Lista Edir - Barroco

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Questões sobre o período Barroco no Brasil na Literatura

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LITERATURA EDIR

Barroco

1- (UFSM-RS) A respeito da poesia de Gregrio de Matos, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Tematiza motivos de Minas Gerais, onde o poeta viveu.b) A lrica religiosa apresenta culpa pelo pecado cometido.c) As composies satricas atacam governantes da colnia.d) O lirismo amoroso marcado por sensvel carga ertica.e) Apresenta uma diviso entre prazeres terrenos e salvao eterna.

2- (UEL-PR) O Barroco manifesta-se entre os sculos XVI e XVII, momento em que os ideais da Reforma entram em confronto com a Contrarreforma catlica, ocasionando no plano das artes uma difcil conciliao entre o teocentrismo e o antropocentrismo. A alternativa que contm os versos que melhor expressam este conflito :a) Um pai de Monal, bonzo bram,Primaz da Cafraria do Pegu,Que sem ser do Pequim, por ser do Au,Quer ser filho do sol, nascendo c.(Gregrio de Matos)

b) Temerria, soberba, confiada,Por altiva, por densa, por lustrosa,A exaltao, a nvoa, a mariposa,Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe enfada.(Botelho de Oliveira)

c) Fbio, que pouco entendes de finezas!Quem faz s o que pode a pouco obriga:Quem contra os impossveis se afadiga,A esse cede amor em mil ternezas.(Gregrio de Matos)

d) Luzes qual sol entre astros brilhadores,Se bem rei mais propcio, e mais amado;Que ele estrelas desterra em rgio estado,Em rgio estado no desterras flores.(Botelho de Oliveira)

e) Pequei Senhor; mas no porque hei pecado,Da vossa alta clemncia me despido;Porque quanto mais tenho delinqido,Vos tenho a perdoar mais empenhado.(Gregrio de Matos)3- (UFSM-RS) Leia o trecho de um sermo, do Padre Antnio Vieira:

Ser porventura o estilo que hoje se usa nos plpitos um estilo to empeado, um estilo to dificultoso, um estilo to afetado, um estilo to encontrado a toda parte e a toda a natureza? O estilo h de ser muito fcil e muito natural. Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear uma parte que tem mais de natureza que de arte.O objetivo do autor a) destacar que a naturalidade - propriedade da natureza - pode tornar mais claro o estilo das pregaes religiosas.b) salientar que o estilo usado na igreja, naquela poca, no era afetado em dificultoso.c) argumentar que o estilo usado na igreja, naquela poca, no era afetado nem dificultoso.d) argumentar que a lio de Cristo desnecessria para os objetivos da pregao religiosa.e) mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque so prtica inconciliveis.

4- Assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S) sobre o Barroco no Brasil.

01. O Barroco o primeiro perodo literrio a desenvolver a temtica nacionalista no Brasil, especialmente com a poesia de Gregrio de Matos.

02. Inspirado na pica camoniana, o poema Prosopopeia, de Bento Teixeira, considerado o marco inicial do Barroco no Brasil.

04. O emprego constante de antteses, paradoxos e jogos de palavras evidencia a busca deliberada dos autores do perodo por um estilo complexo.08. As poesias de Antnio Vieira so um exemplo da literatura de catequese quinhentista, exclusivamente voltadas para os temas religiosos.

16. Embora tenha poupado o clero de suas ironias, Gregrio de Matos, em sua poesia satrica, criticou senhores e escravos, sem se preocupar em ser politicamente correto.

32. Um dos grandes temas do Barroco a efemeridade da vida, abordada com certo otimismo, pois valoriza o momento presente e a fruio dos prazeres mundanos, desprezando as preocupaes ligadas eternidade.

Leia o poema a seguir e responda s questes 5 e 6.QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO, E QUERENDO EMENDLO O TEM POR EMPREZA DIFFICULTOSA.

Carregado de mim ando no mundo,E o grande peso embarga-me as passadas,Que como ando por vias desusadas,Fao o peso crescer, e vou-me ao fundo.

O remdio ser seguir o imundoCaminho, onde dos mais vejo as pisadas,Que as bestas andam juntas mais ornadas,Do que anda s o engenho mais profundo.

No fcil viver entre os insanos,Erra, quem presumir, que sabe tudo,Se o atalho no soube dos seus danos.

O prudente varo h-de ser mudo,Que melhor neste mundo, mar de enganos,Ser louco cos demais que ser sisudo.

5- (UEL-PR) A partir da leitura do poema, assinale a alternativa correta.

a) De temtica satrica, o soneto aborda o tema da insanidade, buscando criticar a sociedade da poca que no sabia lidar com a loucura, o que antecipa um tema que ser abordado pelos poetas romnticos.b) O eu-lrico expressa um sentimento de culpa diante da sua impossibilidade de compreender o mundo, o que est em total consonncia com o veio religioso da obra de Gregrio de Matos.c) De inspirao filosfica, o poema trata dos desenganos do eu-lrico frente a um mundo que no o entende e que o torna um indivduo solitrio, muitas vezes obrigado a acompanhar a loucura dos demais.d) A temtica religiosa aparece neste poema por meio da referncia a Jesus Cristo, dada j na primeira estrofe, em que a metfora da via-crucis apresentada pelo eu-lrico como retrato de seu prprio sofrimento.e) De temtica amorosa, o poema traz os lamentos do eu-lrico, que, incapaz de conquistar o amor da mulher amada, usa o poema como fuga da realidade, procurando na loucura, assim, uma redeno para a sua dor.6- (UEL-PR) A respeito do poema, considere as afirmativas a seguir.I. O eu-lrico se identifica com os intelectuais parnasianos, cujo engenho lhe inspira admirao, em oposio aos insanos de quem se distancia, associados a bestas, numa referncia indireta liberdade artstica do movimento romntico.II. O caminho a que se refere o eu-lrico ao longo do poema uma metfora da vida do prprio poeta, que se vale de dados concretos e fatos autobiogrficos a fim de conferir maior verossimilhana comparao entre vida e caminho.III. O soneto de Gregrio de Matos demonstra ntida inspirao petrarquiana, de modo que o equilbrio formal do poema alcanado pelo uso de versos decasslabos e de rimas interpoladas nos quartetos e intercaladas nos tercetos.IV. Caracterstica da lrica de Cames, o desconcerto do mundo aparece no soneto de Gregrio de Matos na voz do eu-lrico que reconhece a insuficincia do intelecto diante da complexidade do universo.Assinale a alternativa correta.a) Somente as afirmativas I e II so corretas.b) Somente as afirmativas I e IV so corretas.c) Somente as afirmativas III e IV so corretas.d) Somente as afirmativas I, II e III so corretas.e) Somente as afirmativas II, III e IV so corretas.7- (UFV-MG) Leia atentamente o fragmento do sermo do Padre Antnio Vieira:

A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vs, que comeis uns aos outros. Grande escndalo este, mas a circunstncia o faz ainda maior. No s vos comeis uns aos outros, seno que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrrio era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, no bastam cem pequenos, nem mil, para um s grande [...]. Os homens, com suas ms e perversas cobias, vm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. To alheia cousa no s da razo, mas da mesma natureza, que, sendo criados no mesmo elemento, todos cidados da mesma ptria, e todos finalmente irmos, vivais de vos comer.

VIEIRA, Antnio. Obras completas do padre Antnio Vieira: sermes. Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonalo Alves. Porto: Lello e Irmo Editores, 1993. v. III, p. 264-265.

O texto de Vieira contm algumas caractersticas do Barroco. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela em que NO se confirmam essas tendncias estticas:

a)A utilizao da alegoria, da comparao, como recursos oratrios, visando persuaso do ouvinte. b)A tentativa de convencer o homem do sculo XVII, imbudo de prticas e sentimentos comuns ao semipaganismo renascentista, a retomar o caminho do espiritualismo medieval, privilegiando os valores cristos. c)A presena do discurso dramtico, recorrendo ao princpio horaciano de ensinar deleitando tendncia didtica e moralizante, comum Contra-Reforma. d)O tratamento do tema principal a denncia cobia humana atravs do conceptismo, ou jogo de idias. e)O culto do contraste, sugerindo a oposio bem x mal, em linguagem simples, concisa, direta e expressiva da inteno barroca de resgatar os valores greco-latinos.

8- Para responder questo 8, leia o texto abaixo, um excerto do Sermo da Sexagsima, do Padre Antnio Vieira:

J que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador que houve no Mundo. E qual foi ele? O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Cu. Suposto que o Cu pregador, deve ter sermes e deve ter palavras. E quais so estes sermes e estas palavras do Cu? - As palavras so as estrelas, os sermes so a composio, a ordem, a harmonia e o curso delas. O pregar h de ser como quem semeia como quem ladrilhar ou azulejar. No fez Deus o cu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o xadrez de palavras. Se de uma parte est branco, de outra h de estar negro; se de uma parte est dia, de outra h de estar noite? Se de uma parte dizem luz; da outra ho de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra ho de dizer subiu. Basta que no havemos de ver num sermo duas palavras em paz? Todas ho de estar sempre em fronteiras com o seu contrrio?

Assinale a(s) proposio(es) CORRETA(S):

01. Vieira critica os pregadores de seu tempo, que no sabiam valorizar seu estilo com jogos verbais.

02. Evidencia-se no texto a funo metalingustica do discurso, pois temos um sermo que versa sobre a arte de fazer sermes.

04. O uso de analogias uma constante na oratria de Vieira, como se pode observar na expresso O pregar h de ser como quem semeia (...)

08. A parte final do excerto demonstra a preocupao de Vieira em elogiar os excessos do estilo gongrico que, entre outros recursos, empregava insistentemente a antonmia.

16. O pregador parte de constantes interrogaes para permitir-lhe as vrias respostas, encadeando as ideias de forma lgica e didtica.

9- (UEM-PR) Assinale o que for correto em relao aos poemas, ao autor e sua obra.

1) A uma freira, que satirizando a delgada fisionomia do poeta lhe chamou Pica-flor

Dcima

Se Pica-flor me chamais,Pica-flor aceito ser,mas resta saber,se no nome que me dais,meteis a flor, que guardaisno passarinho melhor!Se me dais este favor,Sendo s de mim o Pica,e o mais vosso, claro fica,que fico ento Pica-flor.Vocabulrio:pica-flor beija-flor, passarinho.dcima composio potica de 10 versos.

2) Aos Senhores Governadores do Mundo em Seco da Cidade da Bahia, e seus Costumes

A cada canto um grande conselheiro,que nos quer governar cabana e vinha:no sabem governar sua cozinha,e querem governar o mundo inteiro!Em cada porta um bem freqente olheiroda vida do vizinho e da vizinha,pesquisa, escuta, espreita e esquadrinhapara a levar praa e ao terreiroMuitos mulatos desavergonhados,trazendo pelos ps os homens nobres:posta nas palmas toda a picardia.Estupendas usuras nos mercados:todos os que no furtam, muito pobres:eis aqui a cidade da Bahia.Vocabulrio:vinha terreno plantando de videiras (uvas).picardia velhacaria, patifaria.usura juro de capital, juro excessivo.

MATOS GUERRA, Gregrio de.In: MEGALE, Heitor e MATSUOKA, Marilena. s. 4. ed. So Paulo. Nacional, 1977, p. 179-80.

01. Os dois poemas pertencem poesia cultista cultivada por Gregrio de Matos Guerra. Neles, notam-se as seguintes caractersticas do Cultismo: a) linguagem rebuscada, culta, extravagante; b) valorizao de pormenores (detalhes) mediante jogos de palavras. Tais caractersticas tornam-se evidentes no jogo potico realizado com o termo Pica-flor, no primeiro poema, e na utilizao de palavras rebuscadas e extravagantes que caracterizam o segundo poema.02. Os dois poemas pertencem, respectivamente, s poesias religiosa e lrica cultivadas por Gregrio de Matos Guerra. No primeiro, notam-se as seguintes caractersticas: a) o gosto por jogos de palavras; b) a tentativa de conciliar plos opostos da experincia humana (o sagrado e o profano); c) a tenso entre o teocentrismo e o antropocentrismo. No segundo, notam-se os seguintes recursos: a) a nfase no uso do verso decasslabo para a composio de sonetos; b) a forte presena do paradoxo e do oxmoro, usados para expressar a tensa harmonia de aspectos contrrios da vida humana; c) a tcnica da disseminao e recolha, caracterstica do Barroco.04. Os dois poemas pertencem poesia satrica cultivada por Gregrio de Matos Guerra. No primeiro, h um jogo potico com o termo Pica-flor, que ganha o sentido de um convite ertico claramente profano, j que dirigido a uma freira. No segundo, a descrio dos tipos humanos e dos costumes que caracterizam a cidade da Bahia revela a ironia do poeta para com uma sociedade marcada pela incompetncia dos governantes, pela prtica cotidiana da fofoca e da bisbilhotice, pela desonestidade e pela prtica generalizada do roubo no comrcio.08. Os dois poemas pertencem, respectivamente, s poesias religiosa e satrica cultivadas por Gregrio de Matos Guerra. No primeiro, h um jogo potico com o termo Pica-flor que marca a harmonia do relacionamento estabelecido entre o poeta (representante do mundo profano) e a freira (representante do mundo sagrado). No segundo, h uma crtica cida aos tipos humanos e aos costumes que caracterizam a cidade da Bahia: incompetncia das autoridades, gosto pela maledicncia, corrupo e roubo generalizados. 16. No primeiro poema, ocorrem elises nos versos 2, 9 e 10. Tais elises fazem que o poema apresente versos isomtricos, caracterizados pelo uso da redondilha maior (verso de 7 slabas poticas). A estrutura de rimas apresentada pelo poema abbaccdde, estrutura comumente utilizada na composio da dcima. As principais figuras de linguagem presentes no poema so a metfora e a ironia, evidentes, sobretudo, no conjunto formado pelos versos 3, 4, 5 e 6. 32. No primeiro poema, ocorre eliso apenas no verso 2. Isso faz que o poema apresente versos heteromtricos, que variam entre a redondilha maior (7 slabas poticas) e o verso de 8 slabas poticas. A estrutura de rimas apresentada pelo poema abbaabbddb, estrutura caracterstica da dcima. As principais figuras de linguagem presentes no poema so a metonmia e a ironia, evidentes, sobretudo, no conjunto formado pelos versos 3, 4, 5 e 6.D, como resposta, a soma das alternativas corretas.10- (ENEM)Gregrio de Matos definiu, no sculo XVII, o amor e a sensualidade carnal.

O amor finalmente um embarao de pernas, uma unio de barrigas,um breve tremor de artrias. Uma confuso de bocas, uma batalha de veias, um rebolio de ancas, quem diz outra coisa besta

Vilhena descreve ao seu amigo Filopono, no sculo XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.

Causa essencial de muitas molstias nesta cidade a desordenada paixo sensual que atropela e relaxa o rigor da da Justia, as leis divinas, eclesisticas, civis e criminais. Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da sua torpeza.pejo, fazem gala da sua torpeza.

VILHENA, L.S. A Bahia no sculo XVIII. Coleo Baiana. v. 1. Salvador: Itapu, 1969 (adaptado).

A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opinies se dividiam quando o tema afrontava diretamente os "bons costumes". Nesse contexto, contribua para explicar essas divergncias

a) a existncia de associaes religiosas que defendiam a pureza sexual da populao branca.b) a associao da sensualidade s parcelas mais abastadas da sociedade.c) o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que reinvindicava mudanas de comportamento na sociedade.d) a poltica pblica higienista, que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.e) a busca do controle do corpo por meio de discurso ambguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.

GABARITO

1- A2- E3- A4- 6 (2+4)5- C6- C7- E8- 22 (2+4+16)9- 410- E

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