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Conhecimentos Específicos Literatura Prof. Marcos Bondan

Literatura Prof. Marcos Bondan · 7 Literatura LÍNGUA E LINGUAGEM I – Código, signo, significante e significado Código é o conjunto de signos usados na transmissão e receptação

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Conhecimentos Específicos

Literatura

Prof. Marcos Bondan

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Literatura

Professor Marcos Bondan

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Edital

LITERATURA: II – Língua e Linguagem: as funções da linguagem; o gênero poético e as figuras de linguagem; o processo de leitura de textos: inferências sócio-culturais. Código, signo, signi-ficante e significado; variações lingüísticas; língua falada e língua escrita; norma culta e língua coloquial; VII – Literatura: denotação e conotação; conceituação de texto literário; gêneros lite-rários; periodização da literatura brasileira; estudo dos principais autores dos estilos de época.

BANCA: FUMARC

CARGO: Professor de Educação Básica – Professor de Língua Portuguesa

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Literatura

LÍNGUA E LINGUAGEM

I – Código, signo, significante e significado

Código é o conjunto de signos usados na transmissão e receptação de mensagens.Signo é a base da comunicação, formado pelo significante e significado, ele é a união de um conceito e de uma representação sonora. Significante e significado não se relacionam. Significante é essencialmente e sonoro e Significado é representação mental.

Para Saussure, a linguagem é um sistema de signos, ou seja, o signo é o fato central da linguagem.

Signo = Significante + significado.

II – Variações linguísticas

A língua não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-se através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos mudanças significativas no estilo e nas expressões. Para entender por que as pessoas se comunicam de formas diferentes, é necessário considerar inúmeros fatores: época, região geográfica, ambiente, “status” sociocultural dos falantes.

III – Língua falada e escrita; níveis de linguagem

Embora as variações linguísticas e níveis da linguagem sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação. A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem importantes papéis significativos.

1. A linguagem culta ou padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.

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2. A linguagem popular ou coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem. A linguagem popular está presente nas mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas, programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão dos estados emocionais etc.

3. Gíria

Gíria não é a linguagem popular, como pensam alguns, mas apenas um estilo que se integra à língua popular”. Tanto que nem todas as pessoas que se exprimem através da linguagem popular usam gíria.

A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “que vivem à margem das classes dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões” Eles a usam como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo próprio grupo.

4. Linguagem vulgar

Existe uma linguagem vulgar, “ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas com “nóis vai, ele fica”, “Vamo i no mercado”.

5. Linguagem regional

Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.

IV – Funções da linguagem

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

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A – Elementos de Comunicação da Comunicação

Emissor – codifica a mensagem.Receptor – decodifica a mensagem.Mensagem – conteúdo transmitido pelo emissor. Referente – contexto relacionado a emissor e receptor (as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação).Código – conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem.Canal – meio pelo qual circula a mensagem.

B – Funções da linguagem

Referencial ou denotativaEmotiva ou expressivaConativa ou apelativaFáticaMetalinguísticaPoética

1. Função referencial ou denotativa

Centralizada no referente; o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos, por exemplo.

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2. Função emotiva ou expressiva

Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção, seu estado de espírito. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular.

É a linguagem de biografias, de memórias, de poesias líricas e de cartas de amor.

3. Função conativa ou apelativa

Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar seu comportamento. Visa persuadir/induzir o receptor a pensar ou fazer algo. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

4. Função fática

Utilizada para estabelecer relação/contato com o emissor para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a conversa. As expressões usadas nos cumprimentos, ao telefone e em outras situações apresentam este tipo de função.

5. Função metalinguística

Uso do código para explicar o próprio código. É a linguagem sobre a própria linguagem.

6. Função poética

Ênfase à elaboração da mensagem.

O emissor constrói seu texto de maneira especial, realizando um trabalho de seleção e combinação de palavras, de ideias ou de imagens, de sons e/ou ritmos. Explora-se bastante a conotação.

É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, em letras de música e em algumas propagandas.

V – Figuras de linguagem

A língua organiza-se de tal maneira que, para todas as situações de vida, temos à disposição um conjunto de palavras e de expressões que traduzem o que queremos comunicar – “Estou com fome.” No entanto, por vezes, procuramos dar maior ênfase à sensação: “Estou morrendo de fome.”

Sendo assim, desviamo-nos do sentido real da situação, o que permite que a linguagem se organize em dois eixos:

O denotativo – a expressão é empregada no significado básico, do dicionário, real.

O conotativo – a palavra é usada no sentido figurado, permitindo outras interpretações.

Daí a existência das Figuras de linguagem:

1. Comparação – exige o elemento comparativo como, do que, assim como, parece, etc.

Ex.: “O meu olhar é nítido como um girassol.” Alberto Caeiro

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2. Metáfora – é a comparação direta, sem o elemento comparativo.

Ex.: “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.” Carlos Drummond de Andrade

3. Sinestesia – é a mistura dos sentidos.

Ex.: “O cheiro áspero das flores...” “Sua voz doce e aveludada...” “Ó sonora audição colorida do aroma.” Cruz e Souza

4. Metonímia – consiste na substituição do todo pela parte ou vice-versa.

Ex.: O bonde passa cheio de pernas: Pernas brancas pretas amarelas” C.D.A.

5. Pleonasmo – é um caso de repetição, envolve redundância.

Ex.: “Chove chuva, chove sem parar.” Jorge Ben Jor

6. Antítese – consiste em opor a uma ideia outra de sentido contrário.

Ex.: “Não existiria som se não houvesse o silêncio  Nãohaverialuzsenãofosseaescuridão  Avidaémesmoassim  Diaenoite  Nãoesim.” Lulu Santos

7. Paradoxo – semelhante à antítese, tal figura consiste em reunir o sentido oposto.

Ex.: “Amor...éumcontentamentodescontente.” Camões

8. Ironia – consiste, em sugerir, por meio do contexto, o contrário do que as palavras selecionadas exprimem.

Ex.: “AexcelenteDonaInáciaeramestranaartedejudiardecrianças.”Monteiro Lobato

9. Eufemismo – consiste em atenuar o grosseiro.

Ex.: “Si alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha, Macunaíma punha a mão nas graças dela...” Mario de Andrade

10. Hipérbole – consiste no exagero.

Ex.: “Queria gritar setecentas mil vezes Como são lindos os burgueses...” Caetano Veloso

11. Prosopopeia ou personificação – consiste em atribui singularidades humanas a seres inanimados.

Ex.: “OlhooTejoasorrir-me.” Fernando Pessoa

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12. Aliteração – figura provocada pela repetição de fonemas consonantais.

Ex.: “Que um fraco rei faz fraca a forte gente!” Fernando Pessoa

13. Assonância – figura de som provocada pela repetição de fonemas vocálicos.

Ex.: “SouAna,dacama,dacana,fulana,bacana,souAnadeAmsterdã.”Chico Buarque

14. Onomatopeia – palavra que representa um som ou um ruído.

Ex.: “Sino de Belém, pelos que inda vêm  SinodeBelém,batebem-bem-bem  SinodaPaixão,pelosquelávão  SinodaPaixão,batebão-bão-bão.”

VI – Processo de leitura de textos: inferências sócio-culturais

O processo de inferências e contexto sociocultural propõe que o texto só se constitui plenamente no ato da leitura. Aos colegas, lança-se o desafio de romper com a visão tradicional de que há uma única e 'correta' interpretação textual desejável e de partir em busca de uma postura sobre o modo individual de o aluno pensar, interpretar e inferir.

Inferências são a adição de informações que o leitor faz ao texto. Sem elas, não é possível compreender o que se lê.

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LITERATURA

I – Conceituação de Literatura

• é uma forma de arte como a pintura, escultura, música e dança.

• é penetrar numa esfera artística limitada pela imaginação.

• é uma arte, que tem como material de expressão a palavra.

Obs.: arte é o espelho social de uma época.

Tipos de linguagem

Linguagem referencial ou denotativa compõe um texto cujo objetivo maior é o de veicular informações, no qual as palavras são empregadas, predominantemente, em sentido real, comum. Um livro de Biologia tem como objetivo expor uma realidade documentada.

“Aclorofilaéoprincipalpigmentodasplantas,comcapacidadedereteraenergiadaluz.”

Linguagem literária, rica em significados. O artista, a partir de uma realidade, cria uma nova realidade.

“Luz do Sol Que a folha traga e traduz Em verde novo, em folha, em graça Em vida, em força e em luz.”

Caetano Veloso

Formas Literárias

Já que a Literatura é a arte que se manifesta através da palavra; então, quanto à forma, há a prosa e o verso, entretanto essa é uma classificação muito rígida; pois, ao longo da história literária, é comum a prosa e o verso misturarem-se. Assim, há escritores que fazem prosa em verso, e outros que fazem verso em prosa ou prosa poética.

Prosa: linguagem contínua, não fragmentada, disposta em parágrafos, pontuação rígida e sugere a inexistência de versos.

Verso: linhas descontínuas, possui ritmo e, por vezes, rimas; sua linguagem é subjetiva, expressando sentimentos.

II – Gêneros Literários

A palavra gênero, etimologicamente, significa família, raça ou conjunto de seres dotados de características comuns. Desde Platão, os três gêneros fundamentais são o dramático, o narrativo e o lírico.

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A. Gênero dramático

Drama, em grego, significa “ação”. Ao gênero dramático pertencem os textos, em poesia ou prosa, feitos para ser representados. Só se realiza quando o texto é encenado no teatro. Por isso, não há narrador contando a história; ela ganha vida ao ser representada por atores.

Tipos de dramas:

1. Tragédia: descreve ações humanas que geram medo/piedade, levando o espectador a refletir sobre seus atos.

2. Comédia: criação de um texto crítico que leva o espectador a rir pelo ridículo das ações contidas pelo homem na sociedade.

3. Auto: peça escrita em versos de assunto religioso ou profano com a intenção de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã. Exemplos: Autodabarcadoinferno, de Gil Vicente e Autodacompadecida, de Ariano Suassuna.

4. Farsa: peça cômica de um só ato, enredo curto e poucos personagens extraídos do cotidiano e sempre a partir de um mote. Ex.: AfarsadeInêsPereira,deGilVicente.

B. Gênero narrativo

Alguém (o narrador) conta uma história na qual há personagens que executam ações num determinado espaço físico durante certo tempo. Os fatos encadeados formam o enredo da narrativa. O texto narrativo pode ser escrito em verso ou em prosa.

Narrativa em verso ou narrativa épica ou epopeia: refere-se à narrativa de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. Sua característica maior é a presença de um narrador falando do passado. O tema é, normalmente, um episódio grandioso e heroico da história de um povo.

Principais epopeias:

IlíadaeOdisseia, de Homero; Os lusíadas, de Camões; Caramuru, de Santa Rita Durão; O Uraguai, de Basílio da Gama.

Narrativa em prosa: nela, desenvolve-se um enredo, envolvendo personagens.

Seus componentes são:

1. Narrador – “conta” a história; ser ficcional criado pelo autor.

2. Foco narrativo – o ponto de vista do narrador determina o foco narrativo da história.

Há diferentes focos narrativos:

• Foco de primeira pessoa narrador-personagem narrador-observador (apenas relata fatos). • Foco de terceira pessoa narrador-onisciente (revela o sentimento dos personagens).

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3. Enredo – é a própria estrutura narrativa, o desenvolvimento dos acontecimentos.

4. Personagens – conforme a função que desempenham na narrativa, as personagens são classificadas em protagonistas (personagem central), antagonistas (personagem criador do clima de tensão; opõe-se ao protagonista), coadjuvante ou secundário (personagem de menor importância no desenrolar da narrativa) tipos humanos (identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, etc.)

5. Tempo – pode ser

• cronológico – tempo real, marcado pelo relógio. • psicológico – tempo introspectivo, subjetivo.

6. Espaço – a noção de espaço abrange componentes físicos, sociais e psicológicos, cujo grau de importância varia de história para história.

• decorativo – não é importante para o desenvolvimento do enredo. • funcional – interage com as personagens.

7. Discurso – pode ser

• direto – quando o narrador reproduz as falas das personagens. Exemplo:“ – Por que não? – Não posso, disse ela com ar dolente; não posso ir respirar

aqueles ares, enquanto me lembrar de meu pobre pai, morto por Napoleão... Qual deles: o hortelão ou o advogado?” Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

• indireto – o narrador diz com suas palavras o que o personagem teria dito, não reproduzindo textualmente a sua fala.

Exemplo: “Estavafurioso,masdeumfurortemperadoecurto.Euouvi-ocalado,enadaopus à ordem da viagem, como de outras vezes fizera; ruminava a ideia de levar Marcela comigo.Fuitercomela;expus-lheacriseefiz-lheaproposta.Marcelaouviu-mecomolhosnoar,semresponderlogo;comoinsistisse,disse-mequeficava,quenãopodiairàEuropa.”Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

• indireto livre – muitas vezes, as falas do narrador e do personagem se confundem no texto. Nenhum indicador (travessão, aspas) separa os fatos.

Exemplo: “Como acabarei? Como acabarei? E a pergunta lhe vinha, no meio da revoada de pensamentos que aquela angústia provocava pensar.” Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma.

C. Gênero lírico

Expressa a realidade interna. É o texto no qual um eu-lírico exprime suas emoções, ideias e impressões sobre o mundo exterior. Normalmente, é usada a 1ª Pessoa.

Poema e Poesia

Verso é cada linha melódica, fragmentada, medida ou não, organizada em estrofes.

Estrofe é o nome que se dá a um conjunto de versos.

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Autopsicografia

O poeta é um fingidorFinge tão completamenteQue chega a fingir que é dor Adorquedeverassente.

       Fernando Pessoa

A) Quanto à forma, o poema pode ser classificado como:

Ode e hino: os dois nomes significam canto. Ode é mais entusiástica, de exaltação. Hino é a destinada a glorificar a pátria ou a louvar divindades.

Elegia: é um canto lírico de tom triste. Fala de acontecimentos tristes ou da morte de alguém.

Epístolas: cartas em versos.

Epigrama: poema breve, espirituoso ou satírico. Idílio: poema pastoril.

Epitalâmio: poema feito em homenagem às núpcias de alguém.

Soneto: composição poética de catorze versos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. Soneto significa “pequeno som”.

B) Quanto à rima, há que se destacar que se trata de uma homofonia, isto é, igualdade de fonemas, que ocorre entre duas ou mais palavras, a partir de suas respectivas vogais tônicas.

Motivo

Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. (...)

Podemos afirmar que os versos 1 e 3 rimam entre si, assim como os versos 2 e 4.

Sendo assim, podem ser:

• Emparelhadas ou paralelas

“Achuvameirritava.Atéqueumdia Adescobri que Maria é que chovia AAchuvaeraMaria.Ecadapingo Bde Maria ensopava o meu domingo.” B

• Alternadas ou cruzadas

“Sei que canto. E a canção é tudo. A Tem sangue eterno a asa ritmada. B E um dia sei que estarei mudo. A mais nada.” B

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• Interpoladas ou opostas

“Querovivê-loemcadavãomomento A E em seu louvor hei de espalhar meu canto B E rir meu riso e derramar meu pranto. B Aoseupesarouseucontentamento.” A

• Encadeadas ou internas

“Quando alta noite n’amplidão flutua A Pálida a lua(A) com fatal palor B Não sabes, virgem, que eu por ti suspiro C E que deliro(C) a suspirar de amor.” B

Observação: há poemas que não têm rimas: são chamados de versos brancos.

C) Quanto à métrica, ou seja, a medida dos versos, ela impõe ao verso a quantidade de sílabas poéticas, contadas com base na fala e não na escrita, processo que recebe o nome de escansão.

Escansão é o ato de dividir o verso em sílabas.

1  2  3 4 5  6  7 “Mi/nha/ter/ra/tem/pal/mei/ras

1 2 3  4 5 6 7 On/de/can/ta o/sa/bi/á;

1 2 3  4  5  6 7 As/a/ves/que a/qui/gor/jei/am,

1  2 3 4 5 6 7 Não/gor/jei/am/co/mo/lá.”

E quanto ao número de sílabas, o verso pode ser:

• Dissílabo • Trissílabo • Tetrassílabo • Pentassílabo (ou redondilha menor) • Hexassílabo • Heptassílabo (ou redondilha maior) • Octossílabo • Eneassílabo • Decassílabo (ou verso heroico) • Hendecassílabo • Dodecassílabo (ou verso alexandrino)

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Exercícios de escansão:

“InvejooourivesquandoescrevoImitooamorCom que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor”

            Olavo Bilac

III. Periodização da literatura brasileira

Barroco:

Arcadismo:

Romantismo:

Realismo:

Naturalismo:

Parnasianismo:

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Simbolismo:

Pré-Modernismo:

Modernismo:

IV. Principais autores dos estilos de época

Cláudio Manuel da Costa

Bernardo Guimarães

Alphonsus de Guimaraens

Guimarães Rosa

Carlos Drummond de Andrade

Carolina Maria de Jesus

Fernando Sabino

Paulo Mendes Campo

Francisco Alvim

Murilo Rubião

Rubem Fonseca