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http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_de_Administracao.htm Logística Reversa e o Desenvolvimento Sustentável Por Dionilson J. Pinheiro Filho 08/09/2007 A cada dia aumenta mais a preocupação da sociedade e de grupos ambientalistas para a realização de ações efetivas que possam promover uma redução da degradação ambiental, uma maior conservação do meio ambiente, até mesmo por meio de uma legislação mais severa quanto à responsabilidade ambiental das empresas. Diante desse quadro, e pela responsabilidade social que uma empresa assume na sociedade, ela passa a se preocupar com ações que possam reduzir os impactos de suas atividades na natureza e/ou sociedade, objetivando ser ecologicamente correta e melhorar sua imagem no mercado como uma empresa que se preocupa com as questões sócio-ambientais e com o desenvolvimento sustentável. Muitas podem ser as ações realizadas por empresas para assumir uma posição socialmente responsável e ecologicamente correta, e hoje, uma das que pode trazer não só benefícios intangíveis, como um reconhecimento da sociedade, mas também trazer retornos financeiros e operacionais é a Logística Reversa. Contudo, esta ainda não é muito explorada pelas organizações. Talvez por falta de informação ou por falta de conhecimento técnico sobre o assunto, até pelo pouco acervo bibliográfico a respeito do tema no Brasil, algumas empresas não identificam a Logística Reversa como uma ação socialmente responsável e que

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http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_de_Administracao.htm

Logística Reversa e o Desenvolvimento Sustentável

Por Dionilson J. Pinheiro Filho

08/09/2007

A cada dia aumenta mais a preocupação da sociedade e de grupos ambientalistas para a realização de ações efetivas que possam promover uma redução da degradação ambiental, uma maior conservação do meio ambiente, até mesmo por meio de uma legislação mais severa quanto à responsabilidade ambiental das empresas. Diante desse quadro, e pela responsabilidade social que uma empresa assume na sociedade, ela passa a se preocupar com ações que possam reduzir os impactos de suas atividades na natureza e/ou sociedade, objetivando ser ecologicamente correta e melhorar sua imagem no mercado como uma empresa que se preocupa com as questões sócio-ambientais e com o desenvolvimento sustentável.

Muitas podem ser as ações realizadas por empresas para assumir uma posição socialmente responsável e ecologicamente correta, e hoje, uma das que pode trazer não só benefícios intangíveis, como um reconhecimento da sociedade, mas também trazer retornos financeiros e operacionais é a Logística Reversa. Contudo, esta ainda não é muito explorada pelas organizações.

Talvez por falta de informação ou por falta de conhecimento técnico sobre o assunto, até pelo pouco acervo bibliográfico a respeito do tema no Brasil, algumas empresas não identificam a Logística Reversa como uma ação socialmente responsável e que pode reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços associados, com o acréscimo de uma melhor percepção da sociedade e dos seus mercados.

Para ficar claro como essa operação pode contribuir muito para isso, faz-se necessário conceituá-la: Logística Reversa, como o termo já declara, corresponde ao caminho inverso da logística, ou seja, inicia-se no ponto de consumo dos produtos sendo finalizada no ponto inicial da cadeia de suprimentos, tendo como principal objetivo o reaproveitamento e reciclagem de

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produtos e materiais, com a reutilização destes na cadeia de valor. Assim, a Logística Reversa se responsabiliza pelo retorno dos bens de pós-venda e pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, agregando-lhes valor.

Os bens de pós-consumo são aqueles que já foram utilizados e que chegaram ao fim de sua vida útil, mas que ainda podem ser aproveitados para outros fins específicos. Para esses bens de pós-consumo existem três canais de distribuição reversa (CDR): o reuso, a reciclagem e o desmanche. O primeiro corresponde à reutilização do bem que fora descartado pelo consumidor, mas que sua vida útil ainda não chegou completamente ao fim; a reciclagem corresponde à transformação industrial do bem em matéria-prima para produção de outros bens; e o desmanche corresponde à desmontagem do bem para que seus componentes possam ser utilizados para composição de outros.

Por sua vez, produtos de pós-venda são aqueles que não chegaram a ser utilizados ou cuja vida útil foi muito pouco desgastada e que serão integrados novamente ao mercado. Vários podem ser os motivos para o retorno de produtos de pós-venda à cadeia produtiva, dentre eles podemos citar: excesso de estoque, erros na elaboração de pedidos, validade vencida, defeitos de fabricação, entre outros. Para esses bens vários podem ser os CDRs: os mesmos dos bens de pós-consumo, mercados secundários, serviços agregados, entre outros.

Para que o sistema logístico reverso seja realizado, é necessário que haja um conhecimento e comprometimento de todos os componentes da cadeia, isso porque esse processo só pode existir diante de uma conscientização de todos os envolvidos, desde o produtor até o consumidor final, passando pelos varejistas/atacadistas. Nesse processo, novas necessidades de operações logísticas surgem para o atendimento aos CDRs, o que aquece todo o sistema logístico e de distribuição e favorece a redução dos custos globais, passando a ser ainda um diferencial competitivo numa economia globalizada. Além disso, favorece a redução de utilização de insumos da natureza através de fontes de energia alternativas (biodíesel, biomassa, energia eólica, etc.) e uma postura ecologicamente correta quanto aos materiais que seriam descartados.

Dessa maneira, todos os envolvidos na cadeia de suprimentos têm sua parcela de responsabilidade para um resultado eficaz da Logística Reversa, em que materiais e equipamentos, antes simplesmente descartados nos lixões sem quaisquer cuidados com possíveis impactos ambientais possam ter uma nova finalidade dentro de um processo produtivo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da sociedade.

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Dionilson J. Pinheiro Filho é administrador, Pós-Graduado em Logística Empresarial pela UNIFACS com experiência em gestão de operações logísticas (distribuição urbana, transferência, multimodais, logística interna/expedição de indústria) e gestão e implantação de processos logísticos, além de implantações de sistemas, coordenação de programas de qualidade/avaliação de clientes. Certificado como auditor interno do SASSMAQ e ministrante de cursos na área de logística.

Indicadores como Ferramenta de melhoria contínua nas operações logísticas

Por Dionilson J. Pinheiro Filho

02/08/2007

A partir de indicadores de desempenho é possível mensurar e acompanhar o desenvolvimento operacional. Identificar, quais os gargalos (teoria das restrições) e pontos mais críticos da organização, quais os processos que devem receber um maior foco por parte dos gestores para a obtenção do resultado, seja ele operacional ou financeiro, deve ser o objetivo dos indicadores, funcionando como um espelho da organização.

A determinação de metas desafiadoras, porém factíveis, para esses índices funciona como um motivador para a operação, levando a todos os responsáveis das equipes de trabalho a uma cultura de superação de resultados através de um processo de melhoria contínua. As metas alcançadas tendenciam uma operacionalização mais focada nos resultados que a organização quer atingir.

Esse foco em resultados não deve ser entendido apenas como a busca incessante por resultado financeiro, mas também, e cada vez mais, como resultado da qualidade dos serviços prestados, pois a competitividade crescente do mercado deve ser encarada não apenas com o preço, mas também com o valor oferecido, buscando ganhar vantagem diante da percepção dos clientes atuais e potenciais.

Quando então falamos de serviços de logística, essa preocupação e foco na qualidade dos serviços e resultados operacionais consistentes para o cliente se tornam ainda mais evidentes e necessárias. Essa afirmação torna-se cada vez mais verdadeira, pois a logística organizacional

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vem se tornando a principal fonte de redução de custos e de ganhos operacionais para as empresas, passando a ser não só um diferencial competitivo, mas também um excelente fator ganhador de pedido no mercado, e até mesmo, um fator crítico de sucesso para algumas empresas.

Diante desse cenário mais específico na área da logística, esse processo de medição de desempenho não corresponde simplesmente a medir uma ou outra ação ou a uma tentativa de melhor visualizar a posição da empresa no mercado. Os indicadores de desempenho devem ser determinados como um desmembramento da missão, valores e objetivos organizacionais, e ainda, das diretrizes estabelecidas pelos dirigentes da empresa.

Assim, os indicadores logísticos devem mensurar não apenas os desempenhos operacionais e financeiros, mas também mensurar a percepção dos clientes aos serviços da empresa, e a percepção do próprio mercado. Por conta disso, os indicadores podem ser classificados como internos, em que a mensuração deve ser embasada em comparativos entre atividades/processos com metas e/ou operações anteriores; ou externos, que se embasam na percepção do cliente diante da operação e/ou serviço da empresa

Quanto a esses indicadores externos cabe uma observação interessante e de grande relevância para sua análise e posteriores ações de melhorias: cada cliente pode apresentar uma visão diferente dos produtos e/ou serviços, de acordo com cultura e realidade de cada um.

Assim, pode-se dizer que os indicadores de desempenho apresentam valores distintos diante de cada cliente e do que eles valorizam, portanto, cada cliente/demanda justificam um maior empenho em um grupo maior de variáveis e indicadores. Com isso, os indicadores logísticos ainda devem se basear nos pontos cruciais identificados pelos clientes.

A partir então da mensuração dos resultados financeiros, operacionais e daqueles que são importantes para o cliente, é possível identificar quais devem ser os pontos de atuação da empresa para seu crescimento, ou seja, a partir dos indicadores e do alcance ou não de suas metas, pode-se direcionar os esforços para aqueles itens que são considerados mais críticos e que necessitam de melhoria. A organização passa a ter a base para “rodar” o PDCA, sigla que, em português, significa Planejar, Fazer, Checar e Agir corretivamente para um dado processo ou resultado, com o objetivo da busca incessante da melhoria contínua.

“Rodar” o PDCA corresponde em: planejar ações para resolução de problemas ou para melhorias de processos; executar as ações conforme planejamento; verificar os resultados das

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ações executadas; e corrigir os erros identificados para se chegar aos resultados esperados. Esse ciclo do PDCA, norteado pelos indicadores logísticos, formam o alicerce para uma estrutura gerencial focada na excelência das operações e, conseqüentemente, na satisfação dos clientes.

Dionilson J. Pinheiro Filho é administrador, Pós-Graduado em Logística Empresarial pela UNIFACS com experiência em gestão de operações logísticas (distribuição urbana, transferência, multimodais, logística interna/expedição de indústria) e gestão e implantação de processos logísticos, além de implantações de sistemas, coordenação de programas de qualidade/avaliação de clientes. Certificado como auditor interno do SASSMAQ e ministrante de cursos na área de logística.

Inteligência Logística: um diferencial competitivo

Por Dionilson J. Pinheiro Filho

19/10/2007

Hoje é notório o crescimento do setor logístico no mercado brasileiro e esse crescimento traz consigo uma considerável melhora no nível de serviço ao mercado oferecido pelas operadoras, um aumento da produtividade das operações logísticas e um maior profissionalismo do setor, considerando o aumento do conhecimento sobre a área, além de um maior desenvolvimento dos processos organizacionais com aplicações de métodos e ferramentas logísticas.

Contudo, a este crescimento deve-se também o aumento da concorrência no mercado, uma concorrência que vem se tornando cada vez mais acirrada, em que as empresas que atuam no setor devem ter a capacidade de responder mais rapidamente e com mais eficácia às mudanças do mercado e às exigências dos clientes, sem perder de foco a qualidade dos serviços e o retorno financeiro, que muitas vezes está atrelado a percentuais de rentabilidade baixos.

Dessa forma, as empresas têm que buscar meios que possam mantê-las diferenciadas em seus mercados, que as permitam ser percebidas pelos clientes como empresas qualificadas a satisfazê-los e que consigam manter a estrutura de custos controlada e em um nível aceitável.

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Para tanto, são utilizadas estratégias, processos e recursos que possam prepará-las para este desafio, porém, nenhum desses pilares trará efeitos positivos se elas não tiverem um capital humano qualificado e treinado para conviver nesse cenário.

É a partir dessa qualificação profissional que as empresas conseguem alcançar maiores resultados e melhores desempenhos, tornando-as mais competitivas. Com profissionais qualificados as ameaças e oportunidades presentes no mercado podem ser melhor trabalhadas, juntamente com a redução das fraquezas organizacionais e incremento de suas forças. É exatamente nesse pilar que se sustenta a Inteligência Logística.

Conceitualmente, a Inteligência Logística deve ser entendida como um conjunto de competências e habilidades técnicas que permite à empresa responder de maneira mais rápida e eficaz que a concorrência aos desafios apresentados pelos Clientes atuais e potenciais (1). Isso significa que a partir de uma visão crítica e racional, a Inteligência Logística objetiva orientar os processos organizacionais e produtivos direcionando-os para o alcance dos resultados desejados.

Na prática, a Inteligência Logística corresponde a atividades multi-funcionais, ou até mesmo multi-empresariais, que agregam conhecimentos e habilidades do capital humano em prol de melhores resultados organizacionais e evolução dos processos logísticos, mesmo que algumas pessoas não estejam diretamente ligadas à própria operação logística.

Não podemos esquecer que todos os processos, áreas ou setores de uma empresa estão direta ou indiretamente ligados, e que todos compõem um sistema integrado e que influenciam o resultado final. Assim, um bom resultado das operações logísticas não acontece apenas pelos profissionais que atuam diretamente na área, mas também pela participação de áreas de suporte. A integração de pessoas com habilidades e conhecimentos técnicos de cada área permite uma visão mais generalista dos cenários, sem perder o foco das particularidades de cada uma que influenciam e impactam no resultado final das operações.

Com essa integração, no momento das tomadas de decisões, fatalmente aparecerão os chamados ‘trade-offs” ou compensações, ou seja, objetivos desejados que para serem alcançados necessitam de ações que se contradizem ou que anulam a força da outra. Porém, esses “trade-offs” obrigam a organização a pensar mais objetivamente nos resultados desejados para os clientes e para a própria empresa, reduzindo a probabilidade de erros nas decisões, aprimorando os processos logísticos e tornando-se, conseqüentemente, mais competitiva no mercado.

Somando-se a estas considerações, a Inteligência Logística permite que as operações logísticas sejam pensadas não apenas em curto prazo, mas, buscando o equilíbrio operacional a fim conseguirem resultados consistentes e efetivos, preocupa-se também com a melhoria contínua dos serviços ao longo do tempo.

Como conclusão, podemos afirmar que a Inteligência Logística fomenta a produção de soluções diferenciadas, criativas e direcionadas aos interesses e necessidades dos clientes, apresentando-se como diferencial competitivo diante dos concorrentes.

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Dionilson J. Pinheiro Filho é administrador, Pós-Graduado em Logística Empresarial pela UNIFACS com experiência em gestão de operações logísticas (distribuição urbana, transferência, multimodais, logística interna/expedição de indústria) e gestão e implantação de processos logísticos, além de implantações de sistemas, coordenação de programas de qualidade/avaliação de clientes. Certificado como auditor interno do SASSMAQ e ministrante de cursos na área de logística.

Parceria e Colaboração: Ganhos para a Cadeia Logística

Por Dionilson J. Pinheiro Filho

17/09/2007

Nível de serviço, custos reduzidos e uma boa estratégia são fatores determinantes para que uma organização possa se diferenciar no mercado, ser mais competitiva e ter uma boa percepção de seus clientes. Contudo, conseguir isso não é uma tarefa fácil. Muitas empresas buscam internamente e junto a seus fornecedores formas de se tornarem mais competitivas em busca de uma resposta mais rápida às mudanças do mercado e aos desejos dos clientes.

Uma das formas das empresas atingirem esses objetivos é através de um bom relacionamento com seus fornecedores e clientes. Isso é tão notório que já há alguns anos a relação existente nesse elo deixou de ser simplesmente comercial para se tornar uma relação de parceria, centrada na confiabilidade e durabilidade, gerando mais segurança e qualidade no relacionamento. Sem dúvida, isso traz bons resultados para a as empresas, como redução de custos e maior qualidade dos produtos/serviços, entre outros. Dessa forma as organizações passam a colaborar entre si, consolidando uma relação de ganha-ganha em suas operações.

Dentro do universo logístico, essa parceria e colaboração vêem se tornando imprescindíveis para um resultado eficaz das operações. As empresas que compõem a cadeia de suprimentos passam a ter informações mais precisas, reduzindo a insegurança, custos e possibilidades de erros. Umas das principais contribuições dessa colaboração dentro da cadeia é o planejamento colaborativo da demanda. Sabemos que uma das maiores dificuldades das empresas, principalmente num mercado altamente mutante, é realizar uma correta previsão de demanda. Se uma empresa não consegue mensurá-la corretamente, ou deixará de atender ao

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mercado ou elevará seus custos com estoque, com uma utilização desnecessária de seus equipamentos e insumos, além de prejudicar todo o resto da cadeia de abastecimento.

Ter uma informação de demanda mais correta permite às empresas a realizarem um planejamento operacional mais eficiente, conseqüentemente, o dimensionamento dos recursos necessários (pessoal, equipamentos, sistemas, insumos, tempo) podem ser melhor trabalhados, levando à um maior controle da produção, melhor gerenciamento dos estoques de insumos e produtos acabados, maior produtividade da mão-de-obra e redução de perdas.

Paralelamente aos produtores e varejistas, os operadores logísticos também saem ganhando com a colaboração e parceria dentro da cadeia logística. Com informações claras o armazenamento e a distribuição ficam mais facilitados, sendo possível dimensionar o espaço, bem como a frota a ser utilizada nas operações, além da carga a ser transportada. A partir de então, passa a existir o chamado transporte colaborativo que possibilita o aumento da produtividade, redução do tempo para carga e descarga, redução dos percursos com veículo vazio e, como conseqüência, um melhor nível de serviço, o qual pode ser observado na medida em que pode-se reduzir o lead-time de atendimento aos clientes, redução de erros nos pedidos e pontualidade nas entregas.

Dessa maneira, toda a cadeia de suprimentos consegue obter ganhos a partir da colaboração mutua entre seus componentes, reduzindo os custos globais da cadeia, aumentando a produtividade e melhorando o nível dos serviços e qualidade dos produtos. Podemos afirmar então que quanto maior a parceria e colaboração entre organizações maior é o valor agregado existente em suas operações.

Dionilson J. Pinheiro Filho é administrador, Pós-Graduado em Logística Empresarial pela UNIFACS com experiência em gestão de operações logísticas (distribuição urbana, transferência, multimodais, logística interna/expedição de indústria) e gestão e implantação de processos logísticos, além de implantações de sistemas, coordenação de programas de qualidade/avaliação de clientes. Certificado como auditor interno do SASSMAQ e ministrante de cursos na área de logística.

Que leis de Newton que nada! As leis que regem a logística são as leis de Murphy...

Por Dionilson J. Pinheiro Filho

08/07/2009

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Quem nunca se deparou com veículo com problemas mecânicos justamente nos dias de

maior volume, quando a disponibilidade e utilização de veículos tem que ser de 100%?

Ou com problemas de sistema exatamente no momento da emissão da nota fiscal? Ou

ainda com problemas no leitor óptico quando da separação e montagem de carga no

armazém em dias de pico operacional? Várias seriam as situações que poderiam ser

descritas, e, parece que de propósito, acontecem quando está tudo aparentemente

tranquilo ou quase finalizado, na sexta à tarde ou dias de sábado.

Por essas e outras é que se afirma que as leis de Murphy estão presentes nas operações

logísticas...sim, elas existem de verdade! Abaixo algumas mais frequêntes nas

operações logísticas:

Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior

maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível;

Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las,

uma quinta surgirá do nada;

Entre dois acontecimentos prováveis, sempre acontece um improvável;

Entregas de caminhão que normalmente levam um dia levarão cinco quando você

depender da entrega;

Não é possível sanar um defeito antes das 17 e 30h da sexta-feira. O defeito será

facilmente sanado as 08 e 01h da segunda-feira.

Além desses exemplos das leis de Murphy, outras parecidas podem ser identificadas no

dia-a-dia de quem trabalha com logística: se durante uma operação logística você não

receber nenhum comunicado de algum problema ocorrido, não se desespere...a operação

ainda não acabou; ou ainda: no dia em que você precisar de maior número de carros

para carregar, aqueles que estão todos os dias vazios em sua porta, neste dia, não estarão

disponíveis. Essas situações levam até a algumas pessoas darem a logística uma

definição bem objetiva: logística é problema. Mas será que este conceito está correto?

É sabido que os resultados das operações logísticas são muito vulneráveis, pois, durante

a sua realização, sempre apresentam situações inesperadas que exigem ações ágeis e

eficientes para contornar a situação e evitar que o resultado final seja prejudicado, e isso

ocorre porque as operações logísticas são influenciadas por diversos fatores e por

diversas áreas, já que na cadeia de suprimentos são várias as etapas existentes até que o

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produto seja consumido pelo cliente final, ou melhor, até que o cliente final fique

satisfeito com o produto e serviço que adquiriu. Fazer com que o produto chegue no

local certo, no momento certo e a um custo competitivo com qualidade não é tarefa

fácil.

Contudo, essa vulnerabilidade da logística frente a essas situações e às leis de Murphy

pode ser reduzida. Existem processos logísticos já amplamente difundidos, bem como

sistemas operacionais que favorecem maior segurança e estabilidade operacional, mas,

além disso, faz-se necessário muito planejamento, uma execução eficaz e,

principalmente, pessoas capacitadas e com conhecimento sistêmico de todo o processo

para que o objetivo final seja alcançado.

O planejamento operacional é a primeira e mais crítica etapa para se conseguir bons

resultados. Se o planejamento não for bem feito, a possibilidade de haver erros

operacionais é muito maior e com conseqüências mas graves. Daí a necessidade de que

os envolvidos tenham um pensamento sistêmico de todo o processo envolvido: não

adianta pensar apenas no operacional, é necessário identificar todas as áreas envolvidas

- fiscal, financeiro, contábil, TI, estoque, etc. - e os cuidados que devem ser tomados

diante das variáveis de cada uma delas: condição de pagamento, disponibilidade em

estoque, prazo de entrega, validade do produto, tributos, fornecedores, enfim, todos os

fatores envolvidos. Só que, mesmo assim, as leis de Murphy não são completamente

eliminadas.

Uma vez concluído o planejamento, chega a hora da realização. Uma execução

disciplinada e eficiente obviamente depende de pessoas que sejam capazes de cumprir

com o programado e, além disso, de tomar decisões e agir diante de situações

controversas, já que as leis de Murphy não são totalmente inevitáveis.

Para essa execução, a preparação das pessoas deve ser algo constante. A atualização

sobre novos processos, sobre sistemas de gestão e a disseminação de boas práticas são

de grande importância para se conseguir profissionais cada vez mais capacitados e

dinâmicos para atuação nas operações logísticas. Isso favorece a liderança de pessoas,

direciona as ações para os resultados e proporciona uma motivação para a melhoria

contínua.

Sendo dessa forma, a logística e suas operações só são problemas quando não

trabalhadas corretamente, ficando aquele conceito mencionado acima totalmente

negado. A logística é um processo que, quando corretamente direcionado e bem

acompanhado, traz ganhos para toda a cadeia de suprimentos. Só é preciso estar

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preparado.

Dionilson J. Pinheiro Filho é administrador, Pós-Graduado em Logística Empresarial

pela UNIFACS com experiência em gestão de operações logísticas (distribuição urbana,

transferência, multimodais, logística interna/expedição de indústria) e gestão e

implantação de processos logísticos, além de implantações de sistemas, coordenação de

programas de qualidade/avaliação de clientes. Certificado como auditor interno do

SASSMAQ e ministrante de cursos na área de logística.

 

 

Desenvolvendo a Inteligência Logística na Organização

Por Dionilson J. Pinheiro Filho

03/04/2009

No ambiente organizacional é comum surgirem problemas que demandam energia,

tempo e em alguns casos até gastos monetários para serem resolvidos, e, para tanto, os

profissionais tem que estar preparados para agir com rapidez e de modo que, dentro das

possibilidades, estes não voltem a ocorrer. Contudo, é sabido que o ideal nas empresas é

evitar que esses problemas sejam originados por erros internos ou falhas nos processos,

e que o grande desafio nessa busca constante pela melhoria contínua, pela qualidade e

nível de serviço está centrada na capacidade empresarial de executar as ações com

eficiência e efetividade, com pouco ou mesmo nenhum re-trabalho.

Essa capacidade da organização de fazer certo na primeira vez o que tem que ser feito e

de tomar a decisão certa no momento certo não pode ser conseguida se tal

responsabilidade estiver centralizada apenas nos gerentes e dirigentes da empresa.

Todos os profissionais devem estar alinhados para este objetivo, como um sistema

integrado, e devem contribuir para o alcance dos resultados desejados.

Nas empresas mais organizadas esse alinhamento das ações está de certa forma

estruturada nos procedimentos e sistemas de qualidade, mas a existência destes por si só

não determina a execução eficaz na organização. Além do cumprimento dos

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procedimentos deve haver uma comunicação clara, objetiva e ágil entre as diversas

áreas, além de uma visão multifuncional dos profissionais.

Mas o que aproxima tudo isso à inteligência logística?

Conceitualmente, a inteligência logística corresponde a um conjunto de habilidades e

conhecimentos que possibilita melhores desempenhos organizacionais dentro do

processo logístico, visando à satisfação do cliente e a diferenciação da empresa no

mercado. Assim sendo, percebe-se que a inteligência logística traz consigo o

alinhamento das diversas áreas da organização e o objetivo comum dos profissionais.

Observando então a contribuição da inteligência logística para a obtenção dos resultados

logísticos, como desenvolvê-la na organização?

Na verdade, toda organização, seja ela atuante na área de logística ou não, pratica de

alguma maneira a inteligência logística, mesmo sem saber que a está praticando.

Normalmente, as empresas fazem inúmeras reuniões, seja para resolver algum problema

ou discutir algum assunto, e essas reuniões não deixam de ser a inteligência

organizacional, que, quando voltada para a área de logística, passa a ser chamada de

inteligência logística.

A questão é que o mais comum nas empresas é utilizar a inteligência logística como

uma prática reativa aos problemas e não como uma ação proativa às exigências do

mercado e dos clientes. Muitas vezes, acha-se que é perda de tempo reunir os

profissionais numa sala para discutir sobre temas que possam trazer melhorias, porém,

muito maior é o tempo perdido quando se precisa reagir às dificuldades apresentadas

pelo mercado.

Portanto, para desenvolver a inteligência logística a organização deve primeiramente

adquirir o hábito do aprendizado organizacional, uma cultura voltada para o

desenvolvimento de conhecimento, conhecimento voltado para a própria organização,

para soluções específicas a ela.

Inicialmente deve ser identificado qual o processo logístico mais crítico e de maior

impacto no mercado que deve ser melhor desenvolvido e acompanhado. A partir desse

processo, a inteligência logística deve expandir sua atuação para os outros que

compõem o sistema logístico da empresa, até que todos eles possam ser trabalhados. É

importante, entretanto, que mesmo após serem trabalhados, os processos não devem ser

esquecidos, mas que sejam constantemente acompanhados e controlados para garantir

melhores resultados.

Uma vez assumindo essa postura proativa, a empresa tem a possibilidade de expandir a

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inteligência logística para qualquer área da empresa, ou seja, a busca pela melhoria

deixa de ficar centrada nos processos logísticos e assume um papel importante para o

desenvolvimento dos profissionais e dela mesma.

Nesse sentido, muitas organizações hoje em dia preocupam-se em desenvolver esse

conhecimento organizacional e passam a investir no aprendizado corporativo, chegando

até a criar um anexo da empresa com este objetivo específico, o que está sendo chamado

de universidade corporativa. Mas este é um tema a ser abordado mais profundamente

em outros artigos.

Dionilson J. Pinheiro Filho é administrador, Pós-Graduado em Logística Empresarial

pela UNIFACS com experiência em gestão de operações logísticas (distribuição urbana,

transferência, multimodais, logística interna/expedição de indústria) e gestão e

implantação de processos logísticos, além de implantações de sistemas, coordenação de

programas de qualidade/avaliação de clientes. Certificado como auditor interno do

SASSMAQ e ministrante de cursos na área de logística.

http://www.guialog.com.br/Y586.htm

A Importância do Planejamento Estratégico nas Empresas de

Transportes e Logística

Ainda verificamos com grande intensidade a resistência das empresas em desenvolver suas diretrizes estratégicas. Na prática, a grande maioria das empresas de logística e transportes não possuem uma estratégia de negócio definida.De forma geral, existe uma grande “aversão” ao uso de estratégias. Para muitas empresas, a formulação de uma estratégia é um processo dispendioso em termos de tempo e recursos financeiros. Para estas empresas a adoção de estratégias “engessa” o negócio, tornando-as lentas e pesadas. Terrível engano!Sem uma estratégia definida, a empresa fica à mercê do mercado e age de forma reativa, comandada pelos Clientes e pelos concorrentes. Sem um correto direcionamento estratégico a empresa realiza investimentos de forma incorreta e pouco produtiva, apresenta baixa lucratividade, perde Clientes, etc.A estratégia empresarial, quando existe, na grande maioria dos casos fica restrita aos diretores, sequer chegando aos gerentes e muito menos às áreas

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operacionais. Sem o envolvimento e comprometimento de todos os níveis hierárquicos as estratégias estarão condenadas ao fracasso. No setor de transportes e logística, são raros os casos de sucesso na aplicação dos conceitos de planejamento estratégico.A estratégia da empresa deverá conter o foco de atuação da empresa (serviços, mercado e escopo geográfico), política de preços, ações de marketing, sistemas de qualidade total, plano de investimentos em infra-estrutura administrativa e operacional, tecnologia da informação, treinamento, etc.

Algumas dicas para a elaboração da estratégia da sua empresa:

- primeiro, reúna as pessoas-chave da empresa, preferencialmente em um lugar externo. Isole-as da rotina diária e concentre-as nesse objetivo.

- segundo, trace um panorama do mercado no qual a sua empresa atua, apontando as dificuldades, os desafios e as tendências do setor;

- terceiro, faça uma análise dos pontos fortes e pontos fracos da sua empresa; discuta também as oportunidades e ameaças inerentes ao negócio. Seja bastante rigoroso e formal nesse processo.

- quarto, parta para a elaboração da missão, visão, valores e diretrizes estratégicas da empresa. Nessa etapa, abandone o formalismo e abuse da criatividade.

- quinto, para cada diretriz estratégica, detalhe as ações correspondentes, os responsáveis e o cronograma. Desenvolva frentes de atuação.

- sexto, desdobre as diretrizes de forma a alcançar e envolver todos os níveis hierárquicos da empresa, inclusive (e principalmente) o operacional, no qual se incluem os motoristas.

Ter uma estratégia de negócio é essencial para todas as empresas, não importando o seu tamanho. Se a sua empresa ainda não tem ou não dá a devida importância a isso, está mais do que na hora de rever esses conceitos. Tenha o devido cuidado de não transformar a falta de estratégia o principal motivo da extinção da sua empresa.