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VIA CRUCIS DO CORPO: UM SIMULACRO ERÓTICO DE CLARICE LISPECTOR

Lispector apresentation 1

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Eu mesma espantada. Todas as histórias deste livro são contundentes. E quem mais sofreu fui eu mesma. Fiquei chocada com a realidade. Se há indecências nas histórias a culpa não é minha. Inútil dizer que não aconteceram comigo, com minha família e com meus amigos. Como é que sei? Sabendo Artistas sabem das coisas.(LISPECTOR.1998,p.11)

 

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Então pensou: se eu me fingir de prostituta, eles desistem, não gostam de vagabunda. Então levantou a saia, fez trejeitos sensuais - nem sabia que sabia faze-los, tão desconhecida ela era de si mesma - abriu os botões do decote, deixou os seios meio à mostra. Os homens de súbito espantados. – Tá pá dopoipidapa. Está doida, queriam dizer. [...] Então os homens começaram a rir dela. Achavam graça na doideira de Cidinha. Apareceu o bilheteiro. Viu tudo. Não disse nada. Mas foi ao maquinista e contou. Este disse: - Vamos dar um jeito, vou entregar ela pra polícia na primeira estação.( LISPECTOR. 1998,p.69)

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Antes compraria o vestido vermelho decotado e depois iria ao escritório chegando de propósito, pela primeira vez na vida, bem atrasada. E falaria assim com o chefe: -Chega de datilografia! Você que não me venha com uma de sonso! Quer saber de uma coisa? Deite-se comigo na cama, seu desgraçado! E tem mais: me pague um salário alto por mês, seu sovina! (LISPECTOR.1998,p.20).

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