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27/08/13 name https://moodle.eadesaf.serpro.gov.br/mod/book/print.php?id=241743 1/65 Livro 1 - Legislação Livro 1 - Legislação Site: Esaf Curso: ITR para Municípios - Turma 2/ 2013 Livro: Livro 1 - Legislação Impresso por: Rafael Henrique de Oliveira Data: terça, 27 agosto 2013, 09:01

livro 1 - legislação ITR

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Livro 1 - LegislaçãoLivro 1 - Legislação

Site: Esaf

Curso: ITR para Municípios - Turma 2/ 2013

Livro: Livro 1 - Legislação

Impresso por: Rafael Henrique de Oliveira

Data: terça, 27 agosto 2013, 09:01

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Sumário

Apresentação

Objetivos de aprendizagem

1. CF/1988

1.1. CTN

2. Lei nº 9.393, de 1996

2.1. Apuração do ITR

2.2. Dispensa do ITR

2.2.1. Imóvel Rural Imune

Arrendatário, Comandatário e Parceiro

2.2.2. Imóvel Rural Isento

DesapropriaçãoResponsável

Aquisição por pessoa imuneSub-rogação em Desapropriação

3. Declaração do ITR

3.1. Diac3.2. Diat

3.3. Obrigatoriedade de Apresentação3.4. Prazo de Apresentação

3.5 Multa

4.Apuração do ITR4.1. Área Total

4.2. Área não tributável4.2.1. APP

4.2.2. Área de Reserva Legal4.2.3. RPPN

4.2.4. Área de Interesse Ecológico4.2.5. Área de Sevidão

4.2.6. Área coberta por florestas4.2.7. Área alagada4.3. Área Tributável

4.4. Área - Benfeitorias Úteis4.5. Área Aproveitável

4.6. Área Utilizada na Atividade Rural4.6.1. Área de Produtos Vegetais

4.6.2. Área em descanso4.6.3. Área de reflorestamento

4.6.4. Área de pastagem4.6.4.1. Quantidade de Rebanho

4.6.4.2. Índice de lotaçãoDispensa do Índice de Lotação4.6.5. Área de Exploração Extrativa

4.6.5.1. Índice por produto

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Dispensa do índice de rendimento por produtoInexistência de índice de rendimento por produto

4.6.6. Atividade granjeira ou aquícola4.6.7. Área de Frustração de Safra

4.7. Área não utilizada4.8. Grau de utilização

4.9. Alíquota4.10. VTN

4.11. VTNT4.12. Imposto Devido

5. Pagamento do Imposto

5.1. Pagamento em Quotas5.2. Pagamento com TDA

5.3. Pagamento após o prazo5.4. Consequências da falta de pagamento

6. Procedimento de Ofício

7. Conclusão do Módulo

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Apresentação

O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), decompetência da União, tem como fato gerador a propriedade,o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, comodefinido na lei civil, localização fora da zona urbana doMunicípio. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário eo contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titularde seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Porintermédio de convênio com os municípios, a União concede odireito de fiscalização, arrecadação e cobrança aos municípiosconveniados. Nesse módulo, estudaremos a legislação queampara a União e os municípios conveniados na cobrança,lançamento e fiscalização do ITR.

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Objetivos

Durante esse módulo, os participantes desenvolverão competências para:

- identificar, na legislação, os fundamentos legais para a fiscalização, arrecadação e cobrança do ITR

pelos municípios; e

- aplicar a legislação na execução de atividades relativas ao ITR.

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LEGISLACAO

1. Constituição Federal de 1988 (CF/1988)

A CF/1988 dispõe em seu art. 153, caput, inciso VI e § 4º,

com a redação dada pela Emenda Constitucional (EC) nº 42, de

19 de dezembro de 2003:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

...................................................................................................

VI - propriedade territorial rural;...................................................................................................

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de

propriedades improdutivas;

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que

não possua outro imóvel;III - será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não

implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

A propriedade rural deve ser aproveitada racional e adequadamente, sendo desestimulada sua

manutenção como um mero bem patrimonial. A fixação de parâmetros de utilização da terra para

maximizar ou minimizar sua tributação, mediante a progressividade extrafiscal, está de acordo com o

princípio da função social da propriedade, dispostos nos arts. 170, inciso III, 184 e 186 da CF/1988.

A competência constitucional da União não foi alterada, sendo apenas delegadas as atribuições de

fiscalização, lançamento e cobrança do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) para os

municípios que assim optarem, na forma da lei.

A Lei nº 11.250, de 27 de dezembro de 2005, regulamentou esse novo dispositivo constitucional, e a

Instrução Normativa (IN) da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) nº 884, de 5 de

novembro de 2008, alterada pela IN RFB nº 919, de 18 de fevereiro de 2009, disciplinou osconvênios com os municípios para delegação dessas atribuições.

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1.1 CTN

A Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), dispõe em seu art.

31:

Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu

possuidor a qualquer título.

PROPRIETÁRIO

Segundo o disposto no art. 1.228 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil

(CC/2002), o direito de propriedade consiste no direito de usar, fruir e dispor do imóvel e de reavê-

lo de quem quer que injustamente o possua ou detenha. Portanto, proprietário do imóvel rural é

aquele que detém tais direitos.

TITULAR DO DOMÍNIO ÚTIL

É titular do domínio útil aquele que adquiriu o imóvel rural por enfiteuse ou aforamento, nos termos do

art. 678 e seguintes da Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil de 1916 (CC/1916),

conforme art. 2.038 do CC/2002.

Na enfiteuse, o contribuinte é o enfiteuta (detentor de direito real sobre coisa alheia) e não o

proprietário, dito em sentido amplo (senhorio direto). Exatamente porque o domínio útil

envolve o direito de uso.

Segundo dispõe os arts. 1.196, 1.412 e 1.414 do CC/2002, é possuidor a qualquer título aquele que

tem a posse plena do imóvel rural, seja por direito real de fruição sobre coisa alheia, como ocorre no

caso do usufrutuário, seja por ocupação autorizada ou não pelo Poder Público.

A expressão posse a qualquer título refere-se à posse plena, sem subordinação (posse com

animus domini), abrangendo a posse justa (legítima) e a posse injusta (ilegítima).

A posse será justa se não for violenta, clandestina ou precária, conforme art. 1.200 do CC/2002.

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2. Lei que dispõe sobre o ITR

LEI Nº 9.393, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1996

O ITR tem como fato gerador a propriedade, odomínio útil ou a posse de imóvel por natureza,localizado fora da zona urbana do município, em 1ºde janeiro de cada ano, sendo de apuração anual.

Para fins de tributação pelo ITR, é consideradaimóvel rural a área contínua, formada de uma oumais parcelas de terras, ainda que, em relação aalguma parte do imóvel rural, o declarante detenhaapenas a posse.

Considera-se área contínua a área total do prédio rústico, mesmo quefisicamente dividida por rua, estrada, rodovia, ferrovia ou por canal oucurso de água.

O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização doimóvel, vedada a eleição de qualquer outro.

O imóvel rural cuja área estenda-se a mais de um município deve serenquadrado no município em que se localize sua sede ou, se esta nãoexistir, no município onde se encontre a maior parte da área do imóvel.

Segundo art. 6º, § 3º da Lei nº 9.393, de 1996, o contribuinte poderáindicar no Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR(Diac), somente para fins de intimação, endereço diferente daqueleconstante do domicílio tributário, que valerá para esse efeito até ulterioralteração.

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2.1. Imóvel Rural sujeito à apuração do ITR

Está obrigada a apurar o ITR toda pessoa física ou jurídica que, emrelação ao imóvel rural a ser declarado, exceto o imune ou isento, seja,na data da efetiva apresentação, proprietária, titular do domínio útil oupossuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária.

Portanto, o imóvel rural que, na data de ocorrência do fato de gerador, ouseja, 1º de janeiro, não atenda às condições de imunidade ou isenção doimposto e que, após esta data, tenha sido totalmente desapropriado oualienado para entidade imune está sujeito à apuração do ITR, pelapessoa física ou jurídica que perdeu a posse ou a propriedade.

No caso de desapropriação ou alienação de parte da área do imóvel ruralpara entidade imune, o contribuinte expropriado ou alienante, pessoafísica ou jurídica, apurará o imposto referente à área total do imóvel ruralanterior à desapropriação ou alienação.

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2.2. Imóvel Rural dispensado da apuração do imposto

O imóvel rural imune ou isento é dispensado da apuração do ITR.

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2.2.1. Imóvel Rural Imune

Os imóveis rurais imunes do ITR são:

1. A pequena gleba rural, desde que a explore oproprietário, titular do domínio útil ou possuidora qualquer título, que não possua outro imóvelrural ou urbano, sendo vedada a exploração doimóvel por contrato de arrendamento, comodatoou parceria. É considerada pequena gleba rural oimóvel com área total igual ou inferior a:

a) 100 ha (cem hectares), se localizado emmunicípio compreendido na Amazônia Ocidentalou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;

b) 50 ha (cinquenta hectares), se localizado emmunicípio compreendido no Polígono das Secasou na Amazônia Oriental; e

c) 30 ha (trinta hectares), se localizado em qualquer outro município.

2. O imóvel rural pertencente à União, a estado, ao Distrito Federal ou amunicípio;

3. O imóvel rural pertencente a autarquia ou fundação instituída emantida pelo Poder Público, desde que vinculado às suas finalidadesessenciais ou às delas decorrentes; e

4. O imóvel rural pertencente a instituição de educação e de assistênciasocial, sem fins lucrativos, desde que vinculado às suas finalidadesessenciais, atendidos os requisitos do art. 14 da Lei nº 5.172, de 25 deoutubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN), e art. 12, excetoalínea “f”, da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.

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Arrendatário, Comandatário e Parceiro

O arrendatário, o comodatário e o parceiro não são consideradoscontribuintes do ITR, pois não têm a posse plena do imóvel rural.

A relação jurídica estabelecida pelos contratos de arrendamento, decomodato ou de parceria é de natureza obrigacional. Em decorrênciadestes contratos há a entrega do imóvel sem a intenção de transferir aposse plena; é cedido, temporariamente, apenas o exercício parcial douso e da fruição (posse limitada).

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2.2.2. Imóvel Rural Isento

Os imóveis rurais isentos do ITR são:

1. O imóvel rural compreendido em programaoficial de reforma agrária, caracterizado pelasautoridades competentes como assentamento,que, cumulativamente, atenda aos seguintesrequisitos:

a) seja titulado em nome coletivo;

b) seja explorado por associação ou cooperativade produção;

c) tenha fração ideal por família assentada nãosuperior aos limites da pequena gleba rural; e

d) não haja nenhum assentado, individual oucoletivamente, possuidor de qualquer outroimóvel rural ou urbano.

2. O conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, titular dodomínio útil ou possuidor a qualquer título, cujo somatório das áreas nãoultrapasse os limites estabelecidos para a pequena gleba rural em cadaregião, desde que, cumulativamente, o proprietário, o titular do domínioútil ou o possuidor:

a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros;e

b) não possua imóvel urbano.

Em relação a isenção do ITR disposta no item 1 acima, o nãoatendimento aos requisitos por qualquer um dos assentadosdescaracteriza todo o assentamento.

Entende-se por ajuda eventual de terceiros o trabalho, remunerado ounão, de natureza eventual ou temporária, realizado nas épocas demaiores serviços)

No caso de conjunto de imóveis rurais localizados em mais de umaregião, a área total dos imóveis em cada região deve ser igual ou inferiorao limite da pequena gleba rural estabelecido para a região em que selocalizem.

O imóvel rural ou o conjunto de imóveis rurais perde a isenção do ITRcaso tenha qualquer área explorada por contrato de arrendamento,comodato ou parceria, sujeitando-se a apuração do tributo.

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Desapropriação

O expropriado perde a posse ou a propriedade quando o juiz determina aimissão prévia na posse ou quando ocorre a transferência ou incorporaçãodo imóvel rural ao patrimônio do expropriante.

Desse modo, sendo o imóvel rural desapropriado por pessoa jurídica dedireito público, o expropriado é contribuinte em relação aos fatosgeradores ocorridos até a data da perda da posse ou da propriedade,estando obrigado, em relação a estes, a apurar e a pagar o impostodevido.

Como o patrimônio da pessoa jurídica de direito público é imune, não háincidência do ITR a partir do momento em que esta se investe na posseou se torna proprietária do imóvel. A pessoa imune não reveste acondição de contribuinte do imposto, estando, entretanto, obrigada aocumprimento de obrigações acessórias.

Havendo a desapropriação do imóvel rural por pessoa jurídica de direitoprivado delegatária ou concessionária de serviço público, é contribuinte:

1) o expropriado, em relação aos fatos geradores ocorridos até a data daperda da posse ou da propriedade;

2) o expropriante, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir daperda da posse ou da propriedade pelo expropriado.

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Responsável

É responsável pelo crédito tributário doITR o sucessor, a qualquer título.

No caso de imóvel rural pertencente aespólio, para fins do ITR, é responsável:

1) o sucessor a qualquer título e ocônjuge meeiro, pelo imposto devido pelapessoa falecida até a data da partilha,sobrepartilha ou adjudicação, limitadaesta responsabilidade ao montante doquinhão, do legado ou da meação;

2) o espólio, pelo imposto devido pelapessoa falecida até a data da abertura dasucessão.

A responsabilidade de terceiro, porsucessão do contribuinte, tanto pode

ocorrer quanto às dívidas tributárias preexistentes ou quanto às quevierem a ser lançadas ou apuradas posteriormente à sucessão, desde queo fato gerador haja ocorrido até a data dessa sucessão, conforme art.129 do CTN.

Em relação a fatos geradores do ITR ocorridos anteriormente à aquisiçãodo imóvel rural, o adquirente responde pelo débito tributário existente,pois o crédito tributário relativo a fato gerador ocorrido até a data daalienação do imóvel sub-roga-se na pessoa do respectivo adquirente,salvo quando conste do título de aquisição a prova de sua quitação, nostermos do art. 130 do CTN, o qual prevê a sub-rogação dos créditostributários relativos a bens imóveis na pessoa de seu adquirente.

Já no caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobreo respectivo preço, conforme parágrafo único do art. 130 do CTN.

Entretanto, não se aplica o instituto da sub-rogação à aquisição deimóvel rural pelo Poder Público, pelas suas autarquias e fundações epelas entidades privadas imunes do imposto, bem como em relação aoimóvel desapropriado por necessidade ou utilidade pública, ou interessesocial, inclusive para reforma agrária, seja a desapropriação promovidapelo Poder Público, seja por pessoa jurídica de direito privado delegatáriaou concessionária de serviço público.

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Aquisição por pessoa imune

A propriedade de imóvel rural por pessoa jurídica de direito público oupessoa jurídica de direito privado imune não constitui fato gerador doITR, por expressa disposição constitucional.

Diante disso, o fisco não pode cobrar imposto relativo aos bens queintegram o patrimônio da pessoa jurídica imune, assim, esta não podeassumir o ônus tributário de bens de terceiros, restando, assim,inaplicável o instituto da sub-rogação do crédito tributário na pessoa doadquirente imune.

Portanto, o alienante responde pelo pagamento do ITR relativo aos fatosgeradores ocorridos até a data da alienação do imóvel à pessoa jurídicaimune.

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Sub-rogação em Desapropriação

Em relação à desapropriação pelo Poder Público ou por pessoa jurídicadelegatária ou concessionária de serviço público, em razão dedesapropriação por necessidade ou utilidade pública ou interesse social,inclusive para fins de reforma agrária, constata-se a inexistência da sub-rogação do ITR, em virtude da desapropriação ser considerado modooriginário de aquisição da propriedade, pois a transferência forçada doimóvel para o patrimônio do expropriante independe de qualquer vínculocom o título anterior de propriedade.

Forma originária de aquisição da propriedade é aquela que nasce de umarelação direta entre o sujeito e a coisa; é causa autônoma, bastante paragerar o título constitutivo da propriedade por força própria.

Portanto, diz-se originária a forma de aquisição quando a causa queatribui a propriedade a alguém não se vincula a título anterior algum. É oque ocorre na desapropriação, em que a transferência forçada do imóvelpara o patrimônio do expropriante independe de qualquer vínculo com otítulo anterior de propriedade.

Assim, na expropriação é incabível falar em responsabilidade tributária dosucessor, uma vez que não existe a figura do sucessor; o expropriante éconsiderado proprietário originário. Desse modo, por ficção legal,considera-se que o imóvel nunca teve dono antes.

Entretanto, deve-se observar que o expropriado é o contribuinte do ITRem relação aos fatos geradores ocorridos até a data da perda da posseou da propriedade, estando obrigado, em relação a estes, a apresentardeclaração, a apurar e a pagar o imposto devido.

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3. Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural(DITR)

A apuração do ITR é procedida pelocontribuinte mediante o preenchimentoda DITR, a qual deve ser apresentadasomente em meio eletrônico, observadosos termos, locais, formas, prazos econdições estabelecidos pela RFB.

Deve ser elaborada com o uso decomputador, mediante a utilização doPrograma Gerador da Declaração (PGD)do ITR, para o respectivo exercício,disponível no sítio da RFB na internet,no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br.

A DITR deve ser apresentada anualmente por toda pessoa física oujurídica que seja proprietária, titular do domínio útil (enfiteuta ouforeira), ou possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária, deimóvel rural.

Cabe ressaltar que, para a DITR do exercício de 2012, o art. 1º da IN RFBnº 1.279, de 6 de julho de 2012, dispõe que estão dispensada deapresentar a declaração a pessoa física ou jurídica que possui imunidadeou isenção.

Deverá ser apresentada uma DITR para cada imóvel rural que odeclarante possuir.

A DITR é composta pelo Documento de Informação e AtualizaçãoCadastral do ITR (Diac) e pelo Documento de Informação e Apuração doITR (Diat).

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3.1. Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR(Diac)

O Diac destina-se a coletar informações cadastrais do imóvel rural e deseu proprietário, titular do domínio útil (enfiteuta ou foreiro) ou possuidora qualquer título, inclusive o usufrutuário, para integrar o Cafir da RFB.

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3.2. Documento de Informação e Apuração do ITR (Diat)

O Diat destina-se à apuração do ITR, para o imóvel rural sujeito aocálculo do imposto.

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3.3. Obrigatoriedade de Apresentação da DITR

Está obrigado a apresentar a DITR,referente ao exercício de 2012:

I - a pessoa física ou jurídica que, emrelação ao imóvel rural a ser declarado,exceto o imune ou isento, seja, na datada efetiva apresentação:

a) proprietária;

b) titular do domínio útil;

c) possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária;

II - um dos condôminos quando, na data da efetiva apresentação dadeclaração, o imóvel rural pertencer simultaneamente a mais de umcontribuinte, em decorrência de contrato ou decisão judicial ou em funçãode doação recebida em comum;

III - a pessoa física ou jurídica que, entre 1º de janeiro de 2012 e a datada efetiva apresentação da declaração, perdeu:

a) a posse do imóvel rural, pela imissão prévia do expropriante, emprocesso de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou porinteresse social, inclusive para fins de reforma agrária;

b) o direito de propriedade pela transferência ou incorporação do imóvelrural ao patrimônio do expropriante, em decorrência de desapropriaçãopor necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, inclusivepara fins de reforma agrária;

c) a posse ou a propriedade do imóvel rural, em função de alienação aoPoder Público, inclusive às suas autarquias e fundações, ou àsinstituições de educação e de assistência social imunes do imposto;

IV - a pessoa jurídica que recebeu o imóvel rural nas hipóteses previstasno inciso III, desde que essas hipóteses tenham ocorrido entre 1º dejaneiro e 28 de setembro de 2012;

V - o inventariante, em nome do espólio, enquanto não ultimada apartilha, ou, se esse não tiver sido nomeado, o cônjuge meeiro, ocompanheiro ou o sucessor a qualquer título, nos casos em que o imóvelrural pertencer a espólio;

VI - um dos compossuidores, quando, na data da efetiva apresentação dadeclaração, mais de uma pessoa for possuidora do imóvel rural;

VII - a pessoa física ou jurídica que, em relação ao imóvel rural imune ouisento a ser declarado e para o qual houve alteração nas informaçõescadastrais correspondentes ao imóvel rural, ao seu titular, à composse ouao condomínio constantes do Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir) e quenão foi comunicada à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para

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fins de alteração no Cafir, seja, na data da efetiva apresentação:

a) proprietária;

b) titular do domínio útil;

c) possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária.

Os arrendatários, os comodatários e os parceiros não devem declarar.

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3.4. Prazo de Apresentação da DITR

A DITR deve ser apresentada até o último dia útil do mês de setembro doano a que se referir.

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3.5. Multa por atraso na entrega

A entrega da DITR após o prazo sujeita o contribuinte à seguinte multa:

1) 1% (um por cento) ao mês ou fração de atraso sobre o impostodevido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais),no caso de imóvel rural sujeito à apuração do imposto, sem prejuízo damulta e dos juros de mora devidos pela falta ou insuficiência dorecolhimento do imposto ou quota; ou

2) R$ 50,00 (cinquenta reais), no caso de imóvel rural imune ou isento doITR.

A multa por atraso na entrega da DITR é objeto de lançamento de ofícioe tem, por termo inicial, o 1º (primeiro) dia subsequente ao do final doprazo fixado para a entrega da declaração e, por termo final, o mês daentrega da DITR.

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4. Apuração do imposto

O imposto deve ser calculado pelo sujeito passivo, sujeitando-se estecálculo a homologação posterior pela RFB.

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4.1. Área Total do Imóvel Rural

A área total do imóvel rural deve se referirà situação existente na data da efetivaapresentação da DITR.

A distribuição das áreas tributável eaproveitável deve se referir à situaçãoexistente na data de ocorrência do fatogerador (1º de janeiro). No caso deaquisição de área após 1º de janeiro até adata da efetiva apresentação dadeclaração, os dados da distribuição daárea adquirida devem ser informados peloadquirente, se esta ainda não houver sidodeclarada para o exercício da DITR pelo alienante, expressando asituação existente em 1º de janeiro do exercício da DITR.

Na sua distribuição, as áreas da propriedade não devem ser declaradasem duplicidade. Assim, por exemplo, se uma área for declarada como depreservação permanente ou de reserva legal, não poderá ser informadacomo de exploração extrativa.

As áreas com reflorestamento de essências nativas destinadas arecompor as áreas de preservação permanente ou de reserva legal devemser assim declaradas. Se plantadas com finalidade comercial, devem serinformadas como área com reflorestamento (essências exóticas ounativas).

Os documentos que comprovem as especificações, qualidades econdições atribuídas às áreas que compõem o imóvel rural, tais comolaudo técnico expedido por profissional habilitado, certidões fornecidaspor órgãos públicos competentes ou por Cartório de Registro de Imóveise atos do Poder Público, devem ser mantidos à disposição da RFB até queocorra a prescrição dos créditos tributários relativos às situações e aosfatos a que se refiram.

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4.2. Área não tributável

Consideram-se não tributáveis as áreas de preservação permanente, dereserva legal, de reserva particular do patrimônio natural, de interesseecológico, de servidão florestal ou ambiental, cobertas por florestasnativas e as alagadas para fins de constituição de reservatório de usinashidrelétricas autorizadas pelo Poder Público.

Para exclusão das áreas não tributáveis da incidência do ITR é necessárioque o contribuinte apresente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente edos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o Ato Declaratório Ambiental(ADA) e que as áreas assim declaradas atendam ao disposto nalegislação pertinente.

Se o contribuinte não apresentar o ADA, ou se esse não for acatado peloIbama, a RFB fará o lançamento de ofício, se for o caso, recalculando oITR devido.

A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, emmais de uma espécie de área não tributável deverá ser excluída umaúnica vez da área total do imóvel, para fins de apuração da áreatributável.

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4.2.1. Área de Preservação Permanente (APP)

De acordo com o art. 3º, inciso II, da Lei nº 12.651, de 25 de maio de2012, entende-se por APP a área protegida, coberta ou não por vegetaçãonativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, apaisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxogênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar daspopulações humanas.

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4.2.2. Área de Reserva Legal

De acordo com o art. 3º, inciso III, da Lei nº 12.651, de 2012, entende-se por Reserva Legal a área localizada no interior de uma propriedade ouposse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de asseguraro uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvelrural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos epromover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e aproteção de fauna silvestre e da flora nativa.

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4.2.3. Área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)

A RPPN está prevista no Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006, no art.21 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e no Decreto nº 1.922, de 5de junho de 1996, sendo destinada à conservação da diversidadebiológica, na qual somente poderão ser permitidas a pesquisa científica ea visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, gravadacom perpetuidade conforme termo de compromisso assinado perante oórgão ambiental, averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvelno Registro de Imóveis competente e reconhecida pelo Ibama.

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4.2.4. Área de Interesse Ecológico

a) Área de Interesse Ecológico para Proteção dos Ecossistemas assimdeclarada mediante ato do órgão competente federal ou estadual, e queamplie as restrições de uso previstas para as áreas de PreservaçãoPermanente e de Reserva Legal, de que trata a Lei nº 9.393, de 1996, emseu art. 10, § 1º, inciso II, alínea "b";

b) Área Imprestável para a Atividade Rural, exclusivamente se declaradade interesse ecológico mediante ato específico do órgão competentefederal ou estadual, conforme dispõe a Lei nº 9.393, de 1996, em seuart. 10, § 1º, inciso II, alínea "c".

Para efeito de exclusão do ITR, apenas é aceita como área de interesseecológico a área declarada em caráter específico para determinada áreada propriedade particular, não sendo aceita a área declarada em carátergeral. Portanto, se o imóvel rural estiver dentro de área declarada emcaráter geral como de interesse ecológico, é necessário também oreconhecimento específico de órgão competente federal ou estadual paraa área da propriedade particular.

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4.2.5 Área de Servidão Florestal ou Ambiental

a) Área de Servidão Florestal onde o proprietário renunciavoluntariamente, em caráter temporário ou permanente, a direitos desupressão ou exploração da vegetação nativa, desde que averbada noRegistro de Imóveis competente, após anuência do órgão ambientalestadual competente, segundo o disposto no art. 44-A da Lei nº 4.771,de 1965, acrescentado pelo art. 2º da Medida Provisória nº 2.166-67, de2001;

b) Área de Servidão Ambiental onde o proprietário renunciavoluntariamente, em caráter temporário ou permanente, a direitos deuso, supressão ou exploração de recursos naturais, desde que averbadano Registro de Imóveis competente, após anuência do órgão ambientalcompetente, segundo o disposto no art. 9-A da Lei nº 6.938, de 31 deagosto de 1981, acrescentado pelo art. 84 da Lei nº 11.284, de 2 demarço de 2006.

Ressalta-se que o art. 78 da Lei nº 12.651, de 2012, alterou o conceitode Servidão Florestal, dispondo que as áreas que tenham sido instituídasna forma de servidão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771,de 15 de setembro de 1965, passam a ser consideradas como de servidãoambiental.

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4.2.6. Área coberta por florestas nativas

a) Área coberta por florestas nativas, primárias ou secundárias emestágio médio ou avançado de regeneração, onde o proprietário conservaa vegetação primária - de máxima expressão local, com grandediversidade biológica, e mínimos efeitos de ações humanas, bem como avegetação secundária - resultante dos processos naturais de sucessão,após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações humanasou causas naturais, conforme art. 10, inciso II, alínea "e", da Lei nº9.393, de 1996, incluído pela Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006.

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4.2.7. Área alagada de reservatório de usinas hidrelétricasautorizada pelo poder público

a) Área alagada para fins de constituição de reservatório de usinashidrelétricas autorizada pelo Poder Público, relativamente à áreainundada correspondente ao nível máximo do reservatório cujaconstituição foi autorizada pelo Poder Público competente, conforme art.10, inciso II, alínea "f", da Lei nº 9.393, de 1996, incluído pela Lei nº11.727, de 23 de junho de 2008.

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4.3. Área Tributável

A área tributável corresponde à diferença entre a área total do imóvel e osomatório das áreas não tributáveis.

O contribuinte cujo imóvel rural não possuir área tributável está sujeitoao recolhimento do imposto mínimo de R$ 10,00 (dez reais).

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4.4. Área ocupada com benfeitorias úteis e necessárias destinadasà atividade rural

São consideradas benfeitorias úteis enecessárias destinadas à atividaderural, a serem excluídas no cômputo daárea aproveitável do imóvel rural,aquelas que se destinem a aumentar oufacilitar o uso deste, bem assim aconservá-lo ou evitar que ele sedeteriore, como por exemplo:

casas de moradia, galpões paraarmazenamento da produção,banheiros para gado, valas, silos, currais, açudes e estradasinternas e de acesso;edificações e instalações destinadas a atividades educacionais,recreativas e de assistência à saúde dos trabalhadores rurais;instalações de beneficiamento ou transformação da produção

agropecuária e de seu armazenamento.

A área ocupada com as benfeitorias, construções e instalações utilizadasna exploração de atividades granjeira ou aquícola deve ser consideradapelo contribuinte como área aproveitável utilizada com a atividade rural.

As demais benfeitorias devem ser consideradas pelo contribuinte comoárea aproveitável não utilizada com a atividade rural.

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4.5. Área Aproveitável

A área aproveitável corresponde à diferença entre a área tributável doimóvel rural e a área ocupada com benfeitorias úteis e necessáriasdestinadas à atividade rural.

A área aproveitável divide-se em área utilizada e área não utilizada.

O grau de utilização do imóvel na atividade rural é variável, para auferi-loé indispensável à determinação da alíquota aplicável ao cálculo do ITR,sendo necessário conhecer a área aproveitável do imóvel.

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4.6. Área Utilizada na Atividade Rural

A área utilizada na atividade rural podeser distribuída em área de produtosvegetais, área em descanso, área dereflorestamento (essências exóticas ounativas), área de pastagem área deexploração extrativa, área de atividadegranjeira ou aquícola e área de frustraçãode safra ou destruição de pastagem porcalamidade pública.

Deve ser considerada como área utilizadana atividade rural aquela explorada porcontrato de arrendamento, comodato ou parceria.

A área oficialmente destinada à execução de atividade de pesquisa eexperimentação, que objetive o avanço tecnológico da agricultura, deveser considerada área utilizada, de acordo com a destinação que lhe tenhasido dada.

A área relativa a projeto técnico aprovado, nos termos do art. 7º da Leinº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, visando a prevenir adesapropriação para fins de reforma agrária, deve ser considerada áreautilizada, de acordo com a destinação que lhe tenha sido dada.

O cumprimento das etapas de implantação do projeto deve serreconhecido anualmente pelo Instituto Nacional de Colonização eReforma Agrária (Incra).

Para que as áreas objeto de implantação de projeto técnico sejamconsideradas como utilizadas, este deve:

1. ter sido elaborado por profissional legalmente habilitado eidentificado;

2. ter o seu cronograma físico-financeiro cumprido como originalmenteprevisto;

3. prever que no mínimo 80% (oitenta por cento) da área totalaproveitável do imóvel esteja utilizada pela atividade rural em, nomáximo, três anos para as culturas temporárias e cinco anos para asculturas permanentes, sendo que:

estes prazos podem ser prorrogados em até 50% (cinqüenta porcento), desde que o projeto receba, anualmente, a aprovação doórgão competente;

no caso de utilização de 80% (oitenta por cento) da área totalaproveitável do imóvel, dentro dos prazos previstos, considera-seefetivamente utilizada a área total do projeto técnico, não seaplicando, neste caso, para a área de pastagem, os índices delotação por zona de pecuária.

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4. ter sido aprovado pelo órgão federal competente até 31 de dezembrodo ano anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR.

Uma vez encerrado o prazo de implantação do projeto técnico, as áreasdevem ser declaradas conforme sua utilização no ano anterior.

As áreas informadas como utilizadas estão sujeitas a comprovação emprocedimento fiscal.

Compõe o cálculo do grau de utilização do imóvel a área utilizada pelaatividade rural do respectivo imóvel. Convém destacar que, quanto maioré a área utilizada, maior é o grau de utilização do imóvel na atividaderural e, por consequência, menor é a alíquota de ITR incidente sobre oimóvel rural.

A distribuição da área utilizada deve se referir ao período de 1º dejaneiro a 31 de dezembro do ano anterior ao de ocorrência do fatogerador.

No caso de aquisição de área após a data de ocorrência do fato geradoraté a data da efetiva apresentação da declaração, os dados de utilizaçãoda área adquirida devem ser informados pelo adquirente, se esta aindanão houver sido declarada pelo alienante, expressando a sua ocupaçãodurante o ano anterior ao de ocorrência do fato gerador.

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4.6.1. Área de Produtos Vegetais

A Área de Produtos Vegetais é a área plantada com culturas temporáriasou permanentes, destinadas a consumo próprio ou comércio, bem como aplantada com forrageira de corte destinada à alimentação de animais deoutro imóvel rural, do mesmo contribuinte ou não, sendo a forrageira decorte comercializada ou não.

A plantação é considerada no momento do plantio da semente ou damuda. O fato de a semente ou de a muda não terem se desenvolvido nãosignifica que a área não tenha sido efetivamente utilizada, pois afrustração de safra independe do estágio de desenvolvimento da cultura.

Considera-se efetivamente utilizada a área total do consórcio ouintercalação no referido período, no caso de duas ou mais culturasplantadas numa mesma área ao mesmo tempo, denominadas "culturasconsorciadas ou intercaladas".

Considera-se efetivamente utilizada a maior área plantada no referidoperíodo, no caso de duas ou mais culturas plantadas numa mesma áreaem épocas diferentes, denominadas "culturas de rotação".

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4.6.2. Área em descanso

A Área em descanso é área que tenha permanecido em descanso para arecuperação do solo, desde que por recomendação técnica expressa,constante de laudo técnico.

Cabe ressaltar que, não existindo recomendação técnica escrita, firmadapor profissional legalmente habilitado, qualquer área aproveitável doimóvel mantida em descanso, ou submetida a processo de recuperação,será considerada área não utilizada.

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4.6.3. Área de reflorestamento (essênciais exóticas ou nativas)

A Área de reflorestamento é áreaexplorada com reflorestamento deessências exóticas ou nativas,destinadas ao consumo próprioou comércio.

Área com reflorestamento deessências exóticas é aquela queutiliza espécies florestais nãooriginárias da regiãofitogeográfica em que se localizao imóvel rural.

As florestas plantadas no imóvelrural, destinadas ao corte, devemser informadas como área dereflorestamento.

Exemplo: a espécie florestalmogno, que tem como região fitogeográfica o norte do Brasil(considerada espécie nativa nessa região), quando utilizada noreflorestamento de imóvel rural situado no sul do País, constitui espécieexótica, pois não é originária desta região fitogeográfica.

Área com reflorestamento de essências nativas é aquela plantada comespécies florestais que, comprovadamente, são originárias de regiãofitogeográfica em que se localiza o imóvel rural.

Exemplo: a espécie florestal araucária (pinheiro brasileiro), cuja regiãofitogeográfica é o sul do Brasil, quando utilizada no reflorestamento deimóvel rural situado no sul do País, constitui espécie nativa, pois éoriginária desta região fitogeográfica.

As matas e florestas nativas, ou seja, aquelas não plantadas pelohomem, quando exploradas, devem ser consideradas como área objeto deexploração extrativa.

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4.6.4. Área de pastagem

A Área de pastagem é a áreautilizada como pastagem paraanimais, incluída a área ocupada porforrageira de corte efetivamenteutilizada para alimentação de animaisdo mesmo imóvel rural, tais comocapim-elefante e cana-forrageira.

Também é considerada área depastagem aquela ocupada porpastagens ainda em formação,estando sujeita a comprovação em procedimento fiscal.

Portanto, área de pastagem é aquela ocupada por pastos naturais,melhorados, plantados ou em formação, e por forrageiras de corte, comoo capim-elefante e a cana-forrageira, que tenham, efetivamente, sidoutilizadas para alimentação de animais de grande e médio porte,observado, quando obrigatório, o índice de lotação por zona de pecuária,em função da localização e da área do imóvel.

Sendo obrigatória a utilização do índice de lotação por zona de pecuária,considera-se área servida de pastagem a menor entre a efetivamenteutilizada pelo contribuinte e a obtida pelo quociente entre a quantidadede cabeças do rebanho ajustadas e o referido índice.

Se a produção de forrageira de corte se destina à alimentação de animaisde outro imóvel rural, do mesmo contribuinte ou não, independente dacomercialização da forrageira de corte, a área em que é plantada deveser considerada como "Área de Produtos Vegetais".

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4.6.4.1. Quantidade de Rebanho Ajustada

A quantidade de cabeças dorebanho ajustada é obtida pelasoma da quantidade média decabeças de animais de grandeporte e da quarta parte daquantidade média de cabeças deanimais de médio porteexistentes no imóvel. Para obtê-las, o contribuinte deve procederda seguinte forma:

1. inicialmente, classificar econtar os animais do rebanho em duas categorias, a saber:

os de grande porte, ou seja, o rebanho bovino, bufalino, eqüino,asinino e muar, de qualquer idade e sexo;os de pequeno porte, ou seja, o rebanho ovino e o caprino, dequalquer idade e sexo;

2. posteriormente, determinar o número médio de cabeças de animais porcategoria (média anual por categoria), que corresponde ao somatório donúmero de cabeças existentes a cada mês do ano, por categoria, divididosempre por doze, independentemente do número de meses em quetenham existido animais no imóvel;

3. finalmente, determinar o número ou quantidade de cabeças ajustadaspor categoria, da seguinte forma:

em relação aos animais de grande porte, o número ou quantidade de

cabeças ajustadas é o resultado da multiplicação do número médiode cabeças de animais da categoria de grande porte pelo fator 1,0(um inteiro);em relação aos animais de pequeno porte, o número ou quantidadede cabeças ajustadas é o resultado da multiplicação do númeromédio de animais da categoria de pequeno porte pelo fator 0,25(vinte e cinco centésimos).

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4.6.4.2. Índice da lotação por Zona de Pecuária

O índice de lotação por zona de pecuária é o número mínimo de cabeçasque devem ser mantidas em determinada área de pastagem, calculadopela relação entre a quantidade média do rebanho dividida pela áreanecessária para sua alimentação (pasto, capineira, silagem ou feno) emdeterminada região do País.

Exemplo: Em um imóvel rural cujo índice de lotação seja de 1,20, paracada hectare de área de pastagem o produtor tem possibilidade dealimentar 1,20 animal durante o ano. Se o produtor possui umaquantidade média de 1.200 animais durante o ano, necessita de 1.000hectares para alimentá-los. Caso o produtor declare que utiliza 2.000hectares para isto, conclui-se que esta área está sendo sub-utilizada, ouseja, a quantidade média de animais mantida naquela área de 2.000hectares é muito menor do que aquela que a área seria capaz dealimentar.

O índice de lotação por zona de pecuária serve para medir a eficiência naexploração da atividade pecuária e permite estabelecer o número mínimode cabeças que deve ser mantido em determinada área a fim de que elanão seja considerada sub-utilizada.

O índice, por esse motivo, varia significativamente conforme ascaracterísticas da região a que se refere (características climáticas, desolo etc).

Exemplo: Um índice de lotação mínima de 1,20 indica que em cadahectare de área de pastagem o produtor tem possibilidade de alimentar1,20 animal durante o ano. Evidentemente, as características da regiãoem que se localiza o imóvel cujo índice seja de 1,20 fazem com que elatenha a produtividade muito superior à de uma região em que o índiceseja, por exemplo, de 0,35. A produtividade, na primeira área, somenteserá considerada satisfatória se existir uma quantidade média de pelomenos 120 cabeças durante o ano para cada 100 hectares. Diversamente,a segunda área será considerada satisfatoriamente produtiva com apenas35 cabeças durante o ano para cada 100 hectares.

Resumidamente, quanto menor o índice, maior será a área teoricamentenecessária para garantir a alimentação do mesmo número de animais, ouseja, quanto menor o índice, menor a produtividade potencial do imóvel.

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Dispensa de aplicação do Índice de Lotação

Estão dispensados da aplicação do índice de lotação por zona de pecuáriaos imóveis rurais com área inferior a:

a) 1000ha (mil hectares), se localizados em municípios compreendidos naAmazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;

b) 500ha (quinhentos hectares), se localizados em municípioscompreendidos no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;

c) 200ha (duzentos hectares), se localizados em qualquer outromunicípio.

Os imóveis sujeitos à aplicação de índice de lotação por zona de pecuáriapodem ter áreas dispensadas da aplicação desse índice, quando estasforam objeto de implantação de projeto técnico, permaneceram emdescanso por recomendação técnica ou estavam ainda em formação.

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4.6.5. Área de Exploração Extrativa

A Área de exploração extrativa éa área utilizada com atividade deextração e coleta de produtosvegetais nativos (nãoplantados), inclusive aexploração madeireira deflorestas nativas, observadas alegislação ambiental e, quandoobrigatório, o índice derendimento por produto, emfunção da localização e da áreado imóvel.

A área informada como Área deExploração Extrativa não pode ser indicada em duplicidade, também,como outras áreas.

Sendo obrigatória a utilização do índice de rendimento por produto,considera-se área objeto de exploração extrativa a menor entre osomatório das áreas utilizadas pelo contribuinte com cada produto daatividade extrativa e o somatório dos quocientes entre a quantidadeextraída de cada produto e o respectivo índice de rendimento.

A área ocupada com florestas plantadas deve ser considerada como áreaplantada com produtos vegetais.

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4.6.5.1. Índice de rendimento por produto

O índice de rendimento por produto expressa a quantidade mínima quepotencialmente deve ser colhida em cada hectare de área utilizada com aatividade de exploração extrativa de um determinado produto.

Este índice serve para medir a eficiência na exploração da atividadeextrativa, permitindo definir a quantidade mínima de produto que deveser obtida de determinada área objeto de exploração extrativa; abaixodaquela quantidade de produto, a área será considerada sub-utilizada, ouseja, a produção extrativa potencial daquela área, para aquele produto, ésuperior à produção que está sendo efetivamente obtida.

Para exemplificar veja o seguinte caso: em um imóvel rural onde umprodutor declara que extrai a Castanha-do-Pará em 1.000 (mil) hectares,cujo índice de rendimento mínimo é de 5,0 quilos para cada hectare deárea, é esperada a produção de 5.000 (cinco mil) quilos durante o ano. Seo produtor produziu apenas 3.000 (três mil) quilos, pode-se concluir queesta área está sendo sub-utilizada, pois seriam necessários apenas 600(seiscentos) hectares para se obter esta produção, que foi muito menordo que aquela área seria capaz de produzir.

Atualmente, são utilizados os índices de rendimento por produtoconstantes no Anexo II à IN SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002(Tabela de Índices de Rendimentos Mínimos para Produtos ExtrativosVegetais e Florestais).

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Dispensa de aplicação do índice de rendimento por produto

Estão dispensados da aplicação dos índices de rendimento por produto osimóveis rurais com área inferior a:

a) 1000ha (mil hectares), se localizados em municípios compreendidos naAmazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;

b) 500ha (quinhentos hectares), se localizados em municípioscompreendidos no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;

c) 200ha (duzentos hectares), se localizados em qualquer outromunicípio;

Os imóveis sujeitos à aplicação de índices de rendimento por produtopodem ter áreas dispensadas da aplicação desses índices, quando estasforam exploradas mediante plano de manejo sustentado, desde queaprovado pelo órgão ambiental competente, até 31 de dezembro do anoanterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR, cujo cronograma estejasendo cumprido pelo contribuinte.

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Inexistência de índice de rendimento por produto

Na ausência de índice de rendimento para determinado produto vegetalou florestal extrativo, considera-se área de exploração extrativa, parafins de cálculo do grau de utilização, a área efetivamente utilizada pelocontribuinte na sua exploração.

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4.6.6. Área de atividade granjeira ou aquícola

A área de atividade granjeira ou aquícola é a área utilizada para aexploração de atividade granjeira ou aquícola ocupada com benfeitorias,construções e instalações destinadas ou empregadas na criação, dentreoutros, de suínos, coelhos, bichos-da-seda, abelhas, aves, peixes,crustáceos, répteis e anfíbios.

Na apicultura, somente a área ocupada com as benfeitorias úteis enecessárias destinadas à exploração da atividade (por exemplo: barracãopara processamento do mel) é considerada área utilizada pela atividaderural.

No caso de criação de emas ou avestruzes, como não existe índice delotação para atividade granjeira, será considerada como área utilizadapela atividade rural a totalidade da área efetivamente ocupada com acriação, incluindo a de pastagem e a de forrageira de corte usada paraconsumo destes animais.

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4.6.7. Área de frustração de safra ou destruição de pastagem porcalamidade pública

A área de frustração de safra oudestruição de pastagem porcalamidade é a porção da áreaaproveitável do imóvel rural queesteja comprovadamente situadaem área de ocorrência decalamidade pública decretada peloPoder Público local até 31 dedezembro do ano anterior ao deocorrência do fato gerador do ITR,e reconhecida pelo GovernoFederal, da qual tenha resultadofrustração de safra ou destruiçãode pastagem.

Quando um Município é atingido por um evento adverso de grande magnitude (como por exemplo:

prolongada estiagem, inundação, granizo, vendaval, abalo sísmico etc.), dependendo da intensidadeou gravidade dos danos, o Prefeito pode decretar situação de emergência ou estado de calamidade

pública.

Ocorre situação de emergência quando os danos causados pelo evento adverso são importantes e os

prejuízos vultosos, mas suportáveis e superáveis pela comunidade afetada; já no estado decalamidade pública, os danos provocados pelo evento adverso devem ser excepcionais.

Para fins de apuração do ITR, o estado de calamidade pública deve ter sido decretado pelo Prefeito

do Município no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador.

O imóvel atingido pelo evento motivador da decretação do estado de calamidade está obrigado à

apuração do ITR, uma vez que a ocorrência desta não implica dispensa do pagamento do imposto.Com o reconhecimento de estado de calamidade pública pelo Poder Público Federal, as áreas do

imóvel rural atingidas pela calamidade, desde que dela tenha resultado frustração de safras ou

destruição de pastagens, podem ser consideradas como utilizadas pela atividade rural, para fins decálculo do grau de utilização.

As áreas aproveitáveis do imóvel rural que não se incluam na área reconhecida como objeto de

calamidade, e as áreas em que não tenha havido destruição de pastagens ou frustração de safras (sejaporque eram áreas inexploradas, seja por haverem as culturas ou pastagens resistido às intempéries)

devem ser declaradas conforme sua efetiva utilização.

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4.7. Área não utilizada pela atividade rural

A área não utilizada pela atividade rural é a área composta pelasparcelas da área aproveitável do imóvel que, no ano anterior ao deocorrência do fato gerador do ITR, não tenham sido objeto de qualquerexploração, ou tenham sido utilizadas para fins diversos da atividaderural, tais como:

I - áreas ocupadas por benfeitorias não enquadradas como úteis ounecessárias destinadas à atividade rural;

II - áreas ocupadas por jazidas ou minas, exploradas ou não;

III - áreas imprestáveis para a atividade rural, não declaradas deinteresse ecológico por ato do órgão competente;

IV - a área correspondente à diferença, se positiva, entre a área depastagem declarada e a área utilizada com pastagem aceita, usada parao cálculo do grau de utilização do imóvel rural sujeito a índice de lotação;

V - a área correspondente à diferença, se positiva, entre a soma dasáreas utilizadas declaradas como de exploração extrativa e a das áreasaceitas como de exploração extrativa, usada para o cálculo do grau deutilização do imóvel rural sujeito a índice de rendimento por produto;

VI - outras áreas que não tenham sido utilizadas na atividade rural.

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4.8. Grau de utilização (GU)

O GU é a relação percentual existente entre a área efetivamenteutilizada pela atividade rural e a área aproveitável do imóvel rural.

Constitui critério, juntamente com a área total do imóvel rural, para adeterminação das alíquotas do ITR.

Na hipótese de inexistir área aproveitável após excluídas as áreas nãotributáveis e as áreas ocupadas com benfeitorias úteis e necessárias, oGU não pode ser calculado e serão aplicadas as alíquotascorrespondentes aos imóveis rurais com grau de utilização superior aoitenta por cento, observada a área total do imóvel.

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4.9. Alíquota

Para encontrar a alíquota do imposto na Tabela de Alíquotas para Cálculodo Imposto, devem ser considerados:

a) a área total do imóvel; e

b) o grau de utilização.

A alíquota é obtida pelo cruzamento da linha correspondentes à faixa daárea total do imóvel em hectares com a coluna correspondente à faixa dograu de utilização.

Exemplo: imóvel rural com área total de 228,8 há e grau de utilização de84,3% terá como alíquota 0,10%.

ÁREA TOTAL

DO IMÓVEL

(em hectares)

GRAU DE UTILIZAÇÃO (em %)

Maiorque 80

Maior que65 até 80

Maiorque 50até 65

Maior que30 até 50

Até 30

Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00

Maior que 50até 200

0,07 0,40 0,80 1,40 2,00

Maior que 200até 500

0,10 0,60 1,30 2,30 3,30

Maior que 500até 1.000

0,15 0,85 1,90 3,30 4,70

Maior que 1.000até 5.000

0,30 1,60 3,40 6,00 8,60

Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00

Fonte: Anexo único da Lei nº 9.393, de 1996.

Na hipótese de inexistir área aproveitável após a exclusão das áreas não-tributáveis e das áreas ocupadas com benfeitorias úteis e necessárias,devem ser aplicadas as alíquotas correspondentes aos imóveis rurais comgrau de utilização superior a oitenta por cento, observada a área total doimóvel.

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4.10. Valor da Terra Nua (VTN)

Para fins de cálculo do ITR, terra nuaé o imóvel por natureza ou acessãonatural, compreendendo o solo comsua superfície e a respectiva matanativa, floresta natural e pastagemnatural.

Assim, VTN é o valor de mercado doimóvel, excluídos os valores demercado relativos a:

construções, instalações e

benfeitorias;culturas permanentes e temporárias;pastagens cultivadas e melhoradas;

florestas plantadas.

Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias, paraefeito de exclusão do VTN, os prédios, depósitos, galpões, casas detrabalhadores, estábulos, currais, mangueiras, aviários, pocilgas e outrasinstalações para abrigo ou tratamento de animais, terreiros e similarespara secagem de produtos agrícolas, eletricidade rural, colocação de águasubterrânea, abastecimento ou distribuição de águas, barragens,represas, tanques, cercas e, ainda, as benfeitorias não relacionadas àatividade rural.

O VTN deve refletir o preço de mercado de terras apurado na data deocorrência do fato gerador, e será considerado auto-avaliação da terranua a preço de mercado.

Por oportuno, convém ressaltar que, caso o imóvel rural sejadesapropriado para fins de reforma agrária, o valor da terra nua a serconsiderado para depósito judicial não poderá ser superior ao VTNdeclarado pelo contribuinte.

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4.11. Valor da Terra Nua Tributável (VTNT)

O VTNT é obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre aárea tributável e a área total do imóvel.

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4.12. Imposto Devido

O valor do ITR a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNTpela alíquota correspondente, considerados a área total e o grau deutilização do imóvel rural.

Em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00(dez reais), que constitui, portanto, o seu valor mínimo.

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5. Pagamento do Imposto

O valor do imposto a pagar apurado na declaração deve ser recolhido noprazo previsto na legislação, independentemente da apresentação daDITR.

É facultado ao contribuinte:

a) antecipar, total ou parcialmente, o pagamento do imposto ou dasquotas, não sendo necessário, neste caso, apresentar declaraçãoretificadora com a nova opção de pagamento;

b) ampliar o número de quotas do imposto inicialmente previsto nadeclaração, até a data de vencimento da última quota desejada,observado o máximo de quatro quotas, mediante apresentação dedeclaração retificadora.

O pagamento do imposto pode ser parcelado em até quatro quotas,mensais e consecutivas, desde que o valor de cada quota não sejainferior a R$50,00.

O imposto de valor até R$100,00 deve ser recolhido em quota única. Ovalor mínimo de imposto a ser pago é de R$ 10,00, independentementedo valor calculado ser menor.

O pagamento do imposto deve ser efetuado nas agências bancáriasintegrantes da rede arrecadadora de receitas federais mediante aapresentação do correspondente Documento de Arrecadação de ReceitasFederais (Darf).

O contribuinte também poderá pagar o imposto por meio de transferênciaeletrônica de fundos mediante sistemas eletrônicos das instituiçõesfinanceiras autorizadas pela RFB a operar com esta modalidade dearrecadação.

É facultado ao sujeito passivo o pagamento de até 50% do ITR devidocom Títulos da Dívida Agrária (TDA) do tipo escritural.

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5.1. Pagamento em Quotas

O pagamento do imposto pode ser parceladoem até quatro quotas, mensais econsecutivas, desde que o valor de cadaquota não seja inferior a R$50,00.

O imposto de valor até R$100,00 deve serrecolhido em quota única. O valor mínimo deimposto a ser pago é de R$ 10,00,independentemente do valor calculado sermenor.

O pagamento da primeira quota ou da quotaúnica, sem acréscimo de juros, deve serefetuado até o término do prazo fixado para a apresentação darespectiva DITR.

A segunda quota, que deve ser paga até o último dia útil do mêssubseqüente ao do término do prazo fixado para a apresentação da DITR,tem acréscimo de juros de 1% (um por cento).

O valor das demais quotas é acrescido de juros equivalentes à taxareferencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), paratítulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mêssubsequente ao do término do prazo fixado para a apresentação da DITRaté o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês dopagamento.

A taxa Selic é pós-fixada, sendo conhecida somente no primeiro dia útildo mês seguinte. O valor da taxa Selic pode ser obtido no sítio da RFB,no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br.

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5.2. Pagamento com Título da Dívida Agrária (TDA)

É facultado ao contribuinte o pagamento de até 50% (cinqüenta porcento) do ITR devido com TDA do tipo escritural.

A solicitação de pagamento deve ser feita mediante preenchimento deformulários específicos, que podem ser obtidos no sítio da RFB nainternet, no endereço www.receita.fazenda.gov.br.

Somente pode ser utilizado o TDA do tipo escritural, ou seja, custodiadoem uma instituição financeira. Caso o contribuinte seja detentor de TDAdo tipo cartular e queira utilizá-lo para quitação do ITR deveráencaminhar os títulos ao Instituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária (Incra) que certificará a autenticidade das cártulas. Certificada aautenticidade das cártulas, o Incra providenciará o registro dos ativos nosistema Securitizar do Balcão organizado de Ativos Derivativos (Cetip),por meio de solicitação à Secretaria do tesouro Nacional (STN).

Devem ser anexados ao requerimento de pagamento do ITR com TDA,entre outros, os seguintes documentos:

a) autorização á instituição financeira custodiante para realizar atransferência dos títulos aos respectivos beneficiários;

b) Documento de Transferência (DOC), conforme modelo constante doAnexo II da Instrução Normativa Conjunta RFB/STN nº 1.032, de 11 demaio de 2010, assinado pelo representante da instituição financeiracustodiante dos títulos;

c) Documentos comprobatórios do preço e características do TDA, obtidosno Sistema de Moedas de Privatização (MOP) da Cetip; e

d) Cópia da Nota Fiscal ou do documento que comprova a aquisição dosTDA.

A quitação definitiva é reconhecida somente após a confirmação datransferência dos títulos aos beneficiários (União e município) pela Cetip.

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5.3. Pagamento após o prazo

O valor do imposto pago após o vencimento da quota única ou de cadaquota será acrescido de multa e juros de mora calculados da seguinteforma:

1. no caso de multa de mora, sobre o valor quota única ou da quota ematraso deve-se aplicar 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por diade atraso, a partir do primeiro dia útil subsequente ao do vencimento doprazo previsto para pagamento, devendo ser observado o limite máximode 20% (vinte por cento);

2. no caso de juros de mora, sobre o valor quota única ou da quota ematraso deve-se aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumuladamensalmente a partir do mês subsequente ao do término do prazo fixadopara a apresentação da DITR até o mês anterior ao do pagamento, e de1% (um por cento) no mês do pagamento.

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5.3. Pagamento após o prazo

O valor do imposto pago após o vencimento da quota única ou de cadaquota será acrescido de multa e juros de mora calculados da seguinteforma:

1. no caso de multa de mora, sobre o valor quota única ou da quota ematraso deve-se aplicar 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por diade atraso, a partir do primeiro dia útil subsequente ao do vencimento doprazo previsto para pagamento, devendo ser observado o limite máximode 20% (vinte por cento);

2. no caso de juros de mora, sobre o valor quota única ou da quota ematraso deve-se aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumuladamensalmente a partir do mês subsequente ao do término do prazo fixadopara a apresentação da DITR até o mês anterior ao do pagamento, e de1% (um por cento) no mês do pagame

5.4. Consequências da falta de pagamento do ITR

Segundo dispõe a Lei nº 9.393, de 1996, em seus arts. 20 e 21, a não-comprovação do pagamento do ITR devido nos últimos cinco exercícios,ressalvados os casos em que a exigibilidade do imposto esteja suspensaou em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada apenhora, impossibilitará:

1. a prática de quaisquer atos que envolvam registro ou averbação doimóvel rural no Registro de Imóveis;

2. a concessão de incentivos fiscais e de crédito rural e a constituiçãodas respectivas contrapartidas ou garantias, relativas ao imóvel ruralobjeto do financiamento.

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6. Procedimento de Ofício

Na falta de apresentação da DITR, subavaliação ou prestação deinformações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a RFB procederá àdeterminação e ao lançamento de ofício do imposto, considerandoinformações sobre preços de terras, constantes em sistema por elainstituído, e os demais dados apurados em procedimentos defiscalização.

Legislação

1. Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988;

2. Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e alterações posteriores;

3. Lei nº 11.250, de 27 de dezembro de 2005;

4. Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002 - Regulamento doImposto sobre a Propriedade Territorial Rural (RITR/2002);

5. Instrução Normativa SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002.

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Conclusão

Chegamos ao final do Módulo I. Agoravocê está capacitado acerca dosconceitos básicos relacionados ao ITRtais como: imóvel rural, contribuinte e,principalmente, sobre a legislaçãoaplicada a esse imposto.

Se não tiver dúvidas, siga para o MóduloII - Declaração. Caso contrário, concluaas pendências e não se esqueça deconsultar o(a) tutor(a) do seu grupo parapedir auxílio.