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Sindicato dos Bancários lança Campanha Nacional Salarial Ioga funciona como opção de exercícios para as grávidas Página 7 Estudo publicado recente- mente aponta que a prática de ioga na gestação favorece o aumento de peso do bebê e di- minui os partos prematuros. Projeto Oficinarte ajuda e ressocializa detentos em Pinhais Aulas sobre arte no pre- sídio estimulam a criativi- dade, a responsabilidade, além de funcionar como es- timulo à reflexão. Paraná consome meio milhão de embalagens longa vida por ano Marisa Rodrigues/LONA Páginas 4 e 5 Hoje acontece o “Longa vida ao meio ambiente”. O evento mostra aos participantes os danos causados pelas embala- gens ao meio ambiente. O ensaio fotográfico do Lona Lona Lona Lona Lona (foto ao lado) traz algumas das alternativas para os passeios de final de semana na capital para- naense. Parques podem ser opção para o final de semana curitibano Página 8 A Campanha Nacional Salari- al dos empregados do sistema fi- nanceiro deste ano levanta ques- tões como o fim de metas abusi- vas, a criação de planos de cargos e salários, implementação de pre- vidência complementar e melho- ria no ambiente dos bancos. Além disso, os bancários pre- tendem aliar a defesa do reajus- te salarial ao auxílio à popula- ção sobre os direitos enquanto clientes dos bancos. Segundo informações do Di- eese, nos últimos quatro anos, os salários acompanharam os índices de inflação, ou até os superaram. Página 3 Página 3 Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 417 | [email protected]| Ano IX | nº 417 | [email protected]| Ano IX | nº 417 | [email protected]| Ano IX | nº 417 | [email protected]| Ano IX | nº 417 | [email protected]| Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo DIÁRIO d o B R A S I L

LONA 417- 15/08/2008

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JORNAL- LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Page 1: LONA 417- 15/08/2008

Sindicato dos Bancários lançaCampanha Nacional Salarial

Ioga funciona comoopção de exercíciospara as grávidas

Página 7

Estudo publicado recente-mente aponta que a prática deioga na gestação favorece oaumento de peso do bebê e di-minui os partos prematuros.

Projeto Oficinarteajuda e ressocializadetentos em Pinhais

Aulas sobre arte no pre-sídio estimulam a criativi-dade, a responsabilidade,além de funcionar como es-timulo à reflexão.

Paraná consome meiomilhão de embalagenslonga vida por ano

Marisa Rodrigues/LONA

Páginas 4 e 5

Hoje acontece o “Longa vidaao meio ambiente”. O eventomostra aos participantes osdanos causados pelas embala-gens ao meio ambiente.

O ensaio fotográfico do LonaLonaLonaLonaLona(foto ao lado) traz algumas dasalternativas para os passeios definal de semana na capital para-naense.

Parques podem seropção para o finalde semana curitibano

Página 8

A Campanha Nacional Salari-al dos empregados do sistema fi-nanceiro deste ano levanta ques-tões como o fim de metas abusi-vas, a criação de planos de cargose salários, implementação de pre-vidência complementar e melho-ria no ambiente dos bancos.

Além disso, os bancários pre-tendem aliar a defesa do reajus-te salarial ao auxílio à popula-ção sobre os direitos enquantoclientes dos bancos.

Segundo informações do Di-eese, nos últimos quatro anos,os salários acompanharam osíndices de inflação, ou até ossuperaram.

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Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 417 | [email protected]|Ano IX | nº 417 | [email protected]|Ano IX | nº 417 | [email protected]|Ano IX | nº 417 | [email protected]|Ano IX | nº 417 | [email protected]|Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

DIÁRIO

do

BRASIL

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Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 200822222

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3000

“Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos ge-rais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo eempreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade so-cial que contribuam com seu trabalho para o enriquecimentocultural, social, político e econômico da sociedade”.

Missão do curso de Jornalismo

Expediente

Reitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Oriovisto Guima-rães. VVVVVice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor: José PioMartins. Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Admi-Admi-Admi-Admi-Admi-nistrativo:nistrativo:nistrativo:nistrativo:nistrativo: Arno AntônioGnoatto; Pró-Reitor dePró-Reitor dePró-Reitor dePró-Reitor dePró-Reitor deGraduação:Graduação:Graduação:Graduação:Graduação: Renato Casa-grande; Pró-Reitora de; Pró-Reitora de; Pró-Reitora de; Pró-Reitora de; Pró-Reitora deExtensão:Extensão:Extensão:Extensão:Extensão: Fani SchifferDurães; Pró-Reitor dePró-Reitor dePró-Reitor dePró-Reitor dePró-Reitor dePós-Graduação e Pesqui-Pós-Graduação e Pesqui-Pós-Graduação e Pesqui-Pós-Graduação e Pesqui-Pós-Graduação e Pesqui-sa:sa:sa:sa:sa: Luiz Hamilton Berton;

Pró-Reitor de Planeja-Pró-Reitor de Planeja-Pró-Reitor de Planeja-Pró-Reitor de Planeja-Pró-Reitor de Planeja-mento e mento e mento e mento e mento e AAAAAvaliação Insti-valiação Insti-valiação Insti-valiação Insti-valiação Insti-tucional:tucional:tucional:tucional:tucional: Renato Casagran-de; Coordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do Cursode Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Castro;Professores-orientadores:Professores-orientadores:Professores-orientadores:Professores-orientadores:Professores-orientadores:Elza Aparecida e MarceloLima; Editores-chefes:Editores-chefes:Editores-chefes:Editores-chefes:Editores-chefes:Antonio Carlos Senkovski eKarollyna Krambeck

Renata Penka

Algumas pessoas afir-mam que existem dois tiposde solteiros: os por opção e osque acabaram um relaciona-mento sério há pouco tempo.No dia 15 de agosto é come-morado o Dia do Solteiro.Essa parte da população vemcrescendo bastante no Brasilnos últimos dez anos, aumen-to que chega a 70%.

Segundo uma reporta-gem publicada no jornal Ga-zeta do Povo, não existeuma classificação de pesso-as desimpedidas, elas vari-am de profissionais no co-meço de carreira, que pro-curam estabilidade em suasvidas antes de sair da casados pais, até pessoas que se

concorrido, muitos não pre-tendem ter obrigações e com-promissos tão cedo. O dia dosolteiro é uma data para aspessoas aproveitarem com osseus amigos, ou até, quemsabe, deixar de fazer partedessas pesquisas e censos.

Ainda de acordo com le-vantamento do Instituto Ip-sos, o que os solteiros brasi-leiros mais gostam de fazeré passear no shopping cen-ter, freqüentar danceterias,casas noturnas, assistir jo-gos de futebol, filmes, cozi-nhar nos fins de semana ecuidar dos seus animais deestimação.

Independentemente do seuestado civil, o que todas as pes-soas buscam é a felicidade. Jádiz o ditado: “Muita saúde, oresto a gente corre atrás”.

Rafaela Barros

O ritmo e a quantidade demultas de trânsito em Curiti-ba são as mais absurdas pos-síveis. Semana passada, o jor-nal Gazeta do Povo publicouuma matéria mostrando quea cada hora 71 motoristas sãomultados na capital parana-ense. Fazendo os cálculos,uma multa é registrada a cada50 segundos. De acordo aindacom o jornal, cerca de 55% dasinfrações são lavradas poragentes de trânsito e o restan-te é proveniente de radares elombadas eletrônicas.

Muitas pessoas argumen-tam que os radares são asprincipais armadilhas para aPrefeitura arrecadar mais di-nheiro aos cofres públicos.Como motorista, acho que pen-saria a mesma coisa, mastambém devemos assumir oserros. Argumentamos todos osdias que as leis não funcionamno Brasil, mas não consegui-mos cumprir o Código de Trân-sito, cujos benefícios são refle-tidos em toda sociedade. Deacordo com a matéria, o nú-mero de infrações registradasem Curitiba é superior ao deoutras capitais do Sul.

Se pararmos para pensar,isso é reflexo das coisas queachamos “simples”, como

avançar o sinal (ninguém es-tava vindo), passar da veloci-dade permitida (era 60 Km, sóandei a 70 Km), não respeitaro contorno correto da rotatória,entre outras coisas “banais”.Aí é que mora o perigo, e nãome refiro apenas ao dinheiro,que é uma perda generosa,mas sim ao estrago feito navida de muitas pessoas, poisesse “achismo” simplório podelevar a acidentes de trânsitofatais.

Não estou aqui para defen-der as multas; isso pode sersim uma estratégia para ga-nhar dinheiro. É estranho quenenhum motorista consiga di-rigir durante segundos sem co-meter infração, porém sei quenão somos santinhos, princi-palmente que a cada ano otrânsito de Curitiba se tornainsuportável. Devemos aindaconsiderar que existem as in-frações que não são flagradase não entram para essa conta-bilidade.

Apesar dos dados parece-rem absurdos, segundo o De-tran, o volume de multas des-te ano caiu 5% em relação aomesmo período de 2007.

Vamos supor que realmentea culpa de todas essas multasseja apenas do motorista. Seráque não está na hora de reveralguns conceitos para a retira-da da carteira de habilitação?

Multa em 50 segundos

separaram recentemente ebuscam o “tempo perdido”.

De acordo com o censo doIBGE, quase 53 milhões depessoas com mais de 18 anosestão solteiras, o que equivalea 30% da população brasilei-ra. Tal dado é 70% maior doque na década de 90. Outrapesquisa do Instituto Ipsos/Marplan/EGM, realizada emnove cidades, durante o perío-do compreendido entre abrilde 2007 a junho deste ano,aponta Salvador como a capi-tal brasileira dos solteiros. Emsegundo lugar está Brasília,seguida por Belo Horizonte.

Ao contrário do que já foimotivo de vergonha, hoje amaioria das pessoas não tempressa em “juntar as escovasde dente”. Pois, com o merca-do de trabalho mais do que

Sem compromisso

Leônidas Vinício

Na semana passada,o Su-premo Tribunal Federal (STF)liberou a candidatura dos po-líticos com problemas judici-ais, que ficaram conhecidoscomo “fichas sujas”. A libera-ção aconteceu depois da vota-ção de oito dos onze ministrosda Corte, contra uma açãomovida pela Associação dosMagistrados Brasileiros(AMB).

Os tais “fichas sujas” sãocandidatos a vagas do execu-tivo e legislativos municipais.Há contra eles diversos tiposde ações referentes às suasmás administrações públicas.Todos os nomes foram conde-nados em primeira instância,mas recorreram como umaforma de ganhar tempo.

A decisão do Supremo levouem consideração o fato de queninguém pode ser condenadose ainda cabe recurso. Comoos magistrados trabalham deforma independente, um polí-tico considerado culpado emum primeiro julgamento podeser inocentado na seqüência.

O interessante é que umapessoa comum tem a prisãopreventiva decretada quandoé suspeita de ter cometido umcrime, ou oferece risco à inves-tigação, mesmo que o acusadoainda não tenha sido condena-do em nenhuma instância.Agora, pergunto: será que umprefeito reeleito pode de algu-ma forma prejudicar as inves-tigações dentro da prefeiturana qual trabalha? O Supremoentendeu que eles são crimi-nosos que merecem não só aliberdade, mas também o di-reito de administrar - em al-guns casos readministrar - asprefeituras. Uma segundachance, para limpar sua fichaou de sujar ainda mais.

A Constituição Federal defi-ne que os ocupantes de cargos

públicos devem ter uma postu-ra moral e eticamente correta,portanto os candidatos com “fi-cha suja” seriam contrários aesse princípio constitucional.Mas o STF entendeu diferente!O que não dá para compreen-der é que para preencher umavaga disponibilizada em con-curso público o cidadão deve pas-sar por uma pesquisa social ri-gorosa, e por que para ocuparum cargo político – que não dei-xa de ser público - é diferente?

A decisão do STF pode serquestionada, mas não cabe ne-nhum tipo de recurso. A res-posta pode vir do eleitor, cabea ele decidir se quer a prefei-tura e câmara municipal lim-pa ou suja. É a populaçãoquem vota, que decide se elescontinuam imunes gozandodos benefícios de serem admi-nistradores públicos eleitoscomo defensores do interesse dopovo. Agora, se os “fichas su-jas” forem eleitos, ficará claroque o povo tem memória mui-to curta, é mal informado ounão sabe votar mesmo. Sendoassim fica fácil concluir que opovo realmente tem o governoque merece. Sujo ou não!

A resposta pode virdo eleitor, cabe aele decidir se quera prefeitura oucâmara municipallimpa ou suja

Sujeira nas prefeituras

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33333Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Geral

Circuito mostra importância da reciclagem de embalagens longa vida

Reivindicação por maiores salários também tem preocupação com a sociedade

Karla Dudas

Acontece hoje, no pátio daSecretaria de Estado do MeioAmbiente (SEMA), o evento“Longa vida ao meio ambien-te”, onde o visitante terá a opor-tunidade de percorrer um cir-cuito explicativo sobre as em-balagens longa vida – caixinhade leite e sucos. Cada etapa dopercurso vai contar com a ex-plicação de monitores.

A comercialização destetipo de embalagem começouem 1952 na Suécia e chegouao Brasil cinco anos depois.Apesar da qualidade de con-

servação dos produtos, o mate-rial tem o uso questionadoquando o assunto é a sua rela-ção com o meio ambiente. Issoporque uma única embalagemde leite, por exemplo, é forma-da por três tipos diferentes deresíduos: papel, plástico e alu-mínio.

No ano passado, no Paraná,o governo do Estado, em conjun-to com o Ministério Público, co-brou esclarecimentos da empre-sa Tetra Pak – empresa fabri-cante - sobre o volume consu-mido e reciclado no Paraná. Deacordo com a empresa, o con-sumo mensal do estado é de 500

milhões de embalagens. Destetotal, apenas 32% (cerca de 160milhões) eram recicladas.

Com o objetivo de aumentaro número de embalagens levadaspara o reaproveitamento, a Te-tra Pak, em parceria com o go-verno estadual, montou um pla-no de ação com a meta de multi-plicar os pontos de coleta da em-balagem – que desde o ano pas-sado passou de 55 para 155 – in-centivar o trabalho das coopera-tivas de catadores e estruturarnovas empresas recicladoras.

“Após o diagnóstico nos mu-nicípios, montamos uma agen-da de ações para incentivar os

trabalhos das cooperativas e onúmero de embalagens recicla-das aumentou em 8%”, expli-cou o presidente da Tetra Pak,Paulo Nigro.

O circuito montado naSema, além de receber a visitade cerca de 2 mil alunos darede pública de ensino, é aber-to a toda comunidade e contacom apresentações de teatro,entrega de material educativoe sacolas oxibiodegradáveis.

ReciclagemUma dica simples e de gran-

de ajuda na hora de colocar olixo para fora é lavar os recipi-

entes longa vida (para evitaro odor) e compactá-los (do-brar), para diminuir o volu-me do saco plástico. De acor-do com a Tetra Pak, cada to-nelada de embalagem encami-nhada para reciclagem podeser transformada em 650 kgde papel, além de significar aeconomia de 20 árvores.

ServiçoA Secretaria de Meio Am-

biente fica na rua Desembar-gador Motta, 3384, próximo àpraça 29 de Março. O eventoacontece das 9h às 17 horas.Mais informações: 3304-7712.

Henrique Bonacin

Beatriz Boz

Aconteceu ontem, no Sin-dicato dos Bancários de Curi-tiba e Região, uma coletiva deimprensa para iniciar a Cam-panha Nacional Salarial de2008. Segundo Otávio Dias,presidente do sindicato, a mi-nuta (proposta inicial) desteano traz o fim de metas abu-sivas, planos de cargos e sa-lários, previdência comple-mentar e a melhoria na qua-lidade do ambiente de traba-lho nos bancos.

O presidente explica que acampanha tambémterá divulgação ge-ral porque vai abor-dar os direitos do con-sumidor, trazendoesclarecimentos so-bre filas, segurançae tarifas. De acordocom Dias, este seráum trabalho deconscientização vi-sando melhorias naqualidade do ambiente de tra-balho dos bancários e no aten-dimento à população.

O sindicato enviou anteon-tem um documento para a Fe-deração Nacional dos Bancos(Fenaban) com as reivindica-ções.

A minuta foi a mais comple-ta já aprovada pela categoriabancária. Esse documento tam-bém pretende trazer perspec-tivas de crescimento para os jo-vens bancários.

Roberto Von Der Osten,presidente da Federação dosTrabalhadores de Empresasde Crédito (Fetec), disse quea campanha reunirá todos ossindicatos dos Bancários doBrasil e terá uma negociaçãounificada com a Fenaban. VonDer Osten cita também comometa o Ganho Real, um rea-juste em que, além da infla-ção, seja incluso um percen-tual a mais nos salários dos

trabalhado-res.

FabianoCamargo ,técnico doD e p a r t a -mento In-tersindicalde Estatís-ticas e Es-tudos Sóci-os Econô-

micos (Dieese), afirmou queo reajuste salarial da cate-goria não estava acompa-nhando a inflação. Somentenos últimos quatro anos elepassou a acompanhar, equi-valer, e ser até superior à in-flação.

Sindicato dos Bancários quer reajusteHenrique Bonacin/LONA

Roberto V. Der Osten, presidente da Federação dos Trabalhadores de Empresas de Crédito

A campanhatambém terádivulgação geralporque vai abordaros direitos doconsumidor

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Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 2008Curitiba, sexta-feira, 15 de agosto de 200844444

Especial Estudantes de jornalismo visitam presídio e contam a experiência

A arte que abre a cela para o mundoKatna Baran

Louise Possobon

Fotos: Arquivo Oficinarte

Não era o que nós imaginá-vamos. Foi essa a conclusão aque chegamos depois da visitaao Complexo Médico-Penal doParaná. Após quase uma horade viagem, entre idas e vindasperguntando para os morado-res de Pinhais onde ficava a pe-nitenciária, deparamos comum cenário silencioso e rodea-do pela natureza, talvez pelofato de ficar próximo a um doscampos agrícolas da Universi-dade Federal do Paraná. O cli-ma era favorável, o sol fortedespistava o vento gelado doinício do inverno paranaense,mas sentíamos um frio na bar-riga decorrente da expectativade visitar pela primeira vez auma prisão.

Depois de uma breve con-versa e da apresentação dosdocumentos que nos identifi-cavam, os agentes penitenciá-rios da portaria nos encami-nharam à sala do vice-diretor.No trajeto, observamos umgrupo de homens que cami-nhava tranqüilamente em di-reção ao portão. Em um pri-meiro momento, a impressãoera boa, apesar da aparênciaestranha de um homem queestava vestido todo de branco.Depois descobrimos que se tra-tavam de detentos com proble-mas psicológicos que estavamindo para o banho de sol.

Mesa de fundo, pouca lumi-nosidade, apenas uma cadeiapara os visitantes, um sofáantigo e alguns quadros na pa-

“Há um velhoditado que diz:Cabeça vazia,oficina do diabo

rede era o que nos esperava nasala de Gilmar Afonso Ka-minski. Ele nos atendeu cal-mamente, mas deixava trans-parecer um ar apreensivo, emalguns momentos um poucodisléxico, diferente do compor-tamento ríspido, seco e até frioque imaginávamos encontrarem um funcionário de alto es-calão de um presídio. Questio-nado sobre a entrevista quedaria para nós, ele se esquivou.“Entrevistem o pessoal lá den-tro e, se precisar, eu falo de-pois”. Nem chegamos a ficarmuito tempo na pequena salae outro agente nos levou até ocorredor que dava acesso aosdetentos.

No caminho,só pensávamosna inspeção quefora exigida nomomento emque pedimos aa u t o r i z a ç ã opara ir ao presí-dio fazer a ma-téria. As mãos suavam, os mi-nutos não passavam, éramosconstantemente observadas eisso incomodava muito. Noportão de entrada ao corredordeparamos, pela primeira vez,com uma característica típicada prisão: as grades de ferro.Um agente, que era encarre-gado de abrir e fechar a porta,questionou apenas sobre o por-te de celulares, aliviando nos-sa tensão sobre a revista.

O corredor parecia mais trá-gico do lado de fora, talvez peloefeito das grades. A cor brancadas paredes saltava aos olhos,as janelas eram pequenas einalcançáveis, as portas das sa-las estavam entreabertas. Já nofinal do caminho, uma músicaanimada parecia dar vida aocorredor ocupado apenas poragentes. A sala que procuráva-mos era uma das últimas, as-sim pudemos observar e sermos

observadas pelos detentos queestavam em outros cômodostendo aula de alfabetização, ounos consultórios da psicólogae da assistente social.

As entrevistasNa porta, uma bela placa

de madeira indicava a sala deartes. Lá dentro nos depara-mos com um espaço minúscu-lo dividido por cinco detentos euma professora, todos aperta-dos tentando produzir suasobras. As paredes coloridas jánão tinham mais espaço vagopara pendurar quadros e do-braduras de papel. Tudo o quese podia enxergar era confec-cionado pelos presos. Mas, a

essa altura, omedo não dei-xava que pres-tássemos aten-ção na arte.Estar ali, compessoas que fo-ram condena-das à prisão,

provocava uma sensação detensão e, ao mesmo tempo, avontade de fugir.

A professora Odília Vallimnos atendeu e começou a con-tar a história do projeto Ofici-narte. “Nós temos um espaçopequeno, mas muita vontadede trabalhar. Cada um delesescolhe o que quer fazer, entãoé uma atividade produtiva enão imposta”. Enquanto ela fa-lava, não sabíamos o que fa-zer: se montávamos o equipa-mento para começar a filmar,se conversávamos com os pre-sos ou se ficávamos ali, semfazer nada.

Resolvemos então tirar a

câmera da bolsa. A dificuldadepara montar o tripé naquelasaleta foi enorme e, depois demuito esforço, estava tudopronto para a entrevista coma professora. “Louise, cadê obranco para eu bater?”. Imedi-atamente, um dos detentos queaté então não tinha nem semexido na cadeira, virou o ros-to e nos alcançou um pedaço depapelão branco. “Taí o branco”,disse ele. Nos entreolhamoscom caras de espanto. Poucagente conhece o “branco” na lin-guagem jornalística que é fei-to antes da filmagem paraadaptar a câmera à luz do am-biente. Não questionamos aatitude do preso, mas ficamosfelizes com a quebra do silên-cio que amedrontava.

Odília falou muito bempara a câmera. Um sotaquepaulistano chamava atenção,mas não chegou a atrapalharsuas reflexões interessantessobre a arte. “Todos nós temosuma ‘caixinha preta’ e quandoa gente abre e expõe o que estádentro dela, aparece tudo queé de belo e o que é de ruimmorre”, declarou a professora,surpreendendo com sua frasede impacto.

A presença de agentes sem-pre nos acompanhando nãoafastava o medo de estar na-quele lugar e, ao mesmo tem-po, atrapalhava o trabalho jor-nalístico. Nós queríamos explo-rar o presídio, ir atrás das fon-tes e das informações, mas elesnos acuavam. Fizeram questãode trazer cada um dos profissi-onais que seriam entrevistadospara a sala, descartando nos-sa idéia de fazer imagens dife-rentes, fora daquele local.

Veio ao nosso encontro, pri-meiramente, a assistente so-cial do presídio, Irene Batis-ta. Uma senhora de cabeloscurtos, castanho claro, vestiauma roupa simples, uma ja-

queta quente, talvez devido aofrio que fazia lá dentro. En-quanto falava sobre a impor-tância do projeto na ressocia-lização dos presos, uma atitu-de incomodava e chegava aatrapalhar a entrevista: elanão parava de gesticular comuma caneta na mão.

A assistente falou principal-mente dos benefícios estimula-dos pela concentração que ostrabalhos manuais exigem: “Seobserva que quando a pessoafaz um produto, se manifestaatravés da arte, equilibra suasemoções, suas contrariedadese consegue se perceber melhor”.Ela explicou ainda que o tra-balho ajuda a aumentar a auto-estima, pois o detento é perce-bido pela sociedade e transfor-ma a frustração de estar presoem motivação, por se conside-rar capaz. “É o maior ganho,independente do produto queele faz”, reafirmou Irene.

A voz da prisãoDepois de ouvir a mulher,

percebemos que um dos presos,o que nos alcançou o papelãobranco, estava arrumandosuas coisas porque já tinha ter-minado a aula. Logo que levan-tou, não perdemos a oportuni-dade de convidá-lo para daruma entrevista. Ele, meio as-sustado, olhou para o agente edepois para a professora, pro-curando um sinal de aprova-ção. Nenhum dos dois corres-pondeu, mas, mesmo assim,ele sentou novamente, esperan-do a hora de falar ao microfo-ne. Ao lado dele, outro detentovirou a cadeira em direção àcâmera e Odília explicou que

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“Às vezes a gentese perde lá fora. Euestava envolvidocom drogas epassei muitotempo perdido”

ele também tinha se prepara-do para falar. Nossa tensão di-minuiu naquele momento, aboa vontade dos presos em con-ceder a entrevista nos animoude tal maneira que, por algunsinstantes, esquecemos ondeestávamos.

Nas duas semanas em quetentamos conseguir a visita aopresídio, quando tivemos quepassar pela aprovação de vári-as pessoas e entidades como doDepartamento Penitenciáriodo Paraná, já tínhamos emmente que as entrevistas comos presos teriam como regra anão identificação dos mesmos,principalmente pelo fato de serum trabalho para a televisão.Na hora da filmagem, porém,eles fizeram questão de falar defrente para as câmeras, semesconder o rosto. Não tivemosalternativa senão conduzir asentrevistas normalmente.

Como se estivéssemos emuma roda de amigos, D. e S.(os nomes não podem ser reve-lados) sentaram lado a lado.Eles transpareciam a expecta-tiva de nos contar um poucosobre suas vidas, o que deixa-ram para trás e como vivemhoje. Intimidados pela câme-ra? De maneira nenhuma. Fi-caram, inclusive, mais à von-tade que nós. Porém, ao míni-mo movimento das cadeirasdos presos, que estavam próxi-mas à da repórter, os agentespenitenciários, que agora já seaglomeravam em uns cinco,ficavam de olhos atentos. Umdeles chegou até a se posicio-nar atrás da câmera, para im-pedir qualquer imprevisto.

Mas logo na primeira per-gunta, as coisas foram se acal-mando, e percebemos que es-tar ali não era nenhum bichode sete cabeças (nem parecidocom o filme). Sem movimentosbruscos, D. , o “garoto do bran-co”, começou a falar. Era o de-poimento de um jovem, com nomáximo 22 anos, cabelos escu-ros e pele bem clara, de corpofranzino e roupas que apresen-tavam algumas manchas e ras-gos. Para ele, estar participan-do do projeto é muito bom, ocu-pa a cabeça, distrai do mundo.O que ele mais gosta é fazer

arte com pequenos pedaços depapel dobrado. Sonha em con-tinuar o trabalho artesanalquando sair da prisão. Sem serperguntado por que estava lá,D. contou com naturalidadeseus crimes. “Às vezes a gentese perde lá fora. Eu estava en-volvido com drogas e passeimuito tempo perdido, mesmotrabalhando”. O clima ficoumais ameno. Sentimos que eleconfiava em nós a ponto de noscontar o que fez e mostrar queagora deseja outro futuro parasi. Não foi um depoimento tris-te nem desolador. “Hoje em diaeu me coloco em outra posturana sociedade, já é de outra for-ma a minha interação comela”. Ele procurava as palavrascorretas enquanto conversava,demonstrando boa educação eaté um conhecimento profissi-onal comprovado depois da en-trevista, quando revelou quetrabalhou na TV Educativacomo auxiliar na montagemdos equipamentos. Assim, eleesclareceu nossa dúvida decomo tinha conhecimento do“branco” da câmera. “Com li-cença, posso ir agora? Queroaproveitar um tempinho do ba-nho de sol”, disse D., ao levan-tar da cadeira.

A outra conversa era comSardinha, que pediu para seridentificado na tela apenascomo S. Senhor de cabelos gri-salhos, com um bigode que cha-mava atenção, ele vestia a ca-miseta do projeto que revelouter colocado para ficar mais bo-nito para a câmera. Nem bemo encaixamos no vídeo e prepa-ramos o microfone, ele desatoua falar: “Boa tarde...” Apesarde uma entrevista para TVnão ter esse perfil de depoimen-to, resolvemos não interrompero discurso. Ele falou da impor-tância do projeto para suavida, com frases feitas que de-monstravam uma preparaçãoanterior. Mas percebemos queesse ensaio tornou as falas

muito artificiais e resolvemosexplorá-lo melhor com algu-mas perguntas mais pessoais.“O que você vê para o seu futu-ro?”, “O que eu vejo para o fu-turo, é isso que você está per-guntando?”, “Sim”. Depois derecuar um pouco com a surpre-sa do questionamento, ele res-pondeu: “Eu vejo outra reali-dade, afinal, há um velho dita-do que diz: cabeça vazia é ofici-na do maligno”.Explorando o ambiente

Terminadas as duas entre-vistas, a psicóloga Julieta Nar-delli Borges jános aguarda-va no corre-dor, ao ladodos agentespenitenciári-os. Era umamulher baixi-nha, com boaa p a r ê n c i a ,que vestia umsobretudo ver-melho muito elegante. Comolhar tranqüilo e andar sereno,ela nem se incomodou de nosatrapalharmos com o tripé eajeitar novamente a câmera.Pelo contrário, teve paciência ecalma, algo que na sua funçãodeve ser primordial. Ela nos re-latou que o projeto Oficinarte émuito importante na medidaem que “mexe com a criativi-dade, com a responsabilidade,além de estimular a reflexão”.

Julieta falava pausadamen-te, sem esboçar praticamentenenhum gesto ou mudança naexpressão facial. Essa caracte-rística atrapalhou muito nahora de editar o vídeo, pois aspausas entre uma fala e outraeram muito grandes. Porém,assim como a assistente soci-al, ela falou bem.

Estávamos satisfeitas comos depoimentos colhidos, entãoresolvemos fazer imagens dasaleta. Foi quando Odília soli-citou uma conversa reservada.“Vocês não podem usar a ima-gem dos presos, tudo bem?”.Foi um balde de água fria nonosso trabalho porque não tí-nhamos outra alternativa se-não desfocar os rostos dos en-trevistados, o que manchava aimagem na TV. Contra a nos-

sa vontade, concordamos coma imposição da professora e con-tinuamos na captura de ima-gens.

Os quadros e obras eram deuma criatividade sem igual.Um deles era confeccionadoapenas com recortes de enve-lopes de cartas onde dava paraver o carimbo “censurado” etambém com frases retiradasde revistas, como a “Caras”,que eles recebem de doações.“Nós produzimos um pedaço dotapete de Corpus Christi naLapa. Ele (apontando para S.)

elaborou esseesplendor comuma pombade dobraduraque foi oferta-da depois dap r o c i s s ã o .Outras pesso-as tambémgostaram e aísurgiram asencomendas”,

contou Odília, enquanto mos-trava um magnífico trabalhode papel confeccionado porSardinha.

Ao contrário do que sentía-mos no começo da visita, a von-tade era de ficar ali o máximode tempo possível, filmando eadmirando todos aqueles tra-balhos. Mas tínhamos que ex-plorar outras áreas do presí-dio. Depois de guardar a câ-mera e o tripé, deparamos comD. na porta da sala. Rapida-mente, ele abriu uma sacolade onde retirou um vaso feitode dobradura, assim como apomba que tínhamos adorado,com várias flores dentro. “Épara vocês!”, disse, meio en-vergonhado. A professora tam-bém lembrou que, no dia an-terior, outros detentos pinta-ram latas de “Nescau” para le-varmos. Ficamos admiradascom a receptividade e muitosatisfeitas com os presentes.

Ainda na área dos presos,filmamos os quadros que deco-

ravam o caminho, o portão comas grades e visitamos a rádiocomunitária do presídio. Esta-va esclarecido de onde vinha osom que ouvimos no corredor.Todos os nossos passos erammonitorados pelos agentes.Gravamos a passagem da re-pórter em uma cela que é uti-lizada apenas para revistar ospresos na hora da chegada evoltamos para a sala do Gilmar.

Ainda queríamos o depoi-mento dele, mas logo entende-mos o porquê da recusa. “Eutenho complexo contra essa câ-mera, não gosto de aparecer novídeo”. Depois de muita insis-tência, ele aprovou a entrevis-ta e contou como funciona oComplexo. “Ele é habitado porcerca de 400 presos, homens emulheres, provisórios, conde-nados por medida de seguran-ça e/ou que necessitam de tra-tamento psiquiátrico e ambu-latorial”. O vice-diretor aindafalou dos benefícios da Oficinar-te na vida dos detentos e dareceptividade da sociedade comas obras.

Liberdade pela arteAntes de ir embora, conver-

samos um pouco com os agen-tes penitenciários por conside-ração à atenção que nos pres-taram. Um deles, porém, faziaquestão de marginalizar os de-tentos. “Aposto que um delesnão contou a vocês que ele ma-tou uma velhinha de 60 anos”.Não demos muita atenção, jáque falar dos crimes não eranosso objetivo.

Porta afora, já não estáva-mos acompanhadas, e isso nostrouxe até um estranhamento.Sem saber muito o que dizeruma para a outra, simplesmen-te saímos sem muitas pala-vras. Mesmo com a sensaçãode alívio que sentíamos ao atra-vessar o pátio, partimos dalicom o sentimento do dever cum-prido, com novos conceitos daprisão e das pessoas que “vi-vem” ali. Ficou claro para nósque, apesar dos crimes, os de-tentos não deixam de ser “pes-soas”, humanas, com senti-mentos. Se a arte pode cons-truir novos sonhos, por que nãonovos conceitos?

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Perfil

Ana Pellegrini Costa

Elusa Costa

“É terrível entrar em con-tato de novo com a realidade.O sol queimando a sua cara,pessoas caminhando apressa-damente, o barulho ensurde-cedor do trânsito”.

Essa é a sensação assusta-dora que acomete B. D.*B. D.*B. D.*B. D.*B. D.* to-das as vezes que ela sai do ci-nema. Sua primeira experiên-cia desse porte se deu aos doisanos. O filme era “Meu Pri-meiro Amor”, com o queridinhoda América Macaulay Culkin(lembra?). Ao ver as pessoas semexendo em uma tela imóvel,a menina levantou-se e cami-nhou em direção à tela, que-rendo pegar nos personagens.Sua mãe, devidamente emba-raçada, correu ao alcance dafilha, agarrando-a pela gola dablusa. Depois disso, nuncamais foram juntas ao cinema.O que não a impediu de conti-nuar freqüentando a sala es-cura. Fosse com amigos, fossecom primos, ou fosse mesmosozinha, ela estava lá a cadalançamento.

A palavra cinema é a abre-viação de cinematógrafo, dofrancês cinématographe, com-posto dos elementos gregosmovimento e escrever. Suatécnica consiste em projetarfotogramas de forma rápida esucessiva, para criar a im-pressão de movimento. A cine-filia é o gosto pelo cinema e ointeresse demonstrado portudo aquilo que se relacionacom a sétima arte. Aquele quese interessa pelo cinema éconsiderado cinéfilo.

“Ah, pode ser que eu sejauma cinéfila mesmo, já quesou fã de carteirinha, e nãoperco uma”. Sim, ela se con-sidera uma amante do cine-ma. Mas com ressalvas. Dizque ainda tem muito queaprender e, definitivamente,muitos filmes para assistir.“Sei que nunca vou poder as-sistir todos, mas faço o possí-vel para ver a maioria”.

S e s s ã o d u p l aUm porém atrasou sua

vida na sétima arte. Por maisincrível que isso possa parecerpara alguns leitores, ela ga-nhou seu primeiro aparelho deDVD no ano passado. E a má-quina já começa a dar proble-mas. Ao que parece, ela já viumuitos filmes no aparelho e,portanto, ele começa a mos-trar sinais de cansaço. “Olha,foram mais de duzentos”, con-ta a menina.

De acordo com o historia-dor Paulo Antônio Scarpa, o ci-nema se tornou possível gra-ças à invenção do cinemató-grafo pelos Irmãos Lumière,no fim do século XIX. Foi em28 de dezembro de 1895, nosubterrâneo do Grand Café,em Paris, que aconteceu a pri-meira exibição pública do ci-nema: as imagens consistiamem uma série de dez filmes,com duração de 40 a 50 segun-dos. Os filmes mais conheci-dos dessa primeira sessão cha-mavam-se “A Saída dos Ope-rários da Fábrica Lumière” e“A Chegada do Trem à Esta-ção Ciotat”. “Apesar de existi-rem registros de projeções umpouco anteriores por outros in-ventores, a sessão dos Lumiè-re é aceita pela maioria comoo marco inicial de uma novaarte”, conta Scarpa.

Tudo começou no dia 15 demaio de 2007, 102 anos depoisda invenção dos Lumière. Deonde surgiu a idéia ela nãosabe: “Talvez seja uma carac-terística minha, essa maniade organização, perfeição, con-trole”. E essa é a idéia do ca-derno. Anotar a todos os filmesque assiste. Ficha técnica, si-nopse, elenco, tempo. Hoje onúmero está em 250. O pri-meiro da lista foi “Transamé-rica” e o último “Veludo Azul”.Depois de algum tempo ano-tando, ela se deu ao luxo deavaliar os filmes que via.“Qual o critério levado em con-ta eu não sei mesmo, sincera-mente, mas eu não sou tão crí-tica assim”.

Nas duas primeiras déca-das do século XX, os olharesrecaem sobre um diretor ame-

ricano chamado David W. Gri-ffith. “A importância dele estáem ser um dos responsáveispelo desenvolvimento e conso-lidação da linguagem do cine-ma como arte independente.Griffith foi o primeiro a criarfilmes em que a montagem eos movimentos de câmeraeram empregados com maes-tria. Isso fez com que fossemestabelecidos os parâmetrosdo fazer cinematográfico daliem diante”, relata Paulo.

Sua companhia mais fre-qüente nas idas ao cinema é opai, também um cinéfilo. Paraeles, é gostoso assistir a umfilme e, depois da sessão, sen-tar para tomar um café e co-mentar as melhores partes. Oque mais gostaram, ou aquiloque não os agradou tanto. “Éaté meio estranho quando nosvemos no fim de semana e nãovamos ao cinema. Parece quefica faltando alguma coisa”,conta o pai da menina.

Após a Primeira GuerraMundial, Hollywood começa aganhar destaque no mundo docinema. Isso porque algunsprodutores independentes en-contraram condições ideaispara rodar seus filmes: diasensolarados durante quasetodo o ano, diferentes paisa-gens que serviam de locações.É nessa época também queCharles Chaplin associa-secom Griffith, com DouglasFairbanks e Mary Pickford,para criar a United Artists.

“É engraçada essa nossarelação com o cinema não?Para mim, ele é um refúgio”,conta B.D. Esse desabafo tal-vez justifique a frase citada noinício deste texto. Como é ex-citante e ao mesmo tempo es-tranho reunir-se com pessoasdesconhecidas em uma salaescura para dividir uma ex-periência, no mínimo, silenci-osa. E como, de acordo com amenina, nos esquecemos domundo lá de fora e ficamos ab-sortos em um mundo surrealpor duas horas. Nesse mundonão estão presentes nossosproblemas, nossas frustra-ções, ou mesmo nossas alegri-

as. Sentamos e vemosa vida dos outros passa-rem em frente aos nossosolhos. Durante algumas horasnos damos o gostinho de viveruma outra vida, seja ela aven-tureira, romântica, dramáti-ca. O gosto fica a cargo de cadaum. “Talvez essa seja a ma-gia do cinema”.

O historiador Scarpa, o ou-tro personagem dessa singelamatéria, faz questão de lem-brar que: “a história do cine-ma não é apenas Hollywood”.Por isso, nessa parte daremosdestaques ao outros cinemas.Entre 1919 e 1929 surge naFrança um estilo chamado Ci-nema Impressionista Francês,ou cinema de vanguarda.Destaque para Abel Gance eseu filme “J’Accuse” (idem) eJean Epstein e seu “La Chutede La Maison Usher” (A Que-da da Casa de Usher). Aindano continente europeu, é nadécada de 1920 que aparece naAlemanha as idéias que per-meariam o ExpressionismoAlemão, donde se destaca“Das Kabinett des Doktor Ca-ligari” (O Gabinete do DoutorCaligari), de Robert Wiene. AEspanha vê nascer o cinemasurrealista, com o diretor LuisBuñel e seu “Un Perro Anda-luz” (Um Cão Andaluz). E naextinta URSS, Sergei Eisens-tein cria suas teorias sobre amontagem intelectual, que po-dem ser vistas no filme “Bro-nenosets Potiomkin” (O En-couraçado Potemkin).

Quando perguntada sobreseu filme preferido, ela pára,olha para um lado, olha pra ooutro, e não responde. E en-tão? “Bom, são tantos. Achoaté meio chato escolher sóum”, explica. Quando era pe-quena, seu filme preferido eraForrest Gump. Um que a emo-cionou muito, e ainda a emo-ciona, foi Central do Brasil.Porém, nenhum desses doisfiguram em sua lista de pre-ferência. Após muito insistir,ela assume que o filme quemais gosta é Bonequinha deLuxo. Simples assim.

Por último, e não menos

* - Preferimos não identificar nossa personagem para que assim todos possam se identificar com B.D.

importante, vale a pena citara inclusão do sistema sonorona história do cinema. O pri-meiro filme falado foi lançadopela Warner em 1927 e se cha-mava “The Jazz Singer” (OCantor de Jazz), um musicalque pela primeira vez na his-tória possuía alguns diálogos.Dois anos depois, no fatídicoano de 1929, Hollywood pro-duzia um cinema quase total-mente falado. Paulo Scarpaexplica que a transição domudo para o falado no restodo mundo foi mais lenta porrazões econômicas. É em 1929que Alfred Hitchcock lança“Blackmail”, o primeiro filmeinglês falado.

Programe-se:

Vai aí uma dica para os es-tudantes de jornalismo: du-rante o mês de agosto aconte-ce na Cinevídeo exibições defilmes com o tema “jornalis-mo”, sucedidas por uma de-bate com o jornalista e pro-fessor Hélio Freitas Puglielli.Confira a programação:

Montanha dos Sete Abu-tres : (de 11/08 a 15/08 – ses-sões às 15h e 19h) – Debate:16/08 às 16h;

O Jornal: (de 18/08 a 22/08 – sessões às 15h e 19h) –Debate: 23/08 às 16h;

Cidadão Kane: (de 25/08 a29/08 – sessões às 15h e 19h)-Debate: 30/08 às 19h;

Local: Espaço Cultural Ci-nevídeo (Rua Padre Anchieta,458 – Mercês) TEL: 41 32234343

“Pode ser que eu seja uma cinéfila mesmo, já que sou fã de carteirinha, e não perco uma”

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Saúde

Camila da Luz

Que exercício físico é reco-mendado para qualquer pes-soa, em qualquer idade, todomundo já sabe, e sabe tambémque deve ser praticado sem exa-geros. Mas ainda há pessoasque acham que quando se estágrávida é ne-cessário parare não fazerquase maisnada, mas issonão é necessá-rio: as grávi-das devem simprocurar seexercitar eexistem exer-cícios especi-ais para que asgestantes pos-sam tem uma gravidez e umparto mais tranqüilos, como oioga.

O ioga integra o corpo, amente e as emoções para que apessoas seja capaz de agir deacordo com seus pensamentose com o que sente. Induz a umprofundo relaxamento, tran-qüilidade mental, concentra-ção, clareza de pensamento epercepção interior além do for-talecimento do corpo e a flexi-bilidade.

A vida hoje faz que todos es-tejam correndo, cheio de coisaspara fazer, mas por mais quegravidez não seja doença e pos-sa continuar as tarefas do dia-a-dia é importante a mulhertomar um pouco mais de cui-dado de si, e “o momento do iogaé aquele em que a mulher podeparar, relaxar e ter um poucomais de contato com o seu fi-lho”, explica Cassiane de Mora-es Domingues, professora deioga. Ela acrescenta: “Com aprática do ioga, a gestante acei-ta melhor as mudanças no cor-po e tem mais equilíbro emoci-onal e corporal”.

As mulheres que já pratica-vam ioga antes de engravidarpodem continuar os exercícios,tomando alguns cuidados espe-ciais. As que querem começardevem esperar o terceiro mês,e não há limites para parar:podem praticar até o final dagestação.

Exercícios proporcionam correção de postura, fortalecimento muscular e relaxamento

Ioga mantém bem-estar de gestantesAtravés da prática de con-

centração, exercícios respirató-rios e posturais, relaxamento emeditação, a grávida fortalecea coluna vertebral evitando asdores nas costas e previne pro-blemas na pélvis, mais conhe-cida como bacia, ganha maisautocontrole devido ao equilí-brio emocional, e principalmen-

te proporcionamais segurançano momento doparto.

“Durante asconversas que te-mos na aula eu fi-quei mais confi-ante para fazerparto normal.Antes eu tinhamedo, achavaque ia sofrer

mais, mas na verdade é muitomelhor o natural, para mim epara o bebê”, conta Fernandada Silva Pinto, pedagoga e grá-vida de seis meses.

ResultadosUm estudo publicado recen-

temente aponta que a práticado ioga na gestação favorece oaumento de peso do bebê e di-minui o número de partos pre-maturos, além de prevenir a máposição do feto para o nascimen-to. Outros benefícios são: favo-recimento da circulação sanguí-nea amenizando inchaços, am-pliação da respiração maternaoxigenando também melhor obebê, recuperação mais rápida

Camila da Luz/ LONA

Alunas durante a sessão de ioga: benefícios múltiplos para o corpo

Fabíola Menegusso

Marina Gabriela Celinski

A hidroterapia pode propor-cionar ao paciente melhorassignificativas no tratamentocorporal. O número de clíni-cas e profissional de fisiotera-pia que vem atuando nesseramo aumenta diariamente ea aceitação dos clientes estásendo alta.

Esse tipo de tratamentocontribui para a reabilitaçãofísica e psicossocial do pacien-

Hidroterapia melhora vida dos pacienteste com problemas neurológicos,ortopédicos, reumatológicos,traumatológicos, entre outros.

Éderson Grunhagen sofreuum acidente de moto há 2 anose há quatro meses faz trata-mento hidroterápico. Ele já re-cuperou grande parte dosmovimentos dos braços e daspernas e com a hidroterapiaestá voltando aos poucos ao con-vívio social.

A dona de casa ClementinaGrunhagen, mãe de Éderson,diz que ele está muito feliz.“Está mais contente, gosta de

freqüentar as aulas e tem maisvontade de fazer as coisas”.

A fisioterapeuta Mylena dizque a hidroterapia é indicada,pois melhora a autoconfiança dopaciente, dá maior liberdade demovimento, reduz a dor (pois éfeito, geralmente, em água aque-cida), beneficiando as grávidase pessoas com excesso de peso.

Para a fisioterapeuta, o casodo Éderson é muito comum emvários pacientes que sofrem aci-dentes, “geralmente, eles ficammedrosos com movimentosbruscos, pois não têm a mesma

Um estudo apontaque a prática doioga na gestaçãofavorece o aumentode peso do bebê ediminui os partosprematuros

depois do parto, redução da an-siedade.

A cada exercício e principal-

mente durante as conversas daprofessora com a gestante a con-fiança e a interação com o bebê

vão aumentando fazendo que esseperíodo tão especial para a mu-lher se torne melhor ainda.

sensibilidade, na hidroterapia,eles conseguem fazer os mo-vimentos sem medo e com umsorriso no rosto”.

A hidroterapia traz benefí-cios inclusive do ponto de vis-ta psicológico, pelo efeito daágua e exercícios específicospara pessoas com doençasmentais. Para Mylena, quetrabalha com a hidroterapiahá mais de quatro anos, osefeitos são mais rápidos doque a terapia fisioterápica co-mum e tem muito mais acei-tação do paciente.

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Ao ar livreCuritiba possui mais de trin-

ta shoppings espalhados pelacidade. Para quem precisa fa-zer compras é um conforto. Va-riedade de lojas, praça de ali-mentação e estacionamento.

Mas basta uma passadinharápida no fim de semana paraperceber que entre os milharesde visitantes muitos não sãoconsumidores e estão ali apenaspor não encontrar uma boa al-ternativa de diversão. Paraquem não tolera fila e aglome-ração, passar o tempo no “tem-plo” do consumo pode se tornarum programa insuportável.

Uma alternativa aos prédi-os de concreto e ferro são os par-

ques (ao todo são 26) e praçasda cidade.

Dos mais tradicionais, comoo Parque Barigüi, onde cachor-ro e criança são sempre bem-vindos, aos mais pacatos, comoas pequenas pracinhas de bair-ro, com direito a gangorra e tre-pa-trepa. Aos sábados, o calça-dão da Rua XV tem chope gela-do, artesanato e desfile de umasérie de figuras curiosas. Já nosdomingos, têm blues ao ar li-vre no Bosque do Papa. O show,sempre com uma banda dife-rente, começa sempre às 16h esó acaba quando o céu escure-ce. Fuja dos shoppings e vápara a rua.

Texto e fotos: Marisa Rodrigues