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ACASADO

SENHOR

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ACASADO

SENHORUm Estudo dos Santuários Sagrados,

Antigos e Modernos

James E. Talmage

Publicado porA Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Salt Lake City, Utah, USA

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Tradução do original inglês:"THE HOUSE OF THE LORD",

1976

2." Edição 1987.

Copyright 1968Deseret Book Company

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Prefácio

Dentre as numerosas seitas e igrejas atuais, os santosdos últimos dias são conhecidos como edificadores de tem-plos . Neste aspecto, eles são semelhantes à antiga Israel.Não é surpreendente que um grande e amplo interesse émanifestado com referência a esta peculiaridade de A Igre-ja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias, nem quequestões são continuamente levantadas, quanto ao propó-sito e razão desta grande obra, e quanto à natureza das or-denanças administradas nestas modernas Casas do Se-nhor . Este livro foi escrito com o propósito de responder aalgumas destas questões e colocar ao alcance de pesquisa-dores sinceros, informações autênticas concernentes àdoutrina e prática das ordenanças do templo.

Tendo a finalidade de proporcionar meios fáceis decomparação das realizações das edificações de templos dopassado com as do presente, foi incluído neste livro umbreve tratado dos santuários das antigas dispensações.Embora informações pormenorizadas sobre templos, esantuários antigos estejam disponíveis a todos, nas enci-clopédias, Bíblia, dicionários e obras de maior escopo,bem pouco tem sido publicado a respeito dos templos dehoje e do serviço sagrado realizado neles . A oficial "His-tória de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos UltimosDias" contém informações abundantes a respeito do as-sunto ; entretanto, as informações encontram-se distribuí-das em tomos, e são acessíveis a, comparativamente, pou -cas pessoas.

Na presente obra o autor recebeu muita cortesia e assis-tência dos oficiais dos vários templos, do Historiador daIgreja e seus assistentes, das Autoridades Gerais da Igreja,e de muitos outros . A participação de todos que colabora-ram neste agradável trabalho é respeitosamente apreciada.

JAMES E. TALMAGECidade do Lago Salgado, Utah

21 de setembro de 1912 .

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Índice

PREFÁCIO

CAPÍTULO IApresentação Antecipada do Tema

CAPÍTULO IISantuários nas Antigas Dispensações

CAPÍTULO IIINecessidade de Templos na Presente Dispensação

CAPÍTULO IVAs Ordenanças dos Templos Modernos

CAPÍTULO VTemplos dos Dias Modernos — Os Templos de

Kirtland e Nauvoo

CAPÍTULO VIq

Grande Templo da Cidade do Lago Salgado,Utah — Histórico

CAPÍTULO VIIq

Grande Templo da Cidade do Lago Salgado —Parte Externa

CAPÍTULO VIIIq

Grande Templo da Cidade do Lago Salgado —Parte Interna

CAPÍTULO IXA Praça do Templo

CAPÍTULO XOutros Templos de Utah

CAPÍTULO XIConclusão

APÊNDICE Iq

Grande Templo na Cidade do Lago Salgado —Parte Interna

APÊNDICE IIA Praça do Templo

APÊNDICE IIIOutros Templos da Igreja

ÍNDICE REMISSIVO

v

1

13

47

67

83

103

131

139

155

161

181

185

199

205

213

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CAPÍTULO I

Apresentação do Tema

Tanto pela etimologia, como pelo uso generalizado, o termo"templo" ., em sua aplicação literal, tem um significado restritoe específico . A idéia essencial de um templo é, e sempre foi, a deum lugar especialmente designado para o serviço consideradosagrado, e de real ou suposta santidade ; num sentido mais res-trito, o templo é um prédio construído e devotado, exclusiva-mente, a cerimônias e ritos sagrados.

O termo latino templum era o equivalente do hebraico Beth--Elohim e significava a habitação da Deidade ; por esta razão,associado com divina adoração, significava literalmente A CA-SA DO SENHOR . 1

Construções consideradas em seu conjunto como santuáriosou recintos fechados, têm sido erigidas em. muitas épocas dife-rentes, tanto por adoradores de ídolos, como por seguidores doDeus vivo e verdadeiro. Os templos pagãos da antigüidade eramconsiderados lugares de habitação dos deuses e deusas mitológi-cos, cujos nomes ostentavam, e a cujo serviço as construçõeseram dedicadas . Embora os pátios de tais templos fossem usa-dos como lugares de assembléias gerais e cerimônias públicas,sempre havia recintos internos, , nos quais, somente os sacerdo-

'Em relação a isto, é interessante considerar o significado do nome Bethel, umacontratação de Beth Elohim, dado por Jacó ao lugar onde a presença do Senhor lhe foramanifestada . "Na verdade o Senhor está neste-lugar ; e eu não o sabia . E, temeu, e disse:Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus ; e esta é a portados céus . Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinhaposto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela . E chamouo nome daquele lugar Betel : o nome porém daquela cidade era .Luz . (Gênesis 28 :16-19;leia versículos 10-22 .)

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A CASA DO SENHOR

tes designados podiam entrar, e onde clamavam que a presençada deidade se manifestava . Como evidência da exclusividadedos templos antigos, mesmo daqueles de origem idólatra, verifi-camos que o altar de adoração pagã não ficava propriamentedentro do templo, mas em frente à entrada . Os templos nuncaforam considerados lugares de assembléia pública ordinária,mas lugares consagrados às mais solenes cerimônias daquele sis-tema particular de adoração, idólatra ou divina, do qual o tem -plo permanecia como símbolo visível e concreto.

No passado, o povo de Israel se distinguia das nações, comoedificador de santuários em nome do Deus vivo . Este serviço eraparticularmente requerido deles por Jeová, a quem professavamservir . A história de Israel, como nação, tem início no êxodo.Durante os dois séculos de escravidão no Egito, os filhos de Ja-có tinham se tornado um povo numeroso e poderoso ; não obs-tante, estavam em cativeiro . No devido tempo, porém, suas tris-tezas e súplicas vieram ao Senhor, e ele os guiou com sua pode-rosa mão . Tão logo haviam saído do ambiente da idolatria egíp-cia, foi requerido que preparassem um santuário, onde Jeovámanifestaria sua presença e tornaria conhecida sua vontade, naqualidade de seu Senhor e Rei.

O tabernáculo, a partir da data de sua edificação no deser-to, e daí em diante, no período de peregrinação e por vários sé-culos após, era sagrado para Israel como o santuário de Jeová, etinha sido construído de acordo com a planta e especificaçõesreveladas . Era uma estrutura compacta e portátil, como as exi-gências da migração requeriam . Embora o tabernáculo fossesimplesmente uma tenda, era feito do melhor, do mais trabalha-do e do mais caro material que o povo possuía. Esta condiçãode excelência era apropriada e cabível, pois a estrutura represen-tava a oferta de uma nação ao Senhor . Sua construção foi pres-crita nos mínimos detalhes, tanto na planta quanto no material,sob todos os aspectos, era o melhor que o povo poderia ofere-cer, e Jeová santificou o presente oferecido demonstrando suadivina aceitação . Gostaríamos de observar o fato de que a ofer -ta de um homem ou de uma nação será a melhor, se for ofereci-da de livre vontade e pura intenção, e será sempre excelente aosolhos de Deus, não importando quão pobre possa parecer, me-diante qualquer comparação.

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APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA

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Quanto à solicitação do material para construir o taberná-culo, houve tanta boa vontade que a necessidade foi satisfeitaao máximo : "Porque tinham matéria bastante para toda a obraque havia de fazer-se, e ainda sobejava . "2 A solicitação foi feitaadequadamente, sendo o povo até impedido de trazer mais . Osartesãos e trabalhadores empenhados na construção do taberná-culo foram designados por revelação direta, ou escolhidos porautoridade divinamente estabelecida, dando-se especial referên-cia às suas habilidades e devoção . Após ter sido concluído, secomparado ao que o rodeava, e consideradas as circunstânciasde sua criação, o tabernáculo era uma estrutura imponente.Suas armações eram de madeira rara, suas suspensões internasde linho fino e bordados elaborados, de acordo com os dese-nhos prescritos, em azul, púrpura e escarlate ; suas cortinas ex-ternas e do meio, eram de peles selecionadas ; suas partes metáli-cas eram de bronze, prata e ouro.

Do lado de fora do tabernáculo, mas dentro de seu átrio cer-cado, ficava o altar de sacrifícios e a pia, ou fonte batismal . Oprimeiro compartimento do tabernáculo propriamente dito, erauma sala externa ou Lugar Santo ; em seguida, escondido da ob-servação, pelo segundo véu, estava o santuário interno, o LugarSantíssimo, particularmente conhecido como o Santo dos San-tos. Pela ordem indicada, somente aos sacerdotes era permitidaa entrada no recinto externo; enquanto que no recinto interno,o "mais santo de todos", ninguém podia entrar, exceto o sumosacerdote, e apenas uma vez por ano, mesmo assim, somenteapós um longo período de purificação e santificação . 3

Dentre os mais sagrados pertences do tabernáculo estava aArca do Convênio . Era um cofre, ou baú, feito da melhor ma-

' deira, revestido de ouro puro, tendo quatro argolas de ouro pa-ra receber os bastões ou varais usados para carregar a Arca du-rante as jornadas . A Arca continha certos objetos de importân-cia sagrada, tal como o vaso de ouro de maná, preservado comolembrança; e depois foram adicionadas a vara de Aarão, que ti-nha florescido, e as tábuas de pedra, escritas pela mão de Deus.Quando o tabernáculo foi erguido no acampamento de Israel, aArca foi colocada dentro da sala interna, no Santo dos Santos.

'Êxodo 36 :7.3Hebreus 9 :1-7 ; Levitico cap . 16.

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A CASA DO SENHOR

Sobre a Arca estava o Propiciatório, tendo em cada lado um parde querubins feito de ouro batido . Deste lugar o Senhor mani-festava sua presença, mesmo como fora prometido antes da Ar-ca ou do tabernáculo terem sido feitos . "E ali virei a ti, e falareicontigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins(que estão sobre a arca do testemunho), tudo que eu te ordenarpara os filhos de Israel . " 4

A descrição detalhada do tabernáculo, seus pertences eutensílios, não serão tratados nesta parte; é suficiente para onosso propósito, saber que o acampamento de Israel tinha talsantuário ; que foi construído de acordo com um plano revela-do ; que era a expressão do melhor que o povo poderia oferecer,quanto ao material e ao artesanato ; que era a oferta do povo aoseu Deus, e que foi devidaménte aceita por ele . 5 Como ainda se-rá demonstrado, o tabernáculo era o protótipo do templo maissólido e magnífico, o qual, com o passar do tempo, foi substi-tuído.

Após Israel ter-se estebelecido na terra da promessa ocasiãoem que, depois de quatro décadas de peregrinação no deserto, opovo do convênio finalmente obteve a sua própria Canãa, o. ta-bernáculo, com seu conteúdo sagrado, recebeu um lugar de des-cansó em Silo ; e daí vieram as tribos a aprender a palavra e avontade de Deus . 6 Depois foi levado para Gibeom 7 , e mais tar-de, para a cidade de Davi, ou Sião . 8

Davi, o segundo rei de Israel, desejou e planejou construiruma casa ao Senhor, declarando ser impróprio que ele, o rei,habitasse num palácio de cedros, enquanto que o santuário deDeus era uma simples tenda . 9 O senhor, porém falou pela bocado Profeta Natã, recusando a oferta, e tornando claro o fato deque, para ser aceitável a ele, não era suficiente que a oferta fosseapropriada mas também que o doador fosse digno . Davi, rei deIsrael, havia pecado, embora sob muitos aspectos fosse um ho-melwsegundo o desejo de Deus; e o seu pecado ainda não haviaencontrado expiação. Então disse o rei : "Em meu coração pro-

4Êxodo 25 :22.5Êxodo 40 :34-38.6Josué 18 :1, também 19 :51, 21 :2 ; Juizes 18 :31 ; I Samuel 1 :3, 24, 4 :3, 4.71 Crônicas 21 :29 ; II Crônicas 1 :3.8 1I Samuel 6 :12 ; II Crônicas 5 :2.9 II Samuel 7:2 .

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pus eu edificar casa de repouso para a arca do concerto do Se-nhor e para o escabelo dos pés do nosso Deus, eu tinha feito opreparo para edificar . Porém, Deus me disse : Não edificaráscasa ao meu nome, porque és homem de guerra, e derramastemuito sangue . 10 Contudo, Davi recebeu permissão para coletarmaterial para a Casa do Senhor, cujo edifício seu filho Salo-mão, e não ele, deveria construir.

Logo depois da ascensão de Salomão ao trono, iniciou ele aobra que, como herança e honra, tinha recebido junto com a co-roa. Lançou os alicerces no quarto ano de seu reinado, e a cons-trução foi concluída em sete anos e meio . Com a grande riquezaacumulada pelo seu nobre pai, e especificamente reservada paraa construção do templo, Salomão estava apto a atrair a admira-ção do mundo conhecido e a conseguir a cooperação das naçõesno seu grandioso empreendimento . Os trabalhadores na cons-trução do templo somavam a milhares, e cada setor estava sob aresponsabilidade de mestres artesãos . Servir na grande constru-ção, em qualquer cargo, era uma honra, e o trabalho exigia umadignidade nunca antes reconhecida . A alvenaria tornou-se umaprofissão, e os métodos então estabelecidos, têm prevalecido atéos dias de hoje . A edificação do Templo de Salomão foi umacontecimento que marcou época, não só na história de Israel,mas também na do mundo inteiro.

De acordo com a cronologia geralmente aceita, o templo foiterminado por volta do ano 1005 A .C . Em arquitetura e cons-trução, em desenho e dispendiosidade, o templo ficou conheci-do como um dos mais notáveis edifícios da história . Os serviçosde dedicação duraram sete dias — uma semana de sagrado rego-zijo em Israel . Com cerimônia apropriada, o Tabernáculo daCongregação e a Arca do Concerto foram trazidos para dentrodo templo; e a Arca foi colocada no santuário mais interno, noLugar Santíssimo . A benévola aceitação do Senhor foi manifes-tada numa nuvem, que encheu as câmaras sagradas, enquantoos sacerdotes se afastavam : "E não podiam os sacerdotes ter-seem pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória doSenhor encheu a casa de Deus ." 11 Assim, o templo substituiu e

1 °1 Crônicas 28 :2, 3 ; compare com II Samuel 7 :1-13."II Crônicas 5 :14; também 7 :1, 2 e compare com Êxodo 40 :35 .

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A CASA DO SENHOR

ao mesmo tempo incluiu o tabernáculo, do qual era realmenteum esplêndido sucessor.

Uma comparação da planta do templo de Salomão com ado antigo tabernáculo, mostra que em todos os pormenores dearranjo e proporção os dois eram tão semelhantes que pareciampraticamente idênticos. Na verdade, o tabernáculo tinha somen-te um cercado, enquanto que o templo era rodeado de átrios,mas a estrutura interna em si, ou o templo propriamente dito,seguia exatamente o desenho antigo. As dimensões do Santodos Santos, do Lugar Santo, e do Pórtico do Templo, eram exa-tamente o dobro das partes correspondentes no tabernáculo.

A gloriosa preeminência desta esplêndida estrutura teve cur-ta duração . Trinta e quatro anos após sua dedicação, e somentecinco anos após a morte de Salomão, começou sua decadência;e esta decadência devia, dentro de pouco tempo, transformar-seem espoliação geral, e finalmente, verdadeira profanação. Salo-mão, o rei, o homem de sabedoria, o construtor-chefe, tinha si-do corrompido pela astúcia de mulheres idólatras, e seu com-portamento volúvel fomentou a iniqüidade em Israel . A naçãonão era mais unida ; havia facções e seitas, partidos e credos, al-guns adorando nos cumes dos montes, outros sob as árvores,cada qual clamando excelência para o seu santuário particular.O templo logo perdeu sua santidade . A oferta foi depreciada pe-la deslealdade do doador, e Jeová afastou sua presença proteto-ra, daquele lugar outrora sagrado.

Os egípcios, de cujo cativeiro o povo havia sido libertado,tinham agora permissão para oprimir Israel . Sisaque, rei do Egi-to, tomou Jerusalém — a cidade de Davi e o local do templo —"E tomou os tesouros da casa do Senhor." 12 Parte dos utensí-lios anteriormente sagrados, que os egípcios deixaram, foi leva-da por outros e oferecida aos ídolos . 13 A obra de profanaçãocontinuou através dos séculos . Duzentos e dezesseis anos depoisda espoliação egípcia, Acaz, rei de Judá, roubou alguns dos te-souros remanescentes do templo, e mandou parte do ouro e daprata que restavam como presente a um rei pagão, cuja prote-ção procurava obter . Além disso, removeu o altar e a fonte, e

12 j Reis 14 :25, 26.13 II Crônicas 24 :7 .

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deixou apenas uma casa, onde se achava o templo . 14 Mais tarde,Nabucodonosor, rei da Babilônia, completou a espoliação e le-vou consigo os poucos tesouros remanescentes. Depois dissodestruiu o próprio templo com fogo . 15

Assim, cerca de seiscentos anos antes da vinda do nosso Se-nhor à terra, Israel foi deixada sem um templo . O povo se divi-dira; havia dois reinos — Israel e Judá — cada qual inimigo dooutro ; tinham se tornado idólatras e-totalmente pervertidos ; oSenhor havia rejeitado a eles e ao seu santuário . O reino de, Is-rael, abrangendo aproximadamente dez das doze tribos, tinhasido dominado pela Assíria por volta do ano 721 A .C., e um sé-culo mais tarde o reino de Judá foi subjugado pelos babilônios.Durante setenta anos o povo de Judá — daí em diante conheci-do como judeus — ficou sob cativeiro, da maneira como haviasido profetizado. 16 Depois, sob o governo flexível de Ciro 17 eDario, 18 recebeu permissão para voltar a Jerusalém, e mais umavez erguer um templo de acordo com sua fé . Em memória ao di-rigente da obra, o templo restaurado é conhecido na Históriacomo o Templo de Zorobabel . Os alicerces foram lançados comcerimônia solene e naquela ocasião, os veteranos que se lembra-vam do antigo templo choraram de alegria . 19 A_ despeito dascondições técnicas legais 20 e outros impedimentos, a. obra conti-nuou, e dentro de vintes anos após o retorno do cativeiro, os ju-deus tinham um templo pronto para dedicação . . O Templo deZorobabel foi concluídono ano 515 A .C., mais especificamen-te, no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado doRei Dario . Os serviços de dedicação foram -feitos imediatamen-te . 21 Embora esse templo fosse bastante inferior quanto à rique-za de acabamento e acessórios, se comparado com o esplêndidoTemplo de Salomão era, no entanto, o melhor que o povo pode-ria construir, e o Senhor aceitou-o como uma oferta simbolizan-do o amor e a devoção dos seus filhos do convênio . Como prova

14II Reis 16 :7-9, .17 e 18 ; também II Crônicas 28 :24, 25.15 II Crônicas 36 :18 ; 19 ; veja também TI Reis 24 :13,25 :9.16Jeremias 25 :11 ; 12 ; 29 :10.17Esdras caps . 1 e 2 . .18Esdras cap . 6.19Esdras 3 :12, 13.20Esdras 4 :4-24.21 Esdras 6 :15-22.

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A CASA DO SENHOR

desta aceitação divina, testemunham-se as ministrações, dentrode seus muros, de profetas como Zacarias, Ageu e Malaquias.

Cerca de dezesseis anos antes do nascimento de Cristo, He-rodes I, rei da Judéia, começou a reconstrução do então decom-posto e quase desmoronado Templo de Zorobabel . Durante cin-co séculos aquela construção havia permanecido de pé, e semdúvida com o passar do tempo, tinha se transformado em gran-de ruína. Muitos incidentes da vida terrena do Senhor estão as-sociados com o Templo de Herodes. É evidente, pelas escritu-ras, que embora opondo-se aos usos degradantes e comerciaisaos quais o templo tinha sido induzido, Cristo reconheceu econfirmou a santidade de seus recintos . O Templo de Herodesera uma construção sagrada, não importava o nome pelo qualfosse conhecido, para ele era a Casa do Senhor . E depois, quan-do a cortina de pele desceu sobre a descomunal tragédia do Cal-vário, quando finalmente o grito agonizante, "estáconsumado", se elevou da cruz, o véu do templo foi rasgado, eaquele lugar outrora o Santo dos Santos, agora estava desnudo.A completa destruição do templo tinha sido profetizada peloSenhor, enquanto ainda vivia na carne .22 No ano 70 D .C. otemplo foi completamente destruído pelo fogo, como resultadoda tomada de Jerusalém pelos romanos, comandados por Tito.

O Templo de Herodes foi o último a ser erigido no hemisfé-rio oriental . Desde a época da destruição daquele grandioso edi-fício, até o tempo da restauração da Igreja de Jesus Cristo, noséculo dezenove, nosso único registro de edificação dè templosencontra-se nas crônicas nefitas . As escrituras do Livro de Mór-mon afirmam -que os templos foram erigidos pelos colonizado-res nefitas, no lugar ora conhecido como continente americano;todavia, temos poucos detalhes sobre sua construção e menosfatos quanto às ordenanças administrativas pertinentes a estestemplos ocidentais . Este povo construiu um templo, por voltado ano 570 A .C., e sabemos que seguiu o modelo do Templo deSalomão, embora bastante inferior em esplendor e dispendiosi-dade, se comparado com a majestosa construção de Salomão . 23É interessante citar que, quando o Cristo ressuscitado se mani-

22Mateus 24 :2 ; Marcos 13 :2 ; Lucas 21 :6.23 Veja no Livro de Mórmon, 2 Néfi 5 :16 .

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festou aos nefitas no continente ocidental, ele os encontrou nosarredores do templo . 24 O Livro de Mórmon no entanto, não fazmais nenhuma menção de templos, mesmo até a época da des-truição do Templo de Jerusalém; além disso, a nação nefita foiexterminada dentro de aproximadamente quatro séculos depoisde Cristo. Está claro, portanto, que os templos deixaram deexistir em ambos os hemisférios no período inicial da apostasia,e a verdadeira concepção de um templo, no seu sentido restrito,perdeu-se na humanidade.

Durante muitos séculos nenhuma oferta de santuário foi fei-ta ao Senhor ; na verdade, parece que tal necessidade não era re-conhecida. A igreja apóstata declarou que a comunicação diretade Deus havia cessado e, no lugar da administração divina, umgoverno estabelecido por conta própria alegava possuir o podersupremo . É evidente que, no que concernia à Igreja, a voz doSenhor havia silenciado; que o povo não mais desejava ouvira palavra da revelação, e que o governo da Igreja tinha sidosubstituído pela intervenção humana . 25

Quando no reinado de Constantino, um cristianismo per-vertido tinha se tornado a religião do estado, a necessidade deum lugar onde Deus se revelaria era ainda totalmente desconhe-cida ou ignorada . Na verdade, muitos edifícios, a maioria delesdispendiosos e imponentes, foram dedicados a Pedro e Paulo,Tiago e João; outros a Madalena e à Virgem ; mas nenhum foiedificado pela autoridade e denominado em honra de Jesus, oCristo . Dentre a variedade de capelas e santuários, de igrejas ecatedrais, o Filho do Homem não tinha sequer um lugar que po-deria chamar de seu . Foi declarado que o papa, em Roma, era orepresentante pessoal de Cristo e que, sem revelação, tinha opoder de declarar a vontade de Deus . 26

O santo sacerdócio ainda não tinha sido manifestado aoshomens até a restauração do evangelho, no século dezenove,com seus antigos poderes e privilégios . E lembremo-nos de que aautoridade para falar e agir em nome de Deus é essencial em umtemplo, o qual é inútil sem a sagrada autoridade do santo sacer-dócio . No ano de nosso Senhor, 1820, Joseph Smith, o profeta

24Veja no Livro de Mórmon, 3 Néfi 11 :1.25Veja "A Grande Apostasia", do autor, cap . IX.26 Veja "A Grande Apostasia", do autor, cap . X .

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da última dispensação, naquela ocasião um rapaz de 15 anos,recebeu uma manifestação divina, 27 na qual Deus, o Pai, e seuFilho, Jesus Cristo, apareceram e instruíram o jovem suplican-te. Por meio de Joseph Smith, o evangelho do passado foi res-taurado à terra, e a antiga lei foi restabelecida . Com o passar dotempo, pelo ministério do profeta, A Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias, foi organizada, e seu estabelecimentofoi marcado por manifestações do poder divino . 28

É significativo o fato de que esta Igreja, fiel à distinção queafirma — de que é a Igreja do Deus vivo, como está evidenciadoem seu nome — nos primeiros dias de sua história, tratou deprovidenciar a edificação de um templo . 29 A Igreja foi organiza-da como instituição terrena no dia 6 de abril de 1830 ; e em julhodo ano seguinte, uma revelação foi recebida designando o localpara o futuro templo, perto de Independence, Missouri . A cons-trução de um templo, neste lugar escolhido, está ainda adiada,como é o caso de um outro a oeste do Missouri, 30 em cujo lugaros alicerces foram lançados em 1838 . A Igreja considera umaresponsabilidade sagrada, o encargo de construir os templosnesses dois lugares, mas, até agora, o caminho não foi abertopara a consumação do plano. Neste ínterim, têm sido erigidostemplos em outros lugares, estando a atual dispensação marca-da pela edificação de seis destes sagrados edifícios.

No dia 1? de junho de 1833, numa revelação ao Profeta Jo-seph Smith, o Senhor ordenou a imediata construção de umacasa santa, na qual prometeu dotar seus servos escolhidos, compoder e autoridade . 31 O povo respondeu a este chamado, comboa vontade e devoção . A despeito da terrível escassez, e em fa-ce da impiedosa perseguição, a obra chegou ao término, e emmarço de 1836 o primeiro templo dos dias modernos foi dedica-do em Kirtland, Ohio . 32 Os serviços de dedicação foram marca-dos por manifestações divinas, comparáveis àquelas observadasno oferecimento do primeiro templo do passado ; e em ocasiõesposteriores, mensageiros celestiais apareceram nos recintos sa-

27 Veja "Regras de Fé", do autor, cap . I e referências.28Veja "Regras de Fé", do autor, especificamente o cap . 1 e notas.29Veja D&C 36 :8 ; 42 :36 ; 133 :2.30Veja D&C 115 :7-16.31 Veja D&C seção 95.32Veja D&C seção 109 .

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grados, com revelações da vontade divina ao homem . Naquelelugar, o Senhor Jesus foi novamente visto, e ouvido. 33 Doisanos depois de sua dedicação, o Templo de Kirtland foi abando-nado pelo povo que o construiu, pois foram forçados a fugir,por causa da perseguição; com sua saída, o santo templotornou-se uma casa comum, renegado pelo Senhor, a cujo nomehavia sido erigido . A construção ainda se acha em pé e está sen-do usada como capela por uma pequena e praticamente desco-nhecida seita.

A migração dos santos dos últimos dias foi dirigida para ooeste; e eles se estabeleceram primeiramente em Missouri, e de-pois em Illinois, tendo Nauvoo como sede da Igreja . Mal ti-nham eles se estabelecido em sua nova habitação, quando a vozda revelação foi ouvida, chamando o povo novamente a cons -truir uma casa consagrada ao nome de Deus.

Os alicerces do Templo de Nauvoo foram lançados no dia 6de abril de 1841 e a cimalha foi colocada na sua posição, em 24de maio de 1845 ; cada acontecimento foi celebrado por uma so-lene assembléia e serviço sagrado . Embora fosse evidente que opovo seria forçado a fugir novamente, e embora soubessem queo templo teria de ser abandonado logo depois de terminado, tra-balharam com toda força e diligência, para terminar e mobiliaradequadamente a construção . Foi dedicado no dia 30 de abril de1846, não obstante certas dependências, tais como a fonte batis-mal, tenham sido anteriormente dedicadas e utilizadas no servi-ço de ordenanças . Muitos dos santos receberam suas bênçãos eas sagradas investiduras no Templo de Nauvoo, embora, mesmoantes do término da construção, o êxodo do povo houvesse co-meçado. O templo foi abandonado por aqueles que, em pobrezae com sacrifício o edificaram . Em novembro de 1848, foi consu-mido pelas chamas, e em maio de 1850, um furacão demoliu oque restava das paredes enegrecidas.

No dia 24 de julho de 1847, os pioneiros mórmons chegaramaos vales de Utah, quando a região ainda era território mexica-no, e se estabeleceram onde agora é a Cidade do Lago Salgado.Quatro dias depois, Brigham Young, líder e profeta, indicou um .local, onde havia algumas artemísias silvestres, e com seu bastãotocou o árido solo, dizendo : "Aqui será o templo de nosso

33 Veja D&C seção 110:1-10 .

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A CASA DO SENHOR

Deus ." Aquele local é agora a linda Praça do Templo, em redorda qual a cidade se desenvolveu . Em fevereiro de 1853, a áreafoi dedicada com serviço sagrado, e no dia 6 de abril do ano se-guinte, os alicerces da construção foram lançados, acompanha-dos de solene e majestosa cerimônia . O Templo da Cidade doLago Salgado ficou quarenta anos em construção; a pedra an-gular foi colocada no dia 6 de abril de 1892, e o templo concluí-do, foi dedicado um ano depois.

Dos quatro templos já erguidos em Utah, o da Cidade doLago Salgado foi o primeiro a ser iniciado e o último a ser con-cluído. Durante a construção, três outros templos foram cons-truídos pelos santos dos últimos dias, um em Saint George, ou-tro em Logan, e outro em Manti, Utah . Adicionando a estes osdois templos anteriores — Kirtland, Ohio, e de Nauvoo, Illinois— temos seis destas construções sagradas já erigidas na presentee última dispensação do sacerdócio — a dispensação da pleni-tude dos tempos.

O propósito deste capítulo não é considerar em detalhesqualquer templo em particular, antigo ou moderno ; mas, sim-plesmente, mostrar seus traços essenciais e peculiares, tornandoclaro o fato de que, nos tempos antigos e modernos o povo doconvênio tem considerado a edificação dos templos como urnaobra particularmente exigida de suas mãos . De tudo o que foidito, é óbvio que um templo é mais do que uma capela ou igre-ja, mais do que uma sinagoga ou catedral ; é uma estrutura er-guida como a Casa do Senhor, consagrada ao mais íntimo con-vívio do Senhor com o santo sacerdócio, devotada às mais ele-vadas e sagradas ordenanças características da era ou dispensa-ção a que pertence o templo . Além disso, para ser realmente umtemplo santo — aceito por Deus, e reconhecido por ele comosua Casa — tal oferta deve ter sido solicitada, e tanto a ofertaquanto o doador devem ser dignos.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias decla-ra ser possuidora do santo sacerdócio, novamente restaurado àterra, e que está investida com a comissão divina de erigir emanter templos dedicados ao nome e ao serviço do Deus vivo everdadeiro, e também para administrar as ordenanças do sacer-dócio em suas dependências, cuja eficácia terá validade tanto naterra quanto além da sepultura .

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CAPÍTULO II

Santuários nas Antigas Dispensações

Como é entendido e aplicado aqui, a designação "templo"restringe-se ao sentido de uma estrutura real, erigida pelo ho-mem, consagrada e santificada ao serviço especial da Deidade,sendo que este serviço inclui a administração autorizada das or-denanças pertencentes ao santo sacerdócio, e não significa sim-plesmente um lugar, não importando quão sagrado este lugar setenha tornado . Se lugares sagrados tivessem que ser classifica-dos como edifícios sagrados, do mesmo modo que templos, acategoria incluiria muitos "betéis" sagrados que raramente sãoconsiderados como tal . Na aplicação mais ampla do termo, oJardim do Éden foi o primeiro santuário da terra, pois que lá oSenhor falou ao homem, pela primeira vez, e tornou conhecidaa lei divina. Da mesma maneira, o Sinai tornou-se um santuá-rio, porque o monte foi consagrado como habitação especial doSenhor, enquanto ele conversava com o profeta, e dava-lhe aconhecer os seus decretos . A santidade de tais lugares era idênti-ca à de Horebe, onde Deus falou com Moisés, do meio da cha-ma; e onde, ao se aproximar, o homem foi detido pela ordem:"Não te chegues para cá ; tira os teus sapatos de teus pés ; por-que o lugar em que tu estás é terra santa ."" Um templo, no en-tanto, é caracterizado não só como um lugar onde Deus se reve-la ao homem, mas também como a Casa onde são solenizadas asordenanças prescritas do sacerdócio.

1 Êxodo 3 :5 .

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A CASA DO SENHOR

O "Testemunho"

Antes da construção do tabernáculo no deserto, e mesmodurante os primeiros estágios da memorável jornada para longedo Egito, o povo de Israel possuía um certo depositário paracoisas sagradas, conhecido como o Testemunho. Isto é defini-damente mencionado com relação ao seguinte incidente . Soborientação divina, deveria ser preservado um vaso de maná, pa-ra que o povo não se esquecesse do poder e da bondade de Deus,por meio dos quais tinham sido alimentados:

"E disse Moisés : Esta é a palavra que o Senhor tem mandado : Encherásum gômer dele e o guardarás para as vossas gerações, para que vejam o pãoque vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu vos tirei da terra do Egi-to .

Disse também Moisés a Aarão : Toma um vaso, e mete nele um gômercheio de maná, e põe-no diante do Senhor, em guarda para as vossas gerações.

Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Aarão o pôs diante doTestemunho em guarda.'''

Resta pouca margem a dúvidas de que o Testemunho aquimencionado era uma estrutura material, e que o seu nome suge-re uma testificação divina quanto ao seu caráter sagrado . Vistoque o relato do êxodo não contém nenhuma menção do feitio detal estrutura, e além do mais, como a sua existência e utilizaçãoforam definitivamente afirmadas, antes que o povo tivesse tidotempo ou oportunidade de fazê-lo no deserto, parece que elestrouxeram o sagrado Testemunho consigo do Egito . Este inci-dente é de interesse e importância, pois indica a existência de umsantuário sagrado durante os estágios de formação de Israel co-mo nação, e enquanto o povo estava sob dominação de gover-nadores idólatras . Esta aplicação do termo Testemunho não de-ve ser confundida com a do uso posterior, pelo qual as tábuasde pedra, contendo o Decálogo divinamente inscrito, são assimdesignadas . 3 Deve ser notado que o tabernáculo, no qual foialojada a Arca do Convênio, contendo as sagradas tábuas depedra; é distintamente chamado de Tabernáculo do Testemu-nho. As várias utilizações deste termo não levarão à confusão,se o contexto for devidamente considerado em cada caso.

'Êxodo 16 :32-34.3 Veja Êxodo 31 :18 ; 25 :16 ; 32 :15 ; 34:28-29 .

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES

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O Tabernáculo Provisório

Enquanto Moisés conversava com o Senhor no Sinai, o po-vo que fora deixado temporariamente sozinho, fez um bezerrode ouro em imitação a Apis, um ídolo egípcio ; e em conseqüên-cia de suas orgias idólatras, a ira do Senhor se acendeu contraeles . Durante o período do afastamento resultante, antes deefetuar-se a reconciliação de Jeová com seu povo, as manifesta-ções divinas dentro do acampamento cessaram, e somente bemdistante dali poderia o Senhor ser encontrado . Devido a estacondição, lemos sobre o estabelecimento de um lugar de reuniãotemporário — possivelmente a tenda em que habitava Moisés,que se tornou santificada pela presença divina . Assim diz o re-gistro:

"E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviadalonge do arraial, chamou-lhe a tenda da congregação, e aconteceu que todoaquele que buscava o Senhor saiu à tenda da congregação, que estava fora doarraial.

E aconteceu que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cadaum, ficou em pé à porta da sua tenda : e olhavam para Moisés pelas costas, atéele entrar na tenda.

E aconteceu que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, epunha-se à porta da tenda : e o Senhor falava com Moisés.

E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, to-do o povo se levantou e inclinaram-secada um à porta da sua tenda.

E falava o Senhor a Moisés cara a cara, como qualquer fala com o seuamigo : depois tornou ao arraial : mas o seu servidor Josué, filho de Num,mancebo, nunca se apartava do meio da tenda ." 4

Que a tenda aqui chamada de Tabernáculo daCongregação 5 não é a estrutura dispendiosa e elaborada, espe-cialmente construída nas condições que o Senhor ordenara, éevidenciado pelo fato de que o tabernáculo maior e mais resis-tente não havia sido construído na época da escritura acima . Aocontrário do tabernáculo posterior que ficava no centro doacampamento com as tribos dispostas ao seu redor em ordemespecificada, este tabernáculo provisório era armado fora doacampamento — bem longe — talvez, como uma indicação do

4Êxodo 33 :7-11.5Na Versão Autorizada da Bíblia Sagrada, este santuário é chamado de Taberná-

culo da Congregação ; na versão revisada é designado como Tenda da Congregação : estetermo parece ser mais autorizado .

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A CASA DO SENHOR

afastamento do Senhor, devido a Israel ter se desviado dele emsua idolatria . Que o tabernáculo provisório era, não obstante,um santuário sagrado, ficou provado pela comunicação pes-soal, dentro dele, de Jeová com seu servo Moisés.

O Tabernáculo da Congregação

Do meio das nuvens, acompanhado de trovões e relâmpagosno Sinai, o Senhor deu a Moisés a lei e o testemunho . Não sóMoisés falou com o Senhor em pessoa, mas por divina ordena-ção, Aarão e seus filhos Nadabe e Abiú, junto com setenta dosélderes de Israel, subiram ao monte e viram Deus, mesmo oDeus de Israel . A glória do Senhor habitou no monte Sinai, du-rante muitos dias: "E Moisés entrou no meio da nuvem, depoisque subiu ao monte: e Moisés esteve no Monte quarenta dias equarenta noites." 6

Ao. descer, Moisés trazia consigo a comissão de solicitar aosfilhos de Israel contribuições e ofertas de seus bens e todas assuas coisas preciosas, que seriam apropriadas para a construçãode um santuário para o serviço religioso no deserto.

"Então falou o Senhor a Moisés, dizendo:Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada de todo o ho-

mem cujo coração o mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta al-çada.

E esta é a oferta alçada que tomareis deles : ouro, 'e prata, e cobre,E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabra,E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de

cetim,Azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o

incenso,Pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.

Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para mo-delo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.'

A reação do povo foi tão liberal e inspiradóra que logo hou-ve excesso de material.

"E falaram a Moisés, dizendo : O povo traz muito mais do que basta parao serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse.

6Êxodo 24 :9, 10, 18 ; leia o capítulo inteiro.'Êxodo 25 :1-9 . Para detalhes de construção e acessórios do Tabernáculo da Con -

gregação, veja Êxodo capítulos 25-31, mais particularmente o capítulo 25, cujo relato éem parte repetido em 36 :8-38 .

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES

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Então mandou Moisés que fizessem passar uma voz pelo arraial, dizendo:Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada dosantuário . Assim o povo foi proibido de trazer mais.

Porque tinham matéria bastante para toda a obra que havia de fazer-se, eainda sobejava ."'

A orientação divina se manifestou na indicação de homensque deveriam ficar encarregados da obra . Bezabel, filho de Uri,e Aoliabe, filho de Aisamaque, foram designados por revelaçãocomo mestres de obra, sob cuja direção os outros trabalhadoresdeveriam executar a obra, até que tudo estivesse terminado exa-tamente de acordo com a planta e modelo revelados . E quandofoi concluído o tabernáculo era a concretização do melhor, emmaterial, e artesanato.

O tabernáculo ficava dentro de um compartimento ou átrioexterno, cercado de telas de lona, com as cortinas da entrada fi-namente bordadas . As cortinas que formavam as paredes doátrio eram penduradas em colunas fixadas a intervalos ao longodo quadrilátero . As paredes mais compridas estendiam-se nosentido leste-oeste, com entrada principal para o átrio, no ladooriental . Dos dois quadrados no interior das cortinas, a divisãooriental era reservada para assembléias do povo, enquanto quea ocidental constituía a área mais sagrada pertencente ao taber-náculo propriamente dito.

Todo o espaço assim cercado tinha cem côvados de ocidentea oriente, e cinqüenta côvados de norte a sul, ou aproximada-mente quarenta e seis por vinte e três metros . 9 Na seção oriental,e portanto, afastado do tabernáculo, ficava o altar de holocaus-tos. Entre o altar e o tabernáculo ficava a pia, um grande vasode cobre sobre um pedestal, que continha água para a lavagemritual das mãos e dos pés dos sacerdotes . É interessante notarque a pia e o pedestal que a sustentava, foram feitos de contri-buições especiais das mulheres, que deram seus espelhos para es-te propósito . O tabernáculo tinha seu eixo longitudinal no senti-do leste-oeste, ficando a entrada no lado oriental . A estrutura

'Êxodo 36 :5-7.90 côvado é uma antiga medida de comprimento, cujo valor variava conforme os

países e épocas . Da maneira como ocorre na Bíblia, o côvado denota comprimentos va-riáveis . De acordo com enciclopédias modernas, dicionários bíblicos, etc ., o compri-mento aqui adotado é de quarenta e seis centímetros . Veja a Enciclopédia Britânica,Smith's Bible Dictionary, etc .

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tinha apenas trinta côvados de comprimento por dez de largura,ou seja, treze metros e oitenta centímetros por quatro metros esessenta centímetros ; estas são as dimensões dadas por Jose-phus, e estão praticamente de acordo com a descrição em Êxo-do, o qual afirma que as paredes tinham vinte tábuas de um la-do, cada uma com um côvado e meio de largura; na extremida-de ocidental havia seis tábuas, cada uma com um côvado .de lar-gura ou nove côvados ao todo ; estas tábuas com as colunas an-gulares completariam a largura dada por Josephus, dez côva-dos . As tábuas das paredes eram unidas por juntas de encaixetendo bases de prata, duas para cada tábua ; as próprias tábuaseram revestidas de ouro e tinham argolas do mesmo metal, parareceberem as barras, que também era revestidas de ouro.

Notar-se-á que o tabernáculo era uma estrutura pequena,inteiramente inadequada para a acomodação de grandes assem-bléias, mas é preciso lembrar que tal não era o seu propósito.Dentro do tabernáculo, somente oficiavam os portadores do sa-cerdócio designados ; e destes, nenhum, a não ser os poucosrealmente encarregados do serviço do dia, poderiam ser admiti-dos .

O tabernáculo era dividido por uma cortina, chamada espe-cificamente de Véu, em dois compartimentos: o exterior era co-nhecido como o Lugar Santo, e o interior como o Lugar Santís-simo ou o Santo dos Santos . Josephus e alguns outros, decla-ram que o tabernáculo compreendia três partes ; a terceira divi-são, no entanto, ficava realmente do lado de fora da tenda prin-cipal parecendo um pórtico, na extremidade oriental, com cincocôvados de profundidade, estendendo-se por toda a frente . OVéu, que separava o Lugar Santo, do Santo dos Santos, era ar-tisticamente tecido de "azul, e de púrpura, e de carmesim, e delinho fino torcido" e bordado com querubins . Pendia de quatrocolunas de madeira, revestidas de ouro ; os colchetes eram deouro, e as bases, de prata . A madeira utilizada nestas colunas,como também em outras partes da estrutura, era a rara, dispen-diosa, e durável acácia (ou cetim), às vezes conhecida como ma-deira de espinheiro . Atrás do Véu, o recinto era mais sagrado, edentro dele foi colocada a Arca do Convênio com seu propicia-tório, ostentando os sagrados querubins, cuja descrição apareceno seguinte registro :

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES

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"Fez também Bezaleel a arca de madeira de cetim: o seu comprimento erade dois côvados e meio ; e a sua largura dum côvado e meio ; e a sua altura dumcôvado e meio.

E cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora ; e fez-lhe uma coroa de ou-ro ao redor.

E fundiu-lhe quatro argolas de ouro aos seus quatro cantos, num ladoduas, e no outro lado duas argolas;

E fez varais de madeira de cetim, e os cobriu de ouro;E meteu os varais pelas argolas aos lados da arca, para levar a arca.Fez também de ouro puro o propiciatório : o seu comprimento era de dois

côvados e meio, e a sua largura dum côvado e meio;Fez também dois querubins de ouro ; de obra batida os fez, às duas extre-

midades do propiciatório;Um querubim a uma extremidade desta banda, e o outro querubim à ou-

tra extremidade da outra banda : do mesmo propiciatório fez sair os querubinsàs duas extremidades deles:

E os querubins estendiam as asas por cima, cobrindo com as suas asas opropiciatório: e os seus rostos estavam defronte um do outro : os rostos dosquerubins estavam virados para o propiciatório . "10

Fora do véu, mas ainda dentro do tabernáculo, ficava o Lu-gar Santo, dentro do qual foi colocada a mesa do pão da propo-sição, o altar do incenso, e o candelabro de ouro puro com setehásteas . 1"

Os ricos tecidos, de delicado artesanato, que formavam asparedes e o teto do tabernáculo, eram protegidos por repostei-ros de pêlos de cabra mais grosseiros, e estes por sua vez, tinhamuma cobertura de peles . A estrutura concluída é às vezes men-cionada nas escrituras como Tenda da Congregação, e em ou-tras, como Tabernáculo da Congregação ; a primeira expressãoocorre treze vezes, a outra cento e trinta e três vezes ; mas apesardesta diferença, o original de cada uma era Ohel Moed, cuja tra-dução mais autêntica é Tenda de Reunião . Não devemos, po-rém, supor que isto significa, no sentido comum, uma capela,porque "reunião" neste caso, não se refere a afluência de devo-tos, mas o lugar de comunicação de Deus com o seu sacerdócio.A Tenda de Reunião, ou o Tabernáculo da Congregação, em Is-rael, era a tenda do Senhor, onde ele se encontrava com os re-presentantes autorizados de seu povo.

No primeiro dia do segundo ano depois do êxodo do Egito,o tabernáculo foi armado pela primeira vez, e todos os utensí-

10 Êxodo 37 :1-9 ; compare com 25 :10-22."Veja Êxodo 37 :10-29 ; compare com 25 :23-40 .

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A CASA DO SENHOR

lios sagrados foram dispostos de acordo com as ordens dadaspelo Senhor . O véu foi pendurado, e o lugar foi consagrado co-mo um dos mais santos, tão santo quanto a própria habitaçãode Jeová. Então, da mesma maneira que no Sinai, uma nuvemhavia envolvido a habitação temporária de Deus, assim tambémaconteceu com o tabernáculo:

"Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor en-cheu o tabernáculo:

De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, por-quanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.

Quando pois a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então os filhosde Israel caminhavam em todas as suas jornadas.

Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em queela se levantava;

Porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogoestava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas assuas jornadas ." 1z

A intenção dominante e primordial da edificação desse san-tuário portátil, era expressar a íntima associação de Jeová comseu povo . Aquele povo deveria considerar-se especificamente .como o povo de Deus, e no meio deles, estaria a sua habitação,sobrepujando num grau transcendental a presença dos deusesde madeira e de pedra, acolhidos pelas nações idólatras, com asquais Israel tinha de contender . Esta intenção foi expressa noprimeiro mandamento com respeito à construção do tabernácu-lo : "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles ." 13

Na verdade, o sacerdócio é muito mais indispensável para apreservação da relação íntima com a Deidade, do que o taberná-culo ou templo . Por isso, era de se esperar que, com o estabele-cimento de um santuário sagrado, seriam feitas designações eordenações, por intermédio das quais, os homens estariam ver-dadeiramente autorizados nos ofícios sagrados do sacerdócio.Embora Moisés fosse o grande sumo sacerdote de Israel, perma-necendo à testa de uma distinta dispensação de autoridade e po-der divinos, havia muitas funções sacerdotais pertencentes àsordens menos exaltadas, e a estas Aarão e seus quatro filhos Na-dabe, Abiú, Eleazar e Itamar foram designados . O tabernáculofora construído sob expressa orientação, estendendo-se até mes-

' 2Êxodo 40 :34-38.13Êxodo 25 :8 .

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES

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mo aos mínimos detalhes, e da mesma maneira as ministraçõesdo sacerdócio foram prescritas e a ordem de adoração foi esta-belecida, pelas quais o povo deveria ser lémbrado que no meiodeles habitava Jeová, perante quem não deveriam ter outrosdeuses . 14

O tabernáculo foi preparado principalmente para o serviçomigratório ; por causa disso, suas partes foram acabadas separa-damente, e adaptadas de modo a permitir fácil armação ou des-montagem. Quando montado dentro de seu átrio, o tabernáculoocupava o lugar de honra no centro do acampamento.

No lado oriental, e portanto imediatamente à frente da en-trada do átrio, ficavam as tendas dos sacerdotes ; enquanto queos levitas acampavam nos outros três lados . Estes, como fica-vam mais próximos, têm sido comparados à guarda do GrandeRei, 15 cujo trono ficava dentro do santuário ; e atrás deles esta-vam acampadas as outras tribos na ordem preestabelecida . En-quanto desmontado e em trânsito, quando o povo estava emmarcha, o tabernáculo ainda ocupava o lugar central ; seus car-regadores eram os levitas, e todo o exército de Israel era a suaguarda.

Até Israel estabelecer-se permanentemente na terra da pro-messa, o Tabernáculo da Congregação teve apenas lugares tem-porários de repouso . À medida que o povo mudava, o santuárioera carregado, até que teve, em Silo, um lar um pouco mais per-manente . Nesse lugar, à porta do tabernáculo, foi feita a parti-lha final de Canaã entre as tribos de Israel . 16 Lá permaneceu otabernáculo durante o período dos Juízes, e até depois de ter si-do permitido que a custódia da arca de Deus passasse de Israelaos filisteus, por causa do pecado . 17 A glória do santuário foiperdida em grande parte e embora o tabernáculo continuasse aexistir, seu sagrado serviço estava em inatividade . Com profun-da tristeza, a verdade foi declarada: "De Israel a glória é levadapresa: pois é tomada a arca de Deus ." 18 Há evidência de quepor um curto período 4de tempo, no reinado de Saul, o taberná-

14 Veja Êxodo capitulo 28.15 Veja Smith's Dictionary of the Bible (ed . de Barnum) art . "Tabernacle".16 Josué 18 :1-3, 19 :51, também 21 :2 ; Juizes 18 :31 ; 1 Samuel 1 :3-24 ; 4 :3, 4.17 Veja I Samuel 4 :10-18.18 1 Samuel 4 :22 .

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culo foi estabelecido em Nobe ; pois lá encontramos o sacerdoteAquimeleque mantendo o serviço do pão da proposição, 19 noentanto, a Arca do Convênio certamente não estava lá . 20 Depoisdisso, ficamos sabendo que o tabernáculo foi levantado em Gi-beon, não obstante, as condições resultantes de sua mudançadaquele lugar, não sejam inteiramente declaradas . 21 A arca foiabrigada em outra tenda, e por fim, ambas foram trazidas paradentro do esplêndido Templo de Salomão, que suplantava to-dos os santuários anteriores.

O Terceiro Tabernáculo

Todavia, uma outra tenda de santuário foi feita e utilizadaem Israel, antes da edificação do grande templo . Por conveniên-cia podemos chamá-la de terceiro tabernáculo ; foi erigida pelorei Davi, em sua própria cidade, como um abrigo para a Arcado Convênio. Como já foi citado, as escrituras falam da capturada arca pelos filisteus, e de seu retorno a Israel . Este incidenteocorreu durante a última parte da administração dos juízes, an-tes de Israel ter-se curvado perante um rei em Canaã . 22

Durante todo o reinado de Saul, a arca permaneceu numaresidência particular ; onde, todavia, um sacerdote era mantidopara seu cuidado e ministério . Um dos primeiros atos de Davidepois de tornar-se rei, foi planejar a mudança da arca para umlocal mais adequado . No curso dessa mudança, Uzá foi ferido,porque, sem autoridade, tentou segurar o recipiente sagrado ; eesta manifestação de descontentamento divino afetou Davi detal maneira que adiou seu propósito de estabelecer a arca em suaprópria cidade, e colocou-a em outra residência particular — nade Obede-Edom, o Geteu . 2 3 Enquanto a arca permaneceu sobaquele teto, a família foi abençoada e prosperou . Com o passardo tempo, executou-se o plano original e a arca foi colocada nu-ma tenda especialmente preparada para abrigá-la, na cidade deDavi: "E introduzindo a arca do Senhor, a puseram em seu lu-gar, na tenda que Davi lhe armara : e ofereceu Davi holocaustos

19Veja I Samuel 21 :1-6.20Veja 1 Samuel 7 :1, 2.21 Veja 1 Crônicas 21 :28-30 ; compare com II Crônicas 1 :3-6.221 Samuel 4 :10-22 ; também capítulos 5 e 6 ; 7 :1-2.23I Samuel 6 :1-12 ; também 1 Crônicas cap . 13 .

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÓES

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e ofertas pacificas perante o Senhor ." 24

Portanto, durante o reinado de Davi havia dois lugares con-siderados como santuários, e a adoração do povo estava dividi-da. Salomão parece ter reconhecido a santidade de ambos os lu-gares — o lugar de repouso da arca em Jerusalém, e o lugar doTabernáculo da Congregação em Gibeon . 25 Por intermédio de-le, ambos os santuários foram novamente reunidos . 26

O Templo de Salomão

Mal tinha a Arca do Convênio sido depositada na capital doreino — a cidade de Davi, quando o rei sentiu o desejo de edifi-car, para sua acomodação, um abrigo mais durável do que atenda na qual tinha sido instalada com pompa e cerimônia . Pa-rece que a consciência do rei era perturbada pelo pensamento deque ele estava melhor instalado do que o santuário do Senhor:"Sucedeu pois que, estando o rei Davi em sua casa, disse o reiDavi ao profeta Natã : Ora, olha, eu moro em casa de cedros . . ."e a arca de Deus mora dentro de cortinas .2 7 Era desejo de Daviconstruir uma casa adequada para o Senhor, e o Profeta Natã aprincípio encorajou a idéia . No entanto, o Senhor falou a Natãe o instruiu a recusar a oferta do rei . Embora Jeová estivessesem lugar fixo reconhecido pelo povo como seu, embora tivessedito que não habitava uma casa em Israel, mas andara de tendaem tenda e de tabernáculo em tabernáculo, 28 conquanto comoimplica o contexto, o Senhor houvesse sido negligenciado nalonga demora da edificação de uma casa ao seu nome, não obs-tante Davi não poderia ser honrado com a permissão de cons-truir tal casa, pois que era tido como homem de guerra . 29 Nãonos cabe julgar a extensão da ofensa de Davi ; fazer tal coisa, se-ria usurpar a prerrogativa divina ; é suficiente sabermos quemesmo uma oferta magnífica pode ser recusada, se houver algoque exija uma reconciliação do mortal com seu Deus . Contudo,Davi recebeu permissão de providenciar os recursos e ajuntar

24II Sámuel 6 :17 ; também I Crônicas 15 :1 e 16 :1.25 Veja I Reis 3 :15 e II Crônicas 1 :3, 4.2 6Veja I Reis 8 :1-4.27I Crônicas 17 :1 ; também II Samuel 7 :1, 2.28I Crônicas 17 :4, 5.29Veja I Crônicas 22 :8 ; compare com 28 :3 ; e I Reis 5 :3 .

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materiais que posteriormente seriam empregados na edificaçãodo templo, 30 e além disso, o próprio local onde o grande edifícioseria erigido, foi escolhido e santificado por seu intermédio.Uma grande peste havia caído sobre Israel, e o anjo do Senhor,enviado com ordem de destruição, foi visto por Davi, de pé,com a espada na mão, no Monte Moriá, na eira de Araúna, o je-buseu . 31 Aquele local, consagrado pela presença de um mensa-geiro celestial, embora aquele mensageiro fosse o anjo da mor-te, foi marcado pelo levantamento de um altar, como havia sidoorientado pelo Senhor, por meio do Profeta Gade . 32

Compreendendo que lhe restavam poucos anos de vida, Da-vi imputou a Salomão, seu filho e sucessor escolhido, o encargosolene de edificar a casa que lhe fora proibido construir . O reidiscorreu enternecedoramente sobre sua própria desqualifica-ção, e depois repetiu a promessa de aceitação do Senhor, dasmãos de Salomão . As escrituras falam assim:

" . . .assim preparou Davi materiais em abundância, antes da sua morte.Então chamou a Salomão seu filho, e lhe ordenou que edificasse uma ca-

sa ao Senhor Deus de Israel.E disse Davi a Salomão : Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração o

edificar casa ao nome do Senhor meu Deus.Porém a mim a palavra do Senhor veio, dizendo : Tu derramaste sangue

em abundância, e fizeste grandes guerras ; não edificarás casa ao meu nome;porquanto muito sangue tens derramado na terra, perante a minha face.

Eis que o filho que te nascer será homem de repouso ; porque repouso lhehei de dar de todos os seus inimigos em redor ; portanto Salomão será o seu no-me e paz e descanso darei a Israel nos seus dias.

Este edificará casa ao meu nome e ele me será por filho, e eu a ele por pai;e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel, para sempre.

Agora pois, meu filho, o Senhor seja contigo; e prospera, e edifica a casado Senhor teu Deus, como ele disse de ti.

O Senhor te dê tão-somente prudência e entendimento, e te instrua acercade Israel ; e isso para guardar a lei do Senhor teu Deus.

Então prosperarás, se tiveres cuidado de fazer os estatutos e os juízos,que o Senhor mandou a Moisés acerca de Israel : esforça-te, e tem bom ânimo;não temas, nem tenhas pavor.

Eis que na minha opressão preparei para a casa do Senhor cem mil talen-tos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e de cobre e de ferro sem peso,porque em abundância é : também madeira e pedras preparei, e tu supre o quefaltar.

30 Veja I Crônicas 22 :1-5.31 II Samuel 24 :15-25 ; também 1 Crônicas 21 :15-17 ; e 11 Crônicas 3 :1.32 Veja 1 Crônicas 21 :18-30 ; compare com II Samuel 24 :18-25 .

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES

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Também tens contigo oficiais mecânicos em multidão, cortadores e artífi-ces em obra de pedra e madeira; e toda sorte de sábios em toda a sorte de obra.

Do ouro, da prata, e do cobre e do ferro não há número : levanta-te pois,e faze a obra, e o Senhor seja contigo.

E Davi deu ordem a todos os príncipes de Israel que ajudassem a Salo-mão, seu filho, dizendo:

Porventura não está convosco o Senhor vosso Deus, e não vos deu repou-so em roda? Porque tem entregado na minha mão os moradores da terra ; e aterra foi sujeita perante o Senhor e perante o seu povo.

Disponde pois agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao,Se-nhor vosso Deus; e levantai-vos, e edificai o santuário do Senhor Deus paraque a arca do concerto do Senhor, e os vasos sagrados de Deus se tragam a estacasa, que se há de edificar ao nome do Senhor ." 33

Davi deu a Salomão instruções pormenorizadas concernen-tes ao desenho e especificações da casa e seus pertences, a plantado pórtico, da estrutura principal e dos edifícios suplementares,"e a planta de tudo quanto tinha recebido, através -doEspírito" . Além disso, deu orientações quanto ao ministériodos vários procedimentos dos sacerdotes e levitas, "e de toda aobra do ministério da casa do Senhor e de todos os vasos do mi-nistério da casa do Senhor" . 3 4

A construção em si, teve início no quarto ano do-reinado deSalomão, e o templo estava pronto para a dedicação, no décimosegundo ano, ou aproximadamente 1005 . A.C. No começo daobra, Salomão entrou em acordo com Hirão, um rei . das proxi-midades, pelo qual os recursos de Tiro e Sidom foram incorpo-rados ao grandioso empreendimento . Com esta aliança, as es-plêndidas florestas do Líbano se tornaram acessíveis ; cedro e pi-nheiro e outras árvores foram cortadas e flutuaram aos milharesaté o ponto mais conveniente, para o transporte por terra até Je-rusalém . Tinha sido anteriormente explicado a Hirão que a de-manda seria enorme, pois como Salomão havia dito : "A casaque estou para edificar há de ser grande ; porque o nosso Deus émaior do que todos os. deuses ." 35 Lenhadores sidonianos forampostos a trabalhar — os mais hábeis de todos os lenhadores co-nhecidos; e as madeiras do Líbano foram fornecidas em abun-dância . A extensão da demanda pode ser avaliada pelo enorme

33I Crônicas 22 :5-19; também 28 :1-8 ; 29 :1-7.34I Crônicas 28 :11-13.35 II Crônicas 2 :5 ; leia o capítulo inteiro .

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A CASA DO SENHOR

pagamento oferecido e feito por Salomão . 36

Trabalhadores israelitas foram utilizados em grande núme-ro, tanto na cooperação com os sidonianos quanto no própriopaís . Desta maneira, está escrito:

E o rei Salomão fez subir leva de gente dentre todo o Israel : e foi a leva degente trinta mil homens.

E os enviou ao Líbano, cada mês dez mil por sua vez : um mês estavam noLíbano, e dois meses cada um em sua casa : e Adonirão estava sobre a leva degente.

Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta milque cortavam nas montanhas.

Afora os chefes dos oficiais de Salomão, os quais estavam sobre aquelaobra, três mil e trezentos, que davam as ordens ao povo que fazia aquela obra.

E mandou o rei que trouxessem pedras grandes e pedras preciosas, pedraslavradas, para fundarem a casa.

E as lavraram os edificadores de Hirão e os giblitas : e preparavam a ma-deira e as pedras para edificar a casa ." 37

Para o emprego bem sucedido de um tão grande número detrabalhadores, era necessário um sistema eficiente de organiza-ção; não nos surpreendemos, portanto, quando lemos que trêsmil e trezentos supervisores estavam sendo utilizados . A eficiên-cia do sistema ficou provada pelo sucesso daquele grandiosoempreendimento . Os israelitas e os homens de Tiro e Sidom tra-balhavam em harmonia, e grande parte do material de constru-ção era preparado segundo as plantas e medidas, nas própriasflorestas e pedreiras ; portanto, "edificava-se a casa com pedraspreparadas, como as traziam 'se edificava ; de maneira que nemmartelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de fer-ro se ouviu na casa quando a edificavam ." 38

Nossa principal fonte de informação, referente à edificaçãodo grande templo, são as escrituras contidas em I Reis , capítu-los 3 e 4, cujo relato, bem como a descrição dada porJosephus, 39 parecem ter sido derivadas do primeiro registro ci-tado.

Em linhas gerais, a planta do Templo de Salomão era idênti-ca à do Tabernáculo da Congregação, especialmente construí-do, embora as dimensões do templo fossem o dobro das -do ta-

36 Veja I Reis 5 :11 ; e II Crônicas 2 :10, 15.371 Reis 5 :13-18.38I Reis 6 :7 ; compare com Deuteronômio 27 :5, 6.39 Josephus, Antiquities of the Jews, Livro VIII : caps . 2, 3 e'4 .

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bernáculo . Deve ser lembrado que o pórtico do tabernáculo ti-nha cinco côvados de fundo ; e o pórtico do templo media 10 cô-vados de fundo ; em ambos os casos, o pórtico estendia-se nalargura toda do edifício . O Lugar Santo, ou primeiro comparti-mento dentro das paredes do tabernáculo, media vinte côvadosde comprimento, dez côvados de largura e dez de altura ; notemplo, media quarenta côvados por vinte, e vinte de altura . Osantuário interior, o oráculo, ou o Santo dos Santos, tinha aforma de um cubo, e media dez côvados de cada lado ; no tem-plo este recinto sagrado media vinte côvados em cada sentido.Portanto, a planta baixa do tabernáculo cobria trinta é cincocôvados por vinte, e a do templo, setenta côvados por quarenta.Estas medidas não levam' em conta as câmaras laterais, que notabernáculo mediam 5 côvados de largura ; e os do templo me-diam dez côvados de largura ; com estas medidas incluídas, aárea total do tabernáculo era de quarenta côvados por vinte, en-quanto que a do templo era oitenta por quarenta côvados ; ou,segundo a medida equivalente do côvado, comumente aceita, otabernáculo media dezoito metros e quarenta centímetros pornove metros e vinte centímetros, e o templo, trinta e seis metrose oitenta centímetros por dezoito metros e quarenta centíme-tros. Na altura, a mesma proporção foi mantida ; o tabernáculoelevava-se a quinze côvados e o templo a trinta côvados . O pór-tico do templo parece ter-se elevado acima da altura da estrutu-ra principal . 40

Dentro do pórtico, permanecendo como guardas à entradado templo, havia duas colunas de cobre com desenhos esmera-dos, e, sem dúvida, de significado simbólico . Eram considera-das de tal importância que mereceram uma descrição detalhada,e o nome daquele que as fez, foi inscrito nos arquivos do tem-plo. Foram trabalhadas por Hirão de Tiro — não o rei, que ti-nha o mesmo nome - mas, um mestre de artesanato, perito nasobras de cobre . Hirão formou as duas colunas, cada uma comdoze côvados de circunferência e dezoito côvados de altura,além dos capitéis maciços, que eram ornamentados com romãs elírios . A coluna à direita da entrada chamava-se Jaquim, quesignificava "Ele estabelecerá", e a da esquerda chamava-se

^Veja II Crônicas 3 :4 .

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A CASA DO SENHOR

Boaz, que significava "Dentro está o poder" . 41 : Qualquer queseja o significado mais profundo que possa ter sido atribuído aessas colunas maciças, seu simbolismo sugestivo de força e fir-meza é plenamente evidente . As escrituras não definem clara-mente se as colunas realmente sustentavam o teto do pórtico, ouse estavam livres, apenas como símbolos e ornamento ..

As paredes do grande templo eram construídas de pedra lavrada, embora do . lado de dentro não se visse pedra . alguma,pois as paredes eram revestidas de cedro, do assoalho até o teto,ricamente decorado com entalhes de flores, árvores, e outrosdesenhos, e o assoalho era de madeira de faia . 42 Além disso, ointerior era ricamente embelezado com obras de revestimentoem ouro. puro . A parede divisória pela qual o oráculo, ou Santodos Santos era dividido, correspondendo ao : véu do tabernácu-lo, foi revestida desta maneira e pendurada com cadeias de ou-ro. 43 Os querubins que guardavam simbolicamente o oráculo,eram de madeira de oliveira, revestido de ouro, sendo que o me-tal precioso se adaptava sobre a obra lavrada . 44

O vestíbulo ou pórtico ficava na extremidade . oriental ; e estaconstituía' a única entrada do templo propriamente dito . Aolongo dos, outros três lados, cercando portanto o Lugar Santo eo oráculo, havia inúmeras câmaras construídas em três fileirasou andares. A largura delas era de cinco côvados no andar infe-rior, seis côvados no do meio, e sete côvados no superior ; estapeculiaridade da largura aumentando com a altura, foi possíveldevido à diminuição da espessura das paredes . Com esta redu-ção das paredes, as câmaras de cedro eram bem firmes, todavia,não faziam parte da estrutura principal ; eram construídas deforma "que as vigas não fossem cravadas nas. . paredes ." 45 Estespequenos compartimentos eram, portanto, "câmaras, em redordas' paredes da casa ; não obstante, eram de construção indepen-dente. Pela declaração de Ezequiel,46 supõe-se que fossem emnúmero de trinta, embora não se encontre descrição minuciosa.Provavelmente eram utilizadas para o serviço exigido dos sacer-

41 Veja I Reis 7 :13-22.42j Reis 6 :15-18 ; 29.43 Versículos 19-22."Versículo 35.45 Versículos 5, 6.4óEzequiel 41 :6-7 .

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dotes, além do trabalho cerimonial, ligado ao ritual geral-: Asentradas para estas câmaras ficavam no lado direito da constru-ção, com escadas em caracol que levavam às salas superiores.Acima do nível das câmaras superiores, havia janelas pelasquais o recinto externo, ou Lugar Santo, era iluminado ; o Santodos Santos, entretanto, não possuía luz natural .

.Os acessórios do templo compreendiam apenas uns poucos

objetos, não obstante, cada peça era de modelo especial e parauso exclusivo . No Lugar Santo havia uma mesa, ou uma, série demesas, para se colocar o sagrado pão da proposição . Também émencionado um altar de ouro, e dez candelabros de ouro purodispostos diante da entrada do oráculo, cinco de- cada lado;além disso, havia tenazes de ouro, vasos e espevitadeiras, baciase colheres . O oráculo foi preparado para receber a Arca doConvênio e para proteger este receptáculo sagrado, dois grandesquerubins haviam sido preparados, cada um com dez côvadosda altura; esses querubins eram de madeira de oliveira revestidade ouro.

O templo ficava dentro de recintos cercados, geralmente re-feridos como átrio interno e externo, respectivamente . A parededo átrio interno consistia de três ordens de pedras cortadas, naqual foi colocada uma ordem de vigas de cedro . Isto correspon-dia ao recinto único do antigo tabernáculo . Como todas as me-didas especificadas mostram que o templo tinha o dobro do ta-manho do tabernáculo, este átrio parece ter sido feito em pro-porção correspondente ; acredita-se, portanto, que se estendia acem côvados de norte a sul e a duzentos côvados de leste a .oeste . 4?

Dentro do átrio, "diante do pórtico do Senhor", ficava oaltar do sacrifício . Este era de cobre e media vinte côvados qua-drados e dez côvados de altura . Pertenciam ao serviço do . altarmuitos utensílios tais como bacias, caldeirões e pás, feitos espe-cialmente sob a direção do mestre de obras Hirãode Tiro . Umoutro objeto importante dentro do átrio era o mar de fundição,também chamado de mar de bronze . 48 Esta grande pia mediatrinta côvados de circunferência e elevava-se a cinco côvados de

47Para especificações quanto aos átrios, veja I Reis 6 :36 ; compare com 7 :12 ; tam-bém II Reis 23 :12 ; II Crônicas 4 :9, 33 :5.

48 I Reis 7 :23-26 ; II Crônicas 4 :2; também II Reis 25 :13 ; compare com Jeremias52 :17 .

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A CASA DO SENHOR

altura, sendo ricamente ornamentada . As paredes tinham qua-tro dedos de espessura, e a borda era ornamentada com floreslavradas . Assentava-se sobre doze bois de bronze em grupos detrês, e cada grupo olhava respectivamente para o norte, sul, les-te e o oeste . O mar de fundição ficava entre o altar e o pórtico,"ao lado direito da casa para a banda do oriente, da parte dosul." 49 Em associação com o mar de fundição, havia dez vasosmenores chamados de pias, montados em suportes de constru-ção especial e providos de rodas para facilitar sua remoção . 50 Aspias eram usadas em conexão com o serviço do altar, para a pu-rificação das ofertas ; mas a pia principal, ou mar de fundição,era reservada para a cerimônia de purificação dos sacerdotes.

Quando a Casa do Senhor estava pronta, preparações cui-dadosas foram feitas para a sua dedicação . Primeiramente hou-ve a instalação da Arca do Convênio e seus pertences, o Taber-náculo da Congregação e os vasos sagrados . Com grande soleni-dade e para acompanhar o sacrifício cerimonial, a arca foi trazi-da pelos sacerdotes e colocada no Santo dos Santos, debaixodas asas dos querubins . Naquela ocasião, a arca continha so-mente as duas tábuas de pedra "que Moisés ali pusera" . Os va-rais, pelos quais a arca era segurada, sobressaíam tanto que po-diam ser vistos do Lugar Santo, e então "sucedeu que, saindoos sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Se-nhor, e não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar,por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a casado Senhor". 51

Então, Salomão dirigiu-se à multidão reunida, citando no-vamente as circunstâncias sob as quais a construção do templotinha sido concebida por seu pai, Davi, e executada por ele pró-prio, e proclamou a misericórdia e bondade do Deus de Israel.De pé, diante do altar do Senhor, no átrio do templo, o rei es-tendeu as mãos para os céus, e proferiu a oração dedicatória.Depois disso, o rei abençoou o povo, dizendo: "Bendito seja oSenhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo oque disse: nem uma só palavra caiu de todas as suas boas pala-vras que falou pelo ministério de Moisés, seu servo . O Senhor

49 1 Reis 7 :39.5°I Reis 7 :27-39 ; compare com II Crônicas 4 :6.51 1 Reis 8 :10, 11 .

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nosso Deus seja conosco, como foi com nossos pais ; não nos de-sampare, e não nos deixe ."52

Os serviços principais juntamente com as festividades, dura-ram sete dias, e "no oitavo dia despediu o povo, e eles abençoa-ram o rei; então se foram às suas tendas, alegres e gozosos decoração, por causa de todo o bem que o Senhor fizera a Daviseu servo, e a Israel seu povo" . 53

Este esplêndido edifício manteve sua supremacia e glória so-mente durante um terço de século . Nos últimos anos de seu rei-nado, Salomão tinha agido iniquamente diante de Deus, e o po-vo não foi vagaroso em seguir o rei em seus maus caminhos . Is-rael tornou-se fraca na sua fidelidade a Jeová, seguindo a deusesestranhos . Após a morte de Salomão, a nação foi dividida : Noquinto ano do reinado de Jeroboão, Sisaque, rei do Egito, asse-diou a cidade de Davi e assaltou até mesmo o templo e carregouparte de seus tesouros sagrados . Depois disso, Jeoás, rei de umaparte da nação dividida, tomou o ouro e a prata e os vasos sa-grados da Casa do Senhor e os levou para Samaria . 54 Assim no-tamos que a violação do templo não foi inteiramente efetuadapelos inimigos de Israel ; o próprio povo para quem a casa ou-trora fora sagrada, contribuiu para a sua profanação . Acaz, orei iníquo de Judá retirou o altar de seu lugar e o substituiu poroutro feito por sua ordem segundo modelo dos altares pagãos;além disso, tirou o mar de fundição e desmontou as pias . 55 Ma-nassés, outro rei iníquo que reinou em Judá, seguiu a Baal e es-tabeleceu santuários idólatras dentro dos átrios do templo . 56 Osobjetos preciosos da Casa do Senhor foram usados para permu-ta entre reis . Deste modo, Asa, rei de Judá, comprou a ajuda deBenadade para lutar contra Israel ; 57 da mesma forma procedeuJoás para comprar a paz de Hazael, rei da Síria, 58 e igualmentefez Ezequias, que roubou a Casa do Senhor, despojando-a dosobjetos com os quais pagaria tributo aos assírios . 59

52I Reis 8 :56, 57 ; para o completo serviço dedicatório, leia o capítulo todo.53 Versículo 66.saII Reis 14 :13, 14.55 II Reis 16 :10-18 ; também II Crônicas 28 :24.56II Reis 21 :1-7 ; também II Crônicas 33 :1-7.571 Reis 15 :18.58II Reis 12 :18.59II Reis 18 :15, 16 .

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A CASADO SENHOR

Algumas tentativas foram feitas para reparar os estragosmaiores do templo ; 60 no entanto, parece que aquela casa tinhasido abandonada ao seu destino . No ano 586 A .C ., Nabucodo-nosor, rei da Babilônia, completou a destruição do templo emconexão com sua conquista do reino de Judá . Tudo de valor queainda restava, foi por ele pilhado, e a construção foi destruídapelo fogo . 61

Ocorre ainda, uma menção posterior sobre alguns dos vasosque tinham sido feitos para o serviço sagrado de Jeová — quan-do foram trazidos para coroar o triunfo de Belsazar em sua fes-ta pagã . Em seguida manifestou-se o descontentamento do Se-nhor, e o rei, tremendo, ouviu dos lábios de Daniel a sua des-truição — porque não havia considerado o destino que sur-preendera seu pai, e tinha se levantado contra o Senhor doscéus; e havia trazido os vasos da casa de Deus para que ele e seussenhores, suas esposas e concubinas pudessem beber vinho de-les; e tinha louvado aos deuses de prata e ouro, de cobre, ferro,madeira e pedra, os quais não vêem, não ouvem, nem sabem;mas o Deus em cujas mãos estava a sua vida e todos os seus ca-minhos, a ele não havia glorificado . Havia sido pesado e achadoem falta; e o reino foi tirado dele. Naquela mesma noite, Belsa-zar, o rei, foi morto . 62

O Templo da Visão de Ezequiel

No vigésimo quinto ano do cativeiro da Babilônia, enquan-to o povo estava ainda exilado em terra estranha, a palavra doSenhor veio ao Profeta Ezequiel ; o poder de Deus pousou sobreele; ele viu, em visão, um glorioso templo, cuja planta descreveuminuciosamente . 63 Quanto a ter o profeta considerado o proje-to apresentado como um projeto a ser realizado ou simplesmen-te como um grande, porém inatingível ideal, não é declarado . Ocerto é que o templo dessa visão ainda não foi construído.

Na maioria de seus traços essenciais, o modelo de Ezequiel

60Veja II Reis 12 :2-14; compare com II Crônicas 24 :7-14 ; também II Reis 22 :3-7;compare II Crônicas 34 :8-13.

61 II Reis 24 :13 ; 25 :9-17 ; II Crônicas 36 :7, 19; compare com Isaías 64 :11 ; Jeremias27 :16, 19-22 ; 28 :3 ; 52 :13, 17-23 ; Lamentações 2 :7 ; 4 :1 ; Esdras 1 :7.

62Veja Daniel, capítulo 5.63 Vejá Ezequiel, capítulo de 40 a 43 .

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES

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seguia de perto a planta do Templo de Salomão ; na verdade, eratão grande a semelhança, que muitos dos pormenores mencio-nados por Ezequiel têm sido aceitos como se fossem os daqueleesplêndido edifício destruído pdr Nabucodonosor . Uma carac-terística predominante do templo descrito por Ezequiel, era aamplitude dos prédios e átrios e a simetria tanto da casa santacomo dos edifícios secundários . A .área deveria ser um quadradode quinhentos côvados, com muros ao redor e providos de por-tas e arcos nos três lados ; no lado ocidental o muro não deveriaser quebrado por nenhum arco ou portal . Em cada uma dasportas, havia pequenas câmaras, chamadas vestíbulos, 64 e pro-vidas de pórticos . No átrio externo, havia outras câmaras . Todaa área deveria ser elevada, e alguns degraus levavam a cada por-ta . No átrio interno via-se um grande altar diante do templo, oqual ocupava o centro de uma área quadrada de cem côvados . 65

Havia dispositivos diversos para toda sorte de sacrifícios e ofer-tas e instalações para acomodação dos sacerdotes, cantores e to-dos que se empenhavam no sagrado ritual . 66 A estrutura princi-pal compreendia um pórtico, um Lugar Santo, e um santuáriointerior ou Lugar Santíssimo, o qual era elevado acima do resto,e alcançado por meio de degraus . A planta proporcionava umaexclusividade muito maior do que aquela que havia caracteriza-do a área do Templo de Salomão ; os átrios duplos contribuíampara isso . O serviço do templo foi prescrito em pormenores ; asordenanças do altar, os deveres dos sacerdotes, o ministério doslevitas, os regulamentos que governavam as ofertas e celebra-ções foram estabelecidos .67

O propósito imediato dessa revelação na visão do profeta,parece ter sido o de despertar o povo de Israel para uma com-preensão de seu estado decaído e uma concepção de sua glóriaperdida. Assim foi ordenado ao profeta:

"Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel esta casa, para quese envergonhe das suas maldades : sirva-lhe ela de modelo.

E envergonhando-se eles de tudo quanto fizeram, faze-lhes saber a formadesta casa, e a sua figura, e as suas saídas, e as suas entradas, e todas as suas

64 Conforme designado na versão revisada.65 Ezequiel 40 :47.66 Versículos 44-46.67 Ezequiel capítulos 44-48 .

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A CASA DO SENHOR

formas, e todos os seus estatutos, todas as suas formas, e todas as suas leis ; eescreve isto aos seus olhos, para que guardem toda a sua forma e todos os seusestatutos, e os cumpram.

Esta é a lei da casa : Sobre o cume do monte todo o seu contorno em redorserá santíssimo ; eis que esta é a lei da casa .'' 68

0 Templo de Zorobabel

Durante setenta anos, os judeus tinham sofrido e padecidosob o poder dos babilônios . A maior parte do orgulhoso reinode Judá fora levado cativo e, aqueles que permaneceram na ter-ra de seus pais, haviam perdido sua nacionalidade, misturando--se em larga escala com os gentios. Com terrível exatidão, havia--se cumprido a triste profecia de Jeremias . Por intermédio da-quele profeta, o Senhor havia dito:

"Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos : Visto que não escutastes mi-nhas palavras,

Eis que eu enviarei, e tomarei a todas as gerações do norte, diz o Senhor,como também a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e os trarei sobreesta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e osdestruirei totalmente, e pô-los-ei em espanto, e em assobio, e em perpétuos de-sertos.

E farei perecer entre eles a voz de folguedo, e a voz de alegria, a voz do es-poso, e a voz da esposa, o som das mós, e a luz do candeeiro.

E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto ; e estas nações servi-rão ao rei de Babilônia setenta anos . "69

Entretanto, o sombrio da triste profecia fora iluminado porum raio de esperança e promessa — a certeza de que quando ossetenta anos da punição do Senhor se completassem, o povovoltaria à terra da sua herança, e mais uma vez seria reconheci-do como o povo do Senhor ." O povo viveu no encorajamentodessa esperança ; inspirados por ela, os profetas, mesmo duranteo cativeiro, haviam buscado o Senhor e declaravam sua vontadeao povo; à luz dela, Ezequiel tinha visto na visão profética o res-tabelecimento de seu povo e a possibilidade de um, templo maiore mais grandioso do que o primeiro . No devido tempo, o Deusde Israel cumpriu sua palavra, e reivindicou novamente o seupoder como Rei dos reis; ele governou é controlou as paixões

"Ezequiel 43 :10-12.69 Jeremias 25 :8-11 . Ver também 29:10.70 Veja Jeremias 25 :12-14 . Também "Regras de Fé" do autor, capítulo XVII, "A

Dispersão de Israel" .

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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES

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das nações e os atos dos governantes terrenos, e mais uma vezretirou o seu povo da terra do cativeiro . A Pérsia tornara-se opoder controlador entre as nações, e pelo decreto do rei da Pér-sia, Judá foi emancipada . Eis o poder de Deus dirigindo os go-vernadores dos mortais:

"No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, (para que se cumprisse a palavrado Senhor, por boca de Jeremias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, reida Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por es-crito, dizendo:

Assim diz Ciro, rei da Pérsia : O Senhor Deus dos céus me deu todos osreinos da terra ; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém,que é em Judá.

Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba aJerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel ; ele é oDeus que habita em Jerusalém.

E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, oshomens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazenda e comgados, afora as dádivas voluntárias para a casa do Senhor, que habita em Je-rusalém ." 7

Sob esta benévola permissão, o povo retornou à terra deseus pais e iniciou a construção de uma nova Casa do Senhor.Ciro tinha baixado um decreto real para que a estrutura fossedigna do grande nome ao qual deveria ser erigido — os alicercesdeveriam ser firmemente assentados; a altura deveria ter sessen-ta côvados e a largura o mesmo ; deveria haver três carreiras degrandes pedras e uma carreira de madeira nova ; além de tudo,as despesas seriam por conta do tesouro real . 72 O rei restituiu aopovo os vasos que tinham sido retirados por Nabucodonosor doprimeiro templo — todos estes, somando a milhares, foram for-malmente entregues pelo tesoureiro do rei . 73

Tão grande foi o entusiasmo do povo, tão forte o seu desejode participar individualmente do santo empreendimento, quemuitos dos que haviam descurado sua herança, agora reclama-vam seu direito ao sacerdócio ; como, porém, suas genealogiasnão tinham sido preservadas, foram excluídos do sacerdócio,embora lhes fosse permitido voltar com o resto do povo . Asprerrogativas de ordem sacerdotal foram-lhes negadas até que

71 Esdras 1 :1-4.72 Esdras 6 :3-4.73 Esdras 1 :7-11 .

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A CASA DO SENHOR

alguém se erguesse com poder para declarar sua genealogia pormeio do Urim e Tumim .74

Zorobabel e Jesua estavam encarregados da obra ; e sem de-mora construíram de novo o altar do Deus de Israel erestabele -ceram o ritual do sacrifício e a observância das festassagradas . 75 Pedreiros e carpinteiros, trabalhadores e artesãos detoda espécie e grau, foram trazidos para, o serviço; novamenteTiro e Sidom foram postas sob tributo amigável, e mais uma veza riqueza das florestas do Líbano foi trazida a Jerusalém . Sacer-dotes e levitas eram dirigidos conforme a antiga ordem, e o somdas trombetas e címbalos combinava-se com as vozes dos canto-res . Haverá motivo para se admirar de que quando os alicercesforam lançados, os homens idosos que se lembravam da primei-ra Casa e de sua glória, choraram em altas vozes e no seu prantogritavam de alegria?76

Não obstante, surgiram adversários para . colocar obstáculosno caminho dos edificadores . O povo de Canaã — israelitas quehaviam esquecido sua fidelidade para com Deus, e que se ti-nham misturado com os idólatras, ofendeu-se com a atividadedos judeus que haviam retornado . Primeiramente, ofereceram-se para ajudar na obra, mas tendo sido rejeitados por causa desuas associações idólatras, tentaram obstruir, e "debilitavam asmãos do povo de Judá e inquietava-os no edificar . E alugaramcontra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, todos osdias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pér-sia."77 Alegavam que antigamente o povo de Judá tinha sidoum transtorno para outras nações, e que com a restauração deseu templo se tornariam novamente sediciosas . Por fim os pro -testos e acusações chegaram até Dario, o monarca reinante ; e,tendo ele investigado, todo o caso, baixou um decreto, que nãosó os judeus deveriam ficar livres de qualquer interrupção naconstrução do templo, mas que também uma porção do tributoreal, os impostos regulares da terra, deveria ser dedicada à obra;e disse o rei:

"Também por mim se decreta que todo homem que mudar este decreto,

74Veja Esdras 2 :61-63."Esdras 3 :1-6.76Esdras 3 :8-13."Esdras 4:1-6 . Veja também 7-24 e cap . 5 .

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um madeiro se arrancará da sua casa e, levantado, o pendurarão nele, e da suacasa se fará por isso um monturo . Ó Deus, pois, que fez habitar ali o seu nomederribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem epara destruirem esta casa de Deus, que está em Jerusalém . Eu, Dario, dei o de-creto ; apressuradamente se execute ." 78

Com tal apoio, o povo logo terminou o edifício . Emborahouvessem passado quase vinte anos desde o lançamento do ali-cerce até a conclusão, a maior parte do trabalho foi feita duran-te os últimos quatro anos . Os serviços de dedicação foram sole-nes e inspiradores . Durante sete dias celebraram a festa dos pãesasmos; a páscoa foi comida por aqueles que retornaram do cati-veiro e por outros que "se apartaram da imundície das gentes daterra, para buscarem o Senhor, Deus de Israel ". 79

Este, o segundo templo, foi terminado no ano 515 A .C . ; éconhecido na história como o Templo de Zorobabel . Em linhasgerais foi construído segundo a planta do Templo de Salomão,embora muitas de suas dimensões superassem as do seu protóti-po. O átrio foi dividido em uma seção somente para os sacerdo-tes e outra para o público; de acordo com Josephus, a divisãofoi feita por uma cerca de madeira . 80 Um altar de pedra brutafoi erigido em lugar do magnífico altar de cobre anterior . 81 OLugar Santo foi agraciado com apenas um candelabro em vez dedez; e com somente uma mesa para o pão da proposição, em lu-gar das dez mesas revestidas de ouro que havia no primeiro tem-plo . Também lemos acerca de um altar de incenso feito de ouro,e de alguns acessórios menores . O Lugar Santíssimo estava va-zio, pois desconhecia-se o paradeiro da Arca do Convênio desdeque o povo fora levado para o cativeiro.

Em muitos aspectos o Templo de Zorobabel parecia pobreem comparação com seu esplêndido antecessor e em certas par-ticularidades, na verdade, era inferior ao antigo Tabernáculo daCongregação — o santuário das tribos errantes . Os críticos eru-ditos especificam os seguintes traços característicos do Templode Salomão não existentes no Templo de Zorobabel : (1) a Arcado Convênio ; (2) o fogo sagrado ; (3) o "shekinah", ou glória

78 Esdras 6 :11, 12 ; veja versículos 7-10.79Esdras 6 :21.80 Josephus, Antiquities of the Jews : XIII, 13 :5.81 Compare com Êxodo 20 :25 ; Deuteronômio 27 :5 ; Josué 8 :31 .

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do Senhor, que antigamente se manifestava como a PresençaDivina; (4) o Urim e Tumim, por meio do qual Jeová tornavaclara sua vontade aos sacerdotes da ordem Aarônica; (5) o domou espírito de profecia, indicador da comunhão mais íntima dosmortais com seu Deus . Apesar dessas diferenças, o Templo deZorobabel foi reconhecido por Deus e foi, sem dúvida, o localda revelação divina aos profetas devidamente constituídos.

A inferioridade do segundo templo em comparação com oprimeiro, é geralmente admitida ; a diferença, no entanto, eramais uma questão de esplendor do que de tamanho . 82 Mesmo,porém, possuindo tal glória, não deveria persistir por muitotempo. Novamente, o povo tornara-se infiel ao seu Deus, e avoz do profeta era ignorada . Outra vez, Jeová permitiu que Ju-dá fosse oprimida pelos bárbaros . Sobre a história posteriordeste templo, a Bíblia traz poucos pormenores ; mas outras fon-tes nos falam de suas vicissitudes . Em conexão com a persegui-ção aos Macabeus, a casa do Senhor foi profanada . Um rei sí-rio, Antíoco Epifânio, capturou Jerusalém (168 a 165 A .C.) ecometeu irreverentes atrocidades contra a religião do povo . Sa-queou o templo e levou consigo o candelabro de ouro, o altar deincenso dourado, a mesa do pão da proposição e até rasgou osvéus sagrados, os quais eram de linho puro e carmesim . Sua per-versidade foi tão longe, que propositadamente profanou o altardo sacrifício imolando porcos sobre ele, e erigiu um altar pagãono recinto sagrado . Não contente com a violação do templo, es-te iníquo monarca erigiu altares nas cidades e ordenou a ofertade animais imundos sobre eles . O ritual da circuncisão foi proi-bido sob pena de morte, e o culto a Jeová foi declarado um cri-me. 83 Como resultado dessa perseguição, muitos dos judeusapostataram e declararam que pertenciam aos medos e persas —as nações de cujo domínio tinham sido livrados pelo poder deDeus.

Entre aqueles que permaneceram fiéis à religião de seuspais, encontrava-se Matatias, um sacerdote e homem preemi-nente . Foi-lhe pedido que oferecesse sacrifícios pagãos ; não so-mente recusou, mas em justa indignação, matou todos aquelesque tentaram tal sacrilégio . Esse ato provocou lutas adicionais

82Veja Ageu 2:1-4 ; compare com Zacarias 4 :10.83 Veja Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XII, 5 :3-5 .

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que duraram três anos . Judas, filho de Matatias, também alcan-çou renome e ficou conhecido como Judas Macabeu — o pri-meiro dos Macabeus . Sob sua liderança o povo retornou a Jeru-salém, encontrando o templo abandonado, como havia sidodeixado pelo exército de Antíoco . Suas portas tinham sido que-bradas e queimadas ; e dentro de suas paredes cresciam ervas da-ninhas . Judas tentou limpar e reabilitar o templo ; trouxe novosvasos e repôs o candelabro, o altar do incenso, a mesa do pão daproposição e os véus, e construiu um novo altar para as ofertasqueimadas . Então, no ano 163 A .C. o templo foi novamente de-dicado; e dali em diante, o acontecimento era lembrado anual-mente sob o nome de festa da dedicação . 84

No interesse da própria preservação, os judeus fizeramaliança 'com os romanos, que eventualmente se tornaram seusmestres . Durante o reinado dos Macabeus, o templo começou adecompor-se, e quando o último daquela dinastia foi sucedidopor Herodes o Grande, a casa era pouco mais que uma ruína.Não obstante, as ordens sacerdotais tinham sido preservadas,restando alguma aparência de adoração ritual . A história dotemplo de Zorobabel fundiu-se na história do templo de Hero-des.

0 Templo de Herodes

No ano 37 A .C ., Herodes I, conhecido na história comoHerodes o Grande, foi colocado no trono como rei da Judéia.Ele já tinha servido sucessivamente como procurador e tetrarca,e, na verdade, havia sido rei de nome durante algum tempo, an-tes de ser levado ao trono, durante cujo período tinha estado emconflito hostil com o povo, que governava por decreto do sena-do romano . Ele chegou ao trono conhecido por sua arrogância ecrueldade ; e o seu reinado foi de tirania, no qual relações fami -liares e os mais estreitos laços de sangue se provaram inúteis naproteção das vítimas de seu descontentamento . Na primeira par-te de seu reinado, levou à morte quase todos os membros do si-nédrio, o grande conselho judaico, e daí em diante, governoucom severidade cada vez maior. Mesmo assim, foi bem sucedido

84Veja Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XII, cap . 6 e 7, e II Macabeus2 :19, 10 :1-8 ; veja também João 10 :22 .

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em manter a paz com os outros governos, sendo consideradopor seus chefes romanos como um hábil governador . Dentre osseus atos de crueldade está a matança das criancinhas de Belém,um assassinio planejado na esperança de incluir entre as vítimaso menino Jesus . 85

Este era o caráter do homem que se propôs substituir o tem-plo de Zorobabel, arruinado pelo tempo, por uma nova e maisesplêndida edificação . Seria imaginável que a oferta feita por taldoador fosse aceitável ao Senhor? Davi havia-se oferecido paraedificar uma casa ao Senhor, mas foi impedido, porque era ho-mem de guerra . O propósito de Herodes nesse grandioso em-preendimento, era o de engrandecer a si mesmo e a nação, mui-to mais do que render uma homenagem a Jeová . A sua propostapara reconstruir ou restaurar o templo numa escala de maiormagnificência foi encarada com suspeita e recebida com desa-grado pelos judeus, os quais temiam que o antigo edifício fossedemolido, e que o monarca arbitrário abandonasse o seu planoe o povo ficasse sem um templo. Para desfazer tais temores, orei passou a reconstruir e restaurar o velho edifício, parte porparte, dirigindo a obra dé tal modo que em nenhuma ocasião osserviços do templo fossem seriamente interrompidos . Contudo,restou tão pouco da antiga estrutura, que o templo de Herodesdeve ser considerado uma nova criação . A obra foi iniciada cer-ca de dezesseis anos antes do nascimento de Cristo ; e, embora asagrada casa propriamente dita estivesse praticamente concluídadentro de um ano e meio, sendo que esta parte do trabalho forafeita por um grupo de mil sacerdotes especialmente treinadospara aquele propósito, a área do templo foi uma cena de opera-ções de construção ininterruptas até o ano 63 A .D. Lemos queno tempo do ministério de Cristo, o templo tinha estado emconstrução durante quarenta e seis anos ; 86 e naquela ocasião

ttVeja Mateus 2 :1-10, 16-18 . "Uma criancinha fez o grande Herodes tremer emseu trono . Quando soube que os magos haviam chegado para saudar seu Rei e Senhor,não se detendo no palácio, mas passando para uma residência mais humilde, e quandodescobriu que eles não retornariam para denunciar a criança, mandou matar todas ascriancinhas de Belém com menos de dois anos . O crime foi grande; porém o número devítimas num pequenino lugar como Belém, foi insuficiente para merecer menção espe-cial nos escritos de Josephus e outros historiadores entre os atos iníqüos de Herodes,porque não havia interesse político ." Smith's Comprehensive Dictionary of the Bible,art . "Jesus, o Cristo", p . 466.

s6João 2 :20 .

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ainda não estava terminado.O registro bíblico nos dá pouca informação . concernente a

este último e . maior dos templos antigos ; o que_ sabemos dele,devemos principalmente a Josephus, com alguns testemunhoscorroborativos encontrados no Talmude . Em todas ás partes es-senciais, a casa santa, ou templo propriamente dito, era seme-lhante aos dois santuários anteriores, embora . fosse, externa-mente, muito mais elaborada e magnífica ; mas na questão dosátrios em redor e edifícios secundários, o templo de Herodes ossuperava em muito . Procedendo do muro externo até o compar-timento mais interno ocupado pelo Santo dos Santos, uma pes-soa teria que atravessar átrios sucessivos, cada um num nívelmais alto que o anterior, disposição favorecida pelos declives domonte Moriá . Os átrios estendiam-se como enormes platafor-mas-terraços, apoiadas em alicerces de alvenaria maciça, que seelevavam verticalmente em alguns lugares a 213 metros, a partirda base da colina.

O muro externo cercando toda a área do templo, que tinhaaproximadamente a forma de um quadrado, media quatrocen-tos côvados, ou um estádio (cerca de 184 metros) de cada lado.O muro oriental, constituindo a defesa principal da cidade na-quele lado, não tinha portas ; em cada um dos outros três lados,um ou mais grandes e belos portais, ofereciam passagem pelosmuros que pareciam muralhas de uma fortaleza . Os quatro la-dos do grande cercado, pelo lado de dentro, eram ocupados poruma série de magníficos pórticos, seguindo o modelo grego, for-mando uma colunata coberta, na qual, cada pilar era um mono-lito maciço de mármore branco . Essa colunata era interrompidano canto noroeste, onde a continuidade do muro era interrom-pida pela torre Antônia, na realidade um castelo fortificado, doqual uma passagem subterrânea levava até o compartimentomais interno, onde ficava a casa santa . A colunata ou linha depórticos ao longo do lado sul era particularmente elaborada,sendo conhecida como o Pórtico Real . Havia ali quatro fileirasde enormes colunas, e conseqüentemente três corredores, e o domeio media 13,71 metros de, largura e 30,48 metros de. altura,enquanto que cada corredor de lado media 9,14 metros de lar-gura e 18,28 metros de altura . Josephus estendeu-se longamentesobre o efeito imponente desse Pórtico Real, declarando que

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sua beleza era inacreditável para os que não o haviam visto, edeslumbrante para os que o viam.

A colunata oriental ou fileira de pórticos era conhecida co-mo o alpendre de Salomão, 87 cujo nome se referia à tradição deque o pórtico cobria, e incluía, parte do muro original erigidopelo construtor do primeiro templo . Dentro da colunata haviauma ampla área aberta ao público ; este era o átrio dos gentios.Era nesse átrio que os cambiadores e negociantes de animais pa-ra os sacrifícios tinham estabelecido suas barracas na época doministério de nosso Senhor, e do qual foram expulsos pela suajusta indignação, enquanto declarava: "Está escrito : A minhacasa será chamada casa de oração — mas vós a tendes converti-do em covil de ladrões." 88

Entre o átrio dos gentios e os átrios internos elevava-se ummuro de vinte e cinco côvados de altura; este marcava o limitedos recintos mais sagrados, dentro dos quais nenhum gentio po-deria ser legalmente admitido . A intervalos, ao longo do muro,havia inscrições avisando a todos que não fossem da casa de Is-rael, que não penetrassem sob pena de morte . Uma traduçãodessas inscrições dizia : "Que nenhum estrangeiro penetre alémda balaustrada e divisa em redor do santuário . Quem quer queseja pego, será responsável pela sua morte, que se seguirá ."

Os átrios internos eram acessíveis através do átrio dos gen-tios por nove portas, das quais uma ficava no lado oriental, equatro ao norte e sul respectivamente ; como nos templos ante-riores, o muro ocidental não tinha porta . Dessas portas, . a prin-cipal estava no lado oriental; esta era uma estrutura esmerada,confeccionada com o dispendioso bronze de Corinto, e conheci-da como a porta de Corinto, embora às vezes, chamada pelo no-me de seu doador, a porta de Nicanor ; além disso, muitas auto-ridades acreditavam que esta seja a Porta Formosa, diante daqual se sentava o coxo que foi curado pela ministração de Pedroe João . 89

Parte do espaço dentro dos átrios internos, estava abertaaos israelitas de ambos os sexos, e era particularmente conheci-da como o átrio das mulheres . Este era um cercado com coluna-

S7Veja João 10:23 ; Atos 3 :11 ; 5 :12.88Mateus 21 :12-13 ; também Marcos 11 :15 ; Lucas 19 :45 ; João 2 :14.89Veja Atos 3 :2, 10 .

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tas, e constituia o lugar de assembléia geral no procedimentoprescrito de adoração pública . As câmaras usadas para propósi-tos cerimoniais, ocupavam os quatro cantos do átrio ; e entre es-tes e as casas nos portais, havia outras construções, das quaisuma série formava o Tesouro, onde eram colocados os receptá-culos em forma de trombeta para as ofertas . 90

Depois do átrio das mulheres, na verdade uma continuaçãodeste, havia uma seção suficientemente descrita pelo seu nome,o átrio dos homens ; esses dois átrios, às vezes são mencionadoscomo um só, sob o nome de átrio de Israel . Dentro desse átriohavia numerosas construções reservadas ao armazenamento deobjetos sagrados ou dedicados a assembléias especiais . Dentro eacima do átrio de Israel, estava o átrio dos sacerdotes, onde foicolocado o grande altar de sacrifício, ao qual ninguém era admi-tido, a não ser os sacerdotes devidamente designados e os leigosque vinham fazer ofertas . O altar era uma majestosa estruturade pedras brutas de 14,32m 2 na base, e diminuindo para cimaaté a fornalha que tinha 10,97m2. A rampa de acesso fica do la-do sul . 91 Uma bacia ou pia reservada aos lavamentos prescritosdos sacerdotes oficiantes, ficava perto no lado ocidental.

Dentro do átrio dos sacerdotes, numa elevação alcançadapor doze degraus, ficava a casa santa, o templo, propriamentedito . Em comparação com as outras inúmeras construções ma-ciças, este era um edifício muito pequeno, mas no plano arqui-tetônico, era o mais impressionante, senão o traço mais marcan-te de todo o conjunto . Este templo foi apropriadamente descri-to como "uma massa brilhante de mármore branco e ouro'' . 92Como nos templos antigos, este compreendia o pórtico, o LugarSanto, o Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos . O pórtico me-dia cem côvados tanto de largura como de altura . O Lugar San-to tinha quarenta por vinte côvados, como no Templo de Zoro-babel, porém sua altura fora aumentada para quarenta côva-dos . Pela adição de câmaras laterais, com passagem entre elas eo prédio principal, Hei-odes tornou o novo templo mais majes-toso e magnífico do que aqueles de seus dois antecessores. OSanto dos Santos retendo a forma e dimensões originais, era um

90 Veja Marcos 12:41-44.91 Compare com Êxodo 20 :26.92Enciclopédia Britânica, veja 11? ed . ; art . "Templo" .

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cubo de vinte côvados de lado, sendo separado do Lugar Santo,por um véu duplo, do mais fino material, ricamente bordado . Ovéu do lado de fora era aberto na extremidade norte, e o inter-no, na extremidade sul, a fim de que o sumo sacerdote que en-trasse ali no tempo designado, uma vez por ano, pudesse passarentre os véus sem expor o Santo dos Santos . A câmara sagradaera vazia, com exceção de uma grande pedra sobre a qual o su-mo sacerdote aspergia o sangue do sacrifício no dia da expiação;essa pedra ocupava o lugar da arca e seu propiciatório . Do ladode fora do véu, no Lugar Santo estava o altar de incenso, o can-delabro de sete hastes, e a mesa do pão da proposição.

Admite-se geralmente que o templo de Herodes fdi sem dú-vida a mais grandiosa estrutura jamais erigida em qualquer épo-ca; todavia, sua beleza e grandeza, repousava mais na excelênciaarquitetônica do que na santidade do culto ou na manifestaçãoda presença divina dentro de suas paredes . Seu ritual e serviço,foram largamente prescritos pelos homens ; pois embora a letrada lei mosaica fosse professadamente observada, a lei tinha sidosuplementada e em muitos aspectos substituída por estatutos eprescrições sacerdotais . Os judeus professavam considerar otemplo sagrado, e proclamavam que era a Casa do Senhor . Em-bora destituído dos acompanhamentos divinos dos santuáriosanteriores aceitos por Deus, e corrompido como estava pela ar-rogância e usurpação sacerdotal, como também pelo interesseegoísta do comércio e intercâmbio, foi, mesmo assim, reconhe-cido por nosso Senhor, oCristo, como a casa de seu Pai . 93 Den-tro dele o menino Jesus foi apresentado, como o exigia a lei, 94 epara lá se dirigia com seus pais na época da páscoa ; 95 em seus re-cintos declarou a si e ao Pai que o havia enviado . 96 Quando, fi-nalmente, rejeitado pelos seus, e por eles levado à cruz, ofereceuo sacrifício pelo qual a salvação se tornou possível ao homem, ovéu do templo foi rasgado por um poder invisível e o último ves-tígiode santidade suprema desapareceu daquele lugar . 97

Enquanto permaneceu de pé, no entanto, o templo era con-siderado em alta veneração, pelos judeus . Uma declaração do

93 Mateus 21 :12; compare com Marcos 11 :15 ; Lucas 19 :45.94 Veja Lucas 2 :22-38.95 Lucas 2 :42-50 . Também João 2 :13-23, 5 :1, 12 :12-20.9ó Lucas 19 :47; João 10 :22-39.97Mateus 27 :51 ; Marcos 15 :38 ; Lucas 23 :45 .

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Senhor, interpretada pelos maldosos como uma difamação aotemplo, foi utilizada contra ele como uma das principais acusa-ções; pelo que sua morte foi exigida . Quando os judeus clama-ram por um sinal de sua autoridade, ele predisse sua própriamorte e conseqüente ressurreição, dizendo : "Derribai este tem-plo, e em três dias o levantarei ." 98 Eles cegamente consideraram.essa observação uma alusão desrespeitosa ao seu templo, umaestrutura construída por mãos, humanas, e se recusaram a esque-cer ou perdoar . Que tal veneração continuou após a crucifica-ção de nosso Senhor, é evidente pelas acusações levantadas con-tra Estêvão, e mais tarde contra Paulo . Em sua fúria assassina opovo acusou Estêvão de desrespeito ao templo e trouxeram fal-sas testemunhas que cometeram perjúrio dizendo : "Este ho-mem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santolugar . "99 E Estêvão foi contado entre os mártires . Quando foidito que Paulo havia trazido um gentio consigo, para dentrodos recintos do templo, toda a cidade se alvoroçou, e a turba en-furecida arrastou Paulo daquele . lugar e procurou tirar-lhe avida . 100

Durante trinta anos ou mais, depois da morte de Cristo,- osjudeus continuaram a obra,• adicionando e embelezando asconstruções do templo . A esmerada planta concebida e projeta-da por Herodes estava praticamente concluída ; o templo estavaquase terminado e, como ficou provado logo depois, pronto pa-ra a destruição. O seu destino tinha sido definitivamente preditopelo próprio Salvador. Comentando uma observação feita porum dos discípulos, com referência às grandes pedras e esplêndi-das construções na colina do templo, Jesus disse : "Vês estesgrandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não sejaderribada.'' 101

Esta terrível predição logo encontrou seu cumprimento lite-ral . No grande conflito com as legiões romanas sob as ordens deTito, muitos dos judeus refugiaram-se nos átrios do templo,aparentemente esperando que o Senhor novamente combatesseas batalhas de seu povo e lhes desse a vitória . Mas a presença

98João 2 :19-22 ; veja também Mateus 26 :61, 27 :40; Marcos 14 :58, 15 :29.99Atos 6 :13.'°°Veja Atos 21 :26-40.1 ° 1 Marcos 13 :1-2 . Veja também Mateus 24 :1, 2; Lucas 21 :5, 6 .

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protetora de Jeová havia muito já dali se retirara, e Israel foideixada como uma presa ao inimigo. Embora Tito tivesse pou-pado o templo, seus legionários, enlouquecidos pela fúria doconflito, começaram a conflagração e todas as coisas que po-diam ser queimadas, assim o foram . A carnificina dos judeusfoi espantosa; milhares de homens, mulheres e crianças foramimpiedosamente esquartejados dentro dos muros do templo, eos átrios ficaram literalmente inundados de sangue humano . Es-te acontecimento ocorreu no ano de 70 A .D. ; e segundo Jose-phus, no mesmo mês, e no mesmo dia do mês, em que o outroraglorioso templo de Salomão tinha sido vítima das chamas pro-vocadas pelo rei da Babilônia . 102 Dos acessórios do templo, ocandelabro de ouro e a mesa do pão da proposição do LugarSanto, foram levados por Tito a Roma, como troféus de guerra;e reprodução desses objetos sagrados pode ser vista no arco eri-gido ao nome do vitorioso general.

Desde a destruição do esplêndido templo de Herodes, ne-nhuma outra estrutura desta espécie, nenhum templo, nenhumaCasa do Senhor, no exato sentido do termo, foi erigido no he-misfério oriental . Em alguma época, entre os anos 361 e 363A.D., o imperador romano Juliano, que por causa de sua rever-são do cristianismo para o paganismo, recebera o cognome de oapóstata, tentou reconstruir o templo em Jerusalém . Seu propó-sito não era de devoção, nem de amor a Deus ; mas o de contro-verter a profecia e provar ser falsa a crença cristã . 1Õ3 E assim ter-mina a categoria dos templos erigidos ao nome do Deus vivo,antes da dispensação da plenitude dos tempos.

102Josephus, Wars of the Jews, Livro VI ; 4 :5, 8 . Para um relato detalhado e vívidoda destruição do templo, veja os capítulos 4 e 5 inteiros.

' 03 "Ele realmente iniciou as escavações, mas seus trabalhadores foram enxotadosem grande pânico do lugar, por terríveis,explosões e irrupção de chamas . Os cristãosconsideraram a ocorrência um milagre ; e o próprio Juliano, na verdade, ficou tão ate-morizado que desistiu de seu empreendimento ." P .V .N. Meyers, General History, p.334 .

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CAPÍTULO III

Necessidade de Templos na Presente Dispensação

Das numerosas seitas e igrejas que professam o cristianis-mo, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é aúnica que ensina e pratica a ministração em templos . A devoçãode seu povó à sagrada obra de construção de templos e adminis-tração dentro deles, das ordenanças . salvadoras do evangelho,tem atraído a atenção e provocado admiração tanto do filósofo,quanto do leigo. Não é suficiente tentar uma explicação desseexcepcional e extraordinário sacrifício, atribuindo-o a um su-posto e não provado fanatismo ; o pesquisador sincero, o obser-vador cuidadoso, e mesmo o leitor casual, se for honesto, admi-tirá que atrás dessa devoção existe uma inabalável e profundafé. Não pode ser afirmado que os santos dos últimos dias cons-troem templos como monumentos de riqueza comunal, nem deorgulho para o engrandecimento humano ; pois os encontramosarduamente empenhados nessa obra, mesmo quando o pão eraescasso e a roupa insuficiente para eles e em toda sua história,este povo tem encarado seus templos, como edifícios pertencen-tes ao Senhor, e a si mesmos, como mordomos encarregados dacustódia dessas propriedades consagradas . Nem pode ser ditoque esta Igreja edifica templos como outras denominações cons-troem capelas, igrejas, catedrais e sinagogas; pois a Igreja temos equivalentes destes, e realmente, as capelas e lugares de ora-ção pública mantidos pelos santos dos últimos dias são propor-cionalmente em maior número, do que aquelas das outras deno-minações. Além disso, como já foi dito, esses templos não sãolugares de assembléia comum, nem casas de serviço geral e con-gregacional .

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A CASA DO SENHOR

Por que, então, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Úl-timos Dias constrói e mantém templos? Em resposta, considere-mos cuidadosamente os seguintes fatos pertinentes:

Necessidade ' de obediência às leis e ordenanças do evangelho

Como parte de sua declaração de fé, a Igreja proclama:"Cremos que por meio do sacrifício expiatório de Cristo, toda a

humanidade pode ser salva pela obediência às leis e ordenanças doevangelho."'

Enquanto a Igreja professa crença na possibilidade de umasalvação universal, ela afirma que a salvação é assegurada so-mente na condição de obediência individual aos requisitos esta-belecidos pelo Redentor, sem cujo sacrifício expiatório ninguémpoderia ser salvo . A expiação feita por Cristo no Calvário foiuma oferta vicária, de cujos resultados benéficos toda a huma-nidade se tornou participante . Quanto à redenção da servidãoda 'mortalidade, devido à transgressão no Éden, a morte expia-tória de Cristo atendeu plenamente à exigência da lei violada ; eninguém, a não ser Adão, será responsável pela desobediênciade Adão, nem por qualquer coisa resultante . No justo julga-mento ao qual todo mortal estará presente, "todas as condiçõesde fraquezas herdadas, as tentações às quais está sujeito, a capa-cidade de escolher e agir, o grau de conhecimento conseguido, arecompensa da verdade que aceitou ou rejeitou, as oportunida-des que usou corretamente ou desdenhou injustamente, a fideli-dade com que andou na luz, ou a depravação com que trilhou oscaminhos proibidos da escuridão — estes e todos os outros fatose circunstâncias na vida de um indivíduo, serão devidamente pe-sados e considerados . No tribunal de Deus, a característica pe-culiar da misericórdia divina será, como o é agora nos incidentesda vida mortal, não um perdão arbitrário do pecado, nem umcancelamento imerecido das dívidas da culpa, mas o arranjo deum meio pelo qual o pecador possa habilitar se a satisfazer osrequisitos do evangelho, e então, no devido tempo, passar daprisão do pecado para a liberdade gloriosa de uma vida correta.

Existe apenas um preço estabelecido para o perdão da trans-gressão individual, e este é igual para todos - para o pobre e o

Veja "Regras de Fé" do autor, cap . IV ; e as respectivas referências .

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rico, para o escravo e o livre, para o ignorante e o sábio ; não co-nhece flutuações, não muda com o tempo ; foi o mesmo ontem,como o é hoje, e da mesma forma será para sempre — e essepreço, pelo qual poderá ser comprada a pérola que supera todopreço, é a obediência às leis e ordenanças do evangelho.

Ouçam esta declaração adicional de fé, ensinada pela Igrejarestaurada:

"Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do evangelho são:primeiro, fé no Senhor Jesus Cristo; segundo, arrependimento; terceiro,batismo por imersão para remissão dos pecados; quarto, imposição dasmãos para o dom do Espírito Santo . "Z

A fé no Senhor Jesus Cristo é o princípio fundamental doevangelho, a primeira letra do alfabeto da salvação ; com à qualsão escritas as palavras de vida eterna . Contudo, quem poderáter fé em alguma coisa que não conhece? O conhecimento é es-sencial para a fé, e a fé impele o seu possuidor a procurar maisconhecimento, e transformar esse em sabedoria, que é simples-mente o conhecimento aplicado e posto em 'prática . Pregar aCristo e este crucificado 3 é o único caminho pelo qual é possívelensinar a fé nele por meio de preceito ou exemplo . Embora oconhecimento e a fé estejam assim tão associados, os dois nãosão idênticos, nem é esta um resultado certo daquele . Um ho-mem pode conhecer a verdade, e ainda assim ignorá-la . Seu co-nhecimento, longe de fazer nascer em sua alma a fé que leva àação correta, poderá ao contrário agravar sua condenação, por-que ele peca sem mesmo a atenuante da ignorância . Os espíritosmaus têm testificado seu conhecimento de que Jesus é o Cristo,todavia, continuam seguidores decaídos de Satanás . 4 À medidaque a viva fé se desenvolve dentro da alma do homem, seu pos-suidor é levado a procurar um meio pelo qual possa libertar-seda escravidão do pecado; e o próprio pensamento de tal emanci-pação inspira uma repugnância pela maligna contaminação dopassado . O fruto natural desse glorioso progresso é o arrependi-mento.

O. arrependimento, : um requisito exigido de todos os ho-mens, é o segundo princípio do Evangelho de Cristo . Este, con-

2 Veja "Regras de Fé" do autor, caps . V-VIII e respectivas referências.3I Coríntios 1 :23 ; 2 :2.4 Veja Marcos 1 :24, 3 :11, 5 :1-18 ; Mateus 8 :28-34 .

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siste de uma sincera tristeza pelos pecados do passado, e seuabandono completo e resoluto, com a solene determinação deesforçar-se, com a assistência divina, para nunca mais retornaraos mesmos. O arrependimento vem como um dom de Deus,àquele que entesourou e alimentou o dom da fé . Não é obtidopela súplica indiferente ; talvez não seja achado na rua ; não é daterra, porém um tesouro do céu, e é dado com cuidado, todaviacom liberalidade ilimitada, àqueles que produzem obras que as-segurem sua concessão . Isto quer dizer que todos que se prepa-ram para o arrependimento, tornar-se-ão, pela influência como-vedora e humilde do Espírito Santo, possuidores desse maravi-lhoso dom. Quando Pedro foi acusado por seus companheirosde fé de violar a lei por se associar com os gentios, falou aos ou-vintes sobre as manifestações divinas que tinha recebido recen-temente ; eles acreditaram e declararam: "Na verdade até aosgentios deu Deus o arrependimento para a vida ." Paulo tam-bém escrevendo aos romanos, ensina que o arrependimento vematravés da bondade de Deus . 5

A persistência proposital no pecado, pode levar à perda eprivação da capacidade de se arrepender ; e o homem que prote-la o dia do arrependimento, convida e eventualmente asseguraessa privação . A palavra divina pela boca de um profeta moder-no é assim explícita:

"Pois Eu, o Senhor, não posso encarar o pecado com o mínimo grau detolerância;

Entretanto, aquele que se arrepende e faz a vontade do Senhor, será per-doado;

E aquele que não se arrepende, dele será tirada até a luz que recebeu, poiso meu Espírito não lutará para sempre com o homem, diz o Senhor dos Exér-citos . " 6

Os santos dos últimos dias acreditam e ensinam que o arre-pendimento será possível, e realmente será exigido, daquele queainda não se arrependeu, mesmo após a morte ; e afirmam queessa doutrina é defendida pelas escrituras antigas e modernas.Lemos que enquanto o corpo de nosso Senhor estava no sepul-cro, entre a noite do dia da crucificação e a manhã da gloriosa

5 Atos 11 :18 ; Romanos 2 :4 ; também "Regras de Fé", do autor, cap . V :19-30 e re-ferências.

6 Doutrina e Convênios 1 :31-33 .

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ressurreição, ele esteve empenhado na pregação do evangelhono mundo dos espíritos desincorporados. Pedro declara especi-ficamente que nosso Senhor "foi, e pregou aos espíritos em pri-são ; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longani-midade de Deus esperava nos dias de Noé."7 O contexto noqual aparecem estas palavras do apóstolo inspirado, mostra queo acontecimento referido ocorrera antes da ressurreição do Sal-vador . Além disso, será lembrado que um dós malfeitores con-denados, cuja cruz da morte estava ao lado da cruz de Jesus,manifestou fé e certo grau de arrependimento, recebendo doCristo agonizante a bênção e a afirmação : "Hoje estarás comi-go no paraíso ."8 Não é possível sustentar que essa promessa im-plicava a passagem do pecador diretamente da cruz para o céu— a habitação dos redimidos na presença de Deus ; pois, na ver-dade, não houvera oportunidade, para o penitente em agonia,de se arrepender, cumprindo as leis e ordenanças estabelecidasdo evangelho, sem cujo cumprimento, mesmo quanto ao sim-ples requisito do batismo somente, o homem não poderia entrarnem ver o reino de Deus, ou a palavra de Cristo provar-se-ia fal-sa . 9 Além disso, como prova decisiva do fato de que entre a oca-sião da morte ea ressurreição de Cristo, nem ele, nem o contritopecador tinha ido ao lugar onde habitava Deus, temos as pala-vras do Senhor ressurreto à pesarosa Madalena : "Ainda não su-bi para meu Pai ." 10

Em vista da afirmação bíblica de que o Cristo desincorpora-do visitou e ministrou aos espíritos que haviam sido desobedien-tes, e que, por causa dos pecados não perdoados permaneciamainda em prisão, é lícito indagar qual a finalidade e objetivo doministério de nosso Salvador a eles . Sua pregação deve ter sidopositiva e propositada; além do mais, não se deve presumir quesua mensagem foi outra, senão de alívio e misericórdia . Aquelesque visitou, ja se achavam em prisão, e lá estavam havia muitotempo . A eles foi o Redentor para pregar, não para condenar,para abrir o caminho que os levaria à luz, não para intensificar aescuridão do desespero na qual definhavam . Não fora aquela vi

7 I Pedro 3 :I9-20 ; compare com 4 :6.8 Veja Lucas 23 :39-43.9Considere a declaração de nosso Senhor a Nicodemus . João 3 :1-5.' 0João 20 :17 .

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sita de libertação predita há longo tempo? Séculos antes daque-le acontecimento, Isaías havia profetizado sobre os espíritos iní-quos e orgulhosos : "E serão amontoados como presos numamasmorra, e serão encerrados num cárcere : e serão visitados de-pois de muitos dias." 11 E novamente, referindo-se ao ministériodesignado de Cristo, a mesma voz deprofecia inspirada decla-rou parte daquele trabalho como sendo "abrir os olhos dos ce-gos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem emtrevas . "12 Davi, cheio de emoções de contrição e esperança,cantou em compassos mesclados de alegria e tristeza : "Portantoestá alegre o meu coração e se regozija a minha glória : tambéma minha carne repousará segura . Pois não deixarás a minha al-ma no inferno ." 13

Destas e de outras escrituras, aprendemos que o ministériode Cristo não se restringiu aos poucos que viviam na mortalida-de, durante o curto período de sua vida terrena, nem a eles e àsgerações ainda futuras ; mas a todos, mortos, vivos e aos aindanão nascidos . Não se pode negar que um grande número viveu emorreu antes do meridiano dos tempos, e destes, bem como dosmuitos que nasceram desde então ; incontáveis legiões têm fale-cido sem o conhecimento do evangelho e seu plano de salvação.Qual é a condição deles, como realmente será o estado dosatuais habitantes da terra, e as multidões ainda futuras, quemorrerão em ignorância e sem a fé que salva? Perguntemos no-vamente, como podem aqueles que não conhecem Cristo ter fénele, e como, enquanto lhes faltam o conhecimento e a fé, po-dem eles utilizar-se dos meios estabelecidos para sua salvação?

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias afirmaque o plano de salvação não é limitado pela sepultura ; mas, queo evangelho é imortal e eterno, alcançando as eras que se passa-ram e as eternidades do futuro . O ministério de Cristo aos mor-tos, sem dúvida, inclui a revelação de sua própria morte expia-tória, a inculcação da fé em Cristo e no plano divinamente esta-belecido, o-qual ele representava, e a necessidade de um arre-pendimento aceitável a Deus . É razoável acreditar-se que os ou-tros requisitos essenciais contidos nas leis e ordenanças do evan-

11 lsaías 24 :22.12 1saías 42 :6-7.13 Salmos 16 :9-10 .

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gelho, foram dados a conhecer.Ao leitor menos atento poderá parecer que ensinar a possi-

bilidade de arrependimento além da sepultura, pode tender aenfraquecer a crença na absoluta necessidade de. arrepender ecorrigir-se nesta vida . No entanto, uma cuidadosa consideraçãodo assunto, mostrará que esta doutrina não oferece razão paratal objeção . Rejeitar ou ignorar, em qualquer grau, um dom deDeus, é perder a extensão correspondente do direito a esse dom.Para a alma que de livre vontade negligenciou as oportunidadesaqui oferecidas para o arrependimento, este, no além-mundopoderá ser, e realmente é razoável acreditar que será, tão difícilque se tornará inatingível por longo tempo . Esta concepção éjustificada pelas escrituras, como testificam as palavras deAmuleque, um profeta nefita, que assim admoestou a Igreja nocontinente ocidental, oitenta anos antes do nascimento de Cris-to :

"Pois eis que esta vida é o tempo para os homens se prepararem para oencontro com Deus; peço-vos, portanto, que não deixeis o dia do arrependi-mento para o fim ; . . . Não podereis dizer, quando fordes levados a essa terrívelcrise : Eu me arrependerei para que possa retornar a meu Deus . Não, não po-dereis dizer isso ; porque o mesmo espírito que possuir vossos corpos, quandodeixardes esta vida, terá forças para possuir vossos corpos naquele mundoeterno . Porque, se protelardes o dia do vosso arrependimento para o dia davossa morte, eis que vos tereis submetido ao espírito do diabo ; que vos selarácomo coisa sua . s 14

O batismo pela água é ensinado pela Igreja, nesta dispensa-ção, como uma ordenança essencial do evangelho . O batismo éa porta que leva ao aprisco de Cristo, é o portal da Igreja, é o ri-tual estabelecido da naturalização no reino de Deus . Tendo ob-tido e declarado fé no Senhor Jesus Cristo, e tendo sinceramen -

te se arrependido de seus pecados, exige-se do candidato à ad-missão na Igreja, que dê evidência dessa santificação espiritual,por alguma ordenança visível devidamente estabelecida, comosinal ou símbolo dessa profissão de fé . A ordenança inicial é obatismo pela água, o qual é seguido pelo batismo superior doEspírito Santo ; e como resultado desse ato de obediência, a re-missão dos pecados é assegurada . 15

"Livro de Mórmon, Alma 34 :32-35.t5 "Regras de .Fé", capítulo VI :1 . Para um tratado geral sobre o batismo veja os

capítulos VI e VII .

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O batismo é essencial para a salvação, e isto é testificado pormuitas escrituras ; todavia, mesmo sem estas, sua essencialidadesurge em vista do requisito absoluto do arrependimento, e o fa-to evidente de que para ter valor e efeito, o arrependimento deveimplicar obediência aos requisitos divinos que incluem o batis-mo pela água . Lembremo-nos de que Jesus, o Cristo, emborasem ter sido tocado pela mancha do pecado, submeteu-se empessoa a esta ordenança, a qual foi administrada por João Ba-tista nas águas do Jordão . A essência do ensinamento de Joãoera : "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus ", e atodos que o procuravam a ele professando arrependimento, ad-ministrava o batismo por imersão na água . Então, veio Jesus aJoão para ser batizado por ele ; e este, considerando-o como al-guém sem pecado algum, relutou, dizendo:

"Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?Jesus, porém, respondendo, disse-lhe : Deixa por agora, porque assim nos

convém cumprir toda a justiça . Então ele o permitiu.E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os

céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.E eis que uma voz dos céus dizia : Este é o meu Filho amado, em quem me

comprazo ." 16

É evidente pela escritura acima que o batismo de Jesus foiaceito pelo Pai, e foi por ele caracterizado como um ato de hu-mildade e obediência por parte do Filho, no qual se alegrava.Algum tempo depois de seu próprio batismo, Jesus afirmou empalavras vigorosas e inequívocas, que o batismo é exigido de to-dos os homens como uma condição para a entrada no reino deDeus . Disse Jesus a Nicodemus, um governador entre os judeus,que professava certo grau de fé e o procurou à noite : "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e doEspírito, não pode entrar no reino de Deus ." 17 Quando ele semanifestou aos apóstolos após a ressurreição, instruiu-os comesta final e especial comissão : "Portanto ide, ensinai todas asnações, batizando-as em nome do Pai e do Filho, e do EspíritoSanto." 18 A necessidade e o propósito desta ordenança apare-cem em suas palavras posteriores, na mesma ocasião solene:

16 Mateus 3 :13-17.17 Veja João 3 :1-7.18 Mateus 28 :19 .

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"Quem crer e for batizado será salvo ; mas quem não crer serácondenado." 19

Os apóstolos, inspirados por aquele divino encargo, nãocessaram de ensinar a necessidade do batismo, mesmo durantetodo o tempo de seu ministério aos mortais . 20

Os élderes da Igreja, na presente dispensação, têm sido diri-gidos e habilitados pela mesma autoridade e palavras pratica-mente idênticas : "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho atoda criatura, agindo sob a autoridade que eu vos dei, batizan-do em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo . E quem crere for batizado será salvo, e quem não crer, será condenado ." 21

Em outra ocasião o Senhor disse, numa revelação ao ProfetaJoseph Smith : "Portanto, como disse aos meus apóstolos, digooutra vez a vós, que toda alma que crer em vossas palavras, epara a remissão dos pecados for batizada pela água, receberá oEspírito Santo ." E depois: "Na verdade, na verdade vos digoque aqueles que não crerem em vossas palavras, e em meu nomenão forem batizados na água, para a remissão dos pecados, afim de receberem o Espírito Santo, serão condenados, e não vi-rão ao reino de meu Pai, onde meu Pai e eu estamos ."22

O dom do Espírito Santo segue o batismo na água, e suaconcessão autorizada, constitui a seguinte ordenança essencialdo evangelho . 23 Tanto nos tempos modernos, como nos anti-gos, essa investidura tem sido considerada superior ao batismo,sem a qual o batismo estará incompleto . João, distintamente co-nhecido como o Batista, assim ensinou na véspera do ministériopessoal de nosso Salvador . Considere bem as suas palavras: " Eeu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento;mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu ; cujasalparcas não sou digno de levar ; ele vos batizará com o EspíritoSanto, e com fogo . " 24 João testifica posteriormente que aqueleque deveria assim inaugurar o batismo mais elevado era o pró-prio Jesus. João não reconheceu Jesus como o Cristo antes de

19Marcos 16 :16.20Veja Atos 2 :38, 9 :1-18, 10:30-48, 22 :1-16 ; I Pedro 3 :21.21 Doutrina e Convênios 68 :8-9.22Doutrina e Convênios 84 :64, 74; ver também 112 :28, 29.23Veja "Regras de Fé" do autor, cap . VIII.24Mateus 3 :11 ; compare com Marcos 1 :7, 8 ; Lucas 3 :16 .

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ter-lhe administrado a ordenança do batismo pela água ; mas,imediatamente após aquele reconhecimento, o Batista sem qual-quer temor. proclamou seu testemunho:

"Eis o Cordeiro de Deus . . . Este é aquele do qual eu disse : Após mim vemum varão que foi antes de mim . . . E eu não o conhecia, mas o que me mandoua batizar com água, esse me disse : Sobre aquele que vires descer o EspíritoSanto, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo ." 25

Jesus repetidamente prometeu aos apóstolos que o "Conso-lador" ou "Espírito de verdade" 26 lhes seria dado ; e essa afir-mação tornou-se específica e final, imediatamente antes da as-censão . Ele "determinou-lhes que não se ausentassem de Jeru-salém, mas que esperassem a promessa do Pai, que disse ele, demim ouvistes . Porque, na verdade, João batizou com água, masvós sereis batizados com o Espírito Santo não muito depois des-tes dias . * * * Recebereis a virtude do Espírito Santo, que háde vir sobre vós ; e ser-me-eis testemunhas ." 27 A promessa foicumprida no dia de Pentecostes, quando os apóstolos recebe-ram poder nunca antes conhecido por eles ; a investidura sendomarcada pela manifestação visível de línguas como de fogo . 28

Os apóstolos daquela época em diante, prometiam o EspíritoSanto àqueles que procuravam a salvação . A exortação de Pe-dro à multidão, naquele mesmo dia memorável de Pentecostes,é particularmente explícita e poderosa : Em resposta à indaga-ção: "Que faremos, varões irmãos?", o chefe dos apóstolos res-pondeu: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado emnome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados ; e recebereis odom do Espírito Santo." 29

Uma afirmação semelhante quanto à investidura mais eleva-da do Espírito Santo, seguindo a ordenança do batismo pelaágua, foi feita pelos profetas nefitas, 30 e pelo Cristo ressurretoem sua visita ao povo do continente ocidental . 31 E mais tardeainda, o mesmo tem sido repetido por toda a Igreja na atual dis-pensação, a dispensação da plenitude dos tempos : "Digo outra

25 João 1 :29-33.26 João 14 :16, 17, 26 ; 15 :26 ; 16 :7, 13."Atos 1 :4, 5, 8.28Atos 2 :1-4.29Atos 2 :37, 38.30 Por exemplo, veja Livro de Mórmon, 2 Néfi 31 :8, 12-14, 17.31 3 Néfi 11 :35 ; 12 :2. .

.

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vez a vós", disse o Senhor numa revelação a alguns élderes daIgreja, "que toda alma que crer em vossas palavras, e para a re -missão dos pecados for batizada pela água, receberá o EspíritoSanto ." 32

Resumindo, vamos repetir : A 'Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias tem como doutrina fundamental, testi-ficada e provada tanto pelas escrituras antigas como modernas,que a obediência às leis e ordenanças do evangelho, é um requi-sito absoluto e irrevogável para a admissão no Reino de Deus,ou, em outras palavras, para assegurar a salvação individual àsalmas dos homens, e que esse requisito é universal, aplicando-se .igualmente a toda alma que atingiu idade e poderes de responsa-bilidade na carne, seja qual for o período ou dispensação emque aquela alma tenha vivido na mortalidade. Segue-se comoconseqüência necessária que, se qualquer alma deixou de, porignorância ou negligência, render obediência a esses requisitos,esta obrigação não é eliminada pela morte.

Obra Vicária dos Vivos pelos Mortos

Agora surge a questão de como será possível aos mortoscumprirem as exigências do evangelho e fazerem em espíritoaquilo que falharam em cumprir na carne . O exercício da fé e amanifestação do arrependimento pelos espíritos desincorpora-dos, provavelmente não criam muita dificuldade ao entendi-mento humano ; mas que os mortos devam obedecer às ordenan-ças do evangelho que exigem o batismo pela água e o batismo doEspírito pela imposição das mãos devidamente autorizada, pa-rece a muitos como verdadeiramente impossível, como pareceuo novo nascimento a Nicodemos . Ele ouviu com surpresa as pa-lavras do Salvador: "Aquele que não nascer de novo não podever o reino de Deus ; "e perguntou : "Como pode um homemnascer sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventrede sua mãe, e nascer?" Finalmente compreendeu que o novonascimento se referia ao batismo pela água e ao batismo do Es-pírito. Com igual propriedade pode-se perguntar : Como podeum homem ser batizado, estando ele morto? Poderá porventu-ra, entrar em seu corpo de carne pela segunda vez e ser imergido

32Doutrina e Convênios 84 :64 .

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na água pela administração humana? A resposta é que as orde-nanças necessárias podem ser realizadas pelo falecido, por seusrepresentantes vivos, o indivíduo mortal agindo como procura-dor daquele que partiu . Assim, da mesma forma que um ho-mem é batizado pessoalmente em favor de si mesmo, pode serbatizado como representante do falecido.

A validade da obra vicária, na qual uma pessoa age em fa-vor de outra, é geralmente reconhecida como um elemento dasinstituições humanas; e que tal serviço pode ser aceitável aDeus, é testificado pelos registros . As escrituras antigas e mo-dernas, os anais da história leiga, as tradições de tribos e nações,os rituais de sacrifícios de sangue, e mesmo os sacrifícios abomi-náveis de idolatria pagã, envolvem a concepção essencial dapropiciação vicária e do serviço prestado por procurador . O bo-de expiatório 33 e o animal imolado 34 na dispensação mosaica,quando oferecido por autoridade constituída e com o devidoacompanhamento de confissão e arrependimento, eram aceitospelo Senhor para mitigação dos pecados de seu povo.

O sacrifício mais significativo de todos, a maior obra jamaisrealizada entre os homens, o acontecimento principal da histó-ria humana, a suprema realização que ao mesmo tempo foi amais gloriosa consumação e o mais abençoado início, é a expia-ção de Cristo ; e esta foi uma oferta eminentementd vicária . Nin-guém que acredite que Jesus morreu pelo homem, pode duvidarda validade e eficácia da ministração vicária . Ele deu a vida co-mo um sacrifício preordenado, voluntariamente oferecido e de-vidamente aceito, como uma propiciação pela lei desobedecida,e foi o meio pelo qual a salvação se tornou possível ao homem.A morte de Cristo foi literalmente um sacrifício aceito a favorda humanidade e isto é demonstrado nas próprias palavras doCristo ressuscitado, na revelação moderna:

"Pois eis que eu, Deus, sofri estas coisas por todos, para que arrependen-do-se não precisassem sofrer ; mas, se não se arrependessem, deveriam sofrerassim como eu sofri ; sofrimento que me fez, mesmo sendo Deus, o mais gran-dioso de todos, tremer de dor e sangrar por todos os póros, — sofrer, tantocorporal como espiritualmente desejar não ter de beber a amarga taça e recuar

33 Levítico 16 :20-22.34Levítico cap . 4 .

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— todavia, glória ao Pai, eu tomei da taça e terminei as preparações que fizerapara os filhos dos homens ."35

O efeito vicário da expiação de Cristo é duplo ; proporcio-nou a redenção universal de todos os homens da morte , física re-sultante da transgressão de Adão ; e também um meio de expia-ção para o pecado individual, pelo qual, o pecador poderá al-cançar a salvação por meio da obediência . Devido à sua vidaterrena e morte sacrificial em favor de outros — todos que vive-ram ou viverão — Jesus Cristo ganhou o título de Salvador eRedentor da humanidade . E como ele, pelo esforço, sacrifício esofrimento, fez pelos homens o que estes nunca poderiam reali-zar por si mesmos, e assim verdadeiramente se tornou o únicoSalvador e Redentor da raça humana, de igual modo, cada umde nós poderá abrir o caminho que conduzirá à lei salvadora doevangelho os que já partiram, tornando-nos até certo ponto, ossalvadores daqueles, que de outra forma, permaneceriam nastrevas . 36

Em cada caso de ministração vicária, um requisito indispen-sável é que o procurador seja digno e aceitável ; e é necessárioque ele próprio tenha obedecido às leis e ordenanças do evange-lho, antes de poder oficiar em favor de outros . Além disso, asministrações dos representantes vivos, devem estar de acordocom a ordem divina, e de maneira alguma, devem ser feitas pelasimples pretensão humana . Os sacrifícios aceitáveis da antiga Is-rael eram feitos da maneira como haviam sido definidamente es-pecificadas, e pormenorizadamente prescritas; e os ritos sacrifi-ciais somente podiam ser solenizados por sacerdotes autoriza-dos . O supremo sacrifício envolvido na morte expiatória deCristo, foi igualmente autorizado e preordenado . Os profetasdos séculos que antecederam a era cristã, profetizaram o nasci-mento, a vida e a morte de nosso Senhor, como coisa já deter-minada, 37 e tais profecias foram confirmadas pessoalmente porJesus . 38 Consideremos também o testemunho dos apóstolos,com referência ao mesmo assunto. Pedro, designa especifica-

35 Doutrina e Convênios 19 :16-19.36Veja Obadias 21 ; I Timóteo 4 :16; Tiago 5 :20.37 Deuteronômio 18 :15, 17-19 ; Jó 19 :25-27 ; Salmo 2 :1-12 ; Zacarias 9 :9, 12 :10,

13 :6 ; Isaias 7 :14, 9:6, 7 ; Miquéias 5 :2.38 Veja Lucas 24 :27, 45, 46 .

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mente Cristo como "um cordeiro imaculado e incontaminado,o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antesda fundação do mundo." 39 A designação de "cordeiro" é indi-cativa de umã vítima sacrificial . Paulo, escrevendo aos roma-nos, caracteriza nosso Senhor como aquele "ao qual Deus pro-pôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar asua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos ." 40

Os santos dos últimos dias afirmam que sua obra vicária emfavor dos mortos é exigida deles, por ordem do Senhor, pormeio de revelação direta; e que se torna dever e privilégio de to-do indivíduo que aceita o evangelho, e entra para a Igreja, tra-balhar pela salvação dos seus mortos . É esperado e exigido dele,pelas obrigações e responsabilidades que assumiu como mem-bro da Igreja de Jesus Cristo, que viva de modo a ser um dignorepresentante dos seus ancestrais falecidos, em santa ordenança,e ter uma vida limpa, a fim de não perder o direito de entrar noslimites sagrados da Casa do Senhor, onde só ele poderá oficiarnaquela capacidade privilegiada.

Não suponhamos que essa doutrina da obra vicária pelosmortos implica, ainda que remotamente, que a administraçãodas ordenanças em favor dos espíritos dos mortos opera, dequalquer forma, para interferir com direito de escolha, e com oexercício do livre-arbítrio da parte deles. Eles têm liberdade deaceitar ou rejeitar as ministrações em seu favor ; e assim, elesaceitarão ou rejeitarão, de acordo com o seu estado convertidoou impenitente, da mesma forma como acontece com os mor-tais, a quem a mensagem do evangelho possa chegar . Embora obatismo seja devidamente administrado a um homem vivente,em favor de um ancestral falecido, aquele espírito não obteránenhum progresso, ou qualquer benefício, se ele ainda não al-cançou fé no Senhor Jesus Cristo, ou se ainda não se arrepen-deu . Da mesma forma como Cristo ofereceu a salvação a todos,embora poucos haja que a aceitam na carne, assim também asordenanças do templo podem ser administradas por muitos noreino dos falecidos que ainda não estão preparados para tirarproveito delas.

39I Pedro 1 :19, 20.40 Romanos 3 :25 ; veja também Romanos 16 :25, 26 ; Efésios 3 :9-11 ; Colossenses

1 :24-26 ; II Timóteo 1 :8-10 ; Tito 1 :2, 3 ; Apocalipse 13 :8 .

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É evidente, portanto, que a obra pelos mortos tem duas par-tes : aquela realizada na terra permaneceria incompleta e inútilse não fosse suplementada pela outra pessoa além do véu . Aobra missionária está em progresso lá — obra que, se compara-da com a obra evangelizadora na terra, a torna um empreendi-mento insignificante . Há pregadores e mestres, ministros inves-tidos com o santo sacerdócio, todos empenhados'em declarar asboas-novas do evangelho aos espíritos que ainda não encontra -

ram a luz . Como foi demonstrado, essa grande obra para osmortos foi iniciada por Jesus Cristo, durante o breve períodoem que seu espírito esteve separado do corpo . 41 O ministériosalvador assim iniciado, foi deixado para ser continuado poroutros, devidamente autorizados e comissionados ; da mesmaforma como a obra de pregar o evangelho aos vivos foi designa-da aos apóstolos da Igreja primitiva.

Autoridade para Agir em Favor dos Mortos

No ' último capítulo da compilação das escrituras, conheci-das como o Velho Testamento, o Profeta Malaquias assim des-creve uma condição inerente aos últimos dias, imediatamenteanterior à segunda vinda de Cristo:

"Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno : todos os soberbos,e todos os que cometem impiedade, serão como palha ; e o dia que está para viros abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhe não deixará nem raiznem ramo.

Mas para vós, que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, e salvaçãotrará debaixo das suas asas ."

Esta'profecia fatal termina com a seguinte promessa aben-çoada e de longo alcance:

"E eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande eterrível do Senhor;

E converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seüspais ; para que eu não venha, e fira a terra com maldição ."42

Os teólogos e comentaristas da Bíblia julgam que esta passa-gem se refere ao nascimento e ministério de João Batista, 43 so-

4, Ver páginas 50-53.42 Veja Malaquias 4 :1, 2, 5, 6.43Compare com Mateus 11 :14 ; 17 :11 ; Marcos 9 :11 ; Lucas 1 :17 .

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bre quem pousara o espírito e poder de Elias . 44 No entanto, nãoexiste registro de que Elias tenha ministrado ao Batista, e alémdo mais, o ministério deste, glorioso como foi, não justifica aconclusão de que a profecia teve nele completo cumprimento.Além disso, deveria ser lembrado que a declaração do Senhor aMalaquias, concernente ao dia ardente em que os iníquos seriamdestruídos como palha, ainda aguarda cumprimento . E eviden-te, portanto, que a interpretação comumente aceita está .errada,e que devemos encarar a predição de Malaquias como sendo pa-ra uma data posterior ao tempo de João . Esta ocasião chegou;ela pertence à presente dispensação e marca o início de umaobra especialmente reservada à Igreja nestes últimos dias . Du-rante uma gloriosa manifestação a Joseph Smith e Oliver Cow-dery, no Templo de Kirtland, Ohio, no dia 3 de abril de 1836,apareceu-lhes Elias, o profeta da antigüidade, que foi translada-do da terra enquanto ainda no corpo . Ele lhes declarou:

"Eis que chegado é o tempo exato do qual falou Malaquias — testifican-do que ele (Elias) seria enviado, antes que o grande e terrível dia do Senhorviesse — Para converter os corações dos pais aos filhos e dos filhos aos pais,para que a terra toda não seja ferida com uma maldição — Portanto, as cha-ves desta dispensação são postas em vossas mãos ; e por isto podereis saber queo grande e terrível dia do Senhor está perto, mesmo às portas . "45

Um dos princípios fundamentais da doutrina da salvaçãopara os mortos, é o da mútua dependência dos pais e filhos. Alinhagem da família e a seqüência de gerações em cada linha es-pecífica de descendentes são fatos, e não podem ser mudadospela morte ; por outro lado, é evidente pelas escrituras antigas jácitadas, e comprovada pelas palavras igualmente verdadeiras darevelação moderna, que as relações familiares da terra são reco-nhecidas no mundo espiritual . Nem os filhos, nem os pais, nem'os progenitores, nem os descendentes, podem obter a perfeiçãosozinhos; e o requisito "cooperação" é efetuado pelo batismo epelas ordenanças correlacionadas, administradas aos vivos emfavor dos mortos.

Desta maneira, por esta obra, o coração dos pais e dos fi-lhos são convertidos um ao outro . À medida que os filhos viven-tes compreendem que sem seus ancestrais não poderão obter um

44Lucas 1 :17.45 Doutrina e Convênios 110 :13-16.

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estado perfeito no mundo eterno, sua própria fé será fortalecidae eles estarão dispostos a trabalhar pela redenção e salvação deseus mortos . E os mortos, compreendendo pela pregação doevangelho em seu mundo, que dependem de seus descendentescomo salvadores vicários, voltar-se-ão aos seus filhos ainda vi-ventes, com afetuosa fé e esforço piedoso.

Esta união de interesses de pais e filhos é parte da prepara-ção necessária para o ainda futuro advento de Cristo como po-deroso Rei e Senhor da terra . Joseph Smith assim ensinou:

"A terra será ferida por maldição se não houver um elo de alguma espé-cie entre os pais e filhos, num ou outro assunto — e eis que, qual é o assunto?E o batismo pelos mortos . Pois nós, sem eles não podemos ser aperfeiçoados;nem podem eles, sem nós, ser aperfeiçoados ." 46

A Igreja de hoje cita como autoridade para sua administra-ção das ordenanças em favor dos mortos, o recebimento espe-cial deste poder e ofício por meio do ministério de Elias ; e maisainda, a Igreja afirma que o recebimento desse poder marcou ocumprimento da impressionante profecia de Malaquias . Surgeagora um elemento de qualificação particular pelo fato de que oministro, pelo qual essa grande obra foi iniciada na presente dis-pensação, não é outro senão Elias — que, não tendo passadopelas portas da morte, mantém uma relação especial e peculiarcom os mortos e os vivos . Quanto à fidelidade com a qual aIgreja tem servido nesta comissão especial, os templos que elatem construido com tanto sacríficio e abnegação por parte deseus devotos adeptos, as ordenanças neles já realizadas, são pro-va suficiente.

A importância que os santos dos últimos dias dão às orde-nanças no templo em favor dos mortos, naturalmente produzpara esse povo um interesse vital nos registros genealógicos desuas respectivas famílias . As ordenanças no templo em prol dequalquer pessoa falecida, podem ser feitas somente se aquelapessoa puder ser descrita nos registros quanto ao nome, paren-tesco, data, lugar de nascimento e morte, etc, dados que permi-tem situar e identificá-la plena e corretamente . 47 É de conheci-mento geral que o interesse pela pesquisa genealógica cresceu

46Doutrina e Convênios 128 :18.47Veja Doutrina e Convênios 128 :5-8 .

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grandemente nos Estados Unidos e na Europa nas últimas seteou oito décadas. Sociedades genealógicas têm sido formadas, epesquisadores individuais têm devotado grandes tesouros detempo e dinheiro à compilação de registros, mostrando inúme-ras linhagens de descendentes familiares e as muitas ramifica-çõe's de complicados parentescos . Em toda essa obra os santosdos últimos dias afirmam ver a operação de um poder superior,pelo qual seu serviço pelos mortos é facilitado.

Templos Requeridos para a Obra Vicária

Enquanto que as ordenanças do batismo, da imposição dasmãos para conferir o Espírito Santo, e outras, tal como ordena-ção ao sacerdócio, podem ser realizadas para os vivos em qual=quer lugar adequado e , apropriado, as ordenanças correspon-dentes pélos e em favor .dos mortos, são aceitáveis ao Senhor eportanto, válidas, somente quando administradas em lugares es-pecialmente preparados, designados e dedicados a estes e outrospropósitos relacionados; isto. é, tais ordenanças pertencem ex-clusivamente à Casa do . Senhor . : Por um curto período apenas,nos primórdios da Igreja moderna, antes que o povo pudesseedificar templos, o Senhor graciosamente aceitou um santuáriotemporário da mesma forma que aceitou o antigo tabernáculocomo templo temporário, durante a peregrinação de Israel.

Numa revelação ao Profeta Joseph Smith em Nauvoo, Illi-nois, no dia 19 de janeiro de 1841, o Senhor exortou seu povo aconstruir uma casa ao seu nome "para o , Altíssimo ali habitar",acrescentando à guisa de explanação e instrução:

"Pois não há lugar nenhum na terra em que ele possa vir para vos restau-rar outra vez aquilo que se perdeu, ou aquilo que ele levou, mesmo a plenitudedo sacerdócio;

Pois não existe na terra uma fonte batismal, onde os meus santos possamser batizados pelos mortos.

Pois essa ordenança pertence à minha casa, e não pode ser aceitável amim a não ser em dias de penúria, quando não podeis construir uma casa amim .

,Mas vos mando, a todos vós meus santos, que construais uma ,casa ao

meu nome ; e eu vos concedo um prazo suficiente para construirdes ; e duranteesse tempo os vossos batismos serão aceitáveis a mim.

Mas eis que, findo o prazo, os batismos pelos vossos mortos não me serãoaceitáveis ; e se não tiverdes feito estas coisas no fim do prazo dado, sereis re-jeitados como igreja, com os vossos mortos, diz o Senhor vosso Deus .

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Pois na verdade vos digo que, depois de terdes tido tempo suficienté paraconstruir uma casa amim,, onde deverá ser feita a ordenança do batismo pelosmortos, para os quais a mesma foi instituída desde antes da fundação do mun-do,'os vossos batismos pelos mortós não poderão ser ' aceitos por mim;

' Pois nela estão'as chaves'do santo sacerdóéio ordenadas, para que possaisreceber honra e glória .,

E desse tempo em diante, os vossos batismos pelos mortos, realizados porpessoas que se encontram espalhadas em outras partes, não me serão aceitá-veis, diz o Senhor.

Pois ordenado é que em Sião, e em suas estacas, e em Jerusalém, os luga-res que designei para refúgio, estarão os lugares onde serão realizados os vos-sos batismos pelos vossos mortos.

E novamente, na verdade vos digo, como serão os vossos lavamentosaceitáveis, a mim, se não os fizerdes numa casa construída em meu nome?

Pois, por esta razão mandei que Moisés construísse um tabernáculo, quedeveriam levar consigo no deserto, e que construísse uma casa na terra da pro-missão, para que pudessem ser reveladas as ordenanças que haviam estado es-condidas desde antes da fundação do mundo.

Portanto, na verdade vos digo que as vossas unções e vossos lavamentos,e vossos batismos pelos mortos, e vossas assembléias solenes, e memoriais pe-los vossos sacrifícios feitos pelos filhos de Levi, e os vossos oráculos nos luga-res mais santos, onde recebeis conversações, e vossos estatutos e julgamentos,para os princípios das revelações e da fundação de Sião, e para a glória, honrae investidura de todas as suas municipalidades, são prescritos pela ordenançada minha casa santa, a qual sempre mando que meu povo construa em meusanto nome.

E na verdade vos digo que seja esta casa construída em meu nome paraque nela eu possa revelar ao meu povo as minhas ordenanças ; Pois à minhaIgreja me digno revelar coisas que têm sido conservadas ocultas desde antes dafundação do mundo, coisas que dizem respeito à dispensação da plenitude dostempos.'' 48

Esta, pois, é resposta suficiente quanto ao motivo de os san-tos dos últimos dias construírem e manterem templos . Eles fo-ram instruídos e mandados assim fazer pelo Senhor dos Exérci-tos. Compreendem que muitas ordenanças essenciais da Igrejasão aceitáveis somente quando realizadas em templos especial-mente erigidos e reservados para tal propósito . Sabem que den-tro de seus recintos sagrados o Senhor tem revelado muitasgrandes e importantes coisas pertencentes ao reino de Deus ; eque ele prometeu revelar mais nas casas consagradas ao seu no-

48Doutrina e Convênios 124 :28-41 . Leia a seção toda .

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me. Eles sabem que uma grande parte da missão e do ministérioda Igreja restaurada é a administração das ordenanças vicáriasem favor dos inúmeros mortos que nunca ouviram as mensa-gens do evangelho, e que para tais serviços sagrados e salvadores

os templos são uma necessidade .

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CAPÍTULO IV

As Ordenanças dos Templos Modernos

Uma consideração mais pormenorizada dos serviços dostemplos modernos, reclama agora nossa atenção. O cerimo-nial compreende:

1. Batismo, especificamente o batismo pelos mortos.2. Ordenação e investidura associadas ao sacerdócio.3. Cerimônias de casamento.4. Outras ordenanças de selamento.Como será entendido pelo que já foi escrito, cada uma des-

tas cerimônias, ou ordenanças, pode ser realizada para os vivos,presentes pessoalmente, ou pelos mortos que são representadosindividualmente por um procurador vivo . Os vivos são pouquís-simos, comparados com os mortos; e segue-se necessariamenteque a obra de ordenanças pelos falecidos excede com grandepreponderância aquela realizada para os vivos . Os templos dehoje são mantidos principalmente para benefício e salvação dosincontáveis mortos.

O Batismo pelos Mortos

Como foi demonstrado nas páginas anteriores, a lei do ba-tismo é de aplicação universal ; em resumo, o batismo é exigidode todos que viveram até a idade de responsabilidade . Somenteaqueles que morreram na infância estão isentos . As crianças,não tendo pecados a expiar, e sendo incapazes de compreendera natureza da obrigação batismal, não devem ser batizadas en-quanto estão vivas, nem deverá a ordenança ser feita por elas semorrerem antes de alcançarem a idade e estado responsável .

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Quanto á parte da criança na herança da mortalidade pela trans-gressão de Adão, a expiação de Cristo tem pleno efeito, estandoassim assegurada a redenção da criança . l Concernente à aplica-ção geral da lei que prescreve o batismo como sendo essencial àsalvação, as escrituras não fazem distinção entre vivos e mortos.O sacrifício expiatório de Cristo foi oferecido, não somente pa-ra os poucos que viviam na terra enquanto ele viveu na carne,nem somente para aqueles que nasceram na mortalidade depoisde sua morte, mas para todos os habitantes da. terra, passados,presentes e futuros. Ele foi ordenado pelo Pai para ser um juizdos vivos e dos mortos ; 2 ele, é Senhor igualmente dos vivos e dosmortos, 3 da forma como os homens falam de mortos e vivos,pois para ele todos são vivos . 4

Entre os dogmas perniciosos ensinados por um pervertido epretenso cristianismo, existe a horrenda doutrina de que um cas-tigo sem fim, ou uma bênção interminável, imutável em espécieou grau, será o destino de cada alma — a recompensa depen-dendo unicamente da condição da alma na ocasião da morte fí-sica; uma vida de pecados sendo assim anulada pelo arrependi-mento no leito da morte, e uma vida honrada, se não for marca-da pelas cerimônias estabelecidas por estas seitas, sendo seguidapelas torturas do inferno sem possibilidade de alívio . Tal dogmaassemelha-se em gravidade à pavorosa heresia que proclama acondenação das criancinhas inocentes que não foram aspergidaspela suposta autoridade do homem. Na justiça de Deus, nenhu-ma alma será definitivamente condenada sob uma lei que nãoteve nenhuma oportunidade de aprender . Na verdade, o castigoeterno foi decretado como o quinhão dos . iníquos ; porém, o sig-nificado desse castigo assim decretado, foi esclarecido pelo pró-prio Senhor . 5 Castigo eterno é o castigo de Deus ; castigo infini-to é o castigo de Deus ; pois "Eterno" e "Infinito" estão entreseus nomes, e estas palavras descrevem os seus atributos . Ne-nhuma alma será castigada pelo pecado além do tempo exigidopara a necessária reforma e satisfação da justiça, e somente para

'Quanto ao batismo das crianças, ver "Regras de Fé" (do autor) capítulo VI 13-17 ; e quanto ao batismo pelos mortos, ver capítulo VII 18-33.

2Atos 10 :42 ; 2 Timóteo 4 :1 ; 1 Pedro 4:5.3Romanos 14 :9.4Lucas 20 :36, 38.5 Doutrina e Convênios 19 :10-12 .

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este fim é imposto o castigo. E ninguém poderá entrar em qual-quer reino de glória na morada dos abençoados, para o qual nãoestiver habilitado pela obediência à lei.

Segue-se como óbvia necessidade, que o evangelho precisaser proclamado no mundo espiritual ; e que tal ministério foiprovidenciado, as escrituras o provam abundantemente . Pedro,definindo a missão do Redentor, assim declara esta solene ver-dade : "Porque por isto foi pregado o evangelho também aosmortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os ho-mens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito ."6 Co-mo já foi salientado, o início dessa obra para os mortos, já foifeito por Cristo, no intervalo entre a sua morte e ressurreição.

Na primeira epístola aos santos em Corinto, Paulo dá umabreve, porém compreensível, explicação da doutrina da ressur-reição — um assunto que naquela ocasião, e para aqueles aquem escreveu, tinha criado muita contenda e debate, 7 e, tendomostrado que por meio de Cristo, a ressurreição dos mortos setornara possível, e que no devido tempo toda a humanidade se-ria redimida da morte física, o apóstolo pergunta : "Doutra ma-neira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absoluta-mente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles entãopelos mortos?" 8 Como a pergunta é feita como final e clímaxdo argumento precedente, é evidente que o assunto apresentadonão era nenhuma doutrina nova ou estranha, mas ao contrário,uma doutrina com a qual o povo a quem Paulo se dirigia estavafamiliarizado, e que para eles, não exigia argumento . O batismopelos mortos era, portanto, conhecido como um princípio e pra-ticado cómo uma ordenança nos tempos apostólicos . Como

6 I Pedro 4 :6.~I Coríntios cap . 15 ; veja especificamente o versículo 29.8 Esta passagem tem sido assunto de muita controvérsia . O Dr . Adam Clark, em

seu magistral comentário das escrituras, diz : "Este, certamente, é o versículo mais difí-cil do Novo Testamento ; pois, não obstante, o empenho de grandes e sábios homens pa-ra explicá-lo, existem hoje em dia, quase tantas interpretações diversas quantos são osintérpretes ." Contudo, apesar de seu sentido enigmático, esta passagem da escritura fazparte do serviço funerário prescrito na Igreja Episcopal, e é devidamente falada pelo sa-cerdote em todo funeral . Mas onde está a dificuldade de compreensão? Seu sentido éevidente e óbvio, e somente quando tentamos considerá-la em sentido figurativo é quesurgem as dificuldades . Está claro que nos dias de Paulo a ordenança do batismo pelosmortos era tanto compreendida como praticada, e o argumento do apóstolo em apoio àdoutrina de uma ressurreição literal é perfeito : Se os mortos absolutamente não ressus-citam, por que, então, são eles batizados pelos mortos?

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prova de que a prática continuou de alguma forma durante umséculo, ou mais, depois que os apóstolos tinham sido levados daterra, existe a evidência de inúmeras passagens nos escritos dosprimeiros clérigos cristãos, e mais tarde, por autoridades em his-tória eclesiástica.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias pro-clama esta dispensação como a da plenitude dos tempos, naqual serão ajuntados e restaurados todos os princípios salvado-res e ordenanças essenciais das dispensações anteriores, e duran-te a qual o grandioso plano de redenção universal será comple-tamente revelado . A Igreja, portanto, proporciona o verdadeirobatismo pelos mortos, e nos templos de hoje, esta obra sagradaestá em progresso ininterrupto . Como veremos, cada templo éprovido de uma pia batismal, com todas as condições necessá-rias para administração dessa ordenança. 9

O rito do batismo na água pelos mortos, é seguido pela im-posição das mãos para conferir o Espírito Santo; e neste, comono anterior, a pessoa falecida é representada por um procuradorvivo . A imposição das mãos para conferir o dom do EspíritoSanto constitui o batismo superior do Espírito, exigido igual-mente de todos, e inclui o rito da confirmação ; pelo qual a pes-soa se torna um membro da Igreja de Cristo . Em todos os pon-tos essenciais, as ordenanças do batismo e confirmação sãoidênticas, quer sejam administradas aos vivos em causa própriaou como representantes dos mortos . Quando estas ordenançassão administradas nos templos existentes é necessário que, ao la-do do registrador e do élder oficiante, haja duas testemunhaspresentes que atestem que a cerimônia foi devidamente executa-da.

Ordenação e Investidura

O batismo pela água, e o batismo superior do Espírito pelaimposição autorizada das mãos, para a concessão do EspíritoSanto, constituem as duas ordenanças fundamentais do evange-lho . A alma arrependida que assim entrou na Igreja de Cristo,poderá posteriormente obter uma posição e autoridade no santosacerdócio — não como uma honra terrena, nem como um títu-

9Leia Doutrina e Convênios 128 :12, 13 .

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lo de engrandecimento pessoal, nem como um símbolo de poderpara governar e possivelmente oprimir — mas como uma inves-tidura, evidenciando autoridade, e a expressa responsabilidadede usar aquela autoridade a serviço dos semelhantes e para aglória de Deus . Na obra do templo, o homem que se apresentacomo procurador de seus parentes falecidos, deve ser ordenadoao sacerdócio, antes de poder passar além da pia batismal.

E regra da Igreja que as mulheres participem da autoridadedo sacerdócio, com o marido, atual ou futuro ; e portanto, asmulheres, quer recebam a investidura para si mesmas ou pe-los mortos, não são ordenadas a nenhum grau específico no sa-cerdócio . Não obstante, não há nenhum grau, posição, ou faseda investidura no templo para o qual as mulheres não sejamelegíveis em igualdade de condição com os homens . Na verdade,existem certas ordenanças superiores, às quais as mulheres sol-teiras não podem ser admitidas, mas o mesmo se aplica ao ho-mem solteiro . A condição de casado é considerada sagrada, san-tificada e santa, em todos os procedimentos no templo ; e dentroda Casa do Senhor, a mulher é considerada igual ao homem,sua companheira e adjutora . Nos privilégios e bênçãos daquelesanto lugar, a declaração de Paulo é considerada como umdecreto bíblico em pleno vigor e efeito : "Nem o varão é sem amulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor ." lo

Fé e arrependimento sincero, seguidos primeiramente dobatismo pela água, e da imposição das mãos para o recebimentodo Espírito Santo, são os requisitos estabelecidos para a admis-são na Igreja de Cristo e para a futura salvação no reino deDeus. Mas, há uma distinção entre salvação e exaltação. Nesteponto, seria bom considerar essa distinção, e expor as doutrinasda Igreja restaurada a respeito dos diversos graus de exaltaçãoalém da sepultura ."

Salvação e Exaltação — Certo grau de salvação virá a todosos que não perderam seu direito a ela ; a exaltação é dada àque-les que, pelo serviço ativo, obtiveram direito à liberalidade mise-ricordiosa de Deus, pela qual é concedida . Daqueles que serãosalvos, nem todos serão exaltados às glórias superiores ; as re-

t0 I Coríntios 11 :11.IlVeja, "Regras de Fé", do autor, capítulos IV e XII, parte dos quais foi incluída

na presente obra .

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compensas não serão conferidas em violação à justiça ; os casti-gos não serão impostos sem levar em . conta as exigências da mi-sericórdia. Ninguém poderá ser admitido a qualquer ordem deglória, ou seja, nenhuma alma poderá ser salva, até que a justiçatenha sido satisfeita pela violação da lei . No reino de Deus háinúmeros graus de exaltação, preparados para aqueles que fo-rem dignos deles . A idéia antiga, de que no além-túmulo haveráapenas dois lugares para as almas humanas — céu e inferno,com a mesma glória em todas as partes do primeiro, e com osmesmos terrores, em todas as partes do segundo — é completa-mente insustentável à luz da revelação divina.

Os Graus de Glória — Os privilégios e glórias dos céus sãograduados para satisfazer as várias capacidades dos abençoa-dos, e isto é indicado nos ensinamentos de Cristo . A seus após-tolos ele disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas ; se nãofosse assim, eu vo-lo teria dito : vou preparar-vos lugar . E se eufor, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mimmesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." 12 Estadeclaração é suplementada pela de Paulo, que fala dos diversosgraus de glória da ressurreição como segue:

"E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes eoutra a dos terrestres;

Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas;porque uma estrela difere em glória doutra estrela.

Assim também a ressurreição dos mortos . 13

Um conhecimento mais completo sobre este assunto foiconcedido na presente dispensação . De uma revelação dada em1832 14 aprendemos o seguinte : Três grandes reinos ou graus deglória são estabelecidos para a futura habitação da raça huma-na; estes são conhecidos como o celestial, o terrestrial e o teles-tial . Bem abaixo do último e menor desses graus, situa-se o esta-do de punição eterna preparado para os filhos de perdição.

A Glória Celestial é destinada àqueles que merecem as maiselevadas honras dos céus ; na revelação em referência, lemos:

"Esses são os que receberam o testemunho de Jesus, e creram em seu no-me e foram batizados segundo o modo de seu sepultamento, sendo sepultados

12João 14 :1-3.13 I Coríntios 15 :40-42.14Doutrina e Convênios, Seção 76 .

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na água em seu nome, e isto de acordo com o mandamento que ele deu — paraque, guardando os mandamentos, pudessem ser lavados e purificados de todosos seus pecados, recebessem o Santo Espírito pela imposição das mãos daqueleque está ordenado e selado para esse poder ;e os que vencem pela fé, .e são sela-dos pelo Santo Espírito da promessa, o qual o Pai derrama sobre todos Os jus-tos e fiéis . Estes são a Igreja do Primogênito . São aqueles em cujas mãos o Paipôs todas as coisas — são os sacerdotes e reis, que receberam de sua plenitudee de sua glória ; e são sacerdotes do Altíssimo, segundo a ordem de Melquisedeque, que era segundo a ordem de Enoque, que era segundo a ordem do Fi-lho Unigênito . Portanto, como está escrito, eles são deuses, os filhos de Deus— portanto, todas as coisas são suas, quer seja a vida, quer a morte, as coisaspresentes, ou as coisas por vir, todas são deles e eles são de Cristo, e Cristo é deDeus . . . Esses habitarão na presença de Deus e seu Cristo para sempre . São osque ele trará consigo, quando vier nas nuvens dos céus para reinar sobre o seupovo na terra . Esses são os que terão parte na primeira ressurreição . Os quesurgirão na ressurreição dos justos . . . São os homens justos, aperfeiçoados pormeio de Jesus, o mediador do novo convênio, o qual pelo derramamento doseu próprio sangue obrou esta expiação perfeita . Esses são aqueles cujos cor -pos são celestiais, cuja glória é a do sol, a glória de Deus, a maior de todas, cu-ja glória ao sol do firmamento é comparada ." 15

A Glória Terrestrial — Este, o grau imediatamente inferiorao primeiro, será recebido por muitos cujas obras não merecema recompensa máxima. Deles lemos:

E eis que estes são os que pertencem ao terrestre, cuja glória difere daque-la da Igreja do Primogênito, a qual recebeu da plenitude do Pai, tal como aglória da lua difere da do sol no firmamento . Eis que estes são os que morre-ram sem lei ; e também aqueles, que são os espíritos dós homens conservadosna prisão, a quem o Filho visitou, e a quem pregou o evangelho, para que pu-dessem ser julgados de acordo com os homens na carne ; os quais não recebe-ram o testemunho de Jesus na carne, mas receberam depois . Estes são os ho-mens honrados da terra, que foram cegados pelas artimanhas dos homens.São os que recebem a sua glória, mas não a sua plenitude . Estes são os que re-cebem da presença do Filho, mas não da plenitude do Pai . Portanto são cor-pos terrestres, e não corpos celestes, e diferem em glória tal como a lua diferedo sol . Estes são os que não são valentes no testemunho de Jesus ; portanto,não obtêm a coroa do reino de nosso Deus ." 16

A Glória Telestial — A revelação prossegue:"E novamente, nós vimos a glória do teleste, cuja glória é a do menor ; as-

sim como a glória das estrelas difere da glória da lua no firmamento . Estes sãoos que não receberam o evangelho de Cristo, nem o testemunho de Jesus . Sãoos que não negam o Santo Espírito . E os quais são arremessados para o infer-

15 Doutrina e Convênios 76 :51-70.16 Doutrina e Convênios 76 :71-79 .

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. A CASA DO SENHOR

no . Estes são os que não serão redimidos do diabo até a última ressurreição,até que o Senhor, mesmo Cristo, o Cordeiro, tenha consumado a sua obra."

Aprendemos, a seguir, que os habitantes deste reino ocupa-rão diversas graduações, uma vez que abrangerá os não ilumina-dos das várias seitas oposicionistas e divisões de homens, e peca-dores de vários tipos, cujas ofensas não são de perdição absolu-ta :

"Pois como uma estrela difere da outra em glória, assim também diferemuns dos outros em glória no mundo teleste . Pois estes são os que são de Paulo,e de Apoio e de Cefas . Estes são os que dizem que são uns de um e uns de ou-tro — uns de Cristo, uns de João, uns de Moisés, e uns de Elaias, uns deEsaías, uns de Isaias e uns de Enoque ; mas não receberam o evangelho, nem otestemunho de Jesus, nem os profetas, nem o convênio eterno ." 18

Os três reinos de glórias amplamente diversificadas são or-ganizados num plano ordenado de graduações . Vimos que o rei-no telestial inclui várias subdivisões ; este também é o caso, co-mo nos foi dito, do reino celestial ; 19 e, por analogia, concluímosque uma condição semelhante prevalece no terrestrial . Assim foiprovidenciada uma infinidade de glórias graduadas para os inu-meráveis graus de mérito entre os homens . O reino celestial é su-mamente honrado pela ministração pessoal do Pai e do Filho . Oreino terrestrial será administrado pelo maior, sem a plenitudeda glória . O telestial é governado pelas ministrações do terres-trial, por "anjos que são nomeados para ministrar para eles" . 20

A exaltação no reino de Deus subentende a obtenção das or-dens graduadas do santo sacerdócio, às quais estão diretamenteassociadas as cerimônias da investidura.

A investidura do templo da forma como é administrada nostemplos modernos, inclui instruções relacionadas ao significadoe seqüência das dispensações passadas, e a importância da pre-sente dispensação como a maior e a mais magnífica era da histó-ria humana. Este curso de instruções inclui uma exposição dosacontecimentos mais preeminentes do período da criação, acondição de nossos primeiros pais no Jardim do Éden, sua deso-bediência e conseqüente expulsão daquela habitação abençoa-

17 Doutrina e Convênios 76 :81-86."Doutrina e Convênios 76 :98-101.19Doutrina e Convênios 131 :1 ; veja também 2 Corintios 12:1-4.20Veja Doutrina e Convênios 76 :86-88 .

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da, sua condição no triste mundo deserto, destinados a viver dotrabalho e suor, o plano da redenção pelo qual a grande trans-gressão poderia ser expiada, o período da grande apostasia, arestauração do evangelho com todos os antigos poderes e privi-légios, a absoluta e indispensável condição de pureza pessoal edevoção ao que é certo na vida presente, e uma estrita submis-são aos requisitos do evangelho.

Como será demonstrado, o templo erguido pelos santos dosúltimos dias, dispõe de salas separadas para dar essas instru-ções, cada uma destinada a uma parte específica do curso ; ecom tal disposição, é possível ter várias classes, sendo instruídassimultaneamente.

As ordenanças da investidura incluem certas obrigaçõespor parte do indivíduo, tal como o convênio e promessa de ob-servar a lei de perfeita virtude e castidade, de ser caritativo, be-nevolente, tolerante, e puro ; de devotar tanto os talentos comoos meios materiais à propagação da verdade e enaltecimento daraça; de manter dedicação à causa da verdade ; e de procurar,por todos os meios, contribuir para a grandiosa preparação, afim de que a terra esteja pronta para receber seu Rei — o SenhorJesus Cristo . Junto com cadá convênio e aceitação de cada obri-gação, é pronunciada uma promessa de bênção, dependendo dafiel observância das condições.

Nem um jota ou til, ou traço dos rituais do templo tem ou-tra finalidade, senão o de enaltecimento e santificação . Em cadapormenor, a cerimônia da investidura contribui para uma vidade moralidade, consagração da pessoa aos ideais elevados, de-voção à verdade, e fidelidade a Deus . As bênçãos da Casa doSenhor não são restringidas a nenhuma classe privilegiada ; todomembro da Igreja pode ser admitido no templo com o direito departicipar das ordenanças, se apresentar devidamente creden-ciado por uma vida e conduta dignas.

Selamento matrimonial

Os santos dos últimos dias consideram a cerimônia do casa-mento, realizada exclusivamente nos recintos do templo, comoo único e perfeito contrato matrimonial . 21 Eles reconhecem a

21 Veja o assunto de "Matrimônio" nas "Regras de Fé", do autor, capítulo XXIV,pp . 399-403 .

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inteira validade legal e obrigação moral de qualquer casamentorealizado sob a lei secular ; no entanto, os casamentos civis, e naverdade todos os casamentos feitos sem a autoridade seladorado santo sacerdócio, são considerados como contratos para estavida somente, e, portanto, não têm os elementos mais elevadose superiores de uma completa e perpétua união . Acreditam queos vínculos familiares da terra podem vir a ser permanentes e vá-lidos além do véu da morte . Afirmam que sob a lei perfeita queopera nos mundos celestiais, os laços terrenos entre marido emulher, pais e filhos, continuarão em pleno vigor e efeito, desdeque tal vínculo seja selado na terra pelo poder e autoridade dosanto sacerdócio . O rito comum do matrimônio estabelecido pe-la lei secular, e conforme é prescrito pelas normas sectárias, uneo homem e a mulher neste mundo somente ; a lei superior do ca-samento, divinamente revelada, une as partes para o tempo epara a eternidade.

"Casamento celestial" é um termo usado correntemente pe-los santos dos últimos dias, embora não ocorra nenhuma revela-ção contida nas obras-padrão da Igreja . A Igreja adota e confir-ma as escrituras das antigas dispensações com respeito ao casa-mento . Ele afirma que o casamento é honroso 22 e ordenado porDeus . 23 Sob os ensinamentos da Igreja, o casamento é dever detodos, que não estejam impedidos por defeitos físicos ou poroutro impedimento real, de assumir as responsabilidades do es-tado matrimonial . Os santos dos últimos dias declaram que par-te do direito inato de todo homem digno é estar à testa de umafamília como esposo e pai ; e toda mulher digna tem idêntico di-reito de ser uma esposa e mãe virtuosa . A Igreja denuncia comofalsos e perniciosos os ensinamentos de homens corrompidos edoentios que dizem que a união dos sexos é apenas uma necessi-dade carnal herdada pelos homens como um incidente de suanatureza degenerada ; e repudia a idéia de que o celibato é umacondição superior, mais agradável a Deus . A respeito desses fal-sos mestres o Senhor falou nestes dias:

"Todo o que proíbe o casamento não é ordenado de Deus, pois o casa-mento é ordenado por Deus para os homens . . . para que a terra cumpra o fim

22Hebreus 13 :4.23 Gênesis 2 :18, 24 ; 1 :27 ; 5 :2 ; 9 :1, 7 ; Lev . 26 :9 .

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da sua criação ; e para que se encha com a medida do homem, de acordo com asua criação já antes da formação do mundo .' .24

Os santós dos últimos dias afirmam que o casamento perfei-to proporciona a eterna relação dos sexos . Para este povo, o ca-samento não é apenas um contrato temporário, válido apenasenquanto as partes viverem na terra, mas um solene convênio deunião, o qual perdurará além da sepultura . Na completa ceri -mônia de casamento, conforme é ordenada pela Igreja, e admi-nistrada somente nas salas do templo, o homem e a mulher sãocolocados sob convênio de mútua fidelidade, não apenas . atéque a morte os separe, mas para o tempo, e para toda a eterni-dade.

Um contrato de tão longo alcance como este, um convêniodeclarado como efetivo, não somente durante o período da vidamortal, mas também no reino do porvir, necessariamente exigepara sua validação uma autoridade superior a qualquer uma deorigem humana. É admitido, sem debate, que os homens têm odireito de formar entre si associações e comunidades, de organi-zar seitas, partidos, companhias, igrejas, clubes, ou qualqueroutra liga que desejem criar, contanto que, é óbvio, tais corpo-rações não sejam inimigas da lei e da ordem . É ainda admitido,que qualquer associação humana estabelecida pode decretar leise normas para o governo de seus membros, desde que os direitosda liberdade individual não sejam infringidos . Tanto a igreja.como o estado, portanto, podem decretar, prescrever e ordenarregulamentos legais quanto ao casamento ou qualquer outraforma de contrato ; e tais regulamentos são reconhecidos comode pleno efeito dentro do domínio da atual jurisdição . Destaforma, os casamentos podem ser legais e devidamente autoriza-dos por estados e nações, e os contratos de casamento assim ce-lebrados, serão válidos durante a vida das partes envolvidas.

Poder-se-á, contudo, afirmar que qualquer associação dehomens pode criar e estabelecer uma autoridade que terá efeitodepois da morte? Poderá qualquer poder legislar além de sua ju -risdição legal? Poderá um homem, sentado em sua própria casa,prescrever regras familiares para o lar do seu vizinho? Poderáuma nação ordenar leis que serão válidas num domínio alheio?

24Doutrina e Convênios 49 :15-17 .

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Poderá o homem decretar leis que regulem os assuntos do Reinode Deus?

Somente quando Deus delega autoridade ao homem, com apromessa de que a administração sob aquela autoridade será re-conhecida nos céus, poderá qualquer contrato ser celebrado naterra e ser de efeito garantido depois da morte das partes envol-vidas . A autoridade para agir em nome do Senhor é a caracterís-tica peculiar do santo sacerdócio . Como disse o Senhor:

"Todos os convênios, contratos, laços, obrigações, votos, promessas,realizações, conexões, associações ou expectativas que não forem feitos e sela-dos pelo Santo Espírito da promessa, e por meio daquele que é ungido, tantopara esta vida como para toda a eternidade, e isso também de maneira a maissagrada, por revelação e mandamento, por intermédio do meu ungido, o qual,na terra para reter este poder designei . . . não terão eficácia, virtude, ou vigoralgum na ressurreição dos mortos ; nem depois dela, pois todos os contratosque não forem realizados com esse propósito, têm fim quando os homensmorrem . "25

Aplicando este princípio aos convênios do matrimônio, arevelação continua:

Portanto, sé um homem tomar para si uma esposa no mundo, e não forcasado por mim nem por minha palavra, e se comprometerem por esta vida,ele com ela e ela com ele, o seu convênio e casamento não será válido quandomorrerem, e quando estiverem fora do mundo ; portanto, não estarão ligadospor lei alguma quando não estiverem neste mundo.

Portanto, quando estiverem fora deste mundo, não se casam nem são da-dos em casamento, mas são designados anjos nos céus, servos ministradorespara ministrar por aqueles que são dignos de uma maior, suprema e eterna me-dida de glória.

Pois estes anjos não guardaram a minha lei ; portanto, não podem progre-dir, mas permanecem separados e solteiros, sem exaltação no seu estado desalvação por toda a eternidade ; e portanto, não são deuses, mas anjos de Deuspara todo o sempre ." 26

Esse sistema de santo matrimônio, envolvendo convêniostanto para o tempo como para a eternidade, é explicitamenteconhecido como casamento celestial, e é compreendido comosendo a ordem de casamento que existe nos mundos celestiais.Esta ordenança sagrada é administrada pela Igreja somenteàqueles que reconhecidamente levam uma vida digna, estandoassim qualificados para serem admitidos na Casa do Senhor;

25 Doutrina e Convênios 132 :7.26 Doutrina e Convênios 132 :15-17 .

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porque este ritual sagrado, junto com outros de validade eterna,somente pode ser solenizado nos templos erigidos e dedicadospara esse serviço glorioso . 27 Os filhos nascidos de pais assim ca -sados sób a lei celestial são herdeiros do sacerdócio ; são chama-dos "filhos do convênio" ; nenhuma ordenança de adoção ouselamento é exigida, para assegurar-lhes um lugar na abençoadaposteridade da promessa.

A Igreja, no entanto, sanciona e reconhece os casamentoslegais para esta vida somente, e na realidade celebra tais uniõesentre as partes que não podem ser admitidas na Casa do Senhor,ou que voluntariamente escolhem a ordem matrimonial menor etemporal.

Somente no templo, e em nenhum lugar mais, são soleniza-dos os casamentos em favor das pessoas falecidas . Esposos e es-posas que viveram juntos na mortalidade e agora estão mortos,podem ser selados sob a autoridade do sacerdócio, contantoque, é claro, as ordenanças do templo preliminares tenham sidoadministradas em favor deles . No ritual matrimonial para osmortos, como em outras ordenanças, as partes são representa-das pelos seus descendentes vivos, agindo na capacidade de-pro-curadores:

A ordenança do casamento celestial, pelo qual as partescontratantes, sejam vivas ou mortas, são unidas sob a autorida-de do santo sacerdócio para o tempo e para a eternidade, é dis-tintamente conhecida como a cerimônia de selamento do casa-mento. Diz-se que esposo e esposa assim unidos estão selados, equando são unidos sob a lei menor somente para esta vida, oupor autoridade secular ou eclesiástica, estão somente casados.

Esposo e esposa que foram casados para esta vida somente,seja por cerimônia secular ou eclesiástica, podem posteriormen-te ser selados para o tempo e para a eternidade, contanto que setenham tornado membros da Igreja, e sejam julgados dignos deentrar no templo para este propósito ; mas não é possível confir-mar assim uma união existente, nem tampouco selar pessoas ca-sadas, a não ser que as partes forneçam provas de que são lícitae legalmente casadas . Nenhum casamento de pessoas vivas é ce-lebrado em qualquer dos templos, exceto com licença devida-

27Doutrina e Convênios 124 :30-34 .

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mente emitida, segundo as exigências legais do estado . A orde-nança de selamento estende-se a outras ligações além daquelasdo matrimônio, como será demonstrado.

A realidade da ordenança de selamento no casamento, en-contra . .uma ilustração nos ensinamentos pessoais do Salvador.Certa ocasião, procuraram-no alguns saduceus, 28 e estes, seja is-to lembrado, negavam a possibilidade da ressurreição dos mor-tos. Eles procuraram armar-lhe uma cilada com uma perguntadifícil . Assiras, apresentaram-lhe seu caso:

"Mestre, Moisés disse : Se morrer alguém, não tendo filhos, casará o seuirmão com a mulher dele e suscitará descendência a seu irmão.

Ora, houve entre nós sete irmãos ; e o primeiro, tendo casado, morreu, e,não tendo descêndencia, deixou sua mulher a seu irmão.

Da mesma sorte o segundo, e o terceiro, até ao sétimo;Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos

a possuíram?"

Observem o que seguiu:

"Jesus, porém, respondendo, disse-lhes : Errais, não conhecendo as escri-turas, nem o poder de Deus ; porque na ressurreição nem casam nem são dadosem casamento ; mas serão como os anjos de Deus no céu ."

É evidente que no estado ressurreto não poderia haver com-petição entre os sete irmãos concernente a quem pertencia a es-posa pois que depois da morte não haveria casamento e nin-guém seria dado em casamento. A questão do casamento entreindivíduos deveria, e deve, ser decidida antes dessa ocasião . Amulher seria, e poderia, ser esposa de apenas um no mundoeterno do homem a quem havia sido dada pela autoridade dosanto sacerdócio na terra, como consorte para o tempo e para aeternidade. . Em resumo, a mulher seria esposa do homem comquem tinha, feito convênio para a eternidade, sob o selo da au-toridade divina ; e nenhum contrato ou acordo para o tempo so-mente, teria efeito na ressurreição.

Aquela exposição parece ter sido convincente ; a multidão fi-cou admirada, e os saduceus foram silenciados ; 29 além disso, al-guns dos escribas declararam : "Mestre, disseste bem ." 30 NossoSenhor acrescentou o que parece ter sido uma questão suple-

28Veja Mateus 22 :23-33 ; Marcos 12 :18-27 ; Lucas 20 :27-40.29Mateus 22 :33, 34.30Lucas 20 :39 .

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mentar, ligada com instrução das mais importantes:"E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos de-

clarou dizendo:Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora Deus

não é Deus dos mortos, mas dos vivos ." 3 '

Outras Ordenanças de Selamento

Os filhos nascidos fora do casamento celestial, ainda quedentro do vínculo matrimonial legalmente estabelecido, são osherdeiros legítimos e legais de seus pais em todos os assuntosterrenos . São frutos de uma união terrena que é em todos os as-pectos uma relação moral, legal e apropriada sob as leis do ho-mem . Que estes filhos pertencerão a seus pais no porvir, é tãoincerto quanto o pai e a mãe pertencerem um ao outro . Os paisforam casados apenas temporal e temporariamente, e os filhoslhes pertencem somente durante o período de seu contrato . Damesma forma como marido e mulher, embora legalmente casa-dos pela lei secular, devem ser selados pela autoridade do santosacerdócio para que essa união tenha valor na eternidade, assimtambém os filhos nascidos de pais casados para esta vida somen-te, precisam ser selados a seus pais, depois que pai e mãe tenhamsido selados um ao outro, na ordem do casamento celestial.

A Igreja afirma a eterna perpetuidade de todos os laços fa-miliares existentes na terra sob o selo e autoridade do sacerdó-cio ; e declara que nenhuma outra relação será consistente após amorte . A progênie de pais que não foram ligados no casamentocelestial, é então selada a, ou adotada por seus pais, como mem-bros da organização familiar, que persistirá pela eternidade;desta forma, maridos e mulheres que morreram, são casados ouselados um ao outro pela ministração vicária e seus filhos sãoigualmente selados a eles no vínculo familiar.

É patente, portanto, que a obra vicária dos vivos pelos mor-tos, da maneira como é realizada no templo dos dias atuais, in-clui mais do que batismo e confirmação . A obra fica completana terra somente quando as partes, na pessoa de seus represen-tantes vivos, tenham sido batizadas, confirmadas, recebido ainvestidura e seladas tanto no vínculo de esposo e esposa, comona união familiar de pais e filhos.

31 Mateus 22 :31-32 .

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CAPÍTULO V

Templos dos Dias Modernos — Os Templos deKirtland e Nauvoo

Quanto ao projeto geral, e na realidade até pormenores daplanta e construção dos santuários antigos, muita coisa foi pre-servada, nas sagradas escrituras . A partir dos registros bíblicossomente, seria possível praticamente reproduzir o Tabernáculoda Congregação e depois Templo de Salomão ; no entanto, senão tivéssemos nenhuma informação para suplementar o relatobiblico, saberíamos muito pouco quanto ao procedimento exigi-do na administração das ordenanças especificamente pertencen-tes ao templo.

Com referência às plantas de construções e projetos arquite-tônicos dos templos, não encontramos nenhuma semelhança,muito menos qualquer concepção idêntica, nessas casas sagra-das erigidas em diferentes dispensações ; pelo contrário, pode-mos afirmar que a revelação direta das plantas dos templos é ne-cessária para cada período distinto da administração do sacer-dócio, ou seja, para cada dispensação de autoridade divina.Embora o propósito geral dos templos seja o mesmo em todasas épocas, a adequabilidade especial desses edifícios é determi-nada pelas necessidades da dispensação à qual pertencem res-pectivamente . Há uma definida seqüência de desenvolvimentonas relações de Deus com o homem através dos séculos ; e é estaunidade de ordem e propósito que constitui a eterna imutabili-dade do Ser Supremo . O dia de hoje, não é mera repetição doontem; ao contrário, cada "hoje" é uma soma de todo o tempoprecedente, de modo que em cada época sucessiva, o plano divi-

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no progride, e o grande final do magnífico drama da salvaçãohumana é trazido para mais perto.

A partir dos dias do antigo Tabernáculo da Congregação, edali em diante até o meridiano dos tempos, o sacrifício de ani-mais era exigido como um rito de propiciação e adoração ; e istoera como um protótipo da morte sacrificial predita, como umaparte da missão do Filho do Homem . Os templos dos hebreusque viviam sob a lei de Moisés tinham, portanto, dispositivospara a matança de animais, para o cerimonial da divisão dascarcaças, e para a devida disposição do sangue, para a imolaçãoconveniente das ofertas, e para outros inúmeros pormenores dascerimônias associadas com a adoração sob a lei de Moisés.

Os santos dos últimos dias concordam com as seitas cristãsna aceitação sem reservas da doutrina de que a morte expiatóriade Cristo pôs fim aos ritos mosaicos de sacrifício envolvendo oderramamento cerimonial de sangue que, na verdade, o protóti -po foi consumado realmente . Os templos de hoje não são provi-dos de altares de sacrifício, nem átrios de matança, nem mata-douros avermelhados pelo sangue dos animais, nem piras nasquais eram queimadas as carcaças, nem de vasos para incensopara diminuir o cheiro da carne que se queimava.

Mesmo entre os templos da presente dispensação, há umavariedade de graduação nos pormenores de construção . O pri-meiro templo dos dias modernos era num certo sentido incom-pleto, em comparação com as sagradas casas construídas maistarde. O fato era, sem dúvida, conhecido pelo Senhor, emborasabiamente oculto do conhecimento comum, que o Templo deKirtland serviria apenas para o começo do restabelecimento da-quelas ordenanças características para as quais os templos sãoessenciais . Assim como o tabernáculo de tempos passados foiapenas um tipo inferior daquilo que se seguiria, destinado a serusado temporariamente sob condições especiais, da mesma for-ma, os primeiros templos da dispensação dós últimos dias, espe-cificamente os de Kirtland e Nauvoo, foram apenas casas tem -porárias do Senhor, destinadas a servir por curtos períodos so-mente como santuários.

Mal tinha A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ÚltimosDias sido organizada, o Senhor indicou a necessidade de umtemplo, no qual ele poderia revelar sua vontade e intenção ao

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homem, no qual as ordenanças santificadoras do evangelho po-deriam ser administradas . Numa revelação dada já em dezem-bro de 1830, o Senhor disse : "Eu sou Jesus Cristo, o Filho deDeus; portanto, cinge os teus lombos e eu virei subitamente aomeu templo ." 1 Em fevereiro de 1831 o Senhor indicou melhor oseu propósito desta maneira : "Para que o povo de meu convê-nio seja reunido em um naquele dia em que virei ao meu templo.E isto faço para a salvação do meu povo . " 2 Instruções mais de-finidas quanto aos trabalhos práticos referentes à procura deum local e do erguimento de um templo, logo se seguiram.

Local do Templo em Independence, Missouri

A sede principal da Igreja tinha sido temporariamente esta-belecida em Kirtland, Ohio ; entretanto, o profeta ficou sabendopor revelação, que Sião seria estabelecida bem mais para o oes-te. Em junho de 1831, foi realizada uma conferência de élderesem Kirtland, ocasião em que foi recebida uma revelação, 3 orde-nando a certos élderes dirigirem-se para o oeste, viajando aospares e pregando pelo caminho . No mês seguinte, esses élderesvoltaram a encontrar-se num local designado, a oeste de Mis-souri, todos regozijando-se no seu ministério e ansiosos de sabera próxima vontade do Senhor . O refrão de suas orações e can-ções é assim expresso pelo profeta : "Quando é que o desertoflorescerá como uma rosa? Quando será Sião estabelecida nasua glória, e onde será erguido o teu templo, ao qual virão todasas nações nos últimos dias?" 4 Em resposta às súplicas deles, oSenhor respondeu pela boca de seu profeta, designando a parteocidental do Missouri como a terra de Sião, e o lugar ocupadopela cidade de Independence, como o "lugar central", e especi-ficando um local, no qual um templo' deveria ser construído . 5

No terceiro dia de agosto de 1831, o Profeta Joseph Smith esete outros élderes da Igreja, reuniram-se no terreno do temploe dedicaram-no àquele propósito sagrado . Embora o grupo depessoas fosse pequeno, a ocasião foi uma das mais solenes e im-

Doutrina e Convênios 36 :8 ; compare com Malaquias 3 :1.2 Doutrina e Convênios 42 :36.3 Veja Doutrina e Convênios 52, também a seção 54.4 History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, vol . I, pág . 189.S Veja Doutrina e Convênios 57 :1-4 .

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pressionantes . O próprio profeta proferiu a oração de dedica-ção . 6 O templo assim projetado, ainda está para ser construído.Embora os santos dos últimos dias tivessem obtido por comprao título de posse do terreno destinado ao templo, posteriormen-te foram compelidos pela violência a abandonar seus direitos deposse.

O Templo de Kirtland

A construção de um templo no Missouri era considerada,mesmo pelo profeta e por aqueles que o ajudaram na dedicaçãodo local, como um evento do futuro, mesmo de um futuro dis-tante. O centro de atividades, a sede da Igreja naquela época, fi-cava no Ohio, e Kirtland era o lugar temporário de concentra-ção. Também em Kirtland deveria ser construído o primeirotemplo dos dias modernos.

Numa revelação dada em 27 de dezembro de 1832, o Senhorordenou o estabelecimento de uma casa santa . ? Talvez porqueseus olhos estivessem dirigidos somente em direção ao "lugarcentral", e porque o povo estivesse propenso a contemplar mui-to absortamente a glória do futuro, negligenciando os deveresdo presente, sujeitando-se de pronto à necessidade de procederimediatamente à construção de um templo, o Senhor reprovouo povo pela sua demora e negligência, declarando novamente asua vontade de que se erigisse uma casa ao seu nome, e prome-tendo que seriam bem sucedidos caso houvesse real empenho . 8

Os santos foram incentivados a grande atividade no tocanteà construção de um templo para uso imediato . Foi organizadoum comitê de construção, e uma solicitação foi feita a todos osramos da Igreja . 9 No segundo dia de agosto de 1833, a voz doSenhor foi novamente ouvida a respeito da questão da constru-ção do templo, e embora os requisitos específicos pareçam apli-car-se diretamente ao templo futuro no condado de Jackson,Missouri, a revelação teve efeito imediato inspirando um maior

6 Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . 1, pág.199 ; também "History of Utah" de Orson F . Whitney, vol . I, pág . 91, também "Life ofJoseph Smith, de George Q . Cannon, pág . 119.

7 Doutrina e Convênios 88 :119-120.8 Veja Doutrina e Convênios, seção 95.9 Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints," vol . 1, pág.

349,350 .

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esforço na construção do templo de Kirtland . l0O Templo de Kirtland foi construído como fora projetado e

desenhado, embora a obra fosse marcada por um curso ininter-rupto de supremo sacrifício por parte de um povo imerso na po-breza . Considerem as palavras de alguém que estava presente eviu, alguém que ajudou e sofreu, alguém que fala pelo conheci-mento pessoal e viva lembrança . Eliza R . Snow, uma poetisa ta-lentosa e historiadora da Israel moderna, escreveu:

"O templo foi iniciado em junho de 1833, sob direção imediata do Todo-Poderoso, por meio de seu servo Joseph Smith, a quem chamou em sua juven-tude, como a Samuel dos velhos tempos, para dar início à plenitude do evan-gelho eterno.

Naquela época os santos eram poucos em número, e na maioria deles,muito pobres ; e se não tivesse sido pela certeza de que Deus havia falado, e or-denado que uma casa deveria ser construída ao seu nome, sobre a qual revelounão só a forma mas também 'designou as dimensões, a tentativa de construirum templo sob as circunstâncias então existentes, teria sido por todos os en-volvidos, considerada absurda.

Suas dimensões são 24,38 m por 17,98 m ; as paredes têm 15,24 m de altu-ra, e a torre 33,59 m . Os dois salões principais medem 16,76 m por 19,81 m norecinto interno . O edifício tem quatro vestiários na frente, e cinco salas no só-tão destinadas aos estudos literários e reuniões dos vários quoruns do sacerdó-cio .

Havia uma peculiaridade no arranjo do recinto interior, que o tornavamais que impressionante — tanto, que um senso de reverência sagrada pareciarepousar em todos os que ali entravam . Não só os santos, mas estranhos tam-bém, manifestavam um alto grau de sentimento reverente . Havia quatro púlpi-tos, um acima do outro, no centro do edifício, de norte a sul e nas extremida-des leste e oeste . Em frente de cada uma destas duplas fileiras de púlpitos, ha-via uma mesa de sacramento, para a administração daquela ordenança sagra-da . Em cada canto do recinto havia um banco elevado para os cantores — ocoro sendo distribuído em quatro compartimentos . Além das cortinas dos púl-pitos havia outras interseccionando em ângulo reto, que dividiam o principalrecinto térreo em quatro seções iguais, cabendo a cada um, metade de um con-junto de púlpitos.

Desde o dia em que o terreno foi preparado para o lançamento dos alicer-ces do templo, até a sua dedicação em 27 de março de 1836, a obra prosseguiucom todo vigor.

Com muito pouco capital, exceto inteligência, corpo e energia, aliadas àinabalável confiança em Deus, homens, mulheres e mesmo crianças, trabalha-ram com todas as forças . Enquanto os irmãos labutavam em seus setores, asirmãs estavam ativamente empenhadas em preparar alimento e roupas para ostrabalhadores, o que de outra maneira não seriam obtidas — todos vivendotão sobriamente quanto possível, a fim de que cada centavo fosse empregado

'°Doutrina e Convênios 97 :10-17 .

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A CASA DO SENHOR

na grande obra, enquanto que suas energias eram estimuladas pela promessade participação na bênção de uma casa construída pela direção do Altíssimo, eaceita por ele ."' 1

As pedras angulares tinham sido assentadas no dia 23 de ju-lho de 1833 — justamente quando a oposição e a perseguiçãoaos ramos da Igreja no oeste, chegava ao máximo, de fato, nomesmo dia em que um populacho sem lei anunciava a expulsãodos santos do Missouri . 12 Entretanto, a obra do templo em Kir-tland continuava sem interrupção, embora para os santos ansio-sos, o progresso fosse muito lento . No dia 7 de março de 1835,uma convocação solene foi realizada em Kirtland — "chamadospara o propósito de abençoar em nome do Senhor, aqueles quetêm até agora auxiliado na construção, com seu trabalho e ou-tros meios, da casa do Senhor neste lugar" O registro dá os no-mes dos que haviam consagrado seu tempo, esforço e recursosàquela obra . 13 Muito antes que o templo estivesse terminado,partes da construção foram usadas para reuniões de conselho eoutras assembléias do sacerdócio . Em janeiro de 1836, foi ado-tado um código de regras "a ser observado na Casa do Senhorem Kirtland." 14 No dia 21 do mesmo mês, uma reunião do sa-cerdócio foi realizada no templo não terminado, ocasião em queo patriarca presidente e os três sumos sacerdotes que compu-nham a Primeira Presidência da Igreja, reuniram-se numa sala eempenharam-se em solene oração . O Patriarca Joseph Smith, oPai, foi ungido e abençoado pelos membros da Primeira Presi-dência, após o que, por virtude se seu ofício, ele ungiu e aben-çoou os demais . Da gloriosa manifestação que se seguiu, o pro-feta assim escreveu:

"Os céus se abriram diante de nós, e eis que vi o reino celestial de Deus esua glória, se no corpo ou fora dele, não sei . Vi a beleza transcendente do por-tão, pelo qual os herdeiros daquele reino entrarão, o qual era como um círculode chamas de fogo ; também o trono resplandecente de Deus, onde estavamsentados o Pai e o Filho . Eu vi as maravilhosas ruas daquele reino, que pare-ciam ser pavimentadas com ouro * * * Vi os doze apóstolos do Cordeiro,

"Veja "Life of Joseph, the Prophet" de Edward W . Tullidge, pp . 187-189.' 2Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints " , vol . 1, pág.

400.13Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . II, pp.

205, 206.14 "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . II, pp . 368,

369.

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TEMPLOS DOS DIAS MODERNOS

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que agora estão na terra, os quais possuem as chaves deste último ministério,em terras estrangeiras, de pé, dispostos em círculo, muito: fatigados, com rou-pas em trapos e pés inchados, os olhos voltados para baixo, e Jesus de pé nomeio deles, e eles não o viam . O Salvador olhou para eles e chorou.

* * * * *. .* *

Muitos de meus irmãos que receberam a ordenança comigo também tive-ram as gloriosas visões . Foram ministrados por anjos, também como eu o fui .,e o poder do Altíssimo pousou sobre nós ; a casa encheu-sé com a glória deDeus, é clamamos em alta voz Hosana a Deus e ao Cordeiro . Meu escreventetambém recebeu a unção conosco, e viu, numa visão, os exércitos do céu, pro-tegendo os santos na 'volta a Sião, e muitas das coisas que vi.

O bispo de Kirtland com seus conselheiros, e o bispo de' Sião' com seusconselheiros, estavam presentes conosco, e receberam a unção sob as mãos doPai Smith, e isto foi confirmado pela Presidência e as glórias dos céus tambémlhes foram desvendadas.

Então convidamos os sumos conselheiros de Kirtland e Sião para a .nossasala ; * * *

As visões dos céus lhes foram também abertas . Alguns deles viram a facedo Salvador, e outros foram ministrados pelos santos anjos, e o espírito deprofecia e revelação foi derramado em extremo poder ; sonoros hosanas e gló-ria a Deus no alto, saudaram os céus, porque todos nós estávamos em comu-nhão com as hostes celestiais ." 15

A dedicação do Templo de Kirtland ocorreu num domingo,dia 27 de março de 1836 . .Oito da manhã foi a hora estabelecidapara a abertura das portas ; mas tão intenso era o interesse, e tãoansiosa a expectativa, que bem antes da hora, centenas de pes-soas estavam reunidas perto das portas . Entre novecentas e milpessoas assistiram aos serviços . A congregação estava sentadaem solene assembléia, cada um dos grupos organizados do sa-cerdócio com seus oficiais presidentes ocupando seus lugares de-signados . Cantos, leitura de escrituras e súplicas pela graça divi-na, foram seguidos de breves discursos ; depois as autoridadesda Igreja, segundo estavam então constituídas, foram apresen-tadas à congregação para aceitação ou rejeição, e a votação deuapoio unânime em cada caso . As autoridades do sacerdócio as-sim apoiadas incluíam todos os oficiais presidentes desde a Pri-meira Presidência até a presidência dos diáconos . A oração de-dicatória foi, então, proferida por Joseph Smith, que declara tersido a oração dada a ele por revelação . 16

15 "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . I1, pp . 380-382 .

16 Veja Doutrina e Convênios, seção 109, onde aparece a oração completa .

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A CASA DO SENHOR

Para saber se a Casa do Senhor foi aceita como devidamentededicada, a questão foi apresentada aos quoruns do sacerdócioseparadamente, e à congregação como um todo ; o voto afirma-tivo foi unânime . A Ceia do Senhor foi então administrada, emuitos dos élderes prestaram solene testemunho quanto à divin-dade do evangelho restaurado . O relato do profeta continua:

"O Presidente Frederick G . Williams levantou-se e testificou que enquan-to o Presidente Rigdon proferia a primeira oração, um anjo entrou pela janelae sentou-se entre ele e o Pai Smith, e permaneceu ali durante a oração . O Pre-sidente David Whitmer também viu anjos na casa . O Presidente Hyrum Smithfez algumas observações apropriadas, congratulando-se com aqueles que su-portaram tanta labuta e privações para construir a casa . O Presidente Rigdonentão fez algumas observações apropriadas para finalizar, e uma curta oração,após o que encerramos os procedimentos do dia clamando : Hosana, Hosana,Hosana a Deus e ao Cordeiro, três vezes, selando-o cada vez com Amém,Amém e Amém." 17

Na noite do dia da dedicação foi realizada outra reunião ; es-ta, no entanto, foi assistida apenas pelos oficiais da Igreja . O re-gistro escrito pelo profeta diz:

"Reuni-me com os quoruns à noite e os instruí quanto à ordenança do la-va-pés, à qual deveriam comparecer na quarta-feira seguinte ; e dei-lhes instru-ções relacionadas ao espírito de profecia * * *

O Irmão George A . Smith levantou-se e começou a profetizar, quandoum barulho foi ouvido como o som de um impetuoso e poderoso vento que en-cheu o templo, e toda a congregação simultaneamente se levantou, sendo mo-vida por um poder invisível ; muitos começaram a falar em línguas e a profeti-zar ; outros tiveram visões gloriosas ; e eis que vi o templo repleto de anjos, fatoque comuniquei à congregação . O povo da vizinhança veio correndo (por ou-vir um som diferente dentro dele e ver uma luz brilhante como um pilar de fo-go pousando sobre o templo), e estavam maravilhados com o que estava acon-tecendo . Isto continuou até a reunião terminar, às 11 horas da noite ." 18

Na quinta-feira, depois daquele domingo, outra solene as-sembléia reuniu-se no templo, Incluindo como na vez anterior,as autoridades gerais da Igreja, e ainda os membros que nãoconseguiram ser admitidos no primeiro dia . Os serviços foramde certa forma uma repetição dos procedimentos da primeiraocasião; foi lida a oração de dedicação, houve música apropria-da e discursos.

17"History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . II pp . 427-428 .

18 "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . II, p . 428 .

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TEMPLOS DOS DIAS MODERNOS

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Que o prédio era na verdade um templo, uma estrutura sa-grada aceita por ele, a cujo nome tinha sido erigido, que era ver-dadeiramente uma Casa do Senhor, havia sido testificado pelavisitação de seres celestiais, e por manifestações divinas que su-peraram toda expectativa, como foi testemunhado na noite dodia da dedicação. No seguinte dia santificado, dia 3 de abril de1836, visitações e manifestações de maior significado foram re-cebidas . No serviço da tarde foi administrada a ceia do Senhor,após o que, o profeta e seu conselheiro, Oliver Cowdery, retira-ram-se para o lugar reservado aos oficiais presidentes do Sacer-dócio de Melquisedeque — o qual estava cercado por cortinasou véus, baixados para a ocasião . Eles solenemente testificaramque naquela hora e lugar, o Senhor Jesus Cristo se revelou . Aseguir, outras personagens celestiais ministraram a eles, cadauma delas entregando e conferindo a autoridade específica coma qual foram especialmente investidas . O testemuho de JosephSmith e Oliver Cowdery é o seguinte:

"O véu foi retirado de nossas mentes, e abertos os olhos do nosso enten-dimento;

Vimos diante de nós o Senhor, de pé no parapeito do púlpito ; e sob osseus pés um calçamento de ouro puro, da cor de âmbar.

Seus olhos eram como a labareda de fogo; os cabelos de sua cabeça erambrancos como a pura neve ; seu semblante resplandecia mais do que o sol ; e asua voz era como o som de muitas águas, mesmo a voz de Jeová, que dizia:

Sou o primeiro e o último ; sou o que vive ; sou o que foi morto ; sou o vos-so advogado junto ao Pai.

Eis que perdoados vos são os vossos pecadós ; sois limposdiante de mim ; portanto, erguei as vossas cabeças e regozijai-vos.

Que se regozijem os corações de vossos irmãos,- e os corações de todo omeu povo, o qual, com a sua força, construiu esta casa ao meu nome.

Pois eis que aceitei esta casa, e o meu nome aqui estará ; e nesta casa emmisericórdia manifestar-me-ei ao meu povo.

Sim, se o meu povo guardar os meus mandamentos, e não poluir esta casasanta, aparecerei aos meus servos e lhes falarei com a minha própria voz.

Sim, os corações de milhares e dezenas de milharesgrandemente se rego-zijarão em conseqüência das bênçãos que serão derrmadas e da investiduracom a qual os meus servos têm sido investidos nest•, casa.

E a fama desta casa se espalhará por terras est• angeiras ; e este é o princí-pio das bênçãos que, serão derramadas sobre a cabeça do meu povo . Assim se-ja . Amém.

Depois que esta visão se encerrou, os céus outra vez se nos abriram, eMoisés apareceu diante de nós e conferiu-nos as chaves da coligação de Israeldas quatro partes da terra e da condução das dez tribos da terra do norte .

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A CASA DO SENHOR

Depois disto, Elaías apareceu e nos conferiu a dispensação do evangelhode Abraão, dizendo que em nós e em nossa semente todasas gerações depoisde nós seriam abençoadas.

Depois que esta visão se encerrara, outra grande e gloriosa visão fulgurousobre nós ; pois Elias, 'o profeta, que foi transladado aos céus sem ter experi-mentado a morte, estava em pé diante de nós e disse:

Eis que chegado é o tempo exato do qual falou Malaquias — testificandoque ele (Elias),seria enviado, antes que o grande e terrível dia do Senhor viesse

Para converter os corações dos pais aos filhos e dos filhos aos pais, paraque a terra toda não seja ferida com uma maldição —

Portanto, as chaves desta dispensação são postas em vossas mãos ; e poristo podereis saber que o grande e terrível dia do Senhor está perto, mesmo àsportas . "' 9

A construção do Templo de Kirtland pareceu aumentar . aoposição hostil à qual a Igreja estivera sujeita desde sua organi-zação; e a perseguição logo se tornou tão violenta, que todos ossantos que puderam dispor de suas propriedades e partir, assimo fizeram, é se juntaram aos companheiros de religião no Mis-souri . Dentro de dois anos depois da dedicação, houve um êxo-do geral dos santos, e o templo caiu nas mãos dos perseguido-res. O prédio ainda está de pé, sendo utilizado como capela co-mum por uma seita que não manifesta nenhuma atividade visí-vel na construção . de templos, e aparentemente nem acredita nasordenanças sagradas para as quais os templos são erguidos . 0povo que com sacrifício e sofrimento ergueu a estrutura, nãomais reivindica o título de propriedade . O que já fora o Templode Deus, no qual o Senhor Jesus apareceu em pessoa, tornou-seuma casa comum — um prédio, cuja única distinção das inume-ráveis estruturas construídas pelo homem, reside em seu maravi-lhoso passado.

Local do Templo em Far West, Missouri

De Ohio, a Igreja partiu para o oeste, sendo estabelecidosnúcleos de concentração no Missouri, principalmente nos con-dados de Jackson, Clay e Caldwell . Nenhum tempo foi perdidoem lamentações inúteis sobre o abandono forçado do Templode Kirtland . Já naqueles dias, apenas sete anos depois da orga -nização da Igreja, o povo se acostumara a considerar a persegui-

19Doutrina e Convênios, seção 110 . Veja também "History of the Church of JesusChrist of Latter-day Saints", vol . II, pp . 434-436 .

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ção como um incidente inevitável de sua religião, e a espoliaçãocomo sua herança . Resolutamente se pôs a trabalhar naprepa-ração de um outro templo, e um local foi escolhido em FarWest, condado de Caldwell, Missouri . No dia 5 de agosto de1837, "a presidência, o sumo conselho,- e todas as autoridadesda Igreja no Missouri, reunidos em conselho em Far West, re-solveram continuar moderadamente e construir uma casa ao no-me do Senhor em Far West, à medida que tivessem os meios ." 20

No dia 26 de abril de 1838, uma revelação foi recebida instruin-do sobre a data e a maneira de iniciar a obra:

"Que a cidade de Far West seja uma terra santa e consagrada a mim; e se-rá chamada santíssima, pois o chão em que pisais é sagrado ; portanto, ordenoque construais a mim uma casa para a reunião de meus santos, para que mepossam adorar ; e que, neste próximo verão, se principie esta obra preparatóriae se' coloque o alicerce ; e que . se inicie no dia quatro de julho próximo ; e daípor diante que o meu povo trabalhe diligentemente na construção duma casaao meu nome ; e que, desse dia a um ano, recomecem a colocar o alicerce daminha casa . "21

No dia 4 de julho de 1838, as pedras angulares foram assen-tadas ao acompanhamento de parada militar e solene cortejo . 22

Está claro pela revelação do dia 26 de abril de 1838, que nemmesmo o lançamento ~do alicerce desse templo prosseguiria seminterrupções . As pedras angulares foram assentadas no dia 4 dejulho como havia sido ordenado, e no dia 8 o local é novamentemencionado com uma exigência específica, a respeito do futurotrabalho dos . apóstolos . "Que se despeçam dos, meus santos dacidade de Far West, no dia 26 de abril próximo, no local ondeserá construída a minha casa, diz o Senhor ." 23 Os meses seguin-tes foram marcados por perseguições e violências ; oponenteshostis declararam que o comissionamento nunca seria cumpri-do. A história confirma, no entanto, que no dia 26 de abril de1839, os apóstolos, varios outros oficiais da Igreja, e certo nú-mero de membros, reunidos nas primeiras horas da manhã can-taram hinos, fizeram exortações e iniciaram a obra dó assenta-mento dos alicerces . Naquela ocasião, duas vagas no Conselho

20i History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . II, p . 505.21 Doutrina e Convênios 115 :7-11.22Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . III, pp.

41, 42.23 Doutrina e Convênios 118 :5 .

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A CASA DO SENHOR

dos Doze foram preenchidas pela ordenação de Wilford Woo-druff e George A. Smith, cuja indicação tinha sido previamentevotada. Os apóstolos, então, despediram-se dos demais presen-tes, e partiram para a missão. Quase que imediatamente após oseventos acima registrados, os santos foram forçados a abando-nar suas casas no Missouri.

Os santos dos últimos dias consideram-se os principais res-ponsáveis pela longa demora da construção dos templos locaisdedicados no Missouri, pois em conseqüência de seus erros, ne-gligência e desobediência à palavra do Senhor, foi permitidoque seus inimigos prevalecessem . Quando em 1834, os santos noMissouri foram sujeitos a cruel perseguição, seus correligioná-rios dos ramos da Igreja no leste, foram instruídos a socorrê-los, e a enviar homens e dinheiro para comprar as terras adja-centes àqueles locais escolhidos, e ainda mais, a consagrar seushaveres à redenção de Sião . Esses pedidos não foram atendidossatisfatoriamente ; e mesmo no Acampamento de Sião, quandoo grupo de cento e cinqüenta a duzentos homens que partiu deOhio para Missouri, conforme lhes fora ordenado, foi convoca-do, houve muito descontentamento, resmungos e falta de fé . Nodia 22 de junho de 1834, o Senhor falou por meio do ProfetaJoseph:

"Eis que vos digo que se não fora pelas transgressões do meu povo, falan-do da igreja e não de indivíduos, já poderia ter sido redimido . s24

Assim, por causa de suas próprias transgressões, o trabalhoexigido dos santos foi retardado, e a colheita das bênçãos atri-buídas a esta obra específica, ainda não havia amadurecido.

O Templo de Nauvoo

Depois de expulsos do Missouri, os refugiados "mórmons"voltaram-se em direção ao leste, atravessaram o Mississippi e es -tabeleceram-se na obscura vila de Comerce, condado de Han-cock, Illinois, e em suas redondezas . O povo novamente mos-trou seu grande poder de recuperação, e sem demora ou hesita-ção, iniciou o estabelecimento de novas casas e um templo . Nocomeço de junho de 1839, a construção das moradias estava emandamento, e num instante, a vila transformou-se numa cidade.

24 Doutrina e Convênios 105 :2 ; veja também 103 :23, e compare com 105 :8-9 .

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TEMPLOS DOS DIAS MODERNOS

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A esse novo lugar de habitação, os santos deram o nome deNauvoo — que para eles significava tudo quanto o nome "cida-de bela" poderia exprimir . Ficava a apenas uns poucos quilôme-tros de Quincy, numa curvatura do majestoso rio, que banhavaa cidade em três lados . Parecia estar ali aninhada, como se o"pai das águas" estivesse enlaçando-a com seu poderosobraço. 25

O melhor e mais conveniente lote nos limites da cidade, con-forme planejado, foi selecionado, comprado, e devidamente de-signado para ser o, terreno do templo . As pedras angulares fo-ram assentadas no dia 6 de abril de 1841 — o dia em que a Igrejaentrou no décimo segundo ano de sua perturbada, porém pro-gressiva carreira . No cerimonial do dia, a Legião de Nauvoo —um grupo militar organizado sob as leis de Illinois — tomouparte notável, e duas companhias de voluntários do território deIowa participaram . 26 A pedra angular sudeste foi assentada soba direção imediata da Primeira Presidência, e sobre ela o presi-dente pronunciou a seguinte bênção:

"Esta pedra angular principal em representação da Primeira Presidência,é agora devidamente assentada em honra do grande Deus ; e que fique aí atéque toda a estrutura seja concluída; e que a mesma seja feita sem demora ; pa-ra que os santos possam ter um lugar onde adorar a Deus e para que o Filho doHomem tenha um lugar onde recostar-a cabeça . "

Sidney Rigdon, da Primeira Presidência, então pronunciouo seguinte:

"Que as pessoas empenhadas no erguimento desta casa sejam preservadasde todo o mal enquanto a estiverem construindo, até que tudo seja concluído,em nome do Pai e do Filho, e do Espírito Santo . Assim seja . Amém." 27

Depois de um intervalo de uma hora, a congregação se reu-niu novamente e as pedras angulares restantes foram assentadasna ordem indicada . A pedra do canto sudoeste foi lançada sob adireção dos sumos sacerdotes, cujo presidente pronunciou o se-guinte:

"A segunda pedra angular do templo agora em construção por A Igrejade Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em honra do Grande Deus, é de-

25 Veja "The History of Mormonism", do autor, p . 35.26Veja o Joseph Smith's Journal, de 6 de abril de 1841 ; veja a "History of the

Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . IV, pp . 327-329.27"History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . IV, p . 329 .

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• A CASA DO SENHOR

vidamente assentada, e que a mesma unanimidade manifestada nesta ocasião,continue até a estrutura estar completamente concluída ; que a paz repouse so-bre ele, até que seja assentada a última pedra, e o virar de sua chave ; que ossantos possam participar das bênçãos do Deus de Israel, dentro de suas pare-des, e que a glória de Deus repouse sobre ele . Amém ."

A pedra angular do noroeste foi então baixada ao seu lugarsob a direção da superintendência do sumo conselho, com abênção de Elias Higbee, como segue:

"A terceira pedra angular está agora devidamente assentada ; que esta pe-dra possa ser um firme suporte para o edifício, a fim de que todo ele seja con-cluído como foi proposto ."

A pedra do canto nordeste foi assentada pelos bispos, e oBispo Whitney pronunciou o que segue:

"A quarta e última pedra angular, significando o Sacerdócio Menor, éagora devidamente assentada e que as bênçãos antes pronunciadas junto comtodas as outras desejáveis, repousem sobre o mesmo para sempre . Amém." 28

Com referência à ordem apropriada de procedimento naconstrução do templo, o Profeta Joseph Smith escreveu o se-guinte em conexão com o assentamento das pedras angulares emNauvoo:

"Se a ordem exata do sacerdócio for seguida na construção dos templos,a primeira pedra deve ser assentada no canto sudeste pela Primeira Presidênciada Igreja . O canto sudoeste seria a próxima a ser assentada ; a terceira, ou can-to noroeste seria a próxima; e a quarta, ou canto nordeste, a última . A Primei-ra Presidência deve assentar a pedra angular sudeste e ditar quem são as pes-soas apropriadas para assentar as outras.

Se um templo for construído"muito distante, e a Primeira Presidência nãoestiver presente, então o Quorum dos Doze Apóstolos são as pessoas que dita-rão a ordem para aquele templo ; e na ausência dos Doze, então a presidênciada estaca assentará a pedra sudeste ; o Sacerdócio de Melquisedeque assentaráas pedras angulares do lado leste do templo, e o Sacerdócio Menor, as do ladooeste .''"

O Templo de Nauvoo foi erigido pelo povo, que liberalmen-te contribuiu, tanto em dízimos como ofertas voluntárias de di-nheiro e trabalho. A maior parte do trabalho foi feita pelos ho-mens que pagavam o dízimo de seu próprio tempo dedicandosuas energias na proporção de, no mínimo, um dia em cada dez

28Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . IV, p.330 .

29 "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . IV, p . 331 .

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TEMPLOS DOS DIAS MODERNOS

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ao trabalho na construção do templo . 30

A obra progrediu vagarosamente, sem maiores interrup-ções; e esse fato torna-se surpreendente, quando são considera-das as várias condições desfavoráveis . Os santos tinham encon-trado apenas um descanso temporário das perseguições ; e à me -

dida que o templo se elevava a oposição crescia . 31

O interesse tinha sido aumentado . e a energia fora estimula-da nos assuntos do templo, por meio de uma revelação pela qualo Senhor tornou conhecida a sua vontade e deu as disposiçõesda lei celestial concernente à ordenança sagrada do batismo pe-los mortos . Lembrem-se de que não fora tomada nenhuma pro-vidência para esse rito do Templo de Kirtland, porque na oca-sião da edificação dele, nada pertinente a ele havia sido reveladonos dias modernos . No dia 19 de janeiro de 1841, o Senhor ti-nha falado pelo profeta, explicando a necessidade de uma casacom seu batistério, principal e especificamente para o benefíciodos mortos . 32 Tão ansiosos estavam os santos de prestar serviçovicário em favor de seus mortos, que quando as paredes do tem-plo estavam pouco acima do nível do subsolo, iniciaram a cons -

trução da fonte batismal . No dia 8 de novembro de 1841 esta es-tava pronta para dedicação, e a cerimônia foi realizada peloprofeta . Assim, muito antes de terminado o templo, a obra deordenanças estava em andamento dentro de seus muros, e a fon-te estava cercada por paredes provisórias . Segue agora uma des-crição feita pelo profeta:

"A fonte batismal está - situada no centro do porão, debaixo do saguãoprincipal do templo ; é construída de tábuas de pinho com juntas de macho efêmea ; de forma oval, com 4,88 m de cumprimento no sentido leste-oeste, 3,67m de largura e 3 ;34 m de altura a partir do fundamento ; a bacia tem 1,22 m deprofundidade ; as molduras do topo e da base são feitas de madeira trabalhadaem estilo antigo . Os lados são revestidos de painéis . Escadas nos lados norte esul, levam para o topo e para dentro da fonte, sendo protegidas por balaustra-das laterais.

. A fonte é sustentada por doze bois, quatro de cada lado, e dois em cadaextremidade, suas cabeças, quartas e pernas dianteiras, projetando-se fora dabase da fonte, são esculpidos de pranchas de pinho, unidos com cola, modela-

30Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . IV, p.517 .

31 No "Times and Seasons", de 2 de maio de 1842, apareceu um editorial acerca doprogresso da obra dó templo, e esse escrito foi incorporado ao diário do . Profeta . Veja"History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . V, pp . 608, 610 .

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A CASA DO SENHOR

dos pelo mais belo boi de cinco anos de idade, que puderam encontrar na re-gião, e sua semelhança com o original é assombrosa ; os chifres foram modela-dos, segundo o mais perfeito chifre que pôde ser encontrado.

Os bois e as molduras ornamentais da fonte foram esculpidos pelo ÉlderElijah Fordham, da cidade de Nova York, e isto levou oito meses . A fonte foiencerrada num abrigo de madeira provisório feito de ripas de carvalho, comum teto do mesmo material, e era tão baixo, que as vigas do primeiro andar(do templo) foram assentadas acima dele . A água era fornecida por um poçode 9,14m de profundidade e na extremidade leste do porão ." 33

Além do batistério, outras partes do templo foram prepara-das para uso temporário, enquanto progredia o trabalho nas pa-redes; e num domingo, dia 30 de outubro de 1842, uma assem-bléia geral foi ali reunida . Esta reunião é registrada como sendoa primeira realizada no templo . 34 Em datas posteriores, outrasreuniões foram feitas dentro da estrutura inacabada ; e apesar daviolenta oposição dos adversários de fora, dos ainda mais gra-ves entraves causados pelo espírito apóstata, manifestado poralguns de dentro da Igreja, a obra prosseguia vigorosamente.

Não foi permitido a Joseph Smith, o Profeta, nem a HyrumSmith, conselheiro na Primeira Presidência e mais tarde patriar-ca da Igreja, que vivessem para ver a conclusão do prédio . Nodia 27 de junho de 1844, estes homens de Deus, caíram vitima-dos por balas assassinas em Carthage, Illinois . 35 A despeito dorude golpe e cruel aflição sofridos pelos santos, devido ao martí-rio de seus líderes, a obra da Igreja não foi perceptivelmenteafetada . Dentro de duas semanas após o terrível acontecimento,a construção do templo foi reiniciada e daquela data até a con-clusão, o trabalho prosseguiu com ainda maior vigor e determi-nação. Alguns meses antes do martírio, o Patriarca HyrumSmith, que fazia parte do comitê do templo, fizera um apelo àsmulheres da Igreja, pedindo-lhes uma contribuição semanal deum centavo, dinheiro que seria usado na compra de material,particularmente vidro e pregos, para o templo . É registrado que"logo se manifestou grande desejo, da parte das irmãs, de pagar

32Veja Doutrina e Convênios 124 :28-31 . Para um relato mais extenso, veja as pági-nas 64 e 65 deste livro.

33" History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . IV, p . 446,447 .

34 "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . V, p . 182.35 Veja "History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints", vol . VI, pp.

612-631 ; também Doutrina e Convênios, seç . 135 .

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o seu quinhão, e quase todas pagaram a contribuição de um anoadiantadamente . "36

Os arquivos da Igreja de 1844 a 1845, contêm inúmeras refe-rências quanto ao progresso da obra . No dia 24 de maio de1845, a pedra de cúpula foi assentada em cerimônia impressio-nante, sob a direção de Brigham Young e outros membros doConselho dos Doze Apóstolos, ao lado dos quais estavam pre-sentes muitas autoridades gerais e locais da Igreja . Depois que aúltima pedra foi devidamente assentada, o Presidente disse:

"A última pedra do templo está assentada, e rogo ao Todo-Poderoso emnome de Jesus Cristo, que nos defenda neste lugar, e nos sustenha até que otemplo seja concluído e tenhamos todos obtido nossas investiduras" . 37

Seguiu-se então a solene e sagrada aclamação : "Hosana!Hosana! Hosana! A Deus e ao Cordeiro! Amém! Amém! eAmém!" Isto foi repetido uma segunda e uma terceira vez ; e emconclusão disse o Presidente : "Assim seja, Senhor Todo-Pode-roso." 38

As sombrias nuvens da perseguição estavam se juntando eengrossando em torno do povo devotado . A conselho dos líde-res, o povo mais uma vez preparava-se para deixar seus lares ; edesta vez resolveram ir para além dos limites da civilização . Umêxodo geral estava iminente ; e foi iniciado já em fevereiro de1846 . A maioria dos santos, no entanto, permaneceu por maisalgum tempo ; e para eles, a conclusão do templo tornou-se oprincipal propósito e objetivo da vida . Embora soubessem queo sagrado edifício tinha que ser logo abandonado, trabalharamdiligentemente para terminá-lo, até mesmo nos mínimos deta-lhes .

Em outubro de 1845, o prédio estava tão adiantado que setornou possível realizar ali grandes assembléias. A conferênciageral de outono daquele ano foi realizada dentro de suas pare-des e a congregação presente em 5 de outubro era de cinco milalmas . Durante o mês de dezembro de 1845, e nos primeiros me-ses de 1846, muitos dos santos receberam suas bênçãos e in-vestiduras no templo, e para tal propósito, partes da estrutura

36 "Historical Record", Salt Lake City, junho, 1889, vol . VIII, pp . 865, 866.37Veja "Historical Record", Salt Lake City, junho, 1889, vol . VII, p . 870.38" Historical Record " , vol . VII, p . 870 .

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A CASA DO SENHOR

tinham sido devidamente consagradas ; mas, somente no fim deabril, o prédio inteiro ficou pronto para a dedicação.

O Templo de Nauvoo foi construído, na maior parte, de fi-na pedra calcária cinza claro, um material ao mesmo tempo du-ro e resistente, contudo fácil de trabalhar, portanto próprio pa-ra o acabamento ornamental . O prédio inteiro media 39,01 mpor 16,78 m e 19,81 m de altura . Do chão até o topo do pinácu-lo, media 50,29 m e ostentava a figura de um mensageiro voan-do, tocando uma trombeta. A planta arquitetônica era a de umsólido e estável prédio de dois andares e meio, com uma torrehexagonal na frente, elevando-se em quatro terraços e uma cú-pula. Acima da porta central da frente, e imediatamente abaixoda torre, aparecia a seguinte inscrição:

A CASA DO SENHOR

Construída por A Igreja de Jesus Cristo dos Santosdos Últimos Dias

Santidade ao Senhor

Do lado de fora, havia trinta pilastras, nove em cada lado eseis em cada ponta . Na base, cada pilastra apresentava esculpi-da em relevo, a lua em quarto crescente, terminando em cimanum capitel de pedra lavrada, representando a face do sol alego-ricamente traçada, com um par de mãos segurando chifres . Aci-ma dos painéis havia um friso ou cornija, na qual apareciamtrinta "pedras das estrelas" . (*) Nas últimas horas do dia 30 deabril de 1846, o templo foi oficialmente dedicado, em cerimôniareservada, na presença das autoridades da Igreja que puderamcomparecer. O Presidente Joseph Young, do Primeiro Conse-lho dos Setenta, pronunciou a oração dedicatória . O caráter se -miprivado da dedicação deveu-se ao temor de uma possível in-terferência se houvesse cerimônia pública, tão ativo estava o es-pírito de intolerância e perseguição . No dia seguinte, ou seja 1?de maio de 1846, foram realizados no templo serviços de nature-za geral e pública, soba direção dos élderes Orson Hyde e Wil-fordWoodruff, do Conselho dos Doze.

* Pedras com estrelas esculpidas que ficaram sendo conhecidas por esse nome . Ve-ja descrição da parte externa do Templo de Lago Salgado . N . do T .

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Os santos haviam cumprido o que deles fora exigido peloSenhor quanto à construção de mais uma casa ao seu nome . Aobra de ordenanças prosseguiu por mais alguns meses, emboracontinuasse o êxodo do povo . Em setembro de 1846, o popula-cho apossou-se do templo ; e o povo, cujas energias e recursos,cujo suor e sangue tinham sido empregados na sua construção,foi forçado a fugir para o sertão ou foi assassinado . Durantedois anos a estrutura, outrora sagrada, se manteve de pé comoum prédio abandonado ; depois, em 19 de novembro de 1848,foi destruída pelo ato irrefletido de um incendiário . Depois doincêndio, restavam somente paredes enegrecidas, onde antes seerguera tão majestoso santuário . Por estranho que pareça, umaorganização local, a dos icários, fez uma tentativa de recons-truir as ruínas, com a intenção confessa de instalar uma escola;porém, enquanto o trabalho estava nos seus primeiros estágios,um furacão derrubou a maior parte das paredes . Isto ocorreu nodia 27 de maio de 1850 . O que restou do templo foi levado comolembrança, ou usado como material de construção para outrosedifícios . Pedras do templo foram levadas para a maioria dosestados da União e além dos mares, mas onde antes se erguia aCasa do Senhor, não ficou pedra sobre pedra . Antes de comple-tar-se a destruição do Templo de Nauvoo, os santos dos últimosdias tinham-se estabelecido nos vales de Utah e já se prepara-vam para construir um outro ainda maior santuário ao nome eserviço de seu Deus .

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CAPÍTULO VI

O Grande Templo da Cidade do Lago Salgado,Utah — Histórico

Onde em 1847 não havia nada além de um deserto de arte-mísia e girassóis estendendo-se desde a barreira dos montes Wa-satch em direção oeste até as praias do grande lago salgado,agora existe uma majestosa cidade, exatamente como fora pre-visto numa visão profética . No local escolhido apenas quatrodias depois da chegada do primeiro grupo dos pioneiros "mór-mons", ergue-se uma maciça estrutura dedicada ao nome do Al-tíssimo. É, ao mesmo tempo, objeto de admiração e assombropara o visitante, e um motivo de alegria santificadora e orgulhojustificado para o povo cujo sacrifício e esforço lhe deu existên-cia .

Na torre central, do lado oriental, aparece uma inscriçãocom letras profundamente talhadas na pedra, debruadas comouro :

Santidade ao SenhorA CASA DO SENHOR

Edificada por A Igreja de Jesus Cristo dos Santosdos Últimos Dias

Iniciada em 6 de abril de 1853Concluída em 6 de abril de 1893

Numa das salas superiores, uma esplêndida vitrina artísticaapresenta uma excelente reprodução do prédio concluído, comas seguintes inscrições laterais :

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A CASA DO SENHOR

Pedra angular assentada peloPresidente Brigham Young

Auxiliado por seus conselheirosHeber C . Kimball e Willard Richards

Dedicado em 6 de abril de 1893 peloPresidente Wilford Woodruff

Auxiliado por seus conselheirosGeorge Q. Cannon e Joseph F . Smith

Essas placas comemorativas em pedra e vidro adornado, dão osdados principais quanto às datas da história do grandioso tem-plo; algumas informações adicionais, no entanto, podem ser deinteresse do leitor.

A Praça do Templo, um quadrado de dez acres, foi delinea-do em 1847, e hoje é um dos mais belos recantos da cidade . Naconferência geral da Igreja realizada em abril de 1851, foi solici-tada uma votação oficial autorizando a construção do templo ..Seja lembrado que esta ação foi a de um povo espoliado, pobre,lutando com o deserto ainda não subjugado, enquanto ameaça-do pelos selvagens hostis ; e que naquela época, a população in-teira de Utah não passava de trinta mil pessoas, das quais menosde cinco mil estavam vivendo na área da futura cidade . Umaepístola emitida pela Primeira Presidência da Igreja em 7 deabril de 1851, é instrutiva neste ponto:

"Uma estrada de ferro foi planejada para ligar a Praça do Templo, nestacidade, às pedreiras e montanhas do leste, para o transporte dos materiais deconstrução ; a construção deverá começar imediatamente . Pretendemos fazerum muro ao redor da Praça do Templo durante esta estação do ano, 'comopreparação para o lançamento dos alicerces de um templo no ano vindouro ; epor certo faremos isto, se todos os santos se mostrarem tão dispostos comonós, pagando os dízimos e sacrificando e consagrando seus haveres com libe-ralidade ; e se os santos não pagarem o dízimo, não poderemos construir, nemfazer preparativos para tal ; e se o templo não for construído, os santos não po-derão fazer a investidura, e se não receberem as investiduras, eles nunca conse-guirão alcançar aquela salvação que tão ansiosamente buscam " . 1

Foi decidido cercar a quadra inteira com um sólido muro . Oinício da obra foi adiado por falta de material e de homens até odia 3 de agosto de 1852; mas, daquela data em diante, progre-

'Veja Contributor, vol . XIV : n? 6, abril de 1893, p . 248 .

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diu com razoável rapidez, e no dia 23 de maio de 1857, o muroestava terminado, praticamente como é agora . Ele estende-seem torno de uma quadra inteira da cidade — 200 m em cada umdos quatro lados ; e, é interessante notar, que estas dimensõessão praticamente idênticas às que, de acordo com Josephus, cer-cavam a área do Templo de Herodes . 2 O muro tem um alicercede pedra cortada — um arenito das montanhas do leste ; a basetem 1,22 m de altura, e suporta fileiras de tijolos de adobe quese elevam a mais de 3 m de altura ; e então segue uma coroa dearenito vermelho com 30 cm de espessura, dando ao muro o to-tal de 4,57 m de altura . Os tijolos de adobe são revestidos deuma sólida cobertura de cimento . As passagens para a praça sãoproporcionadas por grandes portões, no centro de cada um dosquatro lados . Quando o muro foi levantado, um córrego, o CityCreek, passava pela Praça do Templo ; o córrego está agora con -finado a um estreito canal ao norte da praça ; e os arcos, sob osquais antigamente passava o córrego, podem ser vistos na basedo muro, tanto no lado oriental como no ocidental.

A construção do muro, que em si mesmo era um grande edispendioso empreendimento para um povo como os seus cons-trutores, foi insignificante em comparação com a grandiosaobra da construção do templo . Não se permitiu que o interessepela obra esmorecesse; era o tema tanto do poeta quanto dopregador, e o devei premente era mantido à vista do público . Opovo foi levado a compreender que a missão de construir a Casado Senhor era deles também, e não somente de seus líderes.

O local foi dedicado, e iniciada a escavação para os alicer-ces, em 14 de fevereiro de 1853 . A ocasião foi notável, sendo ob-servada pelos santos como um dia de regozijo geral : Entre a da-ta do início da escavação e a data da próxima conferência daIgreja, os preparativos para o assentamento das pedras angula-res foram levados a cabo com determinação e vigor . O festivoevento deu-se no dia 6 de abril de 1853 — vigésimo-terceiro ani-versário da organização da Igreja — e foi celebrado pelo povocom tais evidências de ação de graça e júbilo genuíno que asse-guravam sua devoção ao trabalho tão auspiciosamente iniciado.Grupos cívicos e militares tomaram parte ; houve desfiles com

2 Veja Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XV, 11 :3 .

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bandas de música, e serviços solenes com oração . O prefeito dacidade foi o mestre de cerimônias do dia ; a polícia da cidade ser-viu como guarda de honra, e a milícia do território marchoucom a congregação dos santos . O assentamento das pedras an-gulares foi celebrado como vitória final, embora fosse apenas ocomeço.

Não imaginemos que a obra foi executada sem os obstáculosou contratempos . O alicerce foi iniciado pelo canto sudeste em16 de junho de 1853 e foi concluído em 23 de julho de 1855.Uma camada de alvenaria de pedra britada foi colocada sobre overdadeiro alicerce, e em seguida fileiras de lajes . A obra pro-gredia, embora lentamente, quando, em 1857, ocorreu uma sé-ria interrupção . Naquela ocasião o povo se preparou para aban-donar seus lares, pelo menos temporariamente, e procurar umlocal de habitação em qualquer outro lugar no deserto . A causado êxodo que se prenunciava era a aproximação de uma forçaarmada enviada pelo governo dos Estados Unidos, para subju-gar uma suposta rebelião em Utah . Esta ação militar havia sidoordenada devido a um grave equívoco, baseado numa malévoladeturpação dos fatos . A vinda da tropa militar tinha sido anun-ciada com terríveis ameaças de violência; e embora o povo sou-besse que estava inocente de qualquer ato de deslealdade ao go-verno ou seus oficiais, não tinha esquecido as angustiosas cenasdas perseguições organizadas no Missouri e Illinois, devido amal-entendidos, preferindo por isso as incertezas do deserto àterrível alternativa de uma possível repetição do passado . Du-rante os tristes preparativos para a partida, o povo cuidadosa-mente cobriu os alicerces da obra no local do templo, as escava-ções foram aterradas novamente e camuflaram todo vestígio dealvenaria . Naquela ocasião, nenhuma parte do alicerce ultrapas-sava o nível do solo . Quando o processo de cobertura foi con-cluído, o local nada mais aparentava que remota semelhançacoma extensão árida de um campo mal arado.

E agradável notar que se chegou a um entendimento pacífi-co entre o exército e o povo . Os santos retornaram aos seus la-res ; e os soldados estabeleceram um acampamento — que poste-riormente se tornou um forte — a 64 km da cidade . 3

3 Veja "The Story of Mormonism", pp . 63-81 .

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A conseqüente interrupção dos trabalhos na construção, foiseguida por um curto período de inatividade, após o retorno dopovo. Os alicerces foram descobertos ; mas antes de prossegui-rem coma colocação das lajes, descobriu-se que a camada depedra britada por cima do alicerce propriamente dito e imedia-tamente abaixo das camadas de lajes parecia não oferecer a ne-cessária estabilidade ; e imediatamente ambas as camadas foramremovidas, sendo substituídas por pedras da melhor qualidade,e a construção continuou com energia renovada . A reconstru-ção foi um trabalho que levou anos.

O terreno cercado do templo foi, por um curto período, ocentro comunal da indústria mecânica — a única grande oficinadaquela comunidade no meio das montanhas . A Igreja tinha es-tabelecido ali as suas obras públicas, incluindo uma usina elétri-ca cuja energia proveniente do City Creek era aproveitada pelaroda, equipamento de jato de ar, fundição de ferro, e oficinasmecânicas para trabalhos de madeira e metal . 4 Grande parte dotrabalho ali executado não tinha ligação com as operações deconstrução na Praça do Templo.

Além das interrupções e demoras já mencionadas, outrosimpedimentos foram inevitáveis, e, sob as melhores condições,o progresso só poderia ser vagaroso . Somente anos depois da"mudança" causada pela aproximação da tropa federal, é quefoi decidido qual o material a ser empregado na estrutura princi-pal . Desde a conferência de outubro de 1852, porém, a questãodo material vinha sendo considerada. Rochas oolíticas das pe-dreiras do condado de Sanpete, arenito vermelho das colinasdos arredores, tijolos de adobe com pedregulho — cada um des-tes havia sido sugerido; e o assunto foi levado a voto, emboradeva ser admitido que a questão apresentada era um tanto inde-finida . Na sessão matutina "da conferência de 9 de outubro de1852, o Presidente Heber C. Kimball apresentou a questão."Faremos o templo de pedra de Red Butte, adobe, rocha, ou damelhor pedra que as montanhas oferecem?" Em resposta, foiadotada unanimemente a resolução de construir-se "o templo

°Para descrição desses primeiros empreendimentos, veja o admirável artigo, "TheSalt Lake Temple", de James H . Anderson, em "The Contributor " , vol . XIV, n? 6,abril de 1893 . Esse artigo dá muitas informações minuciosas sobre a construção dogrande templo .

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com os melhores materiais que podem ser obtidos nas monta-nhas da América do Norte, e que a presidência decida onde bus-car as pedras e outros materiais ." Tal decisão demonstra signifi-cativamente a fé, confiança e determinação do povo . O temploque estavam para erigir, deveria ser, sob todos os aspectos, omelhor que o povo poderia produzir . Esta moderna Casa do Se-nhor não deveria ser uma estrutura temporária, nem de peque-nas proporções, nem de material inferior, nem de projeto inade-quado ou mesquinho. Sabia-se desde o começo, que o prédionão poderia ser terminado em poucos anos, levaria talvez déca-das, e então aquela colônia se tornaria uma comunidade, ospoucos habitantes transformados numa multidão de almas . Otemplo deveria ser digno do grandioso futuro . Arenito, oólito,blocos de adobe, cada um foi considerado, e por sua vez rejeia-do . Esta foi a decisão — as paredes deveriam ser de sólido grani-to . Uma enorme jazida dessa rocha resistente havia sido desco-berta nos "canyons de Cottonwood, 32km a sudeste, e paraaquele povo impelido pela fé, era suficiente saber que o materialadequado era disponível . Não importava a que custo de esforçoe sacrifício, de abnegação e sofrimento, era preciso conseguí-lo.

O assim chamado "Granito do templo", é na realidade, umsienito, existente como um imenso lacólito na região de Cotton-wood, nas montanhas Wasatch . A erosão de longas eras haviacortado profundos "canyons" através da massa eruptiva ; as ge-leiras, descendo com força irresistível, tinham desalojado e des-locado inúmeros blocos de pedra arredondados, muitos deles detamanho colossal . Esses blocos isolados, conhecidos como blo-cos erráticos, forneceram as pedras para a construção . Não foinecessário extrair as pedras da massa montanhosa de granito.No "canyon", os blocos de pedra arredondados foram dividi-dos principalmente pelo emprego de perfuradores manuais e cu-nhas, embora explosivos de baixo poder fossem utilizados empequena escala . Os blocos inacabados eram a princípio trans-portados por juntas de bois ; quatro juntas eram necessárias pa-ra cada bloco, e cada viagem era uma jornada árdua de três ouquatro dias . Chegou a ser projetado um canal para o transportedas rochas por água, e de fato, a obra foi iniciada, mas logoabandonada quando a perspectiva de transporte ferroviário setornou mais certa .

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A planta do edifício foi dada por Brigham Young, presiden-te da Igreja, e os detalhes da estrutura foram executados sob suadireção pelo arquiteto da Igreja Truman O . Angell . Umadescrição por este arquiteto foi publicada em 1854 tanto emUtah 5 , como no estrangeiro 6 . Para conveniência de comparaçãocom os pormenores da obra executada agora existente, esse anti-go pronunciamento sobre o que se pretendia fazer é aqui repro-duzido:

"A Praça do Templo tem 201 m de cada lado, o alinhamento destes sendorespectivamente em sentido norte-sul e leste-oeste, e abrange uma área de dezacres . O centro do templo fica a 47,75 a oeste do centro do lado leste da praça,o cumprimento da dita casa, de leste a oeste, é de 56,85 m, incluindo as torres,e a largura 29,19 m. Na extremidade oriental há três torres, da mesma formaque na ocidental . Se desenharmos uma linha de norte a sul de 36,02 m pelocentro das torres, teremos a extensão de norte a sul da planta baixa, incluindoo pedestal.

Penetramos na terra, na extremidade oriental, numa profundidade de4,88 e ampliamos em toda a volta além dos alinhamentos das paredes 1 m paraa sapata do alicerce.

As paredes do norte e dosul têm 2,45 m de espessura, excluindo o pedes-tal ; elas se apóiam sobre um alicerce de 4,88 m de espessura na base, que se-afi-na 0,91 m de cada lado, até a altura de 2,29m . Os alicerces das torres têm amesma altura das paredes laterais, formando uma só peça sólida de alvenariade pedra bruta de cantaria, assentada em boa argamassa de cal.

O porão do prédio principal está dividido em muitas salas por paredes, to-das com alicerces .' O nível do assoalho do porão está a 00,15 m acima do topodo alicerce . Da torre oriental à torre ocidental, o terreno tem um declive de1,83 m; 0,10 m acima da terra no lado oriental começa um passeio de 3,35 m a6,72 m de largura, em torno de todo o prédio e alcançado por degraus de pe-dras em todo os lados .

-Há quatro torres, nos quatro cantos do edifício, cada uma saindo de uma -

base, com 7,92 m de cada lado ; estas sobem 4,88 m e .chegam ao alinhamentodo primeiro friso, que fica 2,45 m acima do passeio . Neste ponto as torres sãoreduzidas a 7,62 m de-cada lado, então continuam até a altura de 11,58 m, ouseja o nível do segundo friso . Neste ponto são reduzidas a 7,01 m de cada lado;assim continuam 11,58 m até o terceiro friso . Os frisos contornam todo o pré-

dio, exceto- quando interrompidos pelos contrafortes . Estes frisos são cornijasmaciças de sólidos blocos de pedra.

As duas torres orientais elevam-se então mais 7,62 m até um outro friso,ou cornija . As duas torres ocidentais elevam-se 5,79 m e chegam até os seus

5 Veja "Deseret News", Salt Lake City, 17 de agosto de 1854 . .6Veja "Millennial Star", Liverpool, vol . 16, pág . 753 . "The Illustrated London

News", de 13 de junho de 1857, contém o artigo, "Mórmon Temple in Salt Lake City",no qual são dadas muitas especificações da construção . Em conexão com o texto, apare-ce uma grande xilogravura do grandioso prédio em perspectiva ; e esta figura, é uma fielreprodução da estrutura terminada, exceto quanto aos detalhes do pináculo e remates .

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A CASA DO SENHOR

frisos, ou cornijas . As quatro torres elevam-se então mais 2,74 m até o topo daameia . Essas torres são cilíndricas, tendo 5,18 m de diâmetro interno, dentrodas quais elevam-se escadas em torno de uma sólida coluna de 1,22 m de diâ-metro, permitindo saídas para as várias divisões do prédio . Cada uma destastorres tem cinco janelas ornamentais em dois lados, a começar do porão . Asduas torres centrais ocupam o centro das extremidades, leste e oeste do edifí-cio, partindo duma base com 9,45 m de lado, dividindo-se do terceiro friso . Atorre central oriental, então sobe 12,19 m até o topo das ameias ; a torre centralocidental, sobe somente 10,36 m . Todas as torres têm pináculos, cujos deta-lhes ainda não foram decididos.

Todas estas torres, nos seus cantos, têm torrinhas octogonais terminadasem pináculos octogonais, com 1,52 m de diâmetro na base, 1,22 m no primeiroandar, e 0,91 m daí para cima . Em cada lado dessas torres, também há doiscontrafortes, exceto quando entram em contato com o corpo do prédio princi-pal . Os topos desses contrafortes somam-se a quarenta e oito, e são sustenta-dos por pedestais . O espaço entre os contrafortes e as torrinhas é de 0,61 m noprimeiro pavimento . Na frente das duas torres centrais, existem duas janelasgrandes de 9,75 m de altura, uma acima da outra, esmeradamente preparadaspara aquele lugar.

Nas duas torres de canto do lado oeste, e na extremidade ocidental, a unspoucos centímetros abaixo do topo das ameias, podem ser vistos em alto-rele-vo, o majestoso grupo de estrelas da constelação Ursa Maior, com as guardasalinhadas aproximadamente em direção da Estrela Polar . (Moral, os perdidospodem achar-se através do sacerdócio .)

Agora considerarei o corpo principal do edifício . Já mencionei que o po-rão é dividido em muitas salas . A do centro, é projetada para a pia batismal, etem 18,77 m de comprimento por 10,68 m de largura, separada da parede prin-cipal, por quatro salas, duas de cada lado, 5,79 m de comprimento por 3,66 mde largura . Nos lados leste e oeste destas salas há quatro passagens com 3,66 mde largura ; e estas dão para as portas externas, duas ao norte e duas ao sul.Mais para o leste e oeste dessas passagens, há mais quatro salas, duas em cadaextremidade, com 8,93 m de largura por 11,73 m de comprimento . Estas, jun-tamente com suas paredes, ocupam o porão . Todas as paredes se apóiam -emalicerces, e elevam-se a 5,03 m terminando ao nível do térreo.

Agora chegamos ao alinhamento do friso da base, 2,44 m acima do pas-seio, ou degraus que levam ao templo, que termina a coroa mural do pedestal,e no primeiro andar (a) do dito edifício . Esta sala é unida aos átrios externosque ocupam o espaço entre as torres, 4,88 m por 2,74 m . Subimos ao pavimen-to destes átrios (em alinhamento com o primeiro andar da casa principal) porquatro degraus de pedra, com 2,89 m de largura apoiadas nos alicerces ; o pri-meiro degrau estendendo-se ao alinhamento externo das torres . Desses átrioshá portas que levam a qualquer parte do edifício.

As medidas do primeiro salão são : 36,58 m de comprimento por 24,38 mde largura ; a altura quase alcança o segundo friso . A sala é abobadada no cen-tro, com um arco elíptico que cai 3,05 m em seu flanco e tem um vão de 11,58m. Os tetos laterais têm 1/4 de arcos elípticos, que começam nas paredes late-rais externas do prédio principal, a 4,88 m de altura, e terminam nos capitéis

(a)Nota do Tradutor : Nos EUA o andar térreo é contado como primeiro andar .

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das colunas ou pés do arco central, numa altura de 7,32 m. As colunasapóiam-se diretamente nos alicerces da casa ; estas colunas estendem-se paracima, a fim de sustentar o andar superior.

As paredes externas desse andar têm a espessura de 2,13m . O espaço entreo término do suporte do arco central e a parede externa, é dividido em 16 com-partimentos, oito de cada lado, formando salas de 4,26 m por 4,26 m, livres deseparações, e 3,05 m de altura, deixando uma passagem de 1,83 m de largura,próxima a cada flanco do arco central, que é alcançada pelas extremidades.Cada uma dessas salas é iluminada por uma janela oval ou elíptica, cujo eixoprincipal é vertical.

A segunda grande sala é 0,30 m mais larga que a sala de baixo ; isto, emconseqüência de a parede ter apenas 1,83 m de espessura, perdendo 0,15 m naparte interna e 0,15 m na parte externa . O segundo friso proporciona isto nolado de fora . As salàs deste andar são 'semelhantes às do inferior . As paredeslaterais têm nove contrafortes em cada lado, e 8 fileiras de janelas, cinco emcada fileira vertical.

As janelas do porão, começam a 0,20 m do passeio, têm 0,91 m de alturaterminando em arco semicircular . O caixilho das janelas do primeiro andartem 3,66 m de altura até o topo do arco semicircular . O das janelas ovais, tem1,98 m de altura . As janelas do segundo andar são iguais às de baixo . Os caixi-lhos de todas elas têm 1,37 m de largura.

Os pedestais sob todos os contrafortes projetam-se 0,61 m nas suas bases;acima das bases que têm 0,38 m por 1,37 m de largura, na parte da frente, háuma figura de um globo de 1,19 m de diâmetro, cujo eixo corresponde ao eixoda terra.

O friso da base forma uma cimalha para os pedestais . Acima desta cima-lha, os contrafortes têm 1,07 m e continuam até a altura de 30,48 m . Acima dopasseio, logo abaixo do segundo friso, aparece em cada contraforte a lua re-presentada em suas diferentes fases . Logo abaixo do terceiro friso ou cornija,está a face do sol . Imediatamente acima, está Saturno com seus anéis . Os con-trafortes terminam com uma cimalha saliente.

A única diferença entre os contrafortes das torres, e os que acabamos dedescrever, é que ao invés de reproduzirem Saturno, temos nuvens e raios deluz, projetando-se de cima para baixo.

Todos esses símbolos serão cinzelados em baixo-relevo em pedra sólida.As paredes do lado, se elevam 2,59 m acima do friso ou cornija, dando-lhes as-sim 29,06 m de altura, formando ameias entremeadas com estrelas.

O telhado do edifício é pouco inclinado, elevando-se somente 2,44 m e de-ve ser coberto com ferro galvanizado, ou qualquer outro metal . Além disso, oedifício deve ser ornamentado em vários lugares . Toda a estrutura é projetadapara simbolizar algumas das grandes obras arquitetônicas, acima menciona-das .

As janelas do porão apresentam um recuo de 0,46 m a contar da face ex-terna da parede até o caixilho e são realçadas por um grande caveto . As janelassuperiores recuam 0,91 m da face da parede, e são rodeadas por ombreiras depedra em forma de moldura e revestidas de pingadeiras que terminam em seuhorizonte., excluindo as janelas ovais, as quais terminam nas colunas que se es-tendem de um friso adornado, na base de cada janela até o centro do eixoprincipal . . .

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Meu principal objetivo, no último parágrafo, é submeter ao julgamentode qualquer pessoa que possa estar perplexa, de como aquelas janelas podemvir a ser etc . Todas as janelas das torres são modeladas e têm ombreiras de pe-dra ; cada uma coroada com molduras de, vergas.

Aguardem até que a Casa esteja acabada para conhecerem os demais por-menores, então, venham e vejam . A casa toda- cobre uma área de2,029,86 m2 ."

.

A entrada da Union Pacific Railway em Utah, em 1868, ser-viu para retardar temporariamente a obra do templo, quando anecessidade de trabalhadores na grande linha transcontinentalfoi julgada imperativa . De certa forma, no entanto, a constru-ção da estrada-de-ferro operou como uma grande ajuda no em-preendimento ; pois,, após a conclusão do tronco principal, sur-giram os ramais ; e por volta de 1875, um deles tinha alcançadoas pedreiras de granito . Da estação da cidade, foi construído umdesvio, passando pela Rua South Temple até a Praça do Tem-plo .

A obra progredia tão vagarosamente, que suscitou um senti-mento de impaciência nos corações dos santos, demasiadamenteansiosos, e foi preciso refreá-los bondosamente . Em outras oca-siões tornava-se necessário apressá-los gentilmente . O. trabalhofoi distribuído proporcionalmente ao povo do território, quepor conveniência fora dividido em distritos de trabalho . As esta-cas e alas e os quoruns do sacerdócio recebiam designações detrabalho, desenvolvendo-se assim um eficiente sistema de esfor-ço e responsabilidade dividida . ?

O Presidente Brigham Young faleceu em 1877, quando en-tão as paredes de granito do templo tinham atingido a altura decerca de 6,10 m acima do chão . Durante a administração de seusucessor, o Presidente John Taylor, a obra continuou sem inter-rupção importante por mais uma década, e daí em diante pros-seguiu ainda com maior vigor, sob a direção de Wilford Woo-druff, o seguinte presidente da Igreja. Dó mesmo modo que asvoltas finais de uma corrida são geralmente marcadas pelo au-mento de energia, na arrancada final para a frente — o supremoesforço para alcançar o fim, em glória e triunfo, como num for-

Como um exemplo dessas organizações distintas e de direto apelo às várias orga-nizações na Igreja, veja a carta circular emitida em 1876 pela autoridade da PrimeiraPresidência e dó Conselho dos Doze Apóstolos, dirigida aos élderes, setentas e sumos sacerdotes ; ela aparece em "Contributor", vol . XIV, pp . 267-268.

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te drama, o interesse torna-se mais intenso, e a ação mais con-centrada com a aproximação do fim, de igual modo, nesse gran-de empreendimento, o fato de que o fim podia ser vislumbradono horizonte, estimulou redobrado empenho por parte do povo.Quando o granito tinha atingido o teto, e os pináculos começa-ram a aparecer em seu lugar, um sentimento de ansiedade quasefebril manifestou-se por toda a Igreja.

Assentamento da Pedra de Cúpula

O dia 6 de abril de 1892 foi a data determinada para a colo-cação da pedra de cúpula do templo, .e esse anúncio foi saudadocom júbilo, em todas as alas e ramos da Igreja, e em todos os la-res SUD . Essa data marcava o encerramento da conferênciaanual, e foi comemorado com todas as observâncias de uma as-sembléia solene . Como início da cerimônia principal, uma vastacongregação reunira-se no Tabernáculo uma hora antes, e nessareunião, as várias organizações do sacerdócio ocuparam lugaresdistintos, no pavimento principal, enquanto que as galerias fo-ram reservadas para acomodar o público em geral . No encerra-mento de um serviço comovente, a multidão seguiu em cortejoformal até o espaço livre do lado sul do templo, onde uma plata-forma temporária tinha sido erigida, com a bandeira nacionalhasteada. Um estrado ao lado acomodava o coró, composto demais de duzentas vozes . Havia uma excelente banda de música,e todos os elementos essenciais de fervorosa adoração combina-dos com jubilosa comemoração haviam sido providenciados.Acima de quarenta mil pessoas estavam aglomeradas nos limitesda Praça do Templo ; e outros milhares, incapazes de encontrarlugar na grandiosa praça, permaneceram nas ruas, ou telhados ejanelas dos prédios adjacentes . Está incontestavelmente prova-do que esta foi a maior assembléia jamais conhecida em Utah.Em pleno meio-dia foi iniciada a cerimônia principal . A música,tanto da banda como do coro, as marchas, canções e hinos ti-nham sido especialmente compostos para aquela jubilosa oca-sião. A oração foi proferida pelo Presidente Joseph F . Smith,da Primeira Presidência, e o grande "Amém" teve eco em qua-renta mil bocas . Seguiu-se um hino ; depois o venerável Presi-dente da Igreja, Wilford Woodruff, adiantou-se e anunciou que

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o auspicioso momento, há tanto esperado, havia chegado.Estas foram suas palavras vibrantes:

"Atenção, todos vós da casa de Israel, e todas as nações da terra! Agoraassentaremos a última pedra do templo de nosso Deus, cujo alicerce foi assen-tado e dedicado pelo Profeta, Vidente e Revelador, Brigham Young."

Neste momento, o Presidente ligou um circuito elétrico naplataforma, e o hemisfério de granito, a pedra de cúpula dogrande templo, vagarosamente desceu para sua posição . Seguiu--se, então, uma cena, jamais repetida por este povo, exceto emocasiões de extraordinária solenidade, ou seja, a sagrada acla-mação dos Hosanas . Dirigidos por Lorenzo Snow, presidentedo Conselho dos Doze Apóstolos, os quarenta mil santos brada-ram numa só voz:

"Hosana! Hosana! Hosana! a Deus e ao Cordeiro! Amém! Amém!Amém!

Isto foi repetido três vezes, e cada aclamação foi acompa-nhada pelo acenar de lenços brancos.

De cima do telhado do prédio, soou a voz do arquiteto en-carregado, J . Don Carlos Young, declarando que a pedra de cú-pula estava devidamente assentada, e o coro e a congregação ir-romperam num canto triunfante:

"Tal como um facho de luz vem ardendoO Espírito Santo do meu Salvador;Os dons e visões do passado volvendo.Revelam aos homens a lei do Senhor!Cantemos, clamemos, com hostes celestes:Hosana, hosana ao Deus de Belém.A ele sejam glória poder e domínioDe hoje e para sempre — Amém e Amém! ."

O Élder Francis M. Lyman, do Conselho dos Doze, entãopropôs a aprovação da resolução apresentada abaixo:

"Acreditando que a instrução do Presidente Woodruff com respeito à rá-pida conclusão do Templo de Salt Lake é a palavra do Senhor para nós, pro-ponho que esta assembléia prometa coletiva e individualmente obter, o maisrápido possível, todo o dinheiro que seja necessário para completar o templono menor prazo possível, a fim de que possa ser dedicado no dia 6 de abril de1893 ."

A aprovação foi manifestada pela aclamação ensurdecedorada multidão reunida, acompanhada do levantar das mãos . O hi-

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no final foi o glorioso "Song of the Redeemed" — particular-mente apropriado para a ocasião e a última oração foi pronun-ciada pelo Presidente George Q . Cannon . A pedra final e o blo-co de granito sobre o qual repousa, formam uma esfera . Dentroda metade inferior, foi escavado um vão no qual foram coloca-dos certos livros e outros objetos, de modo que quando fosse as-sentada, a primeira formasse uma tampa segura e maciça paraeste receptáculo de pedra . A cavidade contém um exemplar dosseguintes livros : Bíblia Sagrada, Livro de Mórmon, Doutrina eConvênios, Voice of Warning, Spencer's Letters, Key to Theo-logy, Hinário, Compendium, Pérola de Grande Valor e algunsoutros ; também as fotografias de Joseph e Hyrum Smith, Brig-ham Young, John Taylor, Wilford Woodruff, George Q . Can-non e Joseph F . Smith, uma fotografia do Templo como era naocasião ; além de uma placa de cobre gravada com as datas prin-cipais da história da construção e os nomes das autoridades ge-rais da Igreja em exercício em 6 de abril de 1853, e como esta-vam constituídas na época da colocação da pedra de cúpula, a 6de abril de 1892.

No mesmo dia, mais tarde, foi colocada a grande estátua en-cimando a esfera — uma figura que representa Morôni, o men-sageiro celestial que ministrou ao jovem profeta, Joseph Smith,em 1823 . A figura de 3,66 m de altura, é feita de cobre banhadoa ouro . Tem a forma de um arauto, com uma trombeta nos lá-bios . 8

Conclusão do Edifício e sua Dedicação

A adoção de um plano ou a aprovação formal de uma reso-lução pelo voto, é coisa fácil, comparada com a qual, a execu-ção desse plano, realizar .o que foi estipulado pelo voto, podeser uma tarefa gigantesca . Tal foi o contraste entre a ação damultidão reunida no dia 6 de abril de 1892, e a obra realizada noano seguinte.

Quando a pedra de cúpula do templo foi assentada, a cenadentro das paredes era de caos é confusão . Terminar o interiordo templo em um ano, parecia simplesmente impossível . A tare-fa que o povo tinha tomado sobre si, era quase sobre-humana.

$Veja Apocalipse 14 :6-7 ; também Pérola de Grande Valor, Joseph Smith 2 :30-48 .

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No entanto, consideravam a instrução de completar o edifíciono prazo especificado, como sendo a própria palavra do Senhora eles, e se lembraram da declaração do profeta antigo : "Sei queo Senhor nunca dá ordens aos filhos dos homens sem antespreparar o caminho pelo qual suas ordens poderão ser cum-pridas . "9 Os santos consideravam seu ato de votar tão obri-gatório como se tivessem assinado individualmente uma pro-messa escrita . Com respeito a quão bem cumpriram a obrigaçãoe a promessa, os feitos daquele ano falam por si mesmos.

O povo comprometera-se•"coletiva e individualmente, a ob-ter o mais breve possível, todo o. dinheiro que fosse necessáriopara completar o templo no menor prazo possível, a fim de quea dedicação se realizasse no dia 6 de abril de 1893" . O compro-misso foi plenamente satisfeito . Com a data de 21 de abril de1892, a Primeira Presidência emitiu uma epístola geral, dirigidaaos santos dos últimos dias em Sião, e em todo o mundo, ins-truindo-os a se reunirem em seus lugares de adoração no domin-go, dia 1? de maio, devotando-o a solene jejum e oração . O po-vo correspondeu fielmente a esse chamado . Associadas à açãode graças pelas inúmeras bênçãos do passado, houve súplicasfervorosas para o sucesso da conclusão da Casa do Senhor notempo prescrito . l0

Para o trabalho de acabamento do templo, era de suma im -

portância que houvesse um encarregado responsável e compe-tente, que seria investido com autoridade executiva em todos ossetores da obra . Embora a Primeira Presidência e o Conselhodos Doze retivessem em mãos o poder diretivo, necessitavam deum agente em quem pudessem confiar, para agir com pronti-dão, decisão e autoridade em qualquer questão que surgisse . Aescolha das autoridades presidentes para tal posição de respon-sabilidade, recaiu em John R . Winder, que naquela época, erasegundo conselheiro do bispado presidente, e que depois se tor-nou primeiro conselheiro da Primeira Presidência da Igreja . Naocasião de sua designação para o cargo de responsabilidade desuperintendente-geral da obra dó templo, em 16 de abril de1892, o Presidente Winder tinha 72 anos de idade; no entanto,tinha a energia e o vigor da juventude, aliados à sabedoria e dis-

9 Veja o Livro de Mórmon I Néfi 3 :7.10 Para a epístola completa veja "Contributor", vol . XIV, pp . 280-281 .

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cernimento que somente a idade pode trazer . Sob sua eficientesupervisão, a obra no interior do templo progrediu com velõci-dade tal, que surpreendeu até mesmo os trabalhadores. Operá-rios de todas as classes, mecânicos, pedreiros, estucadores, car-pinteiros, vidraceiros, encanadores, pintores, decoradores, arte-sãos e artífices de todo tipo foram postos a trabalhar . O povonão tinha dúvidas de que um poder superior ao humano estavaoperando para assisti-los nesse grande empreendimento . Mate-riais, muitos dos quais de manufatura especial, chegavam doocidente e do oriente, com pouca demora de trânsito.

Sistemas de aquecimento e eletricidade foram instalados ; éesta instalação exigiu a construção de uma casa de caldeira, comtodos os acessórios de equipamento . Além disso, era precisoconstruir o "Anexo" . Neste ponto, é bom explicar que cadatemplo em Utah é ligado a um prédio separado conhecido comoo Anexo — na qualidade de portaria, onde são realizados servi-ços preliminares e elaborados os registros da obra de ordenan-ças a ser feita pelas pessoas presentes, antes de serem admitidasno templo, para os serviços do dia . O Anexo do Templo de La-go Salgado fica a mais ou menos 30 m ao norte do edifício prin-cipal.

Quando faltava apenas um mês para a data marcada para adedicação, ainda restava tanta coisa a fazer, que muitos chega-ram a achar que pelo menos uma vez o povo se equivocara acre-ditando que o Senhor havia falado, e que a conclusão da obra,no tempo designado, era materialmente impossível . No dia 18de março de 1893, a Primeira Presidência emitiu a seguinte epís-tola:`Aos oficiais e membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ÚltimosDias :

A aproximação da data da dedicação do templo de nosso Deus, nos induza expressar com certo grau de satisfação nosso amor a nossos irmãos, os ofi-ciais da Igreja, que conosco possuem o sacerdóció do Filho de Deus, e aos san-tos dos últimos dias em geral ; a fim de que, ao entrarmos naquele edifício sa-grado, possamos todos ser achados aceitáveis junto com nossa família, e paraque a obra que vamos dedicar também seja aceitável ao Senhor.

Os santos dos últimos dias têm utilizado liberalmente seus meios paraconstruir outros templos nestes vales, e nosso Pai Celestial nos tem abençoadoem nossos esforços . Hoje temos a grande felicidade de contar com três dessassagradas casas concluídas, dedicadas é aceitas pelo Senhor, onde os santos po-dem entrar e participar das ordenanças que ele revelou em sua infinita bonda-

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de e complacência . Durante quarenta anos, porém, as esperanças, desejos eexpectativa de toda a Igreja estiveram centralizados na conclusão deste edifí-cio na principal cidade de Sião . Seus alicerces foram assentados nos primeirosdias de nosso estabelecimento nestas montanhas ; e daquele dia até a presentedata, os olhos dos membros da Igreja em toda a terra, têm sido amavelmentedirigidos para ele . .Considerando-o como o templo dos templos, o povo duran-te todos esses anos tem labutado com ardor incessante, com paciência não di-minuída, contribuindo de bom grado com seus recursos, para trazê-lo à pre-sente condição de acabamento ; e agora que a labuta árdua, e os sacrifícios dequarenta anos, foram coroados tão próspera e venturosamente, agora que ogrande edifício está finalmente concluído e pronto para ser usado para os pro-pósitos divinos, seria preciso dizer que nos aproximamos de um acontecimentocuja consumação é para nós, como um povo, de significado do mais alto grau?De conseqüências imensuráveis como por certo o será esse evento, o que nosrestaria dizer, a fim de impressionar à Igreja inteira com o entendimento desua extraordinária importância?

Neste ponto, certamente nada ; todavia, permitam-nos oferecer algumaspalavras sobre uma fase que o toca diretamente . Nenhum membro da Igrejaque for julgado dignò de entrar naquela casa santa, pode ser considerado igno-rante dos princípios do evangelho . Não é demasiado presumir, que cada umsabe qual o seu dever para com Deus, e seus semelhantes . Ninguém é tão es-quecido a ponto de ter olvidado a admoestação de que devemos estar cheios deamor e caridade para com nossos irmãos . E por isso, ninguém pode, por ummomento, duvidar da suprema importância de cada membro da congregaçãoestar em paz com todos os seus irmãos e irmãs e em paz com Deus . De que ou-tra maneira poderíamos esperar ganhar as bênçãos que ele prometeu, a não serpela obediência aos requisitos pelos quais tais bênçãos são a recompensa?

Poderão os homens e as mulheres que estão violando a lei de Deus, ouaqueles que são desleixados em obedecer aos seus mandamentos, esperar que asimples ida à sua santa casa e participação na sua dedicação, os tornem dignose façam que eles recebam as bênçãos?

Pensam eles, que o arrependimento e o abandono do pecado, podem sertão frivolamente dispensados?

Ousarão eles, mesmo em pensamento, assim acusar nosso Pai de injustiçae parcialidade, e atribuir a ele descuido no cumprimento de sua própria pala-vra?

Certamente ninguém que alega pertencer ao seu povo seria culpado de talcoisa .

Assim, aqueles que são indignos, devem cessar de esperar uma bênção porsua presença no templo, enquanto o pecado do qual não se arrependem, exalaseu odor em volta deles, e enquanto a amargura, ou mesmo a frieza implacávelexiste em seus corações contra seus irmãos e irmãs.

Sobre este último assunto sentimos que muito deve ser dito . No esforçode obedecer aos aspectos aparentemente mais graves da lei, há uma possibili-dade de que a importância deste espírito de amor, bondade e caridade seja su-bestimado. De nossa parte, não conseguimos pensar em qualquer preceito quepresentemente necessite ser mais fervorosamente inculcado.

Durante os últimos dezoito meses, tem havido uma divisão entre os santosdos últimos dias, quanto às linhas dos partidos políticos . As campanhas políti-

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cas e eleições, provocaram ressentimentos mais ou menos intensos na mentedos irmãos e irmãs de ambos os lados.

Temos estado cônscios desta conduta, e temos ouvido muitas expressõesque têm sido muito dolorosas para nós e que têm abatido o nosso espírito.

Sabemos que isto tem sido uma ofensa ao Deus da paz e do amor, umapedra de tropeço para muitos santos.

Sentimos que agora chegou a hora da reconciliação ; que antes de entrarno templo para apresentar-nos diante do Senhor, em solene assembléia, deve-mos livrar-nos de todo sentimento mútuo de rancor e dureza ; que não somentecessem as contendas, mas que a causa delas seja removida, e que qualquer sen-timento que as incitou e sustentou seja banido, que confessemos nossos peca-dos uns aos outros e peçamos perdão uns aos outros ; que roguemos ao Senhorpelo espírito de arrependimento, e depois de tê-lo obtido, sigamos o que nosinspira ; para que, humilhando-nos diante do Senhor e procurando perdão unsdos outros, possamos oferecer essa caridade e generosidade àqueles que supli-carem nosso perdão, que pedimos e esperamos do céu.

Só assim poderemos entrar neste santo lugar, com os corações livres deculpa, e com a alma preparada para a edificação prometida! Deste modo, nos-sas súplicas, não perturbadas pelo pensamento de discórdia, subirão unidasaos ouvidos de Jeová e atrairão as bênçãos superiores do Deus dos Céus!

Como seus irmãos, apoiados por seu voto e fé, e como a Primeira Presi-dência da Igreja, temos isto a dizer aos santos dos últimos dias, em nossa capa-cidade individual e oficial : Se houver um único membro da Igreja que tenharessentimentos contra nós, não desejamos atravessar a soleira da porta dotemplo até que tenhamos satisfeito e removido dele toda a causa desse ressenti-mento, seja dando as devidas explicações, seja reparando o erro cometido;nem tampouco desejamos entrar nos sagrados portais daquele edifício, até quetenhamos procurado uma explicação, correção ou reparação de qualquer pes-soa contra a qual possamos ter uma mágoa real ou imaginária.

Ao anunciarmos agora esta diretriz para nós mesmos, dizemos a todos osoutros oficiais da Igreja, que desejamos que eles sigam nosso exemplo . Deseja-mos que todos, do mais alto ao mais baixo em todas as estacas e alas de Sião,atendam a este conselho . Que convidem todos que possam ter ressentimentoscontra eles, que se apresentem e os dêem a conhecer ; que eles então procuremdesfazer qualquer mal-entendido ou dissensão que possa existir ou fazer repa-ração por qualquer erro que possam ter cometido.

Nós dizemos o mesmo — e quando os oficiais tiverem seguido o que suge-rimos, desejamos que digam o mesmo — a cada membro da Igreja . Insistimosque eles procurem a confraternidade dos irmãos e irmãs, e sua inteira confian-ça e amor; acima de tudo, procurem ter a comunhão e associação com o Espí-rito Santo . Que este espírito seja procurado e tratado com diligência dentro domenor e mais humilde círculo familiar, e dentro da irmandade da mais alta or-ganização ou quorum . Que ele penetre nos corações dos irmãos e irmãs, dospais e filhos em seus lares, bem como nos corações da Primeira Presidência edos Doze . Que todas as controvérsias entre os membros e vizinhos vivendo namesma ala, sejam abrandadas e dissipadas . Que seja unido o jovem e o velho,o homem e a mulher, o rebanho e o pastor, e ó povo e o sacerdócio, nos laçosda gratidão, do perdão e do amor, a fim de que Israel se sinta aprovada pelo

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Senhor, e que todos nós possamos apresentar-nos diante dele, com uma cons-ciência livre de ofensa perante todos os homens . Então não haverá desaponta-mento quanto às bênçãos prometidas àqueles que sinceramente o adoram . Osdoces sussurros do Santo Espirito ser-lhes-ão dados, e os tesouros dos céus, acomunhão dos anjos, serão acrescentados, de tempos em tempos, porque suapromessa foi feita e não pode falhar.

Rogando as bênçãos de Deus sobre todos que se esforçarem por seguir es-te conselho, e desejosos de vê-lo tomar a forma de um esforço conjunto porparte de todo o povo, sugerimos que o sábado, dia 25 de março de 1893, sejadesignado como um dia de jejum e oração . Nessa ocasião aconselhamos aspresidências de estaca, os sumos conselhos, os bispos e seus conselheiros, quese reúnam com os santos em suas diversas capelas, confessem seus pecados unsaos outros, e procurem fazer com que o povo expresse todos os sentimentos deira, dúvida e inimizade que possam estar nutrindo ; a fim de que inteira con-fiança possa ser restaurada e que o amor, a partir desta data, prevaleça em to-das as congregações dos santos ."

Era evidente que as autoridades da Igreja compreendiam aimportância de todos se prepararem para a grande ocasião dadedicação, sob outros aspectos além da construção material emobília dispendiosa . Os corações do povo tinham que ser pre-parados ; era necessário que Israel se santificasse . Em toda Sião,de norte a sul, de leste a oeste, houve uma purificação geral dasmentes e almas ; a inimizade foi enterrada, as cõntendas cessa-ram, as divergências foram dirimidas ; as ofensas foram repara-das e perdoadas ; foi celebrado um verdadeiro jubileu.

Os toques finais no interior do prédio foram dados no fimda tarde de 5 de abril, e na noite do mesmo dia o templo foi ex-posto à visitação geral . Não somente os membros da Igreja fo-ram admitidos ; muitos homens e mulheres honrados que nuncase haviam filiado àIgreja, foram convidados, e somavam maisde mil, e passaram por todo o templo, desde o porão até o telha-do . Em vista da crença geral de que os templos dos santos dosúltimos dias nunca são abertos aos olhares de não-membros, es-te fato tem grande importância.

Na manhã de 6 de abril de 1893, Wilford Woodruff, Presi-dente da Igreja, dirigiu o séquito pela porta sudoeste, aos sagra-dos recintos . O acontecimento foi apropriadamente comparadocom a condução de Israel à terra prometida por Josué . O vene-rável Presidente foi seguido pelas outras autoridades gerais daIgreja, e estas, por sua vez, pelos outros oficiais da Igreja emembros que tinham sido especialmente designados para toma-

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rem parte no primeiro serviço de dedicação . Das dezenas de mi-lhares de santos que desejavam estar presentes, os quais tinhamprivilégio e direito de participar, e que tinham contribuído comseus recursos para a construção do maior templo dos dias mo-dernos, somente uns poucos puderam ser acomodados no dia dadedicação . O salão de assembléia, que com suas ante-salas, ocu-pa todo o andar superior, tinha sido preparado com assentospara acomodar duas mil e duzentas e cinqüenta e duas pessoas.Por isso ficou decidido que os serviços fossem repetidos duasvezes diariamente, a partir do dia 6 de abril, -até que todos osque tinham direito à admissão, tivessem a oportunidade de estarpresentes.

No primeiro dia, as seguintes pessoas foram admitidas paratomar parte no que sempre será lembrado como a sessão dedica -tória oficial: A Primeira Presidência, o Conselho dos Doze, oPatriarca Presidente, o Primeiro Conselho dos Setenta, o Bispa-do Presidente, e todas as outras autoridades gerais da Igreja,junto com os presidentes de estaca e seus conselheiros, membrosdo sumo conselho das estacas, patriarcas, presidentes dos quo-runs dos sumos sacerdotes e seus conselheiros, presidente dosquoruns dos setenta, bispos das alas e seus conselheiros . A ad-missão foi estendida aos familiares imediatos de todos os ofi-ciais da Igreja mencionados . A admissão às sessões posteriores,foi organizada de tal maneira, que alas e estacas tivessem umadesignação especial quanto à data e horário.

Ninguém era admitido sem um certificado formal, conven-cionalmente conhecido como "recomendação", assinada pelobispo de sua ala e pelo presidente da estaca . Numa circular deinstrução, referente à dedicação, lemos o seguinte : "Será neces-sário que cada candidato apresente sua recomendação ao por-teiro, a fim de poder passar .,A recomendação será recolhida porum bilheteiro postado do lado de dentro da porta . Ninguém po-derá ser admitido sem uma recomendação, seja qual for a oca-sião ." Os serviços foram realizados diariamente a partir dé 6 deabril, até o dia 18 inclusive, e novamente nos dias 23 e 24 . Geral-mente havia duas sessões diárias, mas no dia 7 de abril, uma ses-são noturna foi acrescentada . Embora crianças menores de oitoanos de idade, e portanto não batizadas, não fossem admitidasnas sessões gerais, dias especiais foram designados para sua aco-

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modação ; assim, os dias 21 e 22 de abril, sexta-feira e sábado,foram reservados para as crianças da Escola Dominical, comidade abaixo da prescrita para o batismo.

No primeiro serviço — a dedicação oficial — a oração foiproferida pelo Presidente Wilford Woodruff, sendo esta lida emtodas as sessões posteriores . A oração em si é, ao mesmo tempo,um sermão e uma súplica; ela expressa os pensamentos mais ín-timos do povo ; é uma sinopse da história dos santos e das condi-ções da Igreja naquela época.

A oração segue na íntegra:

"Nosso Pai Celestial, tu que criaste os céus e a terra, e todas as coisas queeles contêm ; tu, gloriosíssimo Pai, perfeito em misericórdia, amor e verdade,nós, teus filhos, vimos neste dia perante ti, e nesta casa que construímos ao teusantíssimo nome, humildemente rogamos ao sangue expiatório de teu Unigêni-to, que nossos pecados nunca mais sejam lembrados contra nós, mas que nos-sas orações possam subir a ti e ter livre acesso ao teu trono, para que possamosser ouvidos em tua santa habitação . E que possa graciosamente agradar-teatender a nossas petições, que as respondas de acordo com tua infinita sabedo-ria e amor, e concedas que as bênçãos que buscamos nos sejam conferidas,mesmo centuplicadas, visto que procuramos com pureza de coração e sinceropropósito, fazer tua vontade e glorificar o teu nome.

Agradecemos-te, ó Grande Eloim, que levantaste teu servo, JosephSmith, dos lombos de Abraão, Isaque e Jacó, e fizeste dele um profeta, viden-te e revelador, e com assistência e administração dos anjos dos céus, tu o capa-citaste a trazer à luz o Livro de Mórmon — a vara de José, na mão de Efraim- em cumprimento das profecias de Isaías e outros profetas, cujos registrosforam traduzidos e publicados em muitas línguas . Agradecemos-te, também,nosso Pai Celestial, que tu inspiraste teu servo e lhe deste poder na terra paraorganizar a tua igreja neste formoso país, em toda sua plenitude, poder e gló-ria, com apóstolos, profetas, pastores e mestres, com todos os dons e graçaspertencentes a eles, e tudo isto pelo poder do Sacerdócio Aarônico e de Mel-quisedeque, que conferiste a ele pela administração de anjos santos, que pos-suiam o sacerdócio nos dias do Salvador . Agradecemos-te, nosso Deus, quecapacitaste o teu servo Joseph a construir dois templos, nos quais foram admi-nistradas as ordenanças do evangelho tanto aos vivos como pelos mortos ; queele também viveu para enviar o evangelho às nações da terra e ilhas do mar, etrabalhou extraordinariamente até ser martirizado pela palavra de Deus e pelotestemunho de Jesus Cristo.

Agradecemos-te, também, ó nosso Pai Celestial, que levantaste o teu ser-vo Brigham Ypung, que possuiu as chaves do teu sacerdócio na terra por mui-tos anos, e que guiou o teu povo até estes vales das montanhas, e lançou a pe-dra fundamental deste grandioso templo e dedicou-o a ti, e que dirigiu a cons-trução de três outros templos nestas Montanhas Rochosas, que foram dedica-dos ao teu santo nome, templos nos quais muitos milhares de seres vivos fo-ram abençoados, e os mortos redimidos .

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Nosso Pai Celestial, também te agradecemos pelo teu servo John Taylor,que seguiu os passos de teu servo Brigham, até expirar no exílio;

Tu chamaste teus servos Wilford Woodruff, George Q . Cannon e JosephF. Smith, para possuir as chaves da Presidência e do sacerdócio nestes dias epor estes pastores do teu rebanho, queremos dar-te graças e louvor . Teu servoWilford reconhece a tua mão, ó Pai, na preservação de sua vida desde a horade seu nascimento até o presente . Nada, senão o teu poder, poderia tê-10 pre-servado naquilo que tem passado durante os oitenta e seis anos de vida, que tulhe concedeste nesta terra.

Por teres levantado os Doze Apóstolos, também te agradecemos, nossoDeus, e pela perfeitaunião que existe entre nós;

Agradecemos-te, ó Senhor, pelas perfeitas organizações de tua Igreja co-mo existem hoje em dia;

O Senhor, consideramos como sentimentos intensos e-indescritíveis, aconclusão desta casa sagrada . Digna-te aceitar este quarto templo que teus fi-lhos do convênio, assistidos por ti, ergueram nestas montanhas . No passado,tu inspiraste com o Espírito Santo os teus servos, os profetas, a falarem de umtempo nos últimos dias quando a casa do Senhor seria estabelecida no topodas montanhas, e seria exaltada sobre os montes . Somos-te gratos por termostido a gloriosa oportunidade-de contribuir para o cumprimento dessas visõesde teus antigos videntes, e que condescendeste em permitir-nos tomar partenesta grande obra . E como esta parte das palavras de teus servos foram assimmaravilhosamente cumpridas, rogamos-te, com maior fé e esperança renova-da, que todas as palavras deles referentes à tua grande obra de reunir a tua Is-rael e estabelecer o teu reino na terra nestes últimos dias, possam ser ampla .erapidamente cumpridas, ó Senhor.

Vimos diante de ti, com júbilo e ação de graças, com espírito jubilante ecorações cheios de louvor, pois que tu nos permitiste ver este dia pelo qual, du-rante quarenta anos, temos esperado, trabalhado arduamente, e orado, quan-do podemos dedicar-te esta casa que edificamos a teu glorioso nome. Um anoatrás, assentamos a última pedra com brados de hosana a Deus e ao Cordeiro.E hoje dedicamos a casa toda a ti, com todos os seus pertences, e que ela possaser santa à tua vista ; que ela seja uma casa de oração, uma casa de louvor eadoração ; que tua glória possa repousar . sobre ela ; que tua santa presença pos-sa estar nela continuamente ; que ela possa ser a habitação de teu Bem-AmadoFilho, nosso Salvador ; que os anjos que estão diante de tua face, possam ser osmensageiros sagrados que a visitarão, testificando-nos de teus desejos e vonta-de, que ela possa ser santificada e consagrada em todas as suas partes comosantas a ti, Deus de Israel, Soberano Todo-Poderoso da humanidade . E roga-mos a ti, que todo o povo que venha-a transpor o limiar desta tua casa, possasentir o teu poder e ser constrangido a reconhecer que tu a santificaste, que elaé a tua casa, um lugar da tua santidade.

Rogamos-te, Pai Celestial, que aceites esta construção em todas as suaspartes, desde o fundamento até-o cimo das torres, com a estátua colocada-emseu topo, e,todos os remates e demais ornamentos que adornam o seu exterior.Rogamos a tua bênção para que não se decomponham as paredes, divisões, as-soalhos, tetos, telhados, suportes, elevadores, escadarias, balaustradas e de-graus, molduras, portas, janelas e outras aberturas, todas as instalações de ilu-minação, aquecimento e aparelhos sanitários, caldeiras, motores e dínamos,

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A CASA DO SENHOR

os canos e fios, as lâmpadas e bicos de gás, todos os utensílios, móveis e arti-gos usados ou relacionados com as santas ordenanças administradas nesta ca-sa, os véus e altares, a fonte batismal e os bois que a sustentam, e todos os seuspertences ; os banheiros, lavatórios e bacias . Também os cofres e galerias ondeos registros são preservados, os próprios registros e todos os livros, documen-tos e papéis pertencentes ao escritório do registrador, igualmente a bibliotecacom todos os livros, mapas, instrumentos etc . que possam pertencer-lhe.Também apresentamos diante de ti, para tua aceitação, todos os acréscimos eprédios que não fazem parte do edifício principal, mas são apêndices dele ; erogamos-te que abençoes todos os móveis, assentos, almofadas, cortinas, re-posteiros, fechaduras e fechos, e outros inúmeros utensílios e acessórios en -contrados dentro dele, e pertencentes a este templo e seus anexos, com todasas obras de ornamentação, pintura e estucamento, a douração e bronzeamen-to, a obra fina em madeira e metal de toda espécie, os bordados e trabalhos deagulha, os quadros e esculturas, a obra de entalhe e dosséis . Também os mate-riais de que os prédios e seus conteúdós são feitos ou compostos a rocha,cal, argamassa e estuque, as vigas e ripas, as diversas madeiras ; o ouro e a pra-ta ; o bronze e o ferro, e todos os outros metais, a-seda, lã e algodão, os courose peles, os vidros, as porcelanas e pedras preciosas, tudo isto e todo o restante,humildemente apresentamos para tua aceitação e bênção santificadora.

Nosso Pai Celestial, apresentamos diante de ti, os altares que foram pre-parados para que teus servos e servas recebam as bênçãos de selamento . Nósos dedicamos em nome do Senhor Jesus Cristo, ao teu santíssimo nome, e pe-dimos-te que os santifiques, para que todosos quevierem a eles, possam sentiro poder do Espírito Santo repousando sobre eles, e compreendam a santidadedos convênios que estão fazendo . E rogamos que os convênios e contratos quefizermos contigo, e um com o outro, sejam dirigidos por teu Santo Espírito,nos sejam sagrados, aceitos por ti, e que todas as bênçãos pronunciadas sejamcompreendidas por todos os teus santos que vierem a estes altares, na manhãda ressurreição dos justos.

Ó Senhor, nós te rogamos que abençoes e santifiques toda esta quadra oupedaço de terra no qual se erguem estes edifícios, com seus muros-e cercas, ospasseios, caminhos e canteiros ornamentais,_ também as árvores, plantas, flo-res e arbustos que crescem em seu solo ; que possam vicejar e florescer, tornan-do-se extraordinariamente belos e fragrantes ; e que teu Espírito possa habitarem seu meio para que este terreno possa ser um lugar de repouso e paz, parasanta meditação e pensamentos inspirados.

Preserva estes prédios, nós te suplicamos, de avarias ou destruição porinundaçãoou fogo ; de violência dos elementos ; dos dardos ardentes do raio,das rajadas esmagadoras do furacão, das chamas do fogo consumidor, e docataclismo dos terremotos, ó Senhor, protege-os ..

-Abençoa, nós te rogamos, Pai Celestial, todos os que poderão ser ofician-

tes nesta casa . Lembra-te continuamente do teu servo que será nomeado parapresidir este templo ; dota-o ricamente com a sabedoria do Santíssimo, com oespírito do seu chamado, com o poder do seu sacerdócio, e com o dom do dis-cernimento . Abençoa, conforme seus chamados, os seus assistentes e todos osque estiverem a ele associados na execução das ordenanças — batismo, confir-mações, lavamentos, unções, selamentos, investiduras e ordenações quesão aqui realizadas, que tudo o que for feito possa ser santo e aceitável a ti, ó

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Deus de nossa salvação . Abençoa os registradores, os copistas ; para que os re'gistros do templo possam ser perfeitamente mantidos, e sem omissões 'ou er -ros, e que possam ser aceitos por ti . Abençoa em seus respectivos cargos, osmaquinistas, vigias, guardas, e todos os outros que têm deveres a realizar rela-cionados com esta casa, que eles possam executá-los para ti com um olho fitona tua glória.

Lembra-te também, em tua misericórdia, de todos os que trabalharam naedificação desta casa, ou que, de qualquer maneira, contribuíram com seusmeios ou influência para a sua conclusão ; que de maneira alguma percam asua recompensa.

Ó tu, Deus de nossos pais, Abraão, Isaque e Jacó, cujo Deus tu te deleitasem ser chamado, nós te agradecemos com todo o fervor de transbordante gra-tidão, que tu revelaste os poderes pelos quais os corações dos filhos se estãovoltando a seus pais e os corações dos pais aos seus filhos, para que os filhosdos homens, em todas as suas gerações, possam tornar-se participantes dasglórias e alegrias do reino dos céus . Confirma sobre nós oespírito de Elias, nóste rogamos, para que assim possamos redimir nossos mortos e também ligar--nos a nossos pais que passaram pelo véu, e ainda mais, selar os nossos mortospara que surjam na primeira ressurreição, para que nós que habitarnos na ter -ra possamos ser ligados àqueles que habitam nos céus . Agradecemos-te pelobem daqueles que terminaram sua obra na mortalidades bem como por nósmesmos, que as portas da prisão foram abertas e a libertação foi proclamadaaos cativos, e que os grilhões foram soltos daqüeles que estavam cativos . Lou-vamos-te que nossos pais, do último ao primeiro, a partir de agora, até o início,possam ser unidos conosco em elos indissolúveis, ligados pelo santo sacerdó-cio, e que como uma grande família unida em ti e cimentada pelo teu poder,compareceremos todos juntos perante ti, e pelo poder do sangue expiatório deteu Filho, possamos ser libertos de todo o mal, ser salvos e santificados, exal-tados e glorificados . Permite que mensageiros santos nos visitem dentro destassagradas paredes e tornem conhecida a nós, a obra que devemos realizar emfavor de nossos mortos . E, . como tens inclinado o coração de muitos que aindanão fizeram convênio contigo, a buscarem seus progenitores, e assim fazendo,traçaram a-descendência de muitos dos teus santos ; rogamos-te que aumenteseste desejo em seus corações, para que possam assim ajudar na realização des-ta obra . Abençoa-os, te rogamos, nessa obra, a fim de que não incorram emerros ao preparar sua história familiar ; e além disso, pedimos-te que lhes des -cerres novas fontes de informação, e coloques em suas mãos os registros dopassado ; para que a obra deles não seja apenas correta, mas também•comple -ta .

Ó tu, Grande Pai dos espíritos de toda carne, abençoa benevolamente equalifica plenamente aqueles sobre quem colocaste uma porção da tua autori-dade, e que carregam as responsabilidades e poderes -do sacerdócio, que é se-gundo a ordem do teu Filho . Abençoa-os todos do primeiro ao último, desde oteu servo que te representa em todo o mundo até o mais novo que foi ordena-do no ofício de diácono . Confere a todos, o espírito do seu chamado, com acompreensão de seus deveres e zelo amoroso para cumpri-los . Dota-os Com fé,paciência e entendimento. Que sua vida seja forte em virtude e adornada comhumildade ; que suas ministrações sejam eficientes, suas orações proveitosas, e

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seus ensinamentos ; o caminho da salvação . Que eles sejam unidos pelo Espíri-to e poder de Deus em todas as, suas obras, e em cada pensamento, palavra eato, possam glorificar o teu nome e reivindicar a sabedoria que fez deles reis esacerdotes para ti.

Pelos teus servos da Primeira Presidência da Igreja primeiramente ora-mos . Revela a eles, em grande clareza, tua intenção e vontade em todas as coi-sas essenciais para o bem-estar de teu povo ; dá-lhes sabedoria celestial, féabundante,,e poderes e dons necessários para capacitá-los a presidir aceitavel-mente para ti, os oficiais e membros da tua Igreja . Lembra-te com amor deteu servo que chamaste para ser um profeta, vidente e revelador para toda ahumanidade, cujos dias têm sido muitos na terra ; aumenta-lhe ainda seu pe-ríodo de vida mortal, nós te rogamos, e concede-lhe todos os poderes e dons,em sua integridade, do ofício que tu lhe conferiste ; e assim também abençoaseus associados na presidência da tua Igreja.

Confere a teus servos, os doze apóstolos, uma rica dotação de teu Espíri -to . Sob a direção deles, possa o evat Belho . do reino expandir-se em todo omundo, ser pregado a todas as nações, tribos, línguas e povos ; que os honestosde coração em toda a terra, possam ouvir as boas-novas da felicidade e salva-ção . Domina, rogamos-te, no meio dos governos da terra, para que as barrei-ras agora existentes no caminho da expansão das tuas verdades, sejam removi-das, e a liberdade de consciência seja concedida a todos os povos.

Lembra-te, com benignidade, de teus servos, os patriarcas . Que eles se-jam plenos de bênçãos para o teu povo Israel . Que eles possam levar consigoas sementes do conforto e consolo, do encorajamento e bênção . Enche-os como Santo Espírito da promessa, e deleita-te em cumprir suas palavras de profe-cia, para que teu nome seja exaltado pelo povo de tua Igreja, e que sua fé em tie nas promessas de teus servos ministrantes seja cada vez mais fortalecida.

Junto com teus servos, os Doze, abençoa os seus associados, os setenta;que eles possam ser vigorosos na pregação da tua palavra, levando-a aos qua-tro cantos da terra . Possa um caminho cada vez mais amplo ser aberto diantedeles, até que tenham erguido o estandarte do evangelho em todas as terras eproclamado suas verdades salvadoras em toda língua, que todas as ilhas e con-tinentes possam regozijar-se no testemunho da grande obra que estás realizan-do na terra, nestes últimos dias.

Abençoa abundantemente, ó Senhor, os sumos sacerdotes em seus váriosdeveres e cargos, para os ' quais tu os chamaste . Como ministros permanentesda tua palavra nas inúmeras estacas de Sião, dota-os ricamente com o espíritode seu sublime chamado . Como presidentes, conselheiros, bispos, membrosdo sumo conselho, e em todos os outros ofícios que o seu sacerdócio lhes dá odireito de preencher, possam ser eles ministros justos da tua santa lei, paisamorosos do povo, e como juízes dos santos, possam pronunciar decisões jus-tas e imparciais, temperadas com misericórdia e amor.

Assim também, em seus vários chamados, confere preciosos dons de sa-bedoria, fé e conhecimento a teus servos, os élderes, sacerdotes, mestres e diá-conos para que todos possam diligentemente cumprir sua parte nos serviçosgloriosos para os quais chamaste o teu sacerdócio.

Não te esqueças, suplicamos-te, dos teus servos, os missionários que estãoproclamando as verdades salvadoras que revelaste para a redenção do homem,

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aos milhões que estão agora em profundas trevas espirituais . Preserva-os detodo mal, livra-os da violência das turbas, possam eles não desejar outra coisasenão serem grandemente abençoados com os dons e poderes do seu ministé-rio . Lembra-te também de suas famílias, para que possam ser sustentadas econfortadas por ti, e serem estimadas e cuidadas por teus- santos.

Rogamos-te pelos membros da tua santa igreja em todo o mundo, que oteu povo possa ser de tal modo guiado e governado por' ti, que todos quantosprofessam ser e chamam a si próprios de santos, possam ser preservados náunidade da fé, no caminho da verdade, nos laços da paz, e na santidade da vi-da . Fortalece os fracos, suplicamos-te, e concede teu Espírito a todos.

Nosso Pai, que a paz habite em todos os lares dos teus santos ; que os an-jos santos os guardem ; que eles possam ser rodeados por teus braços de amor;que a prosperidade se derrame sobre eles, de que o tentador e destruidor sejaafastado deles . Que os dias do teu povo do convênio se prolonguem em reti-dão, e que a doença e a enfermidade sejam retiradas de seu meio . Que a terraonde habitam seja frutífera pela tua graa, que suas águas sejam aumentadas eos climas sejam temperados, para o conforto e proveito do teu povo ; que a se-ca, tempestades devastadoras, ciclones e furacões, sejam mantidos bem longe,e que os terremotos nunca transformem a terra que nos deste . Que gafanho-tos, lagartas e outros insetos, não destruam nossos jardins nem desolem , nos-sos campos ; mas que sejamos um povo abençoado por ti em nosso corpo e emnosso espírito, em nossos lares e habitações, em nossas manadas e rebanhos,em nós mesmos e em nossa posteridade, e em tudo aquilo sobre o que nos tor-naste mordomos.

Rogamos-te agora pela juventude de Sião — os filhos do teu povo ; dota--os ricamente com o espírito de fé e retidão e com amor crescente a ti e a tualei . Que floresçam todas as instituições que estabeleceste em nosso meio para obem-estar deles . Dá às escolas da igreja, um poder cada vez maior para o bem.Que o teu Santo Espírito domine tudo que nelas é ensinado, e também contro-le os corações e ilumine a mente dos estudantes . Abençoa maravilhosamenteos teus servos, o superintendente geral, todos os diretores-professores e outrosoficiais e também aqueles que formam a junta geral de educação da tua igreja.Lembra-te igualmente na tua afetuosa bondade, das Escolas Dominicais comtodos os que, professores ou alunos, a elas pertencem ; que a influência do en -sino, nelas ministrado se amplie e aprofunde para a tua•glória e a salvação dosteus filhos, até o dia perfeito . Abençoa os membros da junta geral da União deEscolas Dominicais Deseret com a sabedoria necessária para o salutar cumpri-mento de seus deveres, e para a realização dos propósitos para os quais estajunta foi criada.

Também colocamos diante de ti as Associações de Melhoramentos Mú-tuos — Rapazes e Moças, com todos os seus oficiais, gerais e locais, e os seusmembros . Que elas progridam diante de ti, que seus membros aumentem; e obem que elas realizam, cresça a cada ano que passa . Quanto à Primária e asaulas de religião, também procuramos tua constante bênção e . cuidado orienta-dor ; qúe o espírito da instrução seja derramado sobre as presidentes, e oficiaisassociados e professoras . Que elas possam acompanhar os passos dos outrosestabelecimentos educacionais em tua igreja ; a fim de que, desde seus maistenros anos, nossos filhos possam ser diligentemente ensinados nos caminhos

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A CASA DO SENHOR

do Senhor, e que teu nome seja magnificado ao crescerem em virtude e inteli-gência.

Nem esqueceríamos, ó Senhor, as classes de ensino . formal para o povo,sejam elas ligadas às escolas da Igreja, Associações de Melhoramentos ou Es-colas Dominicais . Permite que essas classes possam ser o meio de promover averdadeira educação, levando a todos os santos, pela criação de um grupo demestres que não só disponham de rara inteligência, mas também cheios do es-pírito do evangelho, e sejam vigorosos no testemunho da tua verdade e na im-plantação do amor a ti e tuas obras, no coração de todos aqueles a quem de-vem instruir .

.Colocamos diante de ti, ó Senhor, a Sociedade de Socorro, com todos os

seus membros ; e todas aquelas que presidem, de acordo com seus chamados edesignações gerais ou locais . Abençoa as professoras em suas obras de miseri-córdia e caridade, que, como anjos ministradores, visitam os . lares dos enfer-mos e necessitados, prestando socorro, consolo e conforto aos infortunados epesarosos . E abençoa„ nós te suplicamos, misericordiosíssimo Pai, os pobresdo teu povo, para que o pranto da necessidade e do sofrimento não suba a tido meio de teus santos, a quem abençoaste tão abundantemente com o confor-to deste mundo . Abre novos caminhos pelos quais os necessitados possam ob-ter sustento pelo trabalho honesto, e também inclina o coração dos material-mente mais abençoados, a darem generosamente de seus bens aos seus irmãose irmãs menos favorecidos, para que tu não encontres motivo para repreender--nos pela negligência, mesmo do menor de todos os teus filhos do convênio.

Ó Deus de Israel, volta a tua face, nós te suplicamos, em amorosa benevo-lência para o teu afligido povo da casa de Judá. Oh! livra-o daqueles que ooprimem. Cura as suas feridas, conforta os seus corações, fortalece os seu pése dá-lhes ministros, segundo teu próprio coração, que os guiarão no teu cami-nho, como nos tempos antigos . Que os dias de sua tribulação logo cessem, epossam ser estabelecidos por ti nos vales e planícies do seu antigo lar ; e que Je-rusalém.regozije ,e a Judéia se alegre, pela multidão de seus filhos e filhas, pe-las doces vozes de seus filhos nas suas ruas e pelo rico derramamento de tuamisericórdia salvadora sobre eles . Que Israel nunca mais curve a cabeça, nemdobre o pescoço diante do opressor, mas, que seus pés se tornem fortes sobreos montes eternos, e que nunca mais dali sejam banidos pela violência, e que olouvor e a glória sejam para ti.

Lembra-te, com igual piedade, dos decadentes remanescentes da casa deIsrael, os descendentes do teu servo Léhi . Restaura-os, à tua antiga proteção,cumprindo inteiramente as promessas feitas a seus pais, e torna-os uma raçabranca e agradável, um povo amado e santo como em dias passados . Que tam-bém esteja perto o tempo em que juntarás os dispersos de Israel das ilhas domar e de todas as partes pelas quais os espalhaste, e as dez tribos de Jacó do es-conderijo do norte, restaurando-os ao convívio e à fraternidade com seus pa-rentes da semente de Abraão.

Agradecemos-te, ó Deus de Israel, porque tu levantaste homens patriotas,para estabelecer o alicerce deste grandioso governo americano . Tu os inspiras-te a elaborar uma boa Constituição e leis, que garantem a todos os habitantesdo país iguais direitos e privilégios para adorar-te, de acordo com os ditamesde sua própria consciência . Abençoa os oficiais judiciais executivos . Confere

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abundantes favores ao Presidente, seu Gabinete e ao Congresso . Iluminados eguiados pelo teu Espírito, possam eles manter e preservar os gloriosos princí-pios da liberdade humana . Nossos corações estão cheios de gratidão a ti, nossoPai Celeste, por tua bondade para conosco, abrandando o coração dos nossosconcidadãos, o povo desta nação, em nosso favor . Aquilo que tens feito temsido maravilhoso aos nossos olhos . Somos-te gratos porque moveste o coraçãodo Presidente da nação a promulgar uma anistia geral, por removeres o pre-conceito e o desentendimento da mente de muitas pessoas no que se refere anós e nossos propósitos, e eles estão dispostos a tratar-nos como seus concida-dãos e não como inimigos . Por isto sentimos que devemos dar-te glória, nestasanta casa, e humildemente imploramos que aumentes este sentimento em seuscorações . Capacita-os a nos verem como realmente somos . . Mostra-lhes quesomos seus amigos, que amamos a liberdade, que nos uniremos a eles na defe-sa dos direitos do povo, da Constituição, e leis do nosso país ; e dá-nos, bemcomo aos nossos filhos, uma maior disposição para sempre sermos leais, e fa-zermos tudo que esteja em nosso poder, para resguardar os direitos constitu-cionais e a liberdade de todos, dentro dos limites desta grande nação.

Lembra-te em tua misericórdia, ó Senhor, dos reis e príncipes, dos no-bres, dos monarcas e governadores, e dos grandes da terra, e igualmente de to-dos os pobres, dos aflitos e oprimidos, e na realidade, de todas as pessoas, pa-ra que seus corações possam abrandar-se quando teus servos forem prestar tes-temunho do teu nome, para que seus preconceitos possam ceder diante da ver-dade, e teu povo encontre favor aos seus olhos . Da mesma forma, controla osnegócios das nações da terra, a fim de que o caminho seja preparado para o es-tabelecimento de um reino de justiça e verdade . Desejamos ver a liberdade es-palhar-se por toda a terra, ver a opressão cessar, o domínio do tirano rompi-do, destruídos todos os tipos de governo despótico pelos quais teus filhos sãoaviltados, oprimidos e impedidos de desfrutar sua parcela das bênçãos da terraque criaste para habitação deles.

Ó Deus, Pai Eterno, tu conheces todas as coisas . Tu sabe o rumo que teupovo foi levado a tomar nos assuntos políticos . Eles, em grande parte se junta-ram aos dois grandes partidos nacionais . Campanhas foram feitas, eleições fo-ram realizadas, provocando muitos ressentimentos partidários . Muito tem si-do dito e feito que feriu os sentimentos dos humildes e mansos, e que tem sidouma causa de ofensa . Suplicámos-te, em tua infinita misericórdia e bondade,que perdoes teu povo no que tem pecado a este respeito . Mostra-lhes, ó Pai, assuas faltas e erros, para que possam ver os mesmos à luz de teu Santo Espírito,e se arrepender verdadeira e sinceramente, e cultivar o espírito de afeição eamor que desejas que todos os filhos dos homens tenham uns pelos outròs, eque teus santos, sobretudo, deveriam acalentar : Habilita teu povo daqui pordiante, a evitar amargura e disputas, e a abster-se de palavras e atos em discus-sões políticas, . que podem criar ressentimentos e ofender o Santo Espírito.

Pai Celestial, quando teu povo não tiver oportunidade de entrar nesta ca-sa santa para oferecer as suas súplicas a ti, e estiver oprimido e em dificulda -des, rodeado pela adversidade, ou assaltado péla tentação, e volver o olhar pa -ra esta santa casa, e rogar-te libertação, ajuda, e que o teu poder seja estendi-do em seu favor, rogamos-te que baixes teu olhar da tua santa habitação, commisericórdia e terna compaixão sobre eles, e atentes para seus rogos . Ou quan-

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do os filhos de teu povo, em anos vindouros, forem separados, por qualquermotivo, deste lugar, e seus corações se voltarem em lembrança de tuas promes-sas para este santo templo, e rogarem a ti em meio às aflições e tristezas, quelhes estendas alívio e socorro, humildemente te imploramos-que voltes o teuouvido em misericórdia para eles; atenta para os seus brados e concede-lhes asbênçãos que te pedirem.

Pai Onipotente, aumenta dentro de nós, os poderes daquela fé concedidae possuída por teus santos . Fortalece-nos pela lembrança das gloriosas liberta-ções do passado, pela lembrança dos convênios sagrados que tens feito conos-co, a fim de que, quando o mal nos dominar, quando formos envolvidos pordificuldades, quando passarmos pelo vale da humilhação, não vacilemos, nãoduvidemos, mas na fortaleza de teu santo nome, possamos realizar todos ospropósitos justos que tens para nós, que preenchamos a medida da nossa cria-ção, e triunfemos gloriosamente pela tua graça, sobre todo pecado costumei-ro, sejamos redimidos de todo mal, e sejamos contados no reino dos céus comos que habitarão na tua presença para sempre.

E agora, nosso Pai, nós te exaltamos, nós te louvamos, nós te glorifica-mos, nós te adoramos, e damos-te graças, por tua extrema bondade para co-nosco, teus filhos, e rogamos-te em nome do teu filho Jesus Cristo, nosso Sal-vador, que ouças estas humildes petições, e as respondas dos céus, de tua santahabitação, onde te assentas entronizado em glória, poder, majestade e domí-nio, e com poder infinito que nós, tuas criaturas mortais, não podemos imagi-nar, muito menos compreender . Amém e Amém ."

Todos os que assistiram aos serviços de dedicação na manhãdo dia 6. de abril de 1893, lembram-se da impressão comoventedo dia . O céu estava nublado e ameaçador, e pouco antes da ho-ra do início, começou a soprar um forte vento do noroeste . Estevento aumentou, transformando-se em verdadeiro furacão edurante toda a sessão matutina pareceu, deveras, que o príncipedo ar estava ení pleno comando ; mas a paz e a serenidade da as-sembléia tornou-se ainda mais impressionante em contraste como tumulto e tesmpestade do lado de fora.

Um grande órgão de tubos tinha sido instalado na sala deassembléia e serviu como acompanhamento ao coro de vozes es-colhidas, por quem hinos e canções, especialmente compostospara a ocasião, foram cantados. O traço característico e essen-cial do serviço foi obviamente a oração dedicatória ; e a esta, fo-ram adicionados breves discursos por oficiais da Igreja . Na pri-meira sessão cada um da Primeira Presidência proferiu um dis-curso, repleto de promessas e profecias . Durante todo o serviçofoi repetido o solene refrão proclamando em canto, sermão eoração :

"A Casa do Senhor está concluída."

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CAPÍTULO VII

O Grande Templo da Cidade do Lago Salgado —Parte Externa

Diante de nós encontra-se a estrutura concluída, o resultadovisível de quatro décadas de trabalho árduo e devotado — umperíodo marcado no começo por pobreza e penúria, seguidas derelativa prosperidade e abundância . A impressão produzida pe-la primeira vista da parte externa é a de solidez unida a um sensode estabilidade assegurada . Um exame mais acurado .e um co-nhecimento mais profundo serve para intensificar a primeiraimpressão, revelando, ao mesmo tempo numerosos detalhes desingularidade da planta e a excelência na construção . Quanto aodesenho arquitetônico, o templo pertence a uma categoria pró-pria . A originalidade, mais do que a novidade, caracteriza cadatraço proeminente . Não obstante, nada há que demonstre umefeito forçado ou empenho consciente, para fugir das linhasmais convencionais . O templo não tem nada de excêntrico emsua arquitetura; pelo contrário, está estritamente de acordo como ambiente material e a atmosfera espiritual.

O prédio é de estilo composto, apresentando traços góticose românicos . Por arquitetos de experiência, seu estilo tem sidodescrito como uma modificação do gótico, enquanto outros otêm chamado de românico por seguir, em parte, o estilo acaste-lado, tão altamente desenvolvido na Inglaterra . Mesmo, porém,se tal descrição for verdadeira quanto à parte externa, é comple-tamente inaplicável à interna . Não há altos tetos góticos aboba-dados, nem vigas maciças segundo o estilo românico ; ao contrá-

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rio, a parte interna mais se aproxima do estilo arquitetônico daRenascença . 1

O templo foi construído para uso específico ; era destinado aserviço completamente diferente do de uma catedral, tabernácu-lo, mesquita ou sinagoga ; e o edifício foi planejado e projetadopara satisfazer o seu propósito distinto . Isto foi e é a razão desua existência, a explicação de seu desenho, tanto em defesa co-mo justificação de sua planta.

Como foi mostrado, as plantas do prédio tornaram-se co-nhecidas, e uma descrição razoavelmente minuciosa foi publica-da em 1854 . 2 Uma análise cuidadosa da estrutura acabada, mos-tra que em todos os detalhes essenciais, a planta original da par-te externa foi seguida quase que fielmente . Os pormenores dospináculos, torrinhas e remates não haviam sido determinadosquando o projeto foi primeiramente anunciado ; nestes detalhes,como em outros, a planta original foi completada ; mas nenhu-ma alteração essencial foi introduzida.

Como está agora, o prédio tem 56,85 m de comprimentopor 35,11m de largura, incluindo os ressaltos da base das torresdos cantos, ou 30,18 m de largura no corpo principal . As pare-des laterais têm a altura de 51,05 m ; a torre central ocidentaltem a altura de 62,18 m, e a torre correspondente do lado orien-tal, tem 1,83 m a mais de altura . A área inteira ocupada peloprédio tem 2 .029,86 metros quadrados.

As paredes estão assentadas sobre um alicerce maciço quepenetra na terra 4,88 m de largura ria sua base, ese estreita para2,74 m nó topo . Do nível do chão até os globos sobre os pinácu-los, as paredes são de granito, cada bloco acuradamente cortadoquanto à dimensão e modelo, e ajustado com igual precisão,tanto do lado externo, quanto interno. As janelas, abobadadase ovais, todas profundamente encaixadas nos vãos de granito,são emolduradas de oólito . Em todo o primeiro andar, as pare-

' Joseph D . C . Young, o arquiteto encarregado durante o último período de construção, escreveu o que segue, em resposta a uma .pergunta do autor em janeiro de 1912:"Perguntas quanto ao estilo arquitetônico adotado no grande templo, têm sido feitasrepetidamente . Algúns eminentes arquitetos têm-no classificado como gótico, outrostêm dito .que é praticamente inclassificável, sendo "todo material e não absolutamentedesenho" . A meu ver poderia ser considerado de estilo românico modificado pelo acas-telado ."

2Veja pág . 109-112 .

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des têm 2,44 m de espessura ; na estrutura superior, a espessura éreduzida por estágios até um mínimo de 1,83 m . Os contrafortessão todos 30 cm mais grossos do que as paredes propriamenteditas.

O prédio consiste de três torres em cada extremidade —oriental e ocidental, e entre elas, estende-se o corpo principal doprédio, sugerindo, ao observador a uma certa distância, umavasta nave intermediária . Na planta baixa o templo é admiravel-mente simétrico, cada um dos eixos centrais sendo um eixo de si-metria . A metade ocidental é uma repetição da oriental, e a dosul é uma cópia da- do norte . Os alinhamentos que correm denorte a sul pelo centro das três torres, em ambas as extremida-des, são também alinhamentos de simetria, dividindo as torresem partes correspondentes.

A repetição das partes aparece também na seção vertical.Assim, acima da primeira faixa ou friso, ou seja, imediatamenteacima do porão ou primeiro andar, fica o segundo andar, indi-cado por fora, por uma série de altas janelas abobadadas entreos contrafortes; acima destas existe uma série de janelas elípti-cas ou ovais. A faixa imediatamente acima dessas aberturasovais, marca o centro da estrutura, quando visto na seção verti-cal do corpo principal . A metade superior, até o nível do frisomais alto, é em linhas gerais uma repetição da metade inferior.O telhado tem tão pouca inclinação que parece praticamenteplano, pois se eleva somente 2,44 m da beirada até o centro . En-tre as torres das extremidades, ou seja, po corpo principal doprédio, as paredes têm nove contrafortes ou pilastras, tanto nolado norte como sul . Cada uma dessas pilastras eleva-se acimados parapeitos e paredes de ameias, e é rematada por um blocode granito de 1,07 m de lado da base por 0,76 cm de altura . Des-ses capitéis das pilastras, quatro em cada parede possuem umaabertura formando a saída superior de condutos de ventilaçãoque se estendem até o porão.

Acima do nível do telhado, elevam-se as seções superioresdas torres com seus pináculos e remates . Torrinhas octogonaisocupam os cantos das torres, e cada uma é encimada por . ummonólito em forma de pirâmide com 1,83 m de altura por 0,91m de diâmetro na base ; o ápice dessa pirâmide é lavrado em for-ma de um cacho de acanto . Cada uma das seis torres é encimada

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por um pináculo em forma de pirâmide, que termina numa pe-dra de cúpula esférica . Os blocos talhados que formam os piná-culos têm 0,61 m de espessura; as pedras de cúpula das quatrotorres do canto medem 0,61 m de diâmetro, enquanto as dasduas torres centrais medem 0,91 m a mais.

O terminal esférico da torre central oriental, que é a pedramais elevada do prédio, e portanto, a pedra de cúpula propria-mente dita, suporta uma estátua, cuja coroa marca o pontomais alto de toda a estrutura . A figura, que tem 3,81 m de altu-ra, é a de um homem que caracteriza um arauto ou mensageirotocando trombeta. Em pose e proporção, a figura é graciosa emeiga, ainda que viril e forte ; as roupagens são simples, e dei-xam só os pés, os braços, o pescoço e a cabeça descobertos . Emvolta da cabeça ostenta um fino diadema que sustenta forteslâmpadas incandescentes . A estátua é de cobre forjado, espessa-mente folhado a ouro . É obra de C.E. Dallin, nascido em Utah,e agora um escultor internacionalmente conhecido . A figura re-presenta Morôni, o profeta nefita, que morreu por volta de 421A.D ., e que, como um ser ressurreto, visitou em 1823 o profeta--menino Joseph Smith, trazendo-lhe a mensagem do evangelhorestaurado, de acordo com a profecia do antigo vidente:

"E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, parao proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua,e povo, dizendo com grande voz : Temei a Deus, e dai-lhe glória ; porque vindaé a hora do seu juízo . E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e asfontes das águas ." 3

Como foi descrito em conexão com as cerimônias do assen-tamento da pedra de cúpula em 6 de abril de 1892, sobre a qualse apóia a estátua, é uma das pedras que abrigam registros dotemplo . 4 Uma outra pedra semelhante deve ser mencionada . Es-ta se encontra no canto sudeste do prédio, imediatamente abai-xo da primeira camada de granito . É um bloco de quartzito, de0,91 m de comprimento por 0,51 m tanto de largura quanto dealtura . Uma cavidade de 0,30 m 2 em corte transversal contém li-vros e periódicos impressos ; e registros manuscritos, ali coloca-dos na ocasião do assentamento da primeira camada de granito.Uma placa de quartzito fecha a cavidade e é cimentada no lugar,

3Apocalipse 14 :6, 7.4Veja p . 115 .

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O GRANDE TEMPLO - PARTE EXTERNA

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com devidas providências para,evitar a entrada de umidade.Há nas paredes várias séries de pedras com significado e de-

senho simbólicos, tais como os que representam a terra, a lua, osol e as estrelas, além de pedras com nuvens e outras ostentandoinscrições.

As pedras da terra são em número de trinta e quatro, onzede cada lado e seis em cada extremidade do edifício . Elas estãoassentadas sobre a camada do pedestal, ou primeira camada degranito, estendendo-se a 0,71 m acima do chão . Existe uma des-sas pedras em cada contraforte com exceção apenas dos contra-fortes na junção das torres com o corpo principal do prédio . Es-sas pedras da terra constituem os maiores blocos cubóides doedifício ; cada uma delas mede 1,67 m de altura, 1,46 m de largu-ra e 0,51 m de espessura, pesando pouco menos de três tonela-das e meia. Cada um desses blocos maciços é talhado de forma amostrar parte da superfície de uma esfera, o segmento tendo umdiâmetro de mais de 0,90 m.

Os blocos talhados para representar a lua em suas várias fa-ses, e conhecidas como pedras da lua, ocupam lugar de destaquenos contrafortes, imediatamente abaixo do segundo friso oupingadouro; estão portanto, em nível com o topo da primeira li-nha, ou série inferior, de janelas ovais, correspondendo ao tetodo andar mezanino . Há cinqüenta dessas pedras ; cada uma com1,39 m de altura, 1,06 m de largura e 0,30 m de espessura.

As pedras do sol ficam nos contrafortes diretamente abaixodo terceiro cordão de pedra ou pingadouro, que é praticamenteo nível do telhado . Há cinqüenta dessas pedras, cada uma talha-da de forma a representar o corpo do sol, com a beirada serri-lhada em cinqüenta e duas pontas simbolizando os raios do sol.Essas pedras medem cada uma 1,39 m de altura, 1,06 m de lar-gura e 0,25 m de espessura.

As pedras das estrelas são inúmeras ; cada uma ostenta, emrelevo, a figura de uma estrela de cinco pontas . Na torre centraldo lado oriental, imediatamente abaixo das ameias,- há dezesseisdelas, quatro de cada lado ; e em cada uma das torres orientaisdo canto, existem doze dessas pedras, perfazendo quarenta, so-mente nessas torres . As chaves das áreas dos portais e das jane-las pertencem a esta classe, cada uma ostentando uma única es-trela .

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Pedras das estrelas de um outro tipo: aparecem na face datorre central ocidental . Aqui, acima da janela mais alta e esten-dendo-se até a base do alinhamento das ameias, são vistas as se-te estrelas da constelação Ursa Maior . O grupo está disposto detal maneira, que as duas estrelas chamadas de Guardas, estãopraticamente alinhadas com a própria Estrela Polar.

As pedras das nuvens, em número de duas, são vistas na fa-ce superior da torre central oriental, imediatamente abaixo dosarremates dos principais contrafortes . Estas mostram um aglo-merado de cúmulos, através das quais passam raios de sol . A fa-ce assim esculpida tem 1,54 m por 1,07 de área.

Fez-se referência às pedras com inscrições que fazem partedas paredes externas . A principal pedra desse tipo é vista na tor-re central, acima das janelas, correspondendo em sua posiçãocom a constelação da torre central ocidental . A inscrição princi-pal que ocupa uma superfície de pouco mais de 6,10 m por1,83 m, consiste de letras profundamente gravadas e intensa-mente douradas . 5 Nos arcos acima das janelas grandes das tor-res centrais, aparecem inscrições que são iguais em ambas as ex-tremidades do edifício . A chave da abóbada da janela inferiorostenta num rolo de pergaminho esculpido : "Eu sou Alfa eÔmega. "6 Esta inscrição, um resumo figurativo tanto do tempocomo da eternidade, e uma proclamação daquele que é sem co-meço e sem fim, é particularmente apropriada sobre caixilhoscentrais desta, a Casa do Senhor ; e aquele que se detém para lê-la, poderia muito bem considerar o texto e seu contexto na ínte-gra: "Eu sou Alfa e Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor,que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso ."7

Imediatamente abaixo dessa inscrição, no arco da janela in-ferior da torre central, aparece, em relevo, o símbolo do apertode mãos, significando o vínculo da fraternidade e a livre ofertada mão direita da amizade . Nas pedras correspondentes, acimadas janelas superiores em cada torre central, existe um emblemaesculpido do Olho Que Tudo Vê.

A entrada para o templo diretamente de fora, é proporcio-nada por quatro grandes portais, dois em cada extremidade ; ca-

5 Veja a pág . 103.6Veja Apocalipse 1 :8, 11 ;'21 :6 ; 22 :13:7Apocalipse 1 :8 .

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da um destes ocupa um átrio entre a torre central e a torre adja-cente do canto . As quatro portas são do mesmo feitio . Uma es-cadaria de 16 degraus de granito conduz ao átrio ; o mais baixodesses degraus, tem aproximadamente 4,88 m de comprimento,e o superior, cerca de 2,75 m, e cada um dos intermediários, cer-ca de 3 m . Sobre a laje de granito superior, assenta-se a soleirada porta, ou degrau da porta propriamente dita, que é de bron-ze fundido . O vão da porta tem 2,44 m de largura, e 5,02 m dealtura, sendo fechado por portas duplas, encimadas por bandei-ra em arco . As portas propriamente ditas, têm 3,66 m de altura,e 1,22 m de largura, cada uma . A almofada inferior de cadaporta é de carvalho, enquanto que a do meio e a superior sãoocupadas por placas de vidro chanfrado, protegidas por gradesde bronze de desenho complicado, tendo um medalhão de col-méia no centro . As ferragens são todas de bronze fundido, etêm desenhos especiais . A maçaneta apresenta em relevo umacolméia, sobre a qual, em linha curva, aparecem as palavras"Santidade ao Senhor" . O espelho da fechadura apresenta, emrelevo, as mãos enlaçadas dentro de uma coroa de ramos de oli-veira, um arco com chave, e as datas "1853-1893" — os anosem que o grande edifício foi iniciado e concluído.

Ao lado de cada portal, flanqueando a torre central, existeum nicho abobadado no granito, suficientemente grande paraconter uma estátua de heróicas proporções. 8

Assim é o grande templo visto de fora . Sua estrutura com-pacta impressiona até o observador casual, como símbolo deperpetuidade, e a corporificação da firmeza e durabilidade . Elese ergue como um pico isolado dos montes eternos . Tanto quan-to qualquer obra do homem o consiga, ele sugere duração.

8Durante certo número de anos, os nichos na extremidade oriental do templo, fo-ram ocupados por estátuas de bronze, de Joseph Smith, o profeta, e Hyrum Smith, opatriarca, que posteriormente foram removidas para o terreno aberto, dentro dos mu-ros da Praça do Templo .

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CAPÍTULO VIII

O Grande Templo da Cidade do Lago Salgado —Parte Interna

O Anexo do Templo : Embora existam quatro portais queconduzem de fora diretamene ao interior, a entrada usual é peloprédio separado, conhecido como o Anexo . Sob condições ordi-nárias, somente as autoridades da Igreja quando se dirigem paraas reuniões de conselho, entram pelas portas externas, se bemque, nas raras ocasiões de convocação especial do sacerdócio,muitos passam por esses portais.

Entra-se no Anexo, ao nível do terreno, por um espaçosovestíbulo de 5,49 m por 6,40 m, com vidro ondulado em três deseus lados . O piso é revestido de mosaico, tendo uma borda delajes de mármore. Esta ante-sala é suprida de aquecimento a va-por, servindo incidentalmente como vestiário . À porta do Ane-xo, há duas grandes colunas de mosaico de mármore, e em con-tato com as paredes adjacentes, existem duas outras colunas, domesmo material e modelo correspondente . Dentro do Anexoneste andar, há bem equipadas salas de escritório, com escriva-ninhas para o extensivo trabalho rotineiro de recepção e regis-tro.

O recinto principal, no entanto, é a capela do Anexo . Estaocupa a parte central do prédio, e tem capacidade para trezentaspessoas sentadas . A sala consiste de uma área central de 10,97 mde cada lado, com urna alcova semicircular com um raio de 2,74m nas extremidades norte e sul . A alcova do lado norte é ocupa-da por uma plataforma ou estrado, com a elevação de 0,25 macima do assoalho, sendo provida de um pequeno púlpito . Ocorpo central da sala tem Uma majestosa coluna de modelo co-ríntio em cada um de seus quatro cantos; estas colunas repou-

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sam sobre pedestais maciços, elevando-se até o teto . Pequenascolunas de modelo similar, suportam os arcos, que dividem asalcovas do auditório principal . Acima dos arcos, na extremida-de norte, aparecem retratos da Primeira Presidência atual ; e aoredor das paredes estão os retratos do Conselho dos Doze Após-tolos atuais, por ordem de antigüidade da ordenação. Dentrodas alcovas estão pendurados os retratos dos que morreram —no lado norte, os ex-membros da Primeira Presidência, e ao sul,os apóstolos já falecidos . Na parede ocidental há uma reprodu-ção em tamanho normal da famosa tela "Cristo diante de Pila-tos", de Munkacsy. Esta cópia é obra de Dan Weggeland, umdos artistas veteranos de Utah . O teto é formado pela interseçãode quatro arcos ; produzindo quatro arestas de encontro de abó-badas. Cada uma das quatro lunetas é ocupada por uma sérietripla de janelas arcadas consistindo de vidro colorido em dese-nhos simples.

No lado ocidental do prédio há um pequeno refeitório, ondeé servido almoço aos registradores e outros oficiais em serviço,durante o dia . Uma escada leva ao porão, que é ocupado por sa-las de depósito e lavatórios.

A Passagem do Anexo: O pé da escada marca o começo deuma passagem semi-subterrânea, que se estende por 27,43 m emdireção sul até a parede do templo . Esta passagem recebe ar eluz natural, por meio de janelas em três grandes cúpulas de ven-tilação que se elevam a 1,83 m acima do solo . A iluminação arti-ficial é provida por três lustres, cada um tendo doze globos . Per-to da extremidade sul, fica a entrada para um corredor lateral,que leva à casa das máquinas, na qual está instalada uma apare-lhagem muito eficiente para limpeza a vácuo ; ela está ligadacom todas as salas do templo .' A passagem termina ao pé deuma curta escada de granito — no centro da parede do norte daestrutura principal . O topo desses degraus marca a soleira daporta do templo. Portas pesadas dividem o templo dó Anexo.

O Corredor Inferior: A porta da passagem do Anexo abrediretamente para o corredor inferior do templo . Este se estende

.Antes de 1911 o templo recebia iluminação e aquecimento de seus próprios dína-mos e caldeiras ; e durante aquele período, geradores elétricos funcionavam nessas salas.Vapor e eletricidade são agora fornecidos por uma usina central situada imediatamentea oeste da Praça do Templo . Veja capítulo IX .

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por todo o prédio, de norte a sul, e tem 3,66 m de largura . Ochão é ricamente atapetado, as paredes finamente acabadas, e ocorredor, como um todo, apresenta um majestoso contrastecom a passagem bem simples, do lado de fora . As paredes sãoembelezadas com grandes quadros, o principal deles, uma telade 4,57 m por 3,96 m, mostrando Joseph Smith pregando às tri-bos de índios do leste . Na extremidade norte há um bebedourode ônix de Utah — um dos muitos deste modelo sem par distri-buídos por todo o prédio.

O Batistério: A oeste do corredor inferior, e ocupando umterço da parte central de todo o andar daquele lado, fica a salabatismal, na qual se encontra a grande fonte . Este recinto mede9,75 m por 13,71 m, com piso revestido de mármore branco.Uma faixa de 0,25 m do mesmo material se estende ao longo decada parede, com lambris da madeira acima . As paredes são vir-tualmente uma sucessão de portas duplas, cuja metade inferior émadeira almofadada, e a superior, de vidro granulado . Cadaporta é arcada, possuindo uma grande bandeira semicircularcom uma abertura central, ocupada por uma grade aberta demetal . Há seis pares dessas portas tanto do lado norte, como dosul, e dois pares nos lados leste e oeste . Há vinte e seis pilastrascaneladas ao longo das paredes, cada uma indo do chão até o te-to . A sala somente recebe luz natural indireta, contudo, dispõede abundante iluminação artificial provida por um grande lustrecentral e inúmeras lâmpadas laterais.

A fonte batismal é, obviamente, a característica mais salieneda sala. Para acomodá-la existe uma cavidade ou vão rebaixadode 0,92 m de profundidade a contar do nível do chão . Tal cavi-dade é circular, tem 6,40 m de diâmetro, sendo revestida demármore e cercada por uma balaustrada ornamental de ferro de0,61 m de altura . Neste vão rebaixado estão de pé doze bois detamanho natural, de ferro fundido, os corpos revestidos debronze e chifres prateados . Eles estão voltados para fora, emgrupos de três, e sustentam a pesada fonte batismal de ferrofundido esmaltado de branco, de forma elíptica, de 3,05 m e1,83 m nos seus eixos maior e menor respectivamente, e 1,22 mde profundidade ; 2 sua capacidade é de mais de 1 .514 litros . A

2 Compare com o "mar de fundição" do Templo de Salomão, I Reis 7 :23-26 ; 2Crônicas 4 :3-5 .

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borda é alcançada por uma escada de sete degraus, de ambos oslados, com balaustrada e corrimão de ferro ; cinco degraus inter-nos, em ambos os lados, possibilitam acesso à água ; os disposi-tivos para enchimento rápido e renovação de água quente e friana fonte batismal, são adequados e eficientes e devida atençãofoi dada às exigências de ventilação e sanitários.

A plataforma no topo das escadas no lado ocidental da fon-te, se expande em duas pequenas plataformas, uma de cada la-do; estas são cercadas pelo prolongamento das balaustradas . Nolado sul há uma pequena mesa para uso do registrador, e nonorte, há assentos para as testemunhas, cuja presença é essen-cial em todo batismo realizado em favor dos mortos . 3

A colocação do batistério no andar inferior ou porão, nãofoi uma questão de mera conveniência . A maioria dos batismosrealizados no templo, são em favor dos mortos, e o simbolismoda localização da fonte batismal é estabelecido por autoridade:

"A fonte batismal foi instituída em similitude à sepultura, e mandou-seque fosse colocada embaixo do lugar onde os vivos costumam reunir-se, paracomparar os vivos e os mortos ."'

Ao norte do batistério existe um amplo recinto dividido emcompartimentos, usados como vestiários e onde são realizadascertas ordenanças de unção para os homens . Um arranjo seme-lhante para mulheres existe no lado sul . Nessas cerimônias, asmulheres são administradas só por mulheres, e os homens, porhomens.

A Sala Inferior de Conferência : A leste do corredor inferiorhá duas salas de reunião . A primeira destas tem cerca de 12,20m por 13,72 m, e é acabada e mobiliada com grande simplicida-de. Suas paredes não são ornamentadas ; e, exceto por seis lus-tres, a única coisa de valor decorativo, é um bebedouro de ônixe mármore matizado no lado sul . A sala é confortavelmente ata-petada, porém, com simplicidade marcante — sem nenhuma su-gestão de cor brilhante . Os assentos são cadeiras dobráveis, demodelo simples e há lugar para duzentas e cinqüenta pessoas.Esta sala é utilizada para as instruções preliminares, e pode serchamada, por conveniência, de sala inferior de conferência.

3 Veja Doutrina e Convênios, seção 128.'Doutrina e Convênios 128 :13 .

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A Sala do Jardim: E marcante o contraste entre a sala des-crita acima e o recinto ao sul ao qual se chega pela sala de confe-rência, por uma passagem em arco fechado por cortinas . Embo-ra tendo as mesmas medidas da sala anterior, e assentos paraacomodar o mesmo número de pessoas, em todos os seus pon-tos, é de decoração mais elaborada . O teto e as paredes são em-belezados com pinturas a óleo — aquele representando as nu-vens e o céu, como o sol, a lua e as estrelas ; estas, mostrandopaisagens de rara beleza . Há grutas silvestres e pequenos valesmusgosos, lagoas e córregos, cachoeiras e regatos, árvores, tre-padeiras e flores, insetos, pássaros e animais, em resumo, a ter-ra em toda sua formosura — como era antes da Queda . Podeser chamada de Sala do Jardim do Éden, porque em cada partee detalhes, expressa doce contentamento e santo repouso . Nãohá sugestão de distúrbio, inimizade ou hostilidade ; os animaisestão em paz e os pássaros vivem em harmonia . No centro daparede sul, há uma plataforma e um altar de oração, alcançadopor três degraus . O altar é estofado com veludo, e sobre ele, re-pousa a Bíblia Sagrada . Nos lados do altar, existem largas pas-sagens que levam diretamente a um jardim de inverno com plan-tas naturais.

A Grande Escada começa perto da extremidade sul do cor-redor inferior já descrito . E provida de um majestoso pilar decorrimão, e de uma maciça balaustrada, ambos de sólida cere-jeira . Esta escada consiste de trinta e cinco degraus com três pla-taformas, e no seu topo se encontra o corredor superior que cor-re 12,20 m de norte a sul . Uma grande tela representando o Cris-to ressurreto, instruindo os nefitas no continente ocidental, ocu-pa um espaço de 6,10 m na parede leste deste corredor ; e pintu-ras menores adornam as outras paredes.

A Sala do Mundo . Começando da primeira plataformaabaixo do topo da grande escada indo para o lado ocidental háum corredor de 2,74 m de largura e 4,57 m de comprimento . Es-te contém uma janela artística em ricas cores, de forma elípticacom cerca de 3,05 m de altura, representando a expulsão doÉden . Ela é de significado especial na jornada da Sala do Jar-dim embaixo, até o recinto simbólico ao qual leva esta passagemlateral . Em ambas as extremidades, o corredor termina numa

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passagem em arco ; entre estas, o teto é finamente apainelado . Asala é de tamanho idêntico às debaixo, medindo 13,72 m por12;20 m. E atapetada em marron vivo com assentos dispostos damaneira usual. Na extremidade ocidental há um altar de oraçãoestofado, sobre o qual estão colocadas ao alcance da mão assantas escrituras . Perto do altar, há uma escada que leva parauma pequena sala de espera, ao lado do patamar do elevador.

As paredes são inteiramente cobertas com pinturas paisagís-ticas, e a pintura do teto representa o céu e as nuvens . As cenasda terra contrastam fortemente com as da Sala do Jardim. Aquias rochas estão rachadas e fendidas ; a cena terrestre conta a his-tória do soerguimento de montanhas e convulsões sísmicas . Osanimais se empenham em combates mortais, ou se aprestam pa-ra atacar traiçoeiramente, ou já despedaçam a presa . As criatu-ras mais temerosas estão fugindo de seus adversários vorazes,ou encolhendo-se de medo em refúgios meio dissimulados . Háleões em combate, um tigre fartando-se num cervo abatido, lo-bos e raposas em ávida caçada . Aves de rapina estão matandoou sendo mortas . No alto de escarpado penhasco há um ninhode águia, a mãe e seus filhotes observando a aproximação domacho, segurando um cordeirinho nas garras . Todos os habi-tantes da floresta e as coisas selvagens da montanha vivendo soba sempre presente ameaça da morte, e é matando que sobrevi-vem. As árvores são retorcidas, disformes e crestadas ; arbustosagarram-se precariamente com as raizes nas fendas rochosas ; es-pinheiros, cardos, cactos e ervas daninhas sobejam ; num dos la-dos ruge um temporal devastador.

As cenas são típicas da condição do mundo sob a maldiçãode Deus . Contudo, existe certa atração misteriosa nesse cenárioe em seu caráter sugestivo . É uma história de lutas e rivalidade;de vitória e triunfo, ou de derrota e morte . O homem foi expul-so do Éden para enfrentar disputas, lutar com dificuldades, vi-ver pela labuta e suor . Esta câmara bem poderia ser chamada dea sala do mundo degradado, ou mais resumidamente, como aSala do Mundo.

A Sala Terrestrial : No canto noroeste da sala, descrita porúltimo, existe uma larga passagem que leva a um outro compar-timento grandioso, espaçoso e belo . Seu efeito geral é de riquezacombinada com simplicidade . Após a elaborada decoração da

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sala do mundo, esta é repousante em seu colorido suave e at-mosfera de conforto . O tapete é de veludo cor de alfazema, teci-do em desenhos simples . As paredes são pintadas de azul páli-do, o teto e o madeiramento, de branco com adornos em ouro.Na extremidade ocidental, há um grande espelho com molduraem branco e ouro. As cadeiras são estofadas combinando com otapete. Do teto apainelado pendem três lustres grandes, porémsimples, sustentando globos opalinos . Dois conjuntos de que-bra-luzes cônicos com lâmpadas incandescentes, ocupam nichoscirculares no teto, e arandelas em forma de tocheiro com maislâmpadas estão afixadas nas pilastras das paredes : Umas poucastelas emolduradas ornam as paredes, e a maior delas, .é a pinturaoriginal de Girard — José interpretando os sonhos do mordomoe do padeiro . Outros quadros ilustram incidentes da vida deCristo, e cenas nas terras bíblicas.

Há um altar estofado perto da extremidade oriental da salasobre o qual estão as sagradas escrituras . Nesta sala são dadasinstruções a respeito das investiduras enfatizando os deverespráticos de uma vida religiosa . É, portanto, comumente conhe-cida como a sala de conferência superior, mas em vista de suarelação com a sala seguinte, podemos por conveniência designá--la de Sala Terrestrial . Na extremidade oriental, há uma plata-forma elevada, alcançada por três degraus, cujos fundos for-mam um arco cujo vão é de 9,14 m . O arco é sustentado por cin-co colunas, entre as quais pendem cortinas de sedas, em quatroseções . Este é o Véu do Templo.

A Sala Celestial: Da sala anteriormente descrita para a queestá agora em consideração, a passagem é feita através do véu.Esta sala é um aposento amplo e alto com cerca de 18,28 m por13,72 m de área e 10,36 m de altura, ocupando a seção nordestedo prédio neste andar . Em acabamento e mobília é a mais mara-vilhosa de todas as salas da construção . Se a última sala descritapoderia ser considerada típica do estado terrestrial, esta sugerecondições ainda mais exaltadas ; e pode ser apropriadamentechamada de Sala Celestial . A extremidade ocidental é inteira-mente ocupada pelo Véu . A parede oriental é parcialmente ocu-pada por dois espelhos triplos, de 3,96 m de altura ; a seção cen-tral de cada um é de 1,12 m de largura, e as seções laterais me-dem cada uma 0,91 m de largura . Ao longo das paredes há vinte

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e duas colunas em pares, com capitéis coríntios; estas suportamentablamentos, dos quais nascem dez arcos, quatro de cada la-do e um em cada extremidade. Dentro dos nichos formados poresses arcos, há pinturas e bustos dos líderes atuais e falecidos daIgreja, e telas representando cenas das terras da Bíblia e inciden-tes de interesse da história da Igreja . Entre estas, destacam-se aspinturas de Lambourne, mostrando o Monte Cumorah 5 e o lu-gar Adam-Ondi-Ahman . 6 Telas selecionadas ilustrativas de ce-nas da vida de Cristo e pequenas esculturas, estão dispostas comexcelente efeito em toda a sala . O teto é uma combinação deabóbada e painéis, elaboradamente acabado . As cornijas maci-ças e as vigas que separam os painéis do teto são ricamente em-belezadas com cachos de frutas e ramalhetes de flores . O esque-ma de cor das paredes é marrom suave realçado pelo azul-clarodas colunas caneladas, e por abundantes decorações em ouro.Oito lustres, com quebra-luzes de vidro ricamente acabado,pendem do teto, e cada uma das vinte e duas colunas ostentauma arandela de desenho correspondente . Um pilar de corri-mão ao leste suporta um cacho ornamental de globos coloridos,com um artístico suporte de bronze . O assoalho é coberto comum pesado tapete e o mobiliário é de desenho rico, porém, ade-quado . Palmeiras e outras plantas naturais, são mantidas embelos vasos do mais fino material . No lado oriental há uma pe-quena escada que leva a um escritório reservado para o presi-dente do Templo.

Cada um dos quatro nichos das janelas arcadas no lado nor-te, é emoldurado por cortinas de seda drapeadas, que em mate-rial e modelo combinam com o Véu . No lado sul, há quatro pa-res de portas duplas correspondendo em posição e tamanho àsjanelas do lado norte . O portal no lado sudoeste, que é providode portas de vaivém, abre diretamente para o corredor superiorno topo da grande escada já descrita; cada um dos outros trêsportais é provido de portas corrediças, e abre para um comparti-mento separado com piso pouco mais elevado em relação àgrande sala, reservado para serviço cerimonial especial, mais es-pecificamente descrito adiante.

Sala de Selamento pelos Mortos : A primeira destas três pe-

5 Veja "Regras de Fé" X1V :1-3.6Veja Doutrina e Convênios, seção 116 .

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quenas salas, tem cerca de 3,05 m por 3,96 m em ângulos retos,com um nicho semicircular de 1,52 m de profundidade no ladosul . Este é elevado dois degraus acima do assoalho principal . Naparede deste nicho, há uma janela artística ogival de vidro colo-rido, representando com detalhes reais e impressionantes, o pro-feta ressurreto, Morôni, entregando as placas do Livro de Mór-mon ao jovem vidente, Joseph Smith. É um símbolo adequadoda realidade da comunicação dos mortos com os vivos ; e é às or-denanças pertencentes a esta relação, que a sala é dedicada ; estaé a Sala de Selamento pelos Mortos . A parede ocidental é ocu-pada por um grande espelho . No centro encontra-se um altar ri-camente estofado de veludo rosa-antigo e dourado . O altar tem1,83 m por 1,07 m na base, e 0,76 m de altura . Aqui se ajoe-lham, em humilde serviço, os representantes de esposos e espo-sas, pais e filhos, já falecidos . As outras únicas mobílias consis-tem de cadeiras para o élder oficiante, as testemunhas e pessoasesperando as ordenanças no altar.

Sala de Selamento dos Vivos : Das três salas, a do lado orien-tal é, em tamanho e forma ; uma cópia da última descrita . Suadecoração, no entanto, é em tons mais vivos ; o altar e as cadei -ras são estofados com veludo carmesin, e as paredes são de corclara . Um espelho se estende do assoalho até o teto na paredeoriental . Esta é a Sala de Selamento dos Vivos . Aqui é soleniza-da a ordenança sagrada do casamento entre as partes que vêmfazer votos de fidelidade marital, para o tempo e a eternidade, ereceber o selo do eterno sacerdócio sobre sua união . Aqui, tam-bém são realizadas as ordenanças do selamento (ou adoção) defilhos que ainda vivem, aos pais que antes do nascimento delesnão haviam sido unidos na ordem do casamento celestial . 7 Nolado sul desta sala, há uma porta com bandeira e painés lateraisde vidro adornado em desenho floral, que dá para uma sala derecepção destinada a acomodar as pessoas que aguardam a or-denança de selamento . No lado oeste desta sala é ligada por umapequena passagem com outra sala de espera menor, e esta, porsua vez, dá para o corredor superior no topo da grande escada.

O Santo dos Santos: O compartimento central dentre os trêsligados com a sala celestial — situado, portanto, entre a sala de

7 Veja pág . 79 .

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selamento dos vivos e a dos mortos, é o menor de todos os recin-tos do templo, porém, o mais maravilhoso . Sua excelência, po-rém, é antes a de esplêndida simplicidade do que um esplendorsuntuoso . Fica em nível mais elevado do que as duas outras sa-las, sendo alcançado por uma escada adicional de seis degraus,do lado de dentro das portas corrediças . A pequena escada é li-mitada por balaustradas esculpidas a mão, as quais terminamem dois pilares de corrimão, ostentando figuras de bronze, sim-bolizando a infância inocente ; estes sustentam ramalhetes deflores, cada flor ornamental ostentando uma lâmpada elétrica.Na plataforma do topo dos degraus existe uma arcada, sob aqual há portas corrediças ; estas portas marcam o limiar do re-cinto mais íntimo ou Santo dos Santos do templo, e correspon-de à cortina mais interna, ou véu, que protegia da vista do públi-co os recintos mais sagrados do tabernáculo e dos templos dasdispensações anteriores.

O assoalho é de blocos de madeira-de-lei nativa, cada umcom 2,54 cm em corte transversal . A sala é de contorno circularcom 5,50 m de diâmetro, com paredes em painéis, estes separa-dos por pilares esculpidos suportando arcos ; é decorada em azule dourado . A porta de entrada e os painéis têm molduras de ve-ludo vermelho com uma borda externa decorada em ouro . Qua-tro nichos de parede, orlados em carmesim e dourado, têm umfundo em azul carregado, e dentro deles vêem-se altos vasoscontendo flores . A sala é praticamente sem luz natural, masmagnificamente iluminada por um grande lustre e oito gruposde lâmpadas nos lados . O teto é uma cúpula, na qual há janelascirculares e semicirculares de vidro adornado, e do lado externodestas, portanto, acima do teto, existem globos elétricos, cujaluz penetra na sala em inúmeros matizes de suave intensidade.

No lado sul desta sala, defronte à porta de entrada e em ta-manho correspondente, há uma janela de vidro colorido repre-sentando a aparição do Pai Eterno e seu Filho Jesus Cristo aojovem Joseph Smith . O evento ali reproduzido, marcou o inícioda dispensação da plenitude dos tempos . A cena é representadanum bosque; os personagens celestiais estão vestidos de branco,e parecem estar instruindo o jovem profeta, que está ajoelhado,com a face levantada e os braços estendidos . Abaixo está a ins-

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crição da escritura, pela qual Joseph foi levado a buscar a divinainstrução:

"Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a Deus, que a todos dá li-beralmente, e o não, lança em rosto, e ser-lhe-á dada.

E, abaixo:"Este é o meu Filho Amado, ouve-o,"

Esta sala é reservada para as ordenanças superiores do sa-cerdócio, relacionadas à exaltação dos vivos e dos mortos.

A Sala do Zimbório: Perto da plataforma da escada de gra-nito, na torre sudeste, no terceiro andar, fica a entrada da gran-de Sala do Zimbório, de 10,88 m por 13,41 m . No lado sul, hátrês janelas ovais, e no lado oposto, há semidiscos de vidro gra-nulado, que dão para a Sala Celestial embaixo e estão embuti-das em seus arcos . No centro aparece um grande zimbório, de15,54 m de circunferência na base e com a altura de 2,13 m . Es-te é cravejado com dezessete janelas adornadas ; e pode serprontamente reconhecido como o teto do Santo dos Santos jádescrito como o recinto mais eminente dosegundo andar . Emcada uma destas janelas, estão colocadas lâmpadas elétricas, é édestas lâmpadas que aquela sala recebe sua bela iluminação co-lorida indireta . Nas paredes estão pendurados retratos das auto-ridades da Igreja . Nenhuma obra de ordenança específica per-tence a este compartimento . No canto noroeste desta sala, abre--se um saguão ou corredor de 22,86 m de comprimento, 2,44 mde largura em seus primeiros 4,57 m de extensão, 'e 3,05 m norestante . No corredor, há salas ém ambos os lados.

A Sala dos Élderes: É a primeira sala no lado sul do corre-dor, a oeste da sala do zimbório . Tem 9,45 m por 3,96 m, sendoiluminada por uma janela oval . A mobília consiste de um altarpara oração, cadeiras e uma mesa . Esta sala é reservada paraconselho e oração dos diversos quoruns de élderes nas estacas daCidade de Lago Salgado, cada grupo tendo o direito de ocupá-la em determinados horários.

A Sala do Conselho dos Doze Apóstolos: Fica a oeste da úl -tima, no lado sul do corredor . Esta mede 8,53 m por 6,40 m, etem duas janelas ovais na parede sul . E mobiliada com doze ca-deiras de carvalho, estofadas em couro, outras cadeiras para re-

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gistradores ou secretários, escrivaninhas, mesa e altar . Nas pa-redes são vistos retratos dos apóstolos SUD vivos . Adjacente aesta câmara, há uma ante-sala de 4,27 m por 6,40 m.

A Sala do Conselho dos Setenta : A entrada é pelo corredor,perto de sua extremidade ocidental . A sala mede 8,53 m por4,27 m, e tem uma janela oval no lado sul . Esta câmara é reser-vada para uso dos primeiros sete presidentes dos setenta, oumais acuradamente, o Primeiro Conselho dos Setenta . É mobi-liada para seu propósito, com sete cadeiras do mesmo tipo, umacadeira extra para o registrador ou secretário, uma mesa e umaltar de oração.

A Sala de Conselho da Primeira Presidência e dos DozeApóstolos: Fica . situada no lado norte do corredor, e com suaante-sala, ocupa a maior parte daquele lado . O recinto principalmede 12,19 m por 8,53 m, tendo no centro um altar de oraçãode madeira branca, estofado com veludo carmesim . Doze gran-des cadeiras de carvalho, estofadas, estão dispostas em três qua-drantes de um círculo em volta do altar . O outro quadrante éocupado por uma mesa, atrás da qual há três cadeiras do mesmotipo para os três sumos sacerdotes presidentes, que constituem aPrimeira Presidência da Igreja, e uma outra cadeira para o Pa-triarca Presidente . Estas peças, com escrivaninhas, mesa e ca-deira para uso do registrador, constituem a mobília essencial dasala; todas as demais são decorativas. Nas paredes há belos qua-dros, entre os quais estão duas telas representando a descida dacruz, uma do sepultamento de Cristo crucificado, e outras comcenas da vida do Salvador . Ao lado destas, há telas originaismostrando cenas de paisagens de interesse na história da Igrejarestaurada.

A ante-sala desta câmara tem 4,87 m por 4,27 m . No ladonorte, vê-se uma janela comemorativa de vidro colorido, apre-sentando, no painel central, uma esplêndida reprodução dotemplo concluído, acima da qual aparece a sagrada inscrição,"Santidade ao Senhor ." Cada um dos painéis laterais, apresen-ta um escudo com rolo de pergaminho e inscrições . 8

A Sala do Sumo Conselho: Logo ao norte da ante-sala dacâmara reservada para a Primeira Presidência e os Doze Após-tolos, há uma sala de 7,62 m por 4,88 m., destinada ao uso da

8 Veja pág . 103 .

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presidência e do sumo conselho de cada uma das estacas deSião, pertencentes a este distrito . A ocupação desta sala é regu-lamentada, e os grupos presidentes de cada uma das estacasmencionadas têm acesso a ela em determinados horários, e espe-cificamente para serviço devocional. As sessões de negócio, es-tas organizações realizam em qualquer outro lugar, e não notemplo . A sala é mobiliada com o necessário número de cadei-ras, mesa e escrivaninha e um altar.

A Principal Sala de Assembléia, que com seus vestiários re-positórios e corredores das extremidades, ocupa todo o quartoandar, tem 36,58 m por 24,38 m de área, e 10,97 m de altura.Uma ampla galeria se estende ao longo de ambos os lados, etambém das extremidades, subtraído o espaço ocupado pelosestrados . Em ambas as extremidades deste grande auditório, háum espaçoso estrado uma plataforma em degraus — umamúltipla série de púlpitos . Os dois são iguais, tanto em acaba-mento, quanto em mobília ; a descrição de um, servirá para am-bos .

O estrado compreende quatro degraus ; o inferior a 0,30 mdo assoalho, enquanto cada um dos outros, tem 0,60 m de altu-ra. Sobre cada um dos três degraus inferiores, há um sofá de5,49 m de comprimento ; o superior é provido de um sofá de2,44 m para o presidente e seus dois conselheiros . Em cada ní-vel, há um púlpito central com escrivaninha menor, de modelocorrespondente, em ambos os lados . Todo o madeiramento des-ses estrados é esculpido a mão, e decorado em branco e doura-do .

O nível superior do estrado em ambas as extremidades dasala, é coberto por uma abóbada, sustentada por colunas, e os-tentando na fachada, a designação da ordem do sacerdócio àqual a extremidade é destinada . O estrado na extremidade oci-dental, tem a inscrição "Sacerdócio Aarônico", e na oriental,"Sacerdócio de Melquisedeque" . Lembrem-se de que na descri-ção da parte externa do templo, foi mencionado que as torresdo lado oriental são mais altas do que as do lado ocidental . No-ta-se agora que esta diferença está de acordo com o grau de or-dens do sacerdócio, estabelecidas dentro do templo, o maior naextremidade oriental e o menor na ocidental .

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Flanqueando os estrados oficiais, em ambas as extremida-des desse auditório, há lugares para os oficiais do sacerdócionão diretamente chamados para oficiar nos serviços do dia . Agaleria e os estrados laterais são providos de cadeiras dobráveis;os assentos da platéia são de construção reversível, a fim de queo auditório possa encarar o estrado que pertence ao sacerdóciooficiante na ocasião.

Esta grande sala é decorada em branco e dourado . Do tetoem painéis, pendem grandes lustres, e estes com as lâmpadas nascornijas somam um total de trezentos e quatro globos elétricos.Atrás de cada estrado, existem amplos vestiários com estradosem ambos os lados . Em cada canto deste majestoso auditório,há uma escada em caracol que leva à galeria ; a escada é de mo-delo gracioso com ornamentos entalhados a mão.

Os Andares Superiores: Acima do nível da principal sala deassembléia com suas dependências, não há nenhuma sala . O an-dar seguinte tem uma plataforma de elevador no lado ocidental,e um corredor que atravessa o prédio, ligando as duas torres decanto, tanto as da extremidade oriental como as da ocidental, eisso é tudo. A plataforma seguinte fica ao nível do telhado dotemplo, acima do qual há somente pináculos e remates.

As Quatro Escadas de Granito : Em cada uma das quatrotorres de canto, há uma escada que vai do porão até o telhado,com cada um dos degraus em sólido granito . As escadas são li-gadas a uma coluna central de granito de 1,22 m de diâmetro, ecada degrau é embutido e firmado de modo a resistir por longotempo, a todo e qualquer desprendimento ocasionado pelo pas-sar dos anos. Cada uma dessas quatro escadas de canto tem cen-to e setenta e sete degraus, perfazendo um total de setecentos eoito degraus . Cada degrau tem 1,83 m de comprimento, comum encaixe de 7,5 cm em cada extremidade ; na extremidademais estreita tem 0,13 m de largura e na outra tem 0,61 m ; os de-graus apresentam uma beirada saliente de 4 cm . Há amplas pla-taformas a intervalos convenientes, na longa espiral . Cada de-grau completo pesa mais de setecentos e setenta quilos, e o pesototal das quatro escadas de granito é de mais de quinhentos esessenta e seis mil quilos . Em cada andar, há um corredor de3,05 m de largura que corre de norte a sul, ligando as escadas

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das torres . Na extremidade ocidental do edifício há dois amploselevadores que correm em poços de granito separados do porãoaté o telhado . A princípio foram instalados elevadores hidráuli-cos, posteriormente substituídos por elevadores elétricos auto-máticos.

Lembremo-nos de que o templo não foi construído unica-mente para o presente . Sua estrutura é resistente e representa omelhor que mão-de-obra habilitada e devoção poderiam produ-zir . Na parte interna, sua aparência está estritamente de acordocom a solidez das paredes, e em harmonia com o aspecto exter-no impressionante e majestoso . Não há evidência em nenhumaparte, de planejamento precipitado ou execução descuidada.Mesmo as salas e defesas do sótão — embora pouco usadas —são bem acabadas.

No entanto, o templo não é embelezado em toda parte como igual esmero. Não houve dissipação, nem despesas desneces-sárias na sua ornamentação . A intenção predominante foi a deadequação . Há muitas salas decoradas e mobiliadas em estilosimples ; outras há, nas quais nenhum esforço foi poupado, nemo custo considerado, para assegurar a essencial grandeza e subli-midade . Em parte alguma há sequer o traço de imperfeição ; emnenhum lugar há o que sugestione ornamento excessivo . Cadasala foi planejada e construída para um propósito definido, edecorada e mobiliada em rigoroso acordo com aquele . Dentrodele, o maior templo da presente dispensação, não há pompa,não há desperdício de material, nem superornamentação. Otemplo foi planejado e construído como se acreditou ser o maisapropriado para

A Casa do Senhor.

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CAPÍTULO IX

A Praça do Templo

Por mais admirável que seja o feito da edificação do templopelo povo, particularmente no começo da obra, iniciada sobcondições tão desfavoráveis, o empreendimento torna-se aindamais notável, quando consideramos outras obras de construçãoexecutadas enquanto o templo estava sendo construído. Não sóoutros três templos foram começados e concluídos neste perío-do, mas também capelas em várias alas e estacas, e outros edifí-cios de ainda maior capacidade foram erigidos para assembléiasda Igreja em geral . Os prédios construídos na Praça do Templona Cidade do Lago Salgado representam por si sós, grandes em-preendimentos, quando considerados à luz das circunstânciasprevalecentes na época . Dentre tais prédios, conta-se o atual Ta-bernáculo; o edifício há muito demolido e atualmente conheci-do como o Antigo Tabernáculo, e o Assembly Hall.

É interessante saber que os primeiros abrigos erigidos paraas reuniões públicas, dentro do que agora é a Cidade do LagoSalgado, eram caramanchões ; entre estes, o Velho Caraman-chão é distintamente mencionado e conhecido . No dia 31 de ju-lho de 1847 — somente uma semana após a chegada dos pionei-ros no vale do Grande Lago Salgado, um destacamento do Ba-talhão Mórmon, l que acabara de chegar à colônia, ou cidade,como já então era chamada, construiu um caramanchão de es-tacas e galhos cortados para a acomodação de reuniões de ado-

1 O Batalhão Mórmon era um grupo de quinhentos homens alistados pelo povo mi-grante, por ordem do governo federal, para ajudar na guerra dos Estados Unidos com oMéxico . O batalhão foi convocado para o serviço em julho de 1846, e passou a fazerparte das forças comandadas pelo General Stephen F . Kearney . A parte principal do ba-talhão marchou do Forte Leavenworth até Santa Fé, e chegou ao sul da Califórnia emjaneiro de 1847 . Um destacamento dele, formado pelos homens que haviam ficado inca-pacitados durante a marcha, tinha passado o inverno em Pueblo ; este grupo alcançou ovale do Lago Salgado em julho de 1847, poucos dias depois da chegada dos pioneiros . ,

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ração . Este, com o tempo, foi substituído por um abrigo maiordo mesmo tipo, de 30,48 m por 18,29 m, que se tornou conheci-do na história local como o Velho Caramanchão . Consistia depostes fincados a intervalos convenientes, em torno de um qua-drângulo, cujas extremidades superiores eram unidas por varasfixadas, com cavilhas de madeira, ou amarradas na sua posiçãocom tiras de couro cru; e sobre essa armação empilharam ramosde salgueiro, coníferas e outros arbustos, resultando numa co-bertura que oferecia proteção parcial contra o sol, mas não con-tra o vento e a chuva.

O Antigo Tabernáculo: No início, esse edifício era conheci=do como o Tabernáculo; . desde a construção do edifício atualque ostenta o mesmo nome, o primeiro ficou sendo conhecidocomo o Antigo Tabernáculo . Tinha 38,40 m de comprimentopor 19,50 m de largura, e ocupava o lugar do atual Salão de As-sembléia, no canto sudoeste da Praça do Templo . Para os seusdias e sua época era um prédio enorme e pretensioso . Quanto àcapacidade de acomodar pessoas sentadas, lemos que na oca-sião da sua dedicação, .. durante a conferência de abril de 1852,havia 2 .500 pessoas presentes numa só sessão . Seu teto era abo-badado, sem apoio de pilares . Muitos dos postes e varas do Ve-lho Caramanchão entraram na construção do Antigo Taberná-culo . 2

O Tabernáculo: O edifício agora assim conhecido, na oca-sião da sua construção era distintamente designado de o NovoTabernáculo . Foi iniciado em julho de 1864, sendo que em ou-tubro de 1867 a obra estava tão adiantada que foi possível reali-zar a conferência geral sob seu teto . Esta notável construção foiplanejada e erigida sob a direção do Presidente Brigham Young.Quanto a ele, nenhuma beleza arquitetônica é reivindicada ; suaaparência geral é de uma enorme tigela emborcada, repousandosobre pilares. É, na verdade, uma vasta abóbada elíptica susten-tada nas beiradas por maciças paredes de arenito e contrafortes.Os contrafortes medem 2,74 m de largura ou profundidade e0,91 m de espessura . O espaço entre os contrafortes é ocupado

2A descrição do Antigo Tabernábulo e relatos das cerimônias da dedicação e aber-tura para utilização pública, aparecem no "Deseret News" daquela época, abril de1852 . Reedições parciais aparecem no "Latter-day Saint's Millennial Star", vol . XIV,ns . 22 e 23, de 24 e 31 de julho de 1852 . Esses artigos também incluem um resumo dasatas da conferência geral da Igreja naquele ano, e a oração dedicatória .

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por portas, janelas e paredes ; as portas abrem-se para fora, ofe-recendo assim um fácil meio de saída . O edifício mede 76,20 mde comprimento por 45,72 m de largura no centro . O teto fica a21,34 m do piso, no centro ; e do teto até o telhado, a distância éde 3,05 m . Uma espaçosa galeria de 9,14 m de largura, se esten-de ao longo das paredes internas, e é interrompida somente nolado ocidental, onde dá lugar ao grandioso órgão, e assentos re-servados para o majestoso coro . Em contraste com os métodoscomuns de construção, esta enorme galeria não é ligada às pare-des. A intervalos de 3,66 m a 4,57 m, grandes vigas ligam a gale-ria com os contrafortes das paredes, porém, entre essas vigas, agaleria termina a 0,76 m da face interna das paredes, sendo queesses vãos são protegidos por uma alta balaustrada . Acredita-seque as surpreendentes propriedades acústicas do prédio são de-vidas, em parte, a essa caracaterística arquitetônica ; a grandecúpula é, na realidade, uma colossal galeria de sussurros, comoverificaram por experiência própria as centenas de milhares depessoas que têm visitado o prédio . Quando está quase vazio, aqueda de um alfinete no ponto focal da elipse perto de uma dasextremidades do prédio, pode ser ouvida no ponto correspon-dente, da outra extremidade. A lotação normal de pessoas sen-tadas do prédio, incluindo a galeria, é de aproximadamente no-ve mil, embora . excepcionalmente já tenha . abrigado congrega-ções muito maiores do que esse número.

Na extremidade ocidental, estão os estrados incluindo ospúlpitos . Na realidade, existem três púlpitos em níveis ou terra-ços sucessivos ; estes oferecem acomodações para os oficiais daIgreja, nos seus diferentes graus de autoridade . Em ambos os la-dos dos terraços dos púlpitos, estendem-se plataformas para osoutros grupos do sacerdócio . Atrás dos estrados e púlpitos, ele-vando-se em ambos os lados até a altura da galeria e ocupando oespaço à frente do grande órgão, fica o lugar do coro, com as-sentos para acomodar aproximadamente trezentos cantores,com lugares extras na galeria para quase outro tanto.

Na extremidade ocidental do prédio, encontra-se o grandeórgão, tido pela maioria como um dos . melhores instrumentosde sua classe jamais construído . Na época em que foi construídoera o maior órgão dos Estados Unidos e o segundo ou terceirodo mundo. Um dos muitos aspectos surpreendentes relaciona-

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A CASA DO SENHOR

dos com esse instrumento é que foi construído por artesãos lo-cais ; as partes de madeira, incluindo o equipamento mecânico edos tubos, é inteiramente de material nativo . O órgão ocupauma área de 10,50 m por 9,15 m, elevando-se à altura de12,20 m no corpo do órgão em si, enquanto que as torres dafrente alcançam a altura de 14,63 m . Seus registros e regulado-res atingem a soma de cento e dez ; contém acima de 3 .6Õ0 tu-bos, que variam de 1m27 cm a 9,71 m de comprimento em suaparte acústica . Há quatro teclados completos, e um sistema depedais, perfazendo cinco órgãos individuais ao todo . Em tama-nho e proporção, o órgão é compatível com o grande prédio noqual está instalado; enquanto que, em qualidade de som, e equi-pamento mecânico, é de uma excelência correspondente aos ou-tros usos deste esplêndido auditório.

O telhado abobadado é construído pelo princípio de apoiode vigas cruzadas, sustentando-se á si próprio em toda a exten-são, não havendo pilares entre o teto e o piso . A armação do te-lhado é de madeira e na ocasião de sua construção, as vigas e astreliças eram ligadas com cavilhas de madeira e tiras de courocru. Estes materiais foram usados em lugar de pregos, mais pelanecessidade do que por escolha ; pregos podiam ser obtidos so -mente quando novos suprimentos eram trazidos por carroções,e o frete da longa jornada tornava seu custo proibitivo . Emboraatualmente existam muitos telhados com maior vão livre nosgrandes prédios do país, a maioria das estruturas mais recentessão de aço ; e é duvidoso que haja uma estrutura semelhantemais resistente, feita inteiramente de madeira.

OAssembly Hall: No canto sudoeste da Praça do Templo,encontra-se o Assembly Hall, um sólido edifício destinado acongregações de menor tamanho do que as que exigem o uso dogrande auditório do Tabernáculo. Durante o verão de 1877, oAntigo Tabernáculo, sobre o qual tantas lembranças agradáveisse acumularam, foi removido para dar lugar ao novo edifício . OAssembly Hall foi iniciado no ano acima mencionado, e, embo-ra já se realizassem reuniões no prédio inacabado, somente em1882 ele ficou pronto para dedicação . O edifício tem 36,58 mpor 20,73 m, incluindo os nichos das extremidades . As paredessão de granito das pedreiras do "canyon" de Còttonwood.

Usina de Serviço Geral : Todos os prédios que ocupam

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A PRAÇA DO TEMPLO

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atualmente a Praça do Templo, junto com muitos outros nasquadras adjacentes são abastecidos de vapor, água quente eenergia elétrica para iluminação, aquecimento e força por umausina independente situada perto do centro da quadra imediata-mente a oeste da Praça do Templo . Grandes galerias subterrâ-neas ligam essa usina aos diversos prédios servidos por ela . O tÚTnel principal tem 1,98 m de altura por 1,67 m de largura . Atra-vés dele correm todos os encanamentos para vapor e água, ca-nos de amônia para fins de resfriamento e mais um completoequipamento de condutores elétricos . Os túneis secundários têm1,98 m por 1,22 m . Os prédios abastecidos por esta usina comluz elétrica, aquecimento e força, e com vapor e água quente sãoos seguintes:

1. Todos os prédios da Praça do Templo, abrangendo ogrande templo e suas dependências, i .e, o Anexo, a estufa, aportaria, o Tabernáculo, o Assembly Hall e o Centro de Infor-mações .

2. Todos os edifícios pertencentes à Universidade SUD.compreendendo a Escola de Comércio, o Barratt Hall, o prédiomemorial de Brigham Young e a Lion House (Casa do Leão).

3. O Edifício do Bispo e o antigo Escritório do Dízimo ouArmazém do Bispo, agora usado para trabalho em conexão coma Universidade SUD.

4. O Ginásio Deseret.5. Os escritórios da Primeira Presidência dá Igreja junta-

mente com a residência oficial do Presidente, conhecida como a"Beehive House" (Casa da Colméia) . Esses prédios estão situa-dos a uma distância de duas quadras e meia da usina principal.

6. A ampla e famosa hospedaria, o Hotel Utah.7. O prédio do Deseret News e o seu anexo.8. O prédio Vermont.9. O prédio Sharon, e outras inúmeras construções meno-

res .O comprimento total do sistema de túneis chega a mais de

427 m, e são construídos de concreto armado com paredes depouco mais de 0,15 m de espessura . Desta breve e parcial descri-ção, será notado que o equipamento dos prédios que ocupam aPraça do Templo ou que são adjacentes a ela, é comensurável eadequado .

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CAPÍTULO X

Outros Templos de Utah

Dos santuários erigidos pelos santos do últimos dias, o gran-de Templo de Lago Salgado, foi o primeiro a ser considerado es-pecífica e detalhadamente nestas páginas . Este procedimento foiseguido, devido ao fato de que, dos templos modernos, o da Ci-dade do Lago Salgado é o maior, o mais dispendioso, e ainda, omais comumente conhecido ; e além do mais, . como já foi afir-mado, dos quatro templos até agora erigidos em Utah, este foi oprimeiro a ser iniciado e o último a ser terminado . Enquanto es-teve em construção, três outros templos foram propostos, pla-nejados, construídos, dedicados e abertos para o serviço de or-denanças sagradas . Eles são conhecidos por sua localização co-mo Templo de St . George, Templo de Logan e Templo de Man-ti . A seqüência na qual são indicados, é a ordem em que foramconcluídos e abertos; será conveniente seguir esta ordem nas fu-turas considerações a respeito deles.

Cada um dos três é construído de acordo com o mesmo pla-no geral, e para propósitos específicos similares . Embora elessejam de riqueza variável, e menores e menos elaborados do queo grande Templo de Lago Salgado, suas instalações e equipa-mentos são essencialmene os mesmos . Nenhuma descrição deta-lhada das instalações ou arranjos internos será dada; pois talcoisa seria pouco mais do que uma reiteração parcial do que jáfoi dito.

O Templo de St. George

A cidade de St . George, sede do governo municipal do con-dado de Washington, em Utah, está situada perto do limite su-

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A CASA DO SENHOR

doeste do Estado, a cerca de 430 quilômetros em linha reta daCidade do Lago Salgado, e 530 quilômetros pela estrada . An-tes de as paredes do Templo do Lago Salgado passarem acimado subsolo, a construção de um templo na parte sul do territóriode Utah tinha sido determinada . O local do Templo de St . Geor-ge, quando foi escolhido pelo Presidente Brigham Young, fica-va nos subúrbios da cidade . O terreno compreende uma quadracompleta de seis, acres.

Na quinta-feira, dia 9 de novembro de 1871, o PresidenteBrigham Young e seu conselheiro George A . Smith, junto comErastus Snow, que naquela ocasião era o presidente da MissãoSulina, Joseph W . Young, presidente da Estaca St . George deSião, um bom número de outros portadores do sacerdócio e opúblico em geral dedicaram o local e iniciaram a escavação parao assentamento do alicerce do prédio . Após a oração que foiproferida pelo Élder George A. Smith, o Presidente BrighamYoung dirigiu a palavra ao povo . Do seu discurso, citamos osseguintes trechos, porque oferecem uma ilustração da importân-cia com a qual a comissão de construir templos era encarada, eda natureza prática do que o povo considerava ser seu dever co-mo membros da Igreja . O Presidente encareceu a necessidade deum esforço concentrado por parte do povo na obra e continuou:

"Pode surgir a idéia de que esta é uma terra dura para se ganhar o pão decada dia . Pois bem, estou muito grato pela terra como ela é . Estou contentepor ser exatamente o que é . É uma região esplêndida para os santos viverem ecriarem seus filhos . Além de nossos outros deveres, temos que construir umtemplo aqui . Aconselho que o bispo desta cidade, o bispo de Santa Clara e obispo de Washington, distribuam proporcionalmente aos membros de suasrespectivas alas, os trabalhos de escavação para os alicerces do templo, e detransporte de pedras, areia, argila e outros materiais . Se os irmãos se empe-nharem em fazer esta obra, com um só coração e uma só intenção, seremosmuitíssimo abençoados e favorecidos pelo Senhor em nossos bens terrenos.Agora, se o povo presente for um com a Primeira Presidência nesta obra, e seunir a ela, para executar a obra de construção deste templo, com fé, preces eboas obras, que todos os irmãos e irmãs se manifestem levantando a mão ."

O povo levantou a mão unanimemente em sinal de acordo.O registrador oficial continua como segue:

"O Presidente Yohng apanhou uma pá e disse, apontando para a estacaque tinha sido previamente fincada no canto sudeste do local da construção:"Imediatamente abaixo desta estaca, e dentro do alicerce, será colocada umapedra contendo registros sagrados, e exatamente acima dela, quando o prédio

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OUTROS TEMPLOS DE UTAH

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estiver concluído, será colocada outra pedra contendo registros do templo . Eleentão disse, ajustando a ação às palavras : "Eu agora dou início à escavaçãodesta terra em nome do Deus de Israel ." Todo o povo disse "Amém ."

Um discurso foi proferido pelo Elder Erastus Snow, no qualrelembrou as promessas e profecias feitas há dez anos com rela-ção à prosperidade que o povo alcançaria na região sul, e alémdisso, indicou o cumprimento de muitas das predições . Seguiu--se então a solene aclamação de hosanas.

O trabalho de escavação foi iniciado imediatamente ; na tar-de do mesmo dia da dedicação, arados e escavadeiras forampostos em ação. Como foi anunciado na ocasião da dedicaçãodo local, as seguintes especificações quanto a dimensões e cons-trução tinham sido decididas:

"Medidas externas, incluindo os contrafortes, 48,28 m de comprimento,por 29,26 m de largura e 24,38 m de altura até o topo do parapeito . Será cons-truída de pedra, rebocada por dentro e por fora . Haverá uma torre no centroda extremidade oriental, e nos cantos extremos da mesma,, à esquerda e à direi-ta da torre, haverá escadas cilíndricas ; um lado dos degraus se apoiará no cilin-dro, e o outro lado, num pilar, no centro do cilindro . O telhado será plano ecoberto com um material semelhante ao do Novo Tabernáculo na Cidade doLago Salgado . O prédio consistirá de dois andares e um subsolo . Os dois recin-tos ou salas principais, um sobre outro, medirão 30,48 m por 24,38 m cadaum. O teto deles será abobadado, repousando sobre colunas e construídos demodo a comportar dezesseis salas para reuniões de conselho, e outros propósi-tos, em cada um dos dois andares principais . A altura do teto principal no cen-tro, mede 8,13 m ; a altura dos outros tetos, cerca de 2,74 m . O subsolo conteráa fonte batismal e será usado para propósitos cerimoniais ."'

Uma pedra de registro foi colocada no canto sudeste do pré-dio, e dentro dela foram depositadas no dia 31 de março de1873, uma caixa metálica contendo exemplares das escrituras eoutras publicações da Igreja, juntamente com uma placa tendoa seguinte inscrição:

"SANTIDADE AO SENHOR""A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi organizada e

estabelecida de'acordo com as leis de nosso país, pela vontade e mandamentosde Deus, no dia 6 de abril de 1830 . Estes mandamentos foram dados a JosephSmith Jr ., que foi chamado por Deus e ordenado um apóstolo de Jesus Cristopara ser o primeiro élder da Igreja.

'Veja "Dedication of St . George Temple Site", de James G . Bleak, historiador daMissão Sulina, publicado no "Latter-day Saints Millennial Star", Liverpool ; Inglater-

ra, vol . XXXVI, n? 16, de 21 de abril de 1874 . Veja também uma publicação posteriorno "Star", vol . XXXIII n? 51 de 19 de dezembro de 1871 .

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A CASA DO SENHOR

O Presidente Joseph Smith Jr., e seu irmão Hyrum, patriarca de toda aIgreja, foram martirizados em Carthage, Illinois, em 27 de junho de 1844, e aIgreja foi impelida para o deserto em 1846.

Seguiam-se então os nomes_ de todas as autoridades geraisda Igreja segundo estavam constituídas naquela ocasião . 2

Às especificações dadas nos trechos citados,_ é necessárioacrescentar somente o seguinte para tornar a descrição razoavel-mente completa . A torre tem 9,45 m de lado ; o cata-vento datorre fica a 53,34 m do chão . O alicerce de todo o porão consistede lava basáltica preta, uma rocha existente em abundância naregião e adequada ao propósito . O solo local é arenoso e forte-mente impregnado de sais minerais alcalinos ; : e nenhuma rochaque se desintegre rapidamente, seja por abrasão ou como resul-tado da solução de material de cimentação, se presta para a obrade alicerces neste solo . O alicerce do edifício estende-se a 3,05 mabaixo do nível do solo .- Cerca de dois terços da extremidadeoriental, e uma parte do lado norte, repousa sobre um leito derocha firme; e em todo o resto de sua extensão, o alicerce é as-sentado sobre uma camada espessa de rocha vulcânica fragmen-tada, firmemente compactada com um bate-estacas de 408 qui-logramas . Um cano de drenagem de grande capacidade circundao prédio e é ligado a um conduto ainda maior, a 15,24 m a lesteda torre . O' alicerce tem 3,66 m de largura na base e as paredesdiminuem gradualmente em largura, de maneira que no nível dopeitoril da janela do porão tem uma espessura de 1,12 m . Acimado porão, o prédio é construído de fino arenito vermelho da re-gião, extraído de pedreiras especificamente localizadas e abertaspara essa obra . Toda a madeira necessária tinha que ser trans-portada por juntas de bois de 113 a 145 quilômetros de distân-cia .

O templo situa-se numa planície aberta, sobre uma ligeiraelevação, praticamente destituída de proeminência que pertencea uma posição de altitude destacada . O solo no qual se assenta oprédio, bem como na região a muitos quilômetros em seu redor,é de cor vermelho-escura ; e esta também é a cor do arenito comque o templo foi construído . Naturalmente, o prédio como um

2Veja "Deseret News", vol . XXIII, pág . 152 . Veja também um interessante artigobaseado em informações dadas por George Kirkham, Jr ., "Deseret News", vol . XXV,pág . 193 .

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OUTROS TEMPLOS DE UTAH

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todo, se fundiria com os seus arredores, e ficaria, praticamenteinvisível mesmo a uma distância moderada. O contraste foi con-seguido pelo embranquecimento das paredes, e como resultado,a construção tornou-se uma característica marcante daquelapaisagem:

Quanto à parte interna, é suficiente dizer que todas as orde-nanças de batismo, ordenação, investidura e selamento rea-lizadas no Templo do Lago Salgado, são administradas igual-mente neste templo, que conta com as instalações necessárias.Para todas as ordenanças sagradas, há amplos recursos em salase acessórios : O porão é dividido em quatorze salas, das quais asala da fonte batismal com 10,67 m por 12,20 m, é uma das maisamplas e mais importantes. Como sempre, a fonte batismal ficasituada abaixo do nível das salas de assembléia . Como nos de-mais templos, a fonte batismal repousa sobre doze bois de ferrofundido, que ocupam uma depressão um pouco abaixo do piso.A fonte, os bois, as escadas de ferro, e todos os acessórios, pe-sando no total mais de 8 .165 kg, foram fundidos na Cidade doLago Salgado, sendo puxados por juntas até St . George . Todo oequipamento da fonte batismal foi doação pessoal do Presiden-te Brigham Young.

Acima do porão há dois andares . Em cada um destes, existeuma sala principal de 30,18 m por 23,77 m, com um' teto aboba-dado ou elíptico . Em ambos os lados desse recinto alinham-secerto número de salas menores, usadas para ordenanças, e co-mo salas de reunião, dos conselhos do sacerdócio . A grande salado andar do meio corresponde, em uso, à esplêndida Sala Celes-tial já descrita, como a característica mais destacada do Templodo Lago Salgado . Da mesma forma, a grande sala do andar su-perior corresponde à principal sala de assembléia e dispõe depúlpitos, tanto na extremidade oriental como na ocidental, aprimeira, destinada ao Sacerdócio Maior, ou de Melquisedeque,e a segunda reservada para os oficiais do Sacerdócio Menor ouAarônico.

Adjacente ao edifício principal, há uma estrutura suplemen-tar conhecida como o Anexo ; esta tem 22,56 m de comprimentopor 7,32 m de largura, fora um alpendre na extremidade orien-tal, que mede 13,11 m por 2,74 m. O Anexo foi construído em1882. Ele contém salas para caldeiras e máquinas, alojamento

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A CASA DO SENHOR

para o guarda, um refeitório para a acomodação dos oficiais dotemplo, escritórios dos registradores, etc.

O Templo de St . George foi construído com ofertas volun-tárias, e parte dos fundos de dízimo do povo . Em um ano, espe-cificamente no ano de 1875, mais de cento e vinte e três mil dóla-res, foram despendidos na obra, e o custo total do prédio con-cluído, foi muito maior do que quinhentos mil dólares. A cons-trução estava praticamente terminada em fins do ano de 1876.Algumas partes foram dedicadas em 1? de janeiro de 1877, parapermitir que já fossem realizadas certas ordenanças antes da de-dicação do edifício todo, cujo evento ocorreu no dia 6 de abrildo mesmo ano . Para os serviços de dedicação preliminar, a 1?de janeiro de 1877, compareceram 1 .230 pessoas . Os númerosmusicais, alguns dos quais foram especialmente compostos paraaquela ocasião, foram apresentados pelo coro, e as orações de-dicatórias foram proferidas pelos seguintes membros do Conse-lho dos Doze, como segue : pelo Élder Wilford Woodruff nosubsolo ; pelo Élder Erastus Snow na sala principal, do primeiroandar; pelo Élder Brigham Young Jr ., na sala destinada aos se-lamentos. Foram proferidos discursos pelos élderes ErastusSnow, Wilford Woodruff e pelo Presidente Brigham Young.

O batismo pelos mortos foi realizado, pela primeira vez, noTemplo de St . George, em 9 de janeiro de 1877 ; e as investiduraspelos mortos foram iniciadas dois dias depois, sendo, de acordocom a afirmação de Wilford Woodruff, "a primeira vez que in-vestiduras pelos mortos foram realizadas em qualquer templonesta dispensação."

Os procedimentos relativos à dedicação do templo como umtodo, iniciaram-se no .dia 4 de abril de 1877, terminando no dia6 . A reunião do último dia foi realizada em conexão com a con-ferência anual da Igreja que foi realizada em St . George em vis-ta da dedicação. Nos dias 4 e 5, assembléias gerais foram reali-zadas no templo, de manhã, e à tarde ; e cada sessão foi marcadapela interpretação de música especial e por discursos inspiradosdos líderes da Igreja . Às dez horas da manhã de sexta-feira, dia6 de abril, a conferência geral foi aberta no templo . Os oficiaispresidentes dos diversos quoruns ocuparam os estrados exclusi-vamente designados . Houve poucos discursos especiais, poisdois dias tinham sido dedicados a instrução e preparação preli-

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minar . A oração dedicatória foi proferida por Daniel H . Wells,segundo conselheiro na Primeira Presidência da Igreja . 3

O Templo de Logan

Mal tinha o Templo de St . George sido terminado e abertoàs sagradas ordenanças para as quais havia sido construído,quando uma outra Casa do Senhor foi iniciada pelos santos dosúltimos dias, desta vez em Logan, na parte norte do ex-territó-rio, e atual Estado de Utah . O Templo de St . George foi dedica-do no dia 6 de abril de 1877 ; ode Logan foi iniciado no dia 19 desetembro do mesmo ano.

A cidade de Logan é a sede do condado de Cache, e o centrodistribuidor do rico e belo Vale de Cache, um vale que conse-guiu, por si mesmo, o renome de Celeiro de Utah . Logan fica a106,216 km em linha reta da Cidade do Lago Salgado, e a164,143 km por estrada de ferro . Os templos de St . George eLogan estão, portanto, a 540,738 km de distância um do outro,em linha reta . Logan destaca-se no vale em virtude de sua situa-ção privilegiada, ocupa o delta e terraço adjacente formado pelatorrente de montanha, que fluia do "canyon" ao-velho Lago deBonneville, e dominando a paisagem do vale inteiro com a ma-jestosa parede montanhosa ao fundo . O templo .ocupa uma po-sição proeminente na cidade, pois situa-se sobre um dos terraçosmais altos, localmente conhecido como "the Bench" .e visível depraticamente todos os pontos do grande vale . O terreno com-preende uma quadra inteira de oito acres ; e o templo fica no la-do nordeste desta quadra.

O local do Templo de Logan foi dedicado no dia 17 de maiode 1877, sob a direção da Presidência da Igreja e Conselho dosDoze Apóstolos . Estavam presentes toda a Primeira Presidên-cia, composta do Presidente Brigham Young e seus conselheiros,John W. Young e Daniel H . Wells ; também John Taylor, presi-dente do Conselho dos Doze ; Orson Pratt e outros membros da-quele conselho, além de grande número de pessoas . A oraçãodedicatória foi proferida pelo Élder Orson Pratt, após o que o

3 Pela compilação dos muitos fatos aqui apresentados com referência ao Templode St . George, o escritor deve muitó ao élder David H . Cannon, presidente do templo, eseus associados. -

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A .CASA DO SENHOR

Élder John W . Young iniciou a escavação tirando a primeira páde terra ; nesta remoção simbólica de terra, ele foi seguido peloConselheiro Daniel H. Wells, e pelo Presidente John Taylor:Breves discursos foram proferidos pelo Presidente BrighamYoung e pelos élderes Daniel H . Wells e John Taylor . As obser-vações de Brigham Young, expressando o propósito para o qualos templos são construídos, e o espírito altruísta com o qual aobra devia prosseguir, foram às seguintes:

"Nós dedicamos este terreno sobre o qual esperamos erigir um templo,no qual serão administradas as ordenanças da Casa do Senhor . Quando estacasa estiver pronta, esperamos entrar nela para usufruir as bênçãos do sacer-dócio e receber nossas unções, investiduras e selamentos ; e os irmãos serãoselados aos irmãos, para continuar os elos e tornar perfeita a corrente, desdenós até nosso Pai Adão . Este é o objetivo do templo que estamos para edificarneste lugar . Pedimos que os irmãos e irmãs se empenhem com todo o vigor naconstrução deste templo ; e do arquiteto até o menino que leva água para oshomens que trabalham na construção, desejamos que entendam que os salá-rios estão inteiramente fora de cogitação . Vamos construir uma casa para nósmesmos, e esperamos que os irmãos e irmãs, comunidade por comunidade, alapor ala, contribuam com seu contingente de obreiros quando forem notifica-dos pelas devidas autoridades.

Esse trabalho pode ser chamado de temporal, mas destina-se à nossa pró-pria salvação, bem como à salvação de nossos amigos que passaram além dovéu, e também das gerações que estão por vir . Podemos levar avante este tem-plo com nosso trabalho, sem qualquer sobrecarga para nós mesmos, se nossoscorações estiverem no trabalho, e se assim fizermos, seremos muitíssimo aben-çoados . Estaremos em melhores condições temporais quando o templo estiverterminado do que quando o começamos; e do que estaríamos se não o cons-truíssemos . O tempo que desfrutamos é do Senhor, porém, temos permissãode empregá-lo corno bem nos aprouver . Quando os irmãos vierem trabalharneste templo, poderão esperar ser abençoados pelo Senhor, de acordo com suafé .

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"Oramos por vós continuamente para que sejais abençoados . Sinto quedevo abençoar-vos de acordo com o poder e chaves do santo sacerdócio confe-ridos a mim e meus irmãos, entusiasticamente e que todos os santos digam"Amém" . Procurai abençoar um ao outro, procurai fazer a obra do Senhor erepudiar os sentimentos egoístas, mesquinhos e de inveja que estão entrelaça-dos com os sentimentos da nossa natureza . Parece difícil livrarmo--nos deles, mas devemos sobrepujá-los e nos unirmos na santa ordem de Deus,para que possamos ser santos do Altíssimo, que nossos interesses, nossa fé eobras, possam concentrar-se na salvação da família humana.

"Irmãos e irmãs, tentai compreender estas coisas . Despertai e tomai estascoisas a sério . Buscai o Senhor para saber o seu pensamento e vontade, equando o souberdes, tende também a força de cumpri-1o . Deus vos abençoe.Amém."

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OUTROS TEMPLOS DE UTAH

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Na segunda-feira, dia 28 de maio de 1877, foram iniciadosos trabalhos de escavação . Trabalhadores foram providencia-dos pelas alas dos distritos do Templo de Logan, que entãoabrangia as estacas de Sião de Cache, Box Elder e Bear Lake.Além de contribuírem com tempo e energia — ofertas conheci-das como doação de trabalho — o povo contribuiu liberalmentecom dinheiro, gado, mercadorias e produtos agrícolas, e taiscontribuições foram suplementadas pelos fundos gerais da Igre-ja. Truman O. Angell Jr . foi o arquiteto . O assentamento daspedras foi iniciado no dia 20 de . julho de 1877, na parte que cha-mavam de extensão — um prédio de 24,38 m por 10,97 m deárea e 7,01 m de altura, que fica logo ao norte do templo pro-priamente dito, e ligado a ele ; este tem sido usado desde a con-clusão do templo como casa das máquinas, escritório, recepçãoe salas de reunião, correspondendo assim ao Anexo do Templode Lago Salgado.

No dia 19 de setembro de 1877, as pedras angulares foramassentadas sob a direção imediata de John Taylor, presidente doConselho dos Doze . O Presidente Taylor assentou a pedra an-gular sudeste e Franklin D . Richards proferiu a oração de dedi-cação . A pedra angular sudoeste foi assentada por EdwardHunter, Bispo Presidente da Igreja, sendo a oração dedicatóriaproferida por seu conselheiro, Leonard W . Hardy. A pedra an-gular noroeste foi assentada por George L . Farrel, presidente doquorum dos sumos sacerdotes da estaca de Cache, e a oraçãoacompanhante foi proferida por Moses Thatcher, do Conselhodos Doze . A pedra angular nordeste foi assentada por Albert P.R. Rockwood, um membro do Primeiro Conselho dos Setenta,e a oração acompanhante foi proferida por Horace S . Eldredge,outro membro desse mesmo conselho.

O templo como é agora, tem 52,12 m de comprimento,28,96 m de largura e 26,21 m de altura, com uma torre octogo-nal de 30,48 m de altura em cada canto, e uma grande torre qua-drada em cada extremidade . A torre da extremidade ocidentaltem 50,29 m, e a da oriental 51,82 m de altura . Por ser a torreoriental mais alta que a ocidental o Templo de Logan se asseme-lha ao da Cidade do Lago Salgado . Contrafortes maciços refor-çam as paredes, e a alvenaria é da melhor . Quanto ao estilo ar-

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A CASADO SENHOR

quitetônico, o templo pode ser descrito como pertencente ao ti-po acastelado.

As pedras empregadas na construção foram trazidas das pe-dreiras das montanhas das proximidades, e são rocha calcáriade cilício bastante duras e compactas, de cor escura, localmentechamadas de rocha fucóide, pelo seu conteúdo de plantas mari-nhas fossilizadas conhecidas como fucóides . Uma pedra calcá-ria, mais típica, foi usada nos arcos e nas ombreiras e padieirasdas portas e janelas, pois este material se presta a um melhoracabamento das superfícies do que a rocha silicica . Os pinga-`douros, frisos e os remates dos contrafortes e das torres, são fei-tos de um arenito amarelo-claro, trazido das pedreiras perto deFranklin, Idaho . Como a rocha usada nas paredes é de cor di-versificada, todo exterior foi pintado de amarelo-claro.

A madeira usada no prédio foi extraída no "canyon" deLogan, e foi preparada na serraria do templo, que fora especial-mente instalada para aquele propósito . De passagem, é interes-sante notar o espírito zeloso com que o povo encarava a cons-trução do templo, pelo fato de que até mesmo a serraria foi for-malmente dedicada, ao ser posta para funcionar pela primeiravez. Toda a madeira usada era selecionada, e tanto quanto pos-sível escolhiam somente a que não tinha defeito algum . As prin-cipais variedades são pinheiro vermelho para a obra mais pesa-da e pinheiro branco para as instalações internas, tais como es-trados e altares. O madeiramento do telhado é do melhor pi-nheiro vermelho, e de construção engenhosa, cobrindo a distân-cia de 28,96 m sem escoras . A princípio o telhado foi cobertocom chapas de metal, mas estas não foram aprovadas por causadas rachaduras provocadas por variações de temperatura, e con-seqüentes goteiras, sendo finalmente substituídas pelo antigo,mas eficiente método de telhas chatas de madeira . O artesanatoé de alta classe; na realidade, é dito que depois de aproximada-mente trinta anos, não se sabe de uma porta que cedeu ou deuma parede que se rachou . O custo total do templo, quandoconcluído, foi de aproximadamente setecentos mil doláres.

O prédio tem cinco andares completos . O andar do subsoloé ocupado pela sala da fonte, e vestiário adjacentes . De acordocom a prática geral seguida nos templos dos santos dos últimos

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dias, a fonte é sustentada por doze bois de ferro fundido, que seencontram numa depressão abaixo do nível do piso . Do nível doporão elevam-se a intervalos de alguns metros, algumas salasusadas no trabalho cerimonial . Assim, a 2,44 m acima do pisodo porão, está a sala correspondente à sala inferior de conferên-cia ; 1,22 m acima desta, uma sala correspondente à Sala doJar -dim e 1,52 m mais acima, uma sala correspondendo à Sala doMundo, e ainda a 3,05 m acima uma sala correspondente à salasuperior de conferência ou Sala Terrestrial, já descrita em cone-xão com o Templo de Lago Salgado. O resto do espaço do pri-meiro e do segundo andares é ocupado pelos escritórios do pre-sidente do templo, dos registradores e outros oficiais, bibliote-ca, etc . O terceiro andar é ocupado pelo que é conhecido como aSala C, que corresponde à Sala Celestial descrita em outra par-te . Como nos outros templos, esta é a mais esplendidamente de-corada de todas as salas grandes . Ligadas a esta sala, no ladooriental, há três saletas usadas para as ordenanças de selamento.

O quarto andar é completamente ocupado pela principal sa-la de assembléia com seus vestiários e antecâmaras . A sala de as-sembléia em si tem 31,70 m de comprimento por 28,96 m de lar -gura e o teto tem 9,14 m de altura . Na extremidade oriental háuma plataforma ampla elevada com estantes, ou púlpitos reser-vados aos oficiais do Sacerdócio de Melquisedeque, e 'na extre-midade ocidental há uma plataforma correspondente, com es-tantes destinadas aos oficiais do Sacerdócio Aarônico . O audi-tório é ocupado por assentos reversíveis, permitindo que a au-diência fique de frente para qualquer dos lados, conforme a na-tureza dos serviços em determinada ocasião — sejam conduzi-dos pelo Sacerdócio Menor, ou Maior . Esta sala acomoda con-fortavelmente sentadas, mil e quinhentas pessoas . O quinto an-dar compreende as salas separadas nas torres ocidentais e orien-tais . Não há salas no corpo principal, acima da sala de assem-bléia no quarto andar já descrito.

O Templo de Logan esteve sete anos em construção . No dia17 de maio de 1884, o edifício foi dedicado ao serviço do Senhore imediatamente aberto para as sagradas ordenanças . As ceri-mônias de dedicação duraram 3 dias, ou seja, nos dois dias se-guintes ao da dedicação oficial foram realizados novos serviços,

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sendo que nestes a oração dedicatória foi lida para a assembléia.As cerimônias e serviços atinentes à dedicação, foram realizadosna ampla sala de assembléia do quarto andar, e a capacidade depessoas sentadas do grande auditório, foi aproveitada ao máxi-mo em todas as reuniões. O Presidente Brigham Young tinha fa-lecido antes do lançamento da pedra fundamental, e a constru-ção do templo tinha prosseguido primeiramente sob a adminis-tração do Conselho dos Doze, que na dissolução da PrimeiraPresidência se torna o conselho presidente da Igreja, e depoissob a direção da nova Primeira Presidência . No dia da dedica-ção, a oração foi proferida pelo Presidente John Taylor, após oque, seus conselheiros, os élderes George Q . Cannon e JosephF . Smith proferiram discursos, seguidos pelos élderes WilfordWoodruff e Lorenzo Snow do Conselho dos Doze . Um brevediscurso foi então proferido pelo Presidente John Taylor, de-pois do qual se ouviu a emocionante aclamação dos hosanas . Aoração final foi pronunciada por John Smith, o Patriarca Presi-dente . 4

O Templo de Manti

Antes de iniciar-se a construção do Templo de Logan, esta-vam em progresso os preparativos para o levantamento de umaoutra Casa do Senhor . Manti, a cidade mais importante do con-dado de Sanpete, situada a 167,371 km em linha reta da Cidadedo Lago Salgado, e 209,214 km por estrada de ferro, foi escolhi-da como o local pára o novo santuário . Numa circular emitidapela Primeira Presidência e o Conselho dos Doze, em 25 de ou-tubrode 1876, os limites do distrito do Templo de Manti, foramdeterminados como segue:

"Sentimos que devemos dizer o seguinte aos santos dos últimos dias, nes-tas montanhas : ponhamo-nos de pé e construamos templos ao nosso Deus,nos lugares que ele designar, nos quais nós e nossos filhos podemos entrar e re-ceber as bênçãos que ele reservou para nós . Que os bispos dos povoados doscondados de Washington, Kane, Iron, Piute, Beaver, Millard, Sevier, Sanpetee Juab convoquem o povo e determinem o quanto cada pessoa está disposta acontribuir em trabalho e recursos, mensal, trimestral e anualmente para aconstrução de um templo em Manti, condado de Sanpete ."

4Pela assistência na compilação de dados relativos ao Templo de Logan, o escritoragradece ao oficial presidente, Presidente William Budge e seus associados .

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Não nos. esqueçamos de que nessa época o povo estava em-pregando grandes esforços para completar o Templo de St.George e estava dando os passos preliminares com respeito aoerguimento do Templo de Logan ; e durante esse mesmo períodoo maior templo de todos, estava sendo construído na Cidade doLago Salgado . Ainda assim, não obstante o peso desses deveresque muitos chamariam de tarefas senão de fardos, o chamadoda autoridade foi, ouvido designando mais outro grande em-preendimento do mesmo tipo.

Quanto à localização exata do lugar onde o Templo deManti deveria ser edificado, uma decisão tinha sido tomada nu-ma reunião de conselho das autoridades, realizada em Ephraim,em 25 de junho de 1875, e o local conhecido como Pedreira deManti tinha sido reservado para esse fim . O local assim denomi-nado é o término ou ponta de uma colina, que por sua vez seapresenta como o esporão de uma baixa cadeia de colinas, mar-cado pelo afloramento de um bem estratificado e uniforme de-pósito de oólito . Esta é uma rocha granulada, cujas partículassão pequenos esferóides formados de camadas concêntricas decarbonato de cálcio ; examinada sob uma lente de aumento, estarocha lembra uma ova de peixe, daí o nome oólito, em sentidoliteral, pedra-ovo . A escolha desse local para erigir o templo,significava que a estrutura seria assentada literalmente sobre arocha - sobre a rocha sólida, sobre um terreno intato e inalte-rado. O templo deveria ser construído de pedra encontrada nolocal, cortada e talhada para beleza e serviço . O material é ad-miravelmente adequado para o propósito ; prontamente extraí-do, facilmente trabalhado e ao mesmo tempo atraente, tanto emtextura como na cor . O oólito de Manti é de granulação unifor -me e de uma bela coloração creme . Ele tem sido usado extensi-vamente para construir algumas das mais pretensiosas residên-cias da Cidade do Lago Salgado, e, além disso, é o material doAnexo do Templo de Lago Salgado, e dos paramentos das jane-las e outros adornos do grande edifício de granito.

O local em Manti foi dedicado no dia 25 de abril de 1877.Na presença de muitas das Autoridades Gerais da Igreja e cente-nas de outras pessoas, o Presidente Young, que se encontrava nocanto sudeste da área demarcada do templo, iniciou a escavação

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e dedicou o lugar em serviço solene, proferindo ele próprio aoração. 5 Ele, então, deu breves instruções quanto aos procedi-mentos futuros, dando ênfase ao fato de que o templo deveriaser construído pela labuta do povo e como uma oferta espontâ-nea, e que a obra não devia tornar-se um meio de obter lucros.Suas palavras, tão claramente ilustrativas do respeito peculiarcom que os santos dos últimos dias encaram sua grande comis-são de erigir templos ao Senhor, prosseguem:

"Agora apelamos por meio dos vários bispos que presidem neste povoadoe nos vizinhos, que os homens venham até aqui com junta e carroções, arados,escavadeiras, picaretas e pás, para preparar este chão para a obra de alvenaria.Que esta obra se inicie imediatamente ; e assim que for possível, esperamos que50 a 100 homens trabalhem aqui, durante todos os dias úteis da estação.

Pretendemos construir este templo para nós mesmos, e estamos muitíssi-mo capacitados a fazê-lo ; portanto, nenhum homem deve vir trabalhar aqui,na esperança de que seus serviços sejam pagos . Os povoados vizinhos enviarãoseus homens, e eles poderão ser substituídos sempre que, e quantas vezes forconveniente ; e poderão obter crédito no dízimo do trabalho, ou na conta dedoação, por seus serviços, e esperamos que eles trabalhem até que o templo es-teja concluído, sem exigir salários . Não se coaduna com o caráter dos santos,fazer da construção de templos uma questão de comércio.

Queremos erigir este templo com mãos limpas e coração puro, para quenós, junto com nossos filhos, possamos nele entrar, para receber os lavamen-tos e unções, as chaves e ordenanças do santo sacerdócio, e também, para ofi-ciar no mesmo, pelos nossos pais e mães e outros ancestrais, que viveram emorreram sem o evangelho, para que eles possam participar conosco dos fru-tos da árvore da vida, e vivere regozijar-se no reino de nosso Pai . O evange-lho é gratuito, suas ordenanças são gratuitas, e estamos em liberdade paraconstruir este templo ao nome do Senhor, sem cobrar de ninguém nossos ser-viços .

Pedimos também às irmãs que prestem toda a assistência possível nesteassunto . Elas podem fazer muito, encorajando o marido e os filhos, e tambémfazendo roupas de vários tipos para eles, e de outro lado, cuidando deles, en-quanto estão trabalhando aqui.

Agora, bispos, se qualquer pessoa perguntar qual é o salário pelo traba-lho neste templo, que a resposta seja, "nem um centavo" . E quando o temploestiver concluído, trabalharemos na casa sagrada de Deus sem perguntar o quevamos ganhar, ou quem nos pagará, mas confiaremos no Senhor quanto ànossa recompensa, e ele de nós não esquecerá . Considerai os corvos (diz o Sal-vador) que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deusos alimenta : quanto mais valeis vós do que as aves?

Que esta obra seja iniciada sem demora . Aqui a construção não podeprosseguir no inverno como em St . George . A edificação deste templo terá que

5Para esta oração, veja "Latter-day Saint's Millennial Star", vol . XXXIX, n? 24,de 11 de junho de 1877 .

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ser feita nas estações mais amenas do ano, quando o ar está livre de geada:Que Deus vos abençoe, irmãos e irmãs ; desejamos e oramos que sejais

inspirados a realizar esta obra com honra para vós mesmos, e glória paraDeus . Esta é a obra dos últimos dias na qual estamos empenhados, e este é ocaminho pelo qual Sião será estabelecida . Continuaremos nosso trabalho emnosso país, e levaremos o evangelho a todas as nações da terra, toda casa de Is-rael, e a boa obra de redenção e salvação continuará até que tudo esteja consu-mado e Jesus apresente o reino ao Pai . Amém . " 6

O início dos trabalhos da escavação foi marcado por maisuma cerimônia de oração . Lemos que às 8 horas da manhã dodia 30 de abril de 1877, cerca de cem pessoas se reuniram no ter-reno do templo, onde todos se ajoelharam, enquanto a oraçãofoi proferida, após o que os homens e os cavalos se puseram atrabalhar nos preparativos para o alicerce do grande edifício . Alocalização peculiar exigia a construção de terraços, ou outraforma de subida gradual, do nível do vale até a colina do tem-plo . Em dezembro de 1878, quatro paredões de terraço estavamconcluídos em bruto, e em abril do ano seguinte as escavaçõespara os alicerces ficaram prontas . O desnível em terraço foisubstituído por uma rampa uniforme, com um paredão deapoio na extremidade inferior.

No dia 14 de abril de 1879, as pedras angulares foram assen-tadas. O Presidente Young, sob cuja direção os locais dos diver-sos templos em Utah haviam sido escolhidos e os trabalhos des-tes iniciados, falecera ; e a nova Primeira Presidência não tinhasido formada nesta data . A autoridade presidente da Igreja erao Conselho dos Doze, cujo presidente era John Taylor . No diamencionado, um grande grupo de pessoas se reuniu perto doterreno do templo, e formadas em préstito, dirigiram-se ao can-to sudeste do terreno . Lá, após a abertura apropriada com hinoe oração, foi proferido um discurso pelo Élder Erastus Snow,um dos Doze ; Wm. H . Folsom, o arquiteto encarregado, assen-tou a pedra angular sudeste e o Élder Lorenzo Snow, do Conse-lho dos Doze, proferiu a oração . Esta sendo considerada a pe-dra angular principal, foi designada como a pedra-registro . Nu-ma cavidade previamente preparada, publicações da Igreja e ou-tros escritos foram depositados e selados, antes que a pedra fos-

6 "Latter-day Saint's Millennial Star", vol . XXXIX, n? 24, de 11 de junho de1877, pág . 373 .

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se oficialmente assentada . O Bispo Edward Hunter, o bispo pre-sidente da Igreja, assentou a pedra sudeste e seu conselheiroLeonard W . Hardy proferiu a oração. O Élder F . W. Cox, pre-sidente do quorum dos sumos sacerdotes da Estaca Sanpete, en-tão assentou a pedra noroeste, e o Élder Canute Peterson, presi-dente da estaca, proferiu a oração . O Élder Horace S . Eldredge,do Primeiro Conselho dos Setenta, assentou a pedra do nordes-te, e seu associado naquele conselho, o Élder John Van Cott,pronunciou a oração dedicatória . Os serviços foram testemu-nhados por aproximadamente quatro mil pessoas.

A partir do assentamento das pedras fundamentais até aconclusão do prédio, a obra progrediu sem sérias interrupções.Como se encontra atualmente, a estrutura tem 52,12 m de com-primento e 28,96 m de largura. Do topo do primeiro pingadouroaté onde se forma um ângulo reto, a altura do prédio é de . 24,08m, o pingadouro fica a 0,90 m do chão. As paredes têm 1,07 mde espessura na base com contrafortes de 1,22 m, e tanto as pa-redes como os contrafortes se estreitam á medida que sobem.No topo, as paredes têm 0,91 m de espessura, e os contrafortes,0,76 m. A frente principal do prédio fica no lado oriental, comoé o caso em todos os templos existentes ; todavia as entradasmais comumente usadas e a entrada pelo Anexo, estão no ladoocidental . O alicerce da extremidade oriental, apóia-se contra acolina ; e esta extremidade da estrutura somente é vista em suaintegridade, por aqueles que sobem a colina até uma posiçãodominante . Uma torre no lado oriental se eleva á altura de 54,61m; a torre ocidental tem 3,05 m a menos . Cada uma destas tor-res tem 1,78 m de lado na base . O nivelamento do terreno emvolta do templo, fica 18,29 m acima da rua na base da colina so-bre a qual se encontra o edifício . A entrada para carros na extre-midade oriental fica ao nível de alguns degraus que conduzemaos portais no nível da principal sala de assembléia, no andarsuperior. -

Adjacente ao edifício principal e ligado a ele, existe o prédiodo Anexo, com 30,48 m. de comprimento e 12,20 m de largura,tendo só um andar. . Neste prédio, está instalado o aparelhamen-to de aquecimento e também há salas de recepção, escritório euma sala de reunião para serviços preliminares . 0 templo contacom abastecimento próprio de água, proveniente de nascentes

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perenes existentes nas colinas a menos de 2 quilômetros de dis-tância.

Na parte interna, as salas são praticamente cópias daquelasdescritas em conexão com outros templos . A principal sala deassembléia no andar superior, tem capacidade para mais de1 .500 pessoas sentadas . O custo estimado do prédio quando es-tava pronto para a dedicação, somava um milhão de dólares.

Os serviços dedicatórios foram marcados para o dia 21 demaio de 1888. Dos relatos publicados na ocasião, está claro queo acontecimento suscitou intenso interesse . Assim, lemos:

"Nas primeiras horas da manhã do dia 21 de maio, o povo começou a sereunir na colina a leste do templo, onde ficava a entrada, e às 9h30min .o lugarestava repleto de gente . Estava um dia adorável, pois que a chuva ameaçadorada noite anterior havia passado . Como nos dois dias anteriores ; todas as estra-das que levavam a Manti estavam cobertas por nuvens de pó levantadas pelosveículos lotados de gente que ia à dedicação ."'

O Presidente John Taylor que, como oficial presidente doConselho dos Doze havia dirigido o assentamento das pedras an-gulares, e que posteriormente se tornou Presidente da Igreja, ti-nha falecido em julho de 1887 . Novamente a Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias estava sem uma PrimeiraPresidência organizada, e na ocasião da dedicação do Templode Manti, o Conselho dos Doze era o quorum 8 presidente daIgreja. Wilford Woodruff era, nessa ocasião, o presidente doConselho dos Doze.

Os serviços foram iniciados às 11 horas, horário em que agrande sala está repleta até o máximo de sua capacidade . O pon-to alto, naturalmente, foi a oração de dedicação, proferida porLorenzo Snow, do Conselho dos Doze . Foram proferidos discur -sos pelo patriarca presidente da Igreja, por diversos membrosdo Conselho dos Doze, e por outros eminentes irmãos do sacer-dócio. Devido ao grande número de pessoas que desejavamcomparecer, os serviços foram repetidos nos dois dias seguintes,

'Veja "The dedication of the Manti Temple", "Latter-day Saint's MillennialStar", vol . L, n? 25, de 18 de julho de 1888, pág . 386.

8Quanto a esse uso peculiar do termo quorum, designando um conselho ou umgrupo organizado e não especificamente a maioria de tal grupo, veja "Standard Dictio-nary" onde se lê sob o verbete "Quorum" . "Igreja Mórmon . Um conselho ou grupoorganizado do Sacerdócio ; como um quorum de élderes ; o quorum da Primeira Presi-dência ."

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22 e 23 de maio . Em cada uma destas reuniões, a oração de-dicatória foi lida, hinos e canções interpretados e discursosfeitos por oradores escolhidos pelas autoridades presentes . Noprimeiro dia, os serviços reais duraram cinco horas, e mais de1 .700 pessoas estavam presentes . Muitos dos santos testificarammanifestações maravilhosas do poder divino, que presenciaramnesta grandiosa e solene ocasião.

No primeiro dia, exatamente quando o Professor Smith estava concluin-do o prelúdio ao órgão - uma seleção de Mendelssohn — um número de san-tos na platéia do recinto e alguns irmãos no estrado ocidental ouviram vozescelestiais cantando . Para eles, era um som angelical que parecia vir de um pon-to atrás e acima, sendo que muitos chegaram a voltar a cabeça naquela dire-ção, querendo saber se havia outro coro em qualquer outra parte do pré-dio . No entanto, não havia nenhum outro coro . ..

"Alguns dos santos viram os espíritos dos presidentes Young, Taylor,J .M. Grant e outros no templo, e as cabeças de alguns oradores estavam ro-deadas por um halo de luz cçlestial durante os serviços . Os santos desfrutaramde uma festa espiritual que se estendeu durante três dias, e muitos derramaramlágrimas de regozijo, enquanto ouviam o testemunho e admoestações dos ser-vos de Deus . Não pode haver dúvida de que Deus aceitou o Templo de Mantidas mãos dos santos, e ele abençoará a todos que, de qualquer forma, ajuda-ram a construí-lo, ou que, não tendo meios para ajudar, disseram em seus co -rações . "Eu teria ajudado se pudesse" . 9

A obra nos terrenos tem sido levada avante nos últimos anospara um maior embelezamento do local . Uma grande escadariafoi construída a partir do nivelamento da rua, até o nível da so-leira do Templo . Esta escada tem 6,10 m de largura, com murosde arrimo em ambos os lados ligados a grandes pilares quadra-dos em cada plataforma. Os degraus têm um piso de 0,30 m e0,15 m de altura, e destes há cento e vinte e cinco . Há nove pla-taformas entre o topo e a base, cada uma com 1,83 m de largu-ra. O topo da escada liga diretamente com o caminho para car-ros que contorna o templo. A escadaria, suas paredes e pilares,são todos feitos de cimento ; e passeios de cimento rodeiam otemplo . 10 Espalhados sobre o gramado que ocupa a rampa oci-dental, há arbustos e árvores ornamentais ; cada um destes é

9 "Latter-day Saint's Millennial Star", vol . L, n? 26, de 25 de junho de 1888, pág.405 .

10Veja descrição ilustrada da escadaria e outras obras do Templo de Manti publi-cada no "Deseret Evening News", de 28 de dezembro . de 1907, sob o título de "MantiTem a Maior Escadaria de Cimento do País" . Numa carta ao autor, Lewis Anderson, oatual presidente do Templo de Manti, confirma a exatidão dos dados fornecidos .

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plantado num buraco escavado na rocha sólida . A terra para osarbustos, grama e- flores é estranha ao lugar.

No dia 28 de maio de 1888, o Templo de Manti foi abertopara ordenanças e daquela data até agora, esta obra prosseguesem interrupções, exceto as decorrentes dos períodos regularesde recesso em cada ano . 11

Il Pela assistência na compilação de dados referentes ao Templo de Manti, o escri-tor agradece ao oficial presidente do templo, Presidente Lewis Andei son e seus associa-dos .

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CAPÍTULO XI

Conclusão

Como foi demonstrado nas páginas precedentes, a Igreja deJesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias proclama a necessida-de de templos na época presente, erigidos e dedicados ao servi-ços do Altíssimo ; e afirma que a esta Igreja foi dada a comissãode construir e manter esses santuários, e de administrar neles asordenanças salvadoras e de exaltação do evangelho, para os vi-vos, e pelos mortos.

Esta obra já alcançou uma magnitude, ao mesmo tempo im-pressionante e surpreendente . Ordenanças de batismo com arespectiva confirmação, ordenação no sacerdócio, e selamento,tanto do vínculo de marido e mulher, como de pais e filhos, so-lenizadas nos templos da presente dispensação, já somam a mui-tos milhões ; e a continuação desta obra é marcada pela devoçãoe zelo contínuos.

O evangelho de Jesus Cristo é dado para a salvação da hu-manidade; suas exigências aplicam-se igualmente aos vivos cujoprivilégio afortunado é ouvir suas boas-novas enquanto na car-ne, e aos mortos, que podem aceitar a verdade no mundo espiri-tual . O espírito do evangelho é o de altruísmo ilimitado ; seu po-der de salvar, estende-se além dos portais da morte . Como aobra vicária pelos mortos somente pode ser feita em santuáriosespecialmente destinados a isto, haverá constante necessidadede templos, enquanto houver almas esperando esse ministério.

A era presente é a de maior importância em toda a história,pois que incorpora as realizações do passado e a semente viva de

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um futuro ainda maior . A dispensação atual é a plenitude dostempos, para a qual as dispensações anteriores foram apenaspreliminares e preparatórias . A obra salvadora e santificadoraligada aos templos modernos sobrepuja aquela dos tempos anti-gos, assim como a plena luz do dia supera o crepúsculo da ma-nhã .

A autoridade de administração nos templos de Salomão,Zorobabel, e Herodes era a do Sacerdócio Aarônico ou Menor;pois que o Sacerdócio de Melquisedeque ou Maior, também co-

nhecido como o Santo Sacerdócio segundo a ordem do Filho deDeus, tinha sido tomado de Israel juntamente com Moisés . Ostemplos do presente são adminstrados sob a autoridade maior.A importância de distinguir estas duas ordens do sacerdócio,pode justificar uma consideração adicional neste lugar . Que osdois são essencialmente separados e distintos, é bem explicadopor Paulo na epístola aos hebreus:

"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sobele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote selevantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundoa ordem de Aarão?

Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mu-dança da lei .""

O apóstolo dá ênfase à superioridade do sacerdócio denomi-nado segundo Melquisedeque, pela afirmação de que Jesus Cris-to era um sumo sacerdote daquela ordem exaltada . 2 Esse sacer-dócio foi possuído e exercido pelos patriarcas de Adão até Moi-sés. Aarão foi ordenado no ofício de sacerdote assim como osseus filhos; o fato, porém, de que Moisés possuía autoridade su-perior, é abundantemente demonstrado . 3 Depois da morte deAarão, seu filho Eleazar exerceu a autoridade de sumo sacerdo-te do Sacerdócio Menor ; e até Josué tinha que pedir-lhe conse-lhos e instruções . 4

Desde o ministério de Moisés até o de Cristo, somente o sa-cerdócio menor operava na terra exceto, unicamente, nos casosde autoridade de ordem maior especialmente delegada, tal como

1 Hebreus 7 :11, 12.2Veja Hebreus 5 :6, 10; 6 :20; compare com Salmos 110 :4 ; e também Gênesis 14:19.;Considere a reprovação do Senhor a Aarão e Miriã, Números 12 :1-8.°Veja números 27 :18-23 .

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CONCLUSÃO

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é manifestado nas ministrações de certos profetas escolhidos,como Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros . É evidente que essesprofetas, videntes e reveladores, foram individual e especial-mente comissionados ; mas parece que eles não tinham autorida-de de chamar e ordenar sucessores, porque naquelas épocas, oSacerdócio Maior não existia na terra em estado organizadocom quoruns devidamente organizados . O que, entretanto, nãoacontecia com o Sacerdócio Aarônico ou Levítico, pois que osgrupos ou quoruns daquela ordem continuaram até o tempo deCristo. O último a possuir e exercer a autoridade do SacerdócioAarônico sob a dispensação antiga ou mosaica, foi João Batis-ta, que fora especialmente comissionado . A questão é assim de-monstrada numa revelação moderna:

"Agora, Moisés claramente ensinou isto aos filhos de Israel no deserto, eprocurou diligentemente santificar o seu povo para que pudessem ver o rostode Deus;

Mas eles endureceram os corações e não puderam suportar a sua presen-ça ; portanto, o Senhor, na sua cólera, pois a sua ira estava acesa contra eles,jurou que, enquanto no deserto, eles não entrariam para o seu descanso, oqual é a plenitude da sua glória.

Portanto, tirou de seu meio Moisés e também o santo sacerdócio;E o Sacerdócio Menor continuou, o qual possui a chave da ministração

dos anjos e do evangelho preparatório;O qual é o evangelho do arrependimento e do batismo, e da remissão dos

pecados, e a lei dos mandamentos carnais, que o Senhor na sua ira, fez comque continuasse na casa de Aarão, entre os filhos de Israel até João, a quemDeus ergueu, e que foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe;

Pois foi batizado quando ainda na infância, e quando tinha oito dias deidade, por um anjo de Deus, foi ordenado com esse poder para abater o reinodos judeus, endireitar as veredas do Senhor diante da face de seu povo, com ofim de prepará-lo para a vinda do Senhor, em cuja mão foi posto todo o po-der ."'

O Sacerdócio Maior ou de Melquisedeque foi restaurado pe-lo ministério pessoal de Jesus Cristo, e permaneceu com seusapóstolos e na Igreja sob a administração deles, mas foi nova-mente perdido à medida que a grande apostasia progredia.

O santo sacerdócio em sua plenitude foi restaurado na épo-ca atual — não somente as funções menores de diácono, mestree sacerdote, que constituem os ofícios distintos da ordem aarô-nica, incluindo a levítica, mas também a autoridade maior - a

5Doutrina e Convênios 84 :23-28 ; leia os versiculos precedentes, 14-22.

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de élder, setenta, patriarca, apóstolo e sumo sacerdote . 6

Os templos de hoje são mantidos e as ordenanças caracterís-ticas pertencentes a ele são administradas sob a autoridade doSacerdócio de Melquisedeque, a maior e mais alta autoridadejamais concedida ao homem . A predição divina feita por Mala-quias está em processo de rápido cumprimento . Elias, o profeta,foi enviado à terra, e conferiu à Igreja o poder e a autoridadepara iniciar a obra vicária em favor dos mortos . Por seu minis-tério, os corações dos pais estão-se voltando aos filhos, e os dosfilhos aos pais, e isto em preparação da aproximação da vindade nosso Senhor, o Cristo . 7

6 0 Sacerdócio Aarônico é designado segundo Aarão, que foi dado a Moisés comoseu porta-voz, para agir sob sua direção no desempenho dos propósitos de Deus a res-peito de Israel (Êxodo 4 :14-16) . Por esta razão, é às vezes, chamado de Sacerdócio Me-nor ; mesmo sendo menor, não é pequeno nem insignificante . Enquanto Israel peregri-nava no deserto, Aarão e seus filhos foram chamados por profecia e ordenados nos de-veres do cargo de sacerdote (Êxodo 28 :1) . Mais tarde o Senhor escolheu a tribo de Levipara ajudar Aarão nas funções do sacerdócio, e o dever especial dos levitas foi o deguardar os instrumentos e se encarregar do serviço do tabernáculo . Os levitas deviamsubstituir os primogênitos delodas as tribos, aos quais o Senhor havia separado do po-vo para seu serviço desde a ocasião da última e terrível praga no Egito, quando foi mor-to o primogênito de cada casa dos egípcios, enquanto que o filho maior de cada famíliaisraelita foi santificado e preservado . (Números 3 :12-13 ; 39 :44-45, 50-51 .) Essa comis-são dada aos levitas é às vezes chamada de Sacerdócio Levítico . (Hebreus 7 :11 .) Deve-seconsiderá-lo como dependente do Sacerdócio de Aarão, e não compreende os poderesmais altos do Sacerdócio . O sacerdócio Aarônico, como foi restaurado à terra nesta dis-pensação, inclui a ordem levítica (Doutrina e Convênios 107 :1) . Possui as chaves do mi-nistério dos anjos, e a autoridade para oficiar nas ordenanças exteriores, a letra doEvangelho . (Doutrina e Convênios 107 :20 .) Compreende os cargos de diácono, mestre esacerdote, e o bispado tem as chaves de sua presidência.

"O Sacerdócio Maior ou de Melquisedeque leva o nome do rei Salém, um grandesumo-sacerdote . (Gênesis 14 :18 ; Hebreus 7 :1-17 .) Antes do tempo do referido rei, cha-mava-se Santo Sacerdócio, segundo a Ordem do .Filho de Deus . Mas, por respeito ou re-verência ao nome do Ser Supremo e para evitar-se a freqüente repetição de seu nome,eles, a Igreja em dias antigos, deram àquele Sacerdócio o nome de Melquisedeque.(Doutrina e Convênios 107 :2-4 .) Este Sacerdócio tem o direito de presidir todos os car-gos da Igreja . Suas funções especiais consistem na administração de coisas espirituais, ecompreendem as chaves de todas as bênçãos espirituais da Igreja, o direito de ver aber-tos os céus diante deles, de comunicar-se com a assembléia geral e Igreja do Primogêni-to, e gozar da comunhão e presença de Deus o Pai, e Jesus Cristo, o mediador do novoconvênio ." (Doutrina e Convênios 107 :18-19 .) Os cargos especiais do Sacerdócio deMelquisedeque são : apóstolo, patriarca ou evangelista, sumo-sacerdote, setenta eélder ." "Regras de Fé", cap . XI, pp . 193-194.

7Veja Malaquias 4 :5-6 ; também as páginas 61-64 deste livro .

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Apêndice I

O Grande Templo na Cidade do Lago Salgado —Parte Interna*

O Anexo do Templo : Mesmo havendo quatro entradas lar-gas que conduzem diretamente de fora ao interior do templo,geralmente se entra pelo prédio conhecido como o Anexo . Sobcondições ordinárias, os freqüentadores do templo usam o Ane-xo, embora em raras ocasiões de convocação especial do sacer-dócio, muitos tenham passado por esses portais externos.

É possível entrar no anexo de três pontos : diretamente pelarua North Temple, outro por uma passagem que vem da entra-da da rua Main, e o terceiro, que dá para o estacionamento daIgreja. A sala externa ou sala de espera do anexo, na qual se pe-netra primeiramente, é modesta, porém, atraentemente mobilia-da, sendo ornamentada com plantas e flores para acentuar a at-mosfera de paz e serenidade que se sente, assim que se penetrano anexo . Dentro do anexo há uma sala de espera interna, ondefica o balcão de recomendação, pelo qual todos que entram notemplo devem passar. Os escritórios bem equipados, compreen-dem os da presidência, da supervisora e do registrador do tem-plo, bem como áreas para o pessoal de escritório que lida com oextenso trabalho de registro e arquivamento.

A área principal do anexo, no entanto, é a capela . Esta ocu-pa toda a extremidade sul do anexo no nível da terra e tem capa-cidade de 400 -pessoas sentadas . Na extremidade sul da capela,há um amplo mural, de 10,46 m de altura, representando Jeru-

* Desde que James E . Talmage preparou o texto original para A Casa do Senhor,a parte interna do Templo de Lago Salgado tem sido remodelada e renoyada para aten-der aos usos atuais . O material deste apêndice, escrito por Wm . James Mortimer, estrú-turado segundo o material escrito pelo Dr . Talmage no Capítulo VIII, reflete o estadodo templo em 1968 .

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salém e o Monte das Oliveiras . No lado oposto, há uma plata-forma elevada provida de um belo púlpito, um grande órgãoeletrônico e bancos para acomodar 30 pessoas . Os benfeitoresdo templo sentam-se na capela, antes de se registrarem para assessões do templo . A capela também é usada para reuniõesapropriadas e assembléias especiais do templo.

Na extremidade norte da capela há outro grande mural àplena vista dos que estiverem sentados nos bancos . Os dois mu-rais são obra do artista Harris Wiberg, da Cidade do Lago Sal-gado. O mural do norte representa o Cristo ressurreto instruin-do seus discípulos antes da sua ascensão ao céu . Tem-se a im-pressão nesta pintura de que o próprio Senhor está instruindoseus discípulos : "Portanto ide, ensinai todas as nações, batizan-do-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo ." (Ma-teus 28:19 .)

Da capela, os freqüentadores do templo são convidados adescer as escadas, ou tomar elevadores no lado leste do anexo,para continuar o processo de registração . Estas salas semi-sub-terrâneas na parte inferior do anexo, são adjacentes à paredenorte do templo e proporcionam acesso ao edifício principal.

Nesse andar inferior também há salas, ou áreas, para datilo-grafia, depósito de malas, berçário, cozinha e refeitório para osoficiantes e freqüentadores do templo, vestiários femininos emasculinos para os oficiantes do templo, lavanderia, salas deordenanças e centro de controle do prédio utilizado pelo pessoalde manutenção.

A Salada Fonte Batismal : Ocupando a terça parte centraldo primeiro andar, do lado norte do templo, fica a sala batis-mal, na qual se encontra'a grande fonte . O piso é revestido commármore branco, e uma faixa de 0,25m do mesmo material seestende ao longo de cada parede, encimada por lambris de ma-deira. As páredes são virtualmente uma sucessão de portas du-plas, cuja metade inferior é de madeira almofadada, e a supe-rior, de vidro granulado. Todas as portas são arcadas, tendouma grande bandeira semicircular com uma abertura centralocupada por uma grade de metal . Destas portas, há cinco paresno lado norte, seis no sul, e dois pares no leste . Há 12 pilastrascaneladas ao redor das paredes, cada uma estendendo-se dochão até o teto .

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A fonte batismal é, obviamente, o traço mais destacado dasala. Para se colocar a fonte, existe uma depressão ou cavidadede 0,9-1 m de profundidade no piso do porão. Esta cavidade, re-vestida de mármore, é circular e rodeada por uma parede baixade mármore . Nesta depressão há 12 bois de tamanho natural deferro fundido, com corpo e chifres bronzeados . Os bois estãovoltados para fora em grupos de três sustentando a grande fontebatismal) A fonte é de ferro fundido com um durável e atraenterevestimento de fibra de vidro em dourado e azul . Sua forma éelíptica; 3,05 m e 1,83 m são as medidas respectivas dos eixosmaior e menor, e tem 1,22 m de profundidade . Sua capacidade éde mais de 1 .892 litros de água . A borda é alcançada por umapequena escada com balaustrada e o corrimão de ferro . Cincodegraus internos em ambas as extremidades permitem alcançaro fundo . Conta com instalações adequadas e eficientes para cir-culação constante, filtragem, cloração e renovação de águaquente e fria, e devida atenção foi dada à ventilação e exigênciassanitárias.

A plataforma no topo da escada na extremidade ocidentalda fonte, se expande em duas pequenas plataformas, uma de ca-da lado; estas são limitadas por extensões das balaustradas . Nolado sul, há uma pequena mesa para o uso do registrador, e aonorte, assentos para as testemunhas, cuja presença é essencialem cada batismo realizado em favor dos mortos . 2

A colocação da fonte batismal no andar inferior ou porão,não foi uma questão de mera conveniência . Os batismos realiza-dos nos templos são em favor dos mortos, e o simbolismo da lo-cação da fonte é estabelecido por autoridade:

"A fonte batismal foi instituída em similitude à sepultura, e mandou-seque fosse èolocada embaixo do lugar onde os vivos costumam reunir-se paracomparar os vivos e os mortos . (D&C 128 :13 .)

Ao norte da sala da fonte batismal há espaçosos e conve-nientes vestiários usados pelos irmãos, e no sul existem vestiá-rios apropriados para as irmãs . Foram também providenciadassalas onde certas ordenanças de unção são realizadas . Nessas ce-

'Compare com o "mar de fundição" do Templo de Salomão, 1 Reis 7 :23-26; IICrônicas 4 :3-5.

2 Veja Doutrina e Convênios seção 128 .

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rimônias somente mulheres administram às mulheres, e homensaos homens.

A Sala da Criação : No lado leste do corredor inferior dotemplo, há duas salas de reunião . A primeira destas tem cerca de12,20 m por 13,72 m, sendo decorada com simplicidade . Os mu-rais nas paredes são de tons suaves e mostram cenas representa-tivas da criação da terra . Os assentos são confortavelmente esto-fados, semelhantes aos existentes nas diversas salas de instruçãodo templo. Há lugares para 301 pessoas . Esta sala é usada paradar instrução preliminar, e pode ser chamada por conveniência4e Sala da Criação.

A Sala do Jardim : A sala ao sul contrasta notavelmente coma já descrita ; seu acesso é pela Sala da Criação por uma entradaem arco guarnecida de reposteiros . Embora quase do mesmo ta-manho que a sala anteriormente descrita, acomodando idênticonúmero de pessoas, em todos os seus aspectos é de modelo maiselaborado . O teto e as paredes são embelezados com pinturas aóleo, representando as nuvens e o céu, com o sol, a lua e as es-trelas ; as paredes, mostram paisagens de rara beleza . Há grutassilvestres e pequenos vales musgosos, lagoas e córregos, ca-choeiras e regatos, árvores, trepadeiras e flores, insetos, pássa-ros e animais, em resumo, a terra em toda a sua beleza — comoera antes da Queda . Pode ser chamada de Sala do Jardim doEden, pois em todos os aspectos e pormenores, expressa docecontentamento e abençoado repouso . Não há traço de distúr-bio, inimizade ou hostilidade ; os animais estão em paz e os pás-saros vivem em harmonia . No centro da parede, ao sul, há umaplataforma e um altar de oração, alcançado por três degraus . Oaltar é estofado em veludo e sobre ele repousa a Bíblia Sagrada.

A Grande Escada começa perto da extremidade sul, do cor-redor oriental inferior do templo . É provida com um firme pilarde corrimão e de uma maciça balaustrada, ambos de cerejeirasólida, pintados de branco e dourado . Esta escadaria consiste de35 degraus, com três plataformas, e no seu topo se encontra ocorredor superior que corre 12,20 m de norte a sul . Na extremi-dade sul do corredor há uma janela artística em cores vivas deforma elíptica, com cerca de 3,5 m de altura representando a ex-pulsão do Eden . Ela é de significado especial na jornada da Sala

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do Jardim embaixo até a sala simbólica que será descrita a se-guir .

A Sala do Mundo : Indo para o lado ocidental, saindo daprimeira plataforma abaixo do topo da grande escada, existeum corredor lateral, de 2,74 m de largura e 4,57 m de compri-mento. Em ambas as extremidades, o corredor termina numaarcada. A sala para a qual ele leva, é de tamanho igual às do an-dar inferior, 12,20 por 13,72 m . É ricamente atapetada e provi-da de assentos da forma usual . Na extremidade ocidental, háum altar de oração estofado, no qual estão colocadas as escritu-ras sagradas, para pronto uso . Perto do altar, há uma escadaque leva a uma saleta de espera vizinha à plataforma do eleva-dor .

As paredes são inteiramente cobertas com pinturas cênicas ea pintura do teto representa o céu e as nuvens. As cenas da terraestão em forte contraste com as da Sala do Jardim embaixo.Aqui as rochas são lascadas e fendidas ; a cena conta a históriado soerguimento de montanhas e convulsões sísmicas . Os ani-mais se empenham em combates mortais, ou se aprestam paraatacar traiçoeiramente, ou já despedaçam sua presa . As criatu-ras mais temerosas estão fugindo de seus adversários vorazes ouencolhendo-se de medo, em refúgios meio dissimulados . Háleões em combate, um tigre fartando-se num cervo abatido, lo-bos e raposas em ávida caçada. Aves de rapina estão matandoou sendo mortas . No alto de escarpado penhasco há um ninhode águia, a mãe e seus filhotes observando a aproximação domacho segurando um cordeirinho com as garras . Todos os habi-tantes da florésta e as coisas selvagens das montanhas, vivendosob a sempre presente ameaça da morte, e é matando que sobre-vivem. As árvores são retórcidas, disformes e crestadas ; os ar-bustos agarram-se precariamente com as raízes nas fendas dasrochas; espinheiros, cardos, cactos e ervas daninhas sobejam;num dos lados ruge uma tempestade devastadora.

As cenas são típicas da condição do mundo sob a maldiçãode Deus. Não obstante, existe certa atração misteriosa nesse ce-nário e no seu caráter sugestivo . E uma história de lutas e rivali-dade, de vitória e triunfo, ou de derrota e morte . Do Éden, ohomem foi expulso para enfrentar contendas, lutar com dificul -dades, e viver pela labuta e suor . Esta câmara é conhecida como

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a sala do mundo decaído, ou mais resumidamente, a Sala doMundo.

A Sala Terrestrial: No canto noroeste da sala descrita porúltimo, há uma porta que leva para outra sala imponente, espa-çosà e bela. Seu efeito geral é de riqueza aliada à simplicidade.Após a elaborada decoração da sala do mundo, esta é repousan-te em seu colorido suave e atmosfera de conforto . O tapete éazul-claro. As paredes são pintadas de azul pálido, o teto e omadeiramento são brancos, com adornos em dourado . Na ex-tremidade ocidental há um amplo espelho com moldura embranco e dourado . As cadeiras que oferecem acomodação para300 pessoas, são estofadas combinando com a forração do as-soalho. Do teto pendem dois grandes lustres de cristal.

Há um altar estofado perto da extremidade oriental da sala,com exemplares das sagradas escrituras sobre ele. Nesta sala sãodadas instruções a respeito das investiduras, enfatizando os de-veres práticos de uma vida religiosa . Podemos, por conveniên-cia, designá-la de Sala Terrestrial . No lado oriental, o assoalhose eleva em dois níveis, cada um alcançado por meio de dois de-graus, sendo que sobre eles se estende um arco de 9,14 m de vão.O arco é suportado por cinco colunas, entre as quais pende umacortina de seda de 24 seções. Este é o Véu do Templo.

A Sala Celestial: Da sala anteriormente descrita para a queestá agora em consideração, a passagem é feita através do Véu.Esta é uma ampla e alta sala de mais ou menos 18,28 m por13,72 m de área, e 10,36 m de altura, ocupando a seção nordestedo prédio neste andar . Em acabamento e mobília ela é a maisnobre de todas as salas amplas do templo . Se a última sala des-crita poderia ser considerada típica do estado terrestrial, esta su-gere condições ainda mais exaltadas ; e pode ser apropriadamen-te chamada de Sala Celestial . A extremidade ocidental é ocupa-da inteiramene pelo Véu e uma parede espelhada . A paredeoriental é parcialmente ocupada por cinco grandes espelhos euma porta espelhada de 3,96 m de altura ; a seção central de ca-da um, tem 1,12 m de largura, e as laterais medem cada uma0,91 m de largura . Ao longo das paredes há 22 colunas em pa-res, com capitéis coríntios . Estas, suportam entablamentos, dosquais saem 10 arcos, quatro em ambos os lados e um em cadaextremidade . O teto é uma combinação de abóbada e painéis,

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esmeradamente acabados . As cornijas maciças e as vigas que se-param os painéis do teto, são ricamente embelezadas com ca-chos de frutas e ramalhetes de flores . O esquema de cor das pa -redes é marrom suave, realçado pelo bronzeado claro das colu-nas caneladas, e por abundantes decorações em dourado . Oitolustres com quebra-luzes de vidro ricamente acabados pendemdo teto, e cada uma das vinte e duas colunas ostenta uma aran-dela de modelo correspondente . Um poste de corrimão, na ex-tremidade oriental, ostenta um cacho de flores de globos colori-dos com um artístico suporte em bronze. O assoalho é cobertocom um pesado tapete e os móveis são todos de modelo aprimo-rado, porém adequado . No lado oriental, há uma pequena esca-da que leva a uma sala de selamento.

Cada um dos três nichos das janelas arcadas no lado norte éemoldurado por cortinas de seda drapeadas, cujo material e mo-delo combinam com o Véu . Uma passagem em arco no ladonorte leva à sala de selamento a ser descrita posteriormente . Nolado sul, há quatro pares de portas duplas, correspondendo emposição e tamanho com as janelas ao norte.O portal no lado su-doeste, abre-se diretamente para o corredor superior no topo dagrande escadaria já descrita; cada um dos outros três portais, éprovido de portas corrediças, e abre para uma sala com pisopouco mais elevado em relação à grande sala, reservada para oserviço cerimonial especial mais especificamente descrito nosparágrafos seguintes:

Salas de Selamento : A primeira das três salas pequenas, aosul da sala celestial, tem aproximadamente 3,05 por 3,96 m comum nicho semicircular de 1,52 m de profundidade . Este é eleva-do dois degraus acima do assoalho principal . Na parede destenicho, há uma janela artística ogival de vidro colorido represen -tando com pormenores impressionantes e reais, o profeta ressur-reto, Morôni, entregando as placas do Livro de Mórmon áo jo-vem vidente, Joseph Smith . É um símbolo adequado da realida-de da comunicação dos vivos com os mortos ; e é às ordenançaspertencentes a esta finalidade que á sala é destinada . Esta é umadas salas de selamento do templo . A parede ocidental é ocupadapor um grande espelho . No centro, há um altar ricamente esto-fado e decorado em branco e dourado . O altar tem 1,83 m por1,07 m na base, e 0,76 m de altura . Aqui se ajoelham em humil-

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de serviço, os representantes vivos de esposos e esposas, pais efilhos, já falecidos . A única outra mobília, consiste de cadeiraspara o élder oficiante, testemunhas e pessoas esperando as orde-nanças no altar.

A mais oriental das três saletas é em tamanho e forma, umacópia da descrita . Sua decoração, no entanto, é em tons mais vi-vos ; o altar e as cadeiras são estofados com bom gosto, e as pa-redes são claras . Espelhos estendem-se do assoalho ao teto, nasparedes ocidental e oriental . Esta sala de selamento do templo étípica das que são usadas para os vivos . Aqui é solenizada a sa-grada ordenança do casamento entre as partes que vêm fazerseus votos de fidelidade marital para o tempo e a eternidade, epara receber o selo do eterno sacerdócio sobre sua união . Aquitambém são realizadas ordenanças de selamento (ou adoção) defilhos vivos aos pais que antes do nascimento deles não haviamsido unidos na ordem do casamento celestial . No lado sul destasala, há uma porta com bandeira e painéis laterais de vidroadornado em desenho floral, que dá para uma sala de recepçãodestinada a acomodar as pessoas que aguardam a ordenança deselamento, e este, por sua vez, dá para o corredor superior notopo da grande escada.

Anexo de Selamento : Devido ao grande número de pessoasque vêm ao templo para as ordenanças de selamento, tanto parasi como para os mortos, diversas salas especiais foram construí-das ao norte da Sala Celestial para a conveniência dessas pes-soas . Estas salas são mobiliadas de maneira semelhante às salasde selamento já descritas . São usadas para selamentos dos vivose dos mortos, assim como as demais salas em todo o templo,destinadas a este propósito . Ao todo, há 14 salas de selamentono templo.

O Santo dos Santos: A sala do centro das três saletas do la-do sul da sala celestial, é entre as pequenas salas do templo, semdúvida, a mais bela . Todavia sua excelência é antes a de esplên-dida simplicidade do que de esplendor suntuoso . Fica em nívelmais elevado do que as outras duas, sendo alcançadas por umaescada adicional de seis degraus do lado de dentro das portascorrediças . A curta escada é limitada por balaustradas esculpi-das a mão, que terminam num par de pilares de corrimão osten-tando figuras de bronze, simbolizando a infância inocente ; estes

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suportam ramalhetes de flores, cada flor ornamental ostentan-do uma lâmpada elétrica. Na plataforma, no topo dos degraus,existe uma arcada sob a qual há portas corrediças ; estas portasmarcam o limiar da sala interna do Santo dos Santos do templo,e correspondem à cortina mais interna, ou véu, que protegia davista do público os recintos mais sagrados do tabernáculo e dostemplos das dispensações anteriores.

O assoalho é de blocos de madeira-de-lei nativa, cada umcom dois centímetros e meio em corte transversal . A sala é decontorno circular, com 5,50 m de diâmetro, com paredes e pai-néis, estes separados por pilares esculpidos suportando arcos ; édecorada de azul e dourado . A entrada e os painéis têm moldu-ras de veludo vermelho com uma borda externa decorada emdourado . Quatro nichos de parede, orlados em carmesim e dou-rado, têm fundo azul carregado e dentro deles vêem-se altos va-sos contendo flores . O teto é uma cúpula na qual há janelas cir-culares e semicirculares de vidro adornado, e do lado externodestas, portanto acima do teto, existem globos elétricos, cujaluz penetra na sala em inúmeros matizes de suave intensidade.

No lado sul desta sala, defronte à porta de entrada, e em ta-manho correspondente, há uma janela de vidro colorido, repre-sentando a aparição do Pai Eterno e seu Filho Jesus Cristo aojovem Joseph Smith . O evento ali representado marcou o inícioda dispensação da plenitude dos tempos . A cena é representadanum bosque; os personagens celestiais estão vestidos de branco,e parecem estar instruindo o jovem profeta, que está ajoelhadócom a face levantada e os braços estendidos . Abaixo está a escri-tura, pela qual, Joseph foi levado a buscar a divina instrução:

"E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dáliberalmente, e o não lança em rosto ; e ser-lhe-á dada" . (Tiago 1 :5 .)

E abaixo:"Este é o meu Filho Amado, ouve-o ."

Esta sala é reservada para as ordenanças superiores do sa-cerdócio, relacionadas à exaltação dos vivos e dos mortos.

A Sala do Zimbório : Perto da plataforma da escada de gra-nito, na torre sudeste, no terceiro andar, fica a entrada da gran-de Sala do Zimbório, de 10,88 m por 13,41 m . No lado sul há

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três janelas ovais . No centro aparece um grande zimbório de15,54 m de circunferência na base com 2,13 m de altura . Este écravejado com 17 janelas adornadas e pode ser prontamente re-conhecido como o teto do Santo dos Santos, já descrito como orecinto mais eminente do segundo andar . Em cada uma destasjanelas estão colocadas lâmpadas elétricas; e é destas lâmpadasque aquela sala recebe sua bela iluminação colorida indireta.Nas paredes estão pendurados retratos das autoridades da Igre-ja. Nenhuma ordenança específica pertence a esta sala . No can-to noroeste desta sala abre-se um saguão, ou corredor de 22,86m de comprimento, 2,44 m de largura em seus primeiros 4,57 mde extensão, e 3,05 m do curso restante . No corredor, há salasem ambos os lados.

A Sala de Oração : Esta é a primeira sala no lado sul do cor-redor, a oeste da Sala do Zimbório . Ela mede 9,45 m por 3,96 me é iluminada por uma janela oval . A mobília consiste de um al-tar para oração, cadeiras, e uma mesa.

A Sala do Conselho dos Doze Apóstolos: Fica a oeste da úl-tima, no lado sul do corredor . Esta mede 8,53 m por 6,40 m, etem duas janelas ovais ao sul . É mobiliada com 12 cadeiras esto-fadas, outras cadeiras para registradores óu secretários, uma es-crivaninha, mesa e um órgão . Nas paredes são vistos retratosdos apóstolos SUD vivos e também da Primeira Presidência édo patriarca. Adjacente a esta câmara há uma ante-sala de 4,27por 6,40 m.

A Sala do Conselho dos Setenta : A entrada é pelo corredorperto da sua extremidade ocidental . A sala mede 8,53 m por4,27 m e tem uma janela oval no lado sul . Esta câmara é reserva-da para uso dos primeiros sete presidentes dos Setenta, ou maisacuradamente, o Primeiro Conselho dos Setenta . E mobiliadapara seu propósito com sete cadeiras do mesmo tipo, uma cadei-ra extra para o registrador ou secretário, e uma mesa.

A Sala do Conselho da Primeira Presidência e Dos DozeApóstolos: Fica situada no lado norte do corredor e com sua an-te-sala . ocupa a maior parte daquele lado . O compartimentoprincipal tem 12,19 m por 8,53 m . No centro, há um altar deoração, de madeira branca, estofado em veludo azul . Dozegrandes cadeiras, estofadas,, estão dispostas em um semicírculoem volta do altar . 0 restante do círculo é ocupado por uma me-

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sa, atrás da qual há cadeiras do mesmo tipo para os membros daPrimeira Presidência da Igreja e uma outra cadeira para o Pa-triarca da Igreja . Essas peças, com a escrivanha, mesa, cadeirapara uso do registrador, e um pequeno órgão elétrico, consti-tuem a mobília essencial da sala; todas às demais peças são de-corativas . Nas paredes há belos quadros, incluindo telas origi-nais mostrando cenas de paisagens, de interesse na história daIgreja restaurada.

A ante-sala desta câmara tem 4,78 m por 4,27 m . No ladonorte vê-se uma janela comemorativa de vidro colorido, apre-sentando no painel central uma esplêndida reprodução do tem-plo concluído, acima da qual aparece a sagrada inscrição : "San-tidade ao Senhor ." Cada um dos painéis laterais apresenta umescudo com rolo de pergaminho e inscrições . 4

A Sala Principal de Assembléia : Com seus vestiários e oscorredores das extremidades, esta sala ocupa o quarto andar etem 36,58 m por 24,38 m de área, e 10,97 m de altura . Uma am-pla galeria estende-se ao longo de ambos os lados, fora o espaçoocupado pelos estrados, também das extremidades . Em ambasas extremidades deste grande auditório há um espaçoso estrado- uma plataforma em degraus — uma múltipla série de púlpi-tos . Os dois são iguais, tanto em acabamento como em mobília;a descrição de um servirá para ambos.

O estrado compreende quatro degraus ; o inferior fica a 0,30m do assoalho, enquanto cada um dos outros três, tem 0,60 mde altura . Sobre cada um dos três degraus inferiores, há um sofáou assento de 5,49 m de comprimento ; o superior é provido detrês cadeiras estofadas para acomodar o presidente e seus doisconselheiros. Em cada degrau há um púlpito central, com púlpi-tos menores de modelo correspondente em ambos os lados . To-do o madeiramento desses estrados é esculpido a mão, e acaba-do em branco e dourado.

O estrado superior em ambas as extremidades da sala é co-berto por uma abóbada sustentada por colunas, e ostentando nafrente a designação da ordem do sacerdócio à qual a extremida-de é destinada. O estrado na extremidade ocidental tem a inscri-ção "Sacerdócio Aarônico", e na oriental, "Sacerdócio de Mel-

4 Veja pág . 103 .

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quisedeque" . Lembrem-se de que na descrição da parte externado templo foi mencionado que as torres do lado oriental sãomais altas do que as do lado ocidental . Agora se nota que essadiferença está de acordo com o grau das ordens do sacerdócio,estabelecidas no templo, o maior na extremidade oriental, è omenor na ocidental.

Flanqueando os estrados oficiais, em ambas as extremida-des desse auditório, há lugares para os oficiais do sacerdócionão diretamente chamados para oficiar no serviço do dia . A ga-leria e os estrados laterais são providos de cadeiras em posiçãofixa. As cadeiras existentes na platéia são móveis, podendo sercolocadas de frente para o estrado pertencente ao sacerdóciooficiante.

Esta grande sala é decorada em branco e dourado . Atrás decada estrado, existem amplos vestiários, com entradas em am-bos os lados . Em cada canto desse majestoso auditório, há umaescada em caracol que leva à galeria ; a escada é de modelo gra-cioso com ornamentos entalhados a mão.

Os Andares Superiores : Acima do nível da principal sala deassembléia com suas dependências, não há nenhuma sala . O an-dar seguinte tem plataforma de elevador no lado ocidental e umcorredor que atravessa o prédio, ligando as duas torres do can-to, tanto as da extremidade oriental como as da ocidental . Aplataforma seguinte fica ao nível do telhado do templo, acimado qual há somente pináculos e remates.

As Quatro Escadarias de Granito: Em cada uma das quatrotorres de canto, há uma escadaria que vai do porão até o telha-do, com cada um dos degraus em granito sólido . As escadas sãoligadas a uma coluna central de granito de 1,22 m de diâmetro, ecada degrau é embutido e firmado de modo a resistir por longotempo, a todo e qualquer desprendimento ocasionado pelo pas-sar dos anos . Cada uma dessas quatro escadas de canto tem 177degraus, perfazendo um total de 708 degraus . Cada degrau tem1,83 m de comprimento, com um encaixe de 7,5 cm em cada ex-tremidade. Na extremidade estreita, cada degrau tem 0,13 m delargura e na outra, 0,61 m ; os degraus apresentam uma beiradasaliente de 4 cm. Há amplas plataformas a intervalos convenien-tes, na longa espiral . Cada degrau completo pesa mais de 771kg, e o peso total das quatro escadas de granito é de mais de

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APÊNDICE 1 - PARTE INTERNA

197

566 .000 kg . Em cada andar há um corredor de 3,05 m de larguraque corre de norte a sul, ligando as escadarias das torres . Na ex-tremidade ocidental do edifício, há dois amplos elevadores quecorrem em poços de granito separados, do porão até o telhado.A princípio, foram instalados elevadores hidráulicos, posterior-mente substituídos por elevadores elétricos automáticos.

Lembremo-nos de que o templo não foi construído unica-mente para o presente . Sua estrutura é resistente e representa omelhor que mão-de-obra habilitada e devoção poderiam produ-zir . Na parte interna, sua aparência está estritamente de acordocom a solidez das paredes, e em harmonia com o aspecto exter-no impressionante e majestoso . Não há evidência em nenhumaparte de planejamento precipitado ou execução descuidada.Mesmo as salas e defesas do sótão — embora pouco usadas —são bem acabadas.

No entanto, o templo não é embelezado em toda parte como mesmo esmero . Não houve dissipação, hem despesas desne-cessárias em sua ornamentação. A intenção predominante, foi ade propriabilidade . Há muitas salas decoradas e mobiliadas emestilo simples ; outras há nas quais, nenhum esforço foi poupa-do, nem o custo considerado, para assegurar a essencial grande-za e sublimidade . Em parte alguma há sequer um traço de im-perfeição ; em nenhum lugar há o que sugestione ornamento ex-cessivo . Cada sala foi planejada e construída para um propósitodefinido, e decorada e mobiliada em estreito acordo com aque-le . Dentro dele, o maior templo da presente dispensação, não hápompa, não há desperdício de material, nem superornamenta-ção. O templo foi planejado e construído como se acreditou sero mais apropriado para

A Casa do Senhor.

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Apêndice II

A Praça do Templo *

Por mais admirável que seja o feito do povo edificando ograndioso templo, particularmente no começo da obra iniciadasob condições tão desfavoráveis, o empreendimento torna-seainda mais notável quando consideramos outras obras de cons-trução executadas enquanto o templo estava sendo construído.Não só outros três templos foram começados e concluídos nesteperíodo, mas também capelas em várias alas e estacas, e outrosedifícios de ainda maior capacidade foram erigidos para assem-bléias da Igreja em geral . Os prédios construídos na Praça doTemplo na Cidade do Lago Salgado representam por si sós,grandes empreendimentos, quando considerados à luz das cir-cunstâncias prevalecentes na época. Dentre tais prédios, estão oatual Tabernáculo, o edifício há muito demolido e agora tidocomo o Antigo Tabernáculo, e o Assembly Hall.

É interessante saber que os primeiros abrigos erigidos paraas reuniões públicas, dentro do que agora é a Cidade do LagoSalgado, eram caramanchões ; entre estes, o Velho Caraman-

chão é distintamente mencionado e conhecido . No dia 31 de ju -

lho de 1847 — somente uma semana após a chegada dos pionei-ros no vale do Grande Lago Salgado, um destacamento do Ba-talhão Mórmon, l que acabara de chegar à colonia, ou cidade,

* A Praça do Templo na Cidade do Lago Salgado sofreu modificações e acrésci-mos desde que o material original do Capítulo IX foi escrito pelo Dr . Talmage . Esteapêndice foi escrito por Wm . James Mortimer baseado no texto original de Talmage ereflete a Praça do Templo como se apresentava em 1968.

1 0 Batalhão Mórmon era um grupo de quinhentos homens alistados pelo povo mi-grante por ordem do governo federal, para ajudar na guerra dos Estados Unidos com oMéxico . O batalhão foi convocado para o serviço em julho de 1846, e passou a fazerparte das forças comandadas pelo General Stephen F . Kearney . A parte principal do ba-talhão marchou do Forte Leavenworth até Santa Fé e chegou ao sul da Califórnia em ja-neiro de 1847 . Um destacamento dele formado pelos homens que haviam ficado incapa-citados durante a marcha, tinha passado o inverno em Pueblo ; este grupo alcançou oVale do Lago Salgado em julho de 1847 poucos dias depois da chegada dos pioneiros .

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A CASA DO SENHOR

como era então chamada, construiu um caramanchão de estacase galhos cortados para a acomodação de reuniões de adoração.Este, com o tempo, foi substituído por um abrigo ainda maiordo mesmo tipo, de 30,48 m por 18,29 m, que se tornou conheci-do na história local como o Velho Caramanchão . Consistia depostes fincados a intervalos convenientes, em torno de um qua-drângulo, cujas extremidades superiores eram unidas por varasfixadas com cavilhas de madeira, ou amarradas na sua posição,com tiras de couro cru, e sobre essa armação empilharam ramosde salgueiro, coníferas, artemísia e outros arbustos, resultandonuma coberta que oferecia proteção parcial contra o sol, masnão contra o vento e a chuva.

O Antigo Tabernáculo : No início, este edifício era conheci-do como o Tabernáculo; desde a construção do edifício atualostentando o mesmo nome, o primeiro ficou conhecido como oAntigo Tabernáculo . Tinha 38,40 m de comprimento por 19,50m de largura, e ocupava o lugar do atual Assembly Hall no can-to sudoeste da Praça do Templo . Para os seus dias e sua época,era um prédio enorme e pretensioso . Quanto à capacidade depessoas sentadas, lemos que na ocasião da dedicação, durante aconferência de abril de 1852, havia 2 .500 pessoas presentes nu-ma só sessão . Seu teto era abobadado sem apoio de pilares.Muitos dos postes e varas do Velho Caramanchão entraram naconstrução do Antigo Tabernáculo . 2

O Tabernáculo: o edifício agora assim conhecido, na oca-sião da sua construção era distintamente designado de o NovoTabernáculo . Foi iniciado em julho de 1864, sendo que em ou-tubro de 1867 a obra estava tão adiantada que foi possível reali-zar a conferência geral sob seu teto . Esta notável construção foiplanejada e erigida sob a direção do Presidente Brigham Young.Quanto a ele, nenhuma beleza arquitetônica é reivindicada ; suaaparência geral, é de uma enorme tigela emborcada, repousan-do sobre pilares . É, na verdade, uma vasta abóbada elíptica,sustentada nas beiradas por maciças paredes de arenito e contra.

2A descrição do Antigo Tabernáculo e relatos das cerimônias de dedicação e aber-tura para utilização pública aparecem no "beseret News" daquela época em abril de1852. Reedições parciais aparecem no "Latter-day Saint's Millennial Star", vol . XIX,n?s 22 e 23, de 24 e 31 de julho de 1852 . Esses artigos também incluem um resumo dasatas da conferência geral da Igreja naquele ano, e a oração dedicatória .

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APÊNDICE II - A PRAÇA DO TEMPLO

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fortes . Os contrafortes medem 2,74 m de largura ou profundi-dade e 0,91 m de espessura. O espaço entre os contrafortes éocupado por portas, janelas e paredes ; as portas abrem-se parafora, oferecendo assim um fácil meio de saída . O edifício mede76,20 m de comprimento por 45,72 m de largura no centro . Oteto fica a 21,34 m do piso, no centro ; e do teto até o telhado, adistância é de 3,05 m . Uma espaçosa galeria de 9,14 m de largu-ra se estende ao longo das paredes internas, e é interrompida so-mente no lado ocidental, onde dá lugar ao grandioso órgão e as-sentos reservados para o majestoso coro . Em contraste com osmétodos comuns de construção, esta enorme galeria não é liga-da às paredes . A intervalos de 3,66 m a 4,57 m, grandes vigas li-gam a galeria aos contrafortes das paredes, sendo que essesvãos são protegidos por uma alta balaustrada . Acredita-se queas surpreendentes propriedades acústicas do prédio são devidas,em parte, a essa característica arquitetônica ; a grande cúpula é,na realidade, uma colossal galeria de sussurros, como verifica-ram por experiência própria, as centenas de milhares de pessoasque têm visitado o prédio . Quando está quase vazio, a queda deum alfinete no ponto focal da elipse perto de uma das extremi-dades do prédio, pode ser ouvida no ponto correspondente daoutra extremidade . A lotação normal de pessoas sentadas, noprédio, incluindo a galeria, é de aproximadamente nove mil,embora excepcionalmente já tenha abrigado congregações mui-to maiores do que esse número.

Na extremidade ocidental fica a tribuna dos oradores, in-cluindo o púlpito . A tribuna eleva-se em fileiras ou terraços,proporcionando acomodações para os oficiais da Igreja de dife-rentes graus de autoridade . Em ambos os lados da tribuna, háplataformas para a acomodação de outros grupos do sacerdó-cio, ou convidados especiais . A tribuna é construída de tal for-ma que pode ser desmontada para a colocação de uma amplaplataforma para apresentação de programas especiais, comoconcertos sinfônicos, representações teatrais de fundo histórico,apresentações dramáticas, ou outros espetáculos públicos queestejam em harmonia com o espírito do tabernáculo . Atrás datribuna, elevando-se em ambos os lados até o nível da galeria eocupando o espaço à frente do grande órgão, fica o lugar do co-ro, com assentos para acomodar mais ou menos 375 cantores .

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A CASA DO SENHOR

O grande órgão do Tabernáculo é tido pela maioria comoum dos melhores instrumentos de sua classe jamais construído.Na época em que foi construído, era o maior órgão dos EstadosUnidos, e o segundo ou terceiro do mundo . Um dos muitos as-pectos surpreendentes relacionados com esse instrumento, é quefoi construído por artesãos locais ; as partes de madeira, incluin-do os equipamentos mecânicos e dos tubos, eram originalmentefeitos totalmente de material nativo. O órgão ocupa uma áreade mais de 11,29 m, enquanto que as torres dá frente, alcançama altura de 14,63 m . Os principais remodelamentos do órgãoocorreram em 1885, 1901, 1915, 1926, 1940 e 1948, tendo agora189 conjuntos de tubos totalizando 10 .814 tubos individuais.Muitos dos tubos e revestimentos originais ainda estão no ór-gão . Todas as qualidades apreciadas foram conservadas, melho-rando-se grandemente o alcance dinâmico, a variedade de tim-bre, a viveza e o brilho dos sons . Dez dos tubos originais feitospor Joseph Ridges, que construiu o órgão no deserto pioneirode Utah em 1867, ainda estão em uso ; estes são alguns dos gran-des tubos visíveis na frente.

Em tamanho e proporção, o órgão é compatível com ogrande prédio, no qual está instalado ; enquanto que em quali-dade de som e equipamentos mecânicos é de uma excelência cor-respondente aos outros equipamentos deste esplêndido auditó-rio .

O telhado abobadado é construído pelo princípio de apoiode vigas cruzadas, sustentando-se a si próprio em toda a exten-são, não havendo pilares entre o teto e o piso. A armação do te-lhado é de madeira, e na ocasião de sua construção, as vigas e astreliças eram ligadas com cavilhas de madeira e tiras de courocru . Estes materiais foram usados em lugar dé pregos, mais pelanecessidade do que por escolha ; pregos podiam ser obtidos so-mente quando novos suprimentos eram trazidos por carroções,e o frete da longa jornada tornava seu custo proibitivo . Emboraatualmente existam muitos telhados com maior vão livre nosgrandes prédios do país, a maioria das estruturas mais recentessão de aço ; e é duvidoso que haja uma 'estrutura semelhantemais resistente executada inteiramente de madeira.

O Assembly Hall: No canto sudoeste da Praça do Templo,encontra-se o Assembly Hall, um sólido edifício destinado a

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APÊNDICE II - A PRAÇA DO TEMPLO

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congregações de menor tamanho. do que as que exigem o uso dogrande auditório do Tabernáculo . Durante o verão de 1877, o

Antigo Tabernáculo, sobre o qual tantas lembranças agradáveisse acumulavam, foi removido para dar lugar ao novo edifício . OAssembly Hall foi iniciado nó ano acima mencionado, e, embo-ra já se realizassem reuniões no prédio inacabado, somente em1882 ele ficou pronto para dedicação. O edifício tem 36,58 mpor 20,73 m, incluindo os nichos das extremidades . As paredessão de granito das pedreiras do "canyon" de Cottonwood.

O Centro de Informações e o Museu: De interesse para mui-tos que visitam a Praça do Templo, são o museu histórico e ocentro de informações situados na seção sudeste da praça . Esteedifício foi primeiramente aberto em 5 de agosto de 1902 e eraconhecido como o "Escritório de Informações e Literatura daIgreja" . O prédio marcou o início do serviço de guias habilita-dos para visitantes na Praça do Templo, o que tem sido umagrande ajuda na obra missionária da Igreja . Em 1904, o edifíciofoi remodelado e aumentado, e deste então, téni sido aumenta-do para o conforto e conveniência daqueles que visitam a Praçado Templo . Dentro dele são preservadas muitas relíquias impor-tantes e artefatos da história inicial da Igreja e da vida no Valedo Lago Salgado como foi experimentada pelos pioneiros . Mu-rais e pinturas importantes também se encontram no edifício.

O Centro de Visitantes: De construção recente na Praça doTemplo, o atraente Centro de Visitantes, que, num período detempo relativamente pequeno, se tornou uma das mais popula-res atrações turísticas da cidade, e um valioso instrumento mis-sionário . Essa construção de granito de três andares fica no can-to noroeste da Praça do Templo, e contém amplos espaços paraexibições e exposições, e teatros para apresentação de filmes.

Os visitantes da Praça do Templo são conduzidos através doCentro, por guias que trabalham gratuitamente . Várias fases doevangelho restaurado são discutidas, e o visitante tem a oportu-nidade de ver e ouvir a mensagem da verdade proclamada por AIgreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

O andar inferior do prédio contém salas especiais onde osvisitantes, a seu bel-prazer, podem observar dioramas, presen-ciar apresentações audiovisuais, admirar pinturas e muraisatraentes, e operar vários aparelhos de exibição automáticos,

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A CASA DO SENHOR

que explicam a mensagem do evangelho e os programas da Igre-ja .

Resumindo, este centro é uma valiosa ajuda nos esforçosmissionários da Igreja, tanto na área circunvizinha, como paraaqueles que vêm à Praça do Templo como turistas ou visitantes.

Usina de Serviço Geral: É de interesse notar que os prédiosna quadra do templo são abastecidos de vapor e energia elétricapor uma usina independente, situada perto do centro da quadraimediatamente a oeste da Praça do Templo . Grandes túneis sub-terrâneos ligam essa usina aos diversos prédios por ela servidos.O túnel principal tem 1,98 m de altura por 1,67 m de largura.Por ele, correm todos os encanamentos de vapor, água e instala-ção de resfriamento, além de um completo equipamento de con-dutores elétricos . Os túneis secundários têm 1,98 m por 1,22 m.O comprimento total do sistema de túneis é de mais de 427 m, eos túneis são construídos de concreto armado, com paredes depouco mais de 0,15 m- de espessura.

Antes de 1911, o templo era abastecido de aquecimento eluz por suas próprias caldeiras e dínamos, dentro do antigo ane-xo do templo, mas depois a usina encarregou-se desses serviços.Originalmente a usina de serviço pertencia à Igreja, que tambémse encarregava de sua operação ; atualmente é operada por umaempresa de serviços públicos .

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Apêndice III

Outros Templos da Igreja*por William James Mortimer

A descrição detalhada do grande Templo de Lago Salgado,e as descrições menores dos outros templos em Utah, servem pa-ra ilustrar o propósito e a planta geral dos templos, e a obra queali se realiza nestes últimos dias . A Igreja continuará a erigir no-vos templos, à medida que o número de membros crescer, e oaumento da obra vicária pelos mortos merecer esses importantesedifícios:

Apresentamos breves descrições dos templos edificados atéagora ou cuja construção já foi anunciada.

O Templo do Havaí

O primeiro templo construído pela Igreja fora da área conti-nental dos Estados Unidos foi em Laie, Oahu, Havaí . No meioda beleza e grandeza tropicais dessa ilha paradisíaca, é conve-niente e digno que seja encontrada uma Casa do Senhor.

O Presidente Joseph F. Smith, sexto presidente da Igreja,foi até as ilhas havaianas quando contava apenas 15 anos, pararealizar a obra missionária . Ele desenvolveu um amor duradou-ro ao povo das ilhas, e em 1915 retornou como presidente daIgreja, para dedicar e designar um local para um templo, noqual o povo do Pacífico Sul pudesse participar das sagradas or-denanças realizadas nessa casa sagrada.

No dia de Ação de Graças, 27 de novembro de 1919, osmembros da Igreja das Ilhas do Pacífico e da sede da Ígreja nos

* Estes templos foram consveu o texto original .

ruidos pela Igreja desde que James E . Talmage escre-

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206 A CASA DO SENHOR

Estados Unidos, reuniram-se no templo concluído para dedicá--lo ao Senhor . O Presidente Heber J . Grant, que sucedeu aoPresidente Smith, proferiu a oração dedicatória.

O Templo do Canadá

Em 1887, membros da Igreja estabeleceram-se ná provínciade Alberta, no Canadá Ocidental . A cidade de Cardston rece -beu este nome do líder do grupo pioneiro, Charles Ora Card,que mais tarde doou à Igreja uma quadra de oito acres.

No dia 27 de julho de 1913, o Presidente Joseph F . Smithdedicou essa quadra como local de construção de um templo, eno dia 9 de novembro daquele ano, foi iniciada a escavação paraa construção de outra Casa do Senhor.

A obra atrasou-se por causa da Primeira Guerra Mundial,que se alastrou pela Europa de 1914 a 1918 . 0. Canadá, comoparte do Império Britânico, foi seriamente envolvido na guerra.

O templo foi concluído na sua maior parte em 1921, mas sófoi dedicado no dia 27 de agosto de 1923, quando o PresidenteHeber J . Grant, proferiu a oração de dedicação.

O Templo de Mesa

Os santos dós últimos dias estiveram entre os primeiros co-lonizadores do Arizona, e colônias de pioneiros foram por elesestabelecidas em muitas áreas . Para atender às necessidades dosmembros da Igreja no Arizona e também dos membros lamani-tas de língua espanhola, o Presidente Heber J . Grant dedicou olocal para um templo em 28 de novembro de 1921.

O terreno do templo consiste de 20 acres em Mesa, somentea alguns quilômetros de Phoenix . A construção foi iniciada nodia 25 de abril de 1923 . Do mesmo modo que os templos do Ha-vaí e Canadá, este prédio não tem torres nem pináculos . Emaparência geral, dá a impressão de terraços em diversos planos.E construído de concreto armado, revestido com um belo mate-rial de cor clara.

Belas flores e grandes árvores, florescendo no clima quentedo Arizona, tornam o templo e seus terrenos em redor, umaatração para os viajantes de muitas partes do mundo . Foi dedi-cado pelo Presidente Heber J . Grant em 23 de outubro de 1927 .

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APÊNDICE III — OUTROS TEMPLOS DA IGREJA

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O Templo de Idaho Falis

O Templo de Idaho Falis ocupa um belo local junto ao rioSnake. Os trabalhos de escavação foram iniciados, no dia 19 dedezembro de 1939, e a pedra angular, assentada no dia 19 de ou-tubro de 1940 pelo Presidente David O . Mc.Kay, na ocasiãoconselheiro do Presidente Heber J . Grant.

O prédio é construído de concreto armado . As paredes ex-ternas são revestidas com pedras moldadas brancas, que for-mam um belo contraste com o verde dos gramados e arbustos.Muitas das paredes interiores são revestidas de mármore . Emgrande parte importado da Europa.

O edifício foi dedicado em 23 de setembro de 1946 pelo Pre-sidente George Albert Smith, oitavo presidente da Igreja. Antesda dedicação, foi aberto à visitação pública, e milhares de pes-soas foram levadas em excursão pelo templo .*

OTemplo de Los Angeles

A conclusão do Templo de Los Angeles marcou um capítuloimportante na história da Igreja : . Comparável em tamanho einstalações, somente ao Templo de Lago Salgado, esta estruturaergue-se como um monumento sagrado à fé dos santos dos últi-mos dias.

Durante muitos anos, os santos do sul da Califórnia aguar-davam ansiosos o dia em que teriam um templo. Suas esperan-ças foram avivadas em 6 de março de 1937, quando o PresidenteHeber J . Grant anunciou a compra de um lote de 24 acres parao templo na Avenida Santa Mônica.

A construção do templo foi retardada pela Segunda GuerraMundial, mas após a guerra, a construção foi iniciada em se-tembro de 1951 pelo Presidente David O . McKay, e a pedra an-gular assentada em 11 de dezembro de 1953, em cerimônia im-pressionante pelo Presidente Stephen L . Richards da PrimeiraPresidência. A dedicação ocorreu no dia 11 de março de 1956pelo Presidente David O . McKay.

* Em I5 e 16 de abril de 1975, pela primeira vez na história da Igreja, um templofoi rededicado . O Templo do Arizona foi rededicado em sete serviços dedicatórios, apósvários meses de . reforma interna e .externa .

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A CASA DO SENHOR

O prédio é construído de concreto armado, revestido de pe-dra moldada clara . A torre é encimada por uma estátua repre-sentando Morôni com uma trombeta, anunciando ao mundo asboas-novas do evangelho restaurado.

O Templo da Suíça -

O primeiro templo no continente europeu, foi verdadeira-mente a realização de um sonho para os membros fiéis da Igrejana Europa .- O anúncio da construção de um templo em Berna,Suíça, foi. feito pelo Presidente David O . McKay em julho de1952, ao término de sua primeira excursão pelas missões euro-péias . O Presidente McKay oficiou nos serviços do início deconstrução em agosto de 1953,. e a construção começou de fatoem outubro daquele ano . A pedra angular foi assentada em 13de novembro de 1954, pelo Presidente Stephen L . Richards, daPrimeira Presidência.

A dedicação do templo foi iniciada no domingo, 11 de se-tembro de 1955, com o Presidente David O . Mckay oficiando.Os membros do famoso Coro do Tabernáculo tinham estadoem longa excursão pela Europa e estavam então presentes, abri -lhantando o serviço de dedicação que continuou até õ dia 15 desetembro.

Duas sessões de dedicação foram realizadas diariamente pa-ra acomodar o grande número de santos de todos os países daEuropa e da América que compareceram. O Presidente McKayrepetiu a oração dedicatória em cada uma dás sessões, e depois,junto com a Irmã McKay e as Autoridades Gerais da Igreja pre -sentes, participou das primeiras ordenanças do templó, na sex-ta-feira, dia 16 de setembro de 1955.

Templo da Nova Zelândia

Um progresso significativo na construção de templos deu-seem 1958, quando naquele mesmo ano, dois novos templos, empartes opostas do mundo, foram concluídos e dedicados peloPresidente David O . McKay.

O . primeiro foi o Templo da Nova Zelândia em Hamilton,dedicado em 20 de abril de 1958 . O segundo foi o Templo deLondres, na Grã-Bretanha, que será descrito mais adiante .

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APÊNDICE III -OUTROS TEMPLOS DA IGREJA

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A obra missionária para os polinésios do Pacífico Sul, forainiciada em 1851 e muitos tinham viajado longas distâncias até oTemplo do Havaí; desde a dedicação em 1919 . Para esses povos,na maioria de posses humildes, era muito difícil viajar até o Ha-vaí, e assim, em 1954 seus apelos foram atendidos pela PrimeiraPresidência, que anunciou que em algum lugar no Pacífico Sul,mais um templo seria construído.

Determinar, o local do templo foi uma decisão difícil, mas oPresidente McKay fez uma viagem pessoal pelo Pacífico Sul emjaneiro e fevereiro de 1955, visitando muitas áreas e levando es-perança e inspiração a muitos membros da Igreja que nunca ti-nham visto um profeta antes.

Após seu retorno, o Presidente McKay recomendou aoConselho dos Doze, que o templo fosse construído em Hamil-ton, Nova Zelândia, onde uma universidade da Igreja estavaem construção, e onde a atmosfera educacional e espiritual pa -recia ideal . A obra foi adiante imediatamente, e muitos santosfiéis deram muito tempo e recursos para concluir o edifício, afim de que pudesse ser dedicado pelo Presidente David O.McKay, no dia 20 de abril de 1958 . Duas sessões diárias foramrealizadas durante três dias . Após a dedicação do templo, o Pre -sidente David O . McKay também dedicou perto dali a escola daIgreja.

O Templo de Londres

O segundo templo a ser dedicado pelo Presidente David O.McKay em 1958, foi o imponente edifício em Newchapel Farm,Lingfield, Inglaterra, quarenta quilômetros ao sul de Londres.Este foi o quarto templo dedicado pelo presidente McKay comoPresidente da Igreja.

As negociações para o local do templo foram iniciadas em1950, e o Presidente McKay visitou o lugar proposto durante aexcursão pelas missões européias em 1952 . A propriedade de 32acres, conhecida como Newchapel Farm, foi comprada em 1953e dedicada como local do templo pelo Presidente McKay em 10de agosto de 1953 . Durante sua estada na Europa para a dedica-ção do Templo da Suíça, o Presidente Mckay voltou à Inglater-ra e oficiou no serviço de escavação do terreno em 27 de agosto

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. A CASA DO SENHOR

de 1955. A pedra fundamental foi lançada em 11 de maio de1957 pelo Élder Richard L . Evans do Conselho dos Doze . O tér-mino da construção ocorreu em meados de 1958, e planos foramfeitos para a visitação pública do prédio a partir de 16 de agostode 1958. Os oficiais •haviam previsto o comparecimento de50.000 visitantes mas, quando mais de 80 .000 compareceram, otérmino da visitação pública teve que ser adiado de 30 de agostopara 3 de setembro . A primeira sessão dedicatória foi realizadano domingo, dia 7 de setembro de 1958, e foi repetida duas ve-zes por dia, com a participação de mais ou menos doze mil pes -soas.

O Templo de Oakland

Com 92 anos de idade, o Presidente David O . McKay presi-diu a dedicação do Templo de Oakland, Califórnia, demons-trando fé e vigor superiores ao que se poderia esperar naquelaidade.

O interesse do Presidente McKay no Templo de Oaklanddatava de 1934, quando visitou o local, como uma das Autori-dades Gerais . Ele recomendou a compra do terreno do temploem 1942, e então, na segunda-feira, 23 de janeiro de 1961, fezuma visita comovente, de avião, a uma assembléia especial daspresidências de estaca para anunciar a construção do novo edifí-cio .

A dedicação do local e o início da construção deram-se nodia 26 de maio de 1962, com a participação do PresidenteMckay. A pedra angular foi assentada no sábado, 25 de maio de1963, pelo Presidente Joseph Fielding Smith, do Conselho dos .Doze, com o Coro do Tabernáculo interpretando música espe-cial . O Presidente David O . McKay dedicou o templo em im-pressionantes cerimônias nos dias 17, 18 e 19 de novembro de1964.

O Templo de Ogden

O primeiro templo a ser dedicado pelo Presidente JosephFielding Smith, décimo Presidente da Igreja, foi a modernaobra arquitetônica em Ogden, Condado de Weber, Utah . Osserviços dedicatórios iniciaram-se a 18 de janeiro de 1972, pros-

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APÊNDICE III -OUTROS TEMPLOS DA IGREJA

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seguindo diariamente até o dia 20 . O Templo, de Ogden foi oprimeiro a ser dedicado em Utah em 78 anos.

O Presidente Smith presidiu todos os serviços nós três diasde cerimônia de dedicação, sendo assistido por seus conselhei-ros, os Presidentes Harold B . Lee e N . Eldon' Tánner . O Presi-dente Smith proferiu a oração dedicatória na primeira sessão,designando depois outros para que a lêssem nas sessões subse-qüentes.

Praticamente todas as Autoridades Gerais da Igreja compa-receram às sessões dedicatórias, viajando com suas esposas paraOgden em ônibus especiais.

A cerimônia de escavação do terreno para o templo foi reali-zada a 8 de setembro de 1969, 96? aniversário do Presidente Da-vid O. McKay, natural do Condado de Weber . Exatamente umano depois, a 8 de setembro de 1970, vários meses após o faleci-mento do Presidente McKay, o Presidente Smith presidiu os ser-viços de assentamento da pedra angular.

O templo ergue-se na mesma quadra do Tabernáculo de Og-den, um terreno de aproximadamente 40 .000 m2, de proprieda-de da Igreja desde os tempos pioneiros.

Templo de Provo

Perto de 75 .000 membros da Igreja participaram da dedica-ção do Templo de Provo, a 9 de fevereiro de 1972 . Foram reali-zadas duas sessões, uma às 14 e outra às 19 horas . Estima-se queas aproximadamente 37 .000 pessoas em cada sessão represen-tam a maior assembléia 'de santos dos últimos dias que já com-pareceu à dedicação de um templo num só dia.

O Presidente Joseph Fielding Smith presidiu ambas as ses-sões e falou à numerosa audiência da maravilhosa sala celestialdo templo . As cerimônias foram transmitidas por circuito fe-chado de televisão em cores para outras salas do templo e maisnove edifícios no compus da Universidade de Brigham Young.Os presentes nos outros edifícios testificaram da forte influênciaespiritual sentida nos diversos locais.

Em suas considerações iniciais, o Presidente Smith reparouque 9 de fevereiro era o natalício de seu avô, Hyrum Smith eprestou-lhe tributo, reconhecendo a ocasião como evento propí-

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212

A CASA DO SENHOR

cio para homenagear tão grande homem . O Presidente Smithfoi assistido nos serviços pelos conselheiros, Harold B . Lee e N.Eldon Tanner . A conselho médico, . o Presidente Smith solicitouao Presidente Lee que lesse, em ambas as sessões, a oração dedi-catória escrita :por ele.

Muitas das Autoridades Gerais da Igreja estavam presentescom as respectivas esposas, tendo muitos deles participado co-mo oradores nas duas sessões.

O inicio da escavação do terreno para este sexto templo emUtah, que adorna-a vertente montanhosa a leste de Provo, deu--se a 15 de setembro de 1969 sob a direção do Presidente HughB. Brown, • então primeiro conselheiro na Primeira Presidência .

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Índice

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias, marcada por manifesta-ções de poder divino, 9 ; cedo provi-dencia construção de um templo, 10;possui o Santo Sacerdócio, 12 ; tem . adivina comissão de erigir templos, 12;permanece sozinha na prática, de mi-nistração em templos, 47.

Aarão, e seus filhos, vêem a Deus no Si-nai, 16 ; e filhos são designados, 20.

Acampamento de Sião, o, 94.Acaz, rei de Judá, rouba o templo, 6 ; rei ,

retirou o altar do templo, 31.Aquimeleque, mantém serviço do pão da

proposição, 21.Alfa e Omega, inscrição no Templo de

Lago Salgado, 138.Altar de sacrifício, 3.Amuleque, fala do arrependimento, 53.Anderson, James H ., artigo sobre o Tem-

plo de Lago Salgado, prefácio.Anexo de selamento acrescentado no

Templo de Lago Salgado, 196.Anexo, Templo de Lago Salgado, 141.Angela, Truman O ., arquiteto do Templo

de Lago Salgado, 109.Angell, Truman O ., arquiteto do Templo

de Logan, 171.Antíoco Epifânio, rei despoja o Templo

de Zorobabel, 38.Aoliabe, filho de Aisamaque, 17.Apóstolos, reúnem-se no local do templo

em Far West, 93.Arca do Convênio, descrita no antigo ta-

bernáculo, 3 ; trazida ao Templo deSalomão, 5 ; continha as sagradas tá-buas de pedra, 14 ; estabelecida na ci-dade de Davi, 22.

Arca de Deus, passa para os filisteus, 21.Arrependimento, exigido de todos os ho-

mens, 49 ; possível, após a morte, 50.Assembly Hall, na Praça do Templo na

Cidade do Lago Salgado, 157, 160,207.

Autoridade, essencial para um templo, 9;para a obra vicária em favor. dos mor-tos, 61 ; é característica do Santo Sa-cerdócio, 78 .

Babilônios, subjugam o reino de Judá, 7.Batismo, pela água é uma ordenança es-

sencial, 53 ; do Espírito Santo, 53 ; pe-los mortos, uma ordenança do tem-plo, 67 ; de aplicação universal, 67.

Batistério, do Templo de Lago Salgado,143.

Belsazar, rei, é assassinado, 32.Beth Elohim, hebreu, significando Casa

do Senhor, 1.Bezabel, filho de Uri, 17.

Cannon, George Q ., profere a oração nacerimônia . do assentamento da pedrade cúpula, 115.

Caramanchão, Velhd, na Praça do Tem-plo, 157.

Carthage, prisão de, Joseph e Hyrummartirizados na, 98 ..

Casa do Senhor, Templum, equivalentelatino de, 1 ; Beth Elohim, equivalentehebraico de, 1.

"Casamento Celestial", um termo em usopelos SUD, 76, 79..

Casamento eterno, 77, 79.Casamento legal reconhecido pela Igreja,

79.Casamento, uma ordenança do templo,

67 ; selamento no, 76 ; no templo pro-porciona eterna relação entre os sexos,77 ; Igreja sanciona e reconhece o, le-gal, 79 ; para os mortos solenizados so-mente nos templos, 79.

Castigo Eterno é castigo de Deus, 68.Centro de Informações e Museu na Praça

do Templo, 207 . .Centro de Visitantes, na Praça do Tem-

plo, 207 . .Cidade do Lago Salgado, pioneiros che-

gam à, 11.Ciro, rei, emite um decreto real sobre a

construção do templo, 35.Confirmação, segue o batismo pelos mor-

tos, 70..Conhecimento, essencial para a fé, 49.Corações dos filhos e pais converteram-se

um ao outro, 62 . .

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214

A CASA DO SENHOR

Cox, F . W., assenta a pedra angular doTemplo de Manti, 178.

Cowdery, Oliver, Elias aparece a, 62 ; tes-tifica da aparição de Cristo no Templode Kirtand, 91.

Cristo, como um "cordeiro imaculado",59 ; com morte expiatória de, terminoulei mosaica, 84; revela-se no Templode Kirtland, 91 ; expiação de, foi umaoferta vicária, 48, 57.

Dallin, C . E ., escultor do Anjo Morôni,136.

Dario, rei, emite decreto sobre a constru-ção do templo, 36.

Davi, rei, desejou construir um templo, 4;erige o Terceiro Tabernáculo, 22 ; arcaestabelecida na cidade de, 22 ; desejaconstruir um templo, 23 ; confere a Sa-lomão o solene encargo de construir otemplo, 24.

Dia da queima ainda espera cumprimen-to, 61.

Dispensação da plenitude dos templos,70.

Edificadores de templos, santos dos úti-mos dias reconhecidos como, prefá-cio.

Eldredge, Horace S ., dedica a pedra an -gular do Templo de Logan, 171 ; as-senta a pedra angular do Templo deManti, 178.

Elias, aparece no Templo de Kirtland, 91.Elias, aparece no Templo de Kirtland, 62,

91 ; inaugura a obra pelos mortos, 63;enviado à terra para conferir o poder eautoridade à obra vicária, 187.

Ephraim, reunião do conselho de, decideo local do Templo de Manti, 174.

Espírito Santo, conferido aos mortos porrepresentantes, 70 ; dom do, é uma or-denança essencial, 55 ; batismo com,55 ; dom do, constitui o batismo supe-rior do Espírito, 70.

Estrada de Ferro Union Pacific, estradaretarda a obra do Templo de Lago Sal-gado, 112.

Evans, Richard L ., assenta a pedra angu-lar do Templo de Londres, 213.

Exaltação, salvação e, 71.Expiação de Cristo foi uma oferta vicária,

48.Ezequias, despoja o templo, 31 .

Farrel, George L ., assenta a pedra angu-lar do Templo de Logan, 171.

Fé, um princípio fundamental do evange-lho, 49.

Filisteus, Arca de Deus passa aos, 21.Folsom, William H ., assenta a pedra an-

gular do Templo de Manti, 177.

Gibeom, Tabernáculo estabelecido em,21.

Glória celestial, 72.Glória, graus de, 72.Glória Telestial, a, 74.Glória Terrestrial, a, 73.Grant, Heber J ., dedica o Templo do Ha -

vaí, 209 ; dedica o Templo do Canadá,210 ; dedica o local para o Templo deMesa, 210; dedica o Templo de Mesa,210.

Graus de glória, 72.

Hardy, Leonard W ., dedica a pedra angu-lar do Templo de Logan, 171 ; dedica apedra angular do Templo de Manti,177.

Herodes, inicia a reconstrução do antigotemplo, 7 ; é rei da Judéia, 39.

Hirão, rei, Salomão entra em acordocom, 25.

História Familiar, SUD, tem interesse vi-tal em, 63.

Hunter, Edward, assenta a pedra angulardo Templo de Logan, 171 ; assenta apedra angular do Templo de Manti,177.

Independence, revelação sobre templo da-da em, 10 ; local do templo em, 85.

Investiduras e ordenação, 62 ; uma or-denança do templo, 67 ; no templo, 75;ordenanças . do, incorpora certas obri-gações, 75.

Israel, história de, data do êxodo, 2 ; divi-dida em dois reinos, 7 ; povo de, co-nhecido como construtores de tem -plos, 2 ; tabernáculo'era sagrado a, 2;primeiramente possuía o Testemunho,13.

Jardim do Éden, a princípio era santuá-rio, 13.

Jeoás, rei leva ouro e prata do templo, 31 .

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ÍNDICE REMISSIVO

215

Jeová, Tabernáculo sagrado para Israelcomo santuário de, 2.

Jerusalém, capturada pelo rei AntíocoEpifãnio, 38.

Jesus, prediz o destino .do Templo de He-rodes, 45 ; prega aos espíritos em pri-são, 50, 51 ; .batizado por João, 54;instrui os apóstolos sobre o batismo,54.

João, batiza Jesus, 54.Judas Macabeu, restaurou o Templo de

Zorobabel, 38.Juliano, imperador, tenta restaurar o

Templo de Herodes, 46.

Levitas, eram os portadores do taberná-culo, 21.

Linhagem da família, e a seqüência dasgerações, 62.

Livro de Mórmon fala sobre o templo eri-gido pelos nefitas, 8.

Lyman, Francis M ., propõe resolução so-bre a construção do Templo de LagoSalgado, 115.

Malaquias, declaração de, referente aodia de queima que ainda espera cum-primento, 61 ; predição de, cumprida,63 ; predição de, em processo de rápi-do cumprimento, 187.

Manassés, rei, estabelece ídolos, 31.McAllister, D . M., escreve um folheto

sobre o Templo de Lago Salgado, pre-fácio.

McKay, David 0 ., assenta pedra angulardo Templo de Idaho Falls, 211; dáinício à construção do Templo de LosAngeles, 211 ; dedica o Templo de LosAngeles, 211 ; dá início a construçãodo Templo da Suíça, 212; dedica oTemplo da Suíça, 212 ; seleciona o lo-cal para o Templo da Nova Zelândia,213 ; dedica o Templo da Nova Zelân-dia, 212 ; dedica o Templo de Londres,213 ; dedica o Templo de Oakland,214.

Missouri, santos abandonam lares no, 94.Moisés, recebeu a lei e o testemunho, 16;

era um grande sumo sacerdote, 20;aparece no Templo de Kirtland, 91.

Morôni, figura de, colocada no topo doTemplo de Lago Salgado, 115 ; anjoesculpido por C .E . Dallin, 136 .

Morte, arrependimento possível após a,50.

Mortos, obra vicária para vivos e, 57 ; de-vem obedecer à ordenança de batismopela água, 57 ; obra vicária pelos, exi-gido dos SUD por revelação, 59 ; obramissionária em progresso para os, 60;autoridade para trabalhar pelos, 61;dependem de seus descendentes comosalvadores vicários, 62 ; batismo pelos,67 ; confirmação segue o batismo pe-los, 70 ; casamento pelos, solenizadosomente em templos, 79; Elias restau-ra a autoridade para a obra vicária pe-los, 187.

Mulher é igual ao homem e sua adjutorano templo, 71.

Mulheres não são ordenadas no sacerdó-cio, 71.

Muro, em volta da Praça do Templo naCidade do Lago Salgado, 105.

Nabucodonosor, rei da Babilônia, destróitemplo antigo, 6 ; completa a destrui-ção do Templo de Salomão, 32.

Nefitas, erigem templos, 8.Nicodemus, afirmação de Jesus a, 54.Nobe, tabernáculo estabelecido em, 21.

Obede-Edom, o geteu, arca colocada nacasa de, 22.

Obra missionária, pelos mortos, em pro-gresso, 60.

Oração dedicatória do Templo de LagoSalgado, 123, 132.

Ordenação e ordenança do templo, 67 ; einvestiduras, 70.

Paulo, ensina sobre o arrependimento,50 ; fala de batismo pelos mortos, 69.

Pedro fala do batismo pelos mortos, 69.Peterson, Canute, dedica a pedra angular

do Templo de Manti, 178.Praça do Templo, delimitada em 1847, na

Cidade do Lago Salgado, 104; muroem volta da, 105 ; era centro comunalda indústria mecânica, 107; da Cidadedo Lago Salgado, 157 ; Assembly Hallna, 157, 207; Tabernáculo na, 157,204 ; Velho Caramanchão, 157 ; Centrode Informações e Museu na, 207 ; Cen-tro de Visitantes na, 207 .

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216

A CASA DO SENHOR

Pratt, Orson, dedica o local para o Tem-plo de Logan, 169.

Primeira Presidência, Epístola da, 104,118-121 ; sala da, e dos Doze no Tem-plo de Lago Salgado, 152.

Propiciatório no antigo tabernáculo, 3.Provo e Ogden, Templos, 214.

Reino de Deus, requisitos essenciais paraadmissão no, 56.

Representantes devem ser dignos e aceitá-veis, 59.

Richards, Franklin D ., dedica a pedra an-gular do Templo de Logan, 171.

Richards, .Stephen L ., assenta pedra an-gular no Templo de Los Angeles, 211;assenta pedra angular no Templo daSuíça, 212.

Ritos mosaicos de holocausto, terminadoscom a morte expiatória de Cristo, 84.

Rockwood, Albert P ., assenta pedra an-gular do Templo de Logan, 171.

Sacerdócio de Melquisedeque restauradona era presente, 186.

Sacerdócio, Santo, manifestado aos ho-mens, 9 ; mulheres não são ordenadasno, 71.

Sacramento, administrado no Templo deKirtland, 89.

Sala do Conselho dos Doze Apóstolos noTemplo de Lago Salgado, 151.

Sala da Fonte Batismal, do Templo de La-go Salgado, 190.

Sala do Mundo, do Templo de Lago Sal-gado, 145.

Sala Térrestrial do Templo de Lago Salga-do, 146.

Sala de Selamento pelos mortos do Tem-plo de Lago Salgado, 148, 195.

Salomão se prepara para construir umtemplo, 5 ; o templo de, 23; Davi en-carrega, de construir o templo, 24 ;en-tra em acordo com o rei Hirão, 25 ; de-dica o grande templo de, 30.

Salvação, para os mortos, 60 ; e exaltação,71.

Santo Lugar, do tabernáculo de Israel, 3.Santo dos Santos, no antigo tabernáculo,

3 ; véu do, rasgado na ocasião da cruci-ficação, 8 ; do Tabernáculo da Congre-gação, 18 ; no Templo de Salomão, 27;no Templo de Lago Salgado, 149 .

Santos dos últimos dias, notáveis comoedificadores de templos, prefácio ; de-vem viver dignamente para ser repre-sentantes dos mortos, 59.

Santuário, Jardim do Éden foi o primei-ro, 13 ; Sinai torna-se Um, 13 ; taberná-culo provisório era um, 15.

Santuários, das dispensações anteriores,13.

Selamento, uma ordenança do templo,67 ; do casamento, 76, 79 ; outras orde-nanças de, 81.

Silo, antigo tabernáculo recebe um lugarde repouso, 4.

Sinai, tornou-se um santuário, 13 ; Moisésno, 16.

Sisaque, rei do Egito, saqueia Jerusalém,31 ; despoja o Templo de Salomão, 31.

Sjodahl, J . M ., panfleto sobre os templos,prefácio.

Smith, George A ., ordenado um apósto-lo, 94.

Smith, George Albert, dedica o Templode Idaho Falls, 211.

Smith, Hyrum, martirizado em Carthage,98.

Smith, Jóseph, recebeu manifestação doPai e do Filho, 9 ; instruído sobre obatismo, 55 ; Elias aparece a, 62 ; rece-be revelação sobre aconstrução de umtemplo, 64 ; dedica o local para umtemplo em , Independence, 85 ; escrevesobre a gloriosa manifestação no Tem-plo de Kirtland, 89 ; dedica o Templode Kirtland, 89 ; testemunho de, sobrea • aparição de Cristo no Templo deKirtland, 91 ; dá descrição da fonte doTemplo de Nauvoo, 97 ; martirizadoem Carthage, 98.

Smith, Joseph F ., profere oração na ceri-mônia de assentamento da pedra decúpula, 114 ; dedica o local do Templodo Havai, 209; dedica o local para oTemplo do Canadá, 210.

Smith, Joseph Fielding, assenta a pedraangular do Templo de Oakland, 214.

Snow, Eliza R., escreve sobre o Templode Kirtland, 87.

Snow, Erastus, profere discurso em St.George, 164 ; fala na cerimônia da pe-dra angular do Templo de Manti, 177.

Snow, Lorenzo, dedica a pedra angulardo Templo de Manti, 177 ; dedica oTemplo de Manti, 179 .

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ÍNDICE REMISSIVO

217

Tabernáculo, de Israel, descrição do, 2 ; o,era sagrado para Israel como o santuá-rio de Jeová, 2 ; Arca do Convênio no,3 ; propiciatório, no 3 ; antigo era umprotótipo do templo, 4; antigo, rece-beu um lugar de repouso em Silo, 4;continha as tábuas de pedra sagradas,14 ; provisório de Moisés, 14; da con-gregação, descrito, 17 ; levitas eramportadores do, 21 ; serviço sagrado do,suspenso, 21 ; estabelecido em Nobe,21 ; estabelecido em Gibeom, 21 ; o ter-ceiro, erigido por Davi, 22 ; do Convê-nio, no Templo de Salomão, 26, . 30;antigo, na Praça do Templo, 158 ; naPraça do Templo na Cidade do LagoSalgado, 157, 158, 204.

Taylor, John, obra continua sob a admi-nistração de, 113 ; fala no início daconstrução do Templo de. Logan, 170;dirige o assentamento das pedras an-gulares do Templo de Logan, 171 ; de-dica o Templo de Logan, 173.

Templo, antigo, tabernáculo era protóti-po, do, 4; Salomão se prepara paraconstruir o antigo, 5; Acaz, rei de Ju-dá, rouba o antigo, 6 ; Nabucodonosordestrói o antigo, 32 ; Herodes inicia areconstrução do, 7; autoridade sagra-da essencial para um,-9, 10; á Igrejacedo providencia um, 10 ; revelaçãodada para um, em Independence, 10;em Far West adiado, 10 ; dedicado emKirtland, 10; dedicado em Nauvoo, émais do que uma capela etc ., 11 ; Davisolenemente encarrega Salomão deconstruir, 24 ; da visão de Ezequiel, 32;o Senhor instrui Joseph Smith sobre aconstrução de um, 64 ; ordenanças mo-dernas do, 67 ; batismo pelos mortos,uma ordenança do, 67 ; ordenação einvestidura são ordenanças do, 67 ; ca-samento é uma ordenança do, 67 ; ou-tras ordenanças de selamento no, 67;as investiduras do, 75 ; casamento, oúnico contrato matrimonial, 75 ; casa-mento para os mortos solenizados so-mente no, 79 ; local do, em Indepen-dence, Missouri, 85 ; local do, em FarWest, Missouri, 92 ; o, de Nauvoo, 94;inscrição sobre o, de Lago Salgado,103 ; ordenanças de hoje administra-das pelo Sacerdócio de Melquisede-que, 186 .

Templo do Canadá, 210 ; local dedicadopara o, 210 ; dedicação do ; 210.

Templo de Far West, adiado, 10 ; local,92 ; pedras angulares assentadas no lo-cal do, 93 ; apóstolos reúnem-se no lo-cal do, 94.

Templo do Havaí, o, 209; local seleciona-do para o, 209 ; dedicação-do, 209.

Templo de Herodes, o, 8, 39; descriçãodo, 40; era o maior de todos os tem-plos, 44 ; Jesus prediz o destino do, 45;destruído pelas legiões romanas sob ocomando de Tito, 45, 46 ; último dostemplos antigos no hemisfério orien-tal„ 46 ; Juliano, o imperador, tentarestaurar o, 46.

Templo de Idaho Fali, 211 ; pedra assenta-da para o, 211 ; dedicação do, 211.

Templo de Kirtland, dedicado em 1836,10; Elias aparece no, 62 ; o, 84, 86 ; pe-dra angular assentada, 88 ; manifesta-ções gloriosas no, 89 ; dedicação do,89 ; Cristo se revela no, 91 ; . Moisésaparece, no, 91 ; Elias aparece no, 92.

Templo de Logan, o, 12; iniciado em1877, 169 ; local dedicado para o, 169;construção iniciada em, 169 ; pedrasangulares assentadas para o, 171 ; des-crição do, 171 ; dedicação do, 173.

Templo de Londres, o, 213 ; local escolhi-do para o, 213 ; pedra-angular assenta-da para o, 213 ; dedicação do, 213.

Templo de Los Angeles, o, 211 ; localcomprado para o, 211 ; pedra angularassentada para o, 211 ; início da .cons-trução do, 211 ; dedicação do, 211.

Templo de Manti, a, 12, 163 ; distrito do,especificado, 174; localização do, 175;decidida numa reunião de conselho emEphraim,:174 ; pedras angulares assen-tadas, 177 ; local dedicado, 175 ; descri-ção do, 175 ; dedicação do, 179.

Templo de Mesa, o, 210 ; local dedicadopara o, 210 ; dedicação do, 210.

Templo de Nauvoo, pedra angular assen-tada, 11 ; pedra de cúpula colocada emposição, 11 ; dedicado em 1846, 11 ; in-cendiado em 1848, 11 ; é derrubadopor ciclone, 11 ; descrição da fonte da-da por Joseph Smith, 98 ; fonte dedica-da em, 98 ; primeira reunião no, 98 ; as-sentamento da pedra de cúpula, 99;conferência de outubro de 1845 reali-zada no, 100 ; descrição, 110 ; dedica-

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218

A CASA DO SENHOR

ção, 100; destruído por incêndio e ci-clone, 101.

Templo da Nova Zelândia, o, 212; localselecionado para o, 213 ; dedicação do,213.

Templo de Oakland, local escolhido parao, 214 ; início da construção, 214 ; pe-dra angular assentada, 214 ; dedicaçãodo, 214.

Templos de Ogden e Provo', 214.Templo de Salomão, edificação do, foi

um evento que marcou época, 5 ; ter-minado em 1005 A .C ., 5 ; comparadocom o Tabernáculo, 5 ; o, 23 ; iniciadaa construção do, 25 ; trabalhadores is-raelitas empregados na obra do, 26;descrição do, 26 ; dedicação do, 30 ; es-poliado pelo Rei Sisaque, 31 ; Rei Acazremove o altar do, 31 ; Rei Nabucodo-nosor completa a destruição do, 32;Ezequias despoja o, 31.

Templo de St . George, o, 12 ; 163, 164;construção iniciada, 164 ; pedra de re-gistro colocada no, 165 ; sala da fontebatismal .do, é doação de BrighamYoung, 167 ; dedicação do, 168.

Templo de Lago Salgado, James H . An-derson, artigo sobre o, prefácio ; D.M. McAllister, artigo sobre o ; prefá-cio ; local escolhido para o, 11 ; localdedicado, 11 ; pedra angular assenta-da, 12 ; assentamento da pedra de cú-pula, 13 ; dedicado em 1893, 12 ; ogrande, 103 ; inscrição sobre o, 103 ; lo-cal dedicado para o, 105 ; vinda doexército interrompe a obra do, 106;granito escolhido para construção do,108; Truman O . Angell, arquiteto do,109; descrição do, 109 ; pedra de cúpu-la assentada em 1892, 113 ; Francis M.Lyman propõe resolução sobre a cons-trução do, 115 ; figura do Anjo Morô-ni colocada sobre o, 115 ; dedicaçãodo, 116, 132 ; oraçãò dedicatória do,123 ; descrição da parte externa do,133 ; pedras do sol, pedras da lua, pe-dras das estrelas, descrição, 137 ; Alfae ômega, inscrição sobre o, 138 ; em-blema do olho que tudo vê, 138 ; .parteinterna descrita, 141 ; anexo do, 141;sala da fonte batismal dó, 143, 190;sala inferior de conferência 'do, 144;sala do Jardim do, 144, 192 ; grandeescada do, 145 ; sala do mundo, 145,

193 ; sala terrestrial do, 146, 194 ; salacelestial do, 147, 194; sala de selamen-to pelos mortos, 148 ; sala de selamen-to dos vivos, 149 ; Santo dos Santosno, 149, 196 ; sala dos élderes no, 151;sala do Conselho dos Doze no, 151,198; sala do Conselho dos Setenta, no151, 198 ; sala da Primeira Presidênciae dos Doze Apóstolos, no, 152, 198;principal sala da assembléia, no, 153 a199; as quatro escadas de granito no,154, 200; anexo do templo, 189 ; salade criação no, 192 ; salas de selamentodo, 195 ; anexo de selamento, 196 ; salado zimbório, 197 ; sala de oração do,198.

Templo da Suíça, início da construção,212 ; pedra angular assentada, 212 ; de-dicação do, 212.

Templo de Zorobabel, 7 ; o, 34; descriçãodo, 35 ; despojado pelo rei sírio, 38;era inferior ao primeiro templo, 38;restaurado por Judas Macabeu, 38.

Templos dos Dias Modernos, 83.Templos, J . M . Sjodhal, panfleto de, so-

bre os, prefácio ; pagãos, como mora-da dos deuses, 1 ; antigos, não são lu-gares de adoração pública, 2 ; erigidospelos nefitas, 8 ; a Igreja tem a comis-sãó divina de erigir, 12 ; necessidadede, na presente dispensação, 47 ; exigi-do para o serviço vicário, 63 ; são umanecessidade, 64; de Náuvoo e Kir-tland, 83 ; outros, em Utah, 163.

Templos pagãos 'como' a habitação dosdeuses, 1.

Templos em Utah, outros além do Tem-plo de Lago Salgado, 163.

Templum, equivalente latino de Casa doSenhor, 1.

,Tenda de Reunião, era a tenda dó Senhor,19.

Testemunho, o, era o primeiro repositório•

de Israel, 13:Thateher Moses, dedica a pedra angular

do Templo de Logan ; 171.Trabalhadóres israelitas, empregados noTemplo de Salomão, 26.

Uzá, ferido, 22.

Van Cott,' John, dedica apedra angular do Templo de Manti,178 .

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ÍNDICE REMISSIVO

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Vicária, oferta, a expiação de Cristo foiuma, 48, 57 ; obra vicária dos vivos pe-los mortos, 57 ; validade da obra vicá-ria, 57 ; representante deve ser digno eaceitável na ministração, 59 ; obra vi-cária pelos mortos exigida dos SUDpor revelação, 59 ; mortos dependentesdos descendentes como salvadores vi-cários, 62 ; templos requeridos para aobra vicária, 63.

Visão de Ezequiel, o templo da, 32.

Wells, Daniel H ., dedica o Templo deSt . George, 169 ; fala no início de cons-trução do Templo de Logan, 170.

Woodruff, Wilford, ordenado um após-tolo, 94; construção do templo conti-

nua sob direção de, 113 ; assenta a pe-dra de cúpula, 114 ; dedica o Templode Lago Salgado, 122.

Young, Brigham, planeja o Templo deLago Salgado, 108; morre em 1877,113 ; discursa no início da construçãodo Templo de St . George, 164 ; fala noinício de construção do Templo deManti, 175.

Young, John W ., inicia a construção doTemplo de Logan, 169.

Young, Joseph, dedica o Templo de Nau-voo, 101.

Zorobabel, Templo de, 7, 34, 37, 38, 39 .

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