6
lona.redeteia.com Opinião Colunistas Página 5 Fruet confirma irregularidades na licitação dos ônibus Em reunião na prefeitura que anunciou um pacto de sete ações para a mobilidade urbana, Fruet disse estar ciente das irregularides e encaminhará o relatório para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas. O relatório diz ter favorecimento para benefício de empresas de ônibus. “Governo atual de Beto Richa fechou metas para os quatro anos de gestão em contrato. Várias dessas metas ainda não foram sequer abordadas”, Gustavo Vaz Desde o primeiro momento em que comecei a me in- teressar e a estudar música, em especial percussão, procurei tomar como influên- cias alguns cantores [...]” Halanna Aguiar. Política Samba Viagem barata Os chamados hostels se tornaram opção para jovens de todo o mundo que tinham vontade de viajar, mas não tinham muito dinheiro. Com acomodações coletivas, ambientes jovens e trocas de experiências, os hostels de tornaram um grande negócio em todo o mundo. Página 4 Divulgação Motter Home Curitiba Hostel “Cerca de 20 estu- dantes da disciplina de administração em jornalismo da PUC-RS passaram por uma experiência traumática dentro da sala de aula.” “Seria interessante que com tanta coisa acontecendo [...] nós estudantes pudés- semos trabalhar e tivéssemos respeito como todos os de- mais profissionais.” O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluna Evelyn Bueno. Editorial Estudantes Por onde anda? Notícia Antiga No dia 4 de setembro de 1969, o MR-8 seques- trou o embaixador americano Charles Burke Elbrick. O evento foi relatado por Fernando Gabeira. Edição 821 Curitiba, 04 de setembro de 2013 Everson Bressan/SMCS

Lona 821 - 04/09/2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

Citation preview

lona.redeteia.com

Opinião

Colunistas

Página 5

Fruet confirma irregularidades na licitação dos ônibusEm reunião na prefeitura que anunciou um pacto de sete ações para a mobilidade urbana, Fruet disse estar ciente das irregularides e encaminhará o relatório para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas. O relatório diz ter favorecimento para benefício de empresas de ônibus.

“Governo atual de Beto Richa fechou metas para os quatro anos de gestão em contrato. Várias dessas metas ainda não foram sequer abordadas”, Gustavo Vaz

“Desde o primeiro momento em que comecei a me in-teressar e a estudar música, em especial percussão, procurei tomar como influên-cias alguns cantores [...]” Halanna Aguiar.

Política Samba

Viagem barata

Os chamados hostels se tornaram opção para jovens de todo o mundo que tinham vontade de viajar, mas não tinham muito dinheiro. Com acomodações coletivas, ambientes jovens e trocas de experiências, os hostels de tornaram um grande negócio em todo o mundo.

Página 4

Div

ulga

ção

Mot

ter H

ome C

uriti

ba H

oste

l

“Cerca de 20 estu-dantes da disciplina de administração em jornalismo da PUC-RS passaram por uma experiência traumática dentro da sala de aula.”

“Seria interessante que com tanta coisa acontecendo [...] nós estudantes pudés-semos trabalhar e tivéssemos respeito como todos os de-mais profissionais.”

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluna Evelyn Bueno.

Editorial Estudantes Por onde anda?

Notícia AntigaNo dia 4 de setembro de 1969, o MR-8 seques-

trou o embaixador americano Charles Burke Elbrick. O evento foi relatado por Fernando

Gabeira.

Edição 821 Curitiba, 04 de setembro de 2013

Everson Bressan/SMCS

2

Expediente

Nesta segunda-fei-ra, cerca de 20 estu-dantes da disciplina de administração em jornalismo da PUC-RS passaram por uma experiên-cia traumática den-tro da sala de aula. Um sujeito armado se passou por um estudante, inva-diu umaa sala e fez com que os alunos presentes deposi-tassem dinheiro e pertences de valor dentro de uma mo-chila.

Mas o que torna essa experiência tão assutadora é ob-servar a violência chegando as pes-soas em lugares que antes pareciam intocáveis. Se nem em uma sala de aula de uma uni-versidade cara e prestigiada é pos-sível escapar da brutalidade da vida urbana, como al-guém pode se sen-tir seguro nas ruas? Ou, até mesmo, dentro de casa?

Há quem possa diz-er que o incidente só foi possível por cau-sa da falta de segu-rança e fiscalização da própria univer-sidade. Ainda que essa não seja uma afirmação falsa, o problema vai muito além disso. Inci-dentes como esse só são possíveis, pois as cidades brasilei-ras são ambientes muito confortáveis para que esse tipo de crime seja prati-cado.

Além do fator da pobreza, que, como dizem, leva as as pessoas a apelar para medidas ex-tremas, a falta de punição e de patrul-hamento de forma geral oferece poucas razões para que os meliantes pensem duas vezes antes de cometer o crime. Infelizmente, a con-sciência não pesa nesses casos.

Violência em qualquer lugar

Evelyn BuenoDepois de con-cluir a graduação no final de 2012, já comecei a procu-rar um emprego. Estava muito an-siosa em poder me candidatar a vagas que não tivessem “estágio” no título. Enquanto isso eu me dei ao luxo de ir dormir as quatro e acordar meio dia. Lia um livro a cada três dias, assistia

treze séries ao mes-mo tempo e me aventurava fazen-do várias receitas na cozinha. Pro-curava emprego na internet logo que acordava e o resto do dia só alegria. Pijama era uni-forme, eu nem saía de casa. Eis que em maio um amigo (William Bressan, um beijo) me indi-cou para uma vaga

na empresa F-bits, especializada em e-commerce. Vou completar quatro meses de casa, es-tou muito feliz! Trabalho como so-cial media e sou responsável por duas contas (e-lens e Allbags) ou seja, fico conectada o dia inteiro! Amo o que faço, me divir-to muito e aprendi centenas de coisas

novas. Se quiser-em me encontrar, Facebook minha gente! É lá que sempre estou. Sin-to muitas saudades da UP, aproveitem cada segundo.

Status: “Estudante” Bruna BozzaPerdi as contas de quantos e-mails, telefonemas e men-sagens foram sim-plesmente ignora-dos nesses dois anos em que estou cur-sando jornalismo.Parece que os pro-fissionais das mais diversas áreas, mas aqui me refiro cla-ro, mais especifi-camente a minha área, tiveram um lapso gravíssimo de memória e apaga-ram de suas vidas a fase acadêmica.Onde estudaram como era ser aluno, fazer matérias, tra-balhos e entrevistas.

Quantas dificul-dades enfrentaram naqueles quatro anos de curso.Parece-me que ao pegar o tão sonha-do “canudo”, muitos esquecem o que vi-veram. O que chega a ser até engraçado, afinal, há alguns ou muitos anos atrás os mesmos passa-vam pelas mesmas dificuldades que nós estudantes pas-samos para conse-guir uma informa-ção.Faça um telefone-ma, mande um e-mail e nele diga: “eu sou estudante de

jornalismo”, pron-to, era a deixa que a grande maioria queria para sim-plesmente ignorar o que você está di-zendo.Ás vezes chego a pensar em uma “vingança”, ago-ra que me formei tratarei os estu-dantes como me tratavam, assim eles vão ver... há há há, sabe?Seria interessante pensar sobre o as-sunto e relembrar o que muitos jogaram em algum lugar da memória e tran-caram a sete chaves,

acompanhado de um diploma que deve estar na gaveta ou pendurado na parede. Se nós estamos no lugar em que um dia você esteve, é porque queremos seguir a sua pro-fissão e você “for-mado” deveria estar feliz por isso.Não existe coisa mais frustrante para um estudante (sim nós somos isso, estudantes, como você foi e como muitos que ainda serão) que lidar com o descaso ou a falta de interesse de

quem está do outro lado.Entendam, às vezes um não cordial em um e-mail evita a perda de um tempo (que no nosso caso muitas vezes é cur-to, assim como o de vocês) que pode-ria ser destinado a outra pauta, já que aquela não pode ser feita.Chega a ser absurdo pensar que porque somos estudantes a nossa matéria não tem tanta im-portância quanto às demais.Pois saibam vocês profissionais... Que

sai muita coisa boa do meio acadêmi-co. Textos, opin-iões matérias e es-sas são muitas vezes melhores do que as produzidas nos grandes meios de comunicação.Seria interessante que com tanta coisa acontecendo e em um meio que teori-camente deveria ser livre de pré-concei-tos, nós estudantes pudéssemos trabal-har e tivéssemos re-speito como todos os demais profis-sionais.

Por Onde Anda?

Reitor: José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

Professora-orientadora: Ana Paula MiraEditores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina GeronazzoEditorial: Da Redação

3

Fruet anuncia pacote com sete ações para melhoria do trânsitoO prefeito fez o anúncio e na mesma tarde, Fruet se pronunciou e confirmou os indícios de irregularidade no licenciamento dos ônibus

Com uma parceria da Prefeitura Municipal de Curitiba, Secretar-ia de Trânsito (Setran) e Câmara Municipal de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) anunciou um pacote de ações com sete propostas que tem como objetivo facilitar a mobilidade urbana de Curitiba. Uma das propostas é a venda de Estar em casas lotéricas da Caixa econômica Fed-eral, medida que deve começar a vigorar até o final do ano. Fruet explicou que não há uma data definida para começar a fun-cionar efetivamente as medidas do pacto e define como uma “ação permanente”. A implantação de bicicletários também é uma proposta para desafogar o trânsito e melhorar o trânsi-to. O vereador Bruno Pessutti (PSC), presi-dente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, anunciou que está se discutindo um projeto que pre-tende colocar bicicle-tários em pontos e em

Lucas de Lavor

terminais de ônibus. “Temos certeza de que mais pessoas usando bibletas teremos um trânsito mais rápido”. Outra ação apresenta-da durante a reunião e explicada pela Se-cretária Municipal de Trânsito Luiza Sim-onelli é a descentral-ização dos serviços oferecidos pela Setran, facilitando cadastra-mentos e protocolos que poderão ser fei-tos em uma das nove regionais espalhadas pela cidade, evitando grande deslocamento do cidadão.

Irregularidade con-firmada pelo prefeito

O prefeito Gustavo Fruet confirmou na tarde de ontem (3), irregularidades apon-tadas pela Comissão de Auditoria da Ur-banização de Curitiba no processo licicenci-atório do transporte público de 2010. Os relatórios foram en-caminhados até o Ministério Público do Paraná e ao Tribunal de Conta e acusam que empresas podem

ter sido beneficiadas com o processo de licitação. Fruet disse que é preciso dar tempo para respostas e prefere não se pro-nunciar muito sobre o caso, deixando aberto a questão de cancel-amento das concessões atuais dos ônibus.O primeiro indício de

irregularidade na lici-tação foi constatada pela Comissão Parla-mentar de Inquérito da Urbs, que investiga possíveis irregulari-dades dentro da em-presa.As primeiras reclama-ções desse ano foram feitas pelo vereador Pastor Valdemir

(PRB) quando disse durante uma sessão plenária que não obtia respostas da empresa quanto a planilhas orçamentárias e cus-tos em geral. A em-presa, em resposta na própria CPI, nega que tenha omitido qual-quer tipo de informa-ção e que tudo é um

processo burocrático e demora, além de não ter recebido nenhum pedido formal.

Everson Bressan/SMCS

Em 2009, uma versão da música Stand by me, de Ben E. King, can-tada por músicos de todo mundo e com-pilada em só vídeo fez sucesso no You-tube. Esse foi o pri-meiro hit do projeto Playing for change, que hoje já tem 11 vídeos circulando na internet. Base-ando-se nesse for-mato, uma equipe de lapeanos teve a ideia de produzir um vídeo em estilo semelhante most-rando as riquezas culturais da Lapa.Segundo Alex Cal-

derari, um dos idealizadores do projeto e dos re-sponsáveis pela ed-ição do vídeo, a ide-ia veio do francês erradicado na Lapa Auguste Lepoutre. “ C o n v e r s a n d o comigo me pergun-tou se eu conhecia o vídeo Playing for Change”, conta Cal-derari. Quando ou-viu a resposta posi-tiva, Lepoutre logo perguntou quando alguém faria o Play-ing for Lapa. Lan-çada a ideia, os ir-mãos Alex e Caio Calderari (da banda Radioplay) agar-

raram o projeto e planejaram sua ex-ecução.A escolha da músi-ca, das locações e dos convidados não foi difícil para os ir-mãos. “Nós conhec-emos uma porção de músicos, pois no criamos por lá”, conta Calderari. Já a escolha da música Corajosa Natureza foi por causa do CD homônimo da ban-da lapeana Gatos no Telhado, que no ano 2000 venceu a etapa regional do festi-val Sprite Sounds, patrocinado pela Coca-Cola, ficando

entre as oito mel-hores bandas do país.As gravações do vídeo foram real-izadas nos fins de semana no mês de junho, aproveitan-do a época do Cor-pus Christi, que é t radicionalmente comemorado na cidade com a con-fecção de tapetes. Segundo Alex Cal-derari, a equipe es-colheu as locações que mais destaca-vam as belezas da cidade e distribuiu os 29 músicos por ela, incluindo Clau-dio Fokin (com-

positor da letra de Corajosa Natureza). E, de acordo com Alex, os músicos não combinaram o arranjo. “Tínhamos apenas uma gui-tarra base e uma voz guia, ou seja, os músicos foram cri-ando tudo na hora”.O lançamento do vídeo foi no último sábado na Panifica-dora Zeni e contou com a presença de vários lapeanos, in-clusive a prefeita Leila Klenk. Para Calderari o evento foi um sucesso e emocionou os pre-sentes. Depois do

lançamento oficial, o Playing for Lapa foi disponibilizado no youtube e con-seguiu mais de 2500 visualizações em 24 horas.

Vídeo mostra riquezas culturais da LapaInspirados no estilo do Playin for change, uma equipe de lapeanos reúnem músicos da cidade tocando a mesma músicaJúlio Rocha

Presidente da URBS, Roberto Gregório e o prefeito Gustavo Fruet

4

Holstels são opção para quem quer se hospe-dar pagando poucoJovens de todo o mundo adotaram esse tipo de acomodação coletiva como forma de conhecer novas pessoas e novos lugares sem se preocupar com o bolso

Viajar todo mundo quer, dinheiro pra isso nem todo mun-do tem. Foi com base nessa lógi-ca que nasceu na Europa um tipo diferente de alo-jamento para vi-ajantes, os hos-tels. É muito comum no velho continente os jo-vens, logo após saírem da es-cola, e antes de ingressar na fac-uldade, t irarem um gap year, que nada mais é do que um ano via-jando com ami-gos, com pouco dinheiro e ape-nas uma moch-ila nas costas. Os hostels são quartos simples, c omp ar t i l h a d o s pelos hóspedes por preços con-vidativos que atraíram esse tipo de público.Hoje, os hostels se espalharam por todo o mun-do com a mesma intenção: abri-gar mochileiros de passagem nas cidades. A práti-ca se tornou co-mum no exterior e ganhou adep-tos brasileiros que resolveram trazer a moda para cá. Aline Motter passou dois anos na Eu-ropa cursando seu mestrado e foi por lá que conheceu esse tipo de acomo-dação. “Apre-ndi que, lá, se hospedar nesse tipo de lugar é muito comum, então por que seria diferente aqui?”, disse.Logo que voltou, Aline resolveu

Maiara Yabusaki

abrir seu próprio negócio, o Mot-ter Home Curi-tiba Hostel, no bairro Mercês, que é um dos mais bem clas-sif icados hos-tels de Curitiba, segundo o site Hostel World, que oferece para viajantes de todo o mundo preços de acomodações em todos os con-tinentes.Outra vantagem desse tipo de hospedagem é a possibilidade de conhecer novas pessoas e fazer novas amizades. Com ambien-tes descontraí-dos e pessoas da mesma faixa etária dividindo espaços e todos viajando, mui-tas vezes sem

destino, a tro-ca de experiên-cias acaba vi-rando amizades verdadeiras. A estudante de Relações Inter-nacionais Ana Cláudia Olivei-ra é a prova

viva disso. Ela já viajou para o exterior e se hospedou em vários hostels por onde pas-sou, e mantém amizades com

algumas pessoas que conheceu até hoje. “Você acaba conhecen-do pessoas de todo o mundo e que estão na mesma situação que você, numa cidade descon-

hecida com mui-ta vontade de conhecer tudo”, af irma.Segundo Aline, o público que visita Curitiba é bem diversi-

f icado, a cidade atrai pessoas do Brasil inteiro e até viajantes americanos e europeus pas-sam por aqui. Ela prima pelo bom atendi-mento aos hós-

pedes e ao ambi-ente jovem, leve e descontraído, além de bus-car sempre jun-tar nos quartos pessoas que se conhecem ou do

mesmo gênero. “Quem está via-jando não quer saber de prob-lemas, então nós buscamos aco-modar todos da melhor maneira possível, a f im de agradar ao

máximo.”.Os hostels são uma ótima opção pra quem quer viajar, conhecer pessoas e ter um teto para dormir por um preço

acessível, sem esquecer que os banheiros tam-bém são coleti-vos, vale a pena e x p e r i m e n t a r . Os preços vari-am de R$38,00 a R$75,00.

Geral

5Colunistas

Centro Cívico

Passando longe das metas

Gustavo Vaz

A edição da Gazeta do Povo do último domingo trouxe um dado que não deve ser novidade para a maioria das pessoas, sem necessariamente acompanharem bem a política paranaense. O governo de Beto Richa cumpriu ape-nas 54% das metas que estipulou em contrato, no começo da gestão. Conside-rando que já se pas-saram pouco mais de dois anos e meio de administração de Richa, ou seja, algo em torno de 65% dos quatro anos pro-tocolares. Esta não aparenta ser uma boa proporção. Tais números só comprovam a im-

pressão que se tem de que Richa admin-istra o estado, com muito menos sucesso do que os seis anos em Curitiba. Além de dar munição extra aos seus já famintos rivais, como a ascen-dente Gleisi e o falas-trão Requião. Um possível não cumprimento das metas previstas trará a pecha de “queb-rador de contratos” para o tucano, o que aí representaria a far-ra de seus possíveis rivais na eleição do ano que vem. Como tem sido moda nos últimos tempos, Ri-cha assinou um pla-no de metas com seus secretários, registra-do em cartório – para

deixar tudo o mais chique e sério pos-sível. Dentre as metas não cumpridas estão: a implantação de pro-gramas na saúde, ca-pacitação de policiais civis e a disponibi-lização de cursos de pós-graduação para servidores públicos. Nessas metas cita-das, o governo Richa sequer obteve um mísero resultado, ou seja, não fez nada do que se prometeu. A Gazeta apresenta es-tes campos, mas não é difícil imaginar que existam outras metas esquecidas e fracas-sadas. Nem mesmo no campo do trans-porte e vias públicas, Richa consegue re-

sultados satisfatórios. Bem diferente das obras que brotavam em cada canto de Cu-ritiba, quando o tu-cano era prefeito da capital – a maioria delas destinada ape-nas ao tráfego de car-ros, diga-se de passa-gem. Como já citado, a administração atual simplesmente não conseguiu capaci-tar policiais civis em chamados “cursos especiais”. Nada que surpreenda, vindo de um governador que chegou a dizer que “uma pessoa com curso superior é insubordinada” (quando falava so-bre a capacitação de policiais). Aliás, a

coleção de pataqua-das e perdas de opor-tunidade de melhor o sistema policial e penal paranaense são enormes na gestão atual. Vários es-cândalos foram reg-istrados nos últimos dois anos e meio. O mais recente – e talvez, o pior – deles foi o caso Tayná e a péssima condução da investigação, com direito a métodos medievais. Algo que poderia ser evitado caso houvesse uma preocupação em real-mente capacitar que trabalha na pressão da vida policial. Por outro lado, tam-bém houve avanços. A Procuradoria Geral do Estado ampliou o

seu leque de núcleos jurídicos no estado. Os recursos hídricos foram mais distribuí-dos (que o previsto, inclusive). Contudo, não são acertos sufi-cientes para ocultar as omissões no plano de governo original. A população já per-cebeu isso, como já falado. O nome de Beto Richa já não é intocável como entre 2004-2010. É bom o governador e sua cúpula avaliarem este fato, pois desta ma-neira, apenas o ca-risma e a sabedoria política que Beto Ri-cha detém não serão suficiente quando as urnas vierem no ano que vem.

Samba, choro e afins

Para sempre Candeia

Halanna Aguiar

Desde o primeiro mo-mento em que comecei a me interessar e a estu-dar música, em especial percussão, procurei to-mar como influências alguns cantores, per-cussionistas, composi-tores, musicistas em geral, que pudessem contribuir para o meu aprofundamento no as-sunto. Sempre escutei samba de raiz devido às influências que meu pai tomava para si e ensinava para mim e, dentre tantos artistas do qual ele escutava, lembro-me vagamente de um nome que me chamava a atenção, o grande Candeia. Mas é vagamente mesmo, não consigo me lembrar de muitas músicas que meu pai costuma es-cutar, mas hoje quan-do estou junto dele cantando e tocando,

inevitavelmente man-damos uma do mestre Candeia, então meu pai sempre diz: “Essa eu cantava para você, lembra?”. Ah, como eu gostaria de lembrar detalhadamente desses momentos. Meu maior prazer hoje dentro de uma roda de samba, além de tocar o meu pandeiro, é pod-er relembrar alguma música do Candeia. Não consigo enxer-gar dentro da história do samba alguém tão grandioso quanto ele, não existe e jamais ex-istirá, Candeia é único. Em 1953 compôs seu primeiro samba-enre-do “Seis Datas Mag-nas”, junto com Altair Prego, que levou a esc-ola de samba Portela ao título do carnaval, ob-tendo nota máxima em todos os quesitos do

desfile, e foi a partir daí que Candeia começou a trilhar o seu caminho dentro da história do samba.Ele sempre foi um dos maiores defensores da cultura afro-brasilei-ra, que eram muito presentes em suas composições, até que fundou o Grêmio Rec-reativo de Arte Negra e a Escola de Samba Quilombo, que lutava pelos diretos e pela valorização da cultura negra no país. O mes-tre também carregava em suas composições uma confabulação com o pressentimento da morte e com a defi-ciência. Candeia levou um tiro na espinha que paralisou suas pernas para sempre, após uma troca de tiros num aci-dente de trânsito. Sen-do assim, quando se viu

preso em uma cadeira de rodas, ele se dedicou à música inteiramente, mesmo com grande lamento pelo fato ocor-rido, o mestre seguiu

em frente. Grande par-tideiro e improvisador,

Candeia gravou Tes-tamento de Partideiro que foi considerado um dos seus melhores sambas e gravou o dis-co Axé, considerado o

melhor disco de todos os tempos.

Atualmente nas rodas de samba que costumo frequentar, não podem-os deixar de lembrar do mito do partido alto e do samba brasileiro, não existe roda de samba sem música do Candeia. Levo como teoria para toda morte desses grandes artistas: “O corpo a morte leva. A voz some na brisa. A dor sobe para as trevas. O nome a obra imor-taliza.” E como já dizia Luiz Carlos da Vila em homenagem ao mestre: “A chama jamais se apagouNem se apagaráÉs luz de eterno fulgor CandeiaO tempo que o samba viverO sonho não vai acabarE ninguém irá esquecerCandeia”

6

NOTÍCIANTIGAO Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8) foi uma o r g a n i z a ç ã o brasileira que p r o m o v e u o combate armado contra a ditadura militar, tendo como objetivo a instação de um Estado socialista no

Brasil. Em setembro de 1969 com a ajuda da Aliança L i b e r t a d o r a N a c i o n a l , elaboraram o sequestro do e m b a i x a d o r a m e r i c a n o Charles Burke Elbrik.O sequestro, que teve a par t ic ipação

de Fernando G a b e i r a , resultou na vitória do m o v i m e n t o revolucionário que conseguiu negociar a liberdade de Charles Burke em troca de 15 pr i s i on e i ro s políticos.

O que fazer em Curitiba?

Exposição “Consiente do Inconsciente” no MA-SAC

De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Ordem - Setor Histórico), tem a exposição São Fran-cisco de Assis – O Homem Atemporal, com escul-turas da artista plástica Nilva Rossi.

Museu de Arte Contemporânea

Até dia 23 de setembro no Museu de Arte Contem-porânea (Rua Desembargador Westphalen, 16) ficam as exposições “Cor, Cordis”, com obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná; e ax-posição “Lugar inComum”, das artistas Erica Kamin-ishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Informações: (41) 3323-5328 e 3323-5337.

Teatro Novelas Curitibanas

De 23 de agosto a 29 de setembro, no Teatro Nove-las Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti,1222 – São Francisco), tem apresentação do Espetáculo teatral Cronópios da Cosmopista – Um antimusical psico-délico, do Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio. Informações: (41) 3222-0355.