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Psicologia Social

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PsicologiaSocial

Carmem Aristimunha de Oliveira

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Conselho Editorial EAD

Dóris Cristina Gedrat (coordenadora)Mara Lúcia Machado

José Édil de Lima AlvesAstomiro Romais

Andrea Eick

Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil.Informamos que é de inteira responsabilidade dos autoresa emissão de conceitos.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzidapor qualquer meio ou forma sem a prévia autorização daEditora da ULBRA.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido naLei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero - ULBRA/Canoas

ISBN 978-85-7528-247-2

Dados técnicos do livro

Fontes: Verdana, ArialPapel: offset 90g (miolo) e supremo 240g (capa)

Medidas: 15x22cm

Impressão: Gráfica da ULBRAJaneiro/2010

O48p Oliveira, Carmem Aristimunha dePsicologia social. / Carmem Aristimunha de Oliveira. - Canoas: Ed.

ULBRA, 2010.120p.

1. Psicologia social. I. Título.

CDU 316.6

Carmen Aristimunha de Oliveira é Graduada em Psicologia pela Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul, Especialista em Diagnóstico Psicológico pela PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande do Sul, Mestre em Psicopatologia - PsicologiaClínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Professora do Curso de Psicologia,Professora no Pós-Graduação na Universidade Luterana do Brasil, Membro nomeado daAcademia Brasileira de Psicologia. Supervisora local no Núcleo de Atendimento a Vítimasde Violência (NAVIV) no Fórum de Canoas, Supervisora Local da Brigada Militar.

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Caros Alunos.

Nesta disciplina, irão estudar as temáticas que se seguem:A Psicologia como Ciência do Comportamento; A Caracterizaçãoda Psicologia Social; Processos Básicos do Comportamento;Bases determinantes do comportamento social; Formação dePersonalidade; Cognição Social; Interação Social e relaçõesinterpessoais; Habilidades Sociais: conceituação. HabilidadesSociais Infância e Família; e Habilidades Sociais e Comunidade.

A disciplina de Psicologia Social tem como objetivo principalassegurar uma visão abrangente da Psicologia como ciência,bem como os conceitos básicos da Psicologia Social parapossibilitar a identificação dos fenômenos psicossociais nasrelações entre indivíduo e grupo em diferentes contextos sociaise institucionais.

O programa desta disciplina é distribuído em capítulos eunidades. Aconselho-os a dedicarem muita concentração aoautoestudo aqui proposto, a fim de poderem elaborar seu próprioconhecimento a partir da leitura, dos exercícios e do diálogonos encontros presenciais.

Cada capítulo tem, além do desenvolvimento do conteúdo,seções de Atividades de Aprofundamento, Referências eAutoavaliação. A primeira propõe exercícios, pesquisas, sínteses

Apresentação

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e pequenos textos argumentativos a serem elaborados comoparte da avaliação na disciplina. Quando a tarefa indicar ummaterial suplementar, este deverá ser buscado na obra referidaou na biblioteca virtual da plataforma de ensino-aprendizagem.Finalmente, a Autoavaliação é proposta com base nascompetências desenvolvidas ao longo do capítulo, tendo comoobjetivo direcionar o seu processo de reflexão relativa àaprendizagem que vem realizando, e não apenas avaliar seusconhecimentos em termos de conteúdo.

Serão momentos de muitas descobertas e muito trabalho.Vamos começar?

Sejam Bem-Vindos!

Professora Carmem Aristimunha de Oliveira

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Sumário

Capítulo IPsicologia como ciência, 11

1 Objeto de estudo da Psicologia, 112 Diferenciação entre Ciência e Senso Comum, 12

Capítulo IIPsicologia social, 17

1 Conceituação, 172 Objeto e Métodos, 18

Capítulo IIIProcessos básicos do comportamento, 21

1 Percepção, 211.1 Operações Sensoriais, 252 Emoção, 273 Aprendizagem, 343.1 Condicionamento Respondente - Pavlov, 363.2 Condicionamento Operante ou Instrumental B. F. Skinner, 383.3 Teoria Social de Vygotsky, 393.4 Teoria Humanista: Carl Rogers, 403.5 Aprendizagem por observação, 423.6 Aprendizagem por discernimento ou insight, 434 Inteligência, 435 Memória, 456 Pensamento e Linguagem, 497 Motivação, 527.1 Teorias da Motivação, 54

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Capítulo IVBases determinantes do comportamento social, 61

1 Socialização, 612 Aprendizagem social, 633 Facilitação social, 634 Ambiente e conduta social, 64

Capítulo VO desenvolvimento da personalidade, 69

1 Conceito de Personalidade, 692 Teorias de Personalidade, 722.1 Teorias Psicodinâmicas, 732.2 Teorias Behavioristas, 762.3 Teorias Fenomenológicas, 772.4 Teorias Disposicionais, 783 Visões de Personalidade, 79

Capítulo VICognição social, 83

1 Atitudes: natureza, formação e mudança, 842 Tipos de atitudes, 85

Capítulo VIIInteração social e relações interpessoais, 89

Capítulo VIIIHabilidades sociais: conceituação, 97

Capítulo IXHabilidades sociais: infância e família, 103

Capítulo XHabilidades sociais e comunidade, 107

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Cap. I

Psicologia como ciência

Neste capítulo, iremos abordar os princípiosfundamentais da psicologia como ciência queestuda o comportamento humano. Para tanto,se torna necessário inicialmente fazermos adiferenciação entre ciência e senso comum eaprofundarmos o conhecimento sobre o objeto

de estudo da Psicologia.Para podermos começar a falar em psicologia é necessário

que tenhamos alguns conhecimentos acerca de alguns conceitosimportantes.

1 Objeto de estudoda Psicologia

Para Davidoff (2001), Psicologia = ciência que se concentrano comportamento e nos processos mentais, de todos os animais.

Bock, Furtado e Teixeira (1999) referem que quando umaciência é muito jovem, ainda não teve tempo de apresentarteorias acabadas e definitivas, que permitam definir com maiorprecisão seu objeto de estudo. Outro aspecto relevante é queo objeto de estudo da Psicologia, de uma forma ampla, é ohomem e, nesse caso, o pesquisador está inserido na categoriaa ser estudada, contaminando os resultados de seu estudo.

Assim, conforme a definição de homem adotada, teremos

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uma concepção de objeto de estudo da Psicologia que secaracteriza como tendo vários objetos de estudo. Por outrolado, existem vários fenômenos psicológicos. Para Bock, Furtadoe Teixeira (1999, p. 22), “ao estabelecer o padrão de descrição,medida, controle e interpretação, o psicólogo está tambémestabelecendo um determinado critério de seleção dosfenômenos psicológicos e assim definindo um objeto”. Para osautores, na realidade não existe uma Psicologia, mas Ciênciaspsicológicas embrionárias e em desenvolvimento. Assim, amatéria-prima da Psicologia é a vida dos seres humanos oufenômenos psicológicos.

2 Diferenciação entreCiência e Senso Comum

Psicologia do senso comum (informalmente observamos etentamos explicar nosso comportamento e o de outros. São asopiniões próprias sobre infinidade de tópicos psicológicos) xPsicologia científica.

A essa psicologia, usada no cotidiano,costumamos chamar de Psicologia do sensocomum. Já a Psicologia científica é uma atividadeeminentemente reflexiva. Busca compreender,elucidar e alterar o cotidiano a partir de seu estudosistemático (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999;DAVIDOFF, 2001).

Atkinson e cols (2002) conceituam Psicologia como oestudo científico do comportamento e dos processosmentais.

A Psicologia, como ciência, vem desenvolvendo, a partirde uma linguagem precisa e rigorosa, métodos que exigemobservação e experimentação cuidadosamente controladas eestabelecendo generalizações válidas, apesar da complexidadehumana. O conhecimento é, assim, transmitido, verificado,utilizado e desenvolvido (BRAGHIROLLI et al., 2002; BOCK;FURTADO; TEIXEIRA, 1999).

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A psicologia, apesar de se propor a estudar tambémfenômenos não diretamente observáveis, atende a todos estescritérios da ciência. A chave da questão está em distinguirfatos (que são acontecimentos) de inferências (que sãoconclusões baseadas em outras conclusões). Apenas o quealguém faz, isto é, o seu comportamento, pode ser medidoobjetivamente, mas isto não significa que sentimentos,pensamentos e outros fenômenos deixem de existir ou de serestudados por não serem observáveis diretamente. Eles sãoinferidos através do comportamento. Assim, alunos, podemosconcluir que a partir da conduta das pessoas é que se inferemmotivos como a fome e a necessidade de prestígio, ou estadosemocionais como o medo e a frustração, e se atribui certascapacidades como níveis de inteligência e certas característicascomo a introversão. Vamos ver um exemplo: Quando alguémchora, todos podem observar... Quando estamos tristes, muitasvezes não demonstramos, mas podemos inferir a tristeza daspessoas quando estas choram.

Ciência Comportamento Processo Mental

Procedimentosdisciplinados -racionais -construção deum corpo deinformaçõescoerente ecoeso.

Tudo o que aspessoas eanimais fazem(conduta,emoções, formasde comunicação,processos dedesenvolvimento,processosmentais).

Formas deconhecimento(perceber,participar,lembrar,raciocinar eresolverproblemas).

Você sabia?

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Atividades

Explique a diferença entre ciência e senso comum.

Referências comentadas

ATKINSON, R. L. e cols. Introdução à Psicologiade Hilgard. Tradução de Daniel Bueno. 13. ed. PortoAlegre: Artmed, 2002.

Este livro traz todos os conceitos básicos de psicologianuma linguagem acessível ao leitor, buscando mostrá-la enquantociência que parte do senso comum.

Referências

ATKINSON, R. L. e cols. Introdução à Psicologia deHilgard. Tradução de Daniel Bueno. 13. ed. Porto Alegre:Artmed, 2002.

BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L T.Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia.São Paulo: Saraiva, 1999.

BRAGHIROLLI, E. M.; BISI, G. P.; RIZZON, L. A.; NICOLETTO,U. Psicologia Geral. Petrópolis: Vozes, 2003.

DAVIDOFF, L. Introdução à Psicologia. São Paulo:McGraw-Hill do Brasil, 2001.

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Autoavaliação

Leia com atenção as afirmativas I, II e III e escolha aalternativa correta:

I – Dois critérios da ciência devem ser atendidos:experimentação e subjetividade.II – A ciência Psicologia se concentra no comportamentoe nos processos mentais.III – A ciência psicologia somente estuda fenômenos quepossam ser observados.

a) Apenas a afirmativa I está correta.b) Apenas a afirmativa II está correta.c) Apenas a afirmativa III está correta.d) Todas as afirmativas estão corretas.

Gabarito: (B)

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Neste capítulo tomamos como pontode partida entender um pouco mais do quetrata a Psicologia Social. Vejamos algunsconceitos para tal entendimento.

1 Conceituação

Michener, DeLamater e Myers (2002) referem que aPsicologia Social busca o estudo sistemático da natureza e dascausas do comportamento social humano. Colocam ainda queexistem quatro temas principais na Psicologia Social: (1) oimpacto que um indivíduo exerce em outro; (2) o impacto queum grupo exerce nos seus integrantes; (3) o impacto que osintegrantes exercem nos grupos a que pertencem; e (4) oimpacto que um grupo exerce em outro.

Assim a Psicologia Social não se ocupa apenas dassituações sociais em qualquer sentido objetivo, mas sim com amaneira com que as pessoas são influenciadas pela suainterpretação do ambiente social onde vivem. Dessa forma, ospsicólogos sociais avaliam que é importante entender comoelas percebem, compreendem e interpretam o mundo social.

Cap. IIPsicologia Social

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A psicologia social procura descobrir as precondições queoriginam os vários comportamentos sociais. As relaçõescausais entre as variáveis são fundamentos importantes paraa construção da teoria; e a teoria, por sua vez, é fundamentalpara a previsão e o controle do comportamento social.(MICHENER; DELAMATER; MYERS, 2002, P. 3).

Para Allport (1978), a Psicologia Social é uma disciplinacientífica que busca explicar os pensamentos, os sentimentose o comportamento dos indivíduos que é influenciado pelapresença atual, imaginada ou implícita de outras pessoas.

Complementam Braghirolli et al. (2003), referindo que ointeresse da Psicologia social está voltado para como as pessoaspercebem e interpretam seu mundo social e em como suascrenças, atitudes e comportamentos são influenciados por outraspessoas.

A Psicologia Social não se restringiu apenas aos seuscomponentes teóricos e metodológicos. Um conjunto de temasou áreas centrais de investigação ganhou corpo em diferentesmomentos da trajetória desta disciplina: os estudos sobre acomunicação e a persuasão (HOVLAND, JANIS e KELLEY, 1953);sobre a interdependência característica das relaçõesinterpessoais (THIBAUT e KELLEY, 1953); influência social econformidade (ASCH, 1956; MILGRAM, 1963).

Assim:

A Psicologia Social aborda questões como: A forma como nos comportamos; Como mudamos e formamos as nossas opiniões/atitudes/

crenças; O que pensamos sobre os outros; Interação com o meio.

2 Objeto e Métodos

Conforme Braghirolli et al. (2003), para que se entenda aPsicologia Social, é necessário identificar os assuntos dos quais

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ela se ocupa e as suas perspectivas sobre eles. A PsicologiaSocial traça seu escopo no estudo científico do relacionamentodos indivíduos uns com os outros ou vistos singularmente, emgrupo ou na sociedade.

Assim, o fenômeno mais importante da Psicologia Social éa influência social, pois todos são influenciados por outraspessoas.

A Psicologia Social tem interesse especial pelo que acontecena mente do individuo quando várias influências entram emconflito. Porém, é um ramo distinto, porque se ocupa não sódas situações sociais em qualquer sentido objetivo, mas simcom a maneira com que as pessoas são influenciadas pela suainterpretação do ambiente social onde vivem. Por isso, ospsicólogos sociais avaliam que é importante entender comoelas percebem, compreendem e interpretam o mundo social.

A Psicologia Social está aqui compreendida como o estudo,no âmbito da Psicologia, dos fenômenos sociais na suadimensão subjetiva. Interessa a essa área compreender osfenômenos sociais a partir da análise da subjetividade, quevai sendo constituída ou modificada no decorrer da atuaçãoe inserção social dos sujeitos e, ao mesmo tempo, vaiconstituindo os fenômenos (GONÇALVES; BOCK, 2003, p. 41).

Atividades

1) A partir dos conceitos estudados faça um breveentendimento do que estuda a Psicologia Social. Acrescentea este entendimento as considerações de um autor quenão tenha sido utilizado no capítulo.

Referências comentadas

MICHENER, H. A.; DELAMATER, J. D.; MYERS, D. J.Psicologia Social. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,2002.

Este livro busca descrever a psicologia social

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contemporânea e apresenta conceitos teóricos e descobertasde pesquisas que compõem esse campo amplo e fascinante.

Referências

ALLPORT, G. W. Desenvolvimento da personalidade:considerações básicas para uma psicologia dapersonalidade. São Paulo: Pedagógica e Universitária,1978.

BRAGHIROLLI, E. M.; BISI, G. P.; RIZZON, L. A.; NICOLETTO,U. Psicologia Geral. Petrópolis: Vozes, 2003.

GONÇALVES, M. G. M.; BOCK, A. M. B. Indivíduo-sociedade: uma relação importante na PsicologiaSocial. In: BOCK, A. M. B. (Org.). A Perspectiva Sócio-histórica na Formação em Psicologia. Petrópolis: Vozes,2003, p. 41-99.

MICHENER, H. A.; DELAMATER, J. D.; MYERS, D. J.Psicologia Social. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,2002.

Autoavaliação

1) Coloque (V) ou (F) de acordo com cada afirmação:

( ) A Psicologia Social se preocupa com a maneira comque as pessoas são influenciadas pela sua interpretaçãodo ambiente social onde vivem.( ) Os interesses da Psicologia Social também estãovoltados para como as pessoas percebem e interpretamseu mundo social e em como suas crenças, atitudes ecomportamentos são influenciados por outras pessoas.

Gabarito: (V); (V).

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Neste capítulo, iremos voltar o nosso olharpara o ser humano e os seus processos básicosdo comportamento. Iremos focar nosso estudono entendimento da percepção, emoção,aprendizagem, inteligência, memória, pensamentoe linguagem.

1 Percepção

De início, convido-os a conhecermos a percepção e seusprocessos. É importante salientar, que percepção e sensaçãosão um processo único, pois não ocorre percepção sem a outra,e, consequentemente, precisamos ter consciência do mundoque nos rodeia.

Apresentaremos, a seguir, os conceitos, que muitas vezesaparecerão de forma isolada, apenas como recurso didático deapresentação, pois vocês já sabem antecipadamente que apercepção ocorre quando a sensação se faz consciente.

“A percepção é um processo cognitivo, uma forma

de conhecer o mundo.”

Cap. III

Processos básicos docomportamento

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Conseguimos recuperar, a partir das informações sensoriais,as propriedades do mundo que nos rodeia. Exemplo: analisamosos padrões que vão mudando à medida que nos movimentamos,estudamos o que ocorre com formas, texturas, cores, iluminação.

Conforme Davidoff (2001), as contribuições do sujeitoda percepção: o conhecimento sobre o mundo combina-se com as habilidades.

Construtivas Continuamenteantecipamos o queocorrerá depois, combase no queacabamos de reunir;são operações deteste de hipótese,antecipação,amostragem,armazenamento eintegração.

Ouvir fortebatida – cicloperceptivo:atentaríamos aindícios paradeterminar acausa.

Fisiologia Equipamentofisiológico quepossibilita coletarinformações(aparelho sensorial)sobre o

Morcegos –sons altos; cães– cheiros;golfinhos ebaleias – forçasmagnéticas ou

Habilidades Conceito Exemplos

Sensação

Percepção

Os nossos sentidos - janelas para o mundo -trazem informações. O processo de coleta deinformações sobre nosso meio ambiente.

Processo de organização e interpretação dosdados sensoriais (sensações) para desenvolvera consciência do meio ambiente e de nósmesmos.

A percepção envolve interpretação; a sensação, não.

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Muitos ligam oevento chuvaao frio, o quesabemos quenãonecessariamenteestãointerligados.

Experiências Experiências: Criamexpectativas emotivos. A pessoavai se basear emexperiênciaspassadas parainterpretar os dadosdo sujeito dapercepção.

processamento deinformações (aparelhosensorial) e sobre oprocessamento deinformações pelosistema sensorial enervoso.

elétricas; nagravidez eterceira idade –sensibilidadessensoriaismudam.

Vamos exercitar nossas percepções?

O que você vê?

Mulher idosa... Ou jovem garota?Dica: o nariz da idosa é o nariz e o queixo dagarota.

Fonte: http://bigbangnet.vilabol.uol.

com.br/ilusoesambiguas05.htm

O ato de perceber requer seletividade (nos concentramosem poucos detalhes). Necessidades, interesses e valoresinfluenciam a atenção.Nosso estilo de atenção tem um valorde sobrevivência: atenção mínima a eventos rotineiros eatenção máxima a mensagens que não podem ser ignoradascom segurança.

Você sabia?

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Homem tocando Sax... Ou perfil de mulher?

Fonte: http://bigbangnet.vilabol.uol.com.br/

ilusoesambiguas05.htm

Um coelho... Ou um pato?Dica: o pato está olhando àesquerda, o coelho à direita.

Fonte:http://bigbangnet.vilabol.uol.com.br/ilusoesambiguas05.htm

O rosto de um típico americano... Ou umesquimó de costas?

Fonte:http://bigbangnet.vilabol.uol.com.br/

ilusoesambiguas05.htm

O livro está virado para você... Ou decostas para você?

Fonte:http://bigbangnet.vilabol.uol.com.br/

ilusoesambiguas05.htm

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1.1 Operações Sensoriais

O processo perceptivo dependedos sistemas sensoriais e do cérebro.Os sentidos registram mudanças deenergia ao nosso redor.

Fonte: http://www.psicoativa.com/atlas/

amigdala.htm

Você sabia?

Já foram catalogados 11 sentidos humanos distintos.Desempenham quatro papéis na percepção, são eles:

Busca-se salientar a importância do nossocérebro e dos sentidos. Sabe-se que popularmenteexistem cinco sentidos, porém, as pesquisasfisiológicas nos mostram que existe um númerobem maior de sentidos no homem. Existemclassificados 10 categorias: visão, audição, olfato,paladar, tato, frio, calor, dor, cinestesia e equilíbrio.

Detecção:receptor é umacélula ou grupo decélulasresponsivas a umtipo específico deenergia (estreitafaixa deestímulos).Exemplo: célulasdo ouvido –vibrações de ar.

Transdução eTransmissão:os receptores emnossos sentidosconvertem a energiaque entra em sinaiseletroquímicos que osistema nervoso usapara a comunicação(impulsos trafegampor fibras nervosasaté determinadasregiões do cérebro).

Processamentodeinformações:receptores ecérebroprocessaminformaçõessensoriais.

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Agora, registrem: os sentidos de tato, frio, calor e dor, emconjunto, são chamados de sentidos cutâneos. Continuandocom os sentidos, esclarecemos, ainda, algumas classificações.Vejam: existem os receptores, esses são responsáveis por definircada sentido, ou seja, cada sentido é um conjunto de célulasreceptoras especializadas. Bem, alguns receptores responderãoà energia térmica, outros à energia química ou luminosa oumecânica.

Prestemos atenção ao quadro abaixo, pois este nospossibilitará entender onde estão localizados os diferentesreceptores.

Você sabia?

Receptores aonde se encontram

Térmicos Pele

Químicos Paladar e olfato

Luz Retina

Energia mecânica Audição, pressão (pele)

Cinestésicos Músculos, tendões e articulações

Equilíbrio Estão nos canais semicirculares(também chamado e vestibulares do ouvido internode sentido vestibular)

Dor Em muitos órgãos;reagem auma grande variedade deestímulos térmicos,mecânicos e químicos

Fonte: (Braghirolli, et al., 2003; Davidoff, 2002)

O mundo visual do recém-nascido

Próximo do nascimento, os bebês não usam ocristalino para focalizar, assim, veem com maisclareza aquilo que está de 20 a 30 centímetrosdos olhos. Esse estilo perceptivo o torna social,aumentando a probabilidade de ser bem cuidado.

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2 Emoção

Falar de emoções pode parecer poético, entretanto, étambém falar de cérebro e comportamento. Assim: emoçõesou afetos são estados interiores caracterizados porpensamentos, sensações, reações fisiológicas e comportamentoexpressivo específico. Aparecem subitamente e parecem difíceisde controlar.

“Se chorei ou se sorri o importante

é que emoções eu vivi...”

Emoções universais:

Alegria!

A Alegria de ViverÉ tão simples a alegria de viver ...Basta o amor e a liberdade;Conservar o fogo, não deixá-lo morrer;Sonhar, vivenciando a realidade!

Uma viagem com quem se adora ...Perambular sem rumo ou compromisso ...Aqui permanecer ou ir embora ...Ser feliz, sem ter que se dar por isso!

Comprar um presente pra mulher amada,Significativo desta alegria,Tão inebriante e perfumada,Singelo como teu nome ... Maria!

Tantas peças se foram colecionando,

Bebês de cinco semanas já demonstram preferência porimagens nítidas. Leva aproximadamente oito meses para aacuidade aproximar-se dos níveis dos adultos.

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Ao longo destes trinta e sete anos,Enquanto a nossa vida foi passando.Há de tudo ... de terras ... a oceanos!

Mas, nada eclipsou o nosso amor,Que a cada dia é mais profundo,Sempre renovado e com novo sabor,Crescendo ... em qualquer lugar do mundo!

Roberto Coimbra

Raiva desagrado

Pobre Velha Música

Pobre velha música!Não sei por que agrado,Enche-se de lágrimasMeu olhar parado.Recordo outro ouvir-te,Não sei se te ouviNessa minha infânciaQue me lembra em ti.Com que ânsia tão raivaQuero aquele outrora!E eu era feliz? Não sei:Fui-o outrora agora.

Fernando Pessoa

Medo, surpresa e tristeza

“A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própriaescuridão”.

Mario Quintana

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EU OUÇO MÚSICA

Eu ouço música como quem apanha chuva:resignado e tristede saber que existe um mundodo Outro Mundo...

Eu ouço música como quem está mortoe sente já um profundo desconfortode me verem ainda neste mundo de cá...

Perdoai,maestros,meu estranho ar!

Eu ouço música como um anjo doenteque não pode voar.

Mario Quintana

Interesse, vergonha, desprezo e culpa.

As Máscaras

Piedade para estes séculos e seus sobreviventesalegres ou maltratados, o que não fizemosnão foi por culpa de ninguém, faltou aço:nós o gastamos em tanta inútil destruição,não importa no balanço nada disto:os anos padeceram de pústulas e guerras,anos desfalecentes quando tremeu a esperançano fundo das garrafas inimigas.Muito bem, falaremos alguma vez, algumas vezes,com uma andorinha para que ninguém escute:tenho vergonha, temos o pudor dos viúvos:morreu a verdade e apodreceu em tantas fossas:é melhor recordar o que vai acontecer:neste ano nupcial não há derrotados:coloquemo-nos, cada um, máscaras vitoriosas.

Pablo Neruda

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Você sabia?

Vocês com certeza, muitas vezes, falam de afeto e, outrasvezes, até para referir o mesmo sentimento, falam em emoção.

Vejamos a diferença entre afeto e emoção

Afeto: É o tom do sentimento,prazeroso ou desprazeroso, queacompanha uma ideia. Costumofazer a comparação com uma cartade cores. Penso que vocês, dealguma forma, já viram uma cartade cores. Por exemplo: quandovamos escolher uma tinta, nos éoferecido um mostruário que vai dobranco-gelo até o vermelho maisintenso. Assim, quando falamos emtom de sentimento, me parece quepodemos dizer que pode ir do branco-gelo até o vermelho maisintenso.

O afeto que sentimos poderá determinar a atitude quetomaremos em algumas situações. Por exemplo: atitude de

Primeiras emoções:

choro: mostra o incômodo do bebê em função dosurgimento de necessidades (fome).

alegria: surge quando as necessidades do bebê sãosatisfeitas. Sorriso: 4 a 6 semanas.

medo: sobressalto. Vergonha e timidez (6 a 8 meses);interesse e desagrado; desprezo e culpa (final do 2º ano devida).

3 meses: bebês demonstram responsividade a expressõesfaciais; ficam agitados e choram quando as mães demonstramtristeza.

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rejeição, aceitação, luta, fuga. Fornecendo desse jeito àmotivação.

Você sabia?

Verificamos as expressões de afeto através dos relatospessoais, comportamentos observáveis e indicadores fisiológicos.

Por exemplo: João sente amor (afeto) por Maria, logo,chora (emoção/expressão fisiológica do afeto) quando estanão aparece ao encontro marcado.

Você sabia?

Qualquer lesão cerebral que altere o nível de consciênciamodifica o estado afetivo.

Medicação altera o estado afetivo também álcool edrogas.

Qual é mesmo a diferença então entre afeto eemoção?

Afeto Emoção

FenômenosSentimentais

Experimentadosde forma subjetiva

Padrões decomportamento

que expressam osestados afetivos

=

↓(expressão somatóriado sentimento)↓

Emoções volúveis: as emoções humanas estão emconstante mudança. Os afetos ou humores brandos parecempredominar e, raramente, as pessoas são presas de emoçõesviolentas.

Como surgem as emoções? Até o momento, aevidência não favorece um único modelo de emoção.

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Raiva e Agressão

Apesar de os termos não serem nada agradáveis, raiva,agressão, frustração fazem parte de nossas emoções. Sentirtudo isso faz parte da normalidade do ser humano, o quedevemos, entretanto, é saber controlar nossas emoções e saberdiferenciar um de outro.

Raiva: emoção caracterizada por fortes sentimentos decontrariedade, os quais são acionados por ofensas reaisou imaginárias.

Agressão: qualquer ato praticado com o fim de ferir ouprejudicar uma vítima involuntária.

Frustração: surge quando um obstáculo impede aspessoas de fazer algo que desejam, de atingir um objetivo,um desejo, uma necessidade. Costuma gerar raivafrequentemente seguida de agressão.

Influências ambientais: presenciar violência entre ospais é uma condição prognóstica de violência em jovens(rejeição parental, negligência, disciplina dura, crueldade);frustração e fracasso escolar contribuem para aagressividade e condições sociais como anonimato(sobrecarga sensorial e cognitiva resulta em climaimpessoal, pessoas urbanas carentes de identidade pessoal),pobreza, competição.

Prazer, Alegria e Felicidade

O mundo não gira em torno de situações apenasdesagradáveis, o que nos motiva a continuar e sermos felizessão alguns outros sentimentos como:

Prazer e alegria: surgem sempre que uma necessidadebiológica é satisfeita (centros de prazer no cérebro).Também surgem na vida cotidiana, chamados de

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enlevamentos (ex.: meia-idade – relacionar-se bem com ocompanheiro, amigos, finalizar uma tarefa, sentir-sesaudável; adolescentes – diversão).

Felicidade: satisfação geral com a vida.

Você sabia?

Ansiedade

Quando dizemos que estamos ansiosos, estamos nosreferindo a um medo vago, desconhecido. Sim, pois o medopropriamente é de um perigo real, concreto. Aí lhes pergunto,vocês têm medo ou ansiedade de prova? Estão certos os queresponderam ansiedade, pois só teremos medo de prova se elaestiver na nossa frente, e enquanto não for real, concreta,teremos apenas ansiedade de prova. Vamos aprofundar osconceitos?

Ansiedade: emoção caracterizada por sentimentos deantecipação de perigo, tensão e sofrimento e por tendênciasde esquiva ou fuga.

O objeto do medo: é fácil de identificar. Exemplo: medode altura. O objeto de uma ansiedade não é claro. Exemplo:as pessoas podem sentir-se ansiosas sem saber por quê.

Estresse: se refere tanto às condições que despertamansiedade ou medo quanto à ansiedade ou ao medodespertados. Os perigos, problemas crônicos, mudançasde vida e transtornos são citados como fontes deansiedade;

Alegria e prazer são emoções positivas relativamente curtas;já felicidade e serenidade são mais plenas e duradouras.

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Conflitos: surgem quando dois ou mais objetivosincompatíveis (necessidades, ações, eventos ou qualqueroutra coisa) competem um com o outro e levam o organismoa se sentir pressionado em diferentes direções ao mesmotempo. Como a seleção de uma opção do conflito implica aperda de outra, os conflitos são considerados frustrantese geradores de ansiedade.

3 Aprendizagem

Seguindo os processos básicos do comportamento, a seguir,passamos a falar sobre Aprendizagem.

É primordial desde o primeiro momento, guardar, em nossamemória, que só poderemos falar em aprendizagem, quandoesta oferecer uma mudança no comportamento desencadeadapela experiência.

Diferentes autores propõem formas deestudo sobre aprendizagem, estes nãopretendem classificar, mas facilitar nossacompreensão sobre o tema.

Fonte: http://www.free-graphics.com/

A aprendizagem é um processo que inicia com o nascimentoe só finda com a morte. Estamos sempre aprendendo e variandonosso comportamento em função do que aprendemos.

A aprendizagem pode ocorrer informalmente (aquilo queaprendemos nas nossas experiências não programadaspreviamente), e formalmente, quando a experiência é organizadae planejada. Nesse caso, quem ensina e quem aprende estãounidos em um objetivo comum: a aprendizagem.

Aprendizagem, mais do que aquisição de conhecimentosimplica em mudanças no comportamento, provocadas pelasexperiências e vivências significativas para quem aprende. Estaspodem ser consideradas positivas ou negativas do ponto devista social.

Dessa forma, a aprendizagem pode ser inferida através daobservação da mudança e do desempenho.

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Entenda-se como desempenho o que pode ser percebido eque se constitui em resultado de aprendizagem (mudança deum comportamento ou ideia).

O indivíduo aprende aquilo que é significativo em sua vida,e o que é irrelevante é abandonado.

Uma aprendizagem leva a outra, constituindo-se em umprocesso constante de mudanças comportamentais, mais oumenos duradouras, dependendo do significado do que foiaprendido.

O homem, ao nascer, é um ser extremamente dependentee complexo. É justamente essa dependência e complexidadeque o torna humano.

Através da aprendizagem, o homem evidencia suaracionalidade, sua personalidade e se prepara para assumirresponsabilidades frente a si próprio e aos demais.

Efeito sobre ocomportamento

Comportamento Consequência

A tendênciapara ir aorestaurante Elmoaumenta.

RespostaIr ao restauranteElmo para jantar.

EstímulocompensadorapresentadoGrande afeição.

Vejam:Skinner entendia que os seres vivostendem a repetir respostas, que em algummomento tiveram consequênciasfavoráveis. Agora, vamos pensar juntosno exemplo proposto por Weiten (2002),que nos possibilitará entender um poucomais.

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Fonte: adaptado de Weiten (2002, p. 170).

A aprendizagem poderá ser favorecida ou inibida devido afatores físicos, psicológicos, ambientais e sociais.

Fatores físicos: maturação física, psicológica, afetiva ousocial que permita a aprendizagem.Fatores psicológicos: motivação (resposta pessoal doindivíduo frente à determinada situação).Fatores ambientais: ambiente reforçador, condiçõesfísicas de iluminação, temperatura, etc. (OLIVEIRA; LILJA,2005).

3.1 CondicionamentoRespondente – Pavlov

História: atribui-se a Ivan Pavlov (1849-1936), eminentefisiologista russo, a descoberta do condicionamento

respondente. No seu estudo da fisiologia dassecreções digestivas em cães, notou queos animais salivavam diante de outrosestímulos além de alimentos.

Fonte: http://markzone.wordpress.com/2007/04/05/reflexo-condicionado-ivan-pavlov/

RespostaContar piadas.

EstímulocompensadorapresentadoOs amigos riem.

A tendênciapara contarpiadas aumenta.

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Os comportamentos são constituídos por reflexoscondicionados e podem ser descritos em termos de estímulo-resposta.

Estímulo = uma parte ou modificação de uma parte domeio.

Resposta = uma parte ou modificação de uma parte docomportamento.

Reflexo (comportamento respondente) = relação quepode ser estabelecida entre o estímulo e a resposta.

É uma reação inevitável do organismo frente a um estímuloexterno e realizada ao longo de uma via determinada do sistemanervoso.

Condicionamento Respondente (Simples, Reflexo,Clássico, Pavloviano) é o nome do processo pelo qual essaaprendizagem ocorre.

Respondentes: são atos desencadeados por eventos queimediatamente os precedem. O evento desencadeador chama-se de estímulo eliciador. Exemplo: a luz (estímulo eliciador) fazas pupilas dos olhos contraírem-se.

Incluem os reflexos da musculatura esquelética (estremecer,retirar a mão do forno quente), as reações emocionais imediatas(raiva, alegria, medo) e outras repostas controladas pelo sistemanervoso autônomo (enjoo, salivação).

Condicionamentos respondentes: um respondente podeser transferido de uma situação para outra, por um procedimentochamado condicionamento respondente ou condicionamentoclássico, isto quer dizer que um novo estímulo adquire acapacidade de evocar o respondente.

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3.2 Condicionamento Operanteou Instrumental B. F. Skinner

Skinner é o principal representantedo Behaviorismo e da Psicologia americana.Estudou e desenvolveu princípiosempiristas no estudo da aprendizagem,utilizando cobaias, ratos e pombos.

Fonte: http://www.ceticismoaberto.com/ciencia/dawkins_skinner.htm

Behaviorismo = corrente em psicologia que procuraexplicar o comportamento humano como resultado de influênciasdo meio.

Considerando a corrente chamada Behaviorismo, o serhumano se resume a contingências observáveis estímulo-resposta, o organismo está sujeito às influências do meio. Ohomem é o produto das forças do meio em que vive.

Ou seja: se compreendermos como os estímulos do meioinfluenciam sobre o comportamento do indivíduo, poderemosintervir nesse comportamento através de estímulos que atuamsobre o indivíduo. Sabendo as causas do comportamento, épossível prever e controlar esse comportamento através damanipulação deste.

Para Skinner, a aprendizagem ocorre basicamente porinfluências dos estímulos do meio.

O indivíduo emite um comportamento (operante – anteriora qualquer condicionamento) e estes sofrem influência dasconsequências desse comportamento (reforço), aumentandoou diminuindo a probabilidade desse comportamento ocorrernovamente, conforme as consequências do mesmo foremdesejáveis ou não.

Quando o reforço aumenta a probabilidade docomportamento de forma persistente, poderá ocorrer a formaçãode um hábito.

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Reforço é qualquer estímulo que aumenta a probabilidadede um comportamento.

Segundo a teoria de Skinner devemos:

Reforçar quando dá certo e não quando o indivíduoapronta

Reforçar o comportamento desejável.

3.3 Teoria Social de Vygotsky

Vygotsky teve um percurso acadêmico marcado pelainterdisciplinaridade (artes, literatura, linguística, antropologia,

ciências sociais, psicologia e medicina). Seudesejo era reformular a teoria psicológica,partindo da perspectiva marxista, edesenvolver formas concretas de tentarsolucionar problemas como a psicologia daeducação e a terapêutica.

Princípios fundamentais:

1. para entender o indivíduo, primeiro devemos entenderas relações sociais nas e pelas quais ele se desenvolve. Apartir das relações sociais estabelecidas pelo indivíduo, épossível mostrar como as respostas individuais surgem dasformas de vida coletivas;

2. Vygotsky era contra explicações realizadas a partir doreducionismo psicológico individual;

3. Vygotsky criticava o estudo objetivo do comportamentoexterno, considerando-o um materialismo mecanicista,incapaz de explicar o passo da quantidade para a qualidade,o que impossibilitava a análise dos processos das funçõespsicológicas;

4. a psicologia evolutiva de Vygotsky deve ser situada nocontexto da gênese da cultura. Partindo do interesse pelosmecanismos de criação artística, função da arte e literatura,

Fonte: http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_vygotsky..htm

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buscou estudar questões relacionadas à consciência;

5. seus princípios teóricos seguem três princípios: afastar-se de todo reducionismo e idealismo; explicar os fenômenosatravés de modelos das ciências naturais e não se contentarcom descrições; e adotar uma perspectiva genética (edialética) buscando explicações na história e nodesenvolvimento.

3.4 Teoria Humanista: Carl Rogers

A teoria de Rogers (teoria nãodiretiva ou centrada no cliente) ébasicamente fenomenológica, pois dágrande importância às experiências,sentimentos e valores da pessoa,ou seja, sua vida interior. É uma dasmais importantes vertentes dapsicologia contemporânea.

Baseia-se em uma perspectivaotimista da condição humana, ou seja:qualquer indivíduo possui, dentro desi, potencialidades para a saúde e para o crescimentocriativo, que só não se desenvolverão por influências negativasda família e da sociedade.

Quando o indivíduo aceita a responsabilidade por sua vida,livrando-se da repressão e escravidão, poderá emergir umanova pessoa, mais consciente e auto dirigida, que lutará contraa autoridade extrema e a conformidade e se guiará para aautorrealização.

Psicanálise = o homem é um ser irracional comconflitos, mau, determinado.

Behaviorismo = o homem depende da aprendizagem,é um sujeito neutro, determinado.

Humanismo = o homem é um ser racional, capaz de

Fonte: http://www.encontroacp.psc.br/

fotos.htm

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realizar seu destino, livre, bom.

As ideias de Rogers podem ser aplicadas a diferentescontextos: família, organizações e à educação.

A estrutura da personalidade se baseia:

no organismo: onde se localiza a experiência humana, otodo, o campo fenomenológico;

no self ou autoconceito: parte que se destaca do campofenomenológico e representa a noção que o sujeito temde si mesmo (o que realmente é e o que desejaria ser).

Das experiências e percepções no campofenomenológico resulta o comportamento. Este será:

positivo: quando não existir ameaça; enegativo: quando possuir valores deformados ou

inadequadamente simbolizados.

Condições de aprendizagem:

1. confiança na capacidade dos outros de aprender e pensarpor si mesmos;

2. o professor-facilitador partilha com os estudantes aresponsabilidade pelo processo de aprendizagem, tudo écompartilhado;

3. o professor-facilitador não interfere na aprendizagem,ele provê os recursos (livros, material didático), os alunosterão que buscá-los por si mesmos;

4. o estudante escolhe seu próprio programa de estudos,seguindo-o conforme seu próprio ritmo, assumindo aresponsabilidade por suas escolhas;

5. é oferecido um clima facilitador de aprendizagem. Oaprender com os demais é tão importante quanto o aprendercom os livros e outros recursos;

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6. o foco da aprendizagem não está no conteúdo, mas emfavorecer um processo contínuo de aprendizagem. O queimporta é o progresso significante na aprendizagem de comoaprender aquilo que se quer saber;

7. a disciplina é responsabilidade do aluno;

8. a avaliação é feita pelo próprio aluno. Ela pode serauxiliada por membros do grupo ou pelo professorfacilitador;

9. a aprendizagem autoescolhida e autoiniciada tende aser mais profunda e mais abrangente na vida e nocomportamento do aluno.

3.5 Aprendizagem por observação

Refere-se à modificação decomportamento de formarelativamente permanente, emconsequência da observação dasações de um terceiro. Organismossimples e complexos aprendempela observação.Albert Bandura, um pesquisador

pioneiro, acredita que qualquer coisa quepossa ser aprendida diretamente podetambém ser aprendida pela observaçãode outros.

A aprendizagem por observação vaialém da mímica perfeita ou imitação. Aspessoas podem extrair ideias gerais, o que lhes permite ir muitoalém daquilo que vêem e ouvem. Exemplo: embora você nãouse as expressões exatas usadas pelos seus pais, é muitoprovável que tenha adquirido alguns padrões sociais deles, talvezum estilo de lidar com a raiva, resolver problemas, interagir commembros do sexo oposto ou de comportamento maternal ouparental.

Fonte: http://www.des.emory.edu/mfp/bandurabio.html

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3.6 Aprendizagem pordiscernimento ou insightA pessoa, frente a um problema, parece não fazer grande

progresso, inicialmente; de repente parece “ver” a essência daquestão e seu desempenho salta de um nível de adequaçãopara uma solução completa ou quase completa do problema,sem eliminação gradual perceptível de respostas incorretas.

Um exemplo: é a aprendizagem da leitura. A criança passaalguns meses examinando letras, palavras, sílabas e, de repente,“estala”, isto é, descobre o princípio que relaciona vogais comconsoantes, sílabas entre si, etc., e é capaz de ler qualquermaterial (OLIVEIRA; LILJA, 2005).

4 Inteligência

Qual o seu conceito deinteligência? Quem é realmenteinteligente no seu entendimento?

Bem-vindos ao tópico“Inteligência”. Vamos desbravarjuntos estes conceitos?

Muitas tentativas já foramfeitas para se definir a inteligência, porém nenhuma definiçãoisolada conta com a adesão da maioria dos psicólogos. Paraalguns, a ênfase está no pensamento abstrato e no raciocínio;para outros, nas capacidades que possibilitam a aprendizageme a acumulação de conhecimentos; para outros, na competênciasocial (capacidade de resolver os problemas apresentados porsua cultura). Vejamos algumas considerações feitas:

Velocidade Cognitiva: muitos investigadores presumemque pessoas brilhantes pensam relativamente rápido(Exemplo: fala fluente como sinal de inteligência). Porémpessoas com os melhores desempenhos em testes deinteligência não são necessariamente as mais rápidas;

Motivação e Ajustamento: pessoas motivadas apesquisar e a se engajar em novas experiências vão

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/intelig%C3%AAncia.html

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aprender mais e ter melhor desempenho em testes deinteligência;

Hereditariedade e Ambiente: ambos influenciam ainteligência, mas as ênfases variam radicalmente;

Perspectiva Operacional: os primeiros psicólogostinham um motivo prático para definir a inteligência, poisqueriam fazer a distinção entre estudantes obtusos ebrilhantes para construir um currículo escolar apropriado acada grupo. De 1930 a 1960, a inteligência era consideradao que os testes de inteligência mediam;

Abordagem Cognitiva: Robert Stenberg (1985) apontapara a existência de alguns tipos de habilidades deprocessamento de informação, ou seja, sugere operaçõesmentais na solução de uma analogia, um tipo de processode raciocínio.

Um pouquinho de história...

Medindo a inteligência:

Francis Galton: foi o primeiro cientista britânicoa pensar em testar a inteligência. Observou que

as pessoas mentalmente incapazes, com frequência, exibiamproblemas perceptivos e motores, sendo que o conhecimentochega à mente por meio dos sentidos. Porém, as mediçõesdos testes sensório-motores não apresentaram uma boacorrelação com resultados de notas escolares.

Teste de Inteligência de Alfred Binet (1857-1911):psicólogo francês que criou a primeira medição prática dainteligência. De início, mediam as habilidades sensoriais emotoras como Galton, mas logo começaram a observar ashabilidades cognitivas (atenção, memória, julgamento,pensamento lógico e compreensão de sentenças) comomedidas de inteligência. Revisão de Lewis Terman: psicólogoamericano, da Universidade de Stanford (EUA), fez uma

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revisão do teste de Binet em 1916 (teste Stanford-Binet).Terman adotou o termo quociente de inteligência ou QI(número que descreve o desempenho relativo em um teste).A idade mental era dividida pela idade cronológica e oresultado multiplicado por 100 . QI = (IM/IC) x 100. Exemplo:uma criança de 10 anos que obtivesse um resultado deidade mental de 11 anos, obteria um QI de 110 (11/10 x100 = 110).

Testes de Inteligência Atuais: embora poucoscientistas tenham questionado a ideia da Escala Stanford-binet, alguns tentaram aperfeiçoá-la, construindo novosinstrumentos em linhas parecidas.

Há mais de 200 testes de inteligência sendo usadospor educadores nos EUA: Todo ano surgem 15 novostestes. O teste Wechler Adult Intelligence Scale-Revised(WAIS-R, 1981) é um dos testes mais usados pelospsicólogos.

Você sabia?

5 Memória

Vamos mais a fundo nos processos mentais? Chegou a vezde sabermos por que guardamos algumas informações, e outrasparecem terem se perdido no tempo e no espaço. Antes dequalquer coisa, penso ser importante entendermos que as coisasse ligam, somos seres integrados. O que quero dizer? Vejamosa citação da nossa conhecida Davidoff (2002):

Como a herança influencia o desempenho em um teste?As pessoas não herdam comportamentos, mas os pais passamadiante estruturas fisiológicas e a química que tornam maisprováveis uma série de comportamentos sob determinadoambiente.

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Se não tivéssemos memória, teríamos problemas depercepção. Quando você percebe o céu cinza de um dia frio,está fazendo comparações implícitas com os dias ensolaradosdos quais se lembra. O ato de falar requer relembrar palavrase regras gramaticais. A capacidade de resolver problemasdepende da capacidade de reter cadeias de ideias. (p. 140)

Na memória existem variadosprocessos e estruturasenvolvidos no armazenamento ena recuperação de experiências.É fundamental para perceber,aprender, falar, raciocinar eoutras atividades.

A seguir apresento-lhes asetapas da memória.

Para se considerar a memória, precisamos entender quememória é a capacidade de fixar, conservar, evocar ereconhecer um estímulo.

Vamos agora, explorar cada etapa em particular.

Fixação →→→→→ associações entre a experiência passada e onovo fenômeno, que é assim integrado na totalidade mental.A fixação depende naturalmente da repetição do próprioato de fixar. Vejam que para se fixar um conteúdoprecisamos repeti-lo várias vezes. Por exemplo: seaprendemos a usar o programa Power Point, para fixar ainformação de como fazer, precisamos utilizá-lo de formaquase que sistemática.

Temos formas de fixar o conteúdo. Como? Bem, garanto avocês que, se utilizarem qualquer uma do que chamamos demodalidades de fixação, dificilmente esquecerão os conteúdosque desejam que fiquem armazenados.

As modalidades são: mecânica; racional ou lógica; eemnemotécnica.

Na Mecânica, procuramos pela repetição automática, o

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/inteligência_2.html

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texto fixado é repetido literalmente; dizemos que foi decorado.Quantas vezes, nós decoramos uma fórmula, um texto, umafala no teatro, uma música.

A racional ou lógica ocorre quando procuramos integraros fatos ao nosso cabedal intelectual. Chique o termo cabedalintelectual, não? O que significa? É que realmente entendemoso conteúdo a ser memorizado e, consequentemente,armazenamos juntamente com os demais conteúdos existentesem nossa memória. E existem aqueles que só conseguemarmazenar uma informação quando se utilizam da últimamodalidade de fixação, a mnemotécnica, que seria quandoinventamos relações esdrúxulas, mas que servem para facilitara futura repetição mnêmica. Não sei quantos de vocês fizeramcursinho antes de entrarem na Universidade, mas os queestiveram por lá devem se recordar de que os professores seutilizam de muitos “macetes” para que os alunos fixem osconteúdos, muitas vezes chegam a inventar músicas parafacilitar o processo. E quantos de nós não ficamos com ainformação para o resto da vida? Eu me recordo, e olha que jáfaz um certo tempo, embora recentemente tenha saído daadolescência, que existiam os metais alcalinos da tabelaperiódica de química, e uma proposta do professor foi relacionaresse conteúdo à seguinte frase: “Li na cama Robson Crusoéem Francês”. Recordam-se disso? Agora vejam como fica fácillembrar, já que esses metais na tabela, em ordem, ficam: Li,Na, K, Rb, Cs, Fr. Provavelmente, muitos de vocês têm algum“macete” que aprenderam e nunca mais esqueceram.

Agora vamos continuar as etapas da memória já queterminamos de ver as modalidades da fixação?

Conservação →→→→→ apreciamos a conservação pelos relatosque o indivíduo fornece dos dados fixados. Se eu perguntarquais são as três modalidades da fixação, vocês saberiamme dizer quais são? Vamos, então, apreciar a conservaçãose vocês me responderem de imediato e sem consultarqualquer material.

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Outra etapa é a:Evocação →→→→→ que é a memória propriamente dita. Evocarsignifica trazer de volta.

A última etapa é o:Reconhecimento →→→→→ especificamente, a possibilidade dereproduzir as circunstâncias especiais e temporais queacompanham a fixação do material. Mais tarde, talvezdepois de formados, ou ainda, nas nossas andanças poraí, se viermos a ouvir novamente sobre a memória, serealmente o conteúdo ficou fixado, lembraremos que asetapas da memória são: fixação, conservação, evocaçãoe reconhecimento.

Você sabia?

Existem alguns tipos de esquecimento:

Aparentemente, perdemos lembranças durante acodificação, o armazenamento e a recuperação.

Falhas na codificação: os materiais deixam de serrepresentados por completo. Ex.: não codificamosrepresentações detalhadas de moedas, porque nãonecessitamos delas. Psicólogos acreditam que o ser humanotende a codificar somente os detalhes de que necessitapara as finalidades práticas.

Falhas no armazenamento: não se sabe se o materialarmazenado na MLP é destruído ou não.

Falhas na recuperação: pesquisas apontam que aspessoas são significativamente melhores na recuperação dedados após o sono do que após períodos similares de vigília.

Amnésia: a perda de memória pode decorrer de qualquergolpe no cérebro (exemplo: soco, pancada, doença, cirurgia,drogas ou terapia eletroconvulsiva). O uso de álcool ou oalcoolismo crônico estão ligados à perda de memória. O

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6 Pensamento e Linguagem

Duas pessoas, em ambientes separados, pensam:

As pessoas usam a palavra “pensar” de forma generalizada,incluindo quase todos os processos mentais.

Portanto, todas as operações cognitivas (atenção,percepção, memória, pensamento, linguagem) estãointerconectadas.

A linguagem influencia o pensamento, sendo que as palavrasatuam como taquigrafia para a experiência. Já o pensamentonão requer a linguagem da forma pela qual a linguagem requero pensamento. Assim como as palavras podem facilitar opensamento, elas podem limitá-lo.

Cognições e Emoções

Neste instante... Descreva algo que esteja próximo avocê. Fizeste?

Você provavelmente descreveu algo como: vemos “algobonito”, ou “algo feio”. Pouco conhecimento do objeto é obastante para despertar emoção. Gostar ou desgostar de alguémou de alguma coisa tende a ser uma de nossas primeirasimpressões.

estresse em nível acentuado pode causar amnésia. Aamnésia pode ser temporária ou irreversível. Quanto maisintenso for o choque no cérebro, maior será o espaço detempo de esquecimento (BRAGUIROLLI et al., 2003).

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PensamentoElementos do Pensamento

Imagem Ação Representação

Imagem:

Muitos cientistas acreditam que as pessoas respondema determinadas perguntas por meio da formação de algumaimagem. Exemplo: para organizar um jantar você pode imaginarse os sabores e aromas de brócolis e pimenta combinam.

As pessoas tratam as imagens da mesma forma pelaqual tratam as percepções.

Embora alguns tipos de pensamento possam usar aimaginação, as imagens não são essenciais a todo e qualquerpensamento. Exemplo: você não formará uma imagem se lhepedirem para comparar dois governos ou para somar doisnúmeros. Para ideias como verdade ou justiça, há poucasimagens que poderiam ser usadas.

Ação:

A ação assim como a imaginação, frequentemente,acompanha o pensamento. Mas podemos pensar sem agir? Sim,mesmo quando não há mais movimentos musculares, as pessoasrelatam ainda estar pensando.

Representação:

Representação ou conceito refere-se ao componentebásico do pensamento.

Representação diz respeito a uma ideia desprovida depalavras e de imagens. Muito do pensamento envolve arepresentação de itens que não estão imediatamente presentes.Exemplo: “Vou passar minhas férias em Roma” (posso formarideias a respeito sem jamais ter estado em Roma). Nãoprecisamos entrar em contato direto com algo para quepossamos ter conhecimento sobre.

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Quando analisamos perguntas, queremos chegar a umaconclusão definida e exercemos controle sobre aquilo em quepensamos. Para tal nos utilizamos de:

Você sabia?

Raciocínio:

Solução deProblemas:

processo no qual usamos várias estratégiasdecisórias para responder a perguntas comprecisão. Para perguntas simples, as pessoasrecuperam informações da memória, semesforço algum. Para perguntas difíceis, elaspodem usar a lógica formal. Ex.: o professordiz: “todos os políticos são corruptos”.Automaticamente, você pesquisará suaspróprias experiências (já conheceu algumpolítico que parecia honesto? Em caso negativo,você está propenso a aceitar a afirmação).

inicialmente, a pessoa que está resolvendoum problema identifica um desafio e prepara-se para ele. Trabalha para resolvê-lo e depoisavalia a solução.

Os seres humanos falam idiomas para comunicar seuspensamentos. Os 5.500 idiomas em uso em nosso planetacompartilham todos as mesmas características básicas.

A fala desenvolve-se rapidamente. Quando ouvimos,temos de interpretar o que está sendo dito em um ritmomuito mais rápido do que quando lemos.

A fala é frequentemente ambígua ou pouco clara. Aspessoas falam cerca de 200 palavras por minuto.

Em torno dos 5 anos de idade, crianças do mundo inteiroestão usando a mesma linguagem que os adultos que asrodeiam.

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7 Motivação

Motivação = motivo, causa, nãoé algo que possa ser diretamenteobservado, é inferido através docomportamento. O comportamentomotivado é aquele em que o indivíduodespende uma relativa carga deenergia, suficiente para direcioná-loa um objetivo a ser atingido(BRAGHIROLLI et al., 2002).

Motivação é um conjunto de fatores psicológicos,conscientes ou não, de ordem fisiológica ou afetiva quedetermina um certo tipo de conduta em alguém, orientando ocomportamento em direção a um objetivo ou meta.

Ato e efeito de motivar é uma reação provocada, umaespécie de energia psicológica que serve para motivar alguéma conquistar seu ideal e encontrar o seu eu.

Muito antes de adquirir a linguagem, os bebês atentam àfala e demonstram prontidão para dela extrair informações.Ex.: recém-nascidos viram a cabeça em resposta a vozes.- Entre 6 e 8 meses, ocorre o balbucio: no mundo inteiro osbebês balbuciam os mesmos sons (sons que começam comnasais - “m” e “n”, ou consoantes sozinhas - “d”, “t” ou “b”).

Pesquisas atuais sugerem que as diferenças nas taxasde aquisição de linguagem dependem tanto da hereditariedadecomo do ambiente. A aprendizagem rápida da linguagem estácorrelacionada com a inteligência parental e com a frequênciacom que os pais imitam o que a criança diz. A atenção e oafeto dos pais (transmitidos pelo tom de voz) também estãoligados à rápida aprendizagem da linguagem.

O período sensível para aquisição da linguagem estariasituado entre os 2 anos e a puberdade. Até a puberdade,absorvemos novas línguas com relativa rapidez e falamossem sotaque (BRAGUIROLLI et al., 2003).

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São três os modelos de motivação:

a) motivação de sobrevivência: que podem ser cíclicos(a fome, a sede, a respiração, o sono); episódicos (a dor,o medo, a fadiga); e de recepção e interpretação deinformações (de estimulação informativa);

b) motivação social: é toda ação humana dirigida aodesejo sexual, aos comportamentos maternais, ao desejode afiliação, de prestígio e estima;

c) motivação do “eu”: necessidade de realização e deinformação consonante (harmoniosa).

Motivos: algo que age internamente no indivíduo, umacondição interna relativamente duradoura que predispõe oindivíduo a persistir em um comportamento orientado a umobjetivo, possibilitando a transformação ou permanência dasituação. Os motivos podem explicar muitos comportamentoshumanos. Um mesmo comportamento pode ser resultado devários motivos, atuando ao mesmo tempo.

Necessidades: são forças que agem internamente,avisando o corpo que algo está faltando para suprir algumafunção orgânica ou psíquica (como a fome, o sono, arespiração), ou motivos do “Eu” (necessidade de realização ede necessidade de informação). “O termo necessidade éutilizado para definir os motivos mais complexos comoos dos motivos do Eu”.

Impulso: é uma força que faz o organismo entrar emmovimento para satisfazer uma necessidade. O impulso é afonte de energia dos motivos de sobrevivência. É diferente demotivo por que não direciona o comportamento, somente oativa (BRAGHIROLLI et al., 2002).

Instintos: “Na teoria Psicanalítica, os instintos foramclassificados em – instintos ”de vida” – os responsáveis pelaautoconservação, como a fome e o sexo – e os instintos “de

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morte” – os comportamentos destrutivos, como a “agressão”.(BRAGHIROLLI et al., 2002, p. 104).

7.1 Teorias da Motivação

Existem diferentes modelos teóricos sobre a motivação.

Teoria Behaviorista: o conceito de impulso é entendidocomo uma força que impele para a ação, atribuível àsnecessidades primárias. Todo o comportamento é umafunção do impulso, e, sendo assim, os estímulosregularmente associados a uma satisfação adquirirãopropriedades motivacionais por si mesmos.

Teoria Cognitiva: não há estabelecimento automáticoentre o estímulo e a resposta, o indivíduo é capaz deantever as consequências de seus comportamentos porqueadquiriu e elaborou informações através de suasexperiências.

Teoria Psicanalítica: o comportamento é basicamentedeterminado por motivações inconscientes.

Teoria Humanista: surge como uma contraposição àsanteriores. Afirma que o homem não é redutível à suafisiologia nem é um respondente mecânico ou mesmocognitivo a estímulos e impulsos sexuais e agressivos.

Teoria de Maslow: o homem tem necessidades fisiológicasque se referem às necessidades fundamentais para asobrevivência. Exemplos: a procura do alimento, o uso deroupas como abrigo e a utilização de remédios para a curadas doenças. É considerada uma das mais importantesteorias de motivação. Para Maslow, os seres humanos agematravés de atos que satisfaçam suas necessidades, numahierarquia de valores. Ao satisfazerem uma necessidade,os indivíduos logo criam outra, buscando meios parasatisfazê-la. Nenhum indivíduo tentará alcançar oreconhecimento pessoal e o status se antes não conseguir

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satisfazer suas necessidades básicas. Desta forma,apresenta uma pirâmide com as necessidades humanasem níveis por importância.

PIRÂMIDE DE MASLOW

Fonte: BRAGHIROLLI et al. (2003, p. 106).

Atividade

1) Coloque (V) ou (F) de acordo com cadaafirmação:

( ) Antes de adquirir linguagem os bebês estãoatentos para já extrair informações.( ) O bebê consegue emitir suas dez primeiraspalavras antes de 16 meses de vida.( ) A pesquisa atual sugere que diferenças na

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aquisição da linguagem não dependem tanto dahereditariedade e do ambiente.( ) O período sensível para a aquisição dalinguagem está situado entre 2 anos e a puberdade.( ) Até a puberdade absorvemos novas línguas comrelativa rapidez e sem sotaques.

Referências comentadas

BRAGHIROLLI, E. M.; BISI, G. P.; RIZZON, L. A.;NICOLETTO, U. Psicologia Geral. Petrópolis: Vozes,2003.

Os autores apresentam todos os processos básicos docomportamento de forma aprofundada permitindo ao leitorapropriar-se do tema em questão.

Referências

BRAGHIROLLI, E. M.; BISI, G. P.; RIZZON, L. A.; NICOLETTO,U. Psicologia Geral. Petrópolis: Vozes, 2003.

DAVIDOFF, L. Introdução à Psicologia. São Paulo:McGraw-Hill do Brasil, 2001.

OLIVEIRA, C. A.; LILJA, C. Psicologia Geral. CadernoUniversitário. Canoas: ULBRA, 2005.

WEITER, W. Introdução a Psicologia: temas evariações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

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Autoavaliação

1. Você sabe fazer palavras cruzadas?Complete as lacunas de acordo com as questões.

1. Variados processos e estruturas. É fundamental paraperceber, aprender, falar, raciocinar entre outras atividades.2. Tradução dos conteúdos de uma outra forma.3. Processo que parece ocorrer automaticamente.4. Refere-se à busca de informações.5. Informação retida temporariamente, assemelhada aimagens.6. É o centro da consciência. Insere e recupera conteúdos.7. Processamento profundo. Permite pensar nos significados.8. A medida do que ficou retido é um termômetro sensívelda memória.9. Processo de busca de duas fases; a primeira porrepresentação e a segunda por emparelhamento.10. Busca controlada pela memória.

Gabarito: (V); (V); (F); (V); (V).

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(1) CondicionamentoRespondente(2) CondicionamentoOperante(3) Aprendizagem porobservação(4) Aprendizagemcomportamental

( ) Reforçamento (positivo enegativo) e punição.( ) São atos desencadeados poreventos que imediatamente osprecedem.( ) Albert Bandura – pesquisadorpioneiro.( ) Incluem reflexos da musculaturaesquelética.( ) Mudança comportamentalrelativamente duradoura,desencadeada pela experiência.( ) Respostas voluntárias.( ) Não são aprendidos e sãouniversais.( ) Organismos simples e complexosaprendem desta forma.( ) São ações altamenteinfluenciadas por seus efeitos.( ) Sempre envolve algum tipo deaprendizagem cognitiva e costuma sermuito demorada.( ) Ao longo da vida sãocontinuamente condicionados emgeral sem nosso conhecimento.

2. Complete as lacunas:

____________ são estados interiores caracterizados por:____________________ reações ________ e comportamento_______________. Aparecem subitamente e são _________de controlar.

São consideradas emoções universais: _______ - emoçãocaracterizada por fortes sentimentos de contrariedade;________ - qualquer ato praticado com o fim de ferir ouprejudicar uma vítima involuntária; _______________ - quandoum obstáculo impede de fazer algo que desejado;_____________ - emoções positivas curtas; ____________ -satisfação geral com a vida.

A _______________ é caracterizada por sentimentos deantecipação de perigo, tensão e sofrimento por tendências deesquiva ou fuga.

3. Relacione as colunas:

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Gabarito: 1. memória, 2.codificação, 3. armazenamento, 4.recuperação, 5. sensorial, 6. curto prazo, 7. longo prazo, 8.reaprendizegem, 9. reconhecimento, 10. recordação.

2. emoção; pensamentos; sensações; fisiológicas;expressivo; específico; difíceis; raiva; agressão; frustração;alegria e prazer; fidelidade; ansiedade.

3. 2; 1; 3; 1; 4; 2; 1; 3; 2; 3; 2.

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1 Socialização

O comportamento está na dependência de três mecanismosfisiológicos: o mecanismo receptor (órgãos dos sentidos quecaptam os estímulos do meio); o mecanismo efetor (músculose glândulas) e o mecanismo conector (sistema nervoso queestabelece a conexão entre o efetor e o receptor). Contudo,para compreender o comportamento, é necessário consideraro meio social em que ele ocorre. (BRAGHIROLLI et al., 2003)

“As propriedades que fazem do homem um ser particular, quefazem deste animal um ser humano, são um suporte biológicoespecífico, o trabalho e os instrumentos, a linguagem, asrelações sociais e uma subjetividade caracterizada pelaconsciência e identidade, pelos sentimentos e emoções e peloinconsciente. Com isso queremos dizer que o humano édeterminado por todos esses elementos. Ele émultideterminado”. (BOCK, FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 177).

Cap. IVBases determinantes do

comportamento social

Fonte:http:www.fotosearch.com.br/fotos-imagens comportamento_5.html

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A socialização é o processo peloqual o indivíduo adquire padrões decomportamento que são habituais eaceitáveis em seus grupos sociais(família, grupo de amigos, comunidade,trabalho etc.). Trata-se de um processoque se inicia com o nascimento,perdurando por toda a vida, fazendocom que o sujeito reaja de formasemelhante aos demais com quemconvive. Esse processo influencia nodesenvolvimento da personalidade desse

indivíduo; por exemplo: em nossa sociedade a competição éestimulada (BRAGHIROLLI et al., 2003; BOCK; FURTADO;TEIXEIRA, 1999).

A família se constitui no maior agente de socialização e amãe, ou a cuidadora, seu representante mais significativo, ouseja, se a mãe satisfaz as necessidades da criança, ela confiarána mesma e também nos demais, do contrário, surgirá adesconfiança que se generalizará para as demais pessoas.

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/fotos-

imagens/comportamento_4.html

A criança deve ser estimulada a explorar seu meio e interagircom os demais, exercitando sua independência, isso favoreceráo desenvolvimento de um indivíduo mais ativo e confiante em simesmo e sociável. Contudo, devemos ter presente que existemoutros fatores que influenciam na socialização (BRAGHIROLLIet al., 2003).

Existem dois tipos de socialização:

a) Socialização Primária: ocorre na infância;b) Socialização Secundária: integração do indivíduo no

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grupo ou em situação social, por exemplo: mudança deprofissão; ao ter um filho; quando se casa ou divorcia.

2 Aprendizagem social

É primordial, desde o primeiromomento, guardarmos em nossa memóriaque só poderemos falar em aprendizagemquando essa oferecer uma mudança nocomportamento desencadeada pelaexperiência.

Diferentes autores propõem, formasde estudo sobre aprendizagem, esses nãopretendem classificar, mas facilitar nossacompreensão sobre o tema.

Colocamos algumas teorias de aprendizagem nocapítulo IV.

3 Facilitação social

O conceito de facilitação socialtem evoluído ao longo do tempo.Originalmente designava atendência para uma pessoaapresentar um melhor desempenhoem tarefas simples e bem aprendidasquando estavam presentes outraspessoas. Mais recentementeverificou-se uma generalização dosentido subjacente a esse conceito,

passando a designar o processo que conduz ao fortalecimentode respostas dominantes (comportamentos bem aprendidos)num determinado indivíduo devido à mera presença de outraspessoas. Inversamente, quando a tarefa é muito difícil ou estámal aprendida, a presença de outras pessoas leva normalmenteà deterioração do desempenho.

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Facilitação social: efeito de grupo através do qual a merapresença de outros indivíduos afeta a eficiência docomportamento de outro indivíduo (FACULDADE DE PSICOLOGIAE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO,

2008).

4 Ambiente e conduta social

Ambientes seguros, afetuosos epacíficos conduzem à aprendizagem dosindivíduos.

O comportamento social costuma serdividido em dois níveis: o do indivíduo(processos de socialização, percepção sociale atitudes sociais) e do grupo (desempenhode papéis, l iderança, etc.). Para secompreender o comportamento social devemosestudar a ambos de forma interdependente.

Para que um conjunto de pessoas possa ser consideradoum grupo é preciso que atenda a três critérios: estar em contato,considerar-se mutuamente como membros de um grupo e teralgo importante em comum (BRAGHIROLLI et al., 2002).

Conforme os autores existem dois tipos de grupos: oprimário e o secundário.

Grupo primário: caracteriza-se por existir laçosafetivos, íntimos entre seus membros, ser pequeno,informal, espontâneo, (ex.: a família, o grupo de amigos).Representa a fonte básica de aprendizagem de atitudes eformação de nossa personalidade.

Grupo secundário: mais formal, impessoal, representaum meio para que seus componentes atinjam fins externosao grupo. Pode ser pequeno ou grande (ex.: grupo de salade aula, de trabalho).

Dentro de cada grupo, os indivíduos possuem uma posição,um status e um papel.

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Posição: conjunto de direitos edeveres do indivíduo no grupo, ex.:posição de pai no grupo familiar, deoperário da fábrica.

Status: conceito relacionado coma posição, se refere ao valor diferencial de cada posição dentrodo grupo.

Papel: também relacionado aos anteriores, é ocomportamento esperado de quem ocupa determinada posiçãocom determinado status (ex.: espera-se que um pai ou umdirigente político se comporte de determinada maneira, sobpena de sofrer sansões sociais). Todos nós representamosdiversos papéis dependendo do grupo em que estamos (ex.:aluna na sala de aula, esposa em casa, secretária no trabalho).Em cada situação é esperado um tipo de comportamentoespecífico, sendo possível prevê-lo e compreendê-lo.

Liderança = influência que certos membros do grupoexercem sob os demais. A liderança é emergencial, o líder surgede dentro do grupo, como situacional, podendo ser escolhidocomo líder para uma tarefa e não para outra. Contudo, ascaracterísticas de personalidade podem tornar mais provávelque uma pessoa se torne líder na maioria das situações(BRAGHIROLLI et al., 2002).

Pode-se observar dois tipos de liderança:

líder formal - é aquele indicado por uma chefia paraliderar o grupo; e

líder informal - é aquele que surge espontâneamenteno grupo.

O líder ainda pode ser:

autocrático – é aquele que determina toda a atividadedo grupo e acredita que todos lhe devem obediênciaindependentemente de justiça, certo ou errado. As relaçõesinterpessoais sofrem considerável deterioração;

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/fotos-

imagens/social.html

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laissez-faire - é aquele que faculta ao grupo completaliberdade de ação, não atuando como líder. Resulta fontede atritos e desorganização;

democrático – é aquele que dirige o grupo com o apoio ecolaboração espontânea e consciente de seus componentes.O grupo tende a maior integração, otimismo, confiança e,em geral, maior rendimento (OLIVEIRA; LILJA, 2005).

Atividade

Explique a diferença entre grupo primário esecundário, explicitando a importância destes nodesenvolvimento do ser social.

Referências comentadas

OLIVEIRA, C. A.; LILJA, C. Psicologia Geral. CadernoUniversitário. Canoas: ULBRA, 2005.

Neste caderno universitário buscou-se facilitar e estimular aaquisição de conhecimentos gerais em Psicologia, situando o alunono contexto da ciência psicológica e suas áreas de aplicação,fundamentos teóricos dos processos básicos em Psicologia eassegurando uma compreensão integrada dos conteúdos.

Referências

BRAGHIROLLI, E. M.; BISI, G. P.; RIZZON, L. A.; NICOLETTO,U. Psicologia Geral. Petrópolis: Vozes, 2003.

BOCK, A. M. B; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L T.Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia.São Paulo: Saraiva, 1999.

FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃODA UNIVERSIDADE DO PORTO. Facilitação social.Disponível em: http://www.fpce.up.pt/ciencias_sociais/nocoes.htm#f. Acesso em: 20 jul. 2008.

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OLIVEIRA, C. A.; LILJA, C. Psicologia Geral. CadernoUniversitário. Canoas: ULBRA, 2005.

Autoavaliação

Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.

(1) líder formal(2) líder informal(3) líder democrático(4) líder autocrático(5) posição(6) papel(7) status(8) socialização primária

( ) ocorre na infância.( ) é aquele que surgeespontaneamente no grupo.( ) é aquele indicado por umachefia para liderar o grupo.( ) conceito relacionado com aposição, se refere ao valordiferencial de cada posição dentrodo grupo.( ) conjunto de direitos edeveres do individuo no grupo, ex.posição de pai no grupo familiar, deoperário da fábrica.( ) é aquele que dirige o grupocom o apoio e colaboraçãoespontânea e consciente de seuscomponentes. O grupo tende amaior integração, otimismo,confiança e, em geral, maiorrendimento.( ) é aquele que determina todaa atividade do grupo e acredita quetodos lhe devem obediênciaindependentemente de justiça,certo ou errado. As relaçõesinterpessoais sofrem consideráveldeterioração.( ) também relacionado aosanteriores, é o comportamentoesperado de quem ocupadeterminada posição comdeterminado status.

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68 Gabarito: (8); (2); (1); (7); (5); (3); (4); (6).

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Cap. V

O desenvolvimento dapersonalidade

Neste capítulo iremos adentrar àciência do comportamento humano,buscando refletir sobre os conceitos depersonalidade e teorias de personalidadeexistentes.

1 Conceito dePersonalidade

Para iniciar nossas descobertas precisamos primeiro sabero que é personalidade? Costumamos dizer Fulano tempersonalidade... O que queremos dizer com isso? Será que quemtem personalidade é quem cumpre com o prometido? É o sujeitohonesto?

É importante, nesse momento, fazer algumas distinçõespara entendermos a formação da personalidade.

A nossa personalidade é formada pelo temperamento maiscaráter.

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O que é temperamento?

Temperamento - etimologicamente significatempero. É hereditário e inato. Tempero mescla misturade humores. Não é adquirido, mas sofre influência domeio. Depende do funcionamento das glândulas.

Quantas vezes ouvimos dizer que Joãozinho tem o mesmotemperamento, por exemplo, do avô?

O que é caráter?

Caráter - traços de personalidade com significadoético ou social. Disposição psíquica de assimilar e reagirde certas formas ou maneiras a impressões exteriores.Através do psiquismo do caráter estabelecemos

relações com o meio, através de estímulos que o mesmo oferece.O meio ambiente tem uma possibilidade de interferir na formaçãoda personalidade através do caráter. O caráter é adquirido.

Adquirimos o caráter através do meio familiar, escolar, dosgrupos de amigos, enfim, do meio em que vivemos. Vamosformando o nosso caráter ao longo de nossa vida e de nossasrelações.

E, finalmente, chegamos à personalidade...

Personalidade - serve para designar identidade individualde uma pessoa, o conjunto de todas as características que aconstituem e diferenciam dos outros bilhões de seres humanos.Essas características determinam o modo pelo qual o indivíduoreage ao mundo - seu comportamento, sentimentos e seurelacionamento com as outras pessoas.

Assim temos:

Temperamento + Caráter = Personalidade

Inato ehereditário

Adquirido

pelo meio

É a contribuiçãodo que é inato e

hereditário +adquirido pelo meio

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Uma distinção neste momento se faz necessária, algumasvezes falamos em personalidade e características depersonalidade como sendo a mesma coisa e que na realidadenão o é. Vamos aproveitar e separar esses conceitos? Jásabemos o que é personalidade, agora vamos ver ascaracterísticas de personalidade. Depois, vocês podem ver quaisas características que possuem e pensar sobre elas.

Traço de personalidade - um traço é uma característicaduradoura do indivíduo e que se manifesta na maneiraconsistente de comportar-se em uma ampla variedade desituações. Atribuir o traço “pontualidade” a um indivíduo implicadizer que tende geralmente a chegar a tempo no trabalho, nasfestas, ao esperar condução, etc. Um traço não é, naturalmente,uma questão de tudo ou nada; existe no indivíduo emdeterminada quantidade.

Desta forma, Davidoff (2001, p. 502 ) coloca:

Personalidade = “padrões relativamenteconsistentes e duradouros de percepção,pensamento, sentimento e comportamento quedão às pessoas identidade distinta”.

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/results.asp?start=0&category=all&keyword=personalidade&Search=Busca&pub=all&rf=rf&rm=rm

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Você sabia?

2 Teorias de Personalidade

Neste tópico, estudaremos asteorias mais conhecidas de Personalidade.

É importante sabermos que outrasteorias existem e que são estudadas maisespecificamente pela área da Psicologia.

Fonte:http://www.fotosearch.com.brresults.asp?step=&pattern=&ds=&searchformof=&pub=all&category=&imagedesc_only=&orient=&pixelh=&pixelw=&keyword=personalidade&start=2

Por que existem tantas teorias de Personalidade?

Considerando ser o homem um sujeito subjetivo e complexo,tantas são as teorias que tentam explicar a personalidade desteser. Assim, seria interessante se houvesse uma única queabrangesse todos os aspectos da personalidade: experiências

Psicólogospesquisadores

Psicólogos queconstroem e

avaliaminstrumentos

Psicólogosclínicos

Explicação decertos aspectosda personalidade.Por exemplo:estes buscaramconhecer ascaracterísticas depersonalidade dapopulação emgeral conforme osinteresses desuas pesquisas.

Testes depersonalidade.Por exemplo:estes buscamconstruir eavaliarinstrumentosque venham aauxiliar noentendimentodapersonalidade.

Usam teoria,pesquisa einstrumentospara ajudar aspessoas nacompreensão desi mesmas eresolução deproblemas.

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inconscientes e subjetivas, bem como comportamento, mastambém disposições duradouras e transitórias. Considerariainfluências ambientais e genéticas. A seguir, conheceremosalgumas teorias que nos permitem um entendimento geral arespeito da Personalidade.

2.1 Teorias Psicodinâmicas

Quando falamos em Teorias Psicodinâmicas, nos referimosàs diversas teorias descendentes da obra de Sigmund Freud,razão essa de encontrarem tantos autores ligados às TeoriasPsicodinâmicas. Freud, Jung, Adler, Erikson, Hartmann sãoexemplos de autores das Teorias Psicodinâmicas.

Nessa teoria, o que fica evidente é a importância dosmotivos, emoções e outras forças internas. A personalidadedesenvolve-se à medida que os conflitos psicológicos sãoresolvidos, geralmente durante a infância. As evidências vêm deentrevistas clínicas.

Neofreudianos: ideias relacionadas com as de Freud.Alguns enfatizam o contexto social.

Você sabia?

Formas de conhecer a Personalidade segundo asTeorias Psicodinâmicas:

Mensuração da personalidade: instrumentos (entrevistas,estudos de caso e testes projetivos) que avaliam aspectosinconscientes da personalidade.Entrevistas: são observações participantes (clínico epaciente exploram a vida mental).Estudos de caso: o material da entrevista é escrito comoum histórico de vida.Testes projetivos: as pessoas projetam suas própriaspercepções, emoções e pensamentos no mundo externo semter consciência disso. Esses testes revelam tais sentimentose impulsos inconscientes.

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Sigmund Freud: acreditava que apersonalidade é moldada pelas primeirasexperiências, quando as crianças passam porum conjunto sequencial de fases psicossexuais(energia sexual = libido - localizada em regiõescorporais diferentes, conforme odesenvolvimento psicológico progride).

Com relação à estrutura depersonalidade Freud dividiu em três componentes: Id, Ego eSuperego. Neste momento, para que tenham conhecimento everifiquem a importância desses três senhores e a relação quepossuem entre si, coloco uma crônica de Moacyr Scliar, publicadaem fevereiro de 1997, no Jornal Zero Hora. A partir dessa crônica,o grupo de teatro Psi em Cena, do Curso de Psicologia ULBRA/Canoas, apresentou “Freud e o Carnaval”.

Freud e o Carnaval

Moacyr Scliar

Segundo Freud, que não era construtor (mas que em algummomento deve ter pensado em fazer uma incorporação apreço de custo para escapar das agruras da psicanálise),a nossa mente é como uma casa em que vivem trêshabitantes. No térreo mora um sujeito simples e meioatucanado chamado Ego. Ele não é propriamente o donoda casa, mas cabe-lhe pagar a luz, a água, o IPTU, alémde varrer o chão, lavar a roupa e cozinhar. Estas tarefasfazendo parte da vida cotidiana, Ego até não se queixaria.O pior é ter de conviver com os outros dois moradores.No andar superior, decorado em estilo austero, com estátuasde grandes vultos da humanidade e prateleiras cheias delivros sobre leis e moral, vive um irascível senhor chamadoSuperego. Aposentado – aos pregadores de moral não restamuito a fazer em nosso mundo –, Superego dedica todosos seus esforços a uma única causa: controlar o pobreEgo. Quando Ego se lembra de alguma piada boa e ri, ouquando Ego se atreve a cantar um sambinha. Superego

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bate no chão com o cetro que carrega sempre exigindosilêncio. Se Ego resolve trazer para casa uma namoradaou mesmo uns amigos, Superego, de sua janela, adverte:não quer festinhas no domicílio.No porão, sujíssimo, mora o terceiro habitante da casa,um troglodita conhecido como Id. Id não tem modos, nãotem cultura e na verdade mal sabe falar. Em matéria desexo, porém, tem um apetite invejável. Superego quedetesta estas coisas, exige que Ego mantenha ainconveniente criatura sempre presa. E é o que acontecedurante todo o ano.No carnaval, porém, Id se solta. Arromba a porta do porão,salta para fora e vai para a folia, arrastando consigo operplexo Ego que, num primeiro momento, resiste, masdepois acaba aderindo. E aí são três dias de samba, bebida,mulheres.Quando volta para a casa na Quarta-feira, a primeira pessoaque Ego vê é o Superego, olhando-o fixo da janela noandar superior. Ela não precisa dizer nada, Ego sabe queerrou. Humilde, enfia-se em casa, abre a porta do porãopara que o saciado Id retorne a seu reduto, e aí começa apenitência, que durará exatamente um ano.De vez em quando Ego tem um sonho. Ele sonha que ostrês fazem parte de um mesmo bloco carnavalesco, e que,juntos, se divertem a valer – Superego é inclusive o foliãomais animado.Mais isto é, naturalmente, sonho. Parafraseando umprovérbio judaico, Carnaval no sonho não é carnaval, é sósonho. Que se junta a todos os sonhos frustrados de nossaépoca. Graças a eles, muitas casas foram construídas. Emuitos edifícios foram incorporados.

Fonte: ZH, 08 de fevereiro de 1997.

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Apresentação do Grupo de Teatro Psi em Cena“Freud e o Carnaval” (2003).

Dando sequência às teorias de personalidade,vejamos as Teorias Behavioristas.

O Comportamentalismo ou o Behaviorismo buscavam que apsicologia científica somente estudasse o comportamentoobservável. Para estudo do comportamento, focaram-sebasicamente na aprendizagem. Seus principais autores sãoSkinner e Bandura.

2.2 Teorias Behavioristas

Estas teorias são propensas a examinar ações observáveisem situações específicas. Ressaltam a importância do ambiente,das experiências (estudo com animais de laboratório paraesclarecer processos humanos fundamentais) e daaprendizagem (o comportamento é específico a uma situaçãoe é modelado acentuadamente pelos princípios daaprendizagem).

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Skinner = Behaviorismo radical

A personalidade é essencialmente ficção,sendo que as pessoas veem o que os outrosfazem e inferem características subjacentes(motivos, traços, habilidades). Entender apersonalidade é procurar especificar o que osorganismos fazem e quais eventos influemnaquelas ações.

Bandura = Aprendizagem Cognitivo-Social

Enfatiza o pensamento e a autorregulação.As pessoas estão resolvendo problemascontinuamente, capitalizando sua enormeamplitude de experiências e capacidades refinadaspara processar informações.

Você sabia?

Formas de conhecer a Personalidade segundo asteorias behavioristas:

Estudam personalidade sob condições cuidadosamentecontroladas.

Conduzem experimentos em grande número de indivíduose em laboratórios.

2.3 Teorias Fenomenológicas

Passamos a seguir a conhecer as teoriasfenomenológicas. Abaixo a foto de seu percussor(Carl Rogers):

Esta teoria, concentra-se em tentar entendero “si mesmo”. O interesse é no que as pessoas dizemsobre como se sentem, pensam e percebem. Aautorrealização é considerada o motivo humano

Fonte: Weiten(2002, p. 9).

Fonte: Weiten(2002, p. 184).

Fonte: Weiten(2002, p. 11)

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primário, sendo que a importância dos impulsos biológicos é diminuída.As pessoas são consideradas naturalmente boas e íntegras.

Você sabia?

Formas de conhecer a Personalidade segundo asteorias fenomenológicas:

2.4 Teorias Disposicionais

As teorias disposicionais têm, como autores vinculados,Cattell com a teoria e Medida do Traço e Sheldon, com a teoriade tipos e mensuração.

Teoria e Medida do Traço (Cattell): traços originais sãorelativamente estáveis em toda a vida e parecem serinfluenciados pela herança genética. Referem-se a pequenas“partes” da personalidade. Exemplos: reservado-extrovertido;tranquilo-tenso.

Teoria de Tipos e mensuração (Sheldon): a tipificaçãosupõe que traços específicos aglutinam-se. Exemplo: conversarmuito e ser ativo = sociabilidade. Elaboraram um projeto paracorroborar a ligação entre tipo corporal e personalidade.Inventário Multifásico de Personalidade de Minnesota (MMPI).

Uma única teoria abrangente da personalidade?

Mensuração da personalidade: avalia mudanças pelaanálise de entrevista gravadas e testes de personalidadechamados Técnica Q (descrição de personalidade).

Utilizaria vários métodos: observações e experimentos comgrupos, assim como estudos intensivos de indivíduos emsituações específicas e ao longo do tempo. Embora existamteorias abrangentes, nenhuma é aceita pela maioria dospsicólogos da personalidade (Davidoff, p. 536, 2001).

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3 Visões de personalidade

Fonte: adaptado de Weiten (2002, p. 16-17).

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Atividade

Orientações para autoestudo do capítulo:Sugere-se a leitura do capítulo 12 do livro WEITEN,Mayne. Introdução à Psicologia. Temas e Variações.São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

Referências comentadas

WEITEN, Mayne. Introdução à Psicologia. Temase Variações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

O autor deste livro aborda sobre personalidade esuas diferentes teorias. Numa linguagem acessível a todos quese interessem pela matéria.

Referências

DAVIDOFF, L. Introdução à Psicologia. São Paulo:McGraw-Hill do Brasil, 2001.

SCLIAR, Moacyr. Freud e o Carnaval. Zero Hora, PortoAlegre, 8 fev. 1997.

WEITEN, Mayne. Introdução à Psicologia: temas evariações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

Autoavaliação

1. Sobre a Teoria Humanista, escolha a alternativa correta:

a.( ) tem como fundador Watson e seus seguidores.b.( ) busca estudar e conhecer nas pessoas a calma, adocilidade e a educabilidade.c.( ) o elemento central da teoria é o conceito de “eu” (self).d.( ) o motivo básico da atividade do organismo é a

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satisfação pessoal e a percepção.e.( ) a teoria visa a explicar determinados comportamentos.

2. Marque a alternativa correta:

I – O termo personalidade refere-se a padrõesrelativamente inconscientes e duradouros de percepção,pensamento, sofrimento e comportamento que dão àspessoas identidades distintas.II – De acordo com Freud, a personalidade é moldada pelasprimeiras experiências, quando as crianças passam por umconjunto sequencial de fases psicossexuais.III – Nas teorias psicodinâmicas a mensuração dapersonalidade se dá através de entrevistas que avaliamaspectos inconscientes de personalidade.

a. Apenas a afirmativa I está correta.b. Apenas a afirmativa II está correta.c. Apenas a afirmativa III está correta.d. As afirmativas I e II estão corretas.e. As afirmativas I e III estão corretas.f. As afirmativas II e III estão corretas.g. Todas as afirmativas estão corretas.

3. Marque a alternativa correta:

As Teorias Fenomenológicas:

I – Concentram-se no que as pessoas dizem sobre comose sentem, pensam e percebem.II – Os impulsos biológicos são considerados motivo humanoprimário.III – As pessoas são consideradas naturalmente boas eíntegras e a mensuração da personalidade é realizadaatravés de entrevistas gravadas e da Técnica Q.

a. Apenas a afirmativa I está correta.b. Apenas a afirmativa II está correta.c. Apenas a afirmativa III está correta.

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d. As afirmativas I e II estão corretas.e. As afirmativas I e III estão corretas.f. As afirmativas II e III estão corretas.g. Todas as afirmativas estão corretas.

4. Assinale (V) ou (F) para as afirmações abaixo:

( ) Nas teorias disposicionais, Cattell traz que os traçosoriginais são relativamente estáveis em toda a vida eparecem ser influenciados pela herança genética.( ) As teorias behavioristas examinam ações nãoobserváveis em situações específicas e consideram legítimoo estudo com animais.( ) Para Skinner, entender personalidade significa procurarespecificar o que os organismos fazem e quais eventosinfluem naquelas ações.( ) Para Bandura, a Aprendizagem Cognitiva Social se dáatravés da resolução de um problema específico sem oacréscimo de experiências para o sujeito.( ) Na Teoria da Aprendizagem Cognitivo-Social apersonalidade é estudada através de um pequeno númerode indivíduos controlados cuidadosamente em laboratórios.

Gabarito: 1. (c); 2. (b); 3. (e); 4. (v), (f), (v), (f), (f).

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Neste capítulo enfocaremos acognição social que vem a ser umprocesso cognitivo que elabora aconduta adequada em resposta aoutros indivíduos da mesma espécie.Conforme Butman e Allegri (2001):

A cognição social é o processo que orienta condutas frente aoutros indivíduos da mesma espécie. Várias estruturascerebrais têm um papel chave para controlar as condutassociais: o córtex pré-frontal ventromedial, a amígdala, o córtexsomatosensorial direito e a insula (p. 275).

Percepção social é o processo pelo qual formamosimpressões a respeito de outros indivíduos ou grupos. Trata-sede um processo complexo em que as observações são integradasem uma impressão unificada e coerente. As primeiras impressõesdeterminam nosso comportamento em relação com as pessoas,tendo grande probabilidade de se tornarem estáveis.

Atribuição Causal é o processo pelo qual as pessoas usamvárias tipos de informação para realizar inferências acerca dascausas de determinados comportamentos ou acontecimentos.

Atribuição causal externa, também designada poratribuição situacional, consiste no processo pelo qual o nosso

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comportamento, assim como o dos outros, é assumido comodependendo de causas ou fatores situacionais externos àpessoa.

Atribuição causal interna, também designada poratribuição disposicional, consiste no processo pelo qual o nossocomportamento, assim como o dos outros, é assumido comodependendo de causas ou fatores internos ou disposicionais.

1 Atitudes:natureza,formação emudança

Atitude sociais corresponde à forma em geral, organizadae coerente, de pensar, sentir e reagir a determinado evento,pessoa ou grupo de pessoas. As atitudes podem ser positivasou negativas e são sempre aprendidas. As atitudes possuemtrês componentes: cognitivo (pensamentos e crenças a respeitodo objeto); afetivo (sentimentos de atração ou repulsão) ecomportamental (tendência à reação). Desses trêscomponentes, apenas o comportamento é observáveldiretamente e os demais são inferidos através docomportamento.

Costumamos reagir a quase tudo, apenas dois tipos deobjetos costumam não provocar atitudes sociais: aqueles quedesconhecemos e aqueles que despertam pouco interesse. Emgeral, conhecendo as atitudes de uma pessoa, é possível preverseu comportamento e, para mudar o comportamento, deve-seformar atitudes ou alterar as já existentes (ex.: criar atitudespositivas com relação a um produto com a intenção de fazer oindivíduo comprá-lo).

Uma característica importante de nossas atitudes é quesão resistentes a mudanças (ex.: preconceito racial) isso ocorreporque a maioria de nossas atitudes mais básicas é desenvolvidana infância, com a interação com nossos cuidadores (geralmenteos pais).

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2 Tipos de atitudes

Atitudes Explícitas são aquelas que afirmamosconscientemente e relatamos sem maiores problemas.

Atitudes Implícitas são involuntárias, incontroláveis e, àsvezes, inconscientes.

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/atitudes_3.html.

De modo geral as atitudes se modificam em função dainfluência social. O indivíduo poderá mudar de atitude a partirda dissonância cognitiva = seria mudar de atitude através docomportamento. O indivíduo mudará seu comportamento atravésda dissonância cognitiva quando esse comportamento tem poucajustificativa interna; mudado o comportamento esse indivíduorestabelece a justificativa interna. As atitudes poderão sermodificadas dependendo das crenças – um estado mental quepode ser verdadeiro ou falso; dos estereótipos – uma imagempreconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação;preconceitos – um juízo preconcebido geralmente na formade uma atitude discriminatória; opiniões – julgamento de valorsobre alguém ou algo; valores – crença duradoura de queum modo de conduta é pessoal e socialmente preferível a umaalternativa contrária; representações sociais – um sistemade valores, noções e práticas que proporcionam aos indivíduosos meios para orientar-se no contexto social e material.

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Orientações para autoestudo do capítulo:Sugere-se a leitura do artigo: “A Cognição Social e oCórtex Cerebral” e a elaboração de um entendimentodo texto.

Referências comentadas

BUTMAN, Judith; ALLEGRI, Ricardo F. A CogniçãoSocial e o Córtex Cerebral. Psicologia: Reflexão eCrítica, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 275-279, 2001.

O artigo possibilita entender a formação dosaspectos cognitivos e neurológicos associados à

cognição social.

Referências

BUTMAN, Judith; ALLEGRI, Ricardo F. A Cognição Social eo Córtex Cerebral. Psicologia: Reflexão e Crítica, PortoAlegre, v. 14, n. 2, p. 275-279, 2001.

OLIVEIRA, C. A.; LILJA, C. Psicologia Geral. CadernoUniversitário. Canoas: ULBRA, 2005.

Autoavaliação

Assinale a alternativa correta:

( ) percepção social é um estado mental que pode serverdadeiro ou falso.( ) opiniões é a crença duradoura de que um modo deconduta é pessoal e socialmente preferível a umaalternativa contrária.( ) representações sociais são um sistema de valores,

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noções e práticas, que proporciona ao indivíduo os meiospara orientar-se no contexto social e material.( ) atitude implícita é uma imagem preconcebida dedeterminada pessoa, coisa ou situação.( ) atribuição causal externa é realizar inferências acercadas causas de determinados comportamentos ouacontecimentos.

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Gabarito: representações sociais são um sitema de valores,noções e práticas, que proporciona ao indivíduo os meios paraorientar-se no contexto social e material.

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Cap. VII

Interação social erelações interpessoais

Não é de hoje que os estudiosos seinteressam pelas relações sociais. A partir domomento em que o sujeito se tornasocialmente habilidoso é capaz de promoverinterações sociais satisfatórias. Desta forma,neste capítulo buscaremos conhecer maissobre interação social e relaçõesinterpessoais.

A interação social é um processo queocorre entre dois ou mais indivíduos em que as ações de umsão, simultaneamente, um resultado e uma causa das açõesdo outro. Essa interação social pode ocorrer quando os indivíduosestão juntos ou, quando separados, se comportam em funçãoum do outro. Sendo assim todo o comportamento humano éresultante de interação com os demais. Dessa forma, todo ocomportamento humano se dá num ambiente social, édecorrência dele e o determina (BRAGHIROLLI et al., 2002).

Peduzzi (2001) refere que a interação é regida por normasconsensuais e fundamenta-se na intersubjetividade doentendimento e do reconhecimento mútuo, livre de coaçãointerna ou externa.

O autor refere ainda que a interação refere-se ao agircomunicativo mediado e orientado por normas de vigênciaobrigatória, que definem as expectativas recíprocas de

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comportamento e que têm de ser entendidas e reconhecidaspor, pelo menos, dois sujeitos.

Dentro deste quadro, Primo (2000) nos diz que existe umarelação de “interdependência” na interação, em que cada sujeitoinfluencia o outro. Esta interdependência varia em grau,qualidade e de contexto para contexto.

Conforme Oliveira et al. (2005), arelação entre pessoas é a interação dedois ou mais seres humanos quepoderão compartilhar sentimentos,valores e significados a partir doestabelecimento da comunicação.

Você sabia?

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/lushpix-illustration/icones-de-conceitos-em-relacionamento/UNN 434/.

“A comunicação está presente em todas as etapas davida, constituindo-se elemento essencial para a interação dosseres humanos e pode ter objetivos específicos; pode seprestar a relações interpessoais, ligações de grupo e àtransmissão de ideias, ensinamentos, convencimentos, cultura,e lazer, dentre outros” (OLIVEIRA et al., 2005, p. 432).

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Como afirmam Magalhães e Murta (2003, p. 02), “em qualquerrelação interpessoal são requeridas habilidades para que aconvivência seja satisfatória aos envolvidos na interação. Taishabilidades são chamadas de habilidades sociais (HS), definidascomo classes de comportamentos presentes no repertório deum indivíduo que constituem um desempenho socialmentecompetente. Qualquer desempenho que ocorre em uma situaçãointerpessoal é considerado um desempenho social, podendo sercaracterizado como socialmente competente ou não”.

Del Prette e Del Prette (2003) referem que o comportamentode um indivíduo e outro pode ocorrer sobre uma base interpessoalou sobre uma base intergrupal dependendo do conjunto devariáveis que incidem sobre a da identidade social.

Você sabia?

O processo de “pensar assertivamente” implica umacompreensão das relações interpessoais e da vida socialque tem como alguns de seus componentes as noçõesarroladas a seguir:

1. a ordem social vigente é justa e não requer qualqueração para o seu aperfeiçoamento;2. mesmo em um sistema democrático (político e econômico),é possível a existência de erros e injustiças, que requerema ação individual e coletiva para sua correção;3. posso e devo pensar que as coisas poderiam ser melhorespara mim e para as demais pessoas;4. a Carta dos Direitos Humanos é um guia e premissa quedeve ser exercitada em todos os âmbitos do sistema social;5. o sistema de crenças pode facilitar ou dificultar aaprendizagem de comportamentos assertivos;6. a assertividade nada tem a ver com intolerância e egoísmo,e quem pensa assim tem uma compreensão muito estreitadesse conceito;7. agir assertivamente não implica abandonar atitudes

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Fonte:www.fotosearch.com.br/lushpix-illustration/icones-de-conceitos-em-

relacionamento/UNN434/2/

consideradas religiosas ou humanísticas, como, por exemplo,a de desculpar falhas alheias quando isso for importante;8. fazer ao outro o que gostaria que ele fizesse a mim implicameu direito de solicitar o mesmo a ele;9. a ação assertiva nem sempre traz os resultados esperados,porém ela é a melhor opção em relação à passividade e àagressividade;10. no pior cenário possível, a assertividade resulta em umasatisfação interior de fazer o que deveria ser feito.Esse conjunto de noções é importante, não apenas porquefunciona como facilitador para o desempenho assertivo, mastambém porque pode se tornar um reforçador intrínseco dessedesempenho, independentemente das consequênciasimediatas obtidas do ambiente social (DEL PRETTE; DELPRETTE, 2003).

Del Prette e Del Prette (2003) referem que:

As situações sociais sinalizam para as pessoas as normasculturais, explícitas ou não, os papéis vividos pelosinterlocutores, as crenças compartilhadas, as proibições, etc.,facil itando dessa maneira que elas organizem seuscomportamentos em relação aos demais grupos. Se a culturagrupal dissemina a crença na estratificação social, ela tendea reforçar o conformismo e as tentativas de mudança deposição social através de estratégias individuais (p. 132).

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O processo de “pensar assertivamente” implicauma compreensão das relações interpessoais e davida social. Frente a esta afirmativa elabore umaresenha crítica.

Referências comentadas

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda A. P.Assertividade, sistema de crenças e identidadesocial. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 9, n.

13, p. 125-136, jun. 2003.

Sugere-se o artigo por enfocar a importância e a formacomo se estabelece o sistema de crenças e a identidade socialdos indivíduos.

Referências

CABALLO, Vicente E. Treinamento em habilidadessociais. In: ______. (Org.). Manual de Técnicas de Terapiae Modificação do Comportamento. Tradução de M. D.Claudino. São Paulo: Santos, 2002, p. 361-398.

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda A. P. Assertividade,sistema de crenças e identidade social. Psicologia emRevista, Belo Horizonte, v. 9, n. 13, p. 125-136, jun. 2003.

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda A. P.; BARRETO,Maria Cecília Mendes. Habilidades Sociales en laFormación del Psicólogo: análisis de un programa deintervención. Psicología Conductual, Madrid, v. 7, n. 1,p. 27-47, 1999.

MAGALHÃES, Pethymã P.; MURTA, Sheila G. Treinamento

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de Habilidades Sociais em Estudantes de Psicologia: umestudo pré-experimental. Temas em Psicologia da SociedadeBrasileira de Psicologia, Ribeirão Preto, v. 11, n. 1, p. 28-37, 2003.

OLIVEIRA, Márcia Maria C.; ALMEIDA, Cristiana B. de;ARÁUJO, Thelma Leite de; GALVÃO, Marli Teresinha G.Aplicação do Processo de Relação Interpessoal deTravelbee com Mãe de Recém Nascido Internado emuma Unidade Neonatal. Revista da Escola de Enfermagemda USP, São Paulo, v. 39, n. 4, p. 430-436, 2005.

PEDUZZI, Marina. Equipe Multiprofissional de Saúde:conceito e tipologia. Revista de Saúde Pública, São Paulo,v. 35, n. 1, p. 103-109, fev. 2001.

PRIMO, Alex. Interação Mútua e Reativa: uma propostade estudo. Revista da FAMECOS, Porto Alegre, n. 12, p.81-92, jun. 2000.

RIMM, David C.; MASTERS, John C. TerapiaComportamental: técnicas e resultadosexperimentais. 2. ed. São Paulo: Manole, 1983.

WOLPE, Joseph. Psychotherapy by Reciprocal Inhibition.California: Stanford University Press, 1958.

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Autoavaliação

1. Em qualquer relação interpessoal são requeridashabilidades para que a convivência seja satisfatória aosenvolvidos na interação. Como são chamadas estas habilidades?

2. Como é considerado o desempenho que ocorre em umasituação interpessoal?

3. Cite 4 objetivos específicos da comunicação.

4. Complete a sentença:

Existe uma relação de interdependência na interação, ondecada sujeito influencia o outro. Essa interdependência variaem _______, _________ e de __________ para ___________.

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Gabarito:1. habilidades sociais (HS)2. é considerado um desempenho social, podendo sercaracterizado como socialmente competente ou não.3. o aluno poderá escolher 4 dos 7 apresentados - relaçõesinterpessoais, ligações de grupo, transmissão de ideias,ensinamentos, convencimentos, cultura e lazer.4. grau, qualidade e de contexto para contexto.

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Cap. VIII

Habilidades sociais:conceituação

Sendo o homem um ser social e ahabilidade social um tema transversalatual, neste capítulo buscaremosconhecer mais sobre o assunto.

Em termos históricos, Silva (2004)refere que autores como Caballo (2002),Prette e Prette (1999) e Rimm e Masters(1983) apresentam praticamente o mesmoconteúdo histórico sobre o aparecimentodas habilidades sociais, valorizando o

trabalho de Wolpe (1958), que descrevia os princípios docomportamento assertivo.

McKay, Rogers e McKay (1988) fazem uma critica à definiçãode Alberti e Emmons (1970) sobre Habilidades Sociais, poisestes enfocavam mais o comportamento da pessoa que osucesso da interação. Colocavam que a pessoa assertiva éaquela que age em seu interesse, é responsável por si mesmasem sentir ansiedade inadequada, expressa seus sentimentosde forma honesta, e exerce seus direitos sem negar os direitosdos outros. Em 1978, estes mesmos autores fizeram uma revisãoda definição de 1970, atribuindo maior importância àsconsequências obtidas diante de respostas sociais assertivas,não-assertivas e agressivas. Assim, assertividade seria oprocesso pelo qual o indivíduo (emissor) expressa sentimentos

Fonte: Gif Maniawww.gifmania.com

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e pensamentos ao receptor de forma adequada, ou seja, ouveo receptor para então responder, de forma a atingir seusobjetivos sem prejudicar as relações futuras com o mesmo. Anão-assertividade ocorre quando o emissor não expressa seussentimentos e pensamentos ao receptor, emitindo, muitas vezes,comportamentos contra a própria vontade, ou deixando de

defender-se por medo de prejudicar suarelação futura com o receptor, levando muitasvezes o emissor a ser explorado eprejudicado, impedindo-o de atingir seusobjetivos. A não-assertividade nega e inibea expressão de sentimentos, levando apessoa a sentir-se ferida, ansiosa eautodesvalorizada, e por consequênciararamente atinge os objetivos desejados.

Fonte: http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/habilidades-sociais_7.html

Já a agressividade, às vezes, permite atingir os objetivosdesejados, mas no processo magoa os demais, fazendo escolhaspor eles, além de os desvalorizar como pessoas, possibilitandorepresálias futuras (ALBERTI; EMMONS, 1978; CABALLO, 1987).

É válido ressaltar que Rimm e Masters (1983) afirmamexistir muitas definições de comportamento assertivo.Referem que muito provavelmente outros autoresconcordariam que: o comportamento assertivo é ocomportamento interpessoal que envolve a expressãohonesta e relativamente honesta de sentimentos e

pensamentos; é socialmenteapropriado; e quando o indivíduo secomporta assertivamente, seussentimentos e bem estar dosdemais sujeitos, são considerados.

Fonte: http://www.gifmania.com

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Por sua vez, Caballo (1991) afirma que o comportamentosocialmente habilidoso ou mais adequado se refere à expressão,pelo indivíduo, de atitudes, sentimentos, opiniões, desejos,respeitando a si próprio e aos outros, existindo, em geral,resolução dos problemas imediatos da situação e diminuição daprobabilidade de problemas futuros. No entanto, deixa deenfatizar habilidades não-verbais, tais como entonação, latênciae fluência de fala apropriadas.

Com base nessa linha de raciocínio, Del Prette e Del Prette(2001) nos dizem que habilidadesocial é como o conjunto dosdesempenhos disponíveis norepertório do indivíduo.

O termo habilidades sociaisgeralmente é usado para designarum conjunto de capacidadescomportamentais aprendidas queenvolvem interações sociais(CABALLO, 1995; DEL PRETTE; DELPRETTE, 1999).

Para Caballo (2003),

o comportamento hábil é um conjunto de comportamentosemitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal queexpressa sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitosdesse indivíduo de modo adequado à situação, respeitandoesses comportamentos nos demais, e que geralmente resolveproblemas imediatos da situação enquanto minimiza aprobabilidade de futuros problemas. (p. 41)

Fonte:www.gifmania.com

Fonte: www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/habilidades-sociais_7.html.

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Atividade

A partir do conceito de habilidades sociaisestudado, elabore uma lista de no mínimo, 5 exemplosde comportamento habilidoso no nosso dia a dia.

Referências comentadas

DEL PRETTE, Zilda A. P.; DEL PRETTE, Almir.Psicologia das Habilidades Sociais: terapia eeducação. Petrópolis: Vozes, 1999.

Várias são as obras dos autores Del Prette e Del Prette, etanto livros quanto artigos são imprescindíveis a todos aquelesque desejam adentrar no universo das habilidades sociais, eeste que estou a recomendar não é nada diferente. Para osque estão no início desta caminhada na busca do conhecimentoe desejam maior apropriação do tema, este é sem dúvida umlivro muito bom.

Referências

CABALLO, Vicente E. EI entrenamiento en habilidadessociales. In: ______. (Ed., Org.). Terapia y Modificacionde Conducta. Madrid: Siglo Veintiuno, 1991, p. 403-443.

______. Manual de Avaliação e Treinamento dasHabilidades Sociais. São Paulo: Livraria Santos, 2003.

______. (Ed.). Teoria de Evaluación y Entrenamientode Ias Habilidades Sociales. Valencia: Promolibro, 1987.

______. Treinamento em habilidades sociais. In:

______. (Org.). Manual de Técnicas de Terapia e

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Modificação do Comportamento. Tradução de M. D.Claudino. São Paulo: Santos, 2002, p. 361-398.

_______. Una Aportación Española a los AspectosMoleculares, a la Evaluación y al Entrenamiento delas Habilidades Sociales. Revista Mexicana de Psicología,México, v. 12, n. 2, p. 121-131, 1995.

DEL PRETTE, Zilda A. P.; DEL PRETTE, Almir. Psicologiadas Habilidades Sociais: terapia e educação. Petrópolis:Vozes, 1999.

McKAY, Matthew; ROGERS, Peter D.; McKAY, Judith.Quando a Raiva Dói: acalmando a tempestade interior.Tradução de M. S. Mourão Netto. São Paulo: Summus,2001.

RIMM, David C.; MASTERS, John C. TerapiaComportamental: técnicas e resultadosexperimentais. 2. ed. São Paulo: Manole, 1983.

SILVA, Cesar Augusto Trindade. Habilidades Sociais emFusão de Organizações: uma estratégia preventivado estresse. 138 f. Dissertação (Mestrado em Psicologiada Saúde)-Universidade Metodista de São Paulo. SãoBernardo do Campo: UMESP, 2004.

WOLPE, Joseph. Psychotherapy by Reciprocal Inhibition.California: Stanford University Press, 1958.

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Autoavaliação

Marque (V) ou (F):

( ) a não-assertividade nega e inibe a expressão desentimentos, levando a pessoa a sentir-se ferida, ansiosae autodesvalorizada, e por consequência raramente atingeos objetivos desejados.( ) o comportamento assertivo é o comportamentointerpessoal que envolve a expressão honesta erelativamente honesta de sentimentos e pensamentos.( ) habilidades não-verbais, tais como entonação, latênciae fluência de fala apropriadas.( ) o termo habilidades sociais geralmente é usado paradesignar um conjunto de capacidades comportamentaisaprendidas que envolvem interações sociais.

Gabarito: (V); (V); (V); (V).

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Cap. IX

Habilidades sociais:infância e família

As Habilidades Sociais são requeridasdesde a infância até a idade madura. Assim,buscaremos no presente capítulo evidenciara importância destas na infância e no núcleofamiliar. Vamos discorrer sobre o assunto?

Como afirmam Magalhães e Murta(2003), as habilidades sociais podem ser desenvolvidas durantetodo o ciclo vital e em diversos contextos.

Na infância, as práticas educativas parentais, comoestratégias de controle, modos de comunicação, qualidade equantidade de exigências de amadurecimento e demonstração deafeto na relação com os filhos, influenciam o desenvolvimentodas habilidades sociais (MURTA, 2002).

Com a entrada na escola, a criança consolidaas habilidades já aprendidas e necessita aprenderoutras, para interagir com os iguais. A partir deuma interação competente com outras crianças

resulta em aceitação dosoutros, popularidade eaquisição de amigos,conforme refere Trianes (2002).

Fonte:www.gifmania.com

Fonte:www.fotosearch.com.br/brand-x-pictures/momentos-em-familia/BDX282/4/.

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Bolsoni-Silva e Marturano (2002)afirmam que, conforme os pais educamseus fi lhos, influenciam emcomportamentos socialmenteadequados. Porém, tem-se observadoque as famílias acabam estimulandocomportamentos inadequados por meiode disciplina inconsistente, poucainteração positiva, poucomonitoramento e supervisão insuficiente das atividades dacriança. Para os pais promoverem comportamentos adequadosem seus filhos, precisam desenvolver habilidades sociaiseducativas, tais como: expressar sentimentos e opiniões,estabelecer limites evitando coerção, entre outras. Assim,

intervindo com os pais é possívelpromover habilidades sociaiseducativas, como meio para aprevenção e redução deproblemas de comportamentoem crianças, de forma a evitardificuldades escolares e desocialização na infância e naadolescência.

Fonte:www.gifmania.com

Você sabia?

A maioria dos instrumentos de avaliação de habilidadessociais de crianças é planejada para aplicação junto aosinformantes qualificados: (seus pais e professores,principalmente). São ainda bastante raros os instrumentos deautoavaliação dessa clientela, provavelmente devido àsdificuldades próprias do estágio de desenvolvimento dehabilidades em que as crianças se encontram. A autoavaliação,por exemplo, supõe automonitoria, que se torna mais acuradaao longo do desenvolvimento, e determinados tipos deinstrumentos (lápis, papel e instruções escritas) comumente

Fonte:www.gifmania.com

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utilizados em tais avaliações são contraindicados para criançasque não têm suficiente domínio da leitura e da escrita (DELPRETTE; DEL PRETTE, 2002).

Atividade

Elabore a partir da afirmativa abaixo umadissertação.

“Os pais de antigamente sabiam o que faziam,os pais de hoje já não sabem como conduzir, manejar

seus filhos.”

Referências comentadas

BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini; MARTURANO, EdnaMaria. Práticas educativas e problemas decomportamento: uma análise à luz dashabilidades sociais. Estudos de Psicologia, Natal, v.

7, n. 2, p. 227-235, jul./dez. 2002.

O presente artigo aborda como se encontram as práticaseducativas atualmente, bem como, os problemas decomportamento estão diretamente relacionados às habilidadessociais.

Referências

BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini; MARTURANO, Edna Maria.Práticas educativas e problemas de comportamento:uma análise à luz das habilidades sociais. Estudos dePsicologia, Natal, v. 7, n. 2, p. 227-235, jul./dez. 2002.

DEL PRETTE, Zilda A. P.; DEL PRETTE, Almir. Avaliação deHabilidades Sociais de Crianças com um InventárioMultimídia: indicadores sociométricos associados afrequência versus dificuldade. Psicologia em Estudo,Maringá, v. 7, n. 1, p. 61-73, jan./jun. 2002.

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MAGALHÃES, Pethymã P.; MURTA, Sheila G. Treinamentode Habilidades Sociais em Estudantes de Psicologia:um estudo pré-experimental. Temas em Psicologia daSociedade Brasileira de Psicologia, Ribeirão Preto, v. 11, n.1, p. 28-37, 2003.

MURTA, Sheila G. Favorecendo a Convivência: o papelda escola no desenvolvimento de habilidades sociais.Jornal de Psicopedagogia, Campinas, v. VIII, n. 38, p. 4,2002.

TRIANES, Maria Victória. Estrés en la Relación con OtrosNiños. In: ______. (Org.). Estrés en la Infância: suprevención y tratamiento. Madrid: Narcea, 2002, p. 135-172.

Autoavaliação

Marque (V) ou (F):

( ) as habilidades sociais podem ser desenvolvidas durantetodo o ciclo vital e em diversos contextos.

( ) com a entrada na escola, a criança consolida ashabilidades já aprendidas e necessita aprender outras, parainteragir com os iguais.

( ) conforme os pais educam seus filhos influenciam emcomportamentos socialmente adequados.

( ) intervindo com os pais é possível promover habilidadessociais educativas, como meio para a prevenção e reduçãode problemas de comportamento em crianças, de forma aevitar dificuldades escolares e de socialização na infânciae na adolescência.

Gabarito: (V); (V); (V); (V).

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Cap. X

Habilidades sociaise comunidade

Considerando que o coletivohoje tem sido alvo de muitosestudiosos e que os grupos,comunidades e sociedades são ummisto de interesses individuais,neste capítulo veremos ashabilidades sociais na comunidade,bem como proporemos aqui algumasconsiderações sobre o treinamentode habilidades sociais.

Na ótica de Costa (2005, p.236), “[...] o que chamamos de preferências individuais são naverdade fruto de uma autêntica construção coletiva, num jogoconstante de sugestões e induções que constitui a própriadinâmica da sociedade”.

Para Baumann (2003, p. 59), o termo comunidade “implicaem uma obrigação fraterna de partilhar as vantagens entreseus membros, independente do talento ou importância deles”.

Considerando a capacidade de interação dos indivíduos eseu potencial para interagir com os que estão a sua volta,

Fonte: www.fotosearch.com.br/ilustracao/internacional-comunidades.html.

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busca-se neste momento focar notreinamento de habilidades sociais. Osujeito a partir da aquisição dehabilidades sociais adequadas podedefender-se de ansiedade inapropriada,expressar sentimentos de formaadequada e exercer direitos pessoaissem negar os direitos de outrem.

Magalhães e Murta (2003) explicamque o treinamento de habilidades sociaisestá focado no ensino sistemático dehabilidades interpessoais com propósito de aperfeiçoar acompetência individual e interpessoal em situações sociais. Taltreinamento permite tanto para prevenção primária e prevençãosecundária.

A capacidade complexa para emitir comportamentos ou padrõesde resposta que otimizem a influência interpessoal e aresistência à influência social não desejada (eficácia nosobjetivos), enquanto ao mesmo tempo,otimizem os ganhos e minimizem asperdas na relação com o outro (eficáciana relação) e mantenham a própriaintegridade e sensação de domínio(eficácia no respeito próprio). (LINEHAN,1984, p. 153, apud LIMA, 2007, online)

Contudo, tal como afirmam Del Prettee Del Prette (1999, p. 29), “as habilidadessociais correspondem a um universo maisabrangente das relações interpessoais ese estendem para além da assertividade, incluindo as habilidadesde comunicação, de resolução de problemas, de cooperação”.

Fonte:www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/comunidade_9.html

Fonte:www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/comunidade.html.

As dificuldades em Habilidades Sociais, normalmente,envolvem conflitos interpessoais; má qualidade de vida;problemas psicológicos, como timidez, desajustamentoescolar, depressão, pânico e esquizofrenia.(MAGALHÃES; MURTA, 2003).

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Conforme assinalam Magalhães e Murta (2003), inicialmente,os primeiros programas de treinamento de habilidades sociaisforam propostos em formato individual, mas a literatura atualtem nos chamado a atenção para as seguintes vantagens deintervenções em grupo:

(a) uma situação social já estabelecida, (b) tipos de pessoasdiferentes para representar papéis e dar feedbacks, (c) umasérie de modelos para modelação, e (d) modelos comcaracterísticas em comum com o observador, o que facilita aaprendizagem observacional. (p. 29)

Fonte:www.fotosearch.com.br/ilustracao/internacional-comunidades.html

Caballo (2003, p. 160) propõe quatro fases de avaliaçõesde programas. São elas: “(a) antes do tratamento (avaliação denecessidades), (b) durante o tratamento (avaliação de processo),(c) depois do tratamento (avaliação de resultados) e (d) noperíodo de acompanhamento (avaliação de follow-up)”.

A frequência com que determinadas habilidades são emitidaspelos indivíduos de um grupo ou contexto social constitui umindicador dos comportamentos efetivos e valorizados nesses,o que pode ser tomado como referência para avaliar o ajusteou afastamento de um indivíduo específico, das normas e daexpectativa de seu grupo. Além disso, o grau de eficácia deum comportamento social dependerá do que se desejaconseguir em cada situação em que se encontra. (CUNHA etal., 2007, p. 32)

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Você sabia?

O Inventário de Habilidades Sociais apura o escoretotal e cinco escores fatoriais de Habilidades Sociais. Cadafator abaixo avalia um conjunto de Habilidades Sociais.

Fonte:www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/

habilidades-sociais_7.html.

Fator 1: Enfrentamento e Autoafirmação com Riscoavalia as habilidades de apresentar-se a outra pessoa,abordar para relação sexual, discordar de autoridade,discordar do grupo, cobrar dívida de amigo, declararsentimento amoroso, lidar com críticas injustas, falar apúblico conhecido, devolver mercadoria defeituosa, manterconversa com desconhecidos e fazer pergunta a conhecidos.

Fator 2: Autoafirmação na Expressão de SentimentoPositivo avalia as habilidades de elogiar familiares e outraspessoas, expressar sentimento positivo, agradecer elogios,defender outra pessoa em grupo e participar de conversação.

Fator 3: Conversação e Desenvoltura Social avalia ashabilidades de manter e encerrar conversações em contatoface a face, encerrar conversa ao telefone, abordarautoridade, reagir a elogio, pedir favores a colegas e recusarpedidos abusivos.

Fator 4: Autoexposição a Desconhecidos e SituaçõesNovas avalia as habilidades de fazer apresentações oupalestras em público e pedir favores ou fazer pergunta adesconhecidos.

Fator 5: Autocontrole da Agressividade avalia ashabilidades de lidar com crítica dos pais, lidar com chacotasou brincadeiras ofensivas e cumprimentardesconhecidos por impulsividade.

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Para Silva (2002):

O Treinamento das Habilidades Sociaisbusca superar déficits no desempenhosocial e promover interações sociaismais satisfatórias, através deprocedimentos clínicos e educativos.Queixas individuais do cliente e suaadaptação devem ser compreendidasno contexto social imediato,percebendo o indivíduo como agenteativo na busca de relações sociais einterpessoais mais adequadas. (p. 234)

Fonte:www.fotosearch.com.br/

fotos-imagens/bandeira-brasil.html.

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Atividade

Pesquisa: buscar, a partir do capítulo, definirhabilidades sociais e treinamento de habilidadessociais.

Referências comentadas

BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini. HabilidadesSociais: breve análise da teoria e da prática àluz da análise do comportamento. Interação emPsicologia, Curitiba, v. 6, n. 2, p. 233-242, jul./dez.2002.

O presente artigo descreve e analisa o campo teórico-prático do treinamento das habilidades sociais fazendoconsiderações a partir da análise do comportamento.

Referências

BAUMANN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurançano mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini. Habilidades Sociais:breve análise da teoria e da prática à luz da análisedo comportamento. Interação em Psicologia, Curitiba, v.6, n. 2, p. 233-242, jul./dez. 2002.

CABALLO, Vicente E. Técnicas de Avaliação dasHabilidades Sociais. In: ______. (Org.). Manual deAvaliação e Treinamento das Habilidades Sociais. São Paulo:Livraria Santos, 2003, p. 113-180.

COSTA, Rogério da. Por um novo o conceito decomunidade: redes sociais, comunidades pessoais,inteligência coletiva. Interface – Comunicação, Saúde eEducação, v. 9, n. 17, p. 235-248, mar./ago. 2005.

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CUNHA, Silvia Mendes da; CARVALHO, Janaína CastroNúñez; KOLLING, Nádia de Moura; SILVA, Cristiane Ribeiroda; KRISTENSEN, Christian Haag. Habilidades sociais emalcoolistas: um estudo exploratório. Revista Brasileirade Terapias Cognitivas, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 28-41, jun. 2007.

DEL PRETTE, Zilda A. P.; DEL PRETTE, Almir. Inventáriode Habilidades Sociais - Manual de Apuração eInterpretação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.

______. Psicologia das Habilidades Sociais: terapia eeducação. Petrópolis: Vozes, 1999.

LIMA, Kellen Laryssa Barros de Assunção. Treinamentodas Habilidades Sociais na Esquizofrenia. Publicado em:6 out. 2007. Disponível em: http://www.redepsi. com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=792. Acessoem: 30 jul. 2008.

MAGALHÃES, Pethymã P.; MURTA, Sheila G. Treinamentode Habilidades Sociais em Estudantes de Psicologia:um estudo pré-experimental. Temas em Psicologia daSociedade Brasileira de Psicologia, Ribeirão Preto, v. 11, n.1, p. 28-37, 2003.

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Autoavaliação

Coloque (V) ou (F):

( ) comunidade implica em uma obrigação fraterna departilhar as vantagens entre seus membros, independentedo talento ou importância deles.

( ) o sujeito a partir da aquisição de habilidades sociaisadequadas pode defender-se de ansiedade inapropriada,expressar sentimentos de forma adequada e exercer direitospessoais sem negar os direitos de outrem.

( ) o treinamento de habilidades sociais está focado noensino sistemático de habilidades interpessoais compropósito de aperfeiçoar a competência individual einterpessoal em situações sociais.

( ) as habilidades sociais correspondem a um universomais abrangente das relações interpessoais e se estendempara além da assertividade, incluindo as habilidades decomunicação, de resolução de problemas, de cooperação.”

( ) as dificuldades em Habilidades Sociais, envolve apenascasos de doenças como pânico e esquizofrenia.

( ) são vantagens de intervenções em grupo notreinamento de habilidades sociais: (a) uma situação socialjá estabelecida, (b) tipos de pessoas diferentes pararepresentar papéis e dar feedbacks, (c) uma série demodelos para modelação, e (d) modelos com característicasem comum com o observador, o que facilita a aprendizagemobservacional.

( ) Caballo propõe quatro fases de avaliações deprogramas de treinamento de habilidades sociais. São elas:(a) antes do tratamento (avaliação de necessidades), (b)durante o tratamento (avaliação de processo), (c) depoisdo tratamento (avaliação de resultados) e (d) no períodode acompanhamento (avaliação de follow-up).

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( ) O Inventário de Habilidades Sociais apura o escoreparcial e dez escores fatoriais de Habilidades Sociais.

( ) o treinamento das habilidades Sociais busca superardéficits no desempenho social e promover interações sociaismais satisfatórias, através de procedimentos clínicos eeducativos.

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116 Gabarito: (V); (V); (V); (V); (F); (V); (F); (V).