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PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR LITERATURA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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PRÉ-VESTIBULARLIVRO DO PROFESSOR

LITERATURA

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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico

Disciplinas Autores

Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima BezerraLiteratura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos SantosMatemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba CostaFísica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. SaquetteQuímica Edson Costa P. da Cruz Fernanda BarbosaBiologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério FernandesHistória Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa SilvaGeografia DuarteA.R.Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

360 p.

ISBN: 978-85-387-0573-4

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

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Barroco

O Barroco surge com a crise do Renascimento, buscando solucionar o drama instaurado pela arte maneirista. O Maneirismo foi uma estética muito semelhante ao Barroco, estabelecia o conflito entre o pensamento medieval, relacionado a Deus e ao huma-nismo renascentista, de valores antropocêntricos.

A arte barroca, seguindo os preceitos filosóficos da Contra-Reforma, tentou conciliar ambas as linhas de pensamento, medieval e barroca, teocentrismo e antropocentrismo. Tudo inútil, o Barroco simplesmen-te continuaria revelando este conflito inconciliável, só que a partir de uma perspectiva voltada à religião.

Dessa forma, o Barroco – que significa pérola irregular ou desarmonia – define-se como a arte das dialéticas.

Contexto históricoComo já mencionado, a Europa encontra-se em

plena crise do Renascimento. Os valores terrenos não são mais o suficiente para se entender o mundo, não há mais a confiança plena na capacidade humana. Isso se deve ao medo incrustado no homem europeu pela Contra-Reforma, nascida com o Concílio de Trento, em 1545. O poder de Deus, por intermédio da Igreja Católica, é reconsiderado.

A harmonia da arte e da filosofia clássica cede lugar à desarmonia causada pelo sentimento de culpa, pelo medo do pecado, causadores do conflito existencial que afetará o pensamento e a produção artística dos anos seguintes.

No Brasil, colônia portuguesa, em meados do século XVI, tem-se, na região Nordeste, o cultivo da cana-de-açúcar, produto extremamente valorizado na época. O trabalho braçal era, cada vez mais, realizado por escravos importados da África. Tal fenômeno deve-se à fraqueza dos escravos índios em relação às doenças trazidas pelos europeus. Não apresentando resistência a tais enfermidades e não estando acostumados às lidas no campo. Os senhores-de-engenho tiveram de recorrer à impor-tação de escravos, fomentando um novo mercado,

o tráfico, que se estenderia por séculos como um negócio extremamente lucrativo.

Os centros econômicos do Brasil naquela época eram as cidades de Olinda e Salvador. Em 1580, a Espanha apodera-se de nosso país, devido à União Ibérica, que irá perdurar até 1640. Entretanto, alguns lugares, durante esse período, tornaram-se terras da Holanda. É o caso da Bahia, entre 1624 e 1625, e Pernambuco, entre 1630 e 1654. A invasão holandesa que mais modificou as características da colônia foi a do Recife. Sob o comando de Maurício de Nassau, enviado da Companhia das Índias Ocidentais, a partir de 1630, fez melhorias urbanas na cidade.

No ano de 1654, Portugal retoma o controle da colônia. Porém, nada depois disso foi melhor, pois o preço do açúcar caiu vertiginosamente, em conse-quência da concorrência com o açúcar antilhano; e as fuga de escravos dos engenhos eram frequentes. Esses escravos fugidos formavam os Quilombos, dos quais o mais conhecido se tornou o Quilombo dos Palmares.

A sociedade colonial encontrava-se num clima de pessimismo.

Características

DialéticasO Barroco é a arte das dialéticas. Tal traço

revela-se pelo conflito entre os valores divinos e os valores humanos. Por ser a arte da Contra-Reforma (baseada em valores teocêntricos), a estética barroca buscava, por meio de tudo aquilo que simbolizasse o divino, estabelecer uma solução para o conflito maneirista entre corpo e alma, entre os valores me-dievais e os valores renascentistas. Entretanto, tal conflito era um beco sem saída; por vezes os valores da alma falavam mais alto, outras, os valores do corpo ditavam as regras. Instaura-se, portanto, o paradoxo, a contradição insolúvel no ser humano.

Corpo versus alma, prazer versus pecado, de-sejo versus culpa, vida versus morte. Estão estabe-lecidas as dialéticas barrocas.

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PessimismoO caráter pessimista do Barroco deve-se à

descrença nos valores humanos. Dessa maneira, o homem joga-se nos braços de Deus, pois não pode contar com mais ninguém. Os indivíduos são seres ínfimos, fracos e o mundo é hostil. Somente o reino dos Céus é confiável.

Passagem do tempoA passagem do tempo é um dos temas mais

abordados no Barroco. Isso se deve pelo fato de essa temática identificar-se com o drama do homem daquele tempo. Gregório de Matos compara a fuga-cidade existencial com a eternidade do rio.

Aspectos formais A hipérbole, o hipérbato (inversão frasal), o pa-

radoxo na construção da literatura barroca revelam a confusão interna em que o homem se encontra.

Na poesia a forma mais usada foi o soneto.

Rebuscamento

Com uma linguagem elevada, com a utilização de palavras difíceis, as obras barrocas apresentam um estilo ornamental de literatura. Existiram duas formas estilísticas de construção da literatura bar-roca: o conceptismo e o cultismo. O primeiro tem como modelo o estilo da literatura produzida pelo escritor Quevedo, o segundo, por Gôngora, ambos poetas barrocos espanhóis.

ConceptismoO conceptismo consiste no jogo sofisticado de

conceitos, de ideias. Dá-se da seguinte maneira:

TESEX

ANTÍTESE (“ANTI-TESE”)=

SÍNTESE

CultismoO cultismo consiste no jogo de palavras, em cons-

truções frasais que por vezes chegam à incompreensão. Veja este exemplo de Gregório de Matos Guerra.

Vás-te, mas tornas a vir,

eu vou, e não torno mais.

Vazas, e tornas a encher:

em mim tudo é fenecer,

tudo em mim é acabar.

A vida humana é efêmera, deve-se aproveitar o dia (carpe diem), a vida e os prazeres que ela pro-porciona, pois o tempo é breve e, quando percebe-mos, ele já passou. Entretanto, viver intensamente os prazeres do corpo é esquecer-se dos deveres da alma. O prazer leva ao pecado, o desejo à culpa; o conflito está fixado.

A glória de DeusO Barroco, por ser a arte da Contra-Reforma,

busca simultaneamente, por meio de manifesta-ções artísticas suntuosas, reveladoras da glória, da superioridade infinita de Deus, provocar o medo e a admiração dos homens.

Por isso, a arte barroca é exageradamente re-buscada.

Dom

ínio

púb

lico.

Cristo Carregando a Cruz, 1600-1605. De El Greco.

O todo sem a parte não é o todo;

A parte sem o todo não é parte;

Mas se a parte o faz todo, sendo parte,

Não se diga que é parte, sendo o todo.

Em todo o Sacramento está Deus todo,

E todo assiste inteiro em qualquer parte,

E feito em partes todo em toda a parte,

Em qualquer parte sempre fica todo.

(...)

Gregório de Matos é considerado por alguns críticos como o primeiro escritor da literatura bra-sileira. Poeta barroco, Gregório encarnou o drama do homem do século XVII, revelando em sua poesia os conflitos existenciais que o dilaceravam. Outras vezes provocou, com suas poesias satíricas, o riso debochado em relação à sociedade de sua época – fortemente ridicularizada.

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Antônio Vieira é o grande nome da prosa bar-roca. Detentor de um extremo talento no uso da pa-lavra, esse jesuíta escreveu sermões sobre os mais variados assuntos: religião, cotidiano, escravidão, utopias, Portugal, Brasil. As contradições do homem do século XVII, assim como em Gregório de Matos, também se encontram nesse grande orador, indivíduo de ideias extremas.

Autores e obrasA primeira obra considerada barroca produzida

no Brasil é Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira. Entretanto, há muitas controvérsias quanto a ser ou não uma obra genuinamente barroca. Portanto, cita-se tal obra meramente como marco cronológico, sem apresentar grandes valores estéticos.

Os dois grandes nomes, que verdadeiramente contribuíram para as letras brasileiras na estética barroca e que merecem estudo detalhado, foram Gregório de Matos Guerra, na poesia e Pe. Antônio Viera, na prosa.

Gregório de Matos Guerra

Dom

ínio

púb

lico.

Gregório de Matos Guerra nasceu no ano de 1633, no estado da Bahia. Proveniente de uma rica família, fez seus primeiros estudos no Colégio Jesuí-ta. Formou-se em Direto na Universidade de Coimbra. Trabalhou como juiz em uma cidade do interior de Portugal e, depois, em Lisboa. Somente com quarenta e seis anos retorna ao Brasil, trabalhando com os jesuítas. Acaba sendo afastado deles por não levar uma vida cristã. Aos sessenta e um anos, em 1694, já em seu segundo casamento (viúvo do primeiro), Gregório é condenado ao desterro em Angola por suas agressivas sátiras. Um ano mais tarde retorna ao Brasil sob duas condições: não mais pisar na Bahia e não escrever mais suas sátiras. Fortemente afetado pela malária contraída na África, morre em 1695.

Características e temas

A poesia de Gregório de Matos divide-se em: amorosa, religiosa e satírica.

Poesia amorosaSão traços característicos desse tema a fuga-

cidade da vida e o consequente desejo de vivê-la intensamente – o carpe diem – pois o tempo acaba com os sonhos e com o corpo, transformando tudo em pó. O tema do amor é visto, na obra de Gregório, a partir de duas perspectivas.

A primeira é a da idealização amorosa em uma linguagem de tom elevado, sublime. Sempre se mantendo a tensão barroca, os conflitos não conse-guem ser abandonados. O exemplo a seguir mostra a oposição entre o divino e o diabólico, por meio de uma figura feminina.

Anjo no nome, Angélica na cara.

Isso é ser flor, e Anjo juntamente,

Ser Angélica flor, e Anjo florente,

em quem, senão em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortara

De verde pé, de rama florescente?

E quem um Anjo vira tão luzente,

Que por seu Deus, o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares,

Fôreis o meu custódio, e minha guarda,

Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,

Posto que os Anjos nunca dão pesares,

Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

Vocabulário `

Florente: florido.

Custódio: aquele que guarda, o anjo da guarda.

Galharda: elegante, gentil.

Leiamos um trecho que exemplifica claramente a idealização amorosa.

Quem a primeira vez chegou a ver-vos,

Nise, e logo se pôs a contemplar-vos,

Bem merece morrer por conversar-vos

E não poder viver sem merecer-vos.

[...]

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[...]

O amor é finalmente

um embaraço de pernas,

uma união de barrigas,

um breve tremor de artérias.

Uma confusão de bocas,

uma batalha de veias,

um reboliço de ancas,

quem diz outra coisa, é besta.

Poesia religiosaNa temática religiosa o poeta apresenta-se como

o homem arrependido diante de Deus, implorando perdão. A dialética entre os valores teocêntricos e os antropocêntricos estabelecem o conflito interno do poeta. Ao mesmo tempo que alimenta os desejos do corpo tendo consciência de seu erro (segundo a filosofia da Contra-Reforma, repressora dos desejos humanos), busca a salvação.

Observa-se aqui a ânsia pela pureza, pela remis-são dos pecados. O poeta é a ovelha desgarrada, Nosso Senhor é o pastor, que deve reintegrá-la ao rebanho.

Por vezes, o poeta assume a postura de amante tímido diante da amada.

Largo em sentir, em respirar sucinto,

Peno, e calo, tão fino, e tão atento,

Que fazendo disfarce do tormento,

Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.

[...]

Já a segunda dá-se a partir de uma visão obsce-na do amor, de uma admiração mais crua do prazer. Constitui-se nesse tema a impressão sobre o amor físico, abordado em um tom agressivo, desafiador da concepção cristã desse sentimento.

Neste soneto, A sua futura esposa, encontramos o tema do carpe diem.

Discreta, e formosíssima Maria,

Enquanto estamos vendo a qualquer hora

Em tuas faces a rosada Aurora,

Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:

Enquanto com gentil descortesia

O ar, que fresco Adônis te namora,

Te espalha a rica trança voadora,

Quando vem passear-te pela fria:

Goza, goza da flor da mocidade,

Que o tempo trota a toda ligeireza,

E imprime em toda a flor sua pisada.

Oh, não aguardes, que a madura idade

Te converta em flor, essa beleza

Em terra, em cinza, em pó, em sobra, em nada.

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,

De vossa alta clemência me despido;

Porque quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto um pecado,

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido,

Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma orelha perdida e já cobrada,

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,

Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,

Perder na vossa ovelha a vossa glória.

Vejamos mais uma de suas poesias religiosas, onde se vê a imagem de um homem arrependido.

A vós correndo vou, braços sagrados,

Nessa cruz sacrossanta descobertos,

Que, para receber-me, estais abertos,

E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados

De tanto sangue e lágrimas cobertos,

Pois, para perdoar-me, estais despertos,

E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,

A vós, sangue vertido, para ungir-me,

A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,

A vós, cravos preciosos, quero atar-me,

Para ficar unido, atado e firme.

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Poesia satíricaAqui, Gregório de Matos faz críticas severas a

todos os setores da sociedade baiana. Por meio do humor corrosivo, do sarcasmo agressivo, da ofensa muitas vezes direta e principalmente através da ridicularização, o poeta revela sua decepção com o contexto em que vive. O desengano e a decepção são os combustíveis para sua sátira.

Leia o poema Epílogos, em que o Boca do Infer-no, como ficou conhecido na sua produção satírica, critica veementemente representantes de todas as camadas sociais.

O que El-Rei nos dá de graça.

Que anda a Justiça na praça

Bastarda, vendida, injusta.

Que vai pela clerezia?... Simonia.

E pelos membros da Igreja?... Inveja.

Cuidei que mais se lhe punha?... Unha

Sazonada caramunha,

Enfim, que na Santa Sé

O que mais se pratica é

Simonia, inveja e unha.

E nos frades há manqueiras?... Freiras.

Em que ocupam os serões?... Sermões.

Não se ocupam em disputas?... Putas.

Com palavras dissolutas

Me concluo na verdade,

Que as lidas todas de um frade

São freiras, sermões e putas.

O açúcar já acabou?... Baixou.

E o dinheiro se extinguiu?... Subiu.

Logo já convalesceu?... Morreu.

À Bahia aconteceu

O que a um doente acontece:

Cai na cama, e o mal cresce,

Baixou, subiu, morreu.

A Câmara não acode?... Não pode.

Pois não tem todo o poder?... Não quer.

É que o Governo a convence?... Não vence.

Quem haverá que tal pense,

Que uma câmara tão nobre,

Por ver-se mísera e pobre,

Não pode, não quer, não vence.

Que falta nesta cidade?... Verdade.

Que mais por sua desonra?... Honra.

Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.

O demo a viver se exponha,

Por mais que a fama a exalta,

Numa cidade onde falta

Verdade, honra, vergonha.

Quem a pôs neste socrócio?... Negócio.

Quem causa tal perdição?... Ambição.

E no meio desta loucura?... Usura.

Notável desaventura

De um povo néscio e sandeu,

Que não sabe que perdeu

Negócio, ambição, usura.

Quais são seus doces objetos?... Pretos.

Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.

Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.

Dou ao Demo os insensatos,

Dou ao Demo o povo asnal,

Que estima por cabedal,

Pretos, mestiços, mulatos.

Quem faz os círios mesquinhos?... Meirinhos.

Quem faz as farinhas tardas?... Guardas.

Quem as têm nos aposentos?... Sargentos.

Os círios lá vêm aos centos,

E a terra fica esfaimando,

Porque os vão atravessando

Meirinhos, guardas, sargentos.

E que justiça a resguarda?... Bastarda.

É grátis distribuída?... Vendida.

Que tem, que a todos assusta?... Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa

Neste soneto o poeta lamenta a condição em que a Bahia se encontrava, explorada por países estrangeiros.

Triste Bahia! ó quão dessemelhante

Estás e estou do nosso antigo estado!

Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,

Rica te vi eu já, tu a mi abundante.

A ti trocou-te a máquina mercante,

Que em tua larga barra tem entrado,

A mim foi-me trocando, e tem trocado,

Tanto negócio e tanto negociante.

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Antônio Vieira

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lico.

Antônio Vieira é o maior nome da prosa Barroca de língua portuguesa. Sua obra está mais relacionada às questões portuguesas do que propriamente do Brasil, devido à sua formação cultural ter-se dado na terra lusa. Porém, escreveu obras diretamente relacionadas ao nosso país, sendo desse modo ne-cessário estudá-lo em literatura brasileira para se ter uma noção completa de suas origens.

Nasceu em 1608, na cidade de Lisboa. Aos seis anos veio com sua família para o Brasil, onde estudou no colégio dos jesuítas, surgindo daí sua vocação para o sacerdócio. Ordenando-se aos vinte e seis anos, retorna para Portugal, país em que, com sua oratória, ganhara uma série de admiradores nos quais se inclui o rei D. João IV.

Suas ideias avançadas, como o apoio aos judeus convertidos – os cristãos novos – custaram-lhe a con-denação do tribunal da Inquisição. No ano de 1669, viajou para Roma, onde conquistou a absolvição do Papa. Em 1681, fixa-se definitivamente no Brasil, com casa na Bahia, local onde falece em 1697.

Características e temas

Com uma variada gama de assuntos, os ser-mões de Antônio Vieira possuem como caracterís-tica comum o estilo conceptista de construção. Por intermédio do raciocínio sutil que leva ao silogismo, Vieira busca convencer o ouvinte.

Para dar credibilidade aos seus sermões, o ora-dor jesuíta utiliza-se da bíblia como embasamento argumentativo. Dessa forma, toda e qualquer ideia Antônio Vieira transforma em argumento teológico por meio da analogia com o texto sagrado. Para isso descontextualiza o assunto, o tema a ser tratado, e o recontextualiza de acordo com suas necessidades e intenções.

Um dos seus sermões mais conhecidos é justa-mente aquele que ensina a arte de pregar, é o Sermão da Sexagésima, pregado na Capela Real no ano de 1655. Vamos ler um trecho.

Deste em dar tanto açúcar excelente

Pelas drogas inúteis, que abelhuda*

Simples aceitas do sagaz Brichote *

Oh se quisera Deus, que de repente

Um dia amanheceras tão sisuda*

Que fora de algodão o teu capote*.

Vocabulário: `

Abelhuda: termo irônico para curiosidade vaidosa.

Brichote: termo depreciativo para estrangeiro, cor-ruptela de british.

Sisuda: no sentido de austera, modesta.

Capote de algodão: indicando a renúncia ao luxo.

Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador que houve no Mundo. E qual foi ele? – O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o céu. Coeli enarrant gloriam Dei et opera manuum ejus annuntiat Firmamentum – diz David. Suposto que o céu é pregador, deve de ter sermões e deve de ter palavras. Sim, tem, diz o mesmo David; tem palavras e tem sermões; e mais, muito bem ouvi-dos. Non sunt loquellae, nec sermones, quorum non audiantur voces eorum. E quais são estes sermões e estas palavras do céu? – As palavras são as es-trelas, os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. Vede como diz o estilo de pregar do céu, com o estilo que Cristo ensinou na terra. Um e outro é semear; a terra semeada de trigo, o céu semeado de estrelas. O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas: Stellae manentes in ordine suo. Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu con-trário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há-de ser o estilo da pregação; muito distinto e muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas

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são muito distintas e muito claras, e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito que entender os que sabem. O rústi-co acha documentos nas estrelas para sua lavoura e o mareante para sua navegação, e o matemático para as suas observações e para os seus juízos. De maneira que o rústico e o mareante, que não sabem ler nem escrever entendem as estrelas; e o matemático, que tem lido quantos escreveram, não alcança a entender quanto nelas há. Tal pode ser o sermão: – estrelas que todos vêem, e muito poucos as medem.

Ora senhores, já que somos cristãos, já que sabemos que havemos de morrer e que somos imortais, saibamos usar da morte e da imortalida-de. Tratemos desta vida como mortais, e da outra como imortais. Pode haver loucura mais rematada, pode haver cegueira mais cega do que empregar- -me todo na vida que há de acabar, e não tratar da vida que há de durar para sempre? Cansar-me, afligir-me, matar-me pelo que forçosamente hei de deixar, e do que hei de lograr ou perder para sempre, não fazer nenhum caso? Tantas diligên-cias para esta vida, nenhuma diligência para a outra vida? Tanto medo, tanto receio da morte temporal, e da eterna nenhum temor? Mortos, mortos, desenganai estes vivos. Dizei-nos que pensamentos e que sentimentos foram os vossos, quando entrastes e saístes pelas portas da morte. A morte tem duas portas. Uma porta de vidro por onde se sai da vida; outra porta de diamante, por onde se entra à eternidade.

Vieira discutia muito os acontecimentos coti-dianos em seus sermões, como os vícios e paixões humanas e também as virtudes, a honestidade, por exemplo. Para atrair mais a atenção daqueles que o estavam assistindo, empregava em seus sermões um estilo que misturava o dramático, o lírico, o irônico e o indignado, causando as mais diversas reações da plateia.

No Sermão de Santo Antônio (pregado em S. Luís do Maranhão, três dias antes de se embarcar ocultamente para o Reino), conseguiu provocar a ira de quem o estava ouvindo. De forma irônica dirigia- -se aos peixes do mar, porém, na verdade, falava aos homens, mostrando-lhes os próprios vícios.

Leiamos um trecho de extrema beleza poética.

Quis Cristo que o preço da sepultura dos peregrinos fosse o esmalte das armas dos portu-gueses, para que entendêssemos que o brasão de nascer portugueses era a obrigação de morrer peregrinos: com as armas nos obrigou Cristo a peregrinar, e com a sepultura nos empenhou a morrer. Mas se nos deu o brasão que nos havia de levar da pátria, também nos deu a terra que nos havia de cobrir fora dela. Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.

Vieira também escreveu muitos assuntos rela-cionados à religião. Um deles intimamente relacio-nado ao Barroco (a arte da Contra-Reforma), que é a preocupação com a vida eterna.

Vamos ler um trecho do Sermão de Quarta-feira de Cinzas, pregado na cidade de Roma, em 1672.

A escravidão também foi discutida por Antô-nio Vieira em seus sermões. A princípio Vieira era contra a escravidão dos índios e não manifestava opinião acerca da escravidão de africanos. Entre-tanto, quando testemunhou os sofrimentos pelos quais estes passavam, comparou com os martírios que Cristo sofreu.

Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado: Imitatoribus Christi crucifixi – porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A Sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que Lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltra-tados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de mar-tírio. Só lhe faltava a cruz para a inteira e perfeita semelhança o nome de engenho: mas este mesmo lhe deu Cristo, não com outro, senão com o próprio vocábulo. Torcular se chama o vosso engenho, ou a vossa cruz, e a de Cristo, por boca do mesmo Cris-to, se chamou também torcular: Torcular calcavi solus 35. – Em todas as invenções e instrumentos

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de trabalho parece que não achou o Senhor outro que mais parecido fosse com o Seu que o vosso. A propriedade e energia desta comparação é porque no instrumento da cruz, e na oficina de toda a Paixão, assim como nas outras em que se espreme o sumo dos frutos, assim foi espremido todo o sangue da humanidade sagrada: Eo quod sanguis ejus ibi fuit expressus, sicut sanguis uvae in torculari – diz Lirano – et hoc in spineae coronae impositione, in flagellatione, in pedum, et manuum confiscione, et in lateris apertione. – E se então se queixava o Senhor de padecer só: Torcular calcovi solus – e de não haver nenhum dos gentios que o acompanhasse em suas penas: Et de gentibus non est vir mecum36 – vede vós quanto estimará agora que os que ontem foram gentios, conformando-se com a vontade de Deus na sua sorte, Lhe façam por imitação tão boa companhia!

Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me,

Se esta cousa não é, que encarecer-me

Sabia o mundo, e tanto exagerar-me!

Olhos meus, disse então por defender-me,

Se a beleza heis de ver para matar-me,

Antes olhos cegueis, do que eu perder-me.”

O soneto é representativo da estética:

barroca.a)

simbolista.b)

romântica.c)

parnasiana.d)

árcade.e)

Solução: ` A

A resposta torna-se mais evidente se repararmos no jogo de oposição entre a beleza e a morte, e o tom desespe-rado do eu lírico.

(Elite) Uma das grandes questões debatidas sobre 2. as manifestações culturais durante o período colonial brasileiro é a seguinte: teríamos uma cultura própria ou seríamos o resultado de uma cultura transplantada da metrópole (Portugal) para a colônia (Brasil)?

Muito se debateu sobre isso. Hoje, acredita-se que houve a interação de ambos os fatores. É inegável a influência europeia — e, mais especificamente, portuguesa — sobre o Brasil. Mas não podemos desconsiderar a influência indígena e negra: se essas não deixaram registros escritos nos momentos iniciais da colônia, não significa que não tenham contribuído na formação cultural do Brasil.

A respeito disso, responda:

No campo da literatura, havia condições favoráveis a) em sua produção durante o período colonial?

O saber jesuítico foi uma contribuição à cultura bra-b) sileira? Exemplifique.

Solução: `

Não havia condições de produção da obra literária a) e de sua distribuição como acontece nos dias de hoje. As razões disso estavam no isolamento vivi-do na colônia (eram difíceis as vias de comunicação interna), na alta taxa de analfabetismo, na escassez de centros de ensino, entre outros fatores. Por outro lado, isso não significa que tais barreiras impediram a produção de obras que hoje são consideradas li-terárias (como a “Prosopopeia”, de Bento Teixeira, escrita em 1601).

Aspectos formais

A estrutura dos sermões se dá basicamente da seguinte forma:

INTROITO ou EXÓRDIO

(apresentação)

ARGUMENTO ou DESENVOLVIMENTO

(defesa da ideia)

PERORAÇÃO

(fechamento, conclusão)

Percebemos que a estrutura dos textos de An-tônio Vieira segue a forma tradicional de um texto argumentativo.

(Mackenzie) 1.

“Não vira em minha vida a formosura,

Ouvia falar nela cada dia,

E ouvida me incitava, e me movia

A querer ver tão bela arquitetura:

Ontem a vi por minha desventura

Na cara, no bom ar, na galhardia

De uma mulher, que em anjo se mentia;

De um sol, que se trajava em criatura:

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Sim, o grande exemplo foi a arte barroca. Um gran-b) de expoente dessa estética no Brasil foi o Padre An-tônio Vieira.

(FEI) “Em tristes sombras morre a formosura, 3. em contínuas tristezas a alegria”.

Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome desta figura de linguagem é:

metáfora.a)

aliteração.b)

eufemismo.c)

antítese.d)

sinédoque.e)

Solução: ` D

Antítese é o traço mais característico das poesias bar-rocas. No excerto destaca-se a oposição entre tristeza e alegria.

(UFFRJ) O texto de Gregório de Matos possui muitas 4. antíteses, que são usadas nos textos barrocos para:

traduzir o conflito humano.a)

rejeitar o vocabulário popular.b)

personificar seres inanimados.c)

marcar a presença do onírico.d)

detalhar a arte poética.e)

Solução: ` A

Os dramas existenciais, as confusões íntimas são reve-lados, na forma, por meio das antíteses e também dos paradoxos.

(UFV) Leia atentamente o texto:5.

Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,

Te lembra hoje Deus por sua Igreja;

De pó te faz espelho, em que se veja

A vil matéria, de que quis formar-te.

Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te,

E como o teu baixel sempre fraqueja

Nos mares da vaidade, onde peleja,

Te põe à vista a terra, onde salvar-te.

Alerta, alerta, pois, que o vento berra.

Se assopra a vaidade e incha o pano,

Na proa a terra tens, amaina e ferra.

Todo o lenho mortal, baixel humano,

Se busca a salvação, tome hoje terra,

Que a terra de hoje é porto soberano.

(MATOS, Gregório de. Poemas Escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997. p.

309.)

Gregório de Matos expressou em sua obra toda a tensão do século XVII, ao abordar os temas predominantes do Barroco. Identifique no poema elementos que atestam o comprometimento do poeta com o respectivo momento literário.

Solução: `

O poeta tem consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão; o sentimento de nulidade diante do poder divino.

(Elite) Desfaça o hipérbato construído por Gregório de 6. Matos nestes versos. Ou seja, coloque-os em uma frase na ordem direta.

Se uma ovelha perdida e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada

(...)

Solução: `

Senhor, eu sou a ovelha desgarrada, se uma ovelha per-dida e já cobrada vos deu glória tal e prazer tão repentino como afirmais na sacra história.

(UFV-MG) Leia atentamente o fragmento do sermão do 1. Padre Antônio Vieira:

A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande […]. Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mesma natureza, que, sendo criados no

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mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer.

(VIEIRA, Antônio. Obras Completas do Padre Antônio Vieira: ser-

mões. Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonçalo Alves. Porto: Lello e Irmão

— Editores, 1993. v. III, p. 264-265.)

O texto de Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela em que não se confirmam essas tendências estéticas.

O culto do contraste, sugerindo a oposição bem / a) mal, em linguagem simples, concisa, direta e ex-pressiva da intenção barroca de resgatar os valores greco-latinos.

A tentativa de convencer o homem do século XVII, b) imbuído de práticas e sentimentos comuns ao se-mipaganismo renascentista, a retomar o caminho do espiritualismo medieval, privilegiando os valores cristãos.

A presença do discurso dramático, recorrendo ao c) princípio horaciano de “ensinar deleitando” — ten-dência didática e moralizante, comum à Contra-Reforma.

O tratamento do tema principal — a denúncia à co-d) biça humana — através do conceptismo, ou jogo de ideias.

A utilização da alegoria, da comparação, como re-e) cursos oratórios, visando à persuasão do ouvinte.

(Unopar) Considere as seguintes afirmações:2.

A temática e a linguagem barroca expressam os I. conflitos experimentados pelo homem do século XVII.

A linguagem barroca caracteriza-se pelo emprego II. de figuras, como a comparação e a alegoria, entre outras.

A antítese e o paradoxo são as figuras que a lin-III. guagem barroca emprega para expressar a divisão entre mundo material e mundo espiritual.

A estética barroca privilegia a visão racional do IV. mundo e das relações humanas, buscando na lin-guagem a fuga às constrições do dia-a-dia.

Dentre elas, apenas:

I e III estão corretas.a)

II e IV estão corretas.b)

III está correta.c)

I, II e IV estão corretas.d)

I, II e III estão corretas.e)

(UFRGS) Considere as afirmações abaixo: 3.

Barroco literário, no Brasil, correspondeu a um pe-I. ríodo em que o incremento da atividade mineradora proporcionou o desenvolvimento urbano e o surgi-mento de uma incipiente classe média formada por funcionários, comerciantes e profissionais liberais.

Uma das feições da poesia barroca era o chamado II. conceptismo — exploração de conceitos e ideias abstratas através de evoluções engenhosas do pensamento.

A ornamentação da linguagem, que caracterizou o III. Barroco brasileiro, pode ser identificada pelo uso repetido de jogos de palavras, pela construção fra-sal e pelo emprego da antítese.

Quais estão corretas?

Apenas I.a)

Apenas II.b)

Apenas III.c)

Apenas II e III.d)

I, II e III.e)

(Santa Casa) A preocupação com a brevidade da vida 4. induz o poeta barroco a assumir uma atitude que:

descrê da misericórdia divina e contesta os valores a) da religião.

desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a b) mocidade e a beleza.

se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos c) céticos.

se revolta contra os insondáveis desígnios de d) Deus.

quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mo-e) cidade dura.

(UFV - adap. - Elite) Leia o texto:5.

“Goza, goza da flor da mocidade,

que o tempo trota a toda ligeireza,

e imprime em toda flor sua pisada.

Ó não aguardes que a madura idade

te converta essa flor, essa beleza,

em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.”

Os tercetos acima ilustram:

caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do a) séc. XVI, sustentando uma crítica à preocupação feminina com a beleza.

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jogo metafórico do Barroco, a respeito da fugacida-b) de da vida, exaltando gozo do momento.

estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando c) as reflexões do poeta sobre as mulheres maduras.

as características de um romântico, porque fala de d) flores, terra, sombras.

uma poesia que fala de uma existência mais mate-e) rialista do que espiritual, própria da visão de mundo nostálgico-cultista.

(UEL) 6.

“Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,

Te lembra hoje Deus por sua Igreja;

De pó te fez espelho, em que se veja

A vil matéria, de que quis formar-te.”

A estrofe acima enquadra-se no estilo:

arcádico, pela simplicidade da expressão coerente a) com a idealização da natureza.

simbolista, pela utilização de elementos do mundo ex-b) terior para representação de um estado de espírito.

romântico, pela frouxidão do verso e o desencanto c) em relação à condição humana.

parnasiano, pela construção apurada do verso.d)

barroco, pelo jogo de conceitos tradutores de an-e) gústia metafísica e religiosa.

(UEL) Assinale a alternativa em que se considera a 7. produção literária no Brasil do século XVI:

uma literatura religiosa de cunho estritamente in-a) dianista.

uma literatura brasileira, feita segundo padrões do b) classicismo português.

uma importante produção de poesia lírica e épica, a c) partir de temas brasileiros.

uma literatura de viagem de grande valor estético d) e cultural.

uma literatura religiosa e informativa de fraco valor e) estético.

(Centec-BA) 8. Não é característica do Barroco a:

preferência pelos aspectos científicos da vida.a)

tentativa de reunir, num todo, realidades contradi-b) tórias.

angústia diante da transitoriedade da vida.c)

preferência pelos aspectos cruéis, dolorosos e san-d) grentos do mundo, numa tentativa de mostrar ao homem a sua miséria.

intenção de exprimir intensamente o sentido da e) existência, expressa no abuso da hipérbole.

(PUC)9.

“Anjo no nome, Angélica na cara!

Isso é ser flor, e Anjo juntamente:

Ser Angélica flor e Anjo florente,

Em quem, senão em vós, se uniformara?”

Na estrofe acima, o jogo de palavras:

é recurso do qual serve o poeta para satirizar os a) desmandos dos governantes de seu tempo.

retrata o conflito vivido pelo homem barroco, dividi-b) do entre o senso do pecado e o desejo de perdão.

expressa a consciência que o poeta tem do efême-c) ro da existência e o horror pela morte.

revela a busca da unidade, por um espírito dividido d) entre o idealismo e o apelo dos sentidos.

permite a manifestação do erotismo do homem, e) provocado pela crença na efemeridade dos predi-cados físicos da natureza humana.

(UMCP-SP) O culto do contraste, pessimismo, acumu-10. lação de elementos, niilismo temático, tendência para a descrição e preferência pelos aspectos cruéis, dolorosos, sangrentos e repugnantes, são características do:

Barroco.a)

Realismo.b)

Rococó.c)

Naturalismo.d)

Romantismo.e)

(UFLA-MG) A opção que 11. não apresenta características do Barroco é:

sentimento trágico da existência, desengano, de-a) sespero.

gosto pela grandiosidade, pela pompa, pela exube-b) rância e pelo luxo.

gosto de cenas e descrições horripilantes, mons-c) truosas, cruéis; arte da morte e dos túmulos.

tentativa de conciliar polos opostos: o ideal cristão d) medieval e os valores pagãos do renascimento.

a natureza é a fonte perene de alegria, de beleza e e) de perfeição; retorno aos modelos greco-latinos.

(UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre o 12. Barroco brasileiro:

A arte barroca caracteriza-se por apresentar duali-I. dades, conflitos, paradoxos e contrastes, que con-vivem tensamente na unidade da obra.

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O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia II. barroca, apresentam um imaginário bucólico, sem-pre povoado de pastoras e ninfas.

A oposição entre Reforma e Contra-Reforma ex-III. pressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o Barroco se ocupa.

Quais estão corretas?

Apenas I.a)

Apenas II.b)

Apenas III.c)

Apenas I e III.d)

I, II e III.e)

(Mackenzie - Elite) Ao Barroco brasileiro pertencem: 13.

Camões e Gil Vicente.a)

Antônio Vieira e Gregório de Matos.b)

Sóror Mariana Alcoforado e Gregório de Matos.c)

Gandavo e Camões.d)

Gil Vicente e Manoel B. Oliveira.e)

(Objetivo-SP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois 14. aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa incorreta.

O cultismo opera através de analogias sensoriais, a) valorizando a identificação dos seres por metáfo-ras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.

O cultismo e conceptismo são partes construtivas b) do Barroco que não se excluem. É possível locali-zar no mesmo autor e até no mesmo texto os dois elementos.

O cultismo é perceptível no rebuscamento da lin-c) guagem, pelo abuso no emprego de figuras semân-ticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos.

O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também d) conhecido como Gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da sexagésima, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.

Os métodos cultistas mais seguidos por nossos e) poetas foram os de Gôngora e Marini, e o concep-tismo de Quevedo foi o que maiores influências dei-xou em Gregório de Matos.

(USF-SP)15.

“Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,

Te lembra hoje Deus por sua Igreja;

De pó te fez espelho, em que se veja

A vil matéria, de que quis formar-te”.

Conforme sugere o excerto acima, o poeta barroco não raro expressa:

medo de ser infeliz; uma imensa angústia em face da a) vida, a que não consegue dar sentido; a desilusão diante da falência de valores terrenos e divinos.

a consciência de que o mundo terreno é efêmero b) e vão; o sentimento de nulidade diante do poder divino.

a percepção de que não há saídas para o homem; a c) certeza de que o aguardam o inferno e a desgraça espiritual.

a necessidade de ser piedoso e caritativo, paralela d) à vontade de fruir até as últimas consequências o lado material da vida.

a revolta contra os aspectos fatais que os deuses e) imprimem a seu destino e à vida na terra.

(Fuvest) O bifrontismo do homem, santo e pecador; o 16. impulso pessoal prevalecendo sobre normas ditadas por modelos; o culto do contraste; a riqueza de pormenores — são traços constantes da:

composição poética parnasiana.a)

poesia simbolista.b)

produção poética arcádica de inspiração bucólica.c)

poesia barroca.d)

poesia condoreirista.e)

(Fuvest)17.

“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.

Depois da luz, se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.”

Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos Guerra, a principal característica do Barroco é:

o culto da natureza.a)

a utilização de rimas alternadas.b)

a forte presença de antíteses.c)

o culto do amor cortês. d)

o uso de aliterações.e)

“...milhões de palavras ditas com esforço de pensa-18. mento.”

Essa passagem do texto faz referência a um traço da linguagem barroca presente na obra de Vieira; trata-se do:

gongorismo, caracterizado pelo jogo de ideias.a)

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cultismo, caracterizado pela exploração da sonori-b) dade das palavras.

cultismo, caracterizado pelo conflito entre fé e razão.c)

conceptismo, caracterizado pelo vocabulário pre-d) ciosista e pela exploração de aliterações.

conceptismo, caracterizado pela exploração das re-e) lações lógicas, da argumentação.

(Elite) Desfaça o hipérbato construído por Gregório de 19. Matos nestes versos. Ou seja, coloque-os em uma frase na ordem direta.

“Se uma ovelha perdida e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada

(...)”

(UFSM) A respeito da poesia de Gregório de Matos, 1. assinale a alternativa incorreta.

Tematiza motivos de Minas Gerais, onde o poeta a) viveu.

A lírica religiosa apresenta culpa pelo pecado co-b) metido.

As composições satíricas atacam governantes da c) colônia.

O lirismo amoroso é marcado por sensível carga d) erótica.

Apresenta uma divisão entre prazeres terrenos e e) salvação eterna.

(UFRGS) Assinale a alternativa que preenche adequa-2. damente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.

Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do ............., movimento em que o homem é conduzido pela ......... e que tem, entre suas características, o ........., com seu jogo de palavras, de imagens e de construção, e o ............, o uso de silogismo, processo racional de demonstrar uma asserção.

Gongorismo – exaltação vital – cultismo - precio-a) sismo

Conceptismo – fé – preciosismo – gongorismob)

Barroco – depressão vital – conceptismo – cultismoc)

Conceptismo – depressão vital – gongorismo – d) preciosismo

Barroco – fé – cultismo - conceptismoe)

Instrução: O texto abaixo refere-se à questão 3.

AS COUSAS DO MUNDO

Neste mundo é mais rico o que mais rapa:

Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;

Com sua língua, ao nobre o vil decepa:

O velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:

Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;

Quem menos falar pode, mais increpa;

Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por tulipa;

Bengala hoje na mão, ontem garlopa.

Mais isento se mostra o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazo a tripa

E mais não igo, porque a Musa topa

Em apa, epa, ipa, opa, upa.

(Gregório de Matos Guerra, Seleção de Obras Poéticas.)

(Fatec) Fica claro, no poema acima, que a principal 3. crítica do autor à sociedade de sua época é feita por meio da:

denúncia da proteção que o mundo de então dava a) àqueles que agiam de modo condenável, embora sob a capa das leis da Igreja.

enumeração de certos tipos que, por seus compor-b) tamentos, revelam um roteiro que identifica e reco-menda a ascensão social.

elaboração de uma lista de atitudes que deviam ser c) evitadas, por não condizerem com as práticas mo-rais encontradas na alta sociedade.

comparação de valores e comportamentos da faixa d) mais humilde daquela sociedade com os da faixa mais nobre e aristocrática.

caracterização de comportamentos que, embora e) sejam moralmente condenáveis, são dissimulados em seus opostos.

(Febasp)4.

“Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são os outros — ladrões de maior calibre e de mais alta esfera... Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são

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enforcados, estes furtam e enforcam.” (Sermão do bom ladrão, Vieira)

Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho pode-se afirmar:

o autor recorre ao cultismo da linguagem com o a) intuito de convencer o ouvinte e por isso cria um jogo de imagens.

Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, b) através de fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter o ouvinte.

Padre Vieira emprega, principalmente, o conceptis-c) mo, ou seja, o predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio.

o pregador procura ensinar preceitos religiosos ao d) ouvinte, o que era prática comum entre os escrito-res gongóricos.

(UFSM) Leia a estrofe de Gregório de Matos:5.

“Ardor em firme coração nascido;

pranto por belos olhos derramado;

incêndio em mares de água disfarçado;

rio de neve em fogo convertido.”

Assinale a alternativa em que os dois versos indicados apresentam metáforas de lágrimas.

Versos 1 e 2.a)

Versos 2 e 4.b)

Versos 2 e 3.c)

Versos 3 e 4.d)

Versos 1 e 3.e)

(Fuvest)6.

“Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos...”

Essa passagem é representativa de uma das tendências estéticas típicas da prosa seiscentista, a saber:

sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta a) de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir.

a busca do exotismo e da aventura ultramarina, pre-b) sentes nas crônicas e narrativas de viagem.

a exaltação do heroico e do épico, por meio das c) metáforas grandiloquentes da epopeia.

lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de d) estilo passionais e místicas.

conceptismo, caracterizado pela utilização constan-e) te dos recursos da dialética.

(UEL) Ao lado dos versos críticos e contundentes, em 7. geral dirigidos contra os poderosos e os oportunistas, há os versos líricos, tocados pelo sentimento amoroso ou pela devoção cristã. Num e noutro casos, apuravam-se o engenho verbal, as construções paralelísticas, o em-prego de antíteses e hipérboles, por vezes inspirando-se diretamente em versos ou fórmulas dos espanhóis Gôngora e Quevedo – mestres desse estilo.

O trecho anterior refere-se à obra poética de:

Cláudio Manuel da Costa.a)

Gregório de Matos.b)

Tomás Antônio Gonzaga.c)

José de Anchieta.d)

(UFSM) Os holandeses no Brasil8.

A carta que João Fernandes Vieira, um dos heróis da Restauração Pernambucana, escreveu em 1654 ao rei de Portugal Dom João IV relatando o fim do domínio holandês no Brasil foi entregue na segunda-feira 18 à Universidade Federal de Pernambuco. O documento pertencia ao professor inglês Charles Ralph, um dos principais estudiosos do período da expansão portuguesa, falecido no ano passado. Pela primeira vez, o documento ficará guardado no Brasil.

(IstoÉ, n.° 1656, 27 jun. de 2001.)

Quando, em 1640, os holandeses apertaram o cerco à cidade da Bahia, ameaçando invadi-la pela segunda vez, Padre Antônio Vieira, em seu “Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda”, bradava aos céus, suplicando a proteção de Deus para a cidade de Salvador.

Assinale a alternativa que apresenta um fragmento desse Sermão.

Há de tomar o pregador uma só matéria, há de a) defini-Ia para que se conheça, há de dividi-Ia para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniên-cias que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar [...]

Este foi, Cristãos, o amor de Cristo, esta a ciência e b) as ciências com que nos amou, e esta a ignorância e ignorâncias sobre que somos amados [...]. Sirva-

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nos a sua ciência de espertador, para nunca deixar de amar; sirva-nos a nossa ignorância de estímulo, para sempre amar mais e mais a quem tanto nos amou [...]

Enquanto Páris, ignorante de si e da fortuna do seu c) nascimento, guardava as ovelhas do seu rebanho nos campos do monte Ida, dizem as histórias hu-manas que era objeto dos seus cuidados Enone, uma formosura rústica daqueles vales. Mas quando o encoberto príncipe se conheceu e soube que era filho de Príamo, rei de Troia, como deixou o cajado e o surrão, trocou também de pensamento [...]

Semeou uma semente só, e não muitas, porque o d) sermão há de ter uma só matéria, e não muitas ma-térias. Se o lavrador semeara primeiro trigo, e sobre trigo semeara centeio, e sobre o centeio semeara milho grosso e miúdo, e sobre o milho semeara ce-vada, que havia de nascer? - Uma mata brava, uma confusão verde [...]

Que a larga mão com que nos destes tantos domí-e) nios e reinos não foram mercês de vossa liberalida-de, senão cautela e dissimulação de vossa ira, para aqui fora e longe de nossa Pátria nos matardes, nos destruirdes, nos acabardes de todo. Se esta havia de ser a paga e o fruto de nossos trabalhos, para que foi o trabalhar, para que foi o servir, para que foi o derramar tanto e tão ilustre sangue nestas con-quistas? [...]

(UFV-MG) Considere as afirmações que se seguem. 9. Todas elas vinculam a poesia de Gregório de Matos aos princípios estéticos e ideológicos do Barroco brasileiro, exceto:

a vertente lírica da poética de Gregório de Matos a) cultuou o amor feito de pequenos afetos, da meiga ternura e dos torneios gentis, tendo como cenário o ambiente campestre e pastoril.

o “Boca do Inferno” insurgiu-se não só contra os b) desmandos administrativos e políticos da Bahia do século XVII, mas contra o próprio ser humano, que, na concepção do poeta, é por natureza corrupto e mau.

os poemas religiosos de Gregório de Matos fundi-c) ram a contemplação da divindade, o complexo de culpa, o desejo de arrependimento e o horror de ser pó, sensações, enfim, frequentes no atormenta-do espírito barroco.

o significado social do Barroco brasileiro foi mar-d) cante, uma vez que a poesia de Gregório de Matos revestiu-se de alto sentido crítico aos vícios e vio-lências da sociedade colonial.

a produção literária de Gregório de Matos dividiu-e) se entre a temática lírico-religiosa e uma visão crí-tica das mazelas sociais oriundas do processo de colonização no Brasil.

(UFRGS) Sobre a obra de Gregório de Matos é correto 10. afirmar que:

os vícios da colônia são criticados e as autoridades a) públicas são ridicularizadas.

sua infância e sua família são temas recorrentes em b) seus poemas.

a escravidão é denunciada como instituição perver-c) sa e desnecessária.

o elogio da mulher amada está inserido em um qua-d) dro bucólico e pastoril.

o ideal de racionalidade resulta na sintaxe simples e e) na ordem direta das frases.

O enunciado seguinte refere-se às questões 11 e 12.

(Fuvest) A poesia lírica de Gregório de Matos subdivide-se em amorosa e religiosa.

Quais são os dois modos contrastantes de ver a mulher, 11. em sua lírica amorosa?

Como aparece em sua lírica religiosa a ideia de Deus 12. e do pecado?

(UEL) Incêndio em mares d’água disfarçado,13.

Rio de neve em fogo convertido.

Nesses versos de Gregório de Matos ocorre um procedimento comum ao estilo da poesia barroca, qual seja:

a imitação direta dos elementos naturais.a)

a submissão da sintaxe às regras da clareza.b)

a interpenetração de elementos contrastantes.c)

a ordem casual e descontrolada das palavras.d)

a exaltação da paisagem nativa.e)

(UFRGS) Sobre a poesia de Gregório de Matos Guerra 14. é correto afirmar que:

privilegia os cenários bucólicos percorridos por a) pastores e ninfas examinados de uma perspectiva satírica e irônica.

expõe em sintaxe simples o caráter sereno e amo-b) roso de um pastor que corteja sua amada com pro-messas de vida amena e burocrática.

expõe em sintaxe complexa e com metáforas anti-c) téticas os dilemas do amor e do espírito no quadro da Contra-Reforma.

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privilegia o cenário urbano para denunciar as ar-d) bitrariedades da Inquisição e o racismo dos portu-gueses instalados na colônia.

privilegia os cenários palacianos em que ocorrem e) intrigas e conspirações envolvendo nobres buro-cratas, monges e prostitutas.

(Fatec) No colégio dos padres, Gregório de Matos 15. escreveu:

Quando desembarcaste da fragata,

Meu Dom Braço de Prata,

Cuidei, que a esta cidade tonta, e fátua*

Mandava a Inquisição alguma estátua

Vendo tão espremida salvajola*

Visão de palha sobre um mariola*.

(Liras)

(*fátua: tola; *salvajola: variante de “selvagem”; *mariola: velhaco)

O trecho ilustra

a poesia erótica de Gregório de Matos, inspirada na a) vida nos prostíbulos da cidade da Bahia e que deu origem à alcunha do poeta, “Boca do Inferno”.

a poesia lírica de Gregório de Matos, voltada para b) a temática filosófica, em linguagem marcada pelos recursos da estética barroca.

a poesia satírica de Gregório de Matos, dedicada c) à descrição fiel da sociedade da época, utilizando recursos expressivos característicos do barroco português.

a poesia erótica de Gregório de Matos, caracteriza-d) da pela crítica aos comportamentos e às autorida-des baianas da época colonial.

a poesia satírica de Gregório de Matos, que repre-e) senta, no conjunto de sua obra, uma fuga aos mol-des barrocos e ataca, no linguajar baiano da época, costumes e personalidades.

Instrução: O texto abaixo refere-se à questão 16.

SONETO

Aos afetos, e lágrimas, derramadas na ausência da dama a

[quem queria bem

Ardor em firme coração nascido;

Pranto por belos olhos derramado;

Incêndio em mares de águas disfarçado;

Rio de neve em fogo convertido:

Tu, que um peito abrasas escondido;

Tu, que em um rosto corres desatado;

Quando fogo, em cristais aprisionado;

Quando cristal, em chamas derretido.

Se és fogo, como passas bradamente,

Se és neve, como queimas com porfia?

Mas ai, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,

Como quis que aqui fosse a neve ardente,

Permitiu parecesse a chama fria.

(PUC-SP) Considere atentamente as seguintes afirma-16. ções sobre o poema de Gregório de Matos:

O par fogo e água, que figura amor e contentação, I. passa por variações contrastantes até evoluir para o oxímoro.

O poema evidencia a “fórmula da ordem barroca” II. ditada por Gérard Genette: diferença transforma-se em oposição, oposição em simetria e simetria em identidade.

O poema inscreve, no âmbito da linguagem, o con-III. flito vivido pelo homem do século XVII.

De acordo com o poema, pode-se concluir que:

são corretas todas as afirmações.a)

são corretas apenas as afirmações I e II.b)

são corretas apenas as afirmações I e III.c)

é correta apenas a afirmação II.d)

é correta apenas a afirmação III.e)

(UEL) Assinale a alternativa cujos termos preenchem 17. corretamente as lacunas do texto inicial.

Como bom barroco e oportunista que era, este poeta de um lado lisonjeia a vaidade dos fidalgos e poderosos, de outro investe contra os governadores, os “falsos fidalgos”. O fato é que seus poemas satíricos constituem um vasto painel ...................., que ................. compôs com rancor e engenho ainda hoje admirados pela expressividade.

do Brasil do século XIX - Gregório de Matosa)

da sociedade mineira do século XVIII - Cláudio Ma-b) nuel da Costa

da Bahia do século XVII - Gregório de Matosc)

do ciclo da cana-de-açúcar - Antônio Vieirad)

da exploração do ouro em Minas - Cláudio Manuel e) da Costa.

(UFLA) Leia com atenção os juízos estéticos transcritos 18. abaixo e marque:

Juízo I. “Intérprete dos anseios do homem seiscentista solicitado por ideais em conflito. O fusionismo é a sua tendência dominante – tentativa de conciliar, incorporando contrários.”

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Juízo II. “Procurando libertar a língua de termos espúrios, restituindo-lhe uma sobriedade castiça e o rigor de sentido, é a revitalização do pastoralismo e bucolismo.”

se o primeiro se referir ao BARROCO e o segundo, a) ao ARCADISMO.

se o primeiro se referir ao ARCADISMO e o segun-b) do, ao BARROCO.

se ambos se referirem ao BARROCO.c)

se ambos se referirem ao ARCADISMO.d)

se ambos se referirem à LITERATURA DOS JESU-e) ÍTAS no Brasil.

(UEL) Identifique a afirmação que se refere a GREGÓ-19. RIO DE MATOS.

No seu esforço de criação da comédia brasileira, a) realiza um trabalho de crítica que encontra segui-dores no Romantismo e mesmo no restante do sé-culo XIX.

Sua obra é uma síntese singular entre o passado e b) o presente: ainda tem os torneios verbais do qui-nhentismo português, mas combina-os com a pai-xão das imagens pré-românticas.

Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o c) mais liberal, o que mais claramente manifestou as ideias da ilustração francesa.

Teve grande capacidade em fixar num lampejo os d) vícios, os ridículos, os desmandos do poder local, valendo-se para isso do engenho artificioso que caracterizava o estilo da época.

Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Mi-e) nas do chamado ciclo do ouro é prova de que seu talento não se restringia ao lirismo amoroso.

(UFRGS) Leia o texto e assinale a alternativa 20. incorreta a seu propósito.

“A morte tem duas portas. Uma porta de vidro, por onde se sai da vida; outra porta de diamante, por onde se entra à eternidade. Entre estas duas portas se acha subitamente um homem no instante da morte, sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar, senão entrar para onde não sabe, e para sempre. Oh! que transe tão apertado! Oh! que passo tão estreito! Oh! que momento tão terrível! Aristóteles disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível é a porta por onde se entra. Se olhais para cima, uma escada que chega ao céu; se olhais para baixo, um precipício que vai parar no inferno, e isto incerto”.

Passagem famosa do Sermão da Quarta-Feira de a) Cinza, celebrado em Roma, em 1670. O tema ca-nônico desse sermão encontra-se no livro bíblico do Gênese 3: 13, nas palavras de Deus a Adão: “Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem re-verteris” (“Lembra-te homem, de que és pó, e em pó te hás de converter.”), que constitui seu conceito predicável.

As metáforas das portas estabelecem uma relação b) antitética: a imagem do vidro desperta a noção de efemeridade das coisas da vida, que regressa ao pó de onde veio, uma vez que o vidro é feito de areia; a imagem do diamante se associa a noção de pereni-dade, significando o início da vida eterna.

A doutrina expressa por Vieira nessa passagem, c) por ser fundamentada em Aristóteles, contrariava a visão canônica da igreja católica contra-reformista, especialmente por dizer que a existência do inferno era incerta.

Nota-se bem a influência da doutrina contra-refor-d) mista, na visão ameaçadora e terrível que o texto apresenta a propósito da vida eterna. A autoridade da filosofia grega é invocada, embora declarando sua inferioridade perante o pensamento cristão.

A imaginação serve de apoio à demonstração de e) ideias, dispostas racionalmente e valorizadas por um estilo que sabe valer-se das figuras de cons-trução, como a anáfora, de pensamento, como a antítese, e tropos, como a metáfora, para, com elo-quência, melhor persuadir. Essas marcas permitem enquadrar o fragmento acima no estilo conceptista Barroco.

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Senhor, eu sou a ovelha desgarrada. Se uma ovelha 19. perdida e já cobrada vos deu glória tal e prazer tão repentino, como afirmais na sacra história...

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A mulher divinizada e a mulher mais terrena e sensual.11.

Como homem, Gregório se reconhece pecador e Deus 12. representa a possibilidade de redenção dos pecados.

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