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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011 Ano XII - Número 668 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

LONA 668 - 24/10/2011

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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lona.up.com.br

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

20112011

Ano XII - Número 668Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

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Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011 2 2 2 2

Expediente

Editorial

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Con-sentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Daniel Zanella, Laura Beal Bordin, Priscila Schip

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 -Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

OmbusdmanHumildade, apuração e atenção redobradaEmerson Castro, jornalista e professor universitário

É o fim.It’s The End Of The World As We Know It

(And I Feel Fine)

Foram 50 edições diárias, um ano - embo-ra essa matemática pareça mesmo um tanto esquizofrênica. [Somos um jornal-laboratório diário que não é diário mas é diário.] Foram vinte edições batidas no primeiro semestre. Trinta neste último. 400 páginas de jornal, mais de 70 factuais. Aproximadamente 150 textos nossos.

E podemos dizer para vocês: essa vida não está de brincadeira. A experiência de sermos editores do Lona é semelhante ao revés do parto, como diria Chico Buarque.

Exagero nosso. O Lona é uma oportunida-de única de experimentar as agruras do dia a dia de uma redação, experimentar novos formatos, testar os limites do texto, forçar as paredes jornalísticas. Não sabemos se encon-traremos as mesmas possibilidades em nos-sos futuros veículos.

Foi um ano bom, de altos e baixos, de mui-tas críticas construtivas, de menos interesse dos estudantes em comparação aos anos an-teriores e de momentos de companheirismo: um jornal é, de fato, um grande atabalhoado afetivo.

Que venham os próximos, os novos, que nos derrubem e nos ultrapassem porque este é um jornal para atingir extremos horizontes, mesmo que seja necessário rever seus lemes.

Uma boa leitura desta última edição do ano. Senhoras e senhores, isso é só o fim, é só o fim.

[Hora de praticarmos o desapego.]

Quando se diz que jornalista precisa ter humildade é porque este é um profissional que lida com ques-tões que afetam toda a sociedade. Suas ações repercutem de um modo amplo, com efeitos tão duradouros quanto uma imagem ou uma men-sagem podem permanecer vivos na memória ou no inconsciente deu m cidadão.

Se a ação é benéfica, ótimo, “tudo está no seu lugar”, como diria o sambista Benito Di Paula. Caso a situação seja outra, então tem-se um problema de ordem ética. O pior é que muitas vezes uma ação preten-samente benéfica pode transformar-se em malefício para cidadãos.

O antídoto para isso é, como já observou muito bem Rosiane Frei-tas, minha antecessora nesta coluna, a apuração. Claro, tudo é apurado numa edição jornalística. A questão é quanto e mais ainda: o quê preci-sa ser apurado um pouco mais e de que modo. Algumas situações são previsíveis, como ter poucas fontes, poucos dados. Para perceber es-sas diferenças é que se recomenda a humildade absoluta. Pois é, nós erramos, todos os dias, e temos de aprender a conviver com essa culpa, o que não nos devei ntimidar nem nos fazer atuar no piloto automático.

Digo tudo isso, estranhamente, porque gostei das edições da última semana do Lona de 2011. Participei desta coluna em outras três oportu-nidades. Na última já havia obser-vado que os estudantes envolvidos haviam atingido nível muito bom e que mesmo com alguns detalhes a serem corrigidos, a qualidade era muito superior à da primeira sema-na de produção, no primeiro semes-tre.

O ‘estranhamente” fica por conta de ter percebido uma passagem bas-tante interessante de nível na busca de uma melhora na produção, seja textual, seja visual: do muito bom, para o ousado.

Isso é ótimo. Só ousa quem se sente um tanto seguro de que sabe o que está fazendo. Pois é, mas é justa-mente aí que os profissionais come-çam a cometer seus maiores erros. Passo a fazer algumas observações, para não perder ocostume, e que re-metem aos comentários acima.

Como disse, as edições mos-tram qualidade superior. As fotos, melhores e mais exploradas. Info-gráficos surgiram, até que enfim. As capas adquiriram certa perso-nalidade e já não se confundem umas com as outras.

Na edição de segunda-feira, duas entrevistas com dois professores po-deriam ter sido melhor separadas, já que a segunda entrevista só tinha o nome da entrevistada. A linha ima-ginária de separação não foi sufi-ciente para essa distinção. Um título,

creio, seria interessante para destacar o que virá de mais importante.

Na terça-feira chamou-me a aten-ção o uso de uma foto em que apare-cem garrafas da cachaça São Pedro, identificada no rótulo como cachaça de Morretes. O texto é de Cléverson Antoninho, bastante instigante e su-ponho, sugere que o personagem principal é um alcoolista que chega em coma alcoólica aum hospital. O texto é muito bom. A foto, parece-me, cria um problema: estigmatiza a bebi-da, aliás, nossa bebida oficial por lei. Outro “aliás”: as cachaças de Morre-tes são famosas por sua qualidade. A marca São Pedro é do Engenho São Pedro, uma das mais tradicionais de lá. Sinto que a marca não deveria ter aparecido. Leva uma mensagem ne-gativa ao produto específico. Admito que é uma opinião passível de discus-são, mas cautela e caldo de galinha não fazem mal.

Na quarta-feira, um detalhe sim-ples, de edição, mas que é bom para lembrar a questão dos detalhes, tão fundamental, como já observei na segunda avaliação nesta coluna. Na 3 fala-se da peça Gota D’Água, de-Chico Buarque e Paulo Pontes, e na 7 novamente aparece o mesmo tema, com foto de Chico, letras de música, etc. Na página 3 deveria aparecer uma indicação de que havia mais sobre o tema na página 7. Me assustei quando vi, parecendo que uma página deve-ria estar próxima uma da outra, mas a matéria principal, na página central, sobre islamismo, aparentemente im-pediu essa solução. Mas valia a indi-cação para o leitor.

A edição 666, com chifrinhos e cauda de diabinho junto da logomar-ca, marcou o ápice da ousadia gráfica. Gostei. Porém, na página 5 uma foto de um pezinho, sem legenda, não dis-se nada, exceto que era um pezinho. Acho que no jornalismo uma foto pode falar mais que mil palavras, mas se a utilizarmos de modo ilustrativo somente, ela diz bem pouca coisa.

Na edição de sexta-feira mais uma bela edição com vários estudantes participando – uma tônica bastante positiva esta semana. Uma matéria sobre a Central de Carreiras da UP caiu de paraquedas na página. Digo isso porque a Central só funciona para os alunos da UP e as matérias do Lona são direcionadas para o público em geral, ainda que a circulação seja praticamente dirigida.

Sem me alongar, encerro este co-mentário aplaudindo o trabalho de todos os alunos e do professor Mar-celo Lima. Mas insisto, mantenham a humildade, os erros estão sempre ali para nos fazer aceitar que somos falíveis e, por incrível que pareça, isto é , talvez contraditoriamente, o que pode nos salvar como profis-sionais que se propõem a trabalhar com função social.

EditorialÉ o fim.It’s The End Of The World As We Know It

(And I Feel Fine)

Foram 50 edições diárias, um ano - embo-ra essa matemática pareça mesmo um tanto esquizofrênica. [Somos um jornal-laboratório diário que não é diário mas é diário.] Foram vinte edições batidas no primeiro semestre. Trinta neste último. 400 páginas de jornal, mais de 70 factuais. Aproximadamente 150 textos nossos.

E podemos dizer para vocês: essa vida não está de brincadeira. A experiência de sermos editores do Lona é semelhante ao revés do parto, como diria Chico Buarque.

Exagero nosso. O Lona é uma oportunida-de única de experimentar as agruras do dia a dia de uma redação, experimentar novos formatos, testar os limites do texto, forçar as paredes jornalísticas. Não sabemos se encon-traremos as mesmas possibilidades em nos-sos futuros veículos.

Foi um ano bom, de altos e baixos, de mui-tas críticas construtivas, de menos interesse dos estudantes em comparação aos anos an-teriores e de momentos de companheirismo: um jornal é, de fato, um grande atabalhoado afetivo.

Que venham os próximos, os novos, que nos derrubem e nos ultrapassem porque este é um jornal para atingir extremos horizontes, mesmo que seja necessário rever seus lemes.

Uma boa leitura desta última edição do ano. Senhoras e senhores, isso é só o fim, é só o fim.

[Hora de praticarmos o desapego.]

EditorialÉ o fim.It’s The End Of The World As We Know It

(And I Feel Fine)

Foram 50 edições diárias, um ano - embo-ra essa matemática pareça mesmo um tanto esquizofrênica. [Somos um jornal-laboratório diário que não é diário mas é diário.] Foram vinte edições batidas no primeiro semestre. Trinta neste último. 400 páginas de jornal, mais de 70 factuais. Aproximadamente 150 textos nossos.

E podemos dizer para vocês: essa vida não está de brincadeira. A experiência de sermos editores do Lona é semelhante ao revés do parto, como diria Chico Buarque.

Exagero nosso. O Lona é uma oportunida-de única de experimentar as agruras do dia a dia de uma redação, experimentar novos formatos, testar os limites do texto, forçar as paredes jornalísticas. Não sabemos se encon-traremos as mesmas possibilidades em nos-sos futuros veículos.

Foi um ano bom, de altos e baixos, de mui-tas críticas construtivas, de menos interesse dos estudantes em comparação aos anos an-teriores e de momentos de companheirismo: um jornal é, de fato, um grande atabalhoado afetivo.

Que venham os próximos, os novos, que nos derrubem e nos ultrapassem porque este é um jornal para atingir extremos horizontes, mesmo que seja necessário rever seus lemes.

Uma boa leitura desta última edição do ano. Senhoras e senhores, isso é só o fim, é só o fim.

[Hora de praticarmos o desapego.]

DrOpsAgradecimentos

Nestas 50 edições do Lona, tive-mos a ajuda, o auxílio, o apoio fundamental de diversas pessoas, especiais e únicas a sua maneira.

Professor Marcelo LimaPor nos ajudar a pensar o jornal e estar ao nosso lado mesmo quan-do os piores erros aconteciam. Por nos dar liberdade para delirar em jornais diferentes e com outras perspectivas. Por nos escolher para fazer o Lona.

Marcos Monteiro (Naco Boy)Por sempre estar disposto a fazer as fotos mais absurdas. Por salvar inúmeras capas do Lona no último minuto. Por sempre escrever sua coluna aos 47 do segundo tempo, irritando os editores, mas entre-gando.

Fábio MunizPor sempre estar disposto a nos ajudar, sabendo que sempre apa-recíamos no laboratório de foto com caras de enterro. E também liberar as câmeras quando o Mar-cos precisava para salvar as capas do Lona.

Aos colunistasPor sempre escreverem seus textos a tempo, ou não. Demos um jeito. Por contribuírem com suas opini-ões para construir o Lona do jeito que conhecemos.

Telas UnAos repórteres do Tela, Giórgia e Thomas, que sempre contribuíram para as pautas do Lona, carregan-do nossos repórteres (ou editora) para entrevistas. E sem pautas.

OmbudsmenPor pontuar nossos acertos e apon-tar nossos erros. Por nos ajudar, com a experiência que carregam, a repensar o jornal ao longo das edições.

Estagiários VoluntáriosPor ceder um pouco de seus tem-pos para colaborar para o Lona no primeiro semestre. Sentimos falta de vocês no segundo.

CoordenaçãoÀ Zaclis, que sempre nos atendeu em sua sala e soube ouvir nossos dilemas e dúvidas. Por todo o bom senso e carinho.

Técnicos do Departamento de Informática

Que estiveram mais presentes do que nunca nesta redação. Fizeram de tudo para nos ajudar com o nosso trabalho e fazer o jornal che-gar até os leitores.

Aos amantes do Jornalismo.E aos futuros editores.

Laura, Daniel e Priscila

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Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Daniel ZanellaEm 2004 comecei a distribuir jornais

da região metropolitana. Ganhava vinte reais por edição. A experiência de entre-gar impressos antes de começar o dia me marcou. Antes do trabalho, eu lia o jor-nal, criticava a capa, procurava erros or-tográficos, questionava a linha política do periódico, sabia um pouco mais de minha cidade e de meus vizinhos.

Sete anos depois tive a oportunidade de trabalhar diretamente na confecção de um jornal. Antevejo o meu passado e sin-to como se tudo tivesse caminhado para isso: escrever em um jornal de papel.

Neste ano, pude perceber o quão com-plexo é o fazer jornalístico, como é difícil encontrar a melhor linguagem, como são extensas as paredes do texto - que insis-tem em deixar páginas vazias - como é complicado criar, editar e analisar o pró-prio trabalho de um modo frio e objetivo.

Tive um grande privilégio: trabalhei com uma equipe de editoras e um profes-sor-orientador empenhados na confecção do melhor jornal possível para cada dia.

Tivemos ideias absurdas, edições encan-tadoras de si, erros muitos, problemas de diagramação, mas posso perceber, agora que a linha se acaba e vemos o trilho que deixaremos aos próximos editores, que o Lona é uma espécie de cachaça, um ópio e uma paixão, um veículo que possibilita aos seus editores e colaboradores ultrapassar as próprias barreiras e limitações.

Espero que os próximos editores te-nham essa paixão por impresso que tive-mos, testem, errem e acertem porque ou-sados.

É a última edição. Estou triste.

Priscila Schip“Quer o Lona mesmo com TCC?”. Deve-

ria ter desconfiado dessa pergunta do Mar-celo lá, no início do ano.

Pois é, TCC dá trabalho, claro, faz a gen-te ficar desequilibrado e tudo mais. Mas o Lona, o Lona é uma edição de TCC por dia. É correria, é “te ligamos mais tarde”, é “pede a declaração por email?”, é “por favor, 2 mil caracteres”, é “não tem foto pra capa hoje”, é “quem tá com a edição aberta?”.

No Lona, você vivência o que é escrever factuais todos os dias, planejar 4 e 5, corri-gir os opinativos, diagramar (e claro, nesse ano, aprende a encaixar um pouquinho de literatura). Mas não há dúvidas que a parte mais encantadora, é conhecer pessoas por meio de seus textos.

A gente, quando é editor de veículos na Universidade, passa a conhecer um monte de nomes. Poucas pessoas vêm até a gente mostrar seus rostos. Então a gente vai re-conhecendo quem gosta de cultura, quem prefere política, quem se arrisca em uma matéria de economia a partir das palavras que nos chegam. E isso não é lindo?

Lindo também foi poder trabalhar com Marcelo, Laura e Zanella. É claro que pas-samos por vários momentos. Da união des-compassada de quem não se conhece e só saber ser simpático para as brigas editoriais que a intimidade promove, até o respeito e companheirismo que as horas juntas pro-porcionaram. No final, a gente fica meio com uma sensação de que só a gente se en-tende.

Entende porque brigou muito. Brigou para ver quem ia conseguir sair no horário normal , mas quando conseguia. Chegava em casa, corria pro email pra ver se estava tudo certo e conferir como ficou a edição. Esse Lona, hein? Não tem como não se apai-xonar.

Laura BealForam 50 edições de um jornal que eu sempre

quis fazer parte. Lembro-me de chegar à faculda-de com 17 anos (e experiência nenhuma) e pen-sar que um dia seria parte do Lona. Coloquei isso como objetivo e pensei que já no terceiro ano do curso já teria experiência suficiente para editar o jornal. Na verdade, digo-lhes: pensei errado. Ne-nhuma experiência que já tinha tido se compara à de editar o Lona. A correria da redação, a ne-cessidade de produzir matérias factuais quando a fonte não atende ao telefone e, é claro, tentar fazer isso com o menor número de erros possí-veis. Muitas vezes, pecamos nesse último item, mas não foi por falta de vontade de acertar. Uma coisa que com certeza aprendi nesses semestres lonísticos: é fácil criticar sem saber o que se passa dentro do veículo. São muitos problemas e pou-cos momentos para resolvê-los.

Nesse ano, tivemos liberdade para pensar no público-alvo do jornal – o que pensam e o que gos-tariam de ver nas páginas do Lona. É o que ten-tamos manter em mente ao longo dessas edições. Tivemos também liberdade para pensar diferente, sem ficarmos presos ao mesmo de sempre e acre-dito que tivemos experiências ruins, outras nem tanto e algumas que deram certo. E isso faz parte do dinamismo do trabalho jornalístico.

Mesmo achando ter experiência ao entrar, com toda certeza sairei do Lona muito mais preparada para exercer a profissão que escolhi. Sentirei saudades de ouvir as frases “qual será a factual de hoje“, “o que temos para as páginas 4 e 5” ou até mesmo “dá para fechar a edição?”. Sentirei saudades da loucura dessa redação que está sempre cheia de gente conversando, gritan-do e dando risadas. Foi um prazer participar da história do Lona, que é muito mais do que um jornal-laboratório, é a melhor forma de apren-der o jornalismo gráfico que já encontrei. E hoje, poderemos dizer, olhando para trás esperando ter feito um bom trabalho – “Tá ok, pode man-dar para a gráfica”.

Fechando para balanço

Marcelo LimaO que fica de mais um ano de publica-

ção do LONA? A cada final de semestre me pergunto. E todo ano a resposta é diferente. Afinal, como em todo jornal, quem dá a cara da publicação é a equi-pe de fechamento: o Daniel, a Laura e a Pri, imperadores absolutos do trono lonístico de 2011.

Gostei da ousadia e da dedicação

do trio. A empolgação foi tanta que em algumas edições havia quatro textos do mesmo editor, que, obviamente, editava a matéria dos outros, fazia o editorial, opi-nião, factual e ainda o texto do ensaio da página 8... Diz a lenda que sobrava tem-po para um bico na Rádio Teia. Quase su-geri a mudança do nome do jornal: que tal Zanella’s Telegraph, Beal Press ou Le

Monde de Priscila Schip? Brincadeira à parte, nesses 50 números tive o prazer de conviver com uma equipe de ótimo tra-to, com uma percepção criativa de edição de jornal e muita vontade de apostar no novo. Parabéns a todos, e um boa sorte especial à Priscila, que daqui a uns dias defenderá o TCC e será uma (excelente) jornalista diplomada.

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Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011 4

Meu portfólio tem mais de vinte matérias, todas escritas aqui. Nos três anos em que estudei na Universidade Posi-tivo, levando em conta que vim transferida de outra instituição, percebi que nenhum outro veícu-lo foi tão aberto a suges-tões, críticas e matérias como o jornal Lona. Tive a oportunidade de escrever sobre os mais variados assuntos, além de contribuir com uma coluna quinzenal sobre homossexualidade, tema que não tinha tanto es-paço até 2011. Parabeni-zo todos que já passaram pelo veículo, principal-mente os editores-chefes atuais, que conseguiram imprimir suas persona-lidades ao nosso jornal-laboratório.

Natasha Virmond

Os maiores acertos do Lona neste semes-tre ficam por conta das edições temáticas e do conteúdo literário. Pode-se dizer que mesmo al-gumas das edições que não foram temáticas em sua totalidade - a exem-plo das que trataram de Saúde e Literatura -, buscaram uma maior co-nexão entre as matérias, o que sem dúvidas con-tribui não somente para a melhor informação, como também para o de-bate. Sobre a literatura, coloco-a como a cereja do bolo, o detalhe que deu alguma identidade ao jornal, além de incen-

tivo a um tema que tal-vez divida os jornalistas bons dos médios. Meu destaque negativo foi a parte fotográfica no jor-nal como um todo, mas principalmente na seção da contracapa do jornal. A impressão é que mui-tos dos ensaios foram feitos sem muito sentido ou preocupação, talvez apenas para preencher espaço.

Matheus Chequim

O Lona 2011, sem dú-vidas, superou todas as expectativas. Tanto dos alunos, como dos profes-sores. O trabalho foi bem feito. Diversas vezes os editores ficaram na reda-ção além de seu horário de trabalho. E apesar de todos os problemas que surgiram durante este ano, todos foram supe-rados. E vale mencionar os momentos que não ti-nham textos suficientes para fechar o jornal, e lá vinha um dos editores: “Faz um opinativo aí, Marcelo”. Brincadeiras à parte, os editores Da-niel Zanella, Laura Bor-din e Priscila Schip estão de parabéns. Realizaram um excelente trabalho.

Marcelo Fontinele

Inesperadamente em um ato de desespero (ou não), me chamaram para fazer parte do rol de co-lunistas do Laboratório da Notícia, carinhosa-mente conhecido como LONA. O tema era mú-sica, sem titubear aceitei

o desafio de escrever so-bre um assunto que gos-to, muito, aliás, mas que também tenho preferên-cias. É sempre um desa-fio conseguir expressar em 2000, 2500 caracteres uma opinião, contem-plando quase todos os aspectos necessários, além de se posicionar. Selecionar um assunto ou pensar sobre o que escrever pode ser um martírio, principalmen-te quando não podemos tomar partido, a coluna proporciona ao jornalis-ta a liberdade de possuir um espaço no jornal para simplesmente se deixar levar.

Giorgia Gschwendtner

Foi um prazer voltar a visitar as páginas do LONA em 2011, ainda que com menos frequên-cia. Os professores que cumpriram o papel de ombudsman já fizeram as avaliações sobre os er-ros e acertos da equipe, portanto, me limito a pa-rabenizar os editores – e o Marcelinho - pelo tra-balho desenvolvido ao longo do ano. Espero que a experiência sirva como aprendizado para cada um. Em 2012, novos alu-nos assumirão o coman-do e precisam suar ainda mais a camisa para que o Lona continue sendo este sucesso que todos conhe-cemos.

Daniel Castro

Posso dizer que o Lona é, talvez, um lugar para

depositar minhas angús-tias estudantis em for-mato de texto jornalísti-co. Foi muito importante o espaço para disseminar o Movimento Estudan-til, mesmo sendo a cada quinze dias ou mesmo que só meus amigos (ou nem eles) tenham lido a coluna. Essa abertura é essencial para todos os assuntos que foram dis-cutidos pelos colunistas. Agradeço as diagrama-ções que fizeram toda a diferença, em especial na edição que escrevi sobre a revista Veja - “A rebel-dia inversa”, onde apare-cia a VEJA x UNE. Gostei de fazer parte dessa equi-pe. E que venha 2012!

Suelen Lorianny

Há três anos escrevo para o Lona e estas oito páginas diárias levam à sério este status de la-boratório. Todos os nossos alunos e alunas podem pu-blicar textos, fotos e afins – embora isso não aconteça.

E é nisso que vou me ater. Ter um jornal-labo-ratório serve justamente para isso: experimentar. É necessário sim que tenha-mos o compromisso com a informação correta seguin-do os parâmetros do lide e pirâmide invertida, noutro nicho é também importante que haja publicações literá-rias e opinativas feitas pela nova geração de jornalistas, contudo, vou salientar os textos não publicados.

Qual o motivo de não terem sido publicados? Es-tavam ruins? Se estavam o

erro é nosso – (editores-che-fes, colunistas, alunos ve-teranos e professores) por não ter corrigido ou orien-tados os autores desses es-critos, e mesmo assim, com textos mediados, o jornal-laboratório serve como in-centivo aos iniciantes. Não há sensação mais deliciosa do quê ver um texto escrito por você impresso nas pá-ginas de um diário. Corrijo-me, há sim: a de ter pessoas lendo o que você escreveu. Elas podem criticar ou elo-giar (por isso acho a prática de por o contato do face-book, twitter, Orkut e cor-reio eletrônico nas matérias genial) e ambas as ações servirão de subsídio para novos textos.

Em linhas gerais, a ex-periência desse Lona, como acontece há mais de dez anos, é maravilhosa e única em todas as escolas de jor-nalismo do Brasil.

Aline Reis

Em quatro anos de UP pude observar o LONA e as mudanças ano a ano. Em 2011, em especial, hou-ve alterações significativas. Acredito que as produções dos alunos foram relevan-tes, em sua maioria. E um dos aspectos inovadores foi o acréscimo do ombuds-man, um feedback constan-te, que favoreceu o jornal. É importante frisar que, esse é o momento de aprender com os erros. Pode ser um clichê, mas aproveitar esse espaço só traz benefícios ao aluno.

Nathalia Cavalcante

Para o dia nascer felizColaboradores do Lona fazem suas considerações sobre o maior jornal-laboratório do Brasil, quiçá, o único

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Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meu terceiro ano como colunista de esportes no Lona. Já vi ele todo colori-do, somente em P&B e to-talmente reformulado esse ano. Claro que quando se inicia uma mudança não dá para acertar tudo logo de cara, é errando que se aprende a acertar e isso aconteceu bastante no nos-so jornal. Com conteúdos especiais, maior espaço para o jornalismo literário e a volta de cores em algumas páginas só ajudou o cresci-mento do jornal. Que obte-ve nesse ano matérias mais interessantes. Ano que vem tende a ser muito melhor, sorte nossa e de quem inicia sua caminha no jornalismo da UP.

Entretanto o jornal con-tinua sofrendo do proble-ma da falta de participação dos alunos. Muitas vezes

vimos somente matérias dos edi-tores-chefes, ou o mesmo aluno assi-nado duas ou três matérias. Muitos que estão iniciando a ca-minhada agora na UP po-dem pensar, nossa não dão a vez para outras pessoas no jornal, sempre a mesma panelinha escrevendo. Não é verdade, jornal mais de-mocrático do que o Lona não existe.

Em qual outro veículo de mídia impressa pode-mos encontrar esquerda e direita debatendo sobre o mesmo assunto exaltando o seu ponto de vista? Ou um opinativo em resposta aos ideiais propostos de al-guma coluna? Só no LONA vi isso até hoje, é aí que

crescemos jornalisticamen-te falando.

Mas nem tudo é feito de pontos positivos, existiu erros, como existe em to-dos os veículos, mas como já citei erros que ajudam a crescer. Alguns ensaios fo-tográficos não tinham nada a ver com o texto que os se-guia. Algumas vezes a lite-ratura se fez muito presen-te no jornal. Por exemplo, um LONA totalmente vol-tado para a literatura não me agradou muito, assim como um especial sobre mulheres, onde mais de

três alunos assinavam uma matéria que facilmente po-deria ser feita por uma úni-ca pessoa.

Sei bem que estas maté-rias do LONA de segunda foram um trabalho, mas ai esta o ponto de ser debati-do pelos editores o fato do número de pessoas a assi-narem uma reportagem, se for algo difícil de ser executado, alguma repor-tagem especial tudo bem. Mas as matérias de segun-da tinham óbvio um cunho especial, mas nada além do que já existe diariamente no jornal, soou um pouco estranho isso, mas o conte-údo estava muito bom.

Danilo Georgete

Opinar é fácil, mesmo que seja em poucas pala-vras. Só que contextualizar um assunto internacional, o que nem sempre é algo muito próximo dos leito-res, e ainda dar sua opinião sobre ele é mais difícil. Afi-nal, de pouco adianta uma

opinião vazia, sem ar-gumento ou contex-tualização. E por isso escrever a coluna “In-ternacional” no Lona

2011 foi um desafio.Há ainda a questão da

parcialidade: por mais que uma coluna traga na sua prerrogativa a ideia de ser opinativa, é difícil trazer a público um artigo que, além de tomar partido, explique o porquê disso e também dê a possibilidade de os leitores formularem suas próprias considera-ções a respeito do assunto - ainda que essas sejam to-talmente contrárias às que eu tenha produzido.

Pela pluralidade de as-suntos tratados não apenas nessa, mas em todas as co-lunas desse ano: parabéns. Acho que conseguimos

levar reflexão informada ao público leitor do Lona. Apesar de um “laboratório da notícia”, os experimen-tos foram benéficos.

Thomas Mayer Rieger

A principal mudança que eu achei importante no Lona e que só veio acres-centar foi a volta do “co-lorido”. Sempre me inco-modei com jornais que são preto e branco. Esse ano, a criação do ombudsman foi muito significativa, pois acredito que é sempre im-portante termos os feedba-cks do nosso trabalho para podermos parar e pensar o fazer jornalístico. Além disso, a participação de boa parte dos alunos no conteúdo do Lona foi im-portante, principalmente por ver o texto de vários alunos do primeiro ano nas páginas do jornal. É impor-tante para o curso ensinar e incentivar seus alunos a colocarem a mão na massa desde o início, pois é com erros que se aprende. Cli-chê, mas verdadeiro.

Camila Rehbein

Neste ano o Lona teve algo de novo, de diferen-te. Não só o retorno das edições coloridas, que dei-xaram o jornal mais atra-tivo, mas o próprio modo de fazer. A diagramação ficou mais limpa, as ma-térias eram interessantes, e principalmente, os edi-tores empolgados com a mais simples sugestão de pauta. Nunca foi tão pra-zeroso contribuir para o Lona quanto foi neste ano de 2011. Claro que tivemos alguns deslizes, mas nunca na história dessa universi-dade o Lona teve a quali-dade e a evolução que vi-mos nesse ano.

Luciana dos Santos

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Zaclis Veiga

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Leitores

Ricardo Durazzo, ins-petor da UP

“Gosto da variedade que o jornal tem, essa coi-sa de ter matérias da ci-dade da gente. É o único jornal impresso que leio”.

Aparecida dos Santos, zeladora da UP“Sempre olho a capa do jornal, leio os colunistas,

eles têm umas ideias legais. Leio quase todo dia, só não leio quando estou com muito trabalho. Leio o Me-tro também”.

Maristela Jordana, secretária da UP“O jornal informa a gente sobre o que está acontecendo na

cidade. É o único impresso que leio, já que, geralmente, me informo pelos portais da internet”.

Zaclis Veiga, coordenadora do curso de Jornalismo“Foi um ano em que o Lona esteve mais madu-

ro, mais seguro. Tivemos um salto qualitativo, com menos edições e maior planejamento. Ainda falta ao jornal uma maior participação dos estudantes, tanto no acompanhamento diário, quanto no auxílio com a distribuição”.

Ricardo Macedo, coordenador-adjunto de Publicidade”Muitas vezes é melhor se informar com o Lona do que com o rá-

dio, que repete a informação a cada vinte minutos. Falta ainda ao jor-nal um maior capricho na diagramação e soluções técnicas melhores”.

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Fotos: Fernando Mad

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Curitiba, segunda-feira, 24 de outubro de 2011 7

LITERATURA

Um pouco antes de dormirDaniel Zanella

Não vi Brasil e Argentina. Escutei um trecho no rádio e os cronistas estavam um tanto in-satisfeitos e sarcásticos com a partida – o que me acoberta de amor. [Jogo ruim é feito para o rádio.] Vi, sim, pela tevê os úl-timos cinco minutos de jogo e o drible humilhante do atacante brasileiro no pobre lateral es-querdo.

Perdi o jogo, mas não me im-portei tanto, o que é, de fato, o motivo maior de escrever essas letras de cansaço. Hoje foi dia de fechamento de dois jornais e a labuta foi longa e exaustiva.

Escrever jornalismo impresso é um exercício de paciência e co-letividade. Mesmo num jornal-laboratório de oito páginas, tudo pode retroceder, as máquinas podem falhar, os colaboradores podem mandar fotografias pés-simas e é preciso fechar a edição independente do que for: as des-culpas nada justificam.

Tive uma epifania. Até digo o horário: dez e trinta e cinco da noite. Sentado ao fundo da re-dação, vi a faxineira passar para limpar os corredores da univer-sidade vazia. Olhei de relance a televisão de imagem ruim e uma canelada do jogador ar-gentino. Reparei nas duas me-ninas que trabalham comigo e na forma como as mulheres, em geral, sofrem mais com o tem-po e com as dificuldades, uma coisa intensamente dramática e encantadora, como se tivessem filhos para proteger do mundo conspiratório. Olhei meu profes-sor com suas feições de adoles-cente e me senti feliz por estar ali, perdendo o jogo, envolvido

Zaclis Veiga

neste jornal que não é aquelas coisas, sabe, meu amigo, mas tem tanto de mim ali, tanto de quem trabalha comigo, tanto de quem diz que a capa está bonita, tanto de quem lê no outro bloco sem saber que sou um dos edi-tores disso que está sendo lido... Observo o leitor e vejo que ele está muito concentrado na pá-gina sete, que é um obituário da crítica literária. Veja, leitor, tem alguns erros de diagramação nessa página, me perdoe, tenho uma cegueira de mim, e, ao ver o leitor desconhecido, sinto uma felicidade de simplesmente ser jornalista, de ter a oportunidade de permanecer uma cota de mi-nhas dúvidas, dilemas e paixões, compartilhar um tanto de meus desejos e desencantos, acordar para construir um eterno projeto de informação, porque jornal é a sensação diária de nunca chegar a lugar algum, e, mesmo assim, sentado em minha cadeira ao fundo da redação, ser incorpo-rado por uma certa satisfação de estar ali, apesar de seus amigos estarem bebendo, de sua mulher estar em casa preocupado com seu destino, saber que amanhã logo às sete você tem que estar plenamente acordado, reconhe-cer a todo momento os limites do que você faz...

É como deixar um tanto da cortina aberta para o sol te acor-dar cedo. Não há como saber de onde vem essa pulsão. Pode vir da cerveja que você bebe inten-samente antes de dormir ou dos amores que você cultiva particu-larmente em seu coração.

*Esse texto foi escrito em um fe-chamento de edição às 23h30 do dia 14 de setembro de 2011.

Fotos: Fernando Mad

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ENSAIO FOTOGRÁFICO

Fragmentos de uma redaçãoPor Marcos Monteiro

Última edição do ano. Último fechamento, últi-ma reunião de pauta, última ida à Rádio Teia. Último PDF, últimas ligações.

O fim.