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Manual de condutas para pacientes oncológicos Protocolo Nutricional

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Manual de condutas para pacientes oncológicos

Protocolo Nutricional

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Prefácio 4

I.Introdução 5

II.Efeitos adversos da terapia antineoplasica 7

III.Terapia nutricional nos efeitos adversos ao tratamento oncológico 10

IV.Sistema imunológico e contaminação alimentar 18

V.Terapia nutricional no Transplante de Medula Óssea 22

VI.Condutas nutricionais na Iodoterpia 25

VII.Nível de assistência nutricional em oncologia 29

VIII.Estratégias nutricionais 1: 31 “Cardápio alternativo: opção diferencial” 31

IX.Estratégias nutricionais 2: 32 “Sobremesas moduladas com suplemento nutricional” 32

X.Estratégias nutricionais 3: 33 “Suplementos nutricionais” 33

XI.Estratégias nutricionais 4: 37 “Sucos antieméticos” 37

XII.Estratégias nutricionais 5: 40 “Receitas e recomendações nutricionais” 40

XIII.Cuidados nutricionais no paciente em cuidados paliativos 42

XIV.Educação ao paciente 47

XV.Referências bibliográfi cas 52

Sumário

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Prefácio

O avanço da ciência em novas tecnologias e abordagens terapêuticas tem aberto, a cada dia, novos horizontes na perspectiva de vida do paciente oncológico, tanto na longevidade quanto na qualidade de vida. Essa última, muitas vezes, seriamente comprometida não somente pelo evoluir da doença, como também em decorrência das diversas formas de abordagem terapêutica, principalmente, a cirurgia, quimioterapia e a radioterapia.

Diante desta realidade, o Hospital Samaritano, sempre atento aos pacientes com doenças oncológicas crônicas, progressivas e até terminais, sem banalizar o termo humanização, procura desempenhar atenção holística, fazendo participante do processo assistencial, toda uma equipe multiprofi ssional, fi el aos princípios estabelecidos pela Instituição, com amplos investimentos, focados também nos cuidados paliativos.

Como resultado da visão institucional, a iniciativa e o empenho de uma equipe comprometida com toda diretriz da qualidade assistencial, nasce o “Manual de Condutas para Pacientes Oncológicos”, lastreado não somente em ampla pesquisa bibliográfi ca, como também na vasta experiência da equipe do Serviço de Gastronomia e Nutrição, sendo elaborado de forma extremamente didática que, seguramente, muito contribuirá para a melhoria na qualidade de vida desses pacientes.

Dr. Luiz Eduardo Bettarello Superintendente Médico

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I. Introdução

A desnutrição é a principal complicação nutricional nos pacientes com câncer, havendo maior risco em pacientes com doenças em estágio avançado e com práticas terapêuticas mais agressivas. O câncer é uma doença catabólica que consome as reservas nutricionais do paciente devido ao aumento do gasto energético pela atividade tumoral presente (Garófolo, 2005; Luisi, 2006; Sawada, 2006).

A desnutrição vem sendo apontada como fator de pior prognóstico. A melhora do estado nutricional parece estar associada com melhor qualidade de vida e aumento dos escores que medem a capacidade funcional dos pacientes (Bauer, 2005). Os dados da literatura sugerem que o estado nutricional adequado esteja associado com maior sobrevida, menor tempo de hospitalização e maior tolerância ao tratamento oncológico proposto (Jain, 2003; Garófolo, 2005; Kruizenga, 2005; Odelli, 2005).

A quimioterapia e a radioterapia causam efeitos adversos aos pacientes, dentre eles as toxicidades ao trato gastrintestinal como náusea, vômito, mucosite, diarreia, constipação, alteração no paladar, xerostomia e alteração na absorção de nutrientes. Ambos os tratamentos podem acarretar em redução da ingestão alimentar, além de instalação de aversões a alimentos específi cos (Langdana, 2001; Sapolnik, 2003; Williams, 2004; Garófolo 2005c; Ravasco, 2005; Silva, 2005; Garófolo, 2006; Luisi, 2006; Sawada, 2006; Garófolo, 2007).

As toxicidades decorrentes do tratamento e à presença da própria doença são fatores de risco nutricional importantes para o comprometimento da ingestão dietética e, consequentemente,

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evolução para a desnutrição. Portanto, faz-se necessário empregar terapia nutricional precoce, visando garantir a ingestão em quantidades adequadas de energia, macro e micronutrientes (Garófolo, 2005a; Garófolo, 2005b; Bauer, 2005; Woien, 2006).

A introdução de suplementos orais pode melhorar o aporte nutricional que fi ca comprometido com a redução do consumo alimentar dos pacientes. Os suplementos orais ofertam energia, proteína e outros nutrientes, podendo ser um bom método para alcançar as necessidades nutricionais e, assim, manter ou até mesmo recuperar o estado nutricional (Langdana, 2001; Ravasco, 2005).

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II. Efeitos adversos da terapia antineoplásica

1. Escala para classifi cação do grau de toxicidade gastrintestinal

Sítio de toxicidade

Grau 0Grau 1

LeveGrau 2

ModeradaGrau 3Grave

Grau 4Inaceitável

Mucosite AusenteEritema ou

leve dor

Doloroso / edema

consegue comer

Não consegue comer ou beber

Requer suporte enteral ou parenteral

Constipação (pete sem

colostomia)

Sem mudança

Requer formador de bolo fecal ou alteração da

dieta

Requer o uso de laxantes

Requer evacuação manual ou enema

Obstrução ou megacólon

tóxico

Diarreia Ausente2 a 4

evacuações / dia

4 a 6 evac / dia ou evac noturnas

> ou = 7 evac ou incontinência ou necessidade de

suporte parenteral p/ desidratação

Requer cuidado intensivo

ou colapso hemodinâmico

Náusea AusenteIngestão razoável

Redução signifi cante da ingestão

Ingestão não signifi cativa

Não ingeriu nada

Vômitos Ausente 1 x / dia 2 a 5 x / dia> ou = x / dia ou

requer hidratação

Requer NPT ou cuidado

intensivo ou colapso

Fonte: National Cancer Institute, 1999.

O acompanhamento nutricional do paciente oncológico tem como parte do objetivo a avaliação das toxicidades secundárias ao tratamento, portanto, faz-se necessário conhecer os efeitos colaterais com impacto nutricional das terapias antineoplásicas (Garófolo, 2002).

Aplicar a escala de toxicidade gastrintestinal para avaliar as toxicidades que poderão interferir direta ou indiretamente na alimentação e estado nutricional do paciente.

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2. Efeitos adversos das terapias antineoplásicas:

2.1. Radioterapia e os possíveis efeitos colaterais relacionados com a nutrição

Área do corpo irradiada Efeito colateral

Cérebro e coluna Náusea e vômitos

Língua, cordas vocais, amígdalas, glândulas salivares, cavidade nasal e faringe

Xerostomia, difi culdade ou dor para deglutir, alteração do paladar, dor na cavidade oral, saliva espessa

Pulmão, esôfago e mama Difi culdade e dor para deglutir

Intestino, próstata, útero, reto e pâncreas Inapetência, náusea, vômito, diarreia, gases, inchaço

Fonte: National Comprehensive Cancer Network

2.2.Como a tratamento oncológico pode afetar a alimentação

Tratamento oncológico

Como pode afetar a alimentação

Sintomas

Cirurgia Aumenta a necessidade de boa nutrição. Pode lentifi car a digestão. Pode comprometer a capacidade da boca, garganta, e estômago para funcionar corretamente. Nutrição adequada ajuda a cicatrização e recuperação.

Se o paciente apresentar baixo peso ou estiver fraco, deve-se ser prescrita para antes do procedimento uma dieta rica em proteína e de alto teor energético. Após a cirurgia, em um primeiro momento, alguns pacientes podem não conseguir comer normalmente. Eles podem receber nutrientes por meio de sonda ou de nutrição parenteral.

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Radioterapia Assim como destrói as células cancerígenas, também pode afetar células saudáveis.

Radioterapia em região de cabeça, pescoço, peito ou mama pode causar:

• xerostomia;• dor na cavidade oral;• odinofagia;• disfagia; • alteração de paladar; • problemas dentários;

Radioterapia em região de pelve ou estomago pode causar:

• vômitos• diarreia• cãibras• inchaço

Quimioterapia Tal como ele destrói as células cancerígenas, também pode afetar o sistema digestivo e causar alteração de apetite.

1. náuseas2. vômitos3. inapetência4. diarreia5. constipação intestinal6. mucosite7. alteração de peso8. alteração de paladar

Fonte: National Cancer Institute

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III. Terapia nutricional nos efeitos adversos ao tratamento oncológico

1.Mucosite

A mucosite é caracterizada por lesão em cavidade oral ou esofágica, podendo apresentar desde pequenas feridas até lesões mais generalizadas e infectadas (Luo, 2006). • Introdução de módulo de glutamina.• Dieta sem alimentos ácidos.• Dieta com menos sal.• Dieta com alimentos em temperatura morna ou fria.• Uso de bebidas com temperatura fria ou gelada.• Dieta sem alimentos de consistência dura e seca.

1.1.Glutamina

Algumas condições como trauma, sepse e câncer diminuem em até 50% a concentração intracelular e plasmática de glutamina (Curi, 2000).

Sua importância está relacionada com o crescimento e manutenção de células como substrato energético para a proliferação celular. Sendo importante para os macrófagos, linfócitos e demais células do sistema imunológico, além de ser avidamente consumida pelas células de divisão rápida, podendo auxiliar na recuperação das mucosas que são lesadas após a administração de alguns quimioterápicos (Luo, 2006, Langdana, 2001, Crowther, 2009).

A glutamina é fonte energética para os enterócitos e para manter a integridade da mucosa intestinal (Curi R, 2000; Albertini, 2001; Langdana 2001; Leandro, 2006; Pacifi co, 2005; Ziegler, 1992).

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1.2. Conduta: introduzir módulo de glutamina no paciente oncológico quando:• Diagnosticada mucosite com grau maior que dois. • Pacientes que internarem para realização de transplante de

medula óssea (iniciar antes do condicionamento).• Pacientes que forem iniciar quimioterapia com droga de alta

toxicidade em mucosa.

2. Diarreia

A diarreia é uma anormalidade no transporte de água e eletrólitos secundário a agressão que a quimioterapia ou radioterapia local podem causar na mucosa intestinal (Quintana, 2000).

• Controle de ingestão de sacarose.• Controle da ingestão de alimentos gordurosos.• Restrição de lactose.• Restrição de alimentos ricos em fi bras insolúveis ou laxativos• Inclusão de módulo simbiótico ou probióticos. O uso destes

fi ca indicado mesmo nos casos de pacientes neutropênicos ou transplantados de medula óssea, exceto quando diagnosticado clostridium, ou em pacientes submetidos a controle clínico por meio do exame de galacto-manan. Este módulo pode resultar em falso positivo para este exame.

• Aumento da ingestão hídrica para reidratação.• Uso de bebidas repositoras de eletrólitos com isotônicos ou água de coco.

3. Constipação

A constipação intestinal não causa perdas nutricionais importantes como há com a diarreia, entretanto é um sintoma que ocasiona desconforto considerável nos pacientes (Tassinari, 2008).

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• Aumento da ingestão hídrica• Inclusão de módulo de fi bra solúvel (10g por dia) • Inclusão de alimentos como:

- grãos integrais; - pipoca;- frutas (preferencialmente com casca);- verduras (preferencialmente cruas);- suco laxativo (estratégias nutricionais 5 - receita 1);- iogurte com probiótico.

4. Náuseas e vômitos

A presença de náuseas e vômitos são sintomas que impactam negativamente e de maneira muito importante na ingestão alimentar (Ernst, 2000).

• Fracionamento das refeições em 6 a 8 por dia.• Evitar alimentos com odor forte.• Preferir alimentos menos quentes.• Posicionamento reclinado por no mínimo uma hora após as

refeições.• Evitar alimentos muito doces ou gordurosos.• Preferir alimentos de mais fácil digestão.• Preferir realizar as refeições em locais arejados, evitando locais

quentes e abafados.• Introdução de bebidas contendo gengibre (sucos antieméticos).

5. Xerostomia

A xerostomia é um sintoma secundário a alguns quimioterápicos e a radioterapia de cabeça e pescoço (Dias, 2005).

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• Aumento da ingestão hídrica.• Melhor mastigação dos alimentos.• Evitar o consumo de alimentos duros, crocantes e secos.• Uso de balas e chicletes para estimular a salivação.• Uso de alimentos cítricos como limão para estimular a salivação.• Evitar líquidos como cafés, chás, refrigerantes tipo cola e chocolates.

6. Dor e difi culdade para deglutir (odinofagia e disfagia)

Alguns procedimentos de tratamento podem causar dor para deglutir e consequentemente reduzem a ingestão alimentar. Nestas situações recomenda-se:

• Fracionamento das refeições em 6 a 8 vezes por dia.• Alteração da consistência dos alimentos.• Inclusão de líquidos com maior densidade energética.• Uso de bebidas com temperatura fria ou gelada.• Uso de alimentos e bebidas em temperaturas mornas e frias• Diminuição do uso de sal.• Suco de alívio para auxiliar no controle da dor local (estratégias

nutricionais 5 - receita 2). A introdução de uma bebida que possa conferir sensação mentolada e refrescante tende a anestesiar a região oral e do esôfago, ajudando o paciente a ingerir outros alimentos. A receita desta bebida foi desenvolvida e é aplicada com sucesso nos pacientes do Hospital Samaritano de São Paulo.

7. Alteração do paladar

As alterações de paladar com gosto metálico e até mesmo acerbação do sabor doce dos alimentos é relatada como um dos efeitos adversos ao tratamento oncológico (Epstein, 2003).

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• Uso de frutas cítricas.• Uso de condimentos e especiarias.• Uso de alimentos em temperaturas frias ou mornas, pois tende a

reduzir o sabor e melhorar a tolerância.• Para redução do sabor doce: incluem-se gotas de limão e toque de sal.

A gustação é dependente de uma proteína salivar chamada gustina. Ela está envolvida com a percepção de sabor, ou seja, com o paladar. O zinco é componente da gustina e, portanto, sua defi ciência pode comprometer o paladar dos pacientes. Considerando a alteração de paladar secundária ao tratamento e a baixa ingestão alimentar que estes pacientes apresentam, acredita-se que a suplementação do zinco, sempre respeitando as recomendações, pode conferir benefícios na sensação de sabor dos pacientes (Mafra, 2004). A recomendação de zinco para adultos é de 8 mg para mulher e 11mg para homem (Institute of Medicine, 2000).

Conduta nutricional: Suplementação com Plurimineral (10g por dia) oferta parte desta recomendação e pode auxiliar neste efeito adverso do tratamento.

Plurimineral Porção - 1 envelope (10g)

Nutriente Quantidade Nutriente Quantidade

Cálcio 635mg Zinco 9,9mg

Ferro 11,9mg Manganês 1,94mg

Sódio 8mg Cobre 1,32mg

Potássio 0,11mg Iodo 99mcg

Cloro 10,7mg Selênio 60mcg

Fósforo 500mg Molibdênio 82mcg

Magnésio 150mg Cromo 82mcg

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8. Hipovitaminose

É comum a presença de sinais de hipovitaminoses em pacientes oncológico. Essa defi ciência pode ocorrer devido ao aumento das necessidades nutricionais, das eventuais perdas que podem ocorrer com a existência de vômitos e diarreia e principalmente pela diminuição da ingestão alimentar (Donabedian, 2006; Williams, 2004).

8.1 Conduta nutricional de suplementação vitamínica:

A inclusão de Módulo de vitaminas é indicada aos pacientes com sinais de hipovitaminose, bem como para aqueles com:

• Desnutrição.• Ingestão alimentar insufi ciente há mais de 5 dias. • Restrição de alimentos como frutas e verduras cruas.• Comprometimento imunológico.

Conduta nutricional: incluir 10g do módulo Plurivitamin ao dia, com oferta de:

PlurivitaminPorção - 1 envelope (10g)

Nutriente Quantidade Nutriente Quantidade

Sódio 1,5mg Niacina 10mg

Vitamina A (RE) 500mcg Ácido Pantotênico 5mg

Vitamina D 4mcg Vitamina B6 1,5mg

Vitamina E 8mg Ácido Fólico 150mcg

Vitamina K 40mcg Vitamina B12 0,5mcg

Vitamina B1 1mg Biotina 120mcg

Vitamina B2 1mg Vitamina C 50mg

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9. Inapetência*

Todas as estratégias que possam auxiliar nos quadros de inapetência devem ser encorajadas. A introdução de suplementos nutricionais e módulos de proteínas e de gorduras aumenta a densidade energética e de micronutrientes (Garófolo, 2007; Ferreira, 2002).

• Ofertar alimentos em quantidades menores a cada uma a duas horas.

• Diminuição da ingestão de líquidos junto das refeições. • Introdução de suplementos nutricionais*.• Cardápio alternativo com uso de lanches (possuem menos odor)*.• Modulação das refeições para maior ofertar de energia e proteína. • Suplementação proteica: Albumina em pó. • Suplementação proteica: Quinua. • Suplementação proteica: Caseical. • Suplementação lipídica: Calogen. • Suplementação lipídica: TCM (triglicerídeo de cadeia média).• Suplementação lipídica: Azeite de oliva.

* Ver as estratégias nutricionais propostas neste manual.

10. Qualidade de vida no paciente oncológico

A qualidade de vida de pacientes com câncer tem sido alvo de muitos estudos. A existência ou progressão da doença gera sintomas que impedem o paciente de manter suas atividades diárias. O tratamento oncológico tem o objetivo de curar ou aumentar a sobrevida e reduzir os sintomas ocasionados pela presença do tumor e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida destes pacientes (Ravasco, 2005a; Norman, 2006; Read, 2007). O estado nutricional também possui impacto direto nas atividades

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diárias dos pacientes, ou seja, quanto mais depletados menor seria a qualidade de vida deles. A capacidade funcional dos pacientes é um indicador indireto da qualidade de vida. Para medi-la foram propostos alguns instrumentos, dentre eles a escala de ECOG (European Cooperative Oncology Group) (Oken, 1982).

ECOG Zubrod Capacidade funcional

0 Assintomático

1 Sintomático, totalmente ambulatorial.

2 Sintomático, na cama < 50% do dia.

3 Sintomático, na cama > 50% do dia.

4 Acamado

Fonte: Oken, et al, 1982.

A aplicação desta escala ocorrerá a cada 10 dias.

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IV. Sistema imunológico e contaminação alimentar

1. Comprometimento imunológico

O tratamento antineoplásico deprime o sistema imunológico, diminuindo o número de células de defesa que atuam combatendo microrganismos como bactérias, fungos e vírus (Kirshbaum, 1998; NCI, 1999; Sawada, 2006; DeMile, 2006; Segel, 2008). Na ausência de células de defesa, o organismo fi ca mais suscetível a infecções. Estas podem ser provenientes da fl ora intestinal, da pele, do trato respiratório, genitourinário e gastrintestinal (Kirshbaum, 1998; Schwartzerg, 2006; Segel, 2008). Infecções em pacientes imunocomprometidos podem refl etir negativamente na qualidade de vida, com impacto signifi cante na morbidade e mortalidade dos pacientes (Schwartzerg, 2006, 2008; Mank, 2008).

O National Institute of Cancer estabeleceu um corte para classifi cação da leucopenia e neutropenia grave, considerando o sistema imunológico comprometido, assim como segue abaixo: (NCI, 1999).

• leucopenia: <1000mm3 de leucócitos • neutropenia: <500mm3 de neutrófi los

2. Composição do leucograma:

As células do sistema imunológico são verifi cadas pelo leucograma, onde se verifi ca a contagem total dos leucócitos (Kirshbaum, 1998; Schwartzerg, 2006).

Esta contagem contém as seguintes células:

• Monócitos.• Linfócitos.• Eosinófi los.

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• Basófi los.• Neutrófi los.

Os linfócitos correspondem de 30 a 40% dos leucócitos, os granulócitos (eusinófi los, basófi los e neutrófi los) de 50 a 60% e os monócitos em torno de 7%. A leucopenia ocorre, principalmente, pela redução dos neutrófi los (Kirshbaum, 1998; Schwartzerg, 2006).

3. Dieta específi ca para paciente com comprometimento imunológico

Os alimentos podem conter microrganismos e conferir risco infeccioso aos pacientes. Portanto, é indispensável que se adote uma dieta com baixa contagem de microrganismos para os pacientes leucopênicos (Kirshbaum, 1998; DeMile, 2006; Segel, 2008).

As restrições sugeridas na literatura ainda são contraditórias. Um estudo avaliando 201 centros verifi cou que 10% dos hospitais não utilizavam protocolos com padronização de dieta de pacientes neutropênicos. Dentre as instituições que possuíam padronizações, os autores observaram importantes diferenças entre as restrições (Mank, 2008).

Este manual padroniza a nomenclatura e os valores de corte, bem como as condutas e restrições alimentares.

1. Nomenclatura: Dieta para neutropênico.2. Valores de corte (NCI, 1999):

- Leucócitos: < 1000mm3 - Neutrófi los: <500mm3

3. Condutas e restrições alimentares:

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Restrições alimentares

Alimentos provenientes de locais poucos seguros do ponto de vista sanitário como bares, barracas e alguns restaurantes.

Salgadinhos de pacote de marcas não idôneas.

Ovos crus ou mal passados e preparação com estes.

Carnes, salsichas e linguiças mal passados.

Frios fatiados em bar, padaria ou mercado, podendo usar fatiador doméstico esterilizado ou peças inteiras fatiadas com facas limpas.

Ervas e temperos desidratados que não sofreram cocção, como canela em pó, orégano, pimenta do reino, louro em pó, alho desidratado entre outros.

Frutas secas ou cristalizadas cruas.

Oleaginosas cruas.

Leite de saquinho não fervido.

Queijo branco não pasteurizado ou ricota crua.

Chás em infusão, podendo consumir o chá preparado com a fervura do sache.

Legumes crus.

Folhas cruas.

Couve fl or e brócolis (mesmo quando cozidos).

Frutas de casca fi nas e/ou difíceis de higienizar (amora, morango, uva, cereja, jabuticaba).

Frutas com casca média a grossa e sem esterilização, podendo ingerir frutas de casca média a grossa após esterilização e descascadas.*

Água de coco sem pasteurização.

Caldo de cana.

* Procedimento adequado para ingestão de frutas1. Observar se a casca está íntegra, sem furos, amassados ou escoriações.2. Lavar os alimentos em água corrente e potável para remover sujidades aderidas e reduz o número de

bactérias. 3. Sanitização dos alimentos conforme a portaria CVS-6/99 que indica soluções cloradas para a desinfecção

de alimentos. Dentre as opções recomendadas, o hipoclorito de sódio a 1% pode ser utilizado com diluição de 20 ml de solução em 1 litro de água (Figueredo, 2001).

4. Após a desinfecção descascar estes alimentos antes de servir ao paciente.

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Condutas de higiene com os utensílios dos pacientes

1. Lavar normalmente os talheres, bules e louças.

2. Passar pela máquina de lavar louça (alta temperatura).

3. Borrifar álcool 70% antes de servir ao paciente.

4. Uso de canudos embalados individualmente.

Estas recomendações foram elaboradas com base nas seguintes fontes: Figueredo, 1999; Todd, 1999; Rust, 2000; Smith, 2000; Figueredo, 2001; Wilson, 2002; van Tiel, 2007; Gardner, 2008.

As restrições alimentares destinadas aos pacientes neutropênicos são medidas de segurança adotadas, entretanto, vale lembrar, que na literatura, não há evidencias concretas sobre a proteção desta dieta aos pacientes neutropênicos. Portanto, a importância destas restrições deve ser rediscutida sempre que existirem novas publicações acerca do assunto (Wilson, 2002; van Tiel, 2007; Gardner, 2008, Mank, 2008).

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V. Transplante de Medula Óssea

Para a realização do transplante de medula óssea (TMO) são utilizados medicamentos em doses muito superiores às convencionais, acarretando maiores toxicidades aos pacientes (INCA; Seber, 1991). Dentre as toxicidades pode ocorrer maior comprometimento imunológico e, portanto, maiores riscos infecciosos, sendo necessários cuidados específi cos com a alimentação (Seber, 1991; INCA, Vose & Armitage, 1992; Moody, 2006).

As toxicidades gastrintestinais apresentam-se, geralmente, com maior importância e, consequentemente, ocasionando maior impacto nutricional.

As condutas para tais toxicidades serão as mesmas adotadas para todos os pacientes em tratamento oncológico (capítulo III).

1. Conduta nutricional para pacientes transplantados de medula óssea

• Recuperação do estado nutricional no caso do paciente estar desnutrido.

• Introdução de módulo de glutamina antes de iniciar o condicionamento para o transplante.

• Não ingerir nenhum alimento cru durante o período do transplante e enquanto não ocorrer a recuperação dos leucócitos, incluindo caldo de cana, água de coco em natura, sucos de polpa, alimentos crus, leites não pasteurizados e queijos crus.

• Após a recuperação leucocitária e por um período de 6 a 12 meses após o transplante, os pacientes deverão seguir as seguintes orientações:

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- Frutas de casca média a grossa poderão ser oferecidas cruas após higienização com hipoclorito de sódio**. Exemplo: laranja, mexerica, melão, melancia, banana, manga, mamão e maçã.

- Não consumir alimentos com maior risco de contaminação ou com maior difi culdade para realizar a desinfecção. Exemplo: brócoli e couve fl or, mesmo quando cozidos e frutas de casca fi na (morango, ameixa, pêssego, uva, framboesa, jabuticaba).

- Consumir água mineral para evitar problemas de purifi cação que ocasionalmente ocorrem com os fi ltros de água.

- Os alimentos industrializados após abertos não devem ser consumidos. Deve-se preferir o consumo destes em embalagens individuais ou desprezar o restante do alimento após aberto.

- Frios fatiados em lâminas de padarias e mercados. Comprá-los em peças inteiras e lacradas, preferencialmente embalados a vácuo.

- Nunca consumir ovos crus ou mal passados, sendo importante atentar-se para preparações que contenham em sua composição a gema ou a clara do ovo crua.

- As carnes devem estar bem cozidas, sendo importante não consumi-las sob a forma mal passada ou crua, inclusive os defumados como as salsichas.

- Consumir legumes e folhas sempre cozidas, evitando os alimentos crus.

- As conservas devem ser cozidas antes de consumidas. Exemplo: milho, aspargo, palmito, champignon.

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- Preferir pipocas preparadas em microondas.

- Temperos desidratados não devem ser consumidos sem cocção. Exemplo: orégano, canela em pó, pimenta do reino.

- Não consumir frutas secas, cristalizadas e oleaginosas.

- Não consumir salgadinhos de pacotes de marcas não idôneas.

- Os saquinhos de chás devem ser fervidos para prepará-los.

- Alimentar-se em âmbito familiar ajuda a garantir a qualidade alimentar e controle microbiológico dos alimentos ingeridos. Evitar alimentar-se em estabelecimentos onde pode haver dúvidas quanto à competência higiênico sanitária do local.

2. Procedimento adequado para ingestão de frutas

1. Observar se a casca está íntegra, sem furos, amassados ou com escoriações.

2. Lavar os alimentos em água corrente e potável para remover sujidades aderidas e reduzir o número de bactérias.

3. Sanitização dos alimentos conforme a portaria CVS-6/99 que indica soluções cloradas para a desinfecção de alimentos. Dentre as opções recomendadas, o hipoclorito de sódio a 1% pode ser utilizado com diluição de 20 ml de solução em 1 litro de água (Figueredo, 2001).

4. Após a desinfecção descascar estes alimentos antes de servir ao paciente.

Estas recomendações foram elaboradas com base nas seguintes fontes: Figueredo, 1999; Todd, 1999; Rust, 2000; Smith, 2000; Figueredo, 2001; Wilson, 2002; van Tiel, 2007; Gardner, 2008.

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VI. Condutas nutricionais na iodoterapia

A terapia com iodo radioativo tem sido utilizada para tratamento de câncer da tireoide. O iodo é administrado na forma líquida, sendo ingerido por via oral, onde as glândulas da tireoide captam o iodo. Após a iodoterapia é necessária boa ingestão de líquidos. Esta indicação terá benefícios:

• Na função intestinal, que após o procedimento tende a constipação.• No aumento do volume urinário e, consequentemente, melhor

excreção do iodo.• Auxiliando no controle da retenção do iodo nas glândulas salivares.

Para este último tópico também é necessário uso de limão, cujo efeito é estimular a produção de saliva, evitando retenção no iodo nas glândulas salivares (Bionuclear, INCA, 2002).

1. Assistência nutricional:

• Os pacientes serão visitados pela nutricionista antes do procedimento.

• Após receberem a iodoterapia o contato com a nutricionista poderá ser realizado via telefone.

2. Dieta específi ca até o dia da iodoterapia:

• Os pacientes recebem dieta isenta de iodo no período de aproximadamente trinta dias antes da iodoterapia.

• A dieta sem iodo será mantida até o dia do procedimento.

3. Dieta para o dia subsequente ao procedimento:

• Os pacientes receberão dieta geral sem as restrições anteriores.

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• Estimulação da salivação com limão em todos os horários de refeição e limonada no desjejum.

• A constipação é um efeito adverso da terapia com o iodo. Os pacientes receberão:

- suco laxativo duas vezes ao dia; - iogurte com probiótico uma vez ao dia.

4. Alimentos permitidos e proibidos até receberem iodoterapia:

Não permitidos Permitidos

SalSal iodadoSalgadinho ou batata frita industrializado

Sal não iodado

Peixes

Peixes de água salgadaFrutos do marCamarão ou ostrasAlgas

Peixes de água doce

Lacticínios

LeiteQueijos ou requeijãoIogurtesCreme de leiteLeite condensadoSorveteLeite de soja ou tofu

Leite em pó desnatadoManteiga sem sal

Carnes

Carne defumada ou carne de solCaldo de carnePresuntoBaconEmbutidosSalsichaChucrute

Carnes frescas:VacaAvesSuínas

Ovos e molhos

Gema de ovoMaioneseMolho de soja

Clara de ovoTempero sem salÓleo ou azeiteVinagre

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FrutasFrutas enlatadas ou em caldasFrutas secas salgadas

Frutas in natura ou sucos naturaisFrutas secas sem sal

Vegetais

AgriãoAipoCouve de BruxelasRepolhoEnlatados e conservasBatata com casca

AlfaceBatata sem cascaBeterrabaBrócoliCebolaCenouraCouve ou espinafreNaboPepinoTomateVagem

Pães, massas, cereais e grãos

Pães industrializadosPizzaCereais em caixa

Pão caseiro ou pão francêsBolacha integral ou cream crackerMacarrão ou massas simplesArrozFeijão ou lentilha ou Ervilha ou sojaFarinhaMilho ou aveiaCevadaTrigo

Doces

Doces com gema de ovoDoces com leiteDoces com chocolateCorante vermelho

Açúcar ou adoçante a base de aspartameMelGeleia caseiraGelatina amarela ou verdeDoce de fruta caseira

Bebidas

Café instantâneo ou café solúvelChá pretoChá mateChá verde

Café fi ltradoSucos naturaisRefrigerantes

Fonte: www.bionuclear.com.br/dieta-imp.htm

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5. Cardápio para pacientes pré iodoterapia. Dieta isenta de sal iodado:

Desjejum

Pão francêsManteiga sem salLeite desnatadoCafé de fi ltroAçúcar ou adoçante a base de aspartameMamão Limão

Almoço

Arroz brancoFilé de frango grelhadoSuco naturalSobremesa: fruta fresca Salada de alface e tomate (azeite e limão)Vagem ou espinafre refogadoLimão

Lanche

Pão francês Manteiga sem salLeite desnatadoCafé de fi ltroAçúcar ou adoçante a base de aspartameLimão

Jantar

Arroz brancoIscas de carne vermelhaBatata ou cenoura sautêSuco naturalSobremesa: fruta frescaSalada de alface e pepinoLimão

Ceia

Suco de laranjaBolacha cream crakerManteiga sem salLimão

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VII. Nível de assistência nutricional

Defi nição de risco nutricional para paciente oncológico

A classifi cação do nível de assistência para triagem e atendimento dos pacientes é um instrumento utilizado para pacientes com clínicas diversas (Maculevicius, 1994). Entretanto, neste não há classifi cação específi ca para acompanhamento nutricional do paciente oncológico. Portanto, baseado no modelo de assistência padrão e considerando as adversidades e os sintomas que o paciente com câncer cursa, propusemos um instrumento específi co para acompanhamento nutricional desta população.

Nível de assistência

Fatores de risco que defi nem o nível de assistência

Retorno nutricional

Primário

Não há assistência em nível primário para pacientes oncológicos, isso porque a própria patologia de base já desqualifi ca este nível.

-

Secundário

Paciente oncológico com boa ingestão oral, sem antecedentes clínicos e sem alterações gastrintestinais.

Em até 96 horas

Iodoterapia

Terciário

Antecedente clínico como nefropatia e hepatopatia, HAS ou DM descompensados

Em até 72 horas

Xerostomia

Edema

Intolerância a lactose

Idosos acima de 80 anos

Crianças até 10 anos

Necessidade de terapia nutricional (oral, enteral ou parenteral)

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Quaternário

Distúrbio de mastigação ou deglutição associado a desnutrição

Diário

Inapetência / anorexia

Alteração do paladar (disgeusia) com impacto na ingestão alimentar

Náuseas e vômitos

Diarreia associada a outros sintomas de nível quartenário ou terciário

Mucosite oral

Perda de peso (Blackburn, 1977)

Desnutrição

Sinais de hipovitaminose

Leucopenia associada a outros sintomas de nível quartenário ou terciário

Distúrbios absortivos

Em quimioterapia ou radioterapia com toxicidades gastrintestinais

Transplante de Medula Óssea

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VIII. Estratégias nutricionais 1

Cardápio alternativo: opção diferencial

A opção diferencial contém diversas preparações que foram desenvolvidas para pacientes que estejam com inapetência, alterações do paladar e com quadro de náuseas.

Considerando as condutas nutricionais que devem ser adotadas, idealizamos preparações diferentes das refeições usuais e, portanto, são consideradas como um diferencial.

As preparações desta opção são compostas por alimentos que podem ser consumidos em temperaturas mais frias, minimizando os odores que os alimentos quentes exalam.

Para a montagem foram considerados os aspetos da gastronomia hospitalar, resultando em pratos com aparência sofi sticada e mais apetitosa.

As receitas são levemente condimentadas o que implica em alimentos mais palatáveis que podem melhorar a ingestão alimentar de pacientes com alteração do paladar.

Quando a situação clínica ou os sintomas secundários ao tratamento impactam na ingestão alimentar, a nutricionista orienta quanto a esta opção e sobre todos os aspectos da opção diferencial que podem minimizar as difi culdades em alimentar-se (Schiffman, 1996; Clydesale, 1994).

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IX. Estratégias nutricionais 2

Sobremesas moduladas com suplemento nutricional

Pensando em aumentar a oferta de macro e micronutrientes dos pacientes, suplementamos a sobremesa de todos os pacientes oncológicos que apresentem situação de risco nutricional como inapetência ou perda de peso.

A sobremesa será rotulada como “sobremesa vitaminada” e cada preparação receberá 18g do suplemento em pó (nutridrink pó sem sabor). O suplemento utilizado é isento de lactose, glúten e sacarose.

Esta modulação incrementa a sobremesa com:Energia 83 Kcal

Carboidratos 9.66 g

Proteínas 3,29 g

Gorduras totais 3,10 g

Gorduras saturadas 1,44 g

Gorduras trans não contém 0 g

Fibra 0 g

Sódio 80.69 mg

Potássio 121,29 mg

Cloreto 100,57 mg

Cálcio 63,94 mg

Ferro 1,27 mg

Fósforo 57,54 mg

Magnésio 18,13mg

Iodo 10,71mcg

Cobre 143,77 mcg μg

Zinco 0,96 mg

Manganês 0,24 mg

Selênio 4,65 mcg

Molibidênio 8,11 mcg

Cromo 0,57mcg

Vitamina A 80,00μg

Vitamina D 0,58 μg

Vitamina E 0,99 mg TE

Vitamina K 4,32 μg

Vitamina C 8,30 mg

Vitamina B1 0,11 mg

Vitamina B2 0,13 mg

Niacina 0,74 mg

Vitamina B6 0,13 mg

Ácido fólico 21,43 μg

Ácido pantotênico 0,44 mg

Vitamina B12 0,16 μg

Biotina 2,29 μg

Colina 29,38 mg

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X. Estratégias nutricionais 3

Suplementos nutricionais:

• Algoritmo• Cardápio de opção para suplemento oral

1. Algoritmo

A introdução de suplementos orais pode melhorar o aporte nutricional que fi ca comprometido com a redução do consumo alimentar dos pacientes. Os suplementos orais ofertam energia, proteína e outros nutrientes, podendo ser um bom método para alcançar as necessidades nutricionais e, assim, manter ou até mesmo recuperar o estado nutricional (Ravasco, 2005a; Langdana, 2001; Garófolo, 2002). Entretanto, a introdução nunca deve ser realizada de maneira empírica. A padronização desta conduta, protocolando esta prescrição direciona para resultados mais efi cientes (Woein, 2006).

A conduta nutricional é baseada em algoritmo para indicação de introdução de suplemento nutricional oral. Algoritmos auxiliam na tomada da conduta para terapia nutricional mais assertiva (Woein, 2006).

O algoritmo proposto foi desenvolvido conforme observação clínica e seu modelo foi aprimorado ao longo do atendimento nutricional dos pacientes.

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2. Algoritmo para introdução de terapia nutricional com suplemento oral em pacientes oncológicos

Paciente desnutrido

Baixa ingestão alimentar (<50%) há mais de 5 dias

Perda de peso maior

que 3%

Baixa ingestão alimentar (<50%)

há mais de 10 dias

Perda de peso maior

que 5%

Suplemento oral

1 a 2x por dia

2x por dia

1x por dia

Paciente eutrófi co

Paciente acima do peso

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3. Cardápio de opções para suplementos nutricionais orais

Ingredientes: • Nutridrink Protein de morango (200ml)• Sorvete de morango (100ml)

Descrição da receita:Liquidifi car o Nutridrink gelado com o sorvete até fi car homogêneo.

Rendimento:1 copo de 250ml com 500kcal.

Ingredientes:• Forticare de capuccino (125ml)• Sorvete de creme (100g)

Descrição da receita:Liquidifi car o Forticare de capuccino gelado com o sorvete de creme até fi car homogêneo.

Rendimento: 1 copo de 200ml com 400 kcal.

Oferta nutricionalVolume 200ml

Energia 400kcal

Proteínas 14,8g

Carboidratos 48,7g

Lipídios 14,3g

Oferta nutricionalVolume 250ml

Energia 500kcal

Proteínas 15,8g

Carboidratos 61,7g

Lipídios 19,3g

DICA: O nutrishake pode ser feito com outros sabores do suplemento e do sorvete.Sugestões: Nutridrink Baunilha + sorvete de coco; Nutridrink Chocolate + sorvete de fl ocos; Nutridrink de Morango com sorvete de chocolate.

Milk shake de capuccino

Nutrishake de morango

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Ingredientes:• Nutridrink de chocolate (200ml)• Sorvete de chocolate (100g)• Espessante Nutilis® (17g)• Achocolatado em pó (20g)

Descrição da receita:Liquidifi car os ingredientes até se obter uma massa cremosa. Porcionar na taça e levar para gelar.

Rendimento:1 taça com 475kcal.

DICA: Os achocolatados contêm açúcar e podem deixar a preparação mais doce, neste caso a dica é trocá-lo por chocolate amargo. Para a decoração use raspas de chococlate. Sugestão: Esta preparação pode ser realizada com Nutridrink e sorvete de morango, espessante Nutilis® e achocolatado em pó sabor morango. Obs: O espessante Nutilis é encontrado nas mesmas lojas revendedoras dos suplementos nutricionais.

Oferta nutricionalVolume 300ml

Energia 475kcal

Proteínas 14,97g

Carboidratos 72,6g

Lipídios 14g

Mousse de chocolate

Ingredientes:• Calogen de morango (60ml)• Sorvete de morango (100g)• Espessante Nutilis®(5g)

Descrição da receita:Liquidifi car os ingredientes até a obtenção de uma consistência homogênea. Porcionar na taça e levar para gelar.

Rendimento:1 taça 170ml com 480kcal.

DICA: Para conferir um toque especial à preparação, acrescente por cima do espumone geleia de framboesa ou gomos de uva cortados.Observação: O espessante Nutilis® é encontrado nas mesmas lojas revendedoras dos suplementos nutricionais.

Oferta nutricionalVolume 170mlEnergia 480kcalProteínas 2,8gCarboidratos 31,9gLipídios 57,1g

Espumone de morango

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XI. Estratégias nutricionais 4

Sucos antieméticos

O gengibre tem sido apontado como antiemético natural. Nossa proposta não tem intuito medicamentoso, mas sim de auxiliar na contenção dos sintomas. Para tal foram elaboradas receitas de sucos não ácidos, preparados com associação de ingredientes neutros e refrescantes, sendo incluído 1g de gengibre na composição. As bebidas devem ser ofertadas geladas e ingeridas em pequenos goles (Ryan 2009, Ernst, 2000; WHO, 1999, Sharma, 1997; Manusirivithaya, 2004; Lien, 2003).

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Ingredientes:• Suco de uva industrializado (50ml)• Suco de morango industrializado (150ml)• Gengibre (1g)

Descrição da receita:Misturar os sucos e liquidifi cá-los com o gengibre.

Rendimento: 1 copo de 200ml.

Suco de frutas vermelhas

DICA: A bebida fi ca ainda mais refrescante se utilizar os sucos bem gelados. Para diabéticos utilize o suco na versão sem açúcar.

Ingredientes:• Suco de manga industrializado (150ml)• Água de coco (50ml)• Gengibre (2g)

Descrição da receita:Liquidifi car as bebidas com o gengibre.

Rendimento: 1 copo de 200ml.

Suco de manga

DICA: O suco fi ca mais refrescante com a utilização das duas bebidas bem geladas. Açúcar ou adoçante a gosto. Para diabéticos utilize o suco na versão sem açúcar.

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*Pacientes neutropênicos não receberão sucos com ingredientes in natura e para este grupo o gengibre será cozido.

DICA: A bebida fi ca ainda mais refrescante se utilizar gelo na preparação. O suco pode ser peneirado e adoçado a gosto. Para diabéticos utilize adoçante ou experimente-o ao natural.

Ingredientes: • Água de coco (15ml)• Abacaxi (1 fatia)• Hortelã (4 folhas)• Gengibre (1g)

Descrição da receita:Liquidificar a água de coco gelada com os demais ingredientes e por fim adicionar o gengibre.

Rendimento: 1 copo de 150ml.

Suco de abacaxi

Ingredientes:• Suco de laranja lima (150ml)• Suco de ½ limão (10ml)• Hortelã (1 folha)• Gengibre (1g)

Descrição da receita:Misturar os sucos e liquidifi car com o gengibre e a hortelã.

Rendimento: 1 copo de 160ml.

Suco cítrico de limão

DICA: A bebida fi ca ainda mais refrescante se utilizar gelo na preparação. Para diabéticos utilize adoçante ou experimente-o ao natural.

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XII. Estratégias nutricionais 5

Receitas e recomendações para suplementação nutricional

1. Receitas

Receita 1:

Suco laxativo

Ingredientes: • Suco de Laranja (150ml)• Ameixa seca (2 unidades)• Mamão (30g)

Receita 2:

Suco de alívio

Ingredientes: • Água de coco (50ml)• Gengibre (2g)• Bala extra forte - eucalipto (0,5 unidade)• Suco de soja sabor maçã (100ml)

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2. Recomendações para suplementação nutricional

Suplemento Recomendação

Módulo de glutamina (Glutamin) 0,57g por kg peso

Módulo de vitaminas (Plurivitamin) 10g ao dia

Módulo de minerais (Plurimineral) 10g ao dia

Módulo simbiótico * 6g duas vezes ao dia

Módulo probiótico ** 1g três vezes ao dia

Módulo prebiótico (fi bra) 5g duas vezes ao dia

Suplementação proteica (albumina em pó) 10g duas vezes ao dia

Suplementação proteica (quinua) 15g duas vezes ao dia

Suplementação proteica (Caseical) 6g duas vezes ao dia

Suplementação lipídica (TCM ou TCL - azeite) 10ml duas vezes ao dia

Suplementação lipídica (Calogen)20ml quatro vezes ao dia ou 30ml três vezes ao dia

Suplementação de sobremesas (Nutridrink Pó sem sabor)

18g em cada sobremesa

Suplementos nutricionais(aplicação conforme algoritimo)

Nutridrink Protein

Forticare

Calogen

* Módulo simbiótico (fi bras + lactobacilos e bifi dobactéria)** Módulo probiótico (lactobacilos e bifi dobactéria)

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XIII. Cuidados nutricionais nos pacientes oncológicos sob cuidados paliativos

Os cuidados paliativos são defi nidos pelo cuidado prestado ao paciente e sua família quando a terapia curativa não é mais o objetivo do tratamento. O tratamento oncológico paliativo tem objetivo de aumentar a sobrevida e/ou reduzir os sintomas ocasionados pela presença do tumor e consequentemente melhorar a qualidade de vida dos pacientes (NCI).

O paciente oncológico sob cuidados paliativos pode ser acompanhado em três fases. A fase inicial que é assintomática, a fase sintomática, onde a doença encontra-se em estágio mais avançado e, por fi m, a fase terminal, onde a expectativa de vida é curta (INCA; Bachmann, 2003). Segundo Bachmann, pacientes com expectativa de vida menor que um mês, são considerados em fase terminal, enquanto os com mais de três meses ou não respondedores da terapia curativa recebem o tratamento paliativo (não curativo) (Bachmann, 2003).

Na fase inicial a terapia adotada tem como objetivo reduzir o crescimento tumoral, aumentando a sobrevida do paciente. Já em estágios avançados da doença, a terapia objetiva reduzir os sintomas ocasionados pela doença e, consequentemente, conferindo qualidade de vida. Em estágios terminais, o objetivo é proporcionar conforto ao paciente (Correa-Velez, 2005; Hawley, 2008).

A progressão da doença gera sintomas que impedem o paciente de manter suas atividades diárias. Dentre os sintomas mais relevantes para o cuidado nutricional estão (Corrêa, 2007; Pimenta, 1997; Miyashita, 2009):

• Constipação secundária ao uso de opioides.• Dor.• Hiperglicemia secundária a corticoterapia.

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• Inapetência. • Desnutrição.• Xerostomia.

Além dos sintomas descritos os pacientes podem apresentar alterações gastrintestinais devido a toxicidades secundárias a quimioterapia e radioterapia. Essa terapêutica pode ser prescrita pelos oncologistas com objetivos não curativos, mas de proporcionar ao paciente maior sobrevida e/ou melhor qualidade de vida (Miyashita, 2009).

A dor é frequente em pacientes com câncer (Pimenta, 1997; Miyashita, 2009; Silva, 2001). Segundo Pimenta, a dor crônica acomete cerca de 50% dos pacientes e 70% nos estágios mais avançados da doença. Ela parece intervir diretamente na qualidade de vida destes pacientes (Pimenta, 1997). Os resultados deste estudo demonstram que a dor também interfere na ingestão alimentar e, portanto, deve ser considerada durante a avaliação e acompanhamento nutricional de todos os pacientes com câncer (Pimenta, 1997; Corrêa, 2007; Miyashita, 2009; Silva, 2001).

Para controle da dor, muitos pacientes fazem uso de opioides que como efeito colateral, causam quadro importante de constipação intestinal (Correa-Velez, 2005; Hawley, 2008; Tassinari, 2008).

Todos os sintomas existentes devem ser monitorados e realizada terapia nutricional específi ca para alívio do quadro (capítulo III).

A capacidade funcional dos pacientes é medida por meio de escalas, sendo um indicador indireto da qualidade de vida (Oken, 1992; Miyashita, 2009). A melhora do estado nutricional parece estar associada com melhor qualidade de vida e aumento dos escores que medem a capacidade funcional dos pacientes (Bauer, 2005).

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Este instrumento, assim como para os pacientes em tratamento curativo, é aplicado a cada dez dias nos pacientes em cuidados paliativos (capítulo III).

A desnutrição em pacientes oncológicos é mais frequente quando fazem uso de terapias mais agressivas ou em estágios mais avançados da doença (Garófolo, 2005; Luise, 2006; Sawada, 2006). Nas fases terminais encontramos um quadro nutricional descrito como a síndrome da caquexia. Esta tem sido descrita, em alguns trabalhos de revisão, como uma das complicações mais frequentes de pacientes com câncer em estagio avançado (Dewys, 1979; Tisdale, 1999; Tisdale, 2001, Sanz, 2004; Argiles, 2006; Planas, 2006; Silva, 2006; Neto, 2007).

A caquexia tem como manifestação inicial, a perda de peso acentuada, fraqueza e consumo aumentado de massa muscular, com balanço nitrogenado intensamente negativo. Ocorre redução progressiva da capacidade funcional, défi cit imunológico, intolerância à quimioterapia e radioterapia e complicações infecciosas (Tisdale, 1999; Tisdale, 2001; Sanz, 2004; Fluentes, 2007).

A desnutrição ou o quadro de caquexia direcionam a equipe para discussões sobre introdução de terapia nutricional. Esta deve ser adotada considerando a fase de cuidado paliativo. A terapia nutricional em pacientes em estágios terminais deve ser avaliada e seus objetivos deverão ser modifi cados conforme a evolução clínica do paciente e a progressão da doença (INCA).

É importante considerar que existem situações onde terapias agressivas não serão efetivas e podem tornar o tratamento ainda mais estressante para o paciente (Correa-Velez, 2005; Pimenta, 2007). Os efeitos adversos que a passagem de sonda ou, até mesmo, os riscos do uso de nutrição parenteral devem ser considerados em

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fases terminais, pois podem impactar na queda da qualidade de vida dos pacientes (SBNP; Morss, 2006).

Considerando estas questões apresentamos um algoritmo para auxiliar na decisão de terapia nutricional dos pacientes oncológicos sob cuidados paliativos. Nosso algoritmo foi baseado em discussões e guidelines atualmente existentes para esta proposta (SBNP; Morss, 2006; Bachmann, 2003; Correa-Velez, 2005; Pimenta, 2007; Miyashita, 2009; Shibuya, 2005).

Algoritmo para terapia nutricional via sonda ou nutrição parenteral

Expectativa de vida < 3 meses Expectativa de vida > 6 meses

Indicação: Indicação:

Dieta Enteral

Nutrição Parenteral

Dieta Enteral

Nutrição Parenteral

Possibilidades de ingestão

alimentar por via oral

Avaliar benefícios que a dieta enteral ou

nutrição parenteral podem conferir ao

paciente dentro dos objetivos de terapia

dos pacientes em cuidados paliativos

Sim Não

Sem Indicação

Sem Indicação

ComIndicação

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Apesar da gravidade nutricional observada em alguns pacientes, é de extrema relevância lembrar que o objetivo da terapia paliativa é conferir conforto e qualidade de vida ao doente. Portanto, estratégias nutricionais para reduzir sintomas gastrintestinais (capítulo III) irão melhorar a qualidade de vida e podem conferir condições para que o paciente alimente-se por via oral.

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XIV. Educação ao paciente

Material utilizado: folder de orientação nutricional

Os pacientes devem ter conhecimento das estratégias nutricionais propostas como terapia às adversidades do tratamento oncológico. A educação ao paciente auxilia na adesão da conduta nutricional durante a internação e orienta o paciente sobre quais devem ser as direções nutricionais quando receber alta hospitalar.

ALIMENTOS FUNCIONAISEducação alimentarAE

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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVELEducação alimentar

IODOTERAPIAOrientação nutricional para pacientes em iodoterapia

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HIGIENE ALIMENTAROrientações para boas práticas na preparação de alimentos em casa

NEUTROPENIAOrientação nutricional para pacientes com comprometimento imunológico

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TMOOrientação nutricional para pacientes transplantados de medula óssea

SINTOMAS GASTRINTESTINAISOrientações dietéticas para controles de sintomas gastrintestinais

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OPÇÃO DIFERENCIALOrientações das preparações alimentares que podem ser consumidas com melhor tolerância

s

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52

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EdiçãoSociedade Hospital Samaritano

AutoriaFernanda Rodrigues Alves

Organização, Elaboração e EdiçãoFernanda Rodrigues AlvesLarissa LinsWeruska Davi Barrios

ColaboraçãoCristhiano DursoMaíra LadeiraTatiana Rubio

RevisãoAssessoria de Pesquisa Científi caAssessoria de Aprimoramento e DesenvolvimentoAssessoria de Comunicação Corporativa

ApoioSupport Produtos Nutricionais Ltda.

PublicaçãoJaneiro de 2010

DiagramaçãoID&A Studio e Arte

RealizaçãoHospital Samaritano de São Paulo

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Rua Conselheiro Brotero, 1486Higienópolis | 01232 010São Paulo | SP | BrasilTel. 55 11 3821 5300Fax. 55 11 3824 0070www.samaritano.org.br

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