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Luciana Moherdaui OS CRITÉRIOS DE COMPOSIÇÃO NO JORNALISMO DIGITAL 1 Em busca de um modelo ideal 2 de páginas noticiosas Projeto de Pesquisa do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Comunicação. Linha de pesquisa: Processos de criação nas mídias. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientador: Profª. Dra. Giselle Beiguelman São Paulo - SP outubro de 2007 1 O presente trabalho foi realizado com o apoio do UOL (www.uol.com.br), através do Programa UOL Bolsa Pesquisa, processo número 20080102180000. 2 Não se trata aqui do ideal de ego freudiano, no sentido narcisista (Freud, 1914, p.111). O ideal em nossa proposta se refere ao ideal kantiano, ou seja, algo que a razão pura exige, mas que não é dado no campo da experiência (Kant: 2005, p. 109-117). Ou ainda: que possui, em grau superlativo, as qualidades positivas de sua espécie ou que se ajusta exatamente a um modelo, a uma lei, a um ideal; perfeito. In: Dicionário Houaiss. Disponível em http://houaiss.uol.com.br . Acesso em 04 mai. 2008. Nesse sentido, esta pesquisa conceituará como ideal as páginas noticiosas que atendem certas condições (estabelecidas pela teoria do jornalismo, mais precisamente os critérios de noticiabilidade e de composição pensados desde os anos 1600) e enfatizará as propriedades fundamentais da página noticiosa em oposição às suas representações particulares. Essa lógica segue o conceito de ideal do matemático Richard Dedekind (1831-1916): um sistema de inteiros algébricos que atendiam a certas condições.

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Luciana Moherdaui

OS CRITÉRIOS DE COMPOSIÇÃO

NO JORNALISMO DIGITAL1

Em busca de um modelo ideal2 de páginas noticiosas

Projeto de Pesquisa do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Comunicação. Linha de pesquisa: Processos de criação nas mídias. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientador: Profª. Dra. Giselle Beiguelman

São Paulo - SP outubro de 2007

1 O presente trabalho foi realizado com o apoio do UOL (www.uol.com.br), através do Programa UOL Bolsa Pesquisa, processo número 20080102180000. 2 Não se trata aqui do ideal de ego freudiano, no sentido narcisista (Freud, 1914, p.111). O ideal em nossa proposta se refere ao ideal kantiano, ou seja, algo que a razão pura exige, mas que não é dado no campo da experiência (Kant: 2005, p. 109-117). Ou ainda: que possui, em grau superlativo, as qualidades positivas de sua espécie ou que se ajusta exatamente a um modelo, a uma lei, a um ideal; perfeito. In: Dicionário Houaiss. Disponível em http://houaiss.uol.com.br. Acesso em 04 mai. 2008. Nesse sentido, esta pesquisa conceituará como ideal as páginas noticiosas que atendem certas condições (estabelecidas pela teoria do jornalismo, mais precisamente os critérios de noticiabilidade e de composição pensados desde os anos 1600) e enfatizará as propriedades fundamentais da página noticiosa em oposição às suas representações particulares. Essa lógica segue o conceito de ideal do matemático Richard Dedekind (1831-1916): um sistema de inteiros algébricos que atendiam a certas condições.

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Resumo do projeto Esta pesquisa analisa os elementos de composição da página noticiosa no jornalismo digital. O objetivo principal é propor um modelo ideal de página para sites jornalísticos a partir de critérios de composição específicos. A fundamentação teórica está apoiada na Teoria do Jornalismo, tendo o newsmaking como a base principal de nossas proposições, a partir da releitura de Gaye Tuchman (1978), Johan Galtung e Johan Ruge (1965), Herbert Gans (1979), Peter Golding e Philip Elliott (1979) Mauro Wolf (1995) e Nelson Traquina (2003). Michael Schudson (1978). A sistematização dos critérios de composição será pensada a partir das seguintes noções: Alteridade (HALL: 2001), Endoestética (GIANNOTTI: 2006), Interface (JOHNSON: 2001), Arquitetura da informação (WURMAN: 1962; LÓPEZ, GAGO e PEREIRA: 2003; MACHADO: 2004; SCHWINGEL: 2008), Interatividade (MEADOWS: 2003), Tele-ação (MANOVICH: 2001), Gêneros (MELO: 1994; BAKHTIN: 2003; SEIXAS: 2004, 2008), Remediação (BOLTER: 2000), Multimídia e multiculturalismo (DEUZE: 2005), Cultura cíbrida (BEIGUELMAN: 2005), Narrativas (MOHERDAUI: 2007) e Denominações e nomeações (FOUCAULT: 2002, 2007). Nesse sentido, o ponto de partida é examinar a estrutura nos jornais com mais acesso na internet, segundo dados recentes do Ibope NetRatings3: G1(Globo Notícias), Folha Online, Terra Notícias, Último Segundo, estadao.com.br, CNN, MSNBC, The New York Times, ABC News, CBS, Washington Post Le Monde, Le Figaro, La Repubblica, Corriere Dela Sera, El Pais, El Mundo, BBC News e Guardian Unlimited.4 Palavras-chave: design – narrativa – composição – tecnologia - jornalismo digital

3 G1 (http://g1.globo.com), Folha Online (www.folha.uol.com.br), Terra Notícias (http://noticias.terra.com.br), Último Segundo (http://ultimosegundo.ig.com.br), estadao.com.br (http://www.estadao.com.br), CNN (www.cnn.com) , MSNBC (www.msnbc.com), The New York Times (www.nytimes.com), ABC News (http://abcnews.go.com), CBS (www.cbsnews.com), Washington Post (http://www.washingtonpost.com) Le Monde (www.lemonde.fr), Le Figaro (www.lefigaro.fr), La Repubblica (www.repubblica.it), Corriere Dela Sera (www.corriere.it), El Pais (www.elpais.es), El Mundo (www.elmundo.es), BBC News (www.bbc.co.uk) e Guardian Unlimited (www.guardian.co.uk). 4 A nomenclatura se justifica porque os sites noticiosos usados como corpus nesta pesquisa são diagramados em uma página em branco (o browser) e, apesar de serem originários de veículos diferentes (como tevê e impresso), apresentam mesmo formato: conteúdo próprio – agências de notícias + fotos + multimídia + links. Trata-se da noção de remedição, ou seja, a representação de um meio em outro (BOLTER & GRUSIN: 1998).

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“Nenhum conhecimento precede a experiência, todos começam por ela”

Immanuel Kant

1. Introdução

Desde que surgiu, há mais de 13 anos, o jornalismo praticado no ciberespaço criou um

movimento no campo cientifico que procura elucidar conceitos e nomenclaturas (Salaverría,

2005; Mielniczuk, 2003; Machado, 2000), escrever a cronologia histórica, mapear fases de

evolução e características do produto (Armañanzas, 1996; Barbosa, 2002; Bardoel e Deuze,

2000; Bonnet, 2001; Machado, 2000a; Mielniczuk; 1998, 2001 e 2003a; Palacios, 1999 e

2002; Pavlik, 2001; Saad, 2003; Santos, 2002; Silva Júnior, 2000), propor narrativas

específicas (Salaverría, 2006, Paul, 2005, McAdams, 2005, Murray, 2003, Landow, 1995),

elaborar modelos de design (Cairo, 2007; Harrower, 2002; Bringhurst, 2004; García, 2005;

Nielsen, 2000; De Pablos, 1999; Carson, 1995), experimentar sistemas de publicação variados

(Schwingel, 2003 e 2004; Gilmor, 2004), analisar as funções que o usuário passa a ocupar

nesse novo formato de jornalismo (Machado, 2000b; Boczkowski 2004, Moherdaui, 2005),

examinar modos de verificação de audiência nos sites noticiosos (Moherdaui, 2005a) e

entender as mudanças nos processos produtivos, as novas funções do jornalista e o conceito

de tempo (Castells, 1999; Wolton, 2004; Moherdaui, 2005b).

Ao longo dos anos, diversos pesquisadores utilizaram nomenclaturas diferentes para

denominá-lo. Para Luciana Mielniczuk e João Canavilhas, o mais adequado é chamá-lo

webjornalismo, pois designa a produção de conteúdo exclusivamente para a web. Javier Díaz

Noci, professor de Redação jornalística e de ciberperiodismo da Universidad do País Basco,

defende a nomenclatura jornalismo eletrônico multimídia interativo. Apesar dessa

denominação, Noci pondera que são produtos informativos jornalísticos dedicados à

informação atual elaborada e publicados conforme regras estabelecidas da profissão e

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geralmente por empresas de comunicação que têm apostado na internet como principal

negócio. A definição mais correta do ponto de vista das possibilidades de produção,

distribuição e de circulação de conteúdos é a de Machado: jornalismo digital, pois o termo é

utilizado ao jornalismo produzido na web ou outros suportes de publicação de conteúdo:

Jornalismo em que todas as etapas do processo de produção e de circulação de conteúdos – apuração, composição, circulação e modelo de negócios – são desenvolvidos no limite do ciberespaço. A diferença entre o Jornalismo Assistido por Computadores e o Jornalismo Digital consiste em que, no primeiro caso, o computador entra como um elemento auxiliar para a produção das informações enquanto que, no segundo, o computador constitui a própria plataforma para todas as etapas do processo de produção e circulação dos conteúdos jornalísticos. (MACHADO, 2007: 131).

Ampliamos o conceito de Machado e incluímos nessa definição as formas de apuração

e de produção de informação já consagradas pela mídia tradicional, pois em diversas ocasiões

se faz necessário o uso de métodos como entrevista ao vivo ou checagem de informação por

telefone, entre outros. Em nossa pesquisa, utilizaremos a denominação jornalismo digital, pois

implica a possibilidade da manipulação conjunta de dados digitalizados de diferentes

naturezas: texto, som e imagem.5

O jornalismo produzido no ciberespaço criou cinco impactos (Pavlick, 2000) nos

grupos de comunicação: 1) sobre como os jornalistas fazem seu trabalho; 2) sobre o conteúdo

noticioso; 3) nas redações e nas estruturas industriais; 4) na relação entre as organizações de

notícias e seus públicos e 5) sobre a ética.

O avanço da internet e, consequentemente, o aumento do número de pessoas

conectadas - sobretudo a ampliação do uso da banda larga no mundo, estimado em mais de

300 milhões, segundo dados da consultoria britânica Point Topic6 -, propiciaram um maior

acesso aos sites jornalísticos no Brasil e no mundo, e também possibilitaram apresentar novos

formatos de narrativa. Atualmente, mais de 12 milhões de brasileiros lêem notícias na

internet. Nos EUA, esse número chega a quase 100 milhões, seguido do Japão (33,8 milhões), 5 MOHERDAUI, Luciana. Guia de Estilo Web – Produção e Edição de Notícias On-line. São Paulo: SENAC, 3 ed. 2007. p. 119-121. 6BRASIL é 11º mercado mundial para internet de banda larga. BBC Brasil. São Paulo, 14 jun. 2007. Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/06/070614_internetbandalargarw.shtml. Acesso em 5 ago. 2007.

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Alemanha (21,9 milhões), Reino Unido (16,6 milhões) França (16,5 milhões), Espanha (13,5

milhões), Itália (10,6 milhões), Austrália (7 milhões) e Suíça (2,6 milhões).7

A inovação tecnológica permitiu a criação de novas ferramentas de publicação e de

estruturação das páginas noticiosas. Hoje, é possível inserir variados elementos, além dos

básicos – (enviar e-mail e imprimir) -: incluir comentários, adicionar a sites de bookmarks

(favoritos), escolher o melhor conteúdo, eleger critérios de credibilidade por meio de votação,

RSS (Really Simple Syndication), newsletter, verificar estatísticas de acesso, postagem de

conteúdo via blog, fotolog e sistemas de open source, como Wikipedia, por exemplo, e

melhorar o desempenho da busca por meio de palavras-chave inseridas no texto, entre outros.

A utilização de gerenciadores de conteúdo com interfaces amigáveis, com ferramentas de

edição de áudio, vídeo, imagem, flash, slide show, permitem realizar todo o processo de

produção em uma redação online.

O design e a composição da página também levam em conta fatores como a

configuração da tela do usuário (NIELSEN, 2000). Recentemente, os principais sites

noticiosos redesenharam suas páginas a partir do layout horizontal, porque foi verificado que

a maioria dos internautas usa a resolução de tela 1024 x 768 pixels. A configuração anterior

(800 x 600 pixels), que era modelo de design na web, diminuiu seu uso em menos de 10%.

Um dos primeiros jornais a apostar no formato horizontal foi o espanhol El Pais8

(www.elpais.es)9 e o site da rede americana CNN (www.cnn.com). Também foi o jornal

espanhol um dos precursores no uso de variados elementos de composição da página

noticiosa. Outras mídias, como o celular, com recursos cada vez mais avançados de produção

de imagem e vídeo contribuíram para o incremento da estrutura noticiosa na internet. As

7 Dados de audiência do Ibope NetRatings referentes a junho de 2007. 8NOVEDADES en el rediseño de ELPAIS.com. EL PAIS. Espanha, 22 nov. 2006. Disponível em http://www.elpais.com/graficos/sociedad/Novedades/rediseno/ELPAIS/com/elpgra/20061117elpepusoc_2/Ges/?page=1. Acesso 5 ago. 2007. 9ELPAIS DIGITAL (1996) - ELPAIS.com (2006). EL PAIS. Espanha, 22 nov. 2006. Disponível em: http://www.elpais.com/graficos/sociedad/ELPAIS/DIGITAL/ ELPAIS/com/2006/elpgra/20061117. (Acesso em 5 de agosto de 2007).

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máquinas fotográficas digitais de alta capacidade e os gravadores digitais facilitaram o

trabalho do profissional da web. O jornalista faz o texto e o complementa com imagens, vídeo

e áudio editados por ele, utilizando sistemas de edição gratuitos e disponíveis na rede.

Tendo em vista os avanços da tecnologia internet que motivaram alterações em seu

modelo de produção no jornalismo digital, esse projeto direciona-se à análise da estruturação

da página noticiosa desenvolvida especificamente para o suporte web. Conceitualmente, a

pesquisa proposta está relacionada à linha de pesquisa Processos de Criação nas Mídias, do

Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da PUC/SP, por se tratar

de um tema de extrema importância, os estudos para a consolidação da plataforma internet

como novo suporte para produção, publicação e circulação de conteúdos, e por integrar os

temas discutidos nos últimos anos por pesquisadores da universidade no Brasil e no Exterior.

2. Objeto e Justificativa

Desde que entraram no ar os primeiros sites noticiosos, foram testados diversos modelos de

edição de conteúdos até alcançar algumas das principais características do novo ambiente,

segundo defendem Palacios (1999), Moherdaui (2000), Pavlick (2001), Deuze (2003) e

Murray (2003): conteúdo dinâmico, atualização constante, memória, interatividade,

hipertextualidade, multimidialidade, personalização e imersão. Esses modelos foram

classificados em quatro fases: (Silva Jr., 2002; Mielniczuck, 2003b; Boczkowski, 2004b;

Machado, 2004): primeira geração, sustentada pela reprodução dos conteúdos dos meios

impressos; segunda geração, quando mesmo submetido à metáfora do impresso são

desenvolvidos novos tipos de produtos; terceira geração, quando são lançadas iniciativas tanto

empresariais quanto editoriais adaptadas às características do ciberespaço, sendo que

Boczkowski incluiu na terceira fase a produção de conteúdo pelo usuário; quarta geração,

jornalismo digital baseado em bancos de dados inteligentes.

Especificamente ao que se refere ao tema proposto neste estudo, pesquisadores que

trabalham com narrativas como: Machado (2007), Salaverría (2006), McAdams (2005), Paul

(2005), Díaz Noci (2005), Murray (2003b) e Landow (1995) propuseram variados formatos.

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Para Murray, (2003c), o ponto de partida é levar em conta que o computador é um meio

expressivo capaz de ampliar a nossa capacidade de relatar fatos e como tal torna possível a

criação de narrativas multiformes ou multisequenciais.

A autora sugere inventar múltiplas formas para os textos lineares que forçam as

fronteiras de um meio pré-digital como uma figura bidimensional tentando escapar de sua

moldura anterior. A pesquisadora defende a criação de histórias multiformes,

multisequenciais, e afirma que o formato do conteúdo deve levar em conta seu propósito.

Planejamos notícias, ficção, games? “Os jogos precisam mesmo de um vocabulário crítico

distinto da terminologia narrativa”, escreve:

Percebi ser útil evitar o termo não-linear e substituí-lo por multissequencial e multiforme, como expressões para compreender os novos formatos narrativos. Histórias multissequenciais proporcionam ao interator (Murray chama o usuário que acessa notícias de interator) de navegar por um arranjo fixo de eventos de diferentes maneiras, todas elas bem definidas e significativas. O sentido mais profundo da obra emerge da compreensão desses caminhos entrecruzados, como na narrativa de um caso amoroso contada a partir de dois pontos de vista que se encontram. Uma história multiforme é aquela na qual múltiplas versões podem ser geradas a partir da mesma representação fundamental, como num jogo que pode ser repetido de modos diversos, ou num sistema narrativo como o The Sims, que pode oferecer muitas versões, sendo que cada uma delas terá suas próprias peculiaridades de eventos e caracteres. Histórias complexas podem ajudar-nos a perceber causa complexas de acontecimentos complexos, assim como imaginar diferentes desfechos para uma mesma situação. (MURRAY, 2003c: 11).

Nora Paul (2005) afirma em The elements of digital storytelling10 que a narrativa na

web é composta por cinco elementos: media (refere-se à mídia utilizada para criar narrativas

digitais), action (narrativas digitais têm dois movimentos: conteúdo dinâmico e ação do

usuário), relationship (interação entre a narrativa digital e o usuário), context (elementos que

explicam e complementam a narrativa digital) e communication (entre o desenvolvedor do

conteúdo e o usuário). Os espanhóis Díaz Noci e Salaverría vão além e apresentam modos de

compor as narrativas. Para Salaverría, à produção do texto na web devem ser considerados

dois elementos-chave: a extensão e a estrutura. “El redactor debe aprender a dosificar con

10 Proposta de narrativa digital da pesquisadora Nora Paul publicada em 2005, disponível em http://www.inms.umn.edu/elements. (Acesso em 28 de agosto de 2007).

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cuidado la cantidad de texto que pone a disposicíon del lector em cada pantalla o nodo.” O

autor divide a estrutura hipertextual em axial (linear) e reticular (que envolve um número

indeterminado de links). Uma estrutura é considerada reticular quando possui, no mínimo, três

links. Se houver apenas dois links, ela é axial. As estruturas axiais são divididas em: 1)

unilinear (texto cronológico e linear) e 2) multilinear (texto com variadas linhas de

composição, que podem ser arbóreas ou paralelas).11

Díaz Noci propõe que o lead seja substituído em, alguns casos, por infográficos

animados.

A pirâmide invertida é apenas uma entre tantas formas para estruturar o texto. Na internet, é possível usar uma espécie de pirâmide invertida que responda apenas a algumas perguntas que compõem o lead. O texto deve ser curto, deve convidar o leitor a clicar para outros níveis de informação. As infografias multimídia podem substituir o lead em alguns casos como, por exemplo, mostrar como ocorreram os atentados em Madri, em 11 de março de 2004. Os flashes são outro exemplo de formato.12

Na mesma linha de raciocínio está Mindy McAdamns. Tendo em vista a

multimidialidade e a interatividade como elementos essenciais à produção no ciberespaço, a

professora de jornalismo da Universidade da Flórida propõe a criação de pacotes multimídia,

slideshow com fotos e sons e infrográficos animados, baseados na tecnologia flash13. Partindo

do pressuposto do pesquisador russo Lev Manovich, o brasileiro Elias Machado avança e

entra na quarta fase do jornalismo digital, constituído a partir da narrativa em bancos de

dados.

(...) Com a incorporação, pelas organizações jornalísticas, dos sistemas de gerenciamento de conteúdos estruturados na forma de Base de Dados para formatação das informações (MACHADO, 2004), passa a existir a infra-estrutura necessária para a diversificação de tipos de narrativas nos diferentes meios jornalísticos existentes no ciberespaço (DÍAZ NOCI e SALAVERRÍA, 2003). A linguagem XML, utilizada nestes sistemas, automatizados de gestão de informações

11 SALAVERRÍA, Ramón. Redacción periodística en internet. 2ª ed. Espanha: EUNSA, 2006, p. 102-105. 12 MOHERDAUI, Luciana. Pesquisador afirma que infografia pode substituir o lead. In: A Tarde On Line. Salvador: 10 nov. 2005. 13 MCADAMS, Mindy. Flash journalism: how to create multimedia news packages. USA: Focal Press, 2005, p.1-16.

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de produtos jornalísticos, permite desvincular a forma do conteúdo (...) (MACHADO, 2007: 60).

Conforme foi apresentado anteriormente, os estudos sobre jornalismo digital apostam

em diversas possibilidades narrativas, ainda não há definições sobre como estruturar as

páginas noticiosas, objeto deste trabalho. A narrativa aparece sempre em primeiro plano ao se

planejar uma página na web. O mesmo é notado em autores da área de design, como Jakob

Nielsen (2000) e Tim Harrower (2002), considerados clássicos (o primeiro sobre mídia

digital, e o segundo sobre papel): não contemplam a composição em seus trabalhos. Oferecem

um guia sobre como estruturar um site a partir a lógica da usabilidade, dos browsers, das

configurações, do hipertexto. Arriscam propostas de titulação, mas param por aí.

Tal problematização foi levantada por Ted Nelson14, o pai do hipertexto, ao afirmar

em 2001 que na web repetimos convenções estabelecidas e, por isso, o computador ainda

simula duas coisas: hierarquia e papel. Em O Livro depois do livro, Giselle Beiguelman

(2003, p. 37, 67) também faz críticas ao uso de práticas sociais estabelecidas que restringem à

produção à superfície da tela, transformando o navegador em um paginador.

De modo geral, a composição está sendo estruturada (e tem evoluído) ao longo dos

últimos anos levando em conta principalmente: a) aumento do uso da banda larga no mundo;

b) baixo custo de acesso à internet; c) crescimento do interesse dos usuários por sites

noticiosos; d) inovações tecnológicas que possibilitam desenvolver conteúdo jornalístico no

ciberespaço, com as características exclusivas do novo suporte; e) tendências de design

observadas a partir de análise de perfil de consumo do usuário e do tipo de configuração de

seu computador. Itens, sem dúvida, essenciais ao planejamento on-line, mas se perdem ao

serem utilizados sem critérios.

3. Referencial teórico

14 NELSON, Ted. Deeper Cosmology, Deeper Documents, 2001. In: http://www.sigweb.org/ht01/tech.html#ted. Acesso em 21 abr. 2008.

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Na tentativa de propor um modelo ideal de páginas noticiosas, uma vez que internet é uma

nova forma social que produz uma nova prática social e, por isso, possibilita ações especificas

(Echeverría, 1999; Castels, 1999), esta pesquisa irá analisar os elementos de composição que

estão sendo utilizados ou desenvolvidos exclusivamente para o jornalismo praticado na web.

A Teoria do Jornalismo irá fundamentar este trabalho em todos os aspectos – objetivo

(principal e secundário), hipótese, metodologia e conclusão-, com recorte específico nos

critérios de noticiabilidade15, a partir da releitura dos conceitos de Gaye Tuchman (1978),

Johan Galtung e Johan Ruge (1965), Herbert Gans (1979), Philip Elliott (1972, 1977, 1978),

Mauro Wolf (1995) e Nelson Traquina (2003). Michael Schudson (1972, 1978, 1989), sem ter

a narrativa como objetivo primeiro. Mas antes, porém, se faz necessária uma ampliação da

teoria por conta das mudanças provocadas pelo surgimento do jornalismo digital.

No artigo What is journalism16, Mark Deuze propõe repensar a teoria do jornalismo e a

identidade dos jornalistas para manter um entendimento conceitual coerente do jornalismo

praticado na web. O autor critica o fato de a literatura geralmente discutir o papel do

jornalismo cívico ou a relação dos jornalistas e empresas de comunicação, e afirma que faltam

de textos que discutam teoria do jornalismo, multimídia e multiculturalismo. Para Deuze, a

multimídia e o multiculturalismo desafiam a percepção do jornalismo e do modo de fazer

jornalismo. Portanto, devem integrar a teoria.

Nesse sentido, ele divide o conceito de jornalismo em três partes: 1) Jornalismo como

ideologia17; 2) Jornalismo e tecnologia: multimídia; e 3) Jornalismo e sociedade:

multiculturalismo18.

15O conjunto de critérios e operações que fornecem a aptidão de merecer um tratamento jornalístico, isto é, possuir valor como notícia. Assim, os critérios de noticiabilidade são o conjunto de valores-notícia que determinam se um acontecimento, ou assunto, é susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor de ser transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo valor-notícia (newsworthiness). In: TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo. Volume 2. . Santa Catarina: Insular, 2005. p.63. 16DEUZE, Mark. What is journalism? Professional identity and ideology of journalists reconsidered. London, Sage Publications, 2005. 17 Jornalistas oferecem um serviço público, são neutros, objetivos, imparciais e credíveis, têm autonomia editorial, liberdade e independência, senso de imediatismo, ética e legitimidade.

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A partir dessa lógica, a aplicação dos critérios de noticiabilidade em nosso objeto de estudo

(páginas noticiosas, detalhadas a seguir) será apoiada em:

1) as relações de alteridade, em Stuart Hall19

2) a definição de interface, de Steven Johnson20;

3) a interatividade, em Mark Stephen Meadows21

4) o sentido de usabilidade, por Jacob Nielsen22

5) a tele-ação, segundo Lev Manovich23;

6) a noção de remediação, de David J. Bolter e Richard Grusin24;

18 Contato entre as diferenças formas de culturas nacionais e locais - que entende a cultura não está restrita à etnia, à nação ou à nacionalidade, mas como um lugar de direitos coletivos para a determinação própria de grupos. 19 Para Hall, não há identidades fixas, estáveis, unificadas nas sociedades modernas: "é precisamente porque as identidades são construídas dentro e não fora do discurso que nós precisamos compreendê-las como produzidas em lugares históricos e institucionais específicos, no interior de formações e práticas discursivas específicas, por estratégias e iniciativas específicas. a identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia. Ao invés disso, à medida que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar — ao menos temporariamente." 20 Para Steven Johnson, em seu sentido mais simples, a palavra interface se refere a softwares que dão forma à interação entre usuário e computador. A interface atua como uma espécie de tradutor, mediando entre as duas partes, tornando uma sensível para a outra. Em outras palavras, a relação governada pela interface é uma relação de semântica, caracterizada pelo significado e expressão, não por força física. In:, JOHNSON, Steven. A cultura da interface. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. p. 17. 21 Meadows identifica três pares opostos como princípios básicos na interação: 1) Ingresso/Saída, 2) Dentro/Fora e 3) Aberto/Fechado. O primeiro destes princípios preceitua que todo ingresso ou saída de informação no sistema deve gerar mais informação. É a habilidade do ciclo de interação para acrescentar informação ao sistema, pontua Meadows, que define a qualidade desta interação (Meadows:2003, 39). O segundo princípio, Dentro/Fora, estabelece que deve existir um diálogo entre os mundos interno e externo. A interação dentro da cabeça articula o mundo da imaginação do teleator enquanto que a interação de fora da cabeça está baseada no que o teleator percebe no nível empírico ou experencial. O terceiro princípio, Aberto/Fechado, postula que um sistema quanto mais usado funciona melhor. Sistemas abertos são mais complicados, menos previsíveis e mais interessantes do que sistemas fechados. Além destes três princípios da interação, Meadows (2003:44) identifica quatro passos porque passa o processo interativo: 1) Observação; 2) Exploração; 3) Modificação e 4) Mudança Recíproca. Os princípios são, para o autor, guias para o desenvolvimento da interação enquanto que os passos são meios para avaliar o resultado deste desenvolvimento. No primeiro passo, o usuário avalia a narrativa como espaço navegável; no segundo desenvolve alguma ação; no terceiro muda o sistema e, no quarto, o sistema tenta mudar o usuário. Tomando estes princípios e passos como orientadores da interação, Meadows define narrativa interativa como: “... An interactive narrative is a time-based representation of character and action in which a reader can affect, choose, or change the plot. The first, second or third person characters may actually be the reader. Opinion and perspective are inherent. Image is not necessary, but likely…(Meadows:2003:62). 22 A má arquitetura da informação levará sempre à má usabilidade. A maioria dos sites tem estrutura hierárquica com níveis cada vez mais detalhados de informações. Outros sites têm uma estrutura tabular na qual as páginas são classificadas com relação a um número de atributos ou parâmetros. As duas regras mais importantes sobre a estrutura do site são ter uma estrutura e fazer com que ela reflita a visão dos usuários do site e suas informações ou serviços. Pode parecer óbvio, mas muitos sites evoluíram sem ter qualquer estrutura planejada e acabaram num caos total. In: Websites que funcionam. NIELSEN, Jakob.. São Paulo: Campus, 2000, p. 198-229. 23 Lev Manovich afirma que o usuário de uma narrativa está atravessando uma base de dados, seguindo links entre seus registros as estabelecidos pelo criador da base de dados. “Uma narrativa interativa pode ser entendida como a soma de múltiplas trajetórias através de uma base de dados" In: The language of new media, de Lev Manovich. Cambridge: MIT, 2001.p. 227.

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7) os conceitos de semelhança e similitude, em Michel Foucault25;

8) a endoestética, em Claudia Gianetti26,

9) a cultura cíbrida, em Giselle Beiguelman27,

10) a classificação de narrativas, em Luciana Moherdaui28

11) o conceito de arquitetura da informação, em López, Gago e Pereira 29

12) os gêneros, em José Marques de Melo30

24 David Bolter e Richard Grusin definem como remediação a representação de um meio no outro (pp.45) e argumentam que ela é uma característica específica da nova mídia digital. Eles argumentam que a lógica da remediação descrita no livro é similar ao que Derrida considerou ‘mimesis’. E citam “mimesis aqui não é a representação de uma coisa por outra, a relação de semelhança ou identificação entre dois seres, a reprodução de um produto da natureza por um produto da arte. Não é a relação de dois produtos, mas de duas produções. E de duas liberdades. (...) A verdadeira ‘mimesis’ é entre duas matérias em produção e não entre duas coisas produzidas (9)”. (pp.52) Ao argumentar que toda mediação é remediação, Bolter e Grusin esclarecem que não estão querendo dizer que a remediação é a essência nem da mídia digital, nem da mediação de forma genérica, mas, sim, que no momento histórico atual a remediação é a convenção predominante que está em funcionamento para estabelecer a identidade da nova mídia digital. O conceito de meio, para os autores, está relacionado à lógica da remediação: o meio é aquilo de remedia. (pp. 65). Para eles, na nossa cultura, um meio nunca pode operar de forma isolada. Precisa estar envolvido em relações de respeito e rivalidade com outros meios. 25 Movido por uma hipótese de trabalho - ou seja, a de uma possível (re)afirmação (de ordem puramente sígnica e não ilustrativa) do texto pela imagem e vice-versa - Foucault empenhou-se em elaborar uma teoria geral da representação pictórica (constituída em torno das questões da semelhança e da similitude), centrada na dualidade entre ícone e símbolo, no entre-deux típico das formulações discursivo-pictóricas magrittianas. O que nos interessa aqui é a noção de nomeações como forma de impor denominações. 26 Cláudia Giannetti conceitua Endoestética a partir da Endofísica, em seu livro Estética Digital – Sintopia da arte, a ciência e a tecnologia. A Endofísica (e também a Endoestética, como veremos à seguir) está sempre discutindo a relação entre o endo (dentro) e o exo (fora). O sujeito é, ao mesmo tempo, um observador da realidade (como já vimos, um observador parcial na medida que incorpora elementos de sua subjetividade na observação), e alguém que está nela, mais ainda, alguém que influência ativamente nela, a modificando constantemente. A Endoestética trata dos mundos artificiais baseados na interface, nos quais podemos participar (endo) e observar (exo) ao mesmo tempo. Com essa dupla atuação do interator num universo simulado se podem explorar as propriedades de nosso mundo. ´Uma nova tecnologia que, ao contrário de todas as outras conhecidas, não só muda algo no mundo, mas o próprio mundo, se revela como uma possibilidade cognitiva (p. 197-201). 27Em O Livro depois do livro, Giselle Beilguelman aposta na possibilidade de uma cultura cíbrida, pautada pela interpenetração de Redes on line e off line, que incorpore e recicle os mecanismos de leitura já instituídos, apontando para novas formas de significar, ver e memorizar. São as zonas de fricção entre as culturas impressas e digitais o que interessa, as operações combinatórias capazes de engendrar uma outra constelação epistemológica e um outro universo de leitura correspondentes às transformações que se processam hoje nas formas de produção e transmissão dos textos, dos sons e das imagens(p. 12-13). 28A partir da seguinte divisão das narrativas no ciberespaço: [acesso hipertextual à informação], b) reportagem multiforme [compreende novos formatos narrativos] e c) pacote multimídia [reúne todos os elementos multimídia em um template em formato flash].28 Esses formatos podem ser estáticos ou de atualização contínua. 29O termo arquitetura da informação refere-se ao entendimento dos autores López, Gago e Pereira (2003, p. 198): segundo o qual trata-se do planejamento estrutural do mapa de conteúdo: a definição de seus itens de conteúdo, das relações que operam entre eles e, em geral, de toda a organização de fundo que sustenta o sistema. A arquitetura da informação envolve, portanto, o estabelecimento de alicerces, os espaços internos e o aspecto externo de um cibermeio. Não interessa nesta pesquisa usar o conceito de arquitetura da informação como 1) sistema de orientação para se chegar a determinadas informações (62 a 90), 2) sistema que orienta o usuário na busca, possibilita a recuperação das informações (90) e 3) roteiro para a criação de narrativas multimidiáticas (2000). O conceito foi criado em 1962 por Richard Wurman e com a crescente utilização das tecnologias em rede tem sido modificado, sobretudo após a atualização feita por Rosenfeld e Morville (1998) para a wolrd wide web. 30 José Marques de Melo é autor da obra sobre gêneros jornalísticos mais utilizada no Brasil. Por meio de dois critérios que reforçam a diferença de propósito entre informar e opinar, Marques de Melo classificou os gêneros a partir da sistematização de Luiz Beltrão.

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Nesse sentido, examina-se a estrutura nos sites jornalísticos do Brasil e do exterior

com mais acesso na internet, segundo dados recentes do Ibope NetRatings: G1

(http://g1.globo.com), Folha Online (www.folha.uol.com.br), Terra Notícias

(http://noticias.terra.com.br), Último Segundo (http://ultimosegundo.ig.com.br),

estadao.com.br (http://www.estadao.com.br), CNN (www.cnn.com) , MSNBC

(www.msnbc.com), The New York Times (www.nytimes.com), ABC News

(http://abcnews.go.com), CBS (www.cbsnews.com), Washington Post Le Monde

(www.lemonde.fr), Le Figaro (www.lefigaro.fr), La Repubblica (www.repubblica.it), Corriere

Dela Sera (www.corriere.it), El Pais (www.elpais.es), El Mundo (www.elmundo.es), BBC

News (www.bbc.co.uk) e Guardian Unlimited (www.guardian.co.uk)

4. Objetivos

4.1. Principal

• Propor um modelo ideal de página noticiosa para sites jornalísticos a partir da lógica

de valor-notícia de composição.

4.2. Secundários

• Investigar como o avanço da tecnologia possibilita novos formatos de composição e

examinar que modelos têm sido gerados a partir dessas inovações.

• Verificar se a ativação desses potenciais (geração de novos formatos) depende das

formas sociais das apropriações dessas tecnologias e de fatores como modelo de

negócio ou resistência administrativa ou profissional/corporativa à mudança, entre

outros.

• Averiguar se há um consenso geral do que representa a arquitetura de informação na

web, se os jornais seguem um padrão de identidade visual, se existe algo que os

diferencie.

• Comprovar se há um conceito de jornal ideal na web.

5. Hipóteses

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5.1. Hipótese central:

Ao longo de mais de uma década de consolidação do jornalismo digital, as pesquisas têm se

baseado apenas em propor narrativas e não consideram a composição da página. As fórmulas

propostas para escrever para suportes digitais não dão conta de apontar critérios estabelecidos

para estruturar os elementos, distribuí-los e editá-los adequadamente ao ciberespaço.

5.2. Hipóteses secundárias

• As características constitutivas do jornalismo digital presentes nos formatos de

exibição das páginas noticiosas apontam possibilidades que alteram aspectos do

jornalismo contemporâneo, gerando modificações na produção de conteúdos e criando

novas práticas sociais.

• As relações de alteridades presentes na composição das páginas não são

sistematizadas. Não há padronização nos elementos distribuídos.

• O design e a narrativa são inseparáveis, pois o produtor de conteúdo não pode

estabelecer um fluxo multimídia que não seja relacionado à estrutura da página

noticiosa e aos elementos de interatividade que a compõem.

• Os produtos jornalísticos elaborados para a web, que utilizam as características do

jornalismo digital, fundam os princípios ontológicos (ciência que considera o ser em si

mesmo independente de como ele se manifesta) desta nova prática jornalística.

• As palavras-chave utilizadas nos textos jornalísticos para obter melhor posicionamento

em sites de busca modificam a constituição da notícia e interferem na formatação da

página.

6. Metodologia O método de pesquisa está sistematizado em:

• Pesquisa bibliográfica para ampliar o quadro referencial teórico-metodológico.

• Estudo da composição das páginas noticiosas dos seguintes sites jornalísticos:

G1 - Globo Notícias, Folha Online, Terra Notícias, Último Segundo,

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estadao.com.br, CNN, MSNBC, The New York Times, ABC News, CBS,

Washington Post Le Monde, Le Figaro, La Repubblica, Corriere Dela Sera, El

Pais, El Mundo, BBC News e Guardian Unlimited.

• Elaborar uma lista de elementos de composição e dividi-los em: elementos de

narrativa e elementos de design.

• Enumerar os critérios levados em conta pelo produtor de conteúdo ao estruturar

uma pagina de notícia.

• Sistematizar a historicidade dos modelos de páginas desenvolvidas desde que

surgiram os primeiros sites jornalísticos até os atuais formatos em uso na

internet e apresentar tendências de evolução.

• Realização de entrevistas com os editores, designers e técnicos responsáveis pela

criação das páginas noticiosas dos sites pesquisados e aplicação de questionário

sobre o processo de composição e edição dos conteúdos.

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8. Bibliografia a consultar 2° CONGRESSO INTERNACIONAL de design da informação. São Paulo: Senac, 2005. CD-ROM. 3° CONGRESSO INTERNACIONAL de design da informação. Curitiba: Senac, 2007. CD-ROM. ÅKESSON, Maria. Design patterns for the online newspaper genre - a genre analysis of 85 swedish daily online newspapers. Disponível em http://www.handels.gu.se/epc/archive/00002936. Acesso em abril de 2008. BAKHTIN, M. (2003) Estética da criação verbal. Mikhail Bakhtin: introdução e tradução do russo Paulo Bezerra; prefácio à edição francesa Tzvetan Todorov, 4ª ed., São Paulo: Martins Fontes. BAKHTIN, M./VOLOCHINOV, V. N. (1929) Marxismo e filosofia da linguagem. SP: Hucitec, 1981. BELTRÃO, L. (1980). Jornalismo Opinativo. Porto Alegre, Sulina. BELTRÃO, L. (1976). Jornalismo Interpretativo. Porto Alegre, Sulina. BRINGHURST, R. Elementos do estilo tipográfico - versão 3.0. São Paulo: Coisac & Naif, 2004. CAIRO, A. Visual Journalism: Print and Multimedia Infographics Storytelling. 2008 CANÃS, J. e WAERNS, Y. Ergonomia Cognitiva. EUA: Paperback, 2007. CARSON, D., BLACKWELL, L. The end of print –The graphic design of David Carson. EUA: Chronicle Books, 1995. DE PABLOS, J. M. Infoperiodismo: el periodista como creador de infografia. Madrid: Editorial Síntesis, 1999. FERNÁNDEZ-LADREDA, R. Cores. Infográficos multimedia: el mejor ejemplo de noticias hipertextuales. In: Mediaccionline. Mayo de 2004. Disponível em <http://www.mediaccion.com/mediaccionline/temas/periodigital. Acesso setembro de 2007. FLUSSER, V. Mundo codificado – Por uma filosofia do design da comunicação. São Paulo: Coisaic & Naif, 2006. FONTCUBERTA, M., BORRAT, H. Periódicos: sistemas complejos, narradores en interacción. Argentina: La Crujía Ediciones, 2006. FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 2007. GAGO, M. La arquitectura de la información, ingeniería del periodismo. In: LÓPEZ, X. Sistemas Digitales de información. Madri, Pearson Educación, 2006. p. 81-142. GARCIA, M. Redesigning Print for the Web. EUA: Paperback, 1997. GARRET, J. J. The elements of user experience: user center design for the web. London: New Riders, 2003. GIANNETTI, C. Estética Digital – Sintopia da arte, a ciência e a tecnologia. São Paulo: COM/Arte, 2006. GUERRA, J. L. O percurso interpretativo da produção da notícia. 2003. 250 pgs. Tese (Doutorado em Comunicação) – Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador. HARROWER, T. The newspaper designer´s handbook. New York: McGraw Hill, 2002. IHLSTRÖM, C. The evolution of a new(s) genre. 2004. 174 pgs. Tese (Doutoral Ciência da Informação) – Universidade Halmstad, Halmstad, Suécia. ________________. Navigation in large web sites. 1999. Disponível em http://www.handels.gu.se/epc/archive/00002312. Acesso em abril de 2008. ________________.From print to web to e-paper . The challenge of designing the e-newspaper. 2004. Disponível em http://elpub.scix.net/data/works/att/249elpub2004.content.pdf. Acesso em abril de 2008. KRESS, G., Reading Images: the Grammar of visual Design. EUA: Paperback, 2006. _______________. Multimodal Discourse: The Modes and Media of Contemporary Communication

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8. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades

Mar 08

Abr 08

Mai 08

Jun 08

Julh 08

Ago 08

Set 08

Out 08

Nov 08

Dez 08

Jan 09

Fev 09

Mar 09

Abr 09

Mai 09

Jun 09

Cumprimento das disciplinas revisão da

bibliografia

X X X X X X X X X X

Análise sobre o estado da arte do jornalismo digital e construção do referencial

teórico

X

X

Definição da metodologia adotada na pesquisa e

justificativas para escolha do método qualitativo

X

X

X

X

Elaboração dos capítulos e redação da entrega do

primeiro relatório

X

X

Mapeamento as estruturas noticiosas dos dezenove

sites noticiosos

X

X

X

X

X

Organização e sistematização das

informações recolhidas e redação da entrevista aos

profissionais dos sites

X

X

Organização das respostas obtidas nas entrevistas (transcrição e tabulação

dos questionários)

X

2008 2009

Período

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Atividades

Jul 09

Ago 09

Set 09

Out 09

Nov 09

Dez 09

Jan 10

Fev 10

Mar 10

Abr 10

Mai 10

Jun 10

Jul 10

Elaboração da entrega do primeiro relatório

X

Redação de análises gerais e conclusões

X X X

Qualificação, construção dos capítulos

X

X

X

X

Elaboração do segundo relatório

X

Conclusão da pesquisa X

Redação X X X X

Revisão X

Defesa da tese X

2009 2010

Período