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[email protected] lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 701 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, segunda-feira, 23 de abril de 2012 Projeto Mais Marias realiza palestra na Universidade Positivo A presidente da Associação Paranaense de Médicos Legistas e idealizadora do projeto Mais Marias apontou dados e informações a respeito da Leia Maria da Penha Pág. 5 Cultura Primeira edição da Bienal de Dança será realizada em Curitiba Pág. 3 Economia Dados do Índice de Preços ao Consu- midor apontam va- riação de o,45 % em Curitiba, vestuário é o grupo que mais contribuiu, com 4,31% Pág. 4 Danilo Georgete @jornallona Opinião Apenas uma das 14 obras para a Copa de 2014 está pronta Pág. 2

LONA 701 - 23.04.2012

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, segunda-feira, 23 de abril de 2012

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O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 701Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, segunda-feira, 23 de abril de 2012

Projeto Mais Marias realizapalestra na Universidade PositivoA presidente da Associação Paranaense de Médicos Legistas e idealizadora do projeto Mais Marias apontou dados e informações a

respeito da Leia Maria da Penha

Pág. 5

Cultura

Primeira edição da Bienal de Dança

será realizada em Curitiba

Pág. 3

Economia

Dados do Índice de Preços ao Consu-

midor apontam va-riação de o,45 % em Curitiba, vestuário

é o grupo que mais contribuiu, com

4,31%

Pág. 4

Danilo Georgete

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lona

Opinião

Apenas uma das 14 obras para a Copa

de 2014 está pronta

Pág. 2

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Curitiba, segunda-feira, 23 de abril de 2012 2 2 2 2

ExpedienteReitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Co-municação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editora-chefe: Suelen Lorianny | Repórter: Vitória Peluso | Pauteira: Renata Silva Pinto | Editorial: Gustavo Vaz

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Cu-ritiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Surgiu mais um sinal de que a organização da Copa não vai bem: apenas uma das 14 obras de mobilidade urbana programadas para Curitiba e que estão atreladas ao evento está pronta. E o mais preocupante: foi uma obra relativamente simples (do estacionamento do aeroporto Afonso Pena).

Obras importantíssimas na estrutura da cidade sequer começaram a ser feitas, e faltam dois anos para o mundial, sendo que várias deles não têm nem o projeto concluído.

O terminal do aeroporto que tem de ser reformado, até para aumentar a capacidade já saturada com a circulação normal, se inclui nas obras sem projeto pronto, um fato alarmante se formos considerar o tempo para a Copa e o caos aéreo que o Brasil viveu alguns anos atrás (lembrando que os atrasos desse tipo de obra não são exclusividade de Curitiba).

Eixos que ligarão o aeroporto em São José dos Pinhais ao ponto nevrálgico do mundial, a Arena da Baixada, também sofrem atrasos. Além disso, a rede hoteleira tem de ser ampliada e a malha de transportes precisa de melhores preparos, para que um caos seja evitado.O ponto que causa medo a todos é o toque de caixa que deverá ser imposto quando as obras forem julgadas como “urgentes”, já que nesse mo-

mento não haverá licitações e a farra com o dinheiro público poderá ser monumental (algo que a defasada lei brasileira que rege as obras públicas permite).

Sobre o atraso de obras, não são os estádios que vão atrasar ou ficar incompletos, até porque eles serão as vedetes da Copa e a principal imagem que o Brasil mostrará ao exterior.

O que será tratado com menosprezo são essas obras de mobilidade pública, que deveriam ser essenciais e rotineiras, ou a principal herança deixada no Brasil pelo mundial.

No entanto, o que importa para os políticos são os estádios e a propaganda que eles gerarão, já que se tudo acontecer bem nessa parte, do que importa o resto, afinal, o sucesso da Copa é medido pela superficial imagem das construções futebolísticas modernas e faraônicas, e não pelas obras essenciais para as cidades e a população.

Editorial

Curitiba não sabe brincar Marcelo Fagundes – Especial para o Lona Aluno de direito no UniCuritiba e leitor do Lona

Opinião

Não consigo acreditar até agora no absurdo que acabei de ler: a Câmara de Vereadores de Curitiba aprovou um projeto de lei que já está em fase final, faltando somente a sanção do prefeito. Ela cria imposições antidemocráticas em manifestações que reúnam mais de duas mil pessoas, sejam elas de natureza artística, cultural, religiosa, esportiva ou promocional. Essa lei surgiu com o objetivo de coibir manifestações populares como o Réveillon Fora de Época.

Agora pergunto: quem são esses políticos que tudo podem? Será que eles não têm no mínimo uma assessoria jurídica para informarem que essa lei é INCONSTI-TUCIONAL? É, essa lei escarradamente fere a Carta Magna, que veio nos garantir tantos direitos, que com muito esforço conseguimos conquistar. É possível citar sem dificuldades os artigos da Constituição Federal que nos garantem o direito de reunião, por exemplo.

Consagrado no Art. 5, CF, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; e também um outro inciso do mesmo artigo, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

Não só há Constituição como também decisões do STF, em casos muito parecidos, que aparecem em julgamentos de Ações Diretas de Inconstitucionalidade contra esse tipo de abuso do poder público como ocorrido no Distrito Federal, onde teve um caso muito similar, no qual a ilustre corte derrubou tal arbitrariedade.

Em uma ação truculenta e ardilosa, tentam eles, de forma sorrateira e sutil, impor goela abaixo das pessoas o controle de quem vai poder se manifestar. É, é isso que eles estão querendo. É importante relembrar o único caso que o Direito de Reunião pode sofrer essa violação, excepcionais, as restrições são nos casos de crise institucional, como na situação de uma guerra. Tirando isso, todos nós temos o direito de nos reunirmos em tempo de paz numa praça, seja lá o motivo qual for para tal encontro, sem a necessidade de uma autorização estatal.

Esse fato me faz refletir, que pensamento mais provinciano desses indivíduos. Eles estão indo na contra mão de uma nova tendência mundial de conexão e intera-ção entre as pessoas, desembarcando do bonde da história, que nos carrega para a construção de um novo momento, e voltando para o passado. O mundo digital que temos ao alcance de nossos dedos faze a ponte com o mundo real e, essa revolução, não só está acontecendo aqui em nossa cidade como também no resto do mundo. As pessoas se organizam dentro das redes sociais, tornando as suas idéias virais, com pessoas estranhas que compartilham da mesma visão de mundo, e indo mais além, trazendo esses conceitos e ideais para as ruas e as praças que é o lugar de excelência do povo.

O ministro Celso de Mello, do STF, num caso sobre a liberdade de expressão e o direito de reunião no meio do seu voto soltou esse posicionamento: “A praça pública, desse modo, desde que respeitado o direito de reunião, passa a ser o espaço, por excelência, do debate, da persuasão racional, do discurso argumentativo, da transmissão de ideias, da veiculação de opiniões, enfim, a praça ocupada pelo povo converte-se naquele espaço mágico em que as liberdades fluem sem indevidas restrições governamentais’’. E ele, ainda, faz uma outra citação de altíssimo valor poético: “Ideias podem ser transformadoras, ideias podem ser subversivas, ideias podem ser mobilizadoras, ideias podem ser tão majestosas e sólidas, quanto são as mais belas catedrais. Ideias podem ser mais poderosas que a própria espada. E é por isso que as ideias são tão temidas pelos regimes de força”.

Essas duas citações do Ministro me fazem reforçar o conceito que tenho de que os locais públicos são pontos de reuniões, de transmissão de informação, de de-bate, de conhecer o estranho que divide a mesma cidade. O estado NÃO tem o direito de dizer quem pode ou não se manifestar e é sua obrigação fornecer os meios necessários para realização, gostando ou não, de tal evento. Somente esse suporte cabe a ele e nada mais.

Assusta-me, e muito, esse passo para trás que a nossa cidade está a cometer. Olhe o valor simbólico que isso tem. Dias atrás li uma reportagem que dizia que Curitiba estava se abrindo para o mundo e que as manifestações culturais em espaços públicos tiveram um aumento nos últimos anos. Tá, e agora o poder público quer acabar com esse avanço? Voltamos aos tempos da DITADURA?

Sinal amarelo para a Copa em Curitiba

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Curitiba, segunda-feira, 23 de abril de 2012 3

Curitiba é palco da BienalInternacional de DançaEm sua primeira edição, evento conta com a presença de bailarinos profissionais e amadores de companhias nacionais e internacionais

Começou ontem a Bie-nal Internacional de Dança de Curitiba. O evento terá duração de uma semana e reunirá bailarinos profis-sionais e amadores, além de companhias nacionais e internacionais nas ofici-nas, palestras, exibições de vídeos e espetáculos.

O evento está em sua primeira edição e, de acor-do com a diretora geral da Bienal, Eleonora Greca, a ideia de fazer um evento como este na cidade surgiu porque, segundo ela, falta-va um evento que chamas-se a atenção do público para a dança.

“Faltava um momento para a cidade olhar a dan-ça”, comenta Eleonora. Ela afirma que Curitiba tem bastante público para a dança, porém, devido ao grande número de escolas e academias de dança, esse público fica dividido. Para ela, era preciso um evento que não fosse um festival competitivo, para chamar a atenção da cidade para a dança.

O projeto vem sendo consolidado desde 2010 e, ano passado, os produtores conseguiram apoio para que o evento fosse realiza-do. A diretora espera que o público entenda a propos-

Carolina Pereira Rafaela Guimarães Vitória Peluso

ta, circule pelos espaços e aprecie as atrações.

A Bienal de Dança ofe-rece oficinas de ballet clás-sico, dança contemporâ-nea, danças urbanas, dança de salão, jazz e vídeo-dan-ça. Só podem participar das oficinas maiores de 14 anos que já tenham alguma experiência na área.

Segundo o diretor de produção, Wanderley Lo-pes, as oficinas mais pro-curadas são a de ballet clássico e a de hip hop. As turmas dessas oficinas fo-ram fechadas logo na pri-meira semana em que as inscrições foram abertas.

Wanderley acredita que

isso aconteceu, com o bal-let clássico principalmen-te, porque há professo-res de outros países, isso atraiu mais bailarinos para as oficinas.

Haverá, também, duas palestras, uma com Dani-lo dos Santos de Miranda, diretor regional do SESC/SP, chamada “Dança: Ini-ciativas, Fomento e Opor-tunidades”, dia 25 às 09h, e outra dia 27, também às 9h, com Fabiano Carneiro, gestor cultural e coordena-dor de dança da Funarte, sobre Políticas Públicas para a Dança.

As oficinas acontecem na Casa Hoffman, Centro

de Estudos do Movimen-to, na sala BTG, do Cen-tro Cultural Teatro Guaíra e no Teatro da Reitoria da UFPR. As palestras são gratuitas e abertas para o público em geral.

Jair Moraes, um dos professores das oficinas de ballet clássico, acredi-ta que a Bienal é uma ma-neira de chamar a atenção das pessoas para a dança e mostrar o potencial da cidade, pois, segundo ele, Curitiba tem ótimas aca-demias de dança, ótimos professores, mas isso não é explorado.

Para ele, o público tem que usufruir do evento e

acreditar que vai trazer bons resultados para a ci-dade. Jair diz que se sen-te feliz em participar do evento. “Sinto-me honrado em participar”.

O preço dos ingressos dos espetáculos é de R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). As apresentações acontecem no Teatro da Reitoria da UFPR, Guairinha e Guai-rão. Os participantes da bienal poderão assistir aos espetáculos gratuitamente. Há também apresentações ao ar livre, em parques e praças da cidade, além dos flash mobs programados para movimentar a capital paranaense.

Começa a semana da Bienal Internacional de Dança de Curitiba

Prefeitura Municipal de Curitiba

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Curitiba, segunda-feira, 23 de abril de 2012

IPC revela aceleração nos preços de vestuário em Curitiba

Gastos com vestuário foram os que registraram maior variação em relação ao Índice de Preços ao Con-sumidor (IPC), de 4,31%, segundo cálculo feito na primeira quadrissemana de abril referente ao mês de março realizado pelo Insti-tuto Paranaense de Desen-volvimento Econômico e Social (Ipardes).

A variação aumentou em relação ao mesmo período de 2011, de 2,14%. O índice de Preços ao Consumidor (IPC) revela uma aceleração nos preços no mês passado, com variação de 0,45%, em Curitiba.

De acordo com o respon-sável pela pesquisa, Marce-lo Antônio, o IPC entrevista vendedores e prestadores de serviço em Curitiba para apurar quais são os resulta-dos do mês.

Os produtos pesquisados são divididos em sete gru-pos: Alimentos e Bebidas, Habitação, Artigos de Resi-dência, Vestuário, Transpor-te e Comunicação, Saúde e Cuidados Pessoais e Despe-sas Pessoais.

Dentro desses grupos são avaliados 478 itens, dis-poníveis no site do Ipardes, nos boletins do IPC.

Para chegar nessa varia-ção, os pesquisadores do Instituto vão a campo e co-letam preços dos produtos e

serviços, a partir disso é fei-ta a média das últimas qua-tro semanas e, para finali-zar, é dividido pela base das quatro semanas anteriores a pesquisa.

Segundo Antônio, o índi-ce expressa o custo de vida

para famílias com renda en-tre 1 e 40 salários mínimos. “Famílias que estão entre essa renda representam a maior parcela da socieda-de, a classe média, onde se encontra 90% da população Curitiba”, explica.

Menor peso

Ao contrário de março deste ano, em fevereiro o vestuário foi o que menos pesou no bolso do consumi-dor curitibano, com um au-mento de 0,14%. No mês de

janeiro, a taxa apresentou uma queda de -0,94%.

Segundo a economista do Ipardes, Maria Luiza de Castro Veloso, a causa do aumento do consumo em vestuário em março, com representação de 39% no total do índice, é devido ao lançamento da coleção ou-tono- inverno. “Com a che-gada da nova coleção nas lojas os preços aumentam e a procura também é maior”, explica a economista.

As peças mais procu-radas são de vestuário fe-minino, calças e blusas de inverno. “Costumo com-prar roupas de outono/in-verno logo que as coleções chegam às lojas, às vezes deixo pra última hora, mas normalmente compro bem antes”, conta a estudante, Jenifer Rinaldin.

Entre os itens pesqui-sados, os que mais contri-buíram foram aluguel de moradia (1,34%), tarifa de ônibus urbano (3,13%), sa-pato feminino (11,55%), jornal diário (-18,77%), in-gresso para teatro (57,62%), camisa masculina (6,29%), brinquedos e jogos (5,31%) e cigarros (2,20%). Os in-gressos tiveram variação expressiva devido ao Fes-tival de Teatro de Curitiba, que começou no dia 27 de março e terminou no dia 8 de abril. Os grupos que re-gistraram menor variação foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,01%) e Trans-porte e Comunicação (0,04).

Carolina Pereira Rafaela Guimarães Vitória Peluso

Confira os índices dos preços ao consu-midor de abril de 2012 e março de 2011

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Curitiba, segunda-feira, 23 de abril de 2012

Campanha Mais Marias discute a Lei Maria da Penha

A ginecologista, presidente da Asso-ciação Paranaense dos Médicos Legistas, e idealizadora do Projeto Mais Marias contra a violência, esteve na Universidade Positivo, na última sexta-feira, para apre-sentar um debate a respeito da Leia Maria da Penha.

Maria Letícia Fagundes é ginecologis-ta há 26 anos e médica legista do Instituto Médico Legal (IML) há 17 anos. O Projeto Mais Marias é uma campanha de comba-te à violência contra mulheres e foi criado após sansão da Lei Maria da Penha, em 2006. A presidente conversou com o Lona sobre a manifestação Mais Marias, a Lei Maria da Penha e as estatísticas de violên-cia contra a mulher após a criação da lei.

Lona: O que é a Campanha Mais Marias?

Maria Letícia Fagundes: A campanha Mais Marias nasceu para informar a respeito da Lei Maria da Penha e foi criada pela Associação Paranaense dos Médicos Legistas do Paraná. É um projeto que estamos levando para to-dos os bairros e todas as universidades em Curitiba, desde o dia 8 de março.

Lona: A senhora diz na palestra que muitas pessoas sabem da Lei Maria da Penha, mas não conhecem o seu conteúdo. O que prevê a lei?

Maria Letícia Fagundes: Esperamos que a campanha não termine nunca, porque a informação a respeito da lei é importante. A Lei Maria da Penha é uma lei jovem e por isso ainda está em aperfeiçoamento. De número 11.390, foi sancionada, em 2006, durante go-verno do presidente Lula. É uma lei democrática, pois prevê a defesa de mulheres de todas as idades e não é voltada apenas para mulheres que so-frem agressões por homens como seus maridos, mas também mulheres que sofrem agressões físicas e psicológicas dos seus familiares.

Lona: Quais são os principais objeti-

Pesquisas realizadas pelo IML apontam que as ocorrências de agressões contra mulheres aumen-taram após criação da leiCarolina PereiraRafaela GuimarãesVitória Peluso

vos da Lei Maria da Penha?

Maria Letícia Fagundes: A Lei Maria da Penha ti-pifica a violência contra a mulher em quatro tipos: física, moral, psicológica, patrimonial e a lei, além disso, traz medidas preventivas que são medidas imergências que afastam o agressor da vítima ou que protegem a vítima encontrando lugares, albergues para ela ficar nos períodos em que houver o inquérito policial acontece.

Lona: Quais são as parcerias que o Projeto Mais Marias possui?

Maria Letícia Fagundes: O nosso desejo é fazer o maior número possível de parcerias. No momento nós temos como parceiros a própria Associação dos Médicos Legistas, que tem nos apoiado, e algumas empresas que tem nos proporcionado o site e o nosso folder.

Lona: O Instituto dos Médicos Legistas realizam

pesquisas para apurar os casos de violência con-tra mulher após a criação da Lei Maria da Penha. Quais são os principais números?

Maria Letícia Fagundes: As estatísticas de 2010 mostram claramente o número de agressões aumen-taram após a criação da Lei Maria da Penha. 80% das mulheres vítimas de violência sexual são adoles-centes, de zero a 18 anos estão compreendidas nessa faixa etária, o que mostra que a violência está em casa. Já as mulheres adultas sofrem mais agressão física, o exame que nós fazemos chama-se exame de lesão corporal. Menos violência sexual do que as adolescentes.

Lona: O que a mulher de fazer caso seja agredi-da?

Maria Letícia Fagundes: A primeira coisa foi agredi-da, procurar um posto de saúde, vai imediatamente a um pronto socorro, nesses locais faz consta que ela foi vítima de agressão. Em seguida, ela deve procu-rar a delegacia de polícia, qualquer delegacia, não

somente a delegacia da mulher. Qualquer de-legacia está habilitada a atender esse tipo de violência. Depois da delegacia ela vai ser enca-minhada ao Instituto Médico Legal para fazer a perícia e após ela deve obrigatoriamente retor-nar a delegacia para fazer a representação para que assim ocorrer o inquérito policial.

Lona: Como é o seu trabalho nas palestras realizadas pelo Projeto Mais Marias?

Maria Letícia Fagundes: Nós temos trabalhado duramente e com muito amor por todas as asso-ciações. Eu como presidente da Associação dos Médicos Legistas tenho me aproximado prin-cipalmente das associações de bairro. Tecnica-mente, essas pessoas na periferia são as mais carentes embora a violência esteja em todos os locais. Nós temos oferecido gratuitamente essas palestras, distribuímos os folders informativos e também disponibilizamos um telefone que es-sas mulheres possam ligar para nós e possamos a orientar sobre o que for necessário.

Lona: Como as mulheres participam as pa-lestras nos bairros?

Maria Letícia Fagundes: São emocionantes as palestras nos bairros, principalmente. As mu-lheres geralmente dão testemunho da violência que elas sofreram ou alguém da sua família e é muito produtiva a nossa reunião. Porque elas começam as descobrir caminhos facilitados, diferentes daqueles que elas faziam antes.Presidente da Associação Paranaense de Médicos Legistas e criadora do

Mais Marias, Maria Letícia Fagundes.

Danilo Georgete