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Segunda-feira, 06 de maio de 2013 lona.redeteia.com Muitas nuvens, com vento fraco e boa visibilidade. Curitiba Mín. 09°C Máx. 18°C Mais informações: www.simepar.br Marco Feliciano: declarações geram reações variadas Protestos contra Marco Fe- liciano se tornam comuns, e geram pedidos de renún- cia do pastor-deputado que resiste desafiando a popu- lação. A falta de tolerância com relação às citações do presidente sofreu seu auge após serem divulgados na mídia comentários e críticas Febre Novo gênero de correio elegante vira grande su- cesso após ser difundi- do em redes sociais. Uso de mensagens anônimas se tornou popular entre universitários que bus- cam pela sua alma gêmea. Várias universidades ganharam suas páginas “Spotted” no Brasil. Na Universidade Positivo, a brincadeira ganhou espa- ço e é movimentada dia- riamente. Tanto alunos quanto professores são al- vos de cantadas. Ditadura Comissão da Verdade con- seguiu autorização para a exumação do corpo de João Goulart. (P2) Cura Gay “Marco Feliciano, cuja função é acolher as minorias e garantir os direitos delas, está agindo de maneira retrógada” (P2) Maioridade Confira a opinião de Bru- na Alves sobre a discussão a respeito da alteração da maioridade penal. (P2) Crônica “Nunca fui uma pessoa justa, porém, não me via como um egoísta. Era ape- nas focado em meus objeti- vos”. (P2) AGENDA Na P6 confira o que tem de melhor durante a semana para nínguem ficar parado. “Somos tão Jovens” ganha destaque com a estreia no final de sema- na. “Homem de Ferro 3” segue quebrando recordes de bilhete- ria. Hoje ainda tem disputa pe- los “Jogos escolares de Curiti- ba”. Escher segue em exposição no MON e a Biblioteca Pública recebe acervo fotográfico de Julio Covello. Divulgação Motivados pela dificuldade de comunicação entre pes- soas que não escutam, estu- dantes da Universidade Fede- ral de Pernambuco criaram o aplicativo Pro Deaf. A inter- face do programa conta com um boneco que adapta textos para a Língua Brasileira de Si- nais. O aplicativo foi divulga- do na Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade que aconteceu em São Paulo no fim de abril. (Leia na P4) Estudantes criam aplicativo para integração de deficientes auditivos na sociedade TECNOLOGIA Arte/Lona José Cruz/ABr P2 Opinião P3 Geral P4 Política P4 Tecnologia P5 Colunistas P6 Agenda a grupos musicais do Brasil. Ao mesmo tempo em que as declarações do presidente da Comissão de Direitos Huma- nos e Minorias da Câmara Federal a respeito de homos- sexualidade e outros assun- tos polêmicos geram muitas revoltas, Feliciano mantém uma base de defensores. Videogame é cultura? Descubra mais na coluna de Maximilian Rox. (P5) Leia a análise de Matheus Klocker sobre o filme Millenium. (P5) O que fazem os estudantes de jornalismo depois de forma- dos? Descubra, o que o ex-alu- no Vinícius Ferreira tem feito. Egressos

LONA 765 - 06.05.2013

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Page 1: LONA 765 - 06.05.2013

Segunda-feira, 06 de maio de 2013 lona.redeteia.com

Muitas nuvens, com vento fraco e boa visibilidade.

Curitiba

Mín. 09°CMáx. 18°C

Mais informações: www.simepar.br

Marco Feliciano: declarações geram reações variadasProtestos contra Marco Fe-

liciano se tornam comuns, e geram pedidos de renún-cia do pastor-deputado que resiste desa� ando a popu-lação. A falta de tolerância com relação às citações do presidente sofreu seu auge após serem divulgados na mídia comentários e críticas

Febre Novo gênero de correio

elegante vira grande su-cesso após ser difundi-do em redes sociais. Uso de mensagens anônimas se tornou popular entre universitários que bus-cam pela sua alma gêmea. Várias universidades já ganharam suas páginas “Spotted” no Brasil. Na Universidade Positivo, a brincadeira ganhou espa-ço e é movimentada dia-riamente. Tanto alunos quanto professores são al-vos de cantadas.

DitaduraComissão da Verdade con-

seguiu autorização para a exumação do corpo de João Goulart. (P2)

Cura Gay“Marco Feliciano, cuja função

é acolher as minorias e garantir os direitos delas, está agindo de maneira retrógada” (P2)

MaioridadeCon� ra a opinião de Bru-

na Alves sobre a discussão a respeito da alteração da maioridade penal. (P2)

Crônica“Nunca fui uma pessoa

justa, porém, não me via como um egoísta. Era ape-nas focado em meus objeti-vos”. (P2)

AGENDAAGENDANa P6 con� ra o que tem de

melhor durante a semana para nínguem � car parado. “Somos tão Jovens” ganha destaque com a estreia no � nal de sema-na. “Homem de Ferro 3” segue quebrando recordes de bilhete-ria. Hoje ainda tem disputa pe-los “Jogos escolares de Curiti-ba”. Escher segue em exposição no MON e a Biblioteca Pública recebe acervo fotográ� co de Julio Covello.

Divulgação

Motivados pela di� culdade de comunicação entre pes-soas que não escutam, estu-dantes da Universidade Fede-ral de Pernambuco criaram o aplicativo Pro Deaf. A inter-face do programa conta com um boneco que adapta textos para a Língua Brasileira de Si-nais. O aplicativo foi divulga-do na Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade que aconteceu em São Paulo no � m de abril. (Leia na P4)

Estudantes criam aplicativo para integração de deficientes auditivos na sociedade

TECNOLOGIA

Arte/Lona

José Cruz/ABr

P2 OpiniãoP3 GeralP4 PolíticaP4 TecnologiaP5 ColunistasP6 Agenda

a grupos musicais do Brasil. Ao mesmo tempo em que as declarações do presidente da Comissão de Direitos Huma-nos e Minorias da Câmara Federal a respeito de homos-sexualidade e outros assun-tos polêmicos geram muitas revoltas, Feliciano mantém uma base de defensores.

Videogame é cultura? Descubra mais na coluna de Maximilian Rox. (P5)

Leia a análise de Matheus Klocker sobre o fi lme

Millenium. (P5)

Videogame é cultura? Descubra mais na coluna de Maximilian Rox. (P5)

Leia a análise de Matheus Klocker sobre o fi lme

Millenium. (P5)

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de forma-dos? Descubra, o que o ex-alu-no Vinícius Ferreira tem feito.

Egressos

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P2 Quarta 01 maio, 2013

OPINIÃO

ReitorJosé Pio Martins

Vice-Reitor e Pró-Reitorde Administração

Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica

Marcia SebastianiCoordenação dos

Cursos de Comunicação SocialAndré Tezza

Coordenadora do Curso de JornalismoMaria Zaclis Veiga Ferreira

Professor-orientadorAna Paula Mira

Editores-chefes Júlio Rocha e Marina Geronazzo

EditorialJúlia Trindade e Marina Geronazzo

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30Fone: (41) 3317-3044.

O deputado Marco Felicia-no (PSC – SP), Presidente da Comissão de Direitos Hu-manos, defendeu na última sexta-feira o debate sobre o projeto de lei “Cura Gay”, de João Campos (PSDB – GO). Feliciano argumentou por meio do Twitter que o proje-to foi distorcido pela impren-sa porque, na verdade, tem como objetivo “proteger” o psicólogo que atende alguém com “angústia sobre sua se-xualidade”. O Conselho Federal de Psico-

logia já se posicionou contra a decisão de Marco Feliciano julgando-a inconstitucional e eticamente incorreta. Desde 17 de maio de 1990, a ho-

mossexualidade deixou de ser tratada como doença pela Organização Mundial da Saú-de (OMS). Isso é uma grande conquista não só para os ho-mossexuais, mas também do povo brasileiro, pois é de in-teresse de todos combater a discriminação. Marco Felicia-no, cuja função é acolher as minorias e garantir os direi-tos delas, está agindo de ma-neira retrógada, fomentando com seu discurso de intole-rância o preconceito cada vez mais crescente na sociedade.O assunto, como o próprio

deputado admite, transfor-mou-se em polêmica. E isso se deve ao fato da postu-ra inadequada à sua figura pública e ao cargo que ele ocupa. Marco Feliciano, que deveria zelar pelas minorias e fazer com que as pessoas se

EditorialUma função não cumprida

A verdade por trás da ditadura

O atual foco da Comissão Nacio-nal da Verdade se voltou para a exumação do corpo do ex-presi-dente João Goulart. Parece que o Brasil tem engatinhado de forma positiva para explicitar os reais acontecimentos impostos durante o golpe civil-militar de 1964. Pode-mos enfatizar na recente autoriza-ção da família de Jango. Morto du-rante exílio na Argentina em 1976,

o corpo do ex-presidente será exu-mado com o auxílio do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul, onde Goulart se encontra en-terrado no munícipio do Estado. A comissão instalada pela presi-

dente Dilma Rousseff (PT) é um grupo formado por sete integran-tes e investiga casos que ocorreram no período entre 1946 e 1988, in-clui abordagens como a assinatura do Ato Institucional n.01 e sucede até a criação do Centro de Infor-mações do Exército – CIE. A insta-lação da comissão foi uma das de-cisões mais relevantes do governo Dilma no ano passado. Ainda que sempre sejam publicados vários livros e pesquisas sobre os crimes escondidos da era militar, a quan-tidade de coisas bem enterradas com certeza ainda é grande. Vários dos mistérios da ditadura

envolvem mortes e desapareci-mentos suspeitos, como o de Mar-

sintam seguras de que seus direitos estão sendo respeita-dos, faz justamente o contrá-rio e reforça o medo e a in-dignação da população que já promoveu diversos protestos e manifestações contra o Pre-sidente da Comissão de Di-reitos Humanos da Câmara.

celo Paiva (um dos objetos atuais de investigação da comissão). A bola da vez é a exumação do cor-po do presidente João Goulart. A morte de Jango, assim como a de Carlos Lacerda e Juscelino Ku-bitschek, gerou inúmeras teorias de conspiração (algumas muito bem defendidas, por sinal). Com alguns anos de atraso, a exumação do corpo de Jango foi permitida para que seja possível investigar se a morte do presidente pode ter sido causada por um veneno. Se depois de 37 anos ainda será possível detectar veneno já é ou-tra história, mas pelo menos estão tentando.Por mais que as investigações

estejam dando passos lentos e os militares da época tenham impu-nidade garantida, é bom saber que esse pedaço importante (ainda que obscuro) da história do Brasil está novamente aparecendo.

Prevenir é melhor do que punir

Artigos

Bruna AlvesToda a revolta a favor da redução da “maioridade penal” refl ete uma sociedade que

age sem pensar e muito menos sem pesquisar. Sim, claro que eu fi quei indignada com o que aconteceu com o Victor Hugo Deppman que morreu por causa de um celular. O crime foi praticado por um rapaz que estava a três dias de completar 18 anos, por isso o adolescente que cometeu latrocínio foi enviado à Fundação Casa. A população, pais e amigos que se indignaram com o ocorrido exigem a redução da maioridade penal. “O que chama a atenção é maneira como a grande mídia cobre essas tragédias. A

maioria das matérias que vemos nos veículos tradicionais só reforça uma caracterís-tica do Brasil que eles mesmos criticam: somos o país do imediatismo. A cada crime brutal cometido por um adolescente, discutimos os efeitos da violência, mas não as suas causas. Discutimos como reprimir, não como prevenir. É uma tática populista que desvia o foco das reais causas do problema”, comenta Vinicius Bocato no site da revista Fórum. Mas há necessidade da redução? Primeiro, as leis não precisam se basear na exce-

ção. Segundo pesquisas concluídas em São Paulo (cidade onde ocorreu o latrocí-nio), o total de crimes contra o patrimônio estima-se em 58,7% que são os casos de roubos e porte ilegal de armas, enquanto 1,4% dos atos são de homicídios pratica-dos por menores de idade. Outro fator: a redução da maioridade penal não vai fazer com que os índices de

violência diminuam. Então, por que, em vez de punir, não pensamos em prevenir?

O Instituto Não Violência revela que pesquisas realizadas nas áreas sociais e educa-cionais indicam que no Brasil a violência está diretamente relacionada a questões como desigualdade social (diferente de pobreza), exclusão social, impunidade (as leis existentes não são cumpridas, independentemente de serem “leves” ou “pesa-das”), falhas na educação familiar e/ou escolar principalmente no que diz respeito à chamada educação em valores ou comportamento ético, e, fi nalmente, certos pro-cessos culturais exacerbados em nossa sociedade como individualismo, consumis-mo e cultura do prazer. Sim, eu sou a favor da punição a infratores, maiores ou menores de idade. Mas

antes de cobrar a não violência e a educação, seja escolar ou familiar, eu, como boa cidadã, devo apresentar uma solução para diminuição no índice de violência. Até porque os dados mostram que os casos de homicídio praticados por menores de idade não chegam nem a 2%, então vamos focar em coisas que refl itam num resul-tado maior, como a própria educação. O investimento na educação é fundamental para que as crianças cresçam com prin-

cípios e valores. O caso de pessoas adultas desprovidas de valores são aqueles que precisam de um trabalho muito mais criterioso e trabalhado, isso pra não dizer que “não tem o que fazer”. Se as educações escolar e familiar fossem satisfatórias, não haveria um número tão alto nos índices de violência, mas eu não sou a favor de toda uma mobilização pra redução de maioridade imediatamente. Afi nal, este representa 1,4% dos crimes praticados por menores que resultam em morte.

Sempre me perguntei: o que sou para o mundo e para as pessoas ao meu redor? Acostu-mei-me a ser tantas coisas que cheguei a esquecer de quem – ou o que – eu era.Mas, hoje, acredito ser o que

meu querido amigo argentino, Bernardo Stamateas, descreveu em seu livro “Gente Tóxica”: uma pessoa totalmente incapaz de enxergar os próprios defei-tos, mas um exímio mestre na arte de enxergar o dos outros.Há anos me questionaram se

havia algo em minha vida de que me arrependia. Respondi que sim, mas nada justifi quei. Aquele segredo guardaria so-mente para mim. Meu martírio era ínfi mo demais ao sofrimen-to que causei. Porém, estou

Memórias de um Comensal

Desirée Davoglio

muito longe agora. Não sei exa-tamente onde. Espaço é algo muito relativo. Por ora, estou contido nessas páginas que aos poucos estão sendo preenchi-das pelo farelo do grafi te. Logo, não vejo mal em revelar o mo-tivo do fracasso da minha vida, mas somente dessa vez.Nunca fui uma pessoa justa,

porém, não me via como um egoísta. Era apenas focado em meus objetivos. Meu desejo era ser lembrado; “Todos irão se lembrar e saudar minha vida”. Ledo engano. O que fi z para que lembrassem de mim é a ra-zão para o meu fracasso.Eu era sócio de uma imobi-

liária, junto com meu irmão e melhor amigo. Éramos gênios no que fazíamos. Ele, mais do

que eu. Hoje, reconheço isso. Porém, na época, comecei a vê--lo como um empecilho. Seu brilho me ofuscava, e eu não aceitava andar na sombra, e iria fazer de tudo para ser o melhor, mesmo que isso lhe custasse a vida.Aos poucos fui invadindo seu

corpo e sua mente. Iria destruí--lo aos poucos. Eu era o me-lhor, precisava ser. Criei histó-rias, plantei dúvidas, envenenei sua vida e intoxiquei sua alma, tudo em prol do meu sucesso. Sabotei seus planos, enxerguei defeitos na perfeição e por fi m coloquei um fi m em sua glória.Enlouqueci-o até o suicídio.

Tirei-o do caminho para iniciar o que eu não sabia ser minha derrota. Então percebi que não

era nada sem ele. A minha gló-ria dependia dele. Era sempre ele, e hoje, a sete palmos do chão, percebo que nem caixão teria se não fosse por ele.Eu somente era um comensal.

Eu era nada, e somente nada.

Por onde anda?Formado em 2011, Vinícius

Ferreira hoje atua na areá de fo-tografi a e video-documentário. As fotos a seguir fazem parte do trabalho elaborado por Vínius em Cuba, que acabou originan-do o documentário “Capitan”,

que narra um dia de treina-mento dos jovens aspirantes a boxeadores no antigo centro de Havana. Além deste, Vinícius já tem mais três video-documentá-rios em sua recente fi lmografi a. “Artigo 1°”, “A espera de uma

decisão” e também “Além da es-curidão”. Agora, sem o cansati-vo calendário de provas e traba-lhos o ex-aluno dedica seus dias às viagens ao redor do mundo com uma câmera fotográfi ca na mão.

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GERALP3

SEGUNDA06 MAIO, 2013

Página social faz sucesso entre público jovemCantadas em pági-nas de redes so-ciais viram moda entre universitários

Nos correios elegantes, famosos nas festas juni-nas, pessoas que se inte-ressavam por outras pas-savam cantadas através de bilhetes de papel. Em 2013, “xavecar” por papel é coisa do passado. Achou alguém da sua universida-de interessante, mas não tem coragem de se decla-rar pessoalmente? Uni-versitários criaram um modelo de página no Fa-cebook que facilita a vida de quem tem problemas com timidez. São elas as comunidadesSpotted, pa-lavra em inglês que, tra-duzida para o português, significa “alvo”. A moda começou em universida-des estrangeiras, mas já pegou no Brasil. São mais de 10 universidades bra-sileiras participando da brincadeira.Funciona assim, quem

tem um recado para man-dar, é só enviar uma men-sagem que os organizado-res da página publicarão, mas sem dizer quem man-dou. O anonimato é a cau-sa principal do sucesso da brincadeira. O tipo das mensagens varia. Algu-mas vão direto ao ponto e mencionam o nome, cur-so e inclusive característi-cas físicas do alvo da can-tada. Outras têm o intuito de localizar quem chamou atenção andando pelos blocos da universidade. “Menino que sempre está na cantina do bloco azul por volta das 18:30… Alto, bem branquinho, cabelo castanho claro… Na quinta-feira passada estava de camiseta bran-ca comendo uma pizza de calabresa! Quem é você gatissimoooo?” – Esse um exemplo de recado en-viado na página Spotted: Universidade Positivo.A especialista em mídias

sociais Fernanda Musardo explica o sucesso do fenô-meno. “Para uma página assim funcionar, uma das questões é que ela consi-ga trazer para o ambiente virtual a mesma relação que existe fora dele. Foi isso que aconteceu com as Spotted. A mídia social é um ambiente de exten-são da vida das pessoas, inclusive dos alunos uni-versitários. As coisas co-meçam dentro da facul-dade e depois terminam no ambiente online. As páginas dão certo porque

PAMELA CASTILHO

CURITIBA

as pessoas que estão ad-ministrando esses canais estão conseguindo levar para o ambiente virtual as relações que estavam fora dele. É como se a página estivesse prestando um ‘serviço’ para o aluno. Ela consegue ter leveza, flexi-bilidade e deixar os estu-dantes à vontade a ponto de eles entrarem em con-tato com o administrador da página para expor uma intimidade, fazendo com que isso se verbere no am-biente acadêmico”.Em Curitiba, pratica-

mente todas as universi-dades aderiram à moda. Universidade Federal do Paraná, PUC, UTFPR e Universidade Positivo têm páginas Spotted. As primeiras universidades curitibanas que entra-ram na brincadeira foram PUCPR e a UFPR, ambas criaram as páginas no dia 4 de abril. Segundo os dois estudantes da UFPR que são os administra-dores da página, é difícil dar conta dos cerca de 120 comentários enviados por dia. “Ficamos saben-do do sucesso das páginas spotted pelas universida-des do Rio de Janeiro, as primeiras a criar páginas spotted no Brasil. Vimos que Curitiba não tinha nenhuma e fizemos. Por aqui, fomos os primeiros”, disse um dos moderado-res. A página tem hoje aproximadamente 3300 curtidas. Eles contam que, no começo, a maioria dos recados da universidade vinha de alunos de enge-nharia, mas agora vários cursos também enviam mensagens.Na página da PUCPR,

que conta com mais de

3600 curtidas, três estu-dantes gerenciam o con-teúdo publicado. A ideia surgiu a partir de uma parceria entre a PUC de Curitiba e a PUC do Rio de Janeiro. Segundo os organizadores, são envia-das aproximadamente 40 mensagens por dia, todas selecionadas para evitar a publicação de qualquer conteúdo que contenha indícios de preconceito, ou ainda interferência de relacionamentos já exis-tentes. Há uma variedade de cursos que interagem com a página, mas o des-taque das participações fica com os cursos de jor-nalismo, arquitetura, me-dicina e engenharias.A comunidade da UP

foi criada no dia 20 de abril e em pouco tempo já tem mais de 2300 cur-tidas. A página faz tanto sucesso que chega a ser atualizada de minuto em minuto, inclusive de ma-

drugada. São três pessoas que tomam conta da co-munidade, dois alunos de odontologia e um de di-reito. Eles contaram para a equipe do Teia Notícias que são enviados, aproxi-madamente, 300 recados por dia, a maioria vinda dos estudantes dos cursos de odontologia, medici-na, publicidade e propa-ganda, engenharias civil e mecânica, Jornalismo e Direito. “O intuito da página é a diversão. Pro-curamos evitar postar mensagens ofensivas, mas ainda estamos nos adap-tando com o que pode ou não ser errado publicar. Se algo é postado e a pes-soa se sente ofendida, ela deve mandar uma mensa-gem e nós apagamos ime-diatamente”, contam.

Com mais de 2.723 seguidores, a página faz sucesso entre os universitários. (Reprodução)

Nas páginas, até os professores viram alvo: “Emerson Firmo da Silva, o professor mais CHAR-MOSO de toda a Univer-sidade Positivo. O Bloco Azul e os alunos de Jor-nalismo são abençoados! Vem ser charmoso aqui na minha sala, no meu bloco, na minha vida!”. A mensagem foi enviada para o professor Emerson Castro, professor do curso de jornalismo. Ele não sa-bia da existência da men-sagem até ser procurado pela equipe do Teia Notí-cias e, ainda um pouco es-pantado, disse que o jeito é levar na brincadeira.O professor e repórter

da rádio BandNews Felipe Harmata Marinho tam-bém recebeu um recado através da comunidade da Universidade Positivo. “Felipe Harmata, venha até a minha casa que, em 20 minutos, tudo pode mudar!”. A publicação

Para uma página assim funcionar,

uma das questões é que ela consi-ga trazer para o ambiente virtual a mesma relação

que existe fora dele.

a mesma relação que existe fora

fez sucesso por fazer uma brincadeira com o bor-dão da rádio onde Har-mata trabalha e contou com mais de 30 curtidas. “Achei divertido! Acho que esse tipo de relacio-namento com a universi-dade é importante. É claro que é uma brincadeira, mas quando as pessoas criam novas maneiras de interagir dentro do am-biente acadêmico é sem-pre muito produtivo”, diz Harmata.

**Os organizadores das páginas que foram entre-vistados não se identifica-ram para preservar o ano-nimato característico da brincadeira.

Com mais de 2.723 seguidores, a página faz sucesso entre os universitários. (Reprodução)

fez sucesso por fazer uma

mata trabalha e contou com mais de 30 curtidas. “Achei divertido! Acho

dade é importante. É claro que é uma brincadeira, mas quando as pessoas criam novas maneiras de

Fernanda Musardo, especialista em redes sociais

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POLÍTICAP4

SEGUNDA06 MAIO, 2013

Declarações de Marco Feliciano dividem opiniõesPara alguns, Feli-ciano é preconcei-tuoso; para outros, é preciso respeitar o direito de liberda-de de expressão

Marco Feliciano, atual presi-dente da Comissão de Direi-tos Humanos e Minorias da Câmara Federal, é destaque diariamente por suas declara-ções, que vão desde comentá-rios sobre homossexualidade até críticas a grupos musicais, como o caso mais recente en-volvendo o “Mamonas Assas-sinas”.O deputado- pastor Marco

Feliciano, ao ser eleito presi-dente da CDHM, foi alvo de várias críticas graças a um de seus depoimentos em uma rede social em 2011, ao a� r-mar que os negros eram des-cendentes de um ancestral amaldiçoado por Noé: “sobre o continente africano repou-sa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome”. Após tal a� rmação, o deputado-pastor fez mais uma declaração polêmica, dessa vez voltada para os ho-mossexuais “A podridão dos sentimentos dos homoafeti-vos leva ao ódio, ao crime, à rejeição”. Desde então, a todo o momento surgem declara-ções de Feliciano, que geram

JUCÉLIA DO ROCIO CHIQUIM

CURITIBA

grande polêmica. A última foi envolvendo o grupo mu-sical “Mamonas Assassinas”, cujos integrantes morreram em um trágico acidente no dia 2 de março de 1996. Des-sa vez, Feliciano declarou: “O avião estava no céu, região do ministro do juízo de Deus, lá na serra da Cantareira. Ao invés de virar para um lado, o manche tocou para o outro. O anjo pôs o dedo no manche, e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças”. O pai do integrante Dinho a� rmou que irá entrar com um processo contra o deputado-pastor.Muitas manifestações por

todo o Brasil foram organi-zadas com um único propó-sito, o de lutar pela renúncia de Marco Feliciano da presi-dência da Comissão de Di-reitos Humanos e Minorias. Em Curitiba, a manifestação aconteceu no dia 16 de março e reuniu cerca de 100 pessoas para pedir a renúncia. Para Toni Reis, que é presiden-te da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Tran-sexuais), as manifestações precisam continuar aconte-cendo até que a renúncia de Feliciano aconteça, já que, na sua opinião, a Comissão de Direitos Humanos e Mi-norias está sendo utilizada como manipulação e jogo de interesses. “Que continue ha-vendo protestos até que sejam reinstaladas a democracia e a ética na Comissão de Direitos

Humanos e Minorias da Câ-mara dos Deputados. Que as organizações de classe, sindi-catos e todas as pessoas e ins-tituições ligadas à promoção e defesa dos direitos humanos se juntem às manifestações de repúdio ao acontecido e re-forcem a mobilização em prol da anulação dessa eleição in-digna”, a� rma Toni Reis.Se por um lado há protestos

contra Marco Feliciano, por outro há quem a� rme que o deputado-pastor tem direito à liberdade de expressão. É o caso da manifestação que acontecerá no dia 20 de abril, chamada Manifestação Pú-blica Cristã pela Liberdade de Expressão. “Acredito que o pastor foi imprudente em al-gumas declarações, mas tudo está baseado na fé que ele se-

gue, não acredito que ele seja homofóbico ou racista, suas declarações sobre o povo afri-cano estão baseadas em estu-dos teológicos, é a fé dele, e ele mesmo explicou no Twitter, e em declarações posteriores, que toda maldição foi que-brada quando Jesus morreu na cruz. Ele disse o que pen-sa, isso não é crime! Ele é um cristão, e não irá negar sua fé e princípios”, a� rma Juliana Martimiano, que é organiza-dora do protesto. Ela ainda complementa dizendo que a liberdade de expressão deve ser aceita sem ser considera-da homofóbica. “A passeata não é a favor de Pastor ape-nas, ela é a favor da família cristã, como está lá na Bíblia, homem e mulher, gerando descendentes. Nossa mani-

festação é a favor da liberdade de expressão, que é um direito de todos, queremos defender nosso direto de pregar nossa fé sem que isso seja conside-rado um crime de opinião, ou homofobia. Queremos defen-der nossa fé”, � nalizou Juliana.Apesar de todas as manifesta-

ções, Feliciano disse que só irá considerar a hipótese de renún-cia se os deputados José Ge-noino e João Paulo da Cunha, ambos do PT e condenados no mensalão, renunciassem tam-bém, caso contrário se mantém na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. João Paulo da Cunha comuni-cou que cumpre regimento e a Constituição ao integrar a Co-missão de Constituição e Justi-ça, enquanto Genoino não quis se pronunciar.

TECNOLOGIAAplicativo promete melhor comunicação para surdos

O aplicativo ProDeaf, um dos destaques da Reatech, Feira Inter-nacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilida-de, que aconteceu em São Paulo no � nal de abril, traduz texto e voz para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), por meio de um boneco virtual. Seu lançamento aconteceu no início desse mês, e somente nas duas primeiras semanas cerca de 7000 downloads já foram realizados. O aplicativo foi desenvolvido inicialmente como um projeto de

conclusão de mestrado de três alunos da Universidade Federal de Pernambuco. A ideia surgiu da convivência, na universidade, com um colega portador de de� ciência auditiva que tinha problemas para se comunicar. Posteriormente, tornou-se uma aposta de em-preendedorismo, patrocinada pelo Bradesco Seguros. “No come-ço, existia aquele espirito de ‘vamos ver o que vai dar’! Depois, o projeto tomou forma e, com investimento, se tornou completo”, conta Flávio Almeida, um dos criadores. A tradução da Língua Portuguesa para Libras pelo app ocorre

por meio da escrita de palavras em português, que é identi� cada por um dicionário e traduzida para o boneco. É possível também identi� car a fala, por meio de um mecanismo de reconhecimento de voz, quando conectado à internet ou 3G. Os empresários ainda preveem algumas adaptações para o futu-

ro. O dicionário utilizado possui cerca de 3.700 sinais, mas já iden-ti� cou a necessidade da incorporação de outros. Flávio Almeida comentou que pensam até em uma regionalização, para que o apli-cativo identi� que a região do Brasil em que está sendo utilizado e traduza também gírias e sotaques de cada lugar do país. Até o momento, o sistema só existe para celulares com sistema

Android. A empresa espera lançar no mercado, nos próximos 30 a 45 dias, o app para a plataforma IOSs e, ainda, uma versão es-pecial para Windows Phone. Além disso, a possibilidade de criar um sistema que realize a tradução inversa, ou seja, a conversão da linguagem de sinais em voz ou texto, está sendo estudada – espera--se que isso aconteça ainda este ano.

O app na sociedadeEsse aplicativo tem uma proposta de facilitar a comunicação ins-

tantânea entre os de� cientes auditivos e outras pessoas que não co-nhecem a linguagem de sinais. Mas muitos professores de Libras e intérpretes concordam que o app não substitui a presença de um intérprete. Segundo a professora da Língua Brasileira de Sinais, Débora Pereira Cláudio, um aplicativo que utiliza um boneco vir-

tual pode conseguir reproduzir os gestos, mas não consegue trazer toda a estrutura corporal e a expressão facial que fazem parte do entendimento de uma mensagem pelo surdo. Débora também acredita que

a inovação pode ser uma forma de melhorar a inserção do de-� ciente auditivo na sociedade. “Conseguir levar um aplicati-vo tradutor pelo celular facilita situações para o surdo. Como em uma consulta médica, em que não tem um intérprete e ele precise se comunicar, ou ainda, num acidente em que precise contar como está se sentindo. Não é em todo lugar que um papel e caneta estarão ali para fazer a comunicação”, a� rma a professora. Odair Oliveira trabalha no

departamento de Rh de um banco e é intérprete voluntário de libras. Na empresa, Odair se comunica diariamente com surdos e acredita ser possível uma substituição do tradutor em alguns momentos para a incorporação dessas pessoas na sociedade e no mercado de tra-balho. Odair a� rma que, para uma total inserção dos de� cien-tes na sociedade, é preciso ter pequenos incentivos por parte

do governo: “É preciso que o Brasil aprenda Libras”, conclui. O surdo Tiago Alves Carneiro

Junior tem 33 anos e é repre-sentante dos surdos de Joinville, voluntário no IJAS - Instituto Joinvillense de Assistência aos surdos, e trabalha como auxi-liar administrativo. Tiago conta que gostou muito do aplicativo e acredita ser uma forma posi-tiva de ajudar essa comunica-ção, mas a� rma que o brasilei-ro deve ter mais contato com Libras para uma total inclusão. “É importante ter escola Bi-língue dos surdos, mas não só pra os de� cientes auditivos e, sim, para todos os brasileiros desde o ensino fundamental. Isso possibilitaria uma comu-nicação fácil entre os surdos e outros, fazendo com que seja possível manter amigos com essa de� ciência e nas salas de aulas, um ambiente totalmente sem preconceitos. Até porque a língua Libras é considerada segunda língua o� cial do Brasil e é preciso respeitar essa cultura dos surdos e introduzi-la para os brasileiros”, a� rma.

Acessibilidade no BrasilAtualmente são muitos os in-

vestimentos em acessibilidade,

como é chamada a área da com-putação destinada ao desenvol-vimento de tecnologias para o auxílio na comunicação de por-tadores de de� ciência. Porém, são poucos os investimentos para pesquisas de acessibilidade no Brasil. Um exemplo é o siste-ma de reconhecimento de fala e leitura de tela, desenvolvido nos EUA, o qual permite que de� -cientes visuais usem o aparelho para fazer ligações, receber e enviar SMS ou mesmo navegar pela internet. Esse sistema está presente em todos os aparelhos com a tecnologia Android. Segundo Alexandre Denes,

consultor de projetos de so� -ware e metodologias ágeis para grandes empresas, esse tipo de tecnologia ainda não atingiu seus objetivos. “Obviamente essa tecnologia ainda não é a ideal, mas vem avançando a passos largos”, a� rmou. Sobre o aplicativo ProDeaf, desenvolvi-do por alunos da UFPE, Denes acredita ser interessante por ser destinado aos brasileiros. “O que esse aplicativo traz é uma tradução especí� ca para Libras, que é restrita ao mercado bra-sileiro. As soluções disponíveis até então eram mais globais”, opina Denes.

Por meio de dicionário e boneco virtual, o app ProDeaf facilita a comunicação e integra ain-da mais os defi cientes auditivos à sociedadeISADORA NICASTRO

CURITIBA

Tela do aplicativo em que o boneco traduz o Português para Libras. (Reprodução)

Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal(José Cruz/ABr)

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No ano de 2009 o diretor sueco Niels Arden Oplev teve o seu primeiro grande longa internacional estreado. O � l-me em questão é Os Homens que Não Amavam as Mulhe-res, primeira parte de uma trilogia já planejada. Rapida-mente o � lme estourou no mundo inteiro e foi um suces-so, fato que chamou muito a atenção de Hollywood.Muito se questiona sobre até

que ponto certos � lmes de-vem, ou não, ganhar regrava-ções. É extremamente normal vermos uma regravação, rei-nício ou continuação de um � lme bem sucedido. Porém, na maioria das vezes o resul-tado é inferior a obra original. Já a versão americana do pri-meiro � lme da trilogia Mil-lennium consegue superar o seu irmão sueco.Logo quando a regravação

norte-americana foi anuncia-da muita gente � cou com o pé atrás. Aos poucos alguns nomes foram sendo adiciona-dos à produção, e aquela in-certeza foi sendo deixada de lado. Primeiramente, David Fincher, um dos maiores di-retores dessa geração. Depois,

Daniel Craig, o novo e genial James Bond. Agora as proba-bilidades de o � lme dar certo eram bem maiores.O � lme começa quando o

jornalista Mikael Blomkvist (Daniel Craig) se depara com uma péssima situação em sua carreira e acaba sendo afas-tado da revista em que tra-balhava. Logo quando isso acontece um milionário sue-co contrata-o para investigar o desaparecimento de sua so-brinha que aconteceu 40 anos atrás. Em paralelo a tudo isso, também somos apresentados a Lisbeth Salander (Rooney Mara), hacker que aos poucos vai sendo colocada no arco principal da história.Já no início do � lme perce-

bemos vários acertos na tela. A abertura do � lme é genial e até um pouco perturbadora, dando o tom perfeito para o longa. Mas o principal desta-que de todo o � lme é a atuação de Rooney Mara. A atriz está perfeita em todas as cenas, in-troduzindo uma personagem interessante e complexa, que vai ter um papel ainda maior na continuação do � lme.O roteiro também foi tratado

com cuidado. Na versão sue-ca era fácil se perder no meio de tantos nomes diferentes e � ashbacks. Já no americano, os nomes estranhos continuam lá, mas a assimilação a eles é bem mais fácil. Outro fator é que a investigação torna-se o foco do � lme, e é a partir dela que podemos conhecer ainda mais a fundo os dois protagonistas. A resolução do � lme é ainda melhor, criando um gancho e tanto para a continuação.Outro importante acerto do

� lme é a fotogra� a. A opção por manter a Suécia como cenário principal é essencial. A fotogra� a dominada pelo branco dá um ar frio e distante ao � lme. Fato que não acon-teceria tendo os EUA como ce-nário principal. O � lme prende o espectador do começo ao � m. Em nenhum momento cansa. Um grande acerto de Hollywood, que conseguiu fazer uma regravação visivelmente supe-rior à original.

Cinema no divãMatheus KlockerMillenium - Os homens que

não amavam as mulheres

Parece que polêmicas são sempre bem-vindas quando tratamos de jogos digitais. Passadas as incansáveis dis-cussões sobre a in� uência de games violentos, os teóricos da área se retiram do campo da psicologia para tratar de outro assunto: jogos digitais podem ser de� nidos como cultura? O tema teve seu pri-meiro round quando a mi-nistra Marta Suplicy negou essa relação, impossibilitando a compra de games no Vale--Cultura de R$ 50,00 para o trabalhador que recebe até cinco salários mínimos. Dis-cussões a respeito do preço de consoles e títulos estão à par-te: o irônico é encontrar notí-cias, programas de estímulo � nanceiro e concursos cul-turais veiculados no próprio site do Ministério da Cultura, quando a sua ministra não admite a relação entre os dois.Ainda no campo das ironias,

foi o editor da revista Rolling Stone Brasil, Pablo Miyaza-wa, quem trouxe uma visão um pouco mais livre desse assunto na edição de Abril da EGW. Para ele, é estranho ver a comunidade utilizando como defesa a argumentação de que “videogames ensinam muita coisa”, sendo que, es-sencialmente, os games só es-timulam o nosso interesse em determinada área.O antropólogo britânico

Edward Burnett Tylor de� ne cultura como “aquele todo complexo que inclui o conhe-cimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e ca-pacidades adquiridos pelo homem como membro da so-ciedade.” Como membro da sociedade o homem constrói

Maximilian RoxMaximilian RoxPress Start

com palavras e imagens sua expressão através dos livros, com imagens e sons através dos � lmes; e com palavras, imagens e sons – somados ainda a todos os conheci-mentos na área da informáti-ca – através dos videogames. O grande ponto de um game ser considerado como cultura não é o quanto ele pode nos ensinar, mas o quanto pode-mos nos expressar através dele. Isso tudo sem esquecer, claro, da função pela qual compramos um jogo digital: entretenimento.Curiosamente, o merca-

do recebeu poucas semanas depois – para o deleite ar-gumentativo dos frenéticos defensores da cultura gamer – dois dos títulos apontados como os melhores de 2013: Tomb Raider e Bioshock In-� nite. Ambos tratam de inú-meros elementos históricos, sociais, � losó� cos, políticos

e artísticos, valorizando ainda uma platafor-

ma interativa e que conquiste a diversão e a imersão do

jogador. Passou-se do tempo em que um jogo eletrônico era limitado por grá� cos bidimensionais e

representações de bolinhas como pixels quadriculados.

Hoje, eles esbanjam recur-sos visuais dignos do cine-

ma e mundos complexos dignos da literatura.

Os videogames evoluíram muito desde as aventuras do encanador Mario e seu alucinógeno mundo de

cogumelos e tartarugas. Hoje a cultura gamer conquista posições de destaque nas discus-

sões e nas preocupações da sociedade. De-� nido ou não como cultura por ministras e ministérios, os jogos eletrônicos ainda nos brindarão com momentos divertidos

e histórias emocionantes. No � m de todo o

*Maximilian Rox escreve sobre ga-mes, mas se aprofunda nas competições de jogos eletrônicos. É blogueiro no Por-tal Versus e colaborador para a Tambor, editora responsável pelas revistas de ga-mes de maior circulação no país.

debate, basta emprestar e adap-tar outra polêmica assi-

nada: “relaxa e joga”.

P5SEGUNDA06 MAIO, 2013 COLUNISTAS

Divulgação

Divulgação

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Observatório ENUP06 de maio de 2013 - das 19h as 20h30

Auditório 01 - Bloco Amarelo (térreo)

Este bate papo abre uma série de encontros mensais de profundos conhecedores do Brasil e da administração com a comunidade da Escola de Negócios da Universidade Positivo. Esperamos que sejam momentos agradáveis de compartilhamento de opiniões, aprendizado e construção de relacionamentos.

O Prof. Belmiro Valverde Jobim Castor, é um estudioso do Brasil e da ciência da Administração, apaixonado pelo Paraná onde criou sua família e onde prestou relevantes serviços no Governo e na iniciativa privada. Hoje dedica seu tempo à presidência do Centro de Educação João Paulo II, uma escola modelo de qualidade, dedicada a crianças carentes, que criou com o apoio de amigos. Também se dedica a compartilhar seusconhecimentos com mestrandos e doutorandos em administração da PUCPR.

O Prof. Belmiro é Professor do Mestrado e Doutorado em Administração da PUC Pr, atuou como Diretor Superintendente e Diretor Internacional do Banco Bamerindus do Brasil e exerceu o cargo de Secretario de Educação e Secretário de Planejamento do Governo do Estado do Paraná.

O Prof Belmiro possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Public Administration - University of Southern California e doutorado em Administração Pública - University of Southern California.

O professor atua principalmente nos temas da internacionalização de organizações, políticas de desenvolvimento e estratégias empresariais, políticas públicas e terceiro setor.

O Prof. Belmiro foi agraciado com inúmeros prêmios e troféus, dentre os quais destacam-se “Conhecimento Econômico”, na categoria Livros de Administração Estratégica pelo Jonal do Comércio de Porto Alegre e Feira do livro de Porto Alegre em 2006, a Medalha de Ouro conferida pela Associação de Ex-Alunos da Universidade Federal do Paraná em 2005, e o prêmio Henry Reining Award - melhor dissertação doutoral de Administração Pública da University of Southern California em 1982.

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AGENDAP6

SEGUNDA06 MAIO, 2013

ANTIGANOTÍCINo dia 6 de maio de 1889, a Torre Ei� el é o� cialmente aberta

ao público durante a Exposição Universal em Paris. O monu-mento é uma torre treliça de ferro do século XIX localizada no Champ de Mars, considerada a segunda estrutura mais alta da França, com 324 metros de altura. Seu nome é uma home-nagem ao seu projetista, o engenheiro Gustave Ei� el, sendo construída para honrar o centenário da Revolução Francesa. A torre recebe cerca de 7 milhões de visitantes por ano. Parte do chão do primeiro andar da torre vai passar a ser de vidro transparente, para permitir aos visitantes verem Paris debaixo dos seus pés, a 57 metros de altura. A partir de 2014 passará também a produzir parte da energia de que precisa para fun-cionar, bem como a permitir um melhor acesso de pessoas com mobilidade reduzida ao espaço do primeiro andar, que, sendo embora o maior do monumento, é o menos visitado.A torre � cará equipada com pequenas turbinas eólicas, painéis solares e um mecanismo para aproveitar a água da chuva e as águas utilizadas pelos serviços da torre, também para pro-dução de energia, o que aumentará a e� ciência energética do monumento em 30 por cento.

“Pantaneira – Fotos de Julio Covello” De 2 a 31/05 Em cartaz na Biblioteca

Pública do Paraná.A mostra reúne imagens

da região do Pantanal ma-to-grossense registradas em 1984 pelo fotógrafo na companhia do jornalista Ewaldo Schleder.Segunda a sexta: 08h30 às

20hSábado: 08h30 às 13hEntrada Gratuita

Exposição “A Magia de Escher” De 06/05 a 21/07 Museu Oscar Niemeyer

das 10h às 18hEntrada R$ 10,00

Comédia06/05 Os humoristas Marco

Zenni e Afonso Padilha re-cebem o comediante Mar-cos Castro no Santa Marta Bar, a partir das 21h. In-gressos a R$ 20.

Jogos Escolares de Curi-tiba06/05 Categoria Infantil - Han-

debol Local: Colégio Masista

Santa Maria, das 14h às 18h Categoria Infantil - FutsalLocal: Colégio OPET –

Bom Retiro, das 14h às 18h

Meu Pé de Laranja Lima (Ci-nemark Mueller; Cinemark São José)

Depois de Maio (Espaço Itaú)

Qual É o Nome do Bebê? (Ci-neplex Batel)

Tainá 3 – A Origem (Espaço Itaú)

Vai que dá Certo (UCI Es-tação; Cinesystem Shopping Total)

Anna Karenina (Cineplex Batel)

O Quarteto (Cineplex Batel)

Ivasão à Casa Branca (Cine-plex Batel)

Vai que dá Certo (Cineplex Batel; Cinesystem Shopping Total; UCI Estação

O Lado Bom da Vida ( Cine-plex Batel;)

Paulo Moura – Alma Brasi-leira ( Espaço Itaú)

Jack – O Caçador de Gigan-tes (Cine Plus Xaxim; Cine Plus Jardim das Américas)

Um Bom Partido (Cinemark Barigui)

Margaret Mee e a Flor da Lua (Espaço Itaú)

Oblivion (Cinemark Mueller; Cine Plus Jardim das Améri-cas; Cine Água Verde ;Cine Plus Xaxim; Cinemark Bari-gui)

Somos Tão Jovens (Cinemark São José; Cinemark Baigui; UCI Estação; UCI Palladium; Cinemark Mueller; Cine Plus Jardim das Américas; Cinesys-tem Shopping Cidade; Ci-nesystem Shopping Curitiba; Cine Plus Xaxim; Espaço Itaú; Cinesystem Shopping Total)

Homem de Ferro 3 (Cine-mark Mueller; Cinemark São José; Cinemark Barigui; UCI Palladium; UCI Estação; Es-paço Itaú; Cinesystem Shop-ping Curitiba, Cinesystem Shopping Cidade; Cinesystem Shopping Total; IMAX � ea-tre; Cine Água Verde; Cine Plus Jardim das Américas, Cine Plus Xaxim)

Os Croods (Cinemark São José; UCI Estação; Cinemark Barigui; Cine Plus Jardim das Américas; Cine Água Verde; UCI Palladium; Cine Plus Xa-xim; Cinemark Mueller)

A Morte do Demônio (Cine-mark Barigui; UCI Estação; Cinesystem Shopping Cidade)

Em Transe ( Cinemark Muel-ler; Espaço Itaú; Cinesystem Shopping Shopping Curitiba; UCI Estação; UCI Palladium)

CINEMA EVENTOS