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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XII - Número 662 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, sexta-feira,14 de outubro de 2011 Os novos projetos dos irmãos Gal- lagher depois do fim do Oasis Pág. 5 Feiras noturnas de Curitiba trazem opções da gastronomia internacional Pág, 4 Em cima da hora Dilma Rousseff esteve em Curitiba e anunciou investimentos para o metrô curitibano Brasileiros vão às ruas pedindo o fim da corrupção Durante o fe- riado, milhares de brasileiros se reuniram em diferentes capi- tais para pro- testar contra o voto secreto no Congresso e pe- dir a aprovação da lei da Ficha Limpa. Em Cu- ritiba, o protes- to reuniu cerca de 200 pessoas na Praça Santos Andrade. Pág. 3 Música Lazer Pamela Castilho

LONA 662 - 14/10/2011

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, sexta-feira, 14 de outubro de 2011

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O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XII - Número 662Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, sexta-feira,14 de outubro de 2011

Os novos projetos dos irmãos Gal-lagher depois do fi m do Oasis

Pág. 5

Feiras noturnas de Curitiba trazem opções da gastronomia internacional

Pág, 4

Em cima da horaDilma Rousseff esteve em Curitiba e anunciou investimentos para o metrô curitibano

Brasileiros vão às ruas pedindo o fim da corrupçãoDurante o fe-riado, milhares de brasileiros se reuniram em diferentes capi-tais para pro-testar contra o voto secreto no Congresso e pe-dir a aprovação da lei da Ficha Limpa. Em Cu-ritiba, o protes-to reuniu cerca de 200 pessoas na Praça Santos Andrade.

Pág. 3

Música Lazer

Pamela Castilho

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Expediente

Editorial

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Con-sentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Daniel Zanella, Laura Beal Bordin, Priscila Schip

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 -Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

Opinião

Eternidade “Eu vi ontem. Eu sei amanhã.”Inscrição à entrada do túmulo do faraó egípcio Tutancamon.Assunto“Vós que escreveis, escolhei um assunto correspon-dente a vossas forças.”Horácio, em Arte Poética.Escritor“Um escritor é essencialmente um homem que não se resigna à solidão. Cada um de nós é um deserto.”Mauriac, em Deus e Mamom.Poeta“Ser poeta é não dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras.”Mário Quintana, em Caderno H.Editor“Diz-me quem te edita e dir-te-ei que escritor és.”Mário da Silva Brito, em Diálogo Atemporal.Jornalista“Todo fazedor de jornais deve tributo ao Maligno.”La Fontaine, em Carta ao Sr. Simon de Troyes.“O jornalista é um ser que errou a profissão.”Otto Von Bismarck“Não há, talvez, gente mais detestada em segredo. Que pensamentos e ambições estarão por trás dessas frontes inclinadas sobre a mesa?”Ribeiro CoutoTelevisão“Essa mamadeira visual...”Cassiano Nunes, em A felicidade pela literatura.Loucura“Uma vez por ano é permitido bancar o louco.”Sêneca, em Da Superstição.Jovens“O jovem não precisa de razões para viver; precisa só de pretextos.”Ortega Y Gasset, em A Rebelião das Massas.Existência“A nossa existência diária é um folhetim de má qua-lidade pelo qual nós nos deixamos envolver.”Michel Butor, em Repertório II.Experimento“Ninguém aprende a viver pela experiência alheia; a vida seria ainda mais triste se, ao começarmos a viver, já soubéssemos que vivíamos apenas para re-novar a dor dos que viveram antes.”Benavente, em Rosas de Outuno.

Uma boa leitura a todos.

Em defesa do voto facultativoJuliana Cordeiro

Em 2012, a população volta às urnas para esco-lher os novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. O prazo para filiações de candidatos nos partidos para concorrer às eleições terminou na última sex-ta-feira, 7. Apesar da categorização de país demo-crático, o Brasil ainda sofre com alguns retrocessos quanto à forma de participação da sociedade.

Existem vários pontos que podem ser discuti-dos ao falarmos sobre a participação da sociedade, garantida na Constituição Brasileira de 1988. O bra-sileiro conquistou historicamente o direito ao voto. Um momento importante desta conquista foi o ano de 1932, em que se conquistou o direito do voto secreto e obrigatório para cidadãos maiores de 21 anos, sem distinção de sexo. A partir desse ano, a mulher passava a ter o direito ao voto.

Passamos por período de ditadura militar, no qual muitos cidadãos foram presos e torturados se fossem suspeitos de se reunirem em grupos fecha-dos para conspirar contra o governo.

A primeira participação da sociedade na esco-lha de seus representantes após o período ditato-rial foi em 1989, com a volta das eleições diretas. A partir desta data, presidentes, governadores e prefeito, passavam a ser eleitos pela sociedade, por meio do voto direto e secreto. Jovens acima de 16 anos, analfabetos e maiores de 70 anos ganharam o direito facultativo ao voto.

O voto passou a ser um importante instrumen-to de participação da sociedade, infelizmente seria obrigatório para os maiores de 18 anos, o que con-sidero um retrocesso. A sociedade deve participar das decisões eleitorais livremente. O voto obrigató-rio faz com que as pessoas vão às urnas eleitorais simplesmente para cumprir a lei. O voto facultativo é o caminho ideal para uma democracia plena.

A sociedade deve votar não por ser obrigató-rio, mas por entender que este ato foi um direito conquistado por diversos segmentos, uma forma de exercer a cidadania, de expressar sua opinião e poder cívico.

O Instituto Datafolha realizou uma pesquisa nos dias 20 e 21 de maio de 2010, na qual entrevis-tou 2.660 pessoas, para saber se os brasileiros prefe-rem voto obrigatório ou facultativo. De acordo com a pesquisa, os brasileiros estão divididos quanto à obrigatoriedade do voto. Quarenta e oito por cento dos entrevistados se colocaram a favor e 48% foram contra a obrigação de votar.

Outro dado interessante divulgado pela pes-quisa revelou que 55% dos entrevistados afirma-ram que iriam às urnas mesmo se o voto não fosse

obrigatório. É necessário que o brasileiro crie uma cultura de participação, que não acontece somente pelo ato de votar em um candidato. Não adianta ir às urnas eleitorais e votar somente por votar, é pre-ciso que os eleitores reflitam sobre as propostas dos candidatos avaliem seus trabalhos na vida política.

Antes termos menos eleitores ao implantar o voto facultativo do que termos eleitores que votam no primeiro nome que vem à cabeça ou então que vende seu voto, sem perceber que esta vendendo parte de sua cidadania. No entanto, o voto não é algo suficiente para conseguir mudanças na socie-dade, é preciso estar presente em todas às formas de participação que temos direito.

As pessoas devem ocupar os espaços de discus-sões políticas que estão além dos partidos. O povo brasileiro deve ir contra o ditado que diz ser à polí-tica algo que não se discuti. Justamente pelo fato de dependermos dela é que se faz necessário sua com-preensão. Se um eleitor não conhece as propostas dos candidatos a eleição ou não está de acordo com elas, o melhor que ele faz é anular seu voto.

Todos os brasileiros devem participar das elei-ções de 2012 conscientes de que seu voto é apenas uma das maneiras de participar, mas que é algo fundamental e que não deveria ser obrigatório, por-que deve ser um direito e não dever. A sociedade deve entender que o voto nulo ou branco também são formar de contribuição para o bem comum de todos. Eles expressam a indignação, o desconten-tamento diante dos políticos e das propostas apre-sentadas por eles.

O voto nulo e branco não são contabilizados para outros candidatos, conforme alguns acredi-tam acontecer. Talvez seja pela falta desta informa-ção que muitas pessoas ainda preferem votar em um candidato que lhes despertam alguma simpatia ao invés de demonstrarem a falta de satisfação. O Brasil precisa ir além da discussão da obrigatorie-dade do voto, é preciso rever como tem sido a par-ticipação da sociedade fora de ano eleitoral.

A obrigatoriedade do voto, por exemplo, poderia já ter sido mudada se a sociedade fizesse pressão no governo para realizar um plebiscito com o objetivo de ouvir os eleitores sobre o voto ser ou não obri-gatórios. Porém, isto ainda não aconteceu já que temos poucos brasileiros que apóiam e participam de manifestações, sejam elas presenciais ou virtuais. Vivemos de certa forma um comodismo da socieda-de, tudo é deixado na mão dos governos. O cidadão esquece que ele também é responsável pelas mu-danças que devem acontecer na sociedade.

Opinião do LeitorMarcos Alves da Silva - Coordenador do Curso de Direito, UPEscrevo tão somente para registrar meu sinceros cumprimentos pela edição do LONA de 10 de outubro de 2011. A começar pelo Editorial, passando por todos os artigos assinados e pela ilust-ração, tudo merece nota 10. Sinto orgulho de trabalhar em uma Universidade que tem um Curso de Jornalismo de primeira linha.Simplesmente, parabéns! Este número do LONA não poderia passar incólume a uma manifesta-ção minha. Ainda que eu não tenha nenhuma credencial para me arvorar de crítico, manifesto-me como um simples leitor atingido pelo contentamento e pela alegria de uma boa leitura.

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Curitiba, sexta-feira, 14 de outubro de 2011 3

Curitibanos vão às ruas em manifesto contra a corrupção

O feriado do dia 12 de outubro foi marcado por manifestações em todo o país. Os brasileiros saíram em caminhada deixando clara a indignação com a situação política atual. Os protestos contra a corrup-ção aconteceram às 14h00 em 16 capitais brasileiras, incluindo Curitiba, que teve como palco principal da manifestação a Praça Santos Andrade. Contan-do com aproximadamente 200 pessoas, a manifesta-ção curitibana percorreu toda a Rua XV de Novem-bro e terminou na Praça Rui Barbosa. Entre as rei-vindicações estavam o fim do voto secreto e a aprova-ção do projeto Ficha Lim-pa. Divulgada e organiza-da principalmente pelas

redes sociais, a caminhada contou com grande parti-cipação do público jovem, mas brasileiros de diversas faixas etárias marcaram presença. O grupo Anony-mous também participou e teve um papel importante na organização da marcha pela internet. Usando más-caras e carregando faixas, vários integrantes do gru-po lideraram a caminhada, puxando gritos e motivan-do os manifestantes. Não foi a primeira vez que o povo foi às ruas em busca de mudanças na política. No dia 7 de setembro tam-bém ocorreram vários pro-testos por todo o país. No feriado da independência, em Brasília, a marcha reu-niu aproximadamente 10 mil pessoas. E outras ma-nifestações estão previstas. Em Curitiba, a próxima acontecerá no dia 15 de no-vembro, no mesmo local, a Praça Santos Andrade. Vá-

rios manifestantes ao se-rem indagados sobre o que motivou a participação da marcha responderam de maneira semelhante: não adianta ficar de braços cruzados. Floriano Pei-xoto de Sá Filho, 72 anos,

Pamela Castilho Cohene

cirurgião dentista e profes-sor aposentado da UFPR, diz que os resultados só virão com a mobilização dos brasileiros. “Ficar de braços cruzados não vai resolver nada. Nós temos que ir para a rua e mostrar que este país tem jeito. Só vamos conseguir isso ra-pidamente se a população se mobilizar, como está acontecendo aqui. Isso é o início do movimento: esses jovens estão de parabéns, eu tiro o chapéu para essa juventude que está ini-ciando. Para a corrupção só existe uma resposta: re-ação. Nós temos que mos-trar que estamos vivos. A grande maioria da popula-ção desse país é gente que trabalha, que tem digni-dade e que não pode ficar à mercê desses corruptos

que estão em todos os seg-mentos”.

O estudante Udisson Coutinho, 15 anos, afir-ma que falta reação dos jovens. “Quase ninguém arregaça as mangas e cor-re atrás dos seus direitos. Eu convidei umas quin-ze pessoas, mas só duas vieram. É um comodismo lamentável”.

Os vários episódios vis-tos recentemente na polí-tica, como a absolvição da deputada Jaqueline Roriz - que foi flagrada recebendo dinheiro do mensalão- e, regionalmente, o escânda-lo na Câmara dos Vereado-res envolvendo o presiden-te Derosso, provocaram a reação do povo brasileiro. Basta agora saber qual será a reação daqueles que ocu-pam as cadeiras do poder.

Cerca de 200 pessoas foram ao centro de Curitiba protestar contra a corrupção

Pamela Castilho

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Curitiba, sexta-feira, 14 de outubro de 2011 4

Feiras noturnas em Curitiba são opções de lazerCada vez mais feiras gastronômicas se integram ao dia a dia do curitibano

Emanuele Martins

As feirinhas noturnas em Curitiba estão ganhan-do cada vez mais espaço. Elas acontecem em vários bairros da cidade e trazem ao público comidas típicas, alimentos produzidos arte-sanalmente, produtos horti-frutigranjeiros e confecções.

O horário de funciona-mento das feiras é das 17h às 22h e ocorrem durante todo o ano. Nas terças-fei-ras elas estão presentes nos bairros Batel, Juvevê e Santa Felicidade. Nas quartas, os bairros Hugo Langue, Ca-bral e Alto da Glória contam com as barracas. As quintas-feiras elas marcam presença nos bairros Água Verde e São Francisco. Nas sextas, a feira acontece no bairro do Bigorrilho.

A aposentada Luiza Frei-tas, moradora do bairro Alto da Glória há 45 anos, diz ser cliente fiel das feiras no-turnas. “É um ótimo local para passear, nós acabamos estreitando laços afetivos com outros frequentado-res. Aproveito o passeio e já compro frutas fresquinhas”.

As feiras também convi-dam turistas que visitam a capital como ponto de lazer. Além das comidas, algumas barracas trazem lembranci-nhas de Curitiba.

Dona que uma barraca de espetinhos, a senhora Maria Elenor relata que sustenta seus dois filhos com a ren-da que a feira proporciona. “Depois que meu marido fa-leceu não conseguia empre-go no mercado de trabalho. Foi uma amiga minha que me falou sobre a feirinha e com a renda extra consigo sustentar minha família”.

As feiras noturnas são administradas pela Prefei-tura Municipal de Curitiba.

São cedidos 131 lugares para as barracas. As feiras geram, por semana, 513 empregos diretos e indiretos e a média semestral de comercialização chega a ser de 190 toneladas.

Outra opção são as Fei-ras Livres de Curitiba, onde se encontra comercializa-ção de comidas nacionais e internacionais. As barracas oferecem comida e produtos baianos, chilenos, mineiros, poloneses, ucranianos, por-tugueses, italianos, belgas, franceses, japoneses, entre outros.

As feiras de Curitiba fo-ram primeiramente criadas pelos imigrantes que dese-javam comercializar os pro-dutos. A partir do século XIX, os produtos cultivados em chácaras, começaram a ser vendidos nas feiras.

Além de hortufritugranjei-ros, podem ser encontradas nas Feiras Livres massas, carnes, frios, produtos do-méstico, doces caseiros, con-servas em geral, lacticínios, sementes temperos e confec-ções em geral.

As Feiras Livres ocorrem de terça a domingo das 7h às 11h30 em 41 pontos diferen-tes de Curitiba.

Segundo informações da prefeitura, cerca de 60% da venda dos produtos horti-frutigranjeitos são comer-cializados dentro das feiras.

Os espaços cedidos pela prefeitura são de 254 barra-cas. Fornecendo 3.240 em-pregos diretos e indiretos. A média semestral comerciali-zada nas Feiras Livres é de 896 tonelas.

Com apoio da Polícia Mi-

litar do estado do Paraná, todas as feiras contam com policiamento. Não há regis-tros de ocorrências de ne-nhuma natureza nos locais.

Devido ao grande nú-mero de frequentadores, a Prefeitura de Curitiba deve disponibilizar um número maior de vagas dentro das feiras nos próximos anos.

Litoral Produtos do litoral do

Paraná estarão mais per-to dos curitibanos. Todos os sábados acontecem no centro de Curitiba a Fei-ra do Litoral, que traz ao público a venda de frutos do mar, comidas caseiras, artesanato típico, frutas e verduras, entre outros produtos originários do litoral.

A feira, que é realizada na Praça 19 de Dezembro, começa a funcionar a par-tir das 8h e vai até as 14h.

Criada no ano de 1996, a feira abre espaço para a comercialização da pesca e de produtos rurais do li-toral paranaense.

A Prefeitura Municipal de Curitiba cede o espaço para 19 barracas e a média de comercialização sobe a todo ano. Em 2010 cerca de 3.480 quilos de pesca-dos, 477 dúzias de ostras e 304 litros de mariscos fo-ram comercializados den-tro da feira.

Participam da feira co-merciantes das cidades de Caiobá, Guaratuba, Pontal do Paraná, Morretes, Antoni-na, Ilha do Mel e Paranaguá.

Feiras acomodam público fidelizado e exigente

Emanuele Martins

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Curitiba, sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Novos “Oasis”O fim da banda Oasis em 2009 deixou milhões de fãs devastados. A banda entrou na história como ícone do rock britânico nos anos 90

Liam Gallagher sabia o que queria ser desde cri-ança: uma estrela do rock. Nasceu em Manchester, na Inglaterra, em 1972. Não ligava para os estudos, sempre fugia da escola. Amava música e futebol.

Depois de trabalhar um tempo como empreiteiro, Liam se juntou como vocal-ista ao grupo dos seus ami-gos, Rain. Noel Gallagher, cinco anos mais velho, guitarrista e assistente da banda Inspiral Carpets, as-sistiu Rain e viu potencial. Noel se juntou a eles e se tornou o principal compos-itor, além de responsável. Em 1992 eles se tornaram o Oasis.

Depois de apenas dois meses de ensaios, eles começaram a se apresen-tar diversos clubes. Em um deles em Glasgow, na Escócia, estava Alan Mc-Gee, fundador da Creation Records, que ofereceu um contrato para os garotos.

Para o editor do site Scream and Yell, Marcelo Costa, Oasis foi a banda re-sponsável por trazer as ban-das britânicas de volta ao cenário musical. “O Oasis foi uma das bandas ícones do britpop, movimento de natureza nacionalista que rendeu grandes discos ao público e que foi respon-sável por recolocar Londres no centro do mundo pop – após a derrocada dos Es-tados Unidos via grunge”, afirma.

Em 23 de agosto de 1994 foi lançado o álbum Defi-

nitely Maybe. O terceiro single, Live Forever, e o ál-bum consolidaram a fama de Oasis, que já tinha se tor-nado uma das bandas mais importantes da década. Os briguentos garotos de Manchester seguiam o lema sexo, drogas e rock ‘n’roll. Tanto Liam quanto Noel ra-ramente estavam sóbrios e se tratavam de maneira vio-lenta. Uma briga dos dois na frente de um jornalista foi gravada e depois vendida como um single, chamado Wibbling Rivalry.

“As brigas dos irmãos Gallagher já foram muito importantes para a banda, pois fizeram parte do pa-cotão de marketing que aux-iliou na divulgação do seu trabalho e durante muito tempo foi algo visto como ‘atitude’, sendo positivo para o grupo”, diz o editor do site Tenho Mais Discos Que Amigos, Tony Aiex.

Os grandes rivais da banda era o grupo Blur. A principal batalha entre os dois grupos de britpop foi a quantidade de vendas de um novo single, o Roll With It do Oasis e o Country House do Blur. Quem ven-ceu dessa vez foi o Blur, mas quando o segundo álbum do Oasis (What’s The Story) Morning Glory? foi lançado, não havia mais competição: Oasis era absoluto.

O estilo de vida exag-erado, com muitas drogas, prejudicou o trabalho da banda. O terceiro álbum, Be Here Now, que teve a cocaína como combustív-el, foi um fracasso. “Se no começo (a banda) assustou o mundo com os discos

Definitely Maybe e (What’s the Story) Morning Glory?, foi ladeira abaixo com os ál-buns seguintes – Standing on the Shoulder of Giants e Heathen Chemistry são medíocres – só voltando a respirar em Don’t Believe the Truth”, declara o crítico musical Cristiano Castilho.

Don’t Believe the Truth foi um sucesso de crítica e público, assim como Dig Out Your Soul, de 2008. Para o lançamento desse álbum o Oasis propôs para músicos de rua de Nova Iorque que fizessem a sua versão das músicas e tocas-sem para as pessoas nas estações de metrô. Essa ex-periência foi registrada e o vídeo Dig Out Your Soul In The Streets foi liberado na internet.

Em 2009, durante a turnê de Dig Out Your Soul, os Gal-laghers tiveram sua briga de-finitiva. Noel não aguentava mais a atitude displicente do irmão com relação à banda; Liam afirmava que Noel que-ria controlar a sua vida. O fim foi anunciado em outubro na revista Time. Liam montou o Beady Eye com os outros membros da banda e Noel partiu para a carreira solo.

“Goste ou não, o Oasis foi uma das bandas de rock mais importantes e influentes dos anos 90. Seus 3 primei-ros discos são recheados de hits e músicas reconhecíveis até mesmo por pessoas que não vivem o rock, mas foram atingidos por sons como ‘Wonderwall’ e ‘Don’t Look Back In Anger’, que além de se tornarem clássicos também construíram um legado que é visível hoje em dia através de

dezenas de novas bandas que nascem sob influência clara e direta do som do Oasis”, con-ta Tony Aiex.

Novo começo Em fevereiro deste ano

foi lançado o primeiro ál-bum de Beady Eye: Differ-ent Gear, Still Speeding. A banda virá para o Brasil no festival Planeta Terra, no dia 5 de novembro. “A sepa-ração é algo ruim para os fãs, mas talvez teste a cria-tividade de todos os mem-bros. No Beady Eye, Liam mostrou muito da paixão que sente pelas bandas que sempre amou, o que pare-ceu mais caricatura do que originalidade. Já as canções que o Noel mostrou pre-vêem um grande álbum”, diz Marcelo Costa.

Cristiano Castilho tam-bém concorda com a separa-ção. “Acho sim que os dois estão melhor separados. Com a Beady Eye, é notável a liberdade que Liam teve para criar – que dá esse ar de frescor ao primeiro dis-co do grupo – mas que, se depender só de Liam, tem tudo para se esvair. Noel já divulgou boas músicas. É perceptível o cuidado que tem em suas composições”.

O primeiro álbum de Noel, Noel Gallagher’s High Flying Birds, será lan-çado em 17 de outubro. As músicas The Death Of You And Me, The Good Rebel e AKA... What A Life! já po-dem ser ouvidas no site ofi-cial. Ainda não há previsão para shows no Brasil.

Larissa Beffa

Liam Gallagher foi um dos líderes da banda Oasis, que acabou por desentendimentos entre ele e o irmão Noel

Divulgação

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Curitiba, sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Pin-ups: beleza e sensualidade

O termo pin-up surgiu pela primeira vez em 1941, sendo geralmente associado a imagens de mulheres sen-suais recortadas de revistas, postais ou jornais, e pendu-radas (pin up, em inglês) em oficinas ou borracharias nos Estados Unidos. No início, as pin-ups eram ilustrações ou pinturas de mulheres ideali-zadas como atraentes, e com o passar do tempo algumas celebridades encarnaram a personagem.

Foi durante a Segunda Guerra Mundial que as pin-ups se popularizaram. Muitos soldados, durante a guerra, guardavam as fotos daquelas garotas convidativas – mas nunca vulgares, e sim inocen-tes. Enquanto lutavam na guer-ra, eles tinham a “companhia” daquelas mulheres símbolos de sensualidade e beleza. Elas vestiam peças de roupas que deixavam sutilmente à mostra suas pernas torneadas e cintu-ras definidas.

Elas usavam e abusavam de shorts, saias e calças com

Por mais que o tempo passe, que ocorram trocas de governan-tes, surjam novas CPIs – e com elas operações da Polícia Federal –, um período da história do Bra-sil, jamais vai ser esquecido. Du-rante as décadas de 1960, 1970 e início dos anos 1980, o país estava mergulhado em um regime auto-ritário. Vários filmes brasileiros foram realizados para expor um recorte desse momento. Ainda no governo de João Baptista Figuei-redo foi lançado, em 1983, “Pra frente Brasil”, de Roberto Farias. Na sequência, “Lamarca”, de Sér-gio Rezende, em 1994, apresenta um trecho da história de Carlos Lamarca, que havia deixado a vida militar em prol de um ideal. Zuzu Angel, também de Rezende, leva aos cinemas, em 2006, o dra-ma da estilista que, desesperada, procura o paradeiro do corpo de seu filho, Stuart Angel Jones.

Entre outros filmes, um de-les merece destaque: “O que é isso, companheiro?”, de 1997, de Bruno Barreto. O longa retrata uma atitude ousada: o sequestro do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick. A equipe responsável pela ação pertencia ao MR-8, um grupo de guerrilha urbana, entre os membros, Fer-nando Gabeira, autor do livro ho-mônimo.

Depois de uma década, o dire-tor Helvécio Ratton, lança “Batis-mo de Sangue”. O filme recorta as ações de Carlos Mariguella, e sua influência, até o instante em que o líder da Aliança Nacional Liber-tadora (ANL) foi morto em uma emboscada articulada por Sérgio Fernando Paranhos Fleury, ou somente, Fleury. Ele comandou a Delegacia de Ordem e Política So-cial, o temido DOPS: lugar onde abrigou os porões da ditadura, lo-cal onde os presos políticos eram torturados.

Batismo de Sangue é baseado

MODA

Camila Tuleski Tebet Nathalia Cavalcanti

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@camilatebet

Cursa o 2° período da manhã.

@ cmnathalia

Cursa 8° período da manhã e publica seus textos no endereço cineticamentefalando.blogspot.com

cintura alta, laços, espartilhos, meias 7/8, cintura marcada, sapatos peep-toe, estampa de bolinhas, cerejas, decotes em V, cabelos ondulados e com lencinhos. Vestiam sempre o que havia de mais moderno e sempre ditavam moda e pro-vocavam inveja nas mocinhas comuns.

Depois dos anos 70, devi-do a filmes pornográficos e revistas de mulheres nuas, as garotas perderam um pouco do encanto. Mas até hoje elas são lembradas e muitos ele-mentos ainda são utilizados em nosso dia a dia: faixas na cabeça, acessórios, saias de cintura alta e flores no cabelo são algumas peças. Sem di-zer da famosa combinação de delineador gatinho e batom vermelho.

Hoje, muitas famosas bus-cam retomar o estilo que já foi utilizado por celebridades como Sophia Loren, Brigitte Bardot e Marilyn Monroe. En-tre elas, as destaques são Katy Perry, Lily Allen, Dita Von Te-ese e Pitty.

na obra de Frei Betto (Daniel de Oliveira), um jornalista e frei do-minicano engajado na luta contra o autoritarismo vigente. Além dele, outros freis haviam se envolvido a causa. Frei Tito (Caio Blat), um jo-vem cearense, estudante de Filoso-fia da Universidade de São Paulo, também estava incomodado com a situação. Presos e torturados viam seus colegas de cela, homens e mu-lheres, sendo castigados.

Mariguella, autor do Manual do Guerrilheiro Urbano, foi assas-sinado por conta de duas torturas. Dois dos freis não suportaram a pressão e revelaram a senha com a qual o líder se comunicava por telefone: o Ernesto vai a gráfica hoje. Ernesto era o pseudônimo de Mariguella. Naquela noite, ele foi alvejado por Fleury e seus agentes. A culpa passou a perse-guir os dois freis que haviam re-velado tal senha.

A situação persistiu quando voltaram aos porões. Lá, os cama-radas, indignados, os lembravam de terem confessado aos tortura-dores. Para eles, a partir daque-le momento estavam órfãos. No entanto, um momento de calma marca a história, quando Frei Tito, Frei Betto, e os dois que haviam sido torturados, celebram uma oração aos prisioneiros. As preces foram ditas. A hóstia foi represen-tada por um biscoito e distribuído aos companheiros, sendo negada pelos agentes do DOPS e aqueles que não acreditavam na religião. O vinho, um pó de suco mistura-do à água.

A história a partir desse mo-mento é conduzida por Frei Tito. Ele passou a ser alvo dos tortu-radores. Mesmo após o exílio, na França, a lembrança dos dias de tortura, não o libertou. O drama dessa personagem revela atos inconsequentes que mancharam um período brasileiro, um verda-deiro batismo de sangue.

Batismo de Sangue

CINEMA Divulgação

Divulgação

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Curitiba, sexta-feira, 14 de outubro de 2011 7

LITERATURA

Tocou a música. Bem nessa hora, não que essa hora fosse especial ou coisa do tipo. Na verdade, essa hora exata foi mero acaso, se tornou especial porque a música tocou e ele olhou no relógio.

A gente nem se conheceu direito, mas sinto que já co-nheço muito dele a ponto de inventar apelidos, de mandar mensagem e de achar estra-nho o dia em que não apare-ce. O ser humano é um bicho estranho, cheio de mania de individualidade e autossufici-ência, mas não vê a hora para dividir qualquer coisa boba do seu dia com alguém. “Hoje estou com muito sono”, ”comi um bolo”, “cortei meu cabelo repicado, sabia?” E no com-partilhar coisas sem sentido, descobrimos músicas prefe-ridas, bares, lugares, viagens, costumes.

Sabe aquelas paixões que existiram por algumas horas, poucos dias ou nem isso? São as mais intensas e mais lem-bradas. Guardam só as lem-branças do bom, são essas que vão ficar. A intensidade com que escolhi viver me permite

levar uma penca de sentimen-to bom. Fiquei feliz de conhe-cer e me apaixonar por uns dias por aquele cara que é um Eduardo para a Mônica aqui.

Isso que faz tudo ficar mais apaixonante. A impossibilida-de causa uma vontade de tor-nar possível. Mas que assim fique, provavelmente somente nesse formato as coisas perma-necerão bonitas. Aquelas lou-curas de novela não existem, a geografia dá preguiça na vida real e nos põe de frente com a vontade sincera. Então deixa assim, posso fingir para mim mesma que a vontade de ficar perto existia de fato e invento qualquer desculpa idiota para o meu coração não enxergar que na realidade ele nem quis se esforçar.

Eu e minha mania de acre-ditar, ser feliz e continuar.

Me encantou o jeito tran-quilo que ele leva a vida, para tudo existe um bom humor. Talvez nunca mais seja possível um encontro e isso não me deixa triste. Ele não é aquele cara que dá para encontrar no próximo ônibus, no café do centro ou na livraria quando você está escolhendo o livro para pre-encher o vazio de sábado à noite. Ele não vai aparecer.

Agora é exatamente 1h21 de um dia vago que foi cheio. Não foi hoje que se lembrou de mim. Mas é hoje que eu queria falar com você.

O silêncio entre duas pes-soas pode ser algo bom, mas frequentemente é tido como desconfortável. E era nesse silêncio estranho que eu me encontrava, no expresso, com Mayara. Mas, minutos antes, um homem de terno pedia aos alunos no fundo do teatro que sentassem mais à frente, argu-mentando que iriam se aquecer com “calor humano”. Prova-velmente ele queria que as fo-tos transmitissem a falsa ideia de que o Teatro Positivo estava cheio. E de que os alunos da Universidade Positivo se inte-ressam por política e estavam ansiosos para assistir ao debate entre os dois principais candi-datos ao governo do estado.

O tom formal do discurso de abertura só aumentava o sono de todos, enquanto câ-meras disparavam seus fla-shes à aparição do pequeno homem de farta cabeleira, topetinho, terno marrom de veludo e tradicional sorriso colgate de político que é Beto Richa. E também para a cara séria de barba branca, voz grossa, caravana a postos para gritar WOOHOO e jaqueta

azul marinho que é Osmar Dias. Ambos tentando deixar o discurso mais informal e fa-lando da tal “missão nobre de ser candidato a governador”.

Luz vermelha do “rec” das câmeras de tv, pipipi das fo-tográficas disparando mais e mais flashes, água Ouro Fino para os dois candidatos. Per-to de onde estou, na terceira fileira da esquerda, quatro jornalistas escrevem sem pa-rar, apesar de o discurso ser sempre o mesmo: princípios, gargalos críticos do Paraná, agricultura, modernização, mamar na teta do governo, progresso, educação, medo, baderna, arruaço, anarquia.

A cena da saída do teatro parecia a de um filme de zum-bis. A cena seguinte é a do ôni-bus no silêncio desconfortável.

Tentando criar assunto, pergunto se o debate ajudou Mayara a escolher um candi-dato. Ela solta uma risada sar-cástica e diz algo como “Com certeza. Como se o discurso desses caras fosse muito dife-rente um do outro…”. E fica-mos em silêncio pelo resto do caminho.

1h 21Por Suelen Lorianny

DebatePor Yasmin Taketani

Sofia Ricciardi

Page 8: LONA 662 - 14/10/2011

Curitiba, sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ENSAIO FOTOGRÁFICO 8

A praia de Floria-nopólis é considerada uma das mais belas do Brasil. Há turistas que alegam existir na região um tempo específico, fora do mundo comum. São gestos limpos, pes-cadores tranquilos e contempladores de céus ao final da tarde.

O mar: quando quebra na praiaFotos: Sofia Ricciardi Texto: Daniel Zanella