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 Tecnologia da Informação e Comunicação  2014

LIVRO PROPRIETÁRIO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO.pdf

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  • Tecnologia da Informao e Comunicao

    2014

  • Editorial

    UniSEB Editora Universidade Estcio de STodos os direitos desta edio reservados UniSEB e Editora Universidade Estcio de S.

    Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, e mecnico, fotogrfi co e gravao ou qualquer outro, sem a permisso expressa do UniSEB e Editora Universidade Estcio de S. A violao dos direitos autorais

    punvel como crime (Cdigo Penal art. 184 e ; Lei 6.895/80), com busca, apreenso e indenizaes diversas (Lei 9.610/98 Lei dos Direitos Autorais arts. 122, 123, 124 e 126).

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    Comit EditorialFernando Fukuda

    Simone MarkensonJeferson Ferreira Fagundes

    Autor do OriginalFabiano Gonalves dos Santos

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    Tecnologia da Informao e Comunicao

    Captulo 1: Cincia, Tecnologia e Sociedade ... 7Objetivos de aprendizagem ....................................... 7

    Voc se lembra? ................................................................ 81.1 Conceitos de cincia, tecnologia e sociedade ................. 9

    1.2 Relacionamento entre cincia, tecnologia e sociedade ....... 111.3 Evoluo social, cientfica e tecnolgica ................................. 13

    1.4 Neutralidade ................................................................................. 141.5 O determinismo tecnolgico ............................................................ 15

    1.6 A associao em rede ........................................................................... 17Atividades ...................................................................................................... 20

    Reflexo............................................................................................................. 21Leitura recomendada ............................................................................................ 22

    Referncias ............................................................................................................. 22No prximo captulo ................................................................................................. 23

    Captulo 2: Sociedade da Informao e Sociedade do Conhecimento ................. 25Objetivos da sua aprendizagem ................................................................................... 25

    Voc se lembra? ............................................................................................................ 252.1 Definio de sociedade da informao e sociedade do conhecimento ................... 262.2 Sociedade em rede................................................................................................... 302.3 Modelos de sociedade da informao ..................................................................... 342.4 Reestruturao produtiva e sociedade da informao ............................................ 382.5 Cadeias de negcio ................................................................................................ 382.6 OCDE ................................................................................................................... 402.7 O livro verde da sociedade da informao no Brasil.......................................... 42

    Atividades ............................................................................................................... 42Reflexo ............................................................................................................... 44

    Leitura recomendada ....................................................................................... 44Referncias ................................................................................................... 44

    No prximo captulo ................................................................................ 44Captulo 3: A Revoluo Digital ......................................................... 45

    Objetivos da sua aprendizagem ........................................................ 45Voc se lembra? ............................................................................ 45

    3.1 A Internet .......................................................................... 463.2 O conhecimento digitalizado ....................................... 59

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    o3.3 Tecnologia Onipresente ............................................................................................ 60Atividades ....................................................................................................................... 62Reflexo .......................................................................................................................... 64Leitura recomendada ....................................................................................................... 64Referncias ...................................................................................................................... 64No prximo captulo ....................................................................................................... 65Captulo 4: Tecnologias da Informao e Comunicao ............................................ 67Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 67Voc se lembra? .............................................................................................................. 674.1 Conceito de TIC ....................................................................................................... 684.2 Aplicaes das TICs ................................................................................................. 704.3 O impacto das TICs na sociedade ............................................................................ 744.4 Relao dialtica entre a sociedade e as TICs.......................................................... 80Atividades ....................................................................................................................... 83Reflexo .......................................................................................................................... 84Leitura recomendada ....................................................................................................... 85Referncias bibliogrficas ............................................................................................... 85No prximo captulo ....................................................................................................... 86Captulo 5: Aspectos ticos, Legais e Profissionais, TI Verde e Sustentabilidade ... 87Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 87Voc se lembra? .............................................................................................................. 88Introduo ....................................................................................................................... 895.1 Aspectos ticos e legais relacionados ao exerccio profissional na rea de TI ........ 905.2 Mercado de trabalho na rea de TI e tendncias ...................................................... 945.3 Mercado de trabalho ................................................................................................ 955.4 Perfil Profissional ..................................................................................................... 965.5 Regulamentao da profisso na rea de Tecnologia da Informao .................... 1005.6 TI Verde e Sustentabilidade ................................................................................... 1025.7 Uso de TI em prol do meio ambiente ..................................................................... 1065.8 Estratgias empresariais de TI Verde ................................................................ 1095.9 Usando a TI para sustentabilidade ambiental .........................................................111Atividades ..................................................................................................................... 112Reflexo ........................................................................................................................ 113Leituras recomendadas .................................................................................................. 113Referncias bibliogrficas ............................................................................................. 114

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    o Prezados(as) alunos(as)Todos possuem conceitos variados sobre

    os termos cincia, sociedade e tecnologia. Ao consultarmos o Dicionrio Aurlio, encon-

    tramos a seguinte definio:Um conjunto organizado e relativo aos conhecimen-

    tos de certas categorias que esto relacionados com os fatos ou fenmenos.

    Toda cincia, para definir-se como tal, deve necessariamen-te recortar, no real, seu objeto prprio, assim como definir as

    bases de uma metodologia especfica: cincias fsicas e naturais.A sociedade, por sua vez, pode ser definida:Reunio de homens,

    de animais, que vivem em grupos organizados; corpo social. Con-junto de membros de uma coletividade, sujeitos s mesmas leis. Cada

    um dos diversos estgios da evoluo do gnero humano. E a cincia: Estudo dos instrumentos, processos e mtodos empregados nos diver-sos ramos industriais.Portanto, podemos perceber claramente que a cincia est diretamente relacionada ao conhecimento, sociedade, aos seres humanos e tecno-logia, s tcnicas, aos mtodos, processos e instrumentos.Nesta disciplina, estudaremos um pouco sobre este importante assunto: Cincia, sociedade e tecnologia. Ambientaremos o aluno neste tema, pro-curando mostrar-lhe que a tecnologia, de que tanto gostamos, precisa ser contextualizada juntamente com outros elementos.

    Bons estudos!

  • Cap

    CtuCo

    C Cincia, Tecnologia e

    SociedadeVamos estudar a ideia de neutralidade

    da cincia. A questo da neutralidade da ci-ncia est no centro do debate entre os estudos

    sobre as caractersticas da cincia e seu papel na sociedade.

    A questo principal se a cincia ou no influenciada pelo contexto sociocultural, pelos valores sociais, inte-

    resses polticos e econmicos. Tal discusso importante porque a viso da cincia neutra tem implicaes na escolha

    dos temas, na poltica que define as prioridades de pesquisa e in-fluencia as relaes entre o ambiente cientfico e os outros setores

    da sociedade. importante sabermos que a questo da neutralidade da cincia est

    relacionada a um modo de produzir conhecimento sobre os fenmenos da natureza baseado na matemtica, que procurou definir leis gerais de alcance universal para controlar e transformar a natureza. Esse modo de fazer cincia separa a natureza (objeto) da sociedade (sujeito). Ve-remos que a viso dominante de cincia neutra, autnoma e universal est sendo negada pelo prprio avano do conhecimento, com o surgi-mento de novas teorias nas cincias naturais que superam as anteriores, e por fatos histricos que esto relacionados ao uso da cincia para fins poltico-militares no desenvolvimento de armas e aplicao no processo de produo capitalista.

    Objetivos de aprendizagemNeste captulo, vamos estudar os seguintes assuntos:

    conceitos de cincia, tecnologia e sociedade; relacionamento entre cincia, tecnologia e sociedade;

    evoluo social, cientfica e tecnolgica; neutralidade;

    determinismo tecnolgico; dialtica;

    associao em rede.

  • Voc se lembra?H alguns anos passava um seriado na televiso cujo protagonista

    era um cientista maluco com dois ajudantes: um rato de laboratrio gi-gante e uma assistente. Embora bem-humorado, o seriado era interessante porque ele, juntamente seus auxiliares, fazia vrias experincias para mostrar as leis da fsica, qumica, matemtica, mecnica e outras. Era bas-tante interessante e ldico para quem lhe assistia. Ele mostrava a cincia na prtica. Vamos estudar um pouco sobre a cincia neste captulo.

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    C.C Conceitos de cincia, tecnoCogia e sociedadeAs trs palavras: cincia, tecnologia e sociedade formam um con-

    junto muito mais abrangente do que podemos imaginar. Existem vrios autores com diferentes abordagens para tratar cada uma delas separada-mente e em conjunto. Porm, nosso estudo ser baseado numa definio geral e com aplicaes nas reas de informtica a fim de dirigir e orientar os alunos desta rea sobre estes conceitos importantes.

    Podemos iniciar observando que no possvel separar os conheci-mentos cientficos e artefatos tecnolgicos, pois entendemos que ambos esto relacionados. Onde h cincia, h tecnologia, e neste caso tecnolo-gia no apenas equipamentos de hardware ou infraestruturas complexas.

    A palavra tecnologia derivada do grego tekhne, relativo arte, aos trabalhos de arteso mais logos, estudo, tratado, palavra. Portanto tecnologia significa estudo da tcnica.

    Segundo o dicionrio Michaelis, tecnologia pode ser definida como aplicao de conhecimentos cientficos produo em geral (EDITO-RA MELHORAMENTOS, 2009).

    A palavra cincia provm do latim scientia e seu significado co-nhecimento ou qualquer conhecimento sistemtico. Esse conhecimen-to adquirido por meio de mtodos cientficos, geralmente estudados na disciplina Metodologia cientfica, presente em vrios cursos de gradua-o e ps (strictu ou latu sensu).

    Segundo (CHIBENI, 2014), existe uma definio estrita na qual a cincia tratada como o conhecimento claro e evidente de alguma coisa fundamentado por princpios evidentes e demonstraes ou por racioc-nios experimentais ou mesmo pela anlise da sociedade e fatos humanos. Desta forma, aparecem trs tipos de cincia: as cincias formais, as mate-mticas e as sociais.

    A cincia um campo de estudo muito abrangente. Existem vrios autores, desde a Antiguidade, que pesquisam este assunto, inclusive do ponto de vista filosfico. Para os cientistas tradicionais, a definio mais empregada a definio estrita, citada no pargrafo anterior.

    Entre as correntes filosficas que tratam da cincia, existe uma cha-mada empirismo. No empirismo, basicamente, a cincia e suas teorias so objetivas, testadas e previstas empiricamente.

    Dentro do empirismo, encontramos o positivismo, que, fundamen-tado pelos estudos do filsofo Augusto Comte, defende a ideia central que o conhecimento cientfico a nica forma de conhecimento verdadeiro.

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    Segundo o dicionrio Michaelis (2009), o

    empirismo um Sistema filosfico que nega a existncia de axiomas como

    princpios de conhecimento, logicamente in-dependentes da experincia. Outra definio Conhecimentos prticos devidos meramen-

    te experincia.Ou seja, quando tratamos de algo emprico, estamos lidando com algo

    que foi testado experimentalmente. .

    Ou, ainda, o positivismo busca, a partir da razo, formular leis para conhecer e ordenar a realidade. Ainda, o posi-tivismo defende o uso da cincia a fim de governar as relaes humanas. E, dessa forma, entramos na terceira palavra da trade tecnologia, cincia e socie-dade.

    Antes de tratarmos da pa-lavra sociedade, necessrio comentar que essas posies filosficas so objetos de crticas por vrios autores, os quais defendem suas ideias filosficas de acordo com outras abordagens. Porm, como nosso contexto aqui outro, vamos adotar a linha exposta neste texto.

    Quando apresentamos a definio de cincia que vamos usar nesta disciplina, citamos que existem trs campos da cincia, e um deles cha-mado de cincias sociais. Como podemos perceber, o termo sociais est relacionado ao termo sociedade e, por sua vez, sociedade, na verdade, origina-se de uma palavra latina: societas, a qual significa associao de amizade com vrios. Portanto, a sociedade o assunto de estudo das cincias sociais, em especial a sociologia.

    Segundo FONSECA (2010), a sociedade constri a cincia e a tec-nologia e, ao mesmo tempo, a cincia e a tecnologia constroem a socieda-de. Esta frase mostra bem como a trade est relacionada. De acordo com CAMARGO (2014), a sociedade pode ser resumida como um sistema de interaes humanas culturalmente padronizadas [...] A sociedade um sistema de smbolos, valores e normas, como tambm um sistema de posi-es e papis.

    A sociedade, na verdade, pode ser interpretada sob diversas formas. Algumas das formas so: positivismo, como vimos rapidamente, e outras como: funcionalismo, sociologia compreensiva, marxismo (histrico-cr-tica), estruturalismo, ps-estruturalismo, fenomenologia, existencialismo, hermenutica, genealogia, perspectiva ps-moderna e outras, de acordo com os seus principais fundamentadores. Portanto, outro campo de estu-do bastante amplo que foge do nosso contexto.

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    A sociedade portanto constitui-se de um conjunto baseado em regras e constitudo de pessoas, as quais constroem conhecimentos pela cincia por meio da tecnologia. Vamos ver este relacionamento no prximo tpico.

    Portanto, em vista dos vrios estudos envolvendo cincia, sociedade e tecnologia, apareceu o movimento CTS na tentativa de obter maiores atitudes envolvendo discusses, questionamentos e crticas em relao ao que chamado de tecnocincia.

    O movimento CTS surgiu por volta de 1970 com o objetivo de ter como lema a necessidade do cidado de conhecer os seus direitos e obrigaes, de poder pensar por si mesmo e de adquirir uma viso crtica da sociedade da qual participa e vive e, principalmente, poder ter a dis-posio de transformar sua realidade, para melhor. Esse movimento tem ganhado muita fora no contexto educacional.

    C.2 ReCacionamento entre cincia, tecnoCogia e sociedade

    Embora tenhamos apresentado os termos cincia, tecnologia e so-ciedade separadamente no tpico anterior, j podemos perceber que eles no podem ser totalmente separados.

    Porm, podemos estud-los em duas grandes categorias: a primeira fazendo uma anlise do elemento determinante da dinmica da relao, a cincia e tecnologia (C&T), e a segunda categoria, a sociedade.

    A primeira forma de abordagem supe que a C&T caminha de for-ma prpria, podendo ou no influenciar a sociedade de alguma maneira.

    Na segunda abordagem, a C&T em si e no somente o uso que se faz dela socialmente determinada. Em razo dessa funo que existe en-tre a C&T e a sociedade em que foi gerada, ela tende a copiar as relaes sociais existentes e at mesmo inibir a mudana social.

    Essas duas abordagens do origens a duas ideias variantes do mes-mo tema: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnolgico, e a neutralidade do construtivismo. Iremos abordar esses assuntos posterior-mente.

    Podemos perceber que existe um forte relacionamento entre os ter-mos. Eles esto ligados por uma relao dialtica. A traduo da palavra dialtica leva a caminho entre as ideias. um mtodo de dilogo no qual a ateno voltada para a contraposio e contradio de ideias e pensamentos que levam a outras ideias. Porm, por ser outro termo filo-

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    sfico de que estamos tratando nesta disciplina, ela usada por diferentes doutrinas filosficas e assume e, portanto, significados distintos.

    Quando dizemos que a relao entre cincia, tecnologia e sociedade dialtica, estamos estabelecendo a seguinte relao:

    a sociedade determina os impactos na cincia e na tecnologia; a cincia determina os impactos na sociedade e na tecnologia; a tecnologia determina os impactos na sociedade e na cincia.

    Usando uma figura como representao, temos:

    Tecnologia Sociedade

    Cincia

    Figura 1 Relao dialtica entre cincia, tecnologia e sociedade

    A figura 1 tenta representar, de maneira muito simples, a relao dialtica entre os termos. As setas da figura indicam um duplo sentido si-multneo que indica o que determina e o que determinado.

    Estudaremos este conceito mais frente, no captulo 4.Uma vez de posse do conhecimento adquirido a respeito da relao

    entre cincia, sociedade e tecnologia, devemos entender que cada termo reflete um momento histrico em nossa evoluo moderna, carregado de crenas, valores, argumentos e conhecimentos prprios do cenrio e do perodo evolutivo em questo.

    Portanto, h conceitos diferentes sobre sociedade, cincia e tecno-logia, variando de acordo com o perodo histrico, a cultura, o contexto e a abordagem que lhes so atribudos. Sociedade, cincia e tecnologia mantm uma relao dialtica contnua entre si, em constante interao e determinao mtua de impactos em sua evoluo.

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    C.3 EvoCuo sociaC, cientCfica e tecnoCgicaComo j comentamos, o desenvolvimento da cincia e da tecnologia

    tem ocasionado muitas transformaes na sociedade moderna com refle-xos nas reas econmicas, polticas e sociais.

    Normalmente, consideramos a cincia e a tecnologia os maiores propulsores de todas essas transformaes, pois proporcionam a evoluo do desenvolvimento do saber humano e do prprio homem. Portanto, de certa forma, damos muito crdito a esses dois fatores. E isso pode ser perigoso, porque muitas pessoas ainda possuem dificuldades em perceber que, por trs desses avanos, amplamente divulgados pela mdia, podem se esconder interesses polticos, sociais e econmicos.

    Vrios autores abordam o estudo das relaes entre cincia, tec-nologia e sociedade por duas abordagens principais, como j citamos no tpico anterior:

    com foco na C&T, onde existem duas variantes associadas a ela: a neutralidade da C&T e do determinismo tecnolgico. Neste foco, a C&T caracterizada com o seu avano prprio podendo ou no in-fluenciar a sociedade de alguma maneira.

    com foco na sociedade, com a tese fraca da no neutralidade, tam-bm denominada construtivismo, e a tese forte da no neutralidade. Neste foco, a C&T socialmente determinada.

    Foco na C&T Foco na SociedadeA C&T avana contnua, linearmente e sem mudana, seguindo um caminho prprio.

    O desenvolvimento da C&T no provm do seu interior, e sim influenciado pela sociedade.

    A C&T no influencia a sociedade (neu-tralidade da C&T).

    As caractersticas da C&T so social-mente determinadas (tese fraca da no neutralidade).

    A C&T determina o desenvolvimento econmico (determinismo tecnolgico).

    Devido sua funcionalidade, ela inibe a mudana social (tese forte da no neu-tralidade).

    Tabela 1 Diferentes abordagens no estudo das CTS (DAGNINO, 2011).

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    Tecnocincia um conceito que tem sido bastante usado no campo de estudo da cincia e tecnologia; retrata o contexto social

    e tecnolgico da cincia. Principalmente depois do perodo da Segun-da Guerra Mundial, a comunidade cientfica se viu forada a distinguir o que era cincia e o que era tecnologia. Como vimos, a cincia confundida com a tecnologia, porm so distintas. Na prtica, im-possvel separ-las, pois o desenvolvimento e o progresso de cada uma residem na sua cooperao mtua. Dessa forma, precisam ser tratadas como uma unidada, a tecnocincia!

    A evoluo social, cientfica e tecnolgica trata das questes envolvendo estes termos e, principalmente, da relao deles com o impacto da C&T na sociedade. interessante abordar estas questes envolvendo tambm valores ticos, estticos e culturais existentes na tecnologia.

    C.4 NeutraCidadeA ideia da neutralidade na C&T nasceu juntamente com a prpria

    cincia, no sculo XV, em oposio ao pensamento religioso, marcante na poca. O pensamento religioso era considerado obviamente no neutro, porque exercia grande influncia na realidade social.

    O Iluminismo foi um dos primeiros movimentos que questionaram o pensamento religioso e abordaram o assunto neutralidade. O positivismo, movimento que j foi citado anteriormente, contribuiu para reforar a neutra-lidade. O positivismo aceita que a subjetividade deve estar dentro dos limites da objetividade e, da forma como prega, aceita a realidade do jeito que ela e assim refora que a cincia uma expresso de uma verdade absoluta.

    A ideia da neutralidade aceita que a C&T no se relaciona com o contexto no qual ela gerada. Alm disso, ficar longe deste contexto um objetivo e uma forma de se fazer cincia corretamente. Outra coisa realmente isolar a C&T da sociedade. Dessa forma, existe uma impossibi-lidade da percepo dos interesses da sociedade e seu envolvimento com o desenvolvimento da C&T, indeterminando assim a sua trajetria.

    Portanto, essa ideia leva a um contexto em que no possvel o de-senvolvimento alternativo de uma C&T que esteja num mesmo ambiente. Quer dizer, a C&T nica. Qualquer diferena: geogrfica, cultural, tica e outras fica em segundo plano e deveria ser adaptvel C&T. Sendo as-sim, as contradies seriam resolvidas de uma maneira natural por meio

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    de caminhos apontados pela prpria cincia e atravs de conhecimentos e tcnicas que se acumulariam com o passar do tempo e que acabariam por superar os antigos sem que fossem colocados em questo a ao e os interesses da sociedade no processo inovador.

    Portanto, por meio deste ponto de vista, a cincia e a tecno-logia no so nem boas nem ms, so neutras. A sua evoluo seria o resulta-do de um desnivelamento que aumentaria com o passar do tempo, numa progresso, e numa descoberta contnua e frequente da verdade e desta forma nica, universal, e que fosse compat-vel com o progresso.

    Logo, a neutralidade uma teoria na qual a cincia imparcial, es-tabelecida e feita por observaes simples, por fatos e experimentaes a fim de se obterem concluses cientficas.

    Porm, como j abordamos brevemente, o cientista est sujeito a um contexto no qual so inseridas as suas concepes polticas, religiosas e filosficas, consciente ou no, para poder gerar a cincia, e no somente por meio de observaes.

    C.5 O determinismo tecnoCgicoDe maneira geral, o determinismo tecnolgico uma suposio de que

    os novos avanos tecnolgicos, sejam eles conceituais ou fsicos, como os sistemas computacionais, gadgets mveis etc, seja um meio de comunicao, afetam a vida das pessoas de alguma forma.

    Por exemplo, vamos supor que um determinado cliente liga para o call center de sua operadora de cartes de crdito.

    O cliente se identifica e diz ao atendente que possui um determinado problema e gostaria de resolv-lo o mais breve possvel.

    Veja se voc j passou por esta situao:O atendente ento responde que no pode fazer nada, pois o problema

    que gerou a reclamao do usurio no foi gerado pelo atendente, e sim pelo sistema. E pior: pede ao usurio que ligue mais tarde porque o sistema, que gerou o problema, est fora do ar e nada pode ser feito naquele momento!

    Conexo:

    Abaixo apresentamos alguns links interessantes para voc entender um

    pouco mais sobre a neutralidade da cincia:http://www.mindmeister.com/pt/248053930/neutra-lidade-cient-fica. Esse link mostra um mapa mental a respeito da neutralidade. muito interessante!

    https://www.youtube.com/watch?v=WMhyK4t473U. Esse vdeo mostra quanto a cincia pode ser usada

    para o bem ou para o mal.https://www.youtube.com/

    watch?v=afmqmxinT2Y. Um vdeo bem humorado a respeito da metodologia

    cientfica.

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    Esta situao muito comum, no ?Como pode o homem criar mquinas e sistemas para uma finalida-

    de particular e limitada e estes controlarem e mudarem nossos hbitos e formas de pensar e agir? Isto o determinismo tecnolgico! Neste caso, o sistema tem vida prpria? Por que no pode ser feito nada?

    claro que so perguntas exageradas, pois o atendente muitas vezes no tem mesmo poder ou autonomia, mas uma situao bem caracters-tica, onde ficamos totalmente dependentes de uma mquina.

    Alis, por trs de qualquer mquina ou sistema existir sempre a participao humana, o responsvel intelectual por t-la criado, inclusive com as falhas as quais so de responsabilidade de seus criadores.

    Figura 2 A juno entre a tecnologia e a participao humana.

    Ainda para ilustrar o determinismo tecnolgico, vamos observar um pouco nossa sociedade. Podemos notar que existem muitas pessoas que esto cada vez mais isoladas e, de uma certa maneira, o aparecimento e a popularizao da Internet acentuou este comportamento.

    A Internet, de fato, facilita muitas coisas: o trabalho em casa, a co-municao entre pessoas distantes por meio de voz e vdeo, solicitar ser-vios e produtos sem sair de casa e receb-los dentro de um prazo deter-minado, porm isso tem tornado as pessoas mais individualistas, de modo que o contato fsico passa cada vez mais a ser virtual.

    Porm, segundo os autores em que estamos nos baseando para este captulo, a Internet apenas acentuou um comportamento de individualiza-o que j era histrico. A Internet apenas um reflexo da modernidade neste caso, ou, usando os termos que temos estudado, a tecnologia seria apenas mais um fator que estimula essa tendncia individualista.

    Ainda usando o ciberespao como exemplo, perceba o cresci-mento acelerado dos comunicadores pessoais. H alguns anos era o ICQ,

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    depois o MSN e agora temos os comunicadores das redes sociais como o Facebook Messenger e via telefone celular o Whats App, que, alis, per-tence ao Facebook. O Facebook percebeu o tamanho sucesso deste aplica-tivo que comprou a empresa que o desenvolvia.

    No uso desses comunicadores, at mesmo a linguagem empregada nos dilogos nova, cheia de abreviaturas e neologismos. Para os deter-ministas, toda essa tecnologia est, na verdade, acabando com a estrutura da linguagem e do idioma. Para os no deterministas, a linguagem dos comunicadores s estaria envolvida neste ambiente, uma vez que na vida real no afetaria o idioma atual.

    Porm, neste caso, existem outros problemas para serem acrescenta-dos na situao: existem problemas na educao e problemas sociais que, somados extrema liberdade desses comunicadores e forma de escrita, acabam por endossar a deturpao do idioma.

    De maneira geral, cada tecnologia possui sua linguagem, sua pro-posta e seu objetivo. Para finalizar este exemplo, no podemos negar que os meios de comunicao tm influncia na forma e no contedo nas mensagens e, no considerar isso, ignorar um processo de modernizao existente. Porm, tambm no possvel culpar a tecnologia como a nica responsvel pelas mudanas que h no mundo.

    C.6 A associao em redeA viso que tem ganhado destaque nos estudos sobre cincia, tecno-

    logia e sociedade a chamada associao em rede.A sociedade atual tem experimentado o intenso uso das redes de

    relacionamentos. E isto no vem apenas da Internet, aparece em vrios aspectos da sociedade moderna. claro que as redes sociais digitais cor-roboram para esta afirmativa, mas, como citado, possvel ver o aumento das relaes inter-pessoais em vrios mbitos da sociedade.

    A associao em rede, por sua vez, prega que a tecnologia est inserida e associada a esta rede de relacionamentos. Neste caso, no apenas as pessoas esto envolvidas, mas atores no humanos tambm. Portanto, ampliam-se a atuao da tecnologia e suas mudanas. Vrios elementos da sociedade pas-sam a ser envolvidos, como, por exemplo, o campo tcnico, o cientfico, o econmico, o poltico, militar e o organizacional. Estes elementos, ento, se associam em redes para a construo de elementos tecnolgicos.

    evidente que as novas tecnologias fizeram surgir muitas possibi-lidades para a anlise de redes sociais e, consequentemente, redes de co-

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    laborao. O advento da Internet de fato o elemento mais significativo. As comunidades virtuais que so formadas so promovidas com suporte tecnolgico valendo-se de elementos tcnicos.

    Segundo REIS (2008), a associao em rede uma viso pela qual a tecnologia vista inserida numa rede de relaes, na qual concorrem os diferentes aspectos da vida em sociedade, tendo como protagonistas diferentes atores, que se movimentam em redes, movidos por interesses especficos.

    Atualmente, temos percebido a proliferao das redes sociais. No trabalho dos autores da figura 4, as redes sociais so analisadas como forma de colaborao cientfica. Uma rede social atualmente pode ser definida como uma estrutura social constituda de pessoas ou mesmo or-ganizaes ligadas por um ou vrios tipos de conexes que compartilham objetivos comuns.

    Figura 3 Representao dos ns de uma rede social

    A anlise das redes sociais uma tcnica importante na anlise da sociologia moderna. um conceito antigo, proveniente do sculo passado, porm que tomou grande proporo no final do sculo XX e tambm passou a ser observada por meio de outro paradigma pelas cincias sociais.

    A figura geomtrica que a rede acaba tendo, como mostrado na figura 3, um grafo. O grafo uma estrutura que possui muitos estudos

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    e algoritmos de percursos. Um deles possibilita o clculo da distncia de cada n, ou de cada participante da rede, ou da determinao do ponto central.

    BALANCIERI, BOVO, et al. (2005) contriburam com um trabalho que resultou na figura 4. Esta figura mostra um quadro com as perguntas feitas pelo estudo e autores que possuem pesquisas para respond-las. Estas perguntas, como podemos perceber, esto relacionadas com a trade cincia, tecnologia e sociedade, de que estamos tratando neste captulo aliada com a questo das redes sociais e colaborativas.

    Desse modo, percebe-se que as TICs podem vir a ser uma base para o desenvolvimento de sistemas em vrias reas de interesse para as redes sociais.

    Autores Questes de interesse s TICsMEDOWS; OCONNOR, 1971

    O que cooperao cientfica? Caracteriza-se por traba-lhos cooperativos identificados por artigos coassinados

    SUBRAMA NYAM, 1983

    O que caracteriza uma coautoria em um artigo? H uma variedade de formas de colaborar.

    LUUKONE N ET AL., 1992

    Por que pesquisadores colaboram? Fatores cognitivos, eco-nmicos e sociais, com diferenas por reas do conhecimento.

    KATZ, 1994O que influencia a formao de redes? Exemplo: padres de financiamento das agncias e necessidade de comparti-lhar equipamentos tambm influenciam a formao de redes.

    WEISZ; ROCO, 1996O que uma rede? concebida como uma coeso tnue com diferentes indivduos ou grupos conectados por vnculos de diversas naturezas.

    KATZ; MARTIN, 1997

    Como se comportam os vrtices da rede? O grau de coo-perao varia com a natureza do trabalho (experimentalistas cooperam mais que tericos).

    NEWMAN, 2000O que uma rede? Rede definida como conjunto de pessoas ou grupos com conexes originadas por diferentes formas de relacionamento social.

    Figura 4 Principais concluses sobre os estudos de redes sociais, sob a tica das possibilidades das TICs (BALANCIERI, BOVO, et al., 2005).

    Uma vez que obtemos os conceitos e relacionamentos entre cincia, tecnologia e sociedade e alguns dos muitos elementos que so usados para estud-las, vamos desenvolver algumas atividades.

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    Atividades

    01. Faa uma breve pesquisa sobre a formao da cincia moderna. Voc vai encontrar referncias que mostram que apareceram formas de conheci-mento que se diferenciavam do conhecimento tradicional da Idade Mdia. Tente escrever quais caractersticas da cincia moderna permanecem at nossa poca.

    02. Pesquise a neutralidade da cincia, assunto que vimos neste captulo. Escreva um texto argumentando contra ou a favor da neutralidade da cin-cia, respondendo seguinte pergunta: a busca do conhecimento indepen-dente de interesses pessoais, econmicos e polticos ou procura atender a objetivos especficos? O que voc acha disso?

    03. Explique as implicaes da viso de neutralidade da cincia na rela-o entre cincia e sociedade.

    04. Procure na Internet a palavra tecnologia. O que voc encontrou? Liste os trs primeiros links e faa um resumo do que eles contm sobre tecnologia. Eles possuem alguma relao entre si?

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    05. Vamos fazer uma experincia. Pense em um perodo do seu dia (ma-nh, tarde ou noite) e com quais tecnologias voc interage. Depois, imagi-ne esse mesmo perodo sem as tecnologias s quais voc est habituado a usar e escreva um texto explicando.

    06. Escreva um breve texto que responda seguinte questo: quais so as relaes entre a cincia, a tecnologia e a sociedade?

    RefCexoVimos que a ideia de neutralidade da cincia tem sua origem no

    modo de produzir conhecimento cientfico, que procurava identificar as leis que determinam o mundo, o que permitia que a sociedade pudesse controlar e transformar a natureza. De acordo com esse objetivo da cin-cia, de conhecer as leis de funcionamento da natureza para poder dominar os fenmenos naturais, as cincias naturais foram teis para o desenvol-vimento da sociedade industrial. Exemplificamos como os estudos da mecnica foram importantes para o desenvolvimento da navegao e da indstria do sistema capitalista. Entretanto, a cincia moderna deixou como herana uma forma de conceber o mundo na qual a sociedade se v separada da natureza e o progresso significa controlar e transformar a natureza. Tambm foi passada uma viso determinista, na qual a evo-luo social e econmica da sociedade resultado do desenvolvimento cientfico e tecnolgico. Mostramos que a cincia no neutra, isto , ela influenciada pelos interesses econmicos, polticos e valores de um determinado perodo. Disponvel em: .

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    Leitura recomendadaA ilha. Direo de Michael Bay. EUA: Dreamworks Distribution LLC, 2005.

    Na verdade, no uma leitura, e sim um filme. Nele mostrada uma situao na qual cientistas e empresrios criam clones humanos. O filme pode ser uma boa sugesto para se pensar a respeito dos limites da cincia e os impactos na sociedade.

    PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; BAZZO, W. A. O contexto cientfico-tecnolgico e social acerca de uma abordagem crtico-reflexiva. Disponvel em: . Acesso em: 17 maio 2014. Este artigo faz uma reflexo muito interessante a respeito de tecnocincia.

    Referncias

    BALANCIERI, et al. A anlise de redes de colaborao cientfica sob as novas tecnologias de informao e comunicao: um estudo na Pla-taforma Lattes. Cincia da Informao, v. 34, n. 1, out. 2005. ISSN 1518-8353.

    CAMARGO, O. Sociedade. Brasil Escola, 2014. Disponvel em: . Acesso em: 18 maio 2014.

    CHIBENI, S. S. O que cincia. Campinas, 2014. Disponvel em: . Aces-so em: 18 maio 2014.

    DAGNINO, R. Aulas. Instituto de Geocincias Unicamp, 2011. Disponvel em: . Acesso em: 19 maio 2014.

    EDITORA MELHORAMENTOS. Dicionrio Online Michaelis. Di-cionrio Online Michaelis, 2009. Disponvel em: . Acesso em: 18 maio 2014.

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    FONSECA, R. Cincia, tecnologia e sociedade. Rede de tecnologia social, 2010. Disponvel em: . Acesso em: 17 maio 2014.

    REIS, D. R. Gesto da inovao tecnolgica. 2. ed. So Paulo: Mano-le, 2008.

    No prximo capCtuCoNo prximo captulo, iremos discutir e conhecer temas bastante

    importantes para a nossa formao profissional. Trata-se do estudo da sociedade da informao e do conhecimento e seus impactos de maneira geral. At l!

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    Minhas anotaes:

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    A jornalista Sally Burch fez a seguinte per-gunta no livro Desafios de palavras: Estamos

    vivendo uma poca de mudanas ou uma mudana de poca?. Esta pergunta intrigante e serve para

    introduzirmos este captulo. A popularizao da Internet, a necessidade de estar o tempo todo on-line, o mercado nos

    induzindo a comprar os ltimos e mais modernos gadgets para permanecer on-line, as redes sociais digitais; enfim, uma

    onda de muita tecnologia que estamos vivendo. uma nova era da sociedade, e os termos sociedade da informao ou socieda-

    de do conhecimento acabam aparecendo naturalmente.Neste captulo, vamos estudar alguns tpicos desse assunto, o qual

    muito mais abrangente e detalhado na academia, e que aqui vamos ter uma noo desta interessante rea.

    Bons estudos!

    Objetivos da sua aprendizagemNeste captulo, vamos estudar os seguintes assuntos:

    definio de sociedade da informao e sociedade do conhecimento; sociedade em rede; modelos de sociedade da informao; reestruturao produtiva e sociedade; cadeias de negcio; OCDE;

    o livro verde.

    Voc se lembra?Voc j ouviu falar do Mosaic? Netscape? J ouviu falar do

    Archie? Webcrawler? Estes foram os primeiros grandes pro-dutos que os usurios utilizavam para acessar Internet e,

    certamente, foram os softwares que deram um grande impulso para a sociedade da informao da forma

    que conhecemos hoje.

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    2.C Definio de sociedade da informao e sociedade do conhecimento

    Antes de definirmos os termos sociedade da informao e sociedade do conhecimento, interessante conhecermos os conceitos de dados, in-formao e conhecimento.

    Segundo SETZER (2001), dado : (...) uma sequncia de smbolos quantificados ou quantificveis.

    Portanto, um texto um dado. De fato, as letras so smbolos quantificados, j que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por

    si s constituir uma base numrica (a base hexadecimal emprega tradicionalmente, alm dos 10 dgitos decimais, as letras de A a E). Tambm so dados fotos, figuras, sons gravados e animao, pois

    todos podem ser quantificados a ponto de se ter eventualmente di-ficuldade de distinguir a sua reproduo, a partir da representao

    quantificada, com o original. muito importante notar-se que, mes-mo se incompreensvel para o leitor, qualquer texto constitui um dado ou uma sequncia de dados (...)

    Ainda segundo o autor, dado uma entidade matemtica puramente sinttica, ou seja, os dados podem ser descritos por estruturas de represen-tao.

    Assim sendo, podemos dizer que o computador capaz de arma-zenar dados. Estes dados podem ser quantificados, conectados entre si e manipulados pelo Processamento de Dados.

    Podemos definir dado tambm como unidades bsicas a partir das quais as informaes podero ser elaboradas ou obtidas. So fatos brutos, ainda no organizados nem processados.

    J a informao seria: (...) uma abstrao informal (isto , no pode ser formalizada atra-vs de uma teoria lgica ou matemtica), que est na mente de algum, representando algo significativo para essa pessoa. Note-se

    que isto no uma definio, uma caracterizao, porque algo,

    significativo e algum no esto bem definidos; assumo aqui

    um entendimento intuitivo (ingnuo) desses termos. Por exemplo,

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    a frase Paris uma cidade fascinante um exemplo de informa-o desde que seja lida ou ouvida por algum, desde que Paris signifique para essa pessoa a capital da Frana (supondo-se que o

    autor da frase queria referir-se a essa cidade) e fascinante tenha a qualidade usual e intuitiva associada com essa palavra.

    Assim, a informao depende de algum tipo de relacionamento, avaliao ou interpretao dos dados.

    Veja tambm que informao e dado mantm relaes:(...) Se a representao da informao for feita por meio de dados, como na frase sobre Paris, pode ser armazenada em um computador. Mas, ateno, o que armazenado na mquina no a informao, mas a sua representao em forma de dados. Essa representao pode ser transformada pela mquina, como na formatao de um texto, o que seria uma transformao sinttica. A mquina no pode mudar o significado a partir deste, j que ele depende de uma pessoa

    que possui a informao. Obviamente, a mquina pode embaralhar os dados de modo que eles passem a ser ininteligveis pela pessoa que os recebe, deixando de ser informao para essa pessoa. Alm disso, possvel transformar a representao de uma informao de modo que mude de informao para quem a recebe (por exemplo, o computador pode mudar o nome da cidade de Paris para Londres). Houve mudana no significado para o receptor, mas no computador

    a alterao foi puramente sinttica, uma manipulao matemtica de dados. Assim, no possvel processar informao diretamente em um computador. Para isso necessrio reduzi-la a dados. No exemplo, fascinante teria que ser quantificado, usando-se por

    exemplo uma escala de zero a quatro. Mas ento isso no seria mais informao (...).

    Podemos agrupar dados isolados e torn-los consistentes ao se transformarem em informaes. Por exemplo, se tivermos um conjunto de dados que descreva a temperatura do ambiente num local, horrio e data, poderamos ter a seguinte relao:

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    15h10 Em Ribeiro Preto, SP,no dia 3 de fevereiro,s 15h10 estava umatemperatura de 24o.

    24oRibeiroPreto/SP

    Entrada(dados)

    Sada(informaes)

    ProcessamentoClassicar

    FiltrarOrganizar

    3 de fevereiro

    Assim, o conjunto de dados inicial foi organizado de maneira que faa sentido queles que o estiverem lendo. Isto os torna informao.

    No entanto, a representao no computador feita baseada nos da-dos. E como fica o conhecimento?

    Caracterizo conhecimento como uma abstrao interior, pessoal, de algo que foi experimentado, vivenciado, por algum. Continuando o exemplo, algum tem algum conhecimento de So Paulo somente se j visitou.

    Dessa maneira, o conhecimento precisa ser descrito por informaes.(...) A informao pode ser inserida em um computador por meio de uma representao em forma de dados (se bem que, estando na mquina, deixa de ser informao). Como o conhecimento no sujeito a representaes, no pode ser inserido em um computa-dor. Assim, neste sentido, absolutamente equivocado falar-se de uma base de conhecimento em um computador. O que se tem , de fato, uma tradicional base (ou banco) de dados. Um nen de alguns meses tem muito conhecimento (por exemplo,reconhece a me, sabe que chorando ganha comida, etc.). Mas no se pode dizer que ele tem informaes, pois no associa conceitos. Do mesmo modo, nesta conceituao no se pode dizer que um animal tem in-formao, mas certamente tem muito conhecimento. (...)

    A informao, segundo o autor, associa-se semntica, enquanto o conhecimento est associado pragmtica, ou seja, algo existente no mundo real. Ento, ser que impossvel aos computadores manipularem

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    conhecimento? Ser que no h computadores capazes de armazenar tais conhecimentos?

    O termo sociedade da informao surgiu na dcada de 1970, nos EUA e Japo, a respeito do que seria a sociedade ps-industrial e quais seriam suas caractersticas principais.

    O conceito da sociedade da informao e do conhecimento tambm aparece com os evidentes avanos das tecnologias de informao e da comunicao.

    Uma das caractersticas mais marcantes deste conceito a partici-pao dos indivduos e sua integrao e adaptao s novas tecnologias. Portanto, como consequncia, surge deste tipo de ambiente uma necessi-dade muito grande de desenvolver habilidades para controlar e armazenar dados, e a capacidade de criar combinaes e aplicaes da informao.

    A sociedade da informao e do conhecimento est baseada em uma rede dinmica de relacionamentos na qual a compreenso e a interveno humanas extrapolam o ambiente natural e cultural e entram no ambiente do ciberespao.

    No ciberespao, os relacionamentos sociais so ampliados e reali-zados por meio de vrios recursos de tecnologia: imagem, som, vdeo etc. Mesmo distantes, os indivduos so compensados com a rapidez da inte-rao e da informao em mquinas cada vez mais modernas e cheias de recursos. Atualmente, os smartphones e tablets tm ampliado ainda mais o alcance da rede. Com estes equipamentos mveis e a facilidade de aces-so Internet, os limites territoriais passam a no existir. Porm, o acesso s informaes e a produo de conhecimentos delimitam outro tipo de fronteira: a digital.

    As novas tecnologias fazem parte da nossa vida de uma maneira muito presente tanto no campo individual quanto no campo da estrutura econmica e social. Como exemplo, o conhecimento um fator de produ-o. Isto ocorre porque a automao fez com que a informao tenha sido transformada em matria-prima no processo de produo e manufatura de bens e servios. Neste processo, a manipulao da informao ocorre por meio da insero, remoo e atualizao dos contedos para buscar resul-tados eficientes desse modo.

    Portanto, observa-se que a qualificao no est mais limitada execuo de tarefas, pois isto foi automatizado, ento novas capacidades e qualificaes so exigidas da sociedade para a insero de profissionais neste novo ambiente de produo. Neste novo ambiente, foram atribudos

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    outros valores s ideias e sua concretizao. O conceito de capital intelec-tual, da dcada de 1980, aparece como uma forma de mostrar e reforar estes recursos intangveis.

    O capital intelectual pode ser quantificado e qualificado por meio do capital humano, o qual medido por meio do nvel de qualificao, de habilidades e conhecimentos e capacidade de gerao de ideias de cada indivduo.

    Assim, como consequncia desse novo ambiente, as empresas perceberam a necessidade de valorizao do capital humano porque as inovaes no eram mais conseguidas por meio de equipamentos e de tec-nologia, e sim por meio da capacidade e habilidade humanas de estruturar ideias e fabricar conhecimento.

    Portanto, somente a tecnologia no garante a produo de informa-es e conhecimentos. Neste novo contexto, existem mltiplas informa-es acessveis em um curto perodo de tempo que, ao serem manipuladas e interpretadas, tendem a gerar conhecimentos.

    Esta interpretao identifica as inter-relaes do significado existen-te em cada informao e quais os impactos ao ambiente ela pode causar. As caractersticas e necessidades da sociedade da informao mostram que na sua estrutura existe alm, do consumo de tecnologia, o acesso s novas formas de relacionamentos sociais e aos novos meios de produo.

    2.2 Sociedade em redeNa dcada de 1990, o socilogo espanhol Manuel Castells escreveu

    a trilogia Sociedade em rede A era da informao: economia, sociedade e cultura. Neste livro, o autor prope que, a partir das dcadas de 60 e 70, um novo mundo comea a surgir no qual a sociedade, economia e cultura esto inter-relacionadas devido tecnologia, aparecendo assim uma socie-dade em rede, tambm chamada de sociedade informacional.

    A economia interdependente a nova caracterstica desse novo mundo, onde vrios pases passaram a desejar fazer parte do crescimento na produo e no comrcio. Essa participao teve sucesso por causa das tecnologias. A economia global fez com que surgissem regras econmicas comuns no mundo todo.

    Segundo Castells, existe uma redefinio nas relaes produtivas de poder e experincia no meio dos trs pilares (economia, sociedade e cultura). As relaes de produo foram transformadas em uma forma de

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    capitalismo informacional e, para que elas sejam entendidas, faz-se neces-sria a anlise do processo produtivo, do trabalho e do capital.

    Segundo Castells, a sociedade em rede est baseada em uma sociedade em que as estruturas sociais e as atividades principais esto organizadas em torno das redes de informao eletronicamente processadas. A sociedade em rede se caracteriza pela globalizao das atividades econmicas decisivas e sua organizao em redes; pela flexibilida-de e instabilidade do trabalho, bem como por sua individualizao; pela chamada cultura da virtualidade real e pela transformao das bases materiais da vida: o espao e o tempo mediante a consti-tuio de um espao de fluxos e de um tempo atemporal

    CASTELLS (1999) prope trs modos de desenvolvimento que possuem os elementos especficos para o aumento da produtividade:

    agrrio: sua resultante o aumento de trabalho e de terra; industrial: seu desenvolvimento resulta de novas fontes de energia na

    produo e na circulao de produtos; informacional: sua origem de produtividade est nas tecnologias de

    gerao de: conhecimento; processamento de informao; comunicao de smbolos.

    Segundo CASTELLS (1999), o uso dessas tecnologias passou por trs fases: a automao de tare-fas, a experincia e a reconfigu-rao de aplicaes.

    A primeira e a segunda fases (automao de tarefas e experincia) se baseavam no aprendizado pelo uso, isto , o conhecimento era adquirido pelo tempo de trabalho em determina-do produto.

    Para a terceira fase (reconfigurao de aplicaes), o aprendizado gerenciado pela

    Conexo:

    https://www.youtube.com/watch?v=kXyGmZablp0. Esse vdeo tra-

    ta da revoluo da tecnologia da informao e baseia-se no livro de Manuel Castells.

    https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo. Nesse vdeo, o doutor em sociologia Marcos Troyjo

    fala sobre a integrao do homem era digital.https://www.youtube.com/watch?v=WuHQjrPnRtA.

    Nesse vdeo, podemos ouvir o prprio Manuel Castells falar sobre a colaborao pela Internet.

    Encontra-se em espanhol porm de fcil compreenso.

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    elaborao, na concepo do conhecimento interagindo com o prprio co-nhecimento. A terceira fase permitiu o desenvolvimento de novas aplica-es, que podiam ser implementadas com maior rapidez, isso fez com que os usurios se apropriassem da tecnologia, compreendendo melhor seus fundamentos e a capacidade de traduzi-las para seu cotidiano.

    A sociedade em rede tambm permitiu a constituio de novas for-mas de comunicao medida que as possibilidades de novos conheci-mentos e aplicaes evoluam abrindo novos horizontes profissionais.

    Como exemplo, temos a combinao das redes sociais e de seus meios de comunicao que esto moldando as organizaes e as estruturas importantes em todos os seus nveis: individual, organizacional e social.

    Temos tambm uma lgica prpria desse trabalho em rede, em que alteramos bastante os conceitos das operaes e dos resultados nos pro-cessos de produo. Pode-se afirmar que as redes transformaram-se em um modelo de comunidade na sociedade atual.

    Segundo CASTELLS (1999):O tema das comunidades ventilado, mas tambm delicado e le-vanta todo tipo de suspeitas, ironias e perigos. A verdade que a Internet apenas um instrumento que estimula, e no muda, certos comportamentos; ao contrrio, o comportamento que muda a In-ternet

    E ainda acrescenta:A sociabilidade est se transformando em nova maneira de relao pessoal, por meio da qual se formam laos eletivos diferentes da-queles formados no trabalho ou no ambiente familiar, como andar de bicicleta ou jogar tnis.

    Hoje muito comum encontrarmos pessoas que fazem parte de al-guma rede social como o Facebook, Twitter, Linkedin e outras. E isto tem feito o conceito de redes sociais se modificar atualmente sob diferentes perspectivas. A proliferao das redes sociais e sua popularizao macia resultado de vrios avanos na rea de TI, tanto na parte de software, quanto de hardware e redes.

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    Numa rede social, observamos as diversas possibilidades que po-dem ser compartilhadas, como:

    informaes e conhecimento; interesses; aes para alcanar objetivos comuns etc.

    A estrutura de uma rede social formada por pessoas e organizaes conectadas atravs de algum tipo de relao ou interesse, possibilitando o compartilhamento de valores e objetivos em comum.

    Mas tambm necessrio entender que uma rede social possui siste-mas abertos, podendo simplesmente, de uma hora para outra, desmanchar rapidamente os relacionamentos no hierrquicos de uma rede virtual.

    Em uma sociedade em rede nem tudo funciona ou trabalha de forma correta, pois tambm possui suas vantagens e desvantagens:

    Vantagens: o uso das redes possui efeitos benficos quando abre por-tas para:

    aprendizado; interao social ou profissional; criao de redes de contatos; exposio positiva da imagem; divulgao de trabalhos, conhecimentos, produtos ou ideias; trocas de opinies e compartilhamento de diferentes vises so-

    bre um mesmo tema; mobilizao social, e outros

    Desvantagens gerar uma exposio exagerada ou negativa; facilitar crimes como pedofilia ou estelionato; compulso; reduo na produtividade durante o trabalho; ser levado a cometer atos insanos como por exemplo agendar

    manifestaes violentas; trocar informaes relacionadas com crime digital;

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    2.3 ModeCos de sociedade da informaoSegundo POLIZELLI e OZAKI (2009), existem trs modelos de

    sociedade da informao resultantes do que foi estudado at aqui sobre o assunto: o modelo americano, com foco no mercado; o modelo europeu, baseado nas instituies; e o modelo asitico, que privilegia as cadeias de negcios.

    Os Estados Unidos foram o primeiro pas a avanar na rea de computao, principalmente durante e aps a Segunda Guerra Mundial, e tambm a rea de negcios, representada por hardware e software. Devido a isso, os EUA se transformaram na principal referncia da sociedade da informao para os modelos de negcio desse segmento.

    Alm disso, foi nos EUA que houve os primeiros desenvolvimentos relacionados com a comunicao entre os computadores, como as redes, posteriormente a Internet e os sistemas de computadores pessoais.

    O modelo americano passou por algumas eras: a era do papel, a era do sistema de computao em massa e a era do computador.

    A era do papel mostra a importncia do conhecimento desde a poca da colonizao pelos peregrinos no sculo XVII. Nesta poca, comeou a ser desenhado um dos grandes valores da administrao pblica daquele pas: a governana por meio de informaes escritas e publicadas.

    Nesse perodo que o conhecimento comeou a ser relacionado com as pessoas. Somente um cidado bem-informado fazia parte da elite, e o conhecimento residia no que era impresso: nos contratos, nos acordos e de-mais atividades de pessoas relacionadas com a igreja, advogados e mdicos.

    Durante a Guerra de Independncia,vrios planfetos eram usados para informar as pessoas a respeito do andamento das aes dos envolvidos.

    Em razo da educao e das atividades relacionadas, nos EUA, serem bem desenvolvidas, isso propiciou o desenvolvimento de uma grande rede de bibliotecas pblicas, aumentando assim a rede de conhecimento. Como consequncia, a imprensa tambm teve avanos e, por causa da crescente necessidade de comunicao, os correios e telgrafos tambm passaram a ter maior importncia.

    Conforme a sociedade e as atividades em geral evoluam, questes como a proteo dos direitos autorais comearam a aparecer. Ainda na rea legal, tambm apareceu um conjunto de leis para proteo de encomendas que eram enviadas pelo correio, surgindo tambm um sistema de catlogos e compras a distncia. Empresas como a Sears resultaram desse processo. A

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    Sears hoje uma grande loja de departamentos e, desde aquela poca, de-senvolveu uma grande rede de comunicao, informao e logstica.

    De 1850 a 1870, ocorre a Segunda Revoluo Industrial no pas, ala-vancando assim um grande crescimento econmico relacionado principal-mente com o desenvolvimento da indstria blica, da indstria editorial e da mecnica.

    Durante as guerras, foi desenvolvida uma rede de coleta de infor-maes que contribuiu para a cultura de valorizaes dos registros, contri-buindo para a expanso das empresas, gerando a criao de monitoramen-to do sistema de inovaes.

    Alguns dos inventos mais importantes do sculo XIX apareceram nos EUA por meio dessa infraestrutura que foi criada ao longo do tempo. Os inventos eram protegidos por patentes e esto exemplificados nas figu-ras a seguir.

    Figura 1 Carto perfurado

    Figura 2 Mquina analtica

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    Figura 3 Fotograma e cinema

    Figura 4 Maquina de escrever

    Uma vez que o sistema de patentes provocou uma exploso de in-venes, apareceu ento a era da comunicao em massa.

    Outras invenes tambm contriburam para a acelerao das co-municaes, principalmente com o uso da eletricidade. Invenes como o fongrafo, telefone, computador, a luz eltrica residencial, o rdio e a televiso aceleravam cada vez mais o acesso informao.

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    As invenes ampliaram muito a velocidade das comunicaes dos negcios e comeavam a dar uma face mais prxima a que conhecemos por escritrios e empresas.

    O desenvolvimento do computador nos Estados Unidos abre uma nova abordagem estratgica de implantaes de tecnologias inditas com incio nos anos 1920.

    Sendo assim, uma nova era passa a ser concebida: a do computador.Os projetos militares foram os maiores patrocinadores da indstria

    da computao e os pioneiros no que chamado de modelo de gesto de TI com base em encomendas.

    Em 1950, o modelo de negcios com base no mercado foi adotado por essa indstria, em particular nos escritrios para a parte de produo, contabilidade e finanas.

    Em 1952, a GM instalou o primeiro computador para o controle de operaes comerciais.

    Nos anos 50 e 60, as aplicaes para computador de grande porte, os mainframes, sustentam o seguimento de software e assim um novo tipo de negcio gerado, o de comercializao de tecnologias.

    A constatao de que essa cadeia de negcios seria irreversvel le-vou as empresas e universidades, com o apoio do governo, a organizar a ARPANET, que foi a precursora da Internet como conhecemos hoje.

    Os resultados desse novo tipo de negcio comeam a aparecer em vrias inovaes: o ATM (Auto Teller Machine caixa eletrnico) na rea bancria, o POS (Point Of Sale ponto de venda) e a automao.

    Em 1971, quatro supercomputadores localizados em universidades americanas permitiram a troca de informaes entre os cientistas.

    Em 1987, o NSF (National Science Foundation) assume a responsa-bilidade de manter o backbone dessa rede.

    Foi o pontap incial da World Wide Web, ampliando toda essa rede com a escala global.

    Em 1993, criado o navegador Mosaic, pela Universidade de Illi-nois, tornando possvel o acesso Internet, levando a um crescimento exponencial do nmero de computadores conectados rede.

    Outra inovao, decorrente da Internet, o e-Governmebt (governo eletrnico), o qual disponibiliza informaes para os cidados, de docu-mentos, estatsticas e servios em geral.

    Os grandes laboratrios passam a contar com um ambiente de inter-cmbio digital.

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    E com a consolidao da indstria de TI no mundo, as pesquisas se orientaram para produtos e solues especficao, ampliando os estudos voltados para as tecnologias bsicas e os fundamentos de negcios.

    Entre os modelos de sociedade da informao, o americano o que mais se destaca. Sendo assim no iremos nos aprofundar nos modelos asi-tico e europeu.

    2.4 Reestruturao produtiva e sociedade da informao

    A era do computador, apesar de ter sido uma poca produtiva e po-sitiva, teve seus impactos crticos nos anos 1980 e 90, principalmente na economia, no emprego e nos processos trabalhistas. Isso ocorreu porque o uso da tecnologia da informao atuou diretamente em alguns processos como o redesenho da produo em massa e introduziu novas formas de organizao da produo e dos mercados de trabalho devido globaliza-o.

    Alguns autores chamam esse paradoxo de Reestruturao produ-tiva. Esse conceito tem relao com as novas formas de organizao da produo possibilitada pelas TICs.

    Alguns autores mostram que as organizaes perceberam duas es-tratgias para o uso das novas tecnologias a fim de reestruturar a produ-o:

    a primeira estratgia privilegiou o emprego da tecnologia sobre as relaes de trabalho;

    a segunda estratgia foi marcada por uma abordagem de reduo dos riscos, em que a ideia seria o de combinar o uso dos equipamentos com novas relaes de trabalho mais horizontais, voltadas para a tro-ca de informaes entre departamentos.

    2.5 Cadeias de negcioJ mencionamos as cadeias de negcio anteriormente, e no pode-

    mos deixar de trat-las sem falar do capitalismo americano.Uma grande fora do capitalismo americano o esprito empreen-

    dedor de seus executivos, que so permanentemente encorajados a inves-tir e a competir nas mais diferentes reas da economia, fazendo com que alguns negcios assumam propores inditas.

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    A rea de tecnologia da informao e comunicao (TIC) oferece grandes oportunidades de crescimento sustentvel e competitividade para as empresas.

    Entretanto, a tecnologia por si s, sem alinhamento estratgico com o negcio, no faz sentido. Introduzir novos artefatos de har-dware e software no garante aumento de produtividade do pessoal e melhoria de processos. Para que as iniciativas de tecnologia tenham sucesso, necessrio estabelecer uma linguagem comum e definir um mapa unificado entre o negcio e a TIC. Uma forma de buscar esse alinhamento e demonstrar o valor das iniciativas de TIC utilizar uma matriz de valor focada em duas dimenses: criticidade do empreendi-mento e prtica de inovao.

    Existem trs questes polmicas sobre tecnologia da informao e comunicao:

    1. A TIC muda realmente os conceitos bsicos da estratgia de gesto?

    Tecnologia e negcio so de naturezas diferentes. Enquanto a tecno-logia avana rapidamente, as prticas de negcios evoluem de forma mais lenta e so mais estveis.

    2. A TIC gera efetivamente novos benefcios e vantagens compe-titivas para as empresas?

    Gira em torno da discusso sobre como medir o retorno de investi-mento das iniciativas de TIC nas reas de negcios.

    3. A disseminao da tecnologia no transforma a TIC numa commodity (mercadoria), que desta forma reduz sua importncia re-lativa?

    Essa questo polmica e a que mais contribui para que a TIC tenha uma imagem de uma rea para suporte aos negcios, sem muita importncia estratgica relativa. Se a rea de tecnologia reativa (casual) s solicitaes das reas de negcios, sempre teremos a impresso de que as solues so uma commodity (mercadoria), mesmo que essa soluo introduza inovaes tecnolgicas (novas formas de tecnologia).

    Devido ao sucesso do modelo de capitalismo americano, muitas so-ciedades vm adotando esse padro, do qual o Brasil faz parte.

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    Democracia representativa a forma de

    exercer o poder poltico por meio de representantes eleitos pela populao.

    Economia de livre mercado uma forma de prtica da economia quando existe pouca ou

    nenhuma interveno dos governos. Neste caso, todas as aes econmicas e individuais respei-tam a transferncia de dinheiro, bens e servios voluntariamente. Porm, quando h contratos

    voluntrios, o cumprimento obrigatrio. A propriedade privada protegida pela

    lei e ningum pode ser forado a trabalhar para terceiros.

    No geral, baseia-se em redes de negcios de grandes empresas lde-res em parceria com universidades para desenvolvimento de projetos.

    Seu foco passa a ser no cliente e os produtos e servios, a serem adequados a esse cliente e aos seus desejos.

    Tambm temos a inovao como a mola-mestre nesse modelo, em que fornecedores e empresas lderes se aliam em cadeias de negcios para consolidar posio no mercado.

    2.6 OCDEA OCDE (Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Eco-

    nmico) uma organizao com sede em paris que agrega 34 pases que adotam os princpios da democracia representativa e da economia de livre mercado.

    A OCDE sucede uma outra organiza-o chamada OECE (Organizao Europeia para a Cooperao Econmica), que foi formada em 1947 com o objetivo de sustentar o Plano Marshall aps a Segunda Guerra Mundial.

    A OCDE , na ver-dade, um frum entre os pases participantes que fo-menta polticas pblicas en-tre os pases que apresentam os maiores IDHs (ndices de Desen-volvimento Humano). A organizao ajuda no desenvolvimento e na expanso econmica dos pases partici-pantes para proporcionar aes que possibilitem a estabilidade financeira e o fortalecimento da economia global.

    A organizao possui um conselho formado por um representante de cada pas, alm de um representante da Comisso Europeia. A organi-zao no trata somente dos aspectos econmicos, mas tambm promove projetos nas reas social, ambiental, de educao e gerao de emprego. Entre os principais objetivos, esto:

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    promover o desenvolvimento econmico; proporcionar novos postos de emprego; melhorar a qualidade de vida; contribuir para o crescimento do comrcio mundial; proporcionar acesso educao para todos; reduzir a desigualdade social; disponibilizar sistemas de sade eficazes.

    Atualmente, os pases-membros so: ustria, Blgica, Dinamarca, Frana, Grcia, Islndia, Irlanda, Itlia, Luxemburgo, Noruega, Pases Baixos, Portugal, Reino Unido, Sucia, Sua, Turquia, Alemanha, Espa-nha, Canad, EUA, Japo, Finlndia, Austrlia, Nova Zelndia, Mxico, Repblica Checa, Hungria, Polnia, Coreia do Sul, Eslovquia, Chile, Eslovnia e Israel.

    A OCDE influencia o desenvolvimento da sociedade da informao por meio de fruns e congressos que estruturam as aes dos pases-membros.

    Quando a OCDE foi criada, a sociedade da informao atuava em qua-tro pontos devido ao contexto dos anos 1990, com a Internet se consolidando e com sua formao ligada a questes de infraestrutura, preos e regulao:

    Infraestrutura Recursos pblicos Governo Implementaes

    Bases dos modelos desociedade da informao

    Infraestrutura Recursos humanos Governo (legislao)

    1995 1997 1999

    Agncias pblicas Regulamentao

    Liderana institucional Rede de inovao

    Europa

    Liderana do setor privado Poltica das infovias

    EUA

    Redes de fornecedores Ao de fomento do Estado

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    Figura 5 Workshops da OECD e os modelos de sociedade da informao.

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    2.7 O Civro verde da sociedade da informao no BrasiC

    No Brasil, foi elaborado um documento chamado Livro Verde da Informao, como uma proposta para a sociedade da informao brasi-leira. O documento sofreu influncia da sociedade da informao ameri-cana e europeia daquele perodo.

    O objetivo do documento esclarecer os objetivos do projeto e apresentar uma proposta poltica, traduzindo uma oferta de desenvolvi-mento da informtica e da Internet no Brasil.

    Em 1991, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) criou o backbone brasileiro.

    Em 20 de dezembro de 1994, a Embratel lana um servio experi-mental para conhecer melhor a Internet.

    Em 1995, a Internet aberta ao setor privado no Brasil para a explo-rao comercial. A RNP fica responsvel pela infraestrutura bsica de inter-conexo e informao em mbito nacional, tendo o controle do backbone.

    Em 1999, lanado o Programa Sociedade da Informao (Sociin-fo), com o objetivo maior de integrar o desenvolvimento econmico e so-cial ao acesso s TICs e uso delas e promoo da incluso social por meio da incluso digital.

    O Livro Verde, em relao ao setor privado, assumia a nova econo-mia com base na economia de mercado, na globalizao e no comrcio internacional.

    A elaborao do Livro Verde estimulou alguns avanos, em particu-lar nas aes do governo eletrnico, Internet para pesquisadores e aumen-to da populao com acesso rede.

    Atividades

    01. O que so sociedade da informao e sociedade do conhecimento?

    Governo eletrnico, ou e-gov, consiste nas aes das TIC aliada ao conhecimento nos processos internos de governo e que so relacionadas com a entrega dos produtos e

    servios do governo para os cidados, indstria e demais componentes da sociedade.

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    02. Qual foi a contribuio de Castells e como ele a entende?

    03. Quais foram os trs modos de desenvolvimento propostos por Castells? Escolha um desses modos e explique-o?

    04. Onde se originou a base da crise, segundo Castells?

    05. O que voc entende por O modelo americano de sociedade da infor-mao?

    06. Leia A era do papel e elabore uma concluso sobre o assunto?

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    RefCexoVimos que, no modelo americano da sociedade da informao, do

    qual sofremos grande influncia, existiram algumas eras: era do papel, era da informao etc. Com base nisso e verificando que a tecnologia se desenvolve muito rpido, assim como a cincia, na sociedade, ser que no futuro teremos alguma outra grande mudana a tal ponto de caracteri-zar outra era? Qual seria esta nova era? E no estamos nos referindo nova era (new age)! Fica a dica para esta reflexo.

    Leitura recomendadaOs seguintes livros so bem interessantes e complementam os assuntos

    que abordamos neste captulo. LVY, P. A inteligncia coletiva. So Paulo: Loyola, 1998.LVY, P. Cibercultura. So Paulo: Editora 34, 1999.

    RefernciasCASTELLS, M. A sociedade em rede a era da informao. 10. ed.

    edio. Ed. Paz e Terra, 1999.POLIZELLI, D. L.; OZAKI, A. M. Sociedade da informao os de-

    safios da era da colaborao e da gesto do conhecimento. So Paulo: Saraiva, 2008.

    STAREC, C.; GOMES, E.; BEZERRA, J. Gesto estratgica da in-formao e inteligncia competitiva. So Paulo: Saraiva, 2006.

    SETZER, V.W. Os meios eletrnicos e a educao: uma viso alternativa. So Paulo: Editora Escrituras, Coleo Ensaios Transversais. V. 10, 2001.

    No prximo capCtuCoEstudaremos, no prximo captulo, sobre a revoluo digital e ex-

    ploraremos um pouco a Internet, negcios eletrnicos e outros assuntos relacionados. Observaremos que esses temas esto totalmente relaciona-dos ao que abordamos anteriormente: a sociedade da informao.

  • Cap

    CtuCo

    3 A Revoluo Digital

    A Internet foi criada no final da dcada de 1960. Na verdade, podemos

    dizer que foi a primeira verso da Internet, chamada de Arpanet, usada pelos militares. O

    que ns conhecemos por Internet ganhou propor-es maiores a partir da dcada de 90, com o advento

    da World Wide Web (www). Desde ento, nossas vidas mudaram.

    A Internet passou a ser usada como vitrine e lojas pelas empresas; passou a publicar imagens, vdeos, udios de uma

    maneira muito acessvel, de modo que ganhou a populao mun-dial. At mesmo pessoas comuns poderiam ter seu prprio site e

    publicar suas opinies, fotos e demais elementos pessoais de uma maneira muito rpida e prtica.

    As comunicaes ganharam outra proporo, apareceram os progra-mas de bate-papo. Esses programas demandaram novos recursos e hoje

    possvel ter voz, udio e vdeo pelo telefone, assim como tinha Dick Tracy nos quadrinhos a partir da dcada de 30 ou a tripulao da Star Trek, em Jornada nas Estrelas. ou no uma revoluo digital? Vamos estudar um pouco sobre isso neste captulo.

    Objetivos da sua aprendizagemNeste captulo, vamos estudar os seguintes assuntos: a Internet; negcios digitais;

    o conhecimento digitalizado; tecnologia onipresente.

    Voc se lembra?Voc sabe o que um protocolo? Como a Internet funciona?

    Quando foi a primeira vez que voc usou a Internet e para qual fim? Hoje voc a usa para qu? Pense nestas per-

    guntas.

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    3.C A InternetA Internet, assim como muitos elementos da Tecnologia da In-

    formao atual, provm de um projeto para a rea militar dos Estados Unidos. A ideia deste projeto era ter uma forma de comunicao entre as bases militares que fosse eficiente e infalvel a ataques nucleares.

    Na dcada de 1960, a Defense Advanced Projects Research Agency (DARPA) patrocinou um projeto para desenvolver uma tecnologia de rede que permitisse que pesquisadores, em vrias localizaes no pas, pudes-sem compartilhar informaes.

    Esta tecnologia tambm deveria ser resistente a falhas. O resultado deste projeto foi a ARPANET, lanada em setembro de 1969. A ARPA-NET conectava computadores em quatro localizaes:

    UCLA Stanford Research Institute UC Santa Barbara Universidade de Utah

    Nos anos que se seguiram, a quantidade de computadores conecta-dos cresceu de maneira bem rpida. Em 1972, foi introduzida a ferramenta de e-mail que se tornou a maior aplicao da rede. Em 1973, a ARPANET conectou-se University College of London, no Reino Unido, e ao Royal Ra-dar Establishment na Noruega, tornando-se internacional. Em 1986, a NSFnet (a grande rede da National Science Foundation) foi conectada ARPANET, e o resultado passou a ser conhecido como Internet. Com o tempo, diversas outras companhias se conectaram Internet (CAPRON e JOHNSON, 2004).

    Na arquitetura de funcionamento da Internet, os principais back-bones (circuito de transmisso de alta velocidade anlogo ao sistema de rodovias estaduais) conectam-se a redes regionais. Estas redes regionais, por sua vez, do acesso a provedores de servios, grandes empresas e ins-tituies pblicas. Os pontos de acesso Internet (NAPs Network Acess Point) e as Trocas de Internet Metropolitana (MAE Metropolitan Area Exchanges) so grandes Hub, em que o backbone intercepta redes regio-nais e locais e em que os proprietrios dos backbones se conectam uns aos outros (LAUDON e LAUDON, 2007).

    As pessoas se conectam Internet de duas maneiras: ISP (Internet Service Provider Provedor de servios de Internet):

    uma organizao comercial com conexes permanentes com a Inter-net e que vende conexes a assinantes.

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    Por meio de suas empresas, universidades ou centros de pesquisa que tenham domnios prprios.

    Domnionyu.edu

    LinhaT1

    Linhatelefnicacomum

    Hostregionais

    Domnioprovedor local

    Hostregionais

    POP3Mail

    SMTPMail

    Cliente IP Cliente IP

    Rede do campusResidncia

    Escritrios

    Hubs regionais (MAEs and NAPs)

    Backbone

    MAE

    Figura 1 Arquitetura da Internet LAUDON e LAUDON, 2007.

    A Internet baseia-se na pilha de protocolos TCP/IP. Todos os com-putadores recebem um IP nico (Internet Protocol), que representado por um nmero de 32 bits, com sries de 0 a 255, separadas por pontos. O endereo 64.233.164.104 pertence ao Google, por exemplo.

    Quando um usurio envia uma mensagem a outro usurio da Internet, a mensagem decomposta em vrios pacotes por meio do TCP. Cada pacote contm seu endereo de destino. Os pacotes so enviados a um servidor de rede, que encaminha para quantos servidores forem necessrios at que todos os pacotes cheguem ao destino e a mensagem seja remontada.

    Como vai voc? Servidores

    Gateway Gateway

    A B C

    A B

    C

    A B C

    A B C

    A B C

    A B C

    Bem, obrigado!

    X

    Y

    Z

    Bem, obrigado!X Y Z X Y Z

    Como vai voc?A B C

    Figura 2 Comutao por pacotesLAUDON e LAUDON, 2007.

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    Para os usurios de Internet, seria muito difcil guardar os endereos baseando-se apenas em nmeros. Devido a isto, foi criado o Sistema de Nomes de Domnio (Domain Name System DNS), que converte os en-dereos IP em nomes de domnios.

    O DNS possui uma estrutura hierrquica: no topo est o domnio raiz; no domnio de primeiro nvel, temos nomes com dois ou trs caracte-

    res, como .edu, .gov, e cdigos de pas, como .br, .uk, .ca etc; no domnio de segundo ,nvel temos duas partes designando o nome

    de primeiro nvel e o nome de segundo nvel; um nome de hospedeiro (host) na base da hierarquia indica um com-

    putador especfico da Internet ou na rede privada.

    Domnio-raiz

    edu

    expedia congressgoogle

    govcom

    sales

    org netDomnios de

    primeiro nvel

    Domnios desegundo nvel

    Domnios de terceiro nvelHospedeiros

    Computer 1computer1.sales.google.com

    sales.google.com

    Figura 3 Sistema de nomes de domnio da InternetLAUDON e LAUDON, 2007.

    A Internet baseia-se na arquitetura cliente/servidor. As pessoas aces-sam Internet por meio de aplicaes clientes, como o navegador. Todas as informaes trocadas (dados das aplicaes, mensagens de e-mail, etc.) ficam armazenadas na mquina cliente ou em um servidor.

    Os clientes que acessam Internet atualmente no o fazem apenas por computadores, mas tambm por diversos dispositivos, como os ta-blets, celulares etc.

    Quando voc conecta seu computador cliente na Internet, passa a ter acesso a uma variedade de servios, como e-mail, grupos de discusso, mensagens instantneas, vdeos, redes sociais, servios do governo, pgi-nas de comrcio eletrnico e servios corporativos.

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    A Revoluo Digital Captulo 3

    EAD

    -14-

    Tecn

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    niSEB

    Cada servio na Internet implementado por um conjunto de pro-gramas e pode funcionar a partir de um nico servidor ou de servidores diferentes.

    As redes corporativas compreendem um conjunto de vrias redes diferentes (desde a rede telefnica at a Internet e as redes locais) que co-nectam grupos de trabalho, departamentos ou escritrios.

    Uma rede corporativa pode oferecer aplicaes comerciais aos seus clientes. Por exemplo, pode ser um portal onde o cliente, atravs de seu navegador web, acessa relatrios sobre as vendas da empresa.

    Para isso, a empresa precisa de uma arquitetura com sistemas backend. Esse tipo de sistema funciona no servidor como uma aplicao. Ele se conecta a bases de dados, faz transaes com outros sistemas etc. Alm disso, voc precisar de um servidor de aplicaes que tratar o en-vio de informaes de uma aplicao cliente no apenas como requisies de pginas, mas como requisies de informaes a programas.

    Cliente

    PDA Navegador Web Outro software cliente

    Servidor Web (HTTP) Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) Domain Name Serving (DNS) File Transfer Protocol (FTP) Network News Transfer Protocol (NNTP)

    Internet ServidorServidor

    de aplicativo

    PginasWeb

    VendasProduo

    ContabilidadeRH

    Arquivosde

    correio

    Servidorde bancode dados

    Sistemasback-end

    Figura 4 Modelo cliente servidor na InternetLAUDON e LAUDON, 2007.

    3.C.C Internet, intranets e extranetsA intranet de uma empresa uma rede privada que utiliza a mesma

    tecnologia da Internet (ou tecnologia semelhante) para conectar computa-dores, recursos e aplicaes de uma rede, tornando-os disponveis somen-te ao seu pblico interno.

    Uma intranet deve ser protegida por medidas de segurana como fi-rewalls, mecanismos para autenticao e controle de acesso, permitindo ape-nas que usurios autorizados possam