Livro Fonoaudiologia Na Educacao

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    Polticas Pblicas e Atuao do Fonoaudilogo

    Fonoaudiologia

    na Educao

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    Copyright 2010 by CRFa. 2a Regio So Paulo/SP

    Apoio: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia

    Capa: Cludia Barrientos

    Reviso: Adriane Schirmer

    Diagramao:Helen Winkler

    Impresso: Mundial Artes Grfcas

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    Conselho Regional de Fonoaudiologia

    2a Regio

    Maro/2010

    So Paulo/SP

    Conselho Regional de Fonoaudiologia 2a Regio

    Polticas Pblicas e Atuao do Fonoaudilogo

    Fonoaudiologia

    na Educao

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    8o ColegiadoAlexsandra Aparecida MoreiraAndrea Soares da SilvaAndrea Wander BonamigoCamila Carvalho FussiCarolina Fanaro da Costa DamatoClaudia Silva Pagotto Cassavia

    Cristina Lemos Barbosa FuriaDaniela Soares de QueirozGisele Gotardi de OliveiraIsabel GonalvesLica Arakawa SuguenoLilian Cristina Cotrim FerrazMaria Cristina Pedro Biz

    Monica BevilacquaNadia VilelaPaulo Eduardo Damasceno Melo (renunciou em junho/2009)Renata Cristina Dias da SilvaRenata Strobilius-AlexandreRodrigo Chinelato Frederice (renunciou em setembro/2008)

    Yalis Maria Folmer-Johnson Pontes

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    Ebr

    Grupo de trabalho institudo pela Comisso de Educao,constitudo pelas seguintes onoaudilogas:

    Adriana Limongeli Gurgueira

    Representante do Departamento de Sade Coletiva da SBFa.Fonoaudiloga ormada pela UNIFESP, mestrado e dou-

    torado em Lingustica pela FFLCHUSP. Proessora Assistentedo Curso de Fonoaudiologia da FCMSCSP. Secretria do De-

    partamento de Sade Coletiva da SBFa nas gestes de 2006-2007 e 2008-2009

    Ana Luiza Pereira Gomes Pinto Navas

    Fonoaudiloga ormada pela UNIFESP, doutorado em Psi-cologia na University o Connecticut, ps-doutorado em Lin-gustica na UNICAMP. Proessora Adjunta e atual diretora doCurso de Fonoaudiologia da FCMSCSP. Diretora Cientcada SBFa. nas gestes de 2006-2007 e 2008-2009

    Ana Tereza Brant de Carvalho Dauden

    Fonoaudiloga ormada pela PUC-SP e Mestre em Lin-gustica pelo IEL UNICAMP

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    Marcia Azevedo de Souza Matumoto

    Fonoaudiloga Doutora e Mestre em Letras pela FFLCH/USP, com aprimoramento em Medicina Preventiva SadeColetiva pelo CAPES/HCFMUSP e onoaudiloga da Equi-pe de Orientao Tcnica da Secretaria de Educao do Muni-cpio de So Bernardo do Campo/SP

    Monica Petit Madrid

    Fonoaudiloga graduada pelo Centro Universitrio SoCamilo, Mestre em Lingustica pela Ponticia UniversidadeCatlica/SP, Proessora convidada do curso de Fonoaudiolo-gia do Centro Universitrio So Camilo e membro do Con-

    selho Regional de Fonoaudiologia 2a

    Regio (9o

    Colegiado 01/04/10 a 31/03/13)

    Noemi Takiuchi

    Fonoaudiloga ormada pela USP. Doutora em Semiticae Lingustica pela FFLCH/USP. Proessora do Curso de Fono-

    audiologia da Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casade So Paulo

    Coordenao: Maria Cristina Pedro Biz

    Presidente da Comisso de Educao do CRFa. 2a Regio

    Assessoria: Fga. Cibele Siqueira

    Assessora do CRFa. 2a Regio/SP

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    Comisso de Educao do CFRa. 2a Regio

    Andrea Wander BonamigoGisele Gotardi de OliveiraLilian Cristina Cotrim FerrazMonica BevilacquaPaulo Eduardo Damasceno Melo (maro/08 a evereiro/09)

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    Smr

    1. Apresentao ...............................................................11

    2. Educao como Direito Universal ................................13

    3. Fonoaudiologia: Percurso na Educao ........................24

    4. Polticas Pblicas na Educao: o que a legislaoestabelece e o que o onoaudilogo precisa saber

    para propor suas aes .................................................335. Polticas e Programas de mbito Federal, Estadual e

    Municipal (SP) relacionados Educao ......................47

    6. Perfl e Aes do onoaudilogo na Educao ..............50

    7. Para saber mais ...........................................................65

    8. Consideraes fnais ....................................................73

    9. Reerncias Bibliogrfcas ...........................................74

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    1. apreset

    Este documento visa apresentar e discutir a insero do pro-ssional no mbito educacional, a partir de algumas refe-xes sobre as polticas pblicas vigentes, os rumos tomados

    pela Educao no pas e algumas aes j desenvolvidas poronoaudilogos que atuam na rea. Alm disso, tem por obje-tivo a busca de novos caminhos a serem trilhados por esse pro-ssional nesse campo.

    A insero da Fonoaudiologia na Educao se d entre asdcadas de 1920 e 1940 e legitimada com a regulamentaoda prosso em 1981. Desde essa poca grandes transorma-es so observadas e muito ainda se tem a discutir no que dizrespeito atuao onoaudiolgica nessa rea.

    Por acreditar na importncia da insero/atuao do ono-audilogo na Educao e pela necessidade de resgatar a dis-cusso sobre o tema, os Conselhos de Fonoaudiologia vmdiscutindo e tratando esse assunto de maneira incessante. Du-

    rante o trinio do 8o

    Colegiado (abril/07 a maro/10), a Co-misso de Educao do CFRa. 2a Regio desenvolveu os se-guintes trabalhos:

    - Promoo de reunio ampliada, da qual participaram o-noaudilogos com experincias diversas ligadas Educao,cujo produto oi a publicao do Parecer CRFa. 2a Regio no01/08, que Dispe sobre a atuao do onoaudilogo na Edu-

    cao;- Promoo do Simpsio Atuao Fonoaudiolgica em Ins-

    tituies Educacionais, que abordou temas como O proces-

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    2. a E m dret uvers

    AEducao como direito universal oi consagrada pela pri-meira vez na Declarao Universal dos Direitos Huma-nos (DUDH), proclamada em 1948 pela Organizao das

    Naes Unidas (ONU). O Artigo 26 da Declarao trata dodireito Educao gratuita e obrigatria, ao menos no ensinoelementar undamental. Tem como princpio que a Educaodeve visar plena expanso da personalidade humana e ao reor-o dos direitos do Homem e das liberdades undamentais e deveavorecer a compreenso, a tolerncia e a amizade entre todas asnaes e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desen-volvimento das atividades das Naes Unidas para a manuten-o da paz.

    ADeclarao dos Direitos da Criana (DDC), procla-mada pela ONU em 1959, vem reiterar a DUDH enocan-do especicamente as crianas, considerando-as sujeitos dedireito, mas com necessidades de proteo e cuidados es-

    peciais em uno da imaturidade sica e mental. No quese reere Educao, enuncia o Princpio 7o que a crianatem direito Educao gratuita e compulsria no grau pri-mrio, que seja capaz de promover a sua cultura geral e ca-pacit-la a, em condies de iguais oportunidades, desenvolveras suas aptides, sua capacidade de emitir juzo e seu senso deresponsabilidade moral e social, e a tornar-se membro til da

    sociedade.Os estados membros da ONU comprometeram-se a in-

    cluir os princpios da DUDH e da DDC em suas polticas

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    e legislaes. O Brasil, como signatrio de ambas as declara-es, passou a considerar a Educao como parte dos direitossociais, porm a DUDH e a DDC no se constituam comotratados, caracterizando-se como declaraes de intenes des-titudas do estatuto de lei e, portanto, de ora jurdica. Destaorma, o Estado ainda no tinha a obrigao ormal de garan-tir a educao de qualidade a todos os brasileiros, ou a todas

    as crianas.Na progresso da luta pelos direitos sociais, considerandoa universalidade de sua abrangncia, surgem os movimentospelos direitos dos decientes, incluindo a a Educao. ADe-clarao dos Direitos das Pessoas Defcientes (DDPD), re-soluo aprovada pela ONU na Assembleia-Geral de 9 de de-zembro de 1975, dispe sobre o direito a tratamento mdico,

    psicolgico e uncional (...), reabilitao mdica e social, educa-o, treinamento vocacional e reabilitao, assistncia, aconselha-mento, servios de colocao e outros servios que lhes possibilitemo mximo desenvolvimento de sua capacidade e habilidades e queacelerem o processo de sua integrao social.

    No Brasil, somente com a promulgao da Constituio

    Federalde 1988, oi assegurada garantia de acesso educa-o undamental a todos, passando a ser dever do Estado, comstatusde direito social garantido constitucionalmente, passvelde responsabilizao quando do no cumprimento.

    Considerando as condies especiais da inncia, a ONUproclamou a Conveno dos Direitos da Criana em 1989,em sua Assembleia-Geral. Esta Conveno oi concebida vi-

    sando garantir a proteo e cuidados especiais criana, in-cluindo proteo jurdica apropriada, antes e depois do nasci-mento, em virtude de sua condio de imaturidade sica e

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    mental, e levando em considerao que em todos os pases domundo existem crianas vivendo em condies extremamenteadversas e necessitando de proteo especial. O Artigo 28 re-conhece o direito da criana Educao, estabelecendo comometa aos Estados Partes tornarem o ensino primrio obriga-trio e disponvel gratuitamente a todos. Tem-se como prin-cpio, desenvolver na criana o respeito aos direitos humanos,

    aos princpios consagrados na Carta das Naes Unidas, aomeio ambiente e a uma vida responsvel em uma sociedade li-vre, com esprito de compreenso, paz tolerncia, igualdade desexos e amizade entre todos os povos, grupos tnicos, nacio-nais e religiosos. O Brasil raticou essa Conveno em 1990.

    Em 1990, a UNESCO (United Nations Educational, Scien-tifc and Cultural Organization), brao da ONU, realizou uma

    Conerncia Mundial sobre Educao Para Todos em Jomtien,na Tailndia. Nesse momento oi proclamada a DeclaraoMundial sobre Educao para Todos: Satisao das Neces-sidades Bsicas de Aprendizagem, tambm conhecida comoDeclarao de Jomtien. Essa Declarao reconhece a relevn-cia da Educao para conquistar um mundo mais seguro, mais

    sadio, mais prspero e ambientalmente mais puro, que, ao mesmotempo, avorea o progresso social, econmico e cultural, a tolern-cia e a cooperao internacional. Na mesma ocasio oi apro-vado pelos conerencistas o Plano de Ao para Satisazer asNecessidades Bsicas de Aprendizagem, a m de atingir osobjetivos da Declarao, a saber: a) satisazer as necessidadesbsicas de aprendizagem, b) expandir o enoque, c) universa-

    lizar o acesso Educao e promover a equidade, d) concen-trar a ateno na aprendizagem, e) ampliar os meios e o raio deao da educao bsica, ) propiciar um ambiente adequado

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    aprendizagem, g) ortalecer as alianas, h) desenvolver umapoltica contextualizada de apoio, i) mobilizar os recursos e j)ortalecer a solidariedade internacional.

    A UNESCO, na sequncia da publicao das Normas dasNaes Unidas sobre a Igualdade de Oportunidades para asPessoas com Decincia (1993), realizou uma ConernciaMundial sobre Necessidades Educativas Especiais em Sala-

    manca (Espanha) e proclamou a Declarao de Salamancasobre Princpios, Poltica e Prticas na rea das Necessida-des Educativas Especiais, em 1994. Nessa Declarao salien-ta-se a relevncia de acesso s escolas regulares para as crianase jovens com necessidades educativas especiais, destacando-sea educao inclusiva como orma de combate discriminaoe meio de construo de uma sociedade mais solidria. Alm

    disso, reconhece a diversidade como inerente a cada indivduoe prope que a pedagogia deve ser centrada na criana, con-siderando suas caractersticas, interesses, capacidades e neces-sidades.

    Resultado dos trabalhos desenvolvidos, entre 1993 e 1996,pela Comisso Internacional sobre a Educao para o Sculo

    XXI, da UNESCO, o Relatrio Jacques Delors (RJD) pas-sa a ser um marco da transormao da concepo sobre Edu-cao. Com a colaborao de educadores de diversos pases,deni-se uma sntese do pensamento mundial ao trmino domilnio, apoiada em quatro pilares denominados: QuatroPilares da Educao:

    Para poder dar respostas ao conjunto de suas misses, a

    Educao deve organizar-se em torno de quatro aprendiza-gens undamentais que, ao longo de toda a vida, sero de al-gum modo para cada indivduo, os pilares do conhecimento:

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    aprender a conhecer, isto adquirir os instrumentos da com-preenso; aprender a azer, para poder agir sobre o meio en-volvente; aprender a viver juntos, a m de participar e coope-rar com os outros em todas as atividades humanas; nalmenteaprender a ser, via essencial que integra as trs precedentes. claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma,dado que existem entre elas mltiplos pontos de contato, de

    relacionamento e de permuta.Em 1998, a ONU realizou um encontro sobre Parceriasna Educao de Habilidades Para a Vida, que resultou no do-cumento Partners in Life Skills Education: Conclusions

    from a United Nations Inter-Agency Meeting, coordenadopela Organizao Mundial de Sade (OMS, 1999). De acor-do com que oi sugerido pela Organizao Mundial de Sade

    grupos de Habilidades de Vida so: habilidades de tomada dedeciso e resoluo de problemas, habilidades de pensamentocriativo e de pensamento crtico, habilidades comunicativase de relacionamento interpessoal, habilidades de autoconheci-mento e empatia, e habilidades para lidar com os sentimentose enrentar situaes de estresse. As agncias OMS, UNICEF

    e ONU reconhecem neste documento a importncia da Edu-cao de Habilidades de Vida como orma de contribuir parao desenvolvimento de educao bsica, igualdade de gnero,democracia, cidadania, ateno e proteo inncia, qualida-de e ecincia do sistema educacional, promoo da aprendi-zagem ao longo da vida, qualidade de vida, promoo da paze melhor sade. A Educao de Habilidades de Vida permite

    ainda o desenvolvimento da conscincia dos direitos, infun-cias, valores, atitudes, raquezas e oras, possibilitando esco-lhas melhores para a vida.

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    volvimento do Milnio (ODM), a saber: erradicar a extremapobreza e a ome; atingir o ensino bsico universal; promo-ver a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; re-duzir a mortalidade inantil; melhorar a sade materna; com-bater o HIV/AIDS, a malria e outras doenas; garantir a sus-tentabilidade ambiental e estabelecer uma Parceria Mundialpara o Desenvolvimento. A Declarao do Milnio oi ado-

    tada pelos estados membros representados na Cpula do Mi-lnio da ONU, denindo compromissos concretos a seremalcanados at 2015, com o cumprimento de objetivos queavorecero melhorar o destino de toda a Humanidade, reco-nhecendo a relevncia da Educao.

    Na extenso da busca da garantia dos direitos das pessoasportadoras de decincia, a Organizao dos Estados Ame-

    ricanos (OEA) adota em 1999 a Conveno Interamericanapara a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao con-tra as Pessoas Portadoras de Decincia, aprovada na Assem-bleia-Geral na Guatemala. O Brasil promulgou esta Conven-o em 2001, e como todos os Estados Partes da OEA, com-prometeu-se ento a tomar as medidas de carter legislativo,

    social, educacional, trabalhista, ou de qualquer outra nature-za, que sejam necessrias para eliminar a discriminao contraas pessoas portadoras de decincia e proporcionar a sua ple-na integrao sociedade. Rearma-se a necessidade de de-senvolver a integrao social, garantindo equidade de direitos,solicitando-se prioridade em aes relacionadas preveno,deteco e interveno precoce, tratamento, reabilitao, edu-

    cao, ormao prossional e prestao de servios para obtermelhor qualidade de vida, alm de aes de sensibilizao dapopulao para uma sociedade mais inclusiva.

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    sem decincia desde a inncia constitui a melhor orma depromover o respeito diversidade humana.

    O Artigo 26 versa sobre o direito Habilitao e Reabili-tao nas reas de sade, emprego, educao e servios sociais,de modo que os servios e programas tenham incio precoce esejam baseados em avaliao multidisciplinar das necessidadese das habilidades, e apoiem a participao e a incluso das pes-

    soas com decincia na comunidade e em todos os aspectosda vida social e estejam disponveis em localidades prximas ssuas residncias. Regulamenta, ainda, que os pases signatriosdevero desenvolver a ormao de prossionais para todas asreas de habilitao e reabilitao. Para que as pessoas com de-cincia possam ter suas necessidades atendidas, os pases de-vem promover tambm a disponibilidade, o conhecimento e

    o uso de dispositivos e tecnologias assistivas relacionados ha-bilitao e reabilitao.

    Todas as declaraes e convenes aqui apresentadas refe-tiram e refetem na legislao brasileira e em documentos nor-teadores da educao nacional, alm de servirem como unda-mentao para a construo de polticas pblicas e de movi-

    mentos para transormao social.Por meio de uma atuao condizente com estas declara-es/convenes e com as polticas pblicas vigentes, o ono-audilogo reora a importncia da sua insero na Educaoe contribui para o pleno desenvolvimento do indivduo, paraseu bem-estar e exerccio da cidadania.

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    3. F:Perrs E

    Oincio da Fonoaudiologia no Brasil deu-se, entre 1920 e1940, a partir de necessidades polticas e sociais. Os tra-balhos de Figueredo Neto (1988) e Berberian (1993) resgata-ram dados preciosos sobre esse histrico.

    De acordo com Berberian (1993), o m do sculo XIX oimarcado pela vinda de muitos migrantes e imigrantes para asregies de maior desenvolvimento econmico do pas. Essessujeitos se agruparam segundo suas origens, mantendo seuscostumes e parte de sua cultura, ato que somado alta deinraestrutura para receber essa nova populao, provocou nasociedade da poca uma preocupao com a preservao daidentidade do pas e um temor pela desestruturao da socie-dade. Alm disso, as diversidades observadas nesses grupos co-mearam a ser consideradas como uma das causas dos proble-mas sociais que assolavam o pas.

    A lngua, concebida com um dos elementos de identica-o e de dierenciao dos grupos que compunham a socieda-de, passou a ser considerada como um dos undamentos daunidade nacional, o que garantiria: a) o reconhecimento e aidenticao da nao brasileira e b) o equilbrio social. As-sim, a sua uniormizao oi incorporada ao processo de ur-banizao e industrializao do Brasil. Desse modo, a m deortalecer a lngua-padro e com a preocupao de extinguiras dierenas, bem como reorar a unidade nacional a partirde sua normatizao, surgem algumas iniciativas, entre elas

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    a identicao de seus desvios. Para isso, oram convocadosprossionais de diversas especialidades, sendo a escola eleitacomo um lugar privilegiado para realizar tal tarea. O papeldos especialistas (mdicos e educadores) oi denido de ormadierente. Enquanto a uno dos mdicos seria a de medir eremover a doena, a do educador seria a de restaurar a uncio-nalidade da ala.

    A partir desse momento surge a necessidade de um pros-sional cuja uno seria detectar, diagnosticar e tratar os des-vios da lngua.

    O surgimento desse prossional vai ao encontro dos prin-cpios que, segundo Berberian (1995), norteavam o ensino dapoca, ou seja: moral, higinico e econmico. Visando dimi-nuio das repetncias, a Educao oi estruturada a partir da

    seleo e dos agrupamentos dos indivduos ditos dierentes.Essas dierenas sicas e/ou morais, taxadas como aberraes,justicavam a causa dos insucessos escolares.

    Alm da classicao dos alunos, oram institudos progra-mas de tratamentos para as dierenas dos escolares e denidosservios complementares no sistema escolar, como a orientao

    de carter mdico e psicolgico, o que acarretou na transorma-o do papel do proessor e das propostas educacionais, resul-tando na psicologizao e medicalizao da rea pedaggica.

    Segundo Verri (1998), o proessor passa de um papel deeducador para especialista de erros da palavra. A concepode linguagem estava pautada em uma perspectiva mecanicista,no sendo consideradas as singularidades, signicaes e re-

    presentaes do sujeito que a produz. A autora salienta que anormatizao da lngua, apesar de ser responsabilidade da es-cola, nunca ora alcanada, nem tampouco discutido seu sen-

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    tido. Nesse perodo, com a necessidade de um prossional queatuasse na reeducao dos desvios da lngua, entre as dcadasde 1940 e 1950, os proessores passam a receber uma orma-o mais especca. Eram prossionais que, alm do curso ma-gistrio, deveriam azer um curso de aproximadamente trsmeses, sendo denominados de ortoonistas, logopedistas outerapeutas da ala.

    Figueredo Neto (1988) ressalta que a atuao do respons-vel pela reeducao das alteraes s se concretizou no Brasilcom o aparecimento do Laboratrio de Fontica Acstica, em1947, momento em que o educador passou a receber uma or-mao mais especca baseada em estudos desenvolvidos orado pas (Europa e Estados Unidos) e em pesquisas realizadasno prprio Laboratrio. De acordo com a autora, inicialmen-

    te, o Laboratrio de Fontica Acstica tinha como objetivo in-vestigar as maniestaes dialetais e caractersticas psicoacsti-cas da ala e audio dos escolares, mas com o tempo passa aenocar a correo dessas maniestaes. Assim, dentro do la-boratrio oi criado um setor de ortoonia, onde eram realiza-dos atendimentos individuais em escolares.

    O prossional, antes educador e agora ortoonista, come-ou a desenvolver um perl clnico, distanciando-se do espaoescolar. Nesse momento, os procedimentos e undamentos damedicina passaram tambm a servir de base para esse pros-sional e para sua ormao.

    Figueredo Neto (1988) reere que medida que o Labora-trio oi se desenvolvendo, os aspectos relacionados aos des-

    vios da ala oram aastados da Educao. O diagnstico e aeliminao das patologias da linguagem passaram ento a seroco de especialidade da rea da sade.

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    De acordo com Cavalheiro (1997), nesse sentido a Fono-audiologia, como prosso, nasceu ligada atividade pedag-gica do proessor, mas o carter reabilitador exigiu do pros-sional sua aproximao mais voltada rea mdica. Aos pou-cos, a atuao do prossional oi sendo desenvolvida em con-sultrios particulares, centrada na reabilitao, e, nas dcadasde 1960 e 1970, a prosso oi legitimada por meio da criao

    dos primeiros cursos acadmicos.Segundo Figueredo Neto (1988), os princpios norteadoresdos primeiros cursos oram determinados pela valorizao datcnica e da especializao e pela ideologia desenvolvimentistada poca. Na Universidade de So Paulo, o curso de graduaoem Fonoaudiologia surgiu a partir de uma demanda da clni-ca mdica, ou seja, a partir da necessidade de um especialista

    que auxiliasse os mdicos. Assim, ao mesmo tempo em que secolocava a necessidade do ortoonista se especializar, dentrodo Hospital das Clnicas a Clnica de ORL soria signicativasmudanas, que levaram ao aparecimento de outras especiali-dades e que culminou, em 1956, com o surgimento do Setorde Foniatria.

    De acordo com Figueredo Neto (1988), nesse momentoa Fonoaudiologia se caracteriza por uma rea paramdica vin-culada Medicina. Essa relao de dependncia do onoaudi-logo em relao ao mdico no se devia apenas aos avanoscientcos da medicina, mas tambm era resultado do lugarque a Medicina ocupava e ocupa na sociedade.

    Para sustentar tal armao, a autora recorre ao trabalho

    de Foucault (1982), sobre o nascimento da clnica mdica.Segundo ela, de acordo com esse autor, at meados do sculoXVIII, a sade e as doenas eram concebidas de orma religio-

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    sa e mstica, sendo de responsabilidade da medicina o papelde excluir o doente, internando-o, para que as doenas no sealastrassem. A partir do advento da industrializao, o corpo/homem visto como ora de trabalho, devendo ser mantidopara garantir a produtividade. Sendo assim, as concepes desade e doena modicaram-se em uno da nova ordem so-cial, ou seja, no interessava mais connar o doente e a doen-

    a, e sim preservar a sade e criar condies mnimas de vida.Sendo assim, o exerccio da medicina era atestado e sustenta-do pela sociedade.

    O curso da Ponticia Universidade Catlica de So Paulosurgiu tal qual o da Universidade de So Paulo, ou seja, numcontexto de avanos tcnicos e aparecimento de diversas es-pecialidades, a partir da necessidade de outros prossionais.

    Todavia, no caso da PUC-SP, o curso surgiu da preocupaode alguns psiclogos em relao s crianas que apresentavamdistrbios de aprendizagem. Assim, ao invs de se vincular clnica mdica, oi incorporado clnica psicolgica, o quedeniu e implicou em grandes dierenas tanto na estrutura-o do curso quanto na ormao dos alunos.

    O surgimento dos primeiros cursos de Fonoaudiologia oise delineando dentro de um quadro essencialmente prtico,com a responsabilidade de reabilitar os distrbios da comu-nicao e executar testes de audio, desenvolvendo uma ati-vidade complementar do mdico ou do psiclogo. Ape-sar dos cursos apresentarem enoques dierentes, um mdico eoutro psicolgico, havia um predomnio dos pressupostos m-

    dicos em ambos, pois, tal qual arma Medeiros (1995), tantona ormao dos prossionais da USP como nos da PUC-SP,explicita-se uma prtica voltada eliminao da doena e da

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    anormalidade, ocos do prprio entendimento mdico dapoca, que desenvolviam os conceitos de normal e os testesde normalidade tanto na rea mdica como psicolgica, e daEducao, como oerta coletiva que busca um ser normalpara sua atuao.

    importante salientar, ainda, que os cursos de gradua-o surgiram em um momento em que o pas encontrava-

    -se sob ditadura militar, o que infuenciou a ormao do o-noaudilogo como prossional, dentro de um contexto cujooco estava no conhecimento cientco, isto , uma ormaoinfuenciada pela escola positivista. Nas palavras de Gomes(1991), nesse perodo (...) o onoaudilogo cursou uma Uni-versidade alienada, despolitizada pelos rgos de represso eherdou o modelo americano mdico-positivista como nortea-

    dor do pensamento e da prtica clnica.Para Paula Souza (1987) e Maia (1987), como resultado de

    sua constituio, a clnica dos distrbios da comunicao oiinfuenciada pelo modelo positivista, contemplado pela clni-ca mdica, o que permitiu entender a alterao de linguagemcomo uma patologia, uma doena a ser curada. Assim, os ter-

    mos sujeito, alterao de linguagem e reabilitao, signicamrespectivamente, doente, doena e cura.Dessa orma, embora a Fonoaudiologia na sua constituio

    tenha sorido infuncias diversas que determinaram sua prti-ca clnica, nos parece que a necessidade de se constituir comocincia e de mostrar uma prtica, aparentemente eciente ecompetente, ez o prossional aceitar/acomodar os pressupos-

    tos epistemolgicos vigentes na poca e assumir os conceitose o modelo clnico mdico, que tambm soriam infunciaspositivistas.

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    Segundo Giroto (2003), at o m da dcada de 1970, aatuao do onoaudilogo oi caracterizada pela apropriaodo modelo clnico-mdico. Nessa poca, visando reabilita-o das alteraes de linguagem, tinha-se como oco do traba-lho onoaudiolgico a deteco dos distrbios da comunica-o, ato que contribuiu para que o educador se preocupassemais com a identicao do problema do que com a compre-

    enso de sua real natureza, alm de determinar a ideia de queo onoaudilogo poderia oerecer instrumentos para resolvero problema do escolar, sendo o detentor do saber a ser oere-cido e no partilhado.

    Na dcada de 1980, ocorre a regulamentao da prossoe a escola passa a ser um espao de atuao legalmente deni-do. Observa-se um aumento signicativo de aes que o o-

    noaudilogo poderia realizar nessa esera e de trabalhos volta-dos a essa rea. Os estudos apresentados por Ferreira (1991),Lagrotta, Cordeiro & Cavalheiro (1991), Pinto, Furck et al.(1991), Pacheco e Caraa (1984) e Guedes (1991), represen-tam tal armao.

    Guedes (1991) aponta que essa dcada se caracterizou no

    apenas pela ampliao do campo de atuao, mas tambmpelo distanciamento das propostas iniciais que eram exclusi-vamente clnicas. Lagrotta (1991), assim como Guedes (1991)e Ferreira (1991), armam que no m dos anos oitenta, a Fo-noaudiologia, infuenciada pelos conhecimentos advindos dasade pblica, passa a realizar aes com oco preventivo. Des-se modo, esse perodo oi marcado pela adoo de novos para-

    digmas, o que avoreceu o incio da mudana das concepesde sade e de linguagem, ambas compreendidas a partir de seucarter social.

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    Assim, um grande divisor de guas no entendimento donovo paradigma de ao do onoaudilogo na Educao, o-ram os estudos da Sade Pblica e do conceito de sade deorma mais ampla que a ausncia de doena, bem como dosaspectos ambientais e sociais que a compem.

    Ao mesmo tempo, a escola, ao se abrir para a insero de to-dos, passa a ter de lidar com a diversidade, traar o ensino consi-

    derando o sujeito que ali se apresenta e o seu coletivo-classe. As-sim, tambm no mbito da Educao se tem um novo paradig-ma: a escola passa a ter de se adequar para receber a todos, com asdierentes individualidades que ali se apresentam, tais como gne-ro, etnia, nvel socioeconmico etc.

    Nesta associao de mudanas tanto na Educao como naSade, temos um cenrio, nos anos noventa, como aponta Cava-

    lheiro (1999), em que entra em cena a discusso da ormao doprossional Fonoaudilogo e o papel a ser exercido por este pro-ssional na Educao. Alm disso, infuenciado pelas refexes dadcada anterior, comea a haver uma tentativa de abandono daspropostas que tinham como preocupao exclusiva a busca dadoena. Cavalheiro (1997), Martins, Kyrillos e Ferreira (1997)

    apontam que, no m da dcada de 1990, apesar das triagens ain-da serem realizadas, essas tinham outro oco, ou seja, o de levantare identicar as caractersticas gerais de uma populao para traarum plano de trabalho.

    A partir de 2000, nota-se que h um aumento signica-tivo do nmero de publicaes que podem ser representadaspelos trabalhos de Sacaloski, Alavarsi e Guerra (2000), Cava-

    lheiro (2001), Bitar, Crnio e Giroto (2001), Zorzi (2002),Sebastio (2003), Deliberato (2003), Almeida, Obes e Pinto(2003), Madrid & Faria (2003), Calheta (2004), Barcellos e

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    Ferreira (2005) entre outros. Esses estudos apontam um mo-vimento claro de transormao e necessidade de denio dopapel do onoaudilogo na Educao.

    Zorzi (1999) observa que cada vez mais se tm aponta-do para prticas onoaudiolgicas educacionais que auxiliemna ormao de educadores e pais. De acordo com o autor,a uno da Fonoaudiologia na escola deve estar baseada em

    aes que propiciem o desenvolvimento das potencialidadesdos alunos, mesmo dos que no apresentam alteraes, con-tribuindo para a aprendizagem e, mais especicamente, paraa construo de um sujeito cidado leitor. Ressalta que a atu-ao onoaudiolgica em escolas deve deixar de centrar-se so-mente nos aspectos patolgicos, podendo beneciar os alunosno apereioamento da comunicao oral e escrita, nos pa-

    dres de voz, ala, audio e linguagem.Giroto (2001) salienta que a atuao da Fonoaudiologia na

    Educao est crescendo cada vez mais, tanto em instituiesprivadas como em pblicas e que, atualmente, a conscientiza-o quanto necessidade do desenvolvimento de aes volta-das promoo de sade e de aprendizagem de todos os sujei-

    tos envolvidos no contexto escolar (alunos, proessores, un-cionrios e pais) encontra-se mais solidicada. De acordo coma autora, a rea passa por um momento de transormao medida que tenta modicar e ampliar sua atuao, mostrandonovas propostas que vo alm da deteco de problemas.

    Assim, observa-se que a atuao onoaudiolgica no mbi-to escolar se modicou, a partir de novos paradigmas estabe-

    lecidos no s na prpria rea da Educao, como tambm narea da sade com o estabelecimento dos novos conceitos desade/doena, preveno e promoo sade.

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    4. Pts Pbs E: qe es estbeee e qe f pres sber pr

    prpr ss es

    Aligao entre a Fonoaudiologia e a Educao pode seridenticada na Lei no 6.965/1981, que dispe sobre aregulamentao da prosso de Fonoaudilogo e, dentre ascompetncias prossionais, determina: assessorar rgos e esta-belecimentos pblicos, autrquicos, privados ou mistos no campoda Fonoaudiologia, participar da equipe de orientao e plane-

    jamento escolar, inserindo aspectos preventivos ligados a assuntosonoaudiolgicos.

    Nos termos dos Artigos 205 e 227 da Constituio Federal(1988), a amlia, a comunidade, a sociedade e o Poder Pblicodevem assegurar, com absoluta prioridade, a eetivao dos di-reitos reerentes vida, sade, alimentao, educao, aoesporte, ao lazer, prossionalizao, cultura, dignidade, aorespeito, liberdade e convivncia amiliar e comunitria, vi-sando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para oexerccio da cidadania e sua qualicao para o trabalho.

    No que tange Educao, a Constituio Federal de 1988garante os direitos de cidadania e dignidade do Ser Humano(Artigo 1o, inciso II e III) e com eles reconhece o direito de

    TODOS Educao e o acesso escola, propondo que o en-sino seja ministrado com base nos princpios de igualdade decondies de acesso e permanncia na escola (Artigo 206, in-

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    ciso I). Aponta para o atendimento educacional especializado,preerencialmente no ensino regular, para atender s especi-cidades dos alunos com decincia: instrumentos para elimi-nar barreiras, ornecendo apoios e recursos (Artigo 208, inci-so III). Ainda parte do dever do Estado com a Educao oatendimento em creche e pr-escola s crianas de 0 a 6 anosde idade (Artigo 208, itens III e IV).

    Direito Educao para Todos signica que todos estaropreerencialmente na escola regular. A reviso da prtica peda-ggica a partir desta leitura contribui para a aprendizagem detodos e remete possibilidade de o onoaudilogo integrar aassessoria tcnica.

    O entendimento da transversalidade da educao especial edo atendimento preerencialmente no ensino regular traz para

    o onoaudilogo uma responsabilidade dupla: auxiliar na me-lhoria da qualidade de ensino para todos os alunos e contri-buir para a adequao de recursos e apoios que atendam s es-pecicidades de alguns alunos e sustentem seu processo edu-cacional.

    A Lei no 7.853/89 dispe sobre o apoio s pessoas portado-

    ras de decincia e sua integrao social, sob a Coordenadoriapara a Integrao da Pessoa Portadora de Decincia COR-DE, e reora a responsabilidade do Poder Pblico e de seusrgos em assegurar s pessoas portadoras de decincia o ple-no exerccio de seus direitos bsicos.

    Na rea da Educao essa lei aponta medidas: a) de inclu-so, no sistema educacional, da educao especial como moda-

    lidade educativa que abranja a educao precoce, a pr-escolar,o ensino undamental e o mdio, a supletiva, a habilitao e re-abilitao prossionais, com currculos, etapas e exigncias de

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    diplomao prprios; b) o oerecimento obrigatrio e gratuitode programas de educao especial em estabelecimentos pbli-cos de ensino; c) o oerecimento obrigatrio de programas deeducao especial em nvel pr-escolar e escolar, em unidadeshospitalares e congneres nas quais estejam internados, por pra-zo igual ou superior a um ano, educandos portadores de deci-ncia; d) o acesso de alunos portadores de decincia aos bene-

    cios coneridos aos demais educandos, inclusive material esco-lar, merenda escolar e bolsa de estudo; e e) a matrcula compul-sria em cursos regulares de estabelecimentos pblicos e parti-culares de pessoas portadoras de decincia capazes de se inte-grarem ao sistema (Artigo 2o, Pargrao nico, Item I).

    A reerida lei obriga os estabelecimentos pblicos a terem oatendimento em educao especial ao longo de todas as etapas

    do Sistema de Ensino e o atendimento domiciliar ou em lei-to de alunos que estariam regularmente matriculados na Edu-cao. O onoaudilogo como membro da equipe de suportee sustentao da incluso tem uma atuao direta nesse oco,seja na assessoria aos prossionais da educao especial comoos da educao bsica. Alm disso, auxilia na observao dos

    conhecimentos e possibilidades dos alunos considerando oscasos de necessidade de atendimento domiciliar/em leito.O Estatuto da Criana e do Adolescente ECA (Lei no

    8.069/1990) retoma as diretrizes da Constituio de 1988,quanto oerta do ensino undamental, obrigatrio e gratuito,inclusive para os que a ele no tiveram acesso na idade prpria;e do atendimento educacional especializado aos portadores de

    decincia, preerencialmente na rede regular de ensino.Ele traz como dierencial o endereamento ao Poder Pbli-

    co da responsabilidade de ampliao da aixa etria atendida

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    pelas escolas, no caso do atendimento em creche e pr-escolas crianas de 0 a 6 anos de idade, e de suporte e sustentaodos alunos no ensino undamental, por meio de programas su-plementares de material didtico-escolar, transporte, alimen-tao e assistncia sade, assim como recensear os educandosno ensino undamental, azer-lhes a chamada e zelar, ao ladodos pais e/ou responsveis, pela requncia escola (Artigo 54,

    itens I, II, II, IV, VI e VII, Pargrao 3o

    ).Na Lei no 10.098/94 so estabelecidas normas gerais e cri-trios bsicos para a promoo da acessibilidade das pessoasportadoras de decincia ou com mobilidade reduzida, pormeio da supresso de barreiras e obstculos nas vias e espaospblicos, no mobilirio urbano, na construo e reorma deedicios e nos meios de transporte e de comunicao. Nela

    considerada barreira na comunicao qualquer entrave/obs-tculo que diculte ou impossibilite a expresso ou o recebi-mento de mensagens, por intermdio dos meios ou sistemasde comunicao, sejam, ou no, de massa (Captulo I, Artigo2o, Item II, Subitem d). Essa lei ainda omenta programas des-tinados: promoo de pesquisas cientcas voltadas ao trata-

    mento e preveno de decincias, ao desenvolvimento tecno-lgico orientado produo de ajudas tcnicas para as pessoasportadoras de decincia e especializao de recursos huma-nos em acessibilidade (Artigo 21, itens I a III).

    Um desencadeamento posterior desta lei oi o reconheci-mento da Lngua Brasileira de Sinais Libras pela Lei no10.436/2002, assim como os outros recursos de comunicao

    a ela associada.As Leis no 10.098/94 e no 10.436/2002 validam a atuao

    do onoaudilogo na Educao, como prossional que lida

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    com as questes de comunicao e linguagem, no sentido deauxiliar e orientar procedimentos e condutas para a supressode barreiras de comunicao e arquitetnicas (desenho univer-sal, implementao de smbolos no cotidiano escolar e outrassinalizaes visuais etc.). O onoaudilogo est apto a oertarajuda tcnica para a eetiva abertura de outros canais de comu-nicao na escola e, consequentemente, melhorar a aceitao

    deles na sociedade.A Portaria no 1.793/94 aponta para a necessidade de revi-so dos cursos superiores, entre eles o de Fonoaudiologia, am de atender s necessidades de atuao na Educao e nopblico-alvo de decientes ou pessoas portadoras de necessi-dades especiais.

    Assim como no ECA, no mbito da Educao Nacional,

    temos na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LD-BEN Lei no 9.394/96) os mesmos princpios apontados naConstituio de 1988, j descritos, retomando o acesso ao en-sino undamental de orma obrigatria e com a progressivaampliao do perodo de permanncia na escola, eito em es-cola regular (Artigo 208) e com oerta de educao especial

    preerencialmente na rede regular de ensino, para educandosportadores de necessidades especiais, havendo, quando neces-srio, servios de apoio especializado, na escola regular, paraatender s peculiaridades da clientela de educao especial.

    A LDBEN ainda aponta que o atendimento em edu-cao especial ser eito em classes, escolas ou servios es-pecializados, sempre que, em uno das condies espec-

    cas dos alunos, no or possvel a sua integrao nas clas-ses comuns do ensino regular, sendo sua oerta dever cons-titucional do Estado, que tem incio na aixa etria de 0 a 6

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    anos, durante a educao inantil (Artigo 58, Pargraos 1o,2o e 3o).

    Alm disso, essa Lei indica que os sistemas de ensino asse-guraro aos educandos com necessidades especiais:

    a) currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e or-ganizao especcos, para atender s suas necessidades;

    b) terminalidade especca para aqueles que no puderem

    atingir o nvel exigido para a concluso do ensino unda-mental, em virtude de suas decincias, e acelerao paraconcluir em menor tempo o programa escolar para os su-perdotados;

    c) proessores com especializao adequada em nvel mdioou superior, para atendimento especializado, bem como

    proessores do ensino regular capacitados para a integra-o desses educandos nas classes comuns;

    d) educao especial para o trabalho, visando sua eeti-va integrao na vida em sociedade, inclusive condiesadequadas para os que no revelarem capacidade de in-sero no trabalho competitivo, mediante articulaocom os rgos ociais ans, bem como para aqueles queapresentam uma habilidade superior nas reas artstica,intelectual ou psicomotora;

    e) acesso igualitrio aos benecios dos programas sociaissuplementares disponveis para o respectivo nvel do en-sino regular (Artigo 59, itens de I a V).

    A LDBEN esmia a questo do acesso e comea a apon-tar as adequaes da escola, como instituio, para que ocorraa permanncia e aprendizagem de todos alunos. Nesse senti-

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    do, detalha as preocupaes com a educao especial trans-versalizando o ensino regular, aponta a capacitao dos pro-essores como diretriz e a elaborao de apoios especializadosno ensino regular. O onoaudilogo passa a ser um agente deormao que apoia as polticas pblicas para a adequao decurrculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organiza-o, para atender s necessidades especcas dos alunos, no

    desconsiderando, como j apontado anteriormente, o ortale-cimento do ensino regular, como prtica pedaggica e unda-mento para a ao educativa da escola.

    A Secretaria de Educao Especial do Ministrio da Edu-cao e do Desporto (1998) prope as seguintes caractersti-cas reerentes s necessidades especiais dos alunos: superdo-tao (notvel desempenho e elevada potencialidade dos as-

    pectos de capacidade intelectual); condutas tpicas (maniesta-es de comportamento tpicas de portadores de sndromes equadros psicolgicos, neurolgicos e psiquitricos); decin-cia auditiva (perda total ou parcial, congnita ou adquirida, dacapacidade de compreender a ala por intermdio do ouvido);decincia sica (variedade de condies no sensoriais que

    aetam o indivduo em termos de mobilidade, de coordenaomotora geral ou da ala); decincia mental (uncionamentointelectual geral signicativamente abaixo da mdia); decin-cia visual (reduo ou perda total da capacidade de ver com omelhor olho aps a melhor correo tica); decincia mlti-pla (associao, no mesmo indivduo, de duas ou mais deci-ncias primrias, mental/visual/auditiva/sica).

    Cabe aqui a discusso dos termos decincia e necessidadeeducacional especial. O primeiro aborda a limitao sica e/ou sensorial e a necessidade especial que transcende o eixo da

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    Educao. No segundo, parte-se do educacional e das dicul-dades geradas por esse contexto, que no necessariamente secongura numa decincia.

    Este o principal n na discusso do pblico-alvo apontadona atualidade para a oerta de sala de atendimento educacionalespecializado, que o servio de educao especial que cria re-cursos e suplementa e/ou complementa o ensino regular, oerta-

    do por proessores de educao especial. Se alarmos apenas emdecientes, como prope o atendimento educacional especiali-zado proposto pelo MEC, exclumos do acesso a esses recursosos quadros de aprendizagem de dicil diagnstico clnico e dedicil realizao. Esses quadros complexos envolvem a necessi-dade de um olhar multidisciplinar em sade, o que raro de seencontrar em termos de servios pblicos. Alm disso, os aten-

    dimentos especializados so dispendiosos para as amlias quebuscam a iniciativa privada, gerando na maioria das vezes diag-nsticos que so engavetados, cam sem procedimentos clnico-teraputico e caem como rtulo, proecias de xito ou racassono caminho pedaggico desses alunos.

    Com a preocupao de propor diretrizes para orientao

    aos sistemas de ensino para a escolarizao de alunos comTranstornos Especcos que aetam o processo de aprendiza-gem como a Dislexia, Discalculia, Disortograa e Transtornodo Dcit de Ateno e Hiperatividade-TDAH, o MEC con-vocou um grupo de trabalho de especialistas da rea da Sadee da Educao (Portaria no 6, de 5 de junho de 2008). Esse do-cumento, marco para a rea da educao inclusiva e de crucial

    relevncia para a atuao do onoaudilogo, ainda no oi pu-blicado, mas aguarda a aprovao nal na Secretaria de Edu-cao Especial.

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    No Censo Escolar eito pelo MEC em 2009, considerou-secomo possvel aluno para o atendimento educacional especia-lizado somente os decientes, sejam eles sicos, sensoriais (au-dio, viso) ou cognitivos, as crianas com transtornos glo-bais de desenvolvimento e com altas habilidades ou superdo-tao. Ficam de ora alunos com perdas auditivas no proun-das, com alterao do processamento auditivo central, com

    quadros de aprendizagem e dislexia. Essa deciso oi orientadapelo Decreto no 6.571/2008 e, posteriormente, pela Resolu-o no 04 de 2009.

    Essa resoluo institui Diretrizes Operacionais para o Aten-dimento Educacional Especializado na Educao Bsica, mo-dalidade Educao Especial. Nos Artigos 1o e 2o, retoma que,para a implementao do Decreto no 6.571/2008, os sistemas

    de ensino devem matricular os alunos com decincia, trans-tornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/super-dotao nas classes comuns do ensino regular e no Atendi-mento Educacional Especializado (AEE), oertado em salas derecursos multiuncionais ou em centros de Atendimento Edu-cacional Especializado da rede pblica ou de instituies co-

    munitrias, conessionais ou lantrpicas sem ns lucrativos.Reere que o AEE tem como uno complementar ou suple-mentar a ormao do aluno por meio da disponibilizao deservios, recursos de acessibilidade e estratgias que eliminemas barreiras para sua plena participao na sociedade e desen-volvimento de sua aprendizagem.

    Tanto o Decreto no 6.571/2008 como a Resoluo no 04

    de 2009 visam regulamentar o atendimento educacional es-pecializado, resgatando as diretrizes da Constituio Federal(1988), das Leis no 7.853/89, 8.069/90 (ECA), 10.098/94,

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    9.394/96 (LDBEN) e do MEC (1998). Ambas, tentam de-nir o pblico-alvo, meios de recepo de recurso nanceiropara executar esse atendimento, denio dos recursos huma-nos e sicos envolvidos, entre outros aspectos. A partir deles,em 2010, as redes/escolas que assumirem a proposta inclusivapassam a receber recursos maiores do FUNDEB.

    Contudo, o pblico-alvo e o modo como sero capacitados

    e acompanhados os atendimentos tm sido alvo de grande dis-cusso dentro da sociedade, sejam nas entidades de classe ouno. Atualmente, o MEC e representantes de associaes tm--se reunido para rediscutir este assunto, pois, por ser educacio-nal, ele deve buscar atender s necessidades educacionais dosalunos e no ao quadro clnico que ele apresenta. Nesse senti-do, temos alunos com diculdades de aprendizagem que no

    se encaixariam nas categorias descritas que poderiam se bene-ciar do atendimento, mas que no o podem receber, segundoa legislao vigente. Por outro lado, temos decientes que nonecessitam do atendimento, pois conseguem caminhar dentrodo sistema de ensino sem apoios adicionais.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais PCNs, que abran-

    gem as Adaptaes Curriculares (1998), denem como adap-taes curriculares as possibilidades educacionais de atuar emace das diculdades de aprendizagem dos alunos, abrindo apossibilidade de adaptao do currculo regular tornando-oapropriado s peculiaridades dos alunos. Elas implicam emplanejamento pedaggico e aes docentes undamentais emcritrios que denem: o que o aluno deve aprender, como e

    quando aprender, que ormas de organizao do ensino somais ecientes para o processo de aprendizagem e como equando avaliar o aluno.

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    A discusso das necessidades educacionais do aluno e dasadaptaes curriculares necessrias ao seu processo de ensinoe aprendizagem tem sido um dos grandes ocos que justicame undamentam a ao do onoaudilogo na escola e sua atua-o contribui para o empoderamento do proessor no seu pro-cesso avaliativo e de interveno, gerando maior segurana eplanejamento do percurso escolar dos alunos e/ou da proposta

    pedaggica da Rede em que se est envolvido.A Resoluo CNE/CEB no 2/2001 institui Diretrizes Na-cionais para a Educao Especial na Educao Bsica e abor-da aspectos educacionais de alunos com necessidades educa-cionais especiais em todas as etapas e modalidades de ensino,havendo servio de educao especial quando necessrio. Elaaponta para a matrcula de todos os alunos no ensino regular e

    coloca a educao especial na transversalizao.Ao analisar os artigos dessa resoluo, ca clara a possibilida-

    de de atuao do onoaudilogo na Educao uma vez que podecompor o quadro de apoio tcnico na avaliao de necessida-des educacionais especiais e de acompanhamento e orientaode proessores de educao especial que atuem no atendimento

    educacional especializado, bem como dos proessores de classeregular, medida que cria instrumental para que observem, ava-liem e atuem melhor com seus alunos.

    O atendimento clnico antes eito na escola especial passa aser praticamente invivel e pouco eetivo, uma vez que o princi-pal capacitar o proessor para agir com toda e qualquer crian-a de modo a promover aprendizagem, que, em ltima instn-

    cia, gera bem-estar, trnsito social e independncia aos sujeitos.Nesse sentido, o onoaudilogo passa a participar do acom-

    panhamento pedaggico dos alunos com os proessores da

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    educao regular e especial. Alm disso, trabalha no processoormativo do proessor para que ele aprimore sua prtica e seuolhar investigativo sobre sua classe e seus alunos, propician-do ambiente signicativo e de aprendizagem para todos, aten-dendo aos princpios da Educao para Todos, da diversidadecomo onte de aprendizagem e da promoo da sade comopromoo de Educao.

    A Resoluo CNE/CP no

    01/ 2002 institui as DiretrizesCurriculares Nacionais para a Formao de Proessores daEducao Bsica, em nvel superior, curso de licenciatura, degraduao plena, com base nos Pareceres CNE/CP 9/2001 e27/2001.

    Atualmente, a maioria dos cursos de graduao em Pe-dagogia discute a diversidade e a incluso em um semestre

    e com pouca nase prtica. Nesse sentido, constituir umaequipe multidisciplinar de ormao continuada e de acom-panhamento das Redes de Ensino se torna algo importan-te na busca da qualidade de ensino e no aprimoramento daprtica docente. A Fonoaudiologia deve ser considerada nes-se contexto e includa na possibilidade de compartilhar pro-

    jetos, inserir recursos de inormao e comunicao, ampliaro olhar observador do educador sobre os alunos e sobre adiversidade, trazer conhecimento terico sobre desenvolvi-mento humano e sobre algumas especicidades de quadrosde alunos, assim como ampliar o olhar sobre o ensino daLngua Portuguesa, envolvendo ao-refexo-ao diante desituaes-problema.

    O Decreto no 6.571/08 dispe sobre o atendimento educa-cional especializado, regulamenta o pargrao nico do Artigo60 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta

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    Fonoaudiologiana eduCao

    dispositivo ao Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007.Nele aponta-se que a Unio prestar apoio tcnico e nanceiroaos sistemas pblicos de ensino dos Estados, do Distrito Fede-ral e dos Municpios, na orma desse decreto, com a nalidadede ampliar a oerta do atendimento educacional especializadoaos alunos com decincia, transtornos globais do desenvol-vimento e altas habilidades ou superdotao, matriculados na

    rede pblica de ensino regular (Artigo 1o

    ).Segundo o Decreto no 6.571/08, o Ministrio da Edu-cao prestar apoio tcnico e nanceiro s seguintes aesvoltadas oerta do atendimento educacional especializado,entre outras que atendam aos objetivos previstos nesse decre-to: implantao de salas de recursos multiuncionais; orma-o continuada de proessores para o atendimento educacio-

    nal especializado; ormao de gestores, educadores e demaisprossionais da escola para a educao inclusiva; adequaoarquitetnica de prdios escolares para acessibilidade; elabo-rao, produo e distribuio de recursos educacionais paraa acessibilidade; e estruturao de ncleos de acessibilida-de nas instituies ederais de educao superior (Artigo 3o,

    itens I a VI). Nesse sentido, a produo e distribuio de re-cursos educacionais para a acessibilidade incluem livros di-dticos e paradidticos em braille, udio e Lngua Brasileirade Sinais Libras, computadores individuais com sintetiza-dor de voz, sotwares para comunicao alternativa e outrasajudas tcnicas que possibilitam o acesso ao currculo (Par-grao 2o). Alm disso, a partir de 1o de janeiro de 2010, se

    admitir, para eeito da distribuio dos recursos do FUN-DEB, o cmputo das matrculas dos alunos da educao re-gular da rede pblica que recebem atendimento educacional

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    Conselho Reg ional de Fonoaudiologia

    especializado, sem prejuzo do clculo dessas matrculas naeducao bsica regular (Artigo 9o A).

    Considerando que o atendimento educacional especializa-do busca omentar o desenvolvimento de recursos didticos epedaggicos que eliminem as barreiras no processo de ensino eaprendizagem, o mesmo contribui para o trabalho conjunto eormativo do onoaudilogo com os proessores que oerecem

    esse apoio, assim como na mediao do uso destes recursos noensino regular. A ormao continuada e a elaborao, produ-o e distribuio de recursos educacionais para a acessibilida-de so alvos de investimento do MEC e esto intimamente re-lacionados ao trabalho do onoaudilogo na Educao.

    Sendo assim, interessante que todo o prossional envol-vido com as questes educacionais pesquise essas ontes para

    o entendimento dos aspectos envolvidos na legislao nacio-nal com maior ou menor rigor. Fica assim a seo do para sa-ber mais como sugesto de leitura complementar e ontes deconsulta.

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    5. Pts e Prrms e mbtFeer, Est e Mp (SP)res E

    Neste captulo, sero apresentados alguns programas dembito ederal, estadual e municipal nos quais o ono-

    audilogo pode estar inserido, num trabalho de parceria en-tre o prossional que atua na Educao e na Sade. Parte-sedo pressuposto que ambos atuam no mesmo territrio social,com aes especcas, porm complementares.

    Poltica Pblica pode ser denida como um conjunto de

    programas de ao governamental voltados eetivao dosdireitos humanos/sociais. Ato de participao recente da so-ciedade civil a partir da dcada de 1980, as polticas pblicastm, em cada Estado, o respaldo legal da Constituio Fede-ral, da Constituio Estadual e Lei Orgnica de cada Muni-cpio. Assim, a coordenao das aes e polticas papel daUnio, por meio do Ministrio da Educao (MEC), em arti-

    culao com os poderes pblicos estaduais e municipais.A atuao dos governos, bem como o interesse da socieda-

    de na melhoria da qualidade do ensino, denuncia que a Edu-cao passou a ser tema de relevncia no Brasil. Castro (1999)arma que a dcada de 1990 representa um marco nas polti-cas educacionais e que isso se deve a trs atores undamentais:a) consenso no diagnstico das causas da baixa eetividade dossistemas de ensino; b) convergncia das aes desenvolvidaspelos dierentes nveis de governo e c) envolvimento da so-ciedade na reivindicao de um ensino de melhor qualidade.

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    Com base nos documentos publicados que anunciam e re-gem os princpios norteadores da Educao, a saber: Cons-tituio de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases 1996 tem-sepor nalidade proporcionar o exerccio pleno da cidadania e aqualicao para o trabalho. Nesse sentido, por meio das po-lticas pblicas, ou seja, por um conjunto articulado e estru-turado de aes, busca-se transormar a realidade do sistema

    educacional.De acordo com os dados do Ministrio da Educao(MEC/SEB, 2005), o governo ederal vem investindo na edu-cao bsica, tendo a qualidade como parmetro de suas dire-trizes. Diante disso, amplia seus objetivos e assume o compro-misso com a qualidade social da Educao, o que implica namelhoria das condies de vida e de ormao da populao.

    Entende-se qualidade social como um conjunto de atores in-tra e extraescolares que se reerem: s condies de vida dosalunos e de suas amlias; ao seu contexto social, cultural e eco-nmico e prpria escola proessores, diretores, projeto pe-daggico, recursos, instalaes, estrutura organizacional, am-biente escolar e relaes intersubjetivas no cotidiano escolar.

    Com o intuito de melhorar o sistema educacional, o gover-no vem desenvolvendo, por meio das secretarias do MEC e doFundo Nacional de Desenvolvimento da Educao FNDE,um conjunto de projetos e aes, em regime de colaboraocom as redes de ensino em mbito estadual e municipal. Essesprojetos abrangem diversas reas e aspectos que contribuemdireta e indiretamente para ormao do aluno e dos proes-

    sores.O Ministrio da Educao apresenta, atualmente, 64 pro-

    gramas, a Secretaria do Estado de So Paulo, 61 e a Secretaria

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    Municipal 14. Ser capaz de intervir de modo crtico e proposi-tivo na elaborao e realizao desses programas e ser capaz dearticular conhecimentos para uma atuao competente nessarea tarea para o prossional em Fonoaudiologia.

    Diversas so as possibilidades de insero do onoaudilogonos projetos propostos pelos governos, tais como os programasdesenvolvidos para o combate ao racasso escolar e incluso. A

    atuao do onoaudilogo em processos de ormao da equipeescolar uma possibilidade que objetiva a melhoria das condi-es de ensino relacionadas Educao. Educar na Diversida-de um exemplo, projeto do Ministrio da Educao (SEESP/MEC) para apoio na ormulao de polticas, culturas e prticasinclusivas nas escolas pblicas. A insero no Programa Nacio-nal de Sade do Escolar PNSE, que visa ornecer atendimen-

    to para deteco de decincias auditivas e visuais de alunos darede, outro exemplo. A elaborao de aes para o desenvol-vimento de hbitos alimentares saudveis em projetos como oPrograma Nacional de Alimentao Escolar PNAE tambmilustra, dentre muitos outros, as possibilidades de atuao doprossional em aes governamentais.

    Para ter cincia de outras Polticas e Programas, consulte ocaptulo Para saber mais.

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    6. Perl e Aes do fonoaudilogo naE

    Vrias so as questes sociais que tm movido a Fonoaudio-logia a atuar nas mais diversas reas, tais como: o direitoao exerccio da cidadania da populao em estado de vulnera-bilidade social, a necessidade de o pas reverter os ndices deanalabetismo, o direito ateno sade integral e de modoequnime e a importncia de se oerecer cuidados de sade.

    No detalhamento do seu campo de ao, a atuao onoau-diolgica engloba prticas de promoo, proteo e recupera-o da sade nos diversos aspectos relacionados ComunicaoHumana, inserindo-se em unidades bsicas de sade, ambu-latrios de especialidades, hospitais, instituies educacionais,domiclios e outros equipamentos da sociedade. Nesse sentido,o onoaudilogo pode ser considerado um generalista graas sua ao em dierentes contextos assim como um especialista,em uno da enorme carga de conhecimentos especcos que

    envolvem a atuao em cada contexto (CRFa. 2a Regio, 2006).Os princpios nicos que regem a atuao onoaudiolgica,

    qualquer um que seja o contexto de sua insero, postos empublicao anterior do CRFa. 2a Regio (2006), nas equipesque participa so:

    - valorizar os princpios de acolhimento, vnculo e respon-sabilizao pela clientela;

    - atuar na construo de um saber interdisciplinar;

    - atuar no levantamento da situao institucional, no caso

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    educacional, servios de apoio e da comunidade, clientelaenvolvida, proposta educacional, entre outras.

    No que se reere ao diagnstico situacional, o prossionalidenticar o perl epidemiolgico, assistencial, inraestrutu-ral e socioeconmico da populao pesquisada, bem como de-nir comportamentos, hbitos e atitudes. A anlise de in-

    dicadores de sade poder denir estratgias para implanta-o de polticas pblicas, tais como programas e campanhasde promoo dos aspectos onoaudiolgicos. A partir do de-senvolvimento das aes voltadas sade coletiva, poder im-plementar, coordenar, adaptar e gerenciar aes, programas ecampanhas de preveno em sade.

    No aspecto especco de atuao educacional, o onoaudi-

    logo pode e deve:- apropriar-se das inormaes demogrcas, sanitrias, so-

    cioculturais, epidemiolgicas e ambientais ao redor dasescolas, auxiliando na identicao de atores de riscopara o desenvolvimento de distrbios onoaudiolgicos,mas primordialmente, utilizando esses dados para dis-

    cutir a oerta de ensino na escola, inserindo na constru-o do projeto pedaggico discusses que considerem osrecursos existentes, ou no, na comunidade, aproximan-do a realidade ao ensino e, assim, signicando a aprendi-zagem dos alunos.

    - buscar solues para as diculdades encontradas, inclu-sive com o estabelecimento de prioridades e planos deorientao e assessoria especca e parcerias com serviosda comunidade e equipes da sade, potencializando a re-solutividade das aes.

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    - estimular e possibilitar o desenvolvimento de instrumen-tos que avaliem os padres de qualidade e o impacto dasaes desenvolvidas, em consonncia com as diretrizesprossionais.

    Os aspectos legais apresentados anteriormente nas Resolu-es do Conselho Federal de Fonoaudiologia (No 232/99 , re-

    vogada e No

    309/05, em vigor at a presente), voltados para aatuao na rea de Educao, so resultado de uma construorealizada por onoaudilogos que j atuavam em escolas desdea dcada de 1960, culminando com aes de assessoria, con-sultoria e administrao.

    Os termos assessoria e consultoria so amplamente utiliza-dos por diversos prossionais e transitam em dierentes reas,

    tais como: Educao, Direito, Administrao, Economia, Pro-paganda e Marketing, Cincias Contbeis, Comunicao So-cial, Educao Fsica, Engenharia, Turismo, Medicina, Fono-audiologia. Porm, apesar do vasto uso destas nomenclaturas,poucas so as reas que apresentam uma denio clara sobreo assunto.

    Na administrao, a assessoria caracteriza-se por ser umaatividade de auxlio empresa ou ao prossional responsvelpor determinado assunto. De acordo com o dicionrio Aur-lio, assessorar a atividade de auxiliar tecnicamente graasao conhecimento especializado em um determinado assunto.

    A consultoria pode ser considerada uma das aes mais an-tigas do mundo. A origem da palavra consultoria vem do latim

    consultare que denota: dar ou receber conselhos, aconselhare tambm ser aconselhado. Jacintho (2004) baseado no traba-lho de Orlickas (1998) dene que consultoria, de uma orma

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    ampla, o ornecimento de determinada prestao de servi-o, em geral por meio de prossional muito qualicado e co-nhecedor do tema, provido de remunerao por hora ou pro-jeto, para um determinado cliente. Salienta que o servio deconsultoria realizado por meio de diagnstico e processosque tm o objetivo de levantar as necessidades do cliente,identicar solues e recomendar aes. Diante dessas inor-

    maes, o consultor desenvolve, implanta e viabiliza o pro-jeto de acordo com a necessidade especca de cada cliente.No que se reere ao trabalho onoaudiolgico entende-se

    que o prossional em sua atuao no mbito escolar pode de-senvolver aes voltadas consultoria, ormao e assessoria.Na uno de consultor, o prossional inicialmente examinaa demanda da equipe que atua na escola e a partir das conclu-

    ses observadas, discuti e deni com a equipe escolar as estra-tgias que podero azer parte dos procedimentos cabveis. Se-quencialmente, poder surgir a exigncia de uma ao orma-tiva e/ou de assessoria.

    A ormao realizada de acordo com a necessidade dosatores sociais envolvidos com a escola de conhecer aspectos re-

    lacionados Fonoaudiologia. Com relao assessoria, o o-noaudilogo pode auxiliar/apoiar, a partir de seu conhecimen-to especializado em um determinado assunto, devendo permi-tir a construo de aes voltadas demanda escolar.

    O onoaudilogo embute na sua atuao uma hibridez quemescla prioritariamente assessoria e administrao, envolven-do nesta a importncia dada dentro do segmento da Educa-

    o ao ormativa nos dierentes segmentos de prossio-nais existentes e no apenas com os proessores. Assim, cadavez mais a triagem, com oco no aluno e na sua normaliza-

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    o, ao baseada na ao da clnica e no paradigma de servi-o (Aranha, 2001), tirada do rol de erramentas utilizadas eem seu lugar insere-se a participao na equipe multidiscipli-nar no processo de identicao de necessidades educacionais(Art. 6o, Resoluo 02/01, CNE/CEE, 2001).

    Muda-se a proposio do encaminhamento clnico, eitopela escola e que busca a normalizao do desvio, e passa-se

    a considerar o atendimento em sadecomo mais um com-ponente. A parceria Educao e Sade assim valorizada,mas dando-se a cada uma o empoderamento que lhe cabee a tomada de deciso sobre os caminhos a serem segui-dos em cada percurso: educacional e clnico. Desse modo,cria-se a necessidade de haver onoaudilogo tanto no sis-tema de sade como no de educao. Papis complementa-

    res, de interlocuo constante, de natureza de atuao di-erente, gerando maior qualidade de atendimento popu-lao e melhoria de ensino, aprendizagem e sade. Assimse constitui a ao do onoaudilogo educacional despidoda ao clnica, mas empoderado de conhecimento: da Co-municao Humana, da Lngua Portuguesa, do processo de

    interao verbal e de outros sistemas de comunicao, daLinguagem como processo de constituio do indivduo eda cultura, entre outros. O conceito de promoo de sa-de imprime-se no conceito de Educao de qualidade paratodos. Tal ato gera uma quebra importante de paradigmapara a escola e para o onoaudilogo que atua em Educao(Aranha, 2001), base para o desenvolvimento da Educao

    Inclusiva e da Educao de qualidade para todos. O ono-audilogo tem um papel undamental nesse processo, umavez que pode contribuir com aqueles que atuam em sala

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    de aula para que re/criem eetivas possibilidades de apren-dizagem.

    Nesse sentido, o prossional pode auxiliar em conormida-de com a escola regular e ser empreendedor na produo doconhecimento e acilitador de vivncias em grupo entre alu-nos e proessores, proessores e equipes gestoras das unidadesescolares, propiciando mediao entre o saber elaborado e o

    conhecimento a ser produzido (Kster; Hngaro; Casteleins,2001; Silva; Aranha, 2005; Luzardo; Nemr, 2006). Em ter-mos de escolas especiais e servios de educao especial, o o-noaudilogo poder ornecer assistncia e suporte para os pro-essores especializados, proporcionando melhores condiespara que as crianas inclusas tenham possibilidades de acessoao currculo das classes comuns (Giroto, 1999).

    A pesquisa de Ramos e Alves (2008) indica que existe de-manda signicativa para a atuao onoaudiolgica nas esco-las regulares e tambm de ensino especial, visto atenderem diversidade humana, da qual as decincias e dierenas azemparte. Ressalta que, independente da demanda relacionada aosquadros patolgicos, a atuao onoaudiolgica se d no senti-

    do de potencializar o desenvolvimento da comunicao e tam-bm de prevenir possveis distrbios.Em conormidade com Csar e Calheta (2005), o apoio

    onoaudiolgico ocorre para potencializar as capacidades dosalunos propiciando melhores resultados pedaggicos e inte-racionais com proessores e colegas, instaurando a relevnciada noo de promoo da sade no contexto escolar. im-

    portante ressaltar que a noo de potencializao das habili-dades comunicativas extensiva a todos os alunos, sejam elesportadores de necessidades especiais ou no. Salientam ain-

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    da que o onoaudilogo poder abranger toda a comunidadeescolar em suas aes. Ideia que reora a proposio de di-versos atores no contexto escolar, tais como: coordenadores,proessores, psiclogos, onoaudilogos, assistentes sociais,terapeutas ocupacionais entre outros, que atuem em conjun-to no processo de incluso escolar e busca da qualidade so-cial (MEC, 2007).

    A seguir, algumas das possibilidades de atuao do onoau-dilogo na rea da Educao, dentre outras atribuies, bus-cando-se didaticamente distribu-las em categorias de ao:

    Aes de Consultoria:

    - identicar necessidades ormativas das escolas, por anli-

    se individual (por unidade) ou coletiva (da Rede), sendocorresponsvel na busca de solues, propondo aes quecontribuam para a melhoria da oerta de ensino por partedo proessor e da aprendizagem dos alunos;

    - levantar e analisar dados da realidade escolar, identi-cando sua clientela com o objetivo de atuar sobre as ne-cessidades e diculdades apresentadas pelos educandos

    em relao aos programas, projetos e aes desenvolvi-das na escola, buscando uma maior eetividade, partin-do do individual para propostas coletivas de trabalhopedaggico;

    - participar dos processos de planejamento e gesto na reade polticas pblicas;

    - integrar suas aes quelas desenvolvidas pela equipe deeducao da qual participa, priorizando aquelas maisadequadas em ace da diretriz do trabalho coletivo;

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    - elaborar, com a equipe tcnica, o planejamento dos pro-gramas da Secretaria de Educao e participar do seu de-senvolvimento, em termos de acompanhamento das ati-vidades escolares, ormao continuada, organizao derecursos e servios, desenvolvimento de projetos e pro-gramas, entre outros;

    - contribuir para a universalizao do acesso ao ambiente

    escolar, principalmente no que se reere comunicao;- implantar e implementar aes para eetivao do Aten-

    dimento Educacional Especializado, por meio da orga-nizao das demandas, da avaliao das necessidades es-peccas dos alunos (recursos e apoios), da continuidadedo planejamento educacional dos alunos com decin-

    cia, contribuindo para a busca de solues para a implan-tao desse servio assim como das salas de recursos mul-tiuncionais em cada escola;

    - participar de reunies com a equipe para avaliaes siste-mticas e contnuas diante das aes desenvolvidas pelogrupo;

    - contribuir para o diagnstico da situao de sade auditivados ambientes escolares, apontando necessidades, pedindoavaliaes de aerio de rudo e buscando solues paracontribuir com a sade auditiva;

    - contribuir para o diagnstico de sade vocal dos proes-sores, considerando os aspectos acsticos do ambiente, asnecessidades postas pelo nmero de alunos por sala, os

    aspectos individuais;- propor instrumentos de avaliao e acompanhamento das

    aes onoaudiolgicas, em consonncia com as diretri-

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    senvolvimento, em termos de acompanhamento das ati-vidades escolares, ormao continuada, organizao derecursos e servios, execuo de programas e projetos, en-tre outros;

    - contribuir para a universalizao do acesso ao ambienteescolar, principalmente no que se reere comunicao;

    - participar da ormao continuada oertada pelo sistema

    de ensino, para capacitao de proessores, proessorescoordenadores ou coordenadores pedaggicos, vice-dire-tores, diretores, inspetores, merendeiras, auxiliares de/emeducao, utilizando-se estratgias coletivas de ao;

    - realizar ormao continuada e capacitao especca aosproessores do ensino regular/educao especial, quanto

    aos recursos de tecnologia assistiva e uso de sistemas decomunicao complementares com crianas com ausn-cia de ala;

    - contribuir para a ampliao dos conhecimentos dos pro-ssionais da Educao (proessores do ensino regular e es-pecial, inspetores, merendeiras, auxiliares de classe, esta-girios de Pedagogia, auxiliares de direo, vice-diretores,diretores, coordenadores pedaggicos, orientadores pe-daggicos, supervisores pedaggicos etc.), quanto aos as-pectos de constituio e desenvolvimento da linguagem,desde a educao inantil at as aixas etrias maiores (en-sino undamental e mdio);

    - realizar acompanhamento, discusso de caso e assessoria

    aos proessores que realizam o Atendimento EducacionalEspecializado;

    - participar da seleo, capacitao e treinamento de recur-

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    sos humanos e de prossionais ingressantes na Secretariade Educao que atuam na escola;

    - realizar monitoramento da alimentao em casos de alu-nos com suspeita ou quadro de disagia ou com outrasquestes neurolgicas e/ou alimentares importantes, am de orientar a escola na adequao de procedimentose cardpios, encaminhando o aluno para avaliao espe-

    cializada, quando necessrio;- participar das discusses sobre a adequao de card-

    pios escolares e das orientaes para o momento da ali-mentao: preparo do momento da rotina, apresenta-o do prato, adequaes de cardpio das crianas comquestes alimentares (especicamente os casos com

    suspeita ou presena de quadro disgico), adequaode utenslios nas dierentes aixas etrias etc., orien-tando quanto s unes alimentares esperadas para aidade e patologias.

    - participar de campanhas pblicas ou programas interseto-riais que envolvam a promoo da sade (campanhas deaudio, de aleitamento materno, de sade vocal, preven-

    o da gagueira, dia mundial da voz etc.);- promover encontros com os proessores e equipes gestoras

    com a nalidade de minimizar e problematizar as dicul-dades especcas de alguns alunos;

    - realizar encaminhamentos dos alunos acompanhadospara exames especcos e/ou acompanhamentos terapu-

    ticos que se zerem necessrios;- orientar pais ou responsveis quanto s necessidades edu-

    cacionais de seu(s) lho(s), de orma a buscar parceria no

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    trabalho pedaggico e as intervenes necessrias em ou-tros mbitos (sade, assistncia social etc.);

    - participar de reunies pedaggicas conorme necessidadeslevantadas pela equipe tcnica e/ou escolar;

    - contatar prossionais ans que atendem clinicamente oaluno, para parceria e busca de inormaes, quando ne-cessrio;

    - participar do processo de avaliao de alguns alunos, dis-cutindo suas necessidades educacionais especiais, as adap-taes realizadas e a serem eitas, objetivando o encami-nhamento educacional mais adequado;

    - oerecer suporte terico-tcnico ao proessor, auxiliando-ono desenvolvimento do seu trabalho pedaggico;

    - orientar o proessor em relao ao uso prossional da voz;- realizar e divulgar pesquisas e aes reerentes atuao

    do onoaudilogo na Educao;

    Aes de Gerenciamento:

    - participar de reunies integradas com as equipes de sa-

    de, para o desenvolvimento e apoio a campanhas in-tersecretariais (de audio, de aleitamento materno, desade vocal, preveno da gagueira, dia mundial da vozetc.);

    - desenvolver projetos e/ou programas de articulao inter-secretarias de sade e educao, contribuindo para a inte-

    gralidade de atendimento ao muncipe;- participar de reunies com a comunidade quando neces-srio;

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    - contribuir com o diagnstico da situao de sade da reade abrangncia em que atua, incluindo aspectos que po-dem intererir na Comunicao Humana (rudo, polui-o do ar, alta de vacinao, de acompanhamento pedi-trico, presena de maus hbitos orais, de atores ambien-tais e de moradia que intererem no processo de desen-volvimento da criana e/ou no seu acesso escola);

    - participar de entidades representativas como conselho mu-nicipal de educao, conselho municipal das pessoas comdecincia, conselho municipal de alimentao escolar etc.

    - participar, por meio de aes intersecretariais, de outrosprocessos de ormao continuada ou discusso da rede deapoio criana e ao adolescente (conselho tutelar, secre-

    taria de desenvolvimento social e cidadania, secretaria desade etc.);

    - participar de campanhas pblicas ou programas interse-toriais que envolvam a promoo da sade (viso, audi-o etc.)

    - participar das discusses sobre a adequao de cardpiosescolares, no que se reere organizao e suporte ao mo-mento da alimentao, em aes interdepartamentais Secretaria de Educao: preparo do momento da rotina,apresentao do prato, adequaes de cardpio das crian-as com questes alimentares (especicamente os casoscom suspeita ou presena de quadro disgico), adequa-o de utenslios nas dierentes aixas etrias etc.

    Assim, a atuao do onoaudilogo deve estar vinculada spolticas, programas e projetos. O prossional precisa conhe-

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    cer a misso da instituio de educao em que est inserido,integrar-se aos prossionais da equipe e estar atento articula-o entre os setores da prpria Secretaria de Educao, admi-nistrao pblica e outros parceiros possveis.

    Considerando-se todos esses aspectos, ca clara a ampli-tude das aes do onoaudilogo que atua em Educao e anecessidade do prossional integr-las s polticas pblicas de

    Educao e Sade, estar capacitado para atuar nessa interace,por meio de ormao permanente e/ou complementao daormao prossional.

    Faz-se necessrio o entendimento do locus da escolacomo lugar coletivo de aprendizagem do ser, do azer, do con-viver, do saber, e que trabalha para muito alm da concepode sade como no doena, mas, sim, como qualidade nas re-

    laes, nas aprendizagens, na sade orgnica, no ensino oer-tado, enm, de Educao para todos.

    Cabe lembrar que cada sistema de ensino pode ter um sis-tema de inormao como um mecanismo de coleta, proces-samento, anlise, transmisso de inormaes para as eseraspblicas estaduais e/ou ederal a m de planejar, organizar e

    distribuir programas e verbas para os sistemas educacionais.Em So Paulo, a PRODESP o sistema utilizado para tal m,centralizando todas as inormaes do Estado de So Paulosobre matrculas no ensino regular ou escola especial, evaso,repetncia, alunos com decincia matriculados no ensino re-gular, oerta de AEE etc. Por meio dele, monitora, avalia, pla-neja e implementa estratgias de atuao e organiza os dados

    para encaminhamento Federao, no caso ao Ministrio daEducao, a m de se distribuir verbas para as dierentes ne-cessidades.

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    Os municpios tambm podem criar seus sistemas de in-ormao a m de identicar essas e outras questes, comoquadro de prossionais que atuam, procedimentos e serviosoerecidos, custos diversos das aes desenvolvidas, avaliaodos seus processos de ormao continuada, entre outras. Issopropicia o gerenciamento mais eetivo das verbas recebidas demodo a aplic-las de acordo com as necessidades e/ou priori-

    dades.

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    7. Pr sber ms

    7.1 Voc poder consultar as seguintes legislaes:

    Decreto no 914/93 Decreto no 91.493 Poltica Nacionalpara a Integrao da Pessoa Portadora de Decincia;Portaria no 1.793/94 Dispe sobre a necessidade de com-

    plementar os currculos de ormao de docentes e outros pro-ssionais que interagem com portadores de necessidades espe-ciais e d outras providncias;Decreto no 2.264/97 Regulamenta a Lei no 9.424/96 re-vogada pelo Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007 reere-se ao FUNDEB e regulamenta a Lei no 11.494, de 20de junho de 2007;Decreto no 3.298/99 Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 deoutubro de 1989 Dispe sobre a Poltica Nacional para a In-tegrao da Pessoa Portadora de Decincia, consolida as nor-mas de proteo e d outras providncias;Portaria no 319/99 Institui no Ministrio da Educao,vinculada Secretaria de Educao Especial/SEESP, a Comis-

    so Brasileira do Braille, de carter permanente;Portaria no 554/00 Aprova o Regulamento Interno da Co-misso Brasileira do Braille;Decreto no 3.956/01 (Conveno da Guatemala) Pro-mulga a Conveno Interamericana para a Eliminao de To-das as Formas de Discriminao contra as Pessoas Portadorasde Decincia;

    Portaria no 08/01 Dispe sobre estgios;Resoluo CNE/CP no 2/02 Institui a durao e a carga ho-rria de cursos;

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    Decreto no 6.094/07 Dispe sobre a implementao doPlano de Metas-Compromisso Todos pela Educao;

    7.2. Voc poder pesquisar sobre os seguintes Progra-mas/Projetos:

    a) Programas e aes do Governo Federal

    GESTO EDUCACIONAL1. Planejamento Estratgico da Secretaria PES2. Plano de Desenvolvimento da Escola PDE3. Programa de Dinheiro Direto na Escola PDDE4. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Es-

    colares5. Programa Nacional de Capacitao de Conselheiros Muni-cipais de Educao Pr-Conselho6. Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino no Processo deAvaliao do Plano Nacional de Educao/ PNE e de Elabo-rao, Implantao e Avaliao dos Planos Estaduais e Muni-cipais de Educao

    7. Projeto Presena8. Programa Escola de Gestores9. Programa de Fortalecimento Institucional das SecretariasMunicipais de Educao10. Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educa-o PRADIME11. Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da EducaoBsica e de Valorizao dos Prossionais da Educao FUN-DEB12. Avaliao Nacional da Educao Bsica ANEB

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    13. Prova Brasil Avaliao do Rendimento Escolar14. Programa Internacional de Avaliao de Alunos (as) PISA15. Exame Nacional de Certicao de Competncias deJovens e Adultos ENCCEJA16. Microplanejamento Educacional Urbano17. Escola Aberta18. Programa Formao pela Escola:

    a) Programa Dinheiro Direto na Escola PDDEb) Programa Nacional da Alimentao Escolar PNAEc) Programa Livro Didtico PLId) Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar PNATE

    PROGRAMAS DE FORMAO DE PROFESSORES E

    PROFISSIONAIS DA EDUCAO1. Pr-Letramento2. Escola Ativa3. Programa de Apereioamento da Leitura e Escrita PRALER4. Programa de Formao Continuada Mdias na Educao

    5. Programa Famlia Brasileira Fortalecida pela EducaoInantil6. Programa de Formao Inicial para Proessores em Exerc-cio na Educao Inantil Pr-Inantil7. Programa de Formao Inicial para Proessores do EnsinoFundamental e Mdio Pr-Licenciatura8. Rede Nacional de Formao Continuada de Proessores de

    Educao Bsica9. Programa de Formao Inicial de Funcionrios de Escolas Pr-Funcionrio

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    10. Programa Universidade para Todos Pr-Uni11. Programa TV Escola e DVD Escola12. Programa tica e Cidadania13. Programa de Melhoria e Expanso do Ensino Mdio14. Programa Rdio Escola15. Rede Interativa Virtual de Educao RIVED16. Programa Universidade Aberta do Brasil UAB

    17. Programa Educao em Direitos Humanos18. Projetos de Educao para o Reconhecimento da Diversi-dade Sexual19. Projetos de Educao para a Igualdade de Gnero20. Programa Escola que Protege21. Formao Continuada de Proessores e Trabalhadores daEducao Bsica em Educao Ambiental

    INFRAESTRUTURA DE APOIO EDUCACIONAL1. Padres Mnimos de Funcionamento da Escola PMFE2. Levantamento da Situao Escolar LSE3. Projeto de Adequao de Prdios Escolares PAPE4. Programa de Melhoria da Qualidade do Mobilirio e Equi-

    pamento Escolar PMQE5. Programa de Melhoria da Qualidade do Ambiente Escolar PMQAE6. Programa Nacional do Livro Didtico PNLD7. Programa Nacional de Transporte Escolar PNTE8. Programa Nacional Biblioteca da Escola PNBE9. Centro de Leitura Multimdia

    10. Programa Escola de Fbrica11. Programa Nacional de Sade Escolar PNSE12. Programa Nacional de Inormtica na Escola PROINFO

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    13. Programa Ambientes Virtuais de Aprendizagem e-Pr-Ino14. Programa Brasil Alabetizado15. Programa Educao do Campo16. Programa Educao Escolar Indgena17. Programa Cultura Aro-brasileira18. Programa Ampliao do Ensino Fundamental para Nove

    Anos19. Programa Educar na Diversidade20. Programa Educao Inclusiva21. Programa Nacional de Alimentao Escolar PNAE22. Projeto Alvorada23. Programa de Desenvolvimento do Ensino Mdio24. Formao de Com-vida Comisso de Meio Ambiente e

    Qualidade de Vida na Escola25.