Upload
duongnhi
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
For
Your
LOGO
ARGAMASSAS SECULARES
DE EDIFÍCIOS COSTEIROS
Caso do Forte de N. Srª da Luz
Cascais - Portugal
Maria do Rosário Veiga - [email protected]
António Santos Silva - [email protected]
Martha Tavares - [email protected]
Ana Rita Santos - [email protected]
Nádia Lampreia - [email protected]
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
CASO DE ESTUDO
Forte de N. Sra. da Luz, costa atlântica, Cascais
Esta estrutura militar Portuguesa, provavelmente originária do séc. XV, tem uma
traça invulgar na arquitetura militar Portuguesa e foi construída no âmbito de um
programa de construção da linha defensiva da costa.
in: http://www.allposters.com from Civitates Orbis Terrarum, of Georgius Braun
É um dos mais antigos
monumentos do concelho de
Cascais.
Ciclo de Palestras – Casa de Rui
Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Em 1488 a Torre de Sto António (Torre Joanina) foi mandada construir por D.
João II.
Em 1580 (período filipino), esta torre foi transformada num Forte com três
Baluartes.
No séc. XVII (1650-1675) houve obras de ampliação.
No terramoto de 1755 parte da estrutura do Forte foi danificada, incluindo a Torre
Joanina. Salvaram-se as paredes mestras.
A estrutura sofreu grandes transformações arquitetónicas e foi rodeada por
Muralhas.
O Forte pertence atualmente ao Município de Cascais.
CASO DE ESTUDO Ciclo de Palestras – Casa de Rui
Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
A seleção e recolha de amostras foi feita
segundo a metodologia desenvolvida no
LNEC (por A. Santos Silva) para argamassas
de edifícios antigos.
Foi tida em conta a importância das
diferentes zonas em termos de técnicas e
materiais.
CAMPANHA EXPERIMENTAL Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
Caracterização de argamassas
Caracterização física e mecânica de amostras
Ensaio de ultra-sons
Ensaio de resistência à compressão
Ensaio de absorção de água
Difratometria de raios X DRX
Análise térmica (termogravimétrica e térmica diferencial)
TG - DTA
Análise microstrutural (microscopia óptica e eletrónica de
varrimento com microanálise de raios X MO e MEV-EDS
Análise química húmida
Ensaios In Situ
Humidímetro
Dureza com durómetro (Shore A)
For
Your
LOGO
METODOLOGIA
CAMPANHA EXPERIMENTAL Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
Caracterização de argamassas
Caracterização física e mecânica de amostras
Ensaio de ultra-sons
Ensaio de resistência à compressão
Ensaio de absorção de água
Ensaios In Situ
Humidímetro
Dureza com Durómetro Shore A
Estes ensaios destinam-se principalmente a avaliar o estado de conservação
das argamassas e a sua capacidade funcional.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
METODOLOGIA
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
Caracterização de amostras
Difractometria de raios X DRX
Análise térmica (termogravimétrica e térmica diferencial) TG - DTA
Análise microstrutural (microscopia óptica e eletrónica de varrimento com
microanálise de raios X MO e MEV-EDS
Análise química húmida
Estes ensaios destinam-se principalmente a determinar a composição atual das
argamassas de modo a estimar a composição original e a evolução no tempo e, a
partir daí, a sua cronologia. Permitem ainda identificar os compostos de
degradação para complementar a informação sobre o estado de conservação e
prever a evolução da situação.
CAMPANHA EXPERIMENTAL
METODOLOGIA
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
CAMPANHA EXPERIMENTAL
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
Registos difractométricos da amostra NSL-MS8, Global (vermelho) e Fracção Fina
(azul). Notação: M – Mica; E- Etringite; F – Feldspatos; Q – Quartzo; C – Calcite; A
– Aragonite; H – Halite; He – Hematite.
Ex. DRX
CAMPANHA EXPERIMENTAL
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
Resultados globais DRX
Composto Cristalinos
Identificados
Amostras
NSL-MS8 NSL-MS9 NSL-MP10
Arg.de reboco Arg.de reboco Arg.de reboco
Global F.Fina Global F.Fina Global F.Fina
Quartzo +++ + +++ + +++ +
Feldspatos Vtg/+ Vtg + + + Vtg/+
Mica ? ? ? ? Vtg ?
Calcite +++ +++ +++ +++ ++/+++ ++
Aragonite + Vtg Vtg Vtg ? ?
Halite Vtg/? - - - Vtg/+ Vtg/+
Hematite Vtg/+ Vtg Vtg ? Vtg ?
Gesso (CaSO4.2H2O) - - - - Vtg Vtg
Carboaluminato de cálcio hidratado
(Ca4Al2O6(CO3)0.5.11,5H2O) - - - - Vtg/? Vtg/?
Cloroaluminato de cálcio hidratado
(Ca4Al2O6Cl2.10H2O) Vtg Vtg Vtg Vtg Vtg Vtg
Etringite
(3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O) - Vtg - ? - Vtg
CAMPANHA EXPERIMENTAL
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
Ex. TGA
Sample temperature/°C100 200 300 400 500 600 700 800
#TG/%
-28
-26
-24
-22
-20
-18
-16
-14
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0d#TG/% /min
-2.8
-2.6
-2.4
-2.2
-2.0
-1.8
-1.6
-1.4
-1.2
-1.0
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0.0#Heat Flow/µV
-32.5
-30.0
-27.5
-25.0
-22.5
-20.0
-17.5
-15.0
-12.5
-10.0
-7.5
-5.0
-2.5
0.0
Figure:
27-11-2008 Mass (mg): 37,79
Crucible:PT 100 µl Atmosphere:ArExperiment:NSL-TJ1-I-Reboco- Global 2008-11-27
Procedure: Geral (Zone 2)92 - 1750
Exo
Registo ATG/DTG/ATD da amostra NSL-TJ1-I
CAMPANHA EXPERIMENTAL
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
Resultados globais TGA
Amostras
Gamas de temperatura (ºC) Teor calculado de
carbonatos (% CaCO3) 25→200 200→500 500→900
NSL – TJ1 – I 4.44 5.50 12.60 29
NSL – TJ1 – I (emboço) 0.62 1.91 23.23 53
NSL – TJ1 – E 1.69 3.42 23.61 40
NSL – TJ2 4.86 10.11 8.85 20
NSL – TJ3 0.92 2.99 18.73 43
NSL – TJ4 (argamassa clara) 1.39 3.97 16.55 38
NSL – TJ4 (argamassa terrosa) 1.54 3.95 20.15 46
NSL – BS5 (assentamento) 1.84 7.31 14.30 32
NSL – BN6 (emboço) 0.22 0.93 8.97 20
NSL – BN7 (reboco) 0.43 1.97 22.22 50
NSL – MS8 (reboco) 1.92 4.26 17.50 40
NSL – MS9 (reboco ) 1.58 3.48 17.26 39
NSL – MP10 (reboco) 5.97 7.97 9.83 22
For
Your
LOGO
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE ARGAMASSA
Torre Joanina (séc. XV-XVI)
Localização Identificação
das amostras Constituição
Parede interior
1º sistema de
revestimento
NSL TJ1 – I
Revestimento com 4 camadas (int – ext):
Camada 1 4 mm – cor castanha
Camada 2 10 mm – cor branca (2
subcamadas)
Camada 3 – barramento1 mm espessura ,
cor branca.
Camada 4 – pintura de cor ocre.
Parede interior
2º sistema de
revestimento
NSL TJ1 – E
Revestimento com 3 camadas (int-ext):
Camada 1 10 mm – cor branca (2
subcamadas)
Camada 2 1 mm – Barramento branco
Camada 3 - pintura de cor ocre
NSL TJ1 – I
NSL TJ1 – E
Camada 1 NSL TJ1 -I
Superfície exterior
NSL TJ1 -I
Camada de
pintura
barramento
CAMPANHA EXPERIMENTAL Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Torre Joanina (séc. XV-XVI)
Localização Identificação de
amostras Constitutição
Parede interior
1º sistema de
revestimento
NSL TJ1 – I
Revestimento com 4 camadas (int – ext):
Camada 1 4 mm – cor castanha
Camada 2 10 mm – cor branca (2
subcamadas)
Camada 3 – barramento1 mm espessura ,
cor branca.
Camada 4 – pintura de cor ocre.
Parede interior
2º sistema de
revestimento
NSL TJ1 – E
Revestimento com 3 camadas (int-ext):
Camada 1 10 mm – cor branca (2
subcamadas)
Camada 2 1 mm – Barramento branco
Camada 3 - pintura de cor ocre
.
NSL TJ1 – I
NSL TJ1 – E
Superfície interna NSL TJ1 -E
Superfície externa NSL
TJ1 -E
Camada de
pintura
barramento
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Torre Joanina (séc. XV-XVI)
Localização Identificação
das amostras Constituição
Parede interior
1º sistema de
revestimento
NSL TJ1 – I
Reboco com 4 camadas (int – ext):
Camada 1 – cor castanha
Camada 2 – cor branca
Camada 3 – estuque 1 mm espessura ,
cor branca.
Camada 4 – pintura de cor ocre
.
Parede interior
2º sistema de
revestimento
NSL TJ1 – E
Reboco com 3 camadas (int-ext):
Camada 1 – cor branca
Camada 2 – estuque de cor branca
Camada 3 - pintura de cor ocre
Zona da parede
com perfuração NSL TJ2
Argamassa de assentamento de cor
branca (camada única e uniforme)
NSL TJ2
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Localização Identificação
de amostras Constituição
Parede da
zona da
entrada
NSL TJ3
Revestimento com 3 camadas de
diferentes cores: castanho, amarelo ocre
e branco.
Parede da
zona de
entrada
antigamente
enterrada
NSL TJ4
Revestimento com 2 camadas (int-ext)
Camada 1 – argilosa e de cor castanha.
Camada 2 –. agregados siliciosos e
nódulos de cal; cor branca
NSL TJ3
Torre Joanina (séc. XV-XVI)
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
2ª camada
1ª camada
For
Your
LOGO
Localização Identificação
de amostras Constituição
Parede da
zona da
entrada
NSL TJ3
Revestimento com 3 camadas de
diferentes cores: castanho, amarelo ocre
e branco.
Parede da
zona de
entrada
antigamente
enterrada
NSL TJ4
Revestimento com 2 camadas (int-ext)
Camada 1 – argilosa e de cor castanha.
Camada 2 –. agregados siliciosos e
nódulos de cal; cor branca
NSL TJ4
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Torre Joanina (séc. XV-XVI)
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Localização Identificação
de amostras Constituição
Parede interior
(com elevados níveis de
humidade)
NSL BS5
Argamassa de assentamento de cor
branca (camada única e uniforme),
com agregados siliciosos , fragmentos
de conchas e de carvão e nódulos de
cal.
Baluartes Sul (séc. XVIII-XIX)
NSL BS5
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Localização Identificação de
amostras Constituição
Parede
interior
(quarto
pequeno)
NSL BN6
séc. XVIII-XIX
Revestimento constituído por 2
subcamadas semelhantes de cor branca.
Nódulos de cal, fragmentos cerâmicos, de
conchas e de carvão.
NSL BN7
séc. XX
Revestimento constituído por 3
subcamadas semelhantes de cor branca.
Nódulos de cal, fragmentos cerâmicos, de
conchas e de carvão.
Baluarte Norte
NSL BN6
NSL BN7
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Localização Identificação
de amostras Constituição
Muralha Sul
NSL MS8
Revestimento constituído por uma camada única
de cor branca e pintura de cor ocre . Nódulos de
cal, fragmentos de conchas e de carvão.
NSL MS9
Revestimento constituído por 4 camadas (int. a
ext.):
Argamassa de cor clara (5mm):
Pintura de cor ocre
Argamassa de cor clara
Pintura de cor ocre
Muralha (séc. XVII-XVIII)
NSL MS8
Camada de
pintura
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Localização Identificação
de amostras Constituição
Muralha Sul
NSL MS8
Revestimento constituído por uma camada única
de cor branca e pintura de cor ocre . Nódulos de
cal, fragmentos de conchas e de carvão.
NSL MS9
Revestimento constituído por 4 camadas (int. a
ext.):
Argamassa de cor branca (5 mm):
Pintura de cor ocre
Argamassa de cor branca
Pintura de cor ocre
NSL MS9
1ºsistema
2º sistema
Camadas de
pintura
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Muralha (séc. XVII-XVIII)
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Localização Identificação
de amostras Constituição
Muralha
Oeste NSL MP10
Reboco 10 mm aplicado em 2 subcamadas de cor
branca; nódulos de cal, fragmentos de conchas e
de carvão; pintura de cor ocre.
Muralha (séc. XVII-XVIII)
Camada de
pintura
NSL MP10
CAMPANHA EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE REBOCO
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Da análise dos resultados dos ensaios concluiu-se:
ANÁLISE QUÍMICA MINERALÓGICA E MICROSTRUTURAL
RESULTADOS E DISCUSSÃO
pintura
barramento
As camadas de pintura e de barramento existentes nas amostras TJ1-I, TJ1-E,
MS8, MS9, MP10 (Torre Joanina e Muralhas) são baseadas em cal aérea
calcítica (caiações). Os pigmentos usados nas camadas coloridas são de
origem mineral, provavelmente terras ocres.
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Da análise dos resultados dos ensaios concluiu-se:
ANÁLISE QUÍMICA MINERALÓGICA E MICROSTRUTURAL
As argamassas estudadas têm ligante de cal aérea calcítica.
Excetua-se apenas a amostra NSL BS5, que é de cal aérea dolomítica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cal aérea calcítica
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Da análise dos resultados dos ensaios concluiu-se:
ANÁLISE QUÍMICA MINERALÓGICA E MICROSTRUTURAL
Com exceção das argamassas dos Baluartes e das argamassas de
emboço (castanhas) da Torre Joanina, em todas as outras amostras foi
detetada a ocorrência de reações pozolânicas entre cal e agregados com
formação de compostos hidráulicos de aluminatos e silicatos de cálcio
hidratados.
O uso de agregados siliciosos fragmentados, em particular os de origem
ígnea (basalto), em conjunto com a agressividade do ambiente, e os
longos tempos de exposição terão originado essas reações.
As reações tiveram maior desenvolvimento nas amostras TJ1-I e TJ1-E e
MP10 (maior teor de sílica solúvel associado à HR elevada).
Nas argamassas da Torre Joanina e das Muralhas foram detetados teores
elevados de sais solúveis, nomeadamente cloretos e sulfatos.
Contudo não havia evidências microestruturais de fenómenos de
degradação química.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Em todas as argamassas foram usadas areias siliciosas, de origem marítima,
provavelmente do local.
Além do agregado silicioso (predominantemente quartzo e feldspato), identificou-se
agregado basáltico na generalidade das amostras. Nas amostras da Torre Joanina e
dos Baluartes encontraram-se também fragmentos cerâmicos e conchas e, no caso
das dos Baluartes, partículas de carvão.
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ANÁLISE QUÍMICA MINERALÓGICA E MICROSTRUTURAL
Da análise dos resultados dos ensaios concluiu-se:
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO RESULTADOS E DISCUSSÃO
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DAS AREIAS
As análises granulométricas dos agregados das várias amostras deram as
seguintes curvas:
As areias da Torre Joanina têm curvas diferentes das outras argamassas
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO RESULTADOS E DISCUSSÃO
COMPOSIÇÃO SIMPLIFICADA
AMOSTRAS AREIA CARBONATOS FRAÇÃO
SOLÚVEL
TRAÇO APROX. EM MASSA
(Ligante : agregado
NSL-TJ1-I 38 29 33 1:2
NSL-TJ1-E 32 40 28 1:1
NSL-TJ4-arg
clara 49 38 13 1:1
NSL-BS5 49 32 19 1:2
NSL-BN7 45 50 5 1:1
NSL-MS9 50 39 11 1:2
NSL-MP10 47 22 31 1:3
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
6,2
5,5 6,5
1,7
1,3
0,8
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MECÂNICA
As amostras TJ2 e BN6 têm os coeficientes de capilaridade mais altos (> 5.5
kg/m2.min1/2) e as resistências mais baixas (0,8 a 1,7 N/mm2).
TJ1-E e BN7 têm os coeficientes de capilaridade mais baixos (< 1 kg/m2.min1/2) e
as resistências mais altas (2,6 e 3,7), conjuntamente com as MN e MS (2,0 a 2,9).
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
3,7
2,6
0,4
0,5
1,0
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MECÂNICA
As amostras TJ2 e BN6 têm os coeficientes de capilaridade mais altos (> 5.5
kg/m2.min1/2) e as resistências mais baixas (0,8 a 1,7 N/mm2).
TJ1-E e BN7 têm os coeficientes de capilaridade mais baixos (< 1 kg/m2.min1/2) e
as resistências mais altas (2,6 e 3,7), conjuntamente com as MN e MS (2,0 a 2,9).
2,1 2,0
2,9
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
311
0 N
/mm
2
1.3
N/m
m2
1.4
N/m
m2
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MECÂNICA
Os módulos de elasticidade mostram argamassas muito deformáveis (E entre 840
e 3500 N/mm2), sendo as dos Baluartes as de menor valor.
35
00
N/m
m2
84
0 N
/mm
2
28
70
N/m
m2
2.0
N/m
m2
3.7
N/m
m2
1920 N
/mm
2
3000 N
/mm
2
2.9
N/m
m2
2960 N
/mm
2
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
311
0 N
/mm
2
1.3
N/m
m2
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MECÂNICA
Estes resultados indicam que as argamassas da Torre Joanina, das Muralhas e
parte das argamassas do Baluarte Norte estão coesas e em bom estado de
conservação.
35
00
N/m
m2
28
70
N/m
m2
2.0
N/m
m2
3.7
N/m
m2
3000 N
/mm
2
2960 N
/mm
2
2.9
N/m
m2
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
O Forte de N. Sra. da Luz, construído cerca de 1580, foi sujeito a numerosas
intervenções ao longo dos séculos.
CONCLUSÕES Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
A análise experimental identificou 3 grupos de argamassas de diferentes
períodos:
Torre Joanina
CONCLUSÕES Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO CONCLUSÕES
A análise experimental identificou 3 grupos de argamassas de diferentes
períodos:
Torre Joanina
Muralhas
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO CONCLUSÕES
A análise experimental identificou 3 grupos de argamassas de diferentes
períodos:
Torre Joanina
Muralhas
Baluartes
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
As argamassas da Torre Joanina são constituídas por:
Cal aérea calcítica e agregado silicioso grosso quase monogranular com
grãos basálticos alterados.
Estas argamassas são muito antigas, provavelmente oiginais, dos
sécs. XV-XVI
CONCLUSÕES
Teores elevados de compostos hidráulicos
resultantes de reações pozolânicas entre cal e
agregados.
Resistentes e compactas.
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
As argamassas das Muralhas são constituídas por:
Cal aérea calcítica e agregados com granulometria bem distribuída,
principalmente quartzítica mas também incorporando grãos de basalto
alterados.
Teores elevados de compostos hidráulicos resultantes de reações pozolânicas
entre cal e agregados, embora em menor grau em relação às da Torre Joanina.
Teores elevados de sais solúveis.
Resistentes e compactas.
CONCLUSÕES
Estas argamassas foram datadas dos sécs. XVII ou XVIII (semelhantes a argamassas dessa época de outros Fortes da Linha de defesa do Tejo)
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
As argamassas dos Baluartes foram datadas como as mais recentes do Forte.
São geralmente menos resistentes e mais permeáveis à água, mas muito
diferentes entre si.
A argamassa do Baluarte Sul é constituída por cal aérea dolomítica e
agregado predominantemente silicioso com fragmentos de conchas e grãos
basálticos
Interface agregado-ligante
preenchida com hidromagnesite
(ligante dolomítico)
A argamassa do Baluarte Norte é constituída por cal aérea calcítica e areia
siliciosa (sem grãos basálticos), não mostra reações pozolânicas e apresenta
microestrutura típica de argamassas mais recentes.
Argamassas provavelmente do séc. XX
CONCLUSÕES
Argamassas provavelmente dos
sécs. XVIII-XIX
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
CONCLUSÕES
Os revestimentos analisados são constituídos por diversas camadas:
emboço e reboco por vezes em várias subcamadas; algumas vezes
barramento e pintura
Em alguns casos (nomeadamente na Torre Joanina e numa das Muralhas)
identificaram-se vários sistemas de revestimentos sobrepostos
Um revestimento por pintura (caiação com terra ocre) foi identificado na
Torre Joanina e nas Muralhas, podendo concluir-se que o Forte de N. Srª da
Luz teve os seus paramentos pintados de cor ocre.
Apesar dos elevados teores de cloretos e sulfatos destas argamassas
(principalmente as Joaninas e as das Muralhas), elas encontram-se coesas
e em bom estado de conservação e sem indícios de deterioração química, o
que pode estar relacionado com saturação em humidade das paredes e
também com a porosidade e deformabilidade da matriz, permitindo a
cristalização ao longo do tempo sem rotura.
A antiguidade, durabilidade e riqueza informativa das argamassas presentes
no Forte, transformam-nas em testemunhos históricos e técnicos
importantes.
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Estes factos, em conjunto com o seu bom estado geral são
as razões principais para recomendar a preservação e
conservação destas argamassas.
CONCLUSÕES
Limpeza, tratamento com biocida, consolidação quando
necessário, colmatação de lacunas e tratamento de fissuras
devem fazer parte das ações de reparação e restauro a
efetuar.
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
SANTA MARTA - COMPARAÇÃO
Forte de Santa Marta, localizado na costa de Cascais é um importante edifício
militar construído no âmbito do programa de defesa da costa de Lisboa,
provavelmente no séc. XVII. Houve alterações ao longo dos anos no Forte (até
1786); foi construído um farol no final do séc. XIX; foram realizadas obras de
adaptação no final do séc. XX para adaptação a funções culturais.
Durante esta última intervenção foram recolhidas várias amostras de argamassa da
superfície mais exposta ao spray marítimo, na muralha Sudoeste.
ARGAMASSAS DO FORTE DE SANTA MARTA
Ciclo de Palestras – Casa
de Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
SANTA MARTA - COMPARAÇÃO
ARGAMASSAS DO FORTE DE SANTA MARTA
Parede
interior –
SM1
Parede
exterior –
SM2
Absorção de água muito baixa.
Pequenos poros
Amostras
Composição simplificada
(% ponderal) Porosidade
(%)
Dimensões
predominan
tes de
poros (mm)
Coef. De
capilaridade
por contacto
CCc 25 min.
(Kg/m2.min1/2)
Agregado
silicioso
Ligante de
cal aérea
carbonatada
Fração
solúvel
Forte de Santa
Marta (SM1) 54 40 5,3 35 0,05 e 0,20 0,42
Forte de Santa
Marta (SM2) 54 34 12,0 30 0,05 e 0,16 0,63
Cristina
Borges et al,
2012
Ciclo de Palestras – Casa
de Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
SANTA MARTA - COMPARAÇÃO
ARGAMASSAS DO FORTE DE SANTA MARTA
Estas argamassas estão expostas há 3 séculos a um ambiente marítimo
severo, que inclui ciclos diários de humidade/secagem; vento; atrito da areia;
presença constante de sais, mas apresentam atualmente boa coesão,
aderência e compacidade, revelando uma durabilidade notável.
Os silicatos de cálcio e aluminatos de cálcio formados nas argamassas
antigas das reações entre a cal e agregados alterados em presença da água
serão em parte responsáveis por este bom comportamento.
Os próprios sais, que normalmente constituem um mecanismo de
degradação, parecem neste caso (como noutros semelhantes) ter atuado
como consolidante, preenchendo os poros na fase de cristalização. A matriz
muito deformável terá acomodado essa cristalização sem rotura,
aumentando a sua compacidade.
Ciclo de Palestras – Casa
de Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
SANTA MARTA - COMPARAÇÃO
ARGAMASSAS DO FORTE DE SANTA MARTA
Alguma microporosidade da matriz de cal foi também preenchida por calcite
secundária formada pela ação da água em processos lentos de dissolução-
precipitação.
Os poros ficaram preenchidos com produtos de neo-formação e em muitos
casos são não-conectados.
A principal razão por que as argamassas do Forte de Santa Marta
permaneceram em boas condições por tanto tempo parece estar na
formação de novos compostos que geralmente constituem produtos de
degradação nas argamassas de cimento e neste caso atuam como
consolidantes, preenchendo os poros e formando uma estrutura mais densa.
Ciclo de Palestras – Casa
de Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Durabilidade das argamassas de cal aérea em ambiente
marítimo
Estudo da cronologia das argamassas; contribuição
para a datação
PRINCIPAIS AVANÇOS
CIENTÍFICOS
Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013
For
Your
LOGO
Os autores agradecem a:
Câmara Municipal de Cascais pela colaboração no estudo, nomeadamente por toda a informação fornecida e pelo acesso ao edifício. Fundação para a Ciência e Tecnologia pela contribuição financeira para o estudo no âmbito do Projeto de Investigação LIMECONTECH – Conservação e durabilidade de argamassas históricas: técnicas e materiais compatíveis – PTDC/ECM/100234/2008.
AGRADECIMENTOS Ciclo de Palestras – Casa de
Rui Barbosa – Out 2013