acho que não”, disse a
empresária Juliana Caruso, proprietária da
pousada. Ela afirmou que, diante da incerteza,
não contratará funcionários extras para o
verão.
Manchas de óleo em Sítio do Conde, na Bahia, um dos estados mais atingidos pelo vazamento. Foto: Adriano Machado / Reuters
A cadeia da crise se retroalimenta. O bar
Pontal do Bainema, que fica próximo a Moreré,
uma das principais praias de Boipeba, é
administrado pela empresária Melissa Ferreira.
Como os turistas não consomem mais peixes e
mariscos por medo de estarem contaminados,
ela decidiu não comprar mais dos pescadores.
“No final de outubro, já começa a dobrar
nosso faturamento, por ser temporada. Mas,
em vez de dobrar, caiu 90%, e há dias em que
não temos faturamento algum. Tem um
polvejador ( vendedor de polvos ) que sempre
vem me trazer o produto. Pela primeira vez
em cinco anos, não comprei. Ele falou que tem
se alimentado do polvo, que pode estar
contaminado, para poder sobreviver”, relatou
a empresária.
Em Salvador, parada obrigatória não só para
turistas que visitam a capital, mas também
para aqueles que se dirigem ao litoral baiano,
as manchas atingiram mais de 15 praias, e a
expectativa é que haja um impacto negativo
no período do Ano-Novo. A taxa de ocupação
dos 40 mil leitos hoteleiros na capital baiana
em outubro foi de 68%, 7 pontos percentuais
a mais que no ano passado, segundo dados da
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis
65
Grupo de Comunicação
(ABIH), mas a perspectiva é que o
crescimento não se mantenha no mesmo
patamar. “Todo o setor está temeroso, porque
este é o período em que está começando a
alta temporada. É o momento em que esse
segmento, que vem passando por uma crise
há alguns anos, consegue caixa para manter
os equipamentos abertos no restante do ano”,
afirmou o presidente da ABIH na Bahia,
Glicério Lemos.
Agências de viagens, como é o caso da rede
CVC, afirmam que ainda não detectaram
queda nas vendas. Mas, além da Bahia,
estados como Alagoas e Rio Grande do Norte
também relatam queda pontual nas reservas.
“Na praia, o óleo vem e é limpo em no
máximo 48 horas. A qualidade da água está
sendo monitorada diariamente. Mas o
problema acabou? Vai chegar mais aonde?
Essas perguntas sem resposta geram
incerteza”, destacou Milton Vasconcelos,
presidente do escritório alagoano da ABIH.
Um levantamento feito pelo buscador de
viagens Kayak a pedido de ÉPOCA mostra
desaceleração no ritmo das reservas em
relação ao ano passado. Nas procuras feitas
em outubro para viagens na alta temporada —
entre 1º de novembro de 2019 e 5 de janeiro
de 2020 —, houve aumento de 30% para
destinos do Nordeste, como Salvador, Aracaju,
Recife, Maceió, João Pessoa, Fortaleza e São
Luís. No mesmo período do ano passado, a
alta registrada era de 52%.
No centro da preocupação da cadeia turística
está também a crise de imagem que o
desastre ambiental traz, poucos meses depois
de outro episódio envolvendo recursos
naturais: as queimadas na Amazônia. O Brasil
vem adotando programas de facilitação de
entrada para visitantes estrangeiros no país. A
vinda de turistas americanos, canadenses e
australianos, que passaram a contar com
isenção de vistos, cresceu 25% de junho a
agosto em relação ao mesmo período de
2018. “É uma sinalização ruim para o turismo
internacional. Mais de 60% dos estrangeiros
que visitam o Brasil vêm em busca de sol e
praia. Junta o efeito das queimadas na
Amazônia, a resistência a visitantes gays e o
óleo nas praias. É mais um tema que se soma
a uma lista negativa”, alertou Jeanine Pires,
consultora de turismo e ex-presidente da
Embratur.
“NO CENTRO DA PREOCUPAÇÃO DA CADEIA
TURÍSTICA ESTÁ TAMBÉM A CRISE DE IMAGEM QUE O DESASTRE AMBIENTAL TRAZ, POUCOS MESES DEPOIS DE OUTRO EPISÓDIO ENVOLVENDO RECURSOS NATURAIS: AS QUEIMADAS NA
AMAZÔNIA”
A desaceleração preocupa principalmente
porque, em tempos de crise e aperto
financeiro, turistas priorizam viagens
domésticas, para fazer o gasto caber no bolso.
Secretarias de turismo, de meio ambiente,
empresários de hotéis, restaurantes e
agências de viagens têm trabalhado em
parceria nos destinos afetados pelo óleo em
duas frentes: cobrar medidas e atuação do
governo federal e montar ações para limpar as
praias atingidas. Na última semana, em visita
a Porto de Galinhas, em Pernambuco, o
ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio,
anunciou R$ 200 milhões em recursos do
Fundo Geral de Turismo (Fungetur) em linha
de crédito para ajudar pequenos empresários
do setor “a superar um possível período de
retração de suas atividades”. Mas, para além
do dinheiro, há críticas de que a assistência
oferecida pelo governo federal e pelas
autoridades locais tem estado aquém do
necessário.
“Há 12 dias eu estava em casa cuidando das
minhas coisas, dos stand ups que tenho para
alugar, e escutei uma mensagem chegar no
WhatsApp. Eu já estava tendo pesadelo havia
uns três dias, porque sabia que esse óleo iria
chegar aqui. Saí de casa e fiz meu percurso
diário. Remei quase 5 quilômetros para chegar
à praia, passei pelo manguezal e vi o óleo. Em
um primeiro momento, uma pequena
quantidade do material, depois vi uma
quantidade gigantesca. Fui desesperado pedir
a ajuda de uma lancha que estava perto do
lugar e chamei também meus amigos para
recolhermos o óleo. Até então nenhum deles
tinha visto. Só em um cacho de ostra, eu tirei
quase 1 tonelada de óleo. A outra parte vi
mais à frente, perto da vegetação do
mangue.”
O relato de Vandécio Sebastião de Santana,
instrutor de stand up paddle em Suape,
Pernambuco, é um emblema do que
enfrentam os comerciantes locais que se veem
forçados a retirar com as próprias mãos os
dejetos da área. Filho de um pescador e de
uma marisqueira, Santana contou que, além
de espantar turistas, as manchas de óleo
trouxeram contaminação, sem que houvesse
66
Grupo de Comunicação
auxílio correto das autoridades. “Já estamos
com a pele descascando, não temos a
assistência de um médico para ver se estamos
contaminados. Não existe uma área de
desinfecção. Só recebemos o almoço, e os
EPIs ( equipamentos de proteção individual )
não incluem máscara química nem macacão”,
contou.
“A FALTA DE ESTRUTURA PARA O TRABALHO DO VOLUNTARIADO E DAS PRÓPRIAS EQUIPES DE
CONTENÇÃO DO DESASTRE É ASSOCIADA, POR TÉCNICOS DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, ÀS MUDANÇAS NA GESTÃO DA PASTA PROMOVIDAS PELO MINISTRO RICARDO SALLES”
A falta de estrutura para o trabalho do
voluntariado e das próprias equipes de
contenção do desastre é associada, por
técnicos do Ministério do Meio Ambiente, às
mudanças na gestão da pasta promovidas pelo
ministro Ricardo Salles. O ministro tem
restringido o acesso de técnicos ao trabalho no
desastre e proibido o fornecimento de
informações a servidores abaixo do segundo
escalão. Segundo servidores da pasta ouvidos
por ÉPOCA, entre as medidas que poderiam
ter sido tomadas pelo ministro de forma
imediata estava acionar o Plano Nacional de
Contingência (PNC), protocolo responsável por
organizar, dentro da burocracia federal, uma
ação de resposta a tragédias como o
vazamento. O Plano, contudo, foi acionado
apenas em 11 de outubro, 41 dias após o
aparecimento das manchas. O PNC é o
mecanismo que abre a possibilidade de
transferir recursos do orçamento para a
compra de EPIs, por exemplo, que garantem a
proteção de voluntários como o instrutor
Santana, de Suape. Outra medida considerada
praxe em casos de vazamento é a reunião do
Comitê Executivo do Ministério, que engloba
todas as áreas. Desde o desastre, nenhuma foi
convocada.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em Sergipe, faz vistoria em locais afetados pelo vazamento. A pouca eficácia da ação do governo suscitou críticas de voluntários, que acabaram trabalhando sem a organização de autoridades competentes. Foto: Reprodução
Servidores alegam haver um clima de
perseguição dentro da pasta, em razão de a
maioria ter trabalhado ali durante as gestões
petistas. Como são funcionários de carreira e
não podem ser deslocados de área, afirmam
ser alvo de isolamento. A falta de confiança
interna se agravou ainda mais depois que
Salles exonerou a maioria dos então diretores
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
(Ibama) e do Instituto Chico Mendes de
Conservação e Biodiversidade (ICMBio) e
nomeou, no lugar, policiais militares de São
Paulo que atuavam em sua gestão como
secretário de Meio Ambiente do estado. Faz
parte desse grupo o atual diretor de proteção,
Olivaldi Azevedo, que é major da Polícia Militar
paulista.
Um servidor do Ibama disse, sob a condição
de anonimato, que, desde o início dos
vazamentos de óleo no Nordeste, um dos
episódios que causaram mais desconforto no
órgão foi o sigilo imposto a três relatórios da
Petrobras contendo análises químicas sobre o
óleo encontrado nas praias. Os documentos
foram enviados pela estatal ao Ibama em
setembro. A Petrobras pediu que fosse
mantido o sigilo dos papéis dentro do próprio
órgão — que o acatou, causando surpresa aos
técnicos que trabalhavam justamente na
operação do vazamento.
Após o derramamento de óleo na Baía de Guanabara, em 2000, procedimentos e protocolos foram criados para o
caso de o desastre se repetir. Técnicos ambientais reclamam que agora o governo não acionou as ferramentas disponíveis. Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Procurada, a coordenadora-geral de
emergências do Ibama, Fernanda Pirillo, disse
que a decisão de manter sigilo sobre os
relatórios da Petrobras foi tomada após uma
consulta ao setor de inteligência do órgão.
“Em um segundo momento, a gente chegou a
sugerir à Petrobras que o documento fosse
67
Grupo de Comunicação
tornado público, mas a Petrobras insistiu na
manutenção do sigilo”, disse.
Para mitigar os efeitos do desastre mesmo
sem a certeza das causas do aparecimento do
óleo, capitais do Nordeste têm usado os
recursos que possuem. Em Maceió, foi
instalado um observatório com monitoramento
permanente da situação das praias. A
prefeitura ainda disponibilizou vídeos em redes
sociais para mostrar o litoral limpo. É
estratégia similar à adotada pela Associação
Brasileira de Agências de Viagens (Abav), que
publicou vídeos ao longo da última semana
com relatos de guias locais mostrando as
praias de Maragogi, em Alagoas, Maracaípe,
em Pernambuco, e Guarajuba, na Bahia,
também limpas. “Continuamos monitorando
diariamente há umas três semanas e não há
registro de cancelamentos em nossas
agências. O aquecimento das vendas da
temporada só acontece, em geral, a partir da
segunda quinzena de novembro, quando
esperamos que a operação de limpeza já
esteja concluída”, disse a entidade.
https://epoca.globo.com/brasil/a-mancha-
ambiental-que-ameaca-turismo-nordestino-1-
24054776
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68
Grupo de Comunicação
Veículo: Isto É
Data: 04/11/2019
O ministro sem noção
Ricardo Salles faz de seu Ministério uma
trincheira ideológica. Enquanto bate-boca nas
redes, o governo negligencia em ações
concretas no combate a desastres ambientais
GUERRA Em plena crise do petróleo, Ricardo Salles ataca o Greenpeace e a Venezuela: antes, os vilões eram o javali e o MST (Crédito: Marcos Corrêa/PR)
Marcos Strecker
Em um ano marcado por desastres ambientais
— Brumadinho, queimadas na Amazônia e
derramamento de petróleo no litoral —, seria
crucial contar com um Ministério do Meio
Ambiente ativo e eficiente para informar,
orientar e mobilizar órgãos de Estado. Isso é
tudo o que o titular da Pasta, Ricardo Salles,
deixou de fazer. Ao contrário, preferiu investir
na agenda ideológica e em brigas com os
críticos. Como resultado, o combate às
catástrofes é ineficiente ou inexistente, a
economia é prejudicada e a população sofre
com as consequências — entre elas, graves
riscos à saúde.
Atualmente, Salles se lambuza com o óleo que
já atingiu 268 localidades em nove estados do
Nordeste e ameaça o parque marinho de
Abrolhos. Enquanto a tragédia se avolumava
silenciosamente, ele procurava culpados. O
primeiro alvo caiu como uma luva para o
governo Bolsonaro: a Venezuela. O ministro
anunciou que o óleo provinha desse país,
fazendo uma tabela com o presidente, que
chegou a falar em “terrorismo”. Com a reação
negativa, recuou, mas não totalmente. Em
rede nacional de rádio e tevê, 55 dias após o
início do desastre, anunciou que a Venezuela
seria acionada na OEA.
A próxima vítima da retórica ministerial foi o
Greenpeace, que já tinha sido chamado de
“ecoterrorista”. No melhor estilo das teorias
conspiratórias, Salles divulgou em seu perfil
no Twitter que um navio da ONG poderia ser o
responsável pelo derramamento de petróleo
no litoral brasileiro — sem atinar para a falta
de lógica. Uma pequena embarcação não
poderia vazar a quantidade de óleo já
recuperada, que supera mil toneladas. “Tem
umas coincidências na vida, né… Parece que o
navio do #greenpixe estava justamente
navegando em águas internacionais, em frente
ao litoral brasileiro bem na época do
derramamento de óleo venezuelano…”, tuitou.
A gratuidade da insinuação irritou até o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que o
questionou. Para ele, o ministro fez uma
“ilação desnecessária”. A ONG disse que o
ministro tentou criar uma “cortina de fumaça”
e entrou com ação no STF.
Já as ações para mitigar o desastre ambiental,
proteger a população, corrigir falhas de
supervisão e buscar racionalmente a origem
do óleo correm lentamente. Para incidentes
dessa natureza, o Ministério tinha um Plano de
Contingência, que deveria ter sido acionado
em 2 de setembro, de acordo com o protocolo.
Mas isso só aconteceu em 11 de outubro, 41
dias depois. Dois comitês que integravam esse
plano foram extintos pelo governo Bolsonaro
em abril.
Situações Vexatórias
O oleogate é apenas o mais recente de uma
sucessão de episódios em que o ocupante da
Pasta se expôs de forma vexatória. Em 2018,
quando tentou se eleger deputado pelo Partido
Novo, Salles apareceu em propagandas
ameaçando a “a esquerda e o PT”, a
“bandidagem no campo” e a “praga do javali”
— a caça ao mamífero é uma de suas
bandeiras, ou, melhor, o seu TOC.
Especializado na área ambiental no país que
tem a maior floresta tropical do mundo,
assumiu o Ministério sem nunca ter visitado a
Amazônia, conforme admitiu. Na função,
criticou cientistas do Inpe, funcionários do
Ibama e ambientalistas. Já enfrentou até um
pedido de impeachment por crime de
responsabilidade e quebra de decoro, de
autoria da Rede — arquivado na semana
passada pelo ministro do STF Edson Fachin.
O estilo panfletário rendeu-lhe frutos. O
ministro incomoda a cúpula do Partido Novo,
69
Grupo de Comunicação
mas agrada ao presidente, que o apoia. Junto
como titular da Educação, Abraham
Weintraub, e o das Relações Exteriores,
Ernesto Araújo, Salles faz parte da trinca mais
estridente e sem noção do governo, que
confunde a gestão com propaganda, enquanto
tropeça no dever de casa. Como resultado, o
País tem a imagem arranhada e quem paga a
conta é a população.
https://istoe.com.br/o-ministro-sem-nocao/
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Data: 04/11/2019
70
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel: Ataques dos Bolsonaros fazem
Congresso voltar a discutir manobra para
reeleger Maia e Alcolumbre
Certo pelo duvidoso?
Atos e discursos autoritários feitos pelos
Bolsonaros na última semana reavivaram
discussões sobre alterar a Constituição para
permitir a reeleição do atual comando do
Congresso: Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara e
Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado. Um
deputado de centro que era contra a manobra e
agora diz que ela deve ser repensada sustenta
que é preciso proteger o Parlamento. “Uma
forma de fazer é deixá-lo com quem já provou
ter equilíbrio para lidar com situações extremas.”
Areia movediça
A operação é mais complexa na Câmara. Maia
exerce a presidência da Casa pela terceira vez e
há, no meio de seus aliados, quem aponte que
qualquer passo por mais um mandato pode
estremecer o acordo entre o democrata e os
partidos que o apoiam de que um nome do PP
iria sucedê-lo.
Fins e meios
Os críticos da manobra dizem que o Congresso
seria muito criticado por agir com casuísmo,
alterando a lei para atender a um anseio
específico. O temor de que o Legislativo seja
acusado de quebrar a ordem vigente para impor
limites ao governo também é mencionado.
Lição do passado
Já entre os entusiastas da medida há a análise de
que a história recente mostra que, em momentos
de crise, o Parlamento pode errar —e feio— na
escolha de seu comando. Além de Eduardo
Cunha, o nome de Severino Cavalcanti, um
deputado do baixo clero que foi alçado à
presidência após o escândalo do mensalão, é
citado.
Sinal amarelo
O próprio Rodrigo Maia tem dito que não acha
“uma boa ideia” modificar a legislação. Aos
aliados, ele indica que o tema precisa ser
exaustivamente ponderado antes de qualquer
ação. Davi, por sua vez, é mais afeito à
mudança.
TIROTEIO
A confissão de Bolsonaro é grave. É prova de
interesse no caso Marielle, de obstrução de
Justiça e de relações com milícia
Do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), após o
presidente ter dito que pegou gravações de seu
condomínio; ato será alvo de queixa no STF
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/11/04/a
taques-dos-bolsonaros-fazem-congresso-voltar-
a-discutir-manobra-para-reeleger-maia-e-
alcolumbre/
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Data: 04/11/2019
71
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Maia e Alcolumbre se
reúnem para discutir polêmicas da família
Bolsonaro
Conversa ocorreu após revelação do Jornal
Nacional sobre depoimento de porteiro no Caso
Marielle
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-
RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
discutiram na semana passada, com outros
integrantes do partido, a forma de reagir a crises
que envolvem o Executivo. A ordem é fugir dos
temas polêmicos e seguir tocando a agenda
econômica no Congresso.
RODA
A conversa ocorreu em um jantar na terça (29),
pouco depois que o Jornal Nacional revelou que o
porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro havia
citado o nome do presidente em um depoimento
no processo que apura o assassinato da morte da
vereadora Marielle Franco.
RODA 2
Na conversa estavam também o prefeito de
Salvador, ACM Neto, que preside o partido, e
outros parlamentares.
DE LADO
De acordo com um dos presentes, a proposta é
tratar publicamente eventuais processos e
investigações que envolvem a família de
Bolsonaro como um problema deles, “sem trazer
isso para perto da gente”. Ou seja, ignorar os
temas sempre que possível.
LÍNGUA SOLTA
Na quinta (31), a regra foi rompida com as
declarações do deputado Eduardo Bolsonaro
(PSL-RJ) de que a resposta a uma hipotética
“radicalização” da esquerda poderia ser o AI-5.
CARONA
Deputados estaduais do Novo e outros partidos
se reuniram para rejeitar a proposta em
tramitação na Assembleia Legislativa de SP
(Alesp) que dá aos parlamentares paulistas
quase R$ 4,2 mil para alugarem carros.
MANOBRA
O valor seria acrescentado aos cerca de R$ 33
mil de verba de gabinete àqueles que abrirem
mão dos veículos da frota oferecida pela
Assembleia Legislativa de SP. O projeto é de
autoria da mesa diretora da casa e deve ser
avaliado nesta terça (5).
CARIMBO
E a Alesp enviou uma moção ao STF que aplaude
a intenção Bolsonaro de indicar um ministro
evangélico à corte. O documento diz que “o tema
homofobia adentra aos meandros de uma
sociedade multipartidária”. E o Supremo
precisaria ter indicação “de pelo menos um
representante da classe evangélica”.
NOVO DIA, NOVO TEMPO
O ator Fabio Assunção é um dos participantes da
mensagem de fim de ano da Globo, que começa
a ser veiculada na segunda quinzena deste mês;
a edição de 2019 tem como conceito a
simplicidade e transforma objetos do cotidiano
como garrafas, colheres e latas em instrumentos
musicais
NO LUCRO
O festival SP Gastronomia, realizado em outubro
pelo governo de São Paulo, teve um impacto
econômico de R$ 203,9 milhões. Para cada R$ 1
investido, o projeto injetou R$ 4,3 na economia.
Os números são de um estudo da FGV
encomendado pela organização Amigos da Arte,
que gere o festival.
RENDA
O levantamento mostra ainda que o poder
público arrecadou R$ 27,8 mi em impostos e que
foram gerados 2.992 postos de trabalho no
estado. No total, foram 200 atividades em 31
dias, com público de 552 mil pessoas —sendo
31,5% turistas.
DÁ CERTO
O secretário de Cultura e Economia Criativa de
SP, Sérgio Sá Leitão, afirma que esses resultados
são uma “demonstração de como a economia
criativa pode contribuir muito para a geração de
renda, emprego e desenvolvimento”. E diz que o
festival será ampliado em 2020.
VIRADA
A Quadra da Escola de Samba Rosas de Ouro vai
promover 24 horas ininterruptas de samba entre
os dias 30 de novembro de 1º de dezembro,
véspera do Dia Nacional do Samba. A
programação contará com o baluarte da
Mangueira, Nelson Sargento, a cantora Leci
Brandão e os sambistas Sombrinha e Toninho
Geraes.
MEMÓRIA
A Geração Editorial começa a distribuir nesta
segunda (4) às livrarias o livro “Trapaça - Saga
Data: 04/11/2019
72
Grupo de Comunicação
Política no Universo Paralelo Brasileiro”. Nele, o
jornalista Luís Costa Pinto, que fez a entrevista-
bomba de Pedro Collor que culminou no
impeachment do presidente Fernando Collor, em
1993, faz paralelos daquele momento com a
história atual.
MOTE
Um dos fatos pitorescos é que o então senador
Amir Lando abria o relatório da CPI do PC Farias
com a frase “João 8, 32: Conhecerei a verdade, e
a verdade vos libertará”. É a mesma que
Bolsonaro repete semanalmente em suas redes
sociais.
MOLDURA
Um total de 186 obras de artistas como Alfredo
Volpi, Lasar Segall e Mira Schendel será leiloado
no dia 11 deste mês. Elas estão avaliadas em
cerca de R$ 40 milhões.
MOLDURA 2
O evento promovido pelo curador Pedro
Mastrobuono ocorre no clube A Hebraica, onde as
peças ficam expostas a partir desta segunda (4).
Parte da renda obtida será destinada ao Projeto
Felicidade, do rabino Alpern, que atende crianças
com câncer.
CÂMERA, AÇÃO
O ator Paulo Betti dirige e integra o elenco do
filme “A Fera na Selva”, que foi exibido na quinta
(31), no Petra Belas Artes. A atriz Dadá Coelho, o
escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva, o
cineasta Alain Fresnot e o ator Luiz Guilherme
passaram por lá.
CURTO-CIRCUITO
O jornalista e escritor Ricardo Viveiros recebe
nesta segunda (4) o título de Membro Honorário
da Academia Paulista de Educação (APE).
Alana Rox lança o “Diário de uma Vegana 2: O
Despertar”. Às 18h30, na Livraria da Vila da
Fradique Coutinho.
A Faap realiza nesta terça (5), às 20h30, a 16ª
edição do Concurso Faap Moda.
Daniele Pisani lança o livro “O Trianon do MAM ao
Masp”. Nesta terça (5), às 19h30, no IAB-SP.
Karina Buhr faz show no Bona nesta terça (5), às
20h30.
com BRUNO B. SORAGGI, GABRIEL RIGONI e
VICTORIA AZEVEDO
Mônica Bergamo
Jornalista e colunista.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/11/maia-e-alcolumbre-se-reunem-
para-discutir-polemicas-da-familia-
bolsonaro.shtml
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Data: 04/11/2019
73
Grupo de Comunicação
O QUE A FOLHA PENSA: Em nova fase
Com mais produção no pré-sal, Brasil deve evitar
risco ambiental
Se tudo ocorrer conforme o esperado, o leilão
dos excedentes de petróleo na área do pré-sal
em 6 de novembro, a chamada cessão onerosa,
poderá garantir a arrecadação de R$ 106 bilhões
e viabilizar significativo crescimento da produção
nacional nos próximos anos.
Com 12 empresas inscritas até agora, o sucesso
do leilão firmaria a perspectiva de o país figurar
entre os cinco maiores produtores em uma
década. A extração de óleo e gás poderá atingir
ao menos 5 milhões de barris/dia, cerca de 75%
a mais que hoje —e há estimativas de até 7,5
milhões de barris/dia.
Com isso, acredita-se que o país poderá gerar
400 mil empregos no setor nos próximos dois
anos.
Ao contrário da década passada, quando a
Petrobras centralizava quase todo o
investimento, com montantes além de sua
capacidade, desta vez haverá divisão de riscos
entre várias empresas.
Com regras de conteúdo nacional mais flexíveis e
maior atenção a custos, o crescimento promete
ser mais sustentável. As mudanças regulatórias
para garantir maior concorrência na extração e
distribuição de gás natural podem ainda ampliar
o impacto econômico.
Em todas as frentes vão se acumulando sinais de
que o colapso do modelo anterior está sendo
superado. A Petrobras segue em rápido processo
de saneamento financeiro e a produção atingiu o
recorde de 2,9 milhões de barris/dia no terceiro
trimestre, 14,6% a mais que no mesmo período
de 2018.
Com o acelerado programa de desinvestimentos,
a dívida caiu para 2,6 vezes o resultado
operacional no período, metade do nível de 2014,
auge da crise da empresa.
Evidências positivas são notáveis também nos
royalties transferidos a estados e municípios e a
esperada elevação da produção nos próximos
anos deve garantir rápida expansão desses
volumes, cuja destinação precisa ser bem
pensada.
Além de evitar que a arrecadação vire despesas
de custeio e benesses para a elite do
funcionalismo, como é tradição no Brasil, o foco
deve ser o investimento em educação, saúde e
saneamento, para que se quebrem os
mecanismos que reproduzem a pobreza.
Também é fundamental reforçar a proteção
ambiental. Como o vazamento recente
demonstra, qualquer acidente pode ter
consequências catastróficas, ainda mais
considerando o tamanho da produção na costa
brasileira e o aumento sensível que deve ocorrer
no trânsito de navios.
O país deve adotar desde logo um plano
ambicioso de prevenção, com recursos
suficientes e as melhores práticas internacionais.
O pré-sal é uma realidade que garantirá
preciosas somas por algumas décadas à frente.
Usá-las de forma responsável é o desafio.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/11/
em-nova-fase.shtml
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Data: 04/11/2019
74
Grupo de Comunicação
Desmatamento criminoso coloca em risco
água da cidade de São Paulo
Vereador Natalini quer CPI para investigar
invasões e desmatamento de áreas de
mananciais em remanescentes da Mata Atlântica
A cobertura vegetal que envolve as represas de
Guarapiranga e Billings está sendo desmatada
sistematicamente por loteamentos criminosos,
sem reação por parte do poder público.
Essas áreas verdes são vitais para a cidade. Elas
protegem nascentes e córregos que alimentam
os reservatórios essenciais para o abastecimento
de água da população da região metropolitana de
São Paulo.
Deveriam ter um resguardo de um raio de 50
metros, a exemplo do que é indicado para rios e
cursos d’água. A mata também contribui para
manter a umidade, proporcionando temperaturas
mais baixas e ajudando a reduzir a poluição
atmosférica.
Sem mata não tem água. Fim.
As áreas verdes são cercadas, loteadas,
comercializadas e ocupadas. No processo, a mata
vai abaixo.
A denúncia já é de conhecimento da prefeitura,
dos vereadores, do governo do estado e dos
deputados.
Quem a faz, também sistematicamente, é o
vereador Gilberto Natalini (PV). Ele tem apontado
a omissão e a conivência dos governos com a
devastação criminosa da Mata Atlântica e suas
consequências previsíveis.
Loteamento irregular na região de Parelheiros, em uma área de mananciais que abastece a represa Guarapiranga (17/06/2019) - Rivaldo Gomes/Folhapress
Nesta semana, Natalini discursou na Câmara
Municipal pedindo mais uma vez uma CPI para o
caso. Na semana passada, deu um depoimento
na Assembleia Legislativa de São Paulo,
convocando a união de esforços entre o governo
do estado e a Prefeitura de São Paulo para conter
o desmatamento.
Em agosto, o gabinete de Natalini finalizou o
dossiê “A Devastação da Mata Atlântica no
Município de São Paulo”, que aponta 90 áreas de
desmatamento, a maior parte deles na Zona Sul.
Foi entregue oficialmente à prefeitura.
Das 90 regiões identificadas, 46 foram medidas e
juntas somam 2.952.950 metros quadrados
(m²). Em um cálculo de uma árvore para cada 6
m², as 46 áreas já teriam perdido 492.271
árvores.
O dossiê relembra que já houve iniciativa
conjunta para combater o desmatamento com
êxito.
“Juntos, Prefeitura de São Paulo e governo do
estado realizaram entre 2005 e 2012 os
programas “Defesa das Águas” e “Córrego
Limpo”.
Diversos órgãos públicos se juntaram nesse
esforço. Como resultado, obteve-se um
congelamento de invasões em áreas de
manancial. Ao mesmo tempo, inúmeras obras de
reurbanização em terrenos de risco foram
executadas e se pôs em prática a transferência
de moradores de habitações precárias para locais
seguros”.
A pesquisa aponta também que além dos
loteamentos clandestinos, há grupos que usam
essas áreas para descarte de entulho e de restos
de material de construção, locais conhecidos
como áreas de bota fora.
“Neste caso, a prática criminosa provoca ao
mesmo tempo a eliminação da cobertura vegetal
e a contaminação do solo”.
“Se nada for feito, em pouco tempo quase não
restarão remanescentes importantes de Mata
Atlântica na cidade mais desenvolvida do país”,
diz o dossiê.
FINADOS AMBIENTAL - PAREM DE NOS MATAR
Em 5 de novembro de 2015, o rompimento da
barragem de Fundão, da mineradora Samarco,
deixou 19 mortos com o vazamento de 43,7
milhões de m³ de lama de rejeitos em Mariana
Data: 04/11/2019
75
Grupo de Comunicação
(MG). O desastre impactou o rio Doce e seus
afluentes e toda a população.
Em 25 de janeiro de 2019, uma barragem da
empresa Vale se rompeu em Brumadinho (MG),
deixando mais de 250 mortos. Os 12,7 milhões
de metros cúbicos de rejeito de mineração
atingiram pessoas e mataram o rio Paraopeba,
fonte de água e trabalho na região.
No dia 10 de agosto, conhecido como o Dia do
Fogo, grileiros e produtores iniciaram um
movimento conjunto para incendiar áreas da
maior floresta tropical do mundo. O Brasil
registrou 131.327 queimadas florestais até o mês
de agosto em 2019. Só na Amazônia, foram
registrados 43.573 focos, segundo o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em setembro, um derramamento de óleo
começou a atingir a costa brasileira e até agora
já foram 260 os pontos atingidos. O petróleo
ainda degrada as praias, os manguezais e
ambientes marinhos na região nordeste e altera
a vida de populações que dependem do mar para
sobreviver.
Além dos desastres, o ano de 2019 também tem
sido tempo de flexibilização das leis ambientais e
fragilização das áreas protegidas.
Neste sábado (2), um cortejo fúnebre deve sair
do vão livre do Masp, na avenida Paulista, às
11h, para relembrar os desastres ambientais e
suas vítimas. Em Recife, o ato está marcado para
no Marco Zero da cidade. Em Aracaju, para a
Praça do Caranguejo.
O ato é organizado pela Fundação SOS Mata
Atlântica.
"Queremos destacar também como o Brasil sofre
diariamente com desastres ambientais. É um rio
poluído por falta de saneamento, um parque
desprotegido, uma área verde desmatada
ilegalmente ou uma lei flexibilizada. Tudo isso
não acontece do dia para a noite. É construído a
partir de cada tomada de decisão dos nossos
governantes”, afirma Mario Mantovani, diretor de
Políticas Públicas da Fundação.
Mara Gama
Jornalista e consultora de qualidade de texto.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/maragam
a/2019/11/desmatamento-criminoso-coloca-em-
risco-agua-da-cidade-de-sao-paulo.shtml
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Data: 04/11/2019
76
Grupo de Comunicação
Clima de ansiedade abafa ansiedade com
clima
Impacto do aquecimento global será pior do que
previa a ciência, mas não é disso que se trata
nos tuítes sem noção
Num país em que o óleo domina, o
desmatamento galopa, o ministro alopra e o
presidente tem chilique de fazer inveja a Bruno
Ganz, entende-se que pouca gente dê bola para
más notícias sobre o clima. À beira de um ataque
de nervos, brasileiros não têm sobra de espaço
mental para mais ansiedade.
Quem mora em Caraguatatuba, Cubatão,
Joinville ou Duque de Caxias, por exemplo,
deveria prestar atenção aos mapas publicados
pela Folha na quinta-feira (31). As casas de mais
de 1 milhão de pessoas correm sério risco de
ficar debaixo d’água até 2050, indicam novos e
mais precisos cálculos sobre inundações pela
elevação do nível do mar.
Até lá, a família Bolsonaro já estará longe do
poder. Terá dado contribuição inestimável –no
sentido de “difícil de estimar”– para o
agravamento do efeito estufa, com toda sua
ignorância sobre o desmatamento e o incentivo
que lhe emprestam cada vez que abrem a boca
ou tomam da caneta para tratar do assunto.
O próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL)
reconheceu nas Arábias que “potencializou” a
devastação. O que ele não sabia é que cientistas
vinham até aqui subestimando a contribuição das
florestas tropicais destruídas ou degradadas para
poluir o clima –ela pode ser até seis vezes
superior ao que se projetava, segundo estudo
publicado quarta-feira (30) no periódico Science
Advances.
Haja potência.
Além dos dados físicos da crise do clima, a
ciência também vem subestimando seus
impactos econômicos. O alerta partiu de sir
Nicholas Stern (London School of Economics,
LSE) e de Naomi Oreskes (Harvard), em artigo
no jornal The New York Times e se baseou em
estudo do Instituto Grantham da LSE.
Até o que parece boa notícia não é: caiu em 2%
no mundo a venda de carros com motores de
combustão interna, responsáveis pela demanda
de um quarto do petróleo extraído no planeta,
mas aumentou a parcela de SUVs (jipões), que
consomem em média 25% mais combustíveis
fósseis em comparação com veículos de passeio
de porte médio.
Embora a crescente eficiência de motores em
carros menores e o aumento paulatino de
veículos elétricos na frota mundial tenham
poupado 2,1 milhões de barris de petróleo por
dia, os SUVs puseram tudo a perder. Entre 2010
e 2018, agregaram 3,3 milhões de barris/dia à
demanda, calcula a Agência Internacional de
Energia.
Não é fácil, com efeito, computar perdas
econômicas de catástrofes como os incêndios ora
em curso na Califórnia e no Pantanal. Não se
trata só do prejuízo com propriedades, turismo,
saúde e horas de trabalho perdidas, mas de
fauna e flora, da vegetação natural que pode
levar anos ou décadas para se recompor e voltar
a prestar em plenitude serviços ambientais como
a regularização de corpos d’água e a polinização
de plantas agrícolas.
Quanto vale tudo isso? Bem mais que os tuítes
sem noção de um zero à esquerda.
Marcelo Leite
Jornalista especializado em ciência e ambiente,
autor de “Ciência - Use com Cuidado”.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelol
eite/2019/11/clima-de-ansiedade-abafa-
ansiedade-com-clima.shtml
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Data: 04/11/2019
77
Grupo de Comunicação
Morcegos são cruciais para a saúde dos
ecossistemas em que vivem
Brasileiros desvendam rede ecológica que une
morcegos e plantas nas florestas tropicais
Esta não é uma coluna de Halloween, apesar da
proximidade da data e da presença de morcegos
no elenco. Nada mais injusto, aliás, do que o
medo e a repulsa que a visão desses mamíferos
voadores provoca no respeitável público.
Raríssimas espécies do grupo são realmente
“vampiras”, sugadoras de sangue. É muito mais
comum que os morcegos sigam uma dieta
diversificada, na qual os vegetais são um
componente importante. Muitos deles são
pacatos comedores de frutos e degustadores de
néctar, equivalentes noturnos dos passarinhos e
das abelhas.
Raríssimas espécies de morcegos são realmente sugadoras de sangue - Cris Faga/Fox Press Photo/Folhapress
Isso significa que os chamados quirópteros (algo
como “asa nas mãos”, em grego) desempenham
papéis ecológicos importantíssimos,
transportando pólen e sementes florestas afora e
revitalizando a mata. Um novo estudo, publicado
por pesquisadores brasileiros, conseguiu mapear
com precisão inédita a trama complicada de
relações entre 73 espécies de morcegos e mais
de 400 espécies de plantas, espalhadas por todas
as regiões tropicais das Américas, inclusive no
Brasil, revelando como esses bichos se tornaram
cruciais para a saúde dos ecossistemas em que
vivem.
O trabalho acaba de ser publicado na revista
científica Nature Ecology & Evolution e é fruto de
uma colaboração entre biólogos e ecólogos –
pesquisadores como Marco Mello, do Instituto de
Biociências da USP, Gabriel Felix, da Unicamp, e
Rafael Pinheiro, da UFMG – e especialistas em
ciências exatas, como Francisco Rodrigues, do
ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e de
Computação), na USP de São Carlos.
Com efeito, um dos aspectos inovadores do
trabalho é analisar a miríade de relações entre
espécies de morcegos e plantas com ferramentas
computacionais, mais ou menos como quem
estuda as múltiplas conexões entre pessoas num
aplicativo de rede social. Para isso, os
pesquisadores usaram dados coletados em
campo sobre a dieta dos bichos para montar
várias camadas de redes de interação. Uma
dessas camadas corresponde às mais de 900
interações morcego-planta em que há frugivoria
(consumo de frutas); outra equivale a 301
interações em que há consumo de néctar; e
assim por diante.
Além disso, os pesquisadores também levaram
em conta a história evolutiva e o grau de
parentesco entre as diferentes espécies, bem
como a distribuição geográfica de bichos e
vegetais. O mapeamento multicamadas que
resultou desse esforço mostra, entre outras
coisas, quais as espécies que funcionam como as
figuras mais “populares” da “rede social”
ecológica – mais ou menos como o sujeito com
milhares de amigos ou seguidores cuja conta
conecta as pessoas mais disparatadas entre si.
Os morcegos mais conectados, porém, têm um
papel muito mais relevante que a mera
popularidade. Ao interagirem com grande
quantidade de espécies vegetais, eles atuam
como pedras fundamentais de seus
ecossistemas, ajudando a espalhar pólen e
sementes de muitas árvores, por exemplo.
E o interessante é que a análise de redes permite
traçar o perfil desses morcegos ultraconectados.
No caso das espécies frugívoras, em geral
estamos falando de bichos de porte modesto e de
mordida poderosa, o que facilita o acesso a
frutos de diferentes tamanhos e texturas. Já os
morcegos mais conectados entre os que sugam
néctar também têm maior porte, mas mordida
Data: 04/11/2019
78
Grupo de Comunicação
fraca, o que lhes permite acomodar na boca a
língua comprida especializada para acessar o
líquido dentro das flores.
Informações como essas são cruciais para
priorizar a conservação de espécies e os serviços
ambientais – proteção do clima, produção de
água e muitos outros – trazidos pelos
ecossistemas naturais. Morcegos conectados
merecem nossa gratidão.
Reinaldo José Lopes
Jornalista especializado em biologia e
arqueologia, autor de "1499: O Brasil Antes de
Cabral".
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldoj
oselopes/2019/11/morcegos-sao-cruciais-para-a-
saude-dos-ecossistemas-em-que-vivem.shtml
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Data: 04/11/2019
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Grupo de Comunicação
Sem vender energia excedente, usinas de
cana-de-açúcar perdem R$ 1 bi, diz
entidade
Segundo associação, Ministério do Meio Ambiente
negou pedido para ampliar total comercializado
Painel S.A.
Calculadora
Sem poder vender sua energia excedente no
mercado livre, a Cogen (entidade que reúne os
setores de biomassa, gás natural e outras fontes)
estima uma perda de aproximadamente R$ 1
bilhão por safra para as usinas de álcool e
açúcar.
Cana
As empresas não estão sendo remuneradas pela
geração adicional, segundo Newton Duarte,
presidente da entidade, que solicitou ao MME
(Ministério de Minas e Energia) a ampliação do
total comercializado no mercado livre. “Tivemos
o pedido de alteração da portaria negado pelo
ministério na semana passada”, afirmou ele.
Bagaço
De acordo com Duarte, as usinas têm condições
de produzir energia excedente mas estão inibidas
de investir. Procurado pela coluna, o MME afirma
que “a alteração não está sob exame no
momento”.
Painel S.A.
Jornalista, Joana Cunha é formada em
administração de empresas pela FGV-SP. Foi
repórter de Mercado e correspondente da Folha
em Nova York.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/
2019/11/sem-vender-energia-excedente-usinas-
de-cana-de-acucar-perdem-r-1-bi-diz-
entidade.shtml
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Data: 04/11/2019
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Grupo de Comunicação
WhatsApp fora do horário de trabalho gera
processo e condenação de empresas
Envio de mensagens corporativas depende de
contratos ou termos claros
Ivan Martínez-Vargas
Paula Soprana
SÃO PAULO
Mensagens corporativas de WhatsApp fora do
horário de trabalho podem gerar processo e já
renderam até condenações de empresas, que
precisaram arcar com pagamento de horas extras
ou danos morais a funcionários.
Embora esteja incorporado à rotina de trabalho
dos brasileiros —o país é um dos principais
mercados do aplicativo—, o uso corporativo da
ferramenta fora do ambiente laboral depende de
contratos ou de termos claros entre patrão e
empregado, sob o risco de virar prova contra
abusos.
O país não tem uma lei específica como a França,
que adotou o direito de se desconectar, mas a
CLT cita “meios telemáticos e informatizados” ao
tratar de trabalho remoto.
Empresas não podem acionar funcionários pelo WhatsApp fora do horário de trabalho - Catarina Pignato
Se o empregado receber mensagens de seus
superiores via WhatsApp durante o momento de
descanso (folga, finais de semana ou férias)
sobre assuntos relacionados ao trabalho, poderá
pleitear o pagamento de horas extras, segundo
Otavio Pinto e Silva, professor da USP e sócio do
escritório Siqueira Castro.
“Estamos diante de uma ferramenta tecnológica
que pode implicar conexão do trabalhador à
empresa. Pedidos feitos pelo empregador fora do
horário de expediente podem fazer com que o
empregado se ative no horário de descanso, e
isso pode significar hora extra.”
Quando o empregado tem de ficar sempre atento
ao telefone para verificar se há mensagens da
empresa, a situação caracteriza o período de
sobreaviso, que também deve ser remunerado,
de acordo com Pinto e Silva.
“Nesse caso, mesmo que o empregado não seja
chamado ao trabalho, precisa receber por estar
em sobreaviso”, diz.
Para o advogado, essa regra geral pode ser
flexibilizada. Uma das formas é incluir no
contrato de trabalho que o trabalhador pode ser
contatado via aplicativo fora do horário de
expediente regular.
Outra opção, segundo ele, é a negociação com o
sindicato de determinada categoria de acordo ou
convenção coletiva sobre o tema.
“A recomendação é que a empresa converse
sobre essas situações com o sindicato, de forma
coletiva. Essa situação de contato pode ser
regulada, e a maior segurança jurídica é quando
essa possibilidade do uso [do aplicativo] está no
acordo coletivo”, diz.
Pinto e Silva afirma que a reforma trabalhista
permitiu que sindicatos fizessem flexibilizações
para além do previsto na legislação trabalhista
em casos que incluem regime de sobreaviso e
teletrabalho.
DICAS DE ETIQUETA DE GLORIA KALIL PARA
GRUPOS CORPORATIVOS DE WHATSAPP
1. Adote regras
O administrador do grupo pode, ao convocar os
participantes, mandar com muita objetividade o
propósito do trabalho e as regras de
funcionamento do grupo
2. Tenha foco
Os participantes devem manter o foco no tema
do trabalho
3. Mantenha a seriedade
Grupos de trabalho não são lugar para memes,
intimidades e apelidos
4. Respeite o horário
Restrinja suas intervenções ao horário comercial
5. Evite áudios longos
Se mandar áudios (o que é melhor evitar), que
sejam curtos e objetivos
6. Cuide o vocabulário
Data: 04/11/2019
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Grupo de Comunicação
Se usar abreviações, que sejam claras —tenha
um pouco de cuidado com a linguagem.
Mantenha a conversa em tom profissional
7. Não fale de política
Evite opiniões baseadas em posições políticas
8. Respeite o sigilo
Mantenha o assunto no modo confidencial
Para Rodrigo Nunes, sócio do escritório Cascione,
as negociações são possíveis, mas dentro dos
limites legais de jornada de trabalho, que não
pode superar oito horas diárias, com
possibilidade de duas horas extras.
“Mensagens de WhatsApp têm sido aceitas como
provas na Justiça do Trabalho, e acessar o
empregado fora do horário de expediente é fazê-
lo trabalhar”, diz Rodrigo Nunes, sócio do
Cascione.
Se o chefe manda uma mensagem eventual com
uma dúvida pontual ao empregado, não há
caracterização de hora extra, de acordo com ele.
“Se for algo mais demorado e frequente, é
trabalho e precisa ser remunerado. A regra é que
o empregado precisa ter seu direito ao descanso
respeitado e não deve ter folgas e férias
interrompidas”, afirma.
Para mitigar riscos, algumas empresas já
passaram a incluir o uso do aplicativo em termos
aos funcionários, segundo Paulo Sardinha,
presidente da ABRH (Associação Brasileira de
Recursos Humanos).
“As empresas dizem que não são culpadas, mas
isso nunca as isentará da responsabilidade. O
WhatsApp hoje está claramente relacionado às
políticas internas e aos códigos de ética das
companhias.”
Para ele, o uso do mensageiro precisa seguir o
rigor de outras regras cotidianas, e os grupos
com colegas e chefes podem ser encarados como
“salas de reunião digital”.
“As condenações de empresas e até pessoais,
como o caso da administradora de um grupo que
foi responsabilizada por não coordenar o
comportamento das pessoas, estão chamando a
atenção”, diz.
Enquanto a resposta de email fora do trabalho
exigia certo dispêndio do trabalhador nos anos
1990, que precisava recorrer ao computador, o
WhatsApp se enquadra na comunicação
instantânea do smartphone, que trouxe
eficiência, e também risco, às relações de
trabalho.
Do lado dos colaboradores, uma orientação
comum na área de RH, segundo Debora
Nascimento, diretora-geral da consultoria
Capacitare, é seguir normas e tentar organizar a
rotina para o uso do aplicativo, como responder a
mensagens não relacionadas ao ofício no
intervalo.
As mensagens de trabalho fora do expediente
devem ser evitadas. “Muitos ficam preocupados
se não responderem e querem mostrar que estão
disponíveis. É preciso entendimento claro de que
todos estão na mesma página.”
O comportamento em grupos corporativos,
segundo ela, pode ser guiar pela conduta
esperada dentro da empresa: comentários
relativos ao assunto e “sem uso de palavras de
baixo calão” —com o adicional de não enviar
correntes, memes ou falar de política.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/11
/whatsapp-fora-do-horario-de-trabalho-gera-
processo-e-condenacao-de-empresas.shtml
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Data: 04/11/2019
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ESTADÃO Amazônia – a pior das extinções
Apesar da demonização ‘urbi et orbi’ de seus
meios de vida, pequenos agricultores resistem
Evaristo de Miranda*, O Estado de S.Paulo
Os pequenos agricultores são a espécie mais
ameaçada na Amazônia. São pecadores,
abandonados pelo poder público, vítimas das
iniciativas de “desantropização” de
ambientalistas, tratados como grileiros e
bandidos em campanhas de parte do
agronegócio, enquanto o Código Florestal
favorece a grande empresa rural na Amazônia,
em detrimento da agricultura familiar. E acabam
de receber a condenação espiritual de suas
práticas agrícolas no Sínodo da Amazônia. Mais
de 5 milhões de pessoas sobrevivem há décadas
nessas florestas equatoriais. E se perguntam:
Unde veniet auxilium meum?
Uma análise conjugada dos dados geocodificados
do Cadastro Ambiental Rural (CAR) com os do
Censo Agropecuário de 2017 e dos
assentamentos agrários do Incra permitiu aos
pesquisadores da Embrapa Territorial estimar
quantos agricultores vivem hoje no bioma
Amazônia. São mais de 815 mil produtores, dos
quais mais de 89% são pequenos agricultores.
Em área, cerca de 12,8% do bioma Amazônia
está ocupado pela agropecuária. Pastagens
nativas, plantadas e manejadas alcançam 10,5%,
ou 44.092.115 hectares. Lavouras anuais e
perenes somam 2,3% ou 9.658.273 ha. As
infraestruturas viárias, urbanas, energético-
mineradoras e outras ocupam 1% do bioma, no
mapeamento da Embrapa Territorial.
A produção rural do bioma Amazônia é
irrelevante para as exportações e o PIB. Apenas
0,5% da produção nacional de cana-de-açúcar,
menos de 2% do algodão e da laranja e 5% do
café estão no bioma. Milho e soja representam
7,6% e 9,8% da produção nacional. Mas esses
alimentos são fundamentais para abastecer 500
cidades amazônicas de frutas, leite e derivados,
ovos, grãos, hortaliças e outros produtos.
Quando trazidos de outras regiões, seu custo é
altíssimo.
Já a vegetação nativa, hoje recobre 84,1% do
bioma Amazônia, ou 353.156.844 ha. Estão aí
incluídas formações florestais, não florestais e
mistas, de acordo com cálculos da Embrapa
Territorial, baseados em dados de satélites, do
Inpe, CAR e TerraClass. As grandes superfícies
hídricas representam 2,1% do bioma, ou
8.818.423 ha. Somados, os ambientes
predominantemente naturais, de vegetação
nativa e superfícies hídricas, abrangem 86,2% do
bioma Amazônia.
Quantos agricultores desmatam no bioma
Amazônia? Menos de 4%. Mais de 96% não estão
envolvidos no processo. Em 2018 houve nas
áreas rurais do bioma 28.862 desmatamentos,
de tamanho variável. Eles contribuíram para o
total de 7.094 km2 desmatados, segundo dados
do Inpe. Mesmo numa hipótese maximalista, em
que cada desmatamento tivesse sido feito por
um produtor diferente, isso envolveria 3,5% dos
agricultores.
E quantos agricultores praticam queimadas no
bioma Amazônia? Mais de 80%. Os povoadores
europeus aprenderam essa técnica do Neolítico
com os indígenas. Desde antes do Descobrimento
se praticam queimadas agrícolas. Nada houve de
excepcional na Amazônia em 2019. Como
sempre, os agricultores usaram fogo para
renovar pastagens, combater carrapatos,
eliminar restos culturais, abrir capoeiras, fertilizar
solos com cinzas. Tecnologias para substituir
queimadas custam caro: mecanização, adubos e
pesticidas. Onde são adotadas, o fogo regride.
Alguém no planeta quer financiar o acesso a tais
alternativas para os pequenos produtores rurais
amazônicos?
Quanto à ilegalidade ou legitimidade, vale
consultar um pouco a História. Em cerca de 50
anos, os governos estabeleceram 2.405
assentamentos agrários no bioma Amazônia e lá
instalaram 521 mil famílias. A maioria segue sem
o título de propriedade de seu pequeno lote.
Como obter financiamento sem regularização
fundiária? Como solicitar autorização de
desmatar para plantar mandioca? Mesmo quem
se desloca até a cidade e insiste em solicitar,
respeitando as exigências do Código Florestal,
não recebe. Multados, os agricultores perdem
acesso ao Pronaf. Estão no fundo do poço. Mas
urbanoides exigem que saiam do buraco sozinhos
e de forma “sustentável”!
Se estivessem nas cidades, os pequenos
agricultores fariam parte da economia informal,
Data: 04/11/2019
83
Grupo de Comunicação
como cabeleireiros, quituteiras, entregadores,
vendedores de balas nos semáforos. Há décadas,
políticas públicas buscam reduzir a informalidade
de prestadores de serviço facilitando os
impostos, a criação de microempresas. No
campo, organizações do agronegócio exportador,
em face dos recentes tumultos amazônicos
virtuais, tratam todos de ilegais, grileiros,
invasores, sobre quem deveria incidir o rigor da
lei. Simplismo e crueldade, sem separar joio e
trigo.
Os agricultores familiares da Amazônia não são
empresários ou investidores rurais, modelos de
sustentabilidade com capital e marketing (green
wash). Os pequenos precisam de assistência
técnica, extensão rural, associações e
cooperativas, acesso à informação, novas
tecnologias e circuitos de comercialização.
Devem ser apoiados, e não criminalizados por
discursos fáceis de quem vive nas cidades.
Sem espaço na agenda multiculturalista da
esquerda, os pequenos agricultores não têm
direitos nem lugar. Órfãos de pai e mãe, não há
quem os defenda, na terra ou nos céus. Na
abertura do Sínodo da Amazônia, do qual não
participaram, o papa vaticinou: “O fogo causado
por interesses que destroem, como o que
devastou recentemente a Amazônia, não é o fogo
do Evangelho”. Estão condenados.
Enquanto o leitor percorre este artigo, famílias
rurais cuidam de plantações, bezerros,
armazenagem e reparos de cercas. Do Acre ao
Amapá, de Roraima a Rondônia, do Amazonas ao
Pará. Os pequenos agricultores fizeram do Vietnã
socialista o segundo produtor mundial de café, à
frente da Colômbia. Resilientes, os pequenos
agricultores sobreviveram ao leninismo,
stalinismo, maoismo, capitalismo e outros ismos.
Na Amazônia são exemplos humildes de
resistência, re-existência, apesar da demonização
urbi et orbi de seus meios de sobrevida.
Produzem o que comem. Não serão extintos.
*DOUTOR EM ECOLOGIA, É PESQUISADOR DA
EMBRAPA
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,amazonia-a-pior-das-
extincoes,70003074784
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Data: 04/11/2019
84
Grupo de Comunicação
O Sínodo da Amazônia
Vê-se, assim, que eram inócuos desde o princípio
os temores de círculos do governo brasileiro a
respeito de uma ofensiva dos bispos contra a
soberania nacional
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
Encerrou-se, após 21 dias, o Sínodo da
Amazônia, convocado pelo papa Francisco para
“encontrar novas vias para a evangelização
daquela porção do povo de Deus, em particular
as pessoas indígenas, frequentemente
esquecidas e sem a perspectiva de um futuro
sereno, também por causa da crise da floresta
amazônica”. Pelo caráter emblemático da Pan-
Amazônia, maior floresta do planeta que
atravessa nove países, com 34 milhões de
habitantes e 390 grupos étnicos, as reflexões do
Sínodo ultrapassam o território geográfico,
referindo-se ao futuro do planeta.
O documento traz, como se esperava, propostas
controvertidas, como a ordenação de homens
casados para zonas remotas, e solicita maior
participação das mulheres no ministério e na
direção das comunidades eclesiais, além de
conclamar compromissos gerais, como o da
Igreja contra o que se chamou de “pecado
ecológico” e o da comunidade internacional com
um modelo de desenvolvimento solidário, que
favoreça as comunidades locais e freie as
mudanças climáticas.
Os questionamentos serão considerados pelo
pontífice, que pode se pronunciar em uma
Exortação Apostólica ou solicitar à cúria mais
estudos sobre o tema.
Vê-se, assim, que eram inócuos desde o princípio
os temores de círculos do governo brasileiro a
respeito de uma ofensiva dos bispos contra a
soberania nacional, assim como os de alas
conservadoras de uma agressão à ortodoxia. O
sínodo, pela sua natureza, não tem caráter
normativo, só consultivo.
O fato de questionar práticas tradicionais, como o
celibato dos sacerdotes, não implica
necessariamente uma atitude cismática e
heterodoxa – até porque o celibato não é matéria
de dogma e já há previsão de exceções, como,
por exemplo, no caso de sacerdotes da igreja
anglicana ou da ortodoxa que se convertem à
igreja católica. Pode simplesmente ser uma
demonstração de que o clero está disposto a
flexibilizar, em caráter excepcional, tradições não
dogmáticas, se, em situações excepcionais, elas
servirem de obstáculo à sua dúplice missão:
propagar a palavra de Cristo e distribuir o seu
corpo na forma do pão e do vinho eucarísticos e
dos demais sacramentos – algo que, segundo os
padres sinodais, não tem acontecido na
Amazônia por causa da falta de sacerdotes.
Mas tampouco as esquerdas deveriam nutrir
falsas esperanças de que o Sínodo prenuncie
uma adaptação da Igreja aos seus próprios
dogmas ideológicos. O “pecado ecológico”, por
exemplo, que certos bispos, em parte seduzidos
por tais dogmas, apresentam como algo
revolucionário, é na verdade tão antigo quanto o
pecado, e existe como possibilidade desde que,
segundo as Escrituras, os primeiros seres
humanos receberam do Criador o mandamento
de cultivar a terra (Gn. III, 23).
Como uma comunidade (ecclesia, em grego) que
se quer universal (catholike), a Igreja sabe que a
“casa comum” (ekumene) depende da
consciência sobre o mundo natural (eco-logia)
que deve influenciar a organização dessa casa e
seus recursos (eco-nomia). Ela lembra que o
domínio das relações dos homens com Deus,
materializado na religião, é – em termos
análogos ao dogma da união da natureza divina e
humana em Cristo – unido, mas não confundido;
distinto, mas não separado do domínio das
relações dos homens entre si (a política) e dos
homens com a natureza (na exploração
econômica).
A economia tem seu domínio moral e faz bem a
Igreja em lembrar a todos, em especial a seus
fiéis, que, primeiro, não se deve substituir Deus
por Mamon, considerando a riqueza material
como um fim independente e absoluto da
atividade humana; depois que, em segundo
lugar, é preciso ter compaixão pelos
trabalhadores e comunidades menos favorecidos;
e que, por fim, não se deve abusar da terra e
destruí-la, de modo que nem os seres humanos
nem a natureza deveriam ser usados como mero
instrumento da produção econômica. Ao alertar
para essa tríplice vocação do ser humano, pode-
se dizer que o Sínodo cumpriu sua missão.
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,o-sinodo-da-amazonia,70003073970
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Data: 04/11/2019
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Grupo de Comunicação
A esfinge e os líderes
É do interesse da maioria um governo que
respeite o mercado e as necessidades do povo
Fernando Henrique Cardoso*, O Estado de
S.Paulo
Nos últimos artigos tenho insistido na
necessidade da formação de um “centro
democrático progressista”. O que é isso? Desde
logo, não se trata de um “centrão”, ou seja, de
um agrupamento de pessoas que dominam
legendas de partidos e, na prática, se unem para
apoiar ou rejeitar propostas do governo,
cobrando um preço clientelístico. O “centro
democrático” tampouco pode ser um
agrupamento anódino, que ora se define como
favorável ao povo e esbanja recursos, como os
populistas, ora se comporta de modo austero,
com bom manejo das contas públicas, mas sem
olhar para o povo, como os “neoliberais”. Então,
o que seria?
Escrevi sobre o “liberalismo progressista” dizendo
que ele se diferencia do “liberalismo conservador,
de corte autoritário”. Neste, o mercado é o deus
ex-machina que molda a sociedade. O primeiro
respeita os mercados, sabe que as economias
contemporâneas são “de mercado” (quase sem
exceção), mas sustenta que elas não dispensam
a regulação e mesmo a ação do Estado na
economia. A atuação estatal, não sendo a única e
nem mesmo a principal mola do crescimento
econômico, continua a ser necessária para evitar
que a desigualdade mine a democracia e o
crescimento.
Na prática, o risco maior do liberalismo
conservador, de caráter autoritário, é o de
derrapar para formas abertamente não
democráticas de decidir e assim aumentar o
fosso entre dirigentes e dirigidos, abrindo espaço
para manifestações populares antagônicas ao
poder. Já o risco do progressismo é se
transformar em populismo e, com o propósito ou
o pretexto de servir ao “povo”, desorganizar as
finanças públicas, levar à inflação e ao
desemprego. O país cai na estagnação, abrindo
espaço para a “direita” (ou seja, para formas
disfarçadas ou abertas de autoritarismo).
Não terá sido um vaivém entre essas formas de
liberalismo, autoritarismo e populismo (mais do
que o risco de fascismos ou comunismos) o que
vem caracterizando boa parte das formas
políticas do mundo contemporâneo? Desse
vaivém escapam os países onde liberdade e
democracia não formam parte do ethos nacional
(os que não são ocidentais ou ocidentalizados). A
oscilação acima referida, e mesmo a dúvida
sobre o valor da democracia representativa, tem
aumentado muito, afetando nações de tradição
liberal. Não faltam autores que chamam a
atenção para estes desdobramentos: a crise das
democracias, como morrem as democracias, o
povo contra as elites, e assim por diante, dão
título a muitos dos volumes que tratam dos
fenômenos políticos contemporâneos.
Por trás desse desaguisado estão os novos meios
produtivos e as formas contemporâneas de
comunicação, que moldam as sociedades. A
primeira vez que me dei conta disso foi em maio
de 1968, quando eu era professor da
Universidade de Paris em Nanterre. Anos mais
tarde, procurando teorizar a esse respeito, disse
no discurso em que transmiti a presidência da
Associação Internacional de Sociologia, em 1986,
que os fios desencapados da sociedade podem se
tocar de repente, produzindo curtos-circuitos fora
da polaridade tradicional “proprietários versus
trabalhadores” e dos partidos que no passado os
representavam. Havendo comunicação em rede,
as faíscas que se acendem num ponto se
propagam para os demais e o protesto atravessa
os limites entre classes e segmentos sociais,
contaminando amplos setores da sociedade. Essa
dinâmica do protesto e a velocidade da sua
expansão já eram perceptíveis em 1968. Foi
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Grupo de Comunicação
somente quando a TV e o rádio passaram a
cobrir as manifestações estudantis que estas
entraram em contato com as negociações
sindicais, que antes se davam à parte e à
distância.
Que dizer agora, quando a internet e as redes
conectam as pessoas e saltam as organizações?
Se Descartes dizia cogito ergo sum (penso, logo
existo), hoje a frase síntese é outra: estou
conectado, logo existo. Mais ainda: as forças
produtivas contemporâneas, com robôs e
inteligência artificial, aumentam a produtividade,
concentram a renda e não geram empregos na
proporção da procura por trabalho, a despeito da
redução da taxa de crescimento da população. E
graças à internet muitos ficam sabendo do que
acontece.
Não será esse o fantasma por trás dos “coletes
amarelos” de Paris, dos partidários do Brexit na
Grã-Bretanha ou dos eleitores de Trump que
querem ver os Estados Unidos great again? E não
haverá risco, em nuestra America, de confundir a
Frente Ampla (eventualmente vitoriosa no
Uruguai), ou os peronistas argentinos e agora as
manifestações no Chile, que lembram o Brasil de
2013, e mesmo no Equador ou na Bolívia, com
uma luta tradicional da “esquerda” contra a
“direita”, como se ainda estivéssemos nos
tempos da guerra fria? A guerra agora é outra:
menos desigualdade, fim da corrupção política,
mais empregos e melhores salários. E quando há
diminuição do ritmo de crescimento, como
lembrava Tocqueville sobre a Revolução
Francesa, a insatisfação eclode forte, como
atualmente no Chile.
Dito isso, o centro liberal precisa ser progressista
não apenas porque a igualdade de oportunidades
e a garantia de um patamar de condições de vida
dignas para todos são essenciais para uma
democracia estável e uma sociedade civilizada,
mas também porque vivemos outro momento do
capitalismo, no qual as políticas públicas devem
ser complementadas pela ação da sociedade civil.
É do interesse da maioria existir um governo
ativo e com rumo. Capaz de respeitar as regras
do mercado, mas também os interesses e
necessidades do povo. E estes não se resolvem
automaticamente na pauta econômica, requerem
ação política e ação da sociedade.
Não será esse o miolo de um centro radicalmente
democrático e economicamente responsável?
Talvez, mas na vida política não basta ter ideias,
é preciso que alguém as encarne. Ou aparece
quem tenha competência para agir e falar em
nome dos que mais precisam ou a esfinge nos
devora.
* SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,a-esfinge-e-os-lideres,70003073945
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Data: 04/11/2019
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Grupo de Comunicação
Por que não falei de flores
Pelas manifestações do presidente, vê-se estar
no ar a tentação autoritária
MIGUEL REALE JÚNIOR*, O Estado de S.Paulo
O Chile foi convulsionado por protestos
detonados pelo aumento da passagem de metrô.
A população repeliu a elevação de 800 para 830
pesos, correspondentes a R$ 4,73. O salário
mínimo é de 301 mil pesos, cerca de R$
1.715,70, mas a maior parte da população
recebe por volta de 400 mil pesos, ou seja, R$
2.280, bem mais que o percebido por imensa
parcela dos brasileiros.
Comentaristas políticos ponderam ser o preço da
passagem apenas a ponta do iceberg, pois é a
desigualdade social o pano de fundo da
insatisfação popular, em face do custo da
eletricidade, da água e da crise nos setores de
saúde e educação. Acrescem as injustiças do
sistema privatizado de previdência, que onera o
trabalhador e proporciona proventos irrisórios.
O pelo presidente Piñera decretou o estado de
emergência, com interferência das Forças
Armadas, o que resultou em confrontos com a
morte de 19 pessoas, uma criança entre elas,
além de milhares de detenções.
Diante da revolta surgida de modo espontâneo, o
presidente do Chile veio a público, com
humildade, reconhecer ter faltado visão para
entender a dimensão dos problemas, pedindo
perdão por ter demorado a agir para corrigir a
situação. Anunciou a adoção de agenda social
para promover reformas do sistema
previdenciário e de saúde, elevar o salário
mínimo e reduzir as tarifas de energia. Mesmo
assim, na sexta-feira, dia 25, mais de 1 milhão
de pessoas foram às ruas em pacífica marcha de
protesto.
As dificuldades cotidianamente sofridas pela
população, fruto de um modelo neoliberal
insensível às penúrias e ao malogro no acesso ao
bem-estar, foram reconhecidas pelo presidente
chileno.
Em contraste, o nosso presidente, Jair Bolsonaro,
que gosta de palpitar sobre os países vizinhos,
voltou a elogiar a ditadura de Pinochet ao dizer
que a crise de hoje decorre do fim do regime
militar, com interferências de Cuba e governos
de esquerda. Com considerações em nada
fundamentadas, disse Bolsonaro sobre a crise
chilena: “O problema do Chile foi gravíssimo.
Aquilo não é manifestação nem reivindicação.
São atos terroristas”. Vendo terrorismo nos
movimentos de reivindicação social, disse o
capitão presidente ser preciso, em vista de
protestos semelhantes, além do monitoramento,
ter as tropas “preparadas” para reprimi-los.
Mais ainda: revelou o mandatário brasileiro ter
conversado com o Ministério da Defesa, pois “a
tropa tem que estar preparada porque, ao ser
acionada por um dos três Poderes, de acordo
com o artigo 142 (da Constituição), deve ter
condição de fazer a manutenção da lei e da
ordem”.
O sofrimento vivido pelo povo brasileiro desde o
desastre econômico do irresponsável governo
Dilma apenas se tornou mais grave até o
segundo trimestre do ano em curso, como
mostra pesquisa recente da FGV. O quadro é
desesperador. A Escalada da Desigualdade,
estudo da FGV divulgado em meados de agosto,
indica serem há quatro anos arrasadoras as
condições socioeconômicas, com grande perda da
renda dos mais pobres, havendo, na outra ponta,
elevada concentração de riqueza. A partir de
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios, do IBGE, mostrou-se pelo Gini –
indicador que mede a diferença de renda – que a
concentração de renda alcançou seu máximo
histórico: 0,6291, no segundo trimestre de 2019.
Medindo o bem-estar da população, o estudo da
FGV indica, do quarto trimestre de 2.014 ao
segundo deste ano: 1) a metade mais pobre
experimentou variações reais acumuladas de -
17,1% desde o início da crise; 2) os 40%
intermediários seguintes, isto é, a classe média,
tiveram perdas de 4,16%; 3) os 10% mais ricos
– espécie de classe média tradicional, mais
alinhada aos padrões americanos –,
apresentaram ganhos de 2,55% no período; 4) o
1% mais rico, incluído no grupo anterior, obteve
ganhos de dois dígitos, de 10,11%.
Em resumo, a desigualdade entre o 1% mais rico
e os 50% mais pobres cresceu 41,7% desde o
fim de 2014 até o presente momento. Mas para
Bolsonaro a evidente questão social é a priori
enquadrada como questão de polícia. Eventuais
protestos serão vistos como ato de terroristas a
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Grupo de Comunicação
serem enfrentados pelas Forças Armadas, a
estarem preparadas para a repressão.
Se a penúria não foi criada por este governo – e
por isso lutei pelo impeachment –, é bem
verdade, no entanto, que a crise deveria ter sido
enfrentada prioritariamente com medidas de
cunho econômico-social, pois soluções não
brotam por obra da mão invisível do mercado. A
cada semana o Ministério da Economia lança
balões de ensaio, agora corre atrás de
providências que não teriam sido implementadas
por causa da votação da reforma da Previdência.
Desculpa esfarrapada. Na verdade, a questão
social foi secundária ao longo de dez meses.
Fora o 13.º salário do Bolsa Família, durante 300
dias o jovem desempregado, a mãe no
subemprego, os universitários na informalidade
ainda não receberam acenos do governo.
Bolsonaro e seu filho, feito líder do PSL,
perigosamente qualificam possível protesto por
melhores condições de vida, nesta sociedade
desigual, como ato terrorista, justificando
antecipadamente o uso das Forças Armadas
contra movimentos de rua.
Em maio de 2018 escrevi nesta página artigo
intitulado A volta da ditadura pelo voto. Era
previsão baseada na vida pregressa do capitão
adorador da tortura. Hoje, diante de
manifestações do presidente, se vê estar no ar a
tentação autoritária, conforme ressalta editorial
do Estado domingo passado.
Bolsonaro gosta do confronto e forja inimigos;
vislumbra a ONU, a CNBB, o STF e a OAB como
hienas a devorá-lo; usa fake news e o poder em
favor do seu clã; ameaça não renovar a
concessão à Globo por notícia que lhe desagrada.
É bem possível, portanto, esperar caminho
antidemocrático ao se admitir a volta do AI-5 e a
convocação das Forças Armadas perante reclamo
social.
* MIGUEL REALE JÚNIOR É ADVOGADO,
PROFESSOR TITULAR SÊNIOR DA FACULDADE DE
DIREITO DA USP, MEMBRO DA ACADEMIA
PAULISTA DE LETRAS; FOI MINISTRO DA
JUSTIÇA
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,por-que-nao-falei-de-flores,70003073115
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Data: 04/11/2019
89
Grupo de Comunicação
Por uma diplomacia ativa de defesa e
inovação
É essencial que os empreendedores contem com
apoio para iniciarem seus projetos
RAUL JUNGMANN E FLÁVIO BASÍLIO*, O Estado
de S.Paulo
No Brasil, a agenda de desenvolvimento
industrial é normalmente associada a questões
relacionadas a preços relativos, sejam eles
derivados de câmbio ou de juros, ou mesmo
vinculados a algum mecanismo de proteção ou
de reserva de mercado. Mas ao tomarmos como
exemplo a economia americana, sempre
associamos o desenvolvimento industrial a
questões relacionadas à inovação, ao capital
humano e ao ambiente de negócios.
Contudo um importante canal de transmissão do
desenvolvimento passa despercebido por parte
dos analistas e estudiosos: o papel das inversões
e das compras militares. Como o processo de
inovação é extremamente arriscado e
dependente de vultosos investimentos, inclusive
no campo da pesquisa básica, é essencial que os
empreendedores contem com algum apoio para
iniciar seus projetos. Fundada em 1958, a
Defense Advanced Research Projects Agency
(Darpa) tem esse objetivo e conta com um
orçamento para 2019 de US$ 3,44 bilhões.
O modelo Darpa é focado em inversões
disruptivas, com foco em pesquisa aplicada no
desenvolvimento da alta tecnologia e na
resolução de problemas. Outra característica
fundamental do modelo é a gestão de projetos ou
programas, que são contratados após seleção ou
pit por um período limitado, geralmente de três a
cinco anos. Com isso se estabelece um fluxo
contínuo de novos programas e novas ideias, de
modo a transformar questões abstratas em
realidade no menor espaço de tempo.
Tendo em vista que os investimentos sob a égide
da Defesa não estão sujeitos a regras da
Organização Mundial do Comércio (OMC), toda
essa rede de apoio e de inovação proporcionada
pela Darpa e pelas inversões militares não podem
ser questionadas pelos países concorrentes como
práticas anticompetitivas. Esse mecanismo foi
um motor de aceleração do desenvolvimento da
Embraer, por exemplo.
Para desenvolver a indústria de defesa é
indispensável a realização permanente de
missões oficiais de alto nível aos países
importadores, uma vez que esse mecanismo abre
portas e mercados que não podem ser acessados
por iniciativa de empresas, mas de governos.
Com efeito, é preciso exercer na plenitude a
força do Estado brasileiro numa verdadeira
diplomacia ativa de defesa para que tenhamos
sucesso na venda dos nossos produtos.
Assegurar um programa permanente para
empresas, com participação de startups e o apoio
do Estado direcionado para inovação e para a
mitigação do risco de demanda com a aquisição
do primeiro lote de produção, pode contribuir
para o desenvolvimento desse modelo. Como
resultado adicional o Brasil poderá retomar o
caminho perdido no campo da ciência, da
tecnologia, da inovação, do desenvolvimento
produtivo e sustentável.
Outro importante fator de desenvolvimento do
setor é o Regime Tributário da Indústria da
Defesa (Retid), efetivado com a promulgação da
Lei 12.598, gestada no cenário de expansão
fiscal entre 2012 e 2016, com o desenvolvimento
de inúmeros projetos estratégicos no Brasil. Foi o
período do lançamento do programa de
submarino de propulsão nuclear (Prosub), do
programa de aquisições de aeronaves de
combate (FX-2), do Sistema Integrado de
Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), da
aquisição dos blindados Guarani, do programa de
defesa cibernética, dos helicópteros de transporte
pelo programa H-XBR, do satélite geoestacionário
de defesa e segurança (SGDC), do projeto do
míssil A-Darter e do cargueiro tático KC-390,
entre outros.
Com toda essa movimentação, a atividade na
indústria de defesa brasileira foi intensa e a
euforia dos empresários levou à entrada de
novos players no mercado e à ideia de que as
aquisições militares poderiam sustentar essa
renascente indústria. Contudo em 2016 o Brasil
vivenciou a maior retração acumulada da
atividade econômica da História. Por muito
pouco, vários dos projetos iniciados não foram
suspensos. Nesse sentido, era preciso pensar
“fora da caixa” para minimizar o impacto adverso
e manter acesa a indústria de defesa.
A necessidade de readequação dos contratos
firmados alargou o cronograma de encerramento
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Grupo de Comunicação
dos projetos, causando importantes impactos na
cadeia produtiva e na geração de emprego e
renda. Nesse período, importantes empresas
estratégicas fecharam, foram redimensionadas
ou incorporadas por outras empresas, como nos
casos da Mectron, da Odebrecht Defesa e
Tecnologia e de outras da Base Industrial de
Defesa (BID).
Como parte da reação, todo o arcabouço
regulatório foi revisitado por nós. Mas, apesar da
isenção de impostos (PIS, Cofins e IPI), apenas
cinco empresas utilizavam o Retid. Além disso, a
dificuldade de cálculo da renúncia tributária
causava incertezas nas empresas, de modo que o
benefício desenhado em 2012 causava pouco ou
nenhum efeito sobre a BID. Para resolver esse
problema em 2017 o Ministério da Defesa
conduziu com a Receita Federal uma série de
inovações e benefícios para a indústria.
Dentre essas inovações, o cálculo da isenção
tributária passou a ser estendido a toda a cadeia
produtiva, e não apenas ao último elo de
produção. Além disso, empresas de defesa com
capital estrangeiro (não estratégicas) também se
beneficiaram da medida. O resultado, somada a
inclusão dos produtos de defesa no ajuste Confaz
n.º 95, é uma redução de tributos de até 69%!
É bem verdade que as aquisições de produtos de
defesa ainda sofrem com a perversa assimetria
tributária em relação aos produtos importados,
que não pagam nenhum imposto. Mas é certo
que a medida incentiva o desenvolvimento da
indústria de defesa e minimiza a distorção de se
ter um regime tributário diferenciado sem
nenhuma utilidade real.
* RAUL JUNGMANN E FLÁVIO BASÍLIO SÃO,
RESPECTIVAMENTE, EX-MINISTRO DA DEFESA,
DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA REFORMA
AGRÁRIA; E PH.D. EM ECONOMIA, FOI
SECRETÁRIO NACIONAL DE PRODUTOS DA
DEFESA (SEPROD)
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,por-uma-diplomacia-ativa-de-defesa-e-
inovacao,70003073107
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Data: 04/11/2019
91
Grupo de Comunicação
Custo de extração no pré-sal cai 67% em 5
anos
Em 2014, Petrobrás gastava US$ 15,3 para
extrair um barril de petróleo; esse valor recuou
para US$ 5 e deve continuar em queda
Cristian Favaro, O Estado de S.Paulo
Menina dos olhos da Petrobrás, o pré-sal tem
trazido resultados crescentes para a companhia.
Numa das frentes de retorno está a brusca
redução do custo de extração do pré-sal,
chamado no mercado de lifting cost. O indicador,
que mede quanto se gasta de extração do barril
de óleo, atingiu níveis sem precedentes no
terceiro trimestre, US$ 5 por barril contra US$ 6
nos três meses anteriores, segundo dados da
Petrobrás.
A perspectiva, segundo analistas, é de que esse
custo caia ainda mais diante do aumento de
produção de novas plataformas em 2020. Na
quarta-feira, o governo realiza o megaleilão do
pré-sal, que deve impulsionar ainda mais os
resultados do setor nos próximos anos.
Dados levantados pelo Estadão/Broadcast junto à
Rystad Energy Ucube, empresa de pesquisa em
energia, mostram que o custo de exploração do
pré-sal recuou 61% de 2014 até 2019, de US$
15,3 por barril para US$ 6. Se forem
considerados os números atualizados pela
Petrobrás em seu último relatório, a queda é
ainda maior, de 67%, para US$ 5. Os números
são em barris de óleo equivalentes (boe),
unidade que considera o potencial energético do
gás e o petróleo em um barril.
Apoiada pelo pré-sal, a empresa conseguiu
reduzir em 7,3% seu custo de extração total para
US$ 9,67 entre julho e setembro, de
US$10,43/barril nos três meses anteriores. Tal
movimento tem aproximado a estatal de gigantes
do setor. Juntas, Shell, ExxonMobil, BP, Chevron,
Eni e Total apresentaram um lifting cost médio
de US$ 5,4/barril até agora em 2019.
Apesar do resultado comemorado por analistas, a
estatal ainda tem um caminho considerável pela
frente para se equiparar com o Oriente Médio,
berço da produção de petróleo global, cujo custo
médio de extração é de US$ 3,2 por barril,
conforme números da Rystad Energy Ucube. Os
dados foram coletados pela consultoria em mais
de 500 empresas no segmento.
O analista de petróleo e gás da XP
Investimentos, Gabriel Francisco, disse que a
abundância do petróleo no Oriente Médio
colabora para os custos inferiores. Entretanto, o
analista afirmou que o pré-sal é um ativo valioso:
exige um investimento elevado no início, mas
traz forte produção. Francisco disse que, para
além da característica favorável do ativo, a
estatal tem feito investimentos importantes em
produtividade.
Para se ter dimensão das proporções, em média,
um poço em terra (onshore) produz 15 barris por
dia no Brasil, enquanto no pré-sal, o volume
diário alcança 40 mil. Isso faz com que um único
poço em águas profundas produza mais que toda
a extração onshore da Bahia ou do Rio Grande do
Norte. Já o custo de extração da estatal em terra
foi de US$ 18,19 por barril, 3,5 vezes superior ao
do pré-sal.
A Petrobrás foi procurada, mas não se
manifestou. Nas demonstrações dos resultados, a
estatal apontou que a redução no custo do pré-
sal veio com o aumento de escala da produção
das plataformas do campo de Búzios. A
estimativa da empresa é de que, no quarto
trimestre, este número fique entre US$ 5 e US$
6 por barril.
O analista do Itaú BBA, André Hachem, afirmou
que os números da Petrobrás para o custo de
extração foram positivos. Segundo ele, a estatal
tem se esforçado para cortar custos. O analista
afirmou que a tendência é de que esse custo
continue a cair ao passo que as plataformas
novas (P-75, P-77, P-69, P-76, P-67 e P-74) vão
atingindo sua capacidade máxima. “Elas não
estão rodando a 100% ainda. A gente estima que
isso (o ganho de escala após o início da
produção) continue acontecendo até o ano que
vem.” https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,custo-de-extracao-no-pre-sal-cai-67-em-5-anos,70003074872
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Data: 04/11/2019
92
Grupo de Comunicação
Além de caminhões, Mercedes-Benz ‘produz’
hortaliças
Cleide Silva
Iniciativa inédita no setor industrial, segundo a
própria empresa, a Mercedes-Benz iniciou nesta
sexta-feira, 1, projeto de cultivo de hortaliças ao
lado da linha de montagem de caminhões e
ônibus da fábrica de São Bernardo do Campo, no
ABC paulista.
Voltada principalmente ao consumo dos cerca de
10 mil funcionários da unidade, a Fazenda
Urbana, como a empresa batizou o projeto, foi
criada em parceria com a startup mineira
BeGreen, que desenvolve produção sustentável,
sem agrotóxicos.
A montadora utiliza 1,2 mil m² de uma área
antes desocupada em suas instalações, ao lado
do restaurante dos funcionários. O local tem
capacidade para produzir 2,68 mil quilos de
hortaliças – ou 44 mil pés de verduras, ervas e
temperos por mês.
A maior parte da colheita será destinada aos
restaurantes da fábrica, mas uma parcela será
vendida aos funcionários que quiserem levar os
produtos para casa e também doada a entidades
assistenciais.
A primeira Fazenda Urbana instalada dentro de
uma indústria no mundo tem como foco principal
proporcionar uma alimentação de mais qualidade
aos funcionários, afirma Carlos Santiago, vice-
presidente de Operações da Mercedes-Benz do
Brasil.
Entre as verduras cultivadas estão alface baby
(verde e roxa), rúcula, espinafre, agrião e
chicória. Os temperos são salsinha, hortelã,
cebolinha, coentro, manjericão e sálvia. Em uma
segunda etapa serão produzidos legumes como
tomate e berinjela.
https://economia.estadao.com.br/blogs/cleide-
silva/alem-de-caminhoes-mercedes-benz-produz-
hortalicas/
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Data: 04/11/2019
93
Grupo de Comunicação
Brasil tem boa chance de presidir o BID
Cenário político atual na Argentina pode
beneficiar possível candidatura brasileira
Beatriz Bulla, correspondente, e Idiana Tomazelli,
O Estado de S.Paulo
WASHINGTON/BRASÍLIA - A relação mais
próxima do Brasil com os Estados Unidos tem
encorajado o governo brasileiro a considerar uma
candidatura para a presidência do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), hoje
ocupada pelo colombiano Luis Alberto Moreno. A
avaliação é que o posto pode alçar o País a uma
posição de liderança e na região.
Pela política interna de rotação de presidentes do
banco, candidatos do Brasil ou da Argentina são
os que teriam maior chance de receber apoio
significativo na eleição, que acontecerá em 2020.
O governo brasileiro avaliava a conveniência de
se juntar com a Argentina e apoiar um candidato
endossado por Mauricio Macri, mas o recente
resultado da eleição no país vizinho mudou o
cenário.
A avaliação é de que os EUA estariam mais
confortáveis em apoiar um candidato brasileiro,
alinhado ao governo de Donald Trump, do que
um eventual nome vindo do futuro governo de
Alberto Fernández, nome da esquerda argentina,
que saiu vitoriosa nas últimas eleições.
Com a sede do banco em Washington, a
presidência do BID acaba se tornando uma
representação da América Latina na capital
americana. O presidente do banco é considerado
um representante de toda a região para as
discussões que passam por temas econômicos e
de desenvolvimento. Sua posição é considerada
estratégica. Ao cogitar uma candidatura própria,
o Brasil mira em uma oportunidade de
desempenhar “papel condutor” nas discussões da
região, inclusive em temas como integração física
(por meio de infraestrutura logística) e
energética.
O País ainda está em estágio de conversas
internas para decidir o custo-benefício da
candidatura própria e mobilizar os principais
líderes do País, inclusive o presidente Jair
Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo
Guedes, para a campanha pela cadeira do BID.
Por se tratar de uma negociação política, a busca
por apoio dos demais países-membros do banco
deve resultar em acenos feitos pelo governo
brasileiro, em busca de uma conciliação de
interesses.
O nome do candidato precisa ser oficializado até
45 dias antes da disputa, mas a campanha é
considerada uma disputa “como a de vereador de
interior”, que exige tempo e viagens aos países
que fazem parte da instituição. É necessário
também que o governo brasileiro esteja
completamente convencido de que esse é um
objetivo importante e coloque seu capital político
e diplomático para atingi-lo.
Tradicionalmente, a assembleia anual do banco é
um momento em que as atenções estão voltadas
aos nomes de candidatos já definidos. No ano
que vem, a reunião acontecerá em março, em
Barranquilla, na Colômbia. O Brasil teria até lá,
portanto, para chegar a um consenso sobre o
lançamento de candidatura própria e definir o
nome. O governo brasileiro, por enquanto, evita
listar possíveis candidatos, sob o argumento de
que é preciso “muito cuidado para não queimar a
largada”. A avaliação é de que o momento ainda
é de viabilizar a candidatura e decidir a
estratégia a ser adotada.
Nas últimas passagens de integrantes do governo
por Washington, no entanto, um dos nomes
cotados em reuniões internas, segundo fontes,
foi o da ex-presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Maria Silvia Bastos Marques. O BID não teve, até
o momento, uma presidente mulher.
A eleição para a presidência do banco é feita pela
assembleia de governadores da instituição
considerando a maioria do poder total de voto.
Os EUA sozinhos possuem 30% do total de votos
– daí a aposta do Brasil de que a relação com
Washington pode ser fator decisivo. O mandato
do presidente é de cinco anos. Moreno, foi eleito
em 2005 e reeleito em 2010 e, novamente, em
2015.
Mais cotados
Um acordo de cavalheiros nos bastidores
estimula a rotação da presidência entre países
que não assumiram a cadeira. Assim, a
candidatura de um colombiano seria
desencorajada, por exemplo. Moreno é o quarto
presidente da história do BID. Antes dele, a
cadeira foi ocupada por representantes de Chile,
Data: 04/11/2019
94
Grupo de Comunicação
México e Uruguai. Dos maiores países da região,
estariam aptos a concorrer, portanto, Peru,
Argentina e Brasil. A presidência do Banco de
Desenvolvimento da América Latina (CAF) já está
sob responsabilidade do peruano Luis Carranza.
Com isso, Brasil e Argentina seriam os mais bem
cotados para entrar na disputa.
O governo argentino apresentou o nome de
Rogelio Frigerio, ministro do Interior, Obras
Públicas e Habitação de Macri como virtual
candidato à presidência da instituição. O Brasil
vinha estudando se valeria a pena costurar um
apoio ao candidato argentino, para evitar dividir
a disputa e sair frustrado, como aconteceu em
2005, quando a candidatura do brasileiro João
Sayad acabou derrotada.
Com a perda de Macri nas urnas e vitória de
Alberto Fernández, há dúvidas em Washington
sobre a manutenção do nome de Frigerio pelo
governo argentino. Além disso, nos bastidores, o
governo brasileiro considera que a Casa Branca
dificilmente apoiará um candidato sugerido por
Fernández, enquanto um nome do governo
Bolsonaro teria mais força. Desde a eleição,
Bolsonaro vem fazendo gestos de aproximação
do governo Donald Trump. Diplomatas
americanos avaliam que há uma disposição de
fato em manter relações mais próximas do Brasil,
seguindo as diretrizes da Casa Branca.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
brasil-tem-boa-chance-de-presidir-o-
bid,70003074028
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Data: 04/11/2019
95
Grupo de Comunicação
O Brasil e a economia global
Precisaremos mudar a maneira de nos inserirmos
na economia globalizada. A chave é a
produtividade
Roberto Fendt, O Estado de S.Paulo
A organização Mundial do Comércio (OMC) reviu
para baixo sua projeção do crescimento do
comércio mundial para 2,6%, em face de um
crescimento em 2018 de 3%.
Tem sido habitual atribuir essa queda no
crescimento do comércio mundial ao conflito
comercial entre os Estados Unidos e a China.
Como disse o diretor-geral da OMC, o brasileiro
Roberto Azevêdo, com as tensões em alta,
ninguém deveria ficar surpreso com esse
resultado. “O comércio não pode plenamente
desempenhar o seu papel de motor do
crescimento quando observamos níveis tão altos
de incerteza”, acrescentou. As incertezas com
relação ao Brexit também não estão ajudando. E,
contrariamente às expectativas do início do ano,
uma retomada do comércio em 2019 e 2020
parece não se concretizar.
Essa desaceleração do crescimento do comércio
tem também outras causas: 1) tarifas e barreiras
não tarifárias compõem uma escalada
protecionista que afeta não somente o comércio
bilateral Estados Unidos-China, mas a totalidade
do comércio mundial; 2) a desaceleração do
crescimento em boa parte do mundo; e 3)
também é causa do menor crescimento do
comércio a volatilidade dos mercados financeiros;
entre tantas outras.
A questão que se coloca é se a desaceleração do
crescimento do comércio mundial é causa ou
consequência de algo mais estrutural. A
economia mundial, a partir da crise financeira de
2008, não é mais a mesma dos áureos tempos
em que a expansão do comércio trazia a reboque
o crescimento da economia global.
Não se trata agora, como em 2008, de uma crise
financeira, sem ligação direta com o lado real da
economia, a produção de bens e serviços.
Alguma coisa mudou nas duas últimas décadas e
talvez só agora estejamos nos dando conta da
mudança.
O emprego e a produção industrial já não lideram
o crescimento das nações. Em parte pela
tecnologia e a crescente automação, em parte
porque a demanda das famílias por bens e
serviços não sustenta a produção.
Num ambiente de grande incerteza com relação
ao emprego, famílias poupam mais e consomem
menos. Firmas reagem às incertezas freando o
investimento. Menores investimentos se refletem
em menor crescimento das economias.
Há dúvidas se o crescimento da economia
americana se sustentará. Mas já não há mais
dúvidas se a segunda economia do mundo está
em processo de franca desaceleração. Nossa
própria recuperação, embora lenta, ainda está
distante de trazer de volta os empregos perdidos
pelos desmandos dos governos anteriores.
Não ajudam as incertezas vindas do sul. O eleitor
argentino decidiu substituir o governo que
pretendeu corrigir os desmandos da política
econômica do passado trazendo de volta os
próprios causadores desses desmandos. Como
isso impactará o mercado que é crítico para
nossas exportações industriais?
A retomada de nosso crescimento sustentável
demanda racionalidade na política econômica e o
crescimento da produtividade de nossa
economia. A produtividade está estagnada faz
duas décadas. A chave da inserção da
competitiva economia brasileira na nova
economia global é o aumento da produtividade.
Precisaremos mudar a maneira de nos inserirmos
na economia globalizada. Temos somente 1% do
comércio mundial e há espaço para aumentar
essa participação. A maior abertura ao comércio
global trará às empresas brasileiras economias
de escala e especialização; e a especialização
traz consigo aumentos de produtividade, que
beneficiam, em última instância, o consumidor
brasileiro.
Demos um importante passo com o acordo
Mercosul-União Europeia. Outros acordos
permitirão uma maior abertura da economia
brasileira ao mercado global, com o aumento da
produtividade no País e benefício da maior
competição para o consumidor brasileiro.
*ECONOMISTA
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o
-brasil-e-a-economia-global,70003074083
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Data: 04/11/2019
96
Grupo de Comunicação
Novo modelo do saneamento já teria atraído
2 estatais
Proposta é que parte da empresa permaneça
pública e cuide da captação da água; a outra,
privatizada, ficaria com coleta do esgoto
Amanda Pupo, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A proposta do novo marco legal do
saneamento aprovada pela Comissão Especial da
Câmara dos Deputados facilita a divisão de
empresas estaduais de saneamento para que
uma parte da companhia permaneça pública e a
outra, seja concedida ou privatizada. A parte
pública ficaria responsável pela captação de água
e a segunda empresa poderia trabalhar na
distribuição da água e tratamento e coleta de
esgoto na localidade.
Segundo fontes que acompanham as discussões
do novo marco, pelo menos duas empresas
estaduais consideram hoje optar por esse
modelo. A previsão foi incluída no relatório do
deputado Geninho Zuliani (DEM-SP) na última
semana, um dia antes de sua aprovação na
comissão. “Nós estamos autorizando a cisão da
companhia para ter dois CNPJs, um para cuidar
da adutora de água e o outro para poder fazer
parcerias-público privadas, privatizações”,
comentou o relator sobre a inovação.
Para o secretário de Desenvolvimento de
Infraestrutura do Ministério da Economia, Diogo
Mac Cord, a medida é menos “traumática” para
as companhias que se reestruturarem e mais
eficiente que as chamadas subdelegações. Nesse
último modelo, a companhia delega parte do
contrato fechado com o município para a
iniciativa privada, numa espécie de terceirização.
“É bem mais eficiente do que as subdelegações,
pois o privado assina direto com o titular a parte
que for privatizada. Você garante a eficiência das
partes resultantes dessas operações”, disse Mac
Cord ao Estadão/Broadcast, integrante da pasta
que tem participado ativamente da tramitação do
novo marco no Congresso.
Sócio de Infraestrutura do escritório Machado
Meyer, Rafael Vanzella avalia que o artigo veio
para facilitar o processo de reestruturação
societária das empresas estatais e
desburocratizar as modelagens de concessões
regionais. “O objetivo é muito válido, é um tema
relativamente novo, não tinha aparecido nas
outras discussões que ocorreram no Congresso,
vai facilitar o processo de privatização”, disse.
Ele pontua, no entanto, que a redação precisa
ser aprimorada. Vanzella sugere, inclusive, que o
trecho seja dividido em dois artigos que deem
conta das leituras possíveis pelo texto atual. Uma
delas é a da cisão da empresa estadual para a
privatização de uma parte, que é uma novidade.
Já a segunda é para o caso dessa empresa poder
fechar contrato de compra e venda de água em
região que será concedida à iniciativa privada.
Isso já seria possível de realizar hoje,
independentemente do novo marco, mas poderia
trazer mais segurança jurídica à modelagem,
avalia.
Na prática
Um exemplo desse segundo cenário será aplicado
em Maceió (AL) e região metropolitana. Para
esse bloco, o governo de Alagoas vai dividir a
prestação dos serviços: a Casal, companhia de
saneamento do Estado, ficará responsável pela
captação e tratamento da água. A empresa
privada que ganhar a concessão ficará com a
distribuição da água, coleta e tratamento de
esgoto.
O projeto foi estruturado com o auxílio do BNDES
e a intenção é lançar o edital até no máximo
janeiro do ano que vem. É o que explica o
secretário de Infraestrutura do Estado de
Alagoas, Maurício Quintella, que está otimista
com o projeto. “Acho que essa receita aqui de
Alagoas sem dúvida vai ser modelo para o
restante do Brasil,”
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
novo-modelo-do-saneamento-ja-teria-atraido-2-
estatais,70003073377
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Data: 04/11/2019
97
Grupo de Comunicação
O Dia D
O megaleilão do pré-sal põe o Brasil numa
posição de protagonismo no mercado mundial de
óleo e gás
Adriano Pires*, O Estado de S.Paulo
O dia 6 de novembro vai marcar a coroação do
pré-sal brasileiro. Neste dia será realizado o
chamado megaleilão do petróleo. Os números
são gigantes e mostram todo o potencial do
chamado excedente da cessão onerosa, tanto de
arrecadação por meio do bônus de assinatura,
dos royalties e excedente de óleo quanto em
relação aos investimentos que vão ocorrer nos
próximos anos.
Vamos aos números. É o maior leilão já realizado
no mundo em termos de valor de arrecadação de
bônus de assinatura: serão R$ 106,56 bilhões. O
valor é alto porque estão sendo oferecidas áreas
onde a Petrobrás já investiu em exploração e
produção. A Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP) estima que o
pico de produção de petróleo nessas áreas
alcançará 1,2 milhão de barris/dia. Para ter uma
ideia, o Campo de Búzios, um dos quatro que
serão leiloados, já é o segundo maior em
produção de petróleo no Brasil, com uma média
de 341 mil barris/dia em agosto de 2019.
Quanto aos investimentos, a ANP prevê R$ 264
bilhões, considerando a introdução das
plataformas que iniciarão operação após 2020. A
agência também prevê um potencial de
arrecadação de R$ 1,37 trilhão nos próximos 35
anos com a produção dos quatro campos: Búzios,
Atapu, Itapu e Sépia.
Mas, para chegarmos a este Dia D, muito teve de
ser feito ao longo dos últimos 22 anos. A história
começa com a aprovação, em 1995, da Emenda
n.º 9, que retirou o monopólio da Petrobrás da
Constituição, permitindo que em 1997 fosse
sancionada pelo presidente FHC a Lei 9.478. Essa
lei abriu o mercado de petróleo, autorizando a
realização dos leilões de blocos de petróleo e gás
natural. O sucesso dos leilões foi total com a
entrada de grandes empresas petrolíferas
internacionais e a criação de empresas nacionais.
O regime jurídico escolhido foi o da concessão,
no qual as empresas disputavam os blocos
oferecendo o maior bônus e comprometimento
com o conteúdo local. Com o início da produção
de óleo e gás natural, pagariam royalties e
participações especiais. De 1999 até o anúncio
do pré-sal, em 2008, foram realizados 9 leilões,
entraram no Brasil 87 empresas e foram
arrecadados R$ 100,3 bilhões de royalties e
participações especiais. A produção de petróleo,
que era de 307 mil barris/dia em 1997, chegou a
663 mil barris/dia em 2008.
Com o anúncio do pré-sal, a aposta era de que o
Brasil passaria a viver uma era de ouro do
petróleo. Afinal, as reservas que se avistavam
eram gigantes e o preço do barril de petróleo
andava em torno dos US$ 100. Na medida em
que o pré-sal passou a ser um projeto político do
governo do PT, a era de ouro não se concretizou.
Ao invés de aprimorarmos o modelo da
concessão diante do novo cenário do pré-sal,
aprovamos o modelo da partilha, dando no
mínimo 30% dos campos do pré-sal à Petrobrás,
como também o monopólio da operação. E o
pior: ficamos seis anos sem realizar leilões, com
o barril a US$ 100. Essa paralisação dos leilões,
por motivos estritamente políticos, foi um dos
maiores crimes cometidos por um governo contra
gerações futuras de brasileiros, em particular as
do Rio de Janeiro.
O setor de óleo e gás só começou a se recuperar
com a aprovação do projeto de lei do senador
José Serra que acabou com as exigências dos
30% e do monopólio de operação da Petrobrás.
Na sequência, o governo Temer muda a política
de conteúdo local, aprova o Repetro e estabelece
um calendário de leilões. Isso explica o sucesso
dos leilões. Do governo Temer até agora foram
realizados 3 leilões de concessão e 4 de partilha;
foram arrecadados R$ 37 bilhões de bônus de
assinatura, e as projeções da ANP, incluindo os
leilões deste ano, são de arrecadação de royalties
de R$ 5,6 trilhões até 2054; e os investimentos
esperados até 2030 são de R$ 1,7 trilhão.
O leilão do dia 6 de novembro coloca o Brasil
numa posição de protagonismo no mercado de
óleo e gás mundial. No entanto, ainda há muito a
fazer. Nesse sentido, a aprovação do novo
projeto do senador Serra que ora tramita no
Senado, propondo o fim da preferência da
Petrobrás e permitindo ao Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE) escolher entre a
concessão e a partilha nos leilões do pré-sal, será
um outro passo fundamental para a continuidade
do sucesso dos leilões.
* Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie)
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-dia-d,70003073188
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Data: 04/11/2019
98
Grupo de Comunicação
Acordo abre caminho para megaleilão do
pré-sal
Petrobrás e governo assinam revisão do contrato
de cessão onerosa após quatro anos de
negociação; leilão está marcado para dia 6
Denise Luna, Fernanda Nunes e Vinicius Neder, O
Estado de S.Paulo
RIO - O governo e a Petrobrás assinaram ontem
a revisão do contrato da cessão onerosa,
encerrando negociação que se arrastou pelos
últimos quatro anos e envolveu três presidências
da República. A assinatura do aditivo garante à
estatal o direito de receber R$ 34 bilhões,
diferença entre o que a Petrobrás pagou em 2010
pelo direito de explorar uma região no pré-sal e
quanto, em valores atuais, a área realmente
vale. Concluído o acordo, será possível realizar o
megaleilão do pré-sal, de excedentes da cessão
onerosa, na próxima quarta-feira.
Classificada como “monstrengo” e “jabuticaba”
pelo presidente da Petrobrás, Roberto Castello
Branco, e desconhecida pelo ministro de Minas e
Energia, Bento Albuquerque, até há pouco
tempo, a cessão onerosa é um regime único no
mundo e deu à Petrobrás o direito de produzir
até 5 bilhões de barris de óleo equivalente de
petróleo e gás natural. Em troca, o governo
recebeu ações da companhia. Durante a
exploração, a estatal descobriu o triplo do
volume contratado e o governo decidiu levar o
excedente a leilão.
Pré-sal
A assinatura do aditivo garante à estatal o direito
de receber R$ 34 bilhões Foto: Wilton
Junior/Estadão
Com o leilão do excedente da cessão onerosa, o
governo espera arrecadar um bônus de
assinatura de R$ 106 bilhões, se forem vendidos
os quatro campos ofertados – Búzios, Itapu,
Atapu e Sépia. De acordo com o diretor-geral da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, presente à
cerimônia de assinatura, o leilão do excedente
será um marco para a indústria de petróleo no
Brasil.
“Nenhuma das medidas tomadas pela retomada
do setor de petróleo tem o mesmo efeito da
cessão onerosa”, disse Oddone, destacando a
projeção de aumento de produção e arrecadação
para governos com o leilão.
Presente ao evento, o ministro da Economia,
Paulo Guedes, informou que com os
investimentos previstos nas novas áreas
licitadas, a arrecadação em todas as esferas de
governo poderá chegar a R$ 80 bilhões por ano.
“Boa parte da construção do futuro (do Brasil)
está em cima desses investimentos”, afirmou
Guedes.
A região da cessão onerosa vem sendo explorada
pela Petrobrás desde 2010. A empresa descobriu
no local os campos de Búzios, Itapu, Atapu,
Sépia e Sul de Lula. Em pouco tempo, Búzios se
tornou o segundo maior campo produtor de
petróleo do País, e já tem lance garantido da
própria Petrobrás no leilão do dia 6, assim como
o campo de Itapu. Juntos, os dois campos
representam R$ 69,9 bilhões para os cofres da
União, mais que o dobro arrecadado em todos os
leilões já realizados sob o regime de Partilha de
Produção (R$ 31,1 bilhões).
“O fato da Petrobrás ter manifestado interesse
garante 70% do bônus, já garante o sucesso do
leilão”, festejou Oddone.
Segundo o presidente da Petrobrás, a assinatura
do acordo foi “uma vitória, após quatro anos de
discussão”. Em função dos elevados bônus de
assinatura, a Petrobrás vai participar com sócios
em todos os lances do leilão, de acordo com
Castello Branco. Além da estatal, estão
habilitadas 11 grandes petroleiras. Estão inscritas
as americanas ExxonMobil e Chevron; a anglo-
holandesa Shell; as chinesas CNODC e CNOOC, a
colombiana Ecopetrol, a norueguesa Equinor, a
portuguesa Petrogal, a malasiana Petronas e a
QPI, do Catar, e a Wintershall, da Alemanha. A
BP e a Total chegaram a se inscrever, mas
anteciparam que não vão participar.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a
cordo-abre-caminho-para-megaleilao-do-pre-
sal,70003073391
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Data: 04/11/2019
99
Grupo de Comunicação
‘Smog’ em Nova Délhi fecha escolas e
paralisa obras
Neblina poluente é comum na capital indiana
durante o inverno, provocada por gases de
veículos, emissões industriais e fumaça de
queimadas agrícolas; governo enviou um
purificador de ar ao Taj Mahal por temer que a
poluição afete o local
Redação, O Estado de S.Paulo
NOVA DÉLHI - Os 20 milhões de habitantes de
Nova Délhi enfrentavam nesta segunda-feira, 4,
a intensa poluição na cidade, uma emergência de
saúde que levou ao fechamento de escolas, à
interrupção do trânsito e à paralisação de obras.
Uma neblina poluente envolve Nova Délhi a cada
inverno, provocada pelos gases dos veículos,
emissões industriais e fumaça das queimadas
agrícolas nos Estados vizinhos.
A crise atual, no entanto, se transformou na pior
registrada nos últimos três anos. O ministro-
chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, pediu
medidas para combater o que chamou de
"contaminação insuportável". "Há fumaça por
todos os lados e as pessoas, incluindo jovens,
crianças e idosos, têm dificuldades para
respirar", afirmou ele.
Purificador de ar no Taj Mahal
O governo de Kejriwal proibiu a circulação de
metade dos carros particulares na cidade, com
base em um sistema de rodízio de placas.
As escolas estão fechadas desde sexta-feira.
Kejriwal anunciou que as autoridades
distribuíram máscaras para os estudantes.
As obras de construção estão paralisadas em
Nova Délhi e nas proximidades até terça-feira.
Outras regiões do país também foram afetadas
pelo “smog”, informou a Junta Central de
Controle da Contaminação.
O governo enviou uma caminhonete com um
purificador de ar ao Taj Mahal, a principal atração
turística do país, a 250 km da capital indiana, por
temer que a poluição afete o mausoléu de
mármore do século 17, informou a agência Press
Trust of India.
Poluição vira tema de debate político
Com eleições em Nova Délhi programadas para o
início de 2020, a crise de poluição virou um tema
de debate político.
Kejriwal, que comparou a capital a uma "câmara
de gás" na sexta-feira, afirmou que a cidade fez
sua parte para combater a contaminação e que a
queimada de restolho de trigo em fazendas de
fora da região é responsável pelo “smog”.
O ministro do Meio Ambiente, Prakash Javadekar,
acusou a Kejriwal de politizar o tema, enquanto
um parlamentar do governante Partido Bharatiya
Janata (BJP) chamou de "truque" o rodízio de
placas e afirmou que pretendia ignorar a regra.
Um grupo de ecologistas escreveu uma carta ao
primeiro-ministro Narendra Modi e pediu para
que ele assuma a liderança e ajude a encontrar
uma solução para o problema.
14 cidades indianas entre as 15 mais poluídas do
mundo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou
que 14 cidades indianas, incluindo a capital,
estão entre as 15 mais poluídas do mundo.
Especialistas alertam que os governos devem ir
além dos remédios a curto prazo e abordar as
principais causas da contaminação para melhorar
a qualidade do ar a longo prazo.
Daniel Cass, vice-presidente de saúde ambiental
da Vital Strategies, acredita que o governo
deveria restringir as emissões das motos, muito
utilizadas em Nova Délhi, e pediu mais
investimentos em transporte público.
Mudar as práticas agrícolas e as fontes de
geração de energia elétrica e acelerar a
conversão da calefação doméstica do carvão para
o gás natural também são medidas cruciais na
luta contra a poluição, afirmou Cass.
A chanceler alemã, Angela Merkel, que visitou
Nova Délhi no fim de semana, prometeu € 1
bilhão ao governo da Índia para estimular os
transportes ecológicos nos próximos cinco anos e
pediu às autoridades locais mais ações contra a
poluição. / AFP
https://internacional.estadao.com.br/noticias/ger
al,smog-causado-por-poluicao-em-nova-delhi-
fecha-escolas-e-paralisa-obras,70003075200
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Data: 04/11/2019
100
Grupo de Comunicação
Governo tenta reverter desgaste do óleo no
NE
Coluna do Estadão
O desastre ambiental do óleo nas praias do
Nordeste tem tudo para ser um limão
transformado em limonada, avaliam diplomatas e
membros do governo ouvidos pela Coluna.
Diferentemente das queimadas na Amazônia, no
caso do petróleo, é possível apontar fora do País
um “culpado” pela calamidade. O Brasil, assim,
pode adotar uma postura incisiva contra os
responsáveis e mostrar que não tolera esse tipo
de crime. Se der certo, ao menos em parte, a
abalada imagem do governo Jair Bolsonaro no
aspecto ambiental será amenizada, esperam.
Prática.
A expectativa só vai corresponder à realidade se
a ação da Polícia Federal for impecável na
apuração, rápida, do caso. Agilidade que o
governo não teve ao acionar o Plano Nacional de
Contingência, numa demora de 41 dias,
conforme o Estado revelou.
Vai…
Parlamentares da base do governador Wilson
Witzel acham que Jair Bolsonaro está à beira de
uma ataque de nervos. Um dos sinais foi o erro
do presidente sobre o local do encontro dele com
Witzel.
…mal.
Bolsonaro e o governador realmente se
encontraram socialmente no dia 9 de outubro,
mas não no Clube Naval do Rio de Janeiro, e sim
em Brasília, no aniversário do ministro Augusto
Nardes, do Tribunal de Contas da União.
Outro…
Segundo cálculos do deputado Pedro Paulo (DEM-
RJ), autor da PEC da Regra de Ouro, o projeto do
governo sobre o mesmo assunto terá um impacto
menor do que o que já está tramitando no
Congresso.
…alcance.
O de Pedro Paulo tem potencial para economizar
R$ 95,5 bilhões por ano; o de Paulo Guedes, R$
24,78 bilhões.
Tô fora.
O deputado Paulinho da Força recolhe novas
assinaturas para um projeto que disciplina o
funcionamento de sindicatos. O motivo? O
primeiro recebeu o jocoso número 171.
SINAIS PARTICULARES
Pela educação.
Os governadores do Ceará, Camilo Santana (PT),
e de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-
governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, e
ex-ministro da Educação, Mendonça Filho,
estarão juntos no 6º Fórum LIDE de Educação,
amanhã na capital.
Em frente.
Relator do inquérito no STF para apurar “fake
news”, o ministro Alexandre de Moraes afirmou
que o Poder Judiciário do Brasil não vai permitir a
liberdade de expressão ser utilizada para
fomentar perseguições e ataques.
CLICK.
O presidente da Conib, Fernando Lottenberg, e o
ministro do STF Alexandre de Moraes. Defesa da
democracia e da diversidade em jantar sábado
em São Paulo.
Resistência.
Moraes participou do jantar anual da
Confederação Israelita do Brasil (Conib), em São
Paulo. Segundo ele, o STF combaterá “discursos
de ódio e fake news”. No mesmo encontro, Joice
Hasselmann pregou o “diálogo” para a
reconstrução do País.
Bola…
Está emperrada na Prefeitura paulistana a
renovação da concessão do CT da Barra Funda ao
São Paulo F.C. O clube pode utilizar a área até
2022, mas quer prorrogar por mais 20 anos seu
direito de uso da terreno público.
…dividida.
O Tricolor oferece como contrapartida a
construção de penas duas creches em áreas da
Prefeitura. A proposta, em termos financeiros, é
considera modesta se comparada ao alto valor da
área do CT, na zona oeste. O MP está de olho.
Corinthians e Palmeiras sofrem com problema
semelhante.
PRONTO, FALEI!
Luís Roberto Barroso
Ministro do STF
“Eu sou uma pessoa zen. O problema é que a
única vez que perdi essa postura, eu estava em
Data: 04/11/2019
101
Grupo de Comunicação
rede nacional de TV”, em evento da
Confederação Israelita do Brasil, no clube
Hebraica (SP), sobre antiga altercação com
Gilmar Mendes.
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG,
JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA.
https://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-do-
estadao/governo-tenta-reverter-desgaste-do-
oleo-no-ne/
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Data: 04/11/2019
102
Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Após críticas de tribunal, PPSA diz estar
pronta para leilão
Auditoria do TCU chegou a apontar que a
empresa não tinha condições de cumprir seu
papel na disputa do pré-sal
Criada em 2013 para representar os interesses
da União nos contratos de partilha, a Pré-Sal
Petróleo SA (PPSA) integra um grupo de estatais
cuja razão de existir é frequentemente
questionada. O mesmo acontece, por exemplo,
com a Empresa de Planejamento e Logística
(EPL) - “a estatal do trem-bala” - e com a
Telebras.
A maioria dessas companhias também sofre com
um histórico de problemas de orçamento e falta
de pessoal. No caso da PPSA, essas carências
quase resultaram no cancelamento do megaleilão
da cessão onerosa do pré-sal, marcado para
quarta-feira. Uma auditoria do Tribunal de
Contas da União (TCU) concluiu que a empresa
não tinha as mínimas condições de cumprir seu
papel.
Diante do risco de suspensão do certame, o
ministro da Economia, Paulo Guedes, teve de
agir. Ele não se comprometeu a resolver
imediatamente todas as pendências da empresa,
mas autorizou a contratação de 23 novos
servidores e prometeu para os próximos meses o
repasse de R$ 112 milhões que já deveriam estar
nos cofres da estatal. O TCU aceitou a proposta.
“A conclusão das análises das informações
prestadas pelo poder concedente é de que não há
comprovação do provimento dos recursos
necessários para as condições mínimas de
segurança para que o governo assuma novos
compromissos, em nome da União, mediante a
assinatura de contratos de partilha de produção”,
afirmou o TCU em parecer.
Diante do quadro encontrado pelos auditores, foi
sugerida uma determinação proibindo o
Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência
Nacional do Petróleo (ANP) e a PPSA de
assinarem novos contratos de partilha de
produção até que a situação da estatal fosse
devidamente equacionada. O entendimento era
de que o porte do leilão exigiria ainda mais
recursos da PPSA.
“A comprovação de recursos adequados e
suficientes para a PPSA gerir, de forma eficiente,
os contratos de partilha de produção almejados,
passou a ser requisito entre a documentação a
ser apresentada pelo poder concedente no
processo de outorga”, informou o tribunal.
Na avaliação dos auditores, o leilão dos
excedentes deverá gerar contratos muito mais
complexos e trabalhosos, tanto em razão do
atual estágio de desenvolvimento e porte dos
projetos, quanto em razão dos respectivos
acordos de coparticipação e de pagamento de
compensação à Petrobras. “Portanto, a exigência
sobre a capacidade da PPSA deve atingir seu
grau máximo, o que pode trazer riscos de alta
potencialidade para a União”, diz o documento,
obtido pelo Valor.
O presidente da PPSA, Luiz Eduardo Gerk, explica
que a situação da empresa é melhor do que a
apontada pelo tribunal. Segundo ele, parte do
diagnóstico do órgão de controle foi feita há
bastante tempo e que, aos poucos, a empresa
está entrando nos trilhos - ao menos para um
cenário de curto e médio prazos.
A sustentabilidade financeira, contudo, ainda é
um objetivo distante. Segundo Gerk, equipes
estão trabalhando em um desenho de longo
prazo, mas ainda não há muito o que mostrar. “O
que posso dizer é que a gente hoje está 100%
preparado para qualquer resultado do leilão.”
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/11/0
4/apos-criticas-de-tribunal-ppsa-diz-estar-
pronta-para-leilao.ghtml
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Data: 04/11/2019
103
Grupo de Comunicação
Lei do saneamento é avanço, mas ainda
restam incertezas
Cria-se um ambiente muito mais favorável a
aportes privados, sem os quais seria impossível
alcançar os R$ 600 bilhões para a universalização
dos serviços
No calor dos debates sobre o novo marco legal
do saneamento básico, um parlamentar baiano
de oposição criticou duramente o projeto de lei
que busca atrair investimentos privados para o
setor e observou: “Se essa proposta passar, os
pequenos municípios do interior da Bahia vão
ficar sem coleta e tratamento de esgoto”.
O sinal de alerta sobre danos futuros chega a ser
risível quando se olha o drama que se vive nas
cidades brasileiras. Seis mil piscinas olímpicas de
esgoto são despejadas por dia nos rios do país.
Seis mil. Por dia. Talvez seja a razão pela qual
algumas pessoas que têm acompanhado as
discussões no Congresso Nacional chamem esse
projeto sobre o novo marco regulatório do
saneamento de “PL Tiririca” - pior do que está,
não fica.
A proposta, aprovada em comissão especial da
Câmara dos Deputados na semana passada, tem
mérito enorme ao criar um ambiente muito mais
favorável a aportes privados - sem os quais seria
impossível alcançar os R$ 600 bilhões
necessários para a universalização dos serviços.
Novos contratos de programa (firmados
diretamente entre prefeituras e companhias
públicas de água e esgoto), sem licitação e sem
metas, ficam vedados. Os atuais vão sendo
substituídos por contratos de concessão, em
concorrência aberta e com indicadores de fácil
monitoramento. Troca-se um sistema que gira
em torno de estatais com baixa capacidade de
investimento por outro baseado no apetite do
setor privado para oferecer serviços.
No entanto, restam dúvidas sobre como
implementar a lei e fazer os novos contratos de
concessão - o desafio pode ser particularmente
grande em algumas áreas. O projeto aprovado
atribui aos Estados a prerrogativa de formar
regiões metropolitanas ou unidades regionais de
saneamento, mediante lei votada nas
assembleias legislativas, com agrupamentos de
municípios que tenham viabilidade econômica.
Pode-se juntar localidades maiores e menores,
superavitárias e deficitárias, filé com osso. A
ideia é justamente criar uma blindagem contra o
discurso alarmista de que pequenas cidades vão
ficar sem saneamento porque o investidor
privado terá olhos apenas para as grandes.
A rigor, o Estado inteiro poderia constituir uma
única unidade regional de saneamento. Teria a
mesma abrangência das companhias estaduais
hoje em dia. Ficaria difícil sustentar a crítica de
que o novo marco legal matará o sistema de
subsídios cruzados que, bem ou mal, leva água
tratada (mas quase nunca coleta de esgoto) aos
rincões mais afastados.
Pelo texto recém-aprovado, os Estados têm 180
dias para desenhar suas unidades regionais de
saneamento. Se isso não ocorrer, a União poderá
atuar de “forma subsidiária” aos governos
estaduais e estabelecer blocos de referência com
municípios de um mesmo Estado. Mas caberá às
prefeituras, titulares do serviço, aderir
voluntariamente ou não aos blocos desenhados
nos gabinetes de Brasília.
Há boas chances de funcionar na maioria dos
casos, mas convém manter um olhar cauteloso.
O projeto define o fim de 2033 como prazo para
que seja alcançada a universalização dos serviços
(99% de abastecimento de água e 90% de
tratamento de esgoto), podendo chegar a 2040
em casos onde o investimento for muito pesado e
tornar-se inviável atingir a meta antes.
Imagine-se um dos casos mais graves do país: o
de Porto Velho (RO), com menos de 5% dos
dejetos coletados e uma estatal incapaz de
expandir sua rede pública. Ninguém pode
enxergar a concessão como alternativa mais
viável para os investimentos. De olho numa tarifa
mais módica, entretanto, a prefeitura pode lutar
por não associar-se a outros municípios de
Rondônia e fazer um contrato sozinha. A União
poderia utilizar sua nova prerrogativa legal e
desenhar os blocos de referência, mas corre o
risco de esbarrar na falta de “enforcement” da
legislação. Há, como incentivo, apenas uma
menção de que os entes federativos mais ágeis
na formatação das concessões têm prioridade
para receber recursos não onerosos - como
empréstimos do BNDES e do FGTS - do governo
federal.
Mesmo com elementos ainda nebulosos, o
projeto de lei nº 3.261/19 traz perspectivas
animadoras. Outros pontos, mais consensuais,
envolvem a edição de normas de referência pela
Data: 04/11/2019
104
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Agência Nacional de Águas (ANA) - hoje existe
uma “salada regulatória” com a proliferação de
agências estaduais e municipais - e a cobrança
de tarifa nas residências ou estabelecimentos
onde a rede estiver disponível. Justifica-se,
assim, a aprovação do projeto em plenário o
mais brevemente possível.
https://valor.globo.com/opiniao/noticia/2019/11/
04/lei-do-saneamento-e-avanco-mas-ainda-
restam-incertezas.ghtml
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