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Fundamentos de Administração e Economia Professor Fernando Santos Dantas

Livro fundamentos da administração e economia full

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Cópia do livro publicado em 2003.

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Fundamentos de Administração e Economia

Professor Fernando Santos Dantas

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Fernando Santos Dantas

Consultor Empresarial e Professor das disciplinas

Informática e Fundamentos de Administração e Economia ETFG/SEBRAE-MG - ACISSP

Contato com o autor:

Email: [email protected] Home Page: www.kai.com.br

Fundamentos de Administração e Economia

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Prefácio

Escrever um livro sobre Fundamentos de Administração e Economia, que sirva de

modelo para cursos técnicos, contribuirá para que você tenha melhores condições de conhecer

uma incrível forma de começar no mundo da Administração. Em minha carreira como professor

de curso técnico, tive a oportunidade de conviver com pessoas muito empreendedoras e bem

informadas. Entretanto, tenho visto que há uma grande deficiência quanto a livros

especializados no assunto, deixando, assim, educandos e educadores com uma lacuna na

formação de cidadãos preparados para a vida empresarial.

Em síntese, no emaranhado de teorias, e num mundo globalizado em a vida prática

vem se expandindo, este livro pretende constituir um ponto de apoio ao leitor.

Afirmo, também, que um livro não é isento de erros e imperfeições. Ele necessita de

revisão e atualizações permanentes. E, nesse processo de atualização, a participação do leitor

é fundamental.

Utilizarei, aqui, princípios fundamentais aplicados a uma determinada série de

circunstâncias e cujo valor consiste em poder prever resultados.

Sou muito grato aos meus ex-alunos da Escola Técnica de Formação

Gerencial/SEBRAE-MG - ACISSP, com os quais pude discutir e aperfeiçoar o material desta

obra. Neste sentido, procurei enfrentar esse grande desafio de escrever sobre este assunto,

tecnicamente complexo, com uma linguagem simples.

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2003

Esta obra é dedicada à Luciene pelo apoio permanente e aos meus

alunos, pois permitiram que eu pudesse melhorar, e muito, este trabalho.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 5

Sumário 1 O Empreendedor 1. Introdução .............................................................................................. Pág. 05 2. Perfil do Empreendedor ............................................................................. Pág. 07 Exercício ................................................................................................ Pág. 11 e 12 3. Conteúdo e Objeto de estudo da Administração ............................................ Pág. 13 Exercício ................................................................................................ Pág. 14 2 Fundamentos da Administração 1. Introdução .............................................................................................. Pág. 15 2. A Administração e suas Perspectiva ............................................................ Pág. 17 3. Antecedentes Históricos da Administração ................................................... Pág. 17 4. Influência dos Filósofos ............................................................................. Pág. 18 Exercício ................................................................................................ Pág. 20 5. Abordagem Clássica da Administração ......................................................... Pág. 21 Exercício ................................................................................................ Pág. 23 6. Objetivos da Administração ....................................................................... Pág. 24 7. Princípios Gerais da Administração .............................................................. Pág. 25 Exercício ................................................................................................ Pág. 27 8. Funções do Administrador ......................................................................... Pág. 28 Exercício ................................................................................................ Pág. 30 9. O Ciclo PDCA ........................................................................................... Pág. 31 10. Plano de Ação ........................................................................................ Pág. 37 11. Como Elaborar um Plano de Ação ............................................................. Pág. 38 12. Ferramentas Para o Plano de Ação ............................................................ Pág. 38 13. Cronograma ........................................................................................... Pág. 39 14. Fluxograma ........................................................................................... Pág. 39 15. Modelo de Plano de Ação ......................................................................... Pág. 41 Exercício ................................................................................................ Pág. 42 3 Fundamentos da Economia 1. Introdução .............................................................................................. Pág. 43 2. Fatores de Produção ................................................................................. Pág. 43 Exercício ................................................................................................ Pág. 46 3. O Problema Fundamental da Economia ........................................................ Pág. 47 4. Quatro Perguntas ..................................................................................... Pág. 47 5. O Sistema Econômico, Sua Composição e seu Fluxo ...................................... Pág. 48 6. Relação Entre Oferta X Demanda X Mercado ................................................ Pág. 49 7. Tipos de Bens e Serviços ........................................................................... Pág. 50 Exercício ................................................................................................ Pág. 51 e 52 4 Visão Sistêmica de Negócios 1. Negócio .................................................................................................. Pág. 53 Exercício ................................................................................................ Pág. 54 5 Estruturas Organizacionais 1. Introdução .............................................................................................. Pág. 55 2. Organização ............................................................................................ Pág. 56 Exercício ................................................................................................ Pág. 58 6 Objetivos e Meio Ambiente Empresarial 1. Objetivos ................................................................................................ Pág. 59 2. Meio Ambiente Empresarial ........................................................................ Pág. 59 Exercício ................................................................................................ Pág. 61 7 Ferramentas Aplicadas para utilização de Sistemas Administrativos Modelos ...................................................................................................... Pág. 62 a 76 Bibliografia ............................................................................................... Pág. 77

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O Empreendedor

Ser um empreendedor é muito mais que ter a vontade de

chegar ao topo de uma montanha; é conhecer a montanha e o tamanho do desafio;

planejar cada detalhe da subida, saber o que você precisa levar e que ferramentas

utilizar; encontrar a melhor trilha, estar comprometido com o resultado, ser

persistente, calcular os riscos, preparar-se fisicamente; acreditar na sua própria

capacidade e começar a escalada.

1. Introdução

O que é um Empreendedor?

O que você faria se ganhasse, sozinho, na Loteria?

Pense com cuidado e responda o que realmente importa

para você. Sem precisar de dinheiro, é mais fácil

imaginar como cada um gostaria de viver a vida. Depois, preencha a tabela: do

lado esquerdo, anote o que você nunca mais faria; do outro, o que você gostaria

de fazer se ganhasse sozinho na Loteria.

Se eu ganhasse na Loteria:

O que eu nunca mais faria? O que eu faria?

01 - 01 -

02 - 02 -

03 - 03 -

04 - 04 -

05 - 05 -

06 - 06 -

07 - 07 -

08 - 08 -

09 - 09 -

10 - 10 -

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O que você faria e o que nunca mais faria se ganhasse sozinho na loteria?

Faça esta pergunta a algumas pessoas que você conhece e compare as

respostas. Dependendo da resposta, você vai ver logo quem é mais ou menos

empreendedor.

Pessoas muito empreendedoras sempre querem mais do que apenas uma casa,

um carro e sossego na vida. Na coluna da direita (O que eu faria?) de um

empreendedor, você sempre vai achar alguma coisa nova e diferente; uma realização

pessoal, um projeto ousado. Esse desejo de mudar as coisas, fazer algo novo ou

melhorar o que existe, é o comportamento do empreendedor.

Ao longo do curso, vamos conhecer e estudar as principais características do

comportamento empreendedor. Desenvolver essas qualidades é indispensável para o

sucesso em qualquer negócio.

Pense nas pessoas que você conhece. Quais delas você acha que teriam mais chances de

fazer um negócio dar certo? Por quê?

............................................................................................................................

............................................................................................................................

............................................................................................................................

Use este espaço para anotar suas observações: DICIONÁRIO DO

EMPREENDEDOR

.................................................................

Empreendedor

................................................................. Pessoa que deseja realizar, executar,

deixar sua marca e fazer diferença.

.................................................................

Comportamento

................................................................. Atitude, forma de agir e de se comportar.

2. Perfil do Empreendedor

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2.1 - Por que ser Empresário?

Muitos motivos levam as pessoas à idéia de abrir um negócio próprio. Os

mais comuns são:

Ø Vontade de ser independente, “mandar no seu próprio nariz”;

Ø Ser o patrão em vez de empregado;

Ø Ganhar muito dinheiro e dedicar mais tempo à família;

Ø Sair da rotina, da mesmice;

Ø Realizar outras coisas;

Ø Provar para si e para os outros sua competência, sua capacidade de

abrir e manter um negócio;

Ø Trabalhar e tirar férias quando quiser, etc.

Ao fazer a opção, o empresário considera seu engajamento (econômico e

psicológico) como um investimento mais gratificante que o trabalho assalariado.

No entanto, ser empresário exige sempre sacrifícios que muitos não estão

dispostos a fazer:

Ø A maioria dos empresários trabalha de 12 a 15 horas diária no seu

negócio, ao invés de 8 horas, como empregado;

Ø Raramente tiram férias. Quando acontece é por poucos dias, mas

não esquecem o telefone “só para saber como vão as coisas” no seu

negócio;

Ø Às vezes se envolvem tanto com a empresa, que diminui, em vez de

aumentar, o tempo disponível para a família;

Ø Sua tão propalada necessidade de independência, de ser dono do

seu nariz, torna-se algo muito relativo quando se observa a

dependência aos fornecedores, bancos, clientes, funcionários,

governo, etc. Seu patrimônio pessoal fica comprometido com as

operações da empresa como garantia a algum empréstimo feito;

Ø Sua vontade de ganhar muito dinheiro esbarra numa palavra

definitiva: competência. A intenção apenas não é suficiente. É

necessário que o empresário demonstre a capacidade de gerir seu

negócio, com efetividade.

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Entretanto, mais e mais pessoas, no Brasil e no mundo, desejam tornar-se

empresários.

2.2 - Perfil do Empreendedor de Sucesso

Muitas são as características que fazem da atividade empresarial um sucesso:

2.2.1 – Capacidade de Assumir Riscos

É a capacidade de enfrentar desafios, de tentar um novo empreendimento,

de optar por ser empresário ao invés de assalariado, de arriscar seu patrimônio

e de outros, em busca da realização de seus ideais.

2.2.2 – Senso de Oportunidade

É a capacidade de identificar no mercado possibilidades de vir a produzir bens e

serviços que satisfaçam necessidades de seus atuais e/ou futuros clientes. É

estar constantemente ligado ao que acontece a sua volta, identificando

momentos propícios para iniciar coisas novas.

2.2.3 – Liderança

É a capacidade de usar o poder de influência no sentido de solucionar os

problemas dos subordinados na execução de suas atividades. É criar a cultura

da organização (modo de se fazer as coisas) voltada para o cliente, onde o clima

de motivação permita que as pessoas trabalhem satisfeitas.

2.2.4 – Flexibilidade

É mudar tudo, se for preciso. Se os clientes necessitarem, o empresário, é

capaz de alterar, com rapidez, produtos, serviços, métodos de trabalho,

processos, políticas empresariais ou o que for necessário para adaptar sua

organização às mudanças do ambiente.

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2.2.5 – Persistência

É a capacidade de definir e manter o direcionamento de sua empresa rumo ao

sucesso, apesar das dificuldades encontradas. É a persistência pelo ideal,

pelos objetivos a que se propõe, superando os obstáculos do caminho.

2.2.6 – Visão Global da Organização

Ver a organização como processo de satisfação das necessidades do

cliente, em permanente interação com o meio onde atua. Para atender

bem os clientes externos, é necessário que os clientes internos, empregados e

colaboradores, estejam também satisfeitos. Visão global requer bom

entrosamento com os fornecedores e uma “política de boa vizinhança” com a

comunidade.

2.2.7 – Atualização

É a capacidade de aprender mais e mais sobre coisas relacionadas à

organização, seus clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes,

funcionários. É ter sede de conhecimento, de saber que sempre existirão

coisas a entender e descobrir sobre o seu negócio.

2.2.8 – Organização

É compreender que os resultados a alcançar precisam ser obtidos por meio da

aplicação dos recursos disponíveis de forma lógica, racional e organizada. É

definir onde e como chegar, garantir a execução do planejado, avaliar e

corrigir desvios.

2.2.9 – Espírito Inovador

É a capacidade de possuir sempre várias idéias em andamento, umas em fase

de estudos; outras em vias de execução; algumas apenas em prospecção. O

importante é transformar as idéias em fatos concretos e dinâmicos, que

garantam a permanente evolução da organização.

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2.2.10 – Criatividade

Conceber idéias e soluções novas sem temer o fracasso, de forma a

interagir concretamente na realidade, identificando a raiz dos problemas,

desafiando, assim, as leis convencionais da antiga ordem, gerando alternativas

objetivas na obtenção do sucesso desejado.

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Exercício

1) De acordo com os dez perfis do empreendedor, cite abaixo aqueles com os quais você

mais se identifica. (Liste por ordem de importância).

Mais Importante Menos Importante

2) Agora, de acordo com os Menos Importantes, cite o que você deve fazer para que se

transformem em mais importantes.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3) O que você considera mais importante na vida de um empreendedor de sucesso?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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4) De acordo com as dez características do empreendedor(a) de sucesso, imagine-se

um(a) proprietário(a) de uma empresa. Faça este teste e seja sincero em relação às

perguntas.

Instruções para as respostas:

Ø Marque a letra A, para sempre;

Ø Marque a letra B, para muitas vezes;

Ø Marque a letra C, para ocasionalmente;

Ø Marque a letra D, para raras vezes;

Ø Marque a letra E, para nunca.

1. Visitantes, fornecedores, clientes ou subordinados sentem-se constrangidos na sua sala em sua presença? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 2. Você sorri quando cumprimenta seus subordinados? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 3. Costuma escutar e falar em proporções razoavelmente iguais quando discute com outras pessoas? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 4. Você é daqueles ouvintes que obrigam seus interlocutores a provar seus pontos de vista? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 5. Você se ocupa de causas perdidas sem solução? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 6. Relaciona sua empresa com outras finalidades; por exemplo, à maneira pela qual ela pode contribuir com sua cidade? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 7. Gerentes e funcionários da empresa desenvolvem mais um clima de cooperação do que de competição? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 8. Você costuma ouvir de seus colaboradores (Gerentes, vendedores, caixas, etc.) críticas por isolar-se deles? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 9. Você procura ir atrás das oportunidades que o mercado oferece, em vez de esperar que elas venham até você? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 10. Você consegue fazer das pessoas relacionadas ao seu negócio perfeitas colaboras da empresa? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 11. Seus funcionários reclamam que você despreza as idéias e as iniciativas tomadas por eles? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 12. Você costuma adiar decisões urgentes? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 13. Gasta tempo e esforço para parecer competente, em vez de ser competente? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 14. Você se considera uma pessoa que vai em frente, não desiste facilmente de um plano, projeto ou tarefa? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 15. Você é daqueles que preferem culpar as circunstâncias quando um projeto, tarefa ou plano fracassa, ao invés de avaliar a sua atuação no episódio? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 16. Você se sente um empresário azarado? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( ) 17. Sente dificuldades em recuperar-se após uma operação mal sucedida, que causou prejuízo aos negócios? A ( ) B ( ) C ( ) D ( ) E ( )

Verifique no final do livro a contagem dos pontos e análise dos resultados.

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3. Conteúdo e Objeto de Estudo da Administração

3.1 - Introdução

Administração

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister

(subordinação ou obediência), e significa aquele que realiza uma função abaixo do

comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro.

Também advém do latim administratione (1. Ação de administrar. 2. Gestão

de negócios públicos ou particulares. 3. Governo, regência. 4. Conjunto de princípios,

normas e funções que têm por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua

produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado. 5. Prática desses

princípios, normas e funções. 6. Função do administrador; gestão, gerência. 7. Pessoal

que administra; direção - FERREIRA, 1986).

No entanto, a palavra administração sofreu uma radical transformação no seu

significado original, a qual discutiremos no decorrer do livro.

Gerência

A palavra vem do latim gerentia, de gerere, fazer. (1. Ato de gerir. 2. As

funções do gerente; gestão, administração. 3. Mandato de administração – Idem).

Gestão

Do latim, gestione (Ato de gerir; gerência, administração – Idem).

Management

1. Ação ou maneira de administrar; manejo (handling), direção ou controle. 2.

Habilidade para administrar. 3. Pessoa ou pessoas que controlam e dirigem os negócios

de uma instituição ou empresa. 4. Coletivo de executivos, considerados como classe,

distinta da mão-de-obra, labor. Derivado do latim manus, mão.

Manejo

Do italiano, maneggiare (Administração, gerência, direção, manejo: manejo de

negócios – Ferreira, 1986).

Administração é...

Ação

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Administração significa, em primeiro lugar, ação. A administração é um

processo de tomar decisões e realizar ações que compreende quatro processos principais

interligados: planejamento, organização, execução e controle.

Um Grupo de Pessoas

As pessoas que administram qualquer conjunto de recursos são administradoras

ou gerentes. São os gerentes que fazem o processo administrativo funcionar. Alguns

gerentes são chefes de outras pessoas. Os chefes têm autoridade sobre outros

funcionários (equipe de funcionários). A autoridade é um tipo especial de recurso, que dá

aos gerentes a capacidade ou poder de tomar decisões e acionar o trabalho de seus

funcionários e outros recursos. A responsabilidade é um atributo que permite a outros

gerentes, acionistas, clientes, seus funcionários ou a sociedade, cobrar os gerentes pela

forma como os recursos são utilizados e pelos resultados de suas decisões e ações.

Os gerentes formam um grupo, chamado administração ou gerência. As

pessoas que integram esse grupo desempenham um mandato (têm autoridade e

responsabilidade durante um período), também chamado de administração ou

governo (a administração de um país, por exemplo).

Uma Arte que Exige Habilidades

A administração é uma arte, no sentido de profissão ou área de ação humana.

Toda arte depende de habilidades. O desempenho dos gerentes depende de suas

competências gerenciais, que incluem diversas habilidades. As habilidades, assim como

as demais competências, podem ser adquiridas ou aprimoradas por meio de experiência

e estudo.

Algumas pessoas revelam talento excepcional como administradores, nos mais

variados tipos de organizações e empreendimentos humanos. Henry Ford, Bill Gates e

Taiichi Ohno são algumas pessoas que, neste século, demonstraram essa habilidade em

alto grau. As grandes organizações despersonalizam as realizações individuais, mas

sempre há talentos, muitas vezes anônimos, por trás das realizações coletivas.

Uma Disciplina

Embora seja uma arte ou prática antiga, a administração tem uma história

recente como corpo organizado de conhecimentos. Desde a mais remota antiguidade,

chegam ao presente os registros das tentativas de formular princípios de administração.

Nos dois últimos séculos, tornou-se necessário profissionalizar a formação de gerentes,

para aprimorar o processo administrativo e tornar as organizações mais eficazes.

Surgiram livros, escolas, pesquisadores e consultores de administração. O processo de

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administrar organizações transformou-se em disciplina. A administração é objeto de

estudo sistemático, que produz um corpo de conhecimentos, denominados teorias.

A tarefa atual da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela

organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento,

organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em

todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais

adequada à situação.

O significado e o conteúdo da Administração sofreram uma formidável

ampliação e aprofundamento através das diferentes teorias que abordaremos neste livro.

O próprio conteúdo do estudo da Administração varia enormemente de acordo com a

teoria ou escola considerada.

Com isto, pretende-se apresentar, não especificamente a abordagem e conteúdo

de uma única corrente com a agravante de desconhecermos as demais, mas uma visão

ampla, simplificada e comparativa da Administração.

Administração como corpo de conhecimentos

A prática compreende as soluções criadas no mundo das organizações reais. A

teoria compreende os conhecimentos abstraídos dessa prática e sistematizados. A figura

anterior sintetiza as relações entre teoria e prática.

Exercício

1) Qual o significado da palavra Administração?

_______________________________________________________________________

2) Explique:

PRÁTICA

Administração como arte,

praticada nas organizações

TEORIA

Conhecimentos sobre a arte de administrar

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 17

a) Por que a tarefa atual da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela

organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento,

organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em

todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais

adequada à situação?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Fundamentos da

Administração

1. Introdução

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A Administração revela-se nos dias de hoje como uma das áreas do

conhecimento humano mais impregnadas de complexidades e de desafios. O profissional

que utiliza a Administração como meio de vida pode trabalhar nos mais variados níveis

de uma organização: desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de

dirigente máximo da organização. Pode trabalhar nas diversas especializações da

Administração: seja a Administração da Produção (dos bens ou dos serviços prestados

pela organização), a Administração Financeira, a Administração de Recursos Humanos, a

Administração Mercadológica (Marketing) ou, ainda, a Administração Geral.

Em cada nível e em cada especialização da Administração, as situações são

altamente diversificadas. Por outro lado, as organizações são também extremamente

diversificadas e diferenciadas. Não há duas organizações iguais, assim como não existem

duas pessoas idênticas. Cada organização tem os seus objetivos, o seu ramo de

atividade, os seus dirigentes e o seu pessoal, os seus problemas internos e externos, o

seu mercado, a sua situação financeira, a sua tecnologia, os seus recursos básicos, a sua

ideologia e política de negócios, etc. Em cada organização, portanto, o Administrador

soluciona problemas, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, desenvolve

estratégias, efetua diagnósticos de situações, etc., exclusivos daquela organização.

A conclusão óbvia é a de que a Administração não é algo mecânico que dependa

de certos hábitos físicos que devem ser superados ou corrigidos a fim de se obter o

comportamento correto. Pode-se ensinar o que um Administrador deve fazer, mas isto

não o capacitará efetivamente a fazê-lo em todas as organizações. O sucesso de um

Administrador na vida profissional não está inteiramente correlacionado com aquilo que

lhe foi ensinado, com o seu brilhantismo acadêmico ou com o seu interesse pessoal em

praticar o que lhe foi ensinado nas escolas.

Para Robert L. Katz, há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para

que o Administrador possa executar eficazmente o processo administrativo: a

habilidade técnica, a humana e a conceitual:

1. Habilidade Técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e

equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através

de sua instrução, experiência e educação.

2. Habilidade Humana: Consiste na capacidade e discernimento para trabalhar

com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança

eficaz.

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3. Habilidade Conceitual: Consiste na habilidade para compreender as

complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da

pessoa dentro da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se comporte

de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os

objetivos e as necessidades de seu grupo intermediário.

A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo

sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. Hersey

e Blanchard mostram que, à medida que se sobe dos níveis inferiores a níveis mais

elevados da organização, diminui a necessidade de habilidades técnicas, enquanto

aumenta a necessidade de habilidade conceitual. Nos níveis inferiores, os supervisores

precisam de considerável habilidade técnica para poder instruir e formar técnicos e

demais subordinados. Na figura a seguir, temos uma representação das habilidades

administrativas necessárias em vários níveis da organização comercial ou industrial:

Alta

Direção

Administração

de nível

INTERMEDIÁRIO

Administração

de nível

de SUPERVISÃO

2. A Administração e suas Perspectivas

A tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas através das pessoas.

Seja nas indústrias, no comércio, nas organizações de serviços públicos, nos hospitais,

nas universidades, nas instituições militares ou em qualquer outra forma de

empreendimento humano, a eficácia com que as pessoas trabalham em conjunto para

conseguir objetivos comuns depende principalmente da capacidade daqueles que

exercem função administrativa. O avanço tecnológico e o desenvolvimento do

conhecimento humano, por si apenas, não produzem efeitos se a qualidade da

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administração efetuada sobre os grupos organizados de pessoas não permitir uma

aplicação efetiva desses recursos humanos. A Administração, com suas novas

concepções, está sendo considerada uma das principais chaves para a solução dos mais

graves problemas que afligem atualmente o mundo moderno.

3. Antecedentes Históricos da Administração

A Administração, em toda a sua longa história, até o início do século XX, se

desenvolveu com uma lentidão impressionante para, a partir deste século, passar por

fases de desenvolvimento de notável pujança e inovação. Enquanto nos dias de hoje a

sociedade da maioria dos países desenvolvidos é pluralista de organizações, onde a

maior parte das obrigações sociais (como a produção, a prestação de um serviço

especializado de educação ou de atendimento hospitalar, a garantia da defesa nacional

ou a preservação do meio ambiente) é confiada a organizações (como indústrias,

universidades e escolas, hospitais, exército, organizações de serviços públicos) que são

administradas por grupos diretivos próprios para poderem se tornar mais eficazes, no

final do século passado, a sociedade era completamente diferente.

Há 80 anos, as organizações eram poucas e pequenas: predominavam as

pequenas oficinas, os artesãos independentes, as pequenas escolas, os profissionais

autônomos (como médicos e advogados que trabalham por conta própria), o lavrador, o

armazém da esquina, etc. Apesar de sempre ter existido o trabalho na história da

humanidade, a história das organizações e da sua administração é um capítulo que teve

o seu início há pouco tempo.

4. Influência dos Filósofos

A administração recebeu enorme influência da Filosofia, desde os tempos da

Antigüidade. Podemos citar:

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), em seu discurso, expõe o seu ponto de vista

sobre a administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e

da experiência.

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Platão (429 a.C. – 347 a.C.), filósofo grego discípulo de Sócrates, preocupou-se

profundamente com os problemas políticos e sociais inerentes ao desenvolvimento social

e cultural do povo grego. Em sua obra, A República, expõe o seu ponto de vista sobre a

forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos. Pela primeira

vez, enuncia o princípio da divisão do trabalho.

Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), outro filósofo grego, discípulo de Platão, do

qual bastante divergiu, deu enorme impulso à Filosofia, principalmente à Cosmologia, à

Nosologia, à Metafísica, às Ciências Naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento

humano na sua época. Foi o criador da Lógica. No seu livro Política, estuda a organização

do Estado e distingue três formas de administração pública, a saber:

A. Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em tirania).

B. Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar em oligarquia).

C. Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia).

Durante os séculos que vão da Antiguidade até o início da Idade Moderna, a

Filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações que nada tinham a ver com

problemas administrativos.

É com Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês, considerado o

fundador da Lógica Moderna, baseada no método experimental e indutivo, que vamos

encontrar alguma preocupação prática de se separar experimentalmente o que é

essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-se ao princípio conhecido em

Administração como “princípio da prevalência do principal sobre o acessório”.

Realmente, o maior expoente da época foi René Descartes (1596-1650),

filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna. As

famosas coordenadas cartesianas foram criadas por Descartes e foi muito valioso o

impulso que deu à Matemática e à Geometria da época.

Thomas Hobbes (1588-1679) desenvolveu uma teoria da origem contratualista

do Estado, segundo a qual o homem primitivo, vivendo em estado selvagem, passou

lentamente à vida social, através de um pacto entre todos. Todavia, “o homem é lobo do

próprio homem”, ou seja, o homem primitivo era um ser anti-social por definição,

vivendo em guerra permanente com o próximo.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 22

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) desenvolveu a teoria do Contrato Social:

o Estado surge de um acordo de vontades. Rousseau imagina uma convivência

individualista, vivendo os homens cordial e pacificamente, sem atritos com seus

semelhantes. Porém, se o homem é por natureza bom e afável, a vida em sociedade o

deturpa.

Karl Marx (1818-1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820-1895) propõem

uma teoria da origem econômica do Estado. O surgimento do poder político e do Estado

nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. O Estado

vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora. Comunistas,

eles afirmam que a história da humanidade sempre foi a história da luta de classes.

Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos,

enfim, exploradores e explorados, sempre mantiveram uma luta, às vezes patente. Marx

afirma que todos os fenômenos históricos são o produto das relações econômicas entre

os homens. O marxismo foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis objetivas do

desenvolvimento econômico da sociedade, em oposição aos ideais metafísicos.

Como veremos mais adiante, vários princípios da moderna Administração, como

os da divisão do trabalho, da ordem, do controle, etc., estão basicamente contidos nos

princípios cartesianos.

Com o surgimento da Filosofia Moderna, deixa a Administração de receber

contribuições e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico se afasta

enormemente dos problemas organizacionais.

Exercício

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 23

1) Quais os três tipos de habilidades necessárias para que o Administrador possa

executar eficazmente o processo administrativo?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2) Por que a Administração sofreu influência dos filósofos?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3) Quais os principais filósofos que influenciaram o início da Administração?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

5. Abordagem Clássica da Administração

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 24

No início deste século, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos

pioneiros a respeito da Administração. Um era americano, Frederick Winslow Taylor,

que criou a chamada Escola da Administração Científica, preocupada em aumentar a

eficiência da indústria através, inicialmente, da racionalização do trabalho.

O outro era europeu, Henri Fayol, e veio a desenvolver a chamada Escola de

Anatomia e Fisiologia da Organização, preocupada em aumentar a eficiência da empresa

através da sua organização e da aplicação de princípios gerais da Administração em

bases científicas. Muito embora ambos não tenham se comunicado e tenham partido de

pontos de vista diferentes e, mesmo, opostos, o certo é que as suas idéias constituem as

bases da chamada Teoria Clássica ou Teoria Tradicional da Administração, cujos

postulados dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas deste século no

panorama administrativo das organizações.

Assim, de um modo geral, a Teoria Clássica da Administração pode ser

desdobrada em duas orientações bastante diferentes e, até certo ponto, opostas entre si,

mas que se complementam com relativa coerência:

1. De um lado, a Escola de Administração Científica, desenvolvida nos Estados

Unidos a partir dos trabalhos de Taylor. Esta escola era formada principalmente por

engenheiros:

Frederick Winslow Taylor;

Henry Lawrence Gantt;

Frank Bunker Gilbreth;

Harrington Emerson;

Henry Ford;

Carl Georg Lange Barth.

A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa através do

aumento de eficiência no nível operacional. Daí a ênfase na análise e na divisão do

trabalho do operário, uma vez que a função e o ocupante constituem a unidade

fundamental da organização. Nesse sentido, a abordagem da Administração Científica é

uma abordagem de baixo para cima, e das partes (operários e seus cargos) para o todo

(a Organização).

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 25

2. De outro lado, a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas da Organização,

desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros de Fayol. Essa escola era formada

principalmente por executivos de empresas:

Henri Fayol;

James D Mooney;

Lyndall F. Urwick;

Henry Niles;

Leonard White.

A preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa através da forma e

disposição dos órgãos componentes da organização e das suas inter-relações estruturais.

Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da organização.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 26

Exercício

1) Quem são os engenheiros considerados os pais da Administração e quais as suas

contribuições?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2) Por quem era formada a Escola de Administração Científica?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3) Fayol, a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas da Organização e os executivos

de empresas estavam focados em quê?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

4) Qual era a preocupação básica da Escola de Administração Científica?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 27

6. Objetivos da Administração

A Administração busca dois objetivos principais: proporcionar EFICIÊNCIA e

EFICÁCIA às empresas. A eficiência refere-se aos meios: métodos, processos, regras e

regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa, a fim de que os

recursos sejam adequadamente utilizados. A eficácia refere-se aos fins: objetivos e

resultados a serem alcançados pela empresa.

O Administrador eficiente está sempre procurando os melhores métodos e

processos de trabalho e tentando fazer as coisas corretamente e com perfeição. O

Administrador eficaz está sempre procurando os melhores resultados e tentando

EFICIÊNCIA EFICÁCIA

Preocupação com os meios

Preocupação com os fins

• Fazer as coisas corretamente; • Preocupação com métodos,

processos, regras e regulamentos;

• Preocupação com os problemas; • Ex.: Jogar um belíssimo futebol,

escolher o melhor roteiro, não faltar às aulas, etc.

• Alcançar objetivos e metas; • Preocupação com resultados,

metas, objetivos e fins; • Preocupação com as soluções; • Ex.: Marcar o gol e ganhar a

partida, chegar ao destino da viagem, aprender a ser bem-sucedido.

EFICIÊNCIA EFICÁCIA EMPRESA

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 28

alcançar os objetivos empresariais. Não resta dúvida de que tanto a eficiência como a

eficácia são importantes. Ambas são indispensáveis no trabalho administrativo. Contudo,

de nada vale a Eficiência (fazer bem) se a Eficácia (alcançar objetivos e obter

resultados) não for alcançada.

7. Princípios Gerais da Administração

A Administração, por não ser uma ciência exata, pode basear-se em princípios

gerais e flexíveis, capazes de serem aplicados a situações diferentes. Os princípios são

condições ou normas dentro das quais o trabalho administrativo deve ser aplicado e

desenvolvido. No fundo, os princípios são regras ou receitas de comportamento que o

Administrador deve adotar em todas as situações que enfrenta na empresa.

Os mais importantes princípios gerais de administração são os seguintes:

A. Princípio da Divisão do Trabalho e da Especialização

Todo trabalho deve ser dividido a fim de permitir a especialização das pessoas em

alguma atividade. Por este princípio, toda pessoa deve preencher uma função. A

especialização provoca divisão do trabalho e, conseqüentemente, uma especialização

das tarefas, ou seja, a heterogeneidade do trabalho dentro da empresa.

B. Princípio da Autoridade e Responsabilidade

Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de exigir obediência, aspectos

indispensáveis à atividade administrativa. A autoridade emana do superior para o

subordinado, enquanto a responsabilidade emana do subordinado perante o superior.

A autoridade (frente aos subordinados) deve corresponder à responsabilidade (frente

ao superior) e vice-versa. Ambas devem ser equivalentes e balanceadas. O enunciado

deste princípio é de que deve haver uma linha de autoridade e de responsabilidade

claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo até a base da

organização empresarial.

C. Princípio da Hierarquia ou Cadeia Escalar

A Hierarquia representa o volume de autoridade e responsabilidade de cada pessoa

ou órgão na empresa. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta o

volume de autoridade e de responsabilidade. Quanto maior a empresa, maior o

número de níveis hierárquicos. Normalmente, a organização de uma empresa

representa uma cadeia de níveis hierárquicos sobrepostos, formando uma pirâmide.

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D. Princípio da Unidade de Comando

Cada pessoa deve subordinar-se a um e somente a único superior. É também

denominado Princípio da Autoridade Única. Funciona para evitar duplicidade de chefia

e, conseqüentemente, confusão de ordens de vários chefes para um único

subordinado. Assim, cada subordinado deve ter apenas um chefe e receber somente

deles as ordens de trabalho.

E. Princípio da Amplitude Administrativa

É o reverso do princípio anterior. Enquanto aquele se refere às relações do

subordinado para com sua única chefia, este princípio se refere a quantos

subordinados deve ter um chefe. Cada chefe deve ter uma quantidade adequada de

subordinados, ou seja, um certo número de pessoas para chefiar. Quanto maior a

especialização das pessoas subordinadas tanto menor a amplitude administrativa, isto

é, tanto menor o número de subordinados para cada chefe. Quanto menor a

especialização dos subordinados, maior poderá ser a amplitude administrativa do

chefe.

F. Princípio da Definição

A autoridade e a responsabilidade, bem como os deveres de cada pessoa ou de cada

órgão e suas relações com as outras pessoas ou órgãos, devem ser definidos

previamente por escrito e, posteriormente, comunicados a todos. O Princípio da

Definição tem por finalidade substituir a improvisação pela definição prévia e

antecipada.

Estes são os seis princípios gerais de maior importância e que fazem parte de

receituário que predominou na Administração até alguns anos atrás. Tais princípios

devem ser utilizados de forma maleável e flexível, para poderem adaptar-se a qualquer

circunstância, tempo ou lugar.

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Exercício

1) Qual a diferença entre Eficácia e Eficiência?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2) Quais os princípios gerais de administração mais importantes?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3) O que você entendeu por Princípio da Definição?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 31

8. As Funções do Administrador

O Administrador é um profissional cuja formação é extremamente ampla e

variada. O Administrador precisa:

§ Conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Psicologia,

Sociologia, Estatística, etc.);

§ Lidar com pessoas (que executam tarefas ou que planejam, organizam,

controlam, assessoram, pesquisam, etc.) que lhe estão subordinadas ou

que estão no mesmo nível ou acima dele;

§ Estar atento aos eventos passados e presentes, bem como às previsões

futuras, pois o seu horizonte deve ser mais amplo, já que ele é o

responsável pela direção de outras pessoas que seguem as suas ordens e

orientação;

§ Lidar com eventos internos (localizados dentro da empresa) e externos

(localizados no ambiente de tarefa e no ambiente geral que envolve

externamente a empresa);

§ Ver mais longe que os outros, pois deve estar ligado aos objetivos que a

empresa pretende alcançar por meio da atividade conjunta de todos.

Não que o Administrador seja um herói que pretendamos consagrar, mas é ele

um agente de mudança e de transformação das empresas, levando-as a novos rumos,

novos processos, novos objetivos, novas estratégias, novas tecnologias; é ele um agente

educador no sentido de que, com sua direção e orientação, modifica comportamentos e

atitudes das pessoas; é ele um agente cultural na medida em que, com seu estilo de

Administração, modifica a cultura organizacional existente nas empresas.

Mais do que isso, o Administrador deixa marcas profundas na vida das

pessoas à medida que lida com elas e com seus destinos dentro das empresas e que sua

atuação na empresa influi no comportamento dos consumidores, fornecedores,

concorrentes e demais organizações humanas.

A Administração tornou-se tão importante quanto o próprio trabalho a ser

executado. Conforme este foi se especializando, a escala de operações cresceu

assustadoramente. A Administração não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer

com que as coisas sejam realizadas da melhor forma possível, com o menor custo e com

a maior eficiência e eficácia.

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A tarefa da administração consiste em interpretar os objetivos propostos pela

empresa e estabelecer as maneiras adequadas para alcançá-los através da ação

administrativa sobre os recursos empresariais. A ação administrativa pode ser

desdobrada em planejamento, organização, direção e controle, que constituem as

funções administrativas. Elas podem também ser chamadas de funções do

Administrador, pois se referem ao próprio ato de administrar. Assim, administrar é

planejar, organizar, dirigir e controlar as ações da empresa.

Em seu conjunto, as funções administrativas formam o processo administrativo,

como mostraremos a seguir:

PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO CONTROLE

• Decisão sobre os

objetivos;

• Definição dos

planos para

alcançá-los;

• Recursos e

atividades para

atingir os

objetivos: órgãos e

cargos;

• Preenchimento

dos cargos;

• Comunicação,

liderança e

motivação do

• Definição de

padrões para

medir

desempenho,

corrigir desvios

PLANEJAMENTO

CONTROLE

DIREÇÃO

ORGANIZAÇÃO

Page 33: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 33

• Programação de

atividades.

• Atribuição de

autoridade e

responsabilidade.

pessoal.

• Direção para os

objetivos.

ou discrepâncias

e garantir que o

planejamento

seja realizado.

Exercício

1) Quais as principais funções do Administrador?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2) Como pode ser desdobrada a ação administrativa?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3) O que você entendeu sobre processo administrativo?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 34

9. O Ciclo PDCA

O ciclo PDCA vem das palavras em inglês Plan, Do, Check e Action, que

significam as quatro fases básicas do controle: Planejar, Executar, Verificar e Atuar

corretivamente.

Planejamento (P)

ü Estabelecer metas sobre os itens de controle;

ü Estabelecer a maneira (o caminho, o método) para se atingir as metas propostas.

Execução (D)

ü Execução das tarefas, exatamente como prevista no plano, e coleta de dados para

verificação do processo.

Verificação (C)

ü A partir dos dados coletados na execução, compara-se o resultado alcançado com

a meta planejada.

Atuação Corretiva (A)

ü Esta é a etapa onde o usuário detectou desvios e atuará no sentido de fazer

correções definitivas, de tal modo que o problema nunca volte a ocorrer.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 35

Ciclo PDCA de Controle de Processos

9.1 Planejamento

As empresas não trabalham na base da improvisação. Quase tudo nelas é

planejado antecipadamente.

O planejamento figura como a primeira função administrativa, por ser

exatamente aquela que serve de base para as demais funções.

O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais

são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Trata-

se, pois, de um modelo teórico para a ação futura.

Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos

necessários para atingi-los da melhor maneira possível. Planejar é definir os objetivos

e escolher antecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los. O planejamento

define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e a seqüência.

9.1.1. Premissas do Planejamento

presente → → → futuro

onde

estamos

agora

planejamento

onde

pretendemos

chegar

situação

atual

→ planos → objetivos

pretendidos

9.1.2. Estabelecimento de Objetivos

O planejamento é um processo que começa com os objetivos e define os planos

para alcançá-los.

Page 36: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 36

Esta definição faz do estabelecimento dos objetivos a serem alcançados o ponto

de partida do planejamento. A fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita: saber

onde se pretende chegar para se saber, exatamente, como chegar até lá.

Objetivos são resultados futuros que se pretende atingir. São alvos escolhidos que se

pretende alcançar dentro de um certo espaço de tempo, aplicando-se determinados

recursos disponíveis ou possíveis. Assim, os objetivos são pretensões futuras que, uma

vez alcançadas, deixam de ser objetivos para se tornarem realidade.

As empresas buscam, geralmente, alcançar vários objetivos ao mesmo tempo.

Assim, há uma hierarquia de objetivos, pois algum deles são mais importantes e

predominam sobre os demais.

Na realidade, existem objetivos da empresa como um todo, de cada uma de

suas divisões ou departamentos e de cada especialista. Os objetivos da empresa

predominam sobre todos os demais objetivos, enquanto os objetivos de cada divisão

predominam sobre os objetivos de cada especialista. Os objetivos maiores impõem-se

aos objetivos específicos.

9.1.3. Desdobramento dos Objetivos (hierarquia)

Os objetivos das organizações podem ser visualizados em uma hierarquia que

vai desde os objetivos globais da organização (no topo da hierarquia) até os objetivos

operativos ou operacionais que envolvem simples instruções para a rotina cotidiana (na

base da hierarquia).

Desta maneira, o planejamento compõe-se tanto de estratégias e políticas a

longo prazo, por meio das quais se pretende alcançar os objetivos globais da

organização, como também de um conjunto de planos detalhando as atividades

cotidianas para o alcance de objetivos imediatos relacionados com uma divisão ou órgão

da organização.

9.1.4. Desdobramento dos Objetivos (conseqüência)

Como conseqüência da hierarquia de objetivos, surgem os desdobramentos dos

objetivos.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 37

A partir dos objetivos organizacionais, a empresa pode fixar suas políticas,

diretrizes, metas, programas, procedimentos, métodos e normas.

Enquanto os objetivos organizacionais são amplos e genéricos, à medida que

seus desdobramentos são estudados, a focalização torna-se cada vez mais restrita e

detalhada.

Políticas: Referem-se a uma colocação dos objetivos ou intenções da organização como

guias orientadoras da ação administrativa. Funcionam como guias para executar uma

ação e proporcionam marcos ou limitações, embora flexíveis e elásticos, para demarcar

as áreas dentro das quais a ação administrativa deverá se desenvolver. São genéricas e

utilizam verbos como: manter, seguir, usar, prover, assistir, etc. São comuns as políticas

de recursos humanos (como tratar os funcionários da organização), as políticas de

vendas (como tratar a clientela), as políticas de preços (como manejar os preços frente

ao mercado), etc.

Diretrizes: São princípios estabelecidos para possibilitar o alcance dos objetivos

pretendidos. Como os objetivos são fins, as diretrizes servem para balizar os meios

adequados para atingi-los e canalizar as decisões. Existem diretrizes de pessoal (como

recrutar e selecionar os futuros funcionários, por exemplo), diretrizes de compras (como

fazer concorrência entre os fornecedores), etc.

Metas: São alvos a atingir em curto prazo. Muitas vezes, podem ser confundidas com

objetivos imediatos ou com objetivos departamentais. As metas mais comumente

encontradas são: de produção mensal, de faturamento mensal, de cobrança diária, etc.

Programas: São as atividades necessárias para atingir cada uma das metas. O alcance

das metas é planejado por meio de programas. Os programas são planos específicos,

muito variáveis e podem incluir um conjunto integrado de planos menores. É o caso dos

programas de produção (como programar a produção das diversas áreas para atingir a

meta de produção estabelecida), dos programas de financiamento (como programar os

diversos empréstimos bancários para atingir a meta de aporte financeiro), etc.

Procedimentos: São modos pelos quais os programas deverão ser executados ou

realizados. Os procedimentos são planos que prescrevem a seqüência cronológica de

tarefas específicas, requeridas para realizar determinados trabalhos ou tarefas. É o caso

dos procedimentos de admissão de pessoal (quais os documentos e formulários

necessários para efetuar a admissão das pessoas), os procedimentos de emissão de

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 38

cheques (quem deve preencher, quem deve assinar os cheques, etc.). São também

denominadas rotinas.

Métodos: São planos prescritivos (roteiro seqüencial) para o desempenho de uma tarefa

específica. Geralmente, o método é atribuído a cada pessoa que ocupa um cargo ou

realiza uma tarefa, para indicar exatamente como fazê-lo. O método detalha como o

trabalho deve ser realizado. Sua amplitude é mais restrita e limitada do que o

procedimento. É o caso do método de como montar uma peça, de como descrever um

cargo, de como treinar uma pessoa, etc. Os procedimentos e os métodos utilizam,

geralmente, fluxogramas para representar o fluxo ou a seqüência de tarefas ou

operações.

Normas: São regras ou regulamentos que cercam e que asseguram os procedimentos.

São comandos diretos e objetivos de cursos de ação a seguir. As normas surgem quando

uma determinada situação reclama por uma ação específica e única. São guias

específicos de ação: quando um curso de ação ou de conduta deve ser seguido fielmente.

A regra é estabelecida para criar uniformidade de ação. Geralmente, define o que deve

ser feito e o que não deve ser feito. Exemplo: proibição de fumar em determinados

lugares, normas quanto ao horário de trabalho, quanto à falta ao trabalho, etc.

9.1.5. Abrangência do Planejamento

Além da hierarquia de objetivos, existe também uma hierarquia do

planejamento. Neste sentido, existem três níveis distintos de planejamento: o

estratégico, o tático e o operacional.

Planejamento Estratégico: É o planejamento mais amplo e abrangente da

organização. Suas principais características são:

• É projetado a longo prazo, tendo seus efeitos e conseqüências estendidas a vários

anos;

• Envolve a empresa como uma totalidade, abrange todos os recursos e áreas de

atividade, e preocupa-se em atingir os objetivos ao nível organizacional;

• É definido pela cúpula da organização e correspondente ao plano maior ao qual todos

os demais estão subordinados.

Planejamento Tático: É o planejamento feito em nível departamental. Suas principais

características são:

• É projetado para o médio prazo, geralmente para o exercício anual;

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 39

• Envolve cada departamento, abrange seus recursos específicos e preocupa-se em

atingir os objetivos;

• É definido em cada departamento da empresa.

Planejamento Operacional: É o planejamento feito para cada tarefa ou atividade. Suas

principais características são:

• É projetado em curto prazo, para o imediato;

• Envolve cada tarefa ou atividade isoladamente e preocupa-se com o alcance de metas

específicas;

• É definido para cada tarefa ou atividade.

O planejamento operacional é constituído, geralmente, por metas, programas,

procedimentos, métodos e normas.

Planejamento Conteúdo Extensão de

Tempo

Amplitude

Estratégico

Tático

Operacional

Genérico,

sintético e

abrangente.

Menos genérico

e mais

detalhado.

Detalhado,

específico e

analítico.

Longo prazo

Médio prazo

Curto prazo

Macroorientado.

Aborda a empresa

como uma totalidade.

Aborda cada

unidade da empresa

separadamente.

Microorientado.

Aborda cada tarefa

ou operação apenas.

9.1.6. Tipos de Planos

O planejamento produz um resultado imediato: o plano é o produto do

planejamento e constitui o evento intermediário entre o processo de planejamento e o

processo de sua implementação.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 40

Todos os planos têm um propósito comum: a previsão, a programação e a

coordenação de uma seqüência lógica de eventos, os quais, se aplicados com sucesso,

deverão conduzir ao alcance dos objetivos que os comandam.

Um plano é um curso predeterminado de ação sobre um período

específico que representa uma resposta a uma antecipação ao tempo no sentido de

alcançar um objetivo formulado. Como um plano descreve um curso de ação, ele precisa

proporcionar respostas às questões: o que, quando, como, onde e por quem.

10. Plano de Ação

Um Plano de Ação (ou Plano Operacional) se constitui no planejamento elaborado para

cada tarefa ou atividade.

Dessa forma:

1º) É projetado para o curto prazo, para o imediato;

2º) Envolve cada tarefa ou atividade isoladamente e preocupa-se com o alcance de

metas específicas;

3º) É definido para cada tarefa ou atividade.

É importante ressaltar que a concepção do curto prazo é caracterizada pela possibilidade

de definições seguras dos objetivos a serem alcançados, já que tanto as causas quanto

os efeitos das situações destacadas podem ser avaliados de maneira mais precisa.

Em se tratando da definição destes objetivos a serem atingidos ou dos problemas a

serem solucionados, é fundamental dedicar atenção especial a este aspecto. Uma

definição equivocada de objetivos ou problemas pode significar a perda de todo o esforço

despendido.

Utilizar um tempo maior na definição correta destes aspectos pode significar economia

deste mesmo tempo nas demais fases do planejamento.

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11. Como Elaborar um Plano de Ação?

Etapas Descrições

1ª Ele deve ser participativo. Envolva as demais pessoas de sua equipe de

trabalho que possuam relação com o item/atividade a ser planejado(a).

2ª Promova uma discussão inicial com o grupo sobre o objetivo a ser

alcançado e a atividade a ser planejada.

3ª Distribua o formulário do roteiro detalhado a seguir para que, se possível

em grupos menores (duplas, por exemplo), o mesmo seja preenchido. Este

preenchimento separado em grupos menores permite mais agilidade,

maior participação e a possibilidade do surgimento de maior número de

alternativas e sugestões de encaminhamento e/ou soluções.

4ª Após cada grupo ter discutido e preenchido o seu Plano, reúna novamente

o grupo original, discuta os vários planos elaborados, consolidando-os em

um único plano a ser implementado.

12. Ferramentas para o Plano de Ação

à 4 Q e 1 POC

QUE? - O que deve ser feito? Quais atividades a serem desenvolvidas para se alcançar

os objetivos propostos ou para se resolver a situação descrita.

QUEM? - Quem deverá fazer? Quais as pessoas responsáveis e necessárias ao

desenvolvimento de cada ação e que tipo de capacidade e experiência são necessárias.

QUANDO? - Quando deverá ser feito? Em quanto tempo cada ação deverá ser

desenvolvida, delimitando o prazo de início e de término.

QUANTO? - Quais os recursos necessários? Que tipo e quantidade de recursos serão

necessários ao desenvolvimento de cada ação e sua respectiva fonte/origem.

POR QUÊ? - Por que está sendo feito? Em que local e espaço, quando for o caso, deverá

ser desenvolvida cada ação, e se será de forma centralizada ou descentralizada.

ONDE? - Onde deverá ser feito? Em que local e espaço, quando for o caso, deverá ser

desenvolvida cada ação, e se será de forma centralizada ou descentralizada.

COMO? - Como deverá ser feito? Que ações e métodos serão utilizados no

desenvolvimento dos trabalhos.

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13. Cronograma

Gráfico de tempo (PERT/CPM), muito utilizado por Administradores e Engenheiros na

elaboração de Projetos. Geralmente, utiliza-se o software Microsoft Project.

Exemplo de uma parte da construção de uma casa:

Atividade Ação Julho Agosto Setembro

Compras Comprar tijolos

Construção Levantar Paredes

Construção Chumbar a laje

14. Fluxograma

É a representação gráfica da seqüência das atividades de uma ação.

A seguir, um dos exemplos utilizados como fluxograma:

LEVANTAR PAREDES

CONSTRUÇÃO DE UMA CASA

COMPRAR TIJOLOS

INÍCIO

CHUMBAR A LAJE

TÉRMINO

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 43

O ato de planejar representa seriedade e profissionalismo.

Em todo planejamento, é imprescindível:

* Estabelecer objetivos;

* Prever as atividades a serem realizadas para atingir os objetivos;

* Elaborar um cronograma de atividades;

* Determinar o grau de responsabilidade das pessoas incumbidas em realizar as

atividades.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 44

15. Modelo de Plano de Ação

PLANO DE AÇÃO

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA OU SITUAÇÃO A SER PLANEJADA:

(Descrição sucinta do problema, da atividade a ser planejada e dos objetivos a serem alcançados)

O QUE DEVE SER FEITO? (Atividade)

QUEM DEVERÁ FAZER? (Responsável ou Equipe)

QUANDO DEVERÁ SER FEITO? (Início e Término)

QUAIS OS RECURSOS? (Financeiros, Físicos, Materiais, Humanos)

POR QUE DEVERÁ SER FEITO? (Razão)

ONDE DEVERÁ SER FEITO? (Local)

COMO DEVERÁ SER FEITO? (Quais as Ações para a Atividade)

EQUIPE DE TRABALHO (Nome dos Participantes)

Modelo gentilmente cedido por www.kai.com.br

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Exercício

1º) Descreva como é formado todo o Ciclo PDCA?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2º) Defina:

Planejamento:__________________________________________________________

______________________________________________________________________

Objetivos:______________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3º) Como é feito o desdobramento dos objetivos?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

4º) De que é constituído o planejamento operacional?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

5º) Explique a importância de se planejar.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 46

Fundamentos da Economia

Economia é a ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição,

acumulação e consumo dos bens materiais. Controle para evitar desperdício em qualquer

serviço ou atividade (FERREIRA, 1986).

1. Introdução

Os indivíduos, considerados isoladamente, têm uma série de necessidades

individuais que precisam ser satisfeitas para garantir sua sobrevivência. Como

exemplos dessas necessidades, temos o ato de respirar e o de se alimentar, que, neste

caso, são de natureza biológica. Entretanto, como o ser humano vive em sociedade, em

contato com outras pessoas, surgem outros tipos de necessidades, decorrentes da vida

gregária. É o caso da educação, do transporte coletivo, etc., que recebem o nome de

necessidades coletivas.

Para satisfazer a tais necessidades, as pessoas precisam consumir determinados

bens, como pão, roupa, casa, etc. Entretanto, essa satisfação não se dá apenas através

de objetos materiais, mas também de serviços, como educação, segurança, atendimento

médico, transportes, etc.

Em resumo, a satisfação das necessidades individuais e coletivas é feita com o

consumo de bens e serviços. Esses bens e serviços compõem, juntos, a produção

econômica, que é obtida com a combinação de recursos naturais, equipamentos e

trabalho. Tais elementos, pelo fato de serem necessários à produção, recebem o nome

de fatores de produção.

As Ciências Sociais

O conhecimento humano tem sido agrupado, normalmente, em três áreas distintas: Ciências Biológicas, Ciências Exatas e Ciências Sociais. O estudo da Economia faz parte deste último agrupamento. As Ciências Sociais procuram, entre outras coisas, entender as relações do homem com o meio e com outros homens ao longo do tempo.

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Nas Ciências Exatas e Biológicas, pode-se reproduzir fenômenos fora do seu ambiente ou mesmo isolá-los para seu melhor estudo. Pode-se, ainda, prever comportamentos de forma exata e com grau de precisão próximo do absoluto.

Nas Ciências Sociais, e, principalmente, na Economia, o grau de precisão é baixo. Lida-se com o ser humano e seus desejos, que normalmente têm baixo grau de previsibilidade.

Entendendo o que é Teoria

Quando lemos nos jornais que um cientista descobriu um novo medicamento, ou propôs uma nova teoria que explique a origem do universo ou justifique por que o homem dedica tanto tempo para destruir a si e aos outros, somos levados a crer que idéias surgem num passe de mágica. Mas, no entanto, o que somos e o que pensamos é fruto de um processo de acumulação histórica, que vem desde os primórdios dos tempos.

Desde que o homem desceu das árvores para as cavernas, ele começou a produzir intelectualmente e esta capacidade o foi distinguindo das outras espécies, tornando-se um tipo de arma que compensava sua fragilidade física e a falta de outros atributos, como garras, pêlo espesso, etc.

Nas ciências, de modo geral a produção intelectual refere-se a formulações de teorias, de princípios, das leis ou modelos explicativos. Este processo, normalmente, segue uma ordem, como veremos:

1- Observação Sistemática da Realidade

Refere-se ao estudo dos fatos ou fenômenos, buscando compará-los entre si ou com outros fatos já conhecidos, identificando-se as semelhanças ou as diferenças. A partir deste processo de observação, pode-se estabelecer padrões de comportamento.

2- Introdução Este é o processo de compreensão daquilo que é observado através da comprovação de modelos, leis e princípios que o expliquem.

3- Dedução A partir do que se observou e compreendeu pode-se inferir, prever e estabelecer modelos de comportamento, princípios e leis de funcionamento. Este processo é contínuo, pois cada teoria proposta deverá ser levada à prática, de cuja observação se gerará nova teoria. Como se vê, a teoria nasce da prática e a ela se destina.

Entendendo o que é Economia

A palavra economia tem sua origem etimológica no grego: OIKOS(casa) + NOMIA(lei)

Esta origem tão simples, para algo que hoje é tão complexo e sofisticado, vem do

fato que ela se referia apenas ao que era comum entre as antigas sociedades tribais. O ciclo Produção/Distribuição/Consumo era muito simplificado e as

preocupações com a Economia foram, da sua primeira definição, dada por Aristóteles no século IV a.C., até Adam Smith, já no século XVII, apenas éticas e morais. Buscava-se enquadrar um processo então urgente de organização econômica a preceitos éticos e religiosos.

A definição de Aristóteles sobre a Economia é bem simples: “... é a ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição”.

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A definição dada pelos economistas Alfred Stoiner e Douglas Hague é mais completa:

“Não houvesse escassez, nem necessidades de repartir os bens entre os homens, não existiram tampouco sistemas econômicos nem economia. A economia é, fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes” (http://www.hi.is/~joner/eaps/nn_unidb.htm). Podemos concluir que a Economia é um ramo do conhecimento humano que

procura: - Otimizar e maximizar o uso de recursos escassos; - Atender as necessidades humanas que são ilimitadas; - Desenvolver o homem e suas instituições.

A Teoria do Valor

Adam Smith apenas iniciou uma longa jornada dentro da Economia, que é a da determinação do valor de um bem ou serviço. No seu livro já citado, observa que a palavra valor tem dois significados diferentes, podendo exprimir a utilidade de um dado objeto ou a possibilidade de esse objeto servir para comprar outras mercadorias. No primeiro caso, trata-se do valor de uso, no segundo, do valor de troca.

Coisas que têm grande valor de uso, freqüentemente, possuem pouco ou nenhum valor de troca, como no caso da água, ou mesmo do ar; já os diamantes, embora pouco úteis, possuem enorme valor de troca. Com esta observação, Adam Smith estabelecia uma dicotomia de conceitos, propondo-se a analisar apenas um deles, o valor de troca, que tinha como expressão monetária o preço da mercadoria.

A busca de uma unidade de medida que permitisse determinar o valor dos bens e serviços produzidos em uma Economia levou Smith a rascunhar a teoria do Valor-Trabalho. Mesmo na época havendo poucas alterações cambiais, as moedas, assim como o ouro e a prata, mostravam-se pouco adequados para servirem como referências em um sistema de preços relativos, daí ter surgido a idéia de se reduzir o valor dos bens/serviços produzidos ao valor das horas empregadas para se produzi-los.

Este raciocínio oferecia algumas limitações quando era empregado para estabelecer preços de produtos industrializados e agrícolas. Mas resolver estas questões não fazia parte das preocupações de Smith. Adam Smith influenciou economistas e pensadores de diversos matizes ideológicos ao longo do tempo.

Tudo isto não somente com a sua proposta de organização econômica, mas com sua incrível capacidade de antever questões que somente seriam possíveis de se analisar posteriormente. No entanto, sua previsão de que, com o desenvolvimento do mercado, o Estado tornar-se-ia dispensável não se realizou, pois com o desenvolvimento do capitalismo, o Estado também cresceu e diversificou suas funções.

2. Fatores da Produção

O Processo Produtivo

As atividades de uma sociedade distribuem-se pelas Unidades Produtoras, que,

individualmente ou em grupo, articulam Capital, Trabalho e Recursos Naturais, visando a

produção de Bens e/ou Serviços. As Unidades Produtoras de uma nação executam

funções (também individualmente ou em grupo) que se integram ao funcionamento

global do Sistema, podendo ser classificadas em três grandes setores, que são:

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Setor Primário: Engloba as atividades que se exercem próximo à base de

recursos naturais (agro-pastoris e extrativas).

Setor Secundário: Reúne as atividades industriais, onde os bens são

transformados em distintos graus de elaboração.

Setor Terciário: Engloba aquelas atividades cujo produto não tem expressão

material, é mais conhecido como Setor de Serviços e abrange transportes, educação,

saúde, diversões, financeiras, etc.

A importância relativa de cada setor na geração do Produto Total da Economia é

variável e relaciona-se diretamente ao grau de desenvolvimento econômico alcançado.

Em países subdesenvolvidos, a vida econômica gira em torno das atividades primárias

(mineração, agricultura, etc.) normalmente exploradas de forma predatória, desprovidas

de qualquer técnica moderna, sem cuidados com o meio ambiente, etc. Em países

industrializados, estas atividades têm um papel bem modesto, e em alguns casos, quase

nulo em relação ao Produto Total.

O Setor Terciário também se difere muito quando comparados países

industrializados com países subdesenvolvidos. Naqueles, este setor está relacionado a

atividades mais sofisticadas, como mercado financeiro, pesquisas, informática,

telecomunicações, etc. e tem papel significativo na formação do Produto Total. Já em

países subdesenvolvidos, estas atividades são normalmente informais (não pagam

impostos, obrigações, etc.), não requerem capital, não exigem nenhum tipo de formação

ou especialização para a sua execução, e ainda são atividades que, em sua maioria, nada

irão acrescentar ao Produto Total da Economia.

Os bens e serviços gerados pelo Processo Produtivo, destinados a atender às

solicitações da Sociedade, podem ser assim classificados:

Bens de Consumo: Quando se destinam à satisfação direta das necessidades

humanas (por exemplo: alimentação, roupas, etc.);

Bens de Capital: Destinam-se a multiplicar a eficiência do trabalho (por exemplo,

máquinas e equipamentos);

Bens Intermediários: São aqueles que deverão sofrer novas transformações

antes de se tornarem bens de consumo ou de capital (por exemplo: celulose,

chapas de aço, etc).

O montante de bens e serviços produzidos em um dado período por uma economia

é chamado de produto.

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Antes de entrarmos no estudo da produção, com base no que já vimos até agora,

podemos deduzir que a produção pode ser expressa através da seguinte função:

P = f (T,K,RN), onde:

P= Produção

T= Trabalho

K= Capital

RN= Recursos Naturais

Esta função é chamada de Função Macroeconômica.

Podemos também traçar o seguinte fluxograma do Sistema Econômico:

Produto e Renda

UNIDADES PRODUTORAS

T,K,RN

APARELHO PRODUTIVO Setor Primário

Setor Secundário Setor Terciário

RENDAS SALÁRIOS ALUGUÉIS

JUROS ROYALTIES

ETC. RENDA PROCURA

ALIMENTOS ROUPAS

REMÉDIOS HABITAÇÃO SERVIÇOS MÁQUINAS

TRANSPORTES ETC.

PRODUTO OFERTA

MERCADO

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No processo produtivo, é gerado um movimento circulatório de Produtos e

Rendas, como vimos no esquema mostrado anteriormente. Nele, vamos compreender

estes dois movimentos do Sistema Econômico. Para efeito de simplificação, vamos

analisar um modelo fechado, isto é, não consideraremos os intercâmbios com o exterior

e omitiremos o setor público. Mais adiante, quando houvermos entendido estes conceitos

básicos, voltaremos a estes temas, que também são fundamentais para a compreensão

da Economia.

A Formação do Produto

A produção baseia-se no trabalho humano dirigido no sentido do atendimento de

necessidades econômicas individuais e coletivas. Ela constitui-se por vezes numa longa

cadeia composta de diversas fases, nas quais os bens, em processo de elaboração, irão

incorporando progressivamente as características com que deverão se apresentar no

mercado. A produção em uma Economia é resultante da mobilização dos Fatores de

Produção:

- Trabalho: População Economicamente Ativa.

- Capital: Recursos Físicos, Financeiros e Tecnológicos.

- Recursos Naturais: Reservas naturais disponíveis, jazidas, etc.

Ao longo do processo de obtenção de um bem/serviço, rendimentos serão pagos

aos responsáveis pelas diversas formas de trabalho absorvidas nas diversas etapas,

assim como aos proprietários dos demais fatores indispensáveis à produção.

Para formarmos uma idéia do Processo Produtivo Global, vamos supor que as

atividades econômicas se achem restritas aos setores agrícola, industrial e terciário. Cada

setor deverá efetuar compras de matérias-primas, produtos acabados e semi-elaborados,

etc., bem como remunerar os proprietários dos fatores de produção que empregar.

Neste modelo simplificado, parte da produção destina-se a alimentar os processos

produtivos em curso no Sistema e parte ao atendimento da “Demanda Final” por bens

e serviços de consumo e de capital. Os setores não apenas se abastecem reciprocamente

de insumos, como também no seu próprio interior ocorrem trocas intermediárias. Às

vezes, em uma própria Unidade Produtora, existe esta troca, como, por exemplo, o

aproveitamento de algum resíduo.

Vamos dar um exemplo desta cadeia de produção:

Os rendimentos são a contrapartida pela utilização dos fatores de produção.

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Um produtor agrícola produz determinado produto (milho, por exemplo) em um dado

período de tempo, mediante a utilização dos seguintes insumos:

- sementes;

- adubos.

1. Trabalho: É a contribuição do ser humano, na produção, em forma de

atividade física ou mental;

2. Capital: É o conjunto de equipamentos, ferramentas e máquinas,

produzidos pelo homem, que não se destinam à satisfação das

necessidades através do consumo, mas concorrem para a produção de

bens e de serviços, aumentando a eficiência do trabalho humano;

3. Recursos Naturais: São os elementos da natureza utilizados pelo

homem com a finalidade de criar bens. Como exemplos, temos a terra

(utilizada na agricultura), a água (que pode irrigar uma lavoura ou, sob a

forma de quedas-d’água, fornecer energia elétrica), os minerais, os

animais, etc.

O valor dispendido com o pagamento dos fatores de Produção é o que se denomina

Valor Agregado. A soma deste com o valor gasto com os insumos, acrescido do lucro e

despesas financeiras (vamos ignorar os impostos por enquanto), irá determinar o Valor

Bruto da Produção.

Dando seqüência a cadeia de Produção, veremos que parte da produção do exemplo

retornará ao próprio setor na forma de sementes, parte irá para a indústria e parte para

o consumo final (Venda direta a consumidores, no caso do exemplo, para granjas ou

outros produtores de milho).

Por sua vez, a Indústria, para produzir, irá depender da utilização dos seguintes

insumos:

- Matérias primas agrícolas;

- Energia;

- Transporte;

- Outros insumos industriais.

E também irá dispender recursos para empregar fatores produtivos, tais como:

- Salários pagos aos seus funcionários;

- Aluguéis de prédios, máquinas, patentes, etc;

- Bens de capital, como máquinas, equipamentos, etc.

Também no caso da indústria, o Valor Bruto de sua produção será a Soma dos

Insumos mais o Valor Agregado com lucros e despesas financeiras.

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No Setor Terciário, o quadro reproduz o comércio, dependendo da compra dos

insumos básicos para sua atividade (produtos industrializados) e da contratação dos

fatores de produção, como salários, aluguéis, bens de capital, etc.

Ao somarmos os Valores Brutos de Produção de cada setor, vamos obter o Valor

Bruto da Produção da Economia. Este valor representa a acumulação de tudo o que foi

gasto, efetivamente despendido, mas não representa o que uma economia produz, pois

alguns produtos/insumos entrarão repetidas vezes no cálculo.

O produto de uma economia levará em conta apenas os bens e serviços de

utilização final produzidos no Sistema e será obtido deduzindo-se do Valor Bruto da

Produção os valores correspondentes à aquisição dos insumos.

Logo, o Produto corresponde àquilo que é adicionado aos insumos em termos de

valor, ou seja, o Valor Agregado. Como este valor é uma renda da comunidade em um

determinado período, podemos concluir que produto é o valor que a comunidade se

apropria diretamente ao produzir determinado bem ou serviço, seja pelo

emprego de seu trabalho ou pela utilização do Capital que possui.

O diagrama a seguir demonstra como se combinam os fatores da produção para

se obter os bens e os serviços:

+ + =

De posse desses elementos, podemos definir economia como sendo o processo

que combina fatores de produção para criar bens e serviços. Devemos observar, porém,

que a quantidade de fatores de produção disponível é finita. Ou seja, não é suficiente

para satisfazer a todas as necessidades e desejos dos homens. Na economia, portanto,

os agentes devem combinar os fatores de produção da melhor forma possível, para

produzir bens e serviços, visando atender às necessidades e aos desejos dos homens.

Uma boa parte dos bens e serviços é consumida, mas há outra parte que não é,

permanecendo muito tempo entre as pessoas, algumas vezes por gerações e, mesmo,

por séculos. Como exemplos desses bens, temos as instalações industriais, as linhas

telefônicas, as estradas, as pontes, as obras de arte, os edifícios históricos, etc. Tais bens

são produzidos por meio da combinação de fatores de produção, mas permanecem por

longo tempo entre as pessoas, formando um acervo, um estoque de bens que podem ser

usufruídos por muitos anos. Esses bens são, em geral, classificados como bens de

consumo duráveis ou bens de capital, dependendo de sua participação no processo

produtivo.

TRABALHO CAPITAL RECURSOS NATURAIS

BENS E SERVIÇOS

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Há, também, fatores de produção que se comportam dessa forma, ou seja, não

são exauridos no processo produtivo. O melhor exemplo é, provavelmente, a terra

utilizada na agricultura, um recurso natural que vem sendo usado continuamente na

produção de produtos agrícolas, sem desaparecer. De um modo geral, precisamos

considerar que a quantidade de fatores de produção disponível, em sua grande maioria, é

finita. Ou seja, não é suficiente para satisfazer a todas as necessidades dos homens. Na

economia, portanto, os agentes devem combinar os fatores de produção da melhor forma

possível, visando atender a suas necessidades e a seus desejos de consumo com o

menor esforço.

A Formação da Renda

Vimos que, no processo produtivo, o Produto e a Renda são formados

simultaneamente. E nesta geração, um dos aspectos mais importantes é o surgimento

dos Fluxos Real e Nominal. O primeiro refere-se à corrente "real" dos bens e serviços,

isto é, aquisições, contratações, etc., e o segundo, à corrente "nominal" de rendimentos

e pagamentos.

Estes dois fluxos estão no mesmo sentido, mas em direções opostas, ou seja, um

está na contramão do outro. Quando se adquire um bem ou serviço, a sua mudança de

posse (por exemplo, de uma pessoa para outra), a mudança da quantidade de recursos

financeiros irá representar o Fluxo Nominal.

A renda é distribuída sob a forma de salários, juros, lucros, aluguéis, etc. Esta

distribuição define o montante de recursos com que as pessoas podem contar para

atender suas necessidades e desejos. De posse desses recursos, as pessoas se dirigem

ao Mercado para adquirirem diferentes bens e serviços de acordo com as suas

disponibilidades.

O consumo é determinado pelo gasto conjunto da coletividade em bens e/ou

serviços que atendam seus desejos e necessidades, pode ser expresso pela fórmula:

C = (Q x P), onde:

C = Consumo em determinado período;

Q = Quantidade adquirida no período considerado;

P = Preços médios de mercado.

Nem toda a renda gerada no processo produtivo se destinará ao consumo. Parte

dela irá construir o montante de Poupança, que tem dois componentes básicos:

1- A aquisição de títulos ou bens que irão preservar o valor real da poupança

ao longo de determinado período ou, ainda, proporcionar fontes adicionais de

rendimentos.

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2- Os investimentos, sejam através de:

a) Aquisição de bens de capital de tal maneira que permitam a

formação de um fundo para a conservação da capacidade produtiva, ou

seja, reservas para a reposição de bens de capital sujeitos ao desgaste no

processo produtivo;

b) Aquisição de bens de capital, visando a expansão dos negócios.

Em ambos os casos, a Poupança ou parte da Renda se transformará no Fator de

Produção de Capital. Quando se cresce o estoque de Capital, aumenta-se a capacidade

de produção e renda e, em conseqüência, o Consumo e a própria capacidade de

formação de Capital. A assimilação do Capital altera o aparelho produtivo, introduz novos

processos e é decisiva no crescimento e transformações do Sistema.

Essas observações são importantes para que se possa introduzir um novo

conceito, o de riqueza.

2.1. Riqueza

A riqueza de um país, num determinado momento, é formada pelos fatores de

produção disponíveis, pelos bens que estão sendo produzidos e pelos que já o foram,

mas que ainda não desapareceram. Um dos elementos destacados na teoria econômica é

o chamado trabalho humano, que alguns denominam capital humano. Este consiste

na ação e no conhecimento dos agentes. São informações adquiridas ao longo do tempo,

por meio de experiência profissional ou de formação escolar, que aumentam a

capacidade produtiva, permitindo produzir mais com o mesmo emprego de trabalho. A

riqueza compõe-se, ainda, de elementos como a população do país (seu fator trabalho),

os recursos naturais (a terra agricultável, as reservas minerais e de petróleo e os

mananciais de água), os equipamentos (máquinas e instalações das empresas), as redes

de energia, a distribuição de água, as estradas, as pontes, os edifícios públicos, as

habitações, os monumentos históricos, as obras de arte, as bibliotecas e outros, além

dos bens correntemente produzidos, como alimentos, roupas, etc.

A riqueza, portanto, é um conceito bastante geral, que agrega as

disponibilidades de recursos naturais do país, sua população e tudo o que a economia

produziu ao longo de sua existência e que foi preservado.

2.2. Agentes Econômicos

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Os elementos que participam do processo econômico levam o nome de agentes

econômicos e são representados por pessoas que desempenham diferentes papéis na

economia. Como exemplos de agentes econômicos, podemos citar:

- O Consumidor, que adquire bens e serviços;

- O Empresário, que organiza os fatores de produção;

- O Trabalhador, que vende sua força de trabalho - um fator de produção.

Estes agentes econômicos, futuramente em nossos estudos, formarão o

mercado influenciador das atitudes empresariais, que são:

Mercado Consumidor;

Mercado Fornecedor;

Mercado Concorrencial.

A Moeda

Já vimos anteriormente que a organização da Economia tem a divisão do trabalho

como seu principal ponto de apoio, e que esta torna o Aparelho Produtivo um todo

articulado economicamente, onde pessoas diferentes em empresas e locais diferentes

produzem bens e serviços, também de usos diferentes, que serão distribuídos de

maneira a satisfazer as necessidades e os desejos da população, em cada medida, e as

necessidades das unidades produtoras em sua atividade.

Também vimos que toda a renda do Sistema Econômico vem da contratação dos

Fatores de Produção e que o Mercado realiza as funções de troca que darão origem ao

movimento circulatório da Economia, criando os fluxos real e nominal.

Dentro desse processo, não é fácil compreender o papel que o dinheiro

desempenha como instrumento fundamental para a organização e funcionamento dos

modernos sistemas econômicos. A existência da moeda confere aos mercados eficiência e

rapidez em suas transações.

A Moeda-papel

As operações de guarda e custódia de valores e bens, deram ao sistema bancário e de

crédito esta nova forma de moeda. As pessoas (comerciantes, por exemplo) que detinham

grandes somas de moedas, contratavam outras pessoas para guardarem seus valores. Normalmente ourives, que já tinham uma estrutura própria para protegerem seus

próprios valores. Comerciantes que negociavam em lugares diferentes também

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 57

contratavam estes serviços para evitar transportar grandes somas de moedas e, assim,

estarem expostos a assaltos.

A garantia de depósito desses valores era expressa por um documento que o

depositário dava garantindo ter em seu poder a quantia a ele descrita e se

comprometendo a entregá-la mediante a apresentação daquela nota. Com o decorrer do

tempo, os documentos emitidos pelas casas de custódia passaram também a emitir

notas fracionadas dos valores, criando, assim, uma moeda-papel que era lastreada nos

valores que tinham guardados em seus cofres. Essas notas tinham liquidez e valor legal, pois eram garantidas pelos

estabelecimentos que as emitia. Isso deu origem às casas bancárias e também ao

crédito, pois não demorou muito para que os proprietários destas casas bancárias

descobrissem que podiam emitir muito mais papel do que o que tinham em guarda,

como lastro, baseados no crédito que detinham na praça (ninguém se recusaria a receber

uma nota emitida por eles, devido a sua real liquidez) e na rotatividade dos valores em

guarda.

A rotatividade dizia respeito ao fato de que, ao emitirem mais do que tinham, eles

o faziam para emprestar a juros e dentro de prazos que eram inferiores àquele prazo

médio de resgate dos valores, de tal maneira que as notas sem lastro eram emitidas e

resgatadas sem que houvesse necessidade de se recompor as reservas. Este era um

negócio de risco, pois o excesso de emissão poderia provocar uma corrida à casa

bancária emissora, provocando sua quebra.

O Papel-moeda

Este negócio se mostrou tão bom que despertou o interesse do Estado, até então

assistindo de longe o processo. O Estado limitava-se a cobrar os impostos e fazer tesouro

com valores e bens. Ao verificar a possibilidade de se emitir papel sem lastro metálico

para se financiar, arrogou para si este monopólio, tirando-o das casas bancárias.

Os governos desempenhavam uma função que lhes é típica, dentro do estado

moderno, que é a de garantidor de contratos da economia. É o poder coercitivo dos

tribunais e da polícia que força os devedores a pagarem aquilo que devem.

Desempenhando esta função essencial de se forçar os pagamentos de salários, de

mercadorias e de dívidas, ele também pode impor a forma com que o pagamento destas

dívidas deveria se realizar, obrigando a todos a aceitarem a moeda que emite,

independente dela ter ou não lastro.

Esta é uma das principais características da moeda, o curso legal ou forçado. Ou

seja, ninguém pode se recusar a receber qualquer tipo de pagamento em moeda emitida

pelo governo dentro de sua jurisdição.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 58

A Moeda Escritural

As casas bancárias foram impedidas de emitir papel-moeda, mas até os dias de

hoje continuam a exercer as funções de custódia de valores, como depositários de papel-

moeda. A movimentação destes valores através de ordens de débito, hoje conhecidos

como cheques, dá origem a mais este tipo de moeda, hoje largamente aceito.

A evolução da tecnologia já vem criando novas "moedas", como o chamado

dinheiro de plástico ou cartão de crédito, responsável em economias como a dos

Estados Unidos por movimentações muitas vezes superiores à dos cheques, ou a moeda

eletrônica, ordens de débito e crédito automáticas efetuadas pelos usuários diretamente

nos computadores dos bancos.

Quase Moeda

Este, como outros conceitos citados anteriormente, é um conceito de crescente

importância nos Sistemas Econômicos. Trata-se de ativos financeiros mantidos em poder

do público e pelas empresas. São, normalmente, representados por obrigações, letras e

títulos emitidos pelos Governos, depósitos a prazo fixo, letras de câmbio e imobiliária,

aceitos como pagamento a vista títulos com baixo deságio, cuja obrigação de resgate

ainda demorará alguns anos, o que não diminui a divida pública.

Em uma economia instável como a nossa, alguns bens de capital já são tratados como

ativos “quase-moeda”, como carros, linhas telefônicas, imóveis, etc.

As Funções da Moeda

O processo evolutivo que vimos caminhou, e ainda caminha, no sentindo de

satisfazer a três clássicas funções da moeda:

- Instrumento de Trocas

O papel moeda e a moeda escritural não têm outra função específica

que não seja a de servirem como instrumentos de troca. A emissão

centralizada e controlada pelo governo lhe dá aceitação pelo curso legal

e lhe confere uma outra característica básica, o poder liberatório, isto

é, a sua liquidez imediata, a sua capacidade de ser convertida em

qualquer mercadoria no exato momento da realização do negócio.

- Denominador Comum de Valores

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 59

A capacidade que a moeda tem de possibilitar que os valores de todos

os bens/serviços produzidos em uma economia sejam expressos em

unidades monetárias. Isto permite que se possa medir o valor de tudo

que é transacionado, admitindo a imediata fixação de valores diretos e

relativos.

- Instrumento de Reserva de Valor

Esta função é caracterizada pela sua total liquidez, o que permite ao seu

detentor determinar o uso que lhe vai ser mais conveniente.

O Valor da Moeda

Já vimos até agora que:

- A oferta e a procura por determinados bens/serviços podem

alternar-lhes os preços, ora baixando, ora aumentando;

- Os preços informam e incentivam;

- A moeda é uma mercadoria como as demais no mercado,

diferenciando-se por características e funções próprias.

No entanto, apenas esses entendimentos não podem explicar quando todos os

preços de uma Economia, assim como outros agregados, tais como Investimentos,

Despesas do Governo, Renda Pessoal, entre outros, também variam.

Estes fenômenos de variação de preços normalmente ocorrem em relação à

moeda, que, cumprido seu papel de denominador comum de valores, permite aferir

essas variações relativas. Entre os fenômenos de variação dos preços, está a

INFLAÇÃO, nossa velha conhecida.

Diversas teorias buscam explicar a variação de preços da moeda, mas para

compreendê-las e aos seus mecanismos, vamos fazer uso de uma velha teoria,

denominada Teoria Quantitativa da Moeda. Esta teoria, em sua concepção geral,

baseia-se na correspondência que deve haver entre o total de pagamento feitos em um

Sistema Econômico e o valor global dos bens/serviços. Buscar essas relações sempre foi

uma preocupação no estudo da Economia, desde Adam Smith e David Ricardo.

A Teoria Quantitativa da Moeda é expressa pela seguinte equação:

M x V = P x T

Onde:

M= Quantidade de moeda disponível em circulação na Economia

(Moeda Manual e Depósitos à Vista);

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 60

V= Velocidade-renda com que a moeda circula na Economia

(veremos este conceito mais à frente);

P= Nível médio de preços praticados na Economia;

T= O volume total ou a quantidade de bens e/ou serviços produzidos

em um Sistema Econômico.

Apesar de a equação apresentar um rigor matemático, devemos estar atentos para o fato

de que, em Economia, lidamos com fatores imponderáveis. A equação representa, na

verdade, uma tendência geral de os fatos inter-relacionarem-se.

Inflação

Conceitos

Com o que vimos até agora, podemos começar a compreender um dos maiores

fenômenos da Economia, que é a inflação. Normalmente, chamamos assim o processo

de depreciação do valor relativo da moeda. As teorias explicativas são muitas e as

causas diferem de um país para outro. Pode ser decorrente do nível de desenvolvimento,

grau de concorrência da Economia ou de fatores excepcionais, como guerras, revoluções

ou mesmo catástrofes como terremotos, furacões, etc.

Mas de forma geral, independente das causas, a inflação é caracterizada pela

contínua, persistente e generalizada expansão dos preços. Temos que levar em

consideração que os preços de todos os bens/serviços disponíveis em uma economia

inflacionária acusam a mesma tendência de alta, não levando em conta nenhum efeito

sazonal, como safras e entressafras, estações do ano, etc.

Existem inflações chamadas rastejantes, como é o caso de países desenvolvidos

(Estados Unidos, Canadá e Países da Europa), onde ela alcança médias de 1% a 3% ao

ano, apresentando uma leve e imperceptível expansão dos preços.

Um dos casos mais clássicos registrados neste século aconteceu na Europa, no

período compreendido entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial. Na Alemanha, em nove anos, os

preços subiram 1 trilhão de vezes! O país estava destruído e saía humilhado da derrota

na 1ª Guerra, onde foi submetido a uma rendição na qual se obrigou ao pagamento de

pesadas indenizações aos países vencedores. Ao mesmo tempo, o mundo também vivia

uma crise sem precedentes que culminou na grande depressão dos anos 30.

No caso brasileiro, multiplicar os preços por 1 trilhão, demorou 27 anos. Nossa

inflação tem raízes profundas, que vêm desde o Império, o que teremos oportunidade de

ver nas próximas sessões. Mas a situação se agravou na década de 70. Até então, a

economia mantinha-se estável, de certa forma, com a inflação variando de 15% a 25%

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ao ano. Em 1973, a crise do petróleo e o desenvolvimentismo a qualquer preço

exerceram forte pressão inflacionária, onerando os custos da Economia.

Já vimos anteriormente que cabe ao Estado a emissão da moeda e a garantia de

seu curso legal. Para melhor compreendermos este fenômeno da inflação, precisamos

entender a moeda como uma mercadoria, isto é, o governo que a emite, na verdade, a

vende em troca de bens e serviços. Assim, fica fácil perceber que o excesso desta

mercadoria faz com que seu preço abaixe, assim como a sua escassez fará com que ele

aumente. Porém, esta explicação não basta para compreender um problema tão

complexo como o da flutuação do valor da moeda. Existem causas estruturais e

conjunturais, isto é, causas que têm sua origem na própria estrutura econômica do país,

sua história, sua formação. E causas que são circunstanciais. As duas causas básicas

para a inflação serão explicadas a seguir:

A Inflação de Demanda

Esta inflação é provocada pelo excesso de moeda em uma Economia. Este excesso

pode ter muitas origens. Descontrole das contas do governo, como excesso de gastos e

deficiências de arrecadação. Ou mesmo esforços extraordinários, como em casos de

guerra, catástrofes, etc.

Emissões de moeda que não provoquem acréscimos na disposição de se aumentar

a oferta de bens/serviços em uma Economia tendem a provocar o acréscimo de seus

preços. Isso porque o nível global da demanda pela moeda é inferior ao nível da oferta.

Ou seja, em um dado momento, havia mais moeda que bens e serviços. A tendência é

que estes se ajustem ao excesso de moeda, criando uma nova realidade de preços.

Observe-se que partimos de um fato que se chama Déficit Orçamentário. Isto

pode ocorrer, como de fato ocorre, também em Economias estáveis, mas nesta, o grau

de desenvolvimento do mercado faz com que os preços se estabilizem pelo crescimento

da oferta de bens e serviços e mesmo pelos mecanismos de mercado. Nas Economias

instáveis, o mercado não consegue reagir e os preços não se estabilizam por longos

períodos.

Isto posto, fica fácil compreender porque é vital para uma Economia que haja

controle da emissão de moeda e dos meios de pagamento existentes no mercado

(cheques pré-datados, por exemplo).

A Inflação de Custos

A Inflação de Custos está relacionada, como seu próprio nome indica, com

alterações nas estruturas de custos da Economia. As causas podem estar dentro ou fora

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dos limites do país. Em um país que dependa de importações, alterações nos preços

internos. Por exemplo, nossa Economia depende do petróleo importado (produzimos

cerca de 50% do que consumimos). Isso faz com que estejamos sujeitos aos preços

externos.

Conhecendo a influência que tem o petróleo na formação básica dos preços

(transportes, energia, matéria-prima para diversos produtos, etc.), veremos que os

preços finais destes produtos refletirão em qualquer aumento que houver nos preços

externos, que por sua vez provocarão reflexos em outros.

Outra causa pode estar relacionada a questões momentâneas. Alguns dos planos

econômicos que vivemos estabeleceram congelamento dos preços. Esta decisão,

acompanhada de um acréscimo de renda por parte da população, provoca grandes

desequilíbrios no mercado.

Vimos no Plano Cruzado o aumento da disposição de adquirir bens/serviços não

ser acompanhado pelo acréscimo de oferta. Este desequilíbrio se manifesta nos preços,

pois as pessoas aceitam pagar mais. Esta decisão repercute em toda a economia se entre

os produtos estiverem aqueles que são relacionados a consumo imediato, como

alimentos, roupas, medicamentos, etc.

Alterações sazonais, como quebras de safra ou mesmo excesso, ou, ainda,

provocadas por alterações, como greves, podem pressionar o aumento dos preços.

Nos casos citados, os preços subirão sem que tenha havido emissão de moeda por

parte do governo, mas, provavelmente, chegarão a um nível em que o governo se verá

obrigado a emitir moeda para cobrir seus gastos, que estarão onerados pelo acréscimo

dos preços, alimentando, assim, a espiral dos preços.

No primeiro caso, teremos uma expansão dos preços provocada pela expansão

dos meios de pagamentos.

Os Componentes da Inflação

A inflação, como estamos vendo, tem fortes componentes monetários. Isto dá a

impressão de que, se alguém controlar a emissão da moeda ou controlar os preços, pode

controlar todo o processo. Mas não é isto que temos visto no Brasil, na sucessão de

planos econômicos dos últimos anos.

Os vários planos econômicos que, entre outras coisas, contemplaram

congelamento de preços e redução do meio circulante através de confisco de ativos

financeiros, conseguiram apenas represar o processo, tendo ele recrudescido fortemente

logo após. Isto se dá pelo fato de que, no Brasil, a inflação tem consideráveis

componentes estruturais e não apenas monetários.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 63

Os componentes estruturais têm origens na nossa própria formação histórica e

cultural.

Por exemplo, o Brasil nasceu como país independente, assumindo uma grande dívida que

Portugal tinha com a Inglaterra. Ou ainda, a industrialização ou o desenvolvimento da

Economia custou a chegar, fomos um dos últimos países do mundo a abolir a

escravatura, uma vez que éramos totalmente dependente do Setor Primário e este, por

sua vez, "precisava" da mão-de-obra escrava.

Apesar de parecer um contra-senso, constatamos também que as pessoas se

acostumaram com a inflação, e passaram a assumir a correção monetária como uma

espécie de ganho financeiro. Esta prática cria a ilusão monetária, ou seja, a capacidade

de se criar dinheiro do nada. O que sabemos, é impossível.

Quando falamos de componentes estruturais, estamos dizendo que a inflação tem

origem na própria estrutura político-administrativa do país, assim como nas estruturas de

mercado, de participação de renda, etc.

Os Efeitos da Inflação

Vimos como se forma o processo inflacionário. Este processo permeia todo o

Sistema Econômico, gerando efeitos e conseqüências que, na sua maioria, realimentam o

próprio processo. Entre suas principais conseqüências, temos:

- Redução do poder aquisitivo da moeda. Esta redução atinge principalmente quem

vive de salários ou de benefícios previdenciários, que vê os preços aumentarem

diariamente sem que haja uma contrapartida no seu ganho.

- Distorção do mercado de crédito, pois acabam todos os financiamentos a médio e

longo prazo. A imprecisão do mercado e a dificuldade de distinguir os bons dos maus

pagadores aumentam o risco de quem tem capital para negociar. Além do mais, com um

déficit orçamentário crônico, o Governo se transforma no maior tomador de crédito do

mercado e, usando sua condição de emissor de moeda, ele praticamente monopoliza o

mercado do dinheiro. Isto faz com que este mercado se restrinja a operações de curto e

curtíssimo prazo e a uma parcela da população bastante restrita. Um exemplo é a política

habitacional, que, normalmente, é um mercado de baixíssima elasticidade de oferta e

que precisa de financiamentos a longo prazo que, com o avanço da inflação, tem se

recolhido ao mínimo possível (apesar de os recursos da Caderneta de Poupança serem

destinados por lei à habitação).

Desorientação do mercado. A instabilidade de preços impede a sinalização destes

pela procura e oferta. Perde-se a noção do que é caro e do que é barato e o mercado

direciona-se apenas para aquilo que é escasso, em busca do ganho certo. As referências

de valor vão para o espaço, pois se tornam subjetivas. A formação dos preços passa a

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incorporar e seu papel como garantidor dos contratos e, principalmente, um mercado

nervoso e alimentado com boatos, formam um quadro geral de um mercado

desorientado.

- Desequilíbrio do balanço internacional de pagamentos, pois a expressão interna

de preços obriga a desvalorização cambial para manter os preços das exportações

equilibrados com o mercado internacional. O difícil é que a desvalorização aumenta

internamente os preços dos produtos importados, o que realimenta a espiral

inflacionária. O desequilíbrio cambial é típico dos países subdesenvolvidos que importam

produtos e bens acabados e exportam matéria-prima. Isto faz com que a demanda por

moeda estrangeira seja alta, forçando seu preço para cima, ao tempo que a oferta da

moeda nacional é também alta, e força o seu preço para baixo. A ausência de valor

agregado nos bens exportados obstrui a expansão da oferta de empregos, impedindo

acréscimo de rendas, etc., o que perpetua as desigualdades.

Quem Ganha com a Inflação

A inflação subverte a ordem econômica e social, desestabiliza as instituições, desorienta,

desequilibra e distorce o mercado, mas temos que ter claro que nem todos perdem com

ela, pois, se isto acontecesse, ela já teria acabado. Podemos identificar três grandes

"clientes" da inflação:

- Grandes conglomerados industriais. Normalmente, atuando em setores

fortemente oligopolizados, têm um mercado cativo, independente da qualidade do que

produzem e com baixíssima elasticidade de demanda, provocada exatamente pelo alto

grau de oligopolização.

A primeira vítima, neste caso, é a competitividade, que é fundamental para uma

economia de mercado e capitalista. A competição sinaliza os preços. A sua ausência

normalmente se traduz pela despreocupação com custos e as baixas taxas de

investimento.

Temos vários exemplos, como a indústria do cimento, remédios, fios e cabos

elétricos, vidros, etc. Mas o melhor exemplo foi dado pela indústria automobilística, que

produz no Brasil veículos atrasados tecnologicamente e com preços muito superiores aos

do mercado externo. O Fusca, quando deixou de ser fabricado em 1986, custava cerca

de US$ 3700, já incluídos neste valor todos os impostos (mais ou menos 40% na época).

Quando voltou a ser fabricado, em 1993, custava o dobro (US$ 7500) e os impostos

haviam diminuído para cerca de 10%!

- O sistema bancário nacional. Os bancos, na verdade, são sócios passivos da

inflação. A excessiva dependência que temos da rede bancária fez com que nos últimos

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anos destinássemos cerca de 2% do PIB* para ela. O ganho do sistema bancário baseia-

se no fato de ele captar dinheiro, "pagando" juros negativos, e emprestá-lo,

principalmente ao governo, a juros escandalosos.

- O Governo, através do Banco Central, é o maior cliente da inflação. Ela é

fundamental para que ele feche suas contas (o que talvez explique a sua dificuldade de

combatê-la). O Governo tem ficado com cerca de 5% do PIB, o que significa que, a cada

20 dias, um dia de trabalho e produção de toda a economia seja dado de graça ao

Governo, além dos impostos que ele cobra.*

A origem deste ganho extra do Governo está no fato de a sociedade precisar

manter em seu poder meios de pagamento (cédulas, moedas e depósitos à vista nos

bancos) que nada rendem, enquanto a inflação é cada vez mais elevada. O Governo, por

sua vez, está ao largo disto tudo, pois cada vez que precisa de dinheiro, basta emiti-lo na

quantidade necessária. Esta prática resolve seu problema de caixa, mas repassa a moeda

desgastada para quem é obrigado a aceitá-la, que, no fim das contas, é o próprio povo.

* CYSNE, Rubens Penha. In: Quanto se Ganha com a Inflação. São Paulo, 1993 (Artigo publicado no jornal Folha de São Paulo de 07/09/93).

A Lei da Procura

A procura dirigida a determinado produto pode ser definida como as várias

quantidades que os consumidores estarão dispostos e aptos a adquirir, em função dos

vários níveis de preços possíveis, em determinado período de tempo.

A procura é representada por uma série de possibilidades alternativas que sempre

correlacionam às diferentes quantidades procuradas com os vários níveis de preços

apresentados.

Em condições normais, as quantidades procuradas dependem dos diferentes níveis

de preços de mercado, gerando um comportamento padrão, segundo o qual, quanto

mais baixos os preços, mais altas serão as quantidades procuradas.

Como as quantidades procuradas (QP) dependem diretamente do nível dos preços

(P), podemos dizer que há uma relação funcional de dependência entre as variáveis (QP)

e (P). Esta relação pode ser expressa matematicamente por uma função elementar, cuja

notação é dada por:

QP = f (P)

Esta notação de função tem o objetivo de caracterizar a relação de dependência

entre os preços e as quantidades procuradas.

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A Lei da Oferta

A oferta de determinado produto pode ser definida como as quantidades que os

produtores oferecerão ao mercado em função dos vários níveis de preços possíveis, em

determinado período de tempo.

A oferta é representada por uma série de possibilidades alternativas, que sempre

correlacionam as diferentes quantidades ofertadas com os vários níveis de preços

definidos pelas estruturas de custos dos produtores. Essa série de possibilidades

alternativas altera-se na razão direta da variação dos preços. Se analisarmos a oferta de

mercado de um produto qualquer, verificaremos que as quantidades ofertadas em

condições normais dependem dos diferentes níveis de preços definidos, gerando uma

escala padrão, que nos indica sucessivos aumentos nas quantidades ofertadas em função

de acréscimos sucessivos nos níveis gerais dos preços.

Tendo em vista esses conceitos e concordando que as quantidades ofertadas (Qo)

dependem diretamente do nível dos preços (P), podemos dizer que há uma relação

funcional de dependência entre as variáveis (Qo) e (P). Essa relação, a exemplo de como

foi dito anteriormente sobre a procura, pode também ser expressa matematicamente por

uma função elementar, cuja notação é dada por:

Qo = f (P)

Também aqui esta notação tem a finalidade de caracterizar a relação de

dependência entre preços e quantidades ofertadas. A resolução matemática desta

equação, assim como sua representação gráfica, se dá tal como já vimos anteriormente.

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Exercício

1. Cite três exemplos de necessidades individuais e três necessidades coletivas.

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2. Qual é a diferença entre bens e serviços?

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3. O que são fatores de produção?

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4. Explique em que consiste cada um dos fatores de produção.

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5. Explique qual é o objeto da teoria econômica.

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6. O que é a riqueza de um país?

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7. Cite alguns exemplos de fatores de produção e de bens que constituem a riqueza do

Brasil.

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3. O Problema Fundamental da Economia

Lei da Escassez

Há impossibilidade de se produzir Bens e Serviços em quantidades ilimitadas

para satisfazer as necessidades humanas permanentemente ampliadas, pois os Fatores

de Produção existem em quantidades limitadas.

4. Quatro Perguntas Fundamentais

Diante da impossibilidade do atendimento das necessidades humanas em

virtude da escassez de recursos, quatro questões são levantadas, sendo que suas

respostas envolvem o problema fundamental da economia, isto é, o problema da

escassez.

A primeira pergunta diz respeito à natureza das necessidades humanas:

- O que produzir?

A resposta significa identificar as necessidades e, conseqüentemente, o que irá

satisfazê-la. Dessa forma, a sociedade deve saber que precisa produzir, por exemplo,

alimentos, roupas, casas, estradas, escolas, etc.

A segunda pergunta implica determinar quantitativamente o produto necessário

à satisfação das necessidades:

- Quanto produzir?

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Essa questão completa a anterior e tem sua importância definida na medida em

que, como já vimos, é impossível produzir em quantidades ilimitadas todos os bens

necessários. Se imaginarmos que todos os recursos disponíveis de uma economia estão

sendo utilizados no processo produtivo, atingiremos um limite na produção de bens e de

serviços. Nesse caso, se quisermos aumentar a produção de um bem qualquer, teremos

de diminuir a quantidade de produção de outro(s) bem(ns).

A terceira questão envolve um problema de ordem técnica:

- Como produzir?

Para que se obtenha um determinado bem ou serviço, é necessário empregar

fatores trabalho, capital e recursos naturais. Entretanto, a proporção em que esses

recursos serão combinados vai depender da abundância ou da escassez de cada um

deles. Portanto, é natural imaginar que, numa economia em que o fator trabalho seja

mais abundante que o fator capital, a produção empregue uma quantidade

proporcionalmente maior de trabalho.

A quarta questão está diretamente relacionada ao consumo, à satisfação das

necessidades dos indivíduos:

- Para quem produzir?

A resposta a essa pergunta resolve o último problema da questão da satisfação

das necessidades humanas. Ela vai nos dizer de que forma será distribuído o produto do

trabalho coletivo à sociedade.

5. O Sistema Econômico, sua Composição e seu Fluxo

Chamamos de sistema econômico a reunião dos diversos elementos (os

fatores de produção) que participam da produção de Bens e Serviços para atender às

necessidades da sociedade.

As instituições onde são organizados os Fatores de Produção são denominadas

unidades produtoras (Empresas). Fábrica de automóveis, banco, fazenda, são

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exemplos de unidades produtoras, pois em cada uma delas os fatores trabalho, capital e

recursos naturais estão organizados para a produção de algum bem ou serviço.

As unidades produtoras podem ser agrupadas em três setores básicos, que

compõem o sistema econômico:

- Setor Primário: Constituído pelas unidades produtoras que utilizam

intensamente os Recursos Naturais e não

introduzem transformações substanciais em seus

produtos. Neste setor, estão as empresas agrícolas,

pecuárias e extrativistas, sejam minerais, animais ou

vegetais.

- Setor Secundário: Constituído pelas unidades produtoras dedicadas a

atividades industriais, através das quais os bens são

transformados. Caracteriza-se pela intensa utilização

do fator de produção Capital, sob a forma de

máquinas e equipamentos. Indústrias de unidades

produtoras estão incluídas neste setor.

- Setor Terciário: Este setor se diferencia dos outros pelo fato de seu

produto não ser tangível, concreto, embora seja de

grande importância no sistema econômico. É

composto pelas unidades produtoras que prestam

Serviços, como os bancos, as escolas, as empresas

de transporte, o comércio, etc.

Durante o processo de produção, em que são obtidos Bens e Serviços, as

unidades produtoras remuneram os fatores de produção por eles empregados: pagam

salários aos seus trabalhadores, aluguel pelas instalações que ocupa, juros pelos

financiamentos obtidos e distribuem lucros aos seus proprietários. Essa remuneração é

recebida pelos proprietários dos fatores de produção e permite-lhes adquirir os bens e os

serviços de que necessitam.

6. Relação entre Oferta x Demanda x Mercado

RENDA Formada pelo pagamento que os fatores de produção

recebem durante o processo produtivo.

OFERTA (Produto) Formada pelos bens e serviços produzidos pelas unidades

produtoras e que estão disponíveis no sistema econômico.

DEMANDA (Procura) Aquilo que as pessoas procuram para satisfazer suas

necessidades e desejos.

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MERCADO A oferta e a procura são as duas funções mais importantes de

um sistema econômico. Essas duas funções formam o

mercado, onde as pessoas que querem vender se encontram

com as pessoas que querem comprar. Não significa apenas o

lugar físico onde as pessoas estão localizadas, se refere a

todas as compras e vendas realizadas no Sistema Econômico,

tanto de bens de consumo, intermediários ou de capital.

Sintetiza a essência do sistema econômico, em que as

necessidades são satisfeitas através da venda e da compra de

mercadorias e serviços.

7. Tipos de Bens e Serviços

Bens e Serviços de Consumo: São os bens e serviços que se destinam ao atendimento

direto das necessidades das pessoas (alimentação, moradia, roupas, etc.);

Bens e Serviços Intermediários: São os bens e serviços que entram na produção de

outros bens e serviços (chapas de aço usadas nas indústrias de automóveis, assistência

técnica e computadores, etc.);

Bens de Capital: São os bens que aumentam a eficiência do trabalho humano

(máquinas e equipamentos).

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Exercício

1. Reescreva as frases, completando as lacunas com a alternativa correta:

a) Podemos dizer que a disponibilidade de fatores de produção é

.................................. (escassa/abundante), enquanto as necessidades

humanas são ..................................... (finitas/infinitas).

b) O problema fundamental da economia, também conhecido como Lei da

.................................. (Abundância/Escassez), está relacionado com a

........................................ (possibilidade/impossibilidade) de se atender à

totalidade das necessidades humanas através da produção de

.......................................................... (fatores de produção/bens e serviços).

2. Relacione as colunas:

( ) As quatro perguntas fundamentais da

economia estão relacionadas à

.................

(a) inflação

(b) Lei da Escassez

( ) A primeira pergunta - O que

produzir? - refere-se à .................... das

necessidades humanas e identifica os

.................... que devem ser produzidos.

(c) quantidade - fatores de produção

(d) natureza - fatores de produção

(e) quantidade - bens e serviços

(f) natureza - bens e serviços

( ) A segunda pergunta - Quanto

produzir? - identifica a ..................... dos

(g) qualidade

(h) quantidade

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 73

bens e serviços que serão produzidos.

( ) A terceira pergunta - Como produzir?

- é um problema de ordem ................... e

indica a proporção em que cada fator de

produção será empregado na produção.

(i) política

(j) técnica

( ) Finalmente, a última pergunta - Para

quem produzir? - refere-se à maneira pela

qual será ........................ o conjunto de

bens e serviços disponíveis.

(k) distribuído

(l) produzido

3. O que você entende por sistema econômico?

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_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

4. Classifique os bens e serviços a seguir em:

(a) Bens e serviços de consumo;

(b) Bens de capital;

(c) Bens e serviços intermediários.

( ) sapatos ( ) ferro

( ) trigo ( ) serviços de transporte coletivo

( ) petróleo ( ) serviços de auditoria contábil

( ) torno mecânico ( ) serviços como: cinema e teatro

( ) estradas

5. Identifique os três setores da economia e apresente as características de cada um

deles.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

6. Classifique as empresas a seguir por setor:

(a) Primário

(b) Secundário

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 74

(c) Terciário

( ) Empresa de pesca ( ) Hospital

( ) Companhia de teatro ( ) Indústria de alimentos

( ) Fazenda agrícola ( ) Instituição financeira

( ) Metalúrgica ( ) Companhia de seguros

( ) Escritório contábil ( ) Empresa jornalística

( ) Empresa de transportes coletivos ( ) Indústria de automóveis

7. A afirmação a seguir está incorreta. Reescreva-a, corrigindo:

Apenas o fator de produção trabalho recebe, no processo produtivo, uma remuneração.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

8. Qual é o significado do termo mercado na teoria econômica?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Visão Sistêmica de Negócios 1. Negócio

O que é um Negócio?

Neg-> Negar, manipular, alterar, mudar.

Ócio-> Ficar parado, atividades mundanas, degeneração, indolência, vadiagem,

etc.

Na Grécia antiga, onde a liberdade relativa (por ser predicado de apenas uma

parte da população) e absoluta (por não haver noções pré-concebidas de ciência) era tida

na mais alta consideração, os indivíduos que se reuniam com o propósito de se dedicar

ao estudo da filosofia e dos motivos máximos da vida procuravam o isolamento

Page 75: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 75

meditativo das atividades mundanas - a condição sine qua non1 do desenvolvimento

espiritual - em locais que eram denominados de Sholé2.

A tradição romana tentou perdurar essa sondagem metafísica do desconhecido

onde as tarefas especulativas eram conhecidas por otiu. Com a degeneração da

civilização romana, esta busca silenciosa de verdades também foi se degradando, até

otiu adquirir a conotação que ócio tem para nós, ocidentais: indolência e vadiagem.

Porém, quando o Império ainda tinha ideal nobre a manter, o otiu romano

revelava a mesma beleza que a Scholé grega.

Sempre houve indivíduos que consideravam tais pensadores meros vagabundos.

Estes indivíduos, preocupados com as coisas do mundo e com os acontecimentos

menores do quotidiano, evidentemente não aceitavam a concepção contemplativa do

otiu produtivo. Eles negavam o otiu. Negar o otiu. Neg-otiu. Eram os indivíduos que

realizavam negócios.

Um negócio, portanto, é uma concepção diametralmente contrária da Scholé,

não sendo coincidência o fato da igreja desaprovar os negociantes em épocas passadas,

nem o fato da influência destes ter aumentado progressivamente com a diminuição dos

negócios daquela época.

Exercício

1. Descreva com suas palavras o quem vem a ser Negócio.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2. O que quer dizer a palavra ociosidade, para você?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

1 Sine qua non: Do latim, “sem a qual não”. 2 Sholé: Escola de estudo da filosofia.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 76

Estruturas Organizacionais

1. Introdução

As Estruturas Organizacionais são uma forma de organização da empresa. Onde se pode

citar:

- Linear: Baseada na autoridade hierárquica vertical.

PRESIDENTE -> DIRETOR -> GERENTE -> SUPERVISOR -> EXECUTORES

. Departamentalização: Divisão ou órgão da empresa, encarregado de um

conjunto específico de tarefas ou atividades.

. Por Função: Departamento de produção, compras, vendas, tesouraria, pessoal,

etc.

. Por Produto: Indústria química: Divisão de cosméticos, divisão farmacêutica,

etc.

. Por Território: Regional, geográfica ou por área.

. Por Área de Consumo: Por exemplo, no comércio, separa-se o varejo do

atacado.

- Organização Funcional: Assim, um supervisor pode atuar em vários setores de

acordo com suas habilidades e um certo trabalhador pode receber ordens ou orientações

de vários supervisores do mesmo nível.

Exemplo:

Presidente -> Diretor -> Gerente -> Supervisor A (Executores) ->

Supervisor B (Executores) -> Supervisor C (Executores)

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- Empresa Familiar: Todo o processo é sucessório.

2. Organização

Organização é o termo utilizado para identificar Empresa. É definida como a

ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, visando o alcance dos objetivos e

resultados estabelecidos.

Estrutura Organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades,

autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa.

O termo Organização freqüentemente tem sido empregado como sinônimo de

arrumação, ordenação, eficiência, porém, em nosso objetivo, Organização deve ser

entendida não apenas como o quadro estrutural de cargos definidos por:

ü Respectivos títulos;

ü Atribuições básicas;

ü Responsabilidades;

ü Relações formais;

ü Nível de autoridade;

ü Aspectos culturais.

Nestes termos, podemos definir como função básica de Organização: o estudo

cuidadoso da estrutura organizacional da empresa para que esta seja bem definida e

possa atender as necessidades reais e os objetivos estabelecidos de forma integrada com

a organização informal e as estratégias estabelecidas na empresa.

2.1. A Estrutura Formal

É aquela oficialmente definida na empresa com todas as formalidades e padrões

vigentes quanto à forma de preparação e divulgação de normas a respeito. Será

encontrada em:

ü Comunicados;

ü Instruções;

ü Manuais de Procedimentos ou Organização:

o Forma Gráfica: Organização;

o Forma Descritiva: Descrição de Cargos.

Embora necessária e tantas vezes desejada, a Estrutura Formal poderá não ser

adequada em determinadas empresas, e mesmo sendo adequada, terá que conviver com

a Estrutura Informal.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 78

2.2. A Estrutura Informal

Os funcionários das empresas pertencem automática e inevitavelmente à vida

informal das mesmas. Deste relacionamento do cotidiano, surgem:

ü Entendimentos extra-estruturais;

ü Conceitos alheios às normas;

ü Desentendimentos;

ü Eventuais conflitos;

ü Lideranças naturais;

ü Amizades e ações benéficas ou prejudiciais à empresa.

Na maioria dos casos, é dada liberdade total para a organização informal. Isto é

perigoso e não tem razão de ser, porque é administrável e direcionável

positivamente.

Exemplo de Sucesso:

“Empresas que estão praticando com critérios claros e de comum acordo a

participação dos funcionários na gestão e nos lucros”.

Nestes casos ocorre:

ü Transparência;

ü Lealdade;

ü Sentido colaboracionista.

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Exercícios

1. O que vem a ser Estrutura Organizacional do tipo Linear? Explique com suas

palavras.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2. Defina Organização.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3. Qual é a diferença entre estruturas formais e informais?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 80

Objetivos e Meio Ambiente

Empresarial

1. Objetivos

Os fins pelos quais as pessoas lutam são alternadamente chamados de

finalidades, missões, objetivos, metas ou alvos.

O termo Finalidade é mais usado para denotar a razão pela qual uma empresa

existe. Logo, a finalidade de uma empresa pode ser substituir o negócio varejista, educar

crianças superdotadas ou melhorar a saúde pública de uma determinada região, por

exemplo.

Missão é o termo mais usado em operações militares e, ocasionalmente, em

igrejas e governos. Conota o objetivo fundamental de um programa.

Objetivo é um termo usual para indicar o ponto terminal de um programa

administrativo, explicitado em termos gerais ou específicos.

Alvo ou Meta é invariavelmente a de propósitos qualitativos ou quantitativos

específicos. Entretanto, na prática, não se faz distinções muito rígidas entre eles.

2. Meio Ambiente Empresarial

2.1. Ambiente Interno

São as atividades que compõem uma Empresa, tais como:

ü Produção;

ü Materiais;

ü Informações;

ü Marketing;

ü Pessoal (Social e Recursos Humanos);

ü Finanças;

ü Vendas;

ü Administrativo.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 81

2.2. Ambiente Externo

ü Consumidor (Clientes);

ü Fornecedores;

ü Concorrentes;

ü Tecnologia;

ü Natureza;

ü Economia;

ü Governo.

Por analogia, podemos considerar uma empresa como uma célula que, para

sobreviver, necessita relacionar-se com o meio externo, recebendo dele o que necessita

e, posteriormente, lançando no mesmo os seus produtos/serviços.

A seguir, um dos modelos de Ambiente Empresarial:

Consumidor Fornecedores Concorrentes

Produção Marketing

Governo Pessoal EMPRESA Vendas Economia

Finanças Administrativo

Tecnologia Natureza

Alguns elementos do Ambiente Externo afetarão diretamente a empresa,

outros, indiretamente. Dentre os quais podemos citar:

Ação Direta Ação Indireta

Fornecedores Variação Tecnológica

Oferta de mão-de-obra Conjuntura Econômica

Clientes Aspectos Socioculturais

Concorrentes Aspectos Políticos

Agentes Financeiros Aspectos Legais

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Exercício

1. Defina com suas palavras o que vem a ser Objetivo.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

2. Qual é a diferença entre Missão e Objetivo?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

3. De acordo com o que foi visto, o que vem a ser Meio Ambiente Empresarial?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

4. É correto afirmar que doenças como AIDS, Câncer e Tuberculose, afetam o Ambiente

Empresarial? Posicione-se a respeito.

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 83

Ferramentas Aplicadas para Utilização de Sistemas

Administrativos

Neste capítulo, estudaremos alguns modelos de controles administrativos:

1. Controle de Estoques;

2. Fluxo de Caixa;

3. Controle de Contas a Pagar;

4. Controle de Contas a Receber;

5. Controle de Movimento Bancário e/ou Conta Caixa;

6. Controle Mensal de Retiradas;

7. Controle Diário de Vendas;

8. Mapa Semanal de Serviços;

9. Controle de Comissões;

10. Cadastro de Fornecedores;

11. Cadastro de Clientes.

1. Controle de Estoques

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 84

Artigo:_____________________________________________________________

Data Documento

Entrada Saída Saldo

Qtde. Unit. Valor Qtde. Unit. Valor Qtde. Último

Preço Valor

Estoque Mínimo: Estoque Máximo:

2. Fluxo de Caixa

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 85

Meses Janeiro Fevereiro Março

Recebimentos Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado

Total

Pagamentos

Total Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado

Movimentação

Saldo Anterior

Recebimentos

Pagamentos

Saldo Final

3. Controle de Contas a Pagar

Page 86: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 86

Fornecedor Descrição Valor Data de

Vencimento

Data de

Pagamento Observação

4. Controle de Contas a Receber

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 87

Cliente Descrição Valor Data de

Vencimento

Recebimento

Data Valor

5. Controle de Movimento Bancário e/ou Conta Caixa

Page 88: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 88

Mês/Ano:______________________

Número da Conta:_______________ - Banco:____________ Agência:______________

Data Histórico Crédito Débito Saldo Final

6. Controle Mensal de Retiradas

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 89

Mês/Ano:____________________________

Nome do Diretor:_________________________________________________________

Data Número e Tipo de Documento Valor em (R$)

7. Controle Diário de Vendas

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 90

Setor:_________________________________- Mês/Ano:________________________

Dia À Vista _____Dias _____Dias _____Dias _____Dias Total

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Total

8. Mapa Semanal de Serviços

Page 91: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 91

Setor/Atividade:__________________________________________________________

Descrição do Serviço Seg Ter Qua Qui Sex Sáb

Observação: Marcar com “X” ou colocar horários nos dias em que cada serviço tiver que

ser desenvolvido.

9. Controle de Comissões

Page 92: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 92

Vendedor ou Mês/Ano:____________________________________________________

Mês/

Nome

Total

Dia Valor

Venda Comissão

Valor

Venda Comissão

Valor

Venda Comissão

Valor

Venda Comissão

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Page 93: Livro fundamentos da administração e economia full

___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 93

10. Cadastro de Fornecedores

Nome/Razão Social:_______________________________________________________

Endereço:_______________________________________________________________

Cidade:______________________ UF:____ CEP:____________ Cx. Postal:_______

CGC:_______________________________ Insc. Estadual:____________________

Pessoas para Contato:

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Telefones: (____) ___________________ FAX: (____) ______________________

Produtos Fornecidos

Descrição Código Último Preço

Histórico das Últimas Compras Efetuadas

Data Valor da

Compra

Condições de

Pagamento

Data de

Entrega

Observações

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 94

11. Cadastro de Clientes

Nome:_________________________________________________________________

Endereço:______________________________________________________________

Cidade:____________________ UF:_________ CEP:_________ Cx. Postal:________

Doc. Identidade:___________________________ CPF:_________________________

Telefones:________________________________ FAX:_________________________

Referências Pessoais:

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Referências Comerciais:

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Referências Bancárias:

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Histórico das Últimas Compras Efetuadas

Data Valor da

Compra

Vencimento Data de

Pagamento

Valor Pago Observações

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 95

ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

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_______________________________________________________________________

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___________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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Resposta ao Questionário do Capítulo 1:

Características Empreendedoras

Questões A B C D E

1 1 2 3 4 5

2 5 4 3 2 1

3 5 4 3 2 1

4 1 2 3 4 5

5 1 2 3 4 5

6 5 4 3 2 1

7 5 4 3 2 1

8 1 2 3 4 5

9 5 4 3 2 1

10 5 4 3 2 1

11 1 2 3 4 5

12 1 2 3 4 5

13 1 2 3 4 5

14 5 4 3 2 1

15 1 2 3 4 5

16 1 2 3 4 5

17 1 2 3 4 5

Total de Pontos

Análise dos Resultados

Acima de 75 pontos – Parabéns! Tudo indica que o seu perfil empreendedor é superior. Você está

no caminho certo para se tornar um realizador de sucesso. Sabe tomar decisões certas, planeja as

ações adequadamente, tem muita criatividade, sabe motivar seus subordinados e prefere trabalhar

em equipe. É quase certo que, ao realizar um plano de ação em andamento, você defina

claramente objetivos e metas, baseado em fatos concretos e precisos.

Entre 60 e 75 pontos – Você deve ter um perfil empreendedor satisfatório. Contudo, é preciso

desenvolver certos atributos de um realizador. Assim, procure adquirir mais autoconfiança,

independência e capacidade de assumir riscos. Prepare-se lendo mais sobre negócios, tomada de

decisões e liderança. Você também pode se preparar participando de treinamentos especializados e

conversando com empreendedores bem sucedidos.

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___________________________________________________________________________ Fundamentos de Administração e Economia – Professor Fernando S. Dantas 98

Abaixo de 60 pontos – É quase certo que você tenha um perfil empreendedor sofrível, ou mesmo

medíocre. Você não deve estar preparado para liderar pessoas ou comandar um negócio. Nesse

caso, talvez seja melhor você avaliar seus pontos fracos e tentar corrigi-los.

Bibliografia

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron,

1993.

DRUCKER, Peter. As Fronteiras da Administração: Onde as Decisões do Amanhã estão

sendo Determinadas Hoje. São Paulo: Pioneira, 1990.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio. 1ª. ed. 15ª. Impressão

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 5. ed. rev. e ampl. São

Paulo: Atlas, 2000.

MIRANDA, Geraldo Inácio Mac-Dowell dos Passos. Organização e Métodos. 5. ed. rev. e

ampl. São Paulo: Atlas, 1981.

PEREIRA, Heitor José. Criando seu Próprio Negócio: Como Desenvolver o Potencial

Empreendedor. Brasília: Ed. SEBRAE, 1995.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. São Paulo: Saraiva, 2003.

SEBRAE, Série Treinamento Empresarial. Consolidando seu Negócio; Como Administrar

uma Pequena Empresa - Nível Intermediário.

SEBRAE, Série Treinamento Empresarial. Iniciando Um Pequeno Grande Negócio -

Módulo I.

SILVA, César Roberto Leite da & SINCLAYR Luiz. Economia e Mercados: Introdução à

Economia. 18. ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2001.