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JASON BARBOSA DE BRITO BACHAREL EM EDUCAÇÃO FÍSICA /SD PMRN TREINAMENTO FÍSICO POLICIAL Novos caminhos e perspectivas para uma base de treinamento 1ª Edição NATAL-RN 2014

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Treinamento para militares

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 1

JASON BARBOSA DE BRITO

BACHAREL EM EDUCAÇÃO FÍSICA /SD PMRN

TREINAMENTO FÍSICO

POLICIAL

Novos caminhos e perspectivas para

uma base de treinamento

1ª Edição

NATAL-RN

2014

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JASON BARBOSA DE BRITO 2

AUTOR

Nascido em Natal-RN 13/04/1978 cursou Educação Física

bacharelado pela Universidade Potiguar (2009-2013), foi treinador

de esportes em vários estabelecimentos educacionais na cidade de

Natal e Parnamirim e coordenador, tendo ingressado no curso de

formação de soldados PM em 2010 onde desenvolve trabalhos com

o intuito de auxiliar a instituição Polícia Militar no que se refere a

treinamento físico e qualidade de vida dos operadores de segurança

além de pesquisas. Atualmente realiza trabalhos de condicionamen-

to na Cia de Choque PMRN e pesquisas de caráter cientifico obje-

tivando uma melhor dinâmica para o ensino da instrução física,

criou o D.T.A Treinamento Físico avançado Diferenciado para em-

prego na instituição.

O interesse por tal finalidade surgiu da observação dos

métodos utilizados para condicionar um efetivo principalmente nas

unidades formadoras como CFAPM, centro de formação e aperfei-

çoamento de praças, e APM, academia de polícia militar, onde pos-

so afirmar que foi o ponto de partida para desenvolvimento deste

trabalho que espero ser de grande relevância para a polícia militar

do Rio Grande do Norte servindo como orientação para novas

perspectivas no campo da instrução física e laboração de novos

sistemas e métodos que possam ser adotados no futuro da PM RN

bem como suas coirmãs.

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 3

As pessoas que acreditam e acreditaram em

meus projetos e aqueles que buscam novos desafios para di-

namizar todo e qualquer tipo de treinamento que auxilie de

forma significativa as polícias e instituições militares. Aos

meus mestres professores que sempre me incentivaram e aos

meus parceiros de trabalhos e pesquisas, a toda minha famí-

lia e em especial ao meu filho Renan razão da minha vida.

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JASON BARBOSA DE BRITO 4

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...... .. . .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. ... . .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .06

1.1BASES DO TREINAMENTO POLICIAL MILITAR E SUA REALI

DADE NO RN ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .08

1.1. 1 TREINAMENTO FÍSICO EM BATALHÕES E CIAS CONVENCI-

ONAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.1.2TREINAMENTO EM BATALHÕES ESPECIALIZA-

DOS................................................................................................................16

1.1.3ADOÇÃO DE NOVAS METODOLOGIAS NO (TFM)......................17

2.D.T.A..........................................................................................................19

3. PORQUE O TREINAMENTO FÍSICO EM UMA UNIDADE MILI-

TAR?...................................................................................................29

3.1 RELEVANCIA DE ESTILOS E PRÁTICAS EXECUTADAS NA

PM.......................................................................................................34

3.1.1 TREINAMENTO FRACIONADO.......................................................37

3.1.2 COMO CALCULAR AS FREQUENCIAS CARDIACAS MÁXIMA E

MINIMA..............................................................................................39

3.1.3 FARTLECK..........................................................................................40

3.1.4 O INTERVALADO..............................................................................42

4. A CORRIDA DO POLICIAL MILITAR..............................................44

4.1 CORRIDA COMLIMITAÇÃO DE O2(OXIGÊNIO).............................45

5. APRESENTAÇÃO DE PESQUISA.......................................................49

5.1TESTEPRATICO DE CAMPO................................................................52

5.1.1IMC e Pab..............................................................................................58

5.1.2 RESULTADOS.....................................................................................59

5.1.2CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................71

6. REFERÊNCIAS.......................................................................................78

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 5

“Os obstáculos são aquelas coisas medo-

nhas, que você vê quando tira os olhos do

seu objetivo”.

Henry Ford

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JASON BARBOSA DE BRITO 6

1

INTRODUÇÃO

Na atualidade as exigências decorrentes no conjunto de pro-

fissões existentes, tendem a incapacitação do profissional a execu-

ção de suas atividades, os problemas em suma tendem a afetar prin-

cipalmente as condições psicomotoras prejudicando não só a rela-

ção trabalho operador bem como operador cidadão e famí-

lia,ocasionando em uma projeção que impactará em grande parte da

sociedade e logo evoluirá em cadeia crescente! Deste modo, a ma-

nutenção do aspecto e equilíbrio físico, social e psicológico deve

ser enfatizada em um conjunto de ações que logicamente serão tra-

balhadas para dinamizar e auxiliar o profissional da melhor maneira

possível para a execução de suas atividades não só em âmbito pro-

fissional, além de atribuir-lhe condições de observância do mundo

para uma nova perspectiva saudável.

Sendo assim, cada campo buscará manter e orientar seus

operadores para ter um melhor rendimento sem prejudicá-los e para

isto uma nova perspectiva baseada nas ciências deverá ser priorida-

de,com análises e observações nas individualidades e consequen-

temente às necessidades do operador. Deste modo a educação física

tem papel importante para não só preparar o policial, mais também

trabalhar sua autoestima para proporcionar-lhe uma melhor quali-

dade de vida com base em técnicas e estudos modernos que fujam

dos modelos arcaicos e resistentes que perduram até os dias atuais e

para isto deve-se ampliar os conhecimentos e questionando que não

há mais espaço para ações que contradizem as ciências e tornam as

atividades físicas fatídicas e desencorajadoras para muitos milita-

res.

Para isto deve-se incentivar uma maior produção de pes-

quisas, artigos e publicações que construam uma nova dinâmica

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 7

além da calistenia, adotada e seguida há muitas décadas. Mesmo

com eficácia em muitos aspectos deste sistema citado, a realidade

existente para o treinamento físico atual não só deve voltar-se aos

grandes grupos em executar movimentos sincrônicos, mais sim

atentar as necessidades especifica e individualizadas e adotar tam-

bém, trabalhos específicos, contínuos e acompanhamento sistema-

tizado e capacitado.

Desta forma, ao ingressar na polícia militar em 2010 e ver

as necessidades e métodos de trabalhos adotados no aspecto físico

preparatório, passei a estudar o tema e pesquisar sobre treinamento

físico militar em caráter generalizado para traçar um perfil que se

volte e se adéque da melhor maneira possível à realidade das uni-

dades existentes na PM RN, realizei palestras em cursos dentro da

própria instituição onde pude observar nitidamente o real conheci-

mento sobre as práticas de exercícios físicos, abandonados por des-

conhecimento de seus reais benefícios e métodos de práticas físicas

não condizentes com os dias atuais dos operadores de segurança,

isto me fez desenvolver programas de atividades físicas e montar

um pequeno estúdio de treinamento físico dotado de maquinário

simples e eficientes auxiliando os militares que se interessaram e

contribuíram em muito para montagem, bem como com recursos

próprios, tendo antes realizados avaliações físicas na unidade mili-

tar na qual era lotado; CFAPM-RN (Centro de formação e Aperfei-

çoamento de Praças), que conduziram meus estudos a pesquisa

acadêmica resultando em TCC sob o título: A importância do trei-

namento físico militar nos batalhões convencionais e companhias

da PM/RN da cidade de Natal, onde este será apresentado nesta

obra para comprovar a importância da sistematização de um TFM

(Treinamento Físico Militar) e seus resultados para com o operador

de segurança. O conjunto de dados coletados e experiências execu-

tadas levaram também a produzir um sistema de treinamento exclu-

sivo para a Cia de Choque da PM RN denominado Diference Trei-

nament Advanced ou treinamento avançado diferenciado D.T.A de

fácil aplicabilidade e poucos recursos com resultados extremamente

satisfatório a realidade da unidade militar ,sendo este de caráter

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JASON BARBOSA DE BRITO 8

extremamente funcional baseado nas ciências da cultura corporal de

movimento.

1.1 BASES DO TREINAMENTO POLICIAL NO RN E SUA

REALIDADE

O Treinamento Físico Militar (TFM) visa fortalecer a estru-

tura muscular como um todo buscando além de aprimorar as apti-

dões físicas, proporcionar um desenvolvimento psicológico condi-

zente com a realidade da profissão e uma melhor qualidade de vida.

Seus movimentos baseiam-se, na maioria, em exercícios calisteni-

cos. Esses movimentos se apóiam na coletividade e sincronismo

dos exercícios, utilizando-se no meio militar o acompanhamento

com canções, principalmente nas corridas. Calistenia, de acordo

com Marinho (1980) citado por Marcelo Costa, advém do grego

Kallos (belo), Sthenos (força) e mais o sufixo "ia”, ou seja, movi-

mentos belos de força sincronizados. Estes possuem a dinâmica de

trabalhar grandes grupos de pessoas facilitando o aprendizado dos

movimentos físicos.

Mesmo sendo estes movimentos caracterizados como anti-

gos, ainda são bastante utilizados como também a adoção de méto-

dos mais modernos e adequados ao serviço ostensivo nas ruas, no

caso da polícia militar. Estes métodos predominam nos batalhões

operacionais enquanto os convencionais continuam com uma me-

todologia antiga ou até mesmo sem a existência do TFM na unida-

de. Entretanto, somente nos cursos de formação o TFM passa a ser

rotineiro e predominantemente calistênico. Muitos militares aban-

donam o treinamento em função do grande volume de trabalho

existente, o que necessariamente não justifica, pois a saúde e sua

manutenção é um direito garantido e deve ser mantido por toda

vida.

Cabe ressaltar que a calistenia foi criada e difundida na

A.C. M(associação Cristã de Moços) por Dr.Lewes objetivando

promover saúde e aptidão física em pessoas que não fossem atletas,

pois a teoria de que a prática esportiva de alto rendimento e baseada

na seleção natural era fortemente pregada na época. Este estudioso

observou que uma atividade física de caráter simples, objetiva e

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 9

prática, poderia ser realizada por qualquer pessoa, mesmo algumas

que não possuíssem um acervo motor desenvolvido significativa-

mente ou abrangente. A adoção da aeróbica é priorizada nos exer-

cícios e adotando movimentos mais populares e sincrônicos para

grandes grupos.

Na polícia militar do RN, o TFM (Treinamento Físico Mili-

tar) é enfatizado com maior rigor nas unidades especiais e durante

os cursos de formação de soldados (CFSD), Curso de formação de

oficiais (CFO), Curso de formação de sargentos (CFS), Curso de

formação de cabos (CFC) e OPERACIONAIS em decorrência da

exigência do (TAF),teste de aptidão Física, que consiste em avalia-

ções periódicas. Este conta como componente curricular e muitas

vezes eliminatório dentro dos cursos, baseando-se em testes de for-

ça de membros superiores e inferiores, velocidade, resistência car-

diorrespiratória entre outras valências físicas necessárias ao militar,

deixando de lado os batalhões e unidades convencionais, ou seja,

não é dada uma continuidade do treinamento ao longo de uma jor-

nada profissional que equivale geralmente a 30 anos de serviços a

população.

Diante de tal situação, a prevenção é algo de extrema rele-

vância bem como a orientação e o acompanhamento que influen-

ciam diretamente na diminuição de índices prejudiciais:massa cor-

poral,diabetes,doenças psicológicas e obesidade entre outros,dentro

dos batalhões e companhias,por tanto um treinamento físico adé-

qua métodos que contribuam de forma significativa para um melhor

condicionamento do efetivo e principalmente na redução da obesi-

dade e do sobrepeso dentro do efetivo com base em princípios cien-

tíficos em análises de IMC(Índice de Massa Corporal) e sua redu-

ção com sistemas de treino orientados em homens desta corporação

em batalhões e companhias convencionais.

Deste modo, estes têm que arcar individualmente com sua

preparação física, o que geralmente leva a níveis não condizentes

com a realidade da profissão. Isso proporcionando riscos à saúde,

pois é sabido que um treinamento sem acompanhamento de profis-

sional habilitado pode acarretar em uma série de distúrbios osteoar-

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JASON BARBOSA DE BRITO 10

ticulares e fisiológicos ao praticante. Desta forma, existe a necessi-

dade de demonstrar a real necessidade de introduzir programas de

treinamento acompanhados, para todas as unidades policiais milita-

res convencionais, proporcionando lhes condições que favoreçam

ou melhorem seu despenho junto à sociedade, além de uma melhor

qualidade de vida em âmbito social.

Em concordância com a carta Brasileira de Educação Física

relacionada ao treinamento físico militar que determina o objetivo

da Educação Física no Brasil:

3. A Educação Física no Brasil, que invari-

avelmente deve constituir-se numa Educação Física de

Qualidade, sem distinção de qualquer condição humana

e sem perder de vista a formação integral das pessoas,

sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, terá que ser

conduzida pelos Profissionais de Educação Física como

um caminho de desenvolvimento de estilos de vida ati-

vos nos brasileiros, para que possa contribuir para a

Qualidade de Vida da população. Carta Brasileira de

Educação Física. (Carta Brasileira de Educação Física.

2000)

Convém observar que cabe ao estado proporcionar os meios

adequados para a melhoria do condicionamento físico de seus ope-

radores de segurança. Vale ressaltar que a diferenciação para bata-

lhões em termos de TFM é válida em decorrência das exigências

operacionais as quais são submetidos, no entanto, isto implica no

abandono do treinamento físico militar nos batalhões convencio-

nais. Basicamente as exigência sem um T.F.M seguem os padrões

do exército brasileiro, adequadas à realidade da profissão. Este é

enfatizado durante os principais cursos contidos nesta unidade,

desde o Curso de Formação de soldados com duração de seis a oito

meses aproximadamente (CFSD), curso de formação de cabos com

duração entre seis meses a um ano (CFC), curso de formação de

sargentos entre oito meses a um ano (CFS) e o curso de Formação

de oficiais entre três anos e meio de duração (CFO). Porém, quando

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 11

concluídos o período de formação,a continuidade da pratica do

TFM é abandonada tanto por motivos de falta de incentivo, quanto

por particularidades decorrentes da profissão, sendo a mais comum

a falta de tempo.

Porém, segundo o manual de treinamento físico militar do

exército, todo militar considerado apto para o serviço ativo está

obrigado ao treinamento físico militar, e este treinamento e descrito

no mesmo manual como responsável por desenvolver:

Os aspectos psicofísicos (área afetiva) - O treinamento fí-

sico militar desenvolve atributos da área afetiva que, es-

timulados e aperfeiçoados, irão atuar eficazmente sobre o

comportamento, exercendo papel fundamental sobre a

personalidade. São eles:

(1) resistência-tolerância;

(2) cooperação;

(3) autoconfiança;

(4) dinamismo;

(5) liderança;

(6) espírito de corpo;

(7) coragem;

(8) decisão;

(9) camaradagem; e

(10) equilíbrio emocional.

(Ministério da Defesa, 2002).

Entretanto, o Ministério da Defesa (2002) define que se faz

necessário entender que haverá sempre uma relação de conflito

entre o treinamento físico militar realizado de forma obrigatória e o

prazer da prática de uma atividade física opcional simplesmente,

pois ganha importância dos estímulos de toda a natureza, notada-

mente os de natureza positiva, que vão despertar a motivação, mi-

nimizando o desconforto natural estimulando a prática regular da

atividade física pelo militar. No entanto, quando a prática é atribuí-

da a livre iniciativa dos militares dos batalhões e unidades conven-

cionais, esta se torna quase que inexistente e sujeita a proporcionar,

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JASON BARBOSA DE BRITO 12

ao invés de benefícios, uma gama de problemas a saúde do militar,

destacando o grande aumento do IAC ou índice de adiposidade

corporal com interferências significativas ao metabolismo.

A continuidade nos treinamentos é de primordial importân-

cia tendo em vista que o exercício físico é uma ferramenta eficaz na

manutenção e desenvolvimento do social, bem como nas capacida-

des motoras que auxiliarão no dia a dia do policial. Exercícios de

treinamento e ações motoras devem ser agrupados pela necessidade

de demonstrar altos índices de força e velocidade, coordenação de

incidência na atividade do sistema cardiovascular ou respiratório de

mobilização de um ou mais mecanismos de fornecimento de ener-

gia para o trabalho. Isso é fundamental para profissão militar sob

todos os aspectos, uma vez que ele necessita do mínimo de condi-

cionamento longe da classificação de sedentário, pois sua profissão

necessita, e este está constantemente vivendo a necessidade de exe-

cutar uma ação que exija do potencial físico, (PALATOV; M.

BULATOVA 2003).

A sistematização do treino acompanhado com técnicas

modernas e dinâmicas que possibilitarão um melhor desempenho

que poderá levar a altos índices como um alto condicionamento as

capacidades motoras em níveis de força, velocidade e coordenação

que são tão importantes para o emprego ostensivo do policial mili-

tar, de acordo com a necessidade de cada um, baseando-se em

exercícios aeróbios e anaeróbios. Exercícios de caráter aeróbios são

utilizados com frequência pelo seu valor.

Aumento de força, Aumento da secreção de hormônios

anabólicos, Diminuição da porcentagem de gordura cor-

poral, redução de dor em pacientes que sofrem de dores

lombares e melhora da mobilidade, aumento da densida-

de mineral óssea, melhora do metabolismo da glicose e da

sensibilidade da insulina, aumento do colesterol HDL em

redução ao colesterol LDL, para evitar a arteriosclerose e

cardiopatia coronariana, a melhoria da força e resistên-

cia muscular, aumento do metabolismo celular nas horas

seguintes a atividade física, aumento do gasto calórico e

melhora a autoestima (POLLOCK, 1986, p.85).

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 13

De acordo com, Farinatti (1992), os exercícios predomi-

nantemente aeróbios (corridas, caminhadas, natação, ciclismo, entre

outros) são os mais indicados para a promoção e manutenção da

saúde. Isto caracteriza um dos principais fundamentos do treina-

mento Físico Militar. Evidentemente a eficácia é comprovada com

uma sistematização em decorrência a um programa de exercícios

pré-estabelecido e acompanhado.

Foto Treinamento físico /corrida 12.5km D.T.A/ Jason

“Centro Tático Operacional - Praia da Redinha Velha”

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JASON BARBOSA DE BRITO 14

1.1.1TREINAMENTOS FÍSICOS EM BATALHÕES E CIAS

CONVENCIONAIS

É certo que o treinamento físico militar possui uma impor-

tância para execução da missão a cumprir. De acordo com o manual

de treinamento físico do exército, cuja polícia militar é subordina-

da, a aplicação é definida do seguinte modo: todo militar conside-

rado apto para o serviço ativo está obrigado ao treinamento físico

militar. Sendo assim, o que se vê, não segue esta lógica tendo em

vista que esta obrigatoriedade só é executa nos batalhões operacio-

nais, onde existe um sistema pré-determinado com dias e horas

especificas o que não acontece nos batalhões convencionais. Basi-

camente nestes, o treinamento é permitido a quem desejar e sem um

acompanhamento especializado, ou seja, cada qual realiza como

assim quiser. Deste modo, o estresse diário condiciona os homens a

uma acomodação e, consequentemente, ao sedentarismo e a obesi-

dade, além de outros fatores prejudiciais que atuam na fisiologia

dos homens.

Ainda em conformidade com o manual do TFM C 20-20 do

exército, portaria nº 089-EME, de 07 de Novembro de 2002: o en-

foque do treinamento físico sobre a saúde atende a formação dos

interesses dos militares e é relacionado com o seu bem estar, tendo

objetivos e benefícios mais duradouros no tempo, proporcionando

uma melhor qualidade de vida. No entanto, isto não ocorre nos ba-

talhões convencionais da Polícia Militar, prevalecendo o empiris-

mo. A responsabilidade do exercício físico é deixada a particulari-

dade de cada um com isso um componente altamente prejudicial

aos homens ganha destaque: o aumento em grande escala do índice

de massa corporal, conduzindo grande parte dos homens ao sobre-

peso e a obesidade.

Em concordância com Bouchard (2003), a participação re-

gular em programas de exercícios físicos é um dos fortes indicado-

res da manutenção da perda de peso em longo prazo. Destaca ainda

que os baixos níveis de atividade física representem indicadores de

ganho de peso, tanto em homens quanto mulheres. Portanto, o au-

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 15

mento de carga de exercícios e adaptações as suas funções milita-

res, podem ser importantes, tanto na prevenção, como no tratamen-

to da obesidade, contribuindo para uma boa qualidade de vida e a

eficiência dos homens no serviço ostensivo. Necessariamente a

prescrição deve existir para todos os tipos de exercícios e com uma

sistematização de treinos que busque atribuir, além de um melhor

rendimento, uma qualidade de vida saudável, ou seja, isto deverá

fazer parte da vida habitual do militar participando de programas

regulares de treino.

De acordo com Barbanti (1990), à prescrição do exercício

físico deve levar em consideração o prazer individual a fim de au-

mentar as chances desta atividade ser incorporada como hábito de

vida saudável. Porém, o acompanhamento e a sistematização atua-

rão para uma maior dinâmica dando maior segurança aos pratican-

tes do TFM.Sendo assim, estes treinos jamais poderiam ser inde-

pendentes e sem acompanhamento, pois cabe ao profissional de

educação física, bem como os setores da saúde dentro da corpora-

ção trabalhar em caráter multidisciplinar em benefício dos milita-

res. É dever de o educador físico militar prescrever a referida ativi-

dade, informando a relevância desta, o modo de execução e a inten-

sidade a fim deproporcionar a integração dos militares.

Ao passo que a atividade física orientada de forma correta

poderá proporcionar uma diversidade de benefícios, podendo desta-

car como método de prevenção: a obesidade, controle da hiperten-

são, prevenção e tratamento de diabetes e diminuição significati-

vamente dos gastos com a saúde destes militares institucionalmente

e pessoalmente em relação a estes operadores.

Page 16: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 16

Foto: Jason/ treinamento Físico D.T.A/ Av. prudente de Morais.

1.1.2 TREINAMENTO EM BATALHÕES

ESPECIALIZADOS

Nestes locais a prática possui maior ênfase em dias e horá-

rios específicos. Existe uma grande variabilidade de atividades con-

tidas dentro dos parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), bem

como o manual de TFM do exército C20-20. Vale salientar o

acompanhamento destes treinamentos e a sistematização dada em

dias específicos para realização destas atividades, tanto em exercí-

cios aeróbios e anaeróbios, como à prática esportiva que envolve

lutas e jogos como: futebol, vôlei, corridas, trilhas, musculação em

academias presentes nos próprios batalhões acompanhadas por

educadores físicos profissionais devidamente habilitados.

Faz-se importante ressaltar, os treinamentos específicos em

decorrência da operacionalidade que exigem um grande esforço

físico dos homens, dando uma dinâmica melhor aos treinos, bem

como uma eficiência no desenvolvimento. A possibilidade de exi-

gência da prática acompanhada é salutar e pode ser continua, sendo

empregada em todos os batalhões da Polícia Militar adequado à

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 17

realidade de cada um. O objetivo é buscar sempre atribuir melhores

condições ao desenvolvimento físico do militar para o emprego na

função exercida. O resultado promove a diminuição significativa de

incidência de doenças crônicas degenerativas não transmissíveis e

problemas de ordem psicológica.

1.1.3 ADOÇÃO DE NOVAS METODOLOGIAS NO TFM

Para uma dinâmica de qualidade deve-se primeiramente

considerar a individualidade de cada praticante em uma análise

prévia principalmente relacionando ao tipo de função que o mesmo

irá executar. Para tal modo deve-se constituir todo treinamento, em

sua precedência, uma anamnese básica para coleta de dados especí-

ficos e elaboração do quadro de exercícios tanto individualizados

como coletivos. É perceptível a dificuldade de se trabalhar com

grandes grupos até pelo pouco número de instrutores e curto espaço

de tempo para a prática do TFM, deste modo se faz presente o sis-

tema contido na calistenia para facilitar a execução e observação

dos movimentos, mais certamente este não condiz com a individua-

lidade e trabalha o grupo como um todo o que pode prejudicar al-

guns operadores de segurança que não tiveram suas necessidades

físicas observadas em relação a um treinamento individual.

Entretanto, pode este método ser muito eficaz quando se

há um nível de conjunto muito próximo ou de grande equivalência

em relação a todos os praticantes, principalmente nas corridas e

marchas que em decorrência da prática possui um nível de condici-

onamento muito semelhante entre todos. Estudos apontam a exis-

tência de técnicas especificas e de melhores resultados para a área

especifica de atuação e muitos profissionais adotam treinamentos

funcionais como forma de melhor capacitar o militar não só para

exercer suas funções mais também atribuir-lhe um condicionamen-

to saudável ao seu cotidiano. Nestes moldes, existem vários tipos

em execução com o caráter funcional com diversas nomenclaturas,

entretanto com o mesmo propósito de estimular de forma ampla ou

integral muitas valências físicas, tais como: For-

ça,equilíbrio,flexibilidade,resistência,coordenação,agilidade,mobili

dade,velocidade,concentração,equilíbrio entre outras.Basicamente

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JASON BARBOSA DE BRITO 18

representa o retorno dos padrões do movimento do homem tão uti-

lizado em seu cotidiano que se exemplifica em empur-

rar,puxar,saltar,correr,agachar.

É importante ter em mente, que estes exercícios não só con-

dicionam como reabilitam grupos especiais e servem para um cará-

ter geral em uma esfera de treinamento, mostrando-se atrativo e

diferente das praticas costumeiramente utilizadas em instituições

militares. “Estudos apontam que este estilo (funcional) surgiu a

mais de meio século nos Estados unidos e Europa, e em nosso país

sua aplicação iniciou-se por volta de 1998 de maneira aleatória di-

ante de tal situação, a sua sistematização ocorreu com o professor

Luciano D’ Elia sendo este o precursor do treinamento funcional

em nosso país e criador do sistema CORE 360°, no entanto vários

estilos são praticados na atualidade e outros tantos desenvolvidos

para civis e militares onde basicamente o principio é trabalhar o

corpo para as exigências físicas cotidianas.

Na PM/RN, várias unidades passaram a utilizar após muita

insistência por parte de militares simpáticos a prática física, o sis-

tema de treinamento baseado na funcionalidade, sendo uma nova

opção para dinamizar a preparação física do militar e auxiliar posi-

tivamente a instituição e seus profissionais, porém sua divulgação

não é ampla e não desperta muito interesse por grande parte de seus

operadores, mais se mostra presente na instituição há aproximada-

mente três anos sendo produto da determinação de Educadores físi-

cos militares que propuseram a introdução direta ou indiretamente

deste novo conceito, o treinamento voltado à funcionalidade.. No

entanto, a prática em muitas unidades atualmente, já é vista com

bons olhos e isto proporcionou o desenvolvimento ou adequação de

métodos exclusivos para condicionamento. Muitos destes novos

métodos são provenientes da experiência de instrutores ao longo de

suas vidas acadêmicas tendo a oportunidade de instruir operadores

de segurança em horários de TFM ou em cursos organizados pelas

instituições policiais militares quando solicitados.

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 19

2

D.T.A

Sistema de treinamento baseado e desenvolvido para a Cia

de Choque PM RN com métodos lógicos contidos em princípios

científicos que buscam proporcionar um conjunto de atividades

físicas que melhorem não somente o condicionamento físico mais

sim os aspectos generalizados, físico mental e social, com relevân-

cia a sua funcionalidade, sendo este um sistema contido nos PCN’s

baseado em pesquisas relativas a diversos métodos de treinamento

em instituições militares oriundo do manual C20.20 do Exército

Brasileiro.Fruto das observações especificas sobre a funcionalidade

dos exercícios e seu real emprego no campo de atuação militar ur-

bano onde existe a adaptação aos equipamentos reais, no que se

refere ao trabalho e condicionamento físico,bem como uma melhor

utilização dos exercícios sem sobrecarregar em outros tipos de ati-

vidades não condizentes com a funcionalidade prática para o ope-

rador. Sua sigla significa treinamento físico avançado diferenciado,

pois este se volta exclusivamente para a funcionalidade prática com

instrumentos simples e de fácil manuseio e 90% voltado ao cotidia-

no do operador de segurança somado aos movimentos comuns ao

ser humano com ou sem anteparo.

OBJETIVO GERAL

*Atribuir significativa melhora no nível de condiciona-

mento físico do efetivo bem como sua manutenção e execução e

acompanhamento junto às funções exercidas.

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JASON BARBOSA DE BRITO 20

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

*Estabelecer uma didática no sistema de aplicação do

TFM da Cia

*Introduzir novas técnicas com especificidade as exigên-

cias da unidade militar

*Propor uma regularidade no sistema de treinamento

*Acompanhar o nível de desenvolvimento das valências

físicas de forma individualizada e coletiva apresentando resultados

periódicos

*Atribuir um nível aproximado ou igual de condiciona-

mento físico entre todos os membros da Cia que proporcionem a

execução de todas as atividades propostas a estes.

*Orientar treinamentos com palestras para dias de folga

que busque melhorar aspectos referentes à qualidade de vida.

ESTRATÉGIAS

Treinamentos baseados na introdução de componentes bási-

cos de educativos oriundos dos movimentos do atletismo bem co-

mo outros desportos, utilizando-se uma padronização no inicio do

treinamento com aquecimento prévio, respeitando o limite de tem-

po básico para cada grupo muscular, seguido de alongamento em

caráter estático ou dinâmico, aplicação de atividades especificas

com circuitos estabelecidos e diferenciados em treinos específicos.

Ao final atividade volta à calma. Manutenção de corridas de longa

e média e curta distância com regularidade.

Duração de aproximadamente 90 a 120 min.

MATERIAIS

*Básicos: cones, anilhas, cordas, barras e outros elementos

específicos ou não para a prática de exercícios físicos, incluindo

materiais de atividades funcionais;

Page 21: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 21

*Terreno arenoso ou pavimentado com área considerável

em tamanho para execução prática de 30 a 35 pessoas.

GRUPO

*Militares ou civis

*De 30 a 35 pessoas

DESCRIÇÃO

Sistema simples de treinamento, mais adequado as funções

individualizadas ou em grupos específicos podendo ser executada

em âmbito militar e civil. Os exercícios buscam estabelecer o au-

mento das valências físicas generalizadas, porém pode-se enfatizar

a força explosiva a resistência cardiorrespiratória e outros aspectos

que sejam relevantes aos grupos, atendendo as necessidades destes.

Trabalhos de força tanto para membros superiores (MmSs) e mem-

bros Inferiores (MmIi),utilizando pesos de variadas formas e libras

com execução em terreno arenoso ou pavimentado,estes trabalhos

serão diretamente ligados a velocidade e resistência para obtenção

de força explosiva e principalmente concentração e resistência.

As corridas devidamente cronometradas além de cadencia-

das em todos os Km com velocidades moderadas e elevadas. Em

uma corrida de 10 km pode-se moderar a cada 2 km e deste modo,

fazer o grupo conseguir chegar com menos fadiga ao final do per-

curso, onde se pode, sob forma de estratégia, adotar menos ou mai-

or moderação bem como uma maior distância. Minimizar lesões

por esforço decorrente da não conformidade prática de um sistema

não coordenado de treinamento e diferenciar dias específicos para

diferentes práticas ou estratégias de treinos. Adequar treinos junta-

mente com instruções de CDC (controle de distúrbio Civil) nos

respectivos dias para estas.

Page 22: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 22

Foto: Jason Treinamento D.T.A Cia de Choque

Desta forma, foi disposta a proposta deste estilo de treina-

mento simples que atendeu as necessidades da unidade e despertou

a adesão de 80% da CIA, adotando-se para todo mês a disponibili-

dade dos exercícios a serem executados e seguindo um programa

básico divulgado em conformidade com as condições existentes no

dia a ser executado bem como a própria (OM, organização militar),

sendo este um fato primordial para chamar a atenção do operador

fazendo com que este saiba as tarefas prévias a serem executadas

durante o mês no TFM.

*TABELA REFERÊNCIADO MÊS QUE SE SEGUE:

Page 23: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 23

Exemplo:Tabela mensal demonstrativa da OM

TREINAMENTO DA CIA DE CHOQUE NO MÉTODO DE TREINA-

MENTO AVANÇADO DIFERENDCIADO (D.T.A) MÊS DE JANEIRO DE 2014.

Consistirá na predominância de exercícios que busquem aumentar as ca-

pacidades físicas nos aspectos de força explosiva, velocidade e resistência como parte

prioritária do programa.

13/01/14 Segunda-feira =Prolongamento da prudente (Estações de exercí-

cios)

Aquecimento específico, Trabalhos de resistência em declive e aclive,

Adaptações a Cia de choque em trabalhos de força e resistência a fadiga. Métodos

D.T.A.

17/01/14 Sexta-Feira= Prolongamento da Prudente (Estações de Exercí-

cios)

Circuitos predominantemente de Velocidade e resistência/Alongamentos,

aquecimentos, exercícios e volta à calma. Obs. Com ou sem utilização de equipamen-

tos. (Preparação para corridas)

21/01/14 Terça Feira= Trabalhos de força em Circuito, execuções com pe-

sos, Aquecimento específico, Trabalhos de resistência em declive e aclive, Adaptações

a Cia de choque em trabalhos de força e resistência a fadiga. Métodos D.T.A.

29/01/14= Quarta feira= Corrida de média distância (parque Das dunas),

execução de flexões em séries, Tração abdominal e barras nas estações do Bosque,

retorno até o C.T.O em corrida.

Obs.: Deve-se levar em conta as últimas semanas sem execuções físicas

(T.F.M) ,o que acarreta no recondicionamento em forma de recuperação pelo tempo

parado no conjunto de atividades propostas para este mês. Isto visa à retomada das

capacidades físicas temporariamente cessadas. Deste modo, a priorização das corri-

das, se dará no mês seguinte com mais dois dias específicos além do corridão

C.T.O(Centro Tático Operacional) Redinha Velha 12.600km.

*Circuitos dotados de estações de Exercícios para o mês subsequente pos-

teriormente será divulgado.

Constam os dias de serviço da Cia de Choque.

Como se pode ver, a programação esta distribuída a cada

mês nos dias de trabalhos da CIA. Qualquer treinamento deve-se se

iniciar com séries especificas ou de alongamentos ou aquecimento

não sendo diferente na Polícia Militar. Este trabalho é de funda-

mental importância, pois busca preparar a musculatura e favorecer

Page 24: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 24

a recuperação evitando problemas tendinosos e possíveis lesões e

lacerações, contrações, curvaturas e outros advindos do esforço

físico permitindo uma melhor mobilidade e consequentemente mo-

bilidade, melhorando ainda a retomada da consciência corporal e

executando um papel anti estresse. As sessões podem conter alon-

gamentos ativo dinâmico que são realizados antes do esforço obje-

tivando aquecimento interno da musculatura melhorando a circula-

ção de nutrientes aos músculos, passivos realizados após o esforço

objetivando a recuperação com o desaquecimento. Este fator é de

relevância extrema par todo e qualquer inicio de treinamento fun-

damentado em um programa.

Foto: Jason/Seção de alongamento TFM

Neste sentido, as atividades propostas após a primeira fase,

o alongamento, devem ser planejadas em conformidade com o es-

tudo individualizado das fichas de anamnese, proporcionando a

funcionalidade dos exercícios e sua eficiência, tornando o trabalho

mais seguro. Com esse objetivo, no D.T.A,as atividades são oferta-

Page 25: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 25

das em circuitos que podem ser circulares ou quadrados de 5,10 m

ou 15 metros e com relativa distância um dos outros se utilizando

vários tipos de terreno e instrumentos dos mais comuns ou simples,

além dos próprios instrumentos de trabalho do operador tais

com:Escudo balístico ou anti tumulto,fuzil ou pisto-

la,capacete,cilindros,botijões de gás,amplas cor-

das,cones,barras,bolas,elásticos,pneus,faixas de tecido

,equipamentos próprios aos treinos funcionais e vários outros tipos

e formas de materiais somados aos educativos do atletismo e outros

esportes. É oportuno frisar, que os grupos distribuídos nos circuitos

devem executar os exercícios propostos em tempo devidamente

cronometrado onde em cada término e comunicação do instrutor,

automaticamente haverá a alternância em sentido horário ou anti-

horário estipulado previamente pelo instrutor para que todos parti-

cipem na execução completa das atividades.

Neste contexto, se podem priorizar vários aspectos como

força para membros superiores na utilização do escudo, força ex-

plosiva para as corridas de curta distância, membros inferiores para

equilíbrio e concentração, quando nas operações de controle de

distúrbios, onde o cansaço é extenuante em detrimento a duração da

missão e permanência na mesma postura por horas. A corrida é um

fator permanente neste sistema, pois todos os circuitos possuem

uma estação com este exercício ou todas as estações possuem esta

atividade com intensidades diferentes, corrida, sendo de alta ou

baixa intensidade onde o número de estações pode ser de 4 ou 6

com disposição de 3 a 6 militares ou civis em cada estação, com

exercícios voltados ou próximos a realidade do trabalho executado

de cada policial e exigências físicas rotineiras.

Como se pode ver, os exercícios possuem uma gama de valências associadas aos instrumentos diários de trabalho do opera-dor proporcionando assim uma atividade mais especificas e de ca-ráter funcional real, sem a utilização de instrumentos que apesar de auxiliarem no desenvolvimento físico, limitam o corpo a prática sem a adição da carga real que o operador utiliza. Mesmo com a utilização destas cargas mencionadas anteriormente, ainda é notada a ausência do uniforme operacional, pois a prática é dada com o

Page 26: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 26

uniforme de instrução para o TFM, ao passo que a introdução do uniforme de atuação em campo operacional, atribui o aumento na exigência dos trabalhos físicos, e com isso ganharia uma proximi-dade maior em relação à realidade de ação. Todavia, o tempo de prática da instrução deveria ser diminuído bem como a observação aos detalhes, no que se refere à segurança, onde teria uma atenção ainda maior principalmente na hidratação. Questões climáticas e geográficas do solo devem ser observadas, considerando-se que estas aumentam naturalmente a carga e a fadiga do operador duran-te a instrução. Dessa maneira, em decorrência do tipo de solo, o exercício se tornará mais exaustivo ou não, sendo este um fato que se empregado com uma frequênciae sistematizado, irá proporcionar excelentes resultados em relação à melhora do potencial físico em curto espaço de tempo, sendo ideal ao emprego nos cursos de cura duração bem como manutenção em longo prazo.

Com esse objetivo, o D.T.A utiliza elementos contidos den-

tro das modalidades desportivas acrescido de características neces-

sárias a função do militar e aos movimentos naturais. Prioriza-se o

treinamento em áreas diferenciadas e ao ar livre, pois estas atribu-

em um maior ganho e uma melhor concentração voltando à atenção

do operador para a prática ofertada. A mescla de atividades é fator

importante para não tornar o TFM desinteressante e desmotivador

para os que treinam, e para isto o profissional deve sempre estar

disposto a se atualizar e elaborar novas atividades para serem pos-

tas em prática dentro de um tempo estipulado, mais não abando-

nando as práticas já executadas, sendo necessária a introdução co-

ordenada de novas estações de exercícios, onde estas nunca pode-

rão exceder um número elevado, 7 a 10 estações, com o intuito do

instrutor ou professor não perder o controle total ou parcial na exe-

cução das atividades, ao passo que será um fator negativo que po-

derá conduzir a lesões no praticante decorrente de um treinamento

descoordenado e não satisfatório pelo elevado número de estações

de exercício.

Page 27: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 27

Agachamento comcilindro,simulando

cargas em operações de choque

Exemplo de estações de exercícios no D.T. A:

Fotos de militares executando circuito DE TREINAMENTO D.T.A NO

TFM-PMRN CPCHOQUE

Corrida com fuzil e escudo simulando deslocamentos rápidos e em dire-

ções diversificadas transpondo obstáculos

Trabalho em declive, com escudo no terreno arenoso priorizando a

resistência cardiopulmonar, e força aos membros inferiores e superi-

ores utilizando-se de faixas e anilhas como limitador dos membros

superiores trabalhando a força para corrida rápida mostrando-se

presente os elementos do atletismo.

Page 28: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 28

É necessário ressaltar, o número de dias que o operador

possui para a prática física e a disponibilidade da unidade militar

em estabelecer horários para esta atividade(TFM), bem como pes-

soas capacitadas para realizá-los. Diante de tal situação, ainda é

uma barreira a ser quebrada dentro das instituições, pois estas ra-

ramente aproveitam os profissionais habilitados neste campo de

atuação e a não importância ao fator preparação física para uma

nova realidade profissional, não só na polícia mais em muitas ou-

tras instituições não militares, onde se torna rotina a não execução

de atividades físicas. Diante de tal situação, realidade aponta para

novos rumos onde o fator capacidade se torna prioritário em con-

formidade com a responsabilidade para com o militar. Os dias atu-

ais não condizem mais com o amadorismo utópico tão presente ao

longo de anos nas instituições militares, e muitas já procuram mei-

os para se modernizar seus TFMs tendo este como objetivo princi-

pal que certamente completa o dinamismo das funções ostensivas

das unidades.

Page 29: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 29

Quando nos referimos a treinamento físico de qualidade,

buscamos algo sistêmico e de eficácia comprovada através de mé-

todos lógicos e seguros que proporcionarão uma segurança para

todos os envolvidos e mesmo com toda esta segurança, os riscos

ainda vão existir, portanto em países desenvolvidos os treinamentos

físicos policiais, são conduzidos como parte fundamental e sempre

presente no meio da segurança pública, sendo um condicionante

para uma maior atuação de qualidade do operador ou policial, e é

sabido que a atividade física com todos os seus valores proporciona

uma melhora generalizada não só para o praticante, mais para todos

os que o cercam. Certamente isto incluirá o estado ou a prestação

de serviço junto à sociedade.

Page 30: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 30

3

PORQUE O TREINAMENTO FÍSICO EM UMA UNIDADE MILITAR?

É lícito supor, que esta pergunta deve ser feita a muitos ad-

ministradores de Batalhões ou Cias e realmente devem-se ser leva-

das em conta muitas questões, tais como: as exigências da socieda-

de em ver policiais nas ruas, as cargas horárias que impedem a atri-

buição de um treinamento aos operadores, interesses, a falta de es-

trutura e profissionais e o interesse do operador entre tantas outras

coisas. Vejamos então que os profissionais para realizarem os tra-

balhos físicos existem e a falta de estrutura pode ser compensada,

dada a importância de que existem maneiras de se atribuir um trei-

namento físico de baixo custo aos operadores em locais distintos, as

exigências sociais podem ser facilmente controladas com horário

distribuídos, além de que uma tropa saudável proporcionará melho-

res resultados e menos gastos e desfalques a instituição reduzindo o

número de afastamentos médicos e com uma atuação com maior

disposição e qualidade,tanto individualmente como coletivamente.

Page 31: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 31

Foto/Jason Circuito de teino D.T.A

Logicamente se deve fazer o operador se interessar por tal

finalidade não impondo e sim propondo e informando o que poderá

trazer de benéfico às vidas sociais dos mesmos e consequentemente

no meio profissional e institucional. É sabido que toda preparação

Física se inicia por base de orientações e não especificamente com

exercícios físicos, o que se deve buscar de inicio e a atratividade de

operador a prática, de tal modo existem as palestras que atuam po-

sitivamente sobre o olhar para a atividade física tão relutante em

muitas unidades pelos próprios operadores acostumados em anos

de ausência nas referidas unidades militares. Claramente vemos que

o profissional policial militar difere em muitos do militar do exerci-

to, marinha e força aérea onde nestes locais a prática e sistêmica e

obrigatória e levar também em conta o nível etário que é outra rea-

lidade principalmente em recrutas.

O fato de ser concursado e passar toda uma vida em uma

instituição, afeta em muito o pensamento do militar estadual e este

Page 32: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 32

com o tempo não atenta a realidade que sua profissão exige e a par-

te física quase sempre é deixada ao lado por muitos refletindo em

futuros problemas físicos e psicológicos que o afastam do serviço.

Considerando-se que a aptidão Física é um dever pessoal e absoluto

do policial assim como todos que trabalham para manutenção da

ordem pública, pois estes operadores quase sempre estão na emi-

nência de usar a força física em todos os seus aspectos e valências

objetivando enfrentar uma grande adversidade em cumprimento do

dever legal e seu bom condicionamento pode significar o êxito fácil

ou sua morte por negligência própria em não atentar a sua realidade

em um eminente confronto.

Lima João Calvin de. 2005.p.45. Cita a divisão da aptidão

física do policial em três modelos:

a) Condicionamento aeróbico uma ativi-

dade que envolve o condicionamento e a pre-

paração do sistema cardiovascular para real-

çar a resistência do policial. Essa atividade

deve ser executada após uma avaliação mé-

dica, e orientada por um profissional de edu-

cação física, e essa atividade inclui andar de

bicicleta, nadar, andar rápido, patinar etc.

b) Treinamento de força - é de importân-

cia vital para o policial desenvolver sua resis-

tência e força, para suportar as exigências

das atividades profissionais e objetiva desen-

volver os músculos e a força física, não sendo

necessário desenvolver grandes atletas mus-

culosos e sim, dar condições ao policial de

adquirir uma boa forma física.

c) Treinamento de flexibilidade – a natu-

reza do serviço policial exige de seus inte-

grantes que fiquem muito tempo sentado nas

viaturas e se obriguem a saídas rápidas e em

velocidades ultrapassando barreiras com

cercas, muros etc., exigindo, portanto, bas-

tante flexibilidade. Essa flexibilidade deve

Page 33: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 33

ser adquirida e mantida através de rigorosos

treinamentos,de forma que o policial possa

sair de uma posição de inércia para movi-

mentos rápidos e ágeis.

É correto mencionar estes modelos, todavia existem outras

valências a serem trabalhadas com exercícios coordenativos e de

concentração buscando unir todos os aspectos necessários a reali-

dade da profissão. O fator psicológico é extremo e de necessária

importância ser trabalhado como complemento em uma preparação

para vida profissional do militar e as atividades propostas junta-

mente com palestras de orientação dinamizam mais ainda este pro-

cesso abrindo novas perspectivas e certamente atraindo a atenção

do operador.

Entende-se que a preparação Física é uma ferramenta ne-

cessária para todas as necessidades de um campo de atuação e no

conjunto de uma unidade não podendo ser limitada e nem tão pou-

co deixar de ser executada, pois as exigências são reais para uma

nova realidade policial militar. No entanto deve-se frisar que a rea-

lidade tende para novos sistemas de treinamento sistêmico e uma

nova forma de doutrina em divisões didáticas adotadas por dias e

horas disponíveis de treino bem como a introdução de orientações

referentes a treinos e suplementação onde busque atrair a atenção

do operador para a prática física em sua folga como costume do dia

a dia. Para isto é fundamental a introdução de palestras e instruções

com temas variados como opção rápida em dias limitados

Page 34: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 34

Fotos/Jason. Palestra D.T.A .

É importante ter em mente que as palestras têm ação im-

portante e são estratégias que voltam à atenção do operador propor-

cionando a estes um campo rico em reflexões e construção de co-

nhecimento sobre como se portar e cuidar de seu corpo no que se

refere à atividade física, deste modo a atuação de pessoas capacita-

das e constantemente atualizadas junto ao tema Educação física,

nutrição, fisioterapia e assuntos relevantes a saúde atuando de for-

ma multidisciplinar, é algo que só vem a engrandecer qualquer sis-

tema de treinamento e está condizente com os modelos mais mo-

dernos de preparação física não só se limitando ao movimento em

campo e sim em uma forma mais global de aprendizado. Diante

dessa realidade, esta prática ainda não é muito utilizada em virtude

a muitos fatores, mais é sabido que os profissionais estão presentes

nas instituições e esta modalidade pode ser mais explorada em um

futuro próximo com resultados muito importante para as institui-

ções policiais.

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TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 35

3.1 A RELEVÂNCIA DE ESTILOS E PRÁTICAS EXECU-

TADAS NA PM

A corrida em tropa

A corrida como parte integrante de um TFM é fator primor-

dial para obtenção de resistência física de um conjunto, no entanto

ela deve seguir padrões lógicos observando-se intensidade veloci-

dade e distância a percorrer bem como a forma de correr. Cabe res-

saltar que as corridas em tropa possuem uma característica impor-

tante que é o acompanhamento de canções durante o percurso que

objetivam o equilíbrio e descontração mostrando a união de toda a

unidade, más alguns aspectos devem ser observados atentamente,

pois muitas vezes a intenção de dinamizar a corrida pode prejudi-

car. Sendo assim, se deve atentar ao desgaste desnecessário de se

introduzir ou dar continuidade as canções em subidas de nível: la-

deiras e descidas muito acentuadas, pois podem diminuir a concen-

tração ao passo que na subida o ato de falar ou cantar, proporciona

um maior gasto de oxigênio provocando uma aceleração desneces-

sária e uma fadiga mais rápida no militar, diminuindo significati-

vamente seu ritmo na corrida e aumentando em muito os seus bati-

mentos cardíacos deixando este mais susceptível a mal súbito, le-

sões futuras durante a própria corrida, é importante ressaltar que a

referencia destes padrões na fisiologia são mencionadas durante a

corrida intensa.

Com tudo, se o objetivo é preparar, deve-se seguir em con-

formidade com padrões aceitáveis de treinamento, dosando o ritmo

em relação ao percurso a ser corrido, é muito importante adequar o

sistema de corrida há realidade de uma tropa, pois o fato de um

Instrutor ser bem preparado e conseguir correr muitos quilômetros,

não implicará em querer que seus alunos façam o mesmo a todo o

momento. O principio da individualidade é importante para adequar

o ritmo de corrida e fazer que em algum tempo todos consigam

alcançar o objetivo solicitado com responsabilidade e sem riscos,

pois a imposição é um fator condicionante para fazer com que um

Page 36: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 36

aluno abandone para sempre qualquer prática física não só no meio

militar mais no meio civil também.

Foto: Jason/ treinamento Físico D.T.A Praia de Areia Preta /2013

Este tipo de atividade é uma das mais benéficas para manter

e aumentar o condicionamento físico do militar além de ser uma

modalidade esportiva que este pode adotar fora da rotina da caser-

na, (Organização Militar ou meio militar), esta proporciona uma

gama variada de benefícios ao praticante. Pessoas treinadas neste

tipo de modalidade demonstram uma maior capacidade de oxidar as

gorduras como fonte de energia durante o esforço físico. Este apor-

te permite ao organismo conservar uma maior taxa de carboidrato

no interior dos músculos, uma vez que este é o combustível energé-

tico preferencial em esforços de alta intensidade. Quanto maiores

forem os estoques de carboidrato no organismo, maior é a capaci-

dade de desempenho em alta intensidade. Indivíduos treinados

apresentam maiores estoques de carboidrato e gordura no interior

dos músculos, uma redução na frequência cardíaca de repouso sen-

do um dos principais fatores atribuídos neste tipo de exercícios

quando treinado seu praticante.

Os vasos sanguíneos apresentam pequenas ramificações

quando atingem os músculos. Estas pequenas ramificações são de-

nominadas capilares sanguíneos, e possuem a função de realizar o

transporte de sangue, oxigênio e nutrientes aos músculos ativos

além de aumentar a capilarisação o que atribui um aumento a velo-

Page 37: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 37

cidade no transporte do sangue levando mais oxigênio e nutrientes

para os músculos e deste modo quanto maior é o nível de treina-

mento, maior o número de capilares nos músculos gerado mais re-

sistência e força ao praticante em relação ao treinamento e sua exi-

gência futura.

Os ganhos físicos respectivos com essa prática podem ser descritos

conforme tabela de valências físicas:

Melhora o nível de colesterol

Reduz o peso corporal definidoo corpo

Aumenta a capacidade cardiorrespiratória

Aumenta a massa muscular

Reduz os riscos de infarto

Reduz a variação da pressão arterial de repouso

Ativa a circulação sanguínea, diminuindo problemas do coração

Melhora a função do rim, mantendo o equilíbrio de substâncias tóxicas que

circulam pelo corpo

Melhora a qualidade do sono

Estimula a formação de massa óssea ajudando a prevenir lesões como a os-

teoporose

Aumenta o condicionamento físico

Melhora a auto-estima

Proporciona sensação de bem-estar

Aumenta a eficiência do metabolismo

Diminui o estresse e melhora a depressão

3.1.1 TREINAMENTO FRACIONADO

Um tipo de treinamento que não é utilizado com frequên-

cia principalmente no meio militar onde este é pouco usual. Este

treino gera uma maior absorção de Oxigênio (O2) pelos músculos

nutrindo estes para um esforço de intensidade alta, e dessa maneira,

faz com que este possua uma adaptação significativa em eventos

duradouros. Existem muitos estilos de treinos definidos como;

“Longão” ou corridas longas intervaladas, fartlek, regenerativo

entre tantos, onde estes são específicos para determinadas circuns-

Page 38: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 38

tâncias e objetivam aprimorar determinadas valências esportivas

como velocidade, resistência, força explosiva e adaptações a terre-

nos e distâncias, que logicamente servem a modelos de corrida para

os militares, pois possuem uma estruturação.

Com tudo, ainda podemos se utilizar de um treinamento

muito eficaz e progressivo com alta adaptabilidade e ganhos para o

praticante. Este se denomina Treinamento fracionado. Este trabalho

se define na alternância de trajetos em velocidades variadas e tem-

pos de descansos entre as séries se assemelhando em muito com o

treinamento intervalado que é caracterizado por tiros em distancias

definidas e até mesmo o fartlek, no entanto o treinamento fraciona-

do acentua a captação de oxigênio do músculo e o fartlek produz

um aumento da capacidade de oxigenação dos pulmões, de forma

geral, os dois treinamentos podem ser empregados juntamente com

objetivos distintos permitindo a melhorado ritmo de corrida e res-

posta do músculo durante o exercício além de minimizar a falta de

oxigenação ou fôlego.

Ao passo que, estes tipos de treinamento, devem estar em

planilhas sendo um treino para quem já está habituado a prática de

corrida, com vem afirmar que caberá não só ao instrutor seguir um

programa estabelecido,bem como o próprio praticante observar

seus limites e não forçar além do que pode, pois isto implicará em

riscos que possivelmente conduzirão a lesões graves.Este treina-

mento diferencia-se dos tiros em relação a distância e intensida-

de,pois o praticante correrá determinadas frações do percurso em

um ritmo de médio a forte e seus batimentos devem estar entre 85%

a 95% de frequência máxima(FCMáx) sendo o descanso feito com

trote na continuidade do percurso sendo isto denominado de des-

canso ativo,com a frequência mínima de 60% a 65% ,devidamente

aferida com polar se realizado em treino especifico ou material su-

ficiente para acompanhamento,caso não seja possível a observân-

cia pode-se propor orientações aos praticantes e a realização indivi-

dualizada e ainda,controlar as velocidades e distâncias percorridas.

Pondo em prática, se para um grupo que busca melhorar o

desempenho em 10 km, teria que fracionar o treino onde poderia

Page 39: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 39

dividir em três ou mais etapas, dividindo-se este em três, o prati-

cante ou praticantes correriam 7 ou 8km onde os 5,5 Km ou 6,5 Km

em forma de tiros de 400,500 ou 800 metros,em conformidade a

dias contidos em um sistema ou semana,levando em conta que esta

seria a 1ª semana,os 2,5 ou 1,5 Km,seriam destinados ao descanso

ativo ou trotes de final de treino em relação a corrida entre os tiros

específicos observando-se a frequência mínima em 60% a 65% e a

máxima entre 85% e 80%.Deve-se atentar ao tempo ou duração da

prática adequando o número de tiros específicos. Ainda dentro da

primeira semana, poderia ser introduzido um treino de tiro para o

praticante ou grupo de praticantes, já a segunda etapa ou semana ou

até números de treinos por mês estabelecidos em sistematização ou

planilha, os praticantes poderiam fazer de quatro a cinco tiros de

400, 500, 600 ou 800 metros em um ritmo maior que o fracionado a

85% ou 95% da FCMáx e utilizar o descanso parado sem caráter

ativo, controlando o tempo de pausa.

É importante ter presente que se deve atentar para o tipo de

treinamento fracionado, pois este não se utiliza de descanso pausa-

do e sim em movimento, mais seus ganhos são facilmente perceptí-

veis ao decorrer de um programa estipulado com objetivo especifi-

co, isto possibilita um aumento na resistência com um melhor con-

dicionamento a distâncias significativas atribuindo também confi-

ança aos praticantes para atingir os objetivos estipulados.

Foto /Jason.Treinamento de tiros.D.T.A

Page 40: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 40

3.1.2 COMO CALCULAR AS FREQUÊNCIAS CARDÍA-

CASMÁXIMA E MÍNIMA

A frequência Cardíaca Máxima caracteriza-se pelo número

máximo de batimentos que o coração pode atingir em um minuto

de exercício. Seu controle possibilita a execução de esforços mini-

mizando riscos ao praticante sem sobrecarregar o coração garantin-

do um bom desempenho.

Estudos apontam para a manutenção entre 60% a65% a

85% a 90% ou 95%.

O cálculo:

220(FCMáx) – Idade do praticante = Resultado x % desejada=

Resposta

Situação Hipotética:

Praticante com idade= 30 anos

Frequência cardíaca desejada = 65%

Frequência cardíaca desejada = 85%

220-30=190 190X 65% = 123 batidas por minuto

220- 30=190 190X 85% = 161 batimentos por minuto

Estes seriam os números máximos e mínimos de batimen-

tos em relação aos praticantes com essa faixa etária não enquadra-

dos ao nível de atletas, pois estas variações ainda tenderiam a subir

em mais alguns % na FCMáx e Diminuir na FCMin.

3.1.3FARTLECK

É um método de corrida originário do século passado,

mais precisamente nos anos 30 na Suécia onde seu significado ba-

sicamente é “brincar de correr”. Este é um excelente sistema para

desenvolver a velocidade de corrida. Ao longo de décadas este veio

Page 41: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 41

sofrendo modificações relacionadas às suas variações de treino des-

tacando-se três tipos;

1) FARTLEK ORIGINAL, onde as distâncias e o ritmo

de corrida são determinados pela disposição do corredor no mo-

mento, com variação de terreno (subidas, descidas, retas, grama,

terra);

2) FARTLEK DIRIGIDO, com os estímulos (distâncias

ou tempo) e o ritmo de corrida determinados pelo técnico,treinador

ou pelo próprio corredor antes de iniciar o trabalho, sendo realizado

pelo campo, estradas ou na pista. Ex: a cada 1000m, acelerar 500m

em ritmo de competição; a cada 1 min "em ritmo acelerado", trotar

2 min.;

3) FARTLEK LÍDER:Este é realizado em grupo de cor-

redores que se encontram no mesmo nível de preparação. Realizado

na pista como treinamento tático (habilita os corredores a fazerem

ultrapassagens com segurança e no momento oportuno), os estímu-

los são determinados pelo treinador sendo que, a um sinal do mes-

mo, um dos corredores se "desgarra" do grupo e os demais tentam

alcançá-lo e ultrapassá-lo, após um segundo sinal e durante certa

distância ou tempo. Este fartlek também pode ser praticado por

grupos em ruas e parques, clubes, com lideranças alternadas e cada

um imprimindo o ritmo que desejar. Esta etapa é mais voltada ao

lado competitivo mais adaptável em qualquer sistema pretendido.

O fartlek é um tipo de treinamento muito popular e que en-

sina o corredor a acelerar, correr rápido e manter certa velocidade

durante um determinado tempo, podendo ser utilizado durante to-

das as etapas da preparação se adequando em muito a sistemas de

treinamento físico militar e em conjunto com o treino fragmentado

Page 42: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 42

de corrida. Como foi colocado, é prático e seu campo de atuação é

variado, ou seja, independe do tipo de solo, podendo ser realizado

em qualquer variação de terreno plano. O fartleck no campo é mar-

cado por dificuldades naturais como subidas e descidas devendo ser

realizado com cronometragem de tempo e duração estipulada, vari-

ando-se o ritmo de 2 a 3min. Em ritmo acelerado + 1 ou 2 minutos

no trote x1 minuto de caminhada entre cada aceleração.

Variam variáveis podem ser adotadas em forma crescente

ou decrescente, obedecendo às necessidades do grupo, treinador ou

praticante isolado: 5-4-3-2-1min ou mais, ou 1-2-3-4-5... entre ca-

minhada,trote e aceleração.Na pista de atletismo aferida em 400

metros, deve-se obedecer a uma sequência sistematizada em rela-

ção a metragem percorrida uma sequência de estímulos x recupera-

ção e baseado em distâncias decrescentes realizadas em séries. As-

sim, temos: de 1 a 4 séries de 1.000 m x 800 m x 400 m x 200 m

em ritmo acelerado x 200 m trote entre as distâncias e 400 m trote

entre as séries (recuperação); pirâmide crescente e decrescente em

2-4 séries: 200-400-600-400-200 m acelerado x 200 m de trote en-

tre as acelerações e 400 m de trote entre as séries.

O fartlek deve ser precedido por um aquecimento que com-

preende 15 ou 20 min. de trote, sendo finalizado da mesma manei-

ra, e com alongamentos no final e desaquecimento. É oportuno

propor para o volume do treinamento, as seguintes durações e/ou

número de estímulos por sessão (sem contar o aquecimento e a par-

te final):

- CORREDORES PRINCIPIANTES: 15 - 45 minutos

- CORREDORES EXPERIENTES E TREINADOS: 40 -

60 minutos

Page 43: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 43

3.1.4 O INTERVALADO

O treinamento intervalado constitui-se em um método de

treinamento muito difundido na preparação para as corridas de fun-

do, devido à sua eficiência na promoção de ganhos consideráveis

para o desempenho competitivo dos corredores. A proposta do trei-

no intervalado consiste na repetição sistemática de um determinado

número de estímulos, intercalados com pausas de recuperação ati-

va. Esses estímulos, ou "tiros", são realizados em distâncias, ritmos,

quantidade e intervalos pré-determinados, conforme seja o condici-

onamento físico do corredor. Este tipo de treinamento apresenta

diversas variantes onde as principais são as de caráter aeróbio e

anaeróbio.

Diante dessas considerações, este sistema propõe o desen-

volvimento da resistência e velocidade onde os intervalos proporci-

onam uma recuperação parcial do organismo que está constante-

mente sendo exigido em níveis elevados para adaptação. Seus efei-

tos aumentam o consumo máximo de oxigênio (VO2max) e segue

com a melhora do sistema cardiovascular aumentando o número de

transporte sanguíneo oferecendo mais oxigênio aos músculos para a

realização do trabalho em regime de "queima" de carboidratos.

Uma das características principais deste treinamento é o cansaço ou

fadiga tardia e a recuperação mais rápida do organismo quando

submetido a um período de treinamento considerável ao longo de

uma programação, sendo assim, promove o aumento da capacidade

de velocidade e resistência do corredor.

De forma geral, os objetivos destes sistemas voltam-se para

a preparação na corrida e uma alternativa para a modificação destas

em OMs, na adoção para a prática policial militar em seus respecti-

vos treinamentos em pontos significativos aos praticantes, buscan-

do a atenção dos mesmos;

Page 44: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 44

Variar o treino que geralmente é de na corrida contínua

podendo tronar-se monótono

Preparar os policiais para as mudanças de rimo

Colocar algum trabalho de predominância anaeróbia no

treino dos policiais que normalmente só desenvolvem a

resistência aeróbia.

Fazer a transição entre um período de treino baseado

quase exclusivamente na corrida contínua em ritmo

uniforme e o trabalho específico através dos métodos

intervalado ou fracionado.

Nos policiais mais jovens é a forma ideal de começar

a introduzir o trabalho com ritmos mais rápidos, e an-

tes de se avançar para outros treinamentos já mencio-

nados.

Page 45: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 45

4

A CORRIDA DO POLICIAL MILITAR

As corridas policiais militar são variadas e com estilos bem

próprios a função. Diante dessa realidade, à corrida com TFM e a

corrida com calça e coturno, possuem especificidades bem diferen-

tes mais que possibilitam muitos ganhos aos praticantes, todavia a

corrida com calça e coturno ou uniforme operacional, se aproxima

mais da realidade prática do militar quando utilizada em corridas

curtas ou tiros de média e curta distância e transposição de obstácu-

los, pois este modelo de prática limita muitas ações do operador em

campo de atuação e faz-se necessário adaptara realidade. Já com

uniforme padrão de TFM, as distâncias são mais acentuadas e pos-

sibilita uma maior duração em relação aos exercícios levando mais

tempo a obtenção da fadiga pelo operador, mais os ganhos físicos

se assemelham em muito quando comparado a resistência, porém

em tempos de atuação reduzidos.

O mesmo vale para as corridas com fuzil, escudo e outros

elementos onde as distâncias devem ser controladas bem como o

ritmo do exercício minimizando lesões aos operadores. Já nas mar-

chas com caráter de exercício pode se considerar inúmeras possibi-

lidades de ganhos físicos e perdas, mais essas estão condicionadas a

fatores e cursos e outras realidades que não estão inteiramente liga-

das à preparação física especifica, mais o ganho também é muito

considerável.

4.1CORRIDAS COM LIMITAÇÃO DE O2(OXIGÊNIO)

Tipo de exercício dos mais complexos, porém um dos mais

importantes para obtenção de resistência cardiorrespiratória em

operações de campo que necessitam de equipamentos de proteção

das vias aéreas limitando o consumo de oxigênio mediante filtra-

gem, este tipo de treinamento se assemelha em muito a preparação

Page 46: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 46

a altitudes, mais, no entanto a observância a este tipo de exercício

ée deve ser acentuada, pois ele envolve muitos riscos a acidentes

com os operadores em detrimento as exigências em atividades físi-

cas ou TFM. Uma sequência lógica de preparação deve ser seguida

e progredir em conformidade com os tipos de corridas anteriormen-

te citados e sistematizados em planilhas, minimizando o risco de

acidentes. Duas propostas podem ser adotadas em caráter crescente

e evolutivo de treinamentos em dias distintos e distâncias, partindo

do uso da balaclava até a imposição da máscara protetora contra

agentes químicos:

Uniforme de TFM+ Máscara ou *Balaclava>Corrida

Com Uniforme operacional +Máscara

Uniforme TFM +Corrida>

Uniforme TFM + Corrida com Máscara*>

Uniforme operacional +corrida>

Uniforme operacional + corrida com Máscara*.

Tipos progressivos de treinos, partindo da maneira mais

simples a mais complexa, facilitando o desenvolvimento das valên-

cias físicas necessárias bem como minimizando riscos de acidentes

em conformidade com a adaptação ao tipo de treinamento empre-

gado.

Como se pode ver há uma relação lógica de treina-

mento devidamente programado, nunca deverá ser imposta a corri-

da com limitação de O2 em primeiro plano, pois se deve primeira-

mente adaptar o operador a determinadas distancias em corridas

sem restrição de O2 e se introduzir aos poucos as limitações após

alguns dias de prática sistêmica de TFM, com isso é importante as

análise contidas em fichas de anamnese para garantir a integridade

Page 47: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 47

tanto do Praticante como instrutor, sendo uma segurança a mais em

relação ao treino em caráter geral. A observância a sintomatologias

apresentadas durante uma corrida com limitação de O2 deve ser

acentuada principalmente quando as distancias são significativas, e

mesmo com a retirada de filtros, para minimizar a restrição, o es-

forço faz com que o operador ou praticante tenha mais dificuldade

em nutrir seu corpo com oxigênio.

Os sintomas mais comuns já observados, principalmente em

cursos onde esta prática é mais acentuada, são: tonturas, vista em-

baçada, queda de pressão, náuseas e desmaios entre outros, diante

de tal situação, podem ser simples sintomas advindos de doenças

ou astenia simples, proveniente do próprio desgaste físico, bem

como sintomas de mal súbito ou morte súbita, onde se deve sempre

levar em conta estes riscos durante a prática deste exercício. Diante

dessas considerações, pode-se adotar o sistema de controle prático

dentro do próprio exercício onde além de retirar o filtro, diminuir o

ritmo em determinado Km a percorrer. Exemplo; Se em uma corri-

da de 6 km, alterna-se a cada um ou dois km um ritmo mais fraco

intervalado, buscando uma recuperação dentro do próprio percurso

caso não queira retirar o equipamento totalmente ou somente o fil-

tro podendo-se denominar como um descanso ativo dentro deste

exercício. É necessário ressaltar, que a hidratação é um fator indis-

pensável em todo e qualquer exercício.

Exemplo:

Corrida de 5 km

1º km =Forte Com ou sem limitação total de O2

2º km= Fraco ou Moderado Com limitação de O2 completa mas-

cara e Filtro

3º km= Forte com alternância de limitação de O2 Másc. Com ou

sem Filtro

4 km= Fraco Com ou sem limitação Total de O2

5 km= Forte sem limitação de O2 total.

Page 48: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 48

Diante dessas considerações, as limitações totais ou parciais

se adéquam a realidade do treino não sendo necessariamente em

Km podendo-se adotar distâncias relativamente menores: 400,500 e

outras metragens a critério do instrutor. Dessa maneira, a resposta

a todas as questões oriundas da preparação física consistirá na pre-

paração de programas em conformidade com a realidade e funcio-

nalidade do policial se atentando a todas as possibilidades de ga-

nhos físicos e perdas e a este, cabe atualização e busca de novas

metodologias para dinamizar cada vez mais as instruções em âmbi-

to policial militar.

Nesta lógica, segue-se um exemplo prático em artigo cienti-

fica objetivando ganhos coma redução do Pab (Perímetro abdomi-

nal) com a sistematização de exercícios simples em dias e horas

especificas em unidade policial militar, onde os resultados foram

extremamente relevantes para demonstrar a importância de um sis-

tema de treinamento com exercícios simples que influenciaram

significativamente na preparação física da unidade, demonstrando a

importância de manter um sistema de treinamento físico policial

continuo mesmo que este seja dotado de práticas menos complexas,

atribuíram um resultado extremamente satisfatório no ano de 2012.

Page 49: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 49

Foto/Jason. Avaliação Física de Militares - PMRN

Neste sentido, exalta-se a importância da pesquisa para a

adoção de treinos com objetivos pré-determinados que busquem

melhorar todos os aspectos psicomotores do operador de segurança

e consequentemente abra novas possibilidades para o treinamento

físico policial militar, ou abrangente a todos os operadores de segu-

rança com uma forma prática, simples e debaixo custo institucional

e particular em sentido individual e coletivo, mais com padrões

contidos dentro de uma lógica cientifica. Isto trará ganhos enormes

para as policias militares valorizando não somente seus operadores

como trabalhadores e sim como cidadãos contribuindo com a qua-

lidade de vida profissional e social dos mesmos de uma forma glo-

balizada.

Foto/Jason. Preenchimento de Anamnese PM-RN

Page 50: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 50

5 APRESENTAÇÃO DE PESQUISA

ESCOLA DE SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

JASON BARBOSA DE BRITO

JEOVÁ IGOR DE SOUZA PAIVA

A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

NOS BATALHÕES CONVENCIONAIS E COMPANHIAS DA

PM/RNDA CIDADE DE NATAL

NATAL – RN

2012

Page 51: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 51

RESUMO

A pesquisa em questão tem o intuito de caracterizar a im-

portância do Treinamento Físico Militar (TFM) nos batalhões con-

vencionais da PM-RN, em sua capital, através de uma prática regu-

lar acompanhada por um profissional de Educação Física devida-

mente habilitado e de maneira responsável. O estudo destaca, ainda,

a origem do Treinamento Físico Militar, sua entrada no Brasil e

sistematização de origem européia, ocasionando, dessa forma, uma

presença constante das atividades físicas no meio castrense (Mili-

tar). Procurou-se, também traçar um perfil dos batalhões e unidades

convencionais da PM-RN em sua capital identificando os Batalhões

Especializados e o diferente tratamento que é dado em relação aos

Convencionais no que se refere à falta de treinamento contínuo

orientado. Esse estudo tomou como base análises relativas ao Índi-

ce de Massa Corporal (IMC) e Perímetro Abdominal (Pab), antes e

após prescrição, e o acompanhamento de simples treinamento sis-

tematizado e em curto espaço de tempo, objetivando determinar a

real importância da continuidade do Treinamento Físico Militar

(TFM) durante toda a vida militar, apresentando como consequên-

cia, a redução destes índices com treinamentos simples e contínuos.

Palavras chaves: TFM: Treinamento físico Militar. Bata-

lhões. Convencional. Organização Militar (OM).

Page 52: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 52

ABSTRACT

The research in questions intended to characterize the im-

portance of Military Physical Training (TFM) battalions in conven-

tional PM-RN on their capital through a regular practice a compa-

nied by a professional duly qualified Physical Education an-

dresponsibly. The study also highlights the origin of Military Phys-

ical Training, its entryin Brazil and systematization of European

origin, leading thus historically, a constant presence in the midst of

physical activities castrense (Military). We tried to also draw a pro-

file of the battalions and units of conventional PM-RN on their cap-

ital by identifying the different battalions and specialized treatment

that is given in relation to the Convention with regard to the lack of

continuous training oriented, based on analyzes on the Body Mass

Index (BMI) and abdominal circumference (Pab), before and after

prescribing, and monitoring of simple and systematic training in a

short time, to determine the real importance of continuity of Mili-

tary Physical Training (TFM) throughout military life, presenting

as a consequence, the reduction of these rates with simple and con-

tinuous training.

Key words: TFM: Military Physical Training. Battalions.

Conventional Military Organization (OM).

Page 53: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 53

5.1 TESTE PRÁTICO DE CAMPO

Em concordância com o referencial teórico segue-se a práti-

ca de campo que busca demonstrar a real importância de um siste-

ma simples de treino com acompanhamento que busque proporcio-

nar a diminuição do IMC e Pab e fatores associados a estes, a fim

de reduzir possíveis riscos ao metabolismo dos homens que se rela-

cionam ao aumento destas medidas. Utilizou-se um grupo de mili-

tares lotados no centro de formação e aperfeiçoamento de praças do

RN, oriundos de várias unidades da PM/RN. Estes além de serem

submetidos a questionário de anamnese passaram por avaliação

antropométrica para verificar as atuais medidas referentes ao IMC e

Pab.

Foi realizada uma amostragem com 30 policiais militares

com idade entre 22 anos a 49 anos dividindo-se em grupo experi-

mental e grupo controle. O primeiro foi submetido a um programa

de treinamento físico baseado em força, resistência e flexibilidade

com 15 (quinze) militares sendo acompanhados duas vezes por

semana. Os outros 15 (quinze) como grupo controle que se manti-

veram no treinamento convencional também duas vezes por sema-

na, mas sem acompanhamento, ficando o conjunto de atividades ao

livre arbítrio com duração de 24 dias distribuídos em 12 semanas,

iniciando-se na primeira semana de julho e a última em setembro

de 2012.

Os dados necessários para análise foram coletados seguindo

alguns critérios: peso, estatura e Perímetro abdominal. O peso cor-

poral foi mensurado por balança digital devidamente calibrada da

marca filizola. A estatura foi aferida por estadiômetro graduado em

milímetros da marca Sanny bem como a medida do perímetro ab-

dominal com trena da marcaSanny específica para tal procedimen-

to.

Page 54: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 54

TREINAMENTO FÍSICO MILITAR

Durante doze semanas de treinamento, foram utilizados uni-

formes militar: calção e camiseta da instituição bem como tênis

branco ou preto com meias brancas. Os exercícios foram executa-

dos na pista do referido estabelecimento militar, quadra de esportes

e academia de musculação, obedecendo ao manual de treinamento

Físico Militar do Exército Brasileiro C20-20 e devidamente prece-

dido de acompanhamento profissional. Todas as terças e quintas

feiras se sucederam rigorosamente a prática do TFM em padrões

determinados com duração de 70 minutos distribuídos em exercí-

cios de força, resistência e flexibilidade principalmente aplicada ao

grupo experimental.

O grupo controle ficou livre a prática do TFM de forma cos-

tumeira existente nos batalhões convencionais, ou seja, não há uma

estruturação das atividades contidas dentro do manual C20-20. A

prática das atividades de caráter físico fica a critério dos praticantes

onde que estabelecem exercícios e horários para execução, bem

como o modo de executar sem acompanhamento técnico especiali-

zado.

Page 55: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 55

Tabela 1

Terça - Quinta

06h30min Cerimonial

07h00min à 07h10min TFM Alongamento MmSi

07h15min à07h30min Caminhada em pista aferida

em 2403metros

07h35min à 07h45min Trote em pista de 2403 me-

tros

07h50min à 08h00min

Exercícios de Flexão sobre o

solo 3X10

Exercícios de tração Abdo-

minal 3 X10

Tração em barra Fixa 3X1

08h00min à 08h10min

Desaquecimento

Equivalente a 8 dias de treino - 1ºmês

Page 56: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 56

Tabela 2

Terça - Quinta

06h30min Cerimonial

07h00min à07h10min TFM Alongamento MmS

07h15min à 07h25min Caminhada em pista aferida

em 2403metros

07h35min à07h50min Trote em pista de 2403 me-

tros

08h00min

Exercícios de Flexão sobre o

solo 3X12

Exercícios de tração Abdo-

minal 3 X 12

Tração em barra Fixa 3X2

08h00min à08h10min

Desaquecimento

Equivalente a 8 dias de treino - 2º meses.

Page 57: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 57

Tabela 3

Terça - Quinta

06h30min Cerimonial

07h00min à 07h10min TFM Alongamento MmS

07h15min à 07h45min

Corrida em pista aferida em

2403metros

07h50minà 08h: 00min

Exercícios de Flexão sobre o

solo 1X36

Exercícios de tração Abdomi-

nal 1X36

Tração em barra Fixa 1X5

08h: 00minà 08h10min Desaquecimento

Equivalente a 8 dias de treino - 3ºmêses

Page 58: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 58

Cabe ressaltar que os exercícios partem de um caráter bási-

co e simples contido no manual C 20-20, tendo seus padrões e tem-

pos de descanso alterados em conformidade com as semanas em

progressão, ocorrendo um aumento das cargas de exercícios princi-

palmente nas valências de força e resistência. Este treinamento foi

aplicado em três semanas básicas, acompanhadas por profissionais,

totalizando 24 dias de treinamento de exercícios simples.

Antes da execução prática das tabelas de exercícios os dois

grupos: experimental e controle, escolhidos aleatoriamente no efe-

tivo masculino, foram submetidos à anamnese e posteriormente a

avaliação física. Os dados aplicados a este trabalho fazem referên-

cia ao IMC e Pab. A característica dos avaliados ao IMC estão des-

critas no gráfico inicial com a referida classificação dos 30 avalia-

dos:

No gráfico 1 podemos visualizar as condições do efetivo

antes de introduzir o estudo. Percebe-se que não há um sistema

determinado de TFM, ficando este ao critério individual dos ho-

mens.

Amostra geral do IMC de todos os militares antes do

programa de exercícios

Obesidade Grau 1 - 17 Sobrepeso - 8 saudável

5

17

8

0

5

10

15

20

Obesidade grau 1 Sobrepeso Saudável

Classificação quanto ao IMC

Page 59: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 59

5.1.1IMC e Pab

O cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) foi baseado

nos dados coletados antes e após o programa de exercício para

comparação quanto a modificações de parâmetros físicos em ambos

os grupos. O IMC é uma técnica que objetiva verificar o estado

nutricional observando se a pessoa está dentro dos padrões de nor-

malidade em relação à estatura e o peso, representado fórmula:

IMC = Peso (Kg)/ (Altura(m))².

Com a aplicação desta fórmula pode-se obter uma classifi-

cação baseada nas condições nutricionais em que se encontra o ve-

rificado, estabelecendo a seguinte ordem em conformidade ao valor

do IMC, pela OMS (Organização Mundial da Saúde)1998:

Abaixo de 18,5 = desnutrição

Entre 18,5 e 24,5 = peso normal

Entre 25,0 e 29,9 = sobrepeso

Entre 30,0 e 39,9 = Obesidade

Acima de 40,0 = Obesidade Mórbida

No entanto, somente este valor não é suficiente para definir

uma classificação mais especifica da distribuição da gordura corpo-

ral. Vale salientar como fator primordial a distribuição da gordura

abdominal sujeita o ser a possíveis consequências altamente preju-

diciais à saúde, tais como: dislipidemias, diabetes tipo

2,cardiopatias e até o óbito. As análises serão executadas com base

na verificação dos índices referentes à redução do IMC e Pab (Pe-

rímetro Abdominal) em decorrência de programa simples de exer-

cícios que demonstra à importância da prática do TFM a atividade

policial na redução de índices relacionados diretamente a possíveis

disfunções no organismo e alteração na qualidade de vida dos mili-

tares. Deste modo, estudos corporais realizados em grandes amos-

Page 60: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 60

tras populacionais revelaram alta correlação entre IMC e a gordura

corporal (OLIVEIRA 2005).

A outra forma adotada para verificação da redução de índi-

ces de gordura foi à verificação do perímetro abdominal antes e

após o programa de exercício do grupo experimental e posterior

comparação ao grupo de controle. O objetivo era obter a real rele-

vância da prática sistematizada de exercícios ao efetivo. Na avalia-

ção e verificação deste índice foi utilizada uma fita métrica no pon-

to médio entre o bordo inferior da costela e a crista ilíaca. Nesta

análise para determinação clinica e epidemiológica é estabelecido

dois níveis relacionados ao risco ou complicação diretamente ligada

a obesidade definidas como cintura “Androide e ginóide”. Se o Pab

tiver valor maior ou igual a 94-102 cm nos homens e 80-88 cm nas

mulheres, implicará em um excesso de gordura abdominal que po-

de condicionar a riscos graves à saúde, mesmo que o seu IMC este-

ja dentro dos limites considerados normais.

a) um perímetro da cintura ≥ 88 cm na mulher;

b) um perímetro da cintura ≥ 102 cm no homem.

5.1.2 Resultados

O Pab relaciona-se diretamente com o acumulo de gordura

localizado no interior do abdômen, estando esta diretamente ligada

ao desenvolvimento de insulinoresistência, responsável pelas alte-

rações no metabolismo que são condicionantes à obesidade. Estes

números, quando muito aumentado necessita urgentemente de in-

tervenção profissional.

Tabela 4: Amostragem Geral do grupo Experimental totali-

zando 15 homens antes da aplicação dos exercícios:

Amostragem Geral de somatórias antes do programa

Page 61: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 61

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm)PabmédioIMC Total IMC médio

1252.7 83.51 1397.9 93.19 423.79 28.25

Amostragem individualizada antes do programa de exercícios:

Tabela 5: Amostragem Geral do grupo Experimental totalizan-

do 15 homens após aplicação dos exercícios:

NOME PESO

Kg

Estatura

(cm)

Pab

(cm)

CLASSIFICAÇÃO IMC PESO IDEAL

1 87,8 168 96,3 OBESIDADE GRAU I 30,99 Entre 53 kg e71 kg

2 90,2 171 101,5 OBESIDADE GRAU I 31,12 Entre 54 kg e73 kg

3 87,8 170 98,6 OBESIDADE GRAU I 30,09 Entre 54 kg e73 kg

4 95,9 175 101 OBESIDADE GRAU I 31,14 Entre 57 kg e77 kg

5 86,1 175 89,9 SOBREPESO 28,10 Entre 57 Kg e 77 kg

6 75,3 165 87 SOBREPESO 27,56 Entre 50 kg e 68 kg

7 84,5 172 99 SOBREPESO 28,39 Entre 55 kg e 74 kg

8 74,8 167 87 SOBREPESO 26,53 Entre 52 kg e 71 kg

9 74,2 169 84 SOBREPESO 26,00 Entre 53 kg e 71 kg

10 71,6 169 85 SOBREPESO 25,07 Entre 53 kg e 71 kg

11 83,4 172 90,5 SOBREPESO 27,9 Entre 55 kg e 75 kg

12 107,7 191 99,5 SOBREPESO 29,52 Entre 67 kg e 91 kg

13 80,8 173 91,4 SOBREPESO 27,00 Entre 55 kg e 75 kg

14 78,3 172 92 SOBREPESO 26,30 Entre 55kg e 75 kg

15 78,3 167 95,5 SOBREPESO 28,08 Entre 52 kg e 71 kg

Page 62: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 62

Amostragem Geral de somatórias, pós programa de exercícios

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

1226.1 81.74 1338.3 89.22 420.38 28.02

NOME

PESO

Kg

Estatura

(cm)

Pab

(cm)

CLASSIFICAÇÃO IMC PESO IDEAL

1 83 168 90 SOBREPESO 29.41 Entre 53 kg e71 kg

2 90,2 171 100 OBESIDADE GRAU I 31,12 Entre 54 kg e73 kg

2 87.3 170 86.3 OBESIDADE GRAU I 30,09 Entre 54 kg e73 kg

4 92.9 175 96 OBESIDADE GRAU I 31,14 Entre 57 kg e77 kg

5 83.1 175 87.2 SOBREPESO 28,10 Entre 57 Kg e 77 kg

6 76 165 85 SOBREPESO 27,56 Entre 50 kg e 68 kg

7 84,1 172 98 SOBREPESO 28,39 Entre 55 kg e 74 kg

8 72.2 167 84 SOBREPESO 26,53 Entre 52 kg e 71 kg

9 72.2 169 81 SOBREPESO 26,00 Entre 53 kg e 71 kg

10 70 169 82 SOBREPESO 25,07 Entre 53 kg e 71 kg

11 80.4 172 84.6 SOBREPESO 27,9 Entre 55 kg e 75 kg

12 103 191 97.2 SOBREPESO 29,52 Entre 67 kg e 91 kg

13 81 173 89 SOBREPESO 27,00 Entre 55 kg e 75 kg

14 76.1 172 89 SOBREPESO 26,30 Entre 55kg e 75 kg

15 74.6 167 89 SOBREPESO 26.25 Entre 52 kg e 71 kg

Diferença entre as tabelas 4 e 5 em relação ao acumulado total :

Page 63: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 63

Amostragem Geral de somatórias, antes do programa.

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

1252.7 83.51 1397.9 93.19 423.79 28.25

Amostragem Geral de somatórias, pós-programa de exercícios

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

1226.1 81.74 1338.3 89.22 420.38 28.02

Diferença entre as somatórias. Tabela 4 e 5 grupo experimental

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

26.6 1.77 59.6 3.97 3.41 0.23

Page 64: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 64

Gráfico 2 - Visualização dos valores do grupo experimental em

relação à diferença das somatórias pós-período do treinamento:

0 20 40 60 80

Peso Total (Kg)

Peso médio

Pab Total (cm)

Pab médio

IMC Total

IMC médio

Diferença entre as somatórias. Tabela 4 e 5 grupo experimental

Diferença entre assomatórias. Tabela 4 e 5grupo experimental

Page 65: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 65

Gráfico 3 - Diferença entre amostragem geral Grupo expe-

rimental antes e pós-programa de exercício:

Deste modo, observamos a redução significativa dos valores

totais antes e pós-programade exercícios oriundos do manual C20-

20 do exército brasileiro que norteia a pratica do TFM em âmbito

da policial militar. A reduçãodos valores, principalmente em rela-

ção ao IMCe Pab, mesmo que pequena, são significativa quando

relacionada ao período de 24 dias de treinos, sendo dois treinos por

semana e distribuída em três meses. Portanto, um tempo relativa-

mente curto para demonstrar grandes modificações. Essas circuns-

tâncias demonstram a importância da prática física aplicada tam-

bém nos batalhões convencionais, não somente em relação ao fator

profissional, mas também a atribuição de uma boa qualidade de

vida em relação à obesidade e o sedentarismo que leva o aumento

exagerado do IMC e Pab. Em relação à distribuição da gordura

corporal e suas consequências, pode-se observar a diminuição de

todos os parâmetros em relação direta com o IMC e Pab.

0 500 1000 1500

Peso Total (Kg)

Peso médio

Pab Total (cm)

Pab médio

IMC Total

IMC médio

Direrença entresomatórias

Somatória pós programade exercício

Somatória antes doprograma de exercício

Page 66: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 66

Tabela 6: Amostragem Geral Inicial do grupo contro-

le,totalizando 15 homens no período de 24 dias distribuídos em três

meses de treinamento sem acompanhamento:

Amostragem Geral inicial de somatórias

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

1103.7 73.58 1287.5 85.83 371.54 24.76

Amostragem individualizada inicial

NOME PESO

kg

Estatura

(cm)

Pab

(cm)

CLASSIFICA-

ÇÃO

IMC PESO IDEAL

16 91,8 105 105 OBESIDADE

GRAU I

31,03 Entre 55 kg e74 kg

17 86,8 172 100 SOBREPESO 28,00 Entre 57 kg e 77 kg

18 82.6 174 94 SOBREPESO 27,41 Entre 56 kg e 76 kg

19 78,4 171 84,5 SOBREPESO 26,80 Entre 54 kg e 73 kg

20 82,8 176 89 SOBREPESO 26,73 Entre 57 kg e 77 kg

21 91,6 179 98,2 SOBREPESO 28,59 Entre 59 kg e 80 kg

22 83,5 175 98 SOBREPESO 27,27 Entre 57 kg e 77 kg

23 66,9 167 85 SAUDÁVEL 24,00 Entre 52 kg e 70 kg

24 59,9 174 82,2 SAUDÁVEL 19,82 Entre 56 kg e 76 kg

25 60,6 163 76,5 SAUDÁVEL 22,90 Entre 49 kg e 66 kg

26 71,6 169 74 SAUDÁVEL 24,80 Entre 53 kg e 72 kg

27 60,7 172 72 SAUDÁVE 20,62 Entre 55 kg e 74 kg

28 67,4 172 82,5 SAUDÁVEL 22,80 Entre 55 kg e 74 kg

29 58,3 170 72 SAUDÁVEL 20,17 Entre 53 kg e 72 kg

30 60,8 172 74,6 SAUDÁVEL 20,6 Entre 55 kg e 74 kg

Page 67: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 67

Tabela 7: Amostragem Geral final do grupo controle, tota-

lizando 15 homens no período de 24 dias distribuídos em três me-

ses de treinamento sem acompanhamento:

Amostragem Geral final de somatórias

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

1113.6 74.24 1293.9 86.26 372.57 24.84

Amostragem individualizada final:

NOME PESO

kg

Estatura

(cm)

Pab

(cm)

CLASSIFICA-

ÇÃO

IMC PESO IDEAL

16 92 105 105.2 OBESIDADE

GRAU I

31,03 Entre 55 kg e74 kg

17 87 172 100 SOBREPESO 28,00 Entre 57 kg e 77 kg

18 83 174 94.5 SOBREPESO 27,41 Entre 56 kg e 76 kg

19 79.1 171 84.5 SOBREPESO 26,80 Entre 54 kg e 73 kg

20 83.8 176 89 SOBREPESO 27.05 Entre 57 kg e 77 kg

21 92.8 179 99 SOBREPESO 28,96 Entre 59 kg e 80 kg

22 83.5 175 98.1 SOBREPESO 27,27 Entre 57 kg e 77 kg

23 68.2 167 88 SAUDÁVEL 24,00 Entre 52 kg e 70 kg

24 60 174 82.5 SAUDÁVEL 19,82 Entre 56 kg e 76 kg

25 61 163 77 SAUDÁVEL 22,90 Entre 49 kg e 66 kg

26 72.8 169 74.8 SAUDÁVEL 24,80 Entre 53 kg e 72 kg

27 62 172 72 SAUDÁVE 20,96 Entre 55 kg e 74 kg

28 67,9 172 82,7 SAUDÁVEL 22,80 Entre 55 kg e 74 kg

29 59 170 72 SAUDÁVEL 20,17 Entre 53 kg e 72 kg

30 61.5 172 74,6 SAUDÁVEL 20,6 Entre 55 kg e 74 kg

Page 68: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 68

Diferença entre o acumulado total do grupo controle. Ta-

bela 6 e 7 antes e após a introdução do programa de treinamento

para o grupo experimental:

Amostragem Geral inicial de somatórias

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

1103.7 73.58 1287.5 85.83 371.54 24.76

Amostragem Geral final de somatórias

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

1113.6 74.24 1293.9 86.26 372.57 24.84

Diferença entre as somatórias. Tabela 6 e 7 do grupo controle:

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

9.9 0.66 6.4 0.43 1.03 0.08

Gráfico 4 Visualização dos valores do grupo controle em

relação a diferença das somatórias pós período do treinamento do

grupo experimental totalizando 24 dias distribuídos em dois dias

por semana durante três meses:

Page 69: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 69

Neste sentido as análises apresentam uma diferença em re-

lação ao aumento e não diminuição dos índices verificados, de-

monstrando a ineficiência clara de um treinamento físico deixado a

critério dos próprios militares e sem acompanhamento profissional.

Esses resultados demonstram que não basta somente dias específi-

cos para treinos se não existe uma sistematização e acompanha-

mento para tal podendo ocasionar a falta de interesse por parte des-

tes militares com sua à saúde, sendo isto um ponto altamente nega-

tivo para a instituição militar e a qualidade de vida dos militares.

Estes valores mostram-se presentes quando verificado na amostra-

gem individual final em comparação com a inicial, tendo uma idéia

clara do aumento de peso e posteriormente das medidas em relação

ao IMC e Pab dos militares.

0 5 10 15

Peso Total (Kg)

Peso médio

Pab Total (cm)

Pab médio

IMC médio

Diferença entre as somatórias. Tabelas 6 e 7 do grupo controle

Diferença entre assomatórias daastabelas 6 e 7 do grupocontrole

Page 70: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 70

Gráfico 5 Diferença entre amostragem geral Grupo contro-

le antes e a pós verificação do período correspondente de treina-

mento do grupo experimental:

Observam-se valores relativos à amostragem final bem mais

elevado que a inicial, correspondendo assim à inversão de ganhos

relativos a um treinamento (TFM) não acompanhado que implica

claramente no aumento dos índices aferidos, principalmente em

relação ao Pab (perímetro Abdominal) que aumentou e IMC apa-

rentemente estático. Tanto o peso total acumulado bem como o

peso médio teve aumento significativo comprovando a ineficácia de

um treinamento ao critério pessoal dos militares.

Comparativo entre gráficos em relação às somatórias

Diferença entre as somatórias. Tabela 4 e 5 grupo experimen-

tal:

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

26.6 1.77 59.6 3.97 3.41 0.23

Diferença entre as somatórias. Tabela 6 e 7 do grupo controle:

Peso Total (Kg) Peso médio Pab Total (cm) Pab médio IMC Total IMC médio

9.9 0.66 6.4 0.43 1.03 0.08

0 500 1000 1500

Peso Total (Kg)

Peso médio

Pab Total (cm)

Pab médio

IMC Total

IMC médio

Diferença entre assomatórias

Amostragem Geral finalde somatórias

Amostragem Geralinicial de somatórias

Page 71: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 71

Gráfico 6 Relação entre ganho Positivo e Negativo de

variáveis:

Observa-se que o grupo experimental possuí valores maio-

res que o grupo de controle apresentando ganhos positivos, ou seja,

valores relativos a redução dos índices aferidos antes e após perío-

do equivalente a 24 dias de treino sistematizado em caráter de exer-

cícios simples apresentados nas tabelas 1,2 e 3 Este fato é compro-

vado em todas as análises individuais, se confrontadas entre os dois

grupos totalizando 15 homens em cada.Quanto ao grupo contro-

le,seus valores menores, expressos no gráfico relativo ao acumula-

do total,demonstram um aumento significativo nos índices de pesos

Pab e IMC, que por mínimo que seja, foi bem maior quando se fala

de redução no aspecto positivo.

A redução, quanto às variáveis que estão diretamente liga-

das com a redução de gordura no corpo ligadas diretamente com a

qualidade de vida e possíveis disfunções que venham acarretar ma-

lefícios a saúde dos homens, foram bem maiores no grupo experi-

mental que o grupo controle e seus valores são expressos em ganho

de peso, aumento do Pab e menor redução do IMC, acarretando um

0 20 40 60 80

Peso Total (Kg)

Peso médio

Pab Total

Pab médio

IMC Total

IMC médio

Grupo Controle

Grupo Experimental

Page 72: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 72

aumento negativo quando comparado na tabela 6 e 7 e um aumen-

to significativo de todos os valores após 24 dias relativos a prática

do TFM ao critério dos militares contidos neste grupo totalizando

um número de 15 homens.

Isto vem apenas ratificar a importância da inclusão do TFM

aos batalhões ditos convencionais, comprovando a eficácia do pro-

grama de treino por mais simples que seja, proporcionando uma

melhor condição física para os homens, reduzindo valores relativos

ao acumulo de gordura corporal e melhorando, mesmo que mínimo,

o condicionamento físico dos militares estaduais. Sendo assim, um

TFM acompanhado e sistematizado proporcionará melhores resul-

tados em relação à prática do livre critério, como é praticado em

sua maioria por quase todo efetivo convencional da capital.

5.1.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa em questão propôs uma análise que buscasse

quebrar paradigmas existentes na realidade da instituição militar

quanto o assunto a atividade física dos militares estaduais, mais

precisamente no âmbito dos batalhões convencionais.

Todos os aspectos analisados apontam para a inclusão de sistemas

de treinamento contínuo que, por mais simples que sejam, resultou

na melhoria da qualidade de vida dos militares, que além de de-

sempenharem melhor suas funções relativas ao combate ostensivo

da violência, passaram a ter uma melhor qualidade de vida junto ao

meio social. Sendo assim, buscamos não só demonstrar o conjunto

de aspectos contidos dentro de literaturas que norteiam a prática do

TFM, bem como outros referenciais que buscam caracterizar a im-

portância da prática da atividade física junto a este meio militar,

funcionando como uma justificativa plausível para sua introdução e

manutenção junto à polícia militar do RN, mais precisamente em

sua capital.

A falta de estudos relativos a treinamento físico policial mili-

tar ocasiona grande obstáculo a qualquer produção referente a esta

área não existindo muitas referencias cientificas que auxiliem na

Page 73: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 73

produção mais detalhada de um trabalho com estas características-

dificultando assim a comparação de dados com os nossos resulta-

dos, buscamos abrir novos caminhos principalmente no que se refe-

re a estudos voltados a esta área. Concluímos que é relevante a in-

clusão de treinamentos que busquem melhorar a saúde auxiliando

no exercício da profissão, bem como na vida social dos militares,

tanto convencionais como operacionais, tendo estes um sistema de

treinos bem definidos obedecendo a critérios com bases cientificas

e acompanhado por profissionais devidamente habilitados.

Page 74: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 74

Anexo 2 - Ficha de avaliação física:

Page 75: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 75

Anexo 3 - Anamnese

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JASON BARBOSA DE BRITO 76

Page 77: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 77

Anexo 4 - Autorização institucional para uso de prontuários:

Page 78: Livro Em PDF. Jason

JASON BARBOSA DE BRITO 78

Anexo 5 - Autorização para realização do trabalho na Organi-

zação Militar:

Page 79: Livro Em PDF. Jason

TREINAMENTO FISICO POLICIAL MILITAR 79

6.0 REFERÊNCIAS

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tória do corpo e da formação do Estado. História do Esporte Artigo. São Paulo. Vol.

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tados. Disponível em: http:://www2.câmara.gov.br› Atividade Legislativa › Legisla-

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FARINATTI, Paulo. Fisiologia e avaliação funcional. São Paulo: Sprint, 1992.

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http://boletimef.org/biblioteca/1466/Efeitos-do-treinamento-fisico-militar-na-

potencia-muscular-dos-membros-inferiores-e-nos-indicadores-da-composicao-

corporal Acesso em 11.10.2011

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MATSUDO, Victor et al. Promoção da Saúde Mediante o Aumento do nível de ativi-

dade física: a proposta do Programa Agita. São Paulo, mar. 2003. Disponível

em:<http://www.agitasp.com.br/pesquisa2.asp >. Acesso em: 31 mar 2012.

MINISTÉRIO DA DEFESA. Manual de Campanha C 20-20 - Treinamento Físico

Militar. 3ª ed. Brasília: EGGCF, 2002.

NAHAS, Markus V. Atividade física, saúde e qualidade de vida. 4ªed.

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OLIVEIRA, Ricardo Jacó. Saúde e atividade Física: algumas Abordagens sobre

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SOARES, Carmem Lúcia. Educação Física, Raízes Europeias e Brasil. 4ªed Campi-

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Associados.2002

World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global epidemic.

Reportof a WHO ConsultationonObesity.Geneva: WHO; 1998.

A vitória é a dádiva dos que possuem coragem para en-

frentar todas as adversidades, mesmo que tenha um mundo todo

contra si desacreditando que nunca seriamos capazes.

Brito B J

Sugestões e criticas:

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