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10 Lisboa e Vale do Tejo 1998-2007 Mudança e Desenvolvimento Entre 1998 e 2007, a Região de Lisboa e Vale do Tejo fez um caminho de profundas mudanças: renovou-se, transformando-se estruturalmente com vista a um objectivo estratégico enunciado em dois momentos distintos, mas dentro da mesma visão: fazer de Lisboa e Vale do Tejo uma região de relevância europeia, com qualidade de vida e competitiva. Está em curso um esforço de valorização das extraordinárias vantagens comparativas da Região: singularidade dos recursos naturais, ambientais, climatéricos e patrimoniais; e uma localização geoestratégica de charneira – periférica na Europa, central em termos euro-atlânticos – que vocaciona Lisboa para o desempenho de um papel relevante na globalização. Assim se renovará o papel activo que nos séculos XV e XVI Portugal assumiu, abrindo novos mundos ao mundo. Este livro é uma visita fotográfica à Região de Lisboa e Vale do Tejo, orientada por uma agenda de mudança e desenvolvimento. Não se faz – nem tal se pretende – um balanço exaustivo destes 10 anos de trabalho. Mos- tram-se mudanças exemplares no terreno e alguns dos projectos mais emblemáticos realizados nos 51 municípios da região, sob iniciativa ou apoio da Comissão de Coordenação (CCR-LVT), primeiro, e da Comissão e Desen- volvimento Regional (CCDR-LVT), desde 2003. Apesar do orgulho que evi- dentemente temos no trabalho realizado, não de trata de fazer o elogio em causa própria. A ideia é mostrar que é possível realizar mudanças profundas, num quadro de eficiência, eficácia e sustentabilidade, com um desígnio no horizonte e destinatários: as pessoas. Estamos de certa forma a fazer a prova, com esta acção, dos benefícios de um pensamento estratégico que tem orientado a actividade da Comissão ao longo dos últimos 10 anos. Para compreender o percurso realizado e melhor situar os projectos que se apresentam, convém fazer a distinção entre as duas fases que vive- mos em termos de programação dos apoios comunitários. Em finais dos anos 90, no âmbito do QCAII, os investimentos centravam-se, ainda, na rea- lização de projectos de infra-estruturação. Este esforço visava reforçar as redes de saneamento e vias de comunicação indispensáveis ao arranque para o desenvolvimento. Este esforço seria prosseguido, depois de 2000, com o QCA III, numa transição progressiva para a construção de equipamentos essenciais à promoção da qualidade de vida das populações. Saúde, despor- to, cultura, educação, eis algumas das áreas que receberam os maiores investimentos nesta fase. Simultaneamente, desencadeou-se a qualificação do espaço público: praças, espaços ribeirinhos, praias e áreas similares. LISBOA E VALE DO TEJO 1998/2007 Mudança e Desenvolvimento

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10 Lisboa e Vale do Tejo 1998-2007 Mudança e Desenvolvimento

Entre 1998 e 2007, a Região de Lisboa e Vale do Tejo fez um caminho deprofundas mudanças: renovou-se, transformando-se estruturalmente comvista a um objectivo estratégico enunciado em dois momentos distintos,mas dentro da mesma visão: fazer de Lisboa e Vale do Tejo uma região derelevância europeia, com qualidade de vida e competitiva. Está em cursoum esforço de valorização das extraordinárias vantagens comparativas daRegião: singularidade dos recursos naturais, ambientais, climatéricos epatrimoniais; e uma localização geoestratégica de charneira – periférica naEuropa, central em termos euro-atlânticos – que vocaciona Lisboa para odesempenho de um papel relevante na globalização. Assim se renovará opapel activo que nos séculos XV e XVI Portugal assumiu, abrindo novosmundos ao mundo.

Este livro é uma visita fotográfica à Região de Lisboa e Vale do Tejo,orientada por uma agenda de mudança e desenvolvimento. Não se faz – nemtal se pretende – um balanço exaustivo destes 10 anos de trabalho. Mos-tram-se mudanças exemplares no terreno e alguns dos projectos maisemblemáticos realizados nos 51 municípios da região, sob iniciativa ou apoioda Comissão de Coordenação (CCR-LVT), primeiro, e da Comissão e Desen-volvimento Regional (CCDR-LVT), desde 2003. Apesar do orgulho que evi-dentemente temos no trabalho realizado, não de trata de fazer o elogio emcausa própria. A ideia é mostrar que é possível realizar mudanças profundas,num quadro de eficiência, eficácia e sustentabilidade, com um desígnio nohorizonte e destinatários: as pessoas. Estamos de certa forma a fazer aprova, com esta acção, dos benefícios de um pensamento estratégico quetem orientado a actividade da Comissão ao longo dos últimos 10 anos.

Para compreender o percurso realizado e melhor situar os projectosque se apresentam, convém fazer a distinção entre as duas fases que vive-mos em termos de programação dos apoios comunitários. Em finais dosanos 90, no âmbito do QCAII, os investimentos centravam-se, ainda, na rea-lização de projectos de infra-estruturação. Este esforço visava reforçar asredes de saneamento e vias de comunicação indispensáveis ao arranque parao desenvolvimento. Este esforço seria prosseguido, depois de 2000, com oQCA III, numa transição progressiva para a construção de equipamentosessenciais à promoção da qualidade de vida das populações. Saúde, despor-to, cultura, educação, eis algumas das áreas que receberam os maioresinvestimentos nesta fase. Simultaneamente, desencadeou-se a qualificaçãodo espaço público: praças, espaços ribeirinhos, praias e áreas similares.

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O Pensamento Estratégico na Base da Accção

Depois de 1998, os Programas Operacionais da Região de Lisboa e Vale doTejo têm fundamento na Estratégia de Desenvolvimento Regional, elabora-da no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social.Em estreita conexão com o grande objectivo nacional de «estruturar e con-solidar em Portugal uma primeira frente atlântica europeia, adquirindo umanova centralidade na relação da Europa com a economia global», na estra-tégia regional definia-se como objectivo central: transformar Lisboa e Valedo Tejo numa região euro-atlântica de excelência, singular e competitiva nosistema das regiões europeias, num território de elevada qualidadeambiental e patrimonial, numa plataforma de intermediação nacional einternacional, com actividades de perfil tecnológico avançado, numa terrade encontro, de tolerância e de igualdade de oportunidades.

A contribuição directa para a concretização das políticas comunitárias– nomeadamente em matéria de ambiente, inserção no mercado de traba-lho, desenvolvimento de recursos humanos e progresso económico e social– vem sendo realizada no quadro de uma ideia-chave que constitui a marcaidentificadora da estratégia regional e da programação operacional: quali-ficação do território, das pessoas e das organizações. Esta é a base para acriação de factores de competitividade capazes de posicionar a Região deforma activa no quadro internacional e no caminho para um desenvolvimen-to mais harmonioso.

Importante contributo de mudança, nos dez anos que decorreram entre1998 e 2007, é a adopção de forma sistemática e permanente de um pensa-mento estratégico na preparação e execução das diferentes missões e acçõesque estão atribuídas à CCDR-LVT. São conhecidas as nossas tradicionais defi-ciências de organização e gestão, sendo flagrante a falta de uma cultura deavaliação na sociedade portuguesa. Conscientes desta lacuna e dos seus per-niciosos efeitos, decidiu-se que a implementação da Estratégia Regional deLisboa e Vale do Tejo deveria ser apoiada por um consistente processo demonitorização, acompanhamento e avaliação. O projecto Gestão Estratégicada Região de Lisboa e Vale do Tejo, que a CCDR-LVT desenvolve desde finaisde 2001, visa avaliar a coerência e a pertinência dos objectivos, estratégias eacções do plano estratégico e do programa operacional regional, bem comoapreciar os seus resultados e impactes. Os eventuais desvios e alteraçõesdetectados recomendam as correcções de orientação, de medidas a adoptare de investimentos a realizar. Estes procedimentos são essenciais para redefi-nir e reajustar os caminhos a seguir no sentido de assegurar o desenvolvimen-to sustentável da região. Trata-se de um projecto inovador no domínio dodesenvolvimento regional, mesmo a nível internacional, graças à singularida-de da metodologia que foi adoptada.

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Sob a coordenação directa do Presidente da CCDR-LVT, o projecto foidesenvolvido por uma equipa de especialistas, no âmbito de protocoloscelebrados com duas universidades (ISCTE e ISEG), apoiados pelos serviçosde planeamento da Comissão. Definiram-se três áreas-chave de actuação ede qualificação: território, pessoas e organizações. São estes os domíniospara a monitorização do desenvolvimento regional, trabalhando-os a níveldas cinco sub-regiões que integram a região. A metodologia do projectoassenta nos seguintes procedimentos e técnicas: bateria de indicadores,base de dados, fórum de actores, sensores (baseados em informadores pri-vilegiados), estudos de casos, questionário à população e reuniões e relató-rios regulares.

Os Programas Estruturantes

Para uma melhor compreensão e avaliação da nossa estratégia de gestãonestes dez anos de investimentos — fazendo a ponte da infraestruturaçãopara a qualificação, a inovação e a competitividade — poderá ser útil refe-renciar alguns dos principais programas e projectos implementados em Lis-boa e Vale do Tejo, nomeadamente os programas integrados VALTEJO ePROQUAL, o projecto cultural Artemrede e um conjunto de projectosorientados para a inovação.

ARTEMREDEPrograma estruturante no plano cultural foi a reabilitação de um conjunto deantigos cine-teatros. Este projecto viria a articular-se com a criação de umarede de produção e exibição de espectáculos, a Artemrede, aplicando deforma estratégica e programática a transição de uma fase de infraestruturaçãopara uma outra de natureza mais funcional e de desenvolvimento cultural.

Na sequência do investimento realizado, em conjunto com as autar-quias, na construção, recuperação e remodelação de cine-teatros e outros

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equipamentos culturais destinados à apresentação de espectáculos, deci-diu-se promover a realização de um estudo que identificasse os meios e ins-trumentos adequados à dinamização, qualificação e criação das condiçõesde sustentabilidade desses equipamentos, numa lógica de rede. O estudoincluiu a inventariação de todos os teatros e cineteatros e a análise dasdinâmicas culturais da Região de Lisboa e Vale do Tejo.

O processo passou por uma discussão e troca de ideias com as autar-quias – ao nível de responsáveis políticos e programadores culturais – e cul-minou com a proposta de uma rede formal para integrar os teatros e outrosequipamentos culturais da região. Foi então constituída uma associaçãocultural privada sem fins lucrativos, a Artemrede – Teatros Associados, queintegra presentemente 14 autarquias: Abrantes, Alcanena, Alcobaça (duassalas), Almada, Almeirim, Barreiro, Cartaxo, Entroncamento, Moita, Monti-jo, Palmela, Santarém, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.

VALTEJOA Acção Integrada de Base Territorial VALTEJO visa valorizar o Tejo, criandoas condições de sustentabilidade e de afirmação do território do Vale doTejo como espaço de lazer e turismo, de dinâmicas económicas e bem estarsocial. Este objectivo geral articula-se com objectivos específicos comodesassorear e despoluir o Tejo e preservar os ecossistemas, de forma a mini-mizar as cheias, garantir uma qualidade das águas necessária ao desenvolvi-mento das práticas balneares e à protecção e valorização das espécies dafauna e da flora; promover o Vale do Tejo como área de turismo e lazer; valo-rizar, preservar e divulgar os elementos patrimoniais de carácter histórico econstruído, bem como as vivências e tradições; combater a desertificação nomundo rural; e melhorar o atravessamento do Tejo, tornando as condições demobilidade e transporte mais favoráveis para as populações e o território.

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O VALTEJO está alicerçado em ancoragens e projectos estratégicos.Numa primeira fase, as prioridades dirigiram-se aos núcleos urbanos confi-nantes com o rio Tejo ou com frentes de água de forte relação com o rio.Após um reconhecimento aprofundado do território, chegou-se à definiçãodas ancoragens estratégicas e respectivas áreas de intervenção.

PROQUALOs estudos do Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT-AML)vieram indicar que nas áreas suburbanas da Área Metropolitana de Lisboaresidem mais de 800 mil pessoas em deficientes condições sociais e urbanísti-cas. São vastas zonas residenciais com escassez e degradação dos espaçospúblicos; falta de equipamentos de suporte da vida quotidiana; péssimasacessibilidades que implicam horas diárias passadas nos transportes; popula-ções com baixos rendimentos e reduzida qualificação escolar e profissional;concentração de imigrantes e minorias étnicas de grande heterogeneidade,origem geográfica e culturas. Estes factores que fazem a condição suburbanapõem em risco a coesão sócio-territorial da Região de Lisboa e Vale do Tejo eprejudicam a sua competitividade e atractividade internacional.

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O PROQUAL (Programa Integrado de Qualificação das Áreas Subur-banas da Área Metropolitana de Lisboa) foi desenhado para favorecer aregeneração urbanística, económica e social, melhorando a qualidade devida das populações e criando condições de integração social e territorial.Com critérios fundamentados nos estudos territoriais, decidido e planeadoem estreita articulação com os Municípios e a Junta Metropolitana. Foramseleccionadas sete intervenções paradigmáticas.

Apostou-se numa gestão profissionalizada, com rigoroso cumprimen-to dos calendários e elevadas exigências de qualidade, obrigatoriedade deresultados em termos de benefícios e credibilidade para as populações. Agestão foi partilhada entre a Administração Central e os Municípios e parti-cipada pelas populações envolvidas. Cada operação é gerida por uma Equi-pa Técnica Local (ETL) que reporta aos responsáveis da CCDR-LVT e daCâmara Municipal respectiva. Constituídas na base da complementaridadede competências, as ETL são integradas por técnicos com experiências pro-fissionais que facilitam a integração social, física e urbanística. O modelode gestão integra ainda uma Comissão Local de Parceiros, que promove aparticipação e a mobilização dos cidadãos e das organizações locais.

Na sequência do PER (Programa Especial de Realojamento) e doPOLIS, o PROQUAL está a ser um contributo para a requalificação urbanísti-ca e a coesão sócio-territorial da Área Metropolitana de Lisboa, melhoran-do a qualidade de vida urbana dos seus habitantes. O programa deparou,no curso da sua execução, com dificuldades inesperadas, a maior das quaisfoi o corte drástico nos investimentos inicialmente previstos. Outro proble-ma é a dificuldade de coordenação das muitas entidades – municipais, daadministração central e ONG – que intervêm nestes territórios. Mesmoassim, os resultados obtidos são significativos, levando-nos a apostar nacontinuidade das intervenções desta natureza na área metropolitana.

PROJECTOS DO PROQUAL APOIADOS PELO PORLVT

CONCELHOS PROJECTOS INVESTIMENTO (milhares de Euros)TOTAL FEDER

Amadora 9 11.446 4.398Odivelas 7 7.189 2.770Oeiras 9 8.745 4.164Vila Franca de Xira 7 7.288 3.178Moita 14 9.258 3.940Setúbal 12 6.934 3.186Loures 3 7.010 2.896TOTAL 61 57.868 24.532

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LISTARTLisboa e Vale do Tejo foi uma das 100 regiões europeias seleccionadas paraparticipar no Programa RITTS (Inovação Regional e Transferência de Tecno-logias, 1997-2000). Proposto pela então CCR-LVT, em parceria com a Agên-cia de Inovação, com o Ministério da Economia e o Instituto Tecnológicopara a Europa Comunitária (ITEC), o programa LISTART desenvolveu umaestratégia de inovação regional a partir da prossecução dos seguintesobjectivos essenciais:• Avaliação da oferta regional ao nível dos serviços de apoio à inovação etransferência de tecnologia;• Análise das necessidades de apoio às empresas, no que respeita à adop-ção de tecnologia e inovação;• Promoção do debate entre vários actores, nomeadamente: fornecedoresde serviços tecnológicos e de inovação, empresas e administração pública,por forma a gerar consensos em torno de acções integradas de apoio à ino-vação tecnológica;• Definição de uma estratégia de inovação regional e de um plano de acçãoa implementar a médio prazo.

LISACTION – ACÇÕES INOVADORASNa sequência do LISTART, foi lançado, sob a sigla LISACTION, o ProgramaRegional de Acções Inovadoras de Lisboa e Vale do Tejo, com o objectivo depromover a inovação tecnológica na região, melhorando o funcionamentodo seu sistema regional de inovação.O Plano Estratégico de Lisboa e Vale do Tejo 2000-2010 identifica estedomínio como um dos motores essenciais para o desenvolvimento e reforçoda competitividade da região. Os diagnósticos apontaram as ideias chaveque vieram a ser consignadas no Programa LISACTION:• prioridade a projectos adequados à estratégia de desenvolvimento regio-nal, os quais devem ter carácter inovador e demonstrativo;• discriminação positiva das sub-regiões mais desfavorecidas;• estímulo à constituição de parcerias;• promoção da complementaridade entre os vários instrumentos de finan-ciamento disponíveis para a região.

O programa contribuiu para reforçar a cooperação entre os agentesregionais de I&D e de criação/transmissão de conhecimento, comprovandonovos mecanismos colaborativos e complementares, fomentando os servi-ços de informação e apoio tecnológico às empresas e apoiando os utentesno sentido de melhor usufruir de serviços de que a região já dispõe. As ini-ciativas apoiadas pelo LISACTION evidenciam resultados muito positivos,demonstrando que a abordagem estratégica era a adequada ao contextoregional de Lisboa e Vale do Tejo.

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MAREA operação MARE (Mobilidade e Acessibilidade Metropolitana nas Regiõesdo Sul da Europa) é uma iniciativa de cooperação financiada pelo INTER-REG que se propõe encontrar novas soluções para os problemas da mobili-dade e acessibilidade nas áreas metropolitanas de Lisboa, Génova e Valên-cia. O objectivo central é o desenvolvimento de projectos exemplares quepotenciem a competitividade metropolitana, como resultado do trabalhoconjunto das regiões participantes: Lisboa e Vale do Tejo, Ligúria (Itália) eComunidade Valenciana. Como chefe de fila da operação, a CCDR-LVT tem,nesta operação, um papel de dinamização muito relevante.

PLANOS REGIONAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIOOs Planos Regionais de Ordenamento do Território (PROT) são instrumen-tos que definem a estratégia regional de desenvolvimento territorial, inte-grando as opções estabelecidas a nível nacional e considerando as estraté-gias municipais de desenvolvimento local, constituindo o quadro dereferência para a elaboração dos planos municipais de ordenamento do ter-ritório. A CCDR-LVT assegurou neste período a elaboração e a aprovaçãodo PROT da AML e lançou os trabalhos de elaboração do PROT do Oeste edo Vale do Tejo, actualmente em fase avançada de execução.

OQR MARE – SUBPROJECTOS

TÍTULO PROMOTOR PARCEIROS INVESTIMENTO (milhares de Euros)

TRAMO Transporte Responsável:acções Manises Torrent, Barreiro, Moita, Loures, 725de mobilidade e ordenamento Alicante e Universidade de Génova

ACFER Rodinhas Acessibilidade às estações Loures Alicante, Barreiro 809ferroviárias

MOBQUA Mobilidade nos Bairros Lisboa Génova, Instituto International 357das Comunicações, Picanya

FLEXIS Serviços Flexíveis para AMI (Agência Mobilidade ACTS (Savona), ATC (La Spezia), ATP, 809o Sul da Europa e Infra-estruturas) Génova Savona, La Spezia, Génova, INTELI,

Olivedas, Loures, Lisboa, STC Barreiro

EMOBILITY Novos Sistemas e Serviços Odivelas FGV (Ferrocarril de la Generalitat 1.062Informativos para a Mobilidade Valenciana); EMT (Transportes

de Valencia); AMI (Azienda Mobilitàe Infrastrutture); Spezia; INTELI;Loures, Lisboa, Instituto Internationaldas Comunicações, ACTS (Savona),DIEM (Universidade de Génova)

TOTAL 3.763

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O Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitanade Lisboa (PROT-AML) tem antecedentes longínquos, que remontam a traba-lhos do Plano Director da Região de Lisboa desenvolvidos entre 1971 e 1973.Depois, a partir de 1989, os trabalhos foram realizados por uma equipa coor-denada pelo prof. Jorge Gaspar, os quais viriam a ser interrompidos nasequência da decisão governamental de construir a ponte Vasco da Gamacontra as orientações do PROT que apontavam para uma travessiaChelas/Barreiro. Retomados pela CCR em 1995, os estudos não tiveramdesenvolvimentos significativos até 1998, quando, sob a coordenação direc-ta do presidente, foi criada uma equipa constituída por técnicos da Comissãoe por consultores externos.

O PROT-AML foi aprovado em Fevereiro de 2002 e tem-se reveladoum documento fundamental para a gestão territorial da Área Metropolita-na de Lisboa, destacando-se como prioridades essenciais a sustentabilida-de ambiental, a qualificação metropolitana, a coesão sócio-territorial e aorganização do sistema metropolitano de mobilidade.

A eleboração do futuro PROT do Oeste e do Vale do Tejo (PROT-OVT)foi objecto de decisão governamental em Março de 2006 e os trabalhostêm-se desenrolado com bom ritmo e qualidade, estando prevista a suaconclusão no primeiro trimestre de 2008*. Tem como área de intervenção assub-regiões do Oeste, Lezíria do Tejo e Médio Tejo que, em conjunto, aco-lhem mais de 800 mil habitantes em 33 municípios dos distritos de Leiria,Santarém e Lisboa. O PROT-OVT constituirá um documento de referênciafundamental para a execução do QREN nestas sub-regiões, através da defi-nição das prioridades e dos projectos estruturantes. Também constituirá odocumento integrador para as NUTS III que, para efeitos dos fundos comu-nitários, foram integradas nas Regiões Centro e Alentejo.

Uma inovação decisiva foi adoptada na elaboração do PROT do Oeste eVale do Tejo. Trata-se de uma plataforma colaborativa que permite uma eficien-te coordenação dos trabalhos e maior celeridade. Esta plataforma garante,também, a acrescida participação de todos os agentes regionais envolvidos.

No domínio do planeamento territorial, cabe ainda referir que nestes 10anos se concluiu a primeira geração de Planos Directores Municipais. A segundageração está em plena elaboração e o novo PDM de Torres Vedras já está apro-vado.

* Desde que a localização do futuro aeroporto internacional seja decidida até final de 2007.

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Mudança Organizacional: Gestão por Objectivos

A introdução da palavra Desenvolvimento na designação das Comissões deCoordenação Regional não pode ser encarada como mero artifício de mar-keting. Trata-se de uma alteração qualitativa importante. A valorização dopapel das CCDR como estruturas antecipadoras de um futuro quadro admi-nistrativo regionalizado é um propósito programático do actual Governoque, a ser cumprido, muito beneficiará o desenvolvimento das regiões por-tuguesas e a sua afirmação no cenário europeu e global.

No caso da CCDR-LVT, este percurso vem sendo feito com planea-mento, gestão por objectivos e rigor. Da extinção dos Gabinetes de ApoioTécnico (criados nos anos 70 para suprir serviços inexistentes nas autar-quias) à racionalização de procedimentos e recursos, muito foi feito parapreparar a Comissão para uma nova era de desafios e projectos de desen-volvimento da Região. A desconcentração de serviços, articulada com redu-ção significativa de estruturas e funcionários*, a par de medidas abrangen-tes contra a burocracia e o desperdício concorrem para a eficiência, atransparência e economia de recursos, nomeadamente recursos humanos.Tudo isto se conseguiu através de profunda reorganização, com suporte nasmais avançadas tecnologias de informação e comunicação.

Deve destacar-se a redução significativa, em cerca de 20%, das trans-ferências do Orçamento de Estado para a CCDR-LVT, no período que decor-re entre 2003 e 2006, com estabilização prevista em 2007. Esta progressivaautonomia financeira, graças a medidas de racionalização de gestão emelhor colecta de receitas próprias, é um dos bons resultados do processode modernização ainda em curso.

O plano estratégico de formação orientado para a mudança, visandonão apenas a aplicação de novos procedimentos mas também a alteração deparadigmas a nível da cultura dos funcionários da administração pública,completa o esforço de modernização iniciado em 2003 e ainda em curso. Osresultados estão à vista e são prometedores. (Ver Anexo 2 na página 233.)

* O número de funcionários da CCDR-LVT foi reduzido de 508 para 392 (23%) entre finais de 2003 efinais de 2007.

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O Futuro

Com o trabalho realizado nestes 10 anos, com os projectos executados noterreno e com os instrumentos de estratégia e planeamento adoptados, aRegião de Lisboa e Vale do Tejo está bem preparada para enfrentar os desa-fios do desenvolvimento sustentado e para o aprofundamento da inovação,rumo à sociedade do conhecimento. Muito mudou – para melhor – em Lis-boa e Vale do Tejo na última década. Mas os desafios decisivos só agoracomeçam. O que se fez é apenas uma porta aberta para o futuro.

A elevada qualidade de vida urbana que é uma aspiração nas socieda-des contemporâneas está ao nosso alcance. Mas para que o potencial dedesenvolvimento de Lisboa e Vale do Tejo se transforme em realidades,torna-se agora necessário superar limitações que ainda se manifestam aonível das atitudes, mentalidades e comportamentos.

Uma outra mudança, absolutamente decisiva, é a das estruturas,métodos e modalidades de governabilidade e governança. O centralismo,uma administração sectorializada e burocratizada, a gestão municipal con-finada por rígidas fronteiras administrativas são os obstáculos a transpor.

O novo aeroporto de Lisboa, projectos estratégicos no sector dalogística e dos portos, a qualificação, inovação e internacionalização sãodesígnios inadiáveis. É sabido que Portugal progride quando se abre aoexterior e definha quando se fecha sobre si próprio. Nos próximos dezanos, precisamos de acelerar o processo de internacionalização da econo-mia e investir fortemente na inovação tecnológica e educacional que são abase da sociedade do conhecimento.

Articulando, com rigor, iniciativas na área da competitividade e dacoesão social, a Região de Lisboa e Vale do Tejo pode vir a ser, na próximadécada, a região europeia de excelência que todos ambicionamos. Para talhá que potenciar e proteger os nossos recursos, favorecendo a diversidadee abertura ao mundo. Assim continuaremos a fazer bom uso dos apoiosrecebidos e dos impostos que pagamos.

Um território é uma realidade complexa em que se combinam espaços,interesses, tendências, culturas. Se quem planeia e decide mantiver os cida-dãos no centro da sua atenção, favorecendo a participação e respondendoaos anseios que vão sendo manifestados, as soluções resultam mais fáceis deaplicar e as mudanças processam-se sem rupturas sociais fracturantes.

O que fizemos em Lisboa e Vale do Tejo nos últimos 10 anos pode serexemplo. Vencer os desafios da próxima década exige de todos e cada umde nós atitudes exemplares.

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24 Lisboa e Vale do Tejo 1998-2007 Mudança e Desenvolvimento

a grande lisboa01 Amadora02 Cascais03 Lisboa04 Loures05 Mafra06 Odivelas07 Oeiras08 Sintra09 Vila Franca de Xira

b península de setúbal01 Alcochete02 Almada03 Barreiro04 Moita05 Montijo06 Palmela07 Seixal08 Sesimbra09 Setúbal

c lezíria do tejo01 Almeirim02 Alpiarça03 Azambuja04 Benavente05 Cartaxo06 Chamusca07 Coruche08 Golegã09 Rio Maior10 Salvaterra de Magos11 Santarém

d médio tejo01 Abrantes02 Alcanena03 Constância04 Entroncamento05 Ferreira do Zêzere06 Ourém07 Sardoal08 Tomar09 Torres Novas10 Vila Nova da Barquinha

e oeste01 Alcobaça02 Alenquer03 Arruda dos Vinhos04 Bombarral05 Cadaval06 Caldas da Rainha07 Lourinhã08 Nazaré09 Óbidos10 Peniche11 Sobral de Monte Agraço12 Torres Vedras

Mapa da Regiãode Lisboa e Vale do Tejo

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Lisboa e Vale do Tejo 1998-2007 Mudança e Desenvolvimento 25

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Amadora Parque Urbano da FalagueiraBiblioteca da BrandoaParque Escolar e ATL da BrandoaCentro da Juventude da BrandoaCentro Cívico da Brandoa e Jardim Camões

Cascais Escola EB1 de Pai do VentoCentro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal

Lisboa Teatro Municipal São LuizTúnel do RegoRadial de Benfica

Loures Biblioteca e Arquivo MunicipaisEscola EB1 e Jardim de Infância

Mafra Parque de Santa MartaEscola EB1 Hélia CorreiaLargo de São Sebastião

Odivelas Quinta da MemóriaBairro Olaio e Bairro Avelar BroteroParque Urbano do Silvado

Oeiras Parque dos PoetasPalácio RibamarCentro de Apoio à Terceira IdadeJardim de Infância de Nossa Senhora das GraçasNúcleo de Apoio ao Emprego da Quinta de Sales

Sintra POLIS do Cacém

Vila Franca de Xira Requalificação RibeirinhaCentro de Saúde de ArcenaATL e Jardim Central do Bom Sucesso

Lisboa / Barreiro / Montijo Catamarans