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2010 UNICA Unio da Indstria de Cana-de-acar All Rights Reserved Av. Brigadeiro Faria Lima, 2179 9 andar Jardim Paulistano 01452-000 So Paulo, SP Brasil Tel: +55(11) 3093-4949 Fax: +55(11) 3812-1416 [email protected] www.unica.com.br

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Etanol e bioeletricidade : a cana-de-acar no futuro da matriz energtica / [coordenao e organizao Eduardo L. Leo de Souza e Isaias de Carvalho Macedo] . -- So Paulo : Luc Projetos de Comunicao, 2010. Vrios autores. Patrocinadores: Unica - Unio da Indstria de Cana-de-acar, Projeto AGORA 1. Agricultura sustentvel 2. Agronegcios - Brasil 3. Biocombustveis 4. Bioeletricidade 5. Bioenergia 6. Biomassa - Energia 7. Biotecnologia agrcola 8. Cana-de-acar - Indstria - Brasil 9. Etanol 10. Fontes energticas renovveis 11. Meio ambiente 12. Poltica energtica 13. Recursos energticos 14. Recursos naturais I. Sousa, Eduardo L. Leo de. II. Macedo, Isaias de Carvalho. 10-05729 CDD-639.981

ndices para catlogo sistemtico : 1. Brasil : Etanol e bioeletricidade : Cana-de-acar no futuro da matriz energtica : Agroenergia : Biotecnologia agrcola 639.981

Editora Luc Projetos de Comunicao Ltda. Rua Bem-Te-Vi, 333 cj13 Indianpolis 04524-030 So Paulo SP Fone (11) 5044 6099 [email protected] www.lucc.com.brImpresso Grficos Burti 1O edio: Junho de 2010

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Coordenao e Superviso Editorial Eduardo L. Leo de Sousa Diretor-Executivo da Unica Isaias de Carvalho Macedo Pesquisador da Unicamp Edio de Texto Oscar Pilagallo

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

O papel que o Brasil deve desempenhar

Este um livro fundamental para quem tenha viso estratgica e interesse na formulao de polticas estruturadas e de longo prazo na direo de uma matriz energtica definida e definitiva para o Brasil. Ao mesmo tempo em que orienta o estudioso quanto ao futuro, o livro mostra como foi errtica a atuao governamental para o setor no passado. Nem se pode dizer que houve uma estratgia para a matriz energtica, e sim que as coisas foram acontecendo meio ao sabor dos sonhos e projetos dos governantes que foram se sucedendo. Quanto tempo foi perdido por causa disso, quantas oportunidades desperdiadas, um dia a histria mostrar. Mas agora no h mais tempo a perder. O pas atingiu um grau de maturidade e um nvel de exposio internacional que no lhe permitem mais apenas surfar nas ondas que surgirem, por maior que seja a capacidade dos lderes nacionais de aproveitar oportunidades. Um programa consistente para a energia essencial para o avano do Brasil no cenrio global, e a agroenergia com os bicombustveis, bioeletricidade, alcoolqumica, e tudo o mais que vier da agricultura tem papel relevante. O livro aborda temas centrais, especialmente nas reas ambiental, social e econmica, trip da sustentabilidade, atravs de textos abrangentes preparados pelos melhores especialistas por setor: cada assunto esgotado com preciso. Por isso, gostaria apenas de, neste curto espao, colocar um ponto adicional: o poltico, no sentido mundial. As premissas so simples. Agricultura de alimentos e de fibras pode ser feita em qualquer lugar do mundo. Mesmo com pesados subsdios eventuais, qualquer pas produz comida. Agroenergia no, porque depende de trs fatores principais: disponibilidade de terra (com tudo que nela existe: gua, nutrientes minerais), planta adequada s condies edafoclimticas e sol.

Prefcio

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Ora, o sol est disposio na regio entre os trpicos de Cncer e de Capricrnio, onde se localizam os pases menos desenvolvidos do planeta, da sia, da frica subsahariana, da Amrica Latina. Portanto, esses pases sero os responsveis pela produo de agroenergia, promovendo a mudana da matriz energtica global, com todos os requisitos j referidos da sustentabilidade. E mais, a agroenergia gerar riqueza, renda e tambm a produo de alimentos nesses pases. Isso significa que a atividade permitir aos pases tropicais abastecer o mundo todo com energia fator absolutamente indispensvel para qualquer sociedade avanar assim como gerar os bens necessrios para seu prprio desenvolvimento. Essas condies permitiro a mais extraordinria revoluo no sculo XXI a mudana da geopoltica global ao diminuir as distncias abissais existentes entre ricos e pobres, ao contribuir para eliminar a fome no mundo e, sobretudo, ao reduzir o aquecimento global. O Brasil pode e deve liderar esse processo, ocupando um espao formidvel na histria universal. Para tanto, preciso cuidar da sua prpria estratgia nacional na direo da matriz energtica que o mundo todo admira e respeita. S assim ser possvel conduzir os processos que dominamos para outras regies do planeta.

Roberto Rodrigues

Roberto Rodrigues engenheiro agrnomo e agricultor, professor de economia rural da Unesp/Jaboticabal, coordenador do Centro de Agronegcio da FGV e presidente do Conselho do Agronegcio da Fiesp. Foi presidente da Organizao das Cooperativas Brasileiras, da Sociedade Rural Brasileira, da Associao Brasileira de Agribusiness e da Aliana Mundial de Cooperativas. Foi Secretrio de Agricultura de So Paulo (1993/94) e ministro da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (2003/2006).

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

Os autores dos estudos O mapa sucroenergtico do Brasil Marcos Fava Neves Vinicius Gustavo Trombin Matheus Consoli Externalidades sociais dos combustveis Mrcia Azanha Ferraz Dias de Moraes Cinthia Cabral da Costa Joaquim Jos Martins Guilhoto Luiz Gustavo Antonio de Souza Fabola Cristina Ribeiro de Oliveira Contribuio do etanol para a mudana do clima Luiz Gylvan Meira Filho Isaias C. Macedo O etanol e a sade Paulo Hilrio Nascimento Saldiva Maria de Ftima Andrade Simone Georges El Khouri Miraglia Paulo Afonso de Andr A bioeletricidade sucroenergtica na matriz eltrica Nivalde Jos de Castro Roberto Brando Guilherme de A. Dantas O etanol como combustvel Francisco Nigro Alfred Szwarc Polticas internacionais de biocombustveis Adriano Pires Rafael Schechtman Mercado e concorrncia do etanol Elizabeth Farina Claudia Viegas Paula Pereda Carolina Garcia O etanol na matriz energtica brasileira Sergio Valdir Bajay Luiz Augusto Horta Nogueira Francisco Jos Rocha de Sousa

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10 14 44 76 98 136 154 190 226 260 312

apresentao Marcos Sawaya Jank UMA MATRIz DE COMBUSTVEIS PARA O BRASIL captulo 01 O MAPA SUCROENERGTICO DO BRASIL captulo 02 EXTERNALIDADES SOCIAIS DOS COMBUSTVEIS captulo 03 CONTRIBUIO DO ETANOL PARA A MUDANA DO CLIMA captulo 04 O ETANOL E A SADE captulo 05 A BIOELETRICIDADE SUCROENERGTICA NA MATRIz ELTRICA captulo 06 O ETANOL COMO COMBUSTVEL captulo 07 POLTICAS INTERNACIONAIS DE BIOCOMBUSTVEIS captulo 08 MERCADO E CONCORRNCIA DO ETANOL captulo 09 O ETANOL NA MATRIz ENERGTICA BRASILEIRA

AUTORES E ORGANIzADORES

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

Uma matriz de combustveis para o BrasilMarcos Sawaya Jank

A matriz energtica brasileira, que se destaca pela grande incidncia de fontes renovveis, passou por transformaes que a colocaram entre as mais limpas do mundo. Nesta dcada, a participao do petrleo e derivados na matriz diminuiu cerca de oito pontos percentuais: passou de 45,5% em 2000 para 37,9% em 2009. Ao fim desse perodo, cerca de 18% da energia consumida no pas j provinha de derivados da canade-acar, ultrapassando a energia hidrulica em importncia na matriz e assumindo o segundo lugar. importante enfatizar, no entanto, que, considerando-se um perodo mais longo, esse avano foi registrado em parte apesar das polticas pblicas e no por causa delas. Nas ltimas trs dcadas, a ausncia de uma poltica de longo prazo para os combustveis gerou forte instabilidade na produo e consumo da energia alternativa. As crises do petrleo no foram suficientes para que surgissem polticas governamentais preocupadas com a sustentabilidade dos combustveis renovveis. Ao contrrio, as polticas adotadas, em particular aps o primeiro choque do petrleo, conduziram a ciclos de substituio de combustveis com efeitos negativos para todos os envolvidos, inclusive o consumidor. Desde a dcada de 70, houve ao menos cinco fases associadas a polticas de curto prazo para combustveis, que enviaram sinais imprecisos ao mercado e fragilizaram o fluxo de investimentos. So elas: Fase 1: processo de dieselizao da matriz na dcada de 70. O primeiro processo de substituio foi o da gasolina pelo diesel, devido poltica de preos artificiais. Isso provocou aumento da frota a diesel e das importaes do combustvel. Fase 2: inovao do Prolcool na dcada de 80. Lanado em meados dos anos 70, o Prolcool inicialmente ampliou o uso do etanol anidro misturado gasolina. Essa mistura j era utilizada desde 1938 e tinha por objetivo a absoro do excedente da produo de etanol e a substituio do chumbo-tetraetila, altamente poluente, como aditivo gasolina. O segundo choque do petrleo, em 1979, quando o seu preo atingiu novo pico histrico, viabilizou a entrada dos veculos movidos a etanol hidratado no mercado, inaugurando nova fase do Prolcool. O sucesso dessa fase foi to grande que 95% dos veculos leves produzidos em 1985 eram movidos a etanol hidratado. Fase 3: nova gasolinizao da matriz na dcada de 90. Com a queda dos preos internacionais do petrleo, o etanol comeou a perder competitividade frente gasolina, no obstante os bons resultados no aumento da produtividade pela indstria sucroenergtica. O governo reduziu os incentivos e no houve como remunerar o alto nvel de oferta necessria para o atendimento da frota, culminando na crise de desabastecimento de etanol em 1989/1990. Com isso, a gasolina rapidamente recuperou espao. Fase 4: incentivos ao Gs Natural Veicular (GNV) no final da dcada de 90. Nesse perodo, comea a forte expanso da converso de veculos para gs, substituindo o etanol hidratado e a gasolina. Esse incentivo, que teve como principal estmulo o excedente temporrio de gs natural, levou migrao de significativa parcela da frota de carros das capitais para o uso desse combustvel, cuja oferta cada vez mais escassa e cara.

Apresentao

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Fase 5: a revoluo do flex. Em 2003, com a introduo dos veculos bicombustveis, comea nova etapa do etanol hidratado. Com a nova tecnologia, o consumidor escolhe o combustvel ao abastecer, e no mais quando da compra do veculo. Entre 2003 e incio de 2010 foram comercializados mais de 10 milhes de carros flex. Hoje, eles so responsveis por mais de 90% dos veculos comercializados no pas. O crescimento da frota flex e a manuteno da competitividade do preo do etanol em relao ao da gasolina fizeram com que as vendas do etanol hidratado quintuplicassem em cinco anos. Desde abril de 2008, a venda mensal de etanol (somados o hidratado e o anidro) superou a de gasolina pura um marco indito e admirado no mundo. Graas a esse feito, pode-se afirmar que no Brasil o combustvel alternativo hoje a gasolina. Hoje, o mercado aposta no etanol. Alm da significativa expanso das plantas tradicionais, mais de cem novas unidades entraram em operao entre 2005 e 2009, totalizando investimentos da ordem de US$ 20 bilhes. Apesar desse forte afluxo de investimentos, continuam as incertezas quanto participao do etanol na futura matriz de combustveis, compreensveis ao se analisar a variao das polticas nos ltimos 40 anos. Diversos ainda so os sinais: de um lado, persiste o estmulo ao consumo de gs natural combustvel, apesar da escassez recente. De outro, mantm-se os artificialismos nos preos da gasolina, com subsdios cruzados entre os derivados de petrleo, o que, alm de causar problemas para o setor industrial, gera distoresA dana dos combustveis (em milhes de tep*)1 Choque Petrleo 2 Choque Petrleo Contrachoque Petrleo Lei do Petrleo Lei 9.478/97 1.000 1.500

Consumo mensal nacional de etanol e gasolina(em milhes de litros/ms) 2.000

Gasolina

500

Etanol0 Jan 2000 Jul 2009

Nota: dados de gasolina referem-se gasolina A; dados de etanol compreendem consumo de etanol anidro e hidratado. Fonte: ANP. Elaborao: UNICA.

35 30 25 20 15 10 5 0

Veculos Flex

Substituio Gasolina Diesel

Gasolina

Etanol Etanol Gasolina Gs

1970

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82

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98

00

02

04

06 Etanol

2008 2009

Gs Natural* Toneladas equivalentes de petrleo Fontes: MME.

leo Diesel

Gasolina

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no mercado em que o etanol hidratado compete diretamente com a gasolina. Ao mesmo tempo, de vez em quando retorna pauta o apoio introduo de carros de passeios movidos a diesel, a despeito das evidentes consequncias econmicas e ambientais negativas de tal medida. Finalmente, no se podem desconsiderar as perspectivas do pr-sal, que em alguns anos implicar importantes investimentos na extrao e refino do petrleo, aumentando substancialmente a produo de petrleo e derivados. Em sntese, o que se observou nas ltimas dcadas e ainda se observa hoje foi uma situao ciclotmica no mercado de combustveis, o que provoca insegurana nos consumidores e incerteza para os investidores. Por isso, fundamental um ordenamento de longo prazo, que oriente polticas pblicas compatveis com uma economia de mercado, criando um ambiente estvel para investimentos e garantias duradouras aos consumidores. Tal diretiva deve contemplar a adoo de mecanismos fiscais capazes de incorporar no sistema de preos os valores das externalidades positivas dos combustveis renovveis que o mercado autnomo no captura. absolutamente necessria e urgente a definio de uma matriz energtica consistente e duradoura, baseada em critrios de sustentabilidade na produo e no uso dos combustveis. O cenrio econmico mundial oferece uma oportunidade mpar para o Brasil se consolidar como lder global na poltica de combustveis, seja biocombustveis ou fsseis, a partir do estabelecimento de metas e cenrios futuros de oferta e demanda para cada componente de sua matriz de combustveis. A matriz de combustveis, portanto, deve atender s expectativas dos vrios agentes envolvidos: produtores de biocombustveis, exploradores e refinadores de petrleo, distribuidores de combustveis, indstria automobilstica, consumidores, governo e a sociedade como um todo. No so poucos nem irrelevantes os benefcios da entronizao dos biocombustveis no arcabouo institucional do Brasil. Eles so de natureza social (gerao de empregos e riqueza no interior e melhoria na distribuio de renda), ambiental (mitigao das conseqncias negativas das mudanas climticas) e econmica (gerao de renda e tributos). Todos esses itens so atributos da sustentabilidade e do desenvolvimento limpo, com justia social. Essa ser uma importante contribuio do Brasil e da sociedade brasileira para um crescimento mundial sustentado. * Este livro traz um conjunto de informaes inditas e ilustrativas que certamente servir de subsdio para a definio de uma matriz energtica que seja do interesse da sociedade. Os estudos aqui apresentados identificam e quantificam os benefcios do uso do etanol e da bioeletricidade para a sociedade. A primeira contribuio desta iniciativa, contida no captulo 1, mapear o setor, algo que nunca havia sido feito com tal rigor tcnico. O retrato que emerge do levantamento exaustivo mostra que o setor sucroenergtico gera renda, anualmente, de mais de US$ 28 bilhes, includos a tributos de mais de US$ 7 bilhes.

Apresentao

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O estudo seguinte, no captulo 2, mostra a capilaridade do setor, fundamental para a interiorizao da riqueza. Em So Paulo, por exemplo, a atividade da cana est presente em mais de 60% dos 645 municpios, denotando expressiva distribuio na gerao de desenvolvimento e emprego. O mesmo trabalho faz uma simulao ilustrativa do potencial do etanol como gerador de empregos: se 15% da gasolina atualmente consumida fosse substituda por lcool combustvel, 117 mil postos de trabalho seriam criados, gerando uma renda adicional de quase R$ 250 milhes ao ano. sabido que o meio ambiente ganha com a maior utilizao do etanol. O captulo 3 trata da quantificao desse ganho: medies tcnicas indicam que o etanol de cana-de-acar capaz de reduzir as emisses de gases de efeito estufa em mais de 90%, quando comparado com a gasolina. uma vantagem que pode ser expressa de outra forma: cada litro de etanol equivale a US$ 0,20 que deixam de ser gastos em medidas para mitigar a emisso de gases poluentes, reduzindo os investimentos que o pas aplicaria no desenvolvimento de outras tecnologias para fazer sua parte no esforo mundial para controlar o aquecimento global. As questes mais relevantes, porm, no podem ser simplesmente traduzidas em cifres. O estudo sobre o impacto na sade pblica da substituio progressiva de derivados de petrleo por etanol, tema do captulo 4, revela uma projeo surpreendente: se a frota cativa de nibus da regio metropolitana de So Paulo trocasse o diesel por etanol, mais de 1.200 internaes hospitalares seriam evitadas e 250 vidas seriam salvas a cada ano, a metade do nmero de mortes causadas por tuberculose na regio em 2007. Com base nos nmeros apresentados, podemos estimar que a substituio de gasolina por etanol levaria uma economia (nos custos de sade pblica, morbidade e mortalidade) de um centavo de dlar por litro de etanol e a substituio de diesel por etanol pouparia trs centavos de dlar por litro de etanol usado. E, quando se pensa a energia de forma mais abrangente, a cana-de-acar no apenas etanol. tambm bioeletricidade, a eletricidade obtida da biomassa o bagao e a palha da cana com uma complementao ideal do regime pluviomtrico da gerao hidreltrica, pois a safra da cana concentrada no perodo de seca no Centro-Sul. E esse outro aspecto, tratado no captulo 5, que no pode escapar aos formulares da matriz energtica brasileira. Nos captulos 6 e 7 uma srie de propostas apresentada, incluindo polticas para induzir o aperfeioamento tecnolgico dos veculos flex e para a ampliao dos mercados para o etanol. O captulo 8 descreve a analisa a estrutura de produo do etanol no Brasil e sugere polticas que podero aperfeioar o modelo de comercializao desse combustvel. O conjunto de trabalhos culmina, no captulo 9, com uma anlise das principais fontes de energia do pas. O texto apresenta importantes consideraes sobre mecanismos que asseguraro a participao crescente de fontes renovveis e limpas na nossa matriz energtica. A UNICA, ao reunir este conjunto de trabalhos, tem a certeza de estar contribuindo para o debate nacional visando definio dessa matriz.

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

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O mapa sucroenergtico do Brasil

Marcos Fava Neves Vinicius Gustavo Trombin Matheus Consoli

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

Apesar de sua importncia histrica, que remonta ao tempo da colonizao, o negcio da cana-de-acar no Brasil nunca havia sido fotografado em plano panormico. Agora, pela primeira vez, com este mapeamento, o setor sucroenergtico dimensionado em toda a sua cadeia produtiva. O trabalho s foi possvel com a aplicao do mtodo Gesto Estratgica de Sistemas Agroindustriais, mais conhecido como Gesis, desenvolvido por Marcos Fava Neves, coordenador da Markestrat (Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratgia da USP). Com o uso desse mtodo, aferiu-se que, em 2008, o setor gerou riqueza de US$ 28,15 bilhes, equivalente a quase 2% do Produto Interno Bruto do Brasil. Quando considerada a soma total das vendas dos diversos elos que compem o sistema de produo agroindustrial da cana, o valor alcana US$ 86,8 bilhes.

O mapa sucroenergtico do Brasil

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O setor mantm 1,28 milho de postos de trabalho formais, de acordo com dados de 2008 da Rais (Relao Anual de Informaes Sociais do Ministrio do Trabalho e Emprego). A massa salarial estimada em US$ 738 milhes. A tendncia que o PIB do setor continue crescendo. Etanol e acar ainda representam as receitas mais relevantes, com receitas de US$ 12,5 bilhes e US$ 9,8 bilhes, respectivamente, mas novos produtos que compem o faturamento do setor se tornaro mais importantes. A bioletricidade j gera uma receita anual de quase US$ 400 milhes e espera-se um crescimento exponencial nos prximos anos. As leveduras j representam faturamento superior a US$ 60 milhes. Produtos como bioplsticos entraram em escala de produo industrial em 2010. Novas tecnologias, como o diesel a partir da cana, o biobutanol e etanol celulsico representam importantes fronteiras tecnolgicas e so promessas concretas para os prximos anos. Quanto aos crditos de carbono, tambm devero ganhar importncia na proporo da crescente preocupao com economias de baixo carbono.

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1. IntroduoA indstria de cana-de-acar de longa data um dos esteios da economia brasileira. A partir da introduo das primeiras mudas no pas, em 1532, por mais de dois sculos o acar foi o principal produto brasileiro. H cerca de 40 anos, teve incio a transformao do setor. Alm do acar, as usinas passaram a ter foco na produo do etanol e, mais recentemente, a ateno voltou-se bioeletricidade, aos alcoolqumicos e comercializao de crditos de carbono. Tudo isso com a possibilidade do emprego de tecnologias avanadas que aumentam a produtividade e reduzem custos. Trata-se de um novo patamar de negcios, no qual a competitividade a ordem do dia. Os avanos do setor sucroenergtico, no entanto, no ficaram restritos tecnologia. A nova usina brasileira tambm est comprometida com as questes sociais e ambientais. A melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, a racionalizao do uso da terra e da gua, a mitigao dos efeitos da mecanizao da colheita e a preservao de ecossistemas fazem parte da agenda de trabalho do setor sucroenergtico, que um dos grandes empregadores no Brasil. Embora os avanos no sejam poucos, ainda h muito trabalho pela frente para que o setor possa crescer ainda mais. Externamente, preciso convencer os crticos de que o aumento da produo brasileira de cana-de-acar no acontece nas reas de floresta, de que h regularidade no fornecimento do etanol e de que as condies de produo so sustentveis. Internamente, preciso mostrar sociedade que existe uma srie de outros benefcios, alm dos econmicos, ao se optar pelo etanol como combustvel. Uma das formas de se fazer isso avaliar o impacto econmico e social da atividade, que que se pretende com este relatrio. Este trabalho, que rene dados coletados em quatro meses por uma equipe de dez pesquisadores, busca dimensionar a movimentao financeira, os empregos e o PIB do setor sucroenergtico.

Figura 1 Etapa 1

Mtodo proposto para planejamento e gesto estratgica de sistemas agroindustriais Etapa 2 Descrio, mapeamento e quantificao de um sistema agroindustrial Etapa 3 Criao de uma organizao vertical no sistema agroindustrial Etapa 4 Montagem de um plano estratgico para o sistema agroindustrial Etapa 5 Administrao dos projetos priorizados e elaborao de contratos

Iniciativa de lderes, governo, institutos de pesquisa e universidades em planejar o futuro de um sistema agroindustrial

Fonte: Neves (2008).

O mapa sucroenergtico do Brasil

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2. ObjetivosO objetivo desta pesquisa mapear e quantificar o sistema agroindustrial da cana-de-acar no Brasil. O produto principal deste estudo uma estimativa de quanto as empresas, que atuam nos diferentes elos da cadeia produtiva, faturaram com o setor sucroenergtico em 2008, bem como o PIB setorial. Alm da movimentao financeira, outro enfoque da pesquisa a quantificao dos empregos e impostos gerados no setor. Esta pesquisa parte de uma iniciativa da UNICA, que tem como objetivos ampliar o conhecimento sobre o setor sucroenergtico e transmitir opinio pblica informaes sobre os benefcios da produo e do uso de energias limpas, renovveis e sustentveis de origem agrcola.

3. MtodoUtilizou-se neste trabalho o Mtodo Gesis (Planejamento e Gesto Estratgica de Sistemas Agroindustriais). Este mtodo, desenvolvido pelo professor Marcos Fava Neves em 2004, foi aplicado em trabalhos semelhantes no Brasil, Argentina, Uruguai e frica do Sul. Sob sua coordenao, foram realizados o mapeamento e quantificao das cadeias da laranja (em 2004), do trigo (em 2005) e do leite (em 2007). Por ter sido apresentado e publicado em diversos congressos internacionais de negcios, o mtodo Gesis se tornou conhecido por pesquisadores de diversas partes do mundo. Em 2007, foi empregado no Uruguai e na Argentina para as cadeias do trigo e leite, respectivamente.Metodologia para descrio, mapeamento e quantificaoFases da Etapa 2 Fase 1 Descrio do sistema (cadeia) agroindustrial em estudo Fase 2 Apresentao da descrio para executivos e outros especialistas, visando a ajustes na estrutura Fase 3 Pesquisa de dados de vendas em associaes, instituies e publicaes Fase 4 Entrevistas com especialistas e executivos de empresas Procedimentos Desenho do sistema agroindustrial por meio de caixas, respeitando o fluxo dos produtos, dos insumos ao consumidor final (desenho do sistema). Com a primeira verso da descrio, so realizadas entrevistas em profundidade com executivos de empresas do setor e outros especialistas (pesquisadores, lideranas setoriais, entre outros) com vistas a ajustar o desenho proposto. Algumas associaes privadas disponibilizam para seus membros dados sobre vendas, s vezes at na internet. Uma cuidadosa reviso bibliogrfica tambm realizada em busca de dissertaes/teses recentes, alm de artigos em revistas/jornais acadmicos ou de grande circulao. Este o ponto central da metodologia. So realizadas entrevistas com gerentes, buscando levantar o montante financeiro vendido pelas empresas do setor em estudo. Tambm so realizadas entrevistas com diretores de compra, visando estimar o mercado a partir do lado oposto de um elo do sistema. Neste ponto, todos os dados obtidos so processados e inseridos na descrio logo abaixo do nome da indstria. Os dados so, ento, enviados para as empresas que colaboraram e que analisaro os valores. Solicita-se que as empresas enviem de volta os dados com seus comentrios e contribuies. Na fase final, realizado um workshop para a apresentao dos resultados e a discusso dos nmeros.

Quadro 1

Fase 5 Quantificao

Fase 6 Workshop de validaoFonte: Neves (2008).

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

Conforme apresentado na Figura 1, a descrio, o mapeamento e a quantificao de um sistema agroindustrial uma das etapas do Mtodo Gesis. Em funo do escopo deste projeto, apenas essa etapa ser realizada. No entanto, vale ressaltar que, por se tratar de etapa inicial, a sua execuo serve como preparao para que no futuro possam ser realizadas as demais etapas, ampliando assim o enfoque para o desenvolvimento de objetivos e estratgias coletivas. A etapa 2 do Mtodo Gesis, foco desta pesquisa, consiste na execuo das seis fases descritas detalhadamente no Quadro 1.

4. ResultadosO PIB do setor sucroenergtico foi de US$ 28,2 bilhes, equivalente a quase 2% do PIB nacional ou quase totalidade da riqueza gerada em um ano por um pas como o Uruguai (US$ 32 bilhes). O clculo do PIB setorial foi estimado atravs da soma das vendas dos bens finais do sistema agroindustrial da cana-de-acar. Utilizou-se a taxa de cmbio de R$ 1,84 por dlar, a mdia de 2008. A tabela 1 apresenta o faturamento dos principais produtos do setor nos mercados interno e externo. A Figura 2 representa o sistema agroindustrial da cana-de-acar, e os valores abaixo de cada elo indicam o faturamento bruto desse segmento com o setor sucroenergtico em 2008. A receita bruta total do setor sucroenergtico naquele ano foi de US$ 86,8 bilhes. Esse valor representa a somatria das vendas estimadas dos diversos elos do sistema agroindustrial e das movimentaes financeiras dos agentes facilitadores. Por haver dupla contagem, a receita bruta do setor no comparvel ao PIB nacional. Logo abaixo da Figura 2, a receita bruta de cada elo da cadeia produtiva detalhada.

Tabela 1Produto Etanol Hidratado Etanol Anidro

Estimativa do PIB sucroenergtico com base nos produtos finais em US$ milhesMercado Interno (MI) 11.114,50 2.972,89 438,78a 5.297,14b c

Mercado Externo (ME) 23,78 2.366,33 n.d. 5.482,96 n.d. 42,2 3,48 7.918,75

Total (MI + ME) 11.138,28 5.339,22 438,78 10.780,10 389,63 63,61 3,48 28.153,10

Etanol no-combustvel Acar Bioletricidade Levedura e Aditivo Crdito de Carbono Totala c

389,63

21,41 n.d 20.234,35

Fonte: : Neves, Trombin e Consoli, com dados gerados por Markestrat (2009). b Venda das usinas para a indstria de bebidas e cosmticos. Soma das vendas de acar das usinas para a indstria e as vendas do varejo. Venda das usinas nos leiles de energia.

O mapa sucroenergtico do Brasil

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Indstria de insumos agrcolas Antes das fazendasA indstria de insumos agrcolas faturou com o setor sucroenergtico US$ 9,3 bilhes em 2008 (includo o faturamento de US$ 477,5 milhes com defensivos pelas cooperativas e revendas agrcolas). O Grfico 1 sumariza os faturamentos desse elo, que so detalhados no texto a seguir. A cana-de-acar respondeu por 14% das vendas de fertilizantes agrcolas no Brasil em 2008, totalizando US$ 2,3 bilhes (3.140 mil toneladas). O uso desse insumo nas lavouras de cana-de-acar essencial e o aumento da rea plantada de cana-de-acar nos ltimos anos tem provocado incremento na demanda de fertilizantes, mesmo diante de uma relao de troca desfavorvel. Enquanto em 2007 eram necessrias

Faturamento do elo insumos agrcolas Antes da Fazenda US$ milhesAuto-Peas e Servios Fertilizantes leo Diesel e Lubrificante Defensivos Colhedoras Implementos Caminhes Tratores Carrocerias, reboques e semi-reboques EPI Corretivos 0426,52 425,67 331,39 320,87 233,36 53,80 50,56 768,44 1.054,01 2.259,09

Grfico 12.851,19

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

Insumos Agrcolas Autopeas e Servios Fertilizantes leo Diesel e Lubrificante Defensivos Colhedora Implementos Caminhes Tratores Carrocerias, reboques e semi-reboques EPI Corretivos

Valor Bruto 2.851,19 2.259,09 1.054,01 768,44 426,52 425,67 331,39 320,87 233,36 53,80 50,56

Imposto sobre Vendas 1 810,00 271,09 258,44 92,21 121,17 120,93 94,14 91,16 66,30 15,28 6,07

Valor Lquido 2.041,19 1.988,00 795,57 676,23 305,35 304,74 237,25 229,71 167,06 38,52 44,49

1 IPI, ICMS, PIS e Cofins Fonte: Neves, Trombin e Consoli, com dados gerados por Markestrat (2009).

22

Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

Figura 2

Cadeia SucroenergticaNas Fazendas 11.509,75

Antes das Fazendas 9.252,42Fertilizantes 2.259,09 Defensivos 768,44 Corretivos 50,56 Autopeas e Servios de Manuteno 2.851,19 Colhedoras 426,52 Tratores 320,87

Produo de Cana-de-Acar Prpria: 6.387,91 Fornecedores: 5.121,84

Equipamentos 3.400,99 Gerador de Vapor .....667,13 Recepo/Extrao ...568,13 Destilaria ...................469,13 Indstria de Acar.. 354,38 Gerador de Energia.....274,5 Outros Montagem ... 411,75 Para Manuteno .... 655,98 Automao/Instrumentao 269,76 Instalaes Eltricas 366,00 Construo Civil 594,75 Servios de Montagem e Manuteno 1.110,35 Produtos Qumicos 463,82 leo Combustvel e Lubrificante 94,19 Sacarias 45,42 Big Bags 14,67 Materiais de Laboratrio 15,46 Equipamento de Proteo 38,96

Revendas e Cooperativas 477,54 com defensivos

Implementos 425,66Caminhes 331,36 Carrocerias, reboques e semirreboques 233,36 leo Diesel e Lubrificante 1.054 ,01 Equipamento de Proteo 53,80

Agentes FacilitadoresBNDES: 3.530,79 Custo Porturio (Santos): 213,52 Massa Salarial: 738,33 CCT Tercerizado1: 916,32 P&D: 79,15 Planos de Sade3: Sade3: 125,51

2

1 CCT = Corte, Carregamento e Transporte, no Centro-Sul. 3 Volume exportados pelos Portos de Santos e Paranagu. e 4 Apenas Estado de So Paulo.

O mapa sucroenergtico do Brasil

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em US$ milhes, 2008

PIB do setor US$ 28,2 bilhesAps as Fazendas 52.795,27USINAS Total 22.639,17

Etanol 12.417,36 Mercado Interno Hidratado: 6.615,58 Anidro: 2.972,89 No-energtico: 438,78 Mercado Externo Hidratado: 1.179,91 Anidro: 1.210,20 Acar 9.765,08 Mercado Interno Indstria: 2.037,88 Atacado: 580,57 Varejo: 1.663,66 Mercado Externo Acar bruto: 3.699,55 Acar branco: 1.833,41 Bioeletricidade 389,63 Leveduras e Aditivos Mercado Interno Indstria de Rao: 21,41 Mercado Externo Indstria de Rao: 42,20 Crdito de Carbono 3,48 Bioplstico (escala no-comercial

Distribuidor 8.624,05 Indstrias de Bebidas e Cosmticos

Posto 11.114,50

Varejo 3.259,26 Atacadista 743,89 Indstria de Alimentos e Outras

Consumidor Livre

Distribuidores

Consumidor Especial

Indstria de Rao Animal

(prestadores de servio): 13.275,58Frete Rodovirio Exportao2: 539,03 Eventos: 5,32 Alimentao4: 188,26 Pedgios Exportao (Santos): 79,96 Revistas: 3,99 Impostos Agregados no SAG: 6.855,41

Fonte: Elaborado por Neves, Trombin, Consoli, 2009.

Consumidor Final

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

19,8 toneladas de cana-de-acar para adquirir uma tonelada de fertilizante, em 2008 o volume disparou para 36,3 toneladas. Tal fato ocorreu devido ao aumento dos preos dos fertilizantes e a diminuio do ATR (Acar Total Recupervel). As vendas de corretivos para as lavouras canavieiras em 2008 foram estimadas em US$ 50,6 milhes, com consumo de 2.999 mil toneladas. Em 2008, a indstria produtora de defensivos agrcolas no Brasil para a cultura da cana-de-acar faturou US$ 768,4 milhes. As cooperativas foram responsveis por 61% das vendas de defensivos para cana e as revendas agrcolas 2%, juntas faturaram mais US$ 477,5 milhes. As vendas realizadas diretamente s usinas representaram 37%. Do montante desembolsado com defensivos pelos agricultores nas lavouras de cana-de-acar, 73,5% foram gastos com herbicidas, 22,8% com inseticidas e 3,7% com fungicidas. Cerca de 3.970 tratores foram comercializados para o setor sucroenergtico em 2008, gerando faturamento de US$ 320,9 milhes. As vendas para o setor representam 9% das vendas totais de tratores no pas. O setor sucroenergtico foi responsvel pela compra de 47% dos tratores vendidos com potencia acima de 200 cv. O faturamento com implementos foi da ordem de US$ 425,7 milhes. O segmento inclui arados, transbordos, grades, pulverizadores, subsoladores, autopropelidos, irrigao, entre outros. O setor de autopeas e servios de manuteno de mquinas e equipamentos faturou US$ 2,9 bilhes em 2008. O valor inclui peas e mo-de-obra para cerca de 144 mil mquinas em operao no setor, que consomem anualmente quase US$ 20 mil em manuteno por unidade. O setor sucroenergtico adquiriu 22% das colhedoras vendidas em 2008, contabilizando faturamento de US$ 426,5 milhes. Foram vendidas 981 unidades para o setor, representando crescimento de 52% em relao a 2007. A frota nacional de colhedoras de cana quase dobrou, em grande parte devido exigncia do fim das queimadas. At 2007 havia 1,28 mil colhedoras nas lavouras de cana. As vendas de caminhes pesados, categoria com peso bruto total acima de 40 toneladas, tambm foram impulsionadas pelo crescimento do setor sucroenergtico. Alm de fazerem o transporte do etanol, esses caminhes respondem por 80% do transporte da cana-de-acar. Estima-se que em 2008 foram vendidos 1.962 caminhes pesados para o setor, equivalente a 5% das vendas totais de caminhes dessa categoria no pas. O setor sucroenergtico gerou movimentao financeira de US$ 331,4 milhes nesse segmento. Em 2008, as vendas de carrocerias, reboques e semirreboques foram estimadas em US$ 233,4 milhes. Alm das 488 carrocerias vendidas, registrou-se o emplacamento de 4.856 reboques e semirreboques canavieiros, os quais representam 9% das vendas totais da linha pesada no Brasil, e um crescimento de 11% em relao a 2007. As operaes mecanizadas na produo agrcola e no transporte da cana-de-acar do campo unidade industrial consumiram quase um bilho de litros de leo diesel e lubrificantes em 2008, movimentando US$ 1,0 bilho. Aps a publicao da Norma Regulamentadora n31 em 2005, observou-se o aumento dos investimentos das usinas em sade e segurana dos trabalhadores. Prova disso so as vendas de EPIs (equipamentos de proteo individual) agrcolas, que em 2008 movimentaram US$ 53,8 milhes.

O mapa sucroenergtico do Brasil

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Produo de cana-de-acar Nas fazendasA safra 2008/09 de cana-de-acar, de 568,9 milhes de toneladas em rea plantada de 8,5 milhes de hectares (incluindo a rea em produo, em formao, muda e bisada), foi recorde. O Estado de So Paulo foi responsvel por 68,6% da moagem de cana da regio Centro-Sul. Nessa regio, Minas Gerais foi o Estado cuja produo mais cresceu nos ltimos cinco anos, com aumento de 1,8% (seguido por Gois, com 1,6%). As 568,9 milhes de toneladas de cana-de-acar modas na safra 2008/09 geraram faturamento de US$ 11,5 bilhes no setor sucroenergtico. O rendimento da matria-prima foi de 143,25 quilos de ATR (Acar Total Recupervel) por tonelada de cana, uma reduo de 2% em relao safra anterior. O valor mdio do ATR na safra 2008/09 foi de US$ 0,14 1 . O valor mdio da tonelada de cana na safra 2008/09 foi de US$ 20,23 (R$ 39,85). Na safra 2008/09, conforme apresentado no Grfico 2, a cana de fornecedores representou 44,5% do abastecimento da indstria (US$ 5,1 bilhes) com 55,5% de cana prpria (US$ 6,4 bilhes).

Equipamentos, servios e insumos industriais Aps as fazendasA indstria de insumos industriais faturou com o setor sucroenergtico US$ 6,4 bilhes em 2008, como se ver a seguir. Para quantificar o faturamento dos fornecedores de equipamentos industriais e das empresas que prestam servios de montagem foram considerados os investimentos realizados pelas 29 usinas/destilarias que entraram em operao em 2008. Como esses investimentos devem ter tido incio em 2006, no representam o faturamento dessas empresas nesse ano, e sim uma estimativa da movimentao financeira gerada para a instalao dessas novas unidades que comearam a produzir em 2008. Das 29 unidades industriais, adotou-se como premissa que quatro so usinas, para a produo de acar e etanol (sendo trs com capacidade de moagem de 1,5 milho de tonelada de cana-de-acar e uma com capacidade de 3 milhes de toneladas) e 25 so destilarias, para a produo somente de etanol (sendo 15 com capacidade de moagem de 1,5 milho de toneladas e dez com capacidade de 3 milhes de toneladas).

Faturamento da cana-de-acar US$ milhesCana-de Acar Nas Fazendas Prpria6.387,91

Grfico 2

Fornecedores

5.121,84

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

Fonte: Neves, Trombin e Consoli, com dados gerados por Markestrat (2009).

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

O investimento mdio para montagem da parte industrial de uma usina foi estimado em US$ 85/t de canade-acar (capacidade de moagem) e, de uma destilaria, US$ 75/t. A Tabela 2 apresenta a proporo do montante entre os investimentos necessrios e a Tabela 3 detalha o investimento em equipamentos. Alm dos investimentos relacionados montagem das novas unidades, foram tambm consideradas as vendas dos equipamentos e servios destinados manuteno das unidades industriais, que realizada na entre-safra. Nesse item, considerou-se o custo estimado de manuteno na regio Centro-Sul de US$ 1,68/t de cana-de-acar moda, sendo 62,50% gasto com equipamentos e 37,50%, com servios. Na regio Norte-Nordeste esse custo foi de US$ 2,08, sendo 86,70% gasto com equipamentos e 13,30%, com servios. Foram tambm considerados os projetos de automao e instrumentao vendidos em 2008 para o setor sucroenergtico (cerca de 41 projetos alm dos que foram vendidos para as 29 novas unidades).

Tabela 2Item Equipamentos Montagem eletromecnica Construo civil Instalaes eltricas Instrumentao / Automao

Proporo do investimento entre os itens% do investimento total 60 7 13 8 2 10 100

Servios de engenharia, isolamento trmico e pintura TotalFonte: Elaborado por Markestrat a partir de dados fornecidos pela Procknor Engenharia.

Tabela 3Tipo de Equipamento Geradores de vapor Sistema Recepo/Extrao Destilaria Indstria de acar Turbinas/Geradores de energia Outros Total

Proporo do investimento por tipo de equipamento% do Investimento em Equipamentos Usina 25 20 15 15 10 15 100 Destilaria 20 25 30 0 10 15 100

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de dados fornecidos pela Procknor Engenharia.

O mapa sucroenergtico do Brasil

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Considerando essas premissas, o faturamento dos fornecedores de equipamentos industriais foi estimado em US$ 3,4 bilhes. As vendas de automao e instrumentao foram de US$ 269,7 milhes. Os fornecedores de servios de montagem e manuteno faturaram US$ 1,1 bilho. O setor de construo civil faturou US$ 594,8 milhes e o de instalaes eltricas US$ 366,0 milhes para instalao das novas unidades industriais. O setor sucroenergtico gerou faturamento de US$ 463,8 milhes com a compra de produtos e especialidades qumicas para a produo de etanol e acar, incluindo cal virgem e hidratada, commoditties qumicas, polmeros, auxiliares na produo de acar e etanol, levedura/fermento, tratamento de guas e resinas de troca inica, entre outros. O consumo de combustvel e leo lubrificante para a operao industrial foi de 70 milhes de litros, gerando faturamento de US$ 94,2 milhes. Com materiais de laboratrio o setor movimentou US$ 15,5 milhes. Com sacarias de 50 quilos foram gastos US$ 45,4 milhes e com big bags de 1.200 quilos, US$ 14,7 milhes. Com EPIs industriais foram movimentados US$ 38,9 milhes. O Grfico 3 sumariza os faturamentos desse elo.

Faturamento Elo usinasAs usinas com todos os produtos comercializados faturaram US$ 22,6 bilhes, assim divididos: US$ 12,4 bilhes com etanol (55%); US$ 9,8 bilhes com acar (43%); US$ 389,6 milhes com bioeletricidade (1,7%); e US$ 67,1 milhes com leveduras, aditivos e crdito de carbono (0,3%). A seguir, so apresentados cada um dos produtos das usinas e seus canais de distribuio.

Etanol Elo usinasAs usinas faturaram com etanol US$ 12,4 bilhes em 2008 nos mercados externo e interno. As exportaes geraram faturamento de US$ 2,4 bilhes (US$ 1,2 bilho de etanol hidratado e US$ 1,2 bilho de etanol anidro). As exportaes de etanol anidro foram atpicas em 2008. Um dos motivos do crescimento foi a maior demanda dos Estados Unidos, devido quebra de safra de milho em funo das enchentes na principal regio produtora do pas, alm do aumento expressivo do preo do barril de petrleo, que ultrapassou os US$ 100 durante parte do ano. As exportaes de etanol brasileiro somaram 5,12 bilhes de litros. Os principais compradores foram Estados Unidos (34%), Holanda (26%), Jamaica (8%) e El Salvador (7%). Embora o volume exportado seja pequeno se comparado produo total, j sinaliza grande potencial de crescimento (desde 2001 o volume multiplicou 14 vezes e o faturamento, 24 vezes). O aumento mais significativo em volume aconteceu em 2004 (220%), ano em que foram exportados cerca de 2,4 bilhes de litros. Essa cifra inclui etanol destinado industria qumica e bebidas. O mercado interno consumiu, em 2008, 14,1 bilhes de litros de etanol hidratado (mercado formal e infor-

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

mal), gerando faturamento de US$ 6,6 bilhes nas usinas. O volume de vendas desse produto vem crescendo consideravelmente nos ltimos anos. Uma comparao com 2006 revela aumento de 87%. O principal motivo desse crescimento foi a introduo dos carros com motores flex, que em 2008 responderam por 90% da produo dos automveis comerciais leves no Brasil. O mercado interno de etanol anidro nas usinas movimentou US$ 3 bilhes com a venda de 6,5 bilhes de litros em 2008 (mercado formal e informal). O maior consumo no Brasil desse produto misturado gasolina (atualmente, na proporo de 25%). Face ao aumento do consumo do etanol frente gasolina, em funo do aumento dos carros flex, o consumo de etanol anidro tem diminudo nos ltimos anos. O etanol para uso no-energtico utilizado no Brasil basicamente na produo de bebidas, cosmticos,

Grfico 3Equipamentos Industriais Servios de Montagem e Manuteno Construo Civil Produtos Qumicos Instalaes Eltricas Automao/Instrumentao leo Combustvel e Lubrificantes Sacarias EPI Materiais de Laboratrio Big Bags 0

Faturamento do elo insumos industriais Aps a Fazenda US$ (milhes)3.400,98 1.110,35 594,75 463,82 366,00 269,76 94,19 45,42 38,96 15,46 14,67

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

Insumos Agrcolas Equipamentos Industriais Servios de Montagem e Manuteno Construo Civil Produtos Qumicos Instalaes Eltricas Automao/Instrumentao leo Combutvel e Lubrificantes Sacarias EPI Material de Laboratrio Big Bags

Valor Bruto 3.400,98 1.110,35 594,75 463,82 366,00 269,76 94,19 45,42 38,96 15,46 14,67

Imposto sobre Vendas 1 680,20 102,71 55,01 69,57 64,05 47,20 23,09 9,08 7,79 4,39 2,93

Valor Lquido 2.720,78 1.007,64 539,74 394,25 301,95 222,55 71,09 36,34 31,17 11,07 11,74

1 IPI, ICMS, PIS e Cofins Fonte: Neves, Trombin e Consoli, com dados gerados por Markestrat (2009).

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produtos farmacuticos e qumicos. De acordo com dados do Balano Energtico Nacional, esse consumo foi de 720 milhes de litros em 2008, representando faturamento para as usinas de US$ 438,8 milhes.

Etanol Elo distribuidor e postos de serviosAs distribuidoras faturaram US$ 8,6 bilhes e os postos, US$ 11,1 bilhes.

Acar Elo usinasAs usinas faturaram com acar US$ 9,8 bilhes em 2008 nos mercados externo e interno. As exportaes geraram faturamento de US$ 5.482,96 (67% com acar bruto e 33% com acar branco). Das 19,5 milhes de toneladas embarcadas, 83% foram produzidas no Centro-Sul e 17% no Norte-Nordeste. Cerca de 50% das exportaes foram destinadas a cinco pases e o restante para mais de cem pases. Entre 2000 e 2008, em mdia, 25% do acar exportado pelo Brasil foi destinado Rssia, o principal mercado comprador, seguido pela Nigria, Egito e Arbia Saudita. A maior parcela da produo de acar destinada ao mercado externo. A produo cresceu a taxas muito superiores ao aumento do consumo brasileiro, que se manteve estvel nos ltimos seis anos (em mdia, 3% ao ano). No mercado interno, o faturamento das usinas com acar foi de US$ 4,3 bilhes. Desse total, as vendas das usinas destinadas indstria de alimentos geraram faturamento de US$ 2,0 bilhes (US$ 1,6 bilho no varejo e US$ 580,6 milhes no atacado). Parte do volume de acar destinado indstria comercializada por meio de atacadistas, que vendem para pequenas fbricas. Esses atacadistas tambm empacotam o acar em embalagens menores e vendem para o varejo. Tal especificidade no foi considerada no mapeamento pela dificuldade de inferir uma estimativa do volume comercializado e preo praticado por esse tipo de atacadista. Essa dificuldade decorre de no ter sido encontrado qualquer dado secundrio a este respeito. As principais indstrias consumidoras de acar so as de refrigerantes (20%), balas e chocolates (10%), qumica (10%), lcteos (7%), outras indstrias representam 53%. No consumo do acar in natura, o principal tipo vendido o acar cristal (61%), seguido do acar refinado (36%), refinado granulado e outros tipos (4%). Em termos de volume, o Centro-Sul comercializou 10,5 milhes de toneladas e o Norte-Nordeste 1,02 milho de toneladas. A produo do Centro-Sul destina-se 60% indstria, 28% s vendas diretas ao varejo e 12% ao atacado. No Norte-Nordeste, as porcentagens so: 53% (varejo), 25% (indstria) e 22% (atacado). No total, as vendas destinadas indstria somaram 6,6 milhes de toneladas de acar (as vendas diretas para o varejo, 3,5 milhes de toneladas; e para o atacado, 1,5 milho de toneladas).

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

Acar Elo Atacado e VarejoOs atacados faturaram US$ 743,9 milhes com acar em 2008 e o varejo, US$ 3.259,3 milhes.

Bioeletricidade Elo usinasA bioeletricidade gerada a partir do bagao da cana-de-acar cada vez mais se destaca como importante produto das usinas. Em 2008, cerca de 30 usinas negociaram 544 MW mdios para a venda anual durante 15 anos. Esse volume gerou faturamento anual de US$ 389,6 milhes.

Leveduras Elo usinasCerca de 10% das leveduras utilizadas na produo de etanol (na fermentao do caldo de cana) so posteriormente recuperadas e destinadas composio de rao animal. Em 2008, o volume exportado de leveduras de cana-de-acar foi de 32 mil toneladas, gerando faturamento de US$ 16,8 milhes. Aquele ano foi atpico, pois, no fosse uma contaminao (problema j solucionado), mais 15 mil toneladas poderiam ter sido exportadas. No mercado interno, o faturamento foi de US$ 11,1 milhes com a venda de 24 mil toneladas de leveduras secas. O preo maior por tonelada do produto no mercado interno deveu-se ao custo logstico e impostos. Juntamente com as leveduras para essa finalidade, so comercializados aditivos baseados em leveduras de cana-de-acar (como a parede celular). Em 2008, foram exportadas 13.400 toneladas desse subproduto do sistema agroinndustrial da cana-de-acar gerando faturamento de US$ 25,4 milhes. No mercado interno, foram vendidas 5.000 toneladas desses aditivos, representando faturamento de US$ 10,3 milhes. Portanto, o faturamento das leveduras somado aos seus aditivos alcanou em 2008 US$ 63,6 milhes (US$ 21,4 milhes no mercado interno e US$ 42,2 milhes no mercado externo).

Crdito de carbono Elo usinasEm termos de volume negociado, o Brasil ocupa o terceiro lugar na lista de pases vendedores, mas ainda com apenas 3% do mercado, em 2008. A China e a ndia esto nos primeiros lugares com 84% e 4%, respectivamente. J nas cifras acumuladas de RCEs primrias (Redues Certificadas de Emisses), entre 2002 e 2008, o Brasil tem quase 8%. O montante mundial negociado em 2008 foi de 389 milhes de toneladas de CO2 (avaliado em US$ 6.519 milhes, 14% menos que em 2007). No caso brasileiro, a participao no mercado de Crditos de Carbono ocorre por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), por ser o nico mecanismo do Protocolo de Kyoto que permite a participao voluntria de pases em desenvolvimento. Os 68 projetos brasileiros registrados pela UNFCCC (United

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Nations Framework Convention on Climate Change) no mercado de crditos de carbono geraram uma reduo estimada de 3,45 milhes de toneladas de CO2 e faturamento de US$ 25,4 milhes em 2008 (o preo mdio no mercado voluntrio foi de US$ 7,3 em 2008). Dos 68 projetos, 24 so do setor sucroenergtico, os quais geraram reduo estimada de 473,9 mil toneladas de CO2 (US$ 3,5 milhes).

Bioplsticos Elo usinasO bioplstico uma das inovaes para o aproveitamento do bagao da cana e, se realizados os investimentos previstos, em pouco tempo representar faturamento significativo para as usinas. Diz-se bio por ser biodegradvel (h estudos que indicam que em at 180 dias no h mais vestgios no ambiente) e por advir de fontes naturais. Por essa caracterstica, um produto valorizado pelo mercado orgnico. Estimase que a demanda pelo novo produto j alcance 600 mil toneladas anuais no mundo, e um preo de 15% a 30% superior ao preo do produto convencional. Segundo o Instituto de Bioplsticos da Europa, so produzidas quase 331 mil toneladas de bioplsticos, o que corresponde a menos de 1% de plsticos sintetizados produzidos anualmente. A produo brasileira do bioplstico ainda realizada em escala insuficiente para que se coloque comercialmente o produto no mercado. A empresa PHB Industrial, controlada pela Pedra Agroindustrial e Grupo Balbo, tem em seu parque industrial um dos primeiros projetos-piloto do pas. Em propores laboratoriais, a empresa pode produzir cerca de 60 toneladas/ano, que atualmente so exportadas para Japo, Estados Unidos e Europa a um preo mdio de US$ 5/quilo para resina pura. Muito pouco desde material foi vendido. A maioria exportada foi destinada ao desenvolvimento de aplicaes com empresas internacionais. A PHB Industrial est projetando uma planta comercial para entrar em operao entre dois e trs anos. A partir desse investimento que a empresa poder vender em escala comercial o bioplstico nos mercados externo e interno. De acordo com informaes divulgadas pela imprensa, a unidade produzir 10 mil toneladas/ano e entrar em operao em 2010. A gacha Braskem tem capacidade de produo de 12 toneladas/ano em uma planta piloto, e anunciou investimentos para comear em 2011 a produo de 200 mil toneladas/ano. A Dow Chemical noticiou a criao do primeiro polo alcoolqumico com previso para produzir 350 mil toneladas/ano a partir de 2011. A Copersucar, em parceria com o grupo belga Solvay, deve produzir 120 mil toneladas em 2010, sempre segundo a Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Caso os investimentos previstos at 2010 se concretizem, a indstria alcoolqumica demandaria 650 milhes de litros do etanol.

Agentes facilitadoresBNDES O banco disponibilizou US$ 3.530,79 milhes s empresas do setor sucroenergtico, estimulando assim o desenvolvimento e a manuteno do setor.

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CCT terceirizado Com a maior consolidao do setor, novos grupos empresariais entram no negcio de cana-de-acar e aplicam uma gesto profissionalizada, com foco na eficcia operacional e melhor alocao financeira do capital. Isso criou uma demanda por servios terceirizados, favorecendo a entrada de empresas especializadas em servios de operaes de logstica no setor canavieiro. Em 2008 o CCT (Centro de Cincias e Tecnologia) terceirizado movimentou cerca de US$ 916,3 milhes. Frete rodovirio para exportao do acar e etanol Os recursos mobilizados com frete rodovirio para exportao do acar e etanol somaram US$ 539,03 milhes. Desse total, o gasto com fretes rodovirios para a exportao de acar na regio Centro-Sul foi de US$ 383,6 milhes, sendo os portos de Santos e Paranagu as principais vias de exportao do pas em 2008. Desse montante, o frete de exportao do etanol movimentou US$ 155,4 milhes. O custo do frete para exportao do acar no modal rodovirio brasileiro foi de US$ 34,16/t (e do etanol US$ 34,76/m3). Pedgios para exportao do acar e etanol (Porto de Santos) O faturamento dos pedgios em funo da logstica do etanol e do acar para exportao, nas rodovias paulistas, foi de US$ 79,9 milhes em 2008. Custo porturio (Porto de Santos) Estima-se que em 2008 a receita do Porto de Santos relativa a desembaraos, elevao e superviso de embarque do acar e etanol foi de US$ 213,5 milhes. Vale destacar que quase 70% de todo o volume de etanol e acar brasileiro exportado foi realizado pelo Porto de Santos. Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Em 2008, foram alocados US$ 79,2 milhes de recursos em pesquisas no setor sucroenergtico provenientes de Finep, Faesp, Canavialis e Allelyx, CTC, IAC e usados internamente ou distribudos entre organizaes pblicas e privadas, USP, Unicamp, Unesp, Embrapa, Ridesa entre outras. Eventos Foram mapeados cinco importantes eventos no setor sucroenergtico que juntos movimentaram US$ 5,3 milho em 2008. Revistas especializadas As principais revistas setoriais movimentaram US$ 3,99 milhes, distribudos entre Jornal Cana, IDEA News, Energia Mundo, Cana Mix, Canavieiros, Stab, num total de 61 mil exemplares. Plano de sade e refeies De acordo com Sindicato dos Trabalhadores nas Indstrias do Acar, Alimentao e Afins, os trabalhadores do Estado de So Paulo recebem benefcios de plano de sade e alimentao, total ou parcialmente pago pelas usinas. O custo mdio mensal desembolsado com planos de sade de US$ 33,00 por pessoa. Disto resulta que o segmento de plano de sade faturou em 2008 cerca de US$ 125,5 milhes com o setor sucroenergtico. Vale destacar a enorme importncia que esses planos de sade trazem para os municpios onde as usinas esto instaladas no sentido de desafogar os hospitais pblicos. No que se refere alimentao, estima-se que as usinas paulistas desembolsaram US$ 188,3 milhes (custo mdio mensal de US$ 49,00 por pessoa).

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Massa salarial / EmpregosDe acordo com a Rais (Relao Anual de Informaes Sociais do Ministrio do Trabalho e Emprego), em 2008, foram contabilizados 1.283.258 empregos formais (481.662 no campo para o cultivo da cana-deacar, 561.292 nas fbricas de acar em bruto, 13.791 no refino e moagem de acar e 226.513 na produo de etanol). Os dados mostram que o ndice de formalidade de empregos no setor canavieiro vem crescendo, atingindo 80,9% no Brasil, de acordo com dados do IBGE de 2007 (66,5% no Norte-Nordeste; 90,3% no Centro-Sul; 95,1% em So Paulo). No total, h 1,43 milho de empregos no setor. Como para cada emprego direto so gerados dois indiretos, chega-se marca de 4,29 milhes de pessoas alocadas em empregos relacionados cana-de-acar. So Paulo o Estado que mais emprega (40% do total), com destaque para o cultivo de cana (54%). Em 2008 observou-se que no Brasil pessoas analfabetas e com baixa instruo (com o 5 ano do Ensino Mdio completo) representavam mais de 55% dos trabalhadores do cultivo de cana, enquanto que no Centro-Sul esse ndice no superou os 5%. Na fabricao de acar e etanol, a proporo de pessoas analfabetas e com baixa instruo pouco menor. No entanto, o aumento da mecanizao vem gerando um crescimento na demanda por profissionais mais qualificados. Uma colhedora substitui o trabalho de cem pessoas com baixa capacitao, porm, exige dez trabalhadores capacitados em automao e mecanizao. Instituies como Senar, Senai e CTC entre outras esto auxiliando na formao desse novo perfil de mo-de-obra que o setor demanda, porm ainda existe espao para outras entidades atuarem para a melhoria da qualificao profissional. Outro ponto analisado foi a faixa de remunerao dos colaboradores, concentrada entre um e trs salrios mnimos. Alm disso, mesmo com a sazonalidade caracterstica do setor dirimida nos ltimos anos em funo da aplicao de novas tecnologias no cultivo e na colheita de cana-de-acar, o saldo final de postos de trabalho formais ficou 2,9% acima do ano anterior (de 572.194 em 2007 para 588.826 em 2008). Como rendimento mdio dos trabalhadores, o Centro-Sul apresenta R$ 1.062,55/pessoa e o Norte-Nordeste, R$ 666,20 (com mdia nacional de R$ 942,02). De tal situao depreende-se que a massa salarial gerada pelas regies tambm seguir a mesma linha, com o Centro-Sul movimentando R$ 786,3 milhes, e o NorteNordeste R$ 422,6 milhes (total de R$ 1,21 bilho).

ImpostosPara o clculo do imposto total utilizou-se a somatria dos impostos gerados em cada elo do sistema agroindustrial (SAG), desde a venda dos insumos agrcolas e industriais at a venda dos produtos finais. Para eliminar a dupla contagem e considerar os impostos agregados no SAG, subtraiu-se do total os impostos gerados nos primeiros elos (insumos agrcolas e industriais).

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O resultado dessa estimativa demonstrou que os impostos sobre faturamento totais do SAG somaram em 2008 US$ 9.868,2 milhes, dos quais US$ 3.012,8 milhes foram gerados pela venda de insumos agrcolas e industriais. Dessa forma, os impostos agregados no SAG foram estimados em US$ 6.855,4 milhes. Os impostos foram calculados por meio de uma alquota mdia ponderada (estimou-se a alquota da mercadoria nos principais Estados, levando-se em conta incentivos fiscais e volumes produzidos). Somente os impostos sobre o faturamento (IPI, ICMS, PIS e Cofins) foram considerados neste levantamento. No caso do ICMS, no foi utilizada a alquota mdia ponderada, e sim a alquota interestadual dos Estados do Centro-Sul. No caso do PIS/Cofins foram utilizadas as alquotas padro de 1,65% e 7,60%, respectivamente, com exceo do etanol, que tributado por um valor fixo em reais/litro. Alm disso, no caso do IPI foram priorizadas as alquotas dos produtos de maior relevncia de cada elo. Como premissas para estimativa dos impostos agregados no sistema agroindustrial, consideraram-se as empresas como optantes pelo sistema de tributao pelo lucro real.

5. Consideraes finaisEste estudo procurou dimensionar o sistema agroindustrial sucroenergtico. Ficou claro, depois de cinco meses de pesquisa, que os nmeros do setor so expressivos, com movimentao anual superior a US$ 80 bilhes. Este material provavelmente o retrato mais atualizado dessa cadeia produtiva no Brasil pode servir como base para decises, no setor pblico e privado. A cadeia sucroenergtica j mostrou seu potencial de suprir produtos de maneira sustentvel, o que contribui para que o Brasil tenha uma das matrizes energticas mais limpas do mundo. Estima-se que, em 2015, 80% do combustvel consumido no Brasil seja o etanol. A bioeletricidade apresenta um potencial de suprir cerca de 15% de toda a demanda de eletricidade do pas at o final da dcada. O pas caminha para dominar a exportao mundial de acar, com quase 50% do mercado mundial em 2009 e expectativas de se atingir mais de 60% em cinco anos. Finalmente, cabe destacar que novos produtos, como o etanol celulsico, ou de segunda gerao, o diesel a partir de cana e o biobutanol representam importantes fronteiras tecnolgicas e j se encontram em fase piloto ou de demonstrao e sero importantes fontes de receitas nos prximos anos. Este estudo demonstra ainda que a cadeia sucroenergtica, de fundamental importncia para a economia brasileira, tem grande capacidade de interiorizar o desenvolvimento do pas.

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Detalhamento da metodologia e clculos de quantificaoElo da cadeia Critrios de quantificao ANTES DA FAZENDA Fertilizantes Volume e faturamento do segmento, ajustados pela porcentagem destinada para produo de cana-de-acar. Dados secundrios. Volume e faturamento do segmento, considerando market share para cana-de-acar. Dados secundrios. Estimativa com base no consumo nacional (apenas calcrio, no considera gesso): Base de utilizao rea (ha) de renovao e expanso (A) Dose: 2 doses de 1,5 ton de calcrio/ha (B) Preo mdio FOB dos principais Estados do calcrio (C) Estimativa Faturamento = A x B x C Estimativa com base na quantidade de equipamentos por usina e gastos com peas e manuteno. Quantidade de usinas (A) Quantidade de equipamentos mdio por usina (B) Valor mdio com manuteno de equipamentos (Peas e servios) (C) Estimativa de faturamento = A x B x C Preo mdio de tratores por potncia (A) Quantidade de tratores vendidos para setor sucroenergtico por potncia (B) i = faixas de potencias dos tratores Estimativa = Ai x Bi Preo mdio de colhedoras (A) Quantidade de colhedoras vendidas (B) Estimativa = A x B Estimativa da quantidade de implementos vendidos anualmente: Implementos = 150% do nmero de equipamentos motorizados (A). Nmero equipamentos motorizados = 17,07 equip/1.000 ha (B). Vida til dos implementos = 10 anos (C). rea cultivada de cana, em milhares de ha (D). Preo mdio dos implementos (E) Faturamento estimado com equipamentos de irrigao (todos sistemas) para setor sucroenergtico (F) Estimativa de faturamento = [(A x B x D / C) x E] + F Estimativa de veculos novos a partir da frota e taxa de renovao de frota. Caminhes pesados para carregamento de cana = 2,27/1.000 ha cortados (A) Taxa renovao da frota = 8,11 anos (B) rea de cana (produo), em milhares de ha (C). Preo mdio de caminhes pesados (D) Estimativa de faturamento = (A x C / B) x D Estimativa com base na quantidade de unidades comercializadas e preos mdios. Quantidade de unidades comercializadas (A) Preos mdios (B) i = tipo de produto (carroceria, semi-reboque, reboque 2 eixos, reboque 4 eixos). Estimatiiva de faturamento = Ai x Bi Abiquim Anda Sindag Mapa (A) FNP (B) Abracal (C) Fontes

Anexo 1

Defensivos Corretivos

Autopeas Inclui servios de manuteno

Mapa (A) RPA Consultoria (B, C)

Tratores

Entrevistas com executivos de empresas. Concessionrios Valtra e Case iH (A, B)

Colhedora

Entrevistas com executivos do segmento Santal e concessionrios Case iH (A, B) RPA Consultoria/IDEA (A, B, C) Mapa (D) Mdia empresas do segmento (Sermag,Civemasa, Tracan, DMB, Santal) (E) Abimaq (F)

Implementos

Caminhes

Idea (A, B) Mapa (B) Entrevista com concessionrios do segmento valores mdios (D)

Carrocerias e Reboques

Anfir (A) Entrevistas com empresas do segmento valores mdios (B)

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Anexo 1Elo da cadeia leo diesel e lubrificantes

Detalhamento da metodologia e clculos de quantificaoCritrios de quantificao Consumo de diesel por atividade produo de cana (A) rea (ha) de cana (B) Preo mdio diesel (C) i = atividades (Cana planta, cana soca, colheita, transporte cana para usina e transporte insumos) Estimativa diesel = ( Ai x Bi) x C Mdia consumo de lubrificantes l/ha (D) Custo mdio lubrificantes (E) Estimativa lubrificantes = D x B x E Estimativa de % de defensivos com venda indireta (cooperativas s e revendas) (A) Estimativa de margem dos canais de distribuio (B) Faturamento do segmento de defensivos para cana (C) Estimativa de faturamento = A x B x C Mdia de gastos/tc (A) Produo de cana em toneladas (B) Estimativa de faturamento = A x B NA FAZENDA Fontes Agroanalysis (A) Mapa (B) Levantamento Markestrat e Pecege (C, E) Idea (D)

Revendas e cooperativas Apenas para defensivos EPI agrcola

Entrevistas nas indstrias de defensivos e cooperativas (A, B) Sindag (C)

Pesquisas com usinas (A) Conab (B)

Produo de cana

Produo de cana em toneladas (A) Estimativa de % de cana prpria e de fornecedores (B) ATR mdio (kg/tc) (C) Valor do ATR R$/kg (D) Estimativa de faturamento = A x B x C x D APS A FAZENDA Insumos industriais

Conab (A) Mapa (B) Consecana (C, D)

Equipamentos industriais

Novas usinas e capacidade instalada de moagem de cana (A) Estimativa do valor dos investimentos industriais por tonelada de capacidade instalada de moagem de cana, incluindo equipamentos, instrumentao/automao e instalaes eltricas em novos projetos (B) Custo de manuteno da usina na entre-safra por tonelada de cana moda no CS e no NE (C) Estimativa em % do custo de manuteno que gasto com equipamentos no CS e no NE (D) Volume de cana moda no CS e NE (E) Estimativa dos projetos de automao e instrumentao vendidos em 2008 para usinas vendidas em anos anteriores a este (F) Preo mdio de cada projeto de automao (G) Estimativa de faturamento = (A x B) + (C x D x E) + (F x G) Novas usinas e capacidade instalada de moagem de cana (A) Estimativa do valor dos servios de montagem industrial por tonelada de capacidade instalada de moagem de cana (B) Estimativa em % do custo de manuteno que gasto com servios no CS e no NE (D) Volume de cana moda no CS e NE (E) Estimativa de faturamento = (A x B) + (C x D x E) Mdia de gastos/tc (A) Produo de cana em toneladas (B) Estimativa de faturamento = A x B Consumo mdio/tc (A) Produo de cana em toneladas (B) Preo mdio (C) Estimativa de faturamento = A x B x C

Entrevistas com indstrias de base (A) Procknor Engenharia (B) Pesquisa com usinas e dados Pecege (C) Pecege (D) Mapa (E) Entrevista com empresa do setor de automao e instrumentao (F, G)

Servios de montagem e manuteno

Entrevistas nas indstrias de base (A) Procknor Engenharia (B) Pesquisa com usinas e dados Pecege (C) Pecege (D) Mapa (E)

Produtos qumicos leo combustvel e lubrificante

Pesquisa nas usinas (A) Conab (B) Pesquisa com usinas e dados Pecege (A, C) Conab (B)

O mapa sucroenergtico do Brasil

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Detalhamento da metodologia e clculos de quantificaoElo da cadeia Sacarias Critrios de quantificao Nmero vendido de sacarias de 50 kg (A) Preo mdio (B) Estimativa de faturamento = A x B Nmero vendido de sacaria de 1.200 kg (A) Preo mdio (B) Estimativa de faturamento = A x B Mdia de gastos/tc (A) Produo de cana em toneladas (B) Estimativa de faturamento = A x B Mdia de gastos/tc (A) Produo de cana em toneladas (B) Estimativa de faturamento = A x B Fontes

Anexo 1

Afipol (A) Entrevistas com fabricantes de sacarias e usinas (B) Afipol (A) Entrevistas com fabricantes de sacarias e usinas (B) Pesquisa com usinas (A) Conab (B) Pesquisas com usinas (A) Conab (B)

Big Bags

Materiais de laboratrio EPI industrial

APS A FAZENDA Faturamento das usinas Etanol Volume de etanol anidro vendido no mercado interno (A) Preo mdio etanol anidro (B) Volume de etanol hidratado vendido no mercado interno (C) Preo mdio etanol hidratado (D) Volume de etanol para fins no-energtico (E) Preo mdio no-energtico (F) Volume de etanol anidro comercializado no mercado informal (G) Volume de etanol hidratado comercializado no mercado informal (H) Faturamento do etanol com as exportaes (I) Estimativa de faturamento = (A x B) + (C x D) + (E x B) + (E x F) + (G x B) + (H x D) + I Produo de acar em toneladas (A) Exportao de acar em toneladas (B) Faturamento com a exportao de acar (C) Volume de acar vendido pelas usinas para a indstria, sendo CS = 60%, NE = 25% (D) Volume de acar vendido pelas usinas para o atacado, sendo CS = 12%, NE = 22% (E) Volume de acar vendido pelas usinas para o varejo, sendo CS = 28%, NE = 53% (F) Preo mdio que a usina vendeu para a indstria (G) Preo mdio que a usina vendeu para o atacado (H) Preo mdio que a usina vendeu para o varejo (I) Estimativa de faturamento = C + (D x G) + (E x H) + (F x I) ponderando os valores e volumes pelas regies CS e NE MW vendidos (A) Preo mdio MWh em leiles (B) Converso de MW em MWh (C) Estimativa de faturamento = A x B x C Faturamento de levedura no mercado interno (A) Faturamento de levedura no mercado externo (B) Faturamento de aditivos no mercado interno (C) Faturamento de aditivos no mercado externo (D) Converso de R$ em US$ (E) Estimativa de faturamento: ((A + C)/ E) + B + D Quantidade tCO e (A) Preo mdio (B) Estimativa de faturamento: A x B ANP nos anos de 1999 a 2007 e EPE em 2008 (A) Cepea-Esalq e Mapa (B) Mapa (C) Cepea-Esalq e Mapa (D) EPE (E) Preo mdio ponderado utilizando as propores de volumes anidro e hidratado para fins no-energticos contabilizados em 2007 (F) Estimativas a partir de ANP, Sindicom e Fecombustveis (G,H) MDIC-Secex e propores entre anidro e hidratado com base na UNICA (I) NICA, Safra 2008/09 (A) MDIC-Secex (B, C) A B ponderado pelos % obtidos por meio de entrevista com usinas e Copersucar (D, E, F) Cepea-Esalq, Mapa (G) Entrevista com atacadistas (H) Cepea-Esalq, preo da Sc 50kg + R$ 15/ saca (I)

Acar

Energia eltrica

EPE e Valor Econmico (A) Cogen (B, C)

Leveduras e aditivos

ICC (A, B, C e D)

Crdito de carbono

United Nations Framework Convention e ABDI (A) Banco Mundial (B)

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Anexo 1Elo da cadeia

Detalhamento da metodologia e clculos de quantificaoCritrios de quantificao Fontes

APS A FAZENDA Faturamento dos canais de distribuio Etanol distribuidoras Etanol postos Volume de etanol hidratado vendido no mercado interno (A) Preo mdio ponderado (B) Estimativa de faturamento = A x B Volume de etanol hidratado vendido no mercado interno (A) Preo mdio (B) Estimativa de faturamento = A x B Volume comercializado (A) Preo mdio (B) Estimativa de faturamento = A x B Volume comercializado no atacado e no varejo (A) Preo mdio (B) Estimativa de faturamento = A x B FACILITADORES CCT terceirizado Produo de cana em toneladas (A) Porcentagem de colheita mecanizada terceirizada (B) Porcentagem de carregamento terceirizado (C) Porcentagem de trao e transporte terceirizada (D) Preo do servio de colheita (E) Preo do servio de carregamento (F) Preo do servio de transporte (G) Clculo do faturamento: A x B = W; A x C= Y; A x D=z W x E = V; C x F= L; z x G= H Portanto: V + L + H Valor do frete R$/ton.Km (A) Volume exportado (Ton) (B) Distncia percorrida (C) Estimativa de faturamento: A x B x C Dados logstica etanol R$/m3 (A) Volume exportado etanol (B) Faturamento pedgio Etanol: A x B = Y Valor mdio gasto com pedgio, caminho 7 eixos(C) Capacidade caminho (D) ; Volume exportado (E) Clculo: E / D = Nmero de viagens (z) Estimativa de faturamento pedgio acar: z x C = W Estimativa de faturamento pedgios: Y + W Acar Valor gasto com elevao: US$/ton (A) Valor gasto com superviso deeEmbarque: US$/ton (B) Valor desembarao: US$/despacho (C) ;Valor despacho (Y) C / Y = (D) Volume exportado por Santos: (E) Estimativa de faturamento acar: (A + B + D ) x E Etanol Valor gasto com elevao: US$/M3 (S) Valor gasto com superviso de embarque: US$/M3 (G) Valor desembarao: US$/despacho (H) ; valor do despacho (z) H / z = (W) Volume exportado por Santos: (F) Estimativa de faturamento acar: (S + G + W ) x F Conab (A) Entrevistas com Usinas, Pecege (B,C,D) Logtrac, Usinas e Idea (E, F e G) ANP (A, B)

ANP (A, B)

Acar atacado Acar varejo

Entrevistas com usinas (A) Entrevistas com atacadistas (B) Entrevistas com usinas (A) Dieese (B)

Fretes

Sifreca (A) MDIC/Secex (B) Pesquisa Markestrat com empresas de fretes (C) Copersucar e Sifreca (A) MDIC/Secex (B) Usinas (C)

Pedgio

Custo porturio

Copersucar (A, B e C) MIDC/Secex (E e F) Ietha (S, G, H)

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Detalhamento da metodologia e clculos de quantificaoElo da cadeia Planos de sade Critrios de quantificao Nmero mensal de trabalhadores nas usinas (A) Preo mdio Plano de Sade (B) Estimativa de faturamento: A x B Nmero mensal de trabalhadores nas usinas (A) Preo mdio gasto com refeies por ms (B) Nmero de meses/ano (C) Estimativa de faturamento: A x B x C Dados de financiamento ao setor sucroenergtico consolidados no ano de 2008 Custos na montagem e desenvolvimento dos eventos no setor sucroenergtico: Fenasucro e Agrocana (A); Ethanol Summit (B); Fersucro e Simpo (C); Simtec (D); Canasul(E) e Agrishow (F) Estimativa de faturamento: A+B+C+D+E+F Entrevistas com as editoras e quantificao do faturamento. Jornal da cana (A); Idea news(B); Energia mundo (C); Canavieiros (D) e Canamix (E) Estimativa de faturamento: A+B+C+D+E Nmero de trabalhadores no setor agrcola sucroenergtico (A) Nmero de trabalhadores no setor industrial sucroenergtico (B) Mdia de salrio do empregado no setor agrcola (C) Mdia de salrio do empregado na indstria (D) Estimativa de faturamento: ( A x C ) + (C x D) Faturamento bruto (A) Valor do IPI (B) ICMS (C) PIS (D) Cofins (E) Insumos Agro (F) Equipamentos e instalaes industriais (G) Impostos sobre vendas (A x B) + (A x C) + (A x D) + (A x E) = (I) Estimativa de faturamento: T F G Fontes

Anexo 1

MTE (A) Unimed, So Francisco Clnicas e Sermed (B) MTE (A) Entrevista com usinas (B)

Refeies

BNDES Financiamento Eventos

BNDES Fenasucro e Agrocana (A); Ethanol Summit (B); Fersucro e Simpo (C); Simtec (D); Canasul(E) e Agrishow (F)

Revistas

Jornal da cana (A); Idea news (B); Energia mundo (C); Canavieiros (D) e Canamix (E)

Massa salarial

MTE (A, B, C e D)

Impostos

Reis Advogados Associados (C,D e E) Ministrio da Fazenda / Receita Federal (B)

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Etanol e Bioeletricidade A cana-de-acar no futuro da matriz energtica

6. Referncias bibliogrficas

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Nota explicativa01 Apenas neste caso utilizou-se a cotao mdia do dlar americano entre abril de 2008 e maro de 2009, perodo equivalente safra

2008/09. O valor utilizado foi de 1US$ = R$ 1,97.

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Externalidades sociais dos combustveis

Mrcia Azanha Ferraz Dias de Moraes Cinthia Cabral da Costa Joaquim Jos Martins Guilhoto Luiz Gustavo Antonio de Souza Fabola Cristina Ribeiro de Oliveira

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Este estudo apresenta o perfil dos empregados do ciclo do etanol, seu grau de instruo e o nvel de remunerao e avalia a capilaridade da atividade e seus impactos sobre o emprego e a renda no interior do pas. Sabe-se que a escolaridade dos assalariados na lavoura canavieira baixa. Eles estudam, na mdia, 4,2 anos, de acordo com dados de 2007. No setor de produo de etanol, a mdia mais alta: 7,7 anos. Os anos de estudos esto refletidos nos salrios. Na mdia, o empregado na indstria do etanol ganha 25,3% mais do que o empregado da lavoura canavieira. Esses nmeros indicam a necessidade de um esforo, pblico e privado, para aumentar o nvel de escolaridade da mo-de-obra do ciclo do etanol. Mas os nmeros tambm mostram que o setor responsvel pela incluso no mercado de trabalho de um contingente expressivo que teria dificuldade em ser absorvido em outros ramos da atividade econmica. Para avaliar o nvel de remunerao dos trabalhadores nas plantaes de cana, a comparao mais pertinente em relao aos empregados de outras culturas. Nesse universo, o trabalhador dos canaviais s perde para o que trabalha nas fazendas de soja, altamente mecanizadas e que, portanto, demandam mo-de-obra mais qualificada. Em todas as demais culturas comparveis, ganha-se menos.

Externalidades sociais dos combustveis

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Alm da importncia na renda, o setor sucroenergtico, por estar espalhado pelo Brasil, tem um impacto social que deve ser medido tambm pela contribuio na descentralizao da renda. O nmero de municpios produtores de cana-de-acar e/ou etanol (1.042) seis vezes maior do que o nmero de cidades em que h extrao de petrleo e/ou indstria de derivados (176). Com relao ao nmero de empregados, a diferena tambm grande. De acordo com a Relao Anual de Informaes Sociais (Rais) do Ministrio do Trabalho referente a 2007, o setor de produo de cana e etanol, com 465.236 trabalhadores (desconsiderando-se os envolvidos na produo do acar), emprega mais de seis vezes mais do que o setor de produo de petrleo. Este trabalho tambm apresenta uma projeo que mostra que o impacto da maior demanda por etanol (com a substituio de 15% da gasolina) criaria no pas potencial para a gerao de 117.701 novos empregos, que agregariam massa salarial de R$ 236 milhes por ano.

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1. IntroduoA definio da matriz energtica de um pas considera a relao entre o perfil da economia e a disponibilidade dos recursos energticos, mas