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Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Ciências Sociais e Aplicadas Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis Literácia Financeira e Endividamento Pessoal: Um estudo com alunos de cursos da área de negócios Marcelo Prudêncio de Lima São Paulo 2016

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Universidade Presbiteriana Mackenzie

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Literácia Financeira e Endividamento Pessoal: Um estudo

com alunos de cursos da área de negócios

Marcelo Prudêncio de Lima

São Paulo

2016

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Marcelo Prudêncio de Lima

Literácia Financeira e Endividamento Pessoal: Um estudo com

alunos de cursos da área de negócios

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do título de Mestre em Controladoria Empresarial.

Orientador: Prof. Dr. Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar

São Paulo

2016

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L357L Lima, Marcelo Prudêncio de

Literácia financeira e endividamento pessoal: um estudo

com alunos de cursos da área de negócios / Marcelo

Prudêncio de Lima - 2017.

139 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Controladoria Empresarial)

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016.

Orientação: Dra. Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar

Bibliografia: f. 92 - 96

1. Literácia financeira. 2. Educação financeira. 3.

Endividamento. 4. Finanças pessoais. 5. Instituição de Ensino

Superior. 6. Conhecimento financeiro. I. Título.

CDD 658.15

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MARCELO PRUDÊNCIO DE LIMA

LITERÁCIA FINANCEIRA E ENDIVIDAMENTO

PESSOAL: UM ESTUDO COM ALUNOS DE CURSOS

DA AREA DE NEGÓCIOS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Controladoria Empresarial.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof.º Dr. Denis Forte

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof.ª Dr.º Dirceu da Silva

Universidade Nove de Julho

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À minha esposa e filha, pelo constante, incentivo, apoio e compreensão; para a realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte de toda sabedoria e ter me dado saúde e força para superar as

dificuldades.

Aos meus pais (in memoriam) pelo amor e sempre me ensinarem que nada nesta

vida se conquista sem determinação.

A minha orientadora Prof.ª Dr. Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar, por seu

apoio e amizade, além de sua dedicação e competência, pelos comentários e

sugestões apontadas para a conclusão deste trabalho.

Ao Diretor da Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) Prof. Dr. Adilson

Aderito da Silva por ter apoiado e acreditado na conclusão deste trabalho.

Aos coordenadores do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas que também além

do apoio, contribuíram para o desenvolvimento do trabalho em especial o Prof. Dr.

Hélio Morrone Cosentino.

Aos professores: Prof.ª Ms. Cristiane Attili Castela, Prof.ª Ms. Silvia Franco de

Oliveira, Prof. Dr. José Caio Racy, Prof. Joaquim Carlos Racy, Prof. Dr. Sidnei Augusto

Mascarenhas, Prof. Dr. Marcos Antônio Franklin e Prof. Denis Forte que sempre me

apoiaram e acreditaram em meu no progresso.

Ao Prof. Nelson Callegari que em minha convivência profissional sempre me

apoiou para a continuidade de meus estudos.

A todos os amigos que tive a honra de conviver profissionalmente em especial

Wagner Cleo, Silvia de Araújo Santos, Rosimeire Procópio Machado e Ana Paula

Bernardes que contribuíram para a conclusão deste trabalho.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha jornada para esta

formação, o meu muito obrigado.

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A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento. (Platão)

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RESUMO

Após o início da grande recessão nos Estados Unidos deflagrada em setembro de

2008, a economia mundial sofreu os primeiros abalos da crise financeira internacional.

Nesse contexto, mudanças econômicas, sociais e tecnológicas crescentes em todo o

mundo apontaram para a urgência da implementação de ações governamentais com

o objetivo de educar financeiramente as populações. Uma série de projetos

internacionais foram criados diante dessas crises financeiras com o principal objetivo

a consciencialização em nível mundial para a importância da educação financeira. A

preocupação com os níveis de literácia financeira da população relaciona-se à

constatação de que nem todas as pessoas físicas têm um amplo conhecimento dos

assuntos financeiros que podem afetar seu patrimônio pessoal, e as consequências

dessa desinformação são os níveis elevados de endividamento pessoal. O presente

estudo tem como objetivo: Analisar a relação entre o nível de conhecimento financeiro,

comportamento financeiro, endividamento pessoal e conhecimento econômico de

alunos de graduação da área de negócios de uma Universidade localizada na cidade

de São Paulo, e quais são os fatores que afetam essa relação. Para este efeito

utilizou-se a metodologia (quantitativa), questionário com 56 questões, escalas

nominais e ordinais (supostas como métricas). Amostra (709 alunos de uma Instituição

de Ensino Superior na cidade de São Paulo). No tratamento dos dados utilizando-se

estatística descritiva e multivariada (equações estruturais), com o apoio dos softwares

SPSS, versão 19, e R (método Lavaan). Os principais resultados mostram uma

proposta para a modelagem da variável Literácia Financeira e que não há relação

entre o endividamento do sujeito e o seu nível médio de conhecimento financeiro. Este

estudo se justifica tanto na contemporaneidade do tema bem como na lacuna de

estudos científicos sobre esse tema no Brasil.

Palavras-chave: Literácia Financeira, Educação Financeira, Endividamento,

Finanças Pessoais, Instituição de Ensino Superior, Conhecimento Financeiro.

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ABSTRACT

After the start of the great recession in the United States held on September 2008, the

world economy suffered the first threats of the global financial crisis. In this context,

increasing economic, social and technological changes in the world pointed to the

urgency of the implementation of governmental actions aiming to financially educate

the population. A series of international projects have been created due to these

financial crises with the main objective to raise awareness worldwide of the importance

of financial education. The concern about the levels of financial literacy of the

population is related to the fact that not all individuals have a broad knowledge of

financial issues which may affect their personal assets, and the consequences of this

not understanding remit to high levels of personal debt. This study aims to analyze the

relationship between the level of financial literacy and individual financial debt of

undergraduate students in Business courses at University in Sao Paulo and the

factors, which affect this relationship. For this purpose, the quantitative methodology

was used, questionnaire with 56 questions, nominal and ordinal scales assumed as

metric. The research was composed of a sample 709 students from an undergraduate

Education Institution in the city of São Paulo. In the data treatment, descriptive and

multivariate statistics structural equations were used, with the support of software

SPSS, version 19, and R Lavaan Method. The main results showed a proposal for the

modeling of the Financial Literacy variable that there was no relation between the

subject's indebtedness and his / her average level of financial knowledge. This study

is relevant both on the Contemporaneity of the theme as well as the gap of the scientific

studies on this subject in Brazil.

Keywords: Financial Literacy, Financial Education, Debt, Personal Finance,

Undergraduate Educational Institution, Financial knowledge.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 19

1.1 O problema de Pesquisa ................................................................................. 23

1.2 Objetivos ......................................................................................................... 24

1.3 Justificativa e contribuição do estudo .............................................................. 26

1.4 Modelo de Pesquisa ........................................................................................ 29

2 REFERENCIAL TEÓRICO 34

2.1 Literácia Financeira 34

2.2 Educação Financeira 40

2.3 Determinantes comportamentais para o não endividamento financeiro 47

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................ 52

3.1 Métodos de Investigação ................................................................................. 52

3.2 Método e técnicas de recolha dos dados ........................................................ 53

3.3 Instrumento de pesquisa ................................................................................. 53

3.3.1 Identificação do Perfil ............................................................................... 54

3.3.2 Uso de crédito .......................................................................................... 54

3.3.3 Comportamento financeiro ....................................................................... 55

3.3.4 Conhecimento financeiro .......................................................................... 55

3.3.5 Conhecimento econômico ........................................................................ 56

3.4 População e amostra....................................................................................... 57

3.5 Tratamento dos dados ...................................................................................... 59

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................. 60

4.1 Análise descritiva dos dados ............................................................................ 60

4.1.1 Perfil dos respondentes .............................................................................. 60

4.1.2 Perfil dos respondentes endividados .......................................................... 63

4.2 Análise do uso do crédito (curto prazo e longo prazo) ..................................... 63

4.2.1 Razões para obtenção de credito ............................................................... 66

4.2.2 Pensamento na aquisição e liquidação de contratos de créditos ............... 68

4.3 Conhecimento financeiro ................................................................................. 71

4.3.1 Conhecimento financeiro entre os gêneros ................................................. 72

4.3.2 Conhecimento financeiro de acordo com a renda ....................................... 74

4.3.3 Conhecimento financeiro entre os semestres letivos .................................. 77

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4.3.3.1 Curso de Ciências Econômicas ............................................................. 77

4.3.3.2 Curso de Ciências Contábeis ................................................................ 81

4.3.3.3 Curso de Administração de Empresas .................................................. 84

4.3.3.4 Curso de Comercio Exterior .................................................................. 88

4.3.4 Conhecimento financeiro entre os cursos ................................................... 91

4.3.5 Conhecimento financeiro em relação ao endividamento ............................. 94

4.4 Conhecimento econômico .............................................................................. 100

4.5 Análise do comportamento financeiro ............................................................ 102

4.6 Análise multivariada dos dados ...................................................................... 104

5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ 109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 113

APÊNDICE A .......................................................................................................... 118

APENDICE B .......................................................................................................... 123

APÊNDICE C .......................................................................................................... 136

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ÍNDICE DE TABELA

Tabela 1 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por gênero ......................................................................... 73

Tabela 2 - Teste T Student para nível médio de conhecimento financeiro por gênero

(amostras independentes) ......................................................................................... 73

Tabela 3 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por faixa de renda .............................................................. 75

Tabela 4 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por

faixa de renda ............................................................................................................ 76

Tabela 5 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Economia ........................ 78

Tabela 6 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por

semestre letivo em Economia ................................................................................... 78

Tabela 7 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por

semestre letivo em Economia ................................................................................... 79

Tabela 8 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre

letivo no curso de Economia ..................................................................................... 80

Tabela 9 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Ciências Contábeis ......... 81

Tabela 10 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro

por semestre letivo em Ciências Contábeis .............................................................. 82

Tabela 11 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por

semestre letivo em Ciências Contábeis .................................................................... 82

Tabela 12 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre

letivo no curso de Ciências Contábeis ...................................................................... 83

Tabela 13 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Administração de

Empresas .................................................................................................................. 85

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Tabela 14 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro

por semestre letivo em Administração de Empresas ................................................ 85

Tabela 15 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por

semestre letivo em Administração de Empresas ....................................................... 86

Tabela 16 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre

letivo no curso de Administração de Empresas ......................................................... 87

Tabela 17 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Comércio Exterior ........... 89

Tabela 18 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro

por semestre letivo em Comércio Exterior ................................................................ 89

Tabela 19 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por curso ............................................................................ 91

Tabela 20 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro

por curso ................................................................................................................... 92

Tabela 21 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por curso

.................................................................................................................................. 92

Tabela 22 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito ..................... 95

Tabela 23 - Teste T Student (amostras independentes) para nível médio de

conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito ..................... 96

Tabela 24 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito ............ 97

Tabela 25 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de

crédito ....................................................................................................................... 97

Tabela 26 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro

por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito ............................. 98

Tabela 27 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito .............. 98

Tabela 28 - Estatística descritiva do gênero diante ao conhecimento econômico .. 101

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Composição da população dos alunos do CCSA .................................... 57

Quadro 2 - Fórmula para estimativa do tamanho da amostra ................................... 58

Quadro 3 - Explicação dos parâmetros da fórmula usada para estimativa do tamanho

da amostra ................................................................................................................ 58

Quadro 4 - Número total de alunos CCSA e número de alunos da amostra ............. 59

Quadro 5 - Amostra do estudo com indicação por semestre .................................... 59

Quadro 6 - - Quantidade de alternativas assinaladas por tipo de contrato e gênero 64

Quadro 7 - Número de alternativas escolhidas de créditos de curto prazo por gênero

.................................................................................................................................. 65

Quadro 8 - Número de alternativas escolhidas de créditos de longo prazo por gênero

.................................................................................................................................. 65

Quadro 9 - Quantidade de alternativas assinaladas por razão e gênero .................. 66

Quadro 10 - Razões para obtenção de crédito por gênero ....................................... 67

Quadro 11 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na aquisição,

por gênero ................................................................................................................. 68

Quadro 12 - Pensamento no momento do contrato, por gênero ............................... 68

Quadro 13 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na liquidação e

gênero ....................................................................................................................... 69

Quadro 14 - Pensamento na liquidação da dívida, por gênero ................................. 70

Quadro 15 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensar em pagar ou não os

créditos contratados, por gênero ............................................................................... 70

Quadro 16 - Pensamento sobre pagar ou não os créditos contratados e gênero ..... 71

Quadro 17 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por gênero ................................................................................................ 72

Quadro 18 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por gênero .................................................................................................. 74

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Quadro 19 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por renda .................................................................................................. 75

Quadro 20 - nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente e

variação por faixa de renda ....................................................................................... 76

Quadro 21 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por semestre letivo em Economia ............................................................. 77

Quadro 22 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por semestre letivo do curso de Economia ................................................. 80

Quadro 23 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis .............................................. 81

Quadro 24 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por semestre letivo do curso de Ciências Contábeis .................................. 84

Quadro 25 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas ................................ 84

Quadro 26 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por semestre letivo do curso de Administração de Empresas .................... 88

Quadro 27 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por semestre letivo em Comércio Exterior ................................................ 88

Quadro 28 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por semestre letivo do curso de Comércio Exterior .................................... 90

Quadro 29 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por curso ................................................................................................... 91

Quadro 30 - Nível médio de conhecimento financeiro por curso ............................... 93

Quadro 31 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por curso ..... 93

Quadro 32 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro pela existência ou não de contrato de crédito ........................................... 95

Quadro 33 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por existência ou não de contrato de crédito .............................................. 96

Quadro 34 - Médias e desvio padrão das variáveis do comportamento financeiro . 103

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Quadro 35 - Parâmetros das AFC feitas com variáveis latentes ............................. 106

Quadro 36 - Indicadores da variável latente Comportamento Financeiro ............... 107

Quadro 37 - Parâmetros da sétima AFC, unidimensional, 16 indicadores .............. 107

Quadro 38 - Variáveis excluídas do modelo ............................................................ 108

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Relações entre conhecimento financeiro, educação financeira,

comportamento financeiro e bem-estar financeiro .................................................... 30

Figura 2 - Modelo Teórico de Pesquisa ..................................................................... 32

Figura 3 - Composição da amostra por curso ........................................................... 61

Figura 4 - Composição da amostra por semestre no qual os alunos estão

matriculados.. ............................................................................................................ 61

Figura 5 - Composição da renda dos respondentes .................................................. 62

Figura 6 - Composição do comprometimento renda com endividamento ................. 63

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LISTA DE ABREVIATURAS

BCB - Banco Central do Brasil

BNDS - Banco Nacional de Desenvolvimento e Social

CCSA - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

CEF - Caixa Econômica Federal

CGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas

ENEF - Estratégia Nacional de Educação Financeira

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística

INDEF - Indicador de Educação Financeira

IES - Instituições de Ensino Superior

OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PIB - Produto Interno Bruto

PME - Pesquisa Mensal de Emprego

SPC - Serviço de Proteção ao Crédito

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura

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19

1 INTRODUÇÃO

Na última década, em termos de melhora na qualidade de vida de seus

cidadãos, o Brasil fez progressos impressionantes. No período entre os anos 1990 e

2009, o país vinha evidenciando recorde de crescimento da inclusão e redução da

pobreza. Todavia, o bom desempenho nesse quesito de inclusão estava circunscrito

apenas a poucas medidas de bem-estar, considerando o Brasil em relação a outros

países analisados para composição do Índice para uma vida melhor (Better Life

Index). O Brasil está acima da média no bem-estar subjetivo, equilíbrio vida-trabalho

e conexões sociais, mas abaixo da média no engajamento cívico, moradia, qualidade

do ambiente, estado de saúde, segurança pessoal, educação e qualificações,

aspectos considerados vitais para o desenvolvimento de uma nação (OCDE, 2015)

Até poucos anos atrás havia grande otimismo em relação à economia brasileira.

O Brasil chegou a crescer 7,6% em 2010. Os salários cresciam, o desemprego estava

em taxas muito baixas, a pobreza e a desigualdade caíam. A ascensão da classe

média baixa (classe C) era festejada com a ampliação do consumo. De repente tudo

mudou: a economia entrou em recessão em meados de 2014 e naquele momento as

previsões para os próximos anos, coletadas junto ao mercado pelo Banco Central,

eram sombrias: uma recessão de 2% em 2015 e crescimento zero em 2016

(MENDES, 2015).

Com a possibilidade de inflação em alta, além dos níveis projetados pelo

governo, e também da alta do dólar prevista para 2016, havia expectativa de que

esses aspectos pudessem vir a exercer forte pressão inflacionária, principalmente

sobre os preços dos alimentos, que impactam diretamente no consumo das famílias

com baixa renda (IBGE, 2015).

No cenário apresentado ao final de 2015, outro fator importante, que na

situação econômica vigente estava relacionado à restrição de crédito, era a tendência

de os bancos virem reduzindo empréstimos, seja para pessoa física ou jurídica, tendo

em vista a instabilidade econômica e o cenário político, situações de incerteza nas

quais o risco de inadimplência cresce. Consequentemente, isso fez com que os

bancos aumentassem sua rigidez para concessão de crédito.

No Brasil entre 2003 e 2013 foram gerados 20 milhões de novos empregos

formais; já nos anos de 2014 a 2015 o desemprego voltou a crescer, atingindo mais

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20

de 9 milhões de brasileiros. Em 2016 a situação econômica no Brasil vem causando

muitas preocupações, seja para os empregados, que dependem do seu próprio

trabalho como forma de garantir seu sustento, seja para os empresários, que estão

adiando seus projetos de investimentos para momentos menos incertos (MIRAGAYA,

PISCITELLI, 2016).

Segundo Martone (2016) no último quinquênio (2011 – 2015), a economia

mundial cresceu em média 3,3% ao ano, ao passo que os países emergentes e em

desenvolvimento cresceram 5% ao ano. Neste mesmo período o Brasil cresceu

apenas 0,9% ao ano. Entre 2015 e 2016 a renda per capita dos brasileiros caiu 10%,

significando que a recessão severa que o pais está vivendo é de fabricação doméstica.

Segundo o Better Life Index da OCDE, que tem o propósito de compreender

melhor o bem-estar das pessoas. O bem-estar é multidimensional, abrangendo

aspetos de participação cívica à habitação, rendimento da família ao equilíbrio entre

a vida pessoal e profissional, e competências ao estado de saúde.

Os dados concretos mais recentes sobre o bem-estar em 11 diferentes

dimensões da vida sugerem que os países da OCDE têm diferentes padrões de

pontos fortes e fracos. Como seria de prever, os países que estão no terço superior

da OCDE em termos de produto interno bruto (PIB) per capita costumam obter bons

resultados, designadamente no que diz respeito aos resultados relativos ao bem-estar

material, como rendimento familiar e salários.

No Brasil a renda média doméstica disponível líquida ajustada per capita, que

é a quantidade de dinheiro obtido ou ganho a cada ano após a dedução de impostos

e realização de transferências, representa o dinheiro disponível para a família a fim

de ser gasto na aquisição de mercadorias ou serviços. Essa renda é inferior à média

da OCDE, de US$ 29.016 por ano, dado que, em si, já seria preocupante para o

desenvolvimento socioeconômico do país. Todavia, pode-se imaginar o efeito da

associação entre baixa renda e alto nível de endividamento (OCDE, 2016).

A renda per capita média do brasileiro em 2015 chegou a R$ 1.113, variando

entre os R$ 2.252 do Distrito Federal, o maior valor em todo o país, e os R$ 509 do

estado do Maranhão, o de menor valor; no estado de São Paulo tem-se a segunda

maior renda per capita do país R$ 1.482 (IBGE, 2016).

A riqueza financeira líquida por família é o valor total do patrimônio financeiro

familiar ou a soma dos ativos menos passivos que forma um componente importante

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dos recursos econômicos por família e pode proteger contra a vulnerabilidade e

privação econômicas e diferenças sociais. Por exemplo, uma família de baixa renda

cuja riqueza é acima da média será mais próspera que uma família de baixa renda

sem riqueza alguma. A média da riqueza financeira líquida por família per capita é

estimada em US$ 84.547,00. (OCDE, 2016).

O sistema mundial não prima exatamente pela justiça social e racionalidade

econômica, pelo contrário, gera dois maiores flagelos da humanidade: pobreza e

desemprego. A maioria da população mundial e brasileira ainda vive na pobreza,

sendo, no mínimo, uma inverdade a versão de que a maioria de nossa população é

de classe média. Outro flagelo é o desemprego, condição de 200 milhões de pessoas

no mundo e 1,5 bilhões, se computarem as pessoas que são submetidas a condições

de trabalho precárias (MIRAGAYA, PISCITELLI, 2016).

De acordo com pesquisa do IBGE no ano de 2015, o PIB caiu 3,8% em relação

a 2014, sendo a maior queda da série histórica iniciada em 1996. No mesmo período,

a despesa de consumo das famílias caiu 4,0% em relação ao ano anterior (quando

havia crescido 1,3%), o que pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de

inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo de todo o ano de 2015. A despesa

de consumo do governo caiu 1,0%, também desacelerando em relação a 2014,

quando cresceu 1,2%.

Em 2016, nenhum dos fatores estruturais da economia brasileira teve melhoras

em seu cenário. Além disso, desde 2015 o país está imerso em uma crise política

tendo-se percepção de que há sinais de deterioração do quadro econômico em vários

segmentos da economia brasileira. Com esse cenário de incerteza, há previsões de

que em 2016 a crise continue tendo em vista que há baixa credibilidade, nacional e

internacional, nas equipes econômicas governamentais. (MENDES, 2015).

Diante deste cenário, as empresas vêm sofrendo bastante, principalmente

aquelas que necessitam de créditos para a manutenção de seus negócios. As altas

taxas de juros são inviáveis para qualquer tipo de empresário, dificultando o acesso

ao crédito que poderia alavancar seu negócio. Para os consumidores, o planejamento

financeiro é necessário como auxilio para suas escolhas, controlando melhor o

orçamento doméstico e o consumo compulsivo, pois o cenário que se delineia será

preciso reduzir o seu grau de endividamento tendo em vista os altos juros.

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Em momentos de instabilidade econômica, ter uma população bem instruída

financeiramente é essencial para o bem-estar socioeconômico do país. A educação,

de modo geral, possui um papel extremamente importante em fornecer às pessoas o

conhecimento, as habilidades e as competências necessárias para uma participação

efetiva na sociedade e na economia. Ter uma boa educação aumenta

consideravelmente a probabilidade de pessoas encontrarem emprego e terem renda

suficiente. Ter educação econômico-financeira aumenta a chance de essas pessoas

conseguirem gerir a sua renda em busca de qualidade de vida (OCDE, 2015). O

dinheiro, embora não possa comprar felicidade, é um meio importante para alcançar

padrões superiores de vida.

Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC BRASIL, 2015) e da

Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL, 2015), o número de

consumidores brasileiros com contas em atraso já soma 58 milhões de devedores em

todo o país, representando 39,21% da população entre 18 e 95 anos. O SPC Brasil

estima que 3,4 milhões de novos devedores foram incluídos nas listas de

inadimplentes desde o início de 2015, quando a estimativa apontava para 54,6

milhões de negativados.

A literácia financeira exerce influência sobre o comportamento dos indivíduos.

Além disso, o comportamento dos indivíduos é condicionado por enviesamentos

cognitivos e emocionais (excesso de confiança, aversão ao risco, etc.), que os afasta

da racionalidade completa defendida pelas finanças tradicionais, na literatura não

existe uma definição única para o conceito de literácia financeira. Assim, este conceito

pode apresentar definições conceptuais e operacionais (REMUND, 2010).

As definições conceptuais são aquelas que nos apresentam os aspetos

concretos que são abrangidos pelo conceito. Por outro lado, as definições

operacionais transformam esses aspetos em critérios, que podem ser medidos, de

modo a que seja possível ter uma noção precisa do conhecimento dos indivíduos.

Desta forma, diante desta realidade apresentada sobre o cenário econômico

do Brasil em 2016, é preocupação deste trabalho estudar aspectos de literácia

financeira refletida no comportamento financeiro do indivíduo em sua vida pessoal,

pois se entende que a falta de conhecimentos necessários para gerenciar recursos

dificilmente permitirá que o indivíduo se mantenha financeiramente saudável (LIZOTE;

SIMAS; LANA, 2012). Se isso for verdade, é de se supor que estudantes das áreas

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de negócios (cursando economia, ciências contábeis ou administração de empresas)

tenham maior literácia financeira do que aqueles que não têm, ou seja, em seus

currículos, disciplinas relacionadas a temas econômico-financeiros.

Tendo-se essa inquietação, este estudo busca compreender a relação entre

literácia financeira, ou seja, seu comportamento ao possível endividamento pessoal,

via crédito, tendo-se como recorte a análise desses temas junto a estudantes de

cursos superiores, em nível de graduação. Embora o tema de finanças pessoais e

endividamento estejam presentes em discussões de jornais, revistas e artigos

acadêmicos nacionais e internacionais, entende-se que grande parte dos estudantes

de cursos superiores do Brasil ainda não tem conhecimento suficiente acerca do

assunto, comprometendo a maior parte de sua renda com dívidas e aquisições em

diversas prestações.

1.1 O problema de Pesquisa

O retrospecto teórico do fenômeno da literácia financeira mostra que há uma

lacuna no conhecimento relacionado à informação quanto a produtos financeiros e ao

grau de endividamento dos alunos das Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil.

A literatura aponta que o conhecimento financeiro do indivíduo,

independentemente da questão econômica de cada país, é uma preocupação em

nível internacional, a existência de um conjunto de conhecimentos e de competências

relacionados ao uso de recursos financeiros são necessários para que estas atuem

ativamente no mercado e utilizem de forma responsável os serviços financeiros.

Acena-se a importância do planejamento financeiro pessoal para a acumulação de

bens e de valores que formarão o patrimônio pessoal e familiar no curto, médio e longo

prazo, na busca de garantir a tranquilidade financeira para o indivíduo e a sociedade.

O dinheiro e os produtos financeiros são parte integrante no mundo de hoje e

as pessoas devem ser capazes de tratar esses recursos de forma eficaz, mas,

infelizmente, o endividamento das famílias é um fato alarmante não somente no Brasil,

mas em todo o mundo.

O processo de educação financeira deve ser proposto de modo que maximize

o benefício para toda a sociedade. Em sua grande maioria, as pessoas não

compreendem os mecanismos de mercado em que os preços são criados, a essência

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do dinheiro, a diferença entre consumo e investimento, o funcionamento de bancos,

as modalidades de acesso ao credito, o que impactam na elevação do consumo,

mesmo em situações de crise econômica pessoal ou do país.

Em situações de crise, conforme já apontado, há restrição do credito,

mudanças na produção, taxas de juros altas e outros fatores; nessa situação, a falta

do conhecimento financeiro propicia a elevação da crise e um maior grau de

endividamento por conta da incapacidade, seja do indivíduo ou da sociedade, de

compreender e responder adequadamente à evolução da situação econômica do país.

Ampliar o número de estudos sobre literácia financeira, especialmente no que

tange aos recursos necessários para a gestão pessoal, deveria receber atenção

especial da academia, visto a lacuna do tema no contexto nacional, assim como seus

impactos nas Instituições de Ensino Superior - IES e economia nacional. Menos clara

ainda se tornam essas interpretações sobre o caso brasileiro, em particular.

A partir do painel delineado do cenário econômico financeiro do Brasil, e das

demandas nacionais e internacionais para desenvolvimento de literácia financeira

como um fator de desenvolvimento pessoal e social, para este estudo formula-se o

seguinte problema de pesquisa:

Qual é a relação entre o nível de conhecimento financeiro, comportamento

financeiro, endividamento pessoal e conhecimento econômico de alunos de

graduação da área de negócios de uma Universidade localizada na cidade de São

Paulo, e quais são os fatores que afetam essa relação?

A proposta do estudo tratar-se-á de uma pesquisa descritiva, logo, a

identificação da problemática do estudo e a reflexão sobre a sua causa e o modo

como poderia ser resolvido, recolhendo dados, verificando os resultados para avaliar

ou generalizar com base nas provas obtidas, pautando-se pelas características e suas

peculiaridades sobre a literácia financeira e o endividamento pessoal no Brasil.

1.2 Objetivos

Como objetivo geral, propõe-se: Analisar a relação entre o nível de

conhecimento financeiro, comportamento financeiro, endividamento pessoal e

conhecimento econômico de alunos de graduação da área de negócios de uma

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Universidade localizada na cidade de São Paulo, e quais são os fatores que afetam

essa relação.

Neste estudo entende-se que o nível de literácia financeira possa ser

mensurado considerando-se as respostas relacionadas às variáveis: conhecimento

financeiro, comportamento financeiro, endividamento pessoal e conhecimento

econômico.

Conforme já apresentado, tem-se como pressuposto que alunos que

frequentam cursos como Contabilidade, Economia, Administração de Empresas e

Comercio Exterior, demonstrem ter literácia financeira em maior nível do que alunos

de cursos que não estejam ligados à área de negócios. Alunos da área de negócios

estão expostos a uma grade curricular da qual fazem parte disciplinas com temas

financeiros, esperando-se que tenha havido a absorção do conhecimento.

Os resultados deste estudo são da maior relevância para um conhecimento

maior sobre os temas financeiros, pois a falta do literácia financeira traz sérios

problemas de natureza pessoal e familiar, quanto a uma melhor qualidade de vida,

tanto hoje quanto no futuro, além de sinalizar outros, como a inadimplência no

mercado e ampliação de crises econômicas que põem em dúvida sua sustentabilidade

a respeito de suas receitas para futuros investimentos organizacionais. Assim o

conhecimento financeiro, controle ao endividamento pessoal e o planejamento

passam a serem vitais, base de sustentação e sobrevivência não somente para o

indivíduo e seus familiares, mas também para a própria economia.

Como objetivos específicos têm-se:

1) Caracterizar a amostra estudada em termos de variáveis demográficas

(como gênero, renda pessoal e familiar, dentre outras);

2) Aferir o nível de literácia financeira na amostra estudada;

3) Identificar o nível endividamento pessoal na amostra estudada;

4) Identificar a relação entre variáveis demográficas (pessoais e

econômicos) e o nível de literácia financeira na amostra estudada;

5) Identificar a relação entre o nível de literácia financeira e o nível de

endividamento.

6) Com uma análise exploratória, validar as dimensões de literácia financeira

na amostra estudada.

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O estudo pretende propor ações de extensão que possam ser realizadas no

curto prazo tendo como público alvo alunos do CCSA, de forma a estimular o uso

consciente de recursos financeiros e ser um instrumento para trabalhos futuros no

âmbito do estudo da literácia financeira da população que frequenta o ensino superior.

Acredita-se que a educação financeira tenha um efeito no futuro dos jovens,

sendo uma forte alavanca para mudança de estilos e comportamentos de vida do

indivíduo e, consequentemente, de nossa sociedade.

1.3 Justificativa e contribuição do estudo

Após a crise financeira internacional em 2008, várias economias mundiais

entraram em processo recessivo ou de forte desaceleração da atividade econômica.

Com o propósito de mitigar os efeitos recessivos globais sobre a economia brasileira,

o governo federal colocou em prática uma série de medidas anti-crise focadas em

estimular a manutenção do gasto, tanto público quanto privado. Reduziu-se a meta de

atingimento do superávit primário (política fiscal anticíclica), afrouxou-se o ciclo de

aperto monetário que estava em curso desde o fim de 2007, reforçou-se a atuação

dos bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil, CEF) no mercado de crédito

doméstico, adotou-se uma política de incentivos fiscais (reduções/isenções

tributárias) em setores específicos da atividade econômica como, por exemplo,

veículos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, materiais de construção etc. (INDEF,

p.04, 2014).

Apesar das medidas anti-crise para retirar rapidamente a economia brasileira

da recessão, a grande maioria do conjunto de medidas adotadas foi mantida após

aquela crise, produzindo superaquecimento da economia, além de crescimento

acelerado e acentuado do endividamento do consumidor, o qual passou de 32,2% da

renda disponível em dezembro de 2008 para 41,7% em agosto de 2012, segundo

dados do Banco Central do Brasil (INDEF, 2014).

Acompanhando esse aumento expressivo do grau de endividamento, a

inadimplência do consumidor elevou-se de forma intensa. Segundo o Indicador

Serasa Experian de Inadimplência do consumidor (13/01/2015), houve crescimento

de 21,5% na quantidade de compromissos vencidos e não pagos cujos titulares eram

pessoas físicas. Em 2011 e em 2012, esse avanço foi de 15,0%. Portanto, em apenas

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24 meses, a inadimplência avançou praticamente 40% neste período (SERASA,

2015).

Em 2012, pela primeira vez na história recente do país, a inadimplência do

consumidor entrou em escalada ascendente sem que o desemprego se elevasse, uma

das principais variáveis determinantes. Pelo contrário, a taxa de desemprego aberto,

apurada pelo IBGE, caiu de 6,7% (média de 2010) para 5,5% (média de 2012).

De acordo com pesquisa realizada pelo Serasa Experian, impulsionado pelo

aumento do desemprego, o Brasil começou 2016 com 59 milhões de pessoas com

contas em atraso, o maior nível desde o início da série iniciada em 2012. O total de

dívidas chega a R$ 255 bilhões e esse número vem em um momento em que outros

fatores, como a inflação e os juros altos, têm empurrado para baixo a confiança do

consumidor no Brasil, que caminha para a pior recessão em mais de um século

(SERASA, 2015).

Conforme análise do Ministério do Trabalho o Brasil fechou 596.208 vagas

formais de trabalho em dezembro, somando no ano 1,542 milhão de postos perdidos,

segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sendo o pior

resultado anual desde o início da série histórica em 1992.

De acordo com estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

(2016) a taxa de desemprego prévia do Brasil em 2015 foi de 8,4%, (146 mil pessoas)

frente a dezembro último, na comparação com janeiro de 2015, ocorreu acréscimo de

562 mil pessoas em busca de trabalho (42,7%) superando as taxas médias

registradas no mesmo período de 2014 (6,9%), 2013 (7,4%) e 2012 (7,5%).

Segundo os resultados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME, janeiro de

2016), que é baseada em dados sobre o mercado de trabalho nas seis principais

regiões metropolitanas do Brasil (Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de

Janeiro e Porto Alegre), no mês, houve redução da ocupação na atividade educação,

saúde administração pública (2,8%) e serviços domésticos (6,4%). Já na comparação

anual, houve queda na indústria (8,5%) e nos outros serviços, como alojamento e

alimentação, transportes e armazenagem e serviços pessoais (3,4%). Não foi só o

número de empregados que caiu. Também diminuiu o rendimento médio de quem

está trabalhando. Em média, os salários ficaram em R$ 2.242,90: queda de 1,3% em

relação a dezembro (R$ 2.273,44) e de 7,4% contra janeiro de 2015.

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Na análise regional em relação a dezembro, o desemprego cresceu nas

Regiões Metropolitanas de São Paulo (de 7,0% para 8,1%) e Belo Horizonte (de 5,9%

para 6,9%).

Uma das características da sociedade atual é a vulnerabilidade do contexto

socioeconômico, quer pelas baixas taxas de poupança, pelo crescente desemprego,

pelo elevado número de população envelhecida, pelo reduzido número de população

ativa ou pela incompreensão da complexidade dos produtos e serviços financeiros.

Diante deste cenário é importante ter cautela, pois o risco real existe para todos,

com o aumento dos impostos e a consequente redução do salário disponível. Além

disso, o aumento do desemprego, que atingiu muitas famílias e a necessidade dos

cidadãos em ajustarem os seus gastos aos seus rendimentos fez com que o tema da

literácia não fosse absorvido de uma forma natural pelos brasileiros, mas sim imposta

pelas situações reais da vida de cada pessoa e cada agregado familiar.

Para o bem-estar financeiro da população e para a economia do país de

maneira geral, é fundamental que as pessoas sejam capazes de tomar decisões

financeiras sobre questões como poupança, moradia, orçamento e carreira, elas

possam ter mais condições de usar seu potencial em diferentes áreas de sua vida.

O maior nível de educação financeira contribui para a inclusão da população

no sistema bancário, gerando maiores oportunidades individuais e,

consequentemente, o desenvolvimento do mercado financeiro e da economia do país

como um todo.

O excesso de endividamento como fator gerador da inadimplência requer a

criação de ferramentas adequadas de aferição do grau de educação financeira do

brasileiro. Assim, o poder público, os agentes de crédito, as instituições financeiras,

enfim, a sociedade como um todo pode desenvolver ações destinadas a suprir

eventuais lacunas no grau de educação financeira do brasileiro, contribuindo para

evitar os prejuízos causados pelo excesso de endividamento.

Diante dessa realidade, a busca de respostas para tentar identificar se a

literácia possui relação direta com as causas que levam estudantes graduandos em

cursos de negócios ao endividamento reveste-se de maior importância, até porque

esses jovens podem ser, no futuro, lideranças em suas comunidades pessoais e

profissionais.

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Cabe mencionar que a complexidade dos produtos financeiros e a necessidade

de sensibilizar a população para a importância da poupança, para os riscos do

incumprimento e para o planeamento da reforma, são algumas das razões que

explicam a proliferação de programas de educação financeira a nível mundial.

Este trabalho também é realçado que a educação financeira é apenas um dos

elementos dentre os que contribuem para o bem-estar financeiro dos indivíduos.

Outros fatores como o emprego, o rendimento, a saúde, a idade e o contexto

socioeconômico, também o influenciam. O estudo alerta ainda para a existência de

algumas limitações que comprometem a efetividade da educação financeira. Contudo,

defende que todos os tipos de iniciativas que promovam a melhoria da literácia

financeira constituem uma mais-valia para os consumidores.

O crédito representa uma variável econômica de suma importância, visto que

promove a expansão das atividades, aumenta o poder de compra dos consumidores

e multiplica a transação. Contudo, mesmo sendo uma experiência recente no Brasil,

de menos de duas décadas, o crédito provocou transformações na economia e na

vida do brasileiro, tornando o mercado consumidor um dos mais atraentes do mundo

(SERASA EXPERIAN, 2010). O nível de endividamento das famílias brasileiras

aumentou. Esse crescimento está associado à manutenção de uma tendência de

crescimento das concessões de crédito às pessoas físicas, que ocorre em ritmo

acelerado.

A implementação de um controle de gestão com estratégias de sustentação da

competitividade, poderá reverter esta problemática com uma gestão que valorize a

importância do processo, com levantamento exploratório para o estabelecimento de

práticas e dos referenciais teóricos e metodológicos que para algumas Instituições de

Ensino Superior privada suas receitas são casos de sobrevivência na existência da

inadimplência e para seus alunos o estimulo para tomar decisões autônomas,

referentes a consumo, poupança e investimento, prevenção e proteção, considerando

seus desejos e necessidades atuais e futuras.

1.4 Modelo de Pesquisa

Ao se problematizar a relação da literácia financeira sobre as determinantes do

processo de endividamento de alunos graduandos de cursos de negócios de uma

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Universidade, no município de São Paulo, pretende-se, como resultado, mapear qual

o padrão e os motivos do endividamento dos alunos, observando, inclusive, as

motivações (razões) para esse padrão e motivo, bem como quais fatores os sustentam

e/ou os restringem (determinantes).

Para este estudo tomou-se como base o modelo proposto por Huston (2010),

conforme apresentado na figura 1. Para o autor torna-se evidente que a literácia

financeira possui duas grandes dimensões: o conhecimento/compreensão dos

conceitos financeiros e as habilidades/uso para aplicar esses conhecimentos,

podendo ser citadas a importância da dimensão do conhecimento – um conjunto de

conhecimentos adquiridos através da educação/experiências relacionados com

conceitos e produtos financeiros e dimensão de aplicação – capacidade para

aplicar/utilizar efetivamente o conhecimento relacionados com o conceito e produtos

financeiros. Essas duas dimensões aparecem em sua figura como competências.

Já o nível de educação financeira exerce influência direta quanto ao grau de

literácia financeira, pois irá habilitar e preparar um indivíduo com capacidades de

interpretações tanto dos cenários econômicos quanto em suas decisões financeiras.

Figura 1 - Relações entre conhecimento financeiro, educação financeira, comportamento financeiro e

bem-estar financeiro

Fonte: Huston (2010)

Huston (2010) concentrou em seu trabalho na definição e na mensuração

apropriada da literácia financeira. O nível da literácia financeira e/ou do conhecimento

financeiro são indicadores utilizados para fundamentar a necessidade de educação

Capital Humano Competências e

Habilidades

Educação financeira

Conhecimento financeiro

Outras influências Condições Econômicas

Culturais Orientação Temporal

Culturais

Comportamento

financeiro

Bem-estar financeiro

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financeira. Assim, supõe-se que se houverem ações programadas para educação

financeira, haverá aumento dos níveis de literácia e diminuição dos níveis de

endividamento inadequados. A figura 1 demostra os relacionamentos esperados entre

as variáveis com identificação das hipóteses no modelo de Huston (2010).

O modelo proposto neste estudo foram identificados os atributos que podem

influenciar a criação da literácia financeira de forma direta ou indireta. Com base na

literatura, foi possível proceder à identificação de determinados atributos.

De acordo com o modelo da pesquisa apresentado na figura 2, o cenário

econômico e seus fatores conjunturais são relacionados à literácia financeira

(conhecimento financeiro), pois a interpretação de taxas de juros, câmbio, produção,

vendas e o setor externo e interno (classificado como cenário de recessão/expansão

econômica), assim como os conhecimentos básicos da economia, podem servir de

sinalização para possíveis ações quanto ao comportamento financeiro futuro do

indivíduo quanto ao seu grau de endividamento.

Segundo Dalsasso (2009) partindo-se do conceito de que “conjuntura é o

encontro de acontecimentos”, não é difícil deduzir que a “conjuntura econômica” está

longe de ser um fenômeno isolado. Ela é consequência de decisões, ações e

influências variadas, não apenas decorrentes de fenômenos naturais, mas, e

principalmente, por ações de interesses particulares econômicos ou políticos, nem

sempre isentos da ganância, da especulação, da corrupção e do poder dominante ou

influente.

A conjuntura econômica é, então, um produto complexo, resultante da

congruência ou encontro de muitos vetores e, como tal, compreendê-la ou direcioná-

la corretamente exige análise ampla, que veja as partes e o todo nos diversos

horizontes e amplitudes (DALSASSO, 2009).

Adotando-se a definição de literácia financeira como apresentada no modelo

de pesquisa como a capacidade para fazer julgamentos informados e para tomar

decisões no que diz respeito ao uso e gestão do dinheiro (ROSACKER; ROSACKER,

2015).

Tem-se como pressuposto do estudo que graduandos da área de negócios

tenham conhecimentos adquiridos no decorrer de seus estudos. Todavia, há outros

aspectos que se relacionam à literácia, conforme mostra a figura 2. Pode-se ver na

mesma que o comportamento de literácia financeira pode sofrer a de influência de

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outros aspectos, como culturais, demográficos, orientações temporais, dentre outros.

As conjugações dessas variáveis permitem aos indivíduos fazerem escolhas

ineficazes propiciando o endividamento pessoal e da sociedade.

Figura 2 – Modelo Teórico de Pesquisa

Fonte: Adaptado pelo autor de Huston (2010)

Legenda: A figura mostra as relações entre os cenários econômicos (Expansão/Recessão) e literácia

financeira (avaliada por comportamento financeiro e nível de endividamento) tendo-se como variáveis

moderadoras o nível de educação financeira e outras influências.

Para fins desta pesquisa com base nos estudos dos autores Rosacker e

Rosacker (2015), que de forma pratica com a criação de oficinas de alfabetização

financeira, sendo que os resultados obtidos sugerem a possibilidade de expandir o

modelo de formação de forma eficaz e eficiente de custo na formação de literácia

financeira a todos os estudantes de graduação.

Na análise de Huston (2010) em seu modelo de pesquisa considera a relação

entre as variáveis: conhecimento financeiro, educação financeira, comportamento

financeiro e bem-estar financeiro, porem considera o cenário econômico, inserido em

(outras influencias) que afetam o comportamento do indivíduo quando ao bem-estar

financeiro como variável final de sua proposta. Cabe ressaltar que no modelo de

pesquisa proposto (figura 2) o nível de bem-estar é substituído pelo nível de

endividamento financeiro.

Economia

Expansão

Economia

Recessão

em Recessão

Cenários

Nível de Educação

Financeira

Outras Influências

Atitude

Financeira

Endividamento

Literácia

Financeira

Comportamento

financeiro

Conhecimento financeiro

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Aprender a controlar os gastos é vital para que um cidadão possa enfrentar os

problemas de endividamento, e também para transformar um cidadão em um

consumidor consciente que tem responsabilidade sobre suas compras, que decide

sobre os rumos de suas finanças e que forma um patrimônio.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Apresenta-se a seguir os temas centrais de educação financeira, literácia

financeira e endividamento pessoal.

2.1 Literácia Financeira

À primeira vista, o entendimento da alfabetização parece ser um termo que

todos entendem, mas, ao mesmo tempo instrução é um conceito complexo e

dinâmico, continuando a ser interpretado e definido em uma multiplicidade de formas.

As noções das pessoas do que significa ser alfabetizado são influenciadas por

pesquisas acadêmicas, agendas institucionais, contexto nacional, valores culturais e

pessoais.

Há iniciativas do Governo Federal para promover a literácia financeira no Brasil.

Isto pode ser visto pela publicação feita no Diário Oficial da União, em 26 de dezembro

de 2010, do decreto (7.397/10), que institui a Estratégia Nacional de Educação

Financeira (ENEF), que busca promover as educações financeira e previdenciária,

contribuindo assim para o fortalecimento da cidadania, para a eficiência e solidez do

sistema financeiro nacional e para a tomada de decisões conscientes por parte dos

consumidores.

Deve-se ressaltar que a educação financeira é mais ampla do que aprender a

economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro. Na verdade, tem como crença

central o fato de que esse tipo especial de educação pode levar a uma melhor

qualidade de vida, tanto hoje quanto no futuro, proporcionando às pessoas a

segurança material necessária para obter uma garantia para eventuais imprevistos.

Assim, quando se pensa em obtenção da literácia financeira, tem-se que não basta

ensinar a usar os recursos; é preciso mudar as atitudes (predisposições) das pessoas

em relação à forma como gerenciam seus recursos financeiros.

Na comunidade acadêmica, as teorias da alfabetização evoluíram a partir de

mudanças dos indivíduos a das visões complexas que englobam os contextos sociais

mais amplos (os alfabetizados no ambiente e a sociedade letrada) há incentivos que

possibilitam atividades e práticas de conhecimento. Como resultado destes e outros

desenvolvimentos, a alfabetização vista como um processo de aquisição de

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habilidades cognitivas básicas, e a utilização destas habilidades de maneira que

contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e da capacidade para a

consciência social e reflexão crítica como base para mudança pessoal e social.

(UNESCO, 2006)

A alfabetização é um conceito em evolução, onde constantemente há mudança

e adaptação às novas tecnologias, novas circunstâncias e as novas exigências; neste

sentido, a edição atual da literácia financeira é abordada a nível internacional e a

tendência sugere que o aumento do nível de conhecimento da população nessa

direção pode ser mais do que útil.

A literácia financeira ou alfabetização, para os fins desta pesquisa, refere-se à

capacidade dos jovens adultos para tomar decisões econômicas e financeiras

informadas e bem fundamentados em seus próprios interesses ao longo do tempo.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura define

literácia como a capacidade para identificar, compreender, interpretar, criar,

comunicar e usar novas tecnologias, de acordo com os diversos contextos; envolve

um processo contínuo de aprendizagem que permite que os indivíduos alcancem os

seus objetivos, desenvolvam o seu conhecimento, as suas potencialidades e

participem de forma plena na comunidade e de forma mais ampla na sociedade

(UNESCO, 2008)

Os autores Hung, Parker e Yoong (2009), analisam que há falta de consenso

reflete o fato de que, "um método sistemático de avaliação dos programas de

alfabetização financeira não existe." Definem a educação financeira como o processo

pelo qual as pessoas melhoram sua compreensão em relação a produtos financeiros,

serviços, conceitos, e com isso façam escolhas mais informadas, evitando armadilhas

e para saber onde obter ajuda, melhorando a longo prazo o seu bem-estar financeiro.

Já a alfabetização financeira é a capacidade de usar este conhecimento e as

habilidades adquiridas para gerir de forma eficaz os recursos, proporcionando um

bem-estar financeiro.

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Hung, Parker e Yoong (2009, p 22) chegaram a suas conclusões sobre

alfabetização financeira:

A extensão do problema realmente representa e a melhor maneira de solucioná-lo. Uma grande parte deste debate pode estar ligada ao fato de que uma grande quantidade de variação continua a existir na forma como pesquisadores definem e medem a alfabetização financeira em si. Estudos que tratam de diversos programas de educação financeira como um proxy para alfabetização financeira precisam ser explícito sobre esta hipótese; enquanto estudos que medem diferentes aspectos da alfabetização financeira bem podem alcançar conclusões diferentes ao observar o impacto de sua medida comportamento. Fornecendo uma revisão das abordagens teóricas e operacionais para alfabetização financeira.

A importância da alfabetização do indivíduo é vista pela Organização das

Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura como:

Ao longo de sua vida, quanto mais você aprende e, assim, vir a conhecer, mas especialmente quanto mais cedo você dominar e adotar proficientes aprendendo habilidades, hábitos e atitudes, quanto mais informações você tornar-se alfabetizado, assim sua competência na aplicação e utilizando essas habilidades, hábitos e atitudes irá permitir que você tenha oportunas decisões para lidar com bem-estar pessoal e familiar, educacional, relacionados com emprego de cidadania e outros desafios.(UNESCO, 2008, p.146)

Cerca de sete anos após o início da grande recessão nos Estados Unidos em

2008, a literácia financeira dos consumidores continua a ser um assunto de intensa

discussão no âmbito acadêmico, negócios e comunidades de formulação de políticas

governamentais, o conceito, no entanto, é muito mais amplo e generalizado. O debate

em curso permanece como líder informativo e construtivo, em muitos casos a

chamadas para a ação e iniciativas especificamente concebidas e orientadas para

debelar a percepção de falta de conhecimento entre o amplo grupo de consumidores

(ROSACKER; ROSACKER, 2015).

A questão do conhecimento financeiro voltado para a sociedade, para as partes

interessadas e conhecedoras há uma enorme necessidade e demanda para esforços

educacionais que focalizados irão desenvolver uma capacidade imediata e de longo

prazo nos assuntos educacionais para tomar boas decisões financeiras que irão

beneficiar o seu próprio bem-estar econômico ao mesmo tempo em fornecer correta

e estímulos positivos para a economia agregada (ROSACKER; ROSACKER, 2015).

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A literácia financeira é um conjunto de conhecimentos e competências

necessárias para as pessoas a proteger-se financeiramente e comportarem-se de

forma ativa no mercado de produtos e serviços financeiros, cidadãos financeiramente

alfabetizados são bem versados em questões de moeda e preços, e são capazes de

gerir o seu orçamento pessoal responsável. As finanças são parte importante da vida

cotidiana e da literácia financeira é a melhor maneira de prevenir o sobre

endividamento dos cidadãos (TOMÁSKOVÁ, 2011)

O termo literácia financeira pode abranger conceitos que vão desde a

sensibilização e conhecimento financeiro, produtos financeiros, instituições e

conceitos, habilidades financeiras, e capacidade financeira de investir, em termos de

gestão de dinheiro e planejamento financeiro (XU; ZIA, 2012, p. 02).

A falta de entendimento financeiro tenha sido como um fator que contribui para

poupança insuficiente e para as crises econômicas, as consequências potencialmente

graves de baixa literácia financeira, cabe às decisões políticas e os profissionais da

educação para entender a melhor forma de melhorar a literácia financeira,

especialmente entre os jovens. Entender os fatores associados com literácia

financeira sob configurações atuais do programa educacional é um primeiro passo

importante no desenvolvimento adequado de materiais educativos. (CAMERON,

2014).

A importância do contexto apresentado no tema foi subsidiada por muitas

pesquisas realizadas na área, HUNG, PARKER e YOONG 2009, ROSACKER;

ROSACKER, 2015, TOMÁSKOVÁ, 2011, XU e ZIA, 2012, CAMERON, 2014,

LUSARDI e MITCHELL, 2011, ROBSON, 2012, AGNEW e HARRISON, 2015,

A nova era financeira vai impor uma carga muito mais pesada sobre os

trabalhadores do que no passado para se tornar financeiramente alfabetizados - para

aprender a processar informações econômicas e tomar decisões informadas sobre as

finanças domésticas, muitas pessoas lamentavelmente desconhecem economia

básica e finanças, deficiências que podem levá-los a cometer erros graves e muitas

vezes irreversíveis. A maioria de investigação sobre estes tópicos tem-se centrado

sobre o nível e a extensão do analfabetismo financeiro nos Estados Unidos

(LUSARDI; MITCHELL, 2011).

As práticas e políticas em relação à vulnerabilidade de grupos capazes têm

avançado consideravelmente no Canadá, acreditam que há muitos fatores que

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determina bem-estar, ou inversamente a vulnerabilidade e a exclusão financeira.

Estes incluem fatores individuais, tais como a resiliência e capital social, fatores

institucionais como legislação pública e sistemas fiscais e de transferência e fatores

globais como ciclos econômicos e bens públicos (ROBSON, 2012). Na literatura sobre

a diferença de gênero nos níveis de literácia financeira, o estudo de Agnew e Harrison,

(2015) em sua busca tentou estabelecer se o mesmo diferencial existente nas

amostras de estudantes universitários da Inglaterra e da Nova Zelândia e em que as

diferenças de género medida são predominantes em atitudes em relação à dívida

devido à pouca pesquisa sobre a compreensão da relação entre os níveis de literácia

financeira, e as atitudes de débito do estudante.

Sobre o tema da discrepância de gênero no que diz respeito à alfabetização

financeira é relativamente extensa, com a conclusão geral de que os homens têm

níveis mais elevados de literácia financeira do que as mulheres confirmando o viés de

gênero que tem sido relatado na literatura em geral. (AGNEW; HARRISON, 2015).

Como se verifica, para o conceito de literácia financeira não existe uma

definição única e universal, mas o conceito parece tornar-se cada vez mais

abrangente, passando da mera gestão do dinheiro para a inclusão de conhecimentos

e competências da área financeira em geral.

Após analisar as pesquisas em temos mundiais sobre programas de

alfabetização financeira que estão se tornado ingredientes chaves da política

financeira em todo mundo as pesquisadoras Xu e Zia (2012, p. 09) concluíram que:

• As mulheres têm um nível mais baixo de literácia financeira em termos

mundiais;

• A literácia financeira segue uma forma de “U” invertido em relação a idade,

o que significa disser que as pessoas idosas e as crianças têm um menor nível

de literácia financeira;

• A localização geográfica e as diferenças de raças e etnias têm influência

no nível de literácia financeira;

• Nos países desenvolvidos a literácia financeira está relacionada com o

planejamento da aposentadoria, com a análise de investimentos mais

sofisticados, estudos de dívida e hipoteca, e pode ter até outras implicações

macroeconômicas; e

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• Nos países subdesenvolvidos a literácia financeira está relacionada a

temas de abertura de conta bancária, seguros, e baixa alfabetização de

negócio participação generalizada em temas de educação financeira.

Desde 2008, uma sequência aparentemente interminável de crises

econômicas, bolhas de habitação, crises de crédito, escândalos corporativos e

salvamentos tinha dado origem a novas tensões e turbulências em todo o mundo, bem

como uma nova categoria de protestos anticorporação e anticapitalismo. Enfatizando

a crescente disparidade de riqueza a nível mundial entre ativistas ricos e pobres,

intelectuais públicos e consumidores irritados colocar pressão sobre a classe política

para frear o capitalismo desenfreado e conceber uma melhor proteção financeira e

alívio da dívida sistemática. (GIESLER; VERRESIU, 2014)

No Brasil, pode-se dizer que esta preocupação é recente, devido à falta de

políticas públicas voltadas a esta temática. As finanças era um assunto um pouco

ignorado pelas pessoas e a literácia financeira não tem sido amplamente tratada em

contextos de países em desenvolvimento, porem foram realizados trabalhos sobre

literácia financeira no ensino superior (BRAIDO, 2014, SERRA; OLIVEIRA, 2015,

MEDEIROS; DANTAS; SILVA; PEREIRA, 2014, POTRICH; VIEIRA; PARABONI,

2013).

No cenário brasileiro, o assunto foi destaque nos trabalhos conduzidos por

Potrich; Vieira e Paraboni, (2013). O estudo investigou 534 estudantes de diferentes

semestres e cursos de universidades públicas e privadas da cidade de Santa Maria -

Rio Grande do Sul, com a finalidade de mensurar e avaliar o comportamento financeiro

mantido pelos estudantes universitários na gestão financeira, utilização do crédito

pessoal, consumo planejado, investimento e poupança.

Os autores chegaram à conclusão do estudo que os universitários, inclusive,

de áreas como Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, que

apresentam em sua grade curricular disciplinas de finanças, possuem um baixo nível

de compreensão em relação a assuntos que podem ser vistos e acompanhados quase

que diariamente nos noticiários ou até vivenciados em situações de compra de

mercadorias, preocupante, à medida que o entendimento sobre taxas de juros,

inflação, valor do dinheiro no tempo é imprescindível para a realização de transações

financeiras cotidianas.

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Como principal conclusão, constata-se que os universitários não apresentam

níveis desejados de alfabetização financeira, dado o comportamento mediano em

determinados aspectos de gestão financeira, tais como a poupança e, principalmente,

os níveis insatisfatórios de conhecimento e compreensão de questões financeiras

(POTRICH; VIEIRA; PARABONI, 2013).

Neste contexto, a questão da literácia financeira traz implicações ao ratificar a

urgência e a necessidade de serem desenvolvidas ações efetivas para minimizar o

problema do analfabetismo financeiro.

Dentre outros aspectos, a inclusão financeira e o acesso aos serviços

financeiros estão relacionados com os conhecimentos relativos a serviços bancários

básicos. Um estudo do Instituto Mundial dos Bancos de Poupança, denominado

“Access to Finance Resolution”, publicado em 2004, concluiu que a exclusão

financeira nos países em desenvolvimento se deve à falta de conhecimento sobre

questões relacionadas com o dinheiro em geral. Neste sentido, a educação financeira

é vista como uma estratégia para aumentar a inclusão financeira, uma vez que uma

conta bancária permite uma melhor gestão do rendimento e um maior controle dos

gastos. Ou seja, o desenvolvimento do conhecimento financeiro permite a construção

de uma educação financeira que favorece a inclusão.

Considerando-se a discussão feita sobre literácia financeira, hipotetiza-se:

H1: O nível de conhecimento financeiro varia de acordo com variáveis sócio

demográficas (gênero, renda pessoal);

H1a: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu

gênero;

H1b: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu

nível de renda pessoal;

2.2 Educação Financeira

A educação financeira pode ser entendida como um conjunto de informações

básicas sobre como fazer a melhor gestão do próprio dinheiro, o que envolve elaborar

e acompanhar o orçamento pessoal ou familiar, comprar, poupar, investir e, de modo

geral, usar o dinheiro de forma eficaz, visando atingir objetivos mais rapidamente;

também envolve conhecer o funcionamento dos principais produtos financeiros

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disponíveis no mercado, além de contribuir na tomada de decisões, como a compra

de uma casa ou de um carro, o pagamento de um curso, o início de um negócio próprio

ou o delineamento de um plano para a aposentadoria (NAKATA, 2014).

De acordo com Silva (2004), a falta de uma cultura ampla de planejamento

privou os brasileiros de conhecerem a real importância da gestão financeira pessoal

para sua própria qualidade de vida. A boa educação financeira, consequentemente,

promove a gestão dos recursos existentes e mantém o equilíbrio entre a razão e a

emoção na hora de consumir, assumindo o poder de cada um em suas escolhas e na

construção de novos conhecimentos, além de desenvolver a capacidade criativa para

transformar recursos.

Segundo Teixeira (2011), o ato de educar é a tarefa de instruir, preparar e

habilitar um indivíduo ou grupo de indivíduos para a sociedade, em um sentido mais

amplo, a educação é capaz de reduzir os hiatos sociais e os desequilíbrios

econômicos.

Desse modo a educação suporta a responsabilidade da formação social,

conforme o trecho:

A educação como função social é uma decorrência da vida em comunidade e participa do nível e da qualidade da própria vida em comum. É por este modo que adquirimos a língua, religião e os nossos hábitos fundamentais. É por este modo que somos brasileiros, que somos de nossa classe, afinal o que somos. A família, a classe, a religião são instituições educativas, transmissoras dos traços fundamentais de nossa cultura. (TEIXEIRA, 2011, p.43)

Na abordagem do educador e filosofo Paulo Freire a educação como uma

libertação dos oprimidos, ou seja, ela deve ser inquietadora, perturbadora e

revolucionária.

A crença da humanização para educadores e educandos a concepção de uma

educação problematizadora pode ser sintetizada da seguinte forma:

A educação desafia a procurar a emersão das consciências para que aconteça a inserção crítica do sujeito na realidade, facilitando a construção da consciência reflexiva e politizada acerca dos fios que tecem a realidade social. Assim a educação problematizadora precisa centrar suas preocupações para o aprofundamento da tomada de consciência que opera nos homens enquanto agem. (FREIRE, 2008, p.135)

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Assim, a educação está muito além das salas de aula e dos livros didáticos,

pois ela abrange todo o processo de aprendizagem e transmissão de conhecimento

ao longo da vida de cada indivíduo.

De acordo com Freire (2008), há dois modelos de educação: a educação

bancária que torna as pessoas alienadas e oprimidas pelo excesso de consumo e da

necessidade de adequação as regras impostas pelo mercado, e a outra é a educação

libertadora na qual as pessoas se tornam livres e mais conscientes, capazes de

transformar seu futuro. Não existe a educação, mais sim um conjunto de educações,

no qual o homem pode atingir seus objetivos e construir seu futuro a partir de suas

próprias escolhas.

Neste contexto, é de fundamental relevância que os indivíduos estejam

preparados para enfrentar e para se integrar com o ambiente em que estão inseridos.

No que se refere à abordagem deste estudo a educação financeira segundo a

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE (2015) é uma

competência necessária para a vida das pessoas e uma componente chave para a

estabilidade e o desenvolvimento econômico.

A definição de educação financeira é descrita como:

O processo pelo qual os consumidores/investidores financeiros melhorar sua compreensão dos produtos financeiros, conceitos e riscos e, através de informações, instruções e/ou aconselhamento objetivo, desenvolver as habilidades e a confiança para se tornar mais conscientes dos riscos financeiros e oportunidades, fazer escolhas informadas, saber onde procurar ajuda e tomar outras medidas eficazes de melhorar o seu bem-estar financeiro. (OCDE, 2015, p.03)

Nesta perspectiva, a educação financeira tem uma grande importância na

medida em que permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos para que

possam tomar decisões acertadas e fazer uma boa gestão de suas finanças pessoais.

Esta habilidade contribui para que haja uma maior integração entre indivíduo e

sociedade, o que lhe propicia o bem-estar.

É importante destacar a íntima relação existente entre a educação financeira e

a literácia financeira ou conhecimento financeiro, na maioria das definições de

educação financeira invoca a ideia de aumentar o conhecimento por meio do

fornecimento de competências relacionadas à compreensão, poder de escolha e de

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decisão nas áreas das finanças pessoais (compreensão dos produtos e dos serviços

financeiros e suas respectivas características).

A educação Financeira passa a receber bastante atenção de pesquisadores,

tendo-se como pressuposto que um maior conhecimento financeiro pode ajudar as

pessoas a terem maior consciência das variáveis envolvidas numa decisão,

aumentando, assim, a eficiência na tomada de decisões.

No meio acadêmico ainda não há um consenso sobre os melhores

instrumentos para mensuração de educação e alfabetização financeira. Nos últimos

anos foram realizados diversos trabalhos com esta temática dentre os quais foram

analisados: HUSTON, 2010; ROSACKER; ROSACKER, 2015. BOYLAND; WARREN,

2013, XU; ZIA, 2012, ANDERLONI; VANDONE, 2010,

Huston (2010) que resume uma ampla gama de medidas de literácia financeira

afirma que, frequentemente, o termo alfabetização financeira tem sido confundida com

a educação financeira ou conhecimento financeiro. Estes construtos diferem-se

substancialmente, sendo que a alfabetização financeira vai além da educação

financeira, pois este exige que os indivíduos tenham o entendimento (a educação ou

conhecimento) e a sua aplicação correta destes na gestão das finanças pessoais.

A educação financeira, muitas vezes confundida com o conhecimento

financeiro, compreende, principalmente, na capacidade dos indivíduos em aplicar ou,

colocar em prática, todos os conhecimentos obtidos, através de decisões de cunho

econômico e financeiro. (HUSTON, 2010)

O superendividamento do consumidor e de falência das famílias fornecer

evidências para apoiar ações para avaliar os atuais níveis de literácia financeira e

explorar meios para melhorá-lo, uma construção é necessária para medir a

capacidade dos consumidores para tomar decisões financeiras eficazes. (HUSTON,

2010)

Conforme a análise de Rosacker e Rosacker (2015), o debate sobre a temática

tem caráter tanto informativo como construtivo, em muitos casos a chamadas para a

ação e iniciativas especificamente concebidas e orientadas para debelar a percepção

de falta de conhecimento entre o amplo grupo de consumidores existentes em

qualquer sociedade no mundo.

Dentro desta base de consumidores distintos que as maiores oportunidades

existem para educadores e instituições de ensino para desempenhar um papel neste

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importante debate e a identificação final e implementação de uma solução eficaz,

eficiente e oportuna para resolver esta questão fundamental da educação e

alfabetização financeira. (ROSACKER; ROSACKER, 2015).

Para os autores a questão da educação financeira:

Educadores pós-secundárias e instituições acadêmicas se veem confrontados com tanto um problema e uma oportunidade. A questão, é claro, é a alfabetização financeira para os jovens adultos (18-22 anos de idade - a geração do milênio), enquanto a oportunidade é representada pela chance de fazer a diferença, para educar, ensinar, para ter um impacto duradouro em nossos alunos - a meta de faculdades e instituições de ensino superior. (ROSACKER; ROSACKER, 2015, p. 04).

Já Boyland e Warren (2013), melhorar a alfabetização financeira de estudante

tornou-se dos principais objetivos das faculdades e universidades nos Estados Unidos

nos últimos anos. Muitas escolas estão instituindo programas para aumentar a

alfabetização financeira de estudante a fim de melhorar em seus alunos a qualidade

de vida e diminuição da taxa de inadimplência de estudantes tomadores de

empréstimos.

O objetivo do estudo foi avaliar a alfabetização financeira atual de alunos de

graduação em uma Universidade do Sul de Nova Inglaterra, a fim de fornecer insights

sobre como tal programa podia ser personalizado para as necessidades exclusivas

de seu corpo discente, tendo como resultado em sua abordagem que a educação

financeira em estudantes nacionais e internacionais existiam deficiências em ambos

os grupos e são maiores para este último grupo (BOYLAND; WARREN, 2013).

Diante o exposto as autoras XU e ZIA, (2012), chamam a atenção em seu

estudo, quanto à existência de uma série de programas de educação financeira em

andamento ao redor do mundo a baixos níveis de alfabetização financeira.

O número de avaliações de impacto de tais programas nos países em

desenvolvimento tem vindo a aumentar rapidamente e a crescente literatura está

começando a fornecer lições para políticos.

Os programas de educação financeira voltados ao consumidor visam aumentar

a consciência e o conhecimento de produtos financeiros e influenciam o

comportamento, tais como a economia financeira e planejamento. Nos países

desenvolvidos, muitos programas enfatizam a preparação para a aposentadoria, a

importância da economia e o desenvolvimento da alfabetização financeira geral,

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particularmente para os jovens. Nos países em desenvolvimento, onde a maioria da

população não tem acesso a serviços financeiros formais, intervenções alvo a

aceitação dos produtos, tais como contas de poupança e seguro, bem como a

promoção de poupança (XU; ZIA, 2012). Quanto à análise da relação entre

comportamento e sobreendividamento para combater a fragilidade financeira do

agregado familiar, a mais importante função da educação financeira é para agir como

uma preventiva medida para controlar o endividamento. Como tal, educação ajuda

para alavancar o conhecimento de indivíduos em relação a transições financeiras, e

assim, dando-os ferramentas para fazer responsável e informado para as decisões

(ANDERLONI; VANDONE, 2010)

Como resultado, esses indivíduos sistematicamente subestimam o risco de não

ser capaz de cumprir seus compromissos financeiros. Além disso, eles superestimam

os benefícios imediatos e subestimam os custos futuros; tal comportamento leva à

decisão de compra, usando a dívida, se necessário, independentemente do efeito que

esta escolha pode ter sobre a sustentabilidade dos níveis de endividamento futuro

(ANDERLONI; VANDONE, 2010).

No estudo da educação financeira, acredita-se que a mesma pode ajudar as

pessoas a terem consciência de todas as variáveis envolvidas numa decisão,

fornecendo instrumentos para uma tomada de decisão eficiente e, assim, aumentando

a conscientização dos indivíduos.

No Brasil, um estudo realizado por Mette e Matos (2015) que apresentaram

uma revisão de artigos teórico-empíricos e realizaram uma análise das principais

metodologias utilizadas acerca do assunto de educação financeira, no Brasil e no

mundo, constatou com o mapeamento que a academia brasileira ainda não se

compare com a internacional em número de estudos na área de educação financeira.

Há uma relação positiva entre o desenvolvimento de uma educação financeira

na população e sua maior conscientização no processo de tomada de decisão. Isto é,

quanto mais o indivíduo tiver conhecimento sobre itens econômicos, riscos e retornos

esperados no mundo financeiro, mais ele tomará suas decisões de acordo com suas

reais necessidades. Porém, cabe destacar que o Brasil ainda carece de informação e

sua população ainda precisar entender a dimensão da importância de se ter esse

sistema educacional bem desenvolvido (METTE E MATOS, 2015).

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A educação financeira pode ser conceituada como tendo duas dimensões-

compreensão (conhecimento de finanças pessoais) e utilização (aplicação de finanças

pessoais). Já a literácia financeira poderia ser definido como medir o quão bem um

indivíduo pode compreender e utilizar informação relacionada com finanças pessoais.

(HUSTON, 2010).

Para Donadio, Campanário e Rangel (2012), devido à grande relevância do

assunto, o desenvolvimento de estudos mais aprofundados sobre o grau de

alfabetização financeira da população brasileira, uma vez que ela pode ter

características distintas daquela concebida para países mais desenvolvidos, que têm

diferentes históricos sociais e financeiros.

Um aprofundamento em todas as linhas que envolvem o termo educação

financeira, como a construção de propostas a serem expandidas à população com o

objetivo de aumentar sua consciência financeira em um país onde há incentivo ao

consumo, tanto os pesquisadores, acadêmicos, instituições públicas e privadas se

esforcem com o objetivo de garantir uma saúde financeira de longo prazo para a

população, sendo possível expandir isso à todas economias mundiais.

A expansão das pesquisas em educação financeira tem como fim garantir um

bem-estar para a população, fornecendo, além de acesso a créditos e investimentos,

informações para que a saúde financeira e econômica desta se mantenha saudável.

Neste estudo assume-se que a educação financeira de alunos de cursos da

área de negócios (economia, administração, contabilidade e comércio exterior) se

desenvolva ao longo dos semestres dos cursos, tendo em vista que a grade curricular

dos mesmos prevê uma evolução no estudo de disciplinas das áreas de economia,

finanças e contabilidade. Tal evolução na educação financeira deveria propiciar ao

aluno conhecimentos, habilidades e atitudes que poderiam se refletir em seu nível de

literácia financeira e em seu comportamento de endividamento.

Considerando-se a discussão sobre os temas literácia financeira e educação

financeira, hipotetiza-se:

H2. O nível de conhecimento financeiro se altera à medida em que aumenta o

nível de educação financeira (evoluem no curso de graduação).

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H3. O nível de conhecimento financeiro se altera dependendo do curso no

qual o aluno está matriculado.

2.3 Determinantes comportamentais para o não endividamento financeiro

A literatura sobre a relação de causa e efeito entre a educação financeira e da

literácia financeira é particularmente limitada, no desenvolvimento de um instrumento

para medir a literácia financeira, seria importante para determinar não só se uma

pessoa sabe a informação, mas também se pode aplicá-lo de forma adequada.

As pessoas se endividam no futuro para antecipar o benefício do uso imediato

do produto ou serviço. Sabe-se que está propensão à antecipação da recompensa

(uso do bem/serviço) depende do conhecimento financeiro, de atitudes perante a vida

e ao crédito, e dos comportamentos que levam o indivíduo ao endividamento.

Escolhas intertemporais definem-se como escolhas que envolvem trocas entre

custos e benefícios que ocorrem em diferentes pontos temporais, estão sujeitas a uma

restrição orçamentária intertemporal; que é uma medida do total de recursos

disponíveis para o consumo presente e futuro. A antecipação do consumo pode ser

explicada pelo modelo de Irving Fisher (1930), no qual se assume que o consumidor

é forward-looking e escolhe o consumo presente ao invés do consumo futuro, a fim de

maximizar o nível de satisfação presente, quando se decide gastar hoje em vez de

guardá-lo para o futuro. Isso é o que se denomina decisão intertemporal (VARIAN,

2006).

Tendo em vista que muitos agentes tomam decisões incompatíveis com

atitudes baseadas nas expectativas racionais. As finanças comportamentais

correspondem a uma área de estudo que busca explicar a influência da psicologia no

comportamento dos agentes no mercado financeiro.

Segundo os estudos de Mette e Matos (2015) ao apresentar uma revisão de

alguns dos principais estudos teórico-empíricos, nacionais e internacionais, sinalizam

que dentro desta corrente teórica apresenta-se uma quantidade cada vez maior de

pesquisadores que se preocupam em analisar se a formação financeira influência nas

decisões de consumo e investimento.

Simon (1955) afirmou que a complexidade dos problemas e a própria

capacidade cognitiva dos indivíduos limitavam a capacidade destes de tomarem

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decisões sobre perfeita racionalidade, introduzindo assim o pressuposto da

racionalidade limitada no processo de tomada de decisões, oriunda da informação

assimétrica ou informação incompleta.

Na década de 70, começaram a se destacar os economistas comportamentais,

a partir da divulgação do estudo seminal nas finanças comportamentais, com a Teoria

do Prospecto desenvolvida por Kahneman e Tversky (1979). Sendo que as decisões

financeiras podem ser influenciadas por processos mentais e que atitudes não

racionais dos agentes econômicos podem impactar o comportamento das variáveis

financeiras.

Para Mauro e Salomé (2016) os modelos e as políticas baseadas na concepção

de agencia racional produzem inferências acerca de como os agentes pensam as

razões das suas ações, ou como vão agir, falham com frequência pelo que devemos

ser permeáveis pensamentos diferentes sobre o que leva os agentes a agir.

A economia comportamental pretende fornecer com objetividade respostas a

problemas concretos baseadas em comportamento humano fornecendo um conjunto

psicologicamente mais realista de instrumentos de compreensão da ação humana que

permite explicar comportamentos previamente identificados como irracional pela

chamada economia neoclássica. (MAURO; SALOMÉ, 2016)

A Teoria Econômica Neoclássica foi estabelecida a partir de modelos de

equilíbrio geral e parcial, utilizando como pressupostos a existência de uma

concorrência perfeita, com os agentes utilizando sempre a racionalidade perfeita.

Assim, todo participante do mercado tem como objetivo a maximização dos

resultados. (METTE; MATOS, 2015)

Na Teoria do Prospecto, a aversão ao risco só ocorre no campo dos ganhos,

porém quando é apresentada a um indivíduo a possibilidade de perda, este indivíduo

tende a ser propenso ao risco. Esta propensão ao risco no campo das perdas é um

dos “erros” identificados na Teoria da Utilidade Esperada, base da teoria moderna das

finanças, pois a teoria das carteiras afirma que o indivíduo está disposto a correr risco

desde que seu retorno esperado seja diretamente proporcional (METTE; MATOS,

2015).

Gathergood (2012) afirmou que falta de autocontrole e uma baixa educação

financeira possuem correlação positiva com a falta de pagamento de cartões de

crédito, resultando em um endividamento. Estes consumidores tendem a utilizar o

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crédito de maneira mais impulsiva e com valores maiores, daqueles que possuem um

maior autocontrole, sendo estes os principais itens para um superendividamento

individual.

Decorrente da conceituação apresentada é importante reconhecer que a

literácia financeira e conhecimento financeiro são ambos capitais humanos, mas

diferentes construções, conhecimento financeiro é uma dimensão integral, mas não

equivalente a literácia financeira que tem uma dimensão aplicação adicional que

implica que um indivíduo deve ter a capacidade e confiança para usar o conhecimento

financeiro para tomar decisões financeiras. (HUSTON, 2010)

A educação financeira é uma entrada destina-se a aumentar o capital humano

de uma pessoa, especificamente conhecimento financeiro e sua aplicação.

Para o Departamento de Educação Financeira do Banco Central no Brasil

quanto ao gerenciamento de finanças pessoais acredita que: “Todo cidadão pode

desenvolver habilidades para melhorar sua qualidade de vida e a de seus familiares,

a partir de atitudes comportamentais e de conhecimentos básicos sobre gestão de

finanças pessoais aplicados no seu dia a dia.” (BCB, 2013, p.04).

Os esforços de educação que melhoram a alfabetização entre está população

podem levar a mudanças de comportamento. Por outro lado, se a educação financeira

dentro de uma população de famílias com recursos limitados com as receitas e

despesas não predizem independentemente uso destes produtos incerto, então a

educação pode ser menos eficaz do que outras formas de intervenção. (HUSTON,

2010)

Através da educação financeira entendida como um processo de transmissão

do conhecimento permite o desenvolvimento de habilidades e capacidades para a

tomada de decisões fundamentadas e seguras, melhorando o gerenciamento de

finanças pessoais. Quando há a compreensão lógica, aprimorada e dominada, os

indivíduos diante a um conjunto amplo de propriedades formais e as relações com o

ambiente tornam-se mais integrados a sociedade e mais atuantes no âmbito financeiro

e ampliam o seu bem-estar. (SAVOIA, SAITO E SANTANA, 2007).

Neste contexto, Huston, (2010) salienta que não podem apresentar

comportamentos ou aumentos previstos no bem-estar financeiro devido a

determinadas influencias como: desvios comportamentais / cognitivas, problemas de

autocontrole, família, pares, econômico, comunidade e institucional, podem afetar

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comportamentos financeiros e bem-estar financeiro. Uma pessoa que é alfabetizada

financeiramente, ou seja, tem o conhecimento e a capacidade de aplicar o

conhecimento.

Dada à importância da educação financeira para prover conhecimentos e

informações sobre comportamentos básicos que contribuem para melhorar a

qualidade de vida das pessoas e de suas comunidades. É também um instrumento

para promover o desenvolvimento econômico.

A qualidade das decisões financeiras dos indivíduos influencia, no agregado,

toda a economia, por estar intimamente ligada a problemas como os níveis de

endividamento e de inadimplência das pessoas e a capacidade de investimento dos

países (BCB, 2013).

Um ambiente econômico estável possibilitou o aumento da oferta de produtos

e serviços financeiros, entre eles o crédito, ampliando o poder de consumo de grande

parte da população, inclusive daqueles anteriormente excluídos do sistema financeiro.

Contudo, para usufruir dos benefícios econômicos que podem ser proporcionados por

esses produtos e serviços, é importante que os usuários e clientes do sistema

financeiro saibam como utilizá-los adequadamente (BCB, 2013, p.04).

Para isso, alguns conhecimentos e comportamentos básicos são necessários:

• Entender o funcionamento do mercado e o modo como os juros influenciam

a vida financeira do cidadão (a favor e contra);

• Consumir de forma consciente, evitando o consumismo compulsivo;

• Saber se comportar diante das oportunidades de financiamentos

disponíveis, utilizando o crédito com sabedoria e evitando o

superendividamento;

• Entender a importância e as vantagens de planejar e acompanhar o

orçamento pessoal e familiar.

Cabe salientar que em um cenário recessivo com grande vulnerabilidade

econômica e instabilidade econômica, os comportamentos individuais podem

ocasionar efeitos diferenciados ao se relacionar bem-estar financeiro do indivíduo.

A Serasa Experian, por meio de sua unidade de negócios Serasa Consumidor,

e o IBOPE Inteligência apresentam o Indicador de Educação Financeira (2014), esse

indicador tem como meta estabelecer uma leitura objetiva do grau de educação

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financeira do brasileiro em três dimensões – Conhecimento, Atitude e

Comportamento, identificando os pontos fortes e fracos e servindo, assim, de

orientação para futuras atuações, públicas e privadas, no intuito de aprimorar cada

vez mais o preparo do consumidor brasileiro para lidar com questões financeiras que,

com o avanço contínuo do mercado de crédito e da bancarização do Brasil, requerem

melhor posicionamento e discernimento (INDEF,2014).

Os estudos realizados sobre a temática demonstram uma relação positiva entre

o desenvolvimento de uma educação financeira na população e sua maior

conscientização no processo de tomada de decisão, ou seja, conhecimentos sobre,

itens econômicos, riscos e retornos esperados no mundo financeiros, contribuirá para

decisões de acordo com as reais necessidades dos indivíduos.

Dentro de um cenário financeiro em evolução rápido onde acesso a serviços

financeiros é feito mais fácil enquanto mais riscos estão sendo transferidos para os

cidadãos, alfabetização financeira tornou-se uma habilidade chave de vida para os

indivíduos, bem como micro e pequenas empresas. Educação financeira pode ajudar

a melhorar a alfabetização financeira, aumentando o conhecimento financeiro,

habilidades e atitudes (OCDE, 2015).

Porém, cabe destacar que o Brasil ainda carece de informação e sua população

ainda precisar entender a dimensão da importância de se ter esse sistema

educacional bem desenvolvido.

O processo de planejamento financeiro começa com planos financeiros ou

estratégicos de longo prazo que, por sua vez, orientam a formulação de planos e

orçamentos de curto prazo e pode ser definido como o processo formal que conduz o

acompanhamento das diretrizes de mudanças e a revisão, quando necessário, das

metas já estabelecidas, permitindo visualizar com antecedência as possibilidades de

investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que deve ser deixado

disponível, visando ao crescimento e à rentabilidade.

Considerando-se a discussão feita sobre educação financeira, literácia

financeira e endividamento, hipotetiza-se:

H4: O nível de endividamento do sujeito se relaciona com o seu nível de

conhecimento financeiro.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta seção menciona-se a metodologia aplicada na presente dissertação a

fim de verificar a relação da literácia financeira com o endividamento individual, o

universo alvo deste estudo correspondeu por conveniência aos alunos de graduação

na área de negócios de uma Universidade no município de São Paulo, cursos:

Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Administração de Empresas,

Administração de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior, correspondentes

ao Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA).

A reflexão sobre as escolhas da abordagem e do método de pesquisas trata-

se de momento fundamental e norteador das investigações científicas; é a

oportunidade na qual o pesquisador opta pelo caminho que será seguido para

compreender seu objeto de estudo. Dada essa relevância, Godoy (2005, p.90)

ressalta que a qualidade de uma pesquisa implica no pesquisador expor

detalhadamente sua metodologia e delineamento “de forma que um avaliador, ou

simplesmente um leitor do estudo, possa apreciar e julgar se a pesquisa é adequada

e faz sentido”.

3.1 Métodos de Investigação

O presente estudo alinha-se com essa perspectiva e esboça, brevemente, suas

pretensões metodológicas para investigação do problema de pesquisa e consecução

dos objetivos propostos.

O planejamento inicialmente proposto para abordagem metodológica será

pautado por métodos quantitativos que de acordo com Richardson (2007, p.70).

Caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas que representa, em princípio, a intenção de garantir a previsão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando consequentemente, uma margem de segurança quanto às inferências.

Os métodos quantitativos serão utilizados em três momentos: (a) na

caracterização e no mapeamento do padrão do endividamento dos graduandos na

IES (descritivo); (b) no mapeamento do nível de literácia financeira

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(descritivo/analítico); e, por fim, (c) nas análises dos relacionamentos entre educação

financeira, literácia financeira, nível de endividamento (em dois cenários distintos) e

variáveis sócio demográficas (analítico).

3.2 Método e técnicas de recolha dos dados

Adota-se neste estudo o método exploratório e descritivo, para se atender aos

objetivos propostos para este estudo.

Conforme aponta Richardson (2007, p.71), justifica-se o uso do método

descritivo porque:

O estudo descritivo pode abordar aspectos amplos de uma sociedade, porém as correlações entre as variáveis são fundamentais para diversas Ciências Sociais, porque permite controlar simultaneamente, grandes números de variáveis e, por meio de técnicas estatísticas de correlação especificar o grau pelo qual diferentes variáveis são relacionadas, oferendo ao pesquisador entendimento do modo pelo qual as variáveis estão operando.

As características particulares do problema de pesquisa sugerem a opção por

uma abordagem exploratória no sentido de propiciar uma visão geral acerca de

determinado fato ainda não explorado pois, segundo Richardson (2007, p 17),

[...] o desenvolvimento das Ciências Sociais é recente, portanto, existe uma quantidade de pesquisas de natureza exploratória, em muitos casos, os pesquisadores estudam um problema cujos pressupostos não são claros ou são difíceis de encontrar.

3.3 Instrumento de pesquisa

Quanto a procedimentos técnicos, o instrumento de recolha de dados utilizado

será o inquérito por questionário, dirigido aos alunos graduandos correspondente ao

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA), sendo o mais adequado aos objetivos

de estudo, pela interrogação direta das pessoas, com a finalidade de se obter

informações a um grupo significativo de pessoas sobre o problema em estudo, para

que, posteriormente, mediante uma análise quantitativa, seja possível obter

conclusões correspondentes aos dados coletados.

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Antes da aplicação final do questionário, foi efetuado um teste piloto junto a

sujeitos que têm o perfil delineado na amostra, de modo a se verificar o tempo de

resposta e a compreensão das questões e dos cenários propostos no instrumento de

pesquisa.

O questionário foi dividido em cinco partes: 1) Identificação do perfil do

respondente; 2) Uso de crédito (curto e longo prazo); 3) Conhecimento financeiro; 4)

Conhecimento econômico; 5) Comportamento financeiro.

Quanto aos cenários econômicos baseados em informações reais sobre a

combinação de dados de dois países da América do Sul. Logo, os cenários que o

respondente analisava eram fictícios nos quais se criou duas situações: uma de

recessão (Barprucia) e outro de expansão (Lurânia).

3.3.1 Identificação do Perfil

Para a identificação do perfil foram consideradas as seguintes variáveis:

gênero, idade, renda, curso que frequenta, semestre no qual está matriculado, tempo

de trabalho e renda pessoal. Essas variáveis foram colhidas em escalas categórica

(gênero, renda, curso, semestre, tempo de trabalho e renda pessoal) e intervalar

(idade).

3.3.2 Uso de crédito

Para uso de crédito foram considerados: contratos de curto prazo (cartão de

crédito, empréstimo com familiares, cartão de débito ou cheque especial, antecipação

de restituição de imposto de renda, carnê de lojas, antecipação do 13º. Salário,

cheque descontado) e contratos de longo prazo (empréstimos contraídos na empresa

onde trabalha, financiamento para aquisição de bens móveis e de bens imóveis,

crédito consignado, empréstimo em banco, crédito pessoal e empréstimo em

financeira). Todas essas variáveis foram colhidas em escala categórica e foram

tratadas como sendo do tipo dummy (1 – utilização; 0 – não utilização).

Ainda como uso do crédito analisaram-se as situações pelas quais as pessoas

contrataram operações de crédito, sua intenção de pagar (ou não) os créditos

contratados, os motivos pelos quais pagaria (ou não) esses créditos, sua motivação

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para contratação e para liquidação do crédito. Todas essas variáveis foram colhidas

em escala categórica.

3.3.3 Comportamento financeiro

Para avaliar o comportamento financeiro foi adaptado o questionário utilizado

por Potrich., Vieira e Ceretta (2013). Esse questionário, por sua vez, foi adaptado de

instrumentos de pesquisa utilizados em estudos feitos anteriormente sobre o tema

(MATTA, 2007; CHEN e VOLPE, 1998). No questionário de Chen e Volpe (1998) havia

cinco dimensões: seguros, investimentos, poupança e empréstimos, conhecimento

geral de finanças e opiniões pessoais sobre finanças, decisões e educação financeira.

Cada uma dessas dimensões tinha uma série de variáveis (indicadores). No

questionário de Matta (2007) não havia proposta de dimensões (variáveis latentes),

mas sim dos seguintes itens: juros, utilização do crédito, gestão financeira,

investimento e poupança, aposentadoria, consumo planejado, empréstimo pessoal e

financiamentos.

O questionário proposto por Potrich, Vieira e Ceretta (2013) mensura o

comportamento financeiro; apresenta 20 afirmativas separadas em quatro dimensões:

gestão financeira, utilização de crédito, investimento e poupança e consumo

planejado. As respostas a essas variáveis eram dadas em uma escala do tipo likert

de 5 pontos, sendo 1 – nunca e 5 – sempre.

Optou-se, neste estudo, por usar o instrumento utilizado por Potrich, Vieira e

Ceretta (2013), mas com uma modificação na escala. Foram mantidos os cinco pontos

para a mesma, mas com significados diferentes, sendo 1 – discordo totalmente e 5 –

concordo totalmente e acréscimo de mais 3 afirmativas incluídas nas dimensões.

Então, ao invés de se buscar a frequência do comportamento, buscou-se a

concordância do respondente às afirmativas relacionadas ao seu comportamento

financeiro no dia a dia.

3.3.4 Conhecimento financeiro

Para avaliar o conhecimento financeiro elaborados dois conjuntos de questões.

O primeiro conjunto de questões se refere ao conhecimento básico de finanças,

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composto por três perguntas ligadas a valor presente e juros compostos. Neste grupo,

visou-se medir as habilidades financeiras básicas. O segundo grupo foi composto por

perguntas de conhecimento avançado, composto por cinco questões, onde buscou-

se analisar o nível de conhecimento relacionado a instrumentos financeiros, tais como,

ações, títulos e diversificação de risco. As questões foram retiradas de Abreu (2009).

Cada acerto se o respondente acerta a questão de conhecimento básico de finanças,

recebe 1 ponto e se acerta a questão de conhecimento avançado em finanças, recebe

2 pontos. Dessa forma, tem-se uma escala de zero (muito ruim em conhecimento

financeiro) a 13 (excelente em conhecimento financeiro).

Tal classificação foi estabelecida por Chen e Volpe (1998) onde os

respondentes foram analisados como detentores de baixo nível de conhecimento

financeiro (pontuação inferior a 60% do máximo), nível médio (entre 60% e 79% da

pontuação máxima) e alto nível de conhecimento (acima de 80% da pontuação

máxima).

A relevância desta diferenciação entre conhecimento básico, relacionando

conceitos genéricos com simplicidade, e avançado, relacionando conceitos com maior

grau de compreensão, devido a existência de características demográficas também

distintas que poderia levar a interpretações quanto aos resultados equivocados,

mesmo que qualquer medição da educação financeira seja uma aproximação do

conhecimento que os indivíduos devem possuir com vista a otimizar o seu

comportamento na tomada de decisão, de forma que não se poderia medir a

verdadeira carga de conhecimento financeiro.

3.3.5 Conhecimento econômico

Este tipo de conhecimento não foi analisado em estudos anteriores. Todavia,

considerou-se neste estudo que poderia ser uma variável importante a ser analisada.

Para tal desenvolveu-se uma parte do questionário no qual foram construídos dois

cenários relacionados a países fictícios. Esses cenários traziam as seguintes

informações: Índice de desenvolvimento humano (IDH), renda per capita, produto

interno bruto (PIB), taxa de juros, índice de desemprego, índice de inflação, saldo da

balança comercial, volume de vendas no comércio. Um dos países tinha um cenário

econômico otimista, e o outro, pessimista. Considerando esses cenários, o

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respondente deveria analisar as afirmativas propostas sobre eficiência do setor

público, superávit, ampliação de mercado interno, balança comercial, taxa de juros,

estabilidade econômica, aspectos fiscais e estabilização da economia nesses países.

As respostas envolviam o julgamento de que as alternativas fossem verdadeiras ou

falsas, havendo uma opção para registrar “não sei”. As respostas a essas questões

foram tratadas como variáveis do tipo dummy (1 – resposta correta; 0 – resposta

incorreta). As respostas “não sei” foram consideradas como dados faltantes

(missings). O questionário aplicado está disponível no Apêndice A.

3.4 População e amostra

É considerada população do estudo a totalidade dos alunos do Centro de

Ciências Sociais e Aplicadas de uma Universidade privada situada na cidade de São

Paulo. Nesse centro são ofertados os cursos de Economia, Administração,

Contabilidade e Comércio Exterior, no qual estão matriculados, no período noturno,

em setembro de 2016, 2.593 alunos, cabe ressaltar que a matricula é por disciplinas,

portanto a quantidade é uma média da etapa, excluindo-se os alunos dos sétimo e

oitavo semestres, que não são público alvo deste estudo.

Quadro 1 - Composição da população dos alunos do CCSA

Curso Campus 1ª

etapa

etapa

etapa

etapa

etapa

etapa

Administração - matutino H 218 236 191 157 73 75

Administração - noturno H 154 217 249 270 234 242

Administração - noturno A 19 36 0 41 20 25

Administração - matutino C 21 33 18 20 12 0

Administração - noturno C 18 19 26 12 19 34

Comércio Exterior - matutino H 57 116 51 90 31 23

Comércio Exterior - noturno H 37 117 96 127 97 122

Comércio Exterior - noturno A 0 17 0 16 0 17

Ciências Econômicas - matutino H 54 52 39 42 24 20

Ciências Econômicas - noturno H 60 67 58 64 58 60

Ciências Contábeis - matutino H 0 33 15 0

Ciências Contábeis - noturno H 29 48 41 44 38 64

TCCG H 25 18 16 26

Fonte: Secretaria Geral da Universidade (2016).

Legenda: Campus foi caracterizado com letras: H, A e C para o sigilo quanto identificação da universidade estudada.

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O quadro 1 apresenta a média dos alunos matriculados da primeira etapa a

sexta etapa, como também a oferta dos cursos em todos os Campus da universidade

pesquisada.

Deve-se destacar que no presente estudo foram considerados os alunos do

período noturno, do primeiro ao sexto semestre, conforme aparecem negritados no

quadro 1 e a amostra são de jovens universitários que estão no início de suas carreiras

profissionais.

Para se delinear o tamanho da amostra bem como a seleção dos elementos

que a compõem, utilizou-se um procedimento de amostragem probabilística e

população finita, conforme se apresenta nos quadros 2 (fórmula) e 3 (parâmetros da

fórmula). A estimativa do tamanho da amostra foi feita considerando-se uma única

amostra, sem estratificação.

Quadro 2 - Fórmula para estimativa do tamanho da amostra

n = Z2 . ^p . ^q . N_____

d2 . (N - 1) + Z2 . ^p . ^q

Fonte: STEVENSON (2001)

Quadro 3 - Explicação dos parâmetros da fórmula usada para estimativa do tamanho da amostra

n = tamanho da amostra

N = número de elementos da população (2.593 alunos)

Z = abcissa da Normal Padrão (1,96 para alpha de 0,05)

^p = estimativa da proporção de homens na população (50% ou 0,50)

^q = 1 - ^p (1 - 0,50 = 0,50)

d = erro amostral (0,05)

Fonte: STEVENSON (2001)

Considerando-se os parâmetros a amostra total deveria ser composta por 335

alunos. Foram colhidos dados de 709 alunos, conforme se apresenta no quadro 2, os

dados foram coletados no período noturno, tendo em vista que o curso de Ciências

Contábeis não tem oferta de todos os semestres no período matutino, o que impediria

a comparabilidade dos dados entre semestres.

O Quadro 4 mostra o total de alunos por curso e o tamanho da amostra colhida.

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Quadro 4 - Número total de alunos CCSA e número de alunos da amostra

Cursos/quantidade Economia Administração Contabilidade Comércio Exterior

Número total

Número total de alunos (CCSA)

367 1.366 264 596 2.593

Número de alunos na amostra

144 277 149 139 709

Fonte: Elaborado pelo próprio autor

O Quadro 5 demostra a separação dos 709 alunos em cada semestre, do

primeiro ao sexto semestre, explicitando a composição final da amostra.

Quadro 5 - Amostra do estudo com indicação por semestre

Semestre

Semestre

Semestre

Semestre

Semestre

Semestre

Ciências Econômicas 21 27 23 22 20 31

Ciências Contábeis 10 30 15 21 18 55

Administração de Empresas 72 65 43 21 22 54

Comercio Exterior 17 20 12 29 29 32

Fonte: Elaborada pelo próprio autor

A coleta dos dados foi realizada de forma aleatória no período de outubro a

novembro de 2016, de acordo com a disponibilidade de professores de cederem

tempo de suas aulas para que o aluno respondesse a pesquisa. Os alunos não eram

obrigados a responder e os questionários não eram identificados, não havendo assim

qualquer possibilidade de associação entre o nome do aluno e suas respostas,

mantendo-se a confidencialidade dos dados.

3.5 Tratamento dos dados

Os dados foram tratados em duas etapas: 1) Análise descritiva dos dados

utilizando medidas de tendência central e medidas de dispersão; 2) Análise

multivariada (análise fatorial confirmatória) para as variáveis relacionadas ao

comportamento financeiro (questões de v17 a v36), buscando-se validar as quatro

dimensões propostas por Potrich et al (2013).

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Apresenta-se a seguir o tratamento estatístico dos dados, na seguinte

sequência: análise descritiva, com apresentação de frequências e medidas de

tendência central; a análise multivariada, com apresentação de ANOVA e de análise

fatorial confirmatória (software R, método lavaan).

4.1 Análise descritiva dos dados

Esta seção está estruturada da seguinte forma: o perfil dos respondentes,

questões sobre o endividamento, questões referentes ao uso do crédito de curto e

longo prazo, conhecimento financeiro, conhecimento econômico em diferentes

cenários e, por fim, questões relacionadas ao comportamento financeiro.

4.1.1 Perfil dos respondentes

Os resultados a seguir caracterizam o respondente em termos de gênero,

idade, curso realizado, semestre no qual se encontra, disciplinas ligadas às áreas

financeiras e características sociodemográficas. A descrição que se faz do perfil do

aluno atende ao primeiro objetivo específico do trabalho: caracterizar a amostra

estudada em termos de variáveis demográficas (como gênero, renda pessoal e

familiar, dentre outras).

Na amostra de 709 respondentes encontrou-se 434 participantes do sexo

masculino, os quais representam 61,2% da amostra total e 275 participantes do sexo

feminino, os quais representam 38,8% do total de participantes.

Quanto à idade dos respondentes, para as mulheres a média foi de 21,72 anos,

sendo a idade mínima de 18 e a máxima de 48 anos, com desvio-padrão de 4,397

anos. Já a idade média dos homens foi de 21,45 anos, sendo a idade mínima 17 anos

e a máxima de 43 anos, com desvio padrão de 3,373 anos.

Quanto à distribuição nos cursos, encontrou-se: 144 respondentes (20,3%)

pertencentes ao curso de Ciências Econômicas, 149 (21,0%) respondentes do curso

de Ciências Contábeis, 277 (39,1%) respondentes do curso de Administração de

Empresas e, por fim, 139 (19,6%) participantes do curso de Administração de

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Empresa com habilitação em Comercio Exterior. Para melhor visualização das

diferenças de tamanho de amostra nos diferentes cursos, apresenta-se na Figura 3

um gráfico de barras das frequências.

Figura 3 - Composição da amostra por curso Fonte: Elaboração própria

No que se refere aos semestres nos quais os alunos se encontram

matriculados, tem-se: 120 participantes (16,9%) no primeiro semestre, 142

participantes (20,0%) no segundo semestre, 93 participantes (13,1%) no terceiro

semestre, 93 participantes (13,1%) no quarto semestre, 89 participantes (12,6%) no

quinto semestre e finalizando e 172 participantes (24,3%) no sexto semestre (figura

4).

Figura 4 - Composição da amostra por semestre no qual os alunos estão matriculados Fonte: Elaboração própria

20,3 21,039,1

19,6

144 149

277

139

0

50

100

150

200

250

300

Ciências Economicas Ciências Contábeis Administração deEmpresas

Adm. Habilitação -Comex

Cursos

% Curso Respondentes

1º semestre; 120; 16,9%

2º semestre; 142; 20,0%

3º semestre; 93; 13,1%

4º semestre; 93; 13,1%

5º semestre; 89; 12,6%

6º semestre; 172; 24,3%

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62

Quanto ao número de disciplinas da área de finanças que os respondentes já

haviam cursado, havia duas perguntas: se ele já havia cursado disciplinas da área, e

o número de disciplinas cursadas. São exemplos de disciplinas na área oferecidas

nos cursos nos quais os alunos estão matriculados: matemática financeira,

administração financeira, orçamento de capital e avaliação de projetos, planejamento

financeiro, mercado de capitais, estratégias financeiras, dentre outras.

Observou-se que 20,6% dos alunos não haviam cursado disciplinas da área

financeira. Dentre os que responderam, 55,7% cursaram entre 1 a 3 disciplinas.

Quanto à atividade profissional, 583 respondentes (82,2%) trabalham e 101

respondentes (14,2%) não trabalham (25, ou seja, 3,5% não responderam).

Em relação à renda mensal dos respondentes, observou-se que 175

respondentes (24,7%) não declararam o nível de renda. Isso não representa a

ausência de renda, o que não seria coerente com a distribuição dos que trabalham

(82,2%) ou não trabalham (14,2%). Dentre os que declararam ter renda, 196 (27,6%)

possuem renda até R$1.500,00, 241 (34,0%) possuem renda entre R$1.501,00 e

R$3.000,00, 54 (7,6%) possuem renda entre R$ 3.000,01 e R$ 4.500,00, 21 possuem

renda entre R$4.500,01 a R$6.000,00, e 22 (3,1%) possuem renda superior a

R$6.000,00 (figura 5).

Figura 5 - Composição da renda dos respondentes Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150 200 250

Não possui

Até R$ 1.500,00

R$ 1.500,01 a R$ 3.000,00

R$ 3.000,01 a R$ 4.500,00

R$ 4.500,01 a R$ 6.000,00

Acima de R$ 6.000,00

175

196

241

54

21

22

24,7

27,6

34

7,6

3

3,1

Renda

Percentuais Dados Brutos

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63

4.1.2 Perfil dos respondentes endividados

Com este levantamento busca-se identificar o nível de endividamento pessoal,

na análise do endividamento criaram-se variáveis do tipo dummy: 1 corresponde à

presença do quesito e zero corresponde à ausência do quesito.

Constatou-se que 79,5% (564) dos respondentes possuem comprometimento

da renda para pagamento de créditos obtidos. Do total dos endividados, 78,4% (442)

possuem comprometimento da renda entre 10% e 50%. A concentração maior ocorre

entre 30% e 50%, representando 53,0% da amostra figura 6.

Figura 6 - Composição do comprometimento renda com endividamento Fonte: Elaboração própria

Nas próximas seções são analisadas as respostas relacionadas ao nível de

endividamento. Tem-se como pressuposto que se o sujeito tem elevado nível de

conhecimento financeiro, ele é capaz de gerenciar melhor a utilização dos créditos

disponíveis.

4.2 Análise do uso do crédito (curto prazo e longo prazo)

Com a análise do uso do crédito (curto prazo e longo prazo) busca-se atender

ao terceiro objetivo específico da pesquisa: Identificar o nível de endividamento

pessoal na amostra estudada.

145

77

66

119

86

94

58

27

14

7

16

0 20 40 60 80 100 120 140 160

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

QUANTIDADE DE RESPONDENTES

CO

MP

RO

ME

TIM

EN

TO

DA

RE

ND

A

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Para análise do endividamento criaram-se variáveis do tipo dummy, sendo que

para cada opção foi criada uma variável com os níveis 1 (presença do quesito) e zero

(ausência do quesito). Após este procedimento, foi verificada a frequência de cada

quesito.

Cabe salientar que os respondentes poderiam assinalarem mais de uma

descrição referentes a créditos de curto e longo prazo que são demonstrados

conforme o quadro 6.

Ao perguntar se o respondente usava algum tipo de crédito, foi solicitado que

definisse o tipo de contratação, ou seja, se a contratação era de curto prazo ou longo

prazo. De 709 respondentes, 60 não escolheram nenhuma opção, 194 escolheram

uma opção e 455 escolheram mais de uma opção. Desta forma, as opções foram

assinaladas 1.322 vezes, conforme se apresenta no quadro 6. Analisando por gênero,

observa-se que 70,9% do grupo feminino assinalou mais de uma alternativa, enquanto

59,9% do grupo masculino assinalou mais de uma alternativa. Essa característica de

possuir maior número de contratos de crédito dificulta o planejamento e controle das

finanças pessoais.

Quadro 6 - - Quantidade de alternativas assinaladas por tipo de contrato e gênero

Quantidade de alternativas assinaladas

Número de respondentes

Quantidade total de alternativas

assinaladas

Masculino Feminino Total

0 44 10,1% 16 5,8% 60 8,5% 0

1 130 30,0% 64 23,3% 194 27,4% 194

2 180 41,5% 138 50,2% 318 44,9% 636

3 50 11,5% 38 13,8% 88 12,4% 264

4 17 3,9% 11 4,0% 28 3,9% 112

5 7 1,6% 7 2,5% 14 2,0% 70

6 5 1,2% 1 0,4% 6 0,8% 36

10 1 0,2% 0 0,0% 1 0,1% 10

Total 434 100% 275 100% 709 100% 1.322

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

Das 1.322 alternativas assinaladas, 1174 (88,8%) são de contratos de crédito

de curto prazo e 148 (11,2%) são de contratos de crédito de longo prazo. Pelos dados

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65

fica evidente a preferência dos respondentes, tanto feminino (78,8%) quanto

masculino (75,1%), pela utilização de créditos por meio de cartões de crédito (40,0%)

e cartões de débito/cheque especial (36,6%), conforme pode-se observar pelo quadro

7. Em outras palavras, a maioria dos contratos é de curto prazo, correspondendo a

88,8% das opções assinaladas.

Quadro 7 - Número de alternativas escolhidas de créditos de curto prazo por gênero

No. Descrição Masculino Feminino Total

1 Cartão de crédito 310 39,6% 219 40,6% 529 40,0%

2 Empréstimo com familiares 59 7,5% 32 5,9% 91 6,9%

3 Cartão de débito/cheque especial 278 35,5% 206 38,2% 484 36,6%

4 Antecipação da restituição do imposto de renda 0 0,0% 5 0,9% 5 0,4%

5 Carnê de loja, supermercados etc. 26 3,3% 14 2,6% 40 3,0%

6 Antecipação de 13o salário 11 1,4% 12 2,2% 23 1,7%

7 Cheque descontado com agiota 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Outros 2 0,3% 0 0,0% 2 0,2%

Total 686 87,6% 488 90,5% 1174 88,8%

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Quanto aos créditos de longo prazo, os respondentes apresentam a preferência

por financiamento para aquisição de bens móveis, tais como, os veículos com

participação de 3,2% da amostra, ou seja, 42 respondentes (quadro 8).

Quadro 8 - Número de alternativas escolhidas de créditos de longo prazo por

gênero

No. Descrição Masculino Feminino Total

8 Empréstimo na empresa onde trabalha 13 1,7% 6 1,1% 19 1,4%

9 Financiamento aquisição bens móveis 24 3,1% 18 3,3% 42 3,2%

10 Crédito consignado 12 1,5% 6 1,1% 18 1,4%

11 Financiamento aquisição bens imóveis 10 1,3% 8 1,5% 18 1,4%

12 Empréstimo no banco 18 2,3% 7 1,3% 25 1,9%

13 Crédito pessoal 17 2,2% 5 0,9% 22 1,7%

14 Empréstimo na financeira 2 0,3% 0 0,0% 2 0,2%

Outros 1 0,1% 1 0,2% 2 0,2%

Total 97 12,4% 51 9,5% 148 11,2%

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

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Pode-se ver que o número total de escolha de alternativas de contratos de curto

prazo foi de 1.174 (quadro 7), e de longo prazo, 148 alternativas (quadro 8), superam

o tamanho da amostra 709 respondentes, visto que já informado anteriormente o

aluno poderia assinalar mais de um item na caracterização do uso de credito.

4.2.1 Razões para obtenção de credito

Procurou-se analisar sobre as razões pelas quais os respondentes tinham

realizado uma contratação de operação de crédito, sendo que os respondentes

poderiam assinalar mais de uma alternativa conforme pode ser visualizado na

descrição do quadro 9.

Quadro 9 - Quantidade de alternativas assinaladas por razão e gênero

Quantidade de alternativas assinaladas

Número de respondentes

Quantidade total de alternativas

assinaladas

Masculino Feminino Total

0 99 22,8% 51 18,5% 150 21,2% 0

1 214 49,3% 115 41,8% 329 46,4% 329

2 69 15,9% 62 22,5% 131 18,5% 262

3 31 7,1% 32 11,6% 63 8,9% 189

4 14 3,2% 8 2,9% 22 3,1% 88

5 4 0,9% 5 1,8% 9 1,3% 45

6 3 0,7% 2 0,7% 5 0,7% 30

Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 943

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Do total dos 709 respondentes, 150 (21,2%) não assinalaram nenhuma

alternativa, 329 (46,4%) assinalaram uma opção, e 230 (32,4%) assinalaram mais de

uma razão para obtenção de crédito. No total, foram realizadas 943 escolhas de

razões para se obter crédito de curto e/ou longo prazo. A maior parte dos

respondentes assinalou uma razão para ter contratado crédito, tanto do gênero

feminino (41,8%) como do gênero masculino (49,3%).

As principais razões pelas quais os respondentes contratam crédito são a

compra compulsiva (22,5%) e a facilidade de acesso ao crédito (21,7%). Analisando

por gênero, a proporção de mulheres (24,5%) que indicam a compra compulsiva como

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sendo a razão para obtenção de crédito é superior à proporção de homens (21,0%),

podendo ser visualizado no quadro 10.

Quadro 10 - Razões para obtenção de crédito por gênero

No. Descrição Masculino Feminino Total

1 Compra compulsiva 113 21,0% 99 24,5% 212 22,5%

2 Má administração do dinheiro 59 10,9% 68 16,8% 127 13,5%

3 Ausência de desconto à vista 74 13,7% 31 7,7% 105 11,1%

4 Investimento em um curso no ensino superior 32 5,9% 25 6,2% 57 6,0%

5 Problemas de saúde 6 1,1% 6 1,5% 12 1,3%

6 Empréstimo do nome, ser avalista, ser fiador 2 0,4% 1 0,2% 3 0,3%

7 Falta de planejamento 65 12,1% 59 14,6% 124 13,1%

8 Facilidade de acesso ao crédito 120 22,3% 85 21,0% 205 21,7%

9 Aquisição da casa própria 12 2,2% 9 2,2% 21 2,2%

10 Desemprego ou queda na renda 18 3,3% 6 1,5% 24 2,5%

11 Separação ou divórcio 0 0,0% 1 0,2% 1 0,1%

12 Morte do provedor 3 0,6% 0 0,0% 3 0,3%

13 Parcelamento 3 0,6% 3 0,7% 6 0,6%

14 Compras pela internet 6 1,1% 3 0,7% 9 1,0%

15 Praticidade, facilidade 5 0,9% 2 0,5% 7 0,7%

16 Programa de milhagem 6 1,1% 1 0,2% 7 0,7%

17 Outros 15 2,8% 5 1,2% 20 2,1%

Total 539 100,0% 404 100,0% 943 100,0%

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

A seguir, tem-se a má administração do dinheiro (13,5%) e a falta de

planejamento (13,1%). Estas duas razões podem ser classificadas como uma só, pois

a má administração financeira é consequência da falta de planejamento. Desta forma,

a principal razão se constitui na falta de planejamento correspondendo a 26,6%

(13,5% + 13,1%) das razões apontadas. Analisando por gênero, observa-se que um

percentual maior do gênero feminino (16,8%+14,6%=31,4%), comparado ao

masculino (10,9%+12,1%=23,0%), considera a má administração/falta de

planejamento como razão da obtenção do crédito.

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68

4.2.2 Pensamento na aquisição e liquidação de contratos de créditos

Quando questionado sobre o pensamento no momento da aquisição de novos

contratos, 147 (20,7%) não responderam, 316 (44,6%) escolheram uma opção, e 246

(34,7%) escolheram mais de uma opção, totalizando 969 alternativas assinaladas

conforme quadro 11.

Quadro 11 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na aquisição, por gênero

Quantidade de alternativas assinaladas

Número de respondentes

Quantidade total de alternativas

assinaladas

Masculino Feminino Total

0 97 22,4% 50 18,2% 147 20,7% 0

1 191 44,0% 125 45,5% 316 44,6% 316

2 74 17,1% 52 18,9% 126 17,8% 252

3 51 11,8% 37 13,5% 88 12,4% 264

4 14 3,2% 9 3,3% 23 3,2% 92

5 7 1,6% 2 0,7% 9 1,3% 45

Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 969

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Quanto ao pensamento no momento do contrato quadro 12, demonstra a

descrição da escolha dos respondentes.

Quadro 12 - Pensamento no momento do contrato, por gênero

No. Descrição Masculino Feminino Total

1 Não pensou em nada 45 7,7% 29 7,5% 74 7,6%

2 Cabia no orçamento 182 31,2% 105 27,2% 287 29,6%

3 Atingir um objetivo 75 12,9% 64 16,6% 139 14,3%

4 Comprar bens de consumo 109 18,7% 92 23,8% 201 20,7%

5 Bem-estar 114 19,6% 61 15,8% 175 18,1%

6 Solucionar um problema 53 9,1% 31 8,0% 84 8,7%

7 Outros 5 0,9% 4 1,0% 9 0,9%

Total 583 100,0% 386 100,0% 969 100,0%

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

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A maioria dos respondentes pensou que a parcela referente ao pagamento

cabia no orçamento (29,6%), sendo que os homens (31,2%) apresentaram proporção

maior que as mulheres (27,2%). A segunda opção mais votada foi a de comprar bens

de consumo, onde as mulheres (23,8%) apresentaram maior percentual de votação

que os homens (18,7%).

Quanto ao pensamento no momento da liquidação da dívida, 152 (21,4%) não

assinalaram nenhuma alternativa, 346 (48,8%) escolheram uma opção e 211 (29,8%)

escolheram mais de uma opção. No total foram assinaladas 899 alternativas quadro

13.

Quadro 13 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na liquidação

e gênero

Quantidade de alternativas assinaladas

Número de respondentes

Quantidade total de alternativas

assinaladas

Masculino Feminino Total

0 101 23,3% 51 18,5% 152 21,4% 0

1 207 47,7% 139 50,5% 346 48,8% 346

2 56 12,9% 51 18,5% 107 15,1% 214

3 55 12,7% 26 9,5% 81 11,4% 243

4 14 3,2% 5 1,8% 19 2,7% 76

5 1 0,2% 3 1,1% 4 0,6% 20

Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 899

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

A maioria dos respondentes se sente aliviada (43,2%) por liquidar a dívida,

além de muito honrada por manter o nome limpo (25,5%). Pequena parcela deseja

consumir no lugar de pagar a dívida (3,7%).

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70

Quadro 14 - Pensamento na liquidação da dívida, por gênero

No. Descrição Masculino Feminino Total

1 Sinto prazer 116 21,3% 65 18,4% 181 20,1%

2 Sinto alívio 222 40,7% 166 46,9% 388 43,2%

3 Me sinto honrado, com o nome limpo 147 27,0% 82 23,2% 229 25,5%

4 Estou pronto para contratar um novo crédito 32 5,9% 15 4,2% 47 5,2%

5 Estou desesperado por ainda ter muito para pagar

8 1,5% 7 2,0% 15 1,7%

6 Penso nos produtos que poderia comprar ao invés de pagar a parcela da dívida

15 2,8% 18 5,1% 33 3,7%

7 Outros 5 0,9% 1 0,3% 6 0,7%

Total 545 100,0% 354 100,0% 899 100,0%

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Os respondentes também foram inquiridos sobre o pensamento de pagar ou

não os créditos contratados. Neste caso, 150 (21,2%) não responderam, 385 (54,3%)

escolheram uma opção, e 174 (24,5%) escolheram mais de uma opção. No total

foram assinaladas 748 opções.

Quadro 15 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensar em pagar ou não os créditos contratados, por gênero

Quantidade de alternativas assinaladas

Número de respondentes

Quantidade total de alternativas

assinaladas

Masculino Feminino Total

0 97 22,4% 53 19,3% 150 21,2% 0

1 239 55,1% 146 53,1% 385 54,3% 385

2 86 19,8% 74 26,9% 160 22,6% 320

3 11 2,5% 2 0,7% 13 1,8% 39

4 1 0,2% 0 0,0% 1 0,1% 4

Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 748

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se que 56,1% da amostra julga que o pagamento de seus créditos é

uma questão de integridade, honestidade, sendo a segunda opção mais votada

(29,8%) o fato de não poder ou não querer ter registro no SCPC ou Serasa. Uma

minoria (8,0%) acredita não ter condições financeiras para pagar no momento ou

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71

apresenta outras prioridades (3,9%). Esse quadro se mantém quando se analisa por

gênero.

Quadro 16 - Pensamento sobre pagar ou não os créditos contratados e gênero

No. Descrição Masculino Feminino Total

1 É uma questão de integridade, honestidade 248 55,4% 172 57,3% 420 56,1%

2 Não posso ou não quero ter registros de débitos no SCPC ou no Serasa

134 29,9% 89 29,7% 223 29,8%

3 Tenho outras prioridades no momento 20 4,5% 9 3,0% 29 3,9%

4 Não tenho condições financeiras para pagar no momento

35 7,8% 25 8,3% 60 8,0%

5 Outros 11 2,5% 5 1,7% 16 2,1%

Total 448 100,0% 300 100,0% 748 100,0%

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Nesta seção, os respondentes foram questionados sobre o pensamento no

momento da aquisição de novos contratos, e sobre o pensamento na liquidação

destes contratos, além do pensamento de pagar ou não os créditos contratados.

Nestas três questões, os respondentes poderiam assinalar mais de uma opção, como

pode ser observado nos quadros 11, 13 e 15.

A seção a seguir analisa o nível de conhecimento financeiro de acordo com os

grupos de respondentes.

4.3 Conhecimento financeiro

A análise do conhecimento financeiro foi feita considerando-se as respostas

dadas às questões de conhecimento financeiro básico (v40 a v42) e às questões de

conhecimento financeiro avançado (v43 a v47). O questionário está disponível no

Apêndice A.

Para comparar as médias utilizou-se o teste T Student (gênero) e o teste

ANOVA One Way (renda pessoal, semestre letivo, curso e endividamento)

Para calcular o nível médio de conhecimento financeiro foi necessário calcular

a pontuação de cada respondente nas questões de conhecimento financeiro básico e

conhecimento financeiro avançado. Para cada acerto nas questões de conhecimento

financeiro básico o respondente recebe 1 ponto e para cada acerto nas questões de

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72

conhecimento financeiro avançado o respondente recebe 2 pontos. São três questões

de conhecimento financeiro básico e 5 questões de conhecimento financeiro

avançado. As questões de conhecimento financeiro avançado recebem o dobro de

pontuação por trabalharem com conceitos mais complexos de mercados financeiros.

Desta forma, o respondente pode ter uma pontuação mínima de zero ponto e uma

pontuação máxima de 13 pontos. O nível médio ficará dentro deste intervalo, qual

seja, de 0 a 13. Para o teste utilizou-se um nível de confiança de 95%.

Para realizar os testes T Student e ANOVA One Way é necessário verificar se

atende aos pré-requisitos de normalidade dos dados e homogeneidade das

variâncias.

Para verificar se os dados são normalmente distribuídos verificou-se:

• Se o número de observações da amostra é superior a 50;

• Se a média é aproximada da mediana;

• Se o coeficiente de assimetria é próximo de zero;

• Se a medida de curtose é próxima de zero.

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

4.3.1. Conhecimento financeiro entre os gêneros

Para verificar se os níveis médios de conhecimento financeiro diferem de

acordo com o gênero utilizou-se o teste T Student para amostras independentes.

Para as duas amostras, gêneros masculino e feminino, pode-se concluir que os

dados são normalmente distribuídos visto que o número de observações da amostra

é superior a 50 (n = 709), a média apresenta valor próximo ao da mediana; e o

coeficiente de assimetria e a medida de curtose estão próximos de zero (quadro 17).

Quadro 17 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento financeiro por gênero

Gênero Média Mediana Assimetria Curtose

Feminino 5,08 5,00 0,189 -0,361

Masculino 5,47 6,00 0,103 0,560

Fonte: elaborado pelo autor

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73

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,655 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

Tabela 1 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por gênero

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente

possui?

Com base em média ,200 1 707 ,655

Com base em mediana ,186 1 707 ,666

Com base em mediana e com df ajustado

,186 1 700,954 ,666

Com base em mediana aparada

,234 1 707 ,629

Fonte: elaborada pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste T Student para duas amostras independentes. Comparando o valor-

P com o nível de significância temos que 0,062 > 0,05, portanto não se rejeita Ho e

conclui-se que os níveis médios de conhecimento financeiro entre os gêneros são

iguais.

Tabela 2 - Teste T Student para nível médio de conhecimento financeiro por gênero (amostras independentes)

teste-t para Igualdade de Médias

t df Sig.

(2 extremidades) Diferença

média

Erro padrão

de diferença

95% Intervalo de Confiança da Diferença

Inferior Superior

Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente

possui?

Variâncias iguais assumidas

-1,868 707 ,062 -,386 ,207 -,793 ,020

Variâncias iguais não assumidas

-1,881 596,643 ,060 -,386 ,205 -,790 ,017

Fonte: elaborado pelo autor

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74

Quadro 18 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por gênero

Qual o gênero do respondente? Média Desvio padrão Coeficiente de

variação

Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente

possui?

Feminino 5,08 2,63 0,52

Masculino 5,47 2,72 0,50

Fonte: elaborado pelo autor

Resumindo-se, embora as médias sejam diferentes, e as dos homens mais

altas, não se pode afirmar que os homens tenham maior nível de conhecimento

financeiro do que as mulheres na amostra estudada. Desta forma, os resultados não

são conclusivos acerca do que propôs Xu e Zia (2012, p. 09), que concluíram, em

seus estudos, que as mulheres têm um nível mais baixo de literácia financeira em

termos mundiais.

Assim, rejeitou-se a H1a:

H1a: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu

gênero;

4.3.2 Conhecimento financeiro de acordo com a renda

Nesta seção utiliza-se o teste ANOVA One Way para verificar se os níveis

médios de conhecimento financeiro são iguais de acordo com a renda.

O primeiro passo é verificar os dois pré-requisitos, quais sejam, se os dados

das amostras possuem distribuição normal e se existe homogeneidade das variâncias.

Sabendo que o número de observações da amostra é superior a 50 (n=709),

que média se aproxima da mediana; e o coeficiente de assimetria e a medida de

curtose estão próximos de zero, pode-se concluir que os dados das seis amostras são

normalmente distribuídos.

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Quadro 19 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por renda

Renda Média Mediana Assimetria Curtose

Não possui 4,95 5,00 0,250 -0,453

Até R$1.500,00 5,12 5,00 0,058 -0,339

De R$1.500,01 a R$3.000,00 5,72 6,00 0,101 -0,664

De R$3.000,01 a R$4.500,00 5,33 5,00 0,120 -0,342

De R$4.500,01 a R$6.000,00 5,33 5,00 0,015 -1,127

Superior a R$6.000,00 5,68 6,00 0,456 0,476

Fonte: elaborado pelo autor

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,133 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas, podendo ser

visualizado esta comparação na tabela 3.

Tabela 3 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por faixa de renda

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente

possui?

Com base em média 1,699 5 703 ,133

Com base em mediana 1,705 5 703 ,131

Com base em mediana e com df ajustado

1,705 5 698,461 ,131

Com base em mediana aparada

1,698 5 703 ,131

Fonte: elaborado pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância

temos que 0,071 > 0,05, portanto não se pode rejeitar Ho e conclui-se que os níveis

médios de conhecimento financeiro entre os níveis de renda são iguais

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Tabela 4 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por faixa de renda

Soma dos Quadrados

df Quadrado Médio

Z Sig.

Entre grupos 73,231 5 14,646 2,040 ,071

Nos grupos 5047,091 703 7,179

Total 5120,322 708

Fonte: elaborado pelo autor

Quadro 20 - nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente e

variação por faixa de renda

Qual sua renda mensal? Média Desvio padrão Coeficiente de

Variação

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente

possui?

Não possui 4,95 2,81 0,57

Até R$1.500,00 5,12 2,50 0,49

De R$1.500,01 a R$3.000,00 5,72 2,78 0,49

De R$3.000,01 a R$4.500,00 5,33 2,57 0,48

De R$4.500,01 a R$6.000,00 5,33 2,75 0,52

Superior a R$6.000,00 5,68 2,15 0,38

Fonte: elaborado pelo autor

Desta forma, H1b é rejeitada, ou seja, a diferença entre os níveis médios de

conhecimento financeiro não é estatisticamente diferente de zero. Portanto, não há

evidências de que o nível de conhecimento financeiro dos alunos varia de acordo com

a renda pessoa. Estas variações podem serem analisadas no quadro 20.

H1b: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu

nível de renda pessoal;

Os resultados não apontam a coerência conforme analisada em estudos que

sinalizam que ter uma boa educação aumenta consideravelmente a probabilidade de

pessoas encontrarem emprego e terem renda suficiente, consequentemente aumenta

a chance de essas pessoas conseguirem gerir a sua renda em busca de qualidade de

vida (OCDE, 2015). O conhecimento financeiro voltado para a sociedade e esforços

educacionais que focalizados podem desenvolver uma capacidade imediata e de

longo prazo nos assuntos educacionais para tomar boas decisões financeiras que irão

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77

beneficiar o seu próprio bem-estar econômico ao mesmo tempo em fornecer correta

e estímulos positivos para a economia agregada (ROSACKER; ROSACKER, 2015).

4.3.3 Conhecimento financeiro entre os semestres letivos

Nesta seção utilizou-se o teste ANOVA one way para avaliar se o nível médio

de conhecimento financeiro difere entre os semestres letivos dos cursos Ciências

Econômicas, Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Comércio Exterior.

4.3.3.1 Curso de Ciências Econômicas

Levando em consideração que o número de observações da amostra é superior

a 50 (n=709), que a média é aproximada da mediana, e que o coeficiente de assimetria

e a medida de curtose estão próximas de zero, pode-se concluir que os dados das

seis amostras possuem distribuição aproximadamente normal.

Quadro 21 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por semestre letivo em Economia

Semestre letivo em Economia

Média Mediana Assimetria Curtose

1o semestre 4,38 4,00 -0,080 -1,122

2o semestre 5,52 5,00 0,235 -0,679

3o semestre 6,96 8,00 -1,255 2,219

4o semestre 7,68 7,50 0,384 0,195

5o semestre 5,85 6,00 0,194 -0,66

6o semestre 7,45 8,00 -0,128 -0,688

Fonte: elaborado pelo autor

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,661 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

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78

Tabela 5 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Economia

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Nível de conhecimento

financeiro

Com base em média ,651 5 138 ,661

Com base em mediana ,648 5 138 ,664

Com base em mediana e com df ajustado

,648 5 126,866 ,664

Com base em mediana aparada

,676 5 138 ,642

Fonte: elaborado pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste ANOVA One Way, resultados obtidos são apresentados na tabela 6.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,000 < 0,05, portanto

rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de conhecimento financeiro entre os

semestres letivos do curso de Economia são diferentes.

Tabela 6 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Economia

Soma dos Quadrados

df Quadrado Médio

Z Sig.

Entre grupos 190,100 5 38,020 5,806 ,000

Nos grupos 903,650 138 6,548

Total 1093,750 143

Fonte: elaborado pelo autor

Para comparar as múltiplas médias foi utilizado o teste de Bonferroni. Os testes

de comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de

médias são significativamente diferentes.

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Tabela 7 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Economia

(I) Semestre que o respondente cursa

Diferença média (I-J)

Erro Padrão

Sig.

Intervalo de Confiança 95%

Limite inferior

Limite superior

1o semestre

2o semestre -1,138 ,745 1,000 -3,36 1,09

3o semestre -2,576* ,772 ,016 -4,88 -,27

4o semestre -3,301* ,781 ,001 -5,63 -,97

5o semestre -1,469 ,800 1,000 -3,86 ,92

6o semestre -3,071* ,723 ,001 -5,23 -,91

2o semestre

3o semestre -1,438 ,726 ,745 -3,61 ,73

4o semestre -2,163 ,735 ,057 -4,36 ,03

5o semestre -,331 ,755 1,000 -2,59 1,92

6o semestre -1,933 ,674 ,071 -3,95 ,08

3o semestre

4o semestre -,725 ,763 1,000 -3,00 1,55

5o semestre 1,107 ,782 1,000 -1,23 3,44

6o semestre -,495 ,704 1,000 -2,60 1,61

4o semestre 5o semestre 1,832 ,791 ,330 -,53 4,19

6o semestre ,230 ,713 1,000 -1,90 2,36

5o semestre 6o semestre -1,602 ,734 ,462 -3,79 ,59

* A diferença média é significativa no nível 0.05. Fonte: elaborado pelo autor

Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada uma tabela

para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o

valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode

rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro dos alunos que

cursam o 1º semestre de Economia (4,38) é igual ao nível médio de conhecimento

financeiro dos alunos que cursam o 2º semestre de Economia (5,52).

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Tabela 8 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Economia

Comparando as médias do curso de Economia entre:

Valor-p

Nível de significância

Rejeita Ho? As médias

são

1o semestre (4,38) 2o semestre (5,52) 1,000 > 0,05 não iguais

1o semestre (4,38) 3o semestre (6,96) 0,016 < 0,05 sim diferentes

1o semestre (4,38) 4o semestre (7,68) 0,001 < 0,05 sim diferentes

1o semestre (4,38) 5o semestre (5,85) 1,000 > 0,05 não iguais

1o semestre (4,38) 6o semestre (7,45) 0,001 < 0,05 sim diferentes

2o semestre (5,52) 3o semestre (6,96) 0,745 > 0,05 não iguais

2o semestre (5,52) 4o semestre (7,68) 0,057 > 0,05 não iguais

2o semestre (5,52) 5o semestre (5,85) 1,000 > 0,05 não iguais

2o semestre (5,52) 6o semestre (7,45) 0,071 > 0,05 não iguais

3o semestre (6,96) 4o semestre (7,68) 1,000 > 0,05 não iguais

3o semestre (6,96) 5o semestre (5,85) 1,000 > 0,05 não iguais

3o semestre (6,96) 6o semestre (7,45) 1,000 > 0,05 não iguais

4o semestre (7,68) 5o semestre (5,85) 0,330 > 0,05 não iguais

4o semestre (7,68) 6o semestre (7,45) 1,000 > 0,05 não iguais

5o semestre (5,85) 6o semestre (7,45) 0,462 > 0,05 não iguais

Fonte: elaborado pelo autor

Conclui-se que a partir do 3º semestre do curso de economia não se apresenta

mais acréscimo do nível médio de conhecimento financeiro.

Quadro 22 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por semestre letivo do curso de Economia

Qual o semestre que você está cursando em Economia?

Média Desvio padrão

Coeficiente de variação

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente possui?

1o semestre 4,38 2,44 0,56

2o semestre 5,52 2,98 0,54

3o semestre 6,96 2,36 0,34

4o semestre 7,68 2,23 0,29

5o semestre 5,85 2,43 0,42

6o semestre 7,45 2,67 0,36

Fonte: elaborado pelo autor

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81

4.3.3.2 Curso de Ciências Contábeis

Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,

uma forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se a

média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de curtose

estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na figura a seguir, os três

pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente distribuídos

nas seis amostras.

Quadro 23 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis

Semestre letivo em Ciências Contábeis

Média Mediana Assimetria Curtose

1o semestre 6,80 8,00 -0,451 -1,237

2o semestre 6,80 7,00 0,274 -0,337

3o semestre 7,33 7,00 -0,089 0,21

4o semestre 5,48 6,00 -0,673 -0,44

5o semestre 4,83 5,00 -0,051 -0,578

6o semestre 5,56 6,00 0,006 -0,863

Fonte: elaborado pelo autor

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,622 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

Tabela 9 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Ciências Contábeis

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Nível de conhecimento

financeiro

Com base em média ,704 5 143 ,622

Com base em mediana ,645 5 143 ,665

Com base em mediana e com df ajustado

,645 5 134,096 ,665

Com base em mediana aparada

,653 5 143 ,660

Fonte: elaborado pelo autor

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Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, realizou-

se o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância temos

que 0,037 < 0,05, portanto rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de

conhecimento financeiro entre os semestres letivos do curso de Ciências Contábeis

são diferentes.

Tabela 10 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis

Soma dos Quadrados

df Quadrado Médio

Z Sig.

Entre grupos 92,894 5 18,579 2,444 ,037

Nos grupos 1086,999 143 6,548

Total 1179,893 148

Fonte: elaborado pelo autor

Para comparar múltiplas médias será utilizado o teste de DMS. Os testes de

comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de médias

são significativamente diferentes.

Tabela 11 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis

(I) Semestre que o respondente cursa

Diferença média (I-J)

Erro Padrão

Sig.

Intervalo de Confiança 95%

Limite inferior

Limite superior

1o semestre

2o semestre 0,000 1,007 1,000 -1,99 1,99

3o semestre -,533 1,126 ,636 -2,76 1,69

4o semestre 1,324 1,059 ,213 -,77 3,42

5o semestre 1,967 1,087 ,073 -,18 4,12

6o semestre 1,236 ,948 ,194 -,64 3,11

2o semestre

3o semestre -,533 ,872 ,542 -2,26 1,19

4o semestre 1,324 ,784 ,094 -,23 2,87

5o semestre 1,967* ,822 ,018 ,34 3,59

6o semestre 1,236 ,626 ,050 ,00 2,47

3o semestre

4o semestre 1,857* ,932 ,048 ,01 3,70

5o semestre 2,500* ,964 ,010 ,59 4,41

6o semestre 1,770* ,803 ,029 ,18 3,36

4o semestre 5o semestre ,643 ,886 ,469 -1,11 2,39

6o semestre -,087 ,707 ,902 -1,49 1,31

5o semestre 6o semestre -,730 ,749 ,331 -2,21 ,75

* A diferença média é significativa no nível 0.05.

Fonte: elaborado pelo autor

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Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada uma tabela

para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o

valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode

rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro dos alunos que

cursam o 1º semestre de Ciências Contábeis (6,8) é igual ao nível médio de

conhecimento financeiro dos alunos que cursam o 2º semestre de Ciências Contábeis

(6,8).

Tabela 12 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Ciências Contábeis

Comparando as médias do curso de Ciências Contábeis entre:

Valor-p

Nível de significância

Rejeita Ho? As médias

são

1o semestre (6,8) 2o semestre (6,8) 1,000 > 0,05 não iguais

1o semestre (6,8) 3o semestre (7,33) 0,636 > 0,05 não iguais

1o semestre (6,8) 4o semestre (5,48) 0,213 > 0,05 não iguais

1o semestre (6,8) 5o semestre (4,83) 0,073 > 0,05 não iguais

1o semestre (6,8) 6o semestre (5,56) 0,194 > 0,05 não iguais

2o semestre (6,8) 3o semestre (7,33) 0,542 > 0,05 não iguais

2o semestre (6,8) 4o semestre (5,48) 0,094 > 0,05 não iguais

2o semestre (6,8) 5o semestre (4,83) 0,018 < 0,05 sim diferentes

2o semestre (6,8) 6o semestre (5,56) 0,050 > 0,05 não iguais

3o semestre (7,33) 4o semestre (5,48) 0,048 < 0,05 sim diferentes

3o semestre (7,33) 5o semestre (4,83) 0,010 < 0,05 sim diferentes

3o semestre (7,33) 6o semestre (5,56) 0,029 < 0,05 sim diferentes

4o semestre (5,48) 5o semestre (4,83) 0,469 > 0,05 não iguais

4o semestre (5,48) 6o semestre (5,56) 0,902 > 0,05 não iguais

5o semestre (4,83) 6o semestre (5,56) 0,331 > 0,05 não iguais

Fonte: elaborado pelo autor

Observa-se que somente o nível de conhecimento no 3º semestre é superior

aos demais semestres, demonstrando que no geral não há incremento significativo do

nível médio de conhecimento financeiro ao longo do curso de Ciências Contábeis.

Inclusive, pode-se explicar o melhor desempenho no 3º semestre em virtude de a

disciplina de Matemática Financeira ser ministrada no 2º semestre.

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Quadro 24 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de

variação por semestre letivo do curso de Ciências Contábeis

Qual o semestre que você está cursando em Ciências Contábeis?

Média Desvio padrão

Coeficiente de variação

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente possui?

1o semestre 6,80 3,62 0,53

2o semestre 6,80 2,85 0,42

3o semestre 7,33 2,50 0,34

4o semestre 5,48 2,82 0,51

5o semestre 4,83 2,66 0,55

6o semestre 5,56 2,61 0,47

Fonte: elaborado pelo autor

4.3.3.3 Curso de Administração de Empresas

Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,

uma outra forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se

a média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de

curtose estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na figura a seguir,

os três pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente

distribuídos nas seis amostras.

Quadro 25 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas

Semestre letivo em Administração de Empresas

Média Mediana Assimetria Curtose

1o semestre 4,11 4,00 0,239 -0,285

2o semestre 4,09 4,00 -0,158 -0,241

3o semestre 4,74 5,00 0,271 -0,177

4o semestre 6,00 6,00 0,895 1,113

5o semestre 5,32 5,00 -0,193 -0,556

6o semestre 5,41 5,50 0,002 -0,983

Fonte: elaborado pelo autor

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,075 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

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Tabela 13 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Administração de

Empresas

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Nível de conhecimento

financeiro

Com base em média 2,030 5 271 ,075

Com base em mediana 1,965 5 271 ,084

Com base em mediana e com df ajustado

1,965 5 268,780 ,084

Com base em mediana aparada

2,001 5 271 ,079

Fonte: elaborado pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância

temos que 0,001 < 0,05, portanto rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de

conhecimento financeiro entre os semestres letivos do curso de Administração de

Empresas são diferentes.

Tabela 14 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas

Soma dos Quadrados

df Quadrado Médio

Z Sig.

Entre grupos 119,974 5 23,995 4,215 ,001

Nos grupos 1542,553 271 5,692

Total 1662,527 276

Fonte: elaborado pelo autor

Para comparar múltiplas médias será utilizado o teste de Bonferroni. Os testes

de comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de

médias são significativamente diferentes.

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Tabela 15 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas

(I) Semestre que o respondente cursa

Diferença média (I-J)

Erro Padrão

Sig.

Intervalo de Confiança 95%

Limite inferior

Limite superior

1o semestre

2o semestre ,019 ,408 1,000 -1,19 1,23

3o semestre -,633 ,460 1,000 -1,99 ,73

4o semestre -1,889* ,592 ,024 -3,64 -,14

5o semestre -1,207 ,581 ,581 -2,93 ,51

6o semestre -1,296* ,429 ,042 -2,57 -,02

2o semestre

3o semestre -,652 ,469 1,000 -2,04 ,74

4o semestre -1,908* ,599 ,024 -3,68 -,13

5o semestre -1,226 ,588 ,573 -2,97 ,52

6o semestre -1,315* ,439 ,045 -2,62 -,01

3o semestre

4o semestre -1,256 ,635 ,736 -3,14 ,63

5o semestre -,574 ,625 1,000 -2,43 1,28

6o semestre -,663 ,488 1,000 -2,11 ,78

4o semestre 5o semestre ,682 ,728 1,000 -1,47 2,84

6o semestre ,593 ,614 1,000 -1,22 2,41

5o semestre 6o semestre -,089 ,603 1,000 -1,88 1,70

* A diferença média é significativa no nível 0.05.

Fonte: elaborado pelo autor

Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada um quadro

para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o

valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode

rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro dos alunos que

cursam o 1º semestre de Administração de Empresas (4,11) é igual ao nível médio de

conhecimento financeiro dos alunos que cursam o 2º semestre de Administração de

Empresas (4,09).

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Tabela 16 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Administração de Empresas

Comparando as médias do curso de Administração de Empresas entre:

Valor-p

Nível de significância

Rejeita Ho? As médias

são

1o semestre (4,11) 2o semestre (4,09) 1,000 > 0,05 não iguais

1o semestre (4,11) 3o semestre (4,74) 1,000 > 0,05 não iguais

1o semestre (4,11) 4o semestre (6,00) 0,024 < 0,05 sim diferentes

1o semestre (4,11) 5o semestre (5,32) 0,581 > 0,05 não iguais

1o semestre (4,11) 6o semestre (5,41) 0,042 < 0,05 sim diferentes

2o semestre (4,09) 3o semestre (4,74) 1,000 > 0,05 não iguais

2o semestre (4,09) 4o semestre (6,00) 0,024 < 0,05 sim diferentes

2o semestre (4,09) 5o semestre (5,32) 0,573 > 0,05 não iguais

2o semestre (4,09) 6o semestre (5,41) 0,045 < 0,05 sim diferentes

3o semestre (4,74) 4o semestre (6,00) 0,736 > 0,05 não iguais

3o semestre (4,74) 5o semestre (5,32) 1,000 > 0,05 não iguais

3o semestre (4,74) 6o semestre (5,41) 1,000 > 0,05 não iguais

4o semestre (6,00) 5o semestre (5,32) 1,000 > 0,05 não iguais

4o semestre (6,00) 6o semestre (5,41) 1,000 > 0,05 não iguais

5o semestre (5,32) 6o semestre (5,41) 1,000 > 0,05 não iguais

Fonte: elaborado pelo autor

Observa-se que o 4º semestre apresenta a maior média (6,0) de nível de

conhecimento financeiro. Um dos fatores explicativos é que no 3º semestre os alunos

têm a disciplina de Matemática Financeira e no 4º semestre cursarem a disciplina de

Mercados Financeiros. A média do 6º semestre é a segunda maior e um fator

explicativo é o aluno cursar a disciplina de Gestão Financeira.

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Quadro 26 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por semestre letivo do curso de Administração de Empresas

Qual o semestre que você está cursando em Administração de Empresas?

Média Desvio padrão

Coeficiente de variação

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente possui?

1o semestre 4,11 2,32 0,56

2o semestre 4,09 2,19 0,54

3o semestre 4,74 2,44 0,51

4o semestre 6,00 1,95 0,32

5o semestre 5,32 2,46 0,46

6o semestre 5,41 2,75 0,51

Fonte: elaborado pelo autor

4.3.3.4 Curso de Comercio Exterior

Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,

uma outra forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se

a média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de

curtose estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na figura a seguir,

os três pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente

distribuídos nas seis amostras.

Quadro 27 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por semestre letivo em Comércio Exterior

Semestre letivo em Comércio Exterior

Média Mediana Assimetria Curtose

1o semestre 3,41 3,00 0,000 -1,246

2o semestre 4,75 4,00 0,277 -1,033

3o semestre 5,50 5,50 -0,286 -1,200

4o semestre 5,34 5,00 -0,128 -0,647

5o semestre 4,72 5,00 0,108 -0,072

6o semestre 4,75 4,50 0,576 -0,340

Fonte: elaborado pelo autor

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Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,211 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

Tabela 17 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Comércio Exterior

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Nível de conhecimento

financeiro

Com base em média 1,449 5 133 ,211

Com base em mediana 1,298 5 133 ,268

Com base em mediana e com df ajustado

1,298 5 122,971 ,269

Com base em mediana aparada

1,428 5 133 ,218

Fonte: elaborado pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância

temos que 0,150 > 0,05, portanto não se pode rejeitar Ho e conclui-se que os níveis

médios de conhecimento financeiro entre os semestres letivos do curso de Comércio

Exterior são iguais.

Tabela 18 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Comércio Exterior

Soma dos Quadrados

df Quadrado Médio

Z Sig.

Entre grupos 47,421 5 9,484 1,653 ,150

Nos grupos 763,212 133 5,738

Total 810,633 138

Fonte: elaborado pelo autor

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Quadro 28 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por semestre letivo do curso de Comércio Exterior

Qual o semestre que você está cursando em Comércio Exterior?

Média Desvio padrão

Coeficiente de variação

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente possui?

1o semestre 3,41 1,91 0,56

2o semestre 4,75 2,69 0,57

3o semestre 5,50 3,18 0,58

4o semestre 5,34 2,13 0,40

5o semestre 4,72 2,15 0,46

6o semestre 4,75 2,54 0,53

Fonte: elaborado pelo autor

Pode-se ver no quadro 28 que o nível médio de conhecimento financeiro se

altera positivamente do primeiro semestre até o terceiro semestre, do quarto semestre

ao último semestre, não há um padrão de elevação, mas percebe-se uma elevação

significativa entre o primeiro semestre, cujo nível é menor do que o sexto semestre.

Desta forma, não se pode rejeitar a hipótese H2

H2. O nível de literácia financeira se altera à medida em aumenta o nível de

educação financeira (evoluem no curso de graduação).

As diferenças encontradas entre no nível de conhecimento financeiro

considerando-se os diferentes semestres não é conclusiva, porque os cursos têm

grades de disciplinas diferentes; logo, a apresentação das disciplinas relacionadas à

educação financeira (e, portanto, ao conhecimento financeiro) não pode ser

comparada por semestre, mas sim pelo total das respostas dos alunos dos diferentes

cursos.

Neste estudo entendeu-se que cursar disciplinas da área de finanças seria uma

proxie de educação financeira e conforme levantamento do referencial teórico

abordado neste estudo, com estes resultados chama-se a atenção há maiores

oportunidades existem para educadores e instituições de ensino para desempenhar

um papel importante no debate, como também a identificação final e implementação

de uma solução eficaz, eficiente e oportuna para resolver esta questão fundamental

da educação e alfabetização financeira. (ROSACKER; ROSACKER, 2015).

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91

4.3.4 Conhecimento financeiro entre os cursos

Para verificar se os níveis médios de conhecimento financeiro são iguais entre

os cursos utilizou-se o teste ANOVA One Way. O primeiro passo foi analisar se os

dados das quatro amostras são normalmente distribuídos. Levando em consideração

que o número de observações da amostra é superior a 50, que a média é próxima da

mediana, e que a assimetria e a curtose estão próximas de zero, pode-se concluir que

os dados são normalmente distribuídos (quadro 29).

Quadro 29 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro por curso

Curso Média Mediana Assimetria Curtose

Economia 6,38 6,00 -0,135 -0,452

Ciências Contábeis 5,97 6,00 -0,380 -0,518

Administração de Empresas 4,70 5,00 0,140 -0,385

Comércio Exterior 4,77 5,00 0,224 -0,661

Fonte: elaborado pelo autor

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,149 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

Tabela 19 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por curso

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente

possui?

Com base em média 1,783 3 705 ,149

Com base em mediana 1,795 3 705 ,147

Com base em mediana e com df ajustado

1,795 3 691,272 ,147

Com base em mediana aparada

1,758 3 705 ,154

Fonte: elaborado pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância

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92

temos que 0,000 < 0,05, portanto rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de

conhecimento financeiro entre os cursos são diferentes.

Tabela 20 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por curso

Soma dos Quadrados

df Quadrado Médio

Z Sig.

Entre grupos 373,519 3 124,506 18,492 ,000

Nos grupos 4746,803 705 6,733

Total 5120,322 708

Fonte: elaborado pelo autor

Para comparar múltiplas médias será utilizado o teste de Bonferroni. Os testes

de comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de

médias são significativamente diferentes.

Tabela 21 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por curso

(I) Qual o curso?

(J) Qual o curso?

Diferença média (I-J)

Erro Padrão

Sig.

Intervalo de Confiança 95%

Limite inferior

Limite superior

Ciências Econômicas

Ciências Contábeis ,402 ,303 1,000 -,40 1,20

Administração de Empresas 1,678* ,267 ,000 ,97 2,38

Comércio Exterior 1,605* ,309 ,000 ,79 2,42

Ciências Contábeis

Ciências Econômicas -,402 ,303 1,000 -1,20 ,40

Administração de Empresas 1,276* ,264 ,000 ,58 1,97

Comércio Exterior 1,203* ,306 ,001 ,39 2,01

Administração de Empresas

Ciências Econômicas -1,678* ,267 ,000 -2,38 -,97

Ciências Contábeis -1,276* ,264 ,000 -1,97 -,58

Comércio Exterior -,073 ,270 1,000 -,79 ,64

Comércio Exterior

Ciências Econômicas 1,605* ,309 ,000 -2,42 -,79

Ciências Contábeis 1,203* ,306 ,001 -2,01 -,39

Administração de Empresas ,073 ,270 1,000 -,64 ,79

* A diferença média é significativa no nível 0.05.

Fonte: elaborado pelo autor

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93

Quadro 30 - Nível médio de conhecimento financeiro por curso

Qual o curso? Média Desvio padrão

Coeficiente de variação

Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente

possui?

Ciências Econômicas 6,38 2,77 0,43

Ciências Contábeis 5,97 2,82 0,47

Administração de Empresas 4,70 2,45 0,52

Comércio Exterior 4,77 2,42 0,51

Fonte: elaborado pelo autor

Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada uma tabela

para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o

valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode

rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro do curso de

Ciências Econômicas (6,38) é igual ao nível médio de conhecimento financeiro do

curso de Ciências Contábeis (5,97).

Quadro 31 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por curso

Comparando as médias de: Valor-p

Nível de significância

Rejeita Ho? As médias

são

Ciências Econômicas (6,38)

Ciências Contábeis (5,97)

1,000 > 0,05 não iguais

Ciências Econômicas (6,38)

Administração de Empresas (4,70)

0,000 < 0,05 sim diferentes

Ciências Econômicas (6,38)

Comércio Exterior (4,77)

0,000 < 0,05 sim diferentes

Ciências Contábeis (5,97)

Administração de Empresas (4,70)

0,000 < 0,05 sim diferentes

Ciências Contábeis (5,97)

Comércio Exterior (4,77)

0,001 < 0,05 sim diferentes

Administração de Empresas (4,70)

Comércio Exterior (4,77)

1,000 > 0,05 não iguais

Fonte: elaborado pelo autor

Isso significa dizer que:

1) O nível de conhecimento financeiro para os graduandos dos cursos de

Economia e Ciências Contábeis são iguais;

2) O nível de conhecimento financeiro para os graduandos dos cursos de

Administração e Comércio Exterior são iguais;

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3) O nível de conhecimento financeiro dos graduandos dos cursos de

Economia e Ciências Contábeis é superior ao nível de conhecimento

financeiro dos cursos de Administração de Empresas e Comércio Exterior.

Neste estudo entendeu-se que cursar disciplinas da área de finanças seria uma

proxie de educação financeira. Os resultados estão de acordo com dados da OCDE

(2015) que mostram que a educação financeira tem uma grande importância na

medida em que permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos para que

possam tomar decisões acertadas e fazer uma boa gestão de suas finanças pessoais.

Porém, em concordância com o apontado no capitulo de referencial teórico,

pode-se afirmar que, de fato, no Brasil ainda se precisa entender a dimensão da

importância de se ter esse sistema educacional bem desenvolvido (METTE E MATOS,

2015), esse sistema deveria incluir disciplinas ligadas à literácia financeira desde o

ensino fundamental.

Com este resultado por curso não se pode rejeitar a H3 porque há

H3. O nível de conhecimento financeiro se altera dependendo do curso no

qual o aluno está matriculado.

4.3.5 Conhecimento financeiro em relação ao endividamento

Nesta seção foram aplicados dois testes:

• O T Student para verificar se os níveis médios de conhecimento financeiro

são iguais entre os respondentes que tem ou não tem contratos de crédito;

• O teste ANOVA One Way para verificar se os níveis médios de

conhecimento financeiro são iguais entre os níveis de endividamento.

Para realizar os testes de hipótese é necessário verificar se os pré-requisitos

de normalidade dos dados e homogeneidade das variâncias são atendidos.

Analisando os dados disponíveis na figura a seguir, observa-se que a média é

próxima da mediana, e a assimetria e a curtose são próximas de zero, podendo afirmar

que os dados das duas amostras possuem distribuição aproximadamente normal.

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Quadro 32 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento

financeiro pela existência ou não de contrato de crédito

Contrato de Crédito Média Mediana Assimetria Curtose

Não possui contrato de crédito 5,80 6,00 0,163 -0,555

Possui contrato de crédito 5,28 5,00 0,130 -0,498

Fonte: elaborado pelo autor

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,482 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

Tabela 22 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de

conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Qual o nível de conhecimento

financeiro?

Com base em média ,496 1 707 ,482

Com base em mediana ,378 1 707 ,539

Com base em mediana e com df ajustado

,378 1 705,439 ,539

Com base em mediana aparada

,558 1 707 ,455

Fonte: elaborado pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste T Student para duas amostras independentes. Comparando o valor-

P com o nível de significância temos que 0,149 > 0,05, portanto não se rejeita Ho e

conclui-se que os níveis médios de conhecimento financeiro entre os respondentes

que possuem e os que não possuem contrato de crédito são iguais.

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Tabela 23 - Teste T Student (amostras independentes) para nível médio de conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito

Teste-t para Igualdade de Médias

t df Sig.

(2 extremidades)

Diferença média

Erro padrão

de diferença

95% Intervalo de Confiança da

Diferença

Inferior Superior

Qual o nível de conhecimento financeiro?

Variâncias iguais assumidas

1,446 707 ,149 ,524 ,363 -,188 1,236

Variâncias iguais não assumidas

1,359 68,741 ,179 ,524 ,386 -,245 1,294

Fonte: elaborado pelo autor

Quadro 33 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por existência ou não de contrato de crédito

Contrato de Crédito Média Desvio padrão

Coeficiente de variação

Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente possui?

Não possui contrato de crédito

5,80 2,88 0,56

Possui contrato de crédito 5,28 2,67 0,53

Fonte: elaborado pelo autor

No teste ANOVA One Way será avaliado se o nível médio de conhecimento

financeiro difere de acordo com o nível de comprometimento da renda com contratos

de crédito. Os percentuais de comprometimento são: 10%, 20%, 30%, 40%, 50%,

60%, 70%, 80%, 90% e 100

Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,

uma outra forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se

a média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de

curtose estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na tabela 24, os três

pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente distribuídos

nas dez amostras.

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97

Tabela 24 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito

Comprometimento da renda com contrato

de crédito Média Mediana Assimetria Curtose

10% 5,56 5,00 0,313 -0,365

20% 5,27 5,00 -0,036 -0,573

30% 5,48 6,00 0,258 -0,487

40% 4,95 6,00 0,080 -0,450

50% 5,36 5,00 0,038 -0,982

60% 5,48 5,50 -0,030 -0,679

70% 5,04 5,00 0,338 -0,243

80% 4,86 4,00 0,999 0,402

90% 5,14 6,00 -0,043 -2,318

100% 5,81 6,00 0,075 -0,585

Fonte: elaborado pelo autor

Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.

Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,137 > 0,05 não

rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.

Tabela 25 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de

crédito

Estatística de Levene

df1 df2 Sig.

Nível de conhecimento

financeiro

Com base em média 1,521 9 554 ,137

Com base em mediana 1,422 9 554 ,175

Com base em mediana e com df ajustado

1,422 9 523,504 ,175

Com base em mediana aparada

1,551 9 554 ,127

Fonte: elaborado pelo autor

Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será

realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância

temos que 0,902 > 0,05, portanto não se pode rejeitar Ho e conclui-se que os níveis

médios de conhecimento financeiro entre os níveis de comprometimento da renda

com contrato de crédito são iguais.

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Tabela 26 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito

Soma dos Quadrados

df Quadrado Médio

Z Sig.

Entre grupos 29,919 9 3,324 ,459 ,902

Nos grupos 4009,746 554 7,238

Total 4039,665 563

Fonte: elaborado pelo autor

Tabela 27 - nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito

Comprometimento da renda com contrato de crédito

Média Desvio padrão

Coeficiente de variação

Qual o nível de conhecimento

financeiro que o respondente

possui?

10% 5,56 2,17 0,39

20% 5,27 2,43 0,46

30% 5,48 2,99 0,55

40% 4,95 2,71 0,55

50% 5,36 2,74 0,51

60% 5,48 2,65 0,48

70% 5,04 2,90 0,58

80% 4,86 2,41 0,50

90% 5,14 3,08 0,60

100% 5,81 3,06 0,53

Fonte: elaborado pelo autor

Analisando os resultados obtidos, o nível de endividamento não é influenciado

pelo nível médio de conhecimento financeiro. Desta forma, rejeita-se H4.

H4 (O nível de endividamento do sujeito se relaciona com o seu nível de

conhecimento financeiro)

Cabe salientar que a literácia financeira é um conjunto de conhecimentos e

competências necessárias para as pessoas se protegerem financeiramente e

comportarem de forma ativa no mercado de produtos e serviços financeiros. Cidadãos

financeiramente alfabetizados são bem versados em questões de moeda e preços, e

são capazes de gerir o seu orçamento pessoal responsável. As finanças são parte

importante da vida cotidiana, sendo a melhor maneira de prevenir o sobre

endividamento (TOMÁSKOVÁ, 2011).

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Cabe ressaltar que a amostra é composta por alunos jovens com idade média

22 anos e quanto ao número de operações de credito dos alunos se observa que a

propensão do endividamento dos alunos no curto prazo, através de contratos com

cartão de crédito e cartão de debito/cheque especial, podendo talvez serem

explicadas por buscas de milhas para utilizações no futuro.

Das 1.322 alternativas assinaladas, entre homens e mulheres 1174 (88,8%)

são de contratos de crédito de curto prazo e 148 (11,2%) são de contratos de crédito

de longo prazo, porém conforme estudos apontados no referencial teórico deste

estudo por Gathergood (2012) que afirmou que estes consumidores que usam o

crédito de maneira mais impulsiva e com valores maiores, daqueles que possuem um

maior autocontrole sendo estes os principais itens para um superendividamento

individual e que a falta de conhecimento financeiro e baixa educação financeira

relacionadas a falta do autocontrole possuem correlação positiva com a falta de

pagamento de cartões de crédito, resultando em um endividamento. O resultado obtido chama-se a atenção quanto a má administração do dinheiro

(13,5%) e a falta de planejamento (13,1%). Estas duas razões podem ser classificadas

como uma só, pois a má administração financeira é consequência da falta de

planejamento. Desta forma, a principal razão se constitui na falta de planejamento

correspondendo a 26,6% (13,5% + 13,1%) das razões apontadas. Analisando por

gênero, observa-se que um percentual maior do gênero feminino

(16,8%+14,6%=31,4%), comparado ao masculino (10,9%+12,1%=23,0%), considera

a má administração/falta de planejamento como razão da obtenção do crédito.

Cameron (2014) sinaliza quanto à falta de entendimento financeiro tenha sido

como um fator que contribui para poupança insuficiente e para as crises econômicas,

as consequências potencialmente graves de baixa literácia financeira, apresentado no

referencial teórico deste estudo, alerta sobre o entendimento principalmente entre os

jovens sobre os fatores associados com literácia financeira sob configurações atuais

do programa educacional é um primeiro passo importante no desenvolvimento

adequado de materiais educativos.

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100

4.4 Conhecimento econômico

Sobre o conhecimento econômico o construto foi realizado com uma descrição

de dois países fictícios na qual o respondente supostamente poderia reconhecer

através de uma descrição apresentada sobre os países (Barprucia) e (Lurânia), se

encontram em recessão ou expansão, com informações como; (renda per capta, IDH,

balança comercial, comércio, etc.) disponível para visualização Apêndice A – proposta

de pesquisa.

Tendo em vista que em momentos de instabilidade econômica, ter uma

população bem instruída financeiramente é essencial para o bem-estar

socioeconômico do país. A educação possui um papel extremamente importante em

fornecer às pessoas o conhecimento, as habilidades e as competências necessárias

para uma participação efetiva na sociedade como também na economia.

Com objetivo em observar o conhecimento econômico do gênero e analisar se

os alunos da área de negócios possuem conhecimento economia que supostamente

pode contribuir para decisões evitando o alto nível de endividamento.

Observou-se na analisada comparando a quantidade de acertos nas variáveis

P48 a P56 quantificando o percentual entre gênero, e constatou-se que em todas as

variáveis corretas do construto as mulheres obtiveram um resultado superior

relacionado aos homens conforme tabela 13.

Os resultados obtidos percebem-se que na variável P48 com a frequência de

175, (feminino) e percentual (63,64%) e frequência 249, (masculino), percentual

(57,37%) é a mais elevada de todas as variáveis. Nota-se também o conhecimento

econômico em torno de 50% aproximadamente, com exceção o item P48 e P54, pois

a alternativa 3 que foi caracterizado (não sei) para os respondentes, apresentam uma

dispersão muito alta na maioria das respostas principalmente para os homens.

Se relacionarmos está evidencia com as respostas que podem serem

analisadas no quadro 9 no que se referente a compras compulsivas, 24%, facilidade

de acesso ao crédito 22,7% e a má administração do dinheiro 14,2% do total da

amostra 709 alunos, fica evidente a preocupação quanto ao futuro dos

endividamentos.

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Tabela 28 - Estatística descritiva do gênero diante ao conhecimento econômico

Varáveis Alternativas Feminino Percentual Masculino Percentual

P48 O cenário econômico em Lurânia com suas perspectivas na parte fiscal

demonstra eficiência do setor público em agir conforme o necessário, conforme os

resultados apresentados.

1 175 63,64 249 57,37

2 50 18,18 64 14,75

3 50 18,18 121 27,88

Total 275 100 434 100

P49 Quando o governo possui superávit público excessivo, é válido esperar que

gerasse inflação interna.

1 103 37,45 149 34,33

2 109 39,64 169 38,94

3 63 22,91 116 26,73

Total 275 100 434 100

P50 As ações do governo beneficiam a sociedade barpruciana com a ampliação

do mercado consumidor doméstico, tendo em vista o crescimento do

comércio internacional mais competitivo.

1 72 26,18 114 26,27

2 125 45,45 166 38,25

3 78 28,36 154 35,48

Total 275 100 434 100

P51 A taxa de desemprego dos barprucianos de 10,9% pode ser considerada um dos

principais fatores do superávit da balança comercial.

1 65 23,64 120 27,65

2 126 45,82 188 43,32

3 84 30,55 126 29,03

Total 275 100 434 100

P52 A determinação da taxa de juros adotada em Barprucia irá proporcionar para o

indivíduo ou empresa um maior benefício no consumo, investimento produtivo propiciando um maior crescimento

econômico.

1 79 28,73 111 25,58

2 135 49,09 174 40,09

3 61 22,18 149 34,33

Total 275 100 434 100

Varáveis Alternativas Feminino Percentual Masculino Percentual

P53 A concentração de 67,1% dos pequenos negócios e 8,9% no volume de vendas pode sinalizar para os lurânianos uma

estabilidade econômica devido as políticas adotadas.

1 120 43,64 173 39,86

2 66 24,00 107 24,65

3 89 32,36 154 35,48

Total 275 100 434 100

P54 A taxa de juros é o instrumento monetário utilizado pelo BCL (Banco

Central da Lurânia) para manter a inflação sob controle e estimula a

economia ao crescimento.

1 142 51,64 184 42,40

2 63 22,91 107 24,65

3 70 25,45 143 32,95

Total 275 100 434 100

P55 A perspectiva de melhora na parte fiscal em uma economia por parte do governo

pode sinalizar uma oportunidade de contratação de empréstimos de longo

prazo.

1 136 49,45 189 43,55

2 51 18,55 97 22,35

3 88 32,00 148 34,10

Total 275 100 434 100

P56 A estabilização na economia é realizada com a intervenção no comportamento

dos níveis de emprego e de preços, traz mais segurança para os agentes quanto

ao futuro com menos desigualdades sociais.

1 126 45,82 198 45,62

2 52 18,91 82 18,89

3 97 35,27 154 35,48

Total 275 100 434 100

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

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102

Na literatura Huston, (2010) salienta que não podem apresentar

comportamentos ou aumentos previstos no bem-estar financeiro devido a

determinadas influencias como: desvios comportamentais / cognitivas, problemas de

autocontrole, família, pares, econômico, comunidade e institucional, podem afetar

comportamentos financeiros e bem-estar financeiro e enfatiza que uma pessoa que é

alfabetizada financeiramente, ou seja, tem o conhecimento e a capacidade de aplicar

o conhecimento.

Neste sentido o conhecimento econômico pode ser aliado à importância da

educação financeira para prover conhecimentos e informações sobre

comportamentos básicos que contribuem para melhorar a qualidade de vida das

pessoas e de suas comunidades. É também um instrumento para promover o

desenvolvimento econômico.

4.5 Análise do comportamento financeiro

Com a finalidade de mensurar o comportamento financeiro, que se decompõe

em gestão financeira, utilização do crédito, investimento e poupança, consumo

planejado, foi utilizada a medida proposta por Matta (2007), a qual foi desenvolvida

com base nos estudos de Chen e Volpe (1998), Johnson (2001) e Shockey (2002). A

mesma medida com 20 questões fora utilizada Potrich, Vieira e Ceretta (2013) em

seus estudos, porem para este estudo foram acrescentados: V23 - Determino quanto

pouparei do salário antes de gastá-lo, V27 - Planejo os investimentos antes de realizar

os gastos e V36 - Negocio descontos para pagamento à vista, organizada em uma

escala do tipo likert de 5 pontos (1 – discordo totalmente e 5 – concordo totalmente).

O quadro 12 mostra as médias e desvios padrão das variáveis agrupadas por

construtos. Para análise desses indicadores reverteu-se as escalas das questões V22,

V28, V30, V32 e V33, pois os níveis de concordância nesses indicadores representa

baixa literácia financeira, ao inverso do que ocorre com os demais indicadores.

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Quadro 34 - Médias e desvio padrão das variáveis do comportamento financeiro

Questões Média

Desvio padrão

Gestão Financeira

V17 - Preocupo-me em gerenciar da melhor forma o meu dinheiro 4,62 0,81

V21 - Anoto e controlo meus gastos pessoais 3,36 1,38

V25 - Estabeleço metas financeiras de longo prazo que influenciam na administração de minhas finanças

3,67 1,18

V29 - Sigo um orçamento ou plano de gastos semanal ou mensal 3,10 1,27

V33 - Não fico mais de um mês sem fazer balanço dos meus gastos 3,32 1,37

V37 - Estou satisfeito(a) com o sistema de controle de minhas finanças

3,35 1,26

V39 - Pago minhas contas sem atraso 4,24 1,08

Construto Gestão Financeira 3,66 1,31

Utilização de Crédito

V18 - Consigo identificar os custos que pago ao comprar um produto a crédito

3,94 1,09

V22 - Não tenho utilizado cartões de crédito e cheque especial por possuir dinheiro disponível para as despesas

3,87 1,33

V26 - Ao comprar a prazo, comparo as opções de crédito disponível 3,47 1,27

V30 - Não comprometo mais de 10% da minha renda pessoal com compras a crédito

3,12 1,49

V34 - Sempre pago meu(s) cartão(ões) de crédito na data do vencimento para evitar cobrança de juros

4,11 1,25

V38 - Confiro a fatura do(s) cartão(ões) de crédito para averiguar possíveis erros e cobranças indevidas

3,81 1,32

Construto Utilização de Crédito 3,72 1,34

Investimento e poupança

V19 - Poupo mensalmente 3,73 1,36

V23 - Determino quanto pouparei do salário antes de gastá-lo 3,24 1,37

V27 - Planejo os investimentos antes de realizar os gastos 3,64 1,20

V31 - Poupo visando a compra de um produto mais caro 3,31 1,33

V35 - Possuo uma reserva financeira igual ou maior a três vezes minha renda mensal, que possa ser usada em casos inesperados

2,93 1,51

Construto Investimento e Poupança 3,37 1,39

Consumo Planejado

V20 - Comparo preços ao fazer uma compra 4,10 1,15

V24 - Analiso minhas finanças com profundidade antes de fazer uma grande compra

3,88 1,23

V28 - Não compro por impulso 3,25 1,35

V32 - Prefiro comprar um produto financiado ao invés de juntar dinheiro para comprá-lo à vista

3,74 1,29

V36 - Negocio descontos para pagamento à vista 3,99 1,22

Construto Consumo Planejado 3,79 1,28

Comportamento Financeiro 3,64 1,34

Fonte: Elaborado pelo próprio autor

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Ao analisar os construtos do comportamento financeiro que foram compostos

pela média das 23 questões, ou seja, para cada entrevistado foi computada a média

das respostas atribuídas a cada questão da escala, considerando que a escala varia

de um (1) a cinco (5) pontos, em uma escala ascendente, onde 1 equivale a

comportamentos financeiros ruins e 5 corresponde a ótimos comportamentos

financeiros.

Pode-se destacar que as médias dos construtos são próximas, com valores

entre 3,37 e 3,79, indicando um grau médio de comportamento financeiro. A variável

com menor média foi a V35 – 2,93, (Investimento e poupança) relacionada a ter uma

poupança para eventos inesperados. A com maior média foi a V17 – 4,62, (Gestão

financeira) mostrando preocupação com o gerenciamento do dinheiro.

Utilizando-se uma escala somada foram criadas as variáveis Gestão

Financeira, Utilização de Crédito, Investimento e Poupança e Consumo Planejado.

Fez-se então a correlação (Pearson, bi-caudal, alpha: 0,05) entre essas variáveis.

Todas ficaram acima de 0,53 e eram significativas (sig. Menor que 0,05). A menor

correlação foi entre os construtos Investimento e Poupança e Utilização do Crédito

(0,483).

Cabe destacar que o último item do quadro 12, Comportamento financeiro com

média de 3,64 e desvio padrão 1,34, representa a média geral de todos os construtos

relacionados: gestão financeira, utilização do crédito, investimento e poupança,

consumo planejado, caracterizando único para o comportamento financeiro, ou seja,

para validar a existência dessas quatro dimensões foi realizado uma Análise Fatorial

Confirmatória (AFC), na qual se utilizou o software R, que se obteve como resultado

que as dimensões utilizadas por Potrich, Vieira e Ceretta (2013) resultando a

existência de um fator único um modelo unidimensional, podendo ser verificada na

análise multivariada de dados.

4.6 Análise multivariada dos dados

Potrich, Vieira e Ceretta (2013) descrevem o instrumento proposto para

mensurar o comportamento financeiro como tendo quatro dimensões distintas: gestão

financeira, utilização de crédito, investimento e poupança e consumo planejado.

Para validar a existência dessas quatro dimensões fez-se uma Análise Fatorial

Confirmatória (AFC), utilizando-se o software R. No total foram feitas sete análises,

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três considerando-se a existência das dimensões propostas por Potrich, Vieira e

Ceretta (2013) e quatro considerando-se a existência de um fator único (ou seja, um

modelo unidimensional).

Para análise de ajuste dos modelos que foram estimados foram considerados,

em primeira instância, os seguintes parâmetros: 1) CFI (Comparative Index Fit),

comparando-se o grau de ajuste do modelo estimado com o modelo nulo. Quanto

maior o resultado (mais perto de 1,0), melhor o ajuste do modelo. 2) TLI (Tucker-

Lewis Index), também conhecido como Nonnormed Fit Index (NNFI); combina uma

medida de parcimônia do índice comparativo entre o modelo estimado e o modelo

nulo. O valor recomendado é que seja maior do que 0,90. 3) RMSEA (Root Mean

Square Error of Approximation) avalia os graus de discrepância do modelo,

representando o GFI (Goodness of Fit Index) que poderia ser esperado se o modelo

fosse estimado na população e não apenas na amostra extraída. O limite superior do

intervalo de confiança do modelo estimado deve ser menor do que 0,08 (HAIR,

ANDERSON, TATHAM e BLACK, 1995, p.654-661).

A primeira ACF foi feita com todos os indicadores e considerando-se a

existência de variáveis latentes (23 indicadores, quatro variáveis latentes). A primeira

análise mostrou que o modelo não estava ajustado. O índice comparativo de ajuste

(Comparative Fit Index - CFI) foi de 0,719 e o Tucker-Lewis Index (TLI) foi de 0,682.

Para o RMSEA encontrou-se o valor de 0,08, que seria aceitável (mas no limite).

Ao observar as cargas dos indicadores nas variáveis latentes observou-se que

havia variáveis com cargas baixas (menores do que 0,40) e com sinais negativos.

Também se observou que havia alta correlação entre as variáveis latentes (valores

superiores a 0,90), sugerindo a unidimensionalidade do modelo.

Utilizando-se o modelo com quatro variáveis latentes e 23 indicadores repetiu-

se a AFC mais duas vezes, retirando-se a cada rodada os indicadores com cargas

fatoriais baixas ou com valores negativos. Nessas três análises encontrou-se o

mesmo padrão de resultado encontrado na primeira análise: falta de ajuste do modelo

(CFI, TLI e RMSEA fora dos padrões), cargas fatoriais baixas para alguns indicadores,

cargas negativas de alguns indicadores e alta correlação entre as variáveis latentes.

Na quarta e quinta AFC considerou-se que o modelo fosse unidimensional.

Nessas análises encontrou-se melhor ajuste do que o obtido nas análises anteriores

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106

(com variáveis latentes). Todavia, ainda havia indicadores com baixa carga fatorial e

com cargas negativas.

Optou-se então, na sexta e sétima análise, por fazer a AFC utilizando-se, para

estimativa, o padrão WLSMV, que considera que os dados foram coletados em escala

ordinal. A sexta AFC ainda apresentou problema com algumas variáveis, que foram

então retiradas para se fazer a sétima AFC, este modelo (sétimo modelo analisado)

apresentou parâmetros indicando ajuste. Apresenta-se no Quadro 35 as seis

primeiras rodadas de AFC que foram feitas, bem como os parâmetros encontrados

em cada uma delas. A sétima AFC será descrita em detalhe porque apresenta análise

de mais outros parâmetros.

Quadro 35 - Parâmetros das AFC feitas com variáveis latentes

Análises Número de

fatores

Variáveis excluídas

CIF TLI RMSEA Correlação entre VL

Primeira análise 4 Nenhuma 0,719 0,682 0,083 > 0,7

Segunda análise

4 P30 0,761 0,728 0,078 > 0,7

Terceira análise 4 P22, P37 e P19 0,784 0,752 0,077 > 0,7

Quarta análise 1 Nenhuma 0,708 0,678 0,084 Não se aplica

Quinta análise 1 P22, P30, P 34 0,799 0,775 0,075 Não se aplica

Sexta análise Estimativa por

WLSMV

1 P22, P30, P34 0,853 0,836 0,059 Não se aplica

A sétima AFC apresentou ajuste em todos os parâmetros analisados. Como se

obteve uma solução unidimensional pode-se considerar que o Comportamento

Financeiro seja uma variável latente formada por 16 indicadores, conforme Quadro 36

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107

Quadro 36 - Indicadores da variável latente Comportamento Financeiro

Variáveis Assertivas

P17 Preocupo-me em gerenciar da melhor forma o meu dinheiro

P18 Consigo identificar os custos que pago ao comprar um produto a crédito

P19 Poupo mensalmente

P20 Comparo preços ao fazer uma compra

P21 Anoto e controlo meus gastos pessoais

P24 Analiso minhas finanças com profundidade antes de fazer uma compra

P25 Estabeleço metas financeiras de longo prazo que influenciam na administração de minhas finanças

P26 Ao comprar a prazo, comparo as opções de crédito disponíveis

P27 Planejo os investimentos antes de realizar os gastos

P29 Sigo um orçamento ou plano de gastos semanal ou mensal

P31 Poupo visando a compra de um produto mais caro (por exemplo, um carro)

P35 Possuo uma reserva financeira igual ou maior a três vezes a minha renda mensal, que possa ser usada em casos inesperados (desemprego, doença, etc.)

P36 Negócio descontos para pagamentos à vista

P37 Estou satisfeito(a) com o sistema de controle de minhas finanças

P38 Confiro a fatura do(s) cartão (ões0 de crédito para averiguar possíveis erros e cobranças indevidas

P39 Pago minhas contas sem atraso

O Quadro 37 mostra os parâmetros obtidos na sétima AFC com os 16

indicadores apresentados no Quadro CCC.

Quadro 37 - Parâmetros da sétima AFC, unidimensional, 16 indicadores

GFI AGFI CIF TLI NFI RMSEA

,998 0,997 0,970 0,965 0,952 0,066

Além dos parâmetros descritos nas análises anteriores, foram acrescentados

os seguintes: 1) GFI (Goodness-of-Fit Index), medida não estatística de ajuste do

modelo, representando o grau geral de ajuste do modelo (os resíduos ao quadrado do

modelo predito em comparação com os dados atuais. Não considera os graus de

liberdade do modelo. Deve ter valores altos, mas não há um limite estabelecido. 2)

AGFI (Adjusted Goodness of Fit), que é uma extensão do GFI ajustado pela razão

entre os graus de liberdade do modelo proposto e os do modelo nulo. Deve ser maior

do que 0,90. 3) NFI (Normed Fit Index), que compara o modelo estimado com o

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modelo nulo. Deve ser maior do que 0,90 (HAIR, ANDERSON, TATHAM e BLACK,

1995, p.654-661).

Pode-se observar que o modelo unidimensional que se obteve na última análise

fatorial foi o que obteve maior ajuste. Talvez a unidimensionalidade se explique pelo

modelo ter sido proposto de maneira formativa. Potrich, Vieira e Ceretta (2013) não

explicam se fizeram uma análise fatorial exploratória para propor as dimensões

apresentadas. Nos estudos de Chen e Volpe (1998) e de Matta (207) não há menção

às análises fatorial ou fatorial confirmatória para construção das dimensões propostas

em seus questionários.

O Quadro 38 apresenta a descrição das variáveis excluídas e as dimensões

nas quais elas foram inicialmente propostas. Observa-se que dentre as variáveis

excluídas várias delas têm proposições duplas, o que pode ter confundido o

respondente (P22: cartão de crédito e cheque especial; P34: pagar na data do

vencimento e evitar cobrança de juros; P32: comprar financiado ao invés de poupar

para compra à vista). Esses achados sugerem que, para estudos futuros, seja feito o

desmembramento dessas questões e um teste para ver se, com esse ajuste, pode-se

obter um modelo com as quatro dimensões propostas por Potrich, Vieira e Ceretta

(2013).

Quadro 38 - Variáveis excluídas do modelo

Dimensão inicialmente proposta

Variáveis

Gestão financeira P33 (Fico mais de um mês sem fazer o balanço dos meus gastos);

Utilização do crédito P22 (Tenho utilizado cartões de crédito e cheque especial por não possuir dinheiro disponível para as despesas);

P30 (Comprometo mais de 10% de minha renda com compras a crédito);

P34 (Sempre pago meu cartão de crédito na data de vencimento para evitar cobrança de juros);

Investimento e poupança P 23 (Poupo após saber o que sobrou do salário);

Consumo planejado P 28 (Compro por impulso) – escala invertida;

P32 (Prefiro comprar um produto financiado ao invés de juntar dinheiro para compra-lo à vista).

Os scripts utilizados para todas as análises assim como os resultados, podem

ser vistos nos apêndices B e C.

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5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo traz como contribuição uma proposta para modelagem da variável

literácia financeira considerando-se que ela seja formada por quatro variáveis latentes,

a saber: conhecimento financeiro, comportamento financeiro, endividamento pessoal

e conhecimento econômico. Diferente dos estudos feitos por Potrich et al (2013), os

indicadores da variável latente Comportamento Financeiro foram considerados em um

modelo reflexivo, ou seja, o comportamento financeiro se reflete num conjunto de

outros comportamentos. Desta forma, fez-se uma análise fatorial confirmatória para

se testar se, como modelo reflexivo, podia-se dizer que haviam quatro dimensões

latentes para esse construto, conforme proposto por Potrich et al. (2013). Isto não se

confirmou na análise feita. Observou-se que o comportamento financeiro é uma

variável unidimensional com 16 indicadores.

As variáveis Conhecimento Financeiro, Endividamento Pessoal e

Conhecimento Econômico foram criadas considerando-se um modelo formativo, ou

seja, foram escolhidos indicadores que, somados, poderiam representar as variáveis

latentes. Como tal, não foi testado um modelo fatorial para essas variáveis. A

construção da variável Endividamento foi feita a partir da literatura e das modalidades

disponíveis, no mercado, para créditos de curto e longo prazo. A variável

Conhecimento Financeiro partiu de estudos anteriores feitos sobre o tema, que

listavam algumas proposições relacionadas à expertise em finanças Chen e Volpe

(1998). O conhecimento econômico foi construído a partir da literatura sobre cenários

econômicos; não se encontrou esse tipo de questão em estudos anteriores, sendo a

sua proposta de mensuração uma contribuição deste estudo.

Descreve-se, a seguir, os principais achados do estudo.

A literácia financeira é uma questão que nos últimos anos tem merecido

atenção por parte de vários agentes como políticos, instituições financeiras,

organizações internacionais e consumidores, neste contexto, mudanças econômicas,

sociais e tecnológicas são crescentes em todo o mundo e apontam para a urgência

da implementação de ações governamentais com o objetivo de educar

financeiramente as populações.

Em geral, os indivíduos apresentam dificuldades em entender conceitos

básicos em finanças, indicando níveis de literácia financeiros baixos até mesmo em

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países desenvolvidos que possuem índices de rendimentos mais elevados. Ter uma

boa educação aumenta consideravelmente a probabilidade de pessoas encontrarem

emprego e terem renda suficiente. Ter educação econômico-financeira aumenta a

chance de essas pessoas conseguirem gerir a sua renda em busca de qualidade de

vida (OCDE, 2015).

A proposta deste trabalho foi responder a seguinte questão de pesquisa: qual

é a relação entre o nível de conhecimento financeiro, comportamento financeiro,

endividamento pessoal e conhecimento econômico de alunos de graduação da área

de negócios de uma Universidade localizada na cidade de São Paulo, e quais são os

fatores que afetam essa relação?

Considerando a importância da alfabetização financeira, após a revisão da

literatura realizada determinou-se desenvolver uma metodologia adequada para

auferir a relação de literácia financeira e avaliar suas características e condicionantes

relacionados a problemática proposta.

Para recolha de dados foram feitos inquéritos por questionário, sendo o mais

adequado aos objetivos de estudo, pela interrogação direta das pessoas, com a

finalidade de se obter informações a um grupo significativo de pessoas sobre o

problema em estudo. A amostra foi composta por 709 alunos do primeiro semestre ao

sexto semestre da área de negócios da Universidade.

As hipóteses formuladas neste estudo serviram como um condutor na medida

que representam e descrevem as relações entre as variáveis para se traçar a

investigação descritiva e quantitativa.

Em relação a hipótese H1a, “O nível de conhecimento financeiro varia

dependendo do seu gênero”, não houve diferença estatisticamente significativa, não

comprovando que o nível médio de conhecimento dos homens é superior ao das

mulheres. Essa conclusão vai de encontro com as conclusões obtidas nos estudos

efetuados por Xu e Zia (2012, p. 09), onde as mulheres têm um nível mais baixo de

literácia financeira em termos mundiais.

Em relação a hipótese H1b, “O nível de conhecimento financeiro dos alunos

varia dependendo do seu nível de renda pessoal”, não houve diferença

estatisticamente significativa, não comprovando que o nível médio de conhecimento

financeiro varia de acordo com a renda pessoal.

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A hipótese H2, “O nível de conhecimento financeiro se altera à medida em que

o nível de educação financeira evolui no curso de graduação”, foi testada de acordo

com o curso.

No curso de Economia as diferenças estatisticamente significativas ocorrem ao

comparar o nível médio de conhecimento financeiro entre o 1º e o 3º semestres, entre

o 1º e o 4º semestres, e entre o 1º e o 6º semestre.

No curso de Ciências Contábeis, observa-se que somente o nível de

conhecimento no 3º semestre é superior aos demais semestres, demonstrando que

no geral não há incremento significativo do nível médio de conhecimento financeiro

ao longo do curso de Ciências Contábeis. Pode-se explicar o melhor desempenho no

3º semestre em virtude de a disciplina de Matemática Financeira ser ministrada no 2º

semestre.

No curso de Administração de Empresas observa-se que o 4º semestre

apresenta a maior média (6,0) de nível de conhecimento financeiro. Um dos fatores

explicativos é que no 3º semestre os alunos têm a disciplina de Matemática Financeira

e no 4º semestre cursam a disciplina de Mercados Financeiros. A média do 6º

semestre é a segunda maior e um fator explicativo é o aluno cursar neste semestre a

disciplina de Gestão Financeira. Estas diferenças são estatisticamente significativas a

um nível de confiança de 95%.

No curso de Comércio Exterior não há diferença estatisticamente significativas

entre as médias dos níveis de conhecimento financeiro dos semestres.

Na análise da hipótese H3 “O nível de conhecimento financeiro se altera

dependendo do curso no qual o aluno está matriculado”, a um nível de significância

de 5%, pode-se confirmar a alegação, ou seja, o nível médio de conhecimento

financeiro varia de acordo com o curso que o aluno está matriculado. Pelos testes,

concluiu-se que o nível de conhecimento financeiro para os graduandos dos cursos

de Economia e Ciências Contábeis são iguais; o nível de conhecimento financeiro

para os graduandos dos cursos de Administração e Comércio Exterior são iguais; e o

nível de conhecimento financeiro dos graduandos dos cursos de Economia e Ciências

Contábeis é superior ao nível de conhecimento financeiro dos cursos de

Administração de Empresas e Comércio Exterior.

Em relação à análise da hipótese H4 “O nível de endividamento do sujeito se

relaciona com o seu nível de conhecimento financeiro”, foram realizados dois testes.

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O primeiro teste verificou se o fato de possuir ou não contrato de crédito era

influenciado pelo nível de conhecimento financeiro e, estatisticamente, não se

apresentou diferença significativa entre as médias. Portanto, esta hipótese foi

descartada. O segundo teste verificou se o nível de endividamento era influenciado

pelo nível de conhecimento financeiro e, estatisticamente, não se apresentou

diferença significativa entre as médias. Desta forma, concluiu-se que não há relação

entre o endividamento do sujeito e o seu nível de conhecimento financeiro. Cabe

salientar a preferência pelo uso de cartões de crédito e cartão de debito/cheque

especial, ambos contratos de curto prazo. Ao analisar os contratos de longo prazo, a

preferência ocorre pelo financiamento para aquisição de bens moveis (veículos).

Por fim, estudos futuros nesta área do conhecimento poderão incluir uma maior

profundidade do trabalho desenvolvido, relacionando as variáveis que o estudo

concede. Poder-se-á, também, aumentar a dimensão da amostra de forma a melhor

compreender a literácia financeira dos alunos de ensino superior de outras áreas,

como também, promover a literácia financeira para a comunidade em geral. Sugere-

se que seja testado, utilizando equações estruturais, um modelo para explicação da

literácia financeira, no qual se teria uma variável latente (dependente) denominada

literácia financeira, e quatro variáveis latentes (independentes) que seria formada por

quatro construtos: Conhecimento Financeiro, Endividamento Pessoal, Conhecimento

Econômico e Comportamento Financeiro.

É importante que a sociedade esteja familiarizada com, no mínimo, os

princípios financeiros, mesmo que básicos, para a obtenção de habilidades analíticas

e acesso à informação para o sucesso das finanças pessoais, e para que as

organizações do setor financeiro procurem ser o mais eficiente possível. Assim, a

importância do conhecimento financeiro não se verifica só no domínio pessoal, mas

também, no domínio organizacional, e para toda a sociedade, pois se a sociedade for

financeiramente competente irá reforçar a eficiência de mercado, proporcionando

condições favoráveis a um crescimento econômico sustentável e a uma estabilidade

financeira.

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APÊNDICE A

Proposta de pesquisa

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APENDICE B

Modelo 1 - Resultados das análises fatoriais confirmatórias RODADA 1 lavaan (0.5-20) converged normally after 30 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 1321.826 Degrees of freedom 224 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 4154.043 Degrees of freedom 253 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.719 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.682 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -25437.555 Loglikelihood unrestricted model (H1) -24776.642 Number of free parameters 52 Akaike (AIC) 50979.110 Bayesian (BIC) 51216.431 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 51051.318 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.083 90 Percent Confidence Interval 0.079 0.088 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.076

Latent Variables:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira =~

P17 0.345 0.031 11.021 0.000 0.345 0.426

P21 0.852 0.050 16.948 0.000 0.852 0.618

P25 0.763 0.043 17.858 0.000 0.763 0.644

P29 0.648 0.048 13.477 0.000 0.648 0.509

P33 -0.622 0.053 -11.830 0.000 -0.622 -0.454

P37Inv -0.798 0.046 -17.480 0.000 -0.798 -0.633

P39 0.462 0.042 11.063 0.000 0.462 0.428

Utilização credito =~

P18 0.622 0.045 13.835 0.000 0.622 0.571

P22 -0.148 0.058 -2.540 0.011 -0.148 -0.111

P26 0.635 0.053 12.007 0.000 0.635 0.501

P30 0.091 0.066 1.390 0.165 0.091 0.061

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124

P34 0.497 0.053 9.391 0.000 0.497 0.399

P38 0.773 0.054 14.260 0.000 0.773 0.587

Investimento e poupança =~

P19Inv -0.861 0.050 -17.331 0.000 -0.861 -0.633

P23 0.523 0.054 9.758 0.000 0.523 0.381

P27 0.838 0.043 19.479 0.000 0.838 0.698

P31 0.585 0.051 11.432 0.000 0.585 0.440

P35 0.618 0.059 10.564 0.000 0.618 0.410

Consumo planejado =~

P20 0.612 0.045 13.613 0.000 0.612 0.532

P24 0.761 0.047 16.193 0.000 0.761 0.621

P28Inv 0.500 0.054 9.209 0.000 0.500 0.371

P32 -0.318 0.053 -6.013 0.000 -0.318 -0.247

P36 0.645 0.048 13.581 0.000 0.645 0.530

Covariances:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira ~~

utilizaca_crdt 0.760 0.038 20.156 0.000 0.760 0.760

invstmnt__ppnç 0.965 0.024 40.436 0.000 0.965 0.965

consumo_planjd 0.881 0.032 27.824 0.000 0.881 0.881

Utilização credito ~~

invstmnt__ppnç 0.753 0.041 18.323 0.000 0.753 0.753

consumo_planjd 0.777 0.044 17.623 0.000 0.777 0.777

Investimento e poupança ~~

consumo_planjd 0.931 0.033 27.995 0.000 0.931 0.931

OBS: Correlação entre as VL muito alta, falta validade discriminante

modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)

lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox

275 P22 ~~ P30 94.820 0.718 0.718 0.364 0.364

247 P39 ~~ P34 77.908 0.387 0.387 0.288 0.288

118 consumo planejado =~ P30 65.815 -1.229 -1.229 -0.825 -0.825

311 P30 ~~ P32 64.488 0.564 0.564 0.294 0.294

58 gestão financeira =~ P22 56.974 -0.902 -0.902 -0.680 -0.680

150 P21 ~~ P33 54.825 -0.404 -0.404 -0.214 -0.214

100 investimento e poupança =~ P30 54.608 -0.981 -0.981 -0.659 -0.659

98 investimento e poupança =~ P22 54.539 -0.874 -0.874 -0.660 -0.660

60 gestão financeira =~ P30 46.907 -0.918 -0.918 -0.616 -0.616

116 consumo planejado =~ P22 42.760 -0.882 -0.882 -0.666 -0.666

313 P34 ~~ P38 35.471 0.330 0.330 0.201 0.201

333 P38 ~~ P36 33.006 0.274 0.274 0.171 0.171

181 P25 ~~ P27 32.264 0.201 0.201 0.141 0.141

310 P30 ~~ P28Inv 29.697 -0.386 -0.386 -0.193 -0.193

301 P30 ~~ P34 28.823 0.355 0.355 0.192 0.192

164 P21 ~~ P20 27.904 0.233 0.233 0.147 0.147

288 P26 ~~ P30 27.276 0.342 0.342 0.181 0.181

73 utilização credito =~ P17 26.514 0.384 0.384 0.475 0.475

337 P19Inv ~~ P35 25.867 -0.306 -0.306 -0.149 -0.149

293 P26 ~~ P27 24.805 0.205 0.205 0.134 0.134

245 P39 ~~ P26 24.473 -0.213 -0.213 -0.156 -0.156

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125

RODADA 2 = tirar o item P30

lavaan (0.5-20) converged normally after 30 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 1082.880 Degrees of freedom 203 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 3913.600 Degrees of freedom 231 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.761 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.728 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -24149.717 Loglikelihood unrestricted model (H1) -23608.277 Number of free parameters 50 Akaike (AIC) 48399.434 Bayesian (BIC) 48627.626 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 48468.865 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.078 90 Percent Confidence Interval 0.074 0.083 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.066

Latent Variables:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira =~

P17 0.346 0.031 11.046 0.000 0.346 0.427

P21 0.851 0.050 16.932 0.000 0.851 0.617

P25 0.762 0.043 17.844 0.000 0.762 0.644

P29 0.647 0.048 13.458 0.000 0.647 0.509

P33 -0.622 0.053 -11.826 0.000 -0.622 -0.454

P37Inv -0.799 0.046 -17.507 0.000 -0.799 -0.634

P39 0.463 0.042 11.086 0.000 0.463 0.428

Utilização credito =~

P18 0.623 0.045 13.877 0.000 0.623 0.571

P22 -0.170 0.058 -2.939 0.003 -0.170 -0.128

P26 0.625 0.053 11.835 0.000 0.625 0.493

P34 0.481 0.053 9.114 0.000 0.481 0.387

P38 0.758 0.054 13.991 0.000 0.758 0.575

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126

Investimento e poupança =~

P19Inv -0.862 0.050 -17.357 0.000 -0.862 -0.633

P23 0.523 0.054 9.755 0.000 0.523 0.381

P27 0.838 0.043 19.471 0.000 0.838 0.697

P31 0.584 0.051 11.426 0.000 0.584 0.440

P35 0.619 0.059 10.567 0.000 0.619 0.410

Consumo planejado =~

P20 0.612 0.045 13.607 0.000 0.612 0.531

P24 0.761 0.047 16.184 0.000 0.761 0.621

P28Inv 0.500 0.054 9.220 0.000 0.500 0.372

P32 -0.319 0.053 -6.042 0.000 -0.319 -0.248

P36 0.646 0.047 13.602 0.000 0.646 0.531

Covariances: Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira ~~

utilizaca_crdt 0.778 0.038 20.745 0.000 0.778 0.778

invstmnt__ppnç 0.965 0.024 40.455 0.000 0.965 0.965

consumo_planjd 0.882 0.032 27.823 0.000 0.882 0.882

Utilização credito ~~

invstmnt__ppnç 0.772 0.041 18.826 0.000 0.772 0.772

consumo_planjd 0.797 0.044 18.123 0.000 0.797 0.797

Investimento e poupança ~~

consumo_planjd 0.931 0.033 27.993 0.000 0.931 0.931

modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE) lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox

235 P39 ~~ P34 77.861 0.388 0.388 0.288 0.288

144 P21 ~~ P33 54.930 -0.405 -0.405 -0.214 -0.214

56 gestão financeira =~ P22 52.590 -0.934 -0.934 -0.705 -0.705

95 investimento e poupança =~ P22 50.215 -0.905 -0.905 -0.683 -0.683

286 P34 ~~ P38 38.966 0.345 0.345 0.211 0.211

112 consumo planejado =~ P22 37.933 -0.911 -0.911 -0.688 -0.688

306 P38 ~~ P36 32.487 0.273 0.273 0.170 0.170

173 P25 ~~ P27 32.455 0.201 0.201 0.141 0.141

157 P21 ~~ P20 28.051 0.234 0.234 0.147 0.147

70 utilização credito =~ P17 27.722 0.422 0.422 0.521 0.521

310 P19Inv ~~ P35 25.782 -0.306 -0.306 -0.149 -0.149

278 P26 ~~ P27 24.551 0.204 0.204 0.134 0.134

276 P26 ~~ P19Inv 23.939 0.239 0.239 0.139 0.139

89 investimento e poupança =~ P25 23.929 2.297 2.297 1.939 1.939

RODADA 3 = deletar a P22 + 37 e 19 sem invertê-las lavaan (0.5-20) converged normally after 26 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 953.030 Degrees of freedom 183 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model:

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127

Minimum Function Test Statistic 3776.054 Degrees of freedom 210 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.784 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.752 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -22947.850 Loglikelihood unrestricted model (H1) -22471.335 Number of free parameters 48 Akaike (AIC) 45991.701 Bayesian (BIC) 46210.766 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 46058.354 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.077 90 Percent Confidence Interval 0.072 0.082 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.062

Latent Variables:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira =~

P17 0.344 0.031 10.999 0.000 0.344 0.425

P21 0.853 0.050 16.967 0.000 0.853 0.618

P25 0.763 0.043 17.850 0.000 0.763 0.644

P29 0.649 0.048 13.497 0.000 0.649 0.510

P33 -0.624 0.053 -11.847 0.000 -0.624 -0.455

P37 0.799 0.046 17.476 0.000 0.799 0.633

P39 0.460 0.042 11.005 0.000 0.460 0.426

Utilização credito =~

P18 0.622 0.045 13.793 0.000 0.622 0.571

P26 0.641 0.053 12.104 0.000 0.641 0.506

P34 0.497 0.053 9.367 0.000 0.497 0.399

P38 0.779 0.054 14.321 0.000 0.779 0.591

Investimento e poupança =~

P19 0.861 0.050 17.319 0.000 0.861 0.632

P23 0.524 0.054 9.766 0.000 0.524 0.381

P27 0.838 0.043 19.478 0.000 0.838 0.698

P31 0.585 0.051 11.438 0.000 0.585 0.441

P35 0.618 0.059 10.546 0.000 0.618 0.409

Consumo planejado =~

P20 0.614 0.045 13.657 0.000 0.614 0.533

P24 0.761 0.047 16.201 0.000 0.761 0.621

P28Inv 0.498 0.054 9.179 0.000 0.498 0.370

P32 -0.317 0.053 -5.990 0.000 -0.317 -0.246

P36 0.645 0.047 13.590 0.000 0.645 0.530

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Covariances:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira ~~

utilizaca_crdt 0.748 0.038 19.595 0.000 0.748 0.748

invstmnt__ppnç 0.964 0.024 40.405 0.000 0.964 0.964

consumo_planjd 0.881 0.032 27.818 0.000 0.881 0.881

Utilização credito ~~

invstmnt__ppnç 0.744 0.041 17.945 0.000 0.744 0.744

consumo_planjd 0.776 0.044 17.595 0.000 0.776 0.776

Investimento e poupança ~~

consumo_planjd 0.931 0.033 27.997 0.000 0.931 0.931

RODADA 4 = devolver tudo que foi deletado (voltar para a rodada 1) e considerar apenas um fator

lavaan (0.5-20) converged normally after 28 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 1370.562 Degrees of freedom 230 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 4154.043 Degrees of freedom 253 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.708 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.678 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -25461.923

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Loglikelihood unrestricted model (H1) -24776.642 Number of free parameters 46 Akaike (AIC) 51015.846 Bayesian (BIC) 51225.783 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 51079.723 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.084 90 Percent Confidence Interval 0.079 0.088 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.074

Latent Variables:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira =~

P17 0.356 0.031 11.586 0.000 0.356 0.439

P21 0.827 0.050 16.658 0.000 0.827 0.600

P25 0.751 0.042 17.872 0.000 0.751 0.634

P29 0.612 0.048 12.832 0.000 0.612 0.481

P33 -0.599 0.052 -11.525 0.000 -0.599 -0.437

P37 0.778 0.045 17.264 0.000 0.778 0.617

P39 0.464 0.041 11.300 0.000 0.464 0.430

P18 0.548 0.041 13.496 0.000 0.548 0.503

P22 -0.287 0.052 -5.479 0.000 -0.287 -0.217

P26 0.517 0.048 10.678 0.000 0.517 0.408

P30 -0.111 0.060 -1.869 0.062 -0.111 -0.075

P34 0.353 0.049 7.242 0.000 0.353 0.284

P38 0.603 0.050 12.136 0.000 0.603 0.458

P19 0.852 0.048 17.591 0.000 0.852 0.627

P23 0.510 0.053 9.620 0.000 0.510 0.371

P27 0.829 0.042 19.922 0.000 0.829 0.690

P31 0.573 0.050 11.357 0.000 0.573 0.432

P35 0.605 0.058 10.467 0.000 0.605 0.401

P20 0.577 0.043 13.434 0.000 0.577 0.501

P24 0.714 0.044 16.093 0.000 0.714 0.583

P28Inv 0.488 0.052 9.402 0.000 0.488 0.363

P32 -0.294 0.051 -5.782 0.000 -0.294 -0.228

P36 0.613 0.045 13.547 0.000 0.613 0.504

Modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)

lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox

197 P22 ~~ P30 86.434 0.674 0.674 0.341 0.341

169 P39 ~~ P34 75.310 0.388 0.388 0.289 0.289

233 P30 ~~ P32 64.717 0.565 0.565 0.295 0.295

235 P34 ~~ P38 59.666 0.416 0.416 0.254 0.254

72 P21 ~~ P33 59.253 -0.418 -0.418 -0.221 -0.221

210 P26 ~~ P30 42.373 0.426 0.426 0.226 0.226

223 P30 ~~ P34 39.162 0.420 0.420 0.226 0.226

224 P30 ~~ P38 31.111 0.371 0.371 0.189 0.189

255 P38 ~~ P36 29.807 0.264 0.264 0.165 0.165

103 P25 ~~ P27 29.777 0.187 0.187 0.132 0.132

232 P30 ~~ P28Inv 29.103 -0.381 -0.381 -0.190 -0.190

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213 P26 ~~ P19 26.945 -0.255 -0.255 -0.148 -0.148

259 P19 ~~ P35 26.805 0.304 0.304 0.148 0.148

196 P22 ~~ P26 26.761 0.296 0.296 0.176 0.176

160 P37 ~~ P20 24.407 -0.198 -0.198 -0.136 -0.136

86 P21 ~~ P20 20.226 0.199 0.199 0.125 0.125

145 P33 ~~ P28Inv 19.936 -0.267 -0.267 -0.145 -0.145

49 P17 ~~ P25 19.477 -0.118 -0.118 -0.123 -0.123

159 P37 ~~ P35 17.830 0.231 0.231 0.121 0.121

219 P26 ~~ P24 17.751 0.192 0.192 0.124 0.124

166 P39 ~~ P22 16.918 -0.199 -0.199 -0.139 -0.139

167 P39 ~~ P26 16.728 -0.179 -0.179 -0.131 -0.131

RODADA 5 = deletar P22, P30 e P34 lavaan (0.5-20) converged normally after 24 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 844.973 Degrees of freedom 170 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 3543.302 Degrees of freedom 190 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.799 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.775 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -21848.772 Loglikelihood unrestricted model (H1) -21426.285 Number of free parameters 40 Akaike (AIC) 43777.544 Bayesian (BIC) 43960.098 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 43833.089 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.075 90 Percent Confidence Interval 0.070 0.080 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.060

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131

Latent Variables: Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

gestao_financeira =~

P17 0.354 0.031 11.503 0.000 0.354 0.437

P21 0.837 0.050 16.881 0.000 0.837 0.607

P25 0.757 0.042 18.011 0.000 0.757 0.639

P29 0.616 0.048 12.899 0.000 0.616 0.484

P33 -0.599 0.052 -11.508 0.000 -0.599 -0.437

P37 0.774 0.045 17.136 0.000 0.774 0.614

P39 0.444 0.041 10.731 0.000 0.444 0.410

P18 0.547 0.041 13.441 0.000 0.547 0.501

P26 0.527 0.048 10.895 0.000 0.527 0.416

P38 0.596 0.050 11.951 0.000 0.596 0.452

P19 0.841 0.049 17.265 0.000 0.841 0.618

P23 0.509 0.053 9.602 0.000 0.509 0.370

P27 0.837 0.042 20.169 0.000 0.837 0.697

P31 0.574 0.050 11.366 0.000 0.574 0.432

P35 0.592 0.058 10.216 0.000 0.592 0.392

P20 0.584 0.043 13.608 0.000 0.584 0.507

P24 0.722 0.044 16.284 0.000 0.722 0.589

P28Inv 0.487 0.052 9.376 0.000 0.487 0.362

P32 -0.286 0.051 -5.619 0.000 -0.286 -0.222

P36 0.611 0.045 13.462 0.000 0.611 0.502

Modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE) lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox

63 P21 ~~ P33 58.578 -0.414 -0.414 -0.219 -0.219

186 P38 ~~ P36 31.088 0.271 0.271 0.169 0.169

190 P19 ~~ P35 29.617 0.323 0.323 0.157 0.157

167 P26 ~~ P19 27.217 -0.258 -0.258 -0.149 -0.149

88 P25 ~~ P27 26.677 0.176 0.176 0.124 0.124

136 P37 ~~ P20 25.429 -0.202 -0.202 -0.139 -0.139

124 P33 ~~ P28Inv 20.037 -0.267 -0.267 -0.145 -0.145

43 P17 ~~ P25 19.845 -0.119 -0.119 -0.124 -0.124

135 P37 ~~ P35 19.731 0.245 0.245 0.129 0.129

144 P39 ~~ P19 19.607 0.187 0.187 0.127 0.127

143 P39 ~~ P38 18.463 0.193 0.193 0.136 0.136

74 P21 ~~ P20 18.196 0.188 0.188 0.118 0.118

187 P19 ~~ P23 16.940 0.224 0.224 0.120 0.120

129 P37 ~~ P26 16.800 -0.188 -0.188 -0.118 -0.118

197 P23 ~~ P31 16.395 0.239 0.239 0.131 0.131

173 P26 ~~ P24 15.929 0.181 0.181 0.117 0.117

51 P17 ~~ P19 15.636 0.124 0.124 0.112 0.112

142 P39 ~~ P26 15.298 -0.172 -0.172 -0.126 -0.126

217 P35 ~~ P20 15.114 -0.209 -0.209 -0.120 -0.120

192 P19 ~~ P24 14.952 -0.169 -0.169 -0.101 -0.101

48 P17 ~~ P18 14.612 0.103 0.103 0.117 0.117

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132

RODADA 6 = igual a 5, mas usando WLSMV (leva em conta que os itens são ordinais) lavaan (0.5-20) converged normally after 31 iterations Number of observations 709 Estimator DWLS Robust Minimum Function Test Statistic 438.453 593.607 Degrees of freedom 170 170 P-value (Chi-square) 0.000 0.000 Scaling correction factor 0.809 Shift parameter 51.863 for simple second-order correction (Mplus variant) Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 7102.009 3078.008 Degrees of freedom 190 190 P-value 0.000 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.961 0.853 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.957 0.836 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.047 0.059 90 Percent Confidence Interval 0.042 0.053 0.054 0.065 P-value RMSEA <= 0.05 0.793 0.002 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.057 0.057

Latent Variables:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestao_financeira =~

P17 0.338 0.042 8.023 0.000 0.338 0.417

P21 0.843 0.046 18.506 0.000 0.843 0.611

P25 0.751 0.041 18.340 0.000 0.751 0.634

P29 0.608 0.049 12.460 0.000 0.608 0.477

P33 -0.601 0.056 -10.669 0.000 -0.601 -0.438

P37 0.784 0.047 16.861 0.000 0.784 0.622

P39 0.437 0.047 9.308 0.000 0.437 0.404

P18 0.541 0.045 11.885 0.000 0.541 0.495

P26 0.515 0.053 9.709 0.000 0.515 0.406

P38 0.591 0.054 11.014 0.000 0.591 0.449

P19 0.857 0.048 17.995 0.000 0.857 0.629

P23 0.511 0.055 9.255 0.000 0.511 0.371

P27 0.838 0.041 20.684 0.000 0.838 0.697

P31 0.577 0.050 11.550 0.000 0.577 0.435

P35 0.589 0.057 10.389 0.000 0.589 0.390

P20 0.574 0.047 12.080 0.000 0.574 0.498

P24 0.720 0.047 15.256 0.000 0.720 0.587

P28Inv 0.484 0.057 8.564 0.000 0.484 0.360

P32 -0.287 0.056 -5.166 0.000 -0.287 -0.223

P36 0.605 0.052 11.602 0.000 0.605 0.497

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133

Modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)

lhs op rhs mi mi.scaled epc sepc.lv sepc.all sepc.nox

84 P21 ~~ P33 27.738 34.273 -0.414 -0.414 -0.219 -0.219

211 P19 ~~ P35 14.435 17.836 0.319 0.319 0.155 0.155

145 P33 ~~ P28Inv 12.933 15.979 -0.273 -0.273 -0.148 -0.148

207 P38 ~~ P36 12.500 15.444 0.275 0.275 0.172 0.172

188 P26 ~~ P19 12.238 15.121 -0.258 -0.258 -0.149 -0.149

218 P23 ~~ P31 10.391 12.839 0.241 0.241 0.132 0.132

157 P37 ~~ P20 10.085 12.461 -0.201 -0.201 -0.138 -0.138

156 P37 ~~ P35 9.755 12.054 0.243 0.243 0.128 0.128

164 P39 ~~ P38 9.353 11.556 0.200 0.200 0.141 0.141

238 P35 ~~ P20 8.811 10.886 -0.205 -0.205 -0.118 -0.118

163 P39 ~~ P26 8.810 10.886 -0.166 -0.166 -0.121 -0.121

250 P28Inv ~~ P32 8.631 10.664 -0.204 -0.204 -0.118 -0.118

187 P26 ~~ P38 8.129 10.044 0.212 0.212 0.127 0.127

194 P26 ~~ P24 7.760 9.588 0.192 0.192 0.124 0.124

165 P39 ~~ P19 7.451 9.206 0.184 0.184 0.125 0.125

95 P21 ~~ P20 7.280 8.995 0.193 0.193 0.121 0.121

109 P25 ~~ P27 7.179 8.871 0.172 0.172 0.121 0.121

208 P19 ~~ P23 7.003 8.653 0.214 0.214 0.114 0.114

150 P37 ~~ P26 6.810 8.414 -0.183 -0.183 -0.114 -0.114 RODADA 7 - deletar P33, P23, P28Inv, P32

lavaan (0.5-20) converged normally after 29 iterations Number of observations 709 Estimator DWLS Robust Minimum Function Test Statistic 266.807 421.981 Degrees of freedom 104 104 P-value (Chi-square) 0.000 0.000 Scaling correction factor 0.671 Shift parameter 24.560 for simple second-order correction (Mplus variant) Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 5525.462 2374.970 Degrees of freedom 120 120 P-value 0.000 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.970 0.859 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.965 0.837 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.047 0.066 90 Percent Confidence Interval 0.040 0.054 0.059 0.072 P-value RMSEA <= 0.05 0.751 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.055 0.055

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134

Latent Variables:

Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all

Gestão financeira =~

P17 0.358 0.045 7.923 0.000 0.358 0.441

P21 0.822 0.046 17.921 0.000 0.822 0.596

P25 0.742 0.041 18.275 0.000 0.742 0.626

P29 0.601 0.049 12.177 0.000 0.601 0.471

P37 0.775 0.049 15.848 0.000 0.775 0.615

P39 0.454 0.047 9.599 0.000 0.454 0.419

P18 0.561 0.046 12.301 0.000 0.561 0.514

P26 0.528 0.053 9.987 0.000 0.528 0.416

P38 0.618 0.053 11.699 0.000 0.618 0.468

P19 0.835 0.047 17.663 0.000 0.835 0.613

P27 0.847 0.041 20.784 0.000 0.847 0.704

P31 0.572 0.050 11.502 0.000 0.572 0.431

P35 0.600 0.056 10.630 0.000 0.600 0.397

P20 0.580 0.048 12.124 0.000 0.580 0.503

P24 0.694 0.048 14.439 0.000 0.694 0.566

P36 0.622 0.052 11.978 0.000 0.622 0.511

fit Measures (marcelo.fit)

npar fmin chisq df

48.000 0.188 266.807 104.000

pvalue chisq.scaled df.scaled pvalue.scaled

0.000 421.981 104.000 0.000

chisq.scaling.factor baseline.chisq baseline.df baseline.pvalue

0.671 5525.462 120.000 0.000

aseline.chisq.scaled baseline.df.scaled baseline.pvalue.scaled baseline.chisq.scaling.factor

2374.970 120.000 0.000 2.397

cfi tli nnfi rfi

0.970 0.965 0.965 0.944

nfi pnfi ifi rni

0.952 0.825 0.970 0.970

cfi.scaled tli.scaled nnfi.scaled rfi.scaled

0.859 0.837 0.837 0.795

nfi.scaled ifi.scaled rni.scaled rmsea

0.822 0.822 0.941 0.047

rmsea.ci.lower rmsea.ci.upper rmsea.pvalue rmsea.scaled

0.040 0.054 0.751 0.066

rmsea.ci.lower.scaled rmsea.ci.upper.scaled rmsea.pvalue.scaled rmr

0.059 0.072 0.000 0.086

rmr_nomean srmr srmr_bentler srmr_bentler_nomean

0.091 0.055 0.055 0.058

srmr_bollen r_bollen_nomean srmr_mplus srmr_mplus_nomean

0.055 0.058 0.055 0.058

cn_05 cn_01 gfi agfi

342.795 373.723 0.998 0.997

pgfi mfi ecvi

0.683 0.891 NA

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135

modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)

lhs op rhs mi mi.scaled epc sepc.lv sepc.all sepc.nox

152 P19 ~~ P35 15.048 22.414 0.328 0.328 0.159 0.159

136 P26 ~~ P19 12.337 18.376 -0.260 -0.260 -0.151 -0.151

117 P39 ~~ P26 10.729 15.982 -0.184 -0.184 -0.134 -0.134

113 P37 ~~ P20 10.292 15.331 -0.205 -0.205 -0.141 -0.141

149 P38 ~~ P36 10.274 15.304 0.252 0.252 0.157 0.157

165 P35 ~~ P20 9.929 14.790 -0.220 -0.220 -0.126 -0.126

112 P37 ~~ P35 9.644 14.365 0.244 0.244 0.128 0.128

141 P26 ~~ P24 8.278 12.331 0.200 0.200 0.128 0.128

77 P21 ~~ P20 8.003 11.920 0.204 0.204 0.128 0.128

87 P25 ~~ P27 7.539 11.230 0.180 0.180 0.126 0.126

118 P39 ~~ P38 7.415 11.045 0.180 0.180 0.126 0.126

107 P37 ~~ P26 7.362 10.966 -0.192 -0.192 -0.120 -0.120

67 P21 ~~ P29 7.205 10.732 0.200 0.200 0.114 0.114

52 P17 ~~ P25 7.203 10.729 -0.119 -0.119 -0.124 -0.124

119 P39 ~~ P19 7.131 10.622 0.182 0.182 0.123 0.123

139 P26 ~~ P35 6.631 9.877 -0.208 -0.208 -0.109 -0.109

135 P26 ~~ P38 6.586 9.810 0.192 0.192 0.115 0.115

97 P29 ~~ P38 6.060 9.026 -0.172 -0.172 -0.102 -0.102

124 P39 ~~ P24 5.766 8.589 -0.136 -0.136 -0.103 -0.103

91 P25 ~~ P24 5.670 8.446 0.167 0.167 0.115 0.115

93 P29 ~~ P37 5.611 8.357 0.162 0.162 0.101 0.101

122 P39 ~~ P35 5.564 8.287 0.156 0.156 0.095 0.095

76 P21 ~~ P35 5.148 7.668 -0.197 -0.197 -0.094 -0.094

79 P21 ~~ P36 4.999 7.447 -0.158 -0.158 -0.094 -0.094

109 P37 ~~ P19 4.994 7.439 0.175 0.175 0.102 0.102

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APÊNDICE C

Scripts para rodar as Análises Fatoriais Confirmatórias Software R Rodada 1 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos – dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37Inv + P39 utilizacao_credito =~ P18 + P22 + P26 + P30 + P34 + P38 investimento_e_poupança =~ P19Inv + P23 + P27 + P31 + P35 consumo_planejado =~ P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)

Rodada 2 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos – dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37Inv + P39 utilizacao_credito =~ P18 + P22 + P26 + P34 + P38 investimento_e_poupança =~ P19Inv + P23 + P27 + P31 + P35 consumo_planejado =~ P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36

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# [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)

Rodada 3 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos – dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 utilizacao_credito =~ P18 + P26 + P34 + P38 investimento_e_poupança =~ P19 + P23 + P27 + P31 + P35 consumo_planejado =~ P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)

Rodada 4 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data)

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# [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 + P18 + P22 + P26 + P30 + P34 + P38 + P19 + P23 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)

Rodada 5 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 + P18 + P26 + P38 + P19 + P23 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)

Rodada 6 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset -

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marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 + P18 + P26 + P38 + P19 + P23 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE, estimator="WLSMV") # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)

Rodada 7 library (lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P37 + P39 + P18 + P26 + P38 + P19 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE, estimator="WLSMV") # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)