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3. Por Que Edificar Discípulos? Extraído do livro. MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – WAYLON B.MOORE – JUERP 1981. Você despenderia o mesmo tempo, para se preparar a fim de satisfazer as necessidades de uma pessoa, que usaria para se preparar a fim de pregar um sermão para cinco mil pessoas? Quanto você crê no potencial de uma pessoa? — K. Bruce Miller HÁ PELO MENOS três importantes precedentes bíblicos para se edificar discípulos: o uso do discipulado no Velho Testamento e os ministérios público e privado de Jesus. O DISCIPULADO DO VELHO TESTAMENTO O conceito de compartilhar com outrem o que Deus está compartilhando com você tem séculos de idade. Moisés abriu o seu coração e a sua vida para Josué. Mas a idéia de compartilhamento não era natural para Moisés. Deus estabeleceu um padrão de instrução, quando ordenou a Moisés que compartilhasse a. sua vida com Josué, em Deuteronômio 3:28: "Mas dá ordens a Josué, anima-o e fortalece-o, porque ele passará adiante deste povo." Moisés devia ministrar ao seu aprendiz, Josué, tudo o que Deus lhe estava ensinando. Isto significou a dedicação de muito tempo a Josué, em que ele aprendeu por observação e conversa pessoal. Moisés, o servo de Deus, tornou-se um canal humano para levar Josué a ser um servo de Deus. Por que precisou Deus ordenar a Moisés que se afastasse do padrão de ministração a milhares, para tocar apenas uma só vida? Porque a tendência natural do homem é ver as necessidades de muitos em massa, em vez de ver o potencial de uma só vida rendida à completa vontade de Deus. Como disse certa vez Sam Shoemaker: "Os homens não são lavrados por atacado, da massa medíocre, mas um por um." 1 Elias também tinha discípulos, em uma escola para jovens profetas. Através desse pugilo de homens, Deus iria trabalhar, para acarretar reavivamento ou julgamento a Israel. Entre eles estava Eliseu, jovem que tinha um coração como o de Elias. Surpreendentemente, Eliseu pediu de Elias porção dobrada do poder que este recebera de Deus. Ele vira os milagres e o poder de Deus manifestados através do braço forte de Elias. Através de disciplina e de participação na visão, Eliseu aprendera a pedir coisas ousadas de Deus. Há outros exemplos veterotestamentários de uma pessoa investindo a sua vida na vida de outrem: Davi e seus valentes; a forma como os patriarcas treinaram os seus filhos; e as ordens concretas aos pais para ensinarem os seus filhos, que, por seu turno, ensinarão os seus (veja Deut. 4:9 e 6:6,7). Esta ênfase no relacionamento entre mestre-e- aluno lançou o alicerce para o ministério de discipulado em o Novo Testamento. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS Jesus teve um amplo ministério público, abrangendo quatro abordagens básicas:

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3. Por Que Edificar Discípulos?

Extraído do livro. MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – WAYLON B.MOORE – JUERP 1981.

Você despenderia o mesmo tempo, para se preparar a fim de satisfazer as necessidades de uma pessoa,

que usaria para se preparar a fim de pregar um sermão para cinco mil pessoas? Quanto você crê no po-

tencial de uma pessoa?

— K. Bruce Miller

HÁ PELO MENOS três importantes precedentes bíblicos para se edificar discípulos: o uso

do discipulado no Velho Testamento e os ministérios público e privado de Jesus.

O DISCIPULADO DO VELHO TESTAMENTOO conceito de compartilhar com outrem o que Deus está compartilhando com você tem séculos de

idade. Moisés abriu o seu coração e a sua vida para Josué. Mas a idéia de compartilhamento não era natural para Moisés. Deus estabeleceu um padrão de instrução, quando ordenou a Moisés que compartilhasse a. sua vida com Josué, em Deuteronômio 3:28: "Mas dá ordens a Josué, anima-o e fortalece-o, porque ele passará adiante deste povo." Moisés devia ministrar ao seu aprendiz, Josué, tudo o que Deus lhe estava ensinando. Isto significou a dedicação de muito tempo a Josué, em que ele aprendeu por observação e conversa pessoal. Moisés, o servo de Deus, tornou-se um canal humano para levar Josué a ser um servo de Deus.

Por que precisou Deus ordenar a Moisés que se afastasse do padrão de ministração a milhares, para tocar apenas uma só vida? Porque a tendência natural do homem é ver as necessidades de muitos em massa, em vez de ver o potencial de uma só vida rendida à completa vontade de Deus. Como disse certa vez Sam Shoemaker: "Os homens não são lavrados por atacado, da massa medíocre, mas um por um." 1

Elias também tinha discípulos, em uma escola para jovens profetas. Através desse pugilo de homens, Deus iria trabalhar, para acarretar reavivamento ou julgamento a Israel. Entre eles estava Eliseu, jovem que tinha um coração como o de Elias. Surpreendentemente, Eliseu pediu de Elias porção dobrada do poder que este recebera de Deus. Ele vira os milagres e o poder de Deus manifestados através do braço forte de Elias. Através de disciplina e de participação na visão, Eliseu aprendera a pedir coisas ousadas de Deus.

Há outros exemplos veterotestamentários de uma pessoa investindo a sua vida na vida de outrem: Davi e seus valentes; a forma como os patriarcas treinaram os seus filhos; e as ordens concretas aos pais para ensinarem os seus filhos, que, por seu turno, ensinarão os seus (veja Deut. 4:9 e 6:6,7). Esta ênfase no relacionamento entre mestre-e-aluno lançou o alicerce para o ministério de discipulado em o Novo Testamento.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS

Jesus teve um amplo ministério público, abrangendo quatro abordagens básicas:

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Ele pregou. As multidões ouviram falar do reino, do julgamento da hipocrisia religiosa e da natureza de Deus, através da pregação de Jesus. Ele propiciou nova revelação a conceitos veterotestamentários que estavam enterrados na tradição. Ele revelou a verdade foral, além do legalismo. "E a grande multidão o ouvia com prazer" (Mar. 12:37), enquanto ele pregava com amor e autoridade.

Ele ensinou. Ele ensinou como homem nenhum jamais ensinara — à multidão em um monte com vistas para o Mar da Galiléia, a grupos em aldeias, a indivíduos na privacidade dos seus lares, aos curiosos e aos que com ele se tinham comprometido. Ele revelou a verdade em sua pureza crua, através de parábolas que iluminavam as realidades da vida. Não é surpresa que ele usou todos os dez métodos de ensino catalogados pelos eruditos modernos.2

Ele curou. Ninguém jamais saiu da presença de Jesus ainda carecendo de saúde. Em certa ocasião, muitas pessoas se reuniram ao redor dele, "e toda a multidão procurava tocar-lhe; porque saía dele poder que curava a todos" (Luc. 6:19). Um mundo sem hospitais nem previdência social encontrou o Grande Médico, e porfiou por nunca deixá-lo ir-se.

Ele realizou milagres. As multidões o rodeavam, e seguiam, enquanto o Mestre curava os leprosos, dava vista aos cegos, alimentava as multidões e ressuscitava os mortos. Os seus discípulos ficaram atônitos quando ele acalmou a tempestade. Na bonança que se seguiu, eles viram Jesus andando sobre as águas, atravessando o nevoeiro, e vindo na direção do barco deles.

Historicamente, a igreja cristã tem abraçado cada um desses aspectos do ministério público de Cristo, mas freqüentemente ela tem-se esquecido dos exemplos dados por Cristo em seu ministério privado.

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O MINISTÉRIO PRIVADO DE JESUS

Jesus também teve um estratégico ministério privado, que era tão simples que tem sido passado despercebido como princípio de missão eclesiástica. A dedicação coercitiva de Cristo era edificar discípulos que multiplicassem a mensagem de sua vida, morte e ressurreição por todas as nações. Disse ele:

"Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado" (Mat. 28:18-20).

Se quisermos copiar todo o ministério de Jesus, a igreja precisa se estender tanto em evangelização quanto no estabelecimento dos convertidos. Enquanto os convertidos crescem, eles também podem ser ensinados como equipar e treinar outros crentes, que, por seu turno, alcancem outros através do processo de multiplicação espiritual.

Ganhar almas não é fazer discípulos; mas ganhar almas é importantíssimo, se os discípulos visam se tornar aptos a se reproduzirem na vida dos outros. Evangelização é o primeiro ele da cadeia de multiplicação espiritual

As igrejas que têm dado uma ênfase exagerada a batismos e programas ou têm uma preocupação indevida com a "qualidade de membros" precisam reconsiderar a ordem de Cristo para fazer discípulos. Salvar almas e edificar discípulos são duas coisas inseparavelmente ligadas na Bíblia.

FAZER DISCÍPULO É UM MÉTODO EXEQÜÍVEL

Ao recapitular a minha motivação para discipular os outros, lembro-me de como alguém cuidou de mim, e como esse cuidado amoroso e o subseqüente fluxo, para a minha vida, do que essa pessoa havia aprendido de Deus, mudou a minha vida. Fazer discípulos não tem grau de prestígio, nem categoria denominacional; mas os resultados são sempre melhores do que qualquer coisa que experimentei em trinta anos de trabalho com o povo. Há várias razões para isso.

Discipular é uma das maneiras mais estratégicas para se ter um ministério pessoal ilimitado.

Isso pode ser feito em qualquer tempo, por qualquer pessoa, em qualquer lugar e entre qualquer grupo etário.

Discipular é o mais flexível dos ministérios.

Visto que não precisa ser executado dentro de qualquer esquema cronológico ou estrutura organizacional, o fazedor de discípulos pode ser extremamente flexível.

Discipular é a maneira mais rápida e mais segura demobilizar todo o corpo de Cristo para evangelizar. O alvo de discipular não é apenas conseguir mais discípulos, porque um clube composto de almas salvas logo morrerá sem uma eficiente penetração no mundo perdido. Uma das formas mais rápidas de aumentar o número de batismos e aprofundar a qualidade de vida dos que são alcançados para Cristo é o discipulado. Fazer discípulos de todas as nações torna-se tanto um resultado da evangelização quanto uma forma de realizar a evangelização do mundo.

Discipular tem um potencial de mais longo alcance para produzir frutos do que qualquer outro ministério.

O Senhor deseja que sejamos arraigados e edificados nele, e estabelecidos na fé (veja Col. 2:7). Isto exige tempo e interesse. Interesse pelo povo é o componente essencial. O seguimento é feito por alguém, e não por algo.

Discipular propicia à igreja local maduros líderes leigos centralizados em Cristo e orientados para a Palavra. Os "esquentadores de bancos" são muitos; os trabalhadores são poucos. Os trabalhadores são produto de

discipulado feito na igreja e orientado pelo Espírito. A edificação na vida de outros é o plano de Deus para o levantamento de novos diáconos, professores e outros líderes da igreja. O apelo do comitê designador por obreiros se tornará um brado de louvor a Deus, quando os membros da igreja forem discípulos multi -plicadores semelhantes a Cristo.

O CICLO DE LIDERANÇA

Como acabamos de ver, edificar discípulos é o que desenvolve os futuros líderes da igreja. Como, portanto, podemos acelerar o treinamento de liderança de forma a estar preparados para o futuro?

O evangelismo é o meio para se fazer convertidos, e o campo de treinamento para discípulos em desenvolvimento. Quando a igreja exala discípulos, inala convertidos; desta forma, ela cresce. O discipulado é a forma mais rápida de multiplicar líderes que apressarão tanto a evangelização quanto o discipulado.

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A ilustração do "Ciclo de Liderança" na igreja local (veja a Figura A, na página 33) pode ajudá-lo a entender a multiplicação de líderes. Esta figura não tem o objetivo de ser uma simples colocação de etiquetas nas pessoas, na igreja, mas uma representação dos níveis de crescimento dentro da igreja. Através do seguimento, o novo convertido é amado, alimentado, protegido e treinado (veja o Capítulo 5). Ele torna-se um discípulo, um seguidor de Cristo em crescimento. A medida que o discípulo recebe treinamento individual (por um discípulo mais maduro), ele se torna capaz de multiplicar-se. Um multiplicador tem treinado um ou mais discípulos, que alcançaram outras pessoas. Um edificador de multiplicadores treina outros multiplicadores. O processo de discipulado é representado pelas setas que se dirigem para baixo — enquanto cada líder desenvolve discípulos em crescimento. O ciclo é completado e começa de novo quando cada converso cresce até o seu pleno potencial, à semelhança de Cristo, fato representado pelas setas que apontam para o edificador. As setas que apontam para o mundo perdido representam a evangelização realizada pela igreja, isto é, por todos os convertidos cheios do Espírito, discípulos, multiplicadores e edificadores.

Este ciclo de liderança é um conceito visual de crescimento da igreja, através do treinamento recebido para a tarefa e do ato de se estender para os que não são salvos. Através de um ministério pessoal, os multiplicadores (a primeira geração) aconselham, encorajam e adestram os discípulos (segunda geração). Em poucas semanas ou meses, Deus desenvolve uma equipe de testemunhas. Eles visitam amigos, parentes, vizinhos ou colegas de trabalho, e algumas pessoas nascem de novo. Quando esses discípulos da segunda geração tiverem ganho novos conversos (terceira geração), a multiplicação começou.

PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

Em relação ao ministério de sua igreja, discuta a maneira 4 pela qual Cristo se concentrou em quatro abordagens básicas para ministrar.

A sua igreja fez uma decisão de imitar o ministério privado de discipulado exercido por Jesus? O que sugere você para uma união mais forte entre os ministérios público e privado em sua igreja.

Que lugar têm a Escola Bíblica Dominical e os ministérios de treinamento da igreja e da mocidade, no ministério privado de discipulado? Que pontos fortes e fracos são visíveis na maneira de realizar os ministérios público e privado usados através da Bíblia? Como pode você tomar uma decisão de praticar o discipula- do que se modela no ministério privado de Jesus?

Que razões para discipular outra pessoa são mais importantes para você?

Discuta algumas das outras vantagens do discipulado.

Discuta o "Ciclo de Liderança" do ponto de vista da sua igreja:

a) Quantos, em sua igreja, são novos convertidos, discípulos, multiplicadores e edificadores de multiplicadores?

b) Por que a evangelização é essencial em cada parte do ciclo?

Como você pode iniciar um ministério de discipulado em sua igreja, ou fortalecer a ênfase atual em treinamento de discipulado?