Text of Livro introducao a educacao a distancia - unidade1 -1
1. 2010Elosa Maia VidalJos Everardo Bessa MaiaIntroduo Educao a
Distncia
2. Unidade 1Educao a Distncia: rompendo
fronteiras..........................................................................91.
EAD: em busca de conceitos e
definies.......................................................................
112. Educao a Distncia no
Mundo.....................................................................................
133. Educao a Distncia no
Brasil........................................................................................
143.1. Os modelos de EAD adotados no
Brasil..........................................................................164.
A Universidade Aberta do Brasil
(UAB)...........................................................................
175. Recursos pedaggicos em
EAD.......................................................................................
196. O professor na EAD: a polissemia da
funo...................................................................
20Sntese da
Unidade.............................................................................................................
23Referncias..........................................................................................................................
24Unidade 2Tecnologias na
Educao.......................................................................................................251.
As possibilidades didticas e metodolgicas a partir do uso da
tecnologia ................... 272. O meio
impresso.............................................................................................................
283. A educao
audiovisual...................................................................................................
313.1. Retroprojetor/Data
show................................................................................................333.2.
Vdeo e
televiso.............................................................................................................35Texto
Complementar:
YouTube..............................................................................................374.
A tecnologia educacional e o professor
.........................................................................
38Texto complementar: Tecnicismo
educacional......................................................................395.
Formas de trabalhar o computador e a internet na educao
....................................... 40Sntese da
Unidade.............................................................................................................
42Referncias..........................................................................................................................
43Dados dos
Autores................................................................................................................44
3. UnidadeObjetivos: Identificar aspectos que estabelecem
convergncias e divergncias acerca dealguns conceitos de EAD.
Entender o surgimento da educao a distncia e recursos tecnolgicos
utilizadospara sua viabilizao. Conhecer algumas experincias de EAD
no mundo e no Brasil, nos ltimos doissculos. Contextualizar a
Universidade Aberta do Brasil (UAB) e seus mecanismos
defuncionamento na Universidade Estadual do Cear.1Educao a
Distncia:rompendo fronteirasElosa Maia VidalJos Everardo Bessa
Maia
4. 11INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAIntroduoEsta unidade procura,
atravs de uma reviso de literatura, expli-citar algumas definies e
conceitos que abrangem o termo educao adistncia e seu carter
polissmico. A unidade tambm apresenta umbreve histrico da educao a
distncia no mundo e no Brasil, procu-rando destacar sua importncia,
significado e modelos adotados, espe-cialmente aqueles que se
desenvolvem com os avanos no campo dastecnologias da comunicao e
informao, a partir da segunda metadedo sculo XX e mais
recentemente, com o advento dos computadores eda internet.A unidade
tambm apresenta um breve histrico da UniversidadeAberta do Brasil e
de como ela se desenvolve na Universidade Estadualdo Cear, na qual
o curso de graduao que voc esta cursando se vin-cula
institucionalmente. A parte final da unidade dedicada a
discutirsobre os recursos pedaggicos utilizados desde o
desenvolvimento dasprimeiras iniciativas em EAD at os dias atuais,
ou seja, dos materiaisimpressos at as tecnologias de informao e
comunicao que possibili-tam as interaes sncronas e assncronas.
Introduz tambm uma refle-xo sobre o significado do professor e do
tutor, e as mudanas advindasdo uso dos novos recursos tecnolgicos,
que passam a demandar novasatribuies para esses profissionais.1.
EAD: em busca de conceitos e definiesDesde seu surgimento, a Educao
a Distncia (EAD) vem sus-citando questionamentos quanto a sua
definio. Assim, ao longo dosanos, muitos estudiosos vm fazendo
tentativas no sentido de conceituaresta modalidade de ensino, que
vem incorporando novos mecanismos eestratgias pedaggicas e
tecnolgicas no decorrer da sua histria.Entre as definies mais
conhecidas podemos citar a de GustavoCirigliano (1983) que diz que
a educao da distncia um ponto in-termedirio de uma linha continua
em cujos extremos se situam de umlado, a relao presencial
professor-aluno, e, de outro, a educao auto-didata, aberta, em que
o aluno no precisa da ajuda do professor (apudLANDIM, 1997, p.
28).Garcia Llamas, por sua vez, define educao a distncia como
umaestratgia educativa baseada na aplicao da tecnologia
aprendizagem,sem limitao de lugar, tempo, ocupao ou idade dos
alunos. Implica
5. 12 INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAnovos papis para os alunos e
para os professores, novas atitudes e no-vos enfoques metodolgicos
(IDEM, p. 29). Nessa mesma linha caminhaa concepo da Unesco, ao
definir a educao sem fronteiras como umambiente de ensino aberto,
flexvel, adaptado as diversas necessidadesde aprendizagem e
facilmente acessvel para todos, em distintas situa-es (UNESCO, s/d,
p. 1) e que busca superar obstculos relacionadosao espao, tempo,
idade e circunstncias.A EAD pode tambm ser definida como uma relao
professor-aluno ou ensino-aprendizagem mediada pedagogicamente e
mediatizadapor diversos materiais instrucionais e pela orientao
tutorial. Isto vlido tanto para ambientes pedaggicos tradicionais
como para aquelesque usam as novas tecnologias (RIANO, 1997, p.
20).A educao a distncia apresenta caractersticas especficas,
rom-pendo com a concepo da presencialidade no processo de
ensino-apren-dizagem. Para a EAD, o ato pedaggico no mais centrado
na figurado professor, e no parte mais do pressuposto de que a
aprendizagem sacontece a partir de uma aula realizada com a presena
deste e do aluno.Sua concepo se fundamenta no fato de que o
processo de ensino-aprendizagem pode ser visto como a busca de uma
aprendizagem au-tnoma, independente, em que o usurio se converte em
sujeito de suaprpria aprendizagem e centro de todo o sistema
(RIANO, 1997, p. 21).Isso naturalmente vai contribuir para formao
de cidados ativos e cr-ticos que procuram solues e participam de
maneira criativa nos pro-cessos sociais. Ou seja, a EAD, pelos
prprios mecanismos pedaggicosadotados, favorece a formao de cidados
mais engajados socialmente,conscientes de sua autonomia intelectual
e capazes de se posicionaremcriticamente diante das mais diversas
situaes.Ainda entre as especificidades da EAD, podemos destacar o
fatodesta, na maioria das vezes, trabalhar com estudantes adultos e
se uti-lizar de material autoinstrucional e estudo individualizado,
em que oaluno aprende a aprender, a estudar a partir do seu esforo
e por contaprpria, desenvolvendo habilidades de independncia e
iniciativa. Esseesforo de aprendizagem produz uma mudana
gnosiolgica1em que aautonomia e o autodidatismo2passam a nortear a
aprendizagem. Permitetambm que as diferenas individuais sejam
respeitadas e que as preferncias por tempo e local para estudo
possam acontecer sem preju-zos para a aprendizagem.As aes de EAD so
norteadas por alguns princpios, entre eles: Flexibilidade,
permitindo mudanas durante o processo, no s paraos professores, mas
tambm, para os alunos. Contextualizao, satisfazendo com rapidez
demandas e necessidadeseducativas ditadas por situaes
socioeconmicas especficas de regies ou localidades. Diversificao,
gerando atividades e materiais que permitam diversasformas de
aprendizagem. Abertura, permitindo que o aluno administre seu tempo
e espao deforma autnoma (LEITE, 1998, p. 38).1Referente a
gnosiologia,teoria geral do conheci-mento humano, voltadapara uma
reflexo em tor-no da origem, natureza elimites do ato
cognitivo,frequentemente apontan-do suas distores e
con-dicionamentos subjetivos,em um ponto de vistatendente ao
idealismo, ousua preciso e veracidadeobjetivas, em uma pers-pectiva
realista. Mesmoque teoria do conheci-mento.2Ato de estudar e
adqui-rir instruo por si mes-mo, dispensando a orien-tao de
professores.
6. 13INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAEsses princpios representam uma
ruptura de paradigma com aeducao presencial e apontam para o carter
democrtico da EAD, jque esta nos remete a reflexes sobre os meios
utilizados e as estratgiasde acompanhamento e avaliao a serem
implementadas, uma vez quea relao ensino-aprendizagem no mais se
restringe ao momento decontato do aluno com o professor.As duas
ltimas dcadas do sculo XX so marcadas pela inser-o das tecnologias
digitais na EAD. Essas novas ferramentas permi-tem desenvolver a
aprendizagem mediada por processos de interao sncrona3e assncrona4.
A internet causa uma verdadeira revoluo noprocesso
ensino-aprendizagem na EAD, na medida em que o aluno passaa ser
considerado mais como parceiro do que como um agente passivo
naconstruo do conhecimento. J o professor passa a exercer um papel
co-letivo de orientador, colaborador, treinador, mediador e tambm
parceiro.A nova perspectiva aberta pelas tecnologias digitais
fortalece o en-foque central da EAD, que se baseia na premissa de
que a educaodeve ser construda atravs de uma ao colaborativa,
obtida atravs dasinergia entre alunos, professores e tutores que
passam a reconstruirvirtualmente espaos reais de interao.1. A
partir dos conceitos apresentados sobre EAD, elabore um novo
con-ceito que voc considera mais completo.2. Cite e exemplifique os
princpios que norteiam a EAD.3. Que impactos as tecnologias
digitais vem provocando na EAD?2. Educao a Distncia no MundoAs
aulas por correspondncia so as primeiras iniciativas de ensinoa
distncia que se tem notcia. Registros de 1856 relatam
experinciaspioneiras de educao distncia, quando Charles Toussaint e
GustavLangenscheit criam a primeira escola de lnguas por
correspondncia.J em 1892, feita uma tentativa inicial de formao de
professores paraas escolas paroquiais por correspondncia, curso
oferecido pela Univer-sidade de Chicago. Neste mesmo perodo, outras
experincias foram de-senvolvidas em vrios pases, sempre tendo no
material impresso, o meiode difuso, por excelncia. A primeira
metade do sculo XX marcada por inmeras iniciati-vas de oferta de
cursos usando a educao a distncia tendo o materialimpresso como
recurso pedaggico e o envio por correspondncia a for-ma de
comunicao com os alunos.Em 1928 a BBC5 comea a promover cursos para
a educao deadultos usando o rdio. Com isso, essa tecnologia comea a
ser utilizadaem vrios pases para transmisso de programas
educacionais, inclusi-3Que acontece simultane-amente.4 Que no
sincrnico,que no apresenta sin-cronia ou sincronismo; assincrnico5A
British BroadcastingCorporation (BBC), umaemissora pblica de rdioe
televiso do Reino Unido(Inglaterra e demais pa-ses), fundada em
1922.
7. 14 INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAve no Brasil. Este perodo
marcado pela introduo de novas metodo-logias no ensino por
correspondncia, que com os avanos cientficos etecnolgicos sofrem
forte influncia dos novos meios de comunicao demassa, a exemplo do
Cdigo Morse6, telefone, e na sequncia, televiso.Muitas experincias
usando EAD foram desenvolvidas no perodo ps-guerra, especialmente
pela necessidade de capacitar a populao euro-peia em novas
atividades laborais.O cenrio ps-guerra exige novas dinmicas sociais
e os avanoscientficos e tecnolgicos ocorridos durante a guerra
demandam novasprofisses e ocupaes. O nmero de professores
insuficiente paraatender uma populao que procura cada vez mais a
educao. Nestesentido, a educao a distncia se coloca como uma
alternativa que per-mite atender em maior escala, o contingente de
pessoas que querem sequalificar para o mercado. As primeiras
experincias da Open Universitysurgem neste perodo, com a participao
da BBC, especialmente parauso do rdio e da emergente televiso.Mas o
grande avano em EAD se deu a partir dos anos 1960,quando vrias
universidades europeias e de outros continentes come-aram a atuar
na educao secundria e superior. Nas ltimas dca-das, a adeso EAD tem
sido ampliada chegando nos dias atuais a teralcance global (MOORE,
2007). A EAD atinge pases que se situamdentre os mais diversos
patamares de maturao educacional e de de-senvolvimento
socioeconmico, a exemplo da China, Coria, Finlndia,Noruega,
Austrlia, frica do Sul, Portugal, Estados Unidos, Costa
Rica,Venezuela, Palestina, Arglia, Lbia, ndia e Brasil. No ensino
superiordestacam-se Reino Unido, Canad, Alemanha e Espanha, alm da
Tur-quia, que sedia a maior universidade a distncia do mundo7.Os
formatos apresentados para viabilizao da EAD variam quan-to ao grau
de presencialidade, nvel de interatividade, tipos de
recursosinstrucionais utilizados, mbito de atuao e escala de
abrangncia. Ex-perincias como a da Open University do Reino Unido,
Korea NationalOpen University da Coria, da Universidad Nacional de
Educacin a Dis-tancia da Espanha, e da Universidade Aberta de
Portugal, dentre tantasoutras, serviram de referncia para as
iniciativas em EAD que passarama ser concebidas e ofertadas por
instituies pblicas e privadas noscinco continentes.3. Educao a
Distncia no BrasilA histria da EAD no Brasil cheia de percalos e
interrupes.Desde as primeiras dcadas do sculo XX algumas
experincias sodesenvolvidas, com uso de material impresso e rdio,
tecnologias dispo-nveis poca. A Rdio Sociedade do Rio de Janeiro,
criada em 1923,mais tarde incorporada pelo Ministrio da Educao, uma
das primei-ras iniciativas de EAD que se tem notcia. O Instituto
Monitor criado em1939 e o Instituto Universal Brasileiro fundado em
1941 so exemplos deiniciativas que ainda hoje ofertam cursos por
correspondncia atenden-do estudantes em todo o territrio
nacional.6Durante a SegundaGuerra Mundial o CdigoMorse foi
utilizado paracapacitao dos soldadosnorte-americanos que iampara
frente de guerra.7Anadolu University(http:aof.anadolu.edu.tr).
8. 15INTRODUO EDUCAO A DISTNCIA8O termo primeiro grau uma
designao anteriora atual LDB para o EnsinoFundamental.9No Estado do
Cear,surge em 1974, uma ex-perincia pioneira naoferta de educao
comuso da televiso. Esta-mos nos referindo ao Sis-tema de
Teleensino, umainiciativa de educao adistncia que foi conce-bida e
estruturada comoalternativa a carncia deprofessores e materiaispara
atender as exign-cias de oferta das sriesterminais do antigo 1grau
(6 a 9 anos do atu-al Ensino Fundamental),feitas pela Lei
5692/71.Inicialmente, o Telensinoatendia um nmero redu-zido de
turmas e munic-pios, com os profissionaisenvolvidos recebendo
for-mao especfica paraatuar como Orientadoresde Aprendizagem.
Em1993/94, no Governo CiroGomes, o Telensino foiuniversalizado,
como res-posta ao dficit de profes-sores da rede pblica e
anecessidade de ampliaode matrculas nesta etapade ensino. Foi a
experin-cia do Cear com uso dateleviso como recursopedaggico e a
estruturade apoio no mbito esco-lar, com os Manuais e oOrientador
de Aprendiza-gem que inspirou a Fun-dao Roberto Marinho acriar o
projeto Telecurso,na dcada de 1980.10Podemos citar entre es-ses
projetos televisivos:Um salto para o futuro,Faa e Refaa e
outros.Como poltica pblica, a EAD se inicia em 1972 com a incluso
dealgumas experincias de ensino a distncia que vinham sendo
imple-mentadas no pas nos Planos Bsicos de Desenvolvimento
Cientfico eTecnolgico (PBDCT). Sobre essas experincias, merece
destaque algunsprojetos financiados pelo I PBDCT (1972 - 1974),
entre eles, projeto Saci,Joo de Barro e Lobato, que tinham como
objetivo o ensino utilizandoa televiso para atingir o pblico de
1ograu8, nas sries iniciais, numatentativa de criar uma rede de
ensino a distncia.No II PBDCT (1975 - 1979), os projetos de
Desenvolvimento da Tele-ducao e Novas tcnicas educacionais para o
Ensino Superior mantma ideia de criao de uma rede de ensino a
distncia (VIDAL, 1995). Utili-zando basicamente o meio televisivo,
essas experincias foram pontuais,mas mostraram as amplas
possibilidades que a educao a distnciapoderia ter para um pas de
dimenses continentais como o Brasil12. A partir dos anos 1990 a
educao distncia comea a ser conce-bida num contexto mais amplo dos
Projetos Pedaggicos Nacionais ga-nhando mais espao no cenrio
educacional, sendo os primeiros gran-des projetos relacionados com
a televiso13. Em 1996, pela primeira vez,a EAD includa na legislao
educacional, com a nova LDB reconhe-cendo a educao a distncia como
uma modalidade de educao noartigo 80 da referida lei. Importante
destacar que antes mesmo da publicao da LDB em1996, a Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT) em 1994 realizouo primeiro processo
seletivo para um curso de graduao a distncia,dirigido para formao
de professores das sries iniciais do Ensino Fun-damental. O
referido curso foi oferecido em algumas cidades do Esta-do,
contando com 352 alunos matriculados. O curso da UFMT
utilizavamaterial impresso com mediao de tutoria presencial nas
cidades po-los das turmas. Este modelo passou a servir de referncia
para outrasinstituies de ensino superior que, aos poucos foram
iniciando suasatividades na rea de EAD.Em 1996 aparecem os
primeiros cursos de mestrado oferecidoscom uso de videoconferncias,
na Universidade Federal de Santa Catari-na. Eles visavam atender
demandas especficas de empresas, atravs douso da tecnologia digital
e interatividade em udio e vdeo. Estas experi-ncias, a princpio,
foram desenvolvidas nas universidades pblicas e apartir delas
comeou a se formar no Brasil, profissionais cuja atuao erea de
pesquisa passou a ser a EAD.Este perodo ps-LDB foi marcado por
experincias diversas coma introduo no s dos recursos pedaggicos j
disponveis materialimpresso, videoaulas, tutoria e professor
conteudista mas pela inclusode tecnologias digitais capazes de
criar ambientes virtuais de aprendi-zagem com interao sncrona e
assncrona; o desenvolvimento de meto-dologias prprias para formatar
e imprimir material impresso; a criaode estrutura tcnica e de
recursos humanos para apoio a atividades demultimdia e a concepo de
uma logstica para oferta de curso EAD emescala nacional.
9. 16 INTRODUO EDUCAO A DISTNCIATambm foram criadas estratgias
para gesto administrativa epedaggica visando atender alunos on line
atravs de centrais remotasde monitoria e tutoria. Foram organizadas
e preparadas equipes e desen-volvidas tecnologias para lanar os
primeiros cursos on line do pas. En-tre as instituies pioneiras
destacamse: Universidade Federal de SantaCatarina, Universidade
Federal de Pernambuco; Universidade Federal deMinas Gerais;
Universidade Federal de Rio Grande do Sul; UniversidadeFederal de
So Paulo; Universidade Anhembi Morumbi; Pontifcia Uni-versidade
Catlica de Campinas e o Centro Universitrio Carioca.Em 1998 se
inicia a oferta de cursos de ps-graduao latu sensu viainternet, o
que gera a expanso desta modalidade de oferta no Pas. Com aoferta
de cursos de graduao e de ps-graduao, as instituies de en-sino
superior procuram a certificao oficial para atuar em EAD o que fazo
MEC elaborar um conjunto de documentos que normatizam e
estabe-lecem parmetros de qualidade para implantao destes tipos de
cursos.De 1994 a 2009 a histria da EAD no Brasil registra avanos
signi-ficativos e de forma acelerada, chegando a compensar o lento
ritmo comque caminhou na segunda metade do sculo XX em relao a
outrospases que criaram seus sistemas de EAD. Importante destacar
que nes-ses 15 anos o pas conseguiu estabelecer a base legal que
orienta estamodalidade de ensino, criou mecanismos para a
certificao de insti-tuies que trabalham com educao a distncia,
analisou propostas eemitiu autorizao de cursos, estimulou o
desenvolvimento de pesquisasque vieram a produzir modelos
pedaggicos e tecnolgicos que levarama consolidao da EAD no pas.3.1.
Os modelos de EAD adotados no BrasilSegundo Vianney (2009) podemos
afirmar que a EAD no Brasil, de1994 at os dias de hoje, se
desenvolveu a partir de cinco modelos, que so: O modelo de
tele-educao com transmisso ao vivo e via satlite emcanal aberto
para todo o Pas. O exemplo mais conhecido e de alcancenacional o
Telecurso da Fundao Roberto Marinho. O modelo de videoeducao com
reproduo pr-gravada em forma deteleaulas. O modelo semipresencial,
com uma proposta de interiorizao uni-versitria que combina a educao
a distncia com a presencial empolos regionais, que funcionam como
unidades presenciais de apoiopara acesso dos alunos a laboratrios,
bibliotecas, e salas de aula pararealizao de tutoria presencial em
parceria com as prefeituras mu-nicipais. Este modelo foi adotado
inicialmente pela UFMT, por outrasinstituies e pela UAB. O modelo
de universidade virtual, com uma EAD caracterizada pelouso
intensivo de tecnologias digitais para a entrega de contedos
eatividades para os alunos e para promover a interao destes com
pro-fessores, colegas e suporte tcnico e administrativo. Neste
modelo as
10. 17INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAetapas presenciais so
reservadas para a realizao de provas, com asdemais atividades sendo
realizadas a distncia. O modelo em que os alunos dos cursos a
distncia permanecem per-odos regulares na instituio (de forma
presencial) onde realizam noapenas provas, mas atividades em
laboratrio, por exemplo.Ao longo deste perodo possvel destacar as
seguintes tecnologiasutilizadas pelas instituies brasileiras:1. TV
por satlite: produo e transmisso de teleaulas ao vivo, com re-cepo
simultnea e cobertura para todo o territrio nacional.2.
Video-aulas: produo de aulas pr-formatadas, para reproduo emrede
nacional ou para reproduo em telessalas.3. Impressos:
desenvolvimento de abordagem conceitual e implementaodo mesmo para
desenvolvimento e publicao de contedos e atividadesde aprendizagem
para livros didticos especficos para uso em EAD11.4.
Videoconferncia: tecnologia para uso educacional utilizando
siste-mas bi e multidirecionais com interao por udio e vdeo,
integran-do mltiplos espaos conectados ao vivo, para realizao de
aulas,conferncias e sees interativas de defesas de teses,
dissertaes emonografias.5. Telefonia: uso de sistemas convencionais
de telefonia para atendi-mentos diversos a alunos, tais como
secretaria, monitoria, tutoria,suporte administrativo e
pedaggico.6. Internet: desenvolvimento de sistemas autnomos para
uso como am-bientes virtuais de aprendizagem, de abordagens
metodolgicas parao processo ensino-aprendizagem on line ou off
line, com aplicao deferramentas criadas ou adquiridas.7. Telefonia
mvel: por meados de 2008 encontrava-se em fase inicialestudos para
o uso educacional e aplicado a educao a distnciados recursos de
telefonia celular e outros dispositivos mveis. (Fonte:VIANNEY,
2008).4. A Universidade Aberta do Brasil (UAB)A Universidade Aberta
do Brasil (UAB) surge como uma iniciativado MEC visando a incluso
social e educacional por meio da oferta deeducao superior a
distncia. Ciente de que a ampliao de vagas nasuniversidades
federais enfrentava srias limitaes, o MEC viu na UABa possibilidade
de democratizar, expandir e interiorizar o ensino supe-rior pblico
e gratuito no Pas, com apoio da educao a distncia e aincorporao de
novas metodologias de ensino, especialmente o uso detecnologias
digitais.Com a publicao da LDB de 1996, a EAD no Brasil iniciou
umprocesso de crescimento acelerado. Embora no seja possvel
ignoraras experincias desenvolvidas e implementadas pelas
universidades p-blicas, inegvel que o setor privado tomou a
dianteira na oferta destamodalidade de ensino, pelo menos nos
primeiros dez anos. 11Uma experincia bemsucedida sobre EAD comuso
de material impres-so vem sendo realizadadesde 1985, pela Funda-o
Demcrito Rocha doGrupo de Comunicao O POVO. Trata-se de cur-sos de
extenso universi-tria produzidos em par-ceira com as instituiesde
ensino superior cea-renses e veiculados encar-tados no jornal, uma
vezpor semana. Desde suacriao j foram ofereci-dos 59 cursos, com
maisde 650.000 cursistas ma-triculados.
11. 18 INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAA UAB foi criada em 2006 pela
Lei N 11.273, e buscou incentivaras instituies pblicas a
participarem de programas de formao ini-cial e continuada de
professores para educao bsica que podiam serofertados na modalidade
a distncia.No ano de 2007 foi aprovada e sancionada a Lei N 11.502,
queindica para o ensino pblico o uso conjugado do ensino presencial
e adistncia em cursos para a formao inicial de profissionais do
magis-trio, e neste caso, a educao a distncia apontada como
modalidadepreferencial para a formao continuada de professores.O
programa UAB oferece cursos de graduao, sequencial, ps-graduao latu
sensu e stricto sensu prioritariamente orientados para aformao de
professores e administrao pblica. O funcionamento des-tes cursos a
distncia a partir de una metodologia de ensino com o apoiode novas
tecnologias so implementados por instituies de educaosuperior
(universidades ou Institutos de Educao, Cincia e Tecnologia)e que
possuem como ponto de apoio presencial os polos localizados
emmunicpios estratgicos.A UAB no constitui uma nova instituio para
o MEC. Na verda-de ela apresenta uma configurao de rede, envolvendo
as InstituiesFederais de Ensino Superior (IFES) e as Instituies
Pblicas de EnsinoSuperior (IPES), que no caso, representam as
universidades estaduais,includas a partir do segundo edital para a
UAB.Quadro 1: Variao das matrculas em cursos a distncia na
graduao.AnoN deMatrculas% em relaoao ano anterior2000 5.287 -2001
5.359 1,4 %2002 40.714 659,7%2003 49.911 22,6%2004 59.611 19,4%2005
114.642 92,3%2006 207.206 80,7%2007 369.766 78,5%2008 761.000
105,8%2009 1.000.000 31,4%Fonte INEP e SEED/MECO quadro 1 mostra a
evoluo das matrculas dos alunos brasilei-ros em cursos graduao
oferecidos na modalidade EAD. Uma anliseano a ano permite constatar
que dez anos, o nmero de alunos cres-ceu de forma exponencial.
Considerando o nmero de polos criados e aquantidade de instituies
envolvidas, pode-se afirmar que a EAD, defato, se instaura como uma
modalidade de educao de grande relevn-cia para o Pas.
12. 19INTRODUO EDUCAO A DISTNCIA1. Faa uma breve descrio da
histria da EAD no mundo, destacandoos marcos mais importantes.2.
Qual a importncia da LDB de 1996 para a EAD no Brasil?3. Que
modelos de EAD foram adotados pelo Brasil na oferta de EAD?4. O que
a UAB e qual a sua finalidade?5. Recursos pedaggicos em EADAs
primeiras experincias com EAD tinham no material impresso,o recurso
pedaggico por excelncia. A evoluo desta modalidade deeducao mostra
que apesar do uso de multimeios que permitem intera-es sncronas e
assncronas, o material impresso aindadestaca-se como elemento
principal, como a pea-chave dessa metodo-logia de ensino. Isto
porque ele o instrumento de trabalho fisicamentepalpvel, que
pertence ao aluno e pode ser manipulado onde e quandoele quiser,
uma vez que est a sua disposio constantemente (RIBEIRO,1997, p.
35).O material impresso tem que ser capaz de suprir tarefas que
nomodelo presencial assumido pelo professor, tais como incentivar,
in-formar, orientar, dirigir, controlar. Segundo especialistas em
produodesse tipo de material, na hora de redigi-lo, deve-se ter
sempre presentetudo o que um bom professor faz, os comportamentos
daqueles docentesde que conservamos uma boa lembrana e aqueles que
ns prprios pra-ticamos nas aulas presenciais, a fim de
transport-los de algum modopara nossos textos.Portanto, a produo de
material impresso decisiva para o xito deum curso, e por isso deve
ser bem planejado, ter coerncia com a linhapedaggica do curso e
clareza de objetivos. Deve ainda facilitar no s asocializao dos
saberes j produzidos, mas ser um indutor no processo deconstruo de
novos conhecimentos, bem como articular, de forma contex-tualizada,
a teoria com o mundo vivencial no qual est inserido o aluno.Sabe-se
hoje que a EAD pode acontecer de vrias maneiras envol-vendo
recursos tecnolgicos e meios de comunicaes variados. Resul-tados
mostram que aqueles que incluem a comunicao de dupla
viaeducador-educando tm resultados iguais ou superiores aos
apresenta-dos pelo ensino presencial.
13. 20 INTRODUO EDUCAO A DISTNCIASegundo Gonalves (1997) o
termo a distncia que indica separa-o fsica do professor e do aluno,
no exclui o contato direto dos alunosentre si ou do aluno com algum
que possa apoi-lo na aprendizagem, tor-nando-o sujeito do processo
de construo de seu prprio conhecimento.No que se refere a
estratgias de acompanhamento a tutoria se apre-senta como um
componente tpico de aes de ensino a distncia em quea comunicao se d
nos dois sentidos (GONALVES, 1997, p. 13). A tu-toria, por
significar um ponto de encontro para todos os alunos, entre sie com
o tutor, se apresenta sempre como um momento de grande
riquezaeducacional.O tutor no assume o papel de professor, mas se
pe disposiodo aluno para auxili-lo na construo do prprio caminho:
no d maisaulas; agora ele orienta e reorienta a aprendizagem dos
alunos, ajudano esclarecimento de suas dvidas, identifica
dificuldades, sugere novasleituras ou atividades, organiza
atividades de estudo em grupo, supervi-siona a prtica de oficina ou
laboratrio e assim por diante (IDEM, p. 14)No que tange as
tecnologias digitais para fins de EAD destacam-seo desenvolvimento
de softwares educativos e a utilizao da internet. NaEAD, orientada
com base nos meios telemticos (internet, web confern-cias e
teleconferncias), o processo de aprendizagem virtual assemelha-se
ao de natureza presencial, na medida em que envolve agentes
queinteragem uns com os outros, socializando-se, trocando
experincias evivncias, impresses, contedos, atitudes, desejos e
motivaes, acu-mulando e reproduzindo conhecimento atravs da
linguagem virtual eda mediao realizada pelos tutores.Para que as
novas tecnologias sejam assimiladas de forma rpida, importante que
as interaes se deem de modo rico, diversificado, eaplicado cultura
ideolgica, social e conjuntural na qual o aluno estinserido, mais
facilmente, permitindo torn-lo habilitado a realizar aconstruo do
conhecimento naturalmente, de forma resignificada, ple-na e
permanente.6. O professor na EAD: a polissemia12da funo13O advento
das tecnologias digitais (computador e internet) possibi-litou uma
ampliao ilimitada do acesso a informaes e a velocidade decomunicao
entre os mais diversos sujeitos. Tais ferramentas, quandoutilizadas
na educao a distncia tm facilitado o acesso ao conheci-mento a um
maior nmero de pessoas, de forma virtual.As instituies educacionais
pblicas e privadas tm reagido asinovaes advindas das tecnologias da
informao e comunicao (TIC)e veem procurando se adaptar s atuais
exigncias do contexto sociale tecnolgico da era digital e dos
benefcios por ela viabilizados. Paraisso, elas tm constitudo grupos
de estudo e trabalho para reformulaodos cursos presenciais e
elaborao de projetos de cursos a distncia,incluindo o uso de
recursos pedaggicos que permitem a interatividadesincrnica (em
tempo real) e assincrnica (em tempo diferido).12Multiplicidade de
sen-tidos de uma palavra oulocuo.13Esta seo contou coma colaborao
de AnaPerpetua Ellery Corra,orientanda da autora noMestrado
Acadmico emEducao da UECE.
14. 21INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAA utilizao desses mltiplos
mecanismos de comunicao nocampo educacional, atravs da internet
(e-mail, chats, news, web-con-ferncias, fruns) amplia as
possibilidades da aprendizagem dinmicae participativa, tanto por
meio presencial como a distncia, transpondoo conceito tradicional
de tempo e espao e estabelecendo novas pontesentre o estar juntos
fisicamente e virtualmente (MORAN, 2001, p. 8). Todas essas mudanas
no campo da informao, comunicao econhecimento tm provocado desafios
no plano da ao docente. As fun-es tradicionais dos professores tm
sido questionadas em virtude daincluso das tecnologias que chegam
ao ambiente escolar. A sociedadedo conhecimento do sculo XXI vem
exigindo, cada vez mais, a melho-ria dos padres de qualidade na
educao. Com isso demandam novasposturas profissionais daqueles que
esto atuando em suas atividadeslaborais.A educao convocada a
revisar-se, a instituir novas prticas econsolidar boas experincias
e os professores so os principais atoresmobilizados a apresentar
respostas a esses processos de mudanas. Hoje, j no possvel ensinar
do mesmo modo que se fazia nosculo passado. Os alunos no so os
mesmos, dado que o conheci-mento advindo das vivncias sociais e
cotidianas se ampliou, face aosestmulos e a facilidade de receber e
trocar informaes. Os meios decomunicao e as redes sociais alargaram
o repertrio de informaescolaborando, juntamente com as instituies
formais de ensino, paraa formao pessoal e coletiva dos agentes no
contexto da sociedade emque vivem e interagem. Como afirma Morin
(2001), a educao um dosmais poderosos instrumentos de mudana e para
que ela cumpra seupapel social importante que esta seja
permanentemente compreendidacomo tal.Aos professores, cabe a funo
de tornar a sala de aula um es-pao de reflexes, de forma a preparar
seus alunos para se situaremno ecltico e multifacetado terreno
apresentado pela era da informao.Tornam-se exigncias deste novo
modelo, a capacidade de autogerenciarsua aprendizagem, o
desenvolvimento de habilidades de pesquisar, de seexpressar, de se
reconhecer e de se relacionar.As novas tecnologias e a educao devem
caminhar numa mesmadireo uma vez que os indivduos que frequentam as
escolas e espaoseducacionais so os mesmos que dialogam, se
relacionam, aprendem e secomunicam atravs das redes de comunicao
disponveis pela internet.A presso exercida pelas novas tecnologias
incide no somente noespao educacional, mas nesta esfera atribuda
maior notoriedade porser o reconhecido espao propulsor do
conhecimento, do desenvolvimen-to do saber e vocacionado para a
formao de competncias.Neste novo contexto, idealiza-se um professor
como aquele que estpermanentemente atualizado com o contedo da sua
disciplina, tem queser ao mesmo tempo inventivo e inovador, tem a
capacidade de estimulara autonomia, a criatividade, o raciocnio, a
criticidade, sem perder de vistaa capacidade de ser sensvel aos
ritmos e s expectativas dos seus alunos.
15. 22 INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAO professor mobiliza os alunos
no sentido da construo de sig-nificados para os conhecimentos que
lhes so apresentados, a fim deque estes se sintam motivados a
trocar suas experincias, registraremsuas descobertas e
compartilharem suas impresses com a turma, setornando participantes
ativos na dinmica da sociedade em que estoinseridos.Diante do
mutante cenrio da sociedade tecnolgica, o professorprecisa estar
olhando para o futuro, de forma a antecipar os desafiosque lhe sero
impostos. Tem que ser conhecedor das propostas peda-ggicas em que
se envolve profissionalmente e delas se apropriar plena-mente alm
de se dedicar verdadeiramente s suas misses e valores.Nesse
contexto de tantas reformulaes, em que o professor podeestar
inserido em prticas docentes presenciais, a distncia ou em
con-textos hbridos, sua ao deve incorporar uma plasticidade que
permitao seu desenvolvimento adequado face s caractersticas prprias
de cadamodalidade.A dinmica e a abordagem pedaggica do professor no
contextopresencial se diferenciam daquele que atua em EAD em muitos
aspec-tos, tais como: O grau de presencialidade. A rigidez do tempo
destinado para o desenvolvimento de cada aula. A forma de
interatividade, de construo do conhecimento, de apre-sentao do
contedo. Os mecanismos utilizados para manuteno do interesse e da
motiva-o por parte do aluno.Na busca de encontrar o formato
adequado para melhor utilizar-sedas caractersticas positivas da
EAD, evitando a replicao das estrat-gias praticadas para o ensino
presencial, que as formaes a distnciaveem procurando desenvolver
estratgias que a caracterizem e diferen-ciem, criando a sua prpria
identidade.Cada experincia realizada, seja presencialmente ou a
distncia,tem suas especificidades e exige do docente uma adequao
sua pro-posta. O papel e a postura do docente passam, portanto, a
ser influen-ciados no somente por seus atributos pessoais, mas
tambm pelo pro-jeto poltico pedaggico de cada programa, projeto ou
ao educacionala que este se filia.Bons docentes na educao
presencial no so necessariamenteprofissionais ideais para atuarem
na EAD, nem tampouco um bom pro-fessor no contexto da EAD tem
equivalente performance na educaopresencial, embora precisem ter
atributos em comum.A diferena da linguagem oralizada adotada na
modalidade presen-cial e da mediada pelos recursos miditicos, a
forma de interatividade,o design educacional, o cenrio onde ocorrem
as prticas pedaggicas,os mecanismos de estmulos visuais, sensoriais
e cognitivos exigem es-tratgias pedaggicas que se adaptem as
distintas realidades14. Cabe aoprofessor de EAD desenvolver
habilidades que permitam que os apren-14O Governo Federal
temavanado na formao de educadores em todo o pas para atuarem na
EAD, vol-tados para programas co-mo o Programa Nacional
deInformtica na Educao(PROINFO), lanado em 1995-1996, TVEscola,
Proformao, mas ainda exis-te uma parcela da popula-o docente que se
encon-tra margem deste tipode qualificao.
16. 23INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAdentes passem a articular os
saberes e as capacidades adquiridas parautilizao na vida real.O
estabelecimento de uma cultura de formao de professores, as-sociada
a uma oferta ampliada de cursos nessa linha de abordagem,com
caractersticas mais aplicadas do que tericas, pode ser um cami-nho
rumo formalizao dessas competncias. Contudo, importanteque os
professores estejam preparados e sejam incentivados a acompa-nhar
essas mudanas que repercutem diretamente na sua prtica peda-ggica,
ao mesmo tempo em que as instituies educacionais devem
ser(re)estruturadas tecnologicamente para atender a essas
questes.1. Que impacto as tecnologias digitais causam na EAD?2.
Comente sobre a importncia do meio impresso para EAD.3. Em que
medida o papel do professor passa a ser alterado com o usodas novas
tecnologias?4. Estabelea diferenas entre a atuao do professor nas
modalidadespresencial e a distncia.Esta unidade procura apresentar
e discutir alguns conceitos rela-cionados a definio de educao a
distncia. Ao longo do tpico apre-senta tambm os princpios que
norteiam a EAD e de que forma taisprincpios representam um mudana
de paradigma em relao a educa-o presencial.No tpico dois
apresentada uma breve descrio da educao adistncia no mundo, desde
meados do sculo XIX at os dias atuais,enquanto no terceiro tpico
faz um resgate histrico da EAD no Brasil,com destaque para os
avanos registrados nos ltimos 15 anos. Umaseo dedicada a explicitar
os modelos de EAD adotados no pas bemcomo as tecnologias utilizadas
pelas instituies brasileiras. O quar-to tpico apresenta a
Universidade Aberta do Brasil (UAB), o contextohistrico que levou
ao seu surgimento, seu foco de atuao e o modeloadotado.O sexto
tpico dedicado a discutir o papel do professor nos no-vos modelos
de EAD que se desenham no contexto das tecnologias dainformao e
comunicao, dos mecanismos de mediao sncronos eassncronos e das
configuraes em rede.
17. 24 INTRODUO EDUCAO A DISTNCIAGONALVES, C. T. F. Quem tem
medo do Ensino a distncia In RevistaBrasileira de Educao a
Distncia. Rio de Janeiro. Instituto de PesquisasAvanadas. Ano IV, N
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