Upload
hathien
View
235
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
LILIANA SUELl SILVA DE AZEVEDO
LITERATURA INFANTIL NA EDUCAC;:AOlNFANTIL
CURITffiA
2003
LILIANA SUEU SILVA DE AZEVEDO
L1TERATURA INFANTIL NA EDUCA<;:AO TNFANTIL
Tmbalho :l.presenl;'ldo <to Programn deAprendiug.em de Oricotayio de TrabJ.lho deConclu5ilo de Curso como requisito parcial p:'lfll
concJus3,o do Curw de Grldua'rao emPedllgogin da Universidade Tuiuti do Pnr'lI1(!.
Profa. Orientndorn Janine Gross
CURITIBA
2003
llNIVERSIDADE Tl'llITr DO ]'ARANAFACllLDADE DE ClENCJAS HliMANAS. LETRAS E ARTES
CllRSO DE PEDAGOGIA
TERMO DE APROVA<;:AO
NOME DO AlUNO: LILIANA SUELlSLLVA DE AZEVEDO
TiTULO: LlTERATURA INFANTIL NA EDUCACAO L'lFANTIL.
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PAR" A OBTEN<;iio DO GRAU DE UCENCIADO EM PEDAGOG III., CURSO DE
PEDAGOG III. DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS. LETRAS E ARTES. DA
UNNERSlDADE TUlUn DO PARANA.
MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:
ORGES FERREIRA
DATA: 0511112003.
i\lEI>IA: ~,O
CURfflBA- PARANA2003
e,....1"'"t~~.";.~n~Ro.;A."Jrw:t..••.!·~;)""nJtlkr~,n •. ...,.I ••••••·a!"~lo.m.F$or(.41)~11rmIF .•.•:(~HnIH""c..,~~ ••.••...,.,,,; ~C4utoJooi_I!'" a.w'. H'''JlI' ~". 8«v';-~,i· C£Pt.:'~I§-IJt1_ F~~ (U) "'O'~11 F..: 141)ti4;OHt<;.aM;-~.o-n~""';Ilwl~;~"'~~5·~·cc"Wlo.m·~\H~»I?$OOI"_(~IIUl1'l1)Cam;r •••I;(_f\td:Ri> • ./ioW~.1?'·I,(~ut·C;€PtlJm1..Ze.F,[fI.:\t')")~~I!f",":j'l)n"»-I'\~""....u.;n....Erq'".Ift<""<b",,,,",I.·PI~_.CE,"lClflIHw·r"'f;:I~I)~~if.H:\41)m~"'mr ..••ikI'61Itr:~RM~I.~d_ •••(;,,_I •••zn·I'iI •••'~""·~,.n_MO_f_;(.II,.IIO"F_. 11in,IUtC6ffil""1{ff*'AtI~.Ftl."-.I_·"-Jim""'i"la:i·eEP&al'1:;-on-fcn";.I):or.sJ04:~IF_,'i\)~~~UC"'itJ~ •••.P;o., •.•••!:!r.."ol
Dedico ao me" marido pc/a sua ajuda e aDs
mens fl/lros pe/a compreells{io e paciencia.
iii
AGRADECIMENTOS
Agrade~o primciro a Deus por estar sernpre comigo em meu caminho. E a minha amiga
Vivian Janine Spenst par me apoiar e auxiliar em todos os momentos.
iv
Hd uma arle de amar os livros, como ltd 1Ima
arle de amar 0 amor, mas e lima arlt! sulil que
"ao Sf! ens ina.
Eduardo Freiro
v
RESUMO
Seguindo as objetivos da pesquisn de identificar os presslipostos teoricos
que fundamentam a pratiea docente quanta .10 uso da literntura infantiJ na
eclucacao e levantar contribuicoes que a prntica pedag6gica da literatura pode
ofereccr :i educac.10 infnntil quanta ao aprimormnento da aprendizagem e
fonnacao do futuro leitor.
A I.iteratura infantil e ponto dcterminante no proccsso de aquisici10 da
Iinguagem escrita, pais alrnves das hist6rias a criam;a pode sentiT emoc;:oes
irnportantes como tnstez3, raiv3, irritay3o, 0 bern estar, meclo, alegria, pavor,
inscgurnncn. tTanqiiilidade. etc ..
Foraru levantadas contribuicoes irnportantes que a pratica pedag6gica da
literatura iof311111pode oferecer a educncao infantil quanta ao aprimoramento da
aprcndizagem e fonnai;ao do futnro leitor. Assim sendo. pam conlar lima historia eborn saber como se faz. Tambem foi [eito um levantamenlo dos bvros quI;': as
crianc;.asmais gostnm atualmente. e 0 porque de se int'eressarem POf eles.
I'ALAVRAS CHAVE
Literaturn infantil
Desenvolvimcnto de 0 n 6 anes
SUMARTO
RESUMO I·i
INTRODU(Ao 1
CAPiTUI.O 1 . . 3HISTORIA DA LlTERATURA INFANTIL .•.••.•...............•.••............•••...........•................••3
CAPiTUl.O 2 8
AUTORES CLASSICOS ................••••.........................................•••..........••.....................•.... 8CHARLES PERRAULT. .. ..8HANS CHRISTIAN ANDERSEN (IR05-1875).. . 9LEW] S CARROL... . 12JAMES BARRIE.. . 13
CAPiTul.o 3 J 4
MONTEIRO LOBATO ............•.•••••.........................•••••............................••.........•........••....14REINA(:OES DE NARIZINHO I"VIAGEM AD CEV E 0 SACI.. . 1.5CACADAS DE PEDRINHOE HANS STADEN 15I-LJST(;RIA 00 MUNDO PARA AS CRJAN(:AS... \6MEM6RIAS DA EMiLIA E PETER PAN . 16EMiLIA NO PAiS DA GRAMATICA E ARITMETICA DA EMiLIA... . 17GEOGRAFIA DA DONA BENTA... .. 1.7SEROES DA DONA BENTA... . I.O. QUIXarE DAS CRIAN,AS... . I.o pocO DO VISCONDE . 19HISroRIA DE TIA NASTACIA... . 19o PICAPAU AMARELO E A REFOIU•.fA DA NATUREZA ..MJNOTAURO ...
OOTAMANHO.
. 19. 20
. 21
CAPiTULO 4 23
TENDENCIAS DA LlTERATURA INFANTIL .....••••.............•.••..........•••.........•.........••....23........................................ "
'"MHOS... . 25LENDAS......................................... . 26ESTORJAS EM QUADRINHOS.. . 26
CAPiTULO 5 ... 28
DESENVOLVIMENTO INFANTIL .......••.....................•••...............••.........•••........•.......•.••28AQUISI,AO DA UNGUAGEM... . "DESENVOLVrMENTO SOCIAL E DA PERSONALIDADE .. . 30OS LlVROS INFANTIS E 0 DESENVOLVlMENTO DA CRlANCA 33
CAPiTULO 6 . ..35
"ii
RELATO DE VISITAS A BIBLIOTECAS E LIVRARIAS .................••............•............. 35LlVRARIA CURITIBA - SHOPPING CURlTlBA.. . 35
Entrevi5la com a \'eI1dedcn .. . . 35L1VRARIA SICILlANO- SHOPPING MULLER.. . 36
Entrevista com :t Vendedou., .. . 36FAROL DO SAOER- PARQUE BARlGOJ... 33
Entrevilla com II.Bibliotccltill... . 38
CONCLUsAO •••••••.••••..•••...•...•.....••.•.......••••••................•.............•...............••..•••..•........40
REFERENOAS .............................•......................................................•....•.................42
INTROOUCAO
A literahmt infantil representa para a cnrulC;8 0 desvelamcnto do mundo, a
revelacao do proprio SlUeito, que g.arante 0 pennancnte prnzer pela leitura e no
tempo eerto da cscrita, porem, percebe-se, que esta atividade nem scmpre e usada
pela escola como instrumcnto pedag6gico capnz de levar a crinnea n am
desenvolvimento ideal em rel<H;ao 11cOTllullicacao.
Pam Vargas (1999), e preciso fazer com que 0 professor de educa9no
infalltil perceba II imponfmcia da literntura illfantil nfim de garantir 11m
aprendizado que e uma das bases da alfnbetiza9ao. E dada a importancia da
litemhlffi inranliJ nn vida da crinnea e interessante que busquemos Sc1bcr como a
professora trabaU13 a literatura na educacao infantil.
A literatura infnntil tem lima importancia muito maior do que 56 allvir
h,ist6rias. Ela ajuda no desenvolvimcnto da criatividade. iIllfigiTl3(fitO.ideins e
scntime,ntos que a crian(fa tem consigo.
o educador que Ie historias tem um papel fundamental. Se elc tem boa e
prnzerosa rela(f30 com a Icitura. se gosta verdltdeiramente de ler, funcionanl como
um excelcnte modele pnm as cri311~as>pois mostrnni 0 valor que tem a leitura.
A inten~iIo de fazer com que as crinncas desde cedo apreciem 0 momento
de sentar e ouvir hist6rias necessita de urn umbiente af:,'TIldilvelque convide a estar
atenta e mobilize sua expcctativa.
Segundo KoUross (1998), alem da literaturn illfantil ocasionar toda essa
sihmcao para a c.rianca, mostmni tambclll 0 valor fonnativo do ensino da literatura.
a partir dos atlOS pre-escolares. considerando que 0 contato com a Iiteratura,
refletira uma realidade diferente do seu dia-a-din.. vni contribuir para ampliar 0
horizonte de cada crianca. Um horizonte mais amplo, nao C ~lpenas recontar
hist6rias. mas principnlmente poder oiliar ao sell red~r, conseguindo mudar 0
2
ao seu redor. cOllseg,uindo Illud:u () ponto de vista e ns perspectiva~ 0 que e de sumn
importflllcia num mundo em 11lovimento com 0 nossa.
Pam tanto. temos como objetivo 31lalisnr a i1111'ortfincin da. literatuITI infanti.l ntl
vida da criunc;a e como cstn pade 3uxiJiar pam qlle n constnu;;do do saber sc fatya de
mane-ira gradativa. eficienle e se01 traumas. fonnando leitore.s competentes, t~rialivo:s e
ativas. Prestnndo atenc;:ao por quais tipos de livros as eriruu;:,,:; de idade pre-escohu I.e-Ill
mals interesse. PeTcebt.rcmos a imponcincia de se tel' profcssores COlli 10n113<;30
espccifica pam exet:utllT tal tnTefa.
Uma qllest-ao de grnnde importancia que sem analisada e. quais livros estfio a
disposiC;ilo das criruU;lls nas livrnrias de Curitiba. que serao visitadas com () intllito de
bUSCHde litulos com amilise dos conteildo~ formas. illdicn\~6es de dificuldades e
problemas.
as Iinos senio lidos, :mnlisados pam busca. de clados que nlime:nlem Ulll bunco
cle sligestoes pam n lltiliztH;,iio l1aEducayao Tnfantil com crimwas que estej:un em fase.
de alfabetizac;ao. ESln l.Ul{IJisesem para a orientsr;ao dos professo.res de Educay 0
l.nf;mtil interessad 5 na alfahetizc1viio. Scm reruizadn trunbel11 UTlla pesquisa
bibliogrMica.
CAPiTULO 1
HISTORIA DA LlTERATURA INFANTIL
Preencher 0 espac;o da crianca com historias. poem as, Oll livros infonnativos elima condie-fio essencial para favorecer 0 accsso .) Linguaescrita e para motivar 0 desejo
de aprender a ier, afirmam Teberosky e Colomer (2003). 0 espac;o da sala de aula deve
refletir essa imerscio induzida no mundo da escrita, sendo almtivo e bem org.1.nizado.
para que as criancas possam l11ovimentar-sc com segumnca.
Para Teberosky e Colomer (2003). somenle a partir do seculo XVlll, pode-se
falar da literatura infa.lltjl, pais ncste pc,riodo que a inf•.lnc1a comecou a seT cons.iderada
como um estagio difercnciado da vida adulta. A ideia de lima inlallCia com interesses e
necessidades formativas proprias levol! a criac-ao dos livros especialmente dirigidos a
esse scgmento de idadc.
No comeco esscs livros fcram entenclidos como urn instrumento educativo, mas
a can sumo infantil de cole-coes populares de novelas. Icndas e hist6rias para •.odos as
pilblicos fez com que comeC3ssem 3 ser editados livros pensados diretamente para 0
6cio e cntretenimento das cri::mcas, ainda que a fLU1caomoral tivesse neles urn papel
essencial.
A primeim livrnria infantil roi :.therta em Londres, em 1744 pOI' John Newbwny,
e ele mesmo comec;ou a escrever breves hist6rias divertidas.. ilustradas e barntas.
A medida que a alfabetizacaa foi se tomanda obrig.at6ria e progredia, levou anccessidade de produzir livros de texto, revistas e leituras infantis, de modo que foram
surgindo diferentes tjpos de genero entre os livros infalltis. Essa clapa de criacao da
literaturn infantil se estcndcu ate a scgundn Guerrn Mundial. Hojc existclll pOUCOS
livros classicos que possam ser oferecidos aos leitores iniciantes.
Nos 3nos 30, corne~ou-sc a prestar atenyao its possibilidades de leitura durante
os primeiros anos da inffincia, atmves de hvros ilustmdos. Durante a segunda Illctadc
do sceulo XX, II prodllyao de livros infantis se desenvolveu enonnernente. A
escolarizny3o opcional das crianyas com menos de seis anos" tcm levado it i1panyiio de
novos tipos de livros, pensados para as primeiras idades.
o tema literatufa lnfantil nos leva a rcOetir acerca do que seja esse ·'infantil'·.
Falar para n crianca, segundo Palo e Oliveira (1998), e dirigir-se a uma minona que
nao tem direito a voz, nilo dita seus valores~ mas e conduzida pelos valores dos adultos.
Para Zilbcnnan (1998), :1. hist6ria da literaturn infantil comcya :t delincar-se no
inicio do sceulo XVlU, quando a crian~a passn a se,r considernda urn ser diferente do
adulto, com necessidades e caract'eristicns proprias. pelo que devia distanciar-se da vida
dos mais velhos e reeebcr uma educayao especial, que a preparasse para a vida adulta.
Para 0 autor fica clara a estreita liga~;1o da Iiterntura infantil COllia pedagogia,
quando vemos em toda a Europa, a importancia que nssumcm as hTflU1dcseducadorcs da
epoca, nn cria~10 de lima literatura para jovens c criam;as. A liternnmt infantil
npresentou, pOl' detennillac;ao pedag6g1ca, lim diseurso mono16gieo que pelo carMer
persuasivo, nao abrin brcchas pam intcrroga~oes, para 0 choque de verdades, para 0
desafio da diversidadc, tudo sc homogCJleizando numa sO voz. no cnso a.do narmdof.
No caminho pcrcorrido it proCUI"nde lima Iiteratura. ndeqllada para it infancia e
juventude, obsclvarnm-se duas tcndencias prOximas daquclas que jli infonnavam ;\
ieihlra dos pequcnos: os chissicos. fizernm-se adaptnc;oes; do folclore, houve a
apropria~.10 dos contos de fadas, ate entao quase nunca voltados especificrunente para
as crian~as.
Para Cademartori (1994), a litentturn infantil tent como parametros contos
consagrndos pelo PLlblico mirim de diferentes epocas que par tercm vencido tantos
testes de reeepcilo, fomecem refereneias a respeito da constilui~iio da tonica Iiten'tria do
texto destinado it crian~a. No sccuIa XVI1. 0 frances Charles Perrault coleta contos e
Icndas da Idade Media e adapta-os, constituindo os chamado contos de fodas, por tanto
tempo paradigma do genero infant;!.
No seculo XIX. outra coleta de contos populares e realiz.."ldana Alemanha. pc,los
innaos Grimm. aJargando a Hntologia dos contos de fadas. Atraves de soluc;oes
narrativns divcrs.1.s, 0 dinanmrqucs Christian Anderscn, 0 italiano Collodi, a ingles
Lewis Carrol, a americano Frank BaLUn, 0 escoces James BatTie constituem-se em
padroes de literatura infantil.
Segundo Cademartori (1994), que,toes relativas ;, obra de Charle Perrault.
apontado como 0 iniciador da litern.tura infantil, vinculam-se a pontos basicos da
questao da natureza cia literaturn infnntil. A cole~iio dos textos de Perrault conslitui-se
em um dos tcxtos lIlais celebres da literatura francesa e trunbem. um dos textos mais
referidos e menos comentados pel a critica lileraria qucr fla dimensllo de arte. quer
como doculllento.
No Brasil, a litcrntuf8 inf.mtil tem inicio com obms pedagogicas e sobretlldo
adaptadas de prodllC;ocsportugucsas. demonstrando a dependencia tipica das colonias.
Com Monteiro Lobato e que tern inieio a verdadeira literntuf8 infantil brasileint. Com
uma obm divcrsifieadn quanto a generos e orientalY30, esse autor crin uma Iiterahrra
centmlizada ern algumas personagens que percorrem e unificam seu universo ficcional.
Ao lado de obms mnrcadamentc diditticns, Lobato cscreve outrns dc explorac;ao
do folclore ou de pum imaginac;Ho. com ou scm 0 rcaproveitamcnto de elementos e
pcrsonagcns da lite.rnturn infantil tradicional. Nao Ilodernos ne~1r que grande parte da
produCfio literma para a infAncia no Brasil ainda resscllte da cxcessivn preocupac;lio
pedag6gica.
Seglmdo Cunha (1997), a qllcsl:io da litemtllT3 infantil tomou-se insepanivcl da
questao da educa~lio. Consequentemente vincula-se com n questiio cscol3r. emborn 0
livro i.nfantil seju liternrio na medida em que supere todo 0 interesse dessn. Se a
literntl.l.Tntern urn papel no desenvolvimento Iingliistico e inteIcctual do homcm e de sse
6
modo, articuln-se com interesses da escola. Cnbe a tentativa de explicitar qual poderin
ser a relat;ao da literatura com a cri:lll~a a partir da Educayiio LnfrUltil.
A leilura de textos poeticos 1\ crian~a em fase de alfabctizayiio, para Cunha
(1997), naa 56 aproxima no livra como fonte de conhecimento e praz.er. como exerce
papel important-e no. ronna~iio da cxpressao verbal. 0 texto criativQ lem como
camcteristica flUld:uncntal a surpl'csa causada peIas rclac;oes que estabelcce ao nivel d,1
composic;ao e do sentido.
E nessa idade que se encontra uma divergencia entre a vis!Io e 0 significado. No
hrinqucdo, a atividadc do pensamcnto est a separHda dos objelos e a ac;ao brotn mais de
ideias que de caisas. 0 papel cia literntura nn Educ3yao Infantil e fundamental para que
se proccsse a re1acao ativa entre fnlnnte e ling.ua. Isso se deve a varias fatores, a
comccar pelo proprio sistema alfabetlco.
A literatura infantil, nssim COIliO manifestacoes da cultura popular e grafica,
prestam-sc a que, na al fabetizn9no, a crianv3 de continuidade a expericncias
exprcssivns j~i adquiridas e lhc seja assegurnda limn rclay:.l0 ativa com sua lingun pela
conhecimento das potencialid:ldes expressivns do c6digo. 0 lugar dn literatura inf:Ultil
no primeiro cicio de escolaridade pode ser dimcnsionado a partir de tUna pergunta; pam
que alfabetizar? Se a alfabetiZt.1cao for entendida como a nquisicao de uma habilidade
ou 0 dominio de tIm c6digo especifico, rtlfnbetiznr tomn-se um ala que se esg.oln em si,
afinna Cunha (1997).
Para 0 autor, a literatura infantil ISlevnda n realizar Slia fun9ao fonnadorn, que
HaD se confllnde com uma missao pedag.ogica. Ela da conta de. umn tarefn que est3
vo1tada toda pam a cuihlra, a de conhecimento do mundo e do ser, e propicia os
elementos para n emancipacao pessonJ, 0 que e finnlidade implicit3 do saber.
lntcgrando-se a este projoto de libertador, a escola rompo suas limita,3cs.
A liternturn enquanto manifestacao artistica nao e tmdiyao, apesar de ser scmpre
o ndulto 3 falar porn n criancn. se ele for realment'e artista, seu discllfSO nbrirft
7
horizontes, propora reflexfl0 e recria~ao. estabclecenl a divergtncia, e DaD a
cOllvcrgc,ncia. afimlOl Cademartori (1994).
CAPiTULO 2
AUTORES CLAsSICOS
CHARLES PERRAULT (1628 - 1703)
Charles Pemllllt nnsceu em Paris em 12 de janeiro ]628 e mOiTeu em maio de
1703. Resta a Perrault a honrn de ref posto em evidencia tim espirilo livre, aberto e
inovador. Vinha de lima familia burgllesa, de boa e tradicional linhagem. Sua
inleligencia viva, abcrta e franca, intcressav3-se por tudo. Tinhn um carnler em que
mistul"nva lim tantinho de zombaria. entlisiaSlllo, muita fecundidade. !TIuitos reClIfSOS e
muila grn(;:.a~0 que 0 lomava urn homelll atn<lveI.
Aprendeu a ler com a mile, seu paj foi seu oricntador nos estudos. Nao chc:gou a
tcnninar 0 curso de mosofia no colegio, pais lin tnuito, perguntnva demais. e isso
irrilava os mestres e nao 0 satisfnzia. por isso desistiu dos estudos. A sua base eram os
cl{lssicos latinos.
Por conservar scmpre uma ponta de ironia, nao pode exercer vruias e
respeit,iveis profissoes. Era Hdvogndo de sell imlao mais velho, que ern chefe da
Receita Ptlblica de Paris, cle adquiriu em tad as os cncargos uma replltacao de pessoa
vcrsada em todos os nssuntos, inclusive na arte de faur versos, em decora~,o e ern
arquitetura. Mais tarde Perrault roi contrntado por Colbert. Corn freqUellcia tin]]a coisas
novas a sug'crir e era sempre ollvido por Colbert. Foi Perrault que convenccu COllibert
da ideia de desistir de fcehar 0 Jardim das Tulheiras.
Dcpois de completar cinqUentn nnos abandonou 0 serviyo ativo e se dedicou as
Ietrns c a edllcacao de scus filhos. Passav~1para 0 papel as hist6rias que sua mae 0
9
Morrell aos setenta e cinco anos. Nos sells iiltimos anos de vida viu expnndir
com extrema rapidez.
Em 1691 publicou a livro A Marquesa de Salusses. que ern um livro em versos.
PublicQU tambem Contos da Carochinha. A ohm contc~m Chapeuzinho Vennelho.
Barba Azul, Mestre Gato ou 0 Gmo de Botns, As Fadas, Cinderel. ou 0 SapatinJlO de
Vidro, Riquet 0 Topetudo e 0 Pequeno Polegar.
Pcrrnult ouvin e anotou imJl11crasaventuras maravHhosas. as supersticoes, de
magias e cncantamentos. Trntava-se de um bomem lctrcldo, que h.win lido as melhores
narrativas pocticas Oll lendiuias dos gregos e dos latinos, tendo por meia dessas leituras
adquirido 0 dam de nnrrar.
HANS CHRISTIAN ANDERSEN (1805-J875)
Escritor dinamarqucs. famoso por scus trabalhos, que oao foram significados
mernmente para c.riancas mas para ndultos tambem. Andersen usou freqHentementc 0
estilo coloquial que dis[~a os cnsinos morais sofistlcados de seus tales. Muitos
trnbnlhos de Andersen descrevem os que ganham a felicidade na vida apos sofrer e
conflilos. "0 Patlnho Feio" e 0 trabalho moos confessional de Andersen.
Seu pai era um sapateiro pobre. mas I1creditou que era d~\ origem aristocnitic3. A
mae de Andersel.1~que trnbllihou como lavadeira, em analfabeta, mas abriu para scu
filho 0 mundo do folclore. A meia inn:\: de Andersen trabalhou como lim prostitutn par
algum tempo. Andersen reccbeu pOllca instrll(;ito. era wna clian~a altamcntc emocional,
sofrell todos os tipos de medos e de hllmj!ha~oes por eausa de sua altura e interesses
femininos. as ataques histericos de Andersen foram diagnoslicados como epileticos .
.lncentivndo par seus pais compos suns proprius hist6rias. Em 1816 sell pai
morrc e Andersen roi fOT9ado a ir trabalhar. Trabalhou por curto tempo para lim
al.faiatc, trabaUlou tambem em lima fabnea do labaco. Uma vez que suas cal<;as rcram
10
plIxndas pam baixo quando Qutros t:mbalhudores 5uspeitamlll que era umn meninn. Com
14 anos mudou-se para Copenhag.1 para come'taT uma carreiro cant.or ou daIl~ruillo ou
nlor - rinha LUna voz bonita do soprano. Os seguintes tn~s anos fonun cheios de
barrciras cmborn cncontrnsse os sliportes que 0 ajudavnm para 0 teatro. Andersen
dc-c,idiu tomar-se nssociado no !eatro reaL mus teve que dei-,x:l-io quando sua \'oz
COI1lCC;0Ua Uludnr. Quando ocnsionalmcntc fai cotlsultndo por lUn poetn, mlldou sellS
pianos: "me atmvessou. 0 corpo e a alm3. e s rasgos enchernm meus olhos. Ell soube
que. nC'ste mome_l1to renllll~lIte" lllinha lllt:'nte era ncordada :'1 escrita e .1 poesia".
COll1e~ou cntao a escrever jogos, que foram ft."jeitados. ndersen 1988).
Em 1822 Jonas ColJill~ lim dos dirctores do tcntr rea] e urn oficial de govemo
illtlucnte, den n .A.ndersen lima concessfto pam entmf nn escola de gratll;itica em
SlngeJse. ivia 113 casu do diretor Meisling da cscola, que tentou endurecer 0 cartner do
eShldante. Outros alullos em1'll muito HUtlS novQS, II anos, que eram muito muiol'es que
Andersen. Sua aparencia chnmava atell,(ilo. tinha um naOz longo.
Collin em 18_7, RrrRnjou U1lla tnxa de mntricula confidencial pAm Andersen.
Ganhou a admiss<10 Ii universidade de Copenhnga_ onde tenllinou sua instruyolo. Em
j 828, A.ndersen esc.reveu wn r:.sboyo do CllfSO. "Fodrejse Frn Holmens Kallal teStpyntcn Af mager ", um conto fantftstico no estilo do escritor romantico aiel11ao
E.T.A. HoHJmulll. 0 poe-mit de Andersen "A CriaI1~a Morrendo'" foi puhlicado em lllll
jomal de Copenhsga e flO tentro real produzido ern 1829, SCli drnma musical.
"Phantnsier Og Skisser .\ lima cole~li.o dos pocmHS. foi escrita quando Andersell sc
npaixonoll par Riborg Voight que foi acoplado. Edvard. tUho de Jonas Collin. em pant
Ancierse.tl um outro objeto de 50llh05 impossiycl.
Nos tiIlOS que se· passaram escreveu mmbem jogos e. novelns imprt"ssionistns da
prosa. De 1S....1 adiante vii\iou pela Eur pa. Um8 visita a Alemanha em 1831 inspiroll 0
primeiro de sells l1luitos {"sboeo do ursa. Escreveu mais tarde esbQ((os sobre a SUi~'L
Espanha. Ttalia~ Portugal, e 0 Oriente Medio. Durnnte suas iagens Anders(;~n
encOlltrou-se COJ~ entre outros 0 ve.ncedor Hugo, Heinrich Heine. Balzac, e Alexandre
II
Dumas. 0 dia que lUn poel. sonha (1853), Andersen dedicou a Charles Dickens, com
quem se encontrou em Londres em 1847. E em Roma encontrou-sc com 0 escritor
noruegues Bj6mson.
Enquanlo Tlovelista Andersen fez sua descobertn com 0 '"Jmprovisatore (1835),
usando a It{tlia como fonte de inspiray3o. A hist6ria ern autobiognifica e descrevia a
integrayao nn sociedade, um lema de lUn menina pobre e do patinho feiD dn auto-
dcscoberta ao qua.I Andersen fetamOn em diversos de sells trabalhos. 0 livro ganhou
sucesso internaciollal e durante sun vida remanesceu 0 mais lido de todos seus
IT'dbalhos.
Entretanto, a fama de Andersen descansa em sells contos e hi5t6ria5, esclitos
entre 1835 e 1872. Os contos. ditos para crian~as. aparcceram em um Iivreto, barato ern
1835. Andersen relomou its historias que tinha ouvido quando cTian~a, mas
graduuimcnte comc~ou a ctiar suns proprios. 0 terceiro vohmlC de seus contos,
publicado em i837, continha "A Pequena Serein" e "A Roupa Nova do Imperndor".
Entre outros dos melhor contos eslao; "0 Patinho Feio", "0 Pequeno Rouxinol", "A
PrinceS<:1e a Ervilhan, "A Rainha da neve" e, "0 Soldndinho de Chumbo".
Em suas colc~ocs Andersen cmprcgou os idiom8s c as constTu~l5es da lingua
fnladn em Iffi13 maneira que fosse nova nn escrita dinamarqucsa. Quando os contos em
sell tempo ernm didciticos, trouxe ndes a ambiguidade. Os contos de Andel'sen foram
tmduzidos em toda Europa.
Entre as allos de 1840 e 1857, fez viagells par toda Europa, Asia e Africa.
Andersen morreu em sell repouso em Rolighed em 4 de agosto de 1875. Edvard Collin
c sua esposa foram enterrados mnis tarde com Andersen. Ele nunea se casoll.
LEWIS CARROL (1832 - 1898)
Charle Ludwig Dodgson - mais conhec.ido como Le,wis CalTol, nasceu em 27 de
janeiro de 1832 em Daresbllry. Inglnterm, e morreu em Guildford. IllgJaterra em 14 de
janeiro de ] 898. Seu nome esta 111seritona historia de Ilteratura 11lundinl por ser 0 autor
de "A Aventuras de Alice no Pais di:l~Mamvilhns". 0 11l3jSestmllho e fascinnnte livro
pnnt criall~ns jamais escrito.
Filho de UIIl pastor anglicnno. Lewis CaITol tiuha dez inniios c cresceu Hum
ambie-ute ondc nprendeu a CQntnrhist6rins~ cuidar e distrair crian~as. Apnixonado par
materna.iea e fotografia~ foi 110meado professor de maternatica em Oxford em 1861.
Como fotografo 3tJ1ador, fotoh'Tnt~1vainvariavelmcnte menlnas entre 8 e 12 tlllOS. Sua
obra-prim3 c fruto de lima hjst6ria que HarrQUn Alice LiddJe - clltfiO com 4 1U10S -.
antigClde suas innlis. Se.uprimeir livra. no entnnto, C"A Syllabus ofPlnse Algebrnicnl
Geometry'" UlIl tmtudo de matenHitica esctito em 1860.
Por sugesh10 do escritor Hemy Kingsley, 0 Iivro foi publicado em 1865 scm ser
espec.ifkado sc ern para adulta' ou crim1¥AS. Foi 11m sucesso fiJiminante. Em 187l,
publicon a se-qli~lIcia, que seria "Ali{~e no Pais dos Espelhos'·. Religioso. professor.
pesCJuisador serio. Lewis Carrol esc.reveu varios livros. entre poe-mas, ensalos
cie.ntificos, textos tecnicos e de ficlYito jllvenil.
Teve um filho, Harry. e trEs filhas: LolinR Charlotte, Alice. e Edith.
JAMES BARRlE
James Mntthew Barric nusceu em 9 de maio de IS)O em Scotland. era 0 mho
mais novo de uma fanlilia grande. Par as primeiros seis :lllOS de sua vida. Vi,fCU na
sorubra de seu inniio mais velbo David. que era 0 fav rito de sua mile, e queria ser
igual 11e1e. Antes de seu decimo CJuartoaniversfuio. David morrell em lim acidc'Iltc.
Da\·id pennaneceria pilla sempre nas mentes dnqueles que 0 conhece.rrull. James paSSOl!
05 aliOS de sua juventude tentando substituir a imllio 110corayao de sua mae.
13
Cresceu com interesse muito grande pcln escrita c pc-I0 realro. tevc viuias de
suas Ilovelns publicadas. Mudoll-se para Londres. em 1894, para perseguir uma carreira
de jomalista.
Em 1897. Bame era tUn escritor bern slicedido na Gnl-Bretanha enos Estndos
Unidos. Fai casado com it atriz Mary Ansell mas nita tivcmm nenhum mho. Mas ista
nao 0 scparou das crian~as.
o Jugar onde morava em Londres era muilo perta dos jardins de Kensington e
era aqui que, se encontrou peJa primeira vez com os meninos de Llewellyn Davies -
George, Jack e Peter. Descrevcu sua mae como "3 criatufa mais bonita que j:i havia
visto'" e. logo se tornou urn visitante freqlientc da caSH onde contava hist6ria aos
TllC'ninos. Uma destas hi5t6rias ern sabre 0 mcnillo 0 mais novo, Peter, que. de acordo
com BaJTie. lim dia uma mosca 0 havia levado aos jardins de "hensington de modo que
pudesse ser urn menino para sempre. Quando as crianc;:as morreram, Peter faria wna
viagem a lim lugar chamado "Terra do Nunc,,". Quando George ollviu a hist6ria_ disse
que "morrer deve ser uma aventura lcn;velmcntc grande!:>". Essas palavras.
transfonnamm-se mais tarde as paiavras mais famosas e mais faladas nas hist6rias de
Peter.
Barrie escrevcu a hist6ria diversas vezes tUlles que se decidiu publicit-Ia em
1903. A hist6ria do mcnino foi um sucesso imcdiato.
CAPiTULO 3
MONTEIRO LOBATO
Jose Bento Monteiro Lobato estreoll no Tllundo dns letrns com peqllcnos contos
para os jomnis estudantis dos colegios Kennedy e Paullsta. que freqiientou em Tauonte,
sua cidade natal do vale do Paraiba., onde nasccu em 18 de nbtil de 1882.
Moroll on repilblicn do Minarete. liderou 0 gropo de colcgas que [omlOl! 0
Ccnciculo c millldou artigos para urn jornalzinJIO de Pindamonhangaba, que tinha como
titulo 0 mesmo nome daqueJa moradia de. estuclantes. Nessa fase de sua fonnayilo,
Lobato realizou as le.iturns basicas e entrou em contato com a ohrn do fil6sofo alemao
Nietzsche, cujo pensamento 0 guiaria vida afora.
Alguns trabalhos de Monteiro Lobato:
RElNA<;:OES DE NARIZINHO
o livro-mac, it locomotiva do camboio. 0 puxa-filn. A saga do Picapau Amarelo
come¥!. Aparecem N:rrizinho, Pedrinho. Emilia, 0 visconde, Rabie6, Quindim,
Nastaeia, 0 Burro Falante .. e, 0 milagre do estilo de Monteiro Lobato vai lTamando
uma serie infillita de eenas e aventuras em que a reaJidade e a fantasia, tratadas pel a sua
poderosa imaginayi\o, se mistumm de maneirn incxtrineavel - tal qual se danonnalmcnte nn eabev8 das erianY3s. 0 cnennto que as c.rianc;:aseneontram nestas
hist6rias VCJll sobretudo dTSSO: sao como se elns proprias as cstivessem eompondo em
sua imaginati~ e na lingua que todos fahllllos nesta terra - nao em nenhuma lingua
l5
VlAGEM AO CEU EO SACl
Pedrin.ho conseguc obter uma boa dose do p6 de pirlimpimpim. 0 p6 m/tgico que
trnllsportn as criaturas a qualquer ponto do Espa¥o c a qualquer momento do Tempo.
Distribuindo pitadas a Narizinllo, Emilia. Yisconde, Nastacia e 0 Burro Falante,
cmprccndc a viagem aD cell astronomico. Vaa parnr nn lu3. onde tin Nastncia fica como
cozinheirn de S. Jorge, enqllrullo os outros visil'am Marte e Salwllo C a Via Ulctea. na
qual encontram 0 AnjiJ1ho de Asa Qucbrad'l. Enquanto brincam no eter, vaa
aprendendo navoes de astronomia. S6 volt.ml de j{l quando dona Benta as chama com
urn born berra: «ja pm baixo, cambada!". Na segullda pane, a Saci. desenvolve-se u
estranha aventura que {eve Pedrillho com um saci que conseguiu pegar com n peneira e
conservar preSQ muna garrafa. 0 diabiuho de uma pem:1 56 proporciona no garoto
ensejo de conhecer u vida notuma e fantastica das matas - com viseJes da MuJa Scm
Cabec;.a,da Caapora, do LobisotllCOl, do Boitata, e das principais criac;.3es mitol6gicas
do nosso folclore (1932).
CA<;ADAS DE PEDRINHO E HANS STADEN
Pedrinho orgnniza uma cac;.ada de onc;.a e sai vitorioso como tambe-m sai
vitOlioso do ataque das onc;.ase outros nnimais ao sirio de dona Benta. Depois encontrn
um rinoceronte" fugido de urn circo do Rio de Janeiro. que se refugiarn naquelas matas
- lml animal pacatissimo do qual Emilia tamou conta, depois de batizil-Io de Quindim.
Compie.ta 0 volume <I narrativa feita por dona 'Senta dns celebres Avenhlf1lS de Hans
Staden. Este <1vcntureiro alemao veio ao Brasil em 1559 e csteve nove meses
prisioneiro dos tupinambtis, assistindo cenas de anlropofagia e it espera de ser devorado
de urn momento pitfa outro. Mas ele se salva e volta para n Alemanha. Lit publica 0 sell
16
IivrO: 0 ptimeiro que aparece com ccnario bmsiJciro c um dos mnis plIngentes c vivos
de todas as literatums (1933 .
HIST6RIA DO MUNDO PARA AS RlANC S
Este livro de Monteiro Lobato teve lima aceitnyiIo excepcional. Nele 0 Rutor da
um apanhado da c::voluC;iio humann. e cia histul;a da hummtidade no planeta, lIn
organiz.1r;;ao c1:issit~ade todas as "histOrias universais", mas escrita de. modo
extremamrnte atralivo, com urn verdadeiro romance posto em nivel infantil. As
criam;:as lecm avidame-nte c.ste livro. como le:em as bist6rias da carochinha (1933 .
MEM6RIAS DA EMiL! E PETER PAN
Emilia. a terrl,'el Emilia, resolve escrever suns mem6rins e as ditn pam 0
Viscondc de Sabugosa. Nelas vem a episodio. tilo vivo interessante tin visit:1 das
crimW:ts ingJesas ao siti0 de dona Be.llta. tnlzidas pelo velJlO al1llirante Bro\ n. Vienun
pam conhl"cer 0 Anjinho de Asa QUl"brnda. que Emilia dcscabre na Via Lactea. dumnte
a iagcm no Ceu. Emilia cont1l. tudo - 0 CJue hOllve e 0 que. nao houve: e vai dando as
suns ideiasinhns sabre tudo - ou a sua filosofia. que muitas vezes faz dona Bcuta alhar
para tin Nastitciil. C TJllmnumr: "J:i ,Jill. qUt diahinhll'?'·. Na Segullda parte. Peter Pan,
dOlla Bl"nta recehe 0 famoso I1vro de John Banie co] it. 113 moda pam as crinnY3s.
Durante n Ie-itum. a esp3yos interrompidos de cenns provocndas pelos meninos eo
sobretudo peln Emilia, ocone 0 caso do desaparecimento d;t sombra cia tin Nast;kia.
Quem furtou a sombrn da pobrc negm? 0 Visconde e posto n investigaL e como I! urn
",ccknte Sherlock. descobre tudo: arte·s dn Emilia ... 1936).
17
EMiLIA NO PAis DA GRAMATICA E ARITMEnCA DA EMiLIA
Temos aqui uma das obrns primus de Monteiro Lobnto e 0 mais original de
qU3ntos livros sc escrcvcram ate hojc. Lobato reprcsenta a lingua como urna cidadc, il
cidadc da Gramahca, e leva para 1:10 pessoalzinho do sitio, l1lontndo no rinoccrontc. E
e este pacientc paqujdenne 0 gramatico que tudo mostra e explica. Hit a cntrevista de
Emilia com 0 venerando Verba Sec, que e uma pUIn criayao. E a refom13 ortograIica,
que Emilin opera a fOfV3, com 0 rinoceronte ali ao seu Jado para slistentar suns
dccisoes, constitui urn episodio que nilo 56 enc3nta as crianyas pela fnbulayao como
ensina as principais regms da ortogmfia. Na Aritmctica da Emilia, Monteiro Lobato usa
do mcsmo rccurso c conscgue, numa materia tao rHida como n aritmetica, transfonnar 0
velho Tmjano nUOll! Ijnda brincadeirn no pomar. 0 quadro negro em que razimn conl'as
a giz em 0 COUTO do Quindim ... (1934).
GEOGRAFlA DA DONA BENTA
Em vez de eShldar geografin nos livros. como fnzem todas as crianyas, 0
pessoalzinho do sitio embarcn no oavio "0 terror dos Mares" e sui pdo munclo afora, a
"viver" geografia. E a geogrnfia, aquele estudo penoso e as vezes t;io scm graya, se
torna uma aventura linda, com paradas em inttmeros POTtOS e descidas em lelTa para ver
as coisas mais notaveis de todos os paises. E brincadeim das mais divertidas e e 11111
preciosissimo curso de geografia (1935).
18
SERGES DA DONA BENTA
Certa di,l donn Bcnta resolve ensinar fisica 80S meninos e em viLriosseroes faz
urn verdadeiro curso da materia, melhor que quanta e feito, penosrunente. nos colegios.
A fisica perde a sua SeClU'H. as dialogos, os incidentes, us constantes perguntas dos
mcninos e tiS oC3sionais maluquices da Emilia, amcnizam 0 processo do aprendizado
(1937).
D. QUIXOTE DAS CRIANCAS
As famos..1s aventuras de D. Quixote de 13Mancha e de seu gordo escudeiro
Sancho apareccm aqui contadas por dona Bcnta, naqueJe seu modo de contar historins
que e sO dela. Emilia entusiasma-se com 0 her6i e em certo momento resolve imita-Io -
e armada dum cabo de vassount. feito InTH;n, invcste contra as galinhas do quintal. E
tanlas faz. que tin Nastacia teve que agarra-Ia e prende-Ia numa gaioia, como ncontecell
corn 0 her6i da Mancha na sua IOllcur3. (1936).
o POCO DO VISCONDE
Um Ijvro intereSStlllte em que a geologia, sobretudo a geologia especializuda do
petr6leo. e exposta ao vivo e corn profunda conheci.mento da materia. 0 Visconde vim
ge6logo, faz conferencias, ellsina a teoria e dcpois passa it pnitica, com a aberturn de
19
po~os de petretea nas terms do sitio de donn Benta. E tao bem silo conduzidos os
estudos geo16gicos e geofisicos, que a Cornpanhin Donabentense de PelT61eo, fimdnda
pelo pessoa] do sitio, consegue nhrir 0 ptimeiro POco de petroieo do Brasil: 0
Camminguil nO I. E 0 livro em que Monteiro Lobato leva sua c3mpanha pelo petr61co
aos ieilores infanto-juvcnis, como havin fcito pam os ndultos com 0 Esca.ndalo do
Pelroleo (1937).
HISTORIA DE TIA NASTAclA
Sao as hist6rias mais populares do 110SS0 folclaTe. con tad as por tin Nastlkia e
comcntadas peJos meninos. Nesses comcntanos, 110 fim de cada hist6ria, Pedrinho,
Narizinho e Emilia sc rcvelam hem dOl'ados de sen so critico, e '~ulgam" as hist6rias da
negra com muito criterio e segumnY3. E lim Iivro que "'ensina" a arte do critica - coisa
que pela primeira vez urn escritor procum transmitir as crian~as (1937).
o PICAPAU AMARELO E A REFOR~;JADA NATUREZA
Dona Benta adquire todns as terms em redor do sitio para n:tcnder a llmn coisa
prodigiosn: n resolu~ao que os personngens c41 [fibula tomarnm de irem mornr la.
Bmnca de Neve com os sete an~es, D. Quixote e Sancho Panya. Peter Pan e os meninos
perdidos do Pais do Nunca, :1 Gata Borrnlheira. todas as princesas e principes
encantados d~s hist6rias da carochlnha, as her6is da mitologia grega, tudo, tudo que ecria~ao da Fabula muda-sc com annas e bag,.1gens para 0 Pic.1pau Amarelo, levnndo os
castel os, os palacios, as casinhas mimosas como a de Capinha VennelJm e· ate os
mares. Peter Pan tTaJlsporta pm ta ale 0 Mar dos Pirntas. Acontccem maravilhas; mas
no cnsamento de Bmnca de Neve com 0 principe Codadad. 0 marnvilhoso sitio t~
assaltado pelos Illonstros da filbuln - e no tUlllulto qlle hall c ria Nastftc.ia
desaparete.. 1939
MTNOTAURO
Neste livrQ descnrolam-sc as a,lenturns de Pedtinh •do 1S(:nde e cia Ernilia lUI
Gre-cia Heraira. pam onde foram em procura de tia Nashicia. Acontecem mil coisns, e
afinnl descobrcm 0 paradeire da negro? gray3S ;\ ajuda do Or.iculo de Delfos. Estavil
presa no Labirinto de Creta. n3S unhas do Minotaura! Mas tin Naslacia j:t havia
dome"sticado esse monstro. it forytl de bolinhos e qllitutes~ dcixarn-o lila gordo que os
meninos puderrun cntmr no Lnbjrinto c salva-Ia scm que ele. cspRpnc;;ado no trOIlO,
pensasse, em reagir ...{1937}.
ACHAVEDOTAM NRO
Talvt"z 0 mais original dos livros de Monteiro Lobato. Emilia. fllliosa c.~Ollla
Seg.wlda Guerra fV1undial, resolve ncabar com eh't. Como'. lndo ter it nsa das Chaves.
1;\1105confins do mundo. I! "virando" a Chave da GuelT3. Mas omete lim etTa e ~m
vez da Cbnve da Guerm vim a Chave do Tamanho, isto e. a chavc que regula 0
tamanho das cnnturas humanas. Em conscqUe:,ncia, subitrunente todas as criahlntS
humanas do llIundo inteiro "perdem 0 tamanJlO", ficam de dois. tr~s centime'lr s de
~st~lturn- e Lobato conta Q que se seguin. Trata-se de um livro rigorosrunente. 16gico. e
que transmite as criallyas 0 senso dn relatividnde de todas as coisols (1942 .
FABULAS
21
Neste li"ro Monteiro Lobato reescreve as velhas fabulas de Esopo e Ln
Fontaine, mas de modo comenlndo. A novidade do livro estil. justamcnte nestes
comentarios. em que as fiibuias sao criticadns com a maior indepcndtncia - e Emilia
chega a ponto de "querer linchar" Ulna delas, cuja liyao de moral Ihe parecclI muito
cme!. Um livro e.ncantador. em que 0 genic dos velhos fabulistns e singuiarmente
realyado pclos dialogos entre os menino~ que 8 inventiva de I\r1onlciro Lobato vni
criando com a maior agudeza e frescurn (1922).
as DOZE TRABALHOS DE HERCULES
Pela primeira vez em todas as Iiteraturas os famosissimos Trabalhos de Hercules
- 0 mais bela romance fantastico da Antigiiidadc Classica - aparece desenvolvido amodem a - e vivificndo peln coJabontyao de Pedrinho, Emilia e ° Visconde de
Sabugosa. Esses tres heroisinhos rnodcmos penetnun nil Grecia nfim de acompanhar as
facanhas de Hercules - C 0 fazem tomnndo parte nelns e Inuitas vezes salvando 0 grande
her6i. Do decorrer das aventums rcssaltn a lieao moral da superioridade da inteligencia
expontn.llca, viva como v...ougue e scmpre vitoriosa (1944).
CAPLTUL04
TENOENCIAS OA L1TERATURA INFANTIL
CONTOS DE FADA
Diante de tanta oferta em literatura illfantil, nern tadas boas, fica a dllvida do
que oferecer para as crianyas lerem. Na opinilio de Bettelheim (1980), os contos de
fadas sao 0 que ha. de melhor em Ijteraturtl infantil.
Pcssoas de difercntes idades conhecem e se cncantam com esses contos. Plcnos
de signi ficados, com estrutura simples. hist6rias clams e personagens bem definidos em
suas caracteristicns pessoais, aling.cm a mente da crianca. entretcndo-a e estimuiundo
sua imuginayao, como ncnhunl outro t:ipa de Iiteraturn talvez seja capaz de fazer. As
crianCi1sgostam muito dos conlos de facias, recomcndados a elas <I partir dos 4 ou 5
allos.
as contos tratam de problemas humanos universais como, por excmplo, a
solidiia e a necessidnde de cufre-ntnr a vida por si 56, mns de uma maneira simb6lic3.
Neste sentido, ajudam n crian~a no mais dificil em sua crin~do: d:u' lim sentido :i. vida.
Assim. contribuem para a fonn8yiio da personulidade por referir-se a problemas
interiores e, sugerindo solu~Oes simples, promovem 0 desenvolvimento de recursos
intemos pant que a criall~n possa enrrentar as dificuldades da vida envolvidas em seu
crcscimcnto.
Mas que significado tem cada conto de fadas? Bettelheim (1980), que fez 11111
cstudo bastn.nte interessante sobre diversos contos, adverte que cada pessoa absOIvera
UI11 significado proprio, dependendo do momento pela qual passa c de suas
23
Desta form~ naD da para saber qual agradara rnnis uma crianea pelo sell
significado. Ela e quem sabe 0 que quer Ql1vir. Diantc da leitura de wn con to que os
pr6prios pais escolhernm, sera facil identificar se roi do agrado do pc.quene QUVilltC ou
nao, pela sua rcaCao ou insist.encia para que Ihe contem Dutra vez. Como 0 signi ficado
atinge a mente em urn !livel pre-conscicnte, meSIllO sende claro para quem 0 Ie, nAc
deveni seT interpretado pam a crianca. para que mio perea sell encanto e 0 sabor de
descobrir os caminhos para enfrentar n vida sozinha. S6 cia saberil quando revclar alga
que esteja fora de sua consciencia.
Alguns questionam os contos por se referircm ao fantnstico e nao it rcalidade.
Esse nspeclo constitui nnw vantagcm, pais segundo Bruno Bettelheim, facilila a
compreens..io das crian~as por se aproximarem mais da maneirs como veem 0 mundo.
ja qlle aindn s:.ioincapazes de comprecnder respostas realistas. Nl10 esqueYi.lmosque as
cIian~as dao vida a tudo. Pam elas, a sol e vivo, a Ilia e vivu~ a5sirn como todas as
outTaScoisas.
Branca de Neve e as Setc Anocs, Os Tres Porquinhos. Chapeuzinho Vennelho.
o Gala de Botas e lodos os outros contos. que jii encantaram a muitos e continuum a
encantar. devem fer urn cantinho especial nn biblioteca. Talvez seja uma djca
interessante para quem I.idacom criant;:as, pais ou educadores.
FABULAS
E a nalTutiva de uma situar;ao vivida por animais, que alude a ullIa silllar;ao
humana e tem por objetivo trnnsmitir ceria mornlidnde. Nascida no Oriente, a fabula
vai scr reinventnda no Ocidentc pelo grego Esopo e aperfeic;oad:1 seculos mais tarde
pelo escravo romano Fredo. que s enriqueceu cstilisticamente.
Ela e das rams fonnas litemrias cujas origens se pcrdcm no tempo e que
conscguiram resistir ate os nossos dias.. vivas, sem perderem suas caracterist"icas
24
cssenciais: ser uma est6ria de animais que prefiguram as homens, 0 leiter e ter uma
111ornlida.de. No preJacio de sua primeirn colctanea das f"hulas La Fontaine t.oma hem
explicita .a inten~50 com que escrevera tais est6rins para 0 pequeno Delfin e para ns
crian~as da Corte fTances3.
o que distingue a [fibula das demnis especies mctaf6ricas Oll simb6licas. 6 a
presen~a do animal, colocado em uma situa~iio Illunana e exemplar. Suns personagens
sao scmpre simbolos, isla e, representam algo num contexto universal.
Pcrsonagem das mais importantes no dominic da literatura, as animais
continuum sendo uma fonte de sugest~es pam a invcnyiio de hist6rias atrnentes para
criallyas ou aduItos. ContempOflUleamentc sua prescneR nn ffrbula esta senda
reinventada. Muit.1s experiencias a1can<;-aram exito, outras dcixaram a desejar das
inteny3es.
MITOS
Sua origem perde-se no principia dos tempos, sao narrativas t;lo antigas quanto
o proprio homem; enos fa1am de deuses, duendes, herois fahulosos 011 de situayoes
ondc 0 sobrenalural domina, afirm" Bettciheim (1980). Percorrendo a hislaria da
humanidade~ verHica-se que 0 mito e 8 historia c3minham juntos e. em ultima analise,
urn explicn 0 outro: 0 mito responde pela ZOlUt obscura e enigma.tica do tTIlUldo e da
condiyao hwnana. zona nao a1caTl~ndapela inteligencia; a l1i5t6ri.1responde pela prute
clam, aprcensivel e mensuritvel pelo peJl5..:1.mcnto 16gico.
Segundo Bcttelheim (1980). 0 pensamento milico nascell como wna das
primeiras manifesta~es daquilo que seria mais tarde 0 pensamento religioso.
Pode-se dizer que, pam 0 homcm primitivo a crinc;iio dos mitos foi uma
necessidade religiosa. Para 0 homcm modemo, a interpret8yiIo de 13is mitos resultou,
inicialmentc, de uma necessidade cientificn, porque neles e5tn a rruz de cada cuJtum e
25
ate de cada hist6ria particular. E costume dizer-se que quando 0 homem sabe, cle cria a
Hist6ria e quando ignoru cria 0 Mito. Nn verdade, essas duas manifestatyocs do
pens<'lmentoe da palavrn dos homens responde a lim mesTUOdesejo: a neccssidade de
e.xplicar a Vida ou 0 Mundo.
Mito e Literaturn, desde ns OIigens, andaram essencialmenlc ligados: nao cxiste
mito scm palavra literaria.
LENDAS
A lenda e uma fonna narrativa muito antig.1, gernlmente breve, cujo argumcnto etirado da tradiCcro. Consisle no relate de acontecimentos ollde a maravilhasa e 0
imaginario supcrnm 0 hist6rico e 0 verdadeiro. E transmitida e canservada pcJa trnditytl0
oral. E t:unbem lig..1daa certa esp:tQo geogritfico e :1 dctemlinado tempo. 0 folclore
brnsileiro e bastante rico em Icndas.
EST6RlAS EM QUADRlNHOS
As est6rias em quadrinhos, sao tao vaJidas como os 1ivros de figUI!lS, como
processo de leitufn acessivel ou adequado its criancas pequenas. 0 interesse dus
criancas pelns hist6rias ou 0 prazer que demonstram ao ollvi-Ias ou Ie-las, sao os
sintomas de qlle tal ato. mais do que simplesmente diverti-Ias, sntisfaz a lima
necessidade interior e intensiva: a uecessidade do crcscimento mental incrente ao ser
em descnvolvimeuto.
Do fato de gostarem desse tipo de IitemtuTa facil, mais porquc essa Iiterntura
corre.sponde a UJll processa de comlUlicacaa que atende mais facilmente a sua pr6pri:t
26
predisposi'Yao psicol6gica. Quanta a reiteradn aCUSRr;aodos ma1eficios que podem ser
cRusados pel a Icitura de est6rins em quadrinhos sabre as mentes infantis. seria preciso
urna nova reflcxao que distinguisse a processo de leitura proporcionado pelos
quadrinhos e 0 contellda que e veiculado pel a grande massa dessa lileralurn. Como
processo, a literntura em quadrinhos, ofcreee uma grande riqueza de propostas pam
serem exploradas em proveito das crian~as. Como conteildo. as revistas, jornais, que
circulrun peto nosso mercado precisariam passar por uma rigorosa seJeyao feitn pelos
adult os a quem C1lbe j] orientar;ao inflmtiL
Dn mcsma fonna, se analis:mnos as justas queixas que vern seodo fcitas contra a
"culturn se]vagem" difundida pelos varios me.ios de comwlicayao de mass~ veremos
que 0 mal nao esta nos meios ou nos processo, mas naquilo que e comunicado atraves
deles. Dai a urg.l!ncia da criacao de novas mensag.ens, para urn aproveitamento mais
positivo dos meios em questilo, .finn. Coelho (1997).
Mas a verda de e que a est6ria em quadlinllOs, atacada pOl' uns e defe-ndida pOl'
outros, vem-se finnando cada vez mais nn induslTia cultural contempornnea. Estudiosos
das varias areas de conbecimento tern se debrwyado sobre el~ tentando compreender ou
explicar 0 fenomeno.
CAPiTULO 5
DESENVOL VIMENTO INFANTIL
AQUISI 'AO DA LINGUAGEM
Noam Chomsky revolucionou 0 campo da lingiHstic.•1. e 0 de numerosos
timbitos relac.ionados as ciencias humanas. Para hOl1lsky. citado por Palacius
(1995 • u lillha de demarcaC;HOentre a esp&:.ie humana e as demais especies
animais estnbelece-se mediante a linguagem, ou s~ja. a lingtL.1.gem e uma
<,,,••,tpa<.;idadeexclusivamente humann. Chomsky vni ainda mais longe e aponta
novos aspectos que f ram cruciais pam 0 n8scimcnto da modema psicolinguistica.
Em primeiro lugar. atinna que a cnpacidade pam filial" dos seres humanos egenctkamente detenninada. Acredita que tois ullive,r'sais fazem parte do c6digo
genetico c, a aquisi~qo da Iingungcm e simpiesmellte Ulll processo de
descnvolvimento de cnpncicL.1.des inatas. de modo que as criam;as nprendcm a falar
da mesIlla fonna que os pissaros aprendcm a voar.
Em segundo lugar, relaciona os universais IingUisticos com n sintaxc. Em
suns prime.iras concep~O:es. acredita que os aspectos COl'lllUlS das Jinguag faladas
silo descritos mediante a sintaxe.
Se a linguagem e comunicac."l:o, seu llSO obrigatoriamentc comparta uma
inten~o. ou scja, pretendemos que nossos interlocutores tomem consciencia de
algo que, estanda ern nossa mente, nno cstit nn sua.
a rt..'Cem nascido ~ um ser ativo, que busca ine-cssant:emente estfmulos e
org,,1.nim progressivamente a infonll<lt;lio adquirida. Seu repert6rio e notii.vel
mostrnndo condutn.1) cspecificas relac.ionndn."i a linguagem hmmma.
28
carater micro-momentfuleo nestas intenu;oes e a existcncia de uma acolllodac;:ao mutua
entre 0 hebe e aqueles que cuidam dele. De fato, e 0 adulto que control a e dirige estes
intercfunbios iniciais, adequ;Indo suas condul'as ~ISda crianc;:a, tentando fazer com que
as condutns infantis sej<1tll alga mnis que mems respostas bioI6gic:ls.
Estas interac;:oes iniciais possibilitadas pela existencia de modelos estaveis,
Iilllitados e reperitivos que 0 adulto ofcrece aD bebe. permitem urn conjunto de
cxpectativas comuns aos participantes que toma passiveJ a cad:t um reconhcccr 0 sinal
do Dutro e 3nlecipar sua pr6prin rcsposta. Segundo Palacins (l995), no i.llicio da escoln
infantil, esta considcrttc;:aoe muito importantc. As internyocs aduito-criaTlya inserclll-se
no desejo de ambos de mnnte-Ias. trallsfonnando-se a afetividade em lima das forvas
motrizes do progresso infan(il.
Segundo Palacius (1995), durante os primeiros tres meses de vida, nao hi,
habilidndc comparitvel it comunicacao. 0 binomio ndulto-crianya deve LTnnsfonnar-se
em um trinomio, de modo que os objetos fac<un parte das atividades sociais entre
ambos. Entre os 4-6 meses, a dupla comcv3 a diversificilr sells jogos. Estes deixnm de
estnr concentrndos em seus pr6prios corpos c seu foco de atencao dirige-se a temas
exlemos.
As implicac~es educacionais das caracleristicns inerentes ao progresso da
comunknC1io sao importantes. Em prill1ciro lugn!", 0 educador deve entender que 0
dominic dus habilidadcs comunicativns e conseguido no contexto dus relac5es
individuais em situar;oes exlremamcntc variadas. Em segundo lugar, as turefns
cnvolvidas nestas interar;c'5estern que ser motivantes para a crianr;a e estar ao seu
alcance de modo que esta sc envolva nelas. Em terceiro lugar a organiL1ciio da
interaclio e realizada pelo ndulto, resultalldo em uma assimjiacao assimetrica. c
portanto. controlnda inicialmente pelo adulto, que n~o somente possibilitn 0
desc-nvolvimcnto comunicativo. mas que, ao oferecer um modelo de internyflo da
crianr;a com a realidade, pennite seu progresso cognitivo.
29
Entre os 6 as 12 meses aparecem g.estos culturnlmente dctcnninados. Ocorre
tanthem lima diversificarrito importantissima Ilas expressoes faciais, pennitindo assim a
expressao de uma boa quantida.dc de emoc;oes, sentimellto~ cstados de animo,
intem;.oes subjetivas, etc ..
Alem dos sons tipicos do choro, as vocaJiza~oes estao presentes no bebe
pmticamente desde 0 primeiro tnes de vida. Nehls, sobretudo a partir de um mes e
mrio, pode nparccer qualquer fonema das Iingllas conhecidas, como ocorre na fase
chamada bnlbucio, na qual com uma ccrta cadencia, CIScriany8S imitam configlITil90eS
foneticas OCISquais aparecem divcrsos fonemas, rncluindo alguns que nao sao prt'lprios
dn lingua falada em seu meio. Em tomo dos 24 mcses tacias as vog.ais e 1lI11 gnmde
mimero de consoantcs, bem como alguns ditongos s..'lO pronunciados eorretamente,
embora 0 dominio completo do sistema fonol6gico possa dcmorar-se ate os cinco mas
de vid.1.
No inicio do segundo ano de vida a crianC8 eomcca a emjtir alguma palavra.
Entre 0 periodo pn!-linguistico e 0 lingujstico cxiste uma continuidade rWlcional, de
fomln que as primeiras pnlavrns gernimente esHio inseridas cm situat;:oes interativas
cumprindo as mesmas funcoes que os gestos os quais elas substitucm. Ate 0 final do
segundo ano de vida, aparecclll tambem as primeiras f1exoes. em fonna de marcns do
plural c de genero.
DESENVOL VlMENTO SOCIAL E DA PERSONALlDADE
Segundo CoH, Palaeins e Marchesi (1995 . quando nasee, n crianca c muito
inderesa. sua sobrevivcncia depende dn ajuda prestnda peJo grupo social onde cIa vive.
Possui. no mesmo tempo, uma grande capaeidade de aprendizagem. jn que 0 sistema
perceptivo encontTa-se relarivamente orgnnizndo. e sente-se atraida pelos estimulos de
origem social. Esses tres fa lOS fazem com que a crianca csteja em condicoes ideais para
30
iniciar 0 processo de sociali:l.1cao au assimilacao dos valores. normas e fannas de agir
que 0 gropo social Dnde cIa nasceu, tentani transmjtir~lhe.
Pam os 8utores. a crianC3. bern clotada para a aprendizagem c pre-oricntada
socialment~ tern ainda um3 sene de necessidades biisicas que naD podem resolver Oll
satisfazcr sem a ajudn social A socializacao e, por conseguinte. urn processo inlcrnlivo,
necessaria it crianca c ao grupo social onde nnsee, atravcs do qual a criaJly3 satisfaz
suas nccessidades e assimila sua cuJtura, ao mesmo tempo que, reciprocnmente, a
socicdadc se perpetu8 e desenvolvc.
Sob a ponto de vista da erianea a socialiL11(ffopressupoem a aquisicno dos
valorcs, nonnas, costumes, papcis, conhecimentos e condutas que a sociedadc
trnnsmite a ela e exige dela. Os vinculos nfetivos que a crianya estabe1cce com os pais,
imlaos, amigos, sao wna das bases mais s6lid;ls de seu desenvolvimento sociaJ. Estes
vinculos, lima vez cstabclecidos uncm a crianya aos demais, como veremos
posteriorrnente, sua manuteny30 transfonnn-se em um dos Illotivos fundamentais da
conduta pro-social. A empati~ 0 apego, e a amj~ldc, nao sao somcnte em si mesmo
uma forum de uniao ao grupo, mas tmnbem mediam todo descnvolvimcnto social.
Para Coli, Palacius c Marchesi (1995), os processos mcntais de sociaJiz8yao sao
muito nmplos e divcrsos: conhecimento dos valores, Honnas, coshmlcs, pessons,
instituiyoes e simbolos sociais, bem como a aprendizngem dn Iinguag.em e a aquisiylio
de conheciment'Os transmitidos atraves do sistema escolar e demais fontes de
infonnnc;ao. De fato, 0 proccsso de socializ.'c;fto e uma transmissilo de conhecimentos
que a especie (Icumu]ou atraves dos anos.
A socializ.ayiio cnvolve talllbem n aquisic;ao de condutas considcradas
socialmente desejilVeis. hem como evitar aqueJas que sao considcradas como ant:i-
sociais. As motivac;oes que favorecem a conduta social podem hase.ar-se na mora1, 0
raciocinio sobre a utilidade social de detenninados comportamentos, 0 medo do
castigo. ou 0 medo de perder 0 umor Oll os favores que recebc dos demais.
31
Se n crian!Ja vinCllla~se afetivamentc a dCl'cnninados adu.ltos se adquire 0
conhecimento do que a sociedade e e 0 que esta espern dela. e se tern um
comportamenta adeqwldo u estas cxpectativas estarn hem socializada. Este processo
inicia-se com 0 nascimento e. e.mbora sujeito a mudntH;as, peml:Ulcce aD longo de todo
o cicIo vit.l. Pam Tcberosky (2003). cada periodo da vida exige aquisil'oes sociais
diferent'es. segundo a idade e "'5 fUllyoes que a pesson tcnha que desempcnlmr. Durnnte
as primciros aTlOSde vida, slio especialmentc importantes alguns processos afctivos, 0
inkio de detenninados processos mentais.
Segundo Tebcrosky (2003), UI11dos aspectos cOieiais do descnvolvimento social,
durante as primeiros dois nnes de vida e 0 descllvolvimento afel.ivo. As crian93s
nascem com uma grande capacidade de aprender, pre-onentndas n buscar e prefenr
estimulos sociais e necessitadas de vinculos afetivos com alguns mcmbros de sua
cspecic. 0 apego e n 3mizade sao os vinculos basicos tendo 0 apego urn papel
flUldamental nestes pJimelros ,mos de vida.
Quando 0 professor realiza a leitura ern voz alta. a crianya aprende a paT1icipar
como audicncia, porquc escutnr ler nao e algo passivo. Teberosky c Colomcr (2003),
afinnarn que para 0 professor obter uma leitura intemtivn ele nao prccisa tmnsfonnar a
leitura Ilum mon610go do tcxto em um di:ilogo cOlidiano. ele deve tentM faur com que
as criallcas entrem no rnllndo do texto, que parlicipcrn da leitllrn de diversas manciras.
OS LlVROS INFANTIS E 0 DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA
A partir dos J 8 rneses acontece 0 momenta de elaboraciio da lingua gem, sendo
mais apropriado 0 uso de livros com imagens que devem provocar 0 conhecimento ou 0
reconhecimento de objetos au seres, familinres it crianva, em seu cotidiano real e
COllum: brinquedos, bichos, alim~ntos a serem design ados oralmente pelo nome. Esse
cOllvivio com a imagem, associ ada :l palavra nOlllcadom, faci1itara a operncflo mental
32
que identifica a percepyao visual e a palavra corre-spondcnl'e. Mas para que isso se de, a
imagem deve ser nirida e irnediatarnentc perceptivel para a crianr;a.
A partir dos 3 fiTlOS 0 mundo conhecido ja se amplia e acontece it lillguagem
identificadora. Seudo importante os )ivros com imagens, timdas aiTlda do ambiente
fruniJiar, fonnando historias simples, que podem ser manipuladas pela crianr;:l. para
fonnaT outrns hist6rias e cont{l-las.
Durante a aprendizagem da leitura. momenta de consolida~a:o da JiJlguagem, os
mais apropriados slio os lexlos breves, com pOlleo mais de wna dezen3 de pilgin3s C
cujos I'emas fundnmentnis SliD:comer, donnir, brincar, ter medo, tranquilizar-se, agir.
Sao textos simples, faceis de decifrar que, de urn livro para Dutro, sao acreseidos de
dificuldades eorrespondentcs as elapas do dominio da leiturn.
Logo ap6s. durante a fase de treino progressivo da tecnica de leitura, 0 tcxto CIll
relay30 a imagcm, serao usadas est6rias a serern comprecndidas do rclaciollamento do
texto com a imagern. 0 pequeno leitor e levado a estabelecer 11ma relu~ao dinftmica
entre 0 verbal e 0 visual.
Para Teberosl)' (2003), II' fase de consolida,ao da (ecnica da leitura, as lillhas
ja podem ser ITIaisIOJlgas,os carnctcres menores. 0 llumero de paginas aumenta, entre
20 e 30. A materia se diversifica. pnm acompanhar a curiosidnde crescente da criaJlya:
textos cl;:tssicos. contos trndicionais, est6rias hlllllonsticas, documentarios,
curiosidades, est6rias de animais, est6rias de cri:lllr;USde diferentes rar;8S, apresentalldo
carncteres FIsico$,.terms, ambientes. costumes c epocas diferentes, a tim de levar a
Crinny3a conhecer OlIgo316m de sun realidade comurn, a comparnr valores, situar-se no
nnUldo diversjficado que logo encontrant, ao crcscer.
Transpostns todas as fases anteriores, a crianr;3 cheg.1 a fase da leitum total, e de
se espemr que a crianya tcnha atingido a m3turidade para chegar a tal.
CAPiTULO 6
RELATO DE VISITAS A BIBLTOTECAS E LlVRARIAS
Em visitas feites n bibliotecas e livrnrias, pode-se fazer lIDl levnntaJl1ento de
quais os IiVTOS que mais atraem as crian~as. tanto por sells desenhos. como por seu
lexto e historias. A scguir t'C'remosQ relata de algumas tJltrevistas feitas nestes iugares.
L1VRARIA CURITIBA - SHOPPING CURITIBA
Entrcvista com a vendedol"a
Quando as crian~as chegam nqui, ja. chegam com 0 uvro predileto em mentc.
Nfio adianrn as pais opinn.rem em, este e legal. esse e de colorir, nada disso interessa a
elns.
Os mais procumdos sao as c1assicos de contos de fada, a coiec;ao dn Bruxa
Onilda, Pin6quio, 0 Pequeno Poleg-.1.T,as livros de capa dura com letrns grandes, alto
releva, etc ..
a livro "Paladar", e 0 mills procurado por escoIas e pelos pais, e lim livro
rnaravilhoso, educativo e fitcil de se entender. Ete ensina as crianyas a comerem
verdums. legtIDles. fruIas. Os pais quando adqllirern esse livro ficam marnvillmdos corn
a mlldaJlyli dos fiUlOS. Eles acablUll cntendendo do quanta e impa.rtantc esse tipo de
alimentay30 no sell dia-a-dia, nas refeiy3es.
34
H essa Dutra serie - Lele da Cuen - e lTIuito legal, sao hist6ri35 de bichos., cada
livro leva 0 nome de urn bicho. hist6ria do Tatu, do CaD, do Gala, da Lesm3, da
Ameba, da Aranha. Eles con tam hist6rias do banho, da a1imenta~ao, do PIaneta
(polui~ao), do dia-a-dia das crianc;:as,e muito interessante.
Nas feiras de livros em escolas de EduC8~O lnfantil. e que n6s descobrimos 0
quanta as nossas criany<1s sao conscientes e bern iufoffiladas. Elas tem urn fascinio tao
grande por livros, leiluras, que e incrivel.
Isso mostra que 0 futuro de cada lUna dessas cl;am;a.s veti ler muito mais valor do
que 0 nosso em que vivemos hojc.
"Eles serao cidadaos mllito bem infonnados e criativos. Ell digo iS50 porque
tenho dois mhos., urn adolcscenl'e e Dutro menor (16 e 3 aTlos), os dais lem argumentos
para disculir sobre qualquer assunto (cuda um no sell assunto, e claro). Espcro que Hi
nn frcnte estejam bem melhor, nlio 56 os meus, mas os teus, e os de Educaclio .lnfantil
que temos em Curitlba e I:'! fora", afinna a vendcdom.
L1VRARIA SICI llANO - SHOPPING MULLER
Eotrevista com a Vendedora
Quanto aos bvros que VOllte passar no decoITer, existem aqueles que atraem
muito majs n aten~ao das criancas. Tern pais tambem que passrun homs c horns
scntndos aqui contando hist6rias para sellS filhos. E lindo de ver como eles se
interessam pela Icilura, pclos livros, querem saber detalhcs de tudo, chegam a fazcr
n:t.rracao do que 0 pai leu, e ate comentum que no outro dia passam para os amiguinhos
e professoras da escola.
35
AS livros de eapn durn ja interessam mnis ns crian~as de 2 e 3 allOS.A maioria
deles sao bem cducativos. com figuras em alto rclevo e com bichinhos de fantoches e
dcdoches, telll urn lug,nr onde vocS coloea 0 declo e faz 0 movimento, as criarH;as
cheg,alll a eriaT J11ovimentos e dila vida aos bichinhos. criam hist6rias. E muito
gratific8nte ver tudo 0 que des sabcT11,pel:t idade que tem, s..1.bemdcma.is.
Quanta as meninas, a alT3~o maior s50 os contos de fada. elas ja sabem
daminar, narraT com mllita clarez:n e facilidnde quase todas as hist6rias. Branca de
Neve. Chapcuzinho Vermclho. Rnpunzel, Alice CQutntS.
Tcm mcninas que scntam aqui e teem tada a colcyao da Bruxa Onilda e pcdcm
para aprcsentar nas aulas de Ballet ou Teatro.
J:i os mcninos fieam vidrados nos livros que tem movimentos, como a colcc;,llo
das mtiquinas, do relogio, dos Ilwl1ernis, si'io !iVIOS muito educDt1vOS. e para eles e 0
maximo. pois aprcndem brincando.
o livro "Quem Canta Seus fvlales Espanta"', e l11uitovendido e procllrado pelos
pais, s..;o vt'uias canc;,oes e parJcndas, que tem por oujetivo ensinar, mas ao mesmo
tempo divertir as criancas, e trunuem tomar mrJis facil pam os pais de ensinarem essas
mllsicas aos filhos.
o livro sabre a Vida de Jesus e muito bern vcndido. proclirado pdos pais, mas
as criancas tambem se iJltercssam muito e fazcm peQ,.'1lotas sabre 0 que roi que
aconteccu no passado.
A colecao "Vamos Conversar'" de Joy Berry - Editom Carnmelo, 0 muito
procurada peJas escolas e tambem pelos pais, silo bvros educativos e de auto ajuda. Sao
6 livros bcm coloridos. com Ictrns grnndes, facil de se cntendcr. Cada livro tem wn
tema bern interessante, 0 ( e "EstOll com Medo". 0 2" "EstOli Triste", ':Estou Zangado",
"Quero Ajudar", "Quero mais aten.yiio·'C "Quero DizerNdo",
A maioria das hist6rias tem um cachorrinbo que convcrsa com a menina ou com
o menino. lentwldo ajudar de todas as maneiras a tirar da situaC:1oem que se encontra 0
persoll<lg.em.E lima coley.io que vale a pena a escola ter e os pais tambcl11, pais sao "11"
36
situnc;t'Ses com as quais nos maes., profcssoms nos deparamos e com as quais nCrn
scmpre sabcmos lidar, e essa cole~iio tern lUll pOlleD de tudo.
Ell sempre tTnbalhe.icom livros, tenho fascinio por leitura e veja tambem que as
crianc;as de hoje tern muite interesse I}ela Ic.ltura, elas ja sabem escolher 0 que e born
para elns. Isso e muito importante pam que no futuro sejam critieas e criativas.
Favo Illuitas [eims de jjvros em escolas, entito ja conhcc;o 0 que e bam para elas
e, 0 mais importante e que os pais aceitam 0 gosto dos mhos.
Ell lembro que quando crially:t, meus pais e av6s contavam hist6rias de contos
de fada de qualqucr jeito, ate invcntavam partes para prolongar, enos 'ficavamos fclizes
da vida. Hoje nii.o, as crian't3s estfio multo bem instruidas nas escolinhas, ande .iii
cOJl1e~amdesde cedo a ter acesso a rudo que diz respeito a edllca~iio.
FAROL DO SABER - PARQUE BAR100l
Entrcvistn com a Bibliotediria
As crinn~as chegam nqui com as livros ja em mente. Sao as que interessam a
eles e as que as escolns em geral pedem.
Os mais pedido silo os Contos de Fadas, os meninos silo inLeressados em
Soldadinho de Chumbo, Piu6quio. 0 Pequeno Poleg,1r. e Iivros com manuseios de
movimcntos, rel6gio, Ilumcrais. etc ..
A coicyao do Dr. Cao. tambem C l1luito procurad:\, todos que passarn par aqui
tern que passar os olhinltos. As letras (Quadrinhas de Filapatos), C um livro educativo,
como os outros tambclll, mas esse prende :t aten~iio dos pequenos, por ser fticil de
manusear, letrns grnndes e ser urn livro muito alegre e colorido. entao elns acabam se
prcndendo e aprcndendo com l11uitomais fnciIidadc.
37
A cole~3o d. Bmxa Onilda tambem est. n. reln~1io dos livros tn.is procurados.
Todas as criany3S lem paixao par esses livros.
Quando os professores mandam fazer pesquisas nos Far6is de Saber, e tudo 0
que as crian~as mais querem. Seotaro aqui nessas mesinhas e a mente de cada urn dos
pequenos come~a a flutuar, os oLhinhos nem piscam. e maravilhoso quando elas
chegam. Gerabnente sao criany3s eaTentes, de escolns publicas, que nao tern tanto
acesso a livros bons, de livrarias, realmente e gratificante passar para elas wn pOlleo de
Ieitura, cultura, ensinar a serem respei1'ados, serem eriticos.
38
CONCLUSAO
o presente trabalJlO demonstra n importancia da Jiterntum infantil com crianya
da educay80 infantil, identificando as pressupostos te6ricos que fundrunentrun a prittica
docente e levant. contribui,oes que sua praticn pode ofereeer a eduea,no infantil
quanta ao aprimorrunento da aprendizagem e fomlay30 do futuro leiter.
Partindo desle pressuposto se conclui que 0 afieio de contar hjstoria e remota e
por ele se perpetuar, a liter3tum oml como a experiencia mais indispens:ivel, hoje se
aprcndc pela leiturn tude que se aprendin por ouvir cantar historias. Um livra de
Iilerntufa infantil e uma ohm lilerarin, se a crianca desde cedo for posta em contata com
Dbms primas, sua fon1l3cao se d~lnide modo mais perfeita.
A literatura serve para efetiva inicjn~o da criany3 nn construrrao da lingllagen~
ideias, valores c scntiment.os que ajudarJ:o na sua fonna~iio. Se for oportooizado
contato com diferentes modelos contextualizando a lingua escrita atrnves de seus usos,
ela descobrir.i em seu processo de alfnbetiZ8~ao que ler e escrever sao atividades que
servem pam comunica~ao, que a linguagem que usamos para conversnr e diferente da
que usamos pam escrever e compreendeni 0 sistema de csctitn que the sent ensinado.
Mas para que a literntura infantil ntinja a todos esses objetivos e necessario que
o educador saiba como fazer no contar hist6rias. Ele deve observnr a qualidade dos
Jivros. a estTuturn~o da narrntiva e sun adequa~ao as conven~oes do portugues escrito,
ler de fonn;1 literal, porem clara e ngradavel, capt3l1do a ateoy30 das crian~as e tnmbem
estar sempre aberto it elns para a hist6ria nao se lamar UIll ritual alheio as interesses
delas.
A liternhlJ1l infantil deve fazer parte do dia-a-dia no rotina escolar e deve sempre
estar ligada no prazer e 80 Judi co, as quais 51;10 ingredientes essendais it. educaci'io que
pretendemos.
Nn medida em que a crian~n sc dcscnvolve com esse mundo imagin:irio e
maravilhoso da Iiterutura,. eJn vive e revive momentos de sun vida, ela descobre que
39
pode ser dona do seu proprio disCllrsO, ela encontra um jeito de se afinnar como sujeito
pensante,. criativo e capaz de modificar a renlidade, critici-la e enfrenta-Ia.
40
REFERENCIAS
ALMEDA. T. M. M. Quem Canta Seus Males Espanta. 8. cd. Sao Paulo: Camme!o,1998.
ANDERSEN, H. C. Contos de Andersen. 6. ed. Sao Paulo: Editom Paz e Term, 1988.
BERREY, J. Col""ao Literatura Infantil Educativos. Silo Paulo: CarruneJo, 1996.
BETTELHETM, B. A I'sicanalise dos Contos de Fada. Rio de laneiro: Paz e Terra,1980.
CADEMARTORJ, L. 0 Que Literntura Infnnt.il? 6. ed. sao Paulo: EditoraBrasiliense, 1994.
CARROL, L. Alice 00 Pais das M.ravilh.s. Porto AJeb're: Editora L&'PM Pocket,1998.
COELHO, N. N. Literatllr. Infantil: Teoria, Analise, Didadic •• 6. Ed. Sao Paulo:Arica, 1997.
COLL, C.; PALAClUS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicologico eEduca~iio .. Porto Alegre: Artes Medicas, 1995, v.l.
CUNHA, M. A. A. Uteratur. Jofantil Teorin e pralica. 16. cd. Silo Paulo: EditoraArica, 1997.
FRAN<;:A,E. e FRAN<;:A, M. 0 Trem. 12. ed. Sao Paulo: Atica, 1982.
_____ Que Confusao! Os Pingos. I. ed. Silo Paulo: Aricll, 2000.
GORDON, M. e LLEWELL YM, C. Cole~lio Mell <.orpo De onde eu vim?Aprendendo Sobre Se.ualid.de. I. ed. Sao Paulo: Scipione, 1998.
GRAFALCO. Cole~iio Animai •. LiIi, 0 Ollri~o Feme. Silo Paulo: EKO, 1998.
KOLLROSS, C. N. C. Literatora lnfan!il: Uma Propos!s Ped:ogogica. Cuririba,1998.
LARRUELA, E. e CAPDEVILA, R. 0 Casamento da Bro •• Onild •. :Sao Paulo:Scipione., 200 I.
41
LEE, R. e REPCHUK, C. Numeros Animados. Siio Paulo: Brinque Book, 1998.
MAGAO, A. Biblia e a Vida de Jesus. Silo Paulo: Brasileitura, 2000.
MANNING. M. e GRANSTOM. Cole~ilo Xeretn. Sao Paulo: Aticn, 1996.
ORTHOF, S. Jolio Feijiio. IS. ed. Sao Paulo: Arica, 1982.
PALO, M. 1. e OLiVEfRA, M. R. D. Literntura Inf.otil - Vo. de en.n\"!. 3. cd. SiloPaulo: Editora Atica, 1998.
PERRAULT, C. Contos de Perrault. Bela Horiwnte: Editora itatiaia, 1985.
ROBB, J e STRINGLE, B. Serie Lei. do Cuea - A Ristoria do Tatu, do CliO, doGato, d. Lesma, d. Ameb., da Ar.nha, do Planeton. I. cd. Silo Paulo: Atica, 2001
STEPHENSON, K. Livros Edueativos Para CriaD~as de 2 a 5 anos -0 Eseoude-eseonde dos Gatinhos Sao Paulo: Siciliano, 200 I.
ROSEM, l' Literatur. Infantile a Ideologia. Silo roulo: Global, 1985.
SUB, M. e GORDAN, M. p.I.dar. 1. cd. Sao Paulo: Scipione, 1998
TEBEROSKY, A.; COLOMER, T. Aprtnder a Ler e a E.er.vcr. Porto Alegre:Editora Artmed, 2003.
VARGAS, R. A M. A Littr.tura IDfanl"il e a Alfabetiza~.o. Curitiba, 1999.
ZILBERMAN, R. A. Literatur. lufantil DOEseola. 10. ed. Silo Paulo: Globnl Editora,1998.
Disponivel em: http://www.translate.google.com/translate. Consult.do em 13 de junhode 2003.
Disponivel em: http://www.angelfire.com/wv/duv/islruld.html. Consult.do em 13 dejunho de 2003.
Disponivel em: http://www.lobato.globo.com/. Consult.do em 13 dejunho de 2003.
Aprendendo Palnvra. - Coisas do Din-a-dia. Silo Paulo: EKO, 2002.
42
Cole~iio Falando com Papai do ceu. Sao Paulo: Todo Livro, 1997.
Cole~foo Figuras Urilhantes. Sao Paulo: CMS, 2003.
Cole~iio Meu Grande Livro - dlls Roras dos Numtro •. Silo Paulo: Caramelo, 200 I.
Cole~iio Olhinhos. Silo Paulo: EKO, 1998.
Cole~iio Supenruiquinas. Silo Paulo: Coramelo, 2001.
Sete Contos par., Antes de Dormir. Silo Paulo: Camllle/o, 1998.