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1 GEOGRAFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FRENTE A 1. FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. 1.1 Formação do Brasil Estruturado a partir do modelo colonial de exploração, somente no final do século XIX o espaço brasileiro deixou de apresentar uma economia fragmentada, dividida em ilhas de exportação, para se constituir como um espaço integrado com as diversas regiões. 1.2 Características físicas O Brasil ocupa a posição Centro-Oriental da América do Sul , limitando-se com quase todos países sul- americanos, exceto Equador , Chile

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FRENTE A

1. FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL

A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessadosnos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil.

1.1 Formação do Brasil

Estruturado a partir do modelo colonial de exploração, somente no final do século XIX o espaço brasileiro deixoude apresentar uma economia fragmentada, dividida em ilhas de exportação, para se constituir como um espaçointegrado com as diversas regiões.

1.2 Características físicas

O Brasil ocupa a posição Centro-Oriental da América do Sul , limitando-se com quase todos países sul-americanos, exceto Equador , Chile

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FRENTE A

Os limites do Brasil são:

• ao Norte (N) – Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e oceano Atlântico;

• a Noroeste (NO) – Colômbia;

• a Nordeste (NE), a Leste (E) e a Sudeste (SE) – oceano Atlântico;

• a Oeste (O) – Peru e Bolívia; • a Sudoeste (SO) – Paraguai e Argentina;

• ao Sul (S) – Uruguai.

Os pontos extremos são:

Ao norte, a nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, Estado de Roraima (5º 16' de latitude norte), na fronteira com aGuiana;

Ao sul, o Arroio Chuí no Rio Grande do Sul (33º 45' de latitude sul), fronteira com o Uruguai;

O extremo leste da parte continental do Brasil é a Ponta do Seixas, em João Pessoa, na Paraíba (34º 47' delongitude oeste;

A oeste, a serra da Contamana ou do Divisor, no Acre (73º 59' de longitude oeste), na fronteira com o Peru.

É cortado, ao Norte, pela linha do Equador ,corta os estados do Amapá ,Pará , Amazonas e Roraima. apresenta 7% de suas terras no Hemisfério Norte, ou Setentrional, 93%, no Hemisfério Sul, ou Meridional. Ao sul,é cortado pelo Trópico de Capricórnio (esta linha imaginária passa em São Paulo, Paraná e Mato Grosso doSul), Apresentando 92% do seu território na zona Intertropical, isto é, entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.Os 8% restantes estão na zona Temperada do Sul, entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico.

O Brasil é considerado um país muito grande , é um dos maiores do mundo, ocupando o quinto lugar:

1º-Rússia-17.075.400 Km²

2º-Canadá - 9.970.610 Km²

3º-China- 9.517.300 Km²

4ºEUA - 9.372.614 Km²

5ºBrasil- 8.514.876 km²

A localização geográfica do território brasileiro apresenta-se a 5°16’19" de latitude norte a 33°45’09" latitude sul;e 34°45’54" de longitude oeste a 73°59’32" de longitude oeste. O Brasil encontra-se totalmente no hemisfério oestede Greenwich. Desse modo, podemos concluir que:

Apenas o Sul do país faz parte da zona temperada, apresentado um clima de temperaturas mais amenas; aquase totalidade do território brasileiro (93%) está ao sul da linha do Equador, ou seja, no hemisfério sul;Possuitrês fusos horários diferentes.

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FRENTE A

A maior parte das terras brasileiras está localizada entre os trópicos, o que faz do nosso país uma regiãotipicamente tropical, onde predominam climas quentes;

Cortado pela linha do Equador e Trópico de Capricórnio e banhado pelo oceano Atlântico.

2. A CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Os grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI foram pouco a pouco transformando a imagem que oseuropeus tinham do mundo.

A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessadosnos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. A madeira foi a riqueza maisfacilmente encontrada em nosso território. Por muito tempo, a ocupação do território manteve-se apenas no litoral.Foi somente no século XVII que o interior do país começou a ser explorado mais intensamente possibilitando aformação de cidade e vilas no interior do país.

O território brasileiro tal qual o reconhecemos hoje, foi se configurando lentamente, a partir das várias atividadeseconômicas coloniais.

2.1 Os Tratados assinados entre Portugal e Espanha

A importância dos tratados assinados entre Espanha e Portugal, acabaram por definir, com pequenos acréscimosposteriores, a área que consideramos hoje como território brasileiro: Tratado de Tordesilhas e Tratado de Madri.

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3. TRATADO DE TORDESILHASE DE MADRI

3.1 Tratado de Tordesilhas

Espanha e Portugal foram os pioneiros na expansãomarítimo-comercial iniciada no século XV, resultando naconquista de novas terras para os dois países. Essas“descobertas” geraram tensões e conflitos entre ambos,e na tentativa de evitar uma guerra foi assinado o Tratadode Tordesilhas, que passou a definir nosso primeirolimite territorial.Esse tratado, assinado em 7 de julho de1494, em Tordesilhas, na Espanha, estabeleceu umalinha imaginária que passava a 370 léguas a oeste doarquipélago de Cabo Verde (África). Esse meridianodividiu o mundo entre Portugal e Espanha: as terras aleste seriam portuguesas e as terras a oeste seriamespanholas.

O Tratado de Madri, assinado em 1750, praticamentegarantiu a atual extensão territorial do Brasil. O novoacordo anulou o Tratado de Tordesilhas e determinouque as terras pertenceriam a quem de fato asocupassem, princípios de uti possidetis, isto é, umasolução diplomática que conferia a um Estado o direitode apropriar-se de um novo território com base naocupação, na posse efetiva da área, e não em títulosanteriores de propriedade. É evidente que esse princípiofoi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre oBrasil e países da América do Sul, sem nunca levar emconsideração a posse das diversas tribos indígenas.Isso porque o indígena nunca foi considerado peloscolonizadores um ser humano de pleno direito, masapenas um empecilho a ser removido ou a serdomesticado e disciplinado para o trabalho.

4. A IMPORTÂNCIA DASATIVIDADES ECONÔMICAS

As atividades econômicas foram fator essencial paraa expansão territorial brasileira. Nossa economiacolonial girava em torno da produção de gênerosprimários voltados, em sua maior parte, para aexportação e para as necessidades da metrópoleportuguesa.

Depois do pau-brasil, a cana-de-açúcar fez do litoraldo Nordeste a mais importante região econômica dacolônia até o início do século XVII, transformando aatividade açucareira em empresa e o Brasil em colôniado açúcar. Paralelamente à economia canavieira, aexpansão da pecuária, da mineração, as bandeiras, asmissões jesuítas e a coleta das “drogas do Sertão”(produtos como cacau, pimenta, sementes oleaginosas,castanha, entre outros, explorados na Amazônia duranteo período colonial), provocaram a interiorização e oalargamento do território português em áreas quepertenciam à Espanha.

A pecuária foi a responsável pelo povoamento doSertão nordestino, onde complementou a lavoura decana-de-açúcar que dominava o litoral fornecendo acarne para alimentação e animais de tração para otrabalho nos engenhos. Mais tarde, as tropas de muarese o gado foram fundamentais para o povoamento do suldas regiões dos atuais estados de São Paulo, Paraná eRio Grande do Sul, ao mesmo tempo que forneciamanimais para as áreas de mineração. Em função daatividade mineradora, várias vilas e cidades foramfundadas, e o território da Coroa portuguesa ficou maior.As missões que catequizavam indígenas estiverampresentes no sul e no norte do território. Com asmissões, outra atividade econômica incorporou grandeparte da Amazônia ao domínio português: a exploraçãoe a comercialização das drogas do Sertão.

5. O BANDEIRANTISMO

O bandeirismo ou bandeirantismo foi um movimentode penetração para o interior com origem,principalmente, em São Paulo e contribuiu para aexpansão dos domínios territoriais portugueses nocontinente. Ocorreu basicamente no século XVIII e foimotivado pela busca de metais preciosos e,especialmente, pela caça de indígenas para seremaprisionados e vendidos como escravos. Osbandeirantes penetraram sertão adentro, atacaramaldeias, aprisionaram e escravizaram indígenas eexterminaram enorme número deles.

Do ponto de vista do povoamento, esse fenômenofoi despovoador e não povoador, pois provocou uma

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FRENTE Adesertificação humana em áreas onde havia inúmerasaldeias indígenas, sem substitui-las por povoaçõesbrancas. Em todo caso, as bandeiras serviram para queo europeu conhecesse melhor o território, já que cadaexpedição representou uma soma de novosconhecimentos sobre a terra, que foram importantes paraa penetração posterior rumo ao oeste.

6. A INTEGRAÇÃO DO ESPAÇOBRASILEIRO

Formalmente, podemos dizer que o espaço brasileirosurgiu com a independência política do país no início doséculo XIX. Nessa época a economia sobrevivia dasexportações de cana-de-açúcar, algodão, couro e peles.

Mas um novo produto agrícola começava a sedesenvolver: o café. Com o avanço do cultivo do café e oaumento de sua importância econômica para todo o país,o produto tornou-se o responsável pelo início daintegração territorial brasileira e, portanto, pela formaçãode um verdadeiro espaço nacional.

As atividades econômicas brasileiras até odesenvolvimento da economia cafeeira no século XIXeram regionais, isoladas uma das outras.

Podia-se dizer que economicamente o Brasil eraformado por “ilhas” desarticuladas entre si e voltadaspara o exterior. Assim ocorria com a cana-de-açúcar noNordeste e a mineração no Sudeste.

Esses “arquipélagos” encaixavam-se perfeitamenteno conceito do capitalismo comercial, que visava aoacúmulo de capital e metais preciosos para fortalecer opoder real.

A constituição de um mercado consumidor e a grandeacumulação de capitais gerados pelo café foram fatoresdecisivos para a instalação de indústrias no país, o querepresentou outra etapa no processo de integraçãonacional.

Além de aprofundar a integração comercial que haviase desenvolvido com o café, o processo deindustrialização acentuou a urbanização, dando novadireção ao povoamento no país.

O governo brasileiro teve papel fundamental noprocesso de industrialização. Criou várias políticasregionais de desenvolvimento, procurando estimular atransferência de atividades econômicas para outrasregiões. Entre suas principais iniciativas, cabe destacar:

- A inauguração de Brasília em 1960;- A SUDENE, em 1959;- SUDAM, em 1966;- SUDECO, em 1967;- As rodovias de integração, como Belém-Brasília.

Todas essas medidas tiveram como principal objetivoaprofundar as relações entre as diversas áreas do país,levando a consolidação do espaço nacional.

7. AS DIFERENÇAS REGIONAIS

Os contrastes regionais no interior do territóriobrasileiro originou-se da formação histórico-econômicado nosso país. Ou seja, devem-se ao modo pelo qual oBrasil se desenvolveu, desde sua colonização porPortugal até a independência e posterior industrializaçãoe urbanização, ocorridas principalmente no século XX.

Durante os três primeiros séculos da colonização oNordeste foi a região mais importante, a mais rica epopulosa do país.No século XIX o declínio econômicodo Nordeste em relação ao desenvolvimento de Centro-Sul acentuou-se ainda mais. Esse fato juntamente coma enorme concentração da propriedade das terras nasmãos de poucas famílias nordestinas, fez com quemuitas pessoas saíssem dessa região para o Centro-Sul do país.

A Amazônia durante séculos foi deixada de lado,embora nos dias de hoje venha sendo intensamenteocupada num processo de destruição.

Simplificando um pouco, podemos dizer que oNordeste simboliza o “Brasil Velho”, o Brasil colônia, comenormes plantações monocultoras, mão-de-obraextremamente mal remunerada e pobreza intensa. Ocentro-Sul, por sua vez, representaria o “Brasil Novo”, oBrasil da indústria e das grandes metrópoles, o país daimigração e da modernização econômica. A Amazôniasimbolizaria, talvez, o “Brasil do Futuro”, um território commuitos recursos naturais. Porém, essas riquezas vêmsendo destruídas pela rápida ocupação da regiãoamazônica, que beneficia apenas uma minoriaprivilegiada.

8. O ESPAÇO RURAL BRASILEIRO

8.1 A questão fundiária brasileira

Cerca de 45% do território brasileiro é ocupado porpropriedades agropecuárias, constituindo-se numa dasmaiores áreas agricultáveis do planeta; no entantoapenas algo em torno de 15% da área destesestabelecimentos é voltada para a agricultura (o quecorresponde a menos de 10% do território nacional!),sendo o restante composta de matas e pastagens mas,freqüentemente, subutilizadas e/ou servindo apenascomo “reserva de valor” (especulação).

Apesar de uma área agrícola tão extensa, há cercade 20 milhões de trabalhadores rurais sem terras e pelomenos 40% da população se alimenta de forma precária,aquém das necessidades básicas (sendo que metadedestes - em torno de 30 milhões de brasileiros - sofrem

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FRENTE Acom a fome!). A base destes e outros problemas do país,como a urbanização caótica, o desemprego e osubemprego, está na extrema concentração fundiáriaque domina o país a 500 anos, onde 1% dosproprietários detém aproximadamente 42% das áreasagrícolas do país, aí incluindo 37 superlatifúndios commais de 100 mil hectares cada, perfazendo quase 14%da área disponível!

É na história em que se encontram as raízes destaconcentração de terras, já que vigorou do século XVI a1822 o sistema de Sesmarias, em que as terras eramcedidas em grandes extensões pela coroa aos nobres,empreendendo assim a ocupação territorial do país deforma privada e baseada no latifúndio exportador. Coma Independência extinguiu-se as sesmarias e, nãohavendo leis fundiárias até 1850, disseminou-se aposse pelos empobrecidos do Império (ex-escravos,imigrantes, trabalhadores rurais...). Como a posse daterra era o principal sinônimo de poder na época, oslatifundiários viram seu poder político-econômicoameaçado e instauraram a Lei de Terras em 1850, soba qual o acesso à terra somente pode ser feito atravésda compra, vedando esse acesso aos despossuídos elimitando-o aos “coronéis” pecuaristas, cafeicultores,cacaueiros e canavieiros (aliás enriquecidos devido àLei Eusébio de Queirós do mesmo ano e que, ao impediro tráfico negreiro, tornou supervalorizado o preço dosmuitos escravos que possuíam e que serviam comobens junto a empréstimos do governo para adquirir maisterras).

Em 1962, sob o governo João Goulart, foi criado oEstatuto do Trabalhador Rural, estendendo os direitostrabalhistas aos camponeses (carteira assinada, saláriomensal, 13º salário etc.). Apesar de justa a medida, oslatifundiários optaram por modernizar a produçãoagrícola e gerando a expulsão de milhares de colonosque viviam nas grandes propriedades sob regime semi-assalariado, ampliando significativamente o número desem-terras, bóias-frias, da e incrementando aurbanização do período.

A partir de 1964, com o Estatuto da Terra imposto peladitadura militar, a questão agrária passa a ser enfocadasob a ótica geopolítica, numa perspectiva de intervençãoestatal que desestruturasse os movimentos sociais doperíodo (rurais e urbanos). A “reforma agrária militar” dadécada de 60 constou, num primeiro momento, danecessidade de uma classificação rural para viabilizar adistribuição fundiária e mecanismos legais para adesapropriação das terras improdutivas e latifúndios.

8.2 Estabelecimentos rurais no Brasil

Módulo rural: um tamanho de terra variável conforme aregião inserida (em função da distância de mercado,fertilidade, infra-estrutura...), mas que fosse o suficientepara garantir a subsistência e o progresso social a umafamília composta de quatro pessoas.

Minifúndio, em que o a área da propriedade é inferior aomódulo da região e, portanto, também insuficiente àsubsistência/progresso social;

Latifúndio por exploração é uma propriedade superiorao módulo em até 600 vezes, e além disso se mantémmal ou sem exploração da terra (voltada à especulação);

Latifúndio por dimensão Propriedade com área superiora 600 vezes do módulo regional e, como o anterior, évoltado à especulação;

Empresa rural Propriedade com área superior aomódulo em até 600 vezes mas explorada racionalmente.

O segundo momento mais importante do Estatutoda Terra foi a promoção de projetos de colonização nafronteira agrícola da Amazônia como tentativa de respostaaos movimentos camponeses nordestinos e do centro-sul, mas que em verdade foi uma forma de manter aestrutura fundiária concentradora intacta nas áreas detensão e remeter os excluídos do campo às áreasmarginais do centro econômico. Sob o lema de “levaros homens sem terra do Nordeste para as terras semhomens da Amazônia”, promoveu-se o acesso à baciados rios Tocantins e Xingu (leste e sul amazônico) atravésda abertura de estradas como a Cuiabá-Santarém e aTransamazônica, além de projetos oficiais e particularesde assentamentos no norte matogrossense e Rondônia(Programa Polonoroeste); sob a perspectiva geopolíticado “integrar para não entregar” do Projeto de IntegraçãoNacional (PIN - 1970).

Na franja amazônica os camponeses excluídos damodernização agrícola do centro-sul, ou os expulsos doNordeste pela estrutura fundiária arcaica, instalaram-se como pequenos proprietários e posseiros, o quevalorizou as terras e posteriormente assistiram àchegada de falsificadores de títulos de propriedades(grileiros) e fazendeiros, reconduzindo a uma violentareconcentração de terras, tornando as áreas periféricasda Amazônia nos maiores focos de violência no campobrasileiro. Violência estimulada pelo próprio governo,que abandonou os projetos iniciais de colonização epassou a somente promover megaprojetosagropecuários a partir de meados dos anos 70 -especialmente com subsídios da Sudam, no vale doTocantins-Araguaia - valorizando ainda mais as terras esendo instrumento jurídico dos poderosos locais aoignorar a “jagunçagem” e/ou participar de massacres acamponeses sem-terras ao reprimir manifestações oufazer valer mandatos de reintegração de posse aoslatifundiários.

Na década de 80, com o fim da ditadura militar, coma Nova República a partir de 1985 e a nova Constituiçãodo Brasil em 1988, a bandeira da reforma agrária foinovamente bradada politicamente, mas no entanto,revelou-se um instrumento burocrático limitado, já que,segundo os termos da lei, só seriam destinadas àreforma agrária as propriedades comprovadamenteimprodutivas, possibilitando entraves burocráticos àdifícil comprovação de que uma terra é ou não produtiva(além de gerar casos de superfaturamento do valor deterras para efeito de desapropriação).

Nos governos Fernando Henrique Cardoso aproposta de alinhamento às condições postas pelaglobalização, substituindo o processo de desapropriaçãode terras improdutivas por uma reforma agrária “de

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FRENTE Amercado”, em que o camponês deve financiar (a juros de mercado) a compra de propriedades (dos latifundiários)junto ao Banco da Terra (por sua vez financiado pelo Banco Mundial). Porém esta tentativa de estabelecer o modeloda farm norte-americana implica no crescente endividamento e dependência do trabalhador rural ao mercado e, aocontrário do setor nos EUA e Europa, sem subsídios do Estado, acabando por gerar falência dos agricultoresmenos competitivos e reconcentrando a terra.

Este quadro de exclusão social e concentração de terras está na base dos atuais problemas sociais, econômicose ambientais do país (na cidade ou no campo), e os movimentos de resistência a este modelo de apropriação doterritório existem já com os indígenas - os grandes expropriados/exterminados - e os quilombolas desde o séculoXVI, ou ainda gerando distorções como o messianismo e o banditismo (como o cangaço) como alternativa de vida.

Nas décadas de 50 e 60 do século XX importantes movimentos rurais como as Ligas Camponesas seestruturaram no país, porém sofrendo violenta repressão com a ditadura militar.

Foi nos anos 70, em resposta à violenta concentração fundiária que assolou a região Sul do país com amodernização agrícola (especialmente com a introdução da soja), que nasceu o Movimento dos Sem-Terra (MST),assumindo uma difusão e organização nacional, descentralizada com representantes locais e regionais (cerca de21 líderes) congregando cerca de 4 milhões de famílias (em torno de 20 milhões de pessoas) sob o lema de que“terra não se ganha, se conquista”.

O MST se opõe à reforma agrária de mercado que visa a instalação da “terra de negócio”, através de umaconstante luta social pela noção de “terra de trabalho”, cujo sentido não é a terra enquanto fonte de lucro capitalista,mas um meio de vida e de produção de alimentos para uma economia nacional, priorizada ao mercado interno e àdistribuição de renda, através de uma democratização ao acesso à terra desapropriando todos os latifúndios eestabelecendo um tamanho máximo da propriedade, democratizando o acesso ao capital e à educação no meiorural, além de alterar o atual padrão tecnológico utilizado (dependente de agrotóxicos e das transnacionais) emfavor da preservação ambiental e da saúde dos camponeses e dos consumidores.

8.3 A Estrutura FundiáriaA estrutura fundiária é a forma como estão organizadas as propriedades agrárias de um país ou região, isto é,

a classificação dos imóveis rurais segundo o número, tamanho e distribuição social.

A estrutura fundiária brasileira representa um dos maiores problemas agrários do país e se caracteriza pelaextrema concentração de terras em mãos de um pequeno número de proprietários. Por outro lado, a maior partedos produtores rurais (pequenos proprietários) possuem uma área de terras agrícolas muito reduzida, insuficiente,na maior parte das vezes, para garantir a sobrevivência de sua própria família.O gráfico ao lado mostra a desigual distribuição de terras no Brasil, conseqüência do processo histórico-econômicoda formação da sociedade brasileira.

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FRENTE AOs pequenos estabelecimentos rurais, com menos

de 10 habitantes, correspondiam a 52,9% do total,ocupando, porém, uma área extremamente reduzida(2,7% da área). Por outro lado, as grandes propriedadescom mais de 1 000 habitantes que correspondiam a1,2% dos imóveis rurais brasileiros, ocupavam, em1985, 43,8% da área das propriedades ruraisbrasileiras.

Concluindo, podemos afirmar que a estruturafundiária brasileira se caracteriza pelo elevado padrãode concentração da terra, concentração essa que tempersistido nas últimas décadas.

Nos latifúndios existe um sub-aproveitamento do fatorterra, pois essas propriedades são aproveitadas apenasparcialmente e, muitas vezes, nem chegam a serexploradas, pois são transformadas em objeto deespeculação.

Nos minifúndios ocorre um sub-aproveitamento dofator trabalho, pois o espaço reduzido é insuficiente paraabsorver de forma produtiva toda a força de trabalho,gerando, com isso, subemprego rural.

Através do gráfico anterior, podemos perceber queos pequenos estabelecimentos dominam em relaçãoao número; entretanto, sua participação na área ocupadapelas propriedades é irrisória.

Os grandes estabelecimentos, ao contrário, existemem número reduzido, mas ocupam a maior parte dasterras. A subutilização do espaço rural fica evidente nosgráficos; a agricultura ocupa uma reduzida área e amaior parte do espaço agrário é ocupado por pastagens,onde quase sempre pratica-se uma pecuária extensivade baixo rendimento.

3.4 Reforma Agrária

A reforma agrária é vista por vários segmentos dasociedade brasileira como uma necessidade, face aosvários problemas socioeconômicos do campo e dacidade.

Entretanto, esse problema encontra-se fortementeinterligado ao conjunto econômico, político e social dopaís e de suas relações com o mercado externo;nenhuma alteração pode ser pensada isoladamente.Torna-se necessária a consideração das variáveis queafetam o conjunto da organização socioeconômicabrasileira. Qualquer proposta para o problema agráriodeve ser colocada em termos globais, considerandosuas repercussões em outros campos.

A reforma agrária visa a aumentar a produtividade dosolo e do trabalho nas atividades rurais, garantindo aohomem do campo um padrão de vida decente. Além dadistribuição de terras, várias outras medidas devem sertomadas, como assistência técnica, educação,financiamento do custeio e do equipamento, política depreços mínimos, infra-estrutura de transporte,armazenagem, telefonia e eletrificação rural.

3.5 Conflitos pela Posse da Terra

Nas duas últimas décadas, ocorreu umaintensificação nos conflitos pela posse da terra e aviolência no campo. Essa violência é bem mais gravenas áreas de fronteiras agrícolas, isto é, áreas que estãosendo incorporadas ao sistema de produção agrícolado país (Amazônia, por exemplo).

Os trabalhadores rurais, expulsos das antigas áreasagrícolas pelo grande capital, instalam-se comoposseiros ou pequenos proprietários nas fronteirasagrícolas, áreas onde a terra é abundante, praticandouma agricultura de subsistência.

3.6 Posseiros X Grileiros

O maior número de conflitos pela posse da terraenvolve os posseiros e grileiros.Posseiros são trabalhadores rurais que ocupam um

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FRENTE Apedaço de terra sem possuir o título de propriedade,onde passam a praticar uma agricultura de subsistênciautilizando o trabalho da própria família. Os grileiros são,geralmente, grandes empresas ou fazendeiros que seutilizam da força e da violência para se apropriar de terrasdevolutas ou terras trabalhadas por posseiros.Contratam jagunços (capangas) para “limpar” o terreno,ou seja, expulsar índios e posseiros que por venturaestejam ali fixados. Conseguem a documentação doimóvel (títulos de propriedade), muitas vezes falsificadas,transformando a terra em objeto de especulaçãoimobiliária ou instrumento de negócios.

Os litígios pela posse da terra têm gerado umaverdadeira guerra no campo, palco de acentuadaviolência, causando a morte de muitas pessoas: índios,posseiros, religiosos, advogados, líderes sindicais, etc.Grande parte dos crimes são praticados por jagunços eassassinos de aluguel, contratados pelos grileiros,fazendeiros e grandes empresas e também por policiaisa serviço dos latifundiários.

3.7 As Relações de Trabalho nas Atividades Rurais

O trabalho assalariado não é a única e nem mesmoa principal forma de relação trabalhista praticada nasatividades agrárias. Outras formas de relações não-capitalistas como a parceria, pequena propriedadefamiliar, também se fazem presentes no meio rural.Pequenos Proprietários

Representam um significativo número de pessoasativas, aproximadamente 7 milhões, que correspondema cerca de 40% da população ativa do setor primário.Trata-se de minifundiários ou posseiros que trabalhamem base familiar, praticam policultura de subsistência ecriação de animais domésticos (suínos, aves, bovinos).O excedente da produção é comercializado,possibilitando ao trabalhador a aquisição de remédios,roupas, instrumentos agrícolas, etc.

3.8 Parceiros

A parceria é uma relação trabalhista em que otrabalhador recebe (em espécies) uma parte daprodução. Não são empregados e não possuem carteiraassinada.

A meiação (meeiros) é a forma mais comum; metadeda produção fica com o dono do imóvel e a outra metadepara o trabalhador. Outras formas existem, como a “terça”(terceiros) em que o trabalhador fica com a terça partedo que é produzido; e a “quarta” ou sorte (quarteiro),Arrendatários

São os trabalhadores rurais que arrendam oualugam um imóvel rural, mediante um contrato delocação, pagando ao proprietário em dinheiro conformeo estipulado pelo contrato. A maior parcela desse tipo detrabalhador é representada por pequenos arrendatáriosque lavram as terras juntamente com suas famílias,possuindo baixos rendimentos e baixo padrão de vida.Assalariados Permanentes

Trata-se de uma relação de trabalho tipicamentecapitalista. Os empregados que trabalham para grandesproprietários ou empresas rurais, são registrados erecebem salários. Representam minoria no meio rural(10% da mão-de-obra rural).

3.9 Assalariados Temporários

São trabalhadores (volantes, posseiros ou pequenosproprietários) que trabalham nas grandes propriedadesdurante um período do ano, épocas de maiornecessidade de mão-de-obra (safra).

Os trabalhadores volantes ou “bóias frias” sãoaqueles recrutados na periferia das cidades porturmeiros ou empreiteiros que servem de intermediáriosentre os trabalhadores e os proprietários. Trabalham nacolheita da cana-de-açúcar, algodão, laranja, café, etc. erecebem pagamento diário ou por tarefa.

O peão, trabalhador volante mais recente que o bóiafria, é muito utilizado nas regiões de fronteiras agrícolas,sobretudo em projetos agropecuários da Amazônia. É“contratado” por um intermediário (gato) para trabalharem regiões distantes, com promessas de salários,alojamento e alimentação. Quando recebe o pagamento,aparecem os “descontos”: custos de transporte,alimentação, hospedagem, etc., quase nada restandodo seu salário, chegando, às vezes, a ficar devendo.Muitas vezes jagunços e pistoleiros são contratados paraevitar a fuga de trabalhadores, reproduzindo umasituação de escravidão (peonagem). Tornando-se“presos” pelas dívidas contraídas com transporte,moradia e alimentação e configurando-se numverdadeiro trabalho escravo (a chamada “escravidão pordívida”).

3.10 Principais produtos agrícolas brasileiros

Café - Quando o café chegou ao Brasil eraconsiderado como uma planta ornamental.

Em 1860 o café tornou-se definitivamente importantena economia brasileira, ao chegar à região deCampinas, no Estado de São Paulo. A partir deste fato, ocafé encontrou condições físicas favoráveis para o seudesenvolvimento, tais como: solo fértil, clima tropical dealtitude, planalto ondulado.

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FRENTE ARapidamente, o café atingiu lotes a oeste do Estado, eposteriormente ocupou o Norte do PR, Sul de Minas eMS. O Brasil é considerado o maior produtor mundial decafé.

Cacau - O cacau é um produto que nasceu no Brasil,sendo cultivado primeiramente na Amazônia e atingindoo sul da Bahia, onde encontrou condições favoráveispara o seu desenvolvimento, como clima quente esuperúmido, solo espesso e fértil. Atualmente, a Bahiatem o cacau como o seu principal produto agrícola,sendo o maior Estado produtor de cacau do país. OBrasil é um dos maiores produtores mundiais de cacau,exportando principalmente para a Argentina, EstadosUnidos, Europa e Japão.

Cana-de-açúcar - A cana-de-açúcar chegou ao Brasil noséculo XVI através dos portugueses. Inicialmente, esteproduto era cultivado principalmente na Zona da MataNordestina e no Recôncavo Baiano. A cana-de-açúcarrepresenta um importante produto na economia doBrasil. Em 1930, o cultivo de cana-de-açúcar atingiu oEstado de São Paulo, que logo tornou-se o maiorprodutor brasileiro de cana. O Brasil é considerado omaior produtor mundial de cana-de-açúcar, exportandoprincipalmente para os Estados Unidos, Europa eRússia. Ultimamente, houve um crescimento doinvestimento na mecanização da cultura de cana, poisesta técnica traz vantagens econômicas e ambientais,porém o número de trabalhadores da indústria canavieiradeve sofrer uma drástica redução.

Soja - A soja é um produto recente no Brasil, e nas últimasdécadas tem se tornado importante na produção agrícolabrasileira, e nas exportações. No Brasil, as regiões Sule Sudeste são as principais produtoras de soja, sendoo Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro. O Brasilé o segundo maior produtor mundial de soja, o primeiroé os Estados Unidos.

Milho - O milho é um produto que nasceu na América, eé muito conhecido no mundo todo. No Brasil, a suacultura está presente em todos os Estados, sendo oParaná o principal produtor de milho. Mundialmente, os Estados Unidos é o maior produtorde milho, seguido da China e do Brasil.

Trigo - É o produto alimentício mais importado peloBrasil. Em 1993 foram 5,0 milhões de toneladas de trigoimportado para o Brasil, pois o consumo interno foi de7,2 milhões de toneladas e a produção interna foi de 2,3milhões de toneladas. No Brasil, o maior produtor detrigo é o Estado do Paraná, seguido do Rio Grande doSul.

Arroz - No Brasil encontramos a cultura de arroz emtodos os estados, sendo o Rio Grande do Sul o maiorprodutor brasileiro, seguido de Minas Gerais e Goiás. OBrasil é considerado um dos maiores produtoresmundiais de arroz.

Algodão - No Brasil, o algodão começou a ser cultivadono período colonial. O Brasil ocupa a 6ª colocação dosmaiores produtores mundiais de algodão, sendosuperado pela China, Rússia, EUA, Índia e Paquistão.

9. O ESPAÇO URBANIZADO

9.1 Definição

É o aumento da população urbana em função daredução da população rural.

9.2 Cidade

Sede do Município ou Núcleo urbano onde háaglomeração humana e atividades terciárias (comerciaise serviços) e/ou secundárias.

9.3 Causas e conseqüências da Urbanização:

1) Países desenvolvidos- Industrialização e Mecanização rural.- Processo lento e ordenado.- Cidades com menores problemas urbanos – menorgrau.

2) Países subdesenvolvidos

· Estiagens, ilusão de uma vida melhor nas cidades,pobreza no campo, concentração fundiária (Êxodo Rural),Industrialização (Pós 1950)· Processo rápido e desordenado

10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO10. CRESCIMENTO URBANO

Acompanha em maior ou menor grau aurbanização.É o crescimento físico das cidades.

10.1 Planejamento Urbano

Sua falta provoca “CAOS URBANO”: trânsito,enchentes, favelas...

Megacidades: 10milhões+ de habitantes

Cidades Globais: Centraliza as decisões políticas eeconômicas

Megalópoles: extensas áreas urbanizadas resultantesdo encontro de duas ou mais metrópoles.

Ex.: BOSWASH, SANSAN, CHIPITS,TOKAIDONo Brasil

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FRENTE AMEGALOPOLE EM FORMAÇÃO

Hierarquia Urbana no Mundo

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FRENTE ATendências

- Redução da Metropolização/Crescimento das cidadesmédias e pequenas.

Nos grandes Centros Urbanos:- Especulação Imobiliária- Proliferação das “Edge-Cities” (Enclaves Fortificados);Condomínios; Exemplo: Alphaville- Favelização – Periferização.- Aumento na violência- Deficiência nos transportes- Congestionamentos- Conurbação entre cidades

10.2 Histórico sobre a industrialização brasileira

Quando falamos em indústria no Brasil precisamoslembrar de uma frase que fundamenta o nosso processode industrialização de forma efetiva, “TUDO COMEÇOUCOM O CAFÉ”. Embora o Brasil tenha começado a seindustrializar antes do período áureo e da posterior crisedo café, essa frase nunca foi tão consistente. A partirdeste momento trabalharemos um breve histórico sobrea indústria no Brasil e sua intima ligação com aagricultura.

10.3 Breve histórico

Fazendo uma análise histórica do desenvolvimentodo setor industrial no Brasil. Inicialmente precisamoslembrar que durante o período colonial o Brasil sofreufortes restrições por parte da Coroa portuguesa queimpedia a instalação de indústrias em nosso país queconcorressem com sua produção ou que ferissem seusinteresses comerciais na Europa e no Mundo de 1500até 1808 vivemos a fase da proibição. Mesmo após aindependência o desenvolvimento industrial foiseriamente limitado pelas relações comerciais com osingleses, maior potência da época. Em 1844, com aadoção de tarifas protecionistas mais elevadas, oImpério começa a tomar medidas para promover odesenvolvimento do setor industrial no Brasil, além disso,vivemos a ERA MAUÁ que foi um período em que o Barãoe Visconde de Mauá Irineu Evangelista de Sousa, queficou conhecido como o verdadeiro imperador do Brasilinvestiu na atividade industrial.

Outros fatores trouxeram contribuição ou foram muitorelevantes nesse desenvolvimento:

*A Expansão da Cafeicultura – foi responsável pelaatração dos imigrantes. Parte deles fixou-se em áreasurbanas constituindo a mão-de-obra assalariada paraa indústria e, ao mesmo tempo, mercado consumidor.Além disso, a cafeicultura permitiu um acúmulo decapitais, mais tarde aplicado em atividadesdiversificadas, no setor bancário e industrial, e contribuiupara a expansão da rede ferroviária e melhoria dasinstalações portuárias, melhorando a rede de transporte.

*As Guerras Mundiais e a crise de 1929, que coincidiucom a super-safra de café – durante essesacontecimentos, como o Brasil t inha grandes

dificuldades de manter o comércio importador com aEuropa, procura se desenvolver aqui no Brasil umaindustrialização para substituição dos produtosimportados e atender o mercado consumidor interno,essa fase fica conhecida como Fase substitutiva.

Getúlio Vargas nos seus dois governos criou noBrasil uma fase de forte nacionalismo marcado pelacriação de empresas industriais e mineradoras estatais,a crise na cafeicultura, as mudanças políticas do períodoVargas (substituição de uma oligarquia exportadora pelaburguesia urbana e industrial) desviam os investimentospara o setor secundário. Impulsiona-se a indústria debase com a criação da FNM (Fábrica Nacional deMotores) em 1938, CVRD (Companhia Vale do Rio Doce)em 1942, da CSN (Companhia Siderurgia Nacional), em1946 e da PETROBRAS em 1953. Também após otérmino da Segunda Guerra Mundial as importações deequipamentos industriais apresentam um aumento oque indica uma fase de crescimento nesse setor o Brasilpassou a contar com certa infra-estrutura industrial.

O governo de JK – através do Plano de Metas onde oBrasil deveria crescer 50 anos em apenas cinco,ampliam-se os investimentos na infra-estruturanecessária para o desenvolvimento da indústria (energia,rede de transportes). Começa a aumentar a participaçãodo Estado em setores estratégicos como energia,mineração, transportes e criam-se estímulos para aatração dos investimentos estrangeiros tanto no setorpesado como na indústria de bens de consumo duráveis(automobilística) esse momento fica conhecido comoFase da Internacionalização.

Os governos militares de 1964 a 1985 promovemuma revolução na industria brasileira com o chamado“Milagre Econômico” trata-se de uma fase que alternaperíodos de estagnação e exceção com outros de fortecrescimento (como no milagre brasileiro entre 1969 e1973). Amplia-se a diversificação da indústria no Brasil.Adota-se uma política de incentivos às exportações,continua a atração do capital estrangeiro setores detecnologia mais avançada começam a mostrar umamaior evolução (setor aeronáutico, bélico, nuclear eespacial), alem de investimentos em setoresestratégicos como transportes, telecomunicações eenergia. A política salarial adotada é prejudicial aostrabalhadores e o modelo econômico que é implantadoleva a uma maior concentração de renda no período,pois “O BOLO cresceu, mas não foi REPARTIDO”.

O período atual conhecido como fase neoliberal oudas privatizações começa na redemocratização dadécada de 1990 – fase em que a economia globalizadatoma força e políticas econômicas neoliberais. Osgovernos de Fernando Collor, Fernando HenriqueCardoso promoveram um processo de privatização deempresas estatais ditas deficitárias jogando-as nasmãos da iniciativa privada, gerando maior concorrênciaentre as empresas, uma maior e melhor oferta de bense serviços, além de aumentar o desemprego e a perdade patrimônio público, sem grande arrecadação decapitais. Progressivamente há uma abertura do mercadointerno brasileiro, até então muito protegido, o que elevaas importações e confirma-se a falta de competitividadedo setor industrial brasileiro no mercado externo. Para

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FRENTE Acompetir, ou sobreviver, esse setor empreende umarápida evolução tecnológica, empreende esforços pelaqualidade e pela redução de custos, o que provoca umaumento do desemprego e falência ou venda de muitasempresas incapazes de enfrentar essa nova realidade.Ao mesmo tempo, as necessidades de diminuir otamanho do Estado e de seus gastos (incapaz atémesmo de atuar com eficiência em setores essenciaispara a sociedade) levam ao desenvolvimento de umapolítica de privatização de empresas estatais, como nosetor siderúrgico (processo que leva, ao mesmo tempo,a uma capitalização para fazer frente ao pagamento deobrigações financeiras). Desenvolvem-se reformas noEstado, como no setor previdenciário, processo esseque foi dado continuidade pelo governo LULA. É criado oMERCOSUL que, por um lado, expande o mercado deconsumo para a produção industrial brasileira e, poroutro, aumenta a concorrência com as indústrias denossos vizinhos.

Podemos concluir que apesar de tudo, chega-se aofinal do século XX e início do século XXI com a certeza deque o Brasil ainda precisa definir uma política industrialque permita um fortalecimento das empresas nacionais,maior criação de empregos, estímulos para o setorexportador, além da continuidade do processo defortalecimento das indústrias para aumentar suaqualidade e competitividade. Além do mais a Indústriano nosso país sempre foi muito integrada as atividadesagropecuárias, pois ao longo da história usamos comomatérias-primas cana-de-açúcar, cacau, café, fumo,carnes, peles, couros, banha animal, soja, milho, dendê,mamona, girassol,amendoim, algodão, juta, sisal ouagave dentre outros produtos cultivados neste nossoimenso espaço agricultável e que são usados no nossocomplexo agro-industrial.

1. Os alunos do CDF VIA DIRETA estavam analisandocom o professor Bosco o processo de urbanizaçãomundial e fizeram uma viagem imaginária ao Japão.“De “shinkansen” (trem-bala) para Osaka. De diaveríamos o monte Fuji à nossa direita, mas viajamosde noite. Tem-se a impressão que o trem nunca deixaa cidade, uma longa cidade cheia de anúnciosluminosos e superiluminadas casas de “pachinko”,jogos eletrônicos ou “fliperamas” em bom português,que se estende nos dois lados da linha. O“shinkansen” podia ser um metrô bala atravessandouma cidade interminável.”

Traçando o Japão. L.F. Verríssimo. Artes e Ofícios.O texto acima está se referindo a uma:

A) metrópole regional;B) macrocefalia urbana;C) rurópolis;D) megalópole;

2. (UFRN-1997) Com base no texto abaixo, assinale aalternativa incorreta:

“A favela é ilegal, o que leva também a uma aceitaçãode remoções, como na música de Adoniram Barbosa:‘Saudosa maloca... Vieram os homens com asferramentas, o dono mandô derrubá. Os homensestão com a razão, nós arranja outro lugar’. Aomesmo tempo que há resistência para remoções,há também a aceitação de sair porque a terra é deoutro dono que não o favelado.”

RODRIGUES, Arlete Moysés. Moradia nas cidadesbrasileiras. São Paulo: Contexto - Edusp, 1988. p.38.

A) O Estado tem desenvolvido, prioritariamente, políticashabitacionais coerentes com as necessidades daspopulações mais pobres, no sentido de resolver oproblema da moradia nas grandes cidadesbrasileiras.

B) A população pobre, impossibilitada de adquirir terrenoe moradia no mercado imobiliário formal, integra-seao espaço urbano através do mercado clandestinode terras e casas, produzindo o universo da favela.

C) A formação de favelas dá origem à “cidadeclandestina” que não dispõe de serviços públicosnem de equipamentos necessários à reprodução deseus moradores, sendo, estes, “cidadãos pelametade”.

D) A favela não faz parte do mercado imobiliário formaltampouco da legislação urbana. Porém, no seuinterior, é criado um mercado paralelo de moradia.

E) A favela não é um problema, mas uma “solução” ànecessidade de moradia, sendo, também, umindicador de uma situação mais complexa,caracterizada por desemprego e subemprego.

3. Segundo o Professor Agenor Pichinni, no espaçogeográfico, o processo de urbanização não ocorrede forma homogênea.

Tratando-se especificamente da urbanização nospaíses subdesenvolvidos, é correto afirmar:

A) as cidades foram lentamente expandindo seusterritórios e estruturando seus equipamentosurbanos para receber o migrante vindo do campo.

B) a forma lenta e planejada da urbanização contribuiupara a melhoria da qualidade de vida da populaçãodas cidades.

C) o crescimento das grandes cidades, de forma nãoplanejada, deu origem ao fenômeno denominado demacrocefalia urbana.

D) os fluxos de mercadorias cresceram rapidamente,provocando a descentralização da economia terciária,articulada, nacionalmente, em redes de cidades.

4. (CDF2012) Natali e Bia alunas do Pré-Master,estudavam o processo de urbanização brasileira ese depara com a letra da seguinte música. Analiseeste trecho de música, em que se retratam condiçõessocioambientais das grandes cidades brasileiras:

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FRENTE A

A partir dessa análise, é INCORRETO afirmar que,nesse trecho de música, o autor

A) considera a exclusão social como uma característicamarcante das sociedades urbanas, que temaumentado à medida que se intensifica aconcentração de renda.

B) denuncia a pequena mobilidade econômica dasclasses sociais, decorrente da intensificação dadivisão do trabalho que acompanha o processo deurbanização.

C) exalta o modo de vida urbano ao alegar que, nascidades, a posse de bens duráveis – comoautomóveis e motocicletas – é traço característicode seus habitantes.

D) inclui o contingente populacional urbano inseridono mercado de trabalho informal, comumenteligado à expansão do subemprego e dodesemprego estrutural.

5. (CDF-2012) Nos países subdesenvolvidos, ametropolização não repete o processo vivido pelaEuropa, pelos Estados Unidos e pelo Japão. Issoporque, nos países subdesenvolvidos,

I. há um crescimento vegetativo acelerado, quecontribui, em parte, para o ritmo alucinante daexpansão metropolitana.

II. a intensidade do êxodo rural supera a das migraçõesrural-urbanas da Revolução Industrial.

III. as metrópoles crescem, principalmente, sobre asbases de expansão dos empregos do setor terciário,diferenciando-se das metrópoles que surgiram coma Revolução Industrial.

Assinale a alternativa que corresponde à(s)proposição(ões) correta(s):

A) apenas IB) apenas IIIC) I, II e IIID) apenas I e III

6. Airton, Carapurça, Carlos Chacal e Jade, alunos dosPrés do CDF, debatiam entre si sobre os processode GLOBALIZAÇÃO-URBANIZAÇÃO e constataramque: “A medida que avança a globalização daeconomia internacional, as metrópoles quecomandam espaços econômicos maiores tendem aconstituir uma categoria por si mesmas, configurandoum novo tipo de cidade: as cidades globais.”

Com relação às cidades globais, quanto suascaracterísticas e diferenças às antigas metrópolesindustriais, assinale a alternativa incorreta:

A) Entre as cidades globais, Nova Iorque talvez seja amais representativa, pelo seu caráter polarizador efinanceiro da maior economia do mundo. Isto lheconfere uma característica cosmopolita,representada em seu espaço por uma série deculturas que se organizam de forma particular,inclusive do ponto de vista territorial - exemplificadopelos guetos.

B) As chamadas metrópoles industriais caracterizam-se por uma rede urbana orientada pela produção, ouseja, sua população está vinculada ao setorsecundário. A saturação fabril, através doesgotamento de sua infra-estrutura e peloacirramento das lutas sindicais, tem gerado umprocesso de descentralização das indústrias e amudança do caráter metropolitano.

C) As cidades globais caracterizam-se pelo predomíniodo setor terciário altamente especializado, que sedesenvolveu através do setor financeiro, ampliandoseu caráter polarizador. Hoje esses centros sedestacam pela rede urbana extensa e difusa,caracterizando-se pela rapidez na dispersão deinformações e pelas grandes distorções sócio-espaciais internas.

D) Apesar do vertiginoso crescimento econômicojaponês no pós Segunda Guerra, Tóquio mantevelimitada influência na Ásia, e mesmo assim,rivalizando com Pequim e Bombaim. Daí estametrópole japonesa ainda não se configurar comouma metrópole global, além de ser eminentementeindustrial e com estrutura urbana determinada poreste padrão fabril.

7. (UFRN-2005) Observe atentamente a figura abaixo.Ela representa uma forma de aglomeração urbanabem característica do mundo atual. O tipo deaglomeração representado pela figura chama-se

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FRENTE AA) megalópole, porque apresenta grandes áreas

conurbadas constituídas de cidades globais, comespaços rurais bem definidos.

B) metrópole, porque concentra grandes áreasconurbadas, polarizada por grandes e médiascidades.

C) metrópole, porque expressa uma região conurbadacom intensa concentração de grandes, médias epequenas cidades.

D) megalópole, porque apresenta uma grande regiãoconurbada, sendo esse espaço polarizado porgrandes metrópoles.

8. José e Vinicius alunos do Pré B do CDF estudavamsobre o período colonial brasileiro e constataram quea produção de cana-de-açúcar, no Brasil colonial:

A) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo oterritório nacional, enriquecendo grande parte dapopulação;

B) praticada por grandes, médios e pequenoslavradores, permitiu a formação de uma sólida classemédia rural;

C) consolidou no Nordeste uma economia baseada nolatifúndio monocultor e escravocrata que atendia aosinteresses do sistema colonial português;

D) desde o início garantiu o enriquecimento da RegiãoSul do país e foi a base econômica de sua hegemoniapolítica na República.

9. (UFRN-2003) A produção do espaço no Brasil colôniateve sua dinâmica econômica, política e socialestruturada segundo os moldes das necessidadese interesses de exploração de Portugal.

Nesse sentido, é correto afirmar que

A) a produção da cana-de-açúcar deve ser apontadacomo o elemento norteador da ocupação territorial,uma vez que tinha como função básica promover aacumulação primitiva de capital para a colôniabrasileira, por meio da exportação do açúcar.

B) as decisões de caráter político e econômico ficavamlimitadas ao espaço da colônia, apesar de as práticascapitalistas serem responsáveis pela estruturaçãodo sistema global, cuja hegemonia coube aos paísescentrais.

C) o Brasil colonial se insere numa lógica espacial quese expressa numa divisão internacional da produçãodesfavorável ao seu desenvolvimento, tendo em vistaa condição de espaço de acumulação primitiva decapital.

D) o sistema global emergente propiciou condiçõespara o surgimento de uma pequena produçãomercantil, no âmbito das atividades agrícolas desubsistência, responsável pela acumulação internade capital no espaço colonial.

10. Larissa, Jessica e Raphaela debatiam sobre aprodução aurífera brasileira e chegaram a seguinteconclusão. No século XVIII a produção de ouroprovocou muitas transformações na colônia. Entreelas podemos destacar:

A) a urbanização da Amazônia, o início da produção detabaco, a introdução do trabalho livre com osimigrantes;

B) o aumento da produção de alimentos, a integraçãode novas áreas por meio da pecuária e do comércio,a mudança do eixo econômico para o Sul;

C) a industrialização de São Paulo, a produção de caféno Vale do Paraíba,a expansão da criação de ovinosem Minas Gerais;

D) a preservação da população indígena, a decadênciada produção algodoeira, a introdução de operárioseuropeus.

11. (CDF 2012) A mais extensa das sub-regiões doNordeste brasileiro é uma área de baixa densidadedemográfica e de solos rasos. Sua economia sebaseia na pecuária extensiva de corte e na agriculturatradicional.

A descrição acima se refere à(ao):

A) Meio-NorteB) AgresteC) SertãoD) Zona de Mata

12. (UFV-MG) No período pré-industrial brasileiro, quandoa economia nacional era dominada basicamentepelas atividades agrícolas de exportação, aorganização do espaço geográfico era do tipo:

A) centro e periferias, com um espaço nacionalintegrado.

B) centro na Zona da Mata nordestina e a periferia emSão Paulo, com fortes relações de troca quefavoreciam o centro.

C) Áreas isoladas ou “arquipélagos”, onde não haviaum espaço nacional integrado.

D) Em que a região amazônica e a Centro Oesteexerciam papel de centro, juntamente com a regiãoNordeste.

13. (UFRN-2010) No Brasil, a estrutura fundiária estámarcada pela concentração de terras, uma das maisacentuadas do mundo, e pelo latifúndio improdutivo.

A análise do processo histórico indica que as origensdesses problemas, entre outros motivos, relacionam-se com a

A) forma de ocupação territorial predominante noperíodo colonial, cuja base foi o sistema sesmarial,aliada às conseqüências da Lei de Terras.

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FRENTE AB) distribuição de terras do tipo sesmarial realizada

pelas Câmaras Municipais, após a Independência,e com os efeitos decorrentes da imigração.

C) estrutura de propriedade decorrente da Lei de Terras,no Primeiro Reinado, como também com asfacilidades concedidas aos imigrantes para aaquisição de sesmarias.

D) compra de grandes extensões de terras pelossenhores de engenho e mineradores, no início dacolonização, e com a atuação desenfreada dosposseiros.

14. A ocupação dessa região foi induzida pelamineração, sendo posteriormente substituída pelapecuária, atividade que perdura até os dias atuais.Limitações ambientais importantes, como o cicloenchente-cheia-vazante-seca, não favorecem aprática agrícola em grande escala

A) na Campanha Gaúcha.B) no Pantanal Matogrossense.C) na Caatinga.D) nas Matas de Araucária.

15. Com relação ao período colonial, tanto na AméricaPortuguesa quanto na América Espanhola, considereas seguintes afirmações:

I. A mão-de-obra escrava africana, empregada nasatividades econômicas, era a predominante.

II. As Coroas controlavam as economias por intermédiode monopólios e privilégios.

III. Os nascidos nas Américas não sofriam restriçõespara ascender nas administrações civis e religiosas.

IV. A alta hierarquia da Igreja Católica mantinha forteslaços políticos com as Coroas.

5. As rebeliões manifestavam as insatisfações políticade diferentes grupos sociais.

Das afirmações acima, são verdadeiras apenas

A) 1, 2 e 3B) 1, 3 e 4C) 2, 3 e 5D) 2, 4 e 5

16. (CDF 2012) No Brasil, o setor agroindustrial prevêaumento significativo da produção de cana-de-açúcarpara os próximos anos. Isso pode ser atribuído

A) à maior flexibilidade da nova regulamentaçãoambiental, que implicará uma importante diminuiçãode custos.

B) ao atual acréscimo de subsídios governamentaispara a produção de álcool, chegando a valoressemelhantes aos do Pró-álcool na década desetenta.

C) à diminuição gradativa de áreas de produção da sojatransgênica, aparecendo a cana como alternativaeconômica e ambientalmente viável.

D) à recente ampliação da demanda externa por todosos subprodutos da cana devido à desvalorização doreal nos últimos dois anos.

E) ao aumento do interesse internacional por fontesrenováveis de energia, em função do Protocolo deKyoto.

17. (UFRN-2007) A partir da última década do século XX,o meio rural brasileiro vem passando por intensasmudanças no seu processo produtivo, favorecendoo estabelecimento de novas relações entre o campoe a cidade. É fator que contribui para esse processode mudança:

A) o aumento da produção de subsistência, decorrenteda modernização agroindustrial e da expansão docapital.

B) o surgimento do agronegócio, devido aofortalecimento das atividades agrícolas tradicionais.

C) a expansão da pequena produção agrícola, em virtudedas políticas de combate ao êxodo rural.

D) a expansão de atividades não-agrícolas, promovidapelo transbordamento do mundo urbano para áreasrurais.

18. (CDF 2012) O desenvolvimento do capitalismo nocampo e a modernização da agropecuáriaprovocaram mudanças radicais na organização daprodução agrária e nas relações de trabalho nocampo brasileiro.

Assinale a opção que corresponde a um exemplo demodificação da organização da produção e dasrelações de trabalho, respectivamente.

A) Substituição do trabalho permanente pelo temporárioe mecanização.

B) Compactação do solo e utilização de bóias-frias.

C) Especialização da produção e proletarização dotrabalhador rural.

D) Emprego do trabalho assalariado e utilização deinsumos industriais.

19. (UFRN-2007) Nas últimas duas décadas, têm sidocada vez mais freqüentes noticiários destacandoconflitos pela posse da terra em diversas regiões doBrasil. Dentre as causas responsáveis por taisconflitos, pode-se identificar:

A) ampliação do mercado de terras, promovendo a suadesvalorização e a modernização do processoprodutivo.

B) expansão da agricultura familiar, tendo em vista aspolíticas de crédito agrícolas para a produçãomoderna de grãos destinados ao mercado externo.

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FRENTE AC) cumprimento da função social da terra, como

resultante da expansão da fronteira agrícola e dasrelações não-capitalistas de produção.

D) maior organização dos trabalhadores rurais, quebuscam soluções para a questão da terra e para aconcretização da reforma agrária.

20. (CDF-2012) Costuma-se dividir os produtos agrícolasbrasileiros em duas categorias: as “culturas depobre” (feijão, milho, mandioca, arroz) e “culturas derico” ( cana de açúcar, café, soja, algodão, trigo). Aplanta leguminosa de elevado valor protéico cultivadaprincipalmente no Paraná, Mato Grosso, Rio Grandedo Sul, Mato Grosso de Sul e Goiás, a qual vemalcançando posição de destaque nas exportaçõesbrasileiras nos últimos anos, tornando-se o ramomais importante do setor oleaginoso, é a (o)

A) Soja.B) Trigo.C) Girassol.D) Cacau.

21. (CDF-2012) Calcula-se que 78% do desmatamentona Amazônia tenha sido motivado pela pecuária —cerca de 35% do rebanho nacional está na região —e que pelo menos 50 milhões de hectares de pastossão pouco produtivos. Enquanto o custo médio paraaumentar a produtividade de 1 hectare de pastagemé de 2 mil reais, o custo para derrubar igual área defloresta é estimado em 800 reais, o que estimulanovos desmatamentos. Adicionalmente, madeireirasretiram as árvores de valor comercial que foramabatidas para a criação de pastagens. Ospecuaristas sabem que problemas ambientais comoesses podem provocar restrições à pecuária nessasáreas, a exemplo do que ocorreu em 2006 com oplantio da soja, o qual, posteriormente, foi proibidoem áreas de floresta.

A) partir da situação-problema descrita, conclui-se queA o desmatamento na Amazônia decorreprincipalmente da exploração ilegal de árvores devalor comercial.

B) um dos problemas que os pecuaristas vêmenfrentando na Amazônia é a proibição do plantio desoja.

C) a mobilização de máquinas e de força humana tornao desmatamento mais caro que o aumento daprodutividade de pastagens.

D) o superavit comercial decorrente da exportação decarne produzida na Amazônia compensa a possíveldegradação ambiental.

22. O governo de Fernando Henrique Cardoso seguiulinhas acordadas pelo Consenso de Washington,realizado em 1989. Tal consenso, de caráterneoliberal, adotou um conjunto de medidas paracontrolar a inflação e modernizar o Estado. Entreestas medidas estão:

A) ajuste fiscal, redução do tamanho do Estado efortalecimento das empresas estatais.

B) privatização, abertura financeira e investimentos eminfra-estrutura básica.

C) fortalecimento do sistema previdenciário atual,privatização e investimentos em infra-estruturabásica.

D) ajuste fiscal, restrições econômicas às importaçõesde gêneros agrícolas e abertura financeira.

23. (CDF-2012) O grande crescimento da economiabrasileira, ocorrido a partir do pós segunda guerramundial, não levou a uma maior participação dosmais pobres na riqueza do país. Atualmente, o Brasilse situa entre os piores países na distribuição derenda, pois enquanto os 50% mais pobres dapopulação concentram apenas 11,2% da renda totaldo país, os 10% mais ricos abocanham 49,7%,quase a metade da renda nacional.

Considerando a informação acima e os seusconhecimentos sobre os indicadores sócio-econômicos mundiais, pode-se afirmar que

I. a acentuada desigualdade na distribuição da rendanão ocorre apenas em relação às diferentescategorias ou classes sociais, também ocorre emrelação ao sexo, à cor e às diferentes regiões dopaís.

II. o Banco Mundial considera pobres os indivíduos que“vivem” com menos de um dólar diário. Nessaperspectiva, no Brasil, o total de pobres, por exemplo,no ano 2000, era de 24 milhões.

III. a pobreza é uma característica marcante nos paísessubdesenvolvidos, não se verificando tal fenômenonos países desenvolvidos.

IV. a pobreza que ocorre no Brasil e nos demais paísessubdesenvolvidos está evidenciada no PIB.

V. a maior parte dos indicadores socio-econômicosindica que o estado de bem-estar social de umanação é confortável quando mostra alto PIB e muitaspotencialidades em recursos naturais.

Estão CORRETAS:

A) II e VB) I e IIC) I, III e IVD) I, II e VE) II, IV e V

24. (CDF-2012) Sendo reflexo do movimento neoliberalque altera a organização da economia e dosterritórios nacionais, o processo de privatizaçãorepresenta, para o Brasil:

A) Esforço de transferência de capital privado para oscofres públicos, com o objetivo de fortalecer a figurado Estado-empresário.

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FRENTE AB) Tentativa de recuperação econômica após os anos

80, caracterizados como década perdida, face aodesperdício das verbas públicas.

C) Aceleração do esgotamento do modelo dedesenvolvimento em tripé, o qual articulava o capitalnacional, o capital estrangeiro e o Estado.

D) Reestruturação da atividade industrial, movimentadapelas empresas estatais, responsável pela produçãoem massa de bens de consumo.

25. (UFRN-2008) Juscelino Kubitschek governou o Brasilde 1956 a 1961, época caracterizada pelo nacional-desenvolvimentismo, que gerou otimismo e euforiana vida brasileira. No seu governo,

A) a divisão da renda nacional corrigiu asdesigualdades sociais e as disparidades regionaispor meio das reformas estruturais empreendidas.

B) o crescimento acelerado da produção industrialapoiou-se no capital privado nacional, fechando opaís para o capital estrangeiro.

C) a Companhia Siderúrgica Nacional foi criada,contribuindo, de forma decisiva, para a posteriorimplantação da indústria automobilística.

D) a capital federal foi transferida do Rio de Janeiro parao Planalto Central, afastando o governo da Uniãodas pressões populares.

26. (CDF-20102) A economia brasileira durante os anosdo regime militar recebeu atenção especial do grupoque se instalou no poder, pois o desenvolvimentoeconômico era um item importante da doutrina desegurança nacional. Como resultado do modeloeconômico adotado:

I. O Brasil deixou de ser um país agrícola e tornou-se asexta economia do mundo em capacidade produtiva.

II. Houve enorme progresso na produção de energia,no setor de transportes, no de telecomunicações ena indústria de base.

III. A economia brasileira tornou-se independente doscapitais e da tecnologia dos países desenvolvidos.

Analisando o texto anterior, assinale:

A) se apenas s proposições I e II forem corretas.B) se apenas as proposições II e III forem corretas.C) se apenas as proposições I e III forem corretas.D) se todas as proposições forem corretas.

27. O processo de industrialização brasileiro acelerou-se a partir dos anos quarenta impulsionado por váriosfatores. A única alternativa que melhor explica essesfatores é a de letra:

A) A opção por uma política industrial em larga escalaresultou de um esforço conjunto envolvendo o Estadobrasileiro, setores empresariais nacionais eestrangeiros e acordos diplomáticos e econômicos

com outros países e instituições financeirasinternacionais.

B) A industrialização brasileira derivou exclusivamentedas transformações no campo, decorrentes de umareforma agrária que permitiu a formação de umamoderna economia de mercado nas zonas rurais.

C) A partir da segunda Guerra Mundial, a burguesiabrasileira já apresentava condições de dirigir,executar e financiar a industrialização nacional.

D) A industrialização brasileira foi possível graças aosempréstimos internacionais de grandes bancos àjuros módicos e a existência de um sindicalismo fortee organizado.

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