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LISTA CONSULTORAS Patrícia Corsino e Hélen A. Queiroz

LISTA - TV Escola · começando pela lista das crianças da turma. Tendo nomes conhecidos como referência, as crianças refletem sobre a escrita do nome dos colegas, podem fazer

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  • LISTA

    CONSULTORASPatrícia Corsino e Hélen A. Queiroz

  • SINOPSE geral

    da série Chico, 6 anos, adora passar as tardes na estamparia de fundo de quintal do seu avô. Nela, Vô Manu construiu um “Portal” por onde o menino viaja pelo mundo da fantasia. Ocride, o papagaio tagarela do avô, é o grande companheiro de Chico na Ilha dos Jurubebas, uma civilização formada por seres que são uma mistura de dois bichos. Na ilha eles se transformam em personagens animados e encontram a menina Anabela. O lugar é fascinante, tem um vulcão que expele letras, frutas como a “mangalarancia” e seres que adoram cantar. Ozo, o monstro, quer expulsar os Jurubebas desse paraíso. Mas, Chico, Ocride e Anabela adoram aventuras e são bem mais espertos do que Ozo imaginava...

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  • PALAVRAS-CHAVE

    Uso de listas; apoio à memória; ordenação; leitura; consulta.

    neste episódio, Chico precisa ler uma lista de frutas para fazer uma poção que salvará a amiga Anabela, envenenada pelo monstro Ozo. Ao final da aventura, o personagem faz uma lista com suas frutas preferidas com a ajuda do Vô Manu.

    sinopse do episódio

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  • PRINCIPAIS CONCEITOS A SEREMTRABALHADOS

    O filósofo da linguagem Mikhail Bakhtin (2003, p.262), cunhou o conceito de gênero do discurso, definido como “cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominaremos gêneros de discursos”. Adotamos nesta série o conceito de gênero do discurso e não de gênero textual para reafirmar a dimensão discursiva da língua, deixar evidente que há um “diálogo primordial” inerente a cada texto. Os discursos se referem a situações enunciativas - alguém fala alguma coisa, para uma outra pessoa, numa dada situação e num dado momento. Discurso supõe necessariamente locutores e ouvintes. É comum na escola as listas servirem para avaliação das crianças. Os ditados são exemplos de lista para esta finalidade.

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  • Entretanto, em vários campos de utilização da língua, além da escola, a lista é um importante recurso de apoio à memória e também de ordenação. Fazemos listas de: compras, convidados para uma festa, times de um campeonato e também da ordem de pessoas a serem atendidas, das tarefas que precisam ser feitas num determinado período, das pessoas que passaram em um concurso. As situações são inúmeras e é importante que as crianças conheçam as várias possibilidades de uso das listas. A ordenação - por ordem de chegada, por ordem alfabética, por idade, por mês de aniversário, por tamanho, entre outras - é um dos usos das listas muito presente no cotidiano. Participar destas práticas

    implica em poder se apropriar e fazer uso, quando se fizer necessário.

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    Sala de Aula - E.M. Santa Rita de Cássia Xerém (RJ)

  • O gênero lista, apresenta uma estrutura composicional bastante simples, basta escrever um item embaixo do outro. Você, professor(a), ao fazer uso de uma lista, precisa estar atento(a) a esta estrutura e as crianças na hora de escrever, também. Mas, as listas têm finalidades que precisam ser levadas em consideração. Registrar os itens para não esquecer ou para ordená-los e ler, consultar para poder agir (comprar, emprestar, brincar, chamar, seguir a ordem, etc). Muitas vezes riscamos os itens que já foram atendidos. Todas estas ações fazem parte do uso das listas e são aprendidas participando de práticas sociais.

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    Sala de Aula - E.M. Santa Rita de Cássia

    Xerém (RJ)

  • SUGESTAÃO DEATIVIDADES

    O trabalho com listas pode ser bem diversificado e lúdico, já que é um gênero discursivo de estrutura simples e que aparece em várias situações cotidianas, começando pela lista das crianças da turma. Tendo nomes conhecidos como referência, as crianças refletem sobre a escrita do nome dos colegas, podem fazer correlações sonoras e gráficas com outras palavras como, por exemplo, Larissa começa como laranja, ou Pedro começa com as mesmas letras de pera, ou então, Marcela e Marcos também têm letras iguais, que também aparecem em mar, martelo, Lara e Nara terminam com as mesmas letras.

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    Ter essa lista no mural com a foto de cada criança ajuda visualizar melhor os nomes, possibilitando comparações entre letras e sons (relação grafema/fonema). A lista deve ter sempre uma função no grupo. Uma lista de histórias preferidas da turma, por exemplo, pode ser uma forma de levantar as que serão recontadas e uma oportunidade de ampliar o repertório de histórias da turma. Neste caso a lista pode fazer parte do mural e deve ser elaborada com a ajuda das crianças que já conseguem escrever, levando em consideração que uma turma é sempre heterogênea com relação às hipóteses sobre a escrita.

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    Como os títulos dos contos, geralmente, são compostos por mais de uma palavra, as crianças poderão refletir sobre a escrita das palavras, sobre os espaços que existem entre uma palavra e outra, sobre a diferença de quan-tidade de letras em cada palavra (por exemplo: existem palavras com apenas uma letra, outras com duas, há letras que se repe-tem numa mesma palavra). Du-rante a montagem da lista com as crianças é importante discutir as semelhanças e diferenças entre as

    palavras, ou até mesmo as pala-vras que aparecem em mais de um título, como por exemplo, Ho-mem de Lata e Homem de Palha. Há títulos com apenas uma pala-vra (Cinderela), outros com mui-tas palavras (Branca de Neve e os Sete Anões). Estas questões po-dem ser levantadas por você, (a) professor(a), através de pergun-tas que levem à reflexão. A capa do livro ou a figura da persona-gem principal ao lado de cada títu-lo também ajuda na leitura.

    DURAÇÃCAODAS ATIVIDADESSUGERIDAS

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    As listas podem ser feitas em diferentes situações. Há um tempo para a escrita das listas e um tempo para a leitura/consulta. Ambos os tempos são variáveis conforme a própria extensão da lista, de quem a escreve ou lê. Ora o(a) professor(a) pode ser o escriba, ora as crianças, que podem escrever sozinhas, em duplas ou em pequenos grupos.

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  • AVALIAÇÃCAO

    Desde os estudos de Emília Ferreiro, no final dos anos 1980, que as listas são usadas na escola para avaliar e/ou diagnosticar o nível de desenvolvimento da escrita das crianças, segundo a teoria da autora. Sem dúvida, como é um gênero que envolve só a escrita de palavras, as listas favorecem um diagnóstico de como as crianças estão neste processo de pensar a relação som-letra. Mas você não precisa fazer uma atividade de lista ou um ditado de palavras só para avaliar. A avaliação deve estar presente em todo processo de escrita das crianças e outros gêneros também podem dar indicadores importantes sobre como as crianças estão caminhando no processo de alfabetização/letramento. Entretanto, nunca é demais lembrar que ler e escrever é mais do que estabelecer as relações fonema grafema e que não se pode fazer de um objeto cultural complexo um instrumento de codificação rudimentar, como alerta Ferreiro (2013).

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    Sala de Aula - E.M. Santa Rita de Cássia Xerém (RJ)

  • SUGESTÃAO DE AMPLIACOÇÔES

    Há inúmeras situações em que uma lista se faz necessária em uma turma. Listas podem ser elaboradas coletivamente, ou em pequenos grupos. Mas evite lista pela simples listagem. Há inúmeras situações em que uma lista se faz necessária, tais como: a relação dos ingredientes de uma receita que será feita com a turma, dos nomes das crianças que serão os responsáveis por determinadas tarefas, dos aniversariantes do mês, das brincadeiras que serão desenvolvidas no pátio. É importante que algumas fiquem no mural durante um tempo para que as crianças possam consultá-las. No uso da lista as crianças encontram referências de escrita, podem fazer associações com os nomes que ali estão grafados. Mas sempre considere que escrevemos e lemos listas com uma finalidade e esse uso social não pode ser esquecido no processo de alfabetização/letramento.

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    E.M. Santa Rita de Cássia - Xerém (RJ)

  • SUGESTÃOES DE LEITURA~

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    BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do Discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p.261-306.

    FERREIRO, Emília. O ingresso na escrita e nas culturas do escrito: seleção de textos de pesquisa. São Paulo: Cortez, 2013.

    GOULART, M. A. Cecilia e WILSON, Victoria. Aprender a escrita, aprender com a escrita. São Paulo: Summus, 2013.

    Chico, Anabela e Ocride na choupana do Sábio Bido.

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