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Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/me002166.pdf · Perfil de escolares de 07 a 14 anos através de medidas antropométricas 121 Paulo Roberto dos Santos Soares et alii. Monografia

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Presidente da República Federativa do Brasil JOSÉ SARNEY

Ministro de Estado da Educação CARLOS SANT´ANNA

Secretário Geral Ubirajara Brito

Prêmios MEC de Literatura Desportiva

e Jayr Jordão Ramos

1989 Centenário da República

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Conselho Nacional de Desportos

Secretaria de Educação Física e Desportos do MEC Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Prémios MEC de Literatura Desportiva

e Jayr Jordão Ramos

Conselho Nacional de Desportos Secretário de Educação Física e Desportos do MEC Manoel José Gomes Tubino

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Manuel Marcos Maciel Formiga

Subsecretária de Educação Física Marieta da Silva Carvalho

Coordenadora da Educação Física de 19 e 29 Graus Maria Eliene Pinheiro Peixoto Botelho

Coordenador da Educação Física do Ensino Superior Renausto Alves Amanajás

Prêmios MEC de Literatura Desportiva

e Jayr Jordão Ramos, de

Monografia nas Áreas de Educação Física,

Desportos e Lazer

Autores: Marco Antonio Bechara Santos Paulo Roberto dos Santos Soares e outros Paulo Roberto dos Santos Amorim

Organizador: Renausto Alves Amanajás

1989 Direitos Autorais desta Edição exclusivos da Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministé­rio da Educação

COORDENAÇÃO DO PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTIVA E JAYR JORDÃO RAMOS EM 1989 RENAUSTO ALVES AMANAJÁS NILMA GARCIA PETTENGILL

Revisão: Maria Elvira de Melo Oliveira

PRÉMIOS de literatura desportiva e Jayr Jordão Ra-P925pmos de monografias nas áreas de educação física,

desportos e lazer. Brasília, SEED/MEC, 1989.

168 p.: il+retrs. Publicado em co-edição com Conselho Nacional de Desportos e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.

1. Educação física. I. Brasil. Secretaria de Educação Física e Desportos/MEC. #

CDU: 796.4

Sumário

Apenas um resgate 9

PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTIVA

Introdução 13 Resultados anteriores 15 O Concurso de 1989 17

PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS

Introdução 23 Resultados anteriores 25 Sonho de um Homem - Esperança de uma obra 27

Marco António Bechara Santos Monografia Premiada em 1º Lugar em 1983

O CONCURSO DE 1989

Perfil de escolares de 07 a 14 anos através de medidas antropométricas 121 Paulo Roberto dos Santos Soares et alii. Monografia Premiada em 1º Lugar em 1989

Educação Física na Terceira Idade 149 Paulo Roberto dos Santos Amorim Monografia Premiada em 2º Lugar em 1989

Apenas um Resgate

Há alguns anos, a Secretaria de Educação Física e Desportos instituiu os Prémios MEC de Literatura Desportiva e Jayr Jordão Ramos,

como motivação para produção intelectual da comunidade brasileira de Educação Física/Desportos.

Entretanto, a partir de 1984, por motivos vários, o oferecimento destes prémios foi interrompido.

Ao assumirmos a SEED, colocamos o resgate destes prémios como uma das metas da nossa transitória e rápida passagem, à frente desse órgão do Ministério da Educação.

Na busca de maior efetividade, no sentido de evitarmos outras interrupções, incorporamos como parceiros da SEED, o Conselho Nacional de Desportos (CND)-e o

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP).

Esta publicação, criada pelo esforço conjunto da SEED, CND e INEP, tem como objetivo principal, justamente, recuperar a memória de todas as disputas

dos prémios em questão, divulgar as duas monografias premiadas no Prémio Jayr Jordão Ramos, e recuperar o primeiro trabalho contemplado neste prémio,

o qual versou justamente sobre a biografia do seu patrono.

MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO Presidente do Conselho Nacional de Desportos

Secretário de Educação Física e Desportos do MEC

PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTIVA

INTRODUÇÃO

A Secretaria de Educação Física e Desportos como órgão diretivo da Educação Física no ano de 1973 criou o Prémio MEC de Literatura Desportiva, objetivando incentivar e apoiar a Pesquisa e Trabalhos origi­nais que oferecessem contribuição para a melhoria da Educação Física. Os dois primeiros prémios receberam denominação de PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTIVA. A partir de 1980, a designação passou a ser PRÉMIO LISELOTT DIEM DE LITERATURA DESPORTIVA homenagean­do a conhecida e admirada professora que colaborou intensamente com a Educação Física no Brasil, na qualidade de coordenadora da parte alemã no acordo Brasil/Alemanha. Posteriormente, em 1984, o Prémio volta a se chamar PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTIVA apresentando a inovação de premiar dois segmentos: as obras inéditas e as obras pu­blicadas, tendo em vista a produção científica alcançada na Educação Física Brasileira.

Resultados Anteriores

1973: I PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTI­VA

CATEGORIA A: Educação Física, Desportiva e Recreativa.

1º Lugar: Os Esportes - Traçado e Técnica Construtiva dos campos Esportivos Autor: Nestor Lindenberg

29 Lugar: Em Busca de Uma Tecnologia Educacional para as Escolas de Educação Física Autor: Manoel José Gomes Tubino

39 Lugar: Planejamento Esportivo para o Estado de Minas Gerais Autor: Nildo Junqueira Lopes

1ª Menção Honrosa: Elementos para Uma Carta do Desporto Agonís-tico Brasileiro Autor: Alfredo Colombo

2ª Menção Honrosa: A Cinesiologia nos Desportos Autor: José Luiz Fraccaroli

3ª Menção Honrosa: Manual dos Esportes Autores: Flávio Bertola Facca

José Medalha José Roberto Borsari Clodoaldo Mesquita Carlos Catalano Davi Camargo Francisco de Paula Neves Filho

CATEGORIA B: Medicina Desportiva

1º Lugar: A Alimentação do Atleta Autor: Luiz Irineu Cibils Settineri

Obs.: Não houve classificação para os outros trabalhos.

1975: II PRÉMIO MEC DE LITERATURA DES­PORTIVA

CATEGORIA A: Currículo de Educação Física para Todos os Graus: 1º Lugar: Didática de Educação Física - Técni­

ca de Formulação e Enunciado de Ob-jetivos do Ensino.

Autor: Alfredo Gomes de Farias Júnior 2º Lugar: O Ensino da Educação Física no Ciclo

Fundamental. Autor: Luiz Irineu Cibils Settineri

Bruno Edgar Reis Jacintho Francisco Targa

3º Lugar: Normas Orientadoras para o Plane­jamento de Educação Física nos Di­versos Graus de Ensino do Distrito Federal.

Autor: Ceusa do Nascimento Amaral Vera Lúcia M. Tamm Yette Saldanha Gomes Laura Elvira S. Joviano Vanilton Senatore Massumi de Castilho Ribeiro

CATEGORIA B: Tema Livre 1º Lugar: Treinamento Desportivo e Ritmo

Biológicos. Autor: Lamartine Pereira da Costa 2º Lugar: Expressão Corporal. Autor: Rodrigo Octávio Torres Pereira 3º Lugar: Futebol 2001 Autor: José Angelo Gaiarsa

1980: PRÉMIO LISELOT DIEM DE LITERATU­RA DESPORTIVA

CATEGORIA A: Pesquisa Pedagógica 1º Lugar: Educação Física - Diretrizes Curricu­

lares para o Ensino de 1º e 2º graus. Autor: Eloah Soyre Fritsch Brum

Fandila Maria Reginato

2º Lugar: Educação Física que Eles Merecem. Autor: Rui Jornada Krebs

CATEGORIA B: Pesquisa Biológica 1º Lugar: A Problemática da Educação Física Autor: Carlos Sanches de Queiroz 2º Lugar: Manual de Teste de Esforço Autor: Cláudio Gil Soares de Araújo 3º Lugar: Estado Nutricional de Aptidão Física

em Pré-Escolares. Autores: Maria Beatriz Rocha Ferreira

Sérgio Miguel Zucas Menção Honrosa: Cineantropometria, Edu­

cação Física e Treinamento Desportivo.

Autores: Eduardo Henrique De Rose Elizabeth Pigatto Regina Celi Fonticielha De Rose

1983 - PRÉMIO LISELOT DIEM DE LITERA­TURA DESPORTIVA

CATEGORIA A: Pesquisa Pedagógica 1º Lugar: Análise de Ensino e Estágio Supervi­

sionado de Educação Física. Autor: Alfredo Gomes de Faria Júnior 2º Lugar: Métodos de Ensino em Educação Fí­

sica Autor: Telmo Pagana Xavier 39 Lugar: Pesquisa Experimental sobre Modifi­

cações de Aspectos de Personalidade em Estudantes de Educação Física Através da Expressão Corporal.

Autores: Rui Jornada Krebs Maria Augusta Salim Gonçalves

CATEGORIA B: Pesquisa Biológica 19 Lugar: Teoria e Prática dos Exercícios Ab­

dominais Autor: Paulo Roberto Barcellos de Mello 29 Lugar: Biometria Aplicada à Educação Física Autor: Maria Teresa Silveira

1984: PRÉMIO MEC DE LITERATURA DES­PORTIVA

I - Obras Inéditas Categoria Estudos Pedagógicos:

19 Lugar: A Educação Física Escolar como Campo de Vivência Social e de For­mação de Atitudes Favoráveis à Prá­tica do Desporto.

Autor: Valter Bracht

2º Lugar: Introdução ao Estudo da Ginástica Escolar Especial

Autor: Paulo Roberto Barcellos de Mello

Categoria Estudos Biológicos: 1º Lugar: Alguns Efeitos da Qualidade da Pro­

teína Ingerida e da Restrição Alimen­tar no Desenvolvimento de Ratos Submetidos ou Não ao Exercício Físi­co.

Autor: Maria Cristina Rolfsem Belda 2º Lugar: Efeitos da Hiperventilação Voluntária

sobre a Capacidade Física em Seres Humanos.

Autor: Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues Lor 3º Lugar: Estudo da Variação de Consumo Má­

ximo de Oxigénio por Métodos Indire-tos e Respostas Fisiológicas em Três Situações Ambientais Diferentes.

Autor: Paulo António Silvestre Menção Honrosa: Avaliação do Estresse dos

Pilotos de Automobilismo Através da Eletrocardiografia Dinâmica e de Esforço.

Autor: Franklin Delano Nunes Galvão

II Obras Publicadas: 1º Lugar: Prática da Educação Física no 1º grau. Autor: Vera Lúcia Costa Ferreira 2º Lugar: Esporte Para Todos Autor: Katia Brandão Cavalcanti 3º Lugar: Educação Física Especial Autor: Sidney de Carvalho Rosadas Menções Honrosas: a) O Ensino da Educação Física

autor: Airton Negrine b) O que é Educação Física

autor: Vítor Marinho de Oliveira

O Concurso em 1989 Em 1989, a Secretaria de Educação Física e

Desportos tenta recuperar a época em que a Premiação deixou de ser conferida, fazendo com que as obras publicadas em primeira edição, no período de 1985 a 1989 pudessem concorrer, assim como achou-se por bem homenagear anualmente uma personalidade expressiva da Educação Brasileira. Este ano foi escolhido co­mo Patrono do VI Prémio MEC de Literatura Desportiva o inesquecível professor INEZIL PENNA MARINHO, considerado nacionalmente no âmbito do conhecimento da Educação Física e dos Desportos, em razão da envergadura inte­lectual que deixou marcada em suas obras, pu­blicadas em forma de livros, artigos e folhetos, versando sobre Administração, Filosofia, Legis­lação, Treinamento, Metodologia, Psicologia e História, e que constitui a fonte principal para os estudiosos da evolução histórica da Educação Física no Brasil.

Mo magistério de Ensino Superior, teve des­tacada vivência na Escola Nacional de Educação Física e Desportos, onde foi Livre-Docente e Ca­tedrático, marcando fortemente a sua passagem.

Os trabalhos de Inezil Penna Marinho de­monstram o seu espírito de investigador minu­cioso, detalhista e amante do conhecimento.

PORTARIA Nº 389, DE 20 DE JUNHO DE 1989

Altera a Portaria Ministerial nº 108, de 13 de março de 1984 e institui o VI PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTIVA.

O Ministro de Estado da Educação, no uso de suas atribuições, RESOLVE:

Art. 1º - O Prémio MEC de Literatura Desportiva, contendo anualmente pela Secreta­

ria de Educação Física e Desportos, Conselho Nacional de Desportos e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais aos melhores estudos inéditos nas áreas da Educação Física e Desporto, passa a ser conferido, a partir deste ano, às obras publicadas em língua vernácula nos termos desta Portaria.

Art. 2º - A Secretaria de Educação Física e Desportos poderá, anualmente, escolher um patrono para o prémio, com o objetivo de home­nagear personalidades nacionais, que se desta­caram por relevantes serviços prestados à Edu­cação Física ou ao Desporto do País.

Art. 3º - Os trabalhos concorrentes serão analisados e selecionados por uma comissão julgadora, integrada por pessoas de reconhecida capacidade e notório saber na área de Educação Física e Desporto.

Art. 4º - Aos autores classificados até o TERCEIRO LUGAR serão conferidos Diplomas e Prémio em dinheiro.

Parágrafo único - Aos classificados do QUARTO LUGAR até a SEXTA colocação serão conferidos Diploma de "MENÇÃO HONROSA".

Art. 5º - Ao Secretário de Educação Física e Desportos caberá, ainda:

I - Escolher e designar os membros da Comissão Julgadora de que trata o artigo terceiro;

II - fixar os valores dos Prémios em di­nheiro de que trata o artigo quarto;

III - regulamentar a execução do Prémio; IV - baixar as demais instruções necessá­

rias ao cumprimento da presente Por­taria.

Art. 6º - Esta Portaria entrará em vigor na

data de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

CARLOS SANT'ANNA

(Of. nº 117/89)

PORTARIA N9 08, DE 27 DE JUNHO DE 1989

Regulamenta o VI PRÉMIO MEC DE LITE­RATURA DESPORTIVA.

0 Secretário de Educação Física e Despor­tos do Ministério da Educação, no uso de suas atribuições e de acordo com o que dispõe o arti­go 2º e Inciso III do artigo 5- da Portaria Ministe­rial nº 389 de 20 de junho de 1989. RESOLVE:

1 - Disposição Preliminar

Art 1- - O Prémio MEC de Literatura Desportiva instituído pela Portaria Ministerial n9

389 de 1989, será conferida, no corrente ano, às obras publicadas (livro) em língua vernácula vi­sando estimular e contemplar o autor nacional de educação física e desportos, que esteja con­tribuindo com sua produção técnica e científica para o desenvolvimento da Educação Física Na­cional.

§ 1- - O Prémio de que trata este artigo é uma promoção aberta à participação de Profes­sores de Educação Física e Profissionais de ou­tras áreas que tenham suas obras técnicas e científicas relacionadas a área de Educação Fí­sica e Desportos.

§ 2º - O Prémio MEC de Literatura Des­portiva, no ano de 1989, terá como Patrono o Prof. INEZIL PENNA MARINHO.

II - Dos Trabalhos Concorrentes

Art. 2- - Poderão concorrer todos os traba­lhos publicados sob a forma de livro cuja 19

edição tenha sido publicada desde o ano de 1985 (inclusive), sem existir limites quanto a ca­racterística que poderá ser didática, de pesquisa, de revisão bibliográfica, etc, e ainda quanto ao seu conteúdo, o qual poderá abranger qualquer sub-área de Educação Física e Desportos, como didática da Educação Física, Medicina Desporti­va, Psicologia Aplicada, Treinamento Desporti­vo, Esporte Para Todos, Desporto Escolar, etc.

Parágrafo Único - Não poderão concorrer traduções e/ou obras cujos autores sejam es­trangeiros.

Art. 3º - As obras concorrentes deverão preencher os seguintes requisitos:

a) que tenham sido publicadas depois de 1985 (inclusive).

b) que tenha autorização das respectivas editoras para concorrer, as quais de­verão concordar inclusive com a desti­nação do prémio para o(s) autor(es) ou outros.

Ill - Das Inscrições

Art. 4º - A inscrição dos trabalhos será fei­ta mediante entrega ou remessa dos Correios à Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação, dos seguintes documen­tos:

I - solicitação formal de inscrição, assi­nada pelo(s) autor(es);

1 1 - 1 0 (dez) exemplares da obra; III - ficha de identificação do(s)autor(es)

com os seguintes dados: a) nome completo do(s) autor(es); b) endereço completo e telefone do(s)

autor(es); c) número, data da emissão e órgão

expedidor da carteira de identidade do(s) autor(es);

d) número do cartão de identificação do contribuinte-CIC, do(s) au­tores);

e) data e assinatura do(s) autor(es); f) comprovante solicitado no artigo 39

- item "B".

Parágrafo Único - Os documentos relacio­nados neste artigo serão encaminhados em um envelope cuja capa contenha além do endereço constante do art. 5º, os seguintes dizeres:

"PRÉMIO MEC DE LITERATURA DESPORTIVA" NÃO VIOLAR

Art. 5º - As obras concorrentes serão en­caminhadas pelos respectivos autores, até o dia 30 de setembro de 1989, diretamente à Secreta­ria de Educação Física e Desportos, Via N-2, Anexo I do MEC, 2º andar - Sala 237 - CEP 70.047, Brasília-DF.

Parágrafo Único - Para efeito de validade das inscrições solicitadas pelos Correios serão

consideradas as datas do registro postal das re­messas.

Art. 6º - Não haverá limite quanto ao nú­mero de obras com que o(s) mesmo(s) autor(es) poderá(ão) concorrer.

Parágrafo Único - É vedada a participação de obras já premiadas em outros prémios MEC de Literatura Desportiva.

IV - Do Julgamento

Art. 7º - As obras concorrentes serão ana­lisadas e selecionadas por uma comissão julga­dora, integrada por profissionais de reconhecida capacidade e notório saber na área de Edu­cação Física e Desportos.

Parágrafo Único - As atividades da Co­missão Julgadora serão orientadas e coordena­das por um Presidente, que será escolhido pela maioria simples de todos os seus membros.

Art. 8º - A Comissão Julgadora poderá es­tabelecer critérios e normas complementares pa­ra o julgamento dos trabalhos que lhe forem submetidos, respeitadas as disposições deste Regulamento.

Art. 9º - A Comissão Julgadora apontará as 06 (seis) melhores obras, classifícando-as conforme as disposições dos artigos 12 e 13, não se admitindo a possibilidade de empate.

Art. 10 - A Comissão Julgadora terá até 31 de outubro de 1989 para submeter sua de­cisão à consideração do Secretário de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação.

Art. 1 1 - 0 Secretário de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação, após conhecimento dos autores das obras classifica­das, baixará Portaria homologando, em caráter irrecorrível, o resultado final do Prémio.

V - Da Classificação e Prémios

Art. 12 - Aos autores das obras classifica­das até o terceiro lugar serão conferidos Diplo­ma e Prémio em dinheiro.

Parágrafo Único - Os prémios em dinheiro a que se refere este artigo terão os seguintes va­lores:

1º Lugar: NCz$ 5.000,00 2º Lugar. NCz$ 3.000,00 3º Lugar: NCz$ 2.000,00

Art. 13 - Aos classificados do quarto ao sexto lugares serão conferidos Diploma de "MENÇÃO HONROSA".

VI - Das Disposições Gerais

Art. 14 - A Secretaria de Educação Física e Desportos, ao final do concurso, não restituirá qualquer uma 'dias obras encaminhadas, no ato da inscrição, podendo incorporá-las ao seu acer­vo ou distribuí-las a quem de direito.

Art. 15 - Os autores e editoras das obras premiadas e não premiadas não perdem os direi­tos autorais.

Parágrafo Único - As editoras poderão. após o concurso, fazer referência nas capas ou no conteúdo dos livros concorrentes da classifi­cação abe suas obras no concurso.

Art. 1 6 - 0 pedido de inscrição significará a aceitação por parte do concorrente, de todas exigências regulamentares e o não cumprimento de qualquer disposição implicará na sua automá­tica desclassificação.

Art. 17 - Fica o Coordenador de Educação Física no Ensino Superior, da Subsecretaria de Educação Física, incumbido de Coordenar e Su­pervisionar a realização do certame em todas as suas fases.

Art. 18 - Os casos omissos serão resolvi­dos pela Secretaria de Educação Física e Des­portos do Ministério da Educação.

Art. 19 - Esta Portaria entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO Responsável pela Secretaria

(Of. nº 371/89)

PORTARIA Nº 11, DE 02 DE OUTUBRO DE 1989

O Secretário de Educação Física e Despor­tos do Ministério da Educação, no uso de suas atribuições e de acordo com o que dispõe o arti-

go 5- inciso I, da Portaria Ministerial nº 389, de 20 de junho de 1989, resolve:

Art. 1º - Designar como membro da Co­missão Julgadora do VI Prémio MEC de Literatu­ra Desportiva:

I - Professor Doutor João Carlos Jaccot-tet Piccoli, da Universidade Federal de Pelotas;

II - Professor Doutor Alberto Carlos Amadio, da Universidade de São Paulo:

III - Professor Doutor Ruy Jornada Krebs, da Universidade Federal de Santa Maria;

IV - Professor Doutor José Maria de Ca­margo Barros, da Universidade Esta­dual Paulista Júlio de Mesquita Filho; Campus de Rio Claro;

V - Professor Doutor Ricardo Weigert Coelho, da Universidade Federal do Paraná;

VI - Professor Doutor Sérgio Luiz Galan Ribeiro, da Universidade Federal do Piauí;

VII - Professor Doutor Moacir Brondi Daiu-to, da Universidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto.

Art. 2º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO Responsável

PORTARIA nº 014, DE 09 DE NOVEMBRO DE 1989

Homologa o Resultado Final do VI Prémio MEC de Literatura Desportiva de 1989

O Secretário de Educação Física e Despo • tos do Ministério da Educação, no uso de suas atribuições, de acordo com o que dispõe o item IV, do artigo 59 da Portaria Ministerial nº 389, de 20 de junho de 1989, o artigo 11 da Portaria nº 08 da Secretaria de Educação Física e Despor­tos, de 27 de junho de 1989, e considerando:

a) que neste ano o VI Prémio MEC de Lite­ratura Desportiva integra os festejos comemorativos do Centenário da Pro­clamação da República Federativa do Brasil;

b) o resultado final do julgamento do VI Prémio MEC de Literatura Desportiva de 1989, constante da ata da reunião da Comissão Julgadora, especificamente realizada para esse fim.

Resolve:

Art. 1º - Fica homologada a decisão da Comissão Julgadora do VI Prémio MEC de Lite­ratura Desportiva de 1989, cujo resultado final é o seguinte:

1º Lugar: "Educação de Corpo Inteiro -Teoria e Prática da Educação Fí­sica" Autor: João Batista Freire

2º Lugar: "Fundamentos Biológicos - Me­dicina Desportiva" Autor: Coordenação Cláudio G:l Soares de Araújo

3º Lugar: "Educação Física e Esporte na Universidade" Autor: Organizadora Solange de Cássia Elias Passos

Menções Honrosas: a) Educação e Esportes não Formais

Autor: Lamartine Pereira da Costa b) Fundamentos Pedagógicos - Educação

Física Autor: Organizador Vitor Marinho de Oli­veira

c) Educação Física Humanista Autor: Vitor Marinho de Oliveira

Art. 2º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO Responsável pela SEED/MEC

Prêmio Jayr Jordão, Ramos, de Monografia nas Áreas de

Educação Física, Desportos e Lazer

INTRODUÇÃO

A Secretaria de Educação Física e Desportos, através de sua Subsecretaria de Educação Física, instituiu o Prémio Jayr Jordão Ramos com o objetivo de estimular as pesquisas e incentivar a capacidade de criação literária entre os alunos do Curso de Graduação de Educação Fí­sica.

O Prémio Jayr Jordão Ramos recebeu esta denominação em ho­menagem ao General Jayr Jordão Ramos, eterno incentivador da Edu­cação Física Brasileira, a qual ajudou a construir desde sua atuaçào junto a Escola de Educação Física do Exército ou na Federação Internacional da Educação Física, além de notabilizar-se pela imensa obra literária deixada.

O Prémio Jayr Jordão Ramos foi realizado nos anos de 1983 e 1984.

Em 1989, houve seis obras concorrentes, classificando-se duas, publicadas em anexo. Neste mesmo ano, surge a obrigatoriedade do pro-fessor-orientador, cuja finalidade é proporcionar maior ajuda à fundamen­tação científica nos trabalhos apresentados.

Resultados Anteriores

1983 - PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS DE LITERATURA DESPORTIVA

1º Lugar: Sonho de um Homem - Esperança de uma obra

Autor: Marco António Bechara Santos 2º Lugar: Diminuição do Tempo da Fadiga no

Atleta de Futebol por Uso de Método de Contração Isométrica e Alonga­mento Muscular.

Autor: José Odair Meireles Nunes 3º Lugar: A dimensão do Lazer no Sistema

Educativo Salesiano. Autor: Kleber do Sacramento Adão

Menções Honrosas. a) Como Ser um Campeão Autor: Bruno Koeche Júnior

Edésio da Silva b) Atetividade e o Movimento Autor: Reynaldo Soares Coelho dos Santos

1984 - PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS DE LITERATURA DESPORTIVA

1º Lugar: Experiências em Educação Física/Es­porte na Comunidade do Bairro Vasco da Gama através do Estágio Supervi­sionado.

Autor: Lindolfo Rocha Lima Neto 2º Lugar: A criança Vista como Criança Autor: Astrid Studart Corrêa Barreto 3º Lugar: Reeducação Psicomotora para Dé­

beis, Utilizando o Relaxamento. Autor: Geraldino Gonçalves Bastos

Menções Honrosas: a) Reeducação Psicomotora: Relato de Expe­

riências Autor: Rita Maria Lopes Moreira b) Contribuição da Psicologia Educacional para

o Processo Ensino-Aprendizagem em Edu­cação Física

Autor: Juarez Oliveira Sampaio Josedite Pacífico Galvão

PRÊMIO JAYR JORDÃO RAMOS DE LITERATURA DESPORTIVA

SONHO DE UM HOMEM ESPERANÇA DE UMA OBRA

Autor: Marco António Bechara Santos Pseudônimo: MABS Instituição: Universidade Gama Filho - RJ

Outubro/1983

Sumário

INTRODUÇÃO OU CARTA AOS LEITORES 31

UM HOMEM VIVE 33 - Porque um Militar? 34 - Joinville-Le-Pont 34 - Atuando na EsEFEx 35 - Divulgando a Informação 36 - A Missão no Paraguai 39 - A Segunda Lingíada 39 - Reconhecimentos 41 - Ordem de Vasa 42 - Atuando fora de Caserna 42 - Atuaçáo da FIEP 44

UM HOMEM SONHA 48 - Imaginação ou Fantasia 48 - O Museu de Educação Física 48 - Vivendo a Imaginação 49 - Museu de Educação Física - Ensaio e Organização 51

CONCLUSÃO OU UM HOMEM NÃO MORRE 53

- O Resgate da Dívida: Esperança de uma obra 54

BIBLIOGRAFIA 55

ANEXOS 59

INTRODUÇÃO OU

CARTA AOS LEITORES

Rio de Janeiro, Outubro de 1983.

Prezados Senhores

Permitam-me iniciar o trabalho com esta carta relatório, onde pretendo justificar minha ousadia em penetrar e revelar o sonho de um homem.

Ao tomar conhecimento do Prémio de Lite­ratura Desportiva, através do Jornal "Perspectiva Universitária", ano X, agosto - 1983 nº 172, fi­quei curioso em saber porque se intitulava "PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS". Quem seria este indivíduo que fora merecedor de sustentar seu nome a um prémio de literatura desportiva do MEC. A curiosidade levou-me à uma busca inicial em minha biblioteca, e ao desfolhar a re­vista nº 108 da Escola de Educação Física do Exército, bem lá na página 25, num artigo que trata da "Saudação ao General Jayr Jordão Ra­mos", constatei quem fora este General, e con­fesso que fiquei muito envergonhado, como es­tudante do Curso de Licenciatura em Educação Física, em não ter conhecimento dos seus feitos e, portanto, não tê-lo até então valorizado.

Ao mesmo tempo que este sentimento se instalava, crescia em mim a admiração por suas realizações na Educação Física brasileira. Sen-ti-me bastante comprometido com sua obra e uma grande responsabilidade em reuni-la e di­vulgá-la. Ao ler o artigo da mesma revista que dizia que, naquele momento, não faria a biogra­fia do General, pois este feito seria um dever in­declinável dos historiadores da Educação Física no Brasil, senti-me encantado e desafiado.

Longe de pretender-me um historiador da Educação Física, percebi que estava revelado que a Educação Física brasileira teria uma lacu­

na se não se historiasse, imediatamente, a vida e a obra desse homem. Estava decidido, portan­to, que eu tomaria parte neste concurso de Lite­ratura Desportiva, com algo que realmente tives­se relevância para a Educação Física brasileira -O resgate de parte de sua memória, através da vida e do sonho de um homem.

Naturalmente que escrever sobre um ho­mem que desenhou o mundo da Educação Física brasileira, torna-se um projeto audacioso e ao mesmo tempo, desafiante...

Conhecer esse homem, realizar o seu le­vantamento biográfico tornou-se, a cada momen­to, uma revelação, fazendo crescer, em cada no­vo instante a apreciação pela simplicidade e pe­la lição de amor investida numa causa. A serie­dade com que conduziu sua vida, o respeito pelo registro dos fatos relacionados com a Educação Física e a valorização demonstrada na preser­vação da memória dessa mesma Educação Físi­ca que ajudou a construir, aponta-nos acima de tudo, o exemplo de um homem admirável. Esse homem, quer seja ação nacional ou internacio­nal, em suas atividades na Escola de Educação Física do Exército ou na Federation Internationa­le de Educación Physique, dá-nos uma lição de força e importância da preservação dos fatos re­lacionados à Educação Física pelos tempos para manutenção da própria vida da Educação Física.

E esse homem, dentro do seu compromisso com a renovação, sonha..., E eu ao tentar pene­trar no sonho desse homem, senti-me muito "pe­quenino", diante de tanta grandeza humana e histórica, mas ao mesmo tempo orgulhoso em ter a oportunidade de tentar humildemente des­cortinar suas ideias grandiosas, para a evolução da Educação Física no Brasil, projetando-a in­ternacionalmente.

Portanto, prezados leitores, o presente en­saio nada mais pretende do que enaltecer o tra-

balho de alguém que foi capaz de anunciar e ser o futuro, às custas do presente e do passado. Se eu conseguir, através deste relato, despertar em cada um de nós a consciência de quanto a Edu­

cação Física brasileira deve a esse vulto e des­pertar também a esperança de renascimento de sua obra, poderei considerar-me satisfeito.

O autor

UM HOMEM VIVE...

O homem elabora seu potencial criador através do trabalho. É uma experiência vital. Ne­la o homem encontra sua humanidade ao reali­zar tarefas essenciais à vida humana e essen­cialmente humanas. O Homem passa mas a vida continua, e o seu espírito não se retira deste mundo se deixar nele por menor que seja, o fruto de seus estudos, pensamentos e realizações. E os esforços do homem de quem me proponho a falar constituíram em realidade na Educação Fí­sica Brasileira.

Jayr Jordão Ramos, nascido em 14 de Julho de 1907 na cidade do Rio de Janeiro, cursou a Escola Militar de Realengo, sendo declarado as­pirante a oficial do Exército Brasileiro em 21 de Janeiro de 1930.

Desportista militante, como o caracterizou o General Olavo em 1980, matriculou-se em 24 de março de 1932 no Curso de instrutores do Centro

Militar de Educação Física, porém em 19 de Abril do mesmo ano, fora mandado trancar sua matrí­cula, para apresentar-se ao Departamento de Guerra. Dois anos depois, retornava a se matri­cular, cursando como aluno do Curso de Instruto­res, de 27 de Fevereiro de 1934 à 13 de Dezem­bro do mesmo ano. Como integrante da Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), foi aluno brilhante, conseguindo grau = 8,047 nos exames parciais realizados em Junho e grau = 8,050 nos exames finais (1), recebendo "Menção Honrosa" pelo conceito "Muito bem", fez jus ao seguinte elogio:

"Ótimo valor intelectual, bom valor físico boa execução, boa direçâo, boa atilude, ótima conduta. Este Oficial demonstrou grande entusiasmo pela Educação Física c Desportos, tendo produzido bastante c te o seu curso. Muito estudioso e dedicado devo se ton um ótimo instrutor" (1)

Turma de Instrutores formados na EsEFEx. onde o Ten. JAYR JORDÃO RAMOS, é o quarto homem da esquerda para direita. O Diploma da Escola encontra-se no anexo 1

POR QUE UM MILITAR?

Um dos fatos que me deixou curioso em sa­ber, foi porque um militar? Qual a importância do exército na história da Educação Física? Pergun­tas estas, que me levaram a buscar um breve histórico da Escola de Educação Física do Exér­cito (EsEFEx):

Com a vinda da missão militar francesa, pa­ra instruir o exército e transmitir-lhe as experiên­cias da Primeira Guerra Mundial, (1914-1918), grandes empreendimentos começaram a apare­cer, surgindo, entre inúmeros outros, a ideia de especialização em Educação Física.

Em 1922, foram as primeiras tentativas de sistematização dos exercícios e de criação de um centro formador de especialistas em Edu­cação Física. Devido as inúmeras dificuldades materiais e dos acontecimentos políticos da época, esta fase durou pouco tempo, mas foi proveitosa, pela experiência que alguns oficiais adquiriram, da qual resultaram interessantes ob­servações e manifestações escritas sobre o as­sunto.

Somente em 1929, após esforços tenazes, foi instalado o Curso Provisório de Educação Fí­sica, que funcionou na Vila Militar, com a parti­cipação de uma turma de professores primários, aumentando assim a importância do empreen­dimento.

Dessa maneira, com os dois atos acima, foi dado um passo decisivo na solução do problema brasileiro da Educação Física, que se achava em precárias condições, e sistematizada a sua apli­cação de uma maneira racional e positiva.

Grande foi a influência da Missão Francesa, contratada para instruir o exército brasileiro, na fixação da doutrina de trabalho. Além do regu­lamento geral, documento básico do Método Francês de Educação Física, quase todas as dis­ciplinas de currículo escolar utilizaram, de pre­ferência, as publicações francesas da época, es­pecialmente os folhetos da Escola Joinv'lle-Le Pont, que era considerada um "Templo de Sa­ber".

O desenvolvimento dos trabalhos fizeram sentir a necessidade de instalações mais ade­quadas, motivo por que, em 11 de janeiro de 1930, foi o curso provisório transformado em Centro Militar de Educação Física, localizado e

administrado pela Fortaleza de São João - Urca. Posteriormente, em 1931, o Centro Militar de Educação Física, tornou-se autónomo adminis­trativamente. A escola de Joiville - Le - Pont, em tudo data a última palavra.

Em 1933, mais uma importante etapa foi vencida na consolidação da Educação Física no Brasil. Quase no fim do ano, realizando um so­nho antigo, foi o centro transformado em Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), cujos objetivos e cursos foram ampliados e reestrutu­rados.

A EsEFEx passou a balizar o progresso da Educação Física no Brasil. O papel pioneiro da Escola, estendeu-se no setor educacional, pos­sibilitando a criação e organização da Divisão de Educação Física no Ministério da Educação e Saúde, a oficialização da profissão no País, a criação de um estabelecimento congénere no meio civil - A Escola Nacional de Educação Fí­sica e Desportos da Universidade do Brasil, além da evolução da técnica ginástico-desportiva, as Colónias de Férias, e várias outras Escolas de Educação Física fundadas no Brasil, tiveram como semente, a EsEFEx.

Assim eu entendi, a causa dos militares es­tarem tão envolvidos com a Educação Física na época.

Vivenciando todo o processo de transfor­mação, Jayr Jordão Ramos ao regressar das fé­rias, em 21 de Fevereiro de 1935, foi nomeado para instrutor da EsEFEx. Sua primeira missão na Escola, além de instrutor, surgiu em 14 de maio de 1935, quando foi designado para exami­nar artigos pertecentes à Escola, publicados na revista da própria escola. Em Abril de 1935, tra­duziu do Espanhol, o artigo "Corridas de Archo-tes-Olímpia-Berlim-1936" (2). Neste cargo traba­lhou até 29 de Agosto de 1935, pois no dia se­guinte, ou seja, 30 de Agosto à 31 de Dezembro de 1935, foi afastado das funções, por ter segui­do para a França.

JOINVILLE - LE - PONT

Jayr Jordão Ramos, seguiu para a França, a fim de cursar a Escola de Educação Física de Joinville - Le - Pont, com permissão do Sr. Minis­tro de Estado e dos Negócios da Guerra. Re­gressando em 06 de fevereiro de 1936, apresen-tando-se na mesma data.

O conceito obtido, na Escola Superior de Educação Física de Joinville - Le - Pont, durante sua permanência na França, foi enviado à EsE-FEx, em 14 de Fevereiro de 1936, enaltecendo as notas (conceitos) obtidos durante o curso, de­votamente e compenetração demonstrados du­rante sua passagem na Escola (1).

Em outubro de 1936, escreveu o artigo "Treinamentos Especiais do Combatente - Lan­çamento de Granada" (4).

Em outubro de 1936, publicou um trabalho em gravuras, sobre "Lição de Educação Física Infantil - 2º grau do ciclo elementar" (5).

Turma de Oficiais, formados em Joinville-Le-Pont (França), onde o Ten. Jayr Jordão Ramos, aparece na fileira central, sendo o 8º homem da esquerda para a direita. O diploma da Escola encontra-se no anexo 2.

ATUANDO NA EsEFEx

Regressando à EsEFEx, foi designado para encarregado do ginásio da Escola, em 1º de Fe­vereiro de 1936.

O devotamente a força de vontade e a von­tade de acertar eram traços marcantes no Te­nente Jayr Jordão Ramos, em que já era deposi­tada toda à confiança de seus superiores.

Em maio de 1936, o dinâmico tenente tra­duziu do francês, o artigo "Combate à baioneta e luta corporal - da Escola de Joinville - Le - Pont" (3), informando as novas técnicas de utilização da arma no combate corpo a corpo, nos corpos de tropa francesas.

O jovem tenente, em 15 de junho de 1936, foi designado para acumular as funções de ins­trutor a estar à disposição do Departamento Técnico, a fim de colaborar na elaboração do no­vo regulamento da EsEFEx, devido à experiência adquirida na França.

RECONHECIMENTOS INICIAIS

Portanto, a presença de Jayr Jordão Ramos, ultrapassa as paredes militares e é reconhecido quando, em 23 de Setembro de 1936. é elogiado pelo brilhantismo com que desempenha suas funções de instrutor e dedicação à escolares na educação de infantis e juvenis, tornado-se forte elo da EsEFEx com o meio civil, pois ele também era responsável pela ginástica infantil da escola.

Em 14 de dezembro de 1939, seus conhe­cimentos pedagógicos foram solicitados quando nomeado para constituir a banca examinadora das cadeiras de Pedagogia e Educação Física da EsEFEX.

Em 30 de Março de 1937, ficou com as funções de instrutor de pedagogia para oficiais. Neste período também tornou-se encarregado da Educação Física Infantil e substituto eventual do Instrutor de Voleibol, para o corrente ano letivo.

UMA VISÃO INOVADORA

Já entáo como capitã®, Jayr Jordão Ramos, escreveu o artigo "impressões sobre o Ensino da Escola de Joinville - Le - Point" (6) onde relata como se processa o ensino na Escola, os diver­sos cursos oferecidos, os tipos de ensino e veri­ficação do aproveitamento.

Um fator importante, explorado nesse arti­go, foi o enaltecimento do curso de especiali­zação para os médicos, em Joinville-Le-Pont, e o alerta que entre nós seria de grande vantagem a realização de estágios semelhantes para que oficiais médicos recém-saídos da Escola de Saúde, pudessem adquirir os conhecimentos ne­cessários, por meio de uma documentação teóri-co-prática, tornando-se assim, aptos a controlar o ensino da Educação Física sob a ótica biológi­ca.

Absorvendo sua ideia, e sentindo a defi­ciência de professores e de médicos especiali­zados, a divisão de Educação Física do Ministé­rio da Educação e Cultura, com a valiosa coope­ração da Escola de Educação Física do Exército, planejou e estruturou um "curso de emergência", que funcionou durante cinco meses, entre 1938 e 1939, tendo diplomado 168 professores e 78 médicos. Foi um passo decisivo para numerosas outras conquistas no campo da atividade física. Desta meneira, Jayr Jordão Ramos, começa a anunciar um futuro na Educação Física brasilei­ra.

Outra informação de curso realizado na França, aparece sob a forma de alerta para nós: o "Curso de Instrução" de Joinville-Le-Pont, com duração de 16 semanas, que tem por fim prepa­rar os sub-oficiais para as funções de monitores auxiliares nos corpos de tropa e nas sociedades de Educação Física e preparação militar de sua guarnição.

Segundo o Capitão Jayr, entre nós seria de grande vantagem a realização de cursos seme­lhantes de média ou curta duração, para sargen­tos e estagiários recrutados nos corpos de tro­pas. Esses estagiários visariam dar subsídios teórico-práticos àqueles que exerceriam as funções de auxiliares de Educação Física, quer seja no meio militar ou civil. Esse posicionamen­to era extensivo também aos professores da re­de oficial de ensino e desportistas selecionados.

Como podemos sentir, Jayr Jordão Ramos, era um homem com uma visão muito além de

sua época. Esse homem conseguia adaptar ao nosso país, de modo simples, as coisas boas de outros povos, para serem concretizados no futu­ro.

Esta visão progressista constituía-se em qualidade. Sempre com o pensamento nas ne­cessidades da Educação Física brasileira ele, aos poucos, ia semeando o futuro...

DIVULGAÇÃO E INFORMAÇÃO

Em outubro de 1937, traduziu do Francês, o artigo "Organização de uma Pista de Obstácu­los". Em novembro publicou o artigo "Lição de Educação Física Feminina" - 1º Grau do Ciclo Secundário" (7). Em dezembro, publicou os arti­gos: "Lição de Aplicações Militares - Turma de Combatentes a Pé" (8), e "Organização de um Campo de Jogos" - coordenação (9).

Ainda em 1937, o Capitão Jayr, publicou o seu primeiro livro o "Fichário dos Instrutores de Educação Física" (10), recebendo o seguinte pa­recer do departamento técnico da EsEFEx:

"O trabalho do Capitão Jayr Jordão Ramos, é um trabalho de real interesse para a Edu­cação Física nos corpos de tropa, organiza­do sob a forma de fichas, sistema atual-mente preconizado na preparação da ins­trução, ele apresenta sob aspecto prático, suscetível de imediata aplicação, permitin­do assim o desenrolar da instrução física militar sem mais percalços"(10) E o seguinte parecer do Departamento Mé­dico da EsEFEx:

"A parte de medicina desportiva está muito bem organizada e o autor imprimiu ao seu traba­lho um cunho altamente prático, tornando-se, pa­ra aqueles que se dedicam a esse ramo da me­dicina, um ótimo guia. Desde as atribuições do médico especialista em Educação Física, à clas­sificação dos homens em grupos homogéneos, das tabelas dos perfis à apresentação das fichas de exame físico e controle do exercício, tudo que está claramente exposto, o que torna o trabalho do Sr. Cap. Jayr Jordão Ramos merecedor dos maiores elogios de Departamentos" (10).

Assim podemos perceber claramente a visão de integração de profissionais de áreas afins à Educação Física, preconizado pelo então capitão.

Ao tomar conhecimento de seu primeiro li­vro, "Fichário dos Instrutores de Educação Físi­ca" (fig. 1), pude concluir que Jayr Jordão Ra­mos, fizera um Trabalho precioso, para benefi­ciar a Educação Física, pois naquela época ha­viam dificuldades de registros de assuntos rela­tivos a essa disciplina, e a ausência de um ma­nual com assuntos metodologicamente dispos­tos, dificultavam em muito o trabalho de instru­tores nos corpos de tropa. Logicamente, somen­te um homem dotado de tenacidade invulgar, poderia vencer o desafio de propiciar uma me­lhor organização na Educação Física, fornecendo um livro altamente gabaritado com a finalidade de facilitar a tarefa dos instrutores de Educação Física.

O DESEMPENHO

Em 30 de Dezembro de 1937, assumiu as funções de chefe de seção de Educação Física e Desportos do Departamento de Ensino da EsE-FEx.

A multiplicidade de conhecimentos e de realizações de Jayr Jordão Ramos, permitiam que acumulasse vários cargos concomitantes e se desempenhasse bem em cada um deles. Já no 1º semestre de 1938 juntamente com a função de chefe da Seção de Educação Física e Desportos, também desempenhou funções de di-retor de estudos, instrutor de remo, instrutor de pedagogia e encarregado da Educação Física In­fantil.

Fig. 1 - Fichário dos Instrutores de Educação Física (cópia reduzida do panfleto de divulgação)

CONTINUANDO A DIVULGAR A INFOR­MAÇÃO

Ainda em 1938, escreveu o opúsculo "Su­gestões sobre a Reorganização do Ensino da Escola de Educação Física do Exército"(11). Passando a partir de julho a escrever na seção pedagógica da revista da EsEFEx: "Unidade de Doutrina" (12), que aborda generalidades de treinamento físico geral, os processos de traba­lho e atribuição dos quadros de Educação Física.

No mês de agosto, dando continuidade ao artigo, "Unidade de Doutrina" (12), aborda regras gerais para a aplicação do método: (a) exame clínico e biométrico dos homens; e (b) pro­gressão da instrução.

Nos meses seguintes, "Unidades de Doutri­na" (12),.dá continuação do número anterior, tra­tando de dois aspectos: (a) atração dos exercí­cios; e (b) verificação dos resultados, comple­mentado por regimes de trabalho.

Em outubro, "Unidades de Doutrina" (12) -(modelo I - Caderneta de Saúde) - relata o que é a caderneta de saúde, e ensina como preenchê-la. E (modelo II - ficha biométrica) - relata as ins­truções para seu preenchimento.

Em fevereiro de 1939, concluiu o "Curso de Emergência" de Educação Física da EsEFEx -MES. E em 25 de março do mesmo ano era de­signado para instrutor de Pedagogia da Edu­cação Física do mesmo curso. Curso este, que fora fruto de uma semente plantada pelo próprio Jayr Jordão Ramos.

Ainda em 1939, publicou o opúsculo "Edu­cação Física de Conservação" (13), tradução e adaptação. E o opúsculo "Exemplos de Sessões de Estudo de Elementos, Lições de Educação Física e Sessões de Jogos" (14).

Assumiu a seção de esgrima da EsEFEx, em 04 de Setembro de 1939.

Na revista da EsEFEx Junho/Julho de 1939, escreveu o artigo intitulado "Organização de Competições por Equipes" (15), onde informa aos brasileiros tão necessitados de divulgação de informações, os processos de organização de competições: (a) eliminatórias; (b) rodízio; e (c) combinações, bem como outros detalhes a se­rem observados na organização de competições, vigentes na época. E nesta mesma revista a con­

tinuação do artigo, "Unidade de Doutrina" (12), abordando estudo do pulso, como calcular a elasticidade toráxica, coleta dos elementos de parte biotipo-etnológica e traçado de perfis.

Em outubro de 1939, juntamente com o 19

Tenente Arêas e o Prof. Santos Rocha, o Cap. Jayr Jordão Ramos fazia a tradução de um artigo de ERNEST LOISEL - Diretor da Escola Normal de Educação Física de Paris, sobre o "Método Alemão" (16), artigo este que aborda o conheci­mento do método, para reflexão e crítica dos processos de trabalho físico seguidos na Alema­nha, onde ainda se faz sentir o espírito de JAHNS.

Em dezembro de 1939, publicado na seção pedagógica, a continuação da revista de Ju­nho/Julho, sobre "Unidade de Doutrina" (12), abordando a classificação biotipológica, regras concernentes à direção e à execução do trabalho (Divisão do Treinamento Físico Geral). Nesta mesma revista, a continuação da tradução do "Método Alemão" (16).

Ainda em dezembro o Cap. Jayr Jordão Ramos, ofertou à Escola de Educação Física do Exército um exemplar de "Alguns Aspectos da Educação Física" (17), coletânea de sua autoria.

A dedicação, o amor, o carinho e a conside­ração que Jayr Jordão Ramos tinha com a Edu­cação Física, procurando sempre estar atualiza-do e principalmente atualizar seus companhei­ros, o faziam um verdadeiro "Professor de Edu­cação Física", digno de ser admirado por todos que o conheciam ou já tinham lido algumas de suas publicações.

Em 29 de dezembro do mesmo ano, foi afastado da EsEFEx para cumprir obrigações mi­litares, retornando à Escola em 09 de Maio de 1941. Tendo assumido a chefia da Seção de Educação Física do Departamento Técnico qua­tro dias após.

A revista da EsEFEx, estava paralizada desde dezembro de 1939, mas voltava em se­tembro de 1941 com artigos muito bons, como lhe era característico. O retorno à circulação da revista é marcado por um artigo do Cap. Jayr Jordão Ramos, intitulado "A flexibilidade e a Im­pulsão na Moderna Ginástica Alemã"(18), onde o autor procura chamar a atenção dos instrutores para a excelência dos exercícios estudados nes­te artigo, principalmente para o "Bodenturnen",

que é um novo método alemão. E dentro do ecle­tismo dos métodos de Educação Física existen­tes na época, talvez disponha de um lugar no conjunto dos seus processos de trabalho. Também nesta mesma revista, publicada a últi­ma parte da tradução do artigo de Ernest Loisel, "Método Alemão" (16), que teve início em Outu­bro de 1939, essa tradução foi publicada como opúsculo, em 1942, contendo 12 páginas.

Em outubro de 1941, escreveu o artigo "A Escola de Educação Física do Exército - uma realização da inteligência e da tenacidade brasi­leira" (19), artigo este que foi traduzido para o francês.

Em dezembro de 1941, escreveu o artigo "Campos e Colónias de Férias - crítica amigável e alguns conselhos práticos" (20), artigo este que foi traduzido para o espanhol e publicado na Imprensa Paraguaia (1946).

DESEMPENHANDO OUTRAS FUNÇÕES

Em 23 de Março de 1942, assumiu a chefia do departamento técnico, e Diretor da Revista de Educação Física da EsEFEx.

Em 13 de Abril de 1942, foi designado para, na qualidade de interventor, dirigir os destinos do Esporte Clube Germânia, sediado à Rua Dias Ferreira, 420 (Leblon). E neste mesmo mês, pu­blicava o artigo intitulado "A Mulher e o Esporte" (21), onde faz uma abordagem das controvérsias da prática de esportes pelo sexo feminino. E po-siciona-se, dizendo que é de favor que a mulher com uma adaptação, pode praticar quase todos os esportes praticados pelo homem.

Em 14 de Setembro de 1942, afasta-se da EsEFEx, por obrigações militares.

Em 27 de Abril de 1944, é nomeado assis­tente técnico da Comissão de Desportos Regio­nal (Rio de Janeiro), onde foi muito elogiado.

Seu segundo livro, foi editado em 1945, inti­tulado "Dêem Estádios ao Exército" (22). Com 110 páginas e 6 mapas, o autor alerta a necessi­dade da sociedade contribuir para a construção de novos Estádios, Pistas e Instalações destina­das ao esporte.

O valor de um homem, se espelha na soma de esforços bem conduzidos, em benefício de uma causa, e isto era verídico na pessoa de Jayr

Jordão Ramos. Crescia cada vez mais a admi­ração pelo espírito de luta desse homem em fa­vor do registro e divulgação do conhecimento em Educação Física.

A MISSÃO NO PARAGUAI

Em 21 de maio de 1945, foi designado para instrutor de Educação Física na Missão Militar brasileira de Instrução no Paraguai, e durante a sua permanência, o Major Jayr Jordão Ramos, muito fez pela Educação Física daquele país. Foi assessor Técnico da Escola Nacional de Edu­cação Física e do Conselho Nacional de Cultura Física do Paraguai, onde redigiu desde a "Carta Orgânica" do citado conselho, até os regulamen­tos indispensáveis ao bom funcionamento des­ses órgãos. Projetou um estágio, e outros traba­lhos interessantes, deixou quase completos, o que facilitou muito o seu substituto em dar con­tinuidade ao projeto iniciado pela missão de 1945. Infelizmente não houve registros sob a forma de documentos, para se saber quais foram esses trabalhos interessantes e qual o estádio projetado por Jayr Jordão Ramos (1).

O Major Jayr Jordão Ramos, retornou de Assuncion, em 05 de setembro de 1946.

RETORNO À AÇÃO NACIONAL

Em 11 de fevereiro de 1947, foi designado para diretor do Departamento de Educação Físi­ca da Polícia Militar do Distrito Federal (RJ).

Em feveiro de 1948, escreveu o artigo "Or­ganização de um Departamento de Educação Fí­sica" (23). E, em abril do mesmo ano, escreveu "Momento de Treinamento Físico Militar do Exército Francês" (24).

Em 1949, escreveu o artigo "Algumas Ideias sobre Ginásios e Recintos Cobertos" (25).

A SEGUNDA LINGÍADA

Em 21 de junho de 1949, embarcou para a Suécia, como membro da representação nacio­nal a 'II Lingíada". Realizada de 27 de julho à 29 de agosto, em Estocolmo. A cópia do diploma de participação da II Lingíada, encontra-se em (A-nexo 3). Regressando em 9 de setembro de 1949, escreveu o artigo "A Lingíada de 1949 -um acontecimento de projeção internacional" (26), onde o autor relata o que é "Lingíada", qual o seu propósito e quais os seus acontecimentos principais.

Mais uma vez, Jayr Jordão Ramos, dava prova que era um: elo forte, um condutor de co­nhecimento, entre a "cultura" e os brasileiros. A sua responsabilidade e vontade de veicular os conhecimentos sobre Educação Física era uma das qualidades, entre muitas que o tornaram um homem admirável.

PARTICIPAÇÃO CIVIL

Em 10 de janeiro de 1950, foi autorizado a completar o "quorum' da Congregação da Escola Nacional de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para fins de concurso para Professor e Catedrático da Cadeira de Metodologia da Educação Física e do Treinamento Desportivo da referida Escola. Essa concessão dada a uma pessoa estranha ao meio universitário, reforça o reconhecimento pelo sa­ber de Jayr Jordão.

O RETORNO À EsEFEx

Em 16 de julho de 1950, saiu da Polícia Mi­litar do Distrito Federal, onde estava desde 11 de fevereiro de 1947, onde ocupou os cargos de Instrutor e Diretor do Departamento de Educação Física.

Em 1º de outubro de 1951, retorna à EsE­FEx, e escreve o artigo "Suécia - Terra da Bele­za e Progresso" (27), onde o autor descreve o seu encantamento pelo povo sueco, a beleza de suas terras e progresso de sua cultura.

Em 24 de abril de 1952, ofertou à EsEFEx a clicheria do livro "Dêem Estádios ao Exército" -1945 (22), de sua autoria.

Em 30 de abril de 1952, foi autorizado a in­tegrar a banca examinadora do concurso de pro­vas e títulos para provimento de cargos isolados de professores de Recreação e Jogos do quadro permanente da prefeitura do Distrito Federal. A ação de Jayr Jordão Ramos, por vezes, ultrapas­sa os limites da EsEFEx e seu brilhantismo se fazia notar também em ações no meio civil, cumprindo a missão de extensão e benefícios à sociedade como um todo, características que o tornaram digno de nosso respeito e admiração.

Ainda em 1952, foram publicados, de sua autoria, os seguintes artigos:

a) "Escola Central de Educação Física" (28), onde relata a eficiência e a produti­

vidade do ensino da Escola de Educação Física de Toledo, na Espanha;

b) "A Moderna ginástica Sueca (29), onde aborda generalidades sobre a ginástica pedagógica desenvolvida na Suécia;

c) "Roteiro do Treinamento Físico Militar" (30), onde relata, como exemplo, um ano de instrução física militar, com toda a sequência a ser seguida;

d) "Escola de Educação Física do Exército - Resumo histórico e organização geral" (31), onde relata a história cronológica da Escola e a sua influem ia na Edu­cação Física Brasileira; e

e) "Departamento Técnico da EsEFEx" (32), onde relata as atribuições das di­versas dependências do Departamento Técnico da Escola;

f) "Manual de Biometria" - T - 21.224 (33) g) "Manual de Jogos Militares" - T - 21.221

(34)

Em 1953, os seguintes artigos:

a) "A moderna Ginástica Sueca" (29), dan­do continuidade ao artigo escrito no ano anterior abordando generalidades sobre a ginástica médica, as lingíadas, as sa­las de ginástica e o material sueco utili­zado na prática da Educação Física;

b) "Organização de um Departamento de Educação Física" (trabalho de divul-gação)(23). Examina as necessidades de um departamento de Educação Física, a fim de cooperar na atualização dos já existentes;

c) "Grupamento Homogéneo em Natação nos Corpos de Tropa" (35), onde aborda a importância da Natação e algumas ge­neralidades para a Educação Física Mili­tar;

d) "Organização das Competições Entre Equipes"(15), reprodução do trabalho publicado em 1939, porém revisado e atualizado;

e) "O Treinamento Físico no Exército" -Crítica construtiva e Necessidade de Novos Rumos(36). Questiona a Doutrina da Educação Física no Exército; cogita reeditar um Manual C-21-20 e organizar outros Manuais ligados as atividades fí­sicas;

f) "Curso de Força", Subsídios para Reor­ganização do C-21-20(51);

g) "Ginástica Básica" (51), subsídios para reorganização do C-21-20, trata de uma

coletânea de exercícios físicos; h) "Manual de Recondicionamento Físico -

Subsídios para a sua Organização", tra­dução e adaptação feita em colaboração com o Cap. Médico Dr. Maurício Inácio Bandeira;

i) "Conceitos e Sugestões"(51), sobre a Educação Física;

j) "Recondicionamento Físico no Exérci-to"(51).

Em 22 de Junho de 1953, embarcou para Santos, para representar a EsEFEx nos traba­lhos de inauguração do III Curso de Aperfeiçoa­mento Técnico e Pedagógico.

Em seus artigos publicados, podemos notar que todos tem um caráter pedagógico muito grande, mas o que mais se admira no autor é a simplicidade com que ele anuncia o futuro, res­saltando a importância da mudança e da atuali-zação, e fornecendo subsídios para esta trans­formação.

No ano de 1954, publicou os seguintes arti­gos:

a) "Necessidade de Assistência Física e Psíquica ao convalescente" (38), onde aborda a importância do recondiciona­mento físico, o recondicionamento edu­cacional, a terapêutica educacional e o serviço especial, que devem ser dados aos convalescentes;

b) "Ginástica Básica" (51), subsídios para reorganização do C-21-20, é uma co­letânea de exercícios físicos;

c) "Ginástica com Arma" (51), subsídios para reorganização do C-21-20;

d) "Preparação Física do Combatente (51), subsídios para reorganização do C-21-20;

e) "Qualidades e Açáo do Instrutor" (51), subsídios para reorganização do C-21-20;

f) "O Preparo Físico da Mulher no Exército" (38).

Dando um caráter impessoal, com a colabo­ração do Gen. Horácio dos Santos, publicou os seguintes opúsculos:

a) "Manual Sabre Moderno" (39), tradução do Manual Francês.

b) "Manual de Esgrima - Espada" (40), tra­dução do Manual Francês.

E também em 1954, o livro "Instrução Indi­vidual para as operações aquáticas" (c-21-20) (41) - tradução e adaptação.

A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Em 26 de julho de 1954, cooperou na orga­nização do regulamento da Federação Interna­cional de Esgrima.

De 19 de outubro à 5 de dezembro de 1954, esteve nos Estados Unidos da América do Norte. a fim de visitar os Centros de Treinamento do Exército Norte-Americano.

RECONHECIMENTOS

Em 10 de setembro de 1954, o Sr. Mário Gonçalves Viana. Diretor do Instituto Nacional de Educação Física de Portugal, exalta a im­portância da EsEFEx, através do seu veículo de publicação - a revista, o que honra o seu diretor: Tenente Coronel Jayr Jordão Ramos.

Em 17 de setembro de 1954, lhe foi conce­dido pelo chefe das Forças Armadas da Repúbli­ca do Paraguai, o diploma (Anexo 4)a e insígnias da escola de Educação Física das Forças Arma­das. como reconhecimento aos serviços presta­dos, na Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai.

Em 06 de dezembro de 1954, o Tenente Cel. Jayr Jordão Ramos apresentou certificado do Curso de Aperfeiçoamento, dado pelo Prof. Mário Gonçalves Viana, sobre "A Aprendizagem nos domínios da Educação Física" considerada a Luz da Psicologia e da Pedagogia, curso este realizado na Escola Nacional de Educação Físi­ca e Desportos.

Jayr Jordão Ramos, para orgulho nosso era da estirpe de homens incansáveis, que se dedi­cam a uma causa e por ela não medem esforços. Utilizando de toda a sua potencialidade enalte­ceu a Educação Física Brasileira. Em 13 de ju­nho de 1955, o Comandante da EsEFEx Oswaldo Niemeyer Lisboa, definiu muito bem a açáo des­se homem, através de um elogio, que dizia:

"Além de exercer as funções de Subcoman­dante, aproveita as horas de descanso em casa para cooperar na confecção de vários manuais de Educação Física. Como Diretor da revista de Educação Física da escola, imprimiu a mesma, um cunho de objetivida-de, regularidade e a colocou em ótima si­tuação financeira.

Mantém ativo intercâmbio cultural entre nossa escola e outros institutos congéneres nacionais e estrangeiros, conhecedor pro­fundo e entusiasta dos problemas relacio­nados com a Educação Física do povo bra­sileiro"

REGISTRANDO CONHECIMENTO

Em 1955, traduziu o artigo "O Treinamento Moderno no Atletismo" (42).

Ainda em 1955, escreveu os seguintes arti­gos:

a) "Corrida Rústica" (48). Subsidio para reorganização, do C-21-20;

b) "Norma de Organização do Trabalho" (48), subsídios para reorganização do C-21-20;

c) "Publicações Especializadas em Edu­cação Física" (43), Informa aos órgãos que publicam artigos sobre Educação Fí­sica nos principais países:

d) "Verificação do Treinamento" (48), subsídio para reorganização do C-21-20, onde aborda as importâncias dos testes de verificação, a determinação do peso corporal e teste de aptidão física;

e) "Exercícios de vivacidade" (48), subsí­dios para reorganização do C-21-20;

f) "Escola de Educação Física do Centro de Esportes da Marinha" (44)

g) "Natação Utilitária" (48), subsídios para reorganziação do C-21-20. Com coope­ração do Cap. Gastão e do Cap. Mário e

h) Dando um caráter impessoal, com a co­laboração do Gal. Horácio dos Santos, publicou Opúsculo 'Manual de Esgrima - Generalidades - Florete" (45), tra­dução do manual francês;

PRESTANDO SERVIÇOS A OUTROS

Em 24 de agosto de 1955, foi designado pa­ra prestar orientação técnica a Escola de Edu­cação Física Infantil do Instituto de Educação de Belo Horizonte no Estado de Minas Gerais.

ORDEM DE VASA

Em 27 de outubro de 1955, foi apostilado pela Secretaria Geral do Ministério da Guerra (SGMG), devido ao diploma da "Ordem de Vasa" (Anexo 5), no grau de Comendador, condeco­ração com que foi agraciado pelo Governo da Suécia.

MAIS TRABALHO

A produção intelectual de Jayr Jordão, nao esmoreceu e no ano de 1956, publicou os arti­gos:

a) "Pista de Obstáculos" (48), Subsído para Reorganização do C-21-20;

b) "Publicações Especializadas em Edu­cação Física" (45), continuação de in­formações de órgãos especializados no Brasil e no exterior em Educação Física;

c) "O Moderno Treinamento Físico Militar" (48), subsídio para reorganização do C-21-20, abordando os conceitos funda­mentais, a preparação física do comba­tente, a análise das atividades físicas e as diferentes modalidades de trabalho e

d) Atividade de Reconhecimento Físico pa­ra Cegos (46). Abordando as generalida­des, atividades propostas para cegos, jogos e sugestões.

ALGUNS ELOGIOS E RECONHECIMENTOS

Em 23 de abril de 1956, foi elogiado por doar à EsEFEx um trabalho sobre Esgrima que foi a base para o "Manual de Esgrima", editado pelo Exército.

Em 11 de dezembro, foi elogiado por doar a EsEFEx o Manual de sua autoria, sobre "Insta­lações e Material" (47).

Torna-se difícil encontrar palavras para descrever este incansável homem, que jà com tantas realizações, buscava sempre um amanhã melhor, mais vivo e mais completo,

Em 1957, foi elogiado pelo comandante da EsEFEx, pela colaboração na confecção do C-21-21 - "Manual de Treinamento Físico Mili­tar" (48), onde os seus trabalhos se constituíram em valiosa cooperação.

Em 04 de março de 1958, Jayr Jordão Ra­mos, foi promovido à General de Brigada, pas­sando automaticamente para a reserva de 1ª Classe.

ATUANDO FORA DA CASERNA

Outros registros do conhecimento

No ano de 1958, publicou o artigo: O Espíri­to das Formas do Trabalho (49), tradução de um

trabalho do Prof. Augusto Listello França. E o opúsculo: Regulamento do Percurso de Patru­lhas, tradução e adaptação da Regulamentação Espanhola. Publicação impessoal com 8 pági­nas.

Ainda em 1958, o General Jayr Jordão, ofer­tou uma cama elástica à Aeronáutica de Portu­gal, para treino de saltos, destinada ao batalhão de Caçadores Pára-quedistas de Tancos. Con­firmando o bom relacionamento entre os dois governos.

No ano de 1953, não se apresentou com menor intensidade de ações: Foi Professor do III Estágio Internacional de Educação Física, pro­movido pela divisão de Educação Física do Mi­nistério da Educação e Cultura. Participou do Grupo de Estudos e Pesquisas, sobre "Treina­mento Desportivo", da divisão de Educação Físi­ca do MEC e publicou os seguintes opúsculos:

a) "Organização de Campeonatos e Tor­neios", atualização do opúsculo "Orga­nização de Competições entre Equipes 1953". Separata do trabalho publicado nos arquivos da Escola Nacional de Educação Física e Desportos, nº 12, com 35 páginas. RJ/1959;

b) "Instruções para o Treinamento Fracio-nado (Interval Training), tradução do tra­balho de Raoul Mollet, Bélgica, 1959, com 46 páginas;

c) "Resumo do Interval Training" (segundo Gerschler-Rein - deli) - separata do tra­balho publicado nos Arquivos da Escola Nacional de Educação Física e Despor­tos, dezembro, 1959, com 8 páginas.

Ainda no mesmo ano, foi considerado de sua autoria o artigo: Descortinando o "Interval Training" (50). E os seguintes trabalhos mimeo-gráficos:

a) "Interval Training" - Tradução do traba­lho do Major Raoul Mollet, publicado na revista belga "Sport" - 1959, com 15 pá­ginas;

b) "Mais sobre o Interval training" - 1959, com 19 páginas;

c) "Opinião sobre o Treinamento Moderno: O ponto de vista do Técnico" - Tradução do trabalho de Louis Fauconnier, publi­cado na revista belga "Sport" - 1959 - 7 páginas;

d) "Opinião sobre o Treinamento Moderno:

O ponto de vista do Médico" - tradução do trabalho de Dr. Frans Den Bossche, publicado na revista belga "Sport" -1959, 12 páginas;

e) "O Problema do Trabalho Contra-Re-sistência" - tradução do trabalho de Louis Fauconnier, publicado na revista belga "Sport" - 1959 - 13 páginas;

f) "Os paradoxos do Dr. Cezzuty" - tra­dução feita em colaboração, do trabalho de Louis Fauconnier, publicado na revis­ta belga "Sport" - 1959. 15 páginas;

g) "O Circuit-Training" - tradução do traba­lho de Hultman e Larssan. publicado na revista internacional "Cism Magazin" -1959. 4 páginas;

h) "Como M. Klattkowslay concebe o trei­namento Moderno do Remo" - tradução de uma informação excerta da revista belga "Sport" - 1959, 2 páginas;

Durante 1960, o General foi Professor do IV Estágio Internacional de Educação Física - Rio de Janeiro, promovido pela Divisão de Educação Física (DEF) do MEC. Também foi professor do 19 Estágio Nordestino de Educação Física, reali­zado em Recife. E publicou ainda os seguintes opúsculos:

a) Interval Training segundo "Gerschler -Reindell". Coletânea de trabalhos tradu­zidos, excerto e originais. Colaboração do grupo de estudos de pesquisas do MEC, e dos Generais Dr. Luis da Silva Tavares e António Pires de Castro Filho, 1960- 52 páginas; e

b) "Power Training" - tradução de um traba­lho do Major Raoul Mollet (Bélgica) -1960. 14 páginas.

No I Congresso Luso Brasileiro de Edu­cação Física - Portugal, 1960. O General apre­sentou o trabalho: Um golpe de Vista sobre o Treinamento Desportivo.

Também são de sua autoria os impressos:

a) "Caderno 1 - Esquema de Treinamento Desportivo". Resumo da palestra reali­zada no IV Estágio Internacional de Educação Física e repetida no I Estágio Nordestino de Educaçõ Física. 1960, com 4 páginas.

b) "Interval Training - Informações distri­buídas aos sócios do Rotary Club - Rio de Janeiro. 1960, com 4 páginas.

E mais trabalhos mimeografados:

a) Alguns apontamentos sobre o registro do treinamento Desportivo, colaboração do grupo de Estudos e Pesquisas, do Mi­nistério de Educação e Cultura, do Ge­neral Dr. Luis da Silva Tavares. 1960. 52 páginas.

b) Fontes de consultas sobre Treinamento Desportivo - trabalhos originais pela DEF do MEC. 1960. com 2 páginas.

Atuação da FIEP

Convém lembrar, que, depois da II Lingíada, festival internacional de ginástica, realizada em Estocolmo, em agosto de 1949 começou o Bra­sil, de maneira vacilante a se integrar na FIEP. No período de 1949 até 1960, fora pouco expres­siva a participação e colaboração do Brasil em atividades da FIEP. Porém após a realização do 1º Congresso Luso - Brasileiro de Educação Fí­sica em Lisboa (1960). O General Jayr Jordão foi escolhido, pelo Dr. António Leal de Oliveira (Presidente da FIEP), para delegado Geral do Brasil. Ainda em 1960 o General Jayr, cria o Comité Brasileiro, para a FIEP, sediado no Rio de Janeiro, e escolhe alguns delegados regio­nais. Os professores escolhidos, com firme de­terminações movimentou-se para fortalecer a ideia. Agindo separadamente, e progressivamen­te, cresceu o número de adesões no País.

Em 1963, o General Jayr incentiva e colabo­ra no programa do Curso Básico de Educação Física por correspondência do MEC. Este curso tratou de manuais de Educação Física enviados pelo correio, aos interessados.

No mesmo ano foi realizado o 2º Congresso Luso-Brasileiro de Educação Física, promovido pela FIEP, no Rio de Janeiro, de 09 a 13 de agosto de 1963, sob a direção da divisão de Educação Física do MEC.

Alfredo Colombo, diretor desta divisão, agradece o empenho do General Jayr Jordão Ramos, através do ofício n- 19, do MEC, de 14 de fevereiro de 1964, nos seguintes termos:

"Tenho o prazer de manifestar-lhe os meus sinceros agradecimentos pela colaboração prestada por V. Sas. ao tempo em que res­salto a excepcional dedicação, zelo e com­petência demonstráveis na realização dos trabalhos, de organização do certame refe­

rido na presidência da II Seção - preparação desportiva. Oferecendo a V. Sa. a "Medalha comemora­tiva" do congresso citado, sirvo-me do en­sejo para reiterar-lhe as expressões de mi­nha maior estima e elevada consideração".

Jayr Jordão Ramos, já era sem dúvida a maior autoridade para a Educação Física Brasi­leira, em junho de 1964, publicou o célebre arti­go, intitulado: "Os Cânones atuais de Treina­mento Desportivo". (51) Sendo o primeiro artigo originalmente brasileiro, só poderia ser escrito por um homem que realmente dominasse muito bem os conhecimentos científicos aplicados ao Desporto de alto nível. Conhecimentos estes, adquiridos devido aos inúmeros trabalhos de tradução realizados e a sua dedicação aos estu­dos e pesquisas no campo do Treinamento Des­portivo.

Reafirmando a posição assumida em valori­zar as relações entre Brasil e Portugal, a FIEP realiza o III Congresso Luso-Brasileiro de Edu­cação Física, realizado em Luanda, província de Angola, no período de 19 à 28 de julho de 1966. Este congresso teve ajuda da divisão de Edu­cação Física do MEC - Brasil, onde compareceu numerosa delegação sobre a orientação do De­legado Geral para o Brasil, General Jayr Jordão Ramos.

Ainda em 1967, publicou os seguintes arti­gos:

a) "Reportagem sobre o III Congresso Lu­so-Brasileiro de Educação Física", (52) demonstrando mais uma vez, a preocu­pação em divulgar conhecimentos no Brasil.

b) "Homenagem ao Professor Mário Gon­çalves Viana" - Durante o Congresso de Luanda. (53)

c) "O Treinamento na Antiguidade Grega e nos Tempos Modernos" tradução. (54)

d) "Contraçáo Isométrica" (55), tradução. e) "O Interval Training, segundo Gerschler

e Reindel" (56).

De 1960 até 1970, inúmeros foram os es­forços de Jayr Jordão Ramos, junto ao DEF do MEC, para difundir a FIEP no Brasil, sua presen­ça foi marcante, no sentido de incorporar o maior número de brasileiros possíveis a esta fede­ração. Este foi, sem dúvida nenhuma, um grande

passo para a evolução da Educação Física no Brasil.

Nesta mesma época, ou seja 1960 à 1970, o nosso General, estava absorvido em um plane­jamento muito pessoal. Planejamento este que tornou-se a essência de seu pensamento, e que mais adiante falaremos com detalhes.

Em agosto de 1970, uma assembleia da FIEP organizada em Lisboa, agrupando repre­sentantes de 23 países, entre eles o General Ja-yr Jordão Ramos representando o Brasil, dedicou 3 dias à discussão do "Manifesto Mundial de Educação Física", onde foi aprovado e redigido no seu texto definitivo, 6 meses depois, por uma comissão internacional de redaçáo. Esse "Mani­festo" é uma contribuição para levar a Educação Física ao seu verdadeiro lugar num sistema geral da Educação. Esse "Manifesto", foi divulgado em todo mundo, e no Brasil, entre muitos outros meios, pelos seguintes: Opúsculo organizado pe­lo General Jayr Jordão Ramos (2 edições de 1.500 exemplares); Na revista de cultura do MEC (cerca de 15.000 exemplares): Na revista Brasi­leira de Educação Física (cerca de 10.000 exem­plares) no Boletim da Associação dos Professo­res de Educação Física do Rio de Janeiro (A-PEF-RJ) (15.000 exemplares); Gazeta do Estado do Espírito Santo (3.000 exemplares); DEFER (mais 6.000 exemplares, distribuídos durante os jogos estudantis brasileiros); III Jornada Interna­cional de Educação Física e Desportos (1.000 exemplares). Muitas escolas, cursos departa­mentos e Associações, mimiografaram o "Mani­festo", sendo possível estimar o número de exemplares distribuídos.

Ainda, na Assembleia Geral da FIEP, em Lisboa, de 10 à 16 de agosto de 1970, foi dada nova organização à FIEP, e eleito o novo presi­dente, Dr. Pierre Seurin. O General Jayr, convi­dado especial da FIEP, foi eleito então Vice-Pre-sidente para América, e a 1º de janeiro de 1971 oficialmente, o Comité Diretor da FIEP, como Vice-Presidente para América e Delegado Geral para o Brasil, o General Jayr Jordão Ramos.

A escolha não poderia ser melhor. Um ho­mem que dedicava toda a sua vida em prol desta causa, tudo faria para bem cumprir esta sua no­va missão, com muita determinação e vontade de servir. Era motivo de orgulho e satisfação, pa­ra nós brasileiros, que já o conhecíamos como velho servidor e promotor da Educação Física.

Os brasileiros estavam mais integrados do que nunca à Federação Internacional de Edu-

Esta viagem do Presidente da FIEP ao Bra­sil, foi relatada no Boletim da FIEP. volume 42 -número 3, de julho/setembro de 1972 - Portugal, pág. 97-101. È teve como conclusão do Sr. Pre­

cação Física (FIEP), e vários eventos, passaram a acontecer no Brasil, a partir desta data promo­vidos por essa entidade científica:

a) "II Seminário de Recreação". Rio de Ja­neiro, de 02 a 04 de julho de 1971. Or­ganização da Associação Brasileira de Recreação - cerca de 200 participantes. Por iniciativa do Comité Brasileiro da FIEP, foi proposto e. posteriormente lan­çado, um "Manifesto de Recreação".

b) "I Curso de Férias de Santos", de 10 a 21 de janeiro de 1972, organizado pela Faculdade de Educação Física de San­tos - cerca de 800 participantes.

c) "I Jornadas Internacionais de Educação Física e Desportos", Vitória, de 21 a 30 de maio de 1972 - Cerca de 400 cursis­tas. Curso ministrado por professores associados da FIEP. Após as jornadas. como extensão delas, foram realizados pequenos cursos em Colatina e Cachoei­ra do Itapemirim. Situaram-se no quadro das manifestações nacionais comemora­tivas do 150- aniversário da Inde­pendência do Brasil, e por isso tiveram um grande apoio administrativo e finan­ceiro. A abertura das jornadas, com grande so­lenidade foi feita pelo Governador do Es­tado do Espírito Santo. No decurso des­sa sessão, o presidente da FIEP, expres­sou o seu agradecimento às autoridades e aos organizadores. A seguir podemos ver as autoriades presentes, inclusive, o General Jayr Jordão Ramos, delegado Geral da FIEP no Brasil e Vice-Presiden­te para a América.

sidente da FIEP, Pierre Seurin, os seguintes termos:

"Esperamos que esta viagem, tão interes­sante e instrutiva para nós, tenha também sido proveitosa para a FIEP. Pudemos verificar a eficiência da ação dos nossos delegados nos diversos estados brasileiros, animados pelo Vice-Presidente para a América, General Jayr Jordão Ra­mos. Para nós é indubitável que o Brasil, que em 1971 já era o 1º País da FIEP, em relação ao número de aderentes, atingirá em 1972, o número de 1.000 membros e já será uma das forças vivas da FIEP do mundo. Os responsáveis por esta situação (encora­jadora em relação ao futuro da nossa orga­nização). merecem os nossos agradecimen­tos.

a) "II Jornadas Internacionais de Educação Física e Desportos ". Goiânia, de 23 de julho a 2 de agosto de 1973. Organizada pelo Governo do Estado de Goiás. Cerca de 700 cursistas.

b) "Cursos de Orientação Pedagógica para Professores de Educação Física". Inicia­tiva do Prof. António Boaventura da Sil­va, em: Ribeirão Preto, Assis. Mogi das Cruzes, Tatui e São Paulo - 1974.

f) "Curso de Ginástica Olímpica em Salva­dor, de 27 de outubro a 8 de novembro de 1974.

No Boletim da FIEP, em 1972, o General Jayr, publica o artigo Biblioteca Especializada em Educação Física (ensaio de Organização) (57), uma referência mercadora (58):

Ação da FIEP no Brasil" Devemos mais uma vez, destacar a notá­

vel atividade da FIEP no Brasil, onde vem ocorrendo sob seu patrocínio numerosos cursos regionais e nacionais. No ano de 1973, o número total de mem­bros individuais era de 1.062. Judo isto graças ao dinâmico impulso de seu presidente General Jayr Jordão Ramos, de seus Vice-Presidentes: Coronel Jacinto larga e Prof. Aloyr Queiroz de Araújo, e da sólida equipe de delegados da FIEP, dos distintos Estados do Brasil, realizando um trabalho muito positivo que pode servir de exemplo". (FIEP, 1974 - pág. 23).

Neste mesmo ano, o nosso General Jayr, foi acometido de um enfarte, tendo que diminuir suas atividades. Sendo representado pelo Coro­nel Jacinto Targa e pelo Prof. Aloyr Queiroz de Araújo.

g) "Estágio Internacional de Educação Fí­sica" no Rio de Janeiro, em julho de 1975. Organizada pela Associação de Professores de Educação Física do Rio de Janeiro (APEF-RJ). Cerca de 200 par­ticipantes.

h) "III Jornadas Internacionais de Educação Física em Volta Redonda, de 13 a 20 de julho de 1975. Organizado pela Escola de Educação Física de Volta Redonda.

Além das citadas promoções, vários outros empreendimentos, cursos, conferências e ativi­dades práticas, foram patrocinados pela FIEP.

O General Jayr, também muito contribuiu para o Noticiário do Boletim da FIEP. E as publi­cações de artigos brasileiros no mesmo boletim, aumentou muito, a partir de 1971.

Um fato que merece destaque, foi o incenti­vo que o General Jayr Jordão Ramos, deu ao MEC, para a publicação dos boletins da FIEP, em Português, fato este que ocorreu, à partir de março de 1977.

Um fato, não foi esquecido na ordem cro­nológica da apresentação, é a atuação de Jayr Jordão Ramos no campo administrativo, quando o decreto do Sr. Presidente da República, de 16 de setembro de 1971, o designou para exercer a função de membro do Conselho Nacional de Desportos (CND). Pedindo sua exoneração em 07 de agosto de 1974, por motivo de saúde. Du­rante a sua passagem no CND, muito fez para elevar e projetar o nome da Educação Física Brasileira.

Em 12 de maio de 1975, sugeriu ao Diretor do DEF-MEC, a presença de uma Delegação Brasileira, para a Conferência Internacional so­bre "Educação Física e Olimpismo", que se rea­lizaria de 26 de julho a 02 de agosto, em Olímpia (Grécia). A sugestão foi aceita.

Em 12 de fevereiro de 1976, sugeriu ao Comandante da Escola de Educação Física do Exército, que designasse uma representação da Escola, para o "Congresso Internacional de Edu­cação Física", sobre o tema geral: "Avaliação no

Desenvolvimento e Ensino da Educação Física", que se realizaria de 28 de junho a 3 de julho, em Jyvaskila (Finlândia). A sugestão foi aceita.

Ainda em 1976, publicou o artigo "A Ideolo­gia Olímpica".

De acordo com um levantamento da FIEP, os países com o maior número de sócios eram os seguintes:

Esse posicionamento do Brasil no ranking dos associados da FIEP deve-se principalmente ao esforço do General Jayr.

Em 22 de março de 1978, o General Jayr, credencia o General Olavo Amaro da Silveira, para representá-lo no Congresso Mundial do Mé­xico, no período de 01 a 06 de agosto, por in­compatibilidade de condições de saúde com a altitude daquela região.

Em março e junho de 1978, o General Jayr publica no Boletim da FIEP, volume 48, nºs 1 e 2

respectivamente, o artigo "Os Exercícios Físicos no Tempo e no Espaço".

Em 19 de junho de 1979, o General Jayr credencia o Prof. Jacinto F. Targa, para repre­sentá-lo no Congresso Internacional de Edu­cação Física, por motivo de saúde.

Em dezembro de 1979, o General Jayr Jordão Ramos, publicou seu último artigo, intitu­lado "Os Etruscos" (59), onde relata de forma brilhante a história dos exercícios físicos dos Etruscos.

Através dos fatos relatados, de maneira progressiva, somados à minha admiração que aumentava cada vez mais à medida que conhe­cia melhor sua obra, procurei posicionar seus fe. tos e suas ideias, através do tempo e do espaço.

Suas obras foram cheias de amor e de ser­viços inestimáveis à causa da Educação Física, foi uma atuação brilhante de idealismo e pen­samento. E nesse sentido se somaram os seus esforços numa realização completa e objetiva.

Disse alguém, com muita propriedade que a inteligência humana ê um bem supremo quando labora sob a inspiração de qualidades pessoais, que a fazem culminar como fator de eficiência no trabalho e nas energias construtivas. A ideia é perfeita, e a vida de Jayr Jordão Ramos, afirma essa verdade. Todos os locais por onde passou. deixou vestígios de sua paixão pela causa da Educação Física e pelo aprimoramento do ser humano.

PAÍS

Brasil França Suécia Bélgica Argélia

1977

11.143 10.373 3.683 3.205 3.000

1978

14.935 8.895 3.600 3.162 3.000

UM HOMEM SONHA...

O homem caracteriza-se como um ser te­leológico, por poder projetar no futuro os seus pensamentos e ambições. Esta capacidade de abstração fundamenta-se na capacidade de re­memorar as experiências passadas, julgá-las e projetar no futuro o que delas aprendeu. Usan-do-a, o homem se beneficia de sua própria expe­riência e da dos outros seres humanos, vivos ou mortos, através de sistemas de comunicação. Símbolos, palavras e gestos, foram criados para comunicar os fenómenos que fazem parte não só da experiência pessoal, mas da humanidade em geral.

Por outro lado, o homem - usando palavras e símbolos derivados do processo mental - pode relatar suas experiências aos semelhantes mesmo sem levá-los a participar delas. Tendo capacidade para pensar abstratamente, projeta-se no futuro e sonha.

IMAGINAÇÃO OU FANTASIA

Se se refletir um pouco sobre o tema acima, ver-se-á que é sobre Jayr Jordão Ramos, que se está falando. É sobre o homem que viveu a sua imaginação, a qual chamar-se-á de sonho. Entre­tanto se deve ter cuidado para não confundir imaginação com fantasia, pois ambas aparente­mente têm o mesmo significado, mas são bem diferentes. Tanto a imaginação quanto a fanta­sia, expressam o ato de se criar imagens men­tais, diferindo na responsabilidade de fazê-la. Na fantasia, não usamos força mental suficiente pa­ra torná-la verdadeira, entretanto, na imagi­nação, todo o poder mental de concentração, que o homem acredita possuir, é empregado pa­ra transformar a imagem mental em algo real.

Em "O homem vive", fizemos referências que, entre 1960 e 1970, Jayr Jordão Ramos, es­tava absorto em um planejamento muito pes­

soal. E que este planejamento tornou-se a essência do seu pensamento.

Este planejamento referenciado em "Um homem vive", foi um sonho do General. Sonho esse no qual foi empregado tanta concentração mental que se pode chamar de imaginação.

O sonho que Jayr Jordão Ramos vivenciou, foi a existência de um museu. Um verdadeiro Museu de Educação Física, ou seja, uma insti­tuição de caráter histórico-sócio-cultural, voltada para os exercícios físicos na história e na arte, que infelizmente não foi oficializada no Brasil.

O MUSEU DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Quando se fala num museu, surge na memória de quase todas as pessoas, por força de uma irresistível associação de idéias, a visão de uma casa, ou de várias salas atulhadas de objetos velhos e antigos, reunidos sem alma, pa­ra gáudio de alguns investigadores ou amadores de antiqualhas, tal é a força da tradição. Durante longos anos, durante séculos, os museus foram necrópoles sombrias e quase inúteie cidades de "mortos"!

A concepção atual de tais instituições dife­re da concepção passada. Ao organismo morto ou dormente, de outros tempos, contrapõe-se um organismo vivo, que não se limita a reunir espé­cimes raros ou curiosos, para investigação de alguns poucos sábios ou eruditos, e antes, pelo contrário, procura proporcionar todos os espíritos de boa vontade, elementos vivos e fecundos de estudo e de cultura. Para Gebhard, "os museus têm a grande vantagem de serem considerados como fontes imparciais de informação científica, porque, ao passo que o escol erudito pode apro­veitar com a leitura de tratados ou de conferên­cias, só os objetos expostos atingem as mas­sas". (60)

Na verdade, a imagem é o elemento mais universal de cultura para as inteligências sim­ples e medianas, sob o ponto de vista psicológi­co, ver e crer são duas operações que se con­fundem. O operário, o camponês, o homem da rua só acredita verdadeiramente, depois de ver, ou na melhor das hipóteses, só começa a inte-ressar-se por um problema após tê-lo observado em imagem ou em esquema.

Por isso, no entender geral dos mais notá­veis museólogos, entre todos os estabelecimen­tos de Educação (nota-se que, hoje os vocábulos escola e museu já não podem dissociar-se), "são os museus os mais qualificados no sentido de formarem a juventude com dignidade e ele­vação" (61) e "os mais indicados, também, para educarem as classes populares (62).

Em face disso, surge, naturalmente a se­guinte interrogação: mas que deve entender-se por "Museu"?

A esta pergunta lógica, responderemos com a definição do Prof. Dr. Mário Gonçalves Viana:

"Museu é um conjunto de espécimes, de documentos, de elementos de estudo, de bibliografia e de publicações, devidamente selecionados, classificados e agrupados (expostos e não expostos), no sentido de esclarecerem, em todos os seus aspectos, o problema á volta do qual gravita a insti­tuição". (63)

Pela definição apresentada, se verifica que a velha concepção unilateral de museu, apenas formado de espécimes raros, isolados de quais­quer outros elementos de cultura geral e espe­cial, já não é de se admitir. O museu para cum­prir a sua finalidade precípua, tem de agregar entre si todos os elementos susceptíveis de es­clarecerem o problema que lhe deu origem: l i ­vros, mapas, gráficos, filmes, discos fonográfi­cos, fotografias, etc.

A IMPORTÂNCIA DE UM MUSEU

Posicionamento de diferentes autores reco­nhecem a ideia de um museu como um fator de preservação cultural.

Entre esses depoimentos encontram-se:

"Colecionar representa um dever cívico, vis­to constituir um meio de preservar objetos

que, de outro modo, correriam o risco de desaparecer para sempre". (Douglas A. Al-lan, museologista inglês de fama interna­cional.) (64) "Na época atual, numerosas influências tendem a destruir rapidamente em nós as qualidades humanas. O museu é talvez, um dos meios mais eficazes para fazer nascer e aumentar o amor de saber, da qualidade, da verdade e da beleza entre os que pare­cem desprezar esses valores." (Molly Harri-son, museologista inglês de fama interna­cional.) (64) "Todas as ciências, todas as técnicas e to­das as atividades da vida contemporânea têm, como símbolo e paradigma de sua per­sonalidade, como expressão de sua cultura, museus próprios". (Mário Gonçalves Viana, ex-diretor do Instituto Nacional de Edu­cação Física de Portugal.) (64) "Criando museus de Educação Física sal-var-se-ia da dispersão aquilo que ainda existe; realizar-se-ia uma obra de reconsti­tuição e hierarquização de valores; interes-sar-se-iam as massas pelos aspectos espiri­tuais, estéticos e higiénicos da Educação Física e, finalmente, edificar-se-ia um mo­numento admirável mais sólido e mais per­durável do que o mais grandioso dos está­dios. " (Mário Gonçalves Viana, ex-diretor do Instituto Nacional de Educação Física de Portugal.) (64)

VIVENDO A IMAGINAÇÃO

Conhecendo o sonho do General Jayr Jordão e conhecendo o valor e a grandiosidade de um museu, pode-se compreender os esforços que este homem fez para institucionalizar o seu Museu de Educação Física.

Jayr Jordão Ramos, viveu tão intensamente o sonho, que não dificulta encontrar o limite en­tre a imaginação e a fantasia. Aquele sonhador teve concentração mental suficiente para iniciá-lo.

O sonho iniciou sua realização, a partir do próprio Jayr Jordão Ramos, com a publicação de opúsculos, pelo qual expedia seus inúmeros tra­balhos. Ele também publicava ensaios de outros autores, que eram significativos para a Edu­cação Física.

Esses opúsculos, editados pelo Museu de Educação Física, permitiam aos brasileiros, tão

carentes de publicações técnicas e científicas, um verdadeiro bebedouro de conhecimentos atualizados.

Alguns desses opúsculos tiveram, como tema, artigos publicados anteriormente pelo pró­prio General, e os demais, oriundos de experiên­cias vividas pelo autor, tais como trabalhos de pesquisa, informações coletadas no estrangeiro e muitas outras fontes, onde buscava, com a fi­nalidade de informar o que havia de mais mo­derno, e melhor na Educação Física Mundial. A essas publicações, o autor fez referências como parte do Museu de Educação Física, que a divi­dia em duas linhas distintas: a) temas de Edu­cação Física e b) documentários.

Temas

A primeira linha sobre Temas de Educação Física, totalizando 19 obras, aqui dispostas pelo número de edição do Museu de Educação Física:

Tema 1 : Museu de Educação Física (Ensaio de organização) - Jayr Jordão Ramos -Rio de Janeiro, 1966

Tema 2 : Escola de Educação Física do Exérci­to (1930-1965) General Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1966

Tema 3 : A Educação Física e os Desportos no Rio de Janeiro de 400 anos - Walde-mar Areno - Rio de Janeiro, 1966

Tema 4 : Conteúdo Sociológico dos Desportos -João Lyra Filho, Rio de Janeiro, 1966.

Tema 5 : Os Cânones Atuais do Treinamento Desportivo - Jayr Jordão Ramos - Belo Horizonte, 1967.

Tema 6 : Suécia: Terra da Beleza, Progresso e Espírito Desportivo - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1966.

Tema 7 : A Educação Física na História e na Arte - O Egito dos Faraós na Museo­logia - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1966.

Tema 8 : Organização de Campeonato e Tor­neios - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1967.

Tema 9 : Biblioteca Especializada em Edu­cação Física - Jayr Jordão Ramos -Rio de Janeiro, 1967.

Tema 10: Publicações Periódicas de Exercícios Físicos - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1967.

Tema 11: Princípios de Ética Desportiva - Mário Gonçalves Viana - Rio de Janeiro, 1967.

Tema 12: A Moderna Ginástica Sueca - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1967.

Tema 13: Contração Isométrica (ensaio) - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1967.

Tema 14: Interval-Training, segundo Gerschller e Reindel - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1967.

Tema 15: Técnicas Audiovisuais nas Escolas de Educação Física - Aloyr Queiroz de Araújo - Rio de Janeiro, 1968.

Tema 16: Alguns aspectos dos Exercícios Físi­cos na História e na Arte - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1969.

Tema 17: Os Jogos Gregos e as Olimpíadas Contemporâneas - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1970.

Tema 18: Pontos de História dos Exercícios Fí­sicos - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1971.

Tema 19: Panorama Mundial de Educação Físi­ca e Outros Assuntos - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1971.

Documentário

A segunda linha dos opúsculos, tratava de documentários, totalizando cinco obras, apresen­tadas pelo número de edição do Museu de Edu­cação Física:

Doc. 1: Congresso Luso Brasileiro de Edu­cação Física - Jayr Jordão Ramos -Rio de Janeiro, 1964.

Doc. 2: Simpósio Internacional de Medicina Desportiva - Waldemar Areno - Rio de Janeiro, outubro, 1965.

Doc. 3: História da Educação Física - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1967.

Doc. 4: Esgrima de Florete - tradução e adaptação de Jayr Jordão Ramos e Horácio dos Santos - Rio de Janei­ro, 1967.

Doc. 5: Ginástica Escolar Austríaca - Jayr Jordão Ramos - Rio de Janeiro, 1970.

Jayr Jordão Ramos, vivia tanto o seu sonho que além das publicações, manteve cor­respondência com Museus Estrangeiros (Anexo 6), e confeccionou cartões timbrados do seu Mu­seu.

Cartão original do Museu de Educação Física

A Carta DEF-MEC, (Anexo 7), comprova a vivência do sonho do General.

(... Embora náo legalmente existente, o Mu­seu idealizado pelo General Jayr Jordão Ramos, possui concepção estrutural já conhecida em muitos países, não só pela divulgação em publi­cações, como o Bulletin de La Féderacion Inter­national D'Education Physique - FIEP, nºs 3-4, 1969, pág. 33-56, e outras, como ainda pela cor­respondência que mantém com órgãos congéne­res...)

Administrativamente, o General Jayr Jordão, também se preocupou, e confeccionou:

a) Ensaio Organizado do Museu de Edu­cação Física

b) Anteprojeto de Estatutos c) Um Regimento Interno - Anteprojeto.

Organização de um Museu de Educação Física

Todos os feitos de Jayr Jordão Ramos, rela­tados anteriormente, demonstram a intensidade de seu sonho. Demonstram que ele sabia clara­mente o que queria, fazendo projetos dignos de serem admirados e estudados.

A partir de agora, fica desvelada a visão do Museu de Educação Física Brasileiro, na con­cepção do homem que o imaginou, na década de 60. Aqui esclarecido no Ensaio de Organização, Anteprojeto de Estatutos (Anexos 8 e 9) e Regi­mento Interno - Anteprojeto (Anexo 10).

Museu de Educação Física - Ensaio de Orga­nização

1. Integrar os problemas da Educação Física na Cultura Geral da nossa época.

2. Dar uma visão de conjunto e ideias precisas sobre as atividades físicas no tempo e no espaço.

3. Contribuir para dar o sentimento do Belo e do Bom-Gosto, apresentando a Educação Física nas suas relações com todas as for­mas da Arte.

4. Reunir as peças de valor histórico e cultural no campo da Educação Física, principalmen­te os troféus desportivos ganhos pelo Brasil nos grandes cortejos internacionais, a fim de evitar a sua dispersão com o tempo.

5. Ensinar às gerações provindouras o nome e os feitos dos construtores da Educação Físi­ca Nacional, especificamente as suas ações dentro do quadro educacional ou desportivo.

6. Homenagear os grandes benfeitores do Desporto e apontar ao povo, com justiça e sem partidarismo, o nome dos grandes atle­tas de todos os tempos.

7. Desenvolver a imaginação e a sensibilidade do povo, aproveitando a Educação Física pa­ra mostrar-lhe o valor da ciência moderna, o património cultural de outros povos e as tra­dições do nosso país.

8. Incentivar o interesse pela Educação Física e pelo Desporto, em particular, a fim de co­operar no aumento do potencial de vigor e sáude das populações brasileiras.

9. Fazer o povo compreender o valor e a ação da Educação Física como oportunidade da Educação e coadjuvante da Medicina.

10. Cooperar na formação e aperfeiçoamento dos dirigentes e profissionais da Educação Física, colocando à disposição dos mesmos uma apreciável fonte de material científico, iconográfico, estatístico e bibliográfico.

11. Divulgar pelos diferentes e modernos pro­cessos científicos de difusão, os fatos palpi­tantes da atividade física mundial, dando particular relevo aos de caráter gímnico-desportivo, recreativo e educacional.

12. Colaborar com os estabelecimentos de en­sino de grau médio, principalmente com os professores de História da Civilização, por meio de peças históricas e artísticas ineren­tes ao passado da Humanuidade.

13. Estudar e pesquisar as questões atinentes à Educação Física e, em particular, elucidar o sentido e o valor das peças existentes no acervo do Museu.

14. Colocar à disposição dos interessados, para consulta ou apreciação, as obras, filmes, discos, etc. referentes à Educação Física, de valor firmado pelo seu conteúdo cultural ou recreativo.

15. Elaborar livros, monografias, gráficos, f i l­mes, "Slides", discos e demais elementos úteis à aprendizagem ou divulgação da Edu­cação Física ou assuntos correlatos.

16. Incentivar a utilização de técnicas audio-vi-suais para promover a teoria e a prática das atividades físicas.

17. Estimular e servir de modelo a organizações congéneres a serem criadas em todo o País.

18. Promover o desenvolvimento da cultura artístico-desportivo nacional, inclusive esti­mular realizações de caráter popular.

19. Dentro do campo cultural das atividades fí­sicas, manter intercâmbio com organizações congéneres do País e do estrangeiro.

20. Estabelecer o maior contato possível entre os estudiosos e pesquisadores nacionais e estrangeiros e coordenar pesquisas e expe­riências.

21. Constituir centro de atrações turística na­cional e estrangeira.

Repercusoes do Museu de Educação Física

O Prof. Mário Gonçalves Viana, museolo-gista, português e figura de projeção internacio­nal na Educação Física, após examinar o traba­lho do General Jayr Jordão Ramos, assim se ex­pressou:

"Li o ensaio sobre o Museu de Educação Física e Desportos. Está bem sistematizado e bem apresentado. Cordiais felicitações, pela forma superior como põe o problema.

Oxalá seja compreendido e possa levar a efeito esse magnífico empreendimento, ao nível em que ele deve ser realizado. Seria o primeiro museu ao género, verdadeiramente museu, porque a maior parte dos existentes não passa de Armazéns de Velharias. Será um Museu verdadeiramente funcional" (65) (Pág. 330)

Ainda sob o mesmo assunto, Bolletin de La FIEP (66) também expressou uma apreciação:

"Sob a iniciativa do General Jayr Jordão Ramos, personalidade marcante na Edu­cação Física Brasileira, está sendo organi­zado no Rio de Janeiro um Museu de Edu­cação Fisica".

Entretanto, ao apreciar a carta do Sr. Dire-tor do DEF-MEC, Arthur Orlando da Costa Fer­reira, datada de agosto de 1970 (anexo 7), po-de-se concluir que àquela época, houve cogi­tações sobre a criação de um Museu, indepen­dente da ideia do General Jayr Jordão Ramos, partindo de algum membro do Governo.

A carta trata da natureza de uma ideia - a criação de um museu. Entretanto levanta dúvi­das quanto à originalidade dessa ideia. Parece estar evidenciado aí uma usurpação da paterni­dade de um projeto. O mesmo documento refe-re-se ainda à disponibilidade do General em con­tribuir para equacionar adequadamente a ideia, dando-lhe estrutura de modo a concretizá-la.

Fica evidenciado assim o caráter de pureza e honestidade profissional de um homem que com raça e perseverança tão bem soube enalte­cer a Educação Física brasileira. Um homem que nasceu, viveu e sonhou...

CONCLUSÃO OU

UM HOMEM NÃO MORRE...

A morte para a maioria das pessoas é o fim de tudo. A ideia de término, de fim, não vem da sabedoria divina. É criação do homem, cuja visão limitada, e de alcance restrito lhe impede de ter consciência do todo. Sua percepção se li­mita às partes, por isso, desenvolveu em si, a ideia que a morte é o culminar da vida. Nada neste perfeito universo é limitado, nem mesmo o sonho de um homem. Tudo pode evoluir de uma forma infinita; para isso basta que não se faça dos olhos o limite do espírito. Não é porque um homem deixa de existir materialmente, que se deve acreditar que ele morreu.

Evitou-se fazer referências à data em que Jayr Jordão Ramos deixou o nosso convívio por se acreditar que um homem permanece vivo en­quanto perdurarem suas obras.

Jayr Jordão Ramos não morreu, pois ele está presente em cada um daqueles que acredita que a verdadeira educação humana se processa de uma forma infinitamente grande. Sua imagi­nação, a qual foi referenciada como sonho, não se prendeu apenas a uma concretização mate­rial. Esta imaginação é muito maior, muito mais bonita, porque em sua passagem por este plane­ta de aprendizado universal, ele mostrou a todos que o amor é a maior força de um ser. E é através desse amor que se processam inúmeras obras, inúmeros feitos e inúmeras realizações.

Pode-se dizer que o verdadeiro valor de um homem é identificado quando outros homens fa­lam deste e de suas realizações. Como reconhe­cimento por sua brilhante ação na Educação Fí­sica, o General recebeu inúmeras condecorações (anexo 11) e teve a honra de presenciar seu no­me intitulando a biblioteca da Escola de Edu­cação Física do Exército.

A biblioteca Jayr Jordão Ramos abriga em seu interior um grande acervo específico de Educação Física. Nada mais justo, portanto, do que prestar esta homenagem ao homem que, or­gulhosamente, foi chamado de "o computador da EsEFEx" (67).

Os amigos do General, especialistas da área da Educação Física, assim se expressaram sobre sua pessoa, seu sonho e realizações:

"Quando escrevo um depoimento sobre Jayr Jordão Ramos, evoco uma recordação ad­mirável de Cícero que diz que nenhum de­ver é mais importante do que a gratidão. ... didata minucioso e profundo, austero e cordial, era um idealista que vivia para a Educação Física com toda plenitude e entu­siasmo esfusiante. O Museu de Educação Física era um em­preendimento que deve merecer apoio e in­centivo de quantos vivem de nossa especia­lização. A vida dos homens é efémera mas sua obra é imortal. Foi um exemplo que merece nos­so respeito.

(Areno) (68).

"Aquela ingenuidade de homem bom e tole­rante (assim o conheci) misturava-se com uma vastidão de conhecimento sobre a Educação Física e sua história, que me le­vava sempre a tornar imprevisível o tempo de duração de um encontro com ele. Hoje, quando dou uma panorâmica pela es­tante e me deparo com seus livros, me vem aquela sensação mista de alegria e tristeza. Alegria por ter convivido com o maior nome que a Educação Física brasileira já produ­ziu, internacionalmente considerado e res­peitado. Tristeza, por saber que ele se foi sem conseguir realizar o seu mais singelo

sonho: a criação de um Museu de Educação Física".

(Capinussu) (69)

"Sua presença diuturna era um ponto cata­lizador de cultura, entusiasmo e sobretudo um exemplo dignificante de amor ao nosso estabelecimento de ensino. Certos estamos de que sua presença será uma constante entre nós, pois figuras hu­manas de sua estirpe são imortais e, onde quer que esteja, há de lançar sempre um raio de luz para iluminar a cintilante trajetó-ria de nossa Escola".

(Gonçalves) (67)

"Sua vida foi um exemplo de abnegação, tenacidade, entusiasmo, dedicação e idea­lismo, que, indiscutivelmente, é motivo de inspiração para as gerações mais jovens".

(Silveira) (70)

... "Essa emoção se justifica plenamente quando sabemos que o General Jayr foi o maior vulto da História da Educação Física Brasileira! Nós que o tivemos como bandei­ra de idealismo, nos sentimos diminutos diante de tanta grandeza humana e históri­ca. Ainda emocionados, por falar de alguém que através de uma humildade permanente conseguiu envolver-nos num ideário ex­

traordinário em que a Educação Física as­sume o papel principal..."

(Tubino & Capinussu) (71)

Esses depoimentos parecem traduzir a obrigação que a Educação Física nacional deve assumir para resgatar a dívida de honra para com o General.

Resgate da Dívida: Esperança de uma Obra

O mundo é cheio de acontecimentos. Na unidade do tempo eles se processam com muita rapidez e se não lhes forem atribuídos seus ver­dadeiros valores estes se esvaem com o tempo, e não mais são rememorados. Vivemos um mo­mento histórico de civilização, momento este marcado pela mentalidade da notícia.

A Educação Física brasileira, se desejar marcar seus momentos históricos, tem o dever de registrar a notícia e valorizar a essência do pensamento do General Jayr Jordão Ramos - O MUSEU DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Da preser­vação dessa essência trata-se a própria preser­vação da Educação Física, sob pena de perder-se para sempre.

... Urge resgatar o seu sonho! Esta é uma tarefa de interesse nacional e também uma for­ma de gratidão a um homem que tudo deu de si mesmo para engrandecer o nome dessa Edu­cação Física que ajudou a construir.

BIBLIOGRAFIA

1) BRASIL, Ministério do Exército. Fé de Ofício sobre o General Jayr Jordão Ramos. RJ, 1932-1958.

2) RAMOS, J.J. Corrida de Archotes - Ollimpia - Berlim. Tradução do Espanhol. Revista de Educação Física, nº 21, 1935.

3) RAMOS, J.J. Combate a baioneta e Luta Corporal - da Escola de Joinville - Le -Pont. Tradução do Francês. Revista de Educação Física, nº 31, 1936.

4) RAMOS, J.J. Treinamento especial do Com­batente - Lançamento de Granadas. Re­vista de Educação Física, nº 33, 1936.

5) RAMOS, J.J. Lição de Educação Física In­fantil - 2Ç Grau do ciclo elementar. Revis­ta de Educação Física nº 34, 1936.

6) RAMOS, J.J. Impressões sobre o Ensino da Escola de Joinville - Le - Pont. Revista de Educação Física, nº 34, 1937.

7) RAMOS, J.J. Lição de Educação Física Fe­minina • 1º Grau do Ciclo secundário. Revista de Educação Física, nº 36, 1937.

8) RAMOS, J.J. Lição de Aplicações Militares -Turma de Combatentes a pé. Revista de Educação Física, nº 37, 1937.

9) RAMOS, J.J. Organização de um Campo de Jogos • Coordenação. Revista de Edu­cação Física, nº 37, 1937.

10) RAMOS, J.J. Fichário dos Instrutores de Educação Física. Rio de Janeiro. Papela­ria Velho, 1937 e 1939.

11) RAMOS, J.J. Sugestões sobre a reorgani­zação do Ensino da Escola de Educação Física do Exército. Opúsculo com 8 pági­nas. 1938.

12) RAMOS, J.J. Unidade de Doutrina. Revista de Educação Física: 40, 41, 42, 43, 1937. 45,47, 1939.

13) RAMOS, J.J. Educação Física de Conser­vação. Tradução e adaptação da Publi­cação Francesa "Education Physique

d'Entretien". Opúsculo com 10 páginas e 3 mapas. 1939.

14) RAMOS, J.J. Exemplos de Sessões de Es­tudo de Elementos, Lições de Educação Física e Sessões de Jogos. Opúsculo com 12 páginas, 1939.

15) RAMOS, J.J. Organização de Competições por Equipes. Reprodução do trabalho pu­blicado na Revista de Educação Física, nº 45, 1939. Opúsculo com 10 páginas, atualizado e publicado na mesma revista nº 73, 1953. Revista Brasileira de Edu­cação Física nº 54, 1948.

16) RAMOS, J.J., AREIAS, A.L., ROCHA, S. Mé­todo Alemão. Tradução de um artigo de ERNEST LOISEL. Reprodução do traba­lho, Revista de Educação Física nº 46, 47, 1939. nº 48, 1941. Opúsculo com 12 páginas, 1942.

17) RAMOS, J.J. Alguns Aspectos da Educação Física. Trabalho mimiografado. Rio de Janeiro, 1939.

18) RAMOS, J.J. A Flexibilidade e a Impulsão na moderna Ginástica Alemã. Revista de Educação Física nº 48, 1941.

19) RAMOS, J.J. A Escola de Educação Física do Exército - Uma realização da inte­ligência e da tenacidade brasileira: Re­vista de Educação Física nº 49, 1941. Traduzido para o Francês. Revista Brasi­leira de Educação Física, 1949.

20) RAMOS, J.J. Campos e Colónias de Férias - Crítica amigável e alguns conselhos práticos. Revista de Educação Física nº 50, 1941. Revista Brasileira de Educação Física, nº 57, 1948.

21) RAMOS, J.J. a Mulher e o Esporte. Revista de Educação Física nº 52, 1942.

22) RAMOS, J.J. Dêem Estádios ao Exército. Editora e Obras Gráficas - A Noite, 110 páginas e 6 mapas. Rio de Janeiro, 1945.

23) RAMOS, J.J. Organização de um Departa­mento de Educação Física. Revista Brasi­leira de Educação Física, 1948. Revista

do Clube Militar, RJ, 1948. Defesa Na­cional, nº 70, 1952. Revista de Educação Física, nº72, RJ, 1952.

24) RAMOS, J.J. Momentos de Treinamento Fí-sico-Militar do Exército Francês. Revista do Clube Militar nº 98, 1949.

25) RAMOS. J.J. Algumas Ideias sobre Ginásios e recintos cobertos. Revista Brasileira de Educação Física, nº 63 e 64, 1949.

26) RAMOS, J.J. Lingíada de 1949 - Um acon­tecimento de Projeção Internacional. Re­vista de Educação Física nº 64, RJ, 1950.

27) RAMOS, J.J. Suécia - Terra da Beleza e Progresso. Revista de Educação Física, nº 67, 68, 1951. Revista da Polícia Militar do Ceará, 1955. Revista "Educação Físi­ca em Revista" nº 1, 1960.

28) RAMOS, J.J. Escola Central de Educação Física. Revista de Educação Física nº 69, 1952. Revista de Educação Física do Exército do Peru, (assinado por um Prof. plagiário), 1954.

29) RAMOS. J.J. A Moderna Ginástica Sueca. Revista de Educação Física. RJ. nº 69, 70, 1951. nº 71, 1953.

30) RAMOS, J.J. Roteiro do Treinamento Físico Militar. Revista Brasileira de Educação Física, 1948. Defesa Nacional, 1952. Re­vista de Educação Física nº 70. RJ, 1952.

31) RAMOS, J.J. Escola de Educação Física do Exército - Resumo Histórico e Organi­zação Geral; Revista de Educação Física nº 71. RJ, 1952.

32) RAMOS, J.J. Departamento Técnico da EsEFEx. Revista de Educação Física nº 71. RJ, 1952.

33) BRASIL, Ministério do Exército. Manual de Biometria - T. 21 - 224. Rio de Janeiro, 1952.

34) BRASIL, Ministério do Exército. Manual de Jogos Militares T. 21 - 221. Rio de Janei­ro, 1952.

35) RAMOS, J.J. Grupamento Homogéneo em Natação nos Corpos de Tropa. Revista Brasileira de Educação Física, nº 73, 1953.

36) RAMOS, J.J. Treinamento Físico no Exército - Crítica construtiva e necessidade de novos rumos. Revista de Educação Físi­ca, RJ, nº 74, 1953. Defesa Nacional nº 471. 1953.

37) RAMOS, J.J. Necessidade de Assistência Física e Psíquica ao Convalescente. Re­vista de Educação Física nº 76, 1954.

38) RAMOS, J.J. O Preparo Físico da Mulher no

Exército. Revista de Educação Física nº 78, 1954.

39) RAMOS, J.J., SANTOS, H. Manual do Sabre Moderno - Tradução do Manual Francês. Publicação impessoal, 35 páginas. 1954.

40) RAMOS, J.J., SANTOS, H. Manual de Es­grima - Espada - Tradução de Manual Francês. Publicação Impessoal, 21 pági­nas.

41) BRASIL, Ministério do Exército. Instrução Individual para as Operações Aquáticas. C-21-22. Tradução e adaptação do Ma­nual Francês. RJ, 1954.

42) RAMOS, J.J. O Treinamento Moderno no Atletismo - Tradução do Trabalho de Louis Fauconnier, publicado na Revista Belga "Sport". Trabalho mimiografado com 17 páginas, RJ, 1955.

43) RAMOS, J.J. Publicações Especializadas em Educação Física. Revista de Edu­cação Física nºs 79, 80 de 1955. nº 82, 1956. Boletim da Divisão de Educação Física nº 16, 1958. distribuído mimiogra­fado nos Estágios Internacionais de Edu­cação Física (Belo Horizonte, 1959; Ni­terói, 1959; Rio de Janeiro, 1960.

44) RAMOS, J.J. Escola de Educação Física do Centro de Esporte da Marinha. Revista de Educação Física nº 80, 1955.

45) RAMOS, J.J., SANTOS, H. Manual de Es­grima - Generalidades Florete. Tradução do Manual Francês. Publicação Impes­soal. 46 páginas, RJ, 1955.

46) RAMOS, J.J. Atividade de Recondiciona-mento Físico para cegos, subsídio para Organização do T. 8-294. Revista de Educação Física nº 83, 1956.

47) RAMOS, J.J. Instalações e Material. Atuali-zação da obra "Dêem Estádios ao Exérci­to". 120 páginas e 10 mapas. RJ, 1956.

48) BRASIL, Ministério do Exército. Manual de Treinamento Físico Militar - C. 21-20. Em colaboração: Revista de Educação Física nºs 75, Ginástica Básica. nº 75, Ginástica com arma. nº 75, Curso de Força. nº 76, Ginástica Básica. nº 76, Ginástica com arma. nº 77, Qualidades e ação de um instrutor. nº 78, Ginástica com arma. nº 79, Corrida Rústica. nº 79, Normas de Organização de Trabalho. nº 80, Verificação do Treinamento. nº 81, Exercícios de Vivacidade. nº 82, Pista de Obstáculos. Rio de Janeiro, 1957.

49) RAMOS, J.J. O espírito das Formas de Tra­balho. Tradução do trabalho do Prof. Au­gusto Listello - França. Boletim de Edu-

cação Física nº 16, 1958. 50) RAMOS, J.J. Descortinando o "Inteval Trai-

ning". Correio da Manhã, 7 números aos domingos. 1959.

51) RAMOS, J.J. Os Cânones atuais de Treina­mento Desportivo. Revista de Educação Física Nº 94. Rio de Janeiro, 1964.

5 2) RAMOS, J.J. Reportagem sobre o 3º Con­gresso Luso-Brasileiro de Educação Físi­ca. Revista de Educação Física nº 95, Rio de Janeiro, 1967.

53) RAMOS, J.J. Homenagem ao Professor Má­rio Gonçalves Viana durante o Congresso de Luanda. Revista de Educação Física nº 95. Rio de Janeiro, 1967.

54) RAMOS, J.J. O Treinamento na Antiguidade Grega e nos Tempos Modernos. Tra­dução. Revista de Educação Física, nº 95, Rio de Janeiro, 1967.

55) RAMOS, J.J. Contração Isométrica. Tra­dução. Revista de Educação Física nº 95, Rio de Janeiro, 1967.

56) RAMOS, J.J. O Interval Training segundo Gerschler e Reindell. Arquivos da Escola de Educação Física e Desportos da Uni­versidade Federal do Rio de Janeiro. nº 19, Rio de Janeiro, 1967. Revista de Educação Física nº 96, Rio de Janeiro, 1967.

57) RAMOS, J.J. Biblioteca Especializada em Educação Física. (Ensaio de Organi­zação). Revista Brasileira de Educação Física nº 12, 1972.

58) BOLETIM DA FIEP. Volume 44, nº 3. Ma­

drid, 1974. 59) RAMOS, J.J. Os Etruscos. Boletim da FIEP,

volume 49 nº 4 - Belo Horizonte, 1979. 60) BRUNO, F.G. Le Musée d'Hygiène de Cleve­

land. Paris, 1948. 61) ELEANOR, M.M. Le Musée Centre d'entente

International - In Museum. Paris, 1948. 62) RIVET, P. Organisation d'un Musée d'Ethno-

logie, in Museum Paris, 1948. 63) VIANA, M.G. Boletim Informativo de Edu­

cação Física - Portugal. Cruz Quebrada, 1953.

64) RAMOS, J.J. Museu de Educação Física (Ensaio e organização). Rio de Janeiro, 1966.

65) RAMOS, J.J.; 1907-1980. Os Exercícios Fí­sicos Na História e na Arte. Edição orien­tada pelos Professores Manoel José Go­mes Tubino e Cláudio de Macedo Reis. São Paulo, Ibrasa, 1982.

66) BOLETIM DA FIEP nº 3 - France, 1965. 67) GONÇALVES, A.A.B. General Jayr Jordão

Ramos - Uma Saudade. Revista de Edu­cação Física nº 108, Rio de Janeiro, 1980.

68) ARENO, W. Comunicação Pessoal. Rio de Janeiro, 1983.

69) CAPINUSSU, J.M. Comunicação Pessoal. Rio de Janeiro, 1983.

70) SILVEIRA, O.A. In Memoriam. Boletim da FIEP, volume 50, nº 1, Brasília, 1980.

71) TUBINO, M.J.; CAPINUSSU, J.M. Prefácio do Livro Os Exercícios Físicos na História e na Arte. São Paulo, Ibrasa, 1982.

ANEXO 1

Diploma da Escola de Educação Física do Exército

ANEXO 2

Certificado da Escola Superior de Educação Física

de Joinville - Le - Pont.

ANEXO 3

Diploma da II Lingíadade 1949

TRADUÇÃO DO DIPLOMA

DEDICAÇÃO A JAYR JORDÃO RAMOS O COMITÉ DE ORGANIZAÇÃO DAS LINGÍADAS DE 1949 TRANSMITE POR ESTE MEIO O SEU AGRADECIMENTO CORDIAL POR SUA CONTRIBUIÇÃO INTERESSADA E PROVEITOSA PARA A FESTA MUNDIAL DE GINÁSTICA EM ESTOCOLMO.

Estocolmo Agosto de 1949

Assinatura

Carl Albert Andersson Presidente do Comitê de Organização

Assinatura

Olof Ahlmark Secr. Geral

Assinatura

C. Liljegran Vice-presidente

NOTA

A Medalha de Lingíada, foi constituída pelo Rei Gustavo Quinto da Suécia e entregue ao agraciado pelo Sr. K.R. Thyberg, Ministro da Suécia acreditado junto ao Governo Brasileiro, em 6 de Agosto de 1954.

ANEXO 4

Diploma de Instrutor da Escola de Educação Física das

Forças Armadas do Paraguai

ANEXO 5

Diploma da Ordem de Vasa no Grau de Comendador

ANEXO 6

Correspondência do Museu de Educação Física Brasileiro

com órgãos congéneres

ANEXO 7

Carta do Sr. Diretor do DEF-MEC

Proc. nº 229.606/70

Senhor Consultor Jurídico:

A sugestão de V.Sa. para a criação do MU­SEU DO ESPORTE pode ser qualificada de ex­celente e oportuna iniciativa.

O assunto, entretanto, requer algumas pon­derações, as quais, atendendo à solicitação de V.Sa., faço a seguir com o propósito de contri­buir para equacioná-lo adequadamente e dar-lhe estrutura que venha transformar a ideia em rea­lidade.

Essa ideia, entre nós, da instituição de um museu dessa natureza não é nova. Ela só é quanto à origem - partiu, agora, de um membro do Governo, o que lhe pode dar alento de bom êxito.

Colecionar objetos, símbolos e represen­tações dos valores de nossa cultura, em todos os campos de atividade, e perpetuá-los para a pos­teridade eleva-se a dever cívico, constitui sólida base para a formação das nossas futuras ge­rações, além de eficiente meio de comunicação com os outros povos.

Por essa ideia de há muito vem batalhando, incansavelmente, o Gen. Jayr Jordão Ramos, obstinado lutador no campo da educação física e dos esportes.

2. Mesmo sem meios e condições adequa­dos e suficientes, fundou o MUSEU DE EDU­CAÇÃO FÍSICA, em cujo acervo figuram alguns opúsculos, que nos podem oferecer valiosos subsídios. Dentre eles, de modo particular, o de número 1, que é um ensaio sobre sua organi­zação e de que se anexa um exemplar ao pre­sente processo.

Embora não legalmente existente, o MU­SEU idealizado pelo General Jayr Jordão Ramos possui concepção estrutural já conhecida em muitos países, não só pela divulgação em publi­cações como o BULLETIN DE LA FÉDÉRACION INTERNATIONAL D'EDUCATION PHÍSIQUE -FIEF, nºs 3-4-1969, pág. 38-56, e outras, como ainda pela correspondência que mantém com órgãos congéneres.

2.1 Gentilmente, como contribuição aos es­tudos da proposta de V.Sa., cedeu a esta Divisão os seguintes documentos, que vão apensos a es­te processo:

a) TEMAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA - 1. Museu de Educação Física (Ensaio de Organização). 1966.

b) MUSEU DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Ante-projeto de Estatutos.

c) MUSEU DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Re­gimento Interno (Anteprojeto).

d) BULLETIN DE LA FÉDÉRACION IN­TERNATIONALE D'EDUCATION PHY-SIQUE - FIEP, nºs 3 - 4, 1969.

e) Ofício nº 880, de 27 de agosto de 1968, do Diretor do Museu Histórico Nacional (Xerox), oferecendo-lhe ajuda.

2.2 Sobre a iniciativa do Gen. Jayr Jordão Ramos já há algumas manifestações, das quais transcrevo, a seguir, algumas.

Do Prof. Mário Gonçalves Viana, de Portu­gal, intelectual de projeção internacional e autor de inúmeros trabalhos, inclusive sobre museus:

"Li o seu ensaio sobre o "Museu de Despor­tos". Cordiais felicitações, pela forma superior como põe o problema. Oxalá seja compreendido e possa levar a efeito este magnífico empreen­dimento, ao nível em que ele deve ser realizado. Seria o primeiro museu do género, verdadeira­mente museu, porque o que existe não passa de

"armazéns de velharias". Já que eu não fui escu­tado e compreendido em Portugal, ao menos que fosse o Brasil a iniciar um Museu verdadeira­mente funcional."

DO BULLETIN DE LA FIEP, nº 3, 1965:

"Sob a iniciativa do Gen. Jayr Jordão Ra­mos personalidade marcante na educação física brasileira, está sendo organizado no Rio de Ja­neiro um Museu de Educação Física."

Feito ligeiro histórico do que já há, no Bra­sil, em torno do assunto, passo à apreciação do projeto.

3. Inicialmente, sou da opinião que o nome da instituição não deve restringir-se a "espor­tes", desligado do que é mais importante - a EDUCAÇÃO.

3.1 O indivíduo, por melhores que sejam 3uas qualidades e habilidades para os esportes, nada fará sem o indispensável preparo e aper­feiçoamento que lhe proporciona a educação. Edson Arantes do Nascimento não seria o Rei Pelé, se não fosse a educação que lhe dotou das condições, do aprimoramento, que o entroniza­ram na sua atividade.

3.2 Os esportes, ou desportos, como mui­tos preferem, constituem um meio em educação física - que é o fim. Esse meio, em várias moda­lidades, popularizou-se e foi elevado à categoria de espetáculo, ao sensacionalismo, pelas dispu­tas entre indivíduos ou grupos e pelo empenho em alcançar marcas em determinado tempo e espaço, com a utilização de recursos adequados, sobrepondo-se ao próprio fim para que é empre­gado - a EDUCAÇÃO.

3.3 Creio que não se deve dar ênfase ex­clusivamente ao aspecto teatral dos esportes, alguns já profissionalizados, que servem apenas da recreação passiva a multidões, enquanto mi­noria insignificante se exercita com objetivo co­mercial, empanando, de modo total, o seu cará-ter primordial, que é o educativo.

Por isso, acho não se justificar a exclusão de "educação física" do nome do órgão a criar.

O museu deve abranger todos os setores da educação física, desportos e recreação.

4. Parece-me que o museu não deve fun­cionar subordinado à Divisão de Educação Físi­ca. Diferir sua hierarquia administrativa da dos demais museus, não acredito que traga nenhuma vantagem. A Divisão poderá, como está disposto no artigo 2º para o Conselho Nacional de Des­portos, prestar colaboração.

5. Se se trata de museu nacional, creio que sua sede ficaria mais bem localizada na Capital Federal - Brasília, recolhendo troféus em geral, materiais (miniaturas ou exemplares), insta­lações (maquetes), quadros murais, medalhas, insígnias, publicações, filmes, discos, manuscri­tos, flâmulas, bandeiras, fotografias, enfim tudo que tenha relação com a educação física, os desportos e a recreação (como fator educativo), no nosso País e no estrangeiro.

Assim organizado e com direção capaz, o museu atingiria suas finalidades, além de poder transformar-se em centro de atração turística in­tensa, de procedência interna e externa.

6. O idealizador do MUSEU DE EDU­CAÇÃO FÍSICA sente-se impossibilitado de dar prosseguimento à sua iniciativa, não só por falta de meios, como ainda por motivo de saúde, mas está pronto a cooperar com as autoridades na medida do que estiver ao seu alcance.

Eis aqui, Senhor Consultor Jurídico, a cola­boração desta Divisão para a feitura do decreto de criação do museu que V.Sa. achou por bem propor ao Exmº Sr. Ministro, ficando esta Direto-ria à disposição dessa Consultoria para outros esclarecimentos.

Em de agosto de 1970

Arthur Orlando da Costa Ferreira Diretorda DEF

ANEXO 8

Ensaio de Organização do Museu de Educação Física

MUSEU DE EDUCAÇÃO FÍSICA (Ensaio de Organização)

Peças de Exposição e Consulta - Exemplifi­cação

1. Materiais e instalações: objetos reais, repro­duções, reconstituições, miniaturas, maque-tes, etc.

2. Quadros murais: descrições sintéticas, gráfi­cos, esquemas, estatísticas, estampas, tabe­las, desenhos em geral, diagramas, organo­gramas, pinturas, esboços, cartazes, fotogra­fias, fotocópias, caricaturas, mapas, etc.

3. Objetos e obras de arte: troféus em geral, pin­turas, esculturas, iluminuras, baixos-relevos, cristais, cerâmicas, azulejos, tapeçarias, le­ques, jóias, gravuras, músicas, poesias, etc.

4. Medalhas e insígnias: medalhas pessoais e comemorativas, emblemas, distintivos, cola­res, plaquetas, etc.

5. Publicações: livros, folhetos, revistas, álbuns, almanaques, boletins, regulamentos desporti­vos, catálogos e impressos em geral

6. Meios áudio-visuais: filmes, "slides", discos, etc.

7. Diversos manuscritos, documentos antigos, filatelia, diplomas, vestimentas, flâmulas, bandeiras, autógrafos, elmos, armaduras, ar­mas de esgrima, escudo, etc.

Apresentação das Peças - Como Lembrança

1. O museu será estruturado dentro de cânones modernos, por conseguinte, com arte e de maneira racional e científica. Tudo nele deve ter valor educativo.

2. Todos os visitantes, independente da idade e do grau de cultura, devem aproveitar os be­nefícios do museu. Assim, a exposição do material será feita em função de "três grupos de inteligência": crianças, adolescentes ou adultos comuns, e especialistas. Diz Mário Gonçalves Viana que os museus devem obje-

tivar: a distração instrutiva, o prazer espiri­tual, a compreensão do mundo através da cronologia, a formação humanística do públi­co, a formação científica e a formação técnica dos diversos profissionais.

3. A arrumação das peças obedecerá a uma se­riação lógica, indo sempre do conhecido para o desconhecido. Em princípio, no âmbito de cada assunto, um ou mais quadros, com des­crições sintéticas darão uma ideia geral do conteúdo.

4. As etiquetas das peças devem ser bem redi­gidas, legíveis, de formato e impressão tipo­gráficas uniformes e expressar de maneira sintética o fato ou objeto exposto.

5. Para tornar o mostruário atraente e despertar a atenção dos visitantes, é preciso dar a cada peça uma disposição hábil, utilizando ilumi­nação e fundos adequados. Ademais, as sa­las de exposição devem apresentar um as­pecto agradável em cores que se harmonizem com arte, instalações e móveis bem concebi­dos.

6. As peças fundamentais devem ficar isoladas e não aglomeradas para que sejam melhor apreciadas.

(A obra "L´Organisation des Musées - Con-seils Pratiques" e outras publicações da UNES­CO, existentes na Biblioteca do MEC, poderão ser de grande utilidade nos trabalhos de monta­gem da organização. Os trabalhos do Prof. Mário Gonçalves Viana - Elementos de Museologia e Um Museu do CTT - também muito poderão ajudar).

Exposição Permanente (*) - Sugestões

1. Visão do Conjunto dos Objetivos, Qualidades

(") Acompanha cada assunto um exemplo de peça a ele ine­rente. Os quadros-murais com fotografias ampliadas, espe­cialmente indicadas sob o ponto de vista económico para co­meço da organização, constituirão o material mais comum.

Desenvolvidas e Meios de Ação da Educação Física: a) Quais os objetivos a atingir com a prática

da Educação Física? b) Quais as qualidades desenvolvidas pela

Educação Física? c) Quais os meios de ação que a Educação

Física utiliza para atingir os seus objeti­vos?

d) Quais as atividades físicas mais pratica­das em todo o mundo?

- Peça

Quadro mural (0,80 x 0,50m): Basquetebol: É um desporto de equipe excelente e de larga di­fusão mundial. Desenvolve grande número de qualidades físicas e morais do praticante. Na presente fotografia, vé-se o esforço dos jogado­res, disputando a bola debaixo da cesta, em magníficas e belas atitudes.

2. A Educação Física na História e na Arte: a) Antiguidade oriental e clássica. b) Idade Média. c) Renascimento. d) Origem e evolução das atividades físicas. e) História da Educação Física no Brasil

- Peça

Quadro-mural (0,40m x 0,30): O Dorífero de Policleto. O artista busca a beleza do tipo de fí­sico ideal, demonstrando o atleta equilíbrio, viri­lidade e força. Obra-prima do V Século A.C. A estátua da fotografia é um mármore de rara be­leza do Museu de Nápoles.

3. A Escola Sueca: a) Ling e os fundamentos históricos do sis­

tema. b) O Instituto de Estocolmo. c) Os Inovadores. d) A ginástica sueca como sistema racional

pedagógico. e) As diferentes modalidades da ginástica f) A ginástica médica g) As Lingíadas. h) As salas de ginásticas e o material sueco.

- Peça

Material de ginástica: caixão (plinto) - Apa­relho bastante útil, prestando-se à realizações de uma gama enorme de exercícios. Comporta geralmente 6 ou 7 seções, com 1,10m a 1,30m

de comprimento e provido de um pedal que acio-nando pequenas rodas facilita o seu desloca­mento. A sua altura varia de 0,90m a 1,20m.

4. A Escola Francesa: a) Amoros e a ginástica amorosiana b) Os continuadores de Amoros e a Escola de

Joinville. c) Marey e Demeny d) Hebert e o Método Natural. e) Educação Física Desportiva e o Instituto

Nacional de Desportos.

- Peça

Quadro-mural (0,40m x 0,30m): Georges Demeny. Colaborador de Marey e continuador de seus trabalhos. Consagrou toda a sua vida e empregou todo o seu saber à causa da Educação Física; por isso mesmo, merece ser considerado o chefe da Escola Francesa de Educação Física.

5. Escola Alemã: a) Basedow e Guths Muths. b) John e o seu movimento nacionalista.

c) Contribuição pedagógica de Spiess à Edu­cação Física.

d) Os Inovadores e a integração do ritmo e da expressão na ginástica.

e) A ginástica natural austríaca. f) Cari Diem, símbolo da Educação Física alemã

dos nossos dias.

- Peça

Quadro-mural (0,40m x 0,30m): John (1778-1852). Após a derrocada alemã em lena pelas tropas de Napoleão, John organizou um movimento patriótico para o desenvolvimento da energia física e moral do seu povo. Em torno da fotografia do grande ginasta alemão, vê-se al­guns flagrantes de exercícios, do sistema por ele criado.

6. O movimento Desportivo Inglês: a) Thomas Arnold e o "cristianismo

muscular". b) Atividades desportivas na Inglaterra

nos séculos XVIII e XIX. c) Difusão mundial dos desportos.

- Peça

Quadro-mural (0,40m x 0,30m): Algumas atividades desportivas na Inglaterra nos séculos XVIII e XIX.

7. As Olimpíadas da Era Moderna: a) Pierre de Coubertin e sua obra. b) A "Carta" dos Jogos, atos e símbolos

olímpicos. c) Sucessão dos Jogos e seus principais

acontecimentos. d) Manifestações do olimpismo mundial liga­

dos ao Brasil: Jogos Pan-Americanos, Campeonatos Sul-Americanos, Jogos Lu-sos-Brasileiros, Corrida de São Silvestre, Jogos da Primavera, etc.

e) Os Atletas Olímpicos brasileiros. f) Atividades do Comité Olímpico Internacio­

nal (COI): presidente, animadores, reu­niões, recompensas, etc.

g) Culto do passado e atualidades olímpicas: O museu de Mon Repôs, a Academia Olímpica Internacional e aspectos atuais de Olímpia.

- Peça

Fotografias de Guilherme Paraense - o l 9

brasileiro vencedor nas Olimpíadas. Medalha de Oun- nos Jogos de Antuérpia (1920): tiro de revólver. Além da medalha, vêem-se o diploma olímpico, o revólver usado na prova e várias me­dalhas ganhas por este extraordinário atirador em outros certames internacionais.

8. Os Grandes Títulos do Desporto Brasileiro e os Respectivos Troféus (mínimo Campeonato Sul-Americano): a. Futebol b. Basquetebol c. Atletismo d. Etc.

(As Confederações Desportivas Brasileiras doarão ou deixarão em custódia no Museu os troféus de projeção internacional conquistados pelo Brasil. Tais peças, no caso de doação, constituirão património nacional).

- Peça

Troféu ganho pelo Brasil como vencedor do Campeonato de Basquetebol Masculino (1962 -Rio de Janeiro); conquistando o título de Bicam­peão Mundial.

9. Mérito Desportivo: a) Galeria de atletas brasileiros de projeção

internacional e alguns símbolos de suas vitórias.

b. Galeria de personalidades brasileiras me­recedoras de gratidão pelos seus serviços em prol da Educação Física nacional.

c. Quadros de honra ou placas de desportis­tas brasileiros consagrados por insti­tuições estrangeiras.

d. Quadros de honra ou fotografias de perso­nalidades ou desportistas estrangeiros li­gados à Educação Física.

e. Quadros de estrangeiros de elevado espíri­to desportivo e galeria dos premiados com o Troféu do "Fair-Play" Pierre de Couber­tin.

- Peça (Fotografia)

Dr. Áureo de Morais (1905-1949)

Médico do Exército. Especializado em Edu­cação Física. Foi instrutor da Escola de Edu­cação Física do Exército e professor da Escola Nacional de Educação Física e Desportos na Universidade do Brasil. Destacou-se no ensino da Cinesiologia e na criação de alguns aparelhos úteis e práticos de medicina-desportiva: mesa de Viola modificada e respectivo cursor, artério-ten-siômetro coletivo e cronometro esfigmométrico para o controle do treinamento.

10. Fraternidade Desportiva (objetos de arte ou diplomas desvinculados dos diferentes as­suntos do Museu): a) Fraternidade internacional: homenagem

dos países amigos, entidades desporti­vas e personalidades estrangeiras.

b. Fraternidade nacional: homenagem dos Estados e Territórios, entidades desporti­vas e personalidades brasileiras.

- Peça

"La Carreta", bronze de rara beleza e sím­bolo da Colonização do Uruguai. Miniatura de uma das mais belas obras de arte da cidade de Montividéu. oferta dos desportistas uruguaios à CBD e por esta doada ao Museu.

11. A Educação Física no Mundo: a. Síntese histórica e situação atual do país

(organização escolar, fatos e imformações gerais e doutrinárias, escolas de for­mação do pessoal especializado, centros de investigação, professores e treinado­res de projeção internacional, clubes e associações desportivas de relevo etc.)

b. Principais organizações internacionais de direção e fomento da Educação Física e Medicina Desportiva: FIEPS, CIEPS, ICHPER, FIMS, etc.

c. Principais organizações internacioais da direção e fomento dos Desportos: FIFA, FIBA, IZZF, FIG.CISM, etc.

d. As confederações e federações desporti­vas brasileiras: CBD, CBB, CBV, ETC.

e. Principais jornais e publicações periódi­cas das atividades físicas em todo o mundo.

f. Atualidade ginástico-desportiva mundial, inclusive brasileira. (Principal fonte de consulta: "L'Education Physique Dans le Monde" de Pierre Seu-rin).

- Peça

Quadro-mural (3,00m x 4,00m): Recordes olímpicos, mundiais, pan-americanos, sul-ameri-Lanos e brasileiros de atletismo.

12. Educação Física da Mulher: a. Ginástica Feminina Moderna: Medau

Frõeclich, Maja Carlquist, Peuker, Idla, Sauer, etc.

b. Atividades Desportiva Feminina

- Peça

Quadro (0,80m x 1,00m): Flagrante do Gru­po Idla em suas demonstrações cheias de graça e beleza.

13. Educação Física e Recreação no Trabalho: a. Influência da Educação Física na fadiga

profissional. b. Papel da Educação Física na prevenção

de acidentes. c. A Educação Física na aprendizagem de

ofícios. d. A Ginástica de Pausa. e. Os lazeres do trabalhador. f. Educação Física Profissional.

- Peça

Quadro-mural (0,50m x 0,40m): Ginástica de Pausa. Grupo de operários realizando durante um intervalo no trabalho. Esta ginástica genera-liza-se, cada vez mais, nos países nórdicos.

14. Treinamento Físico Militar:

a) No Brasil b) No estrangeiro c) Papel e atuação do CISM.

- Peça

Fotografia do Major Raoul Mollet, secretário permanente e grande animador do CISM. Figura de projeçáo internacional no campo do treina­mento desportivo. Dele são os sistemas de pre­paração do atleta "Cross-Promenadè" e "Po-wer-Training".

15. Educação Integral, Folclore e Vida ao Ar Li­vre: a) Escotismo b) Campismo c) Excursionismo. d) Danças Folclóricas. e) Folguedos Infantis f) Jogos Populares

- Peça

Lord Baden Powell, que viveu em 1857-1941, foi o criador e grande animador do escotismo mundial, verdadeira escola de edu­cação integral.

16. Ciência da Educação Física: a) Ciências Biológicas. b) Ciências Pedagógicas. c) Ciências sociais d) Etc.

- peça

Quadro-mural (0,40m x 0,30m): Máscaras típicas do esforço atlético violento, modelados pelo Dr. Mc Kenzie. A primeira é uma expressão de dor violenta: a segunda, de cansaço e de so­frimento; a terceira e a quarta, de esgotamento e de luta contra o colapso iminente.

17. Higiene e Educação Física: a) Educação Sanitária b) Alimentação c) Saúde Mental d) Etc.

- Peça

Quadro-mural (0,40m x 0,30m): O atleta ne­cessita de uma alimentação completa. Uma ali-

mentação é completa quando apresenta um jus­to total calórico, adequada harmonia de substâncias nutritivas, apreciada e equilibrada quantidade de vitaminas e presença de água e sais minerais.

18. Medicina Desportiva: a) Origem e evolução da Medicina Despor­

tiva. b) A Medicina Desportiva no Brasil. c) Atualidades da Medicina Desportiva

mundial. d) Galeria dos grandes médicos desportivos

de todo o mundo.

- Peça

O Artério-Tensiômetro Coletivo do Dr. Áu­reo de Morais: aparelho bastante útil no controle do treinamento, consta de uma mesa em semi-circunferência, com um reservatório de ar com­primido de 50 litros, uma bomba compressora de pedal, um único monômetro (de mercúrio), qua­tro manguitos simples de borracha, um este­toscópio biauricular e um distribuidor. A medida das pressões de 4 indivíduos ligados ou aparelho pode-se fazer, sem grande prática, em um minu­to e 15 segundos. Um médico, afeito a seu fun­cionamento, faz o trabalho em um minuto ape­nas.

19. Cinesioterapia e Assuntos Correlatos: a) Origem e evolução da Cinesioterapia. b) A cinesioterapia no Brasil. c) Exercícios corretivos, terapêuticos e de

reabilitação.

- Peça

Fotografia da sala de ginástica médica e de massagem do Instituto de Estocolmo (os pacien­tes têm, na sua maioria, mais de 60 anos).

20. Atualidades das Artes na Educação Física: a) Arquitetura b) Escultura c) Pintura d) Arte Decorativa e) Tapeçaria f) Música 9) Etc.

- Peça

Bela fotografia do Centro Desportivo do "Foro Itálico" em Roma: A direita: O Estádio de

Mármore do Arquiteto Enrico dei Debbio. A Es­querda: O monumental Estádio Olímpico do ar­quiteto Aníbal Vitellozzi.

21. Metalística e Emblemática: a) Medalhas desportivas, nacionais e es­

trangeiras, doadas ao Museu e oriundas de grandes desportivas.

b) Medalhas e medalhões comemorativos de certames desportivos de vulto.

c) Medalhas, medalhões, moedas e colares inspirados em motivos desportivos de qualquer natureza.

d) Medalhas nacionais e estrangeiras de Mérito Desportivo.

e) Emblemática em geral. f) Fotografias, desenhos, maquetes etc. do

material acima discriminado.

- Peça

Medalhas mandada cunhar pelo Departa­mento de Desportos do Exército para comemorar o certame citado. Anverso: Um índio com um joe­lho em terra, distendendo um arco para lançar uma flecha. Reverso: Na parte superior, uma perspectiva da Av. Presidente Vargas, vendo-se os primeiros arranha-céus construídos e, no fun­do, a Serra da Tijuca; no centro, a inscrição: 1ª Olimpíada do Exército - Brasil - 1949; na parte inferior, os cinco elos simbólicos das Olimpía­das.

Gravada na Casa da Moeda. Foi outorgada ao General Jayr Jordão Ramos e por ele ofereci­da ao Museu.

22. Filatelia: a) Selos olímpicos em geral. b) Selos desportivos nacionais e estrangei­

ros. c) Bilhetes postais desportivos. d) Carimbos especiais relativos a certames

desportivos.

- Peça

1ª Olimpíada Moderna - Atenas - 1896. Es­ta série, hoje muito rara, marca a data de apare­cimento do selo desportivo na filatelia.

23. Flâmulas e Bandeiras.

- Peça

Flâmula da Escola Nacional de Educação Física e Desportos da Universidade do Brasil (ENEFD) - forja de educadores e de ideias des­portivas.

(Serão selecionadas as instituições e asso­ciações desportivas cujas flâmulas devem figu­rar no Museu)

Centro de Documentação e Informação

1. Biblioteca Especializada: a) Obras raras e comuns. b) Publicações periódicas (há mais de 150

boas revistas pertencentes a 25 países di­ferentes)

c) Arquivo de recortes impressos e trabalhos datilografados históricos, científicos, artís­ticos, bibliográficos, técnicos, informativos em geral, quadros de recordes, etc.

d) Classificação bibliográfica: livros, revitas, jornais etc.

e) Coleções: fotografias de atletas, técnicos, obras de arte, instalações desportivas, etc; projetos de estádios, ginásios, mate­rial de Educação Física, e tc , regulamen­tos desportivos nacionais e internacionais em vigor; catálogos comerciais sobre arti­gos desportivos, etc.

2. Filmoteca Especializada; a) Filmes, "slides" etc. informativos, científi­

cos e técnicos de interesse da Educação Física em geral.

b) Aparelhos cinematográficos e filmes à disposição dos interessados para serviço externo.

c) Organização de filmes, "slides", etc. d) Salão de cinema.

3. Fototeca: a) Coleção de fotografias e negativos de in­

teresse da Educação Física (confecciona­dos pelo Museu).

b) Serviço Fotográfico. c) Salão de Exposição.

4. Fonoteca a) Coleção de discos e fitas magnéticas de

interesse da Educação Física. b) Coleção de músicas e hinos desportivos e

cantos folclóricos para piano e bandas. c) Serviços de Gravação.

5. Equipamentos e Aparelhagens; a) Ginástica b) Jogos c) Desportos. d) Danças e) Etc.

6. Seção de Vendas: Cartões Postais, fotogra­fias, reprodução de objetos expostos, meda­lhas, flâmulas, livros, monografias, catálogos, guias ilustrados, revistas de educação física, regulamentos desportivos, vinhetos, selos desportivos, "slides", filmes, discos sonoros, etc.

Outras Iniciativas - Como Lembrança

1. Cursos, grupos de estudo, conferências e de­bates. 2. Estudos, inquéritos e pesquisas. 3. Elaboração e publicação de obras e obras

e boletins informativos. 4. Exposições temporárias, cíclicas ou circu­

lantes. 5. Sessões de rádio e televisão. 6. Demonstrações de Educação Física em

geral, inclusive trabalhos científicos, pe­dagógicos, folclóricos e históricos.

Ideias e Informações

1. Não há muitos museus de Educação Física ou Desportos no mundo Los Angeles, (fundação Hellms), Chicago, New York (Museu Nacional de Arte Desportiva), Olímpia, Roma, Esto­colmo, Basileia, Praga, Varsóvia, Brasov (Roménia), Lausanne (Museu do COI) e al­gumas outras cidades europeias e norte-ame-ricanas já possuem o seu. embora, na sua maioria, restritos nas suas exposições e im­pregnados de sentimentalismos. No momen­to, a França, no grande estádio em cons­trução em Paris, está cogitando de organizar um grandioso Museu de Desportos.

2. Impõe-se a necessidade da criação de mu­seus especializados em Educação Física ou Desportos nas principais cidades brasileiras. O Rio de Janeiro, capital cultural e desportiva do país, poderá montar o primeiro, cujos tra­balhos poderão ser feitos em duas etapas:

1º- Realização, dentro de alguns meses, de uma "Exposição Internacional de Edu­cação Física".

- Montagem progressiva do Museu, de pre­ferência, no Parque do Flamengo ou, no caso de impossibilidade, no Estádio do Maracanã, aumentando assim a sua im­portância como centro de atração turísti­ca.

3. È óbvio que a organização proposta acarre­tará muitas despesas, mas é certo que rendas apreciáveis, provenientes da cobrança, de en­

tradas e venda de objetos e publicações, mui­to poderão ajudar a sua manutenção, em vir­tude do interesse popular existente sobre as coisas inerentes às atividades físicas.

4. Para terminar, cumpre ressaltar que o Museu proposto será um tanto diferente dos demais pela sua amplitude e organização científica. Terá uma organização moderna e funcional.

ANEXO 9

Anteprojeto de Estatutos do Museu de Educação Física

ANTEPROJETO DE ESTATUTOS Do Museu e seus Objetivos

Art. 1º - O Museu de Educação Física, sociedade civil sem fins lucrativos, com sede e foro na Cidade do Rio de Janeiro, rege-se pelas leis vigentes e pelos presentes estatutos.

Art. 2º - O Museu tem os seguintes obje­tivos:

- Citados no Ensaio da organização.

Art. 3º - O Museu durará por tempo inde­terminado, como sociedade civil porém, todos os esforços deverão ser feitos para transformá-lo, no mais curto prazo, em uma instituição oficial.

Dos Sócios

Art. 4º - O Museu terá as seguintes cate­gorias de sócios: beneméritos, remidos, efetivos, contribuintes e correspondentes.

§ 1º - Será sócio benemérito, por decla­ração do Conselho Deliberativo, aquele que fizer doação de valor excepcional ou prestar concurso relevantes às atividades do Museu.

§ 2º - Será sócio efetivo o que, além da anuidade, contribuir com jóia fixada pelo Conse­lho Deliberativo ou fizer doação de obra-de-arte, ou material, aceito pela Comissão Executiva.

§ 3º - Será sócio contribuinte o que pagar a anuidade estipulada pelo Conselho Deliberati­vo.

§ 4º - Será sócio correspondente o que, residindo fora da sede do Museu, auxiliá-lo pa­gando anuidade ou prestando serviços relevan­tes a critério da Comissão Executiva.

Art. 5º - Os Sócios não respondem finan­ceiramente pelos compromissos do Museu.

Art. 6º - Serão considerados sócios fun­dadores os assinantes do requerimento solici­tando a aprovação destes Estatutos.

Art. 7º - A admissão dos sócios será feita mediante proposta de qualquer sócio, aprovada pela Comissão Executiva.

Da Direção

Art. 8º - São órgãos da direção do Museu:

a) A Assembleia Geral b) O Conselho Deliberativo c) A Comissão Executiva d) A Comissão de Contas

Parágrafo Único: O exercício de qualquei cargo nos órgãos diretores do Museu não dará direito a remuneração ou vantagem alguma.

Art. 9º - A Assembleia Geral, composta de sócios de todas as categorias, é o órgão su­perior da direção do Museu, competindo-lhe:

a) Referendar a reforma dos Estatutos. b) Aprovar a encampação do Museu pelos

Governos Federal ou do Estado da Gua­nabara.

c) Decidir sobre a dissolução do Museu. d) Eleger os membros do Conselho Delibe­

rativo e da Comissão Executiva.

Parágrafo Único: A Assembleia Geral deli­bera por maioria de votos, cabendo um voto a cada sócio presente, sendo lícito ao sócio votar mediante carta assinada e entregue ao Diretor-Secretário, até 5 dias, antes da data da reunião da Assembleia Geral.

Art. 10 - O Conselho Deliberativo, com­posto por quinze membros, com mandato de três anos, e podendo ser reeleito, é o órgão que re-

presenta a Assembleia Geral, no recesso de suas sessões, competindo-lhe:

a) Fixar as normas gerais de direção do Museu.

b) eleger os membros da Comissão Execu­tiva

c) Tomar as contas da Comissão Executi­va.

d) Autorizar a Comissão Executiva a prati­car atos que excedem os seus poderes específicos.

e) deliberar sobre a reforma dos Estatutos. a encampação oficial e sobre a disso­lução da sociedade.

f) Decidir sobre todas as matérias de inte­resse do Museu, que não pertençam pri­vativamente a outro órgão social.

g) Eleger os membros da Comissão de Contas.

Art. 11 - Na eleição para o Conselho De­liberativo, em caso de empate, será considerado eleito o conselheiro mais antigo do Conselho, e, em igualdade de condições o mais moço.

Art. 1 2 - 0 Conselho Deliberativo será convocado, por edital ou circular, pela Comissão Executiva, sempre que houver de pronunciar-se sobre matérias de sua competência e se reunirá, ordinariamente, no primeiro trimestre de cada ano, em dia, hora e local designados pelo Presi­dente, funcionando em qualquer caso, em pri­meira convocação, quando presentes a maioria dos membros e, em segunda convocação, com qualquer número.

Parágrafo Único: O Conselho Deliberativo decide por maioria de votos, cabendo em voto a cada membro pessoalmente presente.

Art. 13 - A Comissão Executiva será formada de sete diretores eleitos pelo Conselho Deliberativo pelo prazo de dois anos, as quais exercerão o mandato sem qualquer remune­ração, podendo ser reeleitos.

§ 1º - Compete à Comissão Executiva a administração do Museu e a convocação dos órgãos referidos nas alíneas "a" e "b " do artigo 85.

§ 2º - A Comissão Executiva prestará contas dos seus atos ao Conselho Deliberativo, no primeiro trimestre do ano seguinte ao exercí­cio encerrado.

Art. 14 - A Comissão Executiva compõe-se do presidente, vice-presidente, diretor-execu-tivo, diretor-executivo-adjunto, diretor-secretário ed iretor-tesoureiro.

§ 1º - Compete ao presidente presidir as reuniões da Comissão Executiva e do Conselho Deliberativo, convocar este para as reuniões or­dinárias e representar a sociedade, ativa e pas­sivamente, em Juízo ou fora dele.

§ 2º - Compete ao vice-presidente substi­tuir o presidente em seus impedimentos e com ele colaborar, no desempenho de suas funções.

§ 3º - Compete ao diretor-executivo a administração geral do Museu.

§ 4º - Compete ao diretor-executivo-ad­junto colaborar com o diretor-executivo no de­sempenho de suas funções e substituir o dire­tor-executivo, o diretor-secretário ou o diretor-te-soureiro, em seus impedimentos.

§ 5º - Compete ao d'retor-secretário atender à elaboração de atas, à correspondência e à publicidade do Museu, e cooperar com o vi­ce-presidente substituindo-o em seus impedi­mentos.

§ 6º - Compete ao diretor-tesoureiro a guarda dos bens e valores do Museu e a manu­tenção, em boa ordem da escrituração social.

Art. 15 - Os órgãos referidos nas alíneas "a" e "b" do art. 89 poderão ser convocados me­diante solicitação de seus próprios membros, desde que assinada a convocação por um terço dos membros que os componham.

Do Património

Art. 16 - A receita do Museu será consti­tuída pelas jóias e contribuições dos sócios, pe­los donativos e subvenções que lhe sejam con­cedidos pelos sócios ou por terceiros, pela venda de objetos e publicações e por quaisquer outras rendas eventuais autorizadas pelo Conselho De­liberativo.

^ Parágrafo Único - Toda a receita do Museu será aplicada para realização dos seus objetivos, vedada a distribuição de lucros ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob qualquer pretexto.

Art. 17 - A alienação dos bens que inte­gram o património material do Museu, depende da autorização prévia do Conselho Deliberativo.

Art. 18 - Os atos que criem obrigações para o Museu, ou que exonerem terceiros, sem pagamento de responsabilidade para com ele, só valerão quando assinadas por dois diretores, um dos quais, deverá ser o diretor ou o diretor tesou­reiro.

Art. 1 9 - 0 Conselho Deliberativo ele­gerá anualmente três dos seus membros como efetivos, e três como suplentes, para constituí­

rem a Comissão de Contas, que emite parecer sobre as contas da Comissão Executiva e sobre os atos que lhe forem submetidos pelo Conse­lho.

Da Dissolução

Art. 20 - A sociedade se dissolverá por transformação em instituição oficial, por impos­sibilidade absoluta de realizar os seus objetivos,

ou por deliberação do Conselho Deliberativo rati­ficada pela Assembleia Geral.

§ Iº - No caso de dissolução passará o seu património, ao Serviço do Património Histó­rico e Artístico Nacional, respeitados os disposi­tivos legais ou contratuais aplicáveis ao caso.

§ 2º - Nenhum ato pode ser praticado pe­lo Museu para assegurar a terceiros, no caso de sua dissolução, a posse ou propriedade de bens salvo quanto aos bens que lhe tenham sido doa­dos sob condição de devolução à instituição ou pessoa designada pelo doador. ©

Dos Estatutos e do Regimento

Art. 21 - Os presentes estatutos só po­derão ser reformados por iniciativa do Conselho Deliberativo, ouvida a Comissão Executiva, ad-referendum da Assembleia Geral.

Art. 22 - A Comissão Executiva elabo­rará o Regimento Interno do Museu, que será aprovado pelo Conselho Deliberativo.

ANEXO 10

Regimento Interno (Anteprojeto) do Museu de Educação Física

MUSEU DE EDUCAÇÃO FÍSICA Regimento Interno

(Anteprojeto)

I

Finalidades do Regimento

Art. 1º - As atividades do Museu de Edu­cação Física, na forma de seus Estatutos, são exercidas pelos órgãos culturais e administrati­vos previstos neste Regimento e de acordo com as atribuições e normas nele estipuladas.

II

Estrutura dos Órgãos Culturais e Administrativos

Art. 2º - São órgãos do Museu:

a) Culturais:

1 - Divisão de Exposição 2 - Divisão de Estudos e Pesquisas 3 - Divisão de Informação e Coope­ração

b) Administrativos: 1 - Divisão de Serviços Gerais 2 - Divisão de Finanças 3 - Divisão de Sócios 4 - Divisão de Obras e Conservação

Art. 3º - As Divisões serão dirigidas pelos chefes designados, em comissão, para o exercí­cio dessas funções.

Art. 4º - Por necessidade ou conveniência de serviço qualquer Chefe de Divisão pode ser designado para responder pela chefia de outra.

Art. 5º - As atividades a cargos dos órgãos a que se refere o art. 29, sob a gestão imediata dos respectivos chefes e a direção su­

perior da Comissão Executiva e dos Diretores que a integram, são exercidas debaixo da super­visão e da coordenação administrativa do Supe­rintendente.

Art. 6º - A Divisão de Exposição compete:

a) Programar e exercer as atividades do Museu no âmbito de seu Acervo artístico e cultural, procedendo a montagem da exposição na sede do Museu e fora dele.

b) Receber, classificar e controlar as peças de exposição do património do Museu ou sob a guarda deste.

c) Guardar e expor as peças de exposição do Museu, de acordo com as melhores normas técnicas.

d) Zelar pelo bom estado das peças do pa­trimónio do Museu e confiadas à sua guarda, procedendo de acordo com a Comissão Executiva, aos trabalhos de conservação e restauração que se fize­rem necessárias.

e) Organizar palesiras artísticas e culturais e visitas inerentes aos objetos expostos pelo Museu.

f) Manter em ordem e em dia a documen­tação referente às peças de Exposição do Museu ou a ele confiadas.

g) Proceder aos despachos, embalagem, desembalagem e movimentação das pe­ças de exposição do acervo do Museu ou a ele confiadas.

h) Adotar as providências administrativas necessárias para o bom desempenho das atribuições da Divisão.

Art. 79 - A Divisão de Estudos e Pesqui­sas compete:

a) Programar e exercer as atividades do Museu relacionadas com os estudos e pesquisas no campo da Educação Físi­ca.

b) Organizar Cursos, grupos de Estudo, pa­lestras, debates e espetáculos de inte­resse e estímulo da Educação Física.

c) Orientar os interessados em assuntos de Educação Física, prestando informações sobre as oportunidades para tal existen­tes no Museu e fora dele.

d) Promover as atividades do Museu nos campos artístico e cultural, mantendo em funcionamento e conservando em boa ordem a biblioteca, a filmoteca, a discoteca e a fototeca especializadas em Educação Física.

e) Organizar Festivais de Educação Física com finalidades artísticas e culturais.

f) Promover demonstrações sobre as ativi­dades físicas, inclusive relacionar a tra­balhos científicos, pedagógicos, folclóri­cos e históricos.

h) Confeccionar filmes, "Slides", discos e fotografias sobre Educação Física e As­suntos correlatos.

Art. 8º - A Divisão de Informações e Coo­peração compete:

a) Atender os sócios, convidados e público em geral, dentro e fora do Museu.

b) Encaminhar aos órgãos competentes sugestões e reclamações que lhe forem apresentadas.

c) Promover a divulgação das atividades do Museu.

d) Incrementar o intercâmbio entre o Museu e entidades congéneres.

e) Organizar e manter, sob a sua responsa­bilidade, uma exposição permanente do material moderno de Educação Física.

f) Organizar e manter, sob a sua responsa­bilidade, uma seção de vendas de pe­quenos objetos e obras inerentes à Edu­cação Física.

Art. 9º - A Divisão de Serviços Gerais compete:

a) A administração do pessoal, incluhdo a seleção, admissão, registro, classifi­cação, frequência, pagamento, assistên­cia, direitos e deveres.

b) A administração do material, incluindo a aquisição, registro, distribuição, guarda e conservação, recuperação, padroni­zação, classificação e catalogação.

c) O Controle das comunicações, incluindo

recebimento, registro, distribuição guar­da e expedição de documentos.

d) A execução dos serviços auxiliares, in­cluindo zeladoria, portaria mecanografia e transporte.

Art. 10 - A Divisão de Finanças compete:

a) A movimentação dos fundos, incluindo recebimento, pagamentos, movimen­tação de contas bancárias e guarda de valores.

b) O Controle contábil, incluindo escritu­ração contábil, elaboração de balanças demonstrativas e orçamentos, tomada e prestação de contas.

c) A elaboração de estatísticas, avulsas e demais comunicações a serem feitas pe­riodicamente.

d) A efetivação de todos os seguros, ouvi­das as divisões competentes no tocante a determinação de seus valores e aos dados técnicos e segurados.

Art. 11 - A Divisão do Sócio compete:

a) Promover a admissão de sócios, contro­lando sua movimentação e mantendo em ordem os competentes registros.

b) Providenciar a emissão de carteiras so­ciais e de documentos, comunicações e cartas circulares de interesse do Museu.

c) Elaborar as relações de pagamentos de contribuições.

d) Preparar o expediente necessário à co­brança das contribuições devidas pelos sócios e encaminhá-lo, regularmente pa­ra cobrança e demais providências, à Di­visão de Finanças.

Art. 12 - À Divisão de Obras e Conser­vação:

a) Coordenar os trabalhos relacionados com a construção do Ed. do Museu e sua conservação.

b) Controlar o cumprimento das normas re­lativas às aquisições e despesas de construção.

Ill Atribuições dos Chefes

Art. 13 - São do Superintendente:

a) Promover a supervisão e a coordenação

administrativa de todas as atividades do Museu.

b) Admitir e dispensar funcionários. c) Elogiar e aplicar penas disciplinares aos

funcionários do Museu, com a aprovação do Diretor-Executivo.

d) Autorizar a aquisição do material de consumo.

e) Autorizar as despesas e os pagamentos de rotina dentro dos limites estabeleci­dos pelo Diretor-Executivo ou pelo Dire-tor-Tesoureiro.

f) Representar o Museu na Justiça do Tra­balho e no Ministério do Trabalho.

g) Assinar as Carteiras e os contratos de trabalho de cartão de identidade dos funcionários.

h) Propor a Direção Executiva dos fun­cionários que devam exercer função de chefia.

i) Decidir sobre férias e escalas de serviços de funcionários.

j) Antecipar ou prorrogar o período normal de trabalho.

I) Promover perante os órgãos competentes da união, dos Estados e Municípios e respectivas Autarquias, o andamento do processo de interesse do Museu.

m) Enviar mensalmente à Direção infor­mações relativas a trabalhos em curso, bem como balancete, demonstrativos e outros documentos previstos nas nor­mas de serviços.

Art 14 - São atribuições do Chefe da Di­visão de Exposição:

a) Submeter à aprovação do Diretor-Execu­tivo a programação a prazo longo e anual das atividades da Divisão e proce­der à execução dos programas aprova­dos.

b) Preparar por iniciativa própria ou por so­licitação do Diretor-Executivo, progra­mas e atividades especiais não previstas na programação geral da Divisão, pondo em execução as que forem por aqueles aprovadas.

c) Guardar, arrumar e conservar as peças de exposição pertencentes ao Museu ou a ele confiadas adotando as medidas necessárias para sua apropriada exi­bição, custódia, segurança, movimen­tação e conservação.

d) Opinar sobre o valor artístico, cultural ou económico das peças a serem adquiri­

das ou cedidas, gratuita ou onerosamen­te, pelo Museu, mantendo atualizado o respectivo cadastro.

e) Proceder à organização e manter atuali-zada e em ordem, os fichários relativos aos objetos de caráter artístico e cultural desportivo existentes no País e não per­tencentes ao Museu.

f) Dirigir e supervisionar as atividades de caráter administrativo diretamente rela­cionadas com as tarefas a cargo de sua Divisão, procedendo, notadamente:

1) Ao atendimento da corespondência da Divisão.

2) As articulações com outros órgãos culturais e administrativos do Museu, para a execução de atos de interesse da Divisão que sejam de competên­cia específica daqueles.

3) A preparação de catálogos e convites para as exposições, palestras e sole­nidades, solicitando oportunamente aos órgãos competentes do Museu sua confecção, expedição e distri­buição.

4) Ao arquivamento, a catalogação e a manutenção atualizada e em boa or­dem de toda documentação, inclusive "Slides", reproduções e clichés, rela­tivos aos objetos artísticos e culturais do Museu, ou a ele confiados, bem como a documentação referente "as atividades realizadas pela Divisão.

5) A preparação dos elementos requeri­dos para o seguro das peças de alto valor do Museu ou a ele confiadas.

6) A supervisão dos serviços de emba­lagem, recebimento e expedição de peças que devem ingressar no Museu ou dele sair.

7) A emissão de cautelas, recibos e fi­chas relativas a peças cedidas ou re­cebidas por empréstimo.

8) A manutenção, atualizada e em boa ordem de fichário contendo o nome, endereço e outras indicações relati­vas a museus e colecionadores do País e do estrangeiro.

Art. 15 - São atribuições do Chefe da Di-io de Estudos e Pesquisas:

a) Submeter à aprovação do Diretor Execu­tivo a programação anual das atividades da Divisão.

b) Preparar as normas a serem observadas para o funcionamento das atividades da Divisão.

c) Controlar todas as atividades culturais e festivais organizadas pela Divisão.

d) Organizar e manter atualizada e em bom estado de conservação e de funciona­mento a biblioteca, a filmoteca, a disco­teca e a fototeca especializadas.

e) Fornecer a Divisão de Informações e Cooperação, para difusão gratuita ou venda, os livros, publicações em geral, reproduções, filmes e "Slides" elabora­dos.

Art. 16 - São atribuições do Chefe da Di­visão de Informações e Cooperação:

a) Supervisionar e estabelecer os contatos com sócios, convidados, artistas, visitan­tes e com o público em geral.

b) Providenciar a recepção aos sócios, convidados e visitantes.

c) Prestar aos interessados todas as infor­mações relativas às atividades do Mu­seu.

d) Encaminhar todas as reclamações feitas em relação aos serviços do Museu.

e) Promover entendimento com entidades privadas, órgãos governamentais, im­prensa, rádio e televisão em tudo o que concerne ao interesse do Museu.

f) Providenciar a coleta de dados para a publicação dos boletins, catálogos e pu­blicação de interesse do Museu.

g) Providenciar divulgação pela imprensa, rádio e televisão de todos os aconteci­mentos de relevo na vida do Museu.

h) Providenciar o fornecimento e troca de dados e informações, inclusive de expo­sições, com entidades congéneres, na­cionais e estrangeiras.

i) Estabelecer o intercâmbio de catálogos e publicações com outros Museus e Biblio­tecas.

j) Receber e acompanhar os sócios, visitan­tes ou convidados do Museu prestando-Ihes todas as informações.

Art. 17 - São atribuições do Chefe da Di­visão de Serviços Gerais:

aO Preparar a correspondência de respon­sabilidade da Divisão.

b) Manter em dia o registro dos funcioná­rios.

c) Controlar a frequência dos funcionários. d) Preparar a escala de férias dos funcioná­

rios. e) Propor a aquisição do material necessá­

rio ao Museu. f) Providenciar a distribuição do material

aos diversos órgãos observadas as ins­truções a respeito.

g) Controlar a guarda e a manutenção do material de propriedade do Museu.

h) Providenciar o recebimento e a expe­dição de toda a correspondência do Mu­seu.

Art. 18 - São atribuições do Chefe da Di­visão de Finanças;

a) Preparar a correspondência de respon­sabilidade da Divisão.

b) Coordenar os trabalhos da Divisão no que se refere à Tesouraria e à Caixa, supervisionando todos os recebimentos e pagamentos.

c) Manter a escrituração contábil em dia. d) Apresentar balanços, balancetes men­

sais e relatórios. e) Conferir os lançamentos feitos no livro

Caixa bem como os relatórios apresen­tados.

f) Manter, sob sua responsabilidade, a guarda dos valores que lhe sejam.

g) Tomar providências relativas a sub­venções, importação e isenção de im­postos e taxas.

Art. 19 - São atribuições do Chefe da Di­visão de Sócios:

a) Preparar a correspondência de respon­sabilidade da Divisão.

b) Controlar a admissão de Sócios, man­tendo fichário atualizado por ordem al­fabética e numérica.

c) Providenciar a mudança de nome, ende­reço ou categoria do sócio.

d) Supervisionar a preparação do expedien­te de cobrança de contribuições devidas pelos sócios e a omissão dos talões de cinema dos sócios.

e) Apresentar relatórios mensais sobre as atividades da Divisão propondo as me­didas que julgar necessárias à melhoria do serviço.

Art. 20 - São atribuições do Chefe da Di­visão de Obras e Conservação:

a) Fiscalizar o exato cumprimento das normas referentes às obras do Museu.

b) Visar todas as faturas referentes às aquisições ou despesas da obra.

c) Elaborar relatórios semanais e mensais sobre o andamento das obras, apontan­do as falhas porventura existentes.

d) Opinar sobre quaisquer modificações propostas ao projeto original das obras.

e) Supervisionar os serviços da firma cons­trutora e seus subempreiteiros, fazendo cumprir as condições estipuladas nos contratos de construção e especifi­cações.

f) Tomar as providências necessárias à conservação em bom estado das obras do Museu.

g) Verificar as folhas de pagamento de pessoal, através do controle diário da máo-de-obrá.

h) Verificar as concorrências para subem­preitada e as tomadas de preço para for­necimento de material.

i) Verificar a aplicação do material na obra, através do controle diário das fichas de estoque, folhas de apropriação e inventá­rios elaborados pela Construtora, re­visão, aceitação encaminhamento das fa­turas.

j) Propor as providências, necessárias à conservação e reparação do edifício-se-de, inclusive de suas instalações, reali­zando as de pequena monta.

I) Resolver os casos omissos que forem de sua alçada.

IV REGIME DO PESSOAL

Art. 21 - Reger-se-áo pela legislação do trabalho, salvo quando não envolvam relação de emprego, caso em que ficarão sujeitos ao regime de Código Civil.

Art. 22 - A admissão de funcionários deverá ser precedida de seleção feita em bases técni­cas, com objetivo de assegurar o ingresso de pessoas qualificadas para o emprego.

V

REGIME FINANCEIRO

Art. 23 - A receita do Museu será prove­niente das seguintes fontes:

a) Contribuição e jóias dos sócios. b) Vendas de ingressos, publicações e ou­

tros artigos. c) Doações, subvenções de pessoas físicas

ou jurídicas, de direito público ou priva­do.

d) Contribuições e taxas de atividades cul­turais.

e) Vendas eventuais autorizadas pelo Con­selho Deliberativo.

Art. 24 - A realização de qualquer despesa deverá ser precedida de autorização escrita de autoridade competente.

Art. 25 - Os fundos do Museu serão deposi­tados em conta própria em Bancos que a Co­missão Executiva indicar.

Art. 2 6 - 0 pagamento de despesas, e de modo geral, a movimentação de fundos do Mu­seu será feita por ordem de transferência ou por cheques nominativos, assinados por dois Direto-res, sendo obrigatoriamente um deles o Dire-tor-Executivo ou Diretor-Tesoureiro.

Art. 27 - A Divisão de Finanças obedecerá a um plano de contas aprovado pela Comissão Executiva.

Art. 28 - A prestação de contas interna do Museu processar-se-á normalmente por meio de balancetes mensais e demonstrações quinzenais de execução orçamentárias.

VI

REGIME DOS SÓCIOS

Art. 29 - Na forma de que estabelece os Es­tatutos o Museu terá as seguintes categorias de sócios: Fundadores, Beneméritos, Efetivos, Con­tribuintes e Correspondentes.

1º Os sócios beneméritos ficam isentos de contribuição, sendo a dos demais esta­belecida anualmente pela Comissão Executiva.

2º Os membros da Comissão Executiva, quando no exercício da função, ficam isentos do pagamento da contribuição.

3º Os sócios correspondentes estrangeiros, indicados pelo Conselho Deliberativo, nada pagarão.

Art. 30 - Aos sócios do Museu, sem dis­tinção de categoria, cabem os seguintes direitos e deveres fundamentais:

a) Votar e ser votado nas formas dos Esta­tutos.

b) Ter preferência nos cursos mantidos pe­lo Museu, pagando uma taxa menos que os não-sócios, quando for o caso.

c) Tomar por empréstimo, de acordo com as instruções competentes, livros, publi­cações, reproduções, "Slides" e filmes, ou comprá-los com as deduções previs­tas para os sócios.

d) Outras vantagens estabelecidas anual­mente pela Comissão Executiva.

Art. 31 - Qualquer pessoa será consideiada sócia, após a aprovação da Comissão Executiva e pagamento da contribuição. Ser-lhe-áo forne­cidos os Estatutos e o cartão de identidade de sócio, cuja apresentação será obrigatória, quan­do se tornar necessário.

Art. 32 - A Comissão Executiva poderá, a seu critério, desligar do Museu o sócio que:

a) Praticar atos de improbidade ou que im­portem em dano ou prejuízo ao patrimó­nio do Museu.

b) Deixar de pagar, por prazo superior a doze meses, as contribuições devidas.

c) Atentar contra o bom nome do Museu.

VIII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 3 3 - 0 Conselho Técnico-Administrati-vo reunir-se-á normalmente duas vezes por mês e extraordinariamente, sempre que for convoca­do pelo Diretor-Executivo.

Art. 34 - As reuniões do Conselho Técni-co-Administrativo serão presididas pelo Dire­tor-Executivo e delas serão lavradas atas que devem ser assinadas por todos os membros pre­sentes.

Art. 35 - A Comissão Executiva baixará as instruções necessárias ao bom desempenho das atividades específicas do Museu. Além de por­menores dos trabalhos do pessoal executivo dis­criminado neste Regimento, devem constar as atribuições dos empregados de menor categoria constantes dos quadros de serviço. Posterior­mente essas instruções serão organizadas em uma coletànea denominada Manual de Serviços do Museu.

Art. 36 - É vedado qualquer publicação ou manifestação oficial em nome do Museu, sem a necessária autorização da Comissão Executiva.

Art. 37 - Os casos omissos deste Regimen­to serão resolvidos pela Comissão Executiva.

ANEXO 11

Condecorações

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO

GENERAL JAYR JORDÃO RAMOS

CONDECORAÇÕES E

OUTROS GALARDÕES MILITARES

1. Comenda da Ordem do Mérito Militar (Grau de Comendador) - 1973

2. Medalha Militar (ouro)- 1958 3. Medalha Militar (prata)-1948 4. Medalha de Guerra-1949 5. Medalha do Pacificador (bronze) - 1955 6. Medalha de Mérito Cel. Assunção (P.M. do

Estado da Guanabara) - 1971 7. Medalha de Educação Física (F.P. do Estado

de São Paulo) - 1960. 8. Medalha da I Olimpíada do Exército (D.D.E.)

- 1949. 9. Medalha do II Seminário do Exército (D.E.E.)

- 1952. 10. Medalha Marechal Caetano de Faria (Min.

da Justiça e Negócios Interiores) - 1955.

DO ESTRANGEIRO

11. Comenda da Ordem de Vasa (Grau de Co­mendador) - 1955.

12. Medalha de Ling (ouro) - Suécia - 1949. 13. Medalha de Mérito Desportivo (prata) - Por­

tugal - 1963 14. Medalha do Conselho Nacional da Cultura

Física (ouro) - Paraguai - 1946. 15. Medalha de Reconhecimento do Exército

(ouro) - Paraguai - 1946.

16. Distintivo de Instrutor de Educação Física (ouro) - Paraguai - 1954.

17. Cordão da Federação Internacional de Edu­cação Física - 1966.

18. Medalha da Federação Internacional de Educação Física - 1963.

19. Medalha do Sesquicentenário da Escola Mi­litar de West Po in t - 1952.

20. Placa "Servir" do Colégio Mi l i ta r - Portugal - 1966.

RECONHECIMENTO DE SERVIÇOS

27. Prémio "Colibri de Ouro" - Copersúcar e A .C .M. - 1972.

22. Medalha do I Congresso Luso-Brasileiro de E.F. - Por tugal - 1960.

23. Medalha de II Congresso Luso-Brasileiro -B ras i l - 1964.

24. Placa de prata e madeira do Curso de Férias - Santos- 1972.

25. Placa de prata da EsEFE - 1969. 26. Placa de prata da EsEFE-1970. 27. Placa de prata da EsEFE-1971 . 28. Placa de prata da FMB - 1972. 29. Placa especial: maiores de 1973 - F.D.E. -

Santos- 1974. 30. Medalha do Estágio Internacional da E.F. -

D.E.F. - 1958. 31. Medalha do IV Estágio Internacional de E.F.

- D.E.F. - 1960. 32. Placa da II Jornada Internacional de E.F. -

Belo Hor izonte- 1959. 33. Medalha do IV Centenário da Fundação de

Vitória - Câmara Municipal - 1951.

COMEMORATIVAS

34. Medalha Georges Hébert - Cinquentenário do Método Natural - França - 1952.

35. Medalha dos I Jogos Desportivos Panameri-canos - Argentina - 1940.

36. Medalha da Inauguração do Ginásio de Des­portos de Brasí l ia- 1973.

37. Medalha do Fesjival Internacional de Ginás­t i c a - C . N . D . - 1973.

38. Medalha do 30º Aniversário - Confederação Brasileira de Hipismo - 1972.

39. Medalha da Federação Piauiense de Des­po r to - 1972.

40. Medalha do Centro de E.F. - Dia do Profes­sor do E.F. - V i tór ia - 1963.

41. Medalha dos V Jogos Luso-Brasileiro - Bra­sil - 1972.

42. Medalha do Torneio Internacional de Volei­bol - 1973.

43. Placa da Semana da Ginástica - INEF -Portugal - 1966.

44. Medalha dos II Jogos Luso-Brasileiro - Bra­sil - 1963.

45. Insígnia do Campeonato de Pentatlo Militar - B r a s i l - 1953.

46. Medalha do Jubileu da Escola-Nacional de E.F. e Desporto- 1963.

47. Medalha do Torneio Internacional de Volei­bol - Centenário de Santos Dumont - 1973.

48. Medalha dos Primeiros - Jogos Desportivos Pan-Americanos - Argentina - 1951.

49. Medalha do Curso de Aperfeiçoamento do D.E.F. do Estado de São Paulo - 1953.

50. Medalha do Jubileu de APEF - Estado da Guanabara - 1971.

O CONCURSO DE 1989

PORTARIA Nº 388, DE 20 DE JUNHO DE 1989

Altera a Portaria nº 109 de 23 de março de 1984 e institui o 3º Prémio JAYR JORDÃO RAMOS de Monografias nas áreas de Edu­cação Física, Desportos e Lazer.

O Ministro de Estado da Educação, no uso de suas atribuições, RESOLVE:

Art. 1º - Fica instituído o 3º PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS DE MONOGRAFIAS NAS ÁREAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, DESPOR­TOS E LAZER, que será conferido anualmente, pela Secretaria de Educação Física e Desportos, Conselho Nacional de Desporto e Instituto Na­cional de Estudos e Pesquisas Educacionais aos melhores trabalhos e/ou pesquisas inéditas nas áreas de Educação Física, do Desporto e Lazer, elaborados por estudantes dos cursos de gra­duação em Educação Física.

Art. 2º - Os trabalhos concorrentes serão analisados e selecionados por uma Comissão Julgadora, integrada por pessoas de reconhecida capacidade e notório saber na área de Educação Física.

Art. 3º - Serão conferidos Diploma e Prémio em dinheiro, aos autores classificados até o terceiro lugar.

§ Iº - Será conferido Diploma ao Docente que orientou o(s) trabalho(s) premiado(s);

§ 2º - Poderão ser conferidos Diploma de "Menção Honrosa" aos autores classificados até a quinta colocação.

Art. 4º - Ao Secretário de Educação Físi­ca e Desportos caberá:

I - Escolher e designar os membros da

Comissão Julgadora de que trata o Art. 2º;

II - fixar os valores dos Prémios em di­nheiro de que trata o artigo 3º;

III - regulamentar a execução do Prémio; IV - baixar as demais instruções necessá­

rias ao cumprimento da presente Por­taria.

Art. 5º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

CARLOS SANT'ANNA

PORTARIA Nº 09, DE 27 DE JUNHO DE 1989

Regulamenta o 3º PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS de Monografias nas áreas de Edu­cação Física, Desportos e Lazer.

0 Secretário de EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições e acordo com o que dispõe o inciso III, do art. 4º, da Portaria Ministe­rial nº 388, de 20 de junho de 1989, RESOLVE:

1 - DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º - O 3º Prémio Jayr Jordão Ramos de Monografias nas áreas de Educação Física, Desportos e Lazer, instituído pela Portaria Minis­terial nº 388 de 1989, será conferido, no corrente ano, às obras ainda não publicadas, em língua vernácula nos termos deste Regulamento, vi­sando a desenvolver o hábito de escrever, o inte­resse pela pesquisa e o pensamento reflexivo e criativo.

Parágrafo Único - O Prémio de que trata este artigo é uma promoção aberta à partici­pação de aluno dos cursos de Graduação em Educação Física, de todo o Território Nacional,

cujos trabalhos deverão ser orientados obrigato­riamente por um docente.

II - DOS TRABALHOS CONCORRENTES

Art. 2º - Poderão ser utilizados trabalhos de campo, de laboratório e de revisão bibliográ­fica para as áreas didático-pedagógica, biológi­ca, técnico-desportiva e outras de interesse da Educação Física, Desportos e Lazer.

Art. 3º - Os textos do trabalho original deverão preencher os seguintes requisitos:

a) datilografados em papel tamanho ofício, em apenas uma das faces, em espaço dois, com trinta linhas por página e com todas as páginas numeradas;

b) abordagem inovadora do assunto; c) finalidade educativa, com caráter didáti-

co; e) propriedade das ilustrações (fotografias,

desenhos, gráficos e tabelas), com utili­zação e inserção adequadas, apresen­tação e explanação corretas no texto e legenda correspondente, quando for o caso;

f) as citações, transcrições ou referências a outros autores indicarão, obrigatoriamen­te, em chamadas numeradas o nome do autor citado, o título da obra, a editora, a cidade e o ano da edição, bem como o número de página.

Parágrafo único - Recomenda-se para a re-dação dos trabalhos, seguir as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

I l l - D A S INSCRIÇÕES

Art. 4º - A inscrição dos trabalhos será feita mediante entrega ou remessa por Correio, à Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação, dos seguintes documen­tos:

I - solicitação formal de inscrição, assina­da pelo(s) autor(es);

II - comprovante de matrícula do(s) au­tores), no ano de 1989, em curso de graduação em Educação Física;

III - comprovante de vinculação à Insti­tuição do docente que orientou o(s) trabalho(s);

I V - três vias do trabalho original com indi­cação, em cada capa, do título da obra

e do pseudónimo do(s) autor(es); V - envelope lacrado, contendo a ficha de

identificação do(s) autor(es), com os seguintes dados:

a) título da obra; b) pseudónimo do(s) autor(es); c) nome completo do(s) autor(es); d) endereço completo e telefone do(s) au­

tores); e) número, data de emissão e órgão expe­

didor da Carteira de Identidade do(s) au­tores);

f) número do Cartão de Identificação do Contribuinte - CIC, do(s) autor(es);

g) data e assinatura do(s) autor(es).

Parágrafo único - Os documentos relacio­nados neste artigo serão encaminhados em um envelope cuja capa contenha, além do endereço constante do art. 5º, os seguintes dizeres:

"3º PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS DE MONOGRAFIAS NAS ÁREAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, DESPORTOS E LAZER".

"NÃO VIOLAR"

Art. 5º - Os trabalhos concorrentes serão encaminhados pelos respectivos autores, até o dia 19 de outubro de 1989, diretamente à Secre­taria de Educação Física e Desportos, Via N-2 anexo I do MEC, 2º andar, Sala 237, CEP: 70.047, Brasília-DF.

Parágrafo único - Para efeito de validade das inscrições, solicitadas pelo correio serão consideradas as datas do registro postal das re­messas.

Art. 6º - Não haverá limite quanto ao núme­ro de obras com que o(s) mesmo(s) autor(es) po-derá(ão) concorrer.

I V - D O JULGAMENTO

Art. 7º - Os trabahos concorrentes serão analisados e selecionados por uma Comissão Julgadora, integrada por profissionais de reco­nhecida capacidade e notório saber nas áreas da Educação Física, Desporto e Lazer.

Parágrafo único - As atividades da Co­missão Julgadora serão orientadas e coordena­das por um Presidente, que será escolhido pela maioria simples de todos os seus membros.

Art. 8º - A Comissão Julgadora poderá es­tabelecer critérios e normas e complementares para o julgamento dos trabalhos que lhe forem submetidos, respeitadas as disposições deste regulamento.

Art. 9º - A Comissão Julgadora apontará as 05 (cinco) melhores obras classificando-as con­forme as disposições dos arts. 12 e 13, não se admitindo a possibilidade de empate.

Art. 10 - A comissão Julgadora terá prazo até 31 de outubro de 1989 para submeter sua decisão à consideração do Secretário de Edu­cação Física e Desportos do Ministério da Edu­cação.

Art. 1 1 - 0 Secretário de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação, após a identificação dos autores das obras classifica­das, baixará Portaria homologando, em caráter irrecorrível o resultado final do Prémio.

V - DA CLASSIFICAÇÃO E PRÉMIOS

Art. 12 - Aos autores de trabalhos classifi­cados até o terceiro lugar serão conferidos Di­ploma e Prémio em dinheiro.

Parágrafo único - Os prémios em dinheiro a que se refere este artigo terão os seguintes valo­res.

I - 1 º lugar: NCz$ 3.000,00 (três mil cru­zados novos);

II - 2º lugar: NCz$ 2.000,00 (dois mil cru­zados novos);

I I I - 3 º lugar: NCz$ 1.000,00 (hum mil cru­zados novos).

Art. 13 - Aos classificados do quarto ao sexto lugares serão conferidos Diploma de "Menção Honrosa".

VI - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 14 - A Secretaria de Educação Física e Desportos não restituirá qualquer dos trabalhos encaminhados, podendo incorporá-los ao seu acervo ou distribuí-los a quem de direito, após a realização do evento.

Art. 15 - Ao solicitarem a inscrição no Pré­mio, os autores cedem à Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação, automaticamente, pelo período de dois anos, os

direitos autorais para publicação dos trabalhos, no todo, em partes, ou em resumo, através do seu programa editorial.

Art. 1 6 - 0 pedido de inscrição significará a aceitação por parte do concorrente, de todas as exigências regulamentares e o não cumprimento de qualquer disposição implicará na sua automá­tica desclassificação.

Art. 17 - Fica o Coordenador de Educação Física no Ensino Superior, da Subsecretaria de Educação Física, incumbido de Coordenar e Su­pervisionar a realização do certame em todas as suas fases.

Art. 18 - Os casos omissos serão resolvidos pela Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação.

Art. 19 - Esta Portaria entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO Responsável pela SEED

PORTARIA Nº 12, DE 10 DE OUTUBRO DE 1989

O Secretário de Educação Física e Despor­tos do Ministério da Educação, no uso de suas atribuições e de acordo com o que dispõe o arti­go 4º, inciso I, da Portaria Ministerial nº 388, de 20 de junho de 1989, resolve:

Art. 1º - Designar como membros da Co­missão Julgadora do 39 Prémio Jayr Jordão Ra­mos de Monografias nas Áreas de Educação Fí­sica, Desportos e Lazer:

I - Professor Luiz Washington Cancella, da Universidade Gama Filho;

II - Professor Mário Ribeiro Cantarino Fi­lho, da Universidade de Brasília;

III - Professora Keila Elizabeth Fontana, da Universidade de Brasília.

Art. 2º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO Responsável

PORTARIA Nº 13, DE 07 DE NOVEMBRO DE 1989

Homologa o resultado final do 3º Prémio Jayr Jordão Ramos de Monografias nas áreas de Educação Física, Desportos e La­zer.

O Secretário de Educação Física e Despor­tos do Ministério da Educação, no uso de suas atribuições, de acordo com o que dispõe o item IV do artigo 4º da Portaria Ministerial nº 388, de 20 de junho de 1989, o artigo 11 da Portaria nº 09 da Secretaria de Educação Física e Despor­tos, de 27 de junho de 1989, e considerando:

a) que neste ano o 3º Prémio Jayr Jordão Ramos integra os festejos comemorati­vos do Centenário da Proclamação da República Federativa do Brasil;

b) o resultado final do julgamento do 3º Prémio Jayr Jordão Ramos, constante da ata da reunião da Comissão Julgadora, especificamente realizada para esse fim;

c) a identificação dos autores das obras classificadas, de acordo com o que pres­creve o artigo 11, da Portaria nº 09 da Secretaria de Educação Física e Despor­tos, de 27 de junho de 1989.

Resolve:

Art. 1º - Fica homologada a decisão da Comissão Julgadora do 3º Prémio Jayr Jordão Ramos de Monografias nas áreas de Educação Física, Desportos e Lazer de 1989, cujo resulta­do final é o seguinte:

1º Lugar: "O Perfil dos Escolares de 07 a 14 anos através de medidas antropométri-cas"

Autor: Paulo Roberto dos Santos Soares et alii, da Universidade Federal de Pelotas

Orientador: Prof. Volmar Geraldo da Silva Nunes

2º Lugar: "Educação Física na 3ª Idade" Autor: Paulo Roberto dos Santos Amorim, da

Universidade Federal Rural do Rio de Ja­neiro

Orientador: Prof. Estélio H. M. Dantas

Art. 2º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO Responsável pela SEED/MEC

3º PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS "PERFIL DE ESCOLAS DE 7 A 14 ANOS

ATRAVÉS DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS" 1o. LUGAR

Autores: Paulo Roberto dos Santos Soares Cláudia Pinho Hartleben Fernando Osório Cláudio Rodrigues Cordeiro Luciana Marasciulo Dias Daniela Liopart Castro João António Siqueira Santos Maria Inocência Souza Rodrigues Sibeli Madruga Fossati Viviane Almeida de F. Santos

Pseudónimo: Kayporas

Orientador: Prof. Volmar Geraldo da Silva Nunes

Instituição: Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas

1989

RESUMO

O estudo teve como objetivo obter valores médios de estatura e peso corporal, de escolares de 7 a 14 anos, de ambos os sexos, dos estabe­lecimentos de ensino municipal da cidade de Pe-lotas-RS. Foram avaliados 640 escolares, sendo 320 de cada sexo, determinados através de pro­cedimentos aleatórios simples. Os instrumentos

utilizados para medir as variáveis foram: um es-tadiômetro de madeira e uma balança de ala­vanca com precisão de 100 gramas. Para con­fecção das curvas de crescimento e desenvolvi­mento, foram empregados os percentis 10, 25, 50, 75 e 90. Os dados obtidos poderão ser utili­zados como padrão referencial para escolares da mesma faixa etária na zona sul do estado do Rio Grande do Sul.

Sumário

1 - Introdução 127

2 - Medidas Antropométricas 129 2.1 - Introdução 129 2.2 - Estatura 129 2.3 - Peso 133 2.4 - Tendência secular em crescimento e maturação 134

3 - Metodologia 135 3.1 - Caracterização da pesquisa 136 3.2 - População e amostra 136

3.2.1 - Descrição da população 136 3.2.2 - Descrição da amostra 136 3.2.3 - Justificativa da amostra 136

3.3 - Instrumentos de medidas 136 3.3.1 - Descrição dos instrumentos 136

3.3.1.1 - Ficha de dados individuais 136 3.3.1.2 - Fita métrica de PVC 137 3.3.1.3 - Balança 137 3.3.1.4 - Estadiômetro 137

3.3.2 - Testagem dos instrumentos 137 3.4 - Plano de coleta de dados 137

3.4.1 - Antes da coleta dos dados 137 3.4.1.1 - Aplicação piloto 137

3.4.2 - Durante a coleta de dados 137 3.4.2.1 - Ficha de dados individuais 137 3.4.2.2 - Determinação do peso 137 3.4.2.3 - Determinação da estatura 138

3.5 - Tratamento estatístico dos dados 138

4 - Resultados e discussão 138

5 - Considerações Finais 142

Referências bibliográficas 143

Anexo I 145

INTRODUÇÃO

Atualmente, a maioria dos professores de Educação Física começam a preocupar-se em como crescem e se desenvolvem seus alunos para poder realizar um trabalho que possa real­mente ajudá-los a desenvolverem-se dentro de padrões normais. Para STOUT et alii (s.d., apud JAHNKE, 1981), os dados antropométricos, as­sim como outros, são valiosos, pois eles:

- refletem as alterações corporais da popu­lação de uma determinada região, permi­tindo comparações intergrupos;

- proporcionam uma estimativa grosseira do estado de saúde de um indivíduo ou de grupos de indivíduos, relativos aos cres­cimento, desenvolvimento, nutrição, etc; e

- envolvem inúmeros processos fisiológi­cos, como alterações de peso, estatura, superfície corporal, entre outros.

A interação entre os processos de cresci­mento e desenvolvimento implica em aspectos de grande relevância, pois do ponto de vista prá­tico, admite-se que uma criança que está cres­cendo dentro de padrões considerados normais, possivelmente está se desenvolvendo normal­mente.

A apreciação do crescimento e desenvolvi­mento pode ser realizada pela comparação das

medidas obtidas da criança com os índices for-necidos por tabelas e gráficos estabelecidos pa­ra os diversos nichos ecológicos, isto é, onde nascem, crescem e se desenvolvem as crianças. Assim, o professor poderia reconhecer as alte­rações do ritmo de crescimento de seus alunos, as eventuais interrupções e a velocidade do rit­mo normal e etc, para melhor adequar o seu tra­balho.

Não se deve esquecer que ao trabalhar com seres humanos, nunca se pode precisar com exa-tidão uma resposta constante. Não existe um va­lor normal, mas uma faixa de valores normais. Empregando-se as técnicas estatísticas obtém-se a normalidade estatística, isto é, o que mais frequente, o habitual.

Desta forma, o problema que estimulou a realização deste estudo é assim configurado:

"Qual é a média de estatura e peso corporal de escolares de ambos os sexos, de 7 a 14 anos, da rede de ensino municipal da cida­de de Pelotas-RS?"

O objetivo do estudo foi possibilitar aos professores de Educação Física a obterem uma avaliação real do peso corporal e estatura dos escolares da cidade de Pelotas de 7 a 14 anos, através dos parâmetros a serem criados.

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentadas as prin­cipais medidas antropométricas, estatura e peso, assim como a sua importância para o crescimen­to e desenvolvimento da criança, os quais tem sido objeto de várias análises, mas ainda se está longe de possuir os elementos necessários para definir, com razoável segurança, como crescem e se desenvolvem as crianças e adolescentes da região.

O crescimento normal de uma criança é a melhor expressão de sua saúde. Seus desvios podem indicar, ou pelo menos alertar, para existência de possíveis enfermidades. O estudo do crescimento e desenvolvimento da criança deve levar em conta dois fatores fundamentais:

- o aumento do tamanho da criança, medi­do através do peso estatura; e

- a maturação biológica, medida através de diversos parâmetros de avaliação, como por exemplo, a maturação esquelética que é calculada por meio de radiografias dos centros de ossificação, em confronto com padrões normais.

Além de procurar auxiliar na pesquisa como cresce e se desenvolve os diferentes "homens brasileiros", o profissional de Educação Física deve utilizar os dados obtidos, através da men-suração do peso e estatura, para melhor dosar o seu programa educativo. Para tanto é necessário não só mensurar, mas sim, avaliar os escolares em termos individuais e coletivos.

ESTATURA

Para GOMES DE SÁ (1975, p.111):

"Estatura é definida como a distância em

linha reta entre o vértex e o piso sobre o qual se apoiam os pés, estando o indivíduo em posição ereta".

A estatura no decurso geral da vida, passa por 3 fases de evolução, segundo HEGG & LUONGO(1971, p.25):

"- fase de evolução progressiva, que vai do nascimento até 21 ou 25 anos aproxima­damente;

- fase de estabilização, que ocorre durante a vida adulta e que vai até os 50 anos aproximadamente;

- fase de ligeira regressão, com dimi­nuição de cerca de 3%, a partir dos 50 anos, motivada pela involução senil dos discos intervertebrais, com consequente acentuação das curvaturas da coluna vertebral".

TANNER (1980, apud MARCONDES, 1982), afirma que do ponto de vista social a estatura dos indivíduos de uma comunidade é um indica­dor do estado de saúde de toda a população.

BEE (1977, p.78), salienta que:

"É difícil acreditar que o bebé recém-nasci-do já tem cerca de um terço de sua estatura final e que pelos 2 anos de idade ele tem cerca de metade da estatura que terá quan­do completar seu crescimento".

De acordo com HEGG & LUONGO (1971), o recém-nascido apresenta em média um compri­mento de 50 cm para o menino e 49 cm para a menina. Aos 2 anos, a criança alcança o com­primento de 85 cm, praticamente a metade da estatura que terá na idade adulta.

BAYLEY (s.d., apud PILLA, 1977), diz que se pode determinar a estatura projetada de uma pessoa, verificando a sua estatura aos 2 anos de idade, e empregando a seguinte percentagem numa regra de três:

- Sexo Feminino - para o sexo feminino a estatura aos dois anos de idade é igual a 52% da estatura que a criança teria quando adulta. Ar-ma-se a regra de três da seguinte forma:

1. Supondo que a criança tivesse 81 cm aos dois anos:

2. Cálculo:

onde:

EP = estatura projetada, expressa em cm.

3. Estatura projetada desta criança será igual a 167 cm.

- Sexo Masculino - empregando o mesmo raciocínio, obtém-se a estatura projetada para o sexo masculino, sabendo-se que sua estatura aos dois anos é de 48,5% que terá quando adul­to.

Pode-se notar que há um crescimento bas­tante rápido durante os primeiros dois ou três anos, após o que, há um longo período, mais ou menos dos 3 aos 11 anos, em que o crescimento é estável e regular, seguido pelo assim chamado estirão de crescimento do adolescente, com uma taxa de crescimento de cerca de 8 a 10 centíme­tros por ano (BEE, 1977).

Na fase do estirão de crescimento, há um acentuado aumento na estatura dos meninos e meninas, o qual acompanha uma série de trans­formações anátomo-fisiológicas, quer dizer, na forma do corpo (morfologia) e no funcionamento dos órgãos (fisiologia).

Entre as transformações mais perceptíveis, nos meninos, são:

- crescimento dos órgãos sexuais; - alargamento da parte superior do tronco e

dos joelhos; - alongamento dos ossos dos membros,

mãos e pés; - aparecimento de pêlos na região púbica

(em torno dos órgãos sexuais), nas axilas e mais tarde sobre as mãos e dedos. No final da adolescência, aparecem pêlos no peito e rosto;

- mudança no timbre da voz para mais gra­ve;

- aumento da pressão sanguínea, acele­ração do pulso e da respiração até atingir a estabilidade normal;

- aumento na secreção das glândulas su­doríparas e sebáceas;

- possível surgimento da acne; e - aumento do apetite e duplicação da força

muscular.

Nas meninas observa-se:

- crescimento das glândulas mamárias (seios);

- surgimento de pêlos nas axilas e em torno dos órgãos sexuais (região púbica);

- alongamento dos ossos dos membros, dos pés e mãos e alargamento dos joe­lhos;

- aumento de gordura nas nádegas; e - dilatação da bacia, que é a cavidade ós­

sea resultante da união dos ossos ilíaco-com o sacro e o cóccix.

Dentro de cada sexo existem também va­riações no início do surto de crescimento que coincidem com a puberdade, onde acontece transformações (já descritas) do corpo de crian­ça no de um adulto e termina quando estas se completam. O indivíduo é considerado "criança", até que seja sexualmente maduro; daí, é chama­do "adolescente". Na figura 1 mostra-se como a puberdade se superpõe tanto à infância quanto à adolescência.

Algumas meninas e rapazes de maturação precoce experienciam um pico de velocidade em seu surto de crescimento muito antes da média de 12-14 anos, e alguns rapazes e meninas amadurecem muito mais tarde. As curvas de crescimento precoce e tardio são apresentadas nas figuras 2 e 3.

As pessoas de amadurecimento precoce tendem a apresentar um surto de crescimento

Figura 1 - A puberdade se superpõe ao final da infância e ao início da adolescência. Fonte: HURLOCK (1979, p. 30)

Figura 2 - Curvas de crescimento de estatura, por idade, para rapazes com taxas médias, aceleradas e retardadas de maturação. Fonte: BAYLEY (1956, apud MCKINNEY et alii, 1983, p. 42)

Figura 3 - Curvas de crescimento de estatura, por idade, para meninas com taxas médias, acé eradas e retardadas de maturação. Fonte: BAYLEY (1956. apud MCKINNEYetalii, 1983, p. 43)

Figura 4 - Incrementos anuais médios de crescimento em estatura de rapazes e meninas de maturação precoce e tardia (as categorias •'precoce" e "tardia" determinadas pela idade de crescimento máximo). Fonte: HORROCKS (1939, apud MCKINNEY, 1983. p. 44)

adolescente mais intenso do que as pessoas de amadurecimento tardio (Figura 4). TANNER (1968, p.94) acrescenta que:

"nos indivíduos de amadurecimento preco­ce, todo o processo se desenrola mais rapi­damente e também de um modo mais in­tenso, pelo que um resultado total maior é obtido apesar da menor quantidade de tem­po requerida pelo processo".

Entretanto, um interessante corolário dessa persistência do crescimento é que, para ambos os sexos, as diferenças entre indivíduos de ama­durecimento precoce e de amadurecimento tar­dio são mais evidentes no peso adulto do que na estatura adulta, de modo que, ao chegarem à idade adulta, os indivíduos de amadurecimento precoce tendem a registrar mais peso para a es­tatura do que os de amadurecimento tardio.

Para que se possa verificar o crescimento normal de um indivíduo, vários estudos tem sido desenvolvidos para determinar a estatura adulta, isto é, poderia-se prever a estatura final de um indivíduo após o nascimento ou aos 2 anos.

MARCONDES (1970, p.11 e 12), coloca que:

"As relações entre a estatura de uma crian­ça e a estatura de seus pais estão plena­mente estudadas e estatisticamente com­provadas. Pesquisas evidenciam uma re­lação pouco precisa entre a estatura da criança e a estatura do pai ou da mãe; en­tretanto, relacionando-se a estatura da criança com a média aritmética das estatu­ras de pai e mãe, obteve-se correlação de grande significado. Os dados sugerem que a contribuição do pai e da mãe para a esta­tura do filho é mais ou menos igual".

As relações entre filha e pais são melhores do que as relações entre filho e pais, o que con­firma, mais uma vez, que o crescimento de me­ninas é melhor canalizado, isto é, menos sus­ceptível das influências ambientais do que o crescimento de meninos.

WEECH (1954, apud PILLA, 1967, p.116), usando:

"A correlação entre a estatura dos pais e dos filhos desenvolveu uma fórmula ma­temática que foi aplicada por HUGHES, em

Michigan, num estudo em 62 crianças acompanhadas até a idade adulta. Os resul­tados finais variaram apenas em mais ou menos 2,8 cm do previsto".

EA = (0.545 x EC2) + (0,544 x EMP) + 26.628 - Feminino

EA = (0.545 x EC2) + (0.544 x EMP) + 37,694 - Masculino

onde: EA = Estatura adulto, expressa em cm EC2 = Estatura da criança aos 2 anos de idade EMP = Estatura média dos pais

PESO

O peso de um indivíduo é constituído por 3 partes, como descrevem HEGG & LUONGO (1971, p.38), onde:

"- uma parte é relativamente fixa e ine­vitável, representada pelo esqueleto, vísceras, sistema nervoso e pele, equi­valente a 33% do peso;

- uma segunda, necessária e útil, consti­tuída pelos músculos e modificável con­forme o estado de saúde, condições de vida e atividades físicas, equivalente a 50% do peso; e

- uma terceira, variável desnecessária ou inútil, representada pelo tecido celular subcutâneo, tecido gorduroso e água, equivalente a 17% do peso".

MATHEWS (1980, p. 261), diz que:

"O peso total do corpo menos o peso de gordura corporal é denominado massa ma­gra. A massa magra é relativamente cons­tante no homem enquanto que a gordura pode apresentar considerável variação".

Considera-se o peso corporal constituído pelas massas magra e gorda, sendo a primeira formada por todos os tecidos e órgãos corporais, com exceção do tecido gorduroso, que forma a massa gorda.

WILMORE & BELINKE (1969, apud MA­THEWS, 1980), através das medidas de circun­ferência abdominal e peso do corpo, chegaram

Segunda PILLA (1967, p.113), na previsão do peso:

Encontram-se dificuldades peio fato do peso ser uma medida intimamente ligada as condições ambientais, muito sensível e de ampla variabilidade Não guarda ligações maiores com a herança, mas sim com a nu­trição e os fatores sócio-econõmicos

TENDÊNCIA SECULAR EM CRESCIMENTO E MATURAÇÃO

Para MCKINNEY e colaboradores (1983, p.43 e 44), um aspecto fascinante do surto de crescimento é que:

"com os anos o processo de crescimento to­tal parece estar ocorrendo cada vez mais cedo; ou seja, as crianças tendem hoje a crescer mais rapidamente e a atingir mais cedo a estatura adulta do que crianças que há 100 ou 50 anos atrás".

As pessoas estão crescendo mais depressa, ficam maiores e atingem a estatura adulta mais cedo. Esta tendência em direção a um maior ta­manho e a maturação mais cedo é conhecida como tendência secular, já que vem sendo ob­servada de um século para outro.

Nas sociedades tecnologicamente desen­volvidas, ao redor do mundo, a idade média de menarca vem declinando três ou quatro meses por década durante o último século; as meninas da Grã-Bretanha, Estados Unidos, Noruega, Alemanha, Finlândia, Suécia e Dinamarca tem menstruado de 2 e meio a 3 anos e meio mais cedo do que há um século (TANNER, 1968).

Figura 5 - Tendência secular na idade de menarca, 1830-1960.

Fonte: TANNER (1962, apud MCKINNEY et ahi, 1983. p.46)

até uma fórmula onde se pode obter o peso ma­gro de um indivíduo.

Onde: PM = Peso magro, expresso em kg P = Peso do corpo, expresso em kg CA = Circunferência abdominal, expressa

em cm

De posse do valor do peso magro pode-se chegar ao cálculo em percentagem de gordura total que o corpo possui:

BESSE (s.d., apud FISCHER, s.d.) propôs uma fórmula para calcular o peso ideal do corpo feminino através da estatura e perímetro da pan­turrilha.

onde: E = Estatura Tm = Perímetro da panturrilha

Para crianças de 2 a 12 anos, pode-se utili­zar com precisão a fórmula de PERNETTA (s.d., apud PILLA, 1967) para saber o peso ideal.

P = (I X 2) + 9

Onde: P = Peso do corpo I = Idade em anos

Os meninos, igualmente, parecem estar al­cançando mais cedo a maturidade sexual. Os re­gistros do século XVIII mantidos por Johann Se-bastian Bach esclarecem que os meninos, em seu coro, em geral podiam cantar como soprano até os 18 anos de idade; em 1959, as vozes dos escolares de Londres estavam mudando aos 13 anos (SULLIVAN, 1971).

A explicação mais óbvia parece ser a in­fluência de um melhor padrão de vida. As crian­

ças mais sadias, com melhor nutrição e as­sistência amadurecem mais cedo e se tornam maiores. Durante as fomes e crises económicas, a tendência secular se inverte (TANNER, 1968). O fato também é explicado como uma função do vigor híbrido, ou o "efeíto-bicicleta": quando os melhores meios de transporte juntaram os ho­mens e mulheres de áreas geográficas diferen­tes, os genes dominantes, como os da estatura, conseguiram alcançar mais pessoas.

METODOLOGIA

CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Com o objetivo de descrever dados antro-pométricos (peso corporal e estatura) de escola­res de 7 a 14 anos, de ambos os sexos, foi reali­zada uma pesquisa descritiva.

POPULAÇÃO E AMOSTRA

Descrição da População

Com informações da rede de ensino muni­cipal da cidade de Pelotas (RS), constatou-se que em 1988, nos cento e quarenta e sete esta­belecimentos de 1º e 2º graus, estavam matricu­lados 13175 alunos, na faixa etária de 7 a 14 anos, distribuídos por sexo e idade.

Descrição da Amostra

Levando em conta que apenas os autores realizaram a coleta de dados, decidiu-se traba­lhar com 50% dos estabelecimentos de ensino que tinham os dois graus completos (1º e 2º grau).

A etapa seguinte constituiu-se em selecio-nar, dentre os alunos que estivessem matricula­dos naqueles oito estabelecimentos escolhidos, uma amostra de 640 escolares distribuídos na forma indicada na tabela I.

Solicitou-se para as oito escolas escolhi­das, listas contendo a identificação dos alunos, por sexo e idade. À partir destas listas, nas esco­las foram sorteados os alunos.

Justificativa da Amostra

A escolha desta amostra deveu-se aos se­guintes aspectos:

A. - a utilização de 40 sujeitos em cada fai­xa etária e sexo prendeu-se ao fato de que para uma amostra ser considerada grande deverá possuir 30 elementos ou mais (CALDEIRA, in MATSUDO, 1982); e

B. - a escolha da faixa etária entre sete e quatorze anos deveu-se ao fato de que o profes­sor de Educação Física ministra aulas em esco­las de 1º e 2º graus, à partir da 1ª à 8ª série, o que vem a corresponder a faixa etária escolhida.

Instrumento de medidas

Para a mensuração das variáveis desta pesquisa foi desenvolvido um instrumento, cha­mado ficha de dados individuais, além de outros dois instrumentos já existentes.

Descrição dos Instrumentos

Ficha de dados individuais - para ano­tação dos dados utilizou-se uma ficha individual que consistia no seguinte: nome do sujeito, es­cola, sexo, idade, estatura, peso (anexo I).

TABELA I

Esquema da amostra distribuída por sexo e por idade dos alunos

Sexo Idade

7 8 9

10 11 12 13 14

Masculino

40 40 40 40 40 40 40 40

Feminino

40 40 40 40 40 40 40 40

Fita métrica de PVC - Foi utilizada uma fi­ta métrica de PVC com 150 centímetros

Balança - O instrumental usado para de­terminação do peso corporal foi uma balança de alavanca, marca FILIZOLA, com precisão de 0,1 kh.

Estadiômetro - Para medir a estatura utili-zou-se um estadiômetro de madeira com altura máxima para medir 200 centímetros.

O estadiômetro é constituído de uma parte fixa a parede, onde desliza um cursor no qual mede-se a estatura do indivíduo na posição de pé. A outra parte é a plataforma do aparelho a qual encontra-se nivelada com o zero da escala.

Testagem dos Instrumentos

A ficha de dados individuais foi testada quando a sua objetividade por três especialistas em Educação Física e, a balança e o estadiôme­tro foram calibrados a cada 10 sujeitos exata-mente, durante a coleta dos dados.

PLANO DE COLETA DE DADOS

Antes da coleta dos dados

Esta fase do estudo obedeceu as seguintes etapas:

- contatos com a Secretaria Municipal de Educação para solicitar autorização para coletar os dados;

- escolha das escolas que fizeram parte da amostra;

- entendimento com as direções das esco­las escolhidas;

- sorteio dos escolares que compuseram a amostra; e

- confecção das fichas de dados indivi­duais.

Aplicação Piloto - Constando do treina­mento dos pesquisadores e do desenvolvimento da metodologia, foi planejado e realizado o no­me antropométrico em 60 sujeitos, sendo 30 de cada sexo.

Os exames foram desenvolvidos em três escolas, que não foram sorteadas e objetivaram basicamente:

- desenvolvimento da habilidade dos pes­quisadores na utilização da metodologia;

- possibilitar o manuseio dos instrumentos de medidas; e

- alertar sobre as peculiaridades da utili­zação dessa metodologia.

A partir do desenvolvimento dos exames constatou-se que:

- dever-se-ia explicar o objetivo do estudo aos avaliados em conjunto e realizar o exame com apenas um sujeito na sala, pois existe um constrangimento por parte do avaliado em relação aos colegas; e

- para a dinâmica do experimento dever-se-ia adotar o exame em dias de aulas de Educação Física, pois os alunos já esta­riam uniformizados de acordo com a me­todologia aplicada. Um fato importante foi levado em consideração, a realização do exame antes da aula de Educação Fí­sica, senão haveria prejuízos à aula.

Durante a coleta dos dados

A coleta de dados constou do seguinte:

Ficha de dados individuais - Preenchi­mento da ficha de dados individuais, antes da chegada na escola, pelos pesquisadores.

Determinação do peso - A determinação do peso obedeceu aos seguintes itens (MAR­CONDES et alii, 1982):

- verificou-se, cuidadosamente, a cada pe­sagem o nivelamento da balança;

- pesou-se o indivíduo com um mínimo de vestimenta, uma peça para o sexo mas­culino e duas peças para o sexo femini­no, não se descontando o peso destas peças;

- anotou-se o peso com a variação mínima de 0,1 kq.

Figura 6. Posição na balança

Determinação da estatura - A determi­nação da estatura obedeceu aos seguintes itens (MARCONDES et alii, 1982):

- mediu-se o indivíduo com a mesma ves­timenta usada por ocasião da pesagem; e

- colocou-se o indivíduo na posição ereta, Com os membros superiores pendentes, ao longo do corpo, os calcanhares, os glúteos, o dorso e a cabeça, encostados no plano vertical da escala.

Figura 7. Posição no estadiômetro.

TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS

Os pesquisadores estando interessados em construir curvas de crescimento e desenvolvi­mento, utilizaram o percentual na construção das mesmas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos junto aos sujeitos que compuseram a amostra foram analisados com referência a média aritmética e o desvio padrão, conforme a tabela II.

Analisando os dados obtidos no presente trabalho, pode-se inferir que:

- na variável peso corporal, para ambos os sexos, existe um aumento progressivo desde os 7 até 14 anos. Quando estabe­lece uma comparação entre sexos, tem-se que nas faixas etárias de 7, 9, 10, 11 e 12 anos os escolares do sexo feminino são mais pesados do que os do sexo masculino, ocorrendo o inverso nas fai­xas etárias de 8, 13 e 14 anos;

- na variável estatura, verifica-se também o aumento progressivo, de ambos os se­xos, desde os 7 a 14 anos. No confronto das médias entre os sexos, tem-se que nas faixas etárias de 10, 11 e 12 anos os

escolares do sexo feminino são maiores do que os do sexo masculino, ocorrendo o inverso nas faixas etárias de 8, 9, 13 e 14 anos. Na faixa etária de 7 anos, a es­tatura é a mesma para ambos os sexos.

Os resultados do peso corporal, desta pes­quisa, nas idades de 9 e 10 anos concordam com os de MANNING (s.d.), que diz serem as meni­nas mais pesadas que os meninos; entretanto, não concordam com os de BEE & MITCHEL (1984), salientam que os meninos são mais pe­sados do que as meninas nas idades de 11 e 12 anos.

Em relação à estatura, na idade de 7 anos, em que os resultados obtidos por ambos os se­xos foram semelhantes, o fato é explicado por PAPALIA (1981), segundo o qual as crianças de pouca idade apresentam pouca diferença em pe­so e estatura. Na idade de 9 anos os meninos são mais altos que as meninas, mas nas idade de 11 e 12 anos perdem em estatura, o que, se­gundo BEE & MITCHEL (1984) é normal, já que em torno dos 11 anos ocorre nas meninas o "es­tirão da adolescência", ganhando estatura.

É interessante frisar, diante da discordância entre os autores no que se refere a peso corporal

TABELA II

Médias e desvios padrões das variáveis peso corporal e estatura dos escolares de ambos os sexos, de 7 a 14 anos.

e estatura, que os níveis de hormônios, a raça, a classe socioeconómica e as condições de saúde podem influenciar o ritmo de crescimento e de­senvolvimento.

Com base nos resultados encontrados na tabela II, tem-se as curvas de crescimento e de­senvolvimento dos escolares de 7 a 14 anos, as quais servem para avaliação dos escolares dos estabelecimentos de ensino do município de Pe-lotas-RS.

Estas curvas são expressas em percentis. Os percentis são, pois, pontos estimativos de uma distribuição de frequência que determinam uma da porcentagem de indivíduos que se loca­lizam abaixo ou acima deles.

Para avaliação da curva de crescimento e desenvolvimento dos escolares Pelotenses, fez-se necessário a criação de normas para a ca­racterização do crescimento físico e para o diagnóstico e classificação dos distúrbios do crescimento e do estado nutricional. Estas nor­mas são as seguintes:

1. Estatura

Estatura normal = estatura localizada entre os percentis 10 e 90.

Estatura anormal a. Por deficiência (baixa estatura) = estatura

inferior ao percentil 10. b. Por excesso (alta estatura) = estatura su­

perior ao percentil 90.

Situações de Vigilância

Para baixa estatura = estatura localizada entre os percentis 10 a 25.

Para alta estatura = estatura localizada en­tre os percentis 75 a 90.

2. Peso Corporal

= Peso localizado entre os percentis 10 a 90.

Peso anormal

a. Por deficiência (baixo peso) = peso infe­rior ao percentil 10

b. Por excesso (alto Peso) = peso superior ao percentil 90.

Situação de vigilância

Para baixo peso = peso localizado entre os percentis 10 a 25.

Para alto peso = peso localizado entre os percentis 75 a 90.

É importante, salientar à presença de crité­rios para reconhecimento de tipos morfológicos, com base na relação entre os percentis da esta­tura e do peso corporal. Tais relações podem ser harmónicas ou desarmônicas, oferecendo várias alternativas biotipológicas, de importância clíni­ca, e que podem ser erroneamente confudidas com estados carenciais, sobretudo se o percentil do peso é baixo. Normossomia é a situação mé­dia, em que peso e estatura condicionam uma compleição considerada harmónica do corpo (percentil do peso e da estatura situados entre os percentis 10 e 90; não ocorrendo uma dife­rença entre ambos superior a 30 percentis). Na hipossomia, peso e estatura estão abaixo do normal, contudo ainda harmónicos: são crianças normais porém "edições em miniatura" do nor-mossômico (percentil do peso e da estatura infe­rior ao percentil 10). Hipersomia é a condição na qual há desenvolvimento excessivo de peso e estatura, harmónicos (percentil do peso e estatu­ra superior ao percentil 90). Longilíneo é o tipo constitucional com desarmonia entre peso e es­tatura: há redução dos diâmetros transversos, estrutura óssea grácil, coração em gota, pulso fi­liforme, vagotonia, hipotonia muscular e tempe­ramento esquizóide (percentil de peso inferior ao percentil da estatura com diferença até 60 per­centis). Inversamente, no tipo brevilíneo, a crian­ça tem estatura média ou inferior e aumento dos diâmetros transversos, apresentando distonias neurovegetativas, com tendências à bradicardia, dermografismo, secreções abundantes e tempe­ramento ciclóide (percentil do peso superior ao percentil da estatura com diferença até 60 per­centis).

Nas figuras 8, 9, 10 e 11, tem-se as curvas de crescimento e desenvolvimento dos escolares pertencentes aos estabelecimentos de ensino municipal da cidade de Pelotas-RS.

Figura 8 - Peso corporal de escolares masculinos de 7 a 14 anos, de estabelecimentos de ensino municipal de Pelotas. Percentis 10, 25, 50, 75 e 90.

Figura 9 - Estatura de escolares masculinos de 7 a 14 anos, estabelecimentos de ensino municipal de Pelotas. Percentis 10, 25, 50, 75 e 90.

Figura 10 - Peso corporal de escolares femininos de 7 a 14 anos, estabelecimentos de ensino municipal de Pelotas. Percentis 10, 25, 50, 75 e 90.

Figura 11 - Estatura de escolares femininos de 7 a 14 anos. de estabelecimentos de ensino municipal de Pelotas. Percentis 10, 25, 75 e 90.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apreciando-se o objetivo viabilizado para este estudo, pela análise dos resultados, consi-dera-se:

- que o peso corporal dos escolares femi­ninos nas faixas etárias de 7, 9, 10, 11 e 12 anos são superiores aos dos masculi­nos: ocorrendo o inverso nas faixas etá­rias de 8. 13 e 14 anos;

- que a estatura dos escolares femininos de 10. 11 e 12 anos são superiores as dos masculinos, ocorrendo o inverso nas faixas etárias de 8, 9, 13 e 14 anos.

Esses dados estão de acordo com DORIN (1978), PFROMM NETTO (1979), HUKLOCK (1979) e MCKINNEY e colaboradores (1983), que dizem que a puberdade inicia antes nas meninas do que nos meninos, e que na menina a puber­dade poderia começar aos 11 anos enquanto que no menino aos 12 ou 13 anos. Com início da pu­berdade começa a fase do estirão de crescimen­to onde o indivíduo aumenta de 8 a 10 centíme­tros por ano. Se a puberdade começa primeiro nos sujeitos do sexo feminino, isso vem compro­var o porquê dos mesmos serem mais altos nas idades de 11 e 12 anos que os do sexo masculi­no.

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TANNER, J.M. Ealier maturation in man. Scienti-fic American, January. 1968, 218, 21-27.

ANEXO I

FICHA DE DADOS INDIVIDUAIS

FICHA DE DADOS INDIVIDUAIS

3º PRÉMIO JAYR JORDÃO RAMOS "EDUCAÇÃO FÍSICA NA TERCEIRA IDADE"

2º LUGAR

Autor: Paulo Roberto dos Santos Amorim

Pseudónimo: Betto

Orientador: Prof. Estélio Henrique Martin Dantas

Instituição: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

1989

INTRODUÇÃO

Uma série de fatores sociais, psicológicos e fisiológicos colocam o idoso numa situação onde se torna vítima dos mais diversos tipos de preconceitos e o faz crer que não tem como reagir a tal situação. Como orientar o idoso e a sociedade que; quem está sendo discriminado em pouco tempo constituirá a maior parte da população mundial, segundo estatísticas de diversos países? Como tornar as pessoas cônscias da ne­cessidade de uma atividade física orientada para que o "amanhã" seja mais saudável?

O presente trabalho tem como pretensão lançar uma nova luz so­bre o assunto e colaborar com os estudos ainda tão carentes sobre "A EDUCAÇÃO FÍSICA NA TERCEIRA IDADE".

ASPECTOS SÓCIO-PSICOLÓGICOS

Vivemos numa sociedade onde cada vez mais o indivíduo é valorizado pelo que produz e não pelo que é ou representa. A vida atribulada das grandes cidades acaba por nos fazer esque­cer quem somos, o que buscamos e nos conduz a um egocentrismo materialista.

Vendo a Educação Física como meio de in­tegração social, procuramos usá-la em toda a sua plenitude para a formação da consciência de uma nova sociedade mais humana que. apesar dos percalços de um crescimento desordenado, ainda valorize o homem enquanto ser social e participativo em sua elaboração independente de cor, credo, raça ou idade. Este último um pre­conceito, que causa uma distorção na história, pois os valores ancestrais de respeito ao conhe­cimento dos idosos e aproveitamento de suas experiências para o desenvolvimento da comu­nidade, garantindo, assim, ao homem num mo­mento em que características fisiológicas dimi­nuem suas funções vitais, um lugar de destaque na sociedade, que enxergava que se do ponto de vista físico sua atividade era diminuída, em con­trapartida suas vivências acumuladas eram um grande poço ainda borbulhante de vida pronto a ser explorado, foram esquecidos.

Este preconceito iniciou-se com a industria­lização da sociedade, que a tudo torna descartá­vel, e hoje passa pelo preconceito intelectual em virtude do tratamento muitas vezes pejorativo e do segundo plano sempre delegado aos idosos nas diversas manifestações culturais.

Existe, ainda, o preconceito em relação ao mercado de trabalho onde, agravada pela crise, a competição é muito grande e sempre um idoso é preterido em favor de um novo.

Como ponto culminante de todos estes pre­conceitos, temos o estigma dos aposentados,

considerados em nossa sociedade com alguém que já deu o máximo de si, já foi sugado ao má­ximo, e como uma velha máquina, deve ser dei xado de lado, de forma a não ocupar o lugar de uma mais nova e produtiva.

Como diz VERA VINHÁES, a sociedade através de um processo de aposentadoria reco­nhece no idoso apenas dois direitos: o de deixar de trabalhar e o de receber uma pensão, nada é pensado sobre seu bem-estar biopsicosocial, já que ele deixou de existir. Deixou de existir se acatar as decisões tomadas por uma sociedade com uma visão unilateral de mundo, mas se o aposentado encarar estes direitos como uni prémio e um estímulo ao início de uma nova fase de vida onde é o momento de canalizar suas energias e exp9riências acumuladas em prol de uma atividade que lhes seja prazeirosa. num se­gundo piano, necessária como é o caso da gran­de maioria de nossa classe trabalhadora que se aposenta, ou seja, que traga alguma compen­sação financeira, pois pela pensão recebida, além dos problemas psicológicos, fisiológicos e sociais, irá também encontrar problemas econó­micos que só servirão como agravante de todos os outros.

O crescimento da população de idosos é um fenómeno mundial cujo principal fator é a baixa da natalidade. No Brasil, em um período de qua­tro anos, a fertilidade chegou a cair 19%.(13) Es­ta baixa natalidade pode chegar a níveis quase críticos, como na Alemanha, onde se prevê, que no ano 201 0, em Munique, 50% da população terá mais de 60 anos de idade. (14)

Associando-se estes dados com o aumento da expectativa de vida em função dos grandes avanços da Medicina e de outras áreas da saú­de, temos um problema de graves consequên­cias para os anos vindouros. Pode-se prever uma grande queda de produtividade, visto que a

grande maioria de nossos idosos são inativos segundo dados do IBGE. (1987/88)

Não existe um indicador cronológico exclu­sivo para determinar a faixa etária a que perten­ce a classe idosa, até mesmo pelas grandes va­riações individuais e pelas mudanças ocorridas pelo aumento da perspectiva de vida; o que se faz é dividir em etapas, e, utilizando a etapa considerada pela FUNDAÇÃO DA TERCEIRA IDADE, vamos chamar de na terceira idade as pessoas acima de 55 anos. Nunca esquecendo, portanto, vale ressaltar, que não é apenas a ida­de cronológica a determinante para se classificar alguém como idoso, vários fatores psicológicos, emocionais, intelectuais, raciais, religiosos e culturais influem nesta classificação.

Todos os dados citados anteriormente ser­vem de diretrizes para avaliarmos a situação do idoso na sociedade e o grau de degeneração que se deixa ficar, entregando-se a uma situação muito cómoda de aceitação; tornando seus cor­pos, suas consciências e sua saúde seriamente comprometidos por um determinante grave: a inatividade.

Inatividade que leva a perda da autocon­fiança e com isso a um grave problema de ajus­tamento, pois o idoso irá participar de um novo grupo social e a partir dessa relação passa a pensar, sentir e agir dentro dos padrões aprova­dos por este novo grupo, o qual com a sua che­gada tem atitudes positivas e negativas consti­tuindo, então, a antecipação social, (30) que são as expectativas do grupo em relação ao novo membro. Esta antecipação determinará a po­sição inicial do idoso no grupo, sendo assim fa­vorável ou desfavorável à sua integração.

Com o correr do tempo a posição inicial permanence ou se altera dependendo, de um la­do, das reações e das qualidades pessoais do idoso e, de outro, das características do próprio grupo; além da perda de perspectiva do futuro quando esta inatividade física leva-o a viver nu­ma vida passada através de recordações e deva­neios, que quando comparativos só trazem cada vez mais um sentimento de impotência e con­sequente perda de seu propósito de vida. Ele se sente, portanto, supérfluo e inclinando cada vez mais para a introspecção e num momento onde está muito carente de relações sociais, tanto como para sua própria auto-afirmação enquanto cidadão que não tem apenas limitações, mas também potencialidades que podem ser explora­

das e que possam vir a suprir outras que se de­clinaram, tanto como para trocar experiências e continuar no processo de crescimento que carac­teriza o ciclo da vida.

Talvez o fator mais importante na autode-preciação, que se observa nos idosos, seja a ex­pressiva queda de seus parâmetros vitais, refle-tindo-se na perda da capacidade física.

A degenerescência física pela idade, se ocorrida dentro de um quadro de normalidade, não incapacita ninguém para uma vida produtiva e de relação, o que ocorre normalmente é o agravamento desta regressão do estado físico pelas doenças hipocinéticas, que podem ser combatidas pela atividade física através do trei­namento dos sistemas cárdio-circulatório e res­piratório.

A prática constante de atividade física, orientada desde a juventude, é uma garantia pa­ra um envelhecimento saudável, permitindo que o declínio das funções orgânicas se dê em de­corrência, fundamentalmente, de fatores here­ditários, retardando o surgimento de um quadro de senilidade. (SHEPHARD & SIDNEY) (39)

Se na juventude não houve condições para se iniciar esse processo, mais razões ainda se terá para realizar o condicionamento físico com o idoso a fim de minimizar os danos já causados ao organismo.

Por falhas culturais e sociais ao invés de se aproveitar o aumento do tempo de vida, alcan­çado pelo progresso científico e pelos milhões de dólares gastos nos diversos laboratórios de fisiologia, recorre-se aos hospitais e aos asilos tão onerosos aos cofres do serviço público de nossa sociedade, quando estes recursos pode­riam ser aplicados em programas de educação, esporte e lazer para satisfazer as necessidades dos nossos idosos.

O bom condicionamento físico certamente dar-lhes-á um impacto positivo no status de saú­de e na perspectiva mental das pessoas para consigo mesmas e para com a vida, proporcio-nando-lhes uma significativa melhoria na quali­dade de suas vidas, concomitantemente a ele­vação do grau de desenvolvimento do país que, segundo VERA VINHÁES, (43) pode ser conside­rado como indicado o percentual de idosos popu­lação.

EFEITOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO

GENERALIDADES

A partir dos 30 anos de idade, inicia-se o processo de degenerescência orgânica que irá prolongar-se até a morte.

Embora todas as funções do corpo humano sejam afetadas por este processo de declínio, elas o são em proporções diferentes. A figura 1 apresenta um quadro comparativo destas taxas de declínio.

Destaca-se na Figura 1 o fato de que a ve­locidade de condução do impulso nervoso é pou­

co afetada pela idade (queda de 10 a 15% dos 30 aos 80 anos), apesar do declínio da função nervosa que ocorre devido a outros fatores.

A função nervosa é poderosamente influen­ciada pela constante e progressiva morte de neurónios que ocorre com a idade (KAY, BEAMI-SH & ROTH 1964). (26) No cérebro do homem adulto normal (NICOL 1967) acusa a existência de 30 bilhões de neurónios (pág. 156) pós-miotá-ticos - que, como se sabe, são aqueles que não possuem a capacidade de se multiplicarem -sendo que, após os 30 anos estes mesmos neurónios, segundo o mesmo autor (pág. 155), necrosam-se a uma razão diária de 100.000 neurónios acarretando uma perda de peso do cé­rebro (o cérebro de um homem médio de 30 anos

Figura 1: Declínio em várias capacidades funcionais e medidas fisiológicas do homem. Os valores estáo ajustados a partir de um fndice de 100% para a idade de 30 anos (Lowenthal e col. 1979). (28)

pesa 1.400g ao passo que aos 85 anos pesará apenas 1.180g).

Outros fatores importantes na involução da função do sistema nervoso central são a dimi­nuição do fluxo sanguíneo cerebral em 20 a 30% (DAVIES 1972) (9), acarretando, segundo DA-VIES & GRIEW 1965, (10) a diminuição das re­servas de 02, da atividade enzimática, da respi­ração celular, do metabolismo do ATP e aumen­to da glicólise anaeróbica (caracterizando anore­xia).

Um fator não considerado na Figura 1 foi a força muscular. Aceita-se, hoje em dia, que so­mente após os 40 anos há uma significativa di­minuição da força muscular. A partir dessa ida­de, idosos que se mantiverem exercitados man­terão um ritmo de declínio desta qualidade física bastante inferior ao observado no sedentário, pois o fator responsável por este declínio será prioritariamente o devido à redução de velocida­de de condução do estímulo do sistema nervoso periférico (GOLDSMITH & HALE, 1971).

Experimentos, apresentados por GOLDS­MITH & HALE, 1971, mostram que a perda de força, devido a perda de proteína muscular em decorrência da inatividade, pode ser significati­vamente reduzida por exercícios realziados habi­tualmente.

FUNÇÃO CÁRDIO-VASCULAR

A velhice é uma etapa cronológica que se desenvolve de forma muito variável de pessoa a pessoa, mas em que o fator hereditário desem­penha papel de grande importância na acele­ração ou retardamento no processo de degene­rescência biológica (HALL 1973).

Há uma regressão anatómica e funcional de todo o organismo, sendo que a mais notória é a diminuição do rendimento cardiovascular e respi­ratório. Nessa etapa, a prática dos esportes e dos exercícios terá por objetivo uma manutenção da vitalidade da pessoa, sem intenções de am­pliá-la (HANSON, TABAHIN & LEVY 1968). (18)

No trabalho sobre a Mulher e o Idoso, edi­tado pela Sintex (41) em 1980, está relatado que "a função do miocárdio", assim como a irrigação cardíaca e seu funcionamento, ficam acentua­damente diminuídas nos idosos. Em muitos ca­sos, a causa dessa diminuição é muito evidente, pois se desenvolve uma coronariopatia ou uma doença valvular. Tal como uma etenose aórtica

ou, ainda, uma cardiomiopatia. Nesses casos específicos há uma abstenção voluntária com­preensível do idoso em relação ao exercício ou ao esporte. Existem, porém, inúmeras pessoas idosas com o aparelho cárdio-vascular em boas condições que, mesmo assim, apresentam uma grande intolerância ao exercício, preferindo a imobilidade.

LOWENTHAL e COL (1979), (28) relatam que:

"Há várias etiologias possíveis para expli­car a diminuição da função cardíaca no ido­so, mesmo quando não há evidência ana­tomopatológica de doença cardíaca, e sim uma alteração na função (isso é chamado de presbicardia). Pode ocorrer com os anos uma infiltração adiposa no miocárdio. Tem-se observado a infiltração intracelular de um pigmento marrom (chamado de lipo-fucsina). No entanto, esta infiltração não pode ser observada em todos os corações autopsiados de pessoas desta faixa etária".

Sobre a infiltração da lipofucsina no miocárdio, POMERANCE (37) (1976) relata que:

"Esta substância (lipofucsina) surge como grânulos marron amarelados nos pólos dos núcleos das fibras miocárdicas e é autofluo-rescente sob luz ultra-violeta. Não é encontrada na criança, mas é univer­salmente observada no miocárdio de idosos (acima de 65 anos), independentemente de sexo, raça ou patologias.

Outros fatores apontados por LOWENTHAL et alii (1979) como co-responsáveis pela redução da capacidade da função cárdio-vascular são: "diminuição das enzimas do miocárdio, alte­rações na estriutura microscópica das mitocôn-drias da fibra cardíaca e diminuição do potássio intracelular. A própria nutrição do miocárdio é limitada pela diminuição da permeabilidade da membrana basal dos capilares." Prosseguindo, os mesmos autores declaram que a atividade cardíaca alterada, em função da idade afeta a capacidade do idoso de adaptar-se às necessi­dades do esforço exigido pelo exercício."

GOLDMAN & ROCKSTEIN (15) relatam ha­verem constatado aumento do tecido plástico in­tersticial, colágeno e gordura nas aurículas além de um certo grau de atrofia muscular. Citando PAGE (1970), os mesmos autores referem-se a

sedentários da mesma faixa etária. Quando pessoas de meia-idade, que tiveram um passado ativo, seguem um programa regu­lar de exercícios aeróbicos por 10 anos ou mais, o declínio normal de 9 a 15% na ca­pacidade de trabalho e na Potência Aeróbi-ca Máxima é sustado. De fato, numa idade de 55 anos estas pessoas mantêm valores de presão sanguínea, peso corporal de V02max idênticos aos que apresentavam quando tinham 45 anos.

A fim de entender os efeitos do exercício sobre o idoso, é necessário evocar conceito de máximo consumo de oxigénio, definido como a quantidade máxima de oxigénio que o indivíduo pode absorver e que, apesar de vários fatores estarem incluídos, como o débito sistólico má­ximo, é diretamente proporcional ao máximo número de batidas no pulso por minuto. Chama-se relação VO2/FC (pulso de oxigénio) a cota de oxigénio absorvida em cada sístole. O VO2max e o pulso máximo de oxigénio vão diminuindo a partir dos 40 anos atingindo ao 65 anos, com 30 a 50% dos valores anteriores (HOLLMANN & HETTINGER (20) 1983). Pode-se verificar a di­minuição no V02max. apreciando-se a Figura 2.

Outro estudo feito por MOREHOUSE & MILLER (31) (1978) comparou a capacidade aeróbica de homens sedentários entre 50 e 59 anos; alguns dos quais não foram atletas em sua juventude enquanto outros, apesar de terem si-

Figura 2: Consumo máximo de oxigénio entre 10 e 70 anos, 85% dos examinados praticavam algum esporte. Homens em linha contínua e mulheres em linha tracejada (Venrath e Hol-Imann - 1965 - citados por Hollmann e Hettinger (20) - 1983).

(KARVONEN)

(JONES)

uma possível associação do aumento de gordura com as arritmias.

Mesmo em repouso, existem algumas alte­rações no eletrocardiograma, tais como pequeno do intervalo P-R, da duração de QRS e do inter­valo Q-T, além de diminuição da amplitude do QRS e do desvio do eixo para a esquerda. Surge a "insuficiência cardíaca fisiológica da velhice", assim denominada por WETZLER (1958), citado por MELLEROWICZ & MELLER (29) (1979).

Tudo isto irá se refletir no progressivo de­créscimo da frequência cardíaca máxima, que pode ser estimada por uma das seguintes fórmu­las, citadas por MCARDLE & COL (1979).

Como consequência da queda da F C m a x , o débito cardíaco diminui. Outra contribuição para a diminuição do fluxo sanguíneo é a redução do volume de ejeção ou débito sistólico, provavel­mente decorrente de mudanças na contratibili-dade cardíaca, do volume e da reserva intra-cardíaca de sangue - capacidade do ventrículo esquerdo e direito - (ISAACS (23) 1973).

Outra mudança no sistema cárdio-circulató-rio, apontada pelo mesmo autor, que pode ser atribuída à idade, é a redução da ciculação pe­riférica, talvez decorrente da redução da rede capilar periférica e consequentemente da razão existente entre o número destas e das fibras musculares.

Só não foi, ainda, bem determinado o grau de influência que tem sobre estas alterações o processo de envelhecimento em si e a dimi­nuição da atividade física.

No entanto, MCARDLE & COL (1981) rela­tam que:

"A vida sedentária provocará perdas na ca­pacidade funcional que serão maiores que o efeito do envelhecimento. Resultados de estudos sugerem que exercícios regulares permitem a indivíduos idosos a possuírem capacidade cardiovascular muito superior a

ou

do, abandonaram todas as atividades há mais de 20 anos. Para este grupo observou-se que V 0 2 m a x dos não-atletas foi de 30 ml/min/Kg ao passo que os ex-atletas apresentaram um V 0 2 m a x de 38 ml/min/Kg. Um terceiro grupo, da mesma faixa etária de ex-atletas que haviam continuado suas atividades, teve um V02 m a x de

53 ml/min/Kg. Os mesmos autores prosseguem: "é claro que este não é um dado conclusivo, pois a diferença atual no V O 2 m a x Pode ser fruto de um organismo mais bem constituído de nascen­ça. mas é um indicio de que a atividade física regular é fundamental para o idoso".

FUNÇÃO RESPIRATÓRIA

Com a idade se observa que a mobilidade da caixa toraxica diminui e, também, a elastici­dade pulmonar, aumentando a capacidade resi­dual iuncional e propiciando o desenvolvimento do "enfisema da velhice". Os valores mensurá­veis da capacidade vital diminuem após os 40 anos. mas o que influi bastante é a "compliance" e o ' closmg volume" (HARRIS & THOMSON (19) 1958).

Alterações mínimas na luz dos brônquios provocam uma acentuada diferença na resistên­cia brônquica à respiração. (HOLLMANN 1966). O volume gasoso intratorácico, que aumenta com a idade, tem uma estreita relação com o aumento da resistência brônquica ao fluxo respi­ratório. Por essa razão, é que se deve insistir pa­ra o idoso parar de fumar (HOLLMANN (21) 1966).

BAILEY, SHEPARD, MIRWALD & MCBRIDE (1974) posicionam-se sobre estes problemas da seguinte forma: "para todos os males do apare­lho respiratório acarretados pela idade, apenas uma chance de minimizá-los: o treinamento. O treinamento combate a diminuição da capacida­de funcional do aparelho respiratório, provoca o aumento do rendimento da capacidade respirató­ria, da capacidade viial, do volume-minuto respi­ratório máximo e do consumo máximo do oxigé­nio".

Concluindo-se, cita-se ASTRAND & COL (3) (1980):

"O declínio gradual na captação máxima de oxigénio observada após os 20 anos de ida­de é devido, pelo menos em parte, a uma diminuição na frequência cardíaca máxima. A inatividade constitui um outro fator que

deteriora a amplitude funcional do sistema transportador de oxigénio. Ela reduz o vo­lume de ejeção sistólica e, talvez, a eficácia da regulação durante o exercício."

FUNÇÃO NEURAL

O envelhecimento tem uma ação acumula­tiva sobre este sistema. Isto pode ser comprova­do pelo: declínio de 37% observado no número de axônios dos feixes medulares, decréscimo observado na velocidade de condução nervosa (vide FIGURA 1) e uma significativa perda das propriedades elásticas do tecido conjuntivo. Es­tas mudanças podem explicar parcialmente o decréscimo do desempenho neuro-muscular li­gado à idade (PERONNET 1979).

O tempo de reação pode ser subdividido em tempo da contração muscular e tempo para o processamento do estímulo, sendo este último poderosamente influenciado pela idade (HOL­LMANN & HETTINGER 1983).

MCARDLE & COL (1981) relatam que veri­ficações feitas em pessoas idosas mostraram que se a resposta não envolvesse a participação do cérebro, como no caso de reflexos (p. ex. pa-telar), o tempo e intensidade da resposta prati­camente não seriam afetados. No entanto, res­postas voluntárias como reações e tempos de movimentação sofrem esta influência, quer fos­sem movimentos simples ou complexos. O autor relata ainda que em todos os experimentos, no entanto, as pessoas fisicamente ativas (sejam elas jovens ou idosas) movem-se significativa­mente mais rápido que as pessoas menos ativas.

COMPOSIÇÃO CORPORAL

No mundo ocidental, o homem médio de 35 anos pode esperar ganhar de 0,2 a 0,8 Kg por ano até os 50 ou 60 anos (PARIZKOVA (34 1963). A Figura 3 mostra claramente esta tendência através do percentual de gordura em diversas idades.

Após os 60 anos há uma redução do peso total do corpo, apesar do continuado aumento da gordura. Isto pode ser parcialmente explicado pelo fato de, nesta faixa etária, não haver muito sobreviventes do grupo que apresentam um grande excesso de peso, o que irá influir nas es­tatísticas. Além disso, nota-se uma queda da Lean Body Mass (LBM). A explicação para esta queda é simples. Uma vez que os ossos se des-

Figura 3: Mudanças na composição corporal em função da ida­de Parizkova (35) 1982).

mineralizam e tornam-se porosos, perdendo pe­so, a massa muscular que eles podem suportar também é reduzida, desta forma um mecanismo de compensação diminui a massa muscular (PARIZKOVA (35) 1982).

SMITH & REDOAN (42) (1976) testaram a diminuição da desmineralização através de um grupo que recebia uma suplementação de cálcio (p,75 g/dia), outro por meio de exercícios aeróbi-cos, e um terceiro por exercícios e suplemen­tação. Os grupos que se exercitavam apresenta­ram uma redução da ordem de 2,29%, mesmo o que não recebia aumento da ingestação de cál­cio. O grupo que recebeu a suplementação, por outro lado, somente apresentou redução de 1,58%. As pesquisas de SMITH e REDOAN (1976) demonstraram, portanto, que o exercício continuado pode ser uma excelente terapia con­tra a osteoporose que resultará na perda da ma­triz óssea, aumento da porosidade do osso e di­minuição da espessura do córtex ósseo. Para pessoas sedentárias e com mais de 60 anos, es­tas alterações podem provocar a perda de 30 a 50% da matriz do osso.

Segundo PARIZKOVA (34) (1963), para o estudo da composição corporal do idoso apare­cem dois problemas principais:

- A dificuldade de se fazer um acompa­nhamento vertical comparando os atuais valores com os obtidos na juventude de um mesmo sujeito.

- A desmineralização óssea que provocará uma alteração na densidade corporal que

pode invalidar as equações baseadas em pesagem hidrostática.

OUTRAS ALTERAÇÕES ORGÂNICAS

Anteriormente foi tratado o problema do aumento de peso do idoso e da conveniência de se combater esta tendência. Uma das mais im­portantes armas contra este problema é a ativi-dade física associada a uma dieta hipocalórica (GODIN &SHEPARD 1973).

Quando se prescreve atividade física, mais do que o gasto energético, está se visando o efeito sobre as glândulas endócrinas e sistema vegetativo, que são responsáveis pela homeos-tase. Esta afirmação é textualmente corroborada por MELLEROWICZ & MELLER (29) (1979), que escreveram:

"Sob o ponto de vista fisiológico, é muito mais indicado e muito mais eficiente treinar e estimular aiivamente as glândulas endó­crinas envelhecidas, principalmente o cór­tex adrenal e a adenohipófise, através de stress físico, devidamente dosado, do que administrar passivamente esses hormônios. Através do treinamento conservam-se o funcionamento e a capacidade de adap­tação desses órgãos, enquanto que, através de doses de hormônios. a inatividade e a atrofia provavelmente ainda são incentiva­das (pág. 57)."

Outro efeito benéfico do treinamento físico para o idoso, segundo os mesmos autores, será o treinamento e a incrementação e da força re-gulativa do sistema vegetativo. Associar-se-á a este efeito uma maior parassimpaticotomia do sistema vegetativo, através de um treinamento aeróbico, tornando-se mais económico e comba­tendo a tendência à vagatonia (inata ou adquiri­da) em todos os indivíduos idosos. Imediatamen­te o idoso terá melhoradas suas capacidades de recuperação, sono e digestão.

A atividade física, finalmente, tenderá a corrigir ou minorar as degenerescências provo­cadas pêlo modo de vida sedentário e agravadas pelo envelhecimento, tais como as hipocinesias já citadas anteriormente e principalmente "al­gumas doenças geriátricas caracterizadas por enfraquecimento funcional precoce" (MELLE­ROWICZ & MELLER, (29) 1979).

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA MAIORES DE 55 ANOS

Precauções e Contra-Indicações

DAVID GERHOH, citado pelo Dr. KNGPLI-CH (41) (1980)em seu trabalho para a Sintex, re­lata que, em pesquisa realizada no Instituto de Tecnologia de Israel, verificou que ratos idosos, com passado sedentário, submetidos a um pro­grama de exercícios intensos apresentavam uma atrofia da musculatura da ordem 25%. Caso o programa de exercícios seja iniciado na juventu­de e se prolongue até a terceira idade, tal pro­blema não se faz sentir.

Por outro lado, o Dr. HOLLOSZT (22) (1983), do Departamento de Medicina Preventiva da Washington University relata que:

"Há diversas evidências de que uma quan­tidade moderada de exercícios é necessária para a manutenção da integridade funcional do sistema cardiovascular, músculos, ossos e ligamentos. Há algumas evidências frag­mentárias que sugerem a execução de exercícios numa forma regular para obter efeitos benéficos sobre as hipocinesias. No entanto, as evidências científicas de que exercícios extenuantes possam ser benéfi­cos à saúde são pouco consistentes e sem credibilidade."

Se a estas duas informa Se a estas duas informações acima for

acrescido o conhecimento de que na velhice o homem apresenta um progressivo enfraqueci­mento de seus ossos pela osteoporose, verifi-ca-se que a prescrição de exercícios intensos pa­ra pessoas de terceira idade, não adaptadas, merece ser pesada cuidadosamente (EXTON-SMITH, MILLARD, DAYBE & WHEELLER (12) -1969).

A solicitação normal da corrida ou se salti-tos sobre os ossos dos membros inferiores, em especial os ossos do pé, já provocam no se­dentário de meia-idade o risco de fratura de "s-tress" (as chamadas fraturas da marcha). Este problema agrava-se sobremodo na terceira ida­de, ainda devido à osteoporose, vindo a se so­mar ao risco de fratura do colo do fémur, tornan­do estes tipos de exercícios em verdadeiros atentados para o indivíduo de terceira idade que não possua um passado de prática regular de exercícios (GRAHAME (16) - 1973).

Especial atenção deve ser prestada, também, ao fato de não se incluir, no trabalho fí­sico do idoso, exercícios que provoquem o sur­gimento de tensões transversais sobre seus os­sos (HALL (17) - 1973).

Talvez a maior agressão que os exercícios de alta intensidade façam ao organismo do idoso seja a desidratação e o desequilíbrio hidro-ele-trolítico, provocando uma sobrecarga ao sistema circulatório que, somada à maior solicitação para fazer frente ao esforço executado, pode vir a ter consequências funestas (BAILEY & COL - 1974).

Em vista das alterações morfo-fisiológicas provocadas pelo envelhecimento pode-se, sem medo de errar, contra-indicar ao sedentário de terceira-idade. sem antecedentes de treinamento no passado, a prática de exercícios extenuantes, tais como os realizados na turmas normais de ginásticas aeróbica, estética ou musculação das academias, as corridas e os desportos de alta in­tensidade, mesmo com um perfeito acompanha­mento médico-desportivo (DANTAS (7) - 1983).

Observando-se estas contra-indicações. pode-se começar a pensar na prescrição de exercícios para o maior de 55 anos. sencío im­prescindível, no entanto, cerei-lo das pre­cauções capazes de minimizar ao máximo o ris­co inerente à í.tividade física.

Segundo o AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (1980). as precauções refe­ridas no parágrafo anterior, seriam:

1) Minucioso exame médico (deve-se atentar, primordialmente, para exame cardíaco e ortopédico).

2) Correta periodização do treinamento, prevendo-se uma prolongada fase de adaptação, durante a qual o idoso es­tará proibido de executar exercícios in­tensos.

3) Suplmentação da ingestão de cálcio. 4) Autocontrole constante da pulsação.

controle semanal por parte do educador físico e trimestral pelo médico.

5) Aplicação parcimoniosa e acurada do princípio da sobrecarga, dando sempre preferência ao volume sobre a intensi­dade.

6) Aquecimento cuidadoso e prolongado (para evitar as rupturas e distensões).

7) Manter-se convenientemente aquecido durante o aquecimento e após o exercí­cio (uso de abrigo).

8) Reposição hidro-eletrolítica adequada antes e após o exercício.

9) Controle dos hábitos alimentares, in-gesta calórica e sono.

10) Evitar interrupções no treinamento, ca­so ela ocorra por um período de quatro semanas ou mais, reiniciar da estaca "zero".

Determinação do Tipo de Atividade

Como foi visto ao longo do presente estudo, ao se prescrever a atividade física para o idoso ter-se-á dois objetivos: um principal que é o trei­namento dos sistemas cárdio-circulatório e res­piratório; outro secundário que consiste no traba­lho tonificador sobre músculos e ossos.

O tipo de atividade que melhor atende a es­ses objetivos é a de caráter aeróbico.

São aeróbicos quaisquer atividades que uti­lizem o grandes grupos musculares do corpo humano de forma cíclica e continuada. Pode-se exemplicar com a caminhada, a natação, o ci­clismo, a corrida etc.

A utilização de pequenos grupos muscula­res (como o bíceps braquial) para a realização de trabalho aeróbico não é adequado, devido a seu baixo percentual relativo de participação na massa corporal total.

Os pequenos grupos musculares necessita­riam trabalhar durante um período de tempo su­perior à sua capacidade, para serem aptos a pro­vocar um estímulo sobre o sistema cárdio-circu­latório capaz de causar adaptações desejáveis nos mesmos.

Pelo seu caráter motivador, pode-se consi­derar a utilização de desportos, tais como ténis, o vólei, o futebol, a peteca, o frescobol, etc.

Esses desportos, se forem praticados com o vigor suficiente para elevar a frequência cardía­ca a um nível compatível com as exigências fi­siológicas do treinamento e tiverem a duração mínima necessária para que as adaptações orgânicas possam se processar, são passíveis de utilização como paite do treinamento.

No entanto, a dificuldade prática da mensu-ração do efeito da atividade sobre o organismo e a impossibilidade de respeitar os princípios da individualidade biológica e da sobrecarga neste

tipo de atividade irão fazer com que só sejam utilizadas de forma complementar.

Na escolha do tipo de atividade deve-se le­var em conta, também, a disponibilidade de ins­talações (local para corrida, piscina, academias de ginástica, etc.) e equipamentos (bicicletas er-gométricas etc). Finalmente, deve-se considerar cuidadosamente a fragilidade óssea do idoso, devido à osteoporose, ao se prescrever atividdes com alta margem de risco como os desportos de confronto (judo, basquete, futebol, e tc) , os com possibilidade de queda (ski, equitação, etc.) e mesmo para aqueles que não possuem um pas­sado atlético - a corrida.

A nível individual, o exame médico prévio poderá apontar limitações cardiovasculares ou ortopédicas que contra-indiquem para aquela pessoa algum tipo de atividade.

Atendendo a todas essas considerações, chega-se a conclusão de que os tipos de ativida­de mais adequados para serem utilizados no Condicionamento Físico dos maiores de 55 anos serão: a marcha, o ciclismo, pedalar na bicicleta ergométrica e a natação.

Segundo SHEPARD (38) (1978), uma sessão de condicionamento físico de gerontes deve consistir em:

- Aquecimento: explorando os excercícios de alongamento.

- Trabalho cardio-pulmonar: realizado em bicicleta ergométrica.

- Trabalho neuro-muscular: uti izando-se de exercícios que visem a resistência muscular localizada, principalmente em membros inferiores e musculaturas dor-so-lombar.

- Volta à calma: estimulando a descon-tração total.

O trabalho cárdio-pulmonar pode ser reali­zado com qualquer um dos tipos de atividade julgados adequados.

Determinação da Intensidade da Atividade

O Princípio da Adaptação mostra que as atividades físicas, para possuírem valor de trei­namento, provocando alterações benéficas no organismo, devem ser de determinada intensi­dade. Atividades menos intensa provocariam tão-somente uma reação de alarme ou exci-

tacão, ao passo que atividades excessivamente intensas provocariam prejuízos ao organismo.

Diversas fisiologistas do exercício concor­dam que as alterações fisiológicas e bioquímicas associadas ao treinamento ocorrem por volta dos 70% da capacidade aeróbica máxima (V02max) da pessoa. A partir deste dado, estabeleceu-se uma zona entre 60 a 80% do V 0 2 m a x como faixa ideal de trabalho e contra-indica-se fortemente os trabalhos acima de 90% do V 0 2 m a x No en­tanto, uma correta avaliação do V 0 2 m a x só é possível em, laboratório, e o controle fisiológico por este parâmetro no cotidiano é simplesmente impossível. Para contornar estes problemas pro-curou-se associar este parâmetro a um outro in­

dicativo: a frequência cardíaca (FC).

O nível de 60% do V02 m a x é observado quando se observa uma FC igual a 72% da FC max, ao passo que 80% do V 0 2 m a x equivalente a 87% da FC max. Na Figura 4 tem-se a relação entre consumo de oxigénio e frequência cardíaca para um homem de 65 anos que realiza exercício numa bicicleta ergométrica.

Para se determinar a faixa de trabalho ideal, pode-se utilizar dois métodos: um gráfico e outro analítico. O método gráfico resume-se em procurar na figura 5 a faixa correspondente à idade do paciente.

Figura 4: Relação entre consumo de oxigénio e frequência cardíaca num homem de 65 anos. A zona acinzentada representa a Zona Alvo para se ob­ter efeitos de treinamento aeróbico. A linha preta representa a correlação entre FC e V02 para o protocolo do teste utilizado (MCARDLE et alii -1981).

Figura 5: Determinação da faixa ideal de treinamento peio processo gráfico.

161

O processo analítico, embora seja um pou­co mais trabalhoso, permite resultados mais coe­rentes com o Princípio da Individualidade Bioló­gica. Consta de quatro passos.

Passo nº 1 - Determinação da Frequência Cardíaca Basal.

Por três dias consecutivos verifica-se a frequência cardíaca do paciente assim que este acorda, antes mesmo que se levante ou faça qualquer movimento.

Ache a média.

Passo nº 2 - Determinação da FC Máxima

Para este passo utiliza-se a fórmula desen­volvida por JONES et alii.

Fcmáx = 210 (0,65 x idade)

Passo nº 3 - Determinação do limite infe­rior.

Linf = FCbasal + 0,6 (FCmáx - FCbasal)

Passo nº 4 - Determinação do Limite supe­rior

Lsup = Linf + 0,675 (FCmáx - Linf)

O controle do treinamento deve ser feito pe­la sistemática monitorização da frequência cardíaca por meio de um medidor ou tomando-se o pulso por 15 segundos. A intensidade do exercício será estabelecida, então, pelo método do ensaio e erro. Se um paciente ao se exercitar repara que sua FC está aquém do limite inferior da Zona do Alvo, deve aumentar a intensidade do exercíc'0, se passar do limite superior deve moderar sua atividade.

Determinação da Duração da Atividade (Vo­lume)

A duração é inversamente proporcional à in­tensidade. Assim, quanto mais intensa for uma atividade, tão mais curta ela deverá ser.

Para que um trabalho produza efeitos de treinamento sobre o organismo ele deve possuir uma duração de no mínimo 5 minutos e neste caso deverá ser extremamente intenso. Normal­mente se prescreve um mínimo de 15 a 25 minu­tos diariamente para um trabalho dentro da "Zo­

na Alvo". No caso específico do idoso, devido à necessidade de se moderar a intensidade, de-ve-se prolongar a duração para 20 a 40 minutos diários, sem esquecer de permanecer todo este tempo na "Zona Alvo". É imprescindível preceder o exercício de um período de aquecimento de 5 a 10 minutos, visando a elevação vagarosa da FC, bem como o preparo do organismo para o esfor­ço. Após o término do treinamento haverá duran­te 5 ou 10 minutos uma "volta à calma", visando "desaquecer" o organismo até a FC retorne a ní­veis de 60% da FCmáx.

Este esquema de treinamento pode ser per­feitamente visualizado na figura 6.

Figura 6: Modelo de esquema de treinamento para um homem de 55 anos.

É importantíssimo lembrar que o trabalho deve ser executado na Zona Alvo pois, somente nesta faixa, uma atividade sustentada por 15 a 20 minutos, no mínimo, provocará uma melhoria da resistência aeróbica.

Determinação da Frequência da Atividade

Tão importante quanto se realizar um exercício com volume e intensidade compatíveis é a manutenção de uma frequência semanal adequada.

Os estudos na área mostram uma corre­lação entre treinabilidade, risco de lesão e

frequência semanal, conforme apresentado na figura 7.

Figura 7: Influência da frequência semanal de treinamento na treinabilidade e no risco de lesões (DANTAS - 1985).

Pode-se observar que, com menos de três dias de treinamento semanal, embora o risco de lesões seja muito pequeno, o ganho obtido na forma física é desprezível. De três a cinco dias há uma faixa de suficiente treinabilidade das qualidades físicas consideradas ao mesmo tem­po que o risco de lesões se mantém numa faixa aceitável. A frequência semanal de três a cinco vezes por semana é, portanto, a mais reco­mendável para programas de treinamento de ge-rontes e de manutenção das condições de saú­de.

A partir de cinco dias de treino por semana, o risco de lesões sofre um brusco aumento, ao passo que o ganho do treinamento cresce muito pouco. Apenas para atletas do desporto de alto rendimento compensa o risco de lesão num re­gime de seis dias de treino por semana para ob­ter o discreto ganho observado na forma física.

Outro caso em que se recomenda uma frequência de seis ou mesmo sete dias de treino por semana é quando se procura obter uma per­da de peso. Neste caso, deve-se atentar para o volume e a intensidade do trabalho realizado, vi­sando prevenir o surgimento de um estado de sobretreinamento ou o aumento do risco de lesões músculo-articulares.

É importante que se transforme a atividade física num hábito de vida, que a pessoa tenha prazer em praticar cotidianamente. Para se al­cançar esse objetivo, é importante que o pacien­te persista no trabalho durante a fase inicial do treinamento. Sua motivação para realizar ativi­dade física crescerá muito após os primeiros dois ou três meses, quando começarem a se evi­denciar os primeiros efeitos do treinamento.

EFEITOS DO TREINAMENTO

Efeitos do Treinamento sobre o Sistema Cárdio-Circulatório

O treinamento da resistência aeróbica pro­voca diversas adaptações no sistema cárdio-cir-culatório como coloca KARVONEN (25) (1979).

'O exercício físico é capaz de provocar tan­to um aumento das cavidades cardíacas quanto uma hipertrofia do miocárdio, sendo, no entanto, os exercícios aeróbicos mais adequados a provocar a primeira alteração, ao passo que os anaeróbicos seriam os mais convenientes para provocar a segun­da. Com o aumento das cavidades e espes­samento da parede muscular, o coração fica sendo capaz de bombear mais sangue a ca­da diástrole, causando, consequentemente, um aumento do volume sistólico."

O aumento do volume de ejeção sistólica permite a diminuição da frequência cardíaca, provocando o surgimento da bradicardia em re­pouso.

Fruto do treinamento, normaliza-se a pressão arterial e ocorre uma diminuição da tensão sistólica (pressão máxima), conforme ci­tado por ANDERSON & COWAN (2) (1972).

À diminuição da carga de trabalho cardíaco, segunao o mesmo autor, soma-se uma melhoria da circulação coronariana e uma diminuição do metabolismo do miocárdio, conferindo a este órgão uma maior margem de segurança funcio­nal.

ERICSSON (11) (1970) mostrou que o san­gue também é modificado, graças a uma "norma­lização de seu perfil lipídico, com diminuição dos níveis de triglicérides e colesterol anormais; me­lhoria da capacidade de tamponamento; aumen­to do número total de eritrícitos, da quantidade de hemoglobina e do próprio volume total do sangue".

Efeitos do Treinamento Sobre o Sistema Respiratório

Em adultos, fruto de um treinamento de ba­se aeróbica, pode-se constatar:

- Hipertrofia da musculatura respiratória; - Aumento da capacidade vital e - Aumento da capacidade respiratória má­

xima ou capacidade pulmonar total.

Estas alterações possibilitam que os pulmões lidem com menos esforço, com maiores volumes de ar, fato que irá facilitar o aumento do v 0 2max-

Efeitos do Treinamento Sobre Outros Sistemas e Órgãos

O treinamento cárdio-pulmonar recebe este nome por ser sobre os sistemas cárdio-circulató-rio e respiratório que ocorrem as principais alte­rações sistémicas deles decorrentes; no entanto, diversas outras estruturas sofrem modificações também.

O Sistema Neurovegetativo, fruto do traba­lho aeróbico continuado, apresenta um quadro de parassirnpaticotonia, podendo-se observar bradicardia em repouso, linfocitose relativa e eosinofilia moderada (KARVONEN, 1979).

Resultante do grande volume de treinamen­to aplicado no trabalho aeróbico, observa-se uma hipertrofia do córtex adrenal com o con­sequente aumento da produção e do armazena­mento de corticóides (SIDNEY & SHEPARD -1977).

MELLEROWICZ e COL (28) (1979) relata, ainda, a ocorrência de prováveis adaptações na hipófise, tireóide, baço e fígado (aumento de pe­so, volume e reservas de glicogênio).

O percentual de gordura e o peso total são reduzidos por programa de exercícios aeróbicos acompanhados de controle alimentar. Ao mesmo tempo observa-se um aumento da massa corpo­ral magra (PARIZKOVA (34) - 1963).

O treinamento, principalmente o aeróbico, provoca um aumento da atividade enzimática óssea e hipertrofia óssea; aumento da força de ruptura de ligamento e tendões; e aumento da espessura de articulações e cartilagens (MCAR-D L E & C O L - 1981).

Programas de treinamento provocam uma maior adaptação do organismo a temperaturas elevadas, bem como uma capacidade de dissi­pação do calor mais rápida e fácil (MCARDLE & COL- 1981).

CONCLUSÃO

O resultado da aplicação científica de um programa de condicionamento físico é uma po­pulação de idosos mais precavida contra os de­clínios fisiológicos que a idade traz, retardan-do-os e tornando esta população mais saudável, ampliando o período de vida, que em nossa so­ciedade é considerado produtivo e uma melhoria na qualidade dos serviços prestados, pois justa­mente no momento em que o indivíduo já tem a experiência e a segurança de quem já sabe fazer é posto de lado pela aposentadoria, além da di­minuição dos gastos pessoais e institucionais com serviços médicos.

Isso se for feita uma análise prática do pon­to de vista produtivo, pois se olharmos agora a questão no âmbito psicológico e social ela cres­cerá e nos levará a algumas indagações.

Afinal, de quem é a culpa pela atual si­tuação dos idosos?

A resposta, que nos leva em direção a eles mesmos, nos serve de reflexão. Eles pagam hoje o preço por não terem lutado em sua juventude por uma mudança que lhes favorecesse no futu­ro. E nós? O que podemos fazer?

Podemos nos engajar numa mobilização já iniciada em vários países e até mesmo no Brasil pela "LEGIÃO BRASILEIRA DE INATIVOS". com o intuito de mudar a imagem tão desgatada e discriminada do idoso em busca de uma reorien­tação da sociedade no sentido de novamente trazê-lo a seu papel histórico de membro ho-norável da família em detrimento da imagem de "fardo" imposta hoje em dia. Para isso, podemos até utilizar a onda nostálgica que está assolando o mundo, que vai desde a volta da moda de ves­tuário de décadas atra? até o relançamento de filmes que foram sucesso no jas."ís»*">.

O ideal seria que a atividade física fosse inerente, incorporada aos hábitos do dia-a-dia de nossa sociedade. Enquanto não alcançamos es­te nível, devemos partir para uma maciça cam­panha com propagandas, debates, cursos, pales­tras, partindo desde o nível de bairro até o âmbi­to nacional, utilizando para isso os próprios ido­sos que tenham passado por um programa de condicionamento físico e tenham sentido os efei­tos positivos do mesmo, que, além da saúde físi­ca, passa também pela autoconsciência de que o declínio de sua capacidade física pode ser ven­cido pelo treinamento, lançando dessa forma, uma nova luz sobre a vida e a redescoberta dos próprios potenciais adormecidos que a autocon­fiança readquirida irá despertar. Este é um fator preponderante para que planejemos e iniciemos novas buscas nesta nova fase da vida, onde a quantificação é sobrepujada pela qualificação.

O homem é um ser no qual suas esferas fí­sicas, intelectuais e psíquicas devem estar em harmonia para que ele desfrute de uma boa qua­lidade de vida.

O envelhecimento perturba esse equilíbrio pelo comprometimento físico que acarreta prin­cipalmente em função das doenças hipocinéticas associadas ao processo.

Educadores que somos devemos utilizar de toda a nossa sensibilidade para que não se cau­se um confronto entre o modo de vida do idoso, sua cultura e os conhecimentos científicos do professor que podem parecer estanques. Estes conhecimentos não podem ser desvinculados de um cunho crítico pedagógico e devem levar os indivíduos da terceira idade a fazerem uma re­flexão sobre a sua situação; não de forma alie­nada, mas inserindo-se no todo social mantene­dor do sistema ideológico burguês vigente. Só assim, restabelecendo o equilíbrio do homem e tomando-o cônscio da problemática social que envolve sua situação, estar-se-á realmente dan-

do-lhe condições de ser novamente participativo em seu ambiente, além de se provar que a edu­cação não se encerra nas escolas, mas só se completa quando o adulto aprende a viver cons­

cientemente o curso de sua própria vida de acor­do com as leis da natureza, (40) tornando assim o mundo não mais um mundo velho, porém um mundo mais sábio.

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