8
Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 421| [email protected]| Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo | DIÁRIO d o B R A S I L Boca do lixo, boca do luxo ENSAIO ENSAIO ENSAIO ENSAIO ENSAIO - Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co- Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co- Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co- Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co- Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co- nhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenos nhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenos nhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenos nhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenos nhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenos Aires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e até Aires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e até Aires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e até Aires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e até Aires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e até mesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornou mesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornou mesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornou mesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornou mesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornou o local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. Além de lojas e restaurantes sofistica- Além de lojas e restaurantes sofistica- Além de lojas e restaurantes sofistica- Além de lojas e restaurantes sofistica- Além de lojas e restaurantes sofistica- dos, o local conta com uma ampla área de lazer dos, o local conta com uma ampla área de lazer dos, o local conta com uma ampla área de lazer dos, o local conta com uma ampla área de lazer dos, o local conta com uma ampla área de lazer. Página 8 Raphael Moroz/ LONA Comércio tem crescimento menor em junho, aponta pesquisa do IBGE Dados do IBGE mostram que a venda no varejo diminuiu seu ritmo de crescimento e fechou o mês de junho em 8,2% em rela- ção ao mesmo período de 2007. Na pesquisa anterior, no mês de maio o aumento anual havia sido de 11,1%. Segundo econo- mistas, a desaceleração ocorreu porque houve diminuição do po- der aquisitivo da população por causa da alta nos preços dos ali- mentos. Página 3 Lei Seca diminui em 29% número de mortes no trânsito Página 3 Brasileiro é o maior consumidor de cocaína da América Latina Páginas 4 e 5

LONA 421- 21/08/2008

Embed Size (px)

DESCRIPTION

JORNAL- LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

Citation preview

Page 1: LONA 421- 21/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 421| [email protected]|Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo |

DIÁRIO

do

BRASIL

Boca do lixo,boca do luxo

ENSAIOENSAIOENSAIOENSAIOENSAIO - Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co-Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co-Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co-Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co-Localizado na região central da capital argentina, o Puerto Madero era co-nhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenosnhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenosnhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenosnhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de Buenosnhecido, até o final dos anos 1980, como uma das áreas menos valorizadas de BuenosAires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e atéAires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e atéAires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e atéAires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e atéAires. O turista que se aventurasse por lá correria o risco de não encontrar nada e atémesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornoumesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornoumesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornoumesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornoumesmo ser assaltado. Nos últimos anos, no entanto, um projeto de revitalização tornouo local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. o local um dos pontos turísticos mais disputados. Além de lojas e restaurantes sofistica-Além de lojas e restaurantes sofistica-Além de lojas e restaurantes sofistica-Além de lojas e restaurantes sofistica-Além de lojas e restaurantes sofistica-dos, o local conta com uma ampla área de lazerdos, o local conta com uma ampla área de lazerdos, o local conta com uma ampla área de lazerdos, o local conta com uma ampla área de lazerdos, o local conta com uma ampla área de lazer.....

Página 8

Raphael Moroz/ LONA

Comércio tem crescimento menorem junho, aponta pesquisa do IBGE

Dados do IBGE mostram quea venda no varejo diminuiu seuritmo de crescimento e fechou omês de junho em 8,2% em rela-ção ao mesmo período de 2007.Na pesquisa anterior, no mês demaio o aumento anual haviasido de 11,1%. Segundo econo-mistas, a desaceleração ocorreuporque houve diminuição do po-der aquisitivo da população porcausa da alta nos preços dos ali-mentos.

Página 3

Lei Seca diminuiem 29% número demortes no trânsito

Página 3

Brasileiro é o maiorconsumidor de cocaínada América Latina

Páginas 4 e 5

Page 2: LONA 421- 21/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 200822222

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3000

“Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos ge-rais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo eempreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade so-cial que contribuam com seu trabalho para o enriquecimentocultural, social, político e econômico da sociedade”.

Missão do curso de Jornalismo

Reitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Oriovisto Guima-rães. VVVVVice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor: JoséPio Martins. Pró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorAdministrat ivo :Administrat ivo :Administrat ivo :Administrat ivo :Administrat ivo : ArnoAntônio Gnoatto; Pró-Pró-Pró-Pró-Pró-Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Renato Casagrande; Pró-; Pró-; Pró-; Pró-; Pró-Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Pró-Pró-Pró-Pró-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-ção e Pesquisa:ção e Pesquisa:ção e Pesquisa:ção e Pesquisa:ção e Pesquisa: Luiz Ha-

milton Berton; Pró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorPró-Reitorde Planejamento e de Planejamento e de Planejamento e de Planejamento e de Planejamento e AAAAAva-va-va-va-va-l iação Inst i tucional :l iação Inst i tucional :l iação Inst i tucional :l iação Inst i tucional :l iação Inst i tucional :Renato Casagrande; Coor-Coor-Coor-Coor-Coor-denador do Curso dedenador do Curso dedenador do Curso dedenador do Curso dedenador do Curso deJornalismo: Jornalismo: Jornalismo: Jornalismo: Jornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Castro;Pro fessores -or ientado-Pro fessores -or ientado-Pro fessores -or ientado-Pro fessores -or ientado-Pro fessores -or ientado-res:res:res:res:res: Elza Aparecida e Mar-celo Lima; Editor-chefe:Editor-chefe:Editor-chefe:Editor-chefe:Editor-chefe:Antonio Carlos Senkovski.

João Nei

Infelizmente, no Brasilvemos resistências políticasque trazem prejuízos incal-culáveis à nação. É o caso doprojeto de lei elaborado em1996 e que só agora deve serassinado pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva,que obriga o ensino da mú-sica nas escolas públicas.

Os benefícios da músicasão inúmeros, como a facili-dade para aprender matemá-tica, noções de estética, de-senvolvimento de habilidademotora, concentração. Alémdo conhecimento da história,inclusive a nossa, atravésdos estilos musicais.

O pragmatismo das políti-cas educacionais levou a pro-gramas desastrosos como a sus-pensão, que vigorou por mui-tos anos, das aulas de filosofiae sociologia no ensino médio.

O atual governo tem ba-tido na tecla da educaçãocomo uma ferramenta parao crescimento, mas, alémde incentivar a formação de

novos cursos, novas faculda-des, novas bolsas de estudos,o gestor público não pode abrirmão da qualidade e de aten-tar para o que de fato é ne-cessário para uma formaçãohumana mais ampla e menostecnicista.

Os benefícios do ensino mu-sical são visíveis e indiscutí-veis. A sociedade precisa de ci-dadãos mais sensíveis e aten-tos às suas raízes; a música,portanto, pode ser uma ferra-menta preciosa para valorizara cultura nacional e promoversua identidade cultural.

O novo desafio está em

atender a demanda de profes-sores de música nas escolas.Em Curitiba, com aproxima-damente 1,8 milhão de habi-tantes, há apenas três cursosde licenciatura em música,que somados não chegam aoferecer mais de cem vagaspor ano, sendo que o índicede desistência é alto, exata-mente pela falta de perspec-tiva de inclusão no mercadode trabalho.

Outro fato que preocupa éa qualidade das aulas, paraque não fiquem naquele este-reótipo de que aula de músi-ca é só diversão.

A música é apaixonante enão há quem não goste. Exa-tamente por isso deve ser mi-nistrada com muita respon-sabilidade, para que não aba-fe talentos e não cause desin-centivo aos interessados.

Certamente este projeto delei é de extrema importânciae logo a sociedade estará co-lhendo os frutos desta deci-são. O brasileiro tem criati-vidade e força de vontade, sóprecisa de oportunidades eorientação.

Poderosa ferramenta de ensino

Amanda Laynes

Foi dada a largada, ânimosexaltados, a busca por medalhasé o objetivo temporário dos no-vos moradores da China. Tudoparece festa, estrutura impecá-vel, recepção calorosa... caloro-sa? Os cinco anéis, que repre-sentam os cinco continentes,saem de cena e mais parecemcinco algemas para este povo con-trolado. Chineses silenciosos ecuriosos com a ida de tantos atle-tas e turistas para Pequim.

Antigamente, os gregos fa-ziam uma oração no templo deZeus para que as competiçõesfossem justas. Hoje, prometemhonra, dignidade e boa vontade.E os chineses, como buscar umacompetição justa se vivem emum regime político ditatorial?

Nos últimos meses acompa-nhamos a repressão do governochinês sobre o povo Tibetano quedeseja mais autonomia em suaregião, governo este que se reú-ne no congresso do país apenasuma vez por ano e que tratacomo “ameaça ao regime” todaoposição ao governo chinês. Se-gundo o comitê de Proteção aJornalistas, há 29 jornalistas emais 50 blogueiros presos porcausa de críticas. Isso sem con-tar as prisões no interior do país.

O território chinês poderiaabranger pelo menos quatro fu-sos horários, mas e daí? O go-

verno impõe que a hora oficialdo país seja a de Pequim. As-sim, o sol chega a nascer às qua-tro horas da manhã no leste, eàs nove da manhã no oeste.

Durante décadas vivendosob regime comunista, tendo deconviver com os mais de 30 milcensores que controlam tudo oque os chineses comentam nainternet, os nativos da maiorpotência econômica do mundosão alvos da desinformação.Uma pesquisa lançada em2003, por exemplo, mostrouque 77% dos chineses não sa-bem que a Aids pode ser evita-da com o uso da camisinha.

Os chineses estão cansadosdesta fiscalização. Cerca de 200chineses saíram às ruas de Au-ckland, na Nova Zelândia, to-das as semanas dos meses dedezembro de 2007 e janeiro des-te ano, para protestar contraas Olimpíadas na China. Se-gundo eles, se o país não ofere-ce direitos humanos para opovo, também não pode ofere-cer ao mundo um evento quepromove o trabalho em equipe,a liberdade, a confiança.

Nenhum país, por maiorque fosse sua influência, pro-testou contra os abusos de au-toridade da China. Talvez oúnico país que tenha se posici-onado a favor dos direitos hu-manos dos chineses tenha sidoo governo francês, Nicolas Sa-rkozy, que ameaçou boicotar a

realização do maior evento es-portivo. Porém, é claro, não foipara frente, afinal, estamostratando de uma potência.

A China não oferece liber-dade de expressão, de impren-sa, de religião (há seis milhõesde católicos clandestinos nopaís, e por isso são obrigados aviver escondidos e realizar mis-sas em locais afastados dosgrandes centros), ou até mes-mo partidária. Mas nenhumaimprensa internacional se opôsà cobertura das Olimpíadas,mesmo sabendo que as trans-missões das redes internacio-nais também seriam submeti-das à censura no país. Há umatraso de 9 segundos na trans-missão de redes como a CNNou BBC, tempo suficiente paraque o censor tire a rede do arcaso constate que a notícia nãoé agradável à China.

Sabe aqueles produtos, bembaratinhos Made in China?Pois é, eles são tão baratosquanto o salário dos chineses.Um operário chega a ganharR$80 por mês. Pouco? Pois é,

mas para os camponeses quepassam a vida com os pés nalama em lavouras de arroz,esse salário é um sonho.

Mais uma vez somos teles-pectadores da magnitude do po-der econômico prevalecendo so-bre os interesses humanitários.Neste momento, a imprensa,assim como os chineses, se cala,compactuando com os malefíci-

“Sem Direitos Humanos, sem Olimpíadas”

A sociedade precisade cidadãos maissensíveis e atentosàs suas raízes; amúsica, portanto,pode ser uma fer-ramenta preciosapara valorizar acultura

os de um governo déspota.Enquanto você lê este texto,

atletas ganham medalhas e vol-tam a seus países como vence-dores, como símbolos de um paíscampeão. Porém, na China, al-gum ser humano, por optar poralgum tipo de religião ou por semanifestar contra o governo chi-nês, por clamar por liberdade,pode estar sendo condenado.

EXPEDIENTE

Page 3: LONA 421- 21/08/2008

33333Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Diego Lopes

Números apresentados empesquisa do Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística(IBGE) apontam uma desace-leração no crescimento dasvendas do comércio varejista nomês de junho. O aumento dasvendas foi de 1,3% em relaçãoa maio. Em relação a junho de2007, o crescimento registradofoi de 8,2% — índice menor sefor comparado o mês de maiode 2008 com o do ano anterior(11,1%). Segundo economistas,a inflação dos alimentos dimi-nuiu o poder de compra do con-sumidor e contribuiu para umapequena queda nas vendas dovarejo.

O impacto da inflação foimais sentido nos setores de hi-per e supermercados, produtosalimentícios, bebidas e fumo,que fecharam junho com altade 1,5%. Estes setores ocupa-ram 46% do total do índice devendas do varejo e foram os res-ponsáveis pelo fraco desempe-nho.

Ao comentar o crescimentoda inflação nos últimos meses,o professor da Escola de Negó-cios da Universidade PositivoRonaldo Hofmeister explica queo Brasil vem sofrendo as mes-mas pressões que estão sobre aeconomia mundial.

Os efeitos da inflação sobreo índice de vendas ficam maisevidentes quando comparadosos números do crescimento dasvendas com a receita obtida pe-los varejistas. Enquanto a ven-da teve alta de 8,2% em umano, a receita subiu 15,2%, ouseja, o lucro obtido cresceumais que as vendas, o que acon-tece sempre que os preços so-bem sensivelmente. Quandocomparada a venda e a receitados hiper, supermercados e ali-mentos, a diferença fica aindamaior. Este grupo teve um au-mento de 15,6% na receita en-quanto as vendas subiram ape-

Priscila Fernandes

Dois meses depois da im-plantação da Lei Seca, hou-ve uma diminuição de29,69% do número de óbitosem acidentes de transito noEstado do Paraná. Os dadossão da Polícia Rodoviária Es-tadual.

Se for comparado ao mes-mo período do ano passado,entre junho e agosto, o nú-mero de acidentes com mor-tes caiu de 64 para 45 em2008. Em âmbito nacional nomesmo período, o número deacidentes com mortes caiu de998 em 2007 para 862 em2008.

A Lei 11.705, que entrouem vigor há dois meses, e origor da fiscalização fizeramcom que os motoristas mu-dassem seus hábitos, o que

Lei Seca diminui mortes no trânsito do Paranánas 1,5%.

E é justamento no supermer-cado que a zeladora Dirce Alvezde Souza sentiu o maior aumen-to. Segundo ela, os maiores re-ajustes ficam por conta do ar-roz, do feijão e do restante dosprodutos da cesta básica.

A alternativa encontrada porela e por milhões de brasileiro éa pesquisa de preços, embora elaconfesse: “Eu não tenho muitotempo, sabe, porque a gente tra-balha, e eu, quando faço com-pras, não tenho como ficar pro-curando o mais barato”.

Apesar dos efeitos negativosda inflação, o primeiro semes-tre de 2008 teve desempenhosuperior ao mesmo período doano passado com uma alta de10,6% contra 9,8% do ano an-terior.

Hofmeister afirma que oBrasil enfrenta a crise mundi-al dos alimentos com certatranqüilidade, e que demons-trou “fôlego e força para nãopassar por uma situação comoessa novamente”.

Para o IBGE, mesmo comos impactos da inflação em ju-nho, não há motivos para acre-ditar em uma desaceleraçãodas vendas do varejo puxadapela alta dos preços, pois osíndices anteriores mostramque a inflação está diminuin-do sua pressão sobre as vendase que a alta da renda, da ex-pansão do crédito e do alonga-mento dos prazos de pagamen-to beneficiam os varejistas.

O professor, porém, ressal-ta que o país deve deixar de seesconder atrás do título de paísagrícola. “Todos os países temque ter soberania sobre os ali-mentos, sobre o combustível eo Brasil, se depender só da suaagricultura, vai ter uma difi-culdade muito grande”.

Um bom caminho, segundoo professor, é investir no proces-so de industrialização. “Quantomais se industrializar”, diz,“maior é a chance de não sofrercom esses impactos mundiais”.

Geral Alta nos preços dos alimentos diminuiu o poder de compra dos consumidores

Inflação desacelera vendas no comérciobrasileiro em junho, mostra IBGE

Se for comparadoao mesmo períododo ano passado, en-tre junho e agosto,o número de aci-dentes com mortescaiu de 64 para 45em 2008.

fica evidenciado nos dados di-vulgados pela Policia Rodovi-ária Estadual.

A lei prevê limite de doisdecigramas de álcool por litrode sangue. A partir deste vo-lume, o motorista é multadoe sofre autuação. De acordocom os dados da Polícia, asautuações por embriaguezpassaram, no mesmo períodode comparação, de 33 para 94autuações.

Desde que a Lei foi san-cionada a lei, a Polícia Ro-doviária Estadual registrou1.524 acidentes, no mesmoperíodo do ano passado ocor-reram 1159. Segundo oMarcio Hugolino Trevisa, daPolícia, este aumento no nú-mero de acidentes se deve aoaumento da frota e a facili-dade de aquisição de auto-movéis. Mas Trevisan res-salta que diminuiu o núme-ro de óbitos, bem ocorreuuma diminuição de 6,23% nonúmero de feridos. “Os índi-ces são realmente favorá-veis. Buscamos níveis me-lhores, mas, para isso, ne-cessitanos que a comunida-de se conscientize e faça asua parte”, diz o responsavélpelo Nucleo de ComunicaçãoSocial da Polícia RodoviáriaEstadual do Paraná, MarcioHugolino Trevisan.

Marisa Rodrigues/LONA

Acidente na via rápida do Campo Comprido, que derrubou um poste de energia elétrica

FOTO DO DIA

Page 4: LONA 421- 21/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 200844444

Especial

Brasil é o maior consumidor de cocaína daRelatório da ONU coloca o Brasil na segunda posição no ranking do mercado da droga

História

A substância alucinógenaé retirada da planta da coca,natural dos Andes, que já erautilizada por civilizações In-cas antes mesmo de Cristo. Osincas acreditavam no poderdo “presente dos deuses” queos ajudava a suportar a fomee a fadiga – um privilégio danobreza.

No começo do século XIX,os farmacêuticos e botânicosdenominaram a folha da cocade “tesouro da matéria médi-ca” e até de “saudável e con-dutora da longevidade”, em-bora outros especialistas já acomparassem ao ópio e aler-tassem os danos provocados

pelo abuso da droga. Depois dadescoberta do princípio ativopuro, a medicina adotou defi-nitivamente a coca, e seus efei-tos anestésicos em tratamentosde dores de dente e garganta, eem cirurgias oftalmológicas.

Na segunda metade do sé-culo XIX, os primeiros produ-tos dessa matéria-prima come-çaram a ser vendidos. Duas be-bidas ganharam destaque nes-sa época, a Coca-cola e o vinhode coca. A Coca-cola era usadaem combate à cefaléia e comotonificante. Depois, o boticárionorte-americano responsávelpela mistura, acrescentou ou-tros componentes e gaseificoua água, anunciando o produtocomo “a bebida dos intelectuais

Cocaína

Ana Cláudia Pereira

Apesar da baixa do con-sumo de drogas no mundo, aAmérica do Sul apresentanúmeros crescentes. No diaInternacional Contra o Abu-so de Drogas e o Tráfico Ilí-cito (26 de junho), a ONUapresentou o Relatório Mun-dial Sobre as Drogas 2008.Elaborado pelo Escritório dasNações Unidas Contra Dro-gas e Crime (Unodc), o do-cumento leva em conta da-dos de pesquisas realizadaspelo governo federal entre osanos de 2001 e 2004.

O Relatório coloca o Bra-sil na segunda posição no

ce está diretamente ligado àmaior oferta de maconha ehaxixe provenientes do vizi-nho Paraguai. A América La-tina é responsável por 12%das apreensões mundiais daplanta, só no Brasil foram167 toneladas.

A região Sudeste tem a

maior concentração de consu-midores, com 3,7%, seguidoda Região Sul, com 3,1%. ONordeste e o Norte são res-ponsáveis por 1,3% e 1,2%. Osecretário Nacional Antidro-gas, general Paulo Uchoa, ementrevista à Agência Brasil,disse que o aumento no con-

e abstêmios”, e em 1901, a co-caína foi retirada da fórmu-la. O vinho de coca foi lança-do em 1863 com a promessade que nutria, fortificava e re-frescava a mente e o corpo.Elogiado por alguns papas,seu criador ganhou uma me-dalha de ouro do Papa LeãoXIII.

Por volta de 1905, a cocaí-na já era inalada com fre-qüência nos Estados Unidose até 1956 havia sido banidado mercado livre.

A partir dos anos 70 o nar-cotráfico colombiano se espe-cializou na substância, e nosanos 80 atingiu notoriedadeinternacional, faturando 200bilhões de dólares anuais.

Fonte: UNIFESP

ranking do mercado de cocaí-na das Américas. O consumodessa droga (de quem usa aomenos uma vez no ano) subiude 0,4% para 0,7% entre pes-soas de 12 a 65 anos. São 870mil usuários brasileiros, oque coloca o país atrás ape-nas dos Estados Unidos, ondeexistem mais de seis milhõesde consumidores. No mundotodo, a cocaína faz parte davida de 16 milhões de pesso-as, que em 2007 financiarama produção de quase mil to-neladas.

A principal preocupação daONU é com o aumento do cul-tivo da coca, que pode dimi-nuir o preço e aumentar aoferta da planta. A principal

origem da cocaína continuasendo a Colômbia – dona de99 mil hectares de plantação,concentrados em 10 dos 195municípios do país -, segui-da agora do Peru. Afeganis-tão e Mianmar também sãoimportantes regiões de cul-tivo. O Brasil foi considera-do pelo relatório o mais im-portante país de trânsito decocaína, pelo fato de muitasorganizações criminosasusam os pontos de rota bra-sileiros com o intuito de en-viar à Europa a droga quevem da Colômbia, Bolívia ePeru, resultando num au-mento da oferta no mercadolocal brasileiro, com preçomais acessível. Alguns ou-tros canais, como em direçãoà Europa - via África, emapenas dois anos tiveram umaumento de 7% no contra-bando.

MaconhaEm quatro anos o consu-

mo mundial da maconha pra-ticamente dobrou. O Brasilapresentou os números maisaltos da América do Sul. Du-rante o mesmo período, o nú-mero de usuários aumentou160%, o equivalente a cercade 3 milhões de pessoas. Se-gundo o relatório, esse índi-

Formas de consumoA cocaína pode ser consu-

mida de formas diferentes.Uma delas é das folhas daplanta, que são mascadas,um hábito chamado de “co-quear”, ou são consumidasem forma de chá digestivo,e não causam danos à saú-de.

A pasta de coca é o sulfa-to de cocaína, geralmentemisturada ao tabaco e fuma-do. Se essa pasta for refina-da, gera o cloridrato de co-caína, um sal, consumidovia nasal ou venal se diluí-da em água. O que sobra daprodução do cloridrato viracrack, normalmente fumadoem pedras.

Efeitos fisiológicosQuem usa a cocaína tem

uma rápida sensação de bem-estar e aumento da atenção, dapressão arterial e da freqüên-cia cardíaca. Doses maiores po-dem causar a síndrome cerebralorgânica, que provoca infarto,convulsões, pânico, confusão,irritabilidade, entre outros.Efeitos Psíquicos

Aceleração do pensamento,inquietação psicomotora, esta-do de alerta, inibição de apeti-te e variações de humor.Riscos à saúdeRiscos à saúdeRiscos à saúdeRiscos à saúdeRiscos à saúde

Causa dependência. Podecausar problemas cardíacos du-rante o consumo.O consumo fre-qüente leva à depressão, ansie-dade, impulsividade e cansaço.

Divulgação

A ONU teme que o aumento do cultivo da coca diminua o preç

Page 5: LONA 421- 21/08/2008

55555Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

a América do SulHistória

Os chineses já utilizavama substância alucinógena dacanabis (Delta-9-Tetraidroca-nabionol ou THC) dois milê-nios antes de Cristo, comocura e misticismo. Além dis-so, sua matéria-prima tam-bém cabia na produção de ali-mentos e fibra têxtil. A reli-gião hindu é uma grande pre-cursora da erva, e segundotradições indianas, dá prazer,coragem e atende aos desejossexuais.

No final do século XIX umgrupo de franceses fundou oClube dos Haxixins, que fo-mentava as produções artís-ticas e o uso do haxixe. Namesma época foi lançado o li-vro “Alice no país das mara-vilhas”, cheio de alusões aoconsumo da droga que, no fi-nal da década de 30, foi proi-bida na maioria dos países.

Desde os anos 70 a maco-

Maconha

sumo de cocaína e maconhano país não é “nenhuma sur-presa”.

A pesquisa da ONU esti-ma que 208 milhões de pes-soas consumem drogas nomundo todo, sendo que 165milhões destas são usuáriosde maconha, 24 milhões

Divulgação

“No começo fuma-va demais, pratica-mente todos osdias, depois, com otempo, a genteaprende até ondepode e não podeir...”R.C.USUÁRIO

nha não saiu mais de cena, naHolanda a droga é legalizadaem locais específicos e algunspaíses como o Canadá aceitama prescrição do tetraidrocana-binol como estimulador de ape-tite para pacientes de câncer eAids. A legalização é um assun-to muito discutido atualmen-te. O haxixe é feito da peneira-ção do pólen das flores fêmeasda cannabis, uma resina demaconha.

Formas de ConsumoA maconha é mais utiliza-

da em forma de cigarro. Osbrotos da cannabis são tritu-rados e enrolados em papelpara serem fumados ou os frag-mentos adicionados a massa debolo ou brigadeiro para seremingeridos.

O haxixe é comercializadoem bolinhas da resina e podeser misturado ao tabaco e oBhang é um composto líquido

muito usado na Índia.

Efeitos FisiológicosPode provocar taquicardia,

boca seca, hipotermia, tontu-ra, incoordenação motora, au-mento do apetite e tosse.

Efeitos PsíquicosAlucinações e ilusões, so-

nolência, ansiedade, irritabi-lidade e prejuízos à concentra-ção e memória de curto pra-zo.

Alterações na percepção dotempo, risos sem motivo, falasolta, relaxamento e aumen-to da percepção dos sentidossão os efeitos euforizantes daplanta. Além de trazer riscosa saúde, causa:*Dependência;*Piora a concentração e poten-cializa a desmotivação;*Pode desencadear quadros depânico, paranóia e psicóse;*Câncer de pulmão.

usam anfetaminas, 16 mi-lhões consomem derivados doópio, 9 milhões fazem uso deecstasy e 26 milhões podemser considerados dependen-tes. Por ano, cerca de 200 milpessoas morrem pelo efeitodas drogas ilícitas, estimati-va baixa se comparada aoscinco milhões de mortos porculpa do tabagismo e os doismilhões e meio de óbitos cau-sados pelo álcool.

A pedagoga e coordenado-ra dos projetos Formando Ci-dadão e Agente Jovem da Pre-feitura de Curitiba, DenisePereira, está à frente de umtrabalho de prevenção e deajuda no tratamento de cri-anças e adolescentes depen-dentes químicos, ou que pos-suam casos de dependênciana família. Ela acha muitoválido falar sobre o assuntocom os jovens, para que en-tendam qual a verdadeiraface das drogas. “As palestrase discussões promovidas pe-los programas servem paraque eles mesmos avaliem ecoloquem na balança os próse os contras de ser um usuá-rio”. Os adolescentes que par-ticipam dos projetos estão in-cluídos no considerado grupode risco com relação às dro-gas e por isso uma conversa

mais ampla e abrangente so-bre o assunto é inevitável.“Normalmente há mais deum caso na família dessascrianças e os pais, que deve-riam dar o exemplo, são ospróprios usuários”, explica apedagoga. A., de 14 anos, par-ticipa do projeto há seis me-

Divulgação

ses e seu pai é usuário de ma-conha e crack há quase oitoanos. As educadoras da Pre-feitura garantem que ele ébom aluno, muito dedicado,e que apesar da má influên-cia dentro da própria casa écontra o uso de drogas, umvalor segundo ele ensinadopela mãe: “Aqui no projeto agente apren-de porqueusar drogafaz mal, maseu já t inhaa p r e n d i d oisso lá emcasa”.

R.C. tem20 anos e éusuário demaconha hácinco, dosquais prati-camente trêscom uso diá-rio. “No começo fumava de-mais, praticamente todos osdias e vários por dia, depois,com o tempo, a gente apren-de até onde pode e não podeir, pra pegar leve e não des-cuidar tanto”, afirma R.C. Elenão vê a maconha como umadroga e garante que leva a

vida numa boa sem se atra-palhar, ano que vem se for-ma em Farmácia, na PUC,onde faz pesquisas sobre aplanta: “Eu estudo isso, seique também faz mal e preju-dica a saúde. Mas com o ci-garro é assim também, todomundo sabe os malefíciosmas continua usando.”.

A.S. ficou in-ternado em umaclínica de recu-peração durantequatro longosmeses paraabandonar o ví-cio da cocaína ediz que hoje, sepudesse nuncateria nem expe-rimentado a dro-ga e tudo seriamais fácil. A.S.conta que seu re-lac i onamento

com a família mudou, e quena época em que usava a dro-ga tinha alucinações muitofortes, pânico e lapsos de me-mória, e que, além disso, jun-tando a coca ao outro vício, otabaco, tossia muito e não ti-nha resistência imunológicaalguma.

O Brasil foi considerado pelo relatório o país mais importante para o trânsito da cocaínaEspecial

ço e aumente a oferta da planta

Page 6: LONA 421- 21/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 200866666

Perfil

Luiz Guilherme: cheguei e arraseiLugar apertado, molhado

e barulhento. A cada dia seuespaço diminui, quem vive alitem a necessidade de deixaresse lugar que, aparentemen-te sombrio, é cheio de amor ecarinho. Passadas algumassemanas o aperto é insupor-tável e a sua própria estrutu-ra já deixa pronto o novo serque rapidamente entrará emcontato com um mundo cheiode desafios e descobertas.

Sentimento singular einexplicável, mistura medo,ansiedade e alegria, mais oumenos isso é o que acontece.De repente o choro é inevitá-vel e essa explosão de emoçõesse encontra quando mãe e fi-lho se tocam, se abraçam esentem-se fisicamente. É oacalento materno do abraço edo aconchego. É uma simbio-se fantástica. Começam ago-ra os desafios, preocupações,contradições e descobertas.

Aos 21 anos, Patrícia des-cobre que em seu ventre ha-bita um novo ser todo forma-do e quase pronto para enca-rar o mundo. Uma surpresaaterrorizante. Com apoio dealguns familiares e amigosela deu à luz seu filho. Falan-do assim parece ser fácil, masa vida começa a lhe mostraras dificuldades. Rejeitadospelo bisavô materno, uma pes-soa de extrema e especial im-portância em sua vida, co-meçou a lidar e lutar com osofrimento da angustianteaceitação.

Quando Luiz Guilherme(nome escolhido pelos pais queagora são só amigos) comple-tou sete dias de vida, foi aoencontro do seu bisavô. Aoolhar para aquele pequeninoser embrulhado em um cober-tor azul, esse senhor, militarantiquado, se enterneceu e opegou no colo pela primeiravez.

Um bebê tranqüilo, quenão chorou muito, teve poucacólica e quis o tempo todo ma-mar no seio da mãe. Foi aopediatra com um mês de vida,

teve que completar o leite ma-terno com leite em pó. Suamãe adoeceu e ele foi o seumaior incentivo para tirá-lada cama.

Com o passar dos meses, acada dia Luiz Guilherme co-meçou a emitir sons novos esuas mãozinhas não paravamde mexer e se entrelaçar. Sen-tia-se livre e demonstrava umprazer imenso ao tomar ba-nho, achava ruim e resmun-gava quando o tiravam daágua.

Aos sete meses engati-nhou e a partir daí, o bebêtranqüilo não parou mais qui-eto. Subia e descia, pendura-va-se nos sofás, nas cadeiras,e em tudo o que alcançava,deixava todos a sua volta pre-ocupados e admirados com ta-manha agilidade.

Já falando “papai” e “ma-mãe”, em pouco tempo pro-nunciou várias outras pala-vras. Com aproximadamenteum ano seu interesse pormúsica já era marcante, co-meçou cantarolar algumascantigas de ninar e não paroumais. Seguiu com um reper-tório a cada dia mais amplo,com total surpresa para todos,pois já arriscava o funk, sam-ba, pagode e MPB. A televisãoo influenciou muito, princi-palmente os comerciais. Atra-vés de sua memória associa-tiva, ao ouvir ou ver a ima-gem de algum produto, corriade onde estivesse para dançare cantar.

Chama seus familiares econhecidos pelo próprio nomee não por adjetivos comunscomo: “titia”, “titio”, “vovó”,“ v o v ô ” ,com exce-ção de“papai” e“mamãe”.

H o j e ,com trêsanos, aop a s s e a rna rua,c u m p r i -menta at o d o s ,tendo pre-

ferência por garis e lixeirosque são ovacionados por ele,que espera todo dia o cami-nhão do lixo passar, princi-palmente o do "lixo que não élixo".

Têm paixão por motos, car-ros, trens e tudo que roda. Deseus amiguinhos é o mais ar-ticulado o único que às vezesprecisa ficar no cantinho re-fletindo. Atitudes como: dei-xar a torneira aberta e ala-gar o banheiro, ou por imitarlobo, assustar seus colegas,contribuem para que issoaconteça. É adorado pelas pro-fessoras, diretora e principal-mente pelas serventes que lhepreparam a comidinha e con-tam com sua ajuda para lim-par a sala. É o rei da cozinha,por comer de tudo e muitobem. Cantarola músicas eminglês, faz aulas de capoeirae educação física.

Ligado em tudo o que acon-tece ao seu redor, principal-mente nos diálogos de adul-tos, começa a mostrar sua per-sonalidade. Não gosta de verninguém chorando e mostraseu instinto protetor. Colocaa cabeça da pessoa em seu coloe consola como gente grande.Preocupa-se quando vê al-guém triste, sem o menorpudor questiona o que houve,insistindo em suas perguntasaté achar que pode resolver.Para demonstrar que está sa-tisfeito com a explicação,toma determinadas atitudescomo pegar o telefone e bri-gar com a pessoa responsávelpelo acontecido.

Dias atrás escutou suamãe falando que não tinha di-

nheiro, prontamente pegouseu cofrinho e deu para a avó,achou que ia resolver o pro-blema, e deixou todos encan-tados com sua atitude. Já eraperceptível um nível de preo-cupação e de raciocínio muitoavançado para tão pouca ida-de.

De personalidade forte, poronde passa deixa sua marca.Às vezes encanta ouirrita todos. En-frenta seu bisavôde igual praigual como se fos-se adulto, levan-do-o a tomar me-didas mais enér-gicas paraaprender a res-peitá-lo e aos ou-tros. Há poucosdias estavam osdois sozinhosquando seu bi-savô foi ao ba-nheiro, sor-r a t e i r a -mente vi-rou a cha-ve e tran-c o u - o .Nervoso obisavô co-meçou a gri-tar, mas depouco adian-tou, poisLuiz Gui-l h e r m esaiu rapi-d a m e n t eobrigando-o a arrombara porta. LuizGuilherme foirepreendido e fi-

Texto e foto: Carolina Adam Helm

Nome: Luiz Guilherme Helm BelizárioData de nascimento: 24/06/2005Local: Hospital Nossa Senhora de Fátima, Curitiba-PRHorário: 17h33Comprimento ao nascer (cm): 47Peso ao nascer (g): 3,145Raça/Cor: BrancaTipo de Parto: CesárioFiliação: Rafael Fischer Belizário Patrícia Adam Helm

cou sem andar de bicicleta pordois dias.

A sua firmeza ao escolherobjetos de uso pessoal comotênis, roupas, brinquedos,mostram o desenvolvimentodas suas preferências. Muitasvezes faz isso para agradaraos outros. Seu time de fute-bol, para uns é Atlético e paraoutros Coxa-Branca, depen-

dendo do gosto e da impor-tância que a pessoa

tem para ele. Vive emum mundo de preocu-pações desnecessári-as para a sua idade.Crescer, aprender,amadurecer são efei-tos normais da vida.

Crianças deixamde viver sua lúdicainfância porque a

correria do mundoas está impedin-

do. Criançascomo Luiz Gui-

lherme, cres-cem e ama-d u r e c e mmuito rápi-

do, será queisso vai ser

bom no futu-ro? Só sei queele veio paraunir nossa fa-mília, pois hámuitos anosnão passáva-mos o natal jun-tos. Ficamosmais tolerantesuns com os ou-tros. Ele conse-guiu resgatar

em todos nós aimportância de

uma família unidaapesar das diferen-

ças, dificuldadese desaven-

ças.

Com apenas três anos, ele já tem atitudes que imprecionam a família

Page 7: LONA 421- 21/08/2008

77777Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Silvia Henz

Aconteceu na última sexta-feira na Universidade Positivoa final da terceira edição doDesafio Passarela, promovidopelo Senai durante a Olimpía-da do Conhecimento. A alunaCarolina Gritten, de 17 anos,saiu vitoriosa.

A competição baseia-se noreality show “Runway”, do ca-nal People and Arts. Na segun-da-feira da semana passada,contava com 100 participantes,que foram ficando para trás nasoutras etapas.

Os participantes, alunos docurso técnico de Estilismo, ti-veram cinco dias para desenvol-ver um “look” completo, desdeo croqui, até o desfile da roupapronta. Para a montagem doslooks, tiveram R$ 100 para gas-tar com tecidos e R$ 10 comaviamentos (botões, zíperes,ombreiras...). Nesta edição otema foi “identidade”, ou seja,os alunos deveriam desenvolveruma roupa para eles mesmos,que de algum modo transpare-cesse sua personalidade.

“Movimento” foi a palavraque Carolina usou para se defi-nir. O look vencedor foi compos-to por três peças: top, regata esaia. A comissão julgadora foiformada por importantes nomesda moda e do jornalismo, como:Caio Gobbi, Gisa Gabriel e Ra-faela Sabatawitch.

Segundo o aluno WilliamNassu, o tema foi uma surpre-sa: “Eu esperava o tema susten-tabilidade”. William é descen-dente de japonês, mas não quisdemonstrar isso na sua roupa,pois se considera bem brasilei-ro. Seu “look” é composto porquatro peças: bermuda, cami-sa, colete e gravata, e é todo empreto e branco. Nassu diz quenão conseguiu os tecidos quedesejava e que a parte mais di-fícil foi a costura.

Já a estudante Luana Guer-ra não tem ascendência japone-sa, mas admira muito a cultura

Geral Competição baseou-se em reality show do canal People and Arts

Desafio Passarela do Senaipremia estudante de 17 anos

das gueixas, por isso apresentouum casaco de inverno no estiloquimono. Para ela, a parte maisdifícil foi lidar com o orçamento:“Nós tínhamos 100 reais e 40minutos para procurar tecidos,não tinha tudo o que a gente pre-cisava, foi uma correria.”

No primeiro teste os alunosdesenharam figurinos para ce-lebridades como Angelina Jolie,Alinne Moraes, Adriane Galis-teu, Amy Winehouse, etc. Daífoi pedido aos alunos que esque-cessem o que tinham feito queo tema seria “identidade”.

“Minha roupa é inspiradaem mim mesmo. É superlivre,irreverente, bem à vontade. Euusei brim e viscose, nas coresverde e rosa e bastante avia-mento. Aliás, meus gastos comtecido deram abaixo do orça-mento e os aviamentos ultra-passaram...”, diz o aluno do ter-ceiro módulo Hildo Fabri. Ape-sar do clima de competição es-tar presente Hildo garante queos participantes estão bem uni-dos, todos se ajudando e que aconvivência com entre eles foimuito legal. Mas ao ouvir a per-gunta “quer ganhar”, respondesem pensar “claro”.

Os critérios de escolha dovencedor foram baseados nacriatividade, na relação do lookcom a proposta e na defesa oraldo aluno. A vencedora levoupara casa um cheque de R$ 3,3mil, vale-compras em lojas deroupa, além do reconhecimen-to em um concurso que abreportas no mundo da moda. Aedição deste ano faz parte daprogramação paralela à etapanacional da Olimpíada do Co-nhecimento.

Durante a semana foramexibidas as etapas do desafio pormeio de um telão instalado nolounge do Desafio Passarela, naUniversidade Positivo. Segun-do o coordenador do curso deestilismo do Senai, Edson Kor-ner, o objetivo era promover ainteratividade e permitir quemais pessoas conhecessem oprojeto.

Silvia Henz/ LONA

Participantes do Desafio Passarela

Marie-Claire Devos

Começam as propagandaseleitorais no rádio e na televi-são e junto com elas as brigasdos partidos. Mas, para essetipo de mídia, existem leis elei-torais - as mais conhecidas sãoos direitos de resposta.

No rádio e na televisão, alei eleitoral restringe-se ao ho-rário gratuito definido por lei,sendo proibida a veiculação depropaganda paga. Ainda é ve-tada a veiculação ou divulga-ção de filmes, novelas, minis-séries ou qualquer outro pro-grama com alusão ou críticaa candidato ou partido políti-co, exceto em programas jor-nalísticos ou debates políticos.

A lei é clara: ofendeu, tem direito de resposta

Em municípios que não pos-suem emissoras de televisão, osórgãos regionais dos partidosparticipantes podem requerer àJustiça Eleitoral que reserve10% para divulgação da suapropaganda na emissoras gera-doras que os atingem.

Quanto ao direito de respos-ta na mídia, o candidato que sesentir ofendido, difamado ou

caluniado poderá pedi-lo. Oprazo é de 24 horas quandose trata do horário eleitoral,e 48 horas quando se trata daprogramação normal dasemissoras de rádio e TV.

No horário eleitoral gra-tuito, o ofendido terá o mes-mo tempo da ofensa que so-freu, nunca menos de umminuto. Já se o tempo forinferior, a resposta será le-vada ao ar tantas vezes queforem necessárias para asua complementação. Se aofensa ocorrer em dia e horaque não seja possível a suareparação dentro dos prazosestabelecidos, a respostaserá divulgada nos horári-os que a Justiça Eleitoraldeterminar.

ELEIÇÕES 2008

No rádio e natelevisão, a leieleitoral restringe-se ao horáriogratuito definidopor lei

Page 8: LONA 421- 21/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 21 de agosto de 200888888

De porto decadentea região nobre da cidade

Texto e fotos: RaphaelMoroz

Uma mistura de restau-rantes sofisticados, edifíciosmodernos e barcos, tendo, aofundo, o Rio da Prata. Assimé o bairro Puerto Madero, umdos pontos turísticos mais vi-sitados de Buenos Aires.

No entanto, nem semprefoi assim. Até o final dos anos80, o local era um porto de-cadente, cheio de galpõesabandonados. Tratava-se daregião mais precária da ca-pital Argentina. Foi duranteo governo de Carlos Menemque esta situação começou a

se modificar. Visando refor-mar totalmente a área, elefez uso de recursos públicose realizou parcerias com in-vestidores privados.

Após obras de infra-estru-tura como pavimentação edrenagem, surgia o novo Pu-erto Madero.

Hoje, o bairro possui res-taurantes de diversas nacio-nalidades – incluindo brasi-leira – fábricas, hotéis e ba-res que agitam a vida notur-na da cidade.

Estima-se que o metroquadrado na região custa,aproximadamente, três mildólares.