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Lucro Presumido – IRPJ/CSLL/PIS/COFINS Sumário: 1 - EMPRESAS AUTORIZADAS 2 - EMPRESAS IMPEDIDAS DE OPTAREM 2.1 - Atividades Imobiliárias – sucessão 3 - VALORES QUE COMPÕE A RECEITA BRUTA 3.1 – Receitas que não compõe a renda bruta 4 - REGIMES DE CÔMPUTO DAS RECEITAS 4.1 – Adiantamentos 4.2 Não observância do regime de caixa. 5 - APURAÇÃO DAS RECEITAS – PAGAMENTO DO IMPOSTO 6 - BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO E ALÍQUOTA 6.1 – Observações quanto às atividades para as alíquotas do lucro presumido. 7. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE PEQUENO PORTE 8 – RECEITAS OU RESULTADOS DE GANHOS DE CAPITAL 9. CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO E ADICIONAL DEVIDO 9.1 Compensações e deduções do imposto devido 9.2 Cálculo do valor devido 10. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS 11. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 13. SAÍDA DO REGIME DO LUCRO PRESUMIDO 14. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS

Lucro Presumido

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Page 1: Lucro Presumido

Lucro Presumido – IRPJ/CSLL/PIS/COFINS

Sumário:

1 - EMPRESAS AUTORIZADAS

2 - EMPRESAS IMPEDIDAS DE OPTAREM

2.1 - Atividades Imobiliárias – sucessão

3 - VALORES QUE COMPÕE A RECEITA BRUTA

3.1 – Receitas que não compõe a renda bruta

4 - REGIMES DE CÔMPUTO DAS RECEITAS

4.1 – Adiantamentos

4.2 Não observância do regime de caixa.

5 - APURAÇÃO DAS RECEITAS – PAGAMENTO DO IMPOSTO

6 - BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO E ALÍQUOTA

6.1 – Observações quanto às atividades para as alíquotas do lucro presumido.

7. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE PEQUENO PORTE

8 – RECEITAS OU RESULTADOS DE GANHOS DE CAPITAL

9. CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO E ADICIONAL DEVIDO

9.1 Compensações e deduções do imposto devido

9.2 Cálculo do valor devido

10. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS

11. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

13. SAÍDA DO REGIME DO LUCRO PRESUMIDO

14. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS

15. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – CSLL -  NO LUCRO PRESUMIDO

16. BASE DE CÁLCULO

17 - EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS

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18. ALÍQUOTA

19. EXEMPLO

20. APURAÇÃO COM BASE NO REGIME DE CAIXA

21 TRATAMENTO APLICÁVEL AOS VALORES RECEBIDOS

22. CÔMPUTO DA RECEITA EM PERÍODO DE APURAÇÃO POSTERIOR AO RECEBIMENTO

23. PIS/PASEP E COFINS NA SISTEMÁTICA DO LUCRO PRESUMIDO

24. PAGAMENTO DO PIS E DA CONFINS PELO LUCRO PRESUMIDO – CÓDIGO DARF

Introdução

O presente estudo aborda a tributação do Imposto de Renda pelo lucro presumido, bem como das contribuições sociais – Pis/Pasep, Cofins e CSLL, tendo em vista que muitas empresas não migraram para o Simples Nacional e terão de tributar suas receitas, opcionalmente, por esta sistemática, já agora de início do 3º semestre de 2007, período que compreende de 1º de julho a 30 de setembro.

1 - EMPRESAS AUTORIZADAS

Dentre as quatro formas de apuração do Imposto de Renda devido pelas Pessoas Jurídicas, destaca-se o Lucro Presumido como uma “opção” pelas empresas não impedidas de apurar (ainda que presumidamente) seus lucros e recolher o imposto.

Podem optar pela sistemática do Lucro Presumido as empresas não obrigadas à apuração do lucro real (outra forma de tributação), cuja receita bruta total, no ano-calendário imediatamente anterior (em 2006 para opção no ano calendário de 2007) tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais).

Para empresas com início de atividade no ano de apuração do imposto (pela impossibilidade de se apurar a receita bruta no ano anterior) o limite deverá ser apurado de forma proporcional multiplicando-se o valor de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) pelo número de meses de atividade no ano, se inferior a 12 meses. Tal sistemática poderá ser conferida pela leitura do art. 14 da Lei nº 9.718/1998, com a redação que lhe foi dada pelo art. 46 da Lei nº 10.637/2002.

A doutrina vem atribuindo feições de “empresas de médio porte” a pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido, já quem as Micro e Pequenas Empresas (ME e EPP) são tributadas pelo Simples Nacional quando não impedidas.

2 – EMPRESAS IMPEDIDAS DE OPTAREM

Em lado diametralmente oposto, não podem optar pela sistemática do lucro presumido:

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i) cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses;

ii) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

iii) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

iv) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

v) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei nº 9430/96

vi)  que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Observações:

1º) O PN COSIT nº 01/1993 esclarece que as “Sociedades Corretoras de Seguro” (CNAE nº 6622-3/00) podem optar pela tributação com base no lucro presumido por não se equipararam a empresas de seguros, para efeito da obrigatoriedade de tributação pelo lucro real.

2º) A Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil, IN nº 16/2001, estabelece normas e procedimentos para empresas interessadas, descritas no itens “i”, “iii”, “iv”, “v”, acima que aderiram ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), para aderirem a sistemática de apuração pelo lucro presumido, incluindo aí as sociedades por conta de participação.   

2.1 - Atividades Imobiliárias – sucessão

Empresas que exploram atividades Imobiliárias podem optar pela sistemática do lucro presumido.

Porém, somente se admitiu tal atividade empreendedora no lucro presumido com a vigência da Lei nº. 9.718/1998, desobrigando sua apuração pelo lucro real, imposta pela hoje revogada Lei nº. 8.981/1995.

Atividades imobiliárias são empresas que se dedicam à exploração de compra e venda, incorporação e construção de imóveis.

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A IN SRF nº 25/1999 e IN SRF nº 31/2001, pela redação do art. 2º, trouxe uma regra de transição, estabelecendo que empresas que exploram tais atividades, enquanto obrigadas e submetidas ao regime do lucro real, que realizaram venda de imóveis antes de concluído o empreendimento e computaram, no custo do imóvel vendido, os custos orçados para a conclusão das obras ou dos melhoramentos a que contratualmente ficaram obrigadas a realizar (art. 412 do Decreto 3.000/99) somente puderam ou poderão (sim conjugado no futuro porque ainda existe empresas em tais situações), optar pela sistemática do presumido a partir do ano-calendário subseqüente àquele em quês as obras forem concluídas.

3 - VALORES QUE COMPÕE A RECEITA BRUTA

Compõem a receita bruta da empresa, pare efeitos de enquadramento e aferição do lucro presumido.

a) receitas da prestação de serviços, da venda de produtos de fabricação própria, da revenda de mercadorias, do transporte de cargas, da industrialização de produtos em que a matéria-prima, o produto intermediário e o material de embalagem tenha sido fornecidos por quem encomendou a industrialização, da atividade rural e de outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da pessoa jurídica.

b) as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com os objetivos da empresa, bom como os ganhos de capital;

c) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;

d) os ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de revenda variável (operações em bolsas de valores, mercadorias, de futuros e assemelhadas); e

e) a parcela das receitas de exportações realizadas a pessoas vinculadas ou domiciliadas em pais com tributação favorecida (que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a 20%), determinada segundo as normas sobre preços de transferência que excedeu o valor registrado na escrituração da empresa no Brasil (IN SRF nº 93/1997, art. 22, § 1º, alínea “e”, e IN SRF nº 243/2002).

O ICMS e o ISS incidentes sobre as vendas de mercadorias e prestações de serviços integram a receita bruta e não podem dela ser excluídos.

Nas vendas a prazo, o custo do financiamento, embutido no preço dos bens ou serviços ou destaca na nota fiscal, integra a receita bruta conforme preceitua o ADN Cosit nº 7/1993.

O Valor do vale-pedágio obrigatório, fornecido pelo tomador dos serviços de transporte, para utilização efetiva em despesas de deslocamento de carga por meio de transporte rodoviário, não integra o valor do frete e não será considerado receita operacional (art. 2º da Lei nº 10.209/2001).

De acordo com o Ato Declaratório SRF nº 7/2000:

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a) os valores recebidos por empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público de transporte urbano de passageiros, subordinadas ao sistema de compensação tarifária, que devem ser repassados a outras empresas do mesmo ramo, por meio de fundo de compensação criado ou aprovado pelo Poder Público concedente ou permissório, não integram a receita bruta para os fins da legislação tributária federal;

b) os valores auferidos, a título de repasse, de fundo de compensação tarifária integram a recita bruta, devendo ser considerados na determinação da base de cálculo dos imposto e contribuições administrado pela secretaria da receita federal.

3.1 – Receitas que não compõe a renda bruta

Por outro lado, não integram a receita bruta:

a) as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos concedidos incondicionalmente (constantes da nota fiscal de venda de bens u da fatura de prestação de serviços e não dependentes de evento posterior à emissão desses documentos – IN SRF nº 51/1978) e o IPI cobrado destacadamente do comprador ou contratante, do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário;

b) as saídas que não decorram de vendas, a exemplo das transferências de mercadorias para outros estabelecimentos da mesma empresa.

4 - REGIMES DE CÔMPUTO DAS RECEITAS

Somente com o advento da IN SRF nº 104/98 a Receita Federal veio permitir a pessoa jurídica optante pelo lucro presumido a adotar o critério de reconhecer as receitas das vendas de bens e/ou da prestação de serviços, com pagamento a prazo ou em parcelas, na medida dos recebimentos. Assim, passou-se a admitir o regime de caixa para determinação do lucro presumido só com a receita efetivamente recebida no trimestre.

A empresa que adotar o regime de caixa para apuração dos tributos, deverá manter o livro caixa bem como deverá manter igualmente a escrituração contábil.

Na hipótese de ser manter somente só o livro caixa, deverão obserar os procedimentos abaixo descritos:

a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço.

b) indicar, no Livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento.

Para as empresas que mantém escrituração contábil, na forma da legislação comercial, os recebimentos das receitas deverão ser controlados em conta específica, na qual, em cada lançamento, deverá ser indicada a nota fiscal que corresponder ao recebimento.

4.1 – Adiantamentos

Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, deverão ser computados como receita do mês em que se der o

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faturamento, entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer;

4.2 Não observância do regime de caixa.

Os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços deverão ser considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite;

O computo da recita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento do imposto com o acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da legislação vigente.

5 - APURAÇÃO DAS RECEITAS – PAGAMENTO DO IMPOSTO

No regime do lucro presumido, a apuração do imposto será feita trimestralmente, por períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.

Assim, o IRPJ apurado em cada trimestre deverá ser pago, em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de sua apuração ou, por opção da empresa, em até 3 quotas mensais (iguais e sucessivas), nos termos do art. 856 do Decreto nº 3.000/99:

a) as cotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuração;

b) o valor mínirmo será de R$ 1.000,00 para cada cota; se o imposto apurado for inferior a R$ 2.000,00 será pago em cota única.

c) o valor de cada quota (excluída a primeira, se paga no prazo) será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do 1º dia do 2º mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

Para o pagamento do imposto apurado, deverá ser informado o Código 2089, no campo 04 do DARF.

O Darf não pode ser utilizado, e não será diferente ao imposto a pagar no lucro presumido, para pagamento de tributos de valor inferior a R$ 10,00 (art. 873, § 4º, Decreto nº 3.000/99).

Assim, se o imposto apurado for de valor inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao imposto devido no período subseqüente, até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser pago no prazo para o pagamento do imposto devido no período em que esse limite for atingido juntamente com esse imposto, obviamente sem multas de mora (art. 873, § 4º, Decreto nº 3.000/99).

6 - BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO E ALÍQUOTA

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Para qualquer forma de tributação do imposto de renda, lucro real ou presumido, a alíquota será sempre de 15% (quinze por cento)

Para se aferir a base de cálculo do lucro presumido, deverá ser aplicado um percentual sobre o faturamento da empresa. Esta percentual poderá variar de 1,6% a 32%, de acordo com a área de atuação da empresa, como ilustrado abaixo:

ATIVIDADESPercentuai

s

Percentual

Direto

% Reduzido para empresa com

Receita Anual até R$ 120.000,00

Revenda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustível para consumo)

8,0 1,2%

Atividades não beneficiadas com a

redução do percentual

Transporte de cargas 8,0 1,2%

Serviços hospitalares 8,0 1,2%

Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais em qualquer quantidade (Ato Declaratório Normativo COSIT nº 06/97).

8,0 1,2%

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda

8,0 1,2%

Serviços de transporte de passageiros

16,0 2,4%

Revenda de combustíveis derivados de petróleo e álcool, inclusive gás

1,6 0,24%

Prestadoras de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentada, inclusive escolas (S/C do antigo regime do DL 2.397)

32,0 4,8%

Intermediação de negócios, inclusive corretagem (seguros, imóveis, dentre outros) e as de representação comercial

32,0 4,8% 16,0

Administração, locação ou cessão de bens imóveis, e móveis.

32,0 4,8% 16,0

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão-de-obra

32,0 4,8% 16,0

Serviços de gráfica, com ou sem fornecimento de material, em relação à receita bruta que não

32,0 4,8% 16,0

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decorra de atividade comercial ou industrial

Serviços de suprimento de água tratada e coleta de esgoto e exploração de rodovia mediante cobrança de pedágio (Ato Declaratório COSIT nº 16/2000)

32,0 4,8% 16,0

Compra e venda de veículos usados (consignação)

32% 4,8% 16,0%

6.1 – Observações quanto às atividades para as alíquotas do lucro presumido.

Combustíveis: O percentual aplicável para comerciante varejista é de 8%. O percentual de 1,6 sobre a receita da venda de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural é aplicável exclusivamente na revenda para consumidor final.

Vendas de imóveis: O art. 15, incisos I, II e III da  Lei nº 9.249/1995, estabelece atividades não abrangidas ao percentual de 8%. Se a pessoa jurídica não exercer nenhuma das atividades ali descritas a alíquota será, de 8%.

Na atividade de construção por empreitada, a Receita Federal Definiu, através do ADN nº 6/1997, que deverá ser aplicado o percentual de 8% sobre a receita bruta quando houver emprego de materiais, em qualquer quantidade, e de 32% quando houver emprego unicamente de mão-de-obra, ou seja, sempre emprego de materiais.

Igual tratamento deverá ser dado ao serviço de sondagem de solo. O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta relativa a serviços de sondagem do solo, como tal compreendidas apenas a perfuração e a coleta de amostra, com emprego de materiais, é de 8%.

Serviço de hotelaria – As receitas provenientes de atividade de hotelaria sujeitam-se ao percentual de 32% e, no caso de atividades diversificadas, desde que segregadas as respectivas receitas, aplica-se o percentual de 8% sobre a receita de venda de refeições e 32% sobre a receita de prestação de serviços de hotelaria.

As Atividades Gráficas poderão ser consideradas como comércio, indústria e serviço recebendo tratamentos tributários distintos para efeito do imposto de renda, conforme o ADN Cosit nº 18/2000 a tributação se fará da seguinte forma:

a) são consideradas prestação de serviços as operações realizadas por encomenda, nos termos do Decreto nº 4.544/2002, do art. 5º, V, c. c. o art. 7º, II (Regulamento do IPI), ou seja, nas atividades de preparo do produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário, na residência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional, conceituando-se como:

i) oficina o estabelecimento que empregar, no máximo, 5 operários e, caso utilize força motriz, que não dispuser de potencia superior a 5 quilowatts;

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ii) trabalho preponderante o que contribuir para o preparo do produto, para a formação de seu valor, a título de mão-de-obra, no mínimo com 60%;

b) o percentual aplicável sobe a receita, na apuração do lucro presumido, será de 8% quando a empresa gráfica atuar nas áreas comercial e industrial; e 32% na hipótese de prestação de serviços, com ou sem o fornecimento de material.

Serviços médico-laboratoriais e similares – o art. 27 da IN SRF nº 480/2004,, alterado pela IN SRF nº 539/2005, dispõe que são considerados serviços hospitalares aqueles diretamente ligados a atenção e assistência à saúde, prestados por empresário ou sociedades empresária que exerça uma ou mais das atividades nele previsto. Assim no caso de serviços hospitalares, o lucro presumido será determinado mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida.

Programas de Computador – Os programas de computadores (chamados software) por encomenda é prestação de serviços, cuja receita se sujeita ao percentual de 32%, enquanto o software-padrão ou de prateleira, elaborado pela própria empresa e colocado à disposição dos clientes, indistintamente, sendo vendido como se fosse mercadoria, se sujeita ao percentual de 8% sobre a respectiva receita (Decisões nº 329/1997 e 263/2000 da 8º Região Fiscal).

Deve-se aplicar a o percentual de 8% sobre as receitas de venda de programas de computador elaborados por terceiros e de 32% sobre as receitas de programação e manutenção de softwares específicos. Sob encomenda.

Serviços de Guindastes e Locação de Guindastes: a movimentação de contêineres por meio de guindastes com fim específico de transporte de cargas é parte integrante de todo o transporte e a receita decorrente está sujeita ao percentual de 8% para determinação da base de cálculo do lucro presumido. Entretanto, a receita proveniente da movimentação dos contêineres por meio de guindastes realizada exclusivamente para fins de armazenamento dos contêineres sujeita-se ao percentual de 321% (Solução de Consulta nº 206/2001 da SRF da 8º Região Fiscal).

Serviços de suprimento de água tratada, coleta e tratamento de esgotos e de exploração de rodovias: Estão sujeitas ao percentual de 32%, para fins de apuração do lucro presumido das concessionárias ou subconcessionárias de serviços públicos, as receitas proveniente da (ADN Cosit nº 16/2000):

a) prestação de serviços de suprimento de água tratada e a conseqüente coleta e o tratamento de esgotos, cobrados diretamente dos usuários dos serviços; e

b) exploração de rodovia mediante cobrança de preço dos usuários, envolvendo execução de serviços de conservação, manutenção, melhoramentos para adequação de capacidade e segurança de transito, operação, monitoração, assistência aos usuários e outros definido em contratos, atos de concessão ou de permissão ou em normas oficiais.

Escolas e creches: as escolas, inclusive as creches, são consideradas sociedades prestadoras de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas, razão pela qual as receitas delas originadas sujeitam-se ao percentual de 32%, ficando

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proibida a utilização do percentual de 16%, ainda que a receita bruta anual permaneça dentro do limite de R$ 120.000,00 (ADN Cosit nº 22/2000).

Curso de idiomas: Segundo a Solução de Divergência nº 14/2003 da Coordenação-Geral de Tributação, a pessoa jurídica que presta serviços relativos a curso de idiomas, por não se tratar de serviços de profissão regulamentada, pode utilizar o percentual de 16% sobre a receita bruta, para fins de apuração da base de cálculo do lucro presumido.

Comercialização de veículos automotores novos e usados: as pessoas jurídicas que tem como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores computarão como receita de vendas de veículo usados (adquiridos para revenda ou recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados) a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal de entrada, o qual deve corresponder ao preço ajustado entre as parte. (Lei nº 9.716/1998, art. 5 e IN SRF nº 152/1998).

A legislação é omissa quanto ao percentual de determinação do lucro presumido. Não há manifestação a esse respeito por parte da Recita Federal, contudo, algumas regiões fiscais tem se posicionado de forma diferente, tais como a 5ª Região Fiscal (Bahia e Sergipe) e a 9ª Região Fiscal (Paraná e Santa Catarina). Ambas tem informado, por meio de }Soluções de Consulta, que o percentual aplicável sobre a receita bruta para determinação do lucro presumido corresponde a 32% (Soluções de Consulta nº 21/2001 e 100/2001, respectivamente).

Por meio de Consulta nº 61/2003, a 8ª Região Fiscal (São Paulo) posicionou-se no mesmo sentido, agora em relação à venda de motocicletas usadas. De acordo com essa Solução, o valor a ser computado na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda será apurado segundo o regime aplicável às operações de consignação, aplicando-se para apuração do lucro presumido, o percentual de 32%.

7. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE PEQUENO PORTE

A empresa exclusivamente prestadora de serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões legalmente regulamentadas) poderá utilizar o percentual de 16% enquanto a sua receita bruta, acumulada no ano-calendário em curso, permanecer dentro do limite de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil), observando-se o seguinte (RIR/1999, art. 519, §§ 4º a 7º e IN SRF nº 93/1997, art. 36, § 6º):

a) se a empresa utilizar esse percentual e a sua receita bruta, acumulada até qualquer um dos trimestres do ano calendário, ultrapassar o limite de R$ 120.000,00, ficará sujeita ao percentual normal de 32%, retroativamente aos trimestres anteriores do ano-calendário em curso, impondo-se o pagamento das diferenças de imposto apuradas em cada trimestre transcorrido, até o último dia útil do mês subseqüente ao trimestre da verificação do excesso;

b) as diferenças de imposto pagas dentro do prazo mencionado na letra “a” não sofrerão acréscimos moratórios;

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c) a partir de janeiro do ano-calendário subseqüente ao da ocorrência do excesso de receita, a empresa poderá voltar a utilizar o percentual de 16%, enquanto a sua receita bruta acumulada no ano permanecer dentro do limite de R$ 120.000,00.

Observações:

CNAE – 8599-6/01 – Formação de Condutores: Algumas Regiões Fiscais vem decidindo que não se aplicam a alíquota de 16% a esta atividade, por caracterizarem-se como prestadoras de serviços de profissão legalmente regulamentada (que de acordo com o Novo Código Civil passa a ser chamada de sociedade simples). Assim podemos citar a Decisão nº 246/2000 da 8º Região Fiscal, com jurisdição em São Paulo.

CNAE – 7810-8/00 -  Agência de recrutamento de atores para teatro e cinema), 9001-9/01 - Companhia de teatro e outras atividades legadas a artes, espetáculos e peças bem como cursos, também estão impedidas. Assim, podemos citar a Decisão nº 246/2000 da 8º Região Fiscal – São Paulo.

A corretagem (seguros, imóveis etc) e a representação comercial são consideradas atividades de intermediação de negócios e, portanto, as receitas delas originadas sujeitam-se ao percentual de 16% caso não ultrapasse no ano calendário o faturamento bruto de R$ 120.000,00.

8 – RECEITAS OU RESULTADOS DE GANHOS DE CAPITAL

Ao valor determinado mediante a aplicação dos percentuais para apuração da base de cálculo no tópico 5 deste trabalho, sobre a receita bruta definida, deverão ser adicionados, por inteiro, as demais receitas ou resultados positivos decorrentes de operações não enquadradas no conceito de receita bruta, deverão ser adicionados por inteiro, as demais receitas ou resultados positivos decorrentes de operações não enquadradas no conceito de receita bruta definido e os ganho de capital, percebidos no período, tais como (RIR/1999, art. 521, e IN SRF nº 93/1997, art. 36):

a) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável, obsernvado o seguinte:

i) os rendimentos percebidos serão computados na base de calculo do imposto somente no período de apuração em que ocorrer a alienação, o resgate ou a cessão do título ou aplicação (regime de caixa).

ii) as perdas apuradas nas operações nos mercados de rena variável somente poderão ser compensadas com os ganhos líquidos de outras operações de renda variável, exceto as apuradas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia (day trade), que somente poderão ser compensadas com ganhos líquidos de outra operação dessa natureza;

b) juros remuneratórios do capital próprio que houverem sido pagos ou creditados pro outra pessoa jurídica da qual a empresa seja sócia ou acionista;

c) juros, calculados pela taxa Selic, incidentes sobre imposto e contribuições pagos indevidamente ou a maior que o devido, a serem restituídas ou compensados;

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d) rendimentos obtidos nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas controladoras e controladas, coligadas ou interligadas;

e) ganho de capital (lucros) na alienação de bens do Ativo Permanente, inclusive os obtidos (o ganho de capital na alienação de bens do Ativo Permanente corresponde à diferença positiva entre o valor da alienação e o respectivo custo de aquisição, corrigido monetariamente até 31.12.1995 - no caso de bens adquiridos até esta data e diminuído da depreciação, da amortização ou de exaustão acumulada):

i) a alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas e de participações societárias que permaneceram no Ativo da empresa até o término do ano calendário seguinte ao de suas aquisições; e

ii)  na devolução de capital, os sócios ou acionistas, em bens ou direitos avaliados a preço de mercado;

f) valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive perdas no recebimento de créditos, salvo se a empresa puder comprovar:

i) não os ter deduzido em período anterior, no qual tenha sido tributada pelo lucro real ou pelo regime de sociedade civil de profissão regulamentada, que teve vigência te o ano-calendário de 1996, previsto no Decreto-Lei.

ii) que se refiram a período no qual tenha sido submetido ao regime de tributarão com base no lucro presumido ou arbitrado;

g) outras receitas ou resultados percebidos, como por exemplo:

i) multas ou qualquer outra vantagem recebida, ainda que a titulo de indenização, em virtude de rescisão contratual;

ii) aluguéis recebidos, quando a locação dos bens não for o objeto da atividade da empresa, líquidos das despesas necessárias à sua percepção, devidamente comprovadas;

iii) ganhos obtidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

iv) variações monetárias ativas, observando-se que, desde 1º.01.2000, as receitas de variações cambiais, decorrentes da atualização monetária de direitos de crédito e obrigações expressas em moeda estrangeira, serão consideradas para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, por opção da pessoa jurídica (MP nº 2.158-35/2001). No momento da liquidação da operação correspondente (regime de caixa) ou pelo regime de competência, aplicando-se a opção escolhida para todo o ano-calendário.

9. CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO E ADICIONAL DEVIDO

O imposto de renda pelo lucro presumido, será apurado trimestralmente calculado sobe a alíquota de 15% sobre a totalidade do lucro presumido apurado no trimestre.

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Além da alíquota de 15% sobre o lucro presumido, as empresas que adotarem esse regime de tributação estão sujeitas ao pagamento de um adicional de 10% sobre a parcela do lucro presumido que exceder R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) no trimestre.

Como o recolhimento do imposto é trimestral, no caso das empresas que iniciaram suas atividades e operaram por um período inferior a três meses, esse excedente cai de R$ 60 mil para R$ 20 mil mensal, devendo então ser multiplicado pelo número de meses em que efetivamente operaram durante o trimestre.

9.1 Compensações e deduções do imposto devido

Segundo a IN SRF nº 93/1997, art. 38, § 2º, inciso III, o valor do imposto apurado em cada trimestre poderá ser compensado com valores abaixo descritos, sendo essas compensações informadas na DCTF. Vejamo-las:

i) pagamentos indevidos ou a maior que o devido a título de imposto de renda;

ii) saldo negativo do imposto de renda apurado em períodos anteriores, ainda que não compensado bem como compensações outras efetuadas.

Na sistemática do lucro presumido não é permitido a dedução de quaisquer incentivos fiscais no imposto devido com base no lucro presumido, com exceção das:

i) empresas optantes pelo Refis e pelo lucro presumido que auferir lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior que poderão deduzir do imposto de renda pago no exterior do imposto devido no Brasil sobre esses lucros, rendimentos e ganhos de capital, observadas as condições estabelecidas na IN SRF nº 16/2001, art. 2º, §§ 5º e 6º:

Art. 2º Para efeito de determinação do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devidos, os lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior deverão ser adicionados ao lucro presumido e à base de cálculo da referida contribuição no trimestre-calendário em que os lucros forem disponibilizados e os rendimentos e ganhos forem auferidos.      

§ 5º Do imposto de renda apurado no Brasil poderá ser deduzido aquele pago no exterior, limitado:

I - ao valor do imposto pago no exterior, correspondente aos lucros de cada filial, sucursal, controlada ou coligada, bem assim aos rendimentos e ganhos de capital que houverem sido computados na base de cálculo do imposto devido segundo as regras relativas ao regime de tributação com base no lucro presumido;

II - à diferença positiva entre os valores calculados sobre o lucro presumido com e sem a inclusão dos referidos lucros, rendimentos e ganhos de capital provenientes do exterior.

§ 6º O valor do imposto pago no exterior, que exceder o valor compensável com o imposto de renda devido no Brasil, relativo a lucros disponibilizados e rendimentos e

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ganhos de capital auferidos no exterior, poderá ser compensado até o limite da CSLL devida em virtude da adição de tais valores à sua base de cálculo.

ii) empresas optante pelo Refis e pelo lucro presumido que tiverem direito a isenção ou redução do Imposto de Renda, autorizadas legalmente que queiram usufruir de benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do Imposto de Renda (empresas localizadas nas áreas de atuação da Adene ou da ADA e outras), para efeito de cálculo do lucro presumido, deverão observar os procedimentos estabelecidos na IN SRF nº 16/2001, art. 3º:

Art. 3º A pessoa jurídica que, autorizada pela legislação tributária, queira usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda, deverá, para efeito de determinação do imposto devido segundo o regime de tributação com base no lucro presumido, adotar os seguintes procedimentos:

I - aplicar o percentual para determinação do lucro presumido, de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a soma das receitas decorrentes da exploração da atividade incentivada e dos valores dos ajustes de preços de transferência dessas receitas, de que tratam os arts. 19 e 25, I, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, relativas aos estabelecimentos que gozem do mesmo percentual de redução do imposto de renda;

II - aplicar os respectivos percentuais de redução do imposto de renda sobre o valor apurado na forma do inciso anterior;

III - aplicar o percentual para determinação do lucro presumido, de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 1995, sobre a soma das receitas decorrentes da exploração da atividade incentivada e dos valores dos ajustes de preços de transferência dessas receitas, de que tratam os arts. 19 e 25, I, da Lei nº 9.430, de 1996, relativas aos estabelecimentos que gozem de isenção do imposto de renda;

IV - efetuar a soma dos valores apurados nos incisos II e III;

V - determinar a razão entre o valor apurado na forma do inciso anterior e o lucro presumido da pessoa jurídica, antes da exclusão do excedente de variação cambial de que trata o art. 31 da Medida Provisória nº 2.113-28, de 23 de fevereiro de 2001.

VI - o valor a ser deduzido do imposto de renda corresponderá à aplicação do percentual determinado na forma do inciso V sobre o imposto apurado com base no lucro presumido.

Parágrafo único. O valor que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções de que trata este artigo não poderá ser distribuído aos sócios e constituirá reserva de capital da pessoa jurídica, que somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos ou aumento de capital social.

Conforme o parágrafo único previsto do art. 3º acima transcrito, o valor do imposto que deixar de ser pago em virtude de isenções ou reduções, constituirá reserva de capital da pessoa jurídica, que somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos ou aumento de capital social, não podendo assim ser distribuído ao sócios.

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9.2 Cálculo do valor devido

Numa situação hipotética, uma empresa que no 3º trimestre de 2007 (e isto se aplica para as empresas que eram do Simples Federal/Lei nº 9.317/99 e não migraram ao Simples Federal/LC nº 123/2006, que optarem pelo presumido), tenha auferidos os seguintes rendimentos:

i) receita de vendas de mercadorias no valor total de R$ 2.000,000,00 e receita de prestação de serviços no valor total de R$ 500.000,00, apuradas segundo os conceitos explanados anteriormente:

ii) receita de aplicações financeiras de renda fixa de R$ 20.000,00, bem como juros e descontos ativos R$ 4.000,00 e variações monetárias ativas R$ 10.000,00.

iii) ganhos de Capital na venda de bens R$ 12.000,00

iv) Saldo do lucro inflacionário (3/120 de R$ 180.000,00) R$ 4.500,00.

Neste caso, considerando que os percentuais aplicáveis sobre as receitas são de 8% sobre a receita de venda de mercadorias e 32% sobre a receita de prestação de serviços, temo:

Vendas: 8% de R$ 2.000.000,00         -------------------------     R$ 160.000,00

Serviços: 32 de R$ 500.000,00                        -------------------------     R$ 160.000,00

(=) subtotal (base de cálculo presumida)        .........................           R$ 320.000,00

Acréscimos sobre a base de cálculo:

(+) Rendimentos de renda fixa                        -------------------------     R$ 20.000,00

(+) Demais juros e descontos ativos   -------------------------     R$ 4.000,00

(+) Variações monetárias ativas                      -------------------------     R$ 10.000,00

(+) Ganhos de Capital na venda de bens ------------------------ R$ 12.000,00

(+) saldo do Lucro inflacionário                        -------------------------     R$ 4.5000,00

(=) base de cálculo do imposto         -------------------------           R$ 370.500,00

à Cálculo do imposto devido:

15% X R$ 370.500,00                          -----------------------       R$ 55.575,00

(+) Adicional:

10% (R$ 375.500,00 – R$ 60.000,00)             ------------------------      R$ 31.050,00

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(=) Imposto de Renda devido                       ------------------------            R$ 86.625,00

10. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS

            Os valores pagos a sócios ou acionistas ou a titular de empresa tributada pelo lucro presumido, a título de lucros ou dividendos, ficam isentos do Imposto de Renda, independentemente de apuração contábil, até o valor da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), deduzido do IRPJ (inclusive o adicional, quando devido) da Contribuição Social sobre o Lucro, do PIS-PASEP e da Cofins devidos, desde que a distribuição ocorra após o encerramento do trimestre de apuração, nos termos da IN SRF nº 93/1997, art. 48, e ADN Cosit nº 4/1996.

Art. 48. Não estão sujeitos ao imposto de renda os lucros e dividendos pagos ou creditados a sócios, acionistas ou titular de empresa individual.

§ 1º O disposto neste artigo abrange inclusive os lucros e dividendos atribuídos a sócios ou acionistas residentes ou domiciliados no exterior.

§ 2º No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, poderá ser distribuído, sem incidência de imposto:

I - o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica;

II - a parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item I, desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucro presumido ou arbitrado.

§ 3º A parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titular da pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, presumido ou arbitrado, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que por conta de período-base não encerrado, que exceder ao valor apurado com base na escrituração, será imputada aos lucros acumulados ou reservas de lucros de exercícios anteriores, ficando sujeita a incidência do imposto de renda calculado segundo o disposto na legislação específica, com acréscimos legais.

§ 4º Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em montante suficiente, a parcela excedente será submetida à tributação nos termos do art. 3º, § 4º, da Lei nº 7.713, de 1988, com base na tabela progressiva a que se refere o art. 3º da Lei nº 9.250, de 1995.

§ 5º A isenção de que trata o "caput" não abrange os valores pagos a outro título, tais como "pro labore", aluguéis e serviços prestados.

§ 6º A isenção de que trata este artigo somente se aplica em relação aos lucros e dividendos distribuídos por conta de lucros apurados no encerramento de período-base ocorrido a partir do mês de janeiro de 1996.

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§ 7º O disposto no § 3º não abrange a distribuição do lucro presumido ou arbitrado conforme o inciso I do § 2º, após o encerramento do trimestre correspondente.

§ 8º Ressalvado o disposto no inciso I do § 2º, a distribuição de rendimentos a título de lucros ou dividendos que não tenham sido apurados em balanço sujeita-se à incidência do imposto de renda na forma prevista no § 4º.

            Assim, poderá ser distribuído a título de lucros, sem a incidência do imposto de renda, o valor correspondente ao lucro presumido, diminuído de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a empresa conforme abaixo exemplificado:

Lucro presumido:                         -----------------------------                    R$ 1.020.000,00

(-) Imposto de Renda e adicional   -----------------------------                 R$ 213.000,00

( - ) CSLL                                       ----------------------------                    R$ 137.700,00

( - ) COFINS                                  ----------------------------                    R$ 382.500,00

( - ) PIS/PASEP                              -----------------------------                   R$ 82.875,00

(=) Lucro que poderá ser distribuído sem a incidência do imposto:     R$ 185.925,00

Contudo, sem prejuízo do que fora até agora exposto, se a empresa mantiver escrituração contábil e apurar o lucro líquido (após a dedução do IRPJ devido) de valor superior ao exemplo acima transcrito, a totalidade do lucro líquido contábil poderá ser distribuída sem incidência do imposto, com a observância da restrição da restrição informada na IN SRF nº 16/2001, art. 3º parágrafo único, quando for o caso.

Porém, se o lucro líquido apurado contabilmente for inferior ao valor determinado de acordo com as regras focalizadas acima, prevalecerá a isenção sobre a distribuição do lucro presumido líquido do imposto e das contribuições devidos.

11. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

A pessoa jurídica que optar pela tributação com base no Lucro Presumido deverá manter:

a) escrituração contábil nos termos da Legislação Comercial ou Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária;

b) livro Registro de Inventário no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário abrangido pelo regime de tributação simplificada;

c) livro de Apuração do Lucro Real, quando houver lucros diferidos de períodos anteriores, inclusive saldo de lucro inflacionário a tributar;

d) documentação relativa aos atos negociais que o contribuinte praticar, bem como os livros de escrituração obrigatória por Legislação Fiscal específica e todos os demais

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papéis e documentos que serviram de base para a escrituração comercial e fiscal, em boa ordem e guarda enquanto não decorrido o prazo decadencial do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos;

e) apresentar a Declaração Integrada de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ e a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF nos programas e prazos previstos pela Legislação.

13. SAÍDA DO REGIME DO LUCRO PRESUMIDO

A empresa poderá sair do lucro presumido voluntariamente depois de transcorrido todo o ano-calendário em que fora efetivada a opção, no ano-calendário subseqüente a este, tendo total liberdade para se submeter a outro regime de tributação, observadas as condições pertinentes ao regime de tributação escolhido.

Assim, poderá submeter-se à tributação com base no lucro real, se mantiver escrituração contábil e fiscal nas condições exigidas nesse regime, bem como poderá optar pelo Simples Nacional, caso venha a se enquadrar nas condições para o ingresso nesse regime.

Obrigatoriamente, a empresa será excluída do lucro presumido se no decorrer do ano-calendário, ultrapassar o limite de R$ 48.000.000,00 ou o limite proporcional equivalente ao resultado da multiplicação de R$ 4.000.000,00 pelo número de meses de atividade, caso se tratar do ano e início de atividades, ficará impedida de optar por esse regime de tributação no ano-calendário subseqüente.

A empresa submetida à tributação com base no lucro presumido que não mantiver escrituração contábil na forma prevista nas leis comercial e fiscal, se tiver de passar para o regime do lucro real por ter-se desenquadrado das condições exigidas para se manter no lucro presumido ou por opção, deverá proceder, em 1º de janeiro do ano em que ficar sujeita à tributação pelo lucro real, ao levantamento e à elaboração do balanço de abertura para início ou reinício da escrituração comercial.

14. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS

A empresa tributada pelo lucro presumido que em ano-calendário anterior foi tributada pelo lucro real e apurou prejuízo fiscal, se em ano-calendário posterior voltar a se submeter à tributação pelo lucro real poderá compensar, com o lucro real apurado, o prejuízo fiscal apurado no ano em que foi tributada pelo lucro real, observados os limites e as condições da compensação de prejuízos fiscais prevista no art. 510 do RIR/1999, já que no regime de tributação pelo lucro presumido não há compensação de prejuízos fiscais.

Assim se em 2006 a empresa foi tributada pelo lucro real e apurou prejuízo fiscal, em 2007 optou pelo lucro presumido, se em 2008 voltar a ser tributada pelo lucro real poderá compensar, com o lucro real apurado em 2008, o prejuízo fiscal apurado em 2006, observados os limites e as condições referidas.

15. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – CSLL -   NO LUCRO PRESUMIDO

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O lucro presumido também é usado na determinação da base de tributação da CSLL. Segue o mesmo critério do IRPJ, mas os percentuais do faturamento para se estimar o lucro e as alíquotas são diferentes.

Assim, para se encontrar o lucro sobre o faturamento, são utilizadas duas alíquotas: 32% e 12%. Sobre o lucro encontrado com base nesses percentuais, aplica-se a alíquota de 9% e não há adicional.

O pagamento da CSLL acompanhará o pagamento do lucro presumido, nos termos dos arts. 28 e 29 da Lei nº 9.430/1996 e arts. 49 e 56 da Instrução Normativa SRF nº 93/1997.

O prazo de recolhimento da Contribuição Social devida em cada mês deverá ser recolhida no mesmo prazo do Imposto de Renda pelo Lucro Presumido, ou seja, até o último dia útil do mês subseqüente ao trimestre de sua apuração.

o código para preenchimento do DARF para o pagamento da Contribuição Social, deve ser utilizado o código 2372, no campo 04 do referido documento.

            Contribuição Social de Valor Inferior a R$ 10,00 (dez reais) deverá ser adicionado ao valor da Contribuição Social devida em trimestre subseqüente, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00 (dez reais), quando, então, será pago no prazo previsto para o pagamento da contribuição devida no trimestre em que esse limite for atingido (Art. 68 da Lei nº 9.430/1996).

16. BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, devida pelas pessoas jurídicas que optarem pelo recolhimento com base no lucro presumido, corresponderá à soma dos seguintes valores apurados em cada mês (art. 29 da Lei nº 9.430/1996):

I - 12% (doze por cento) da receita bruta auferida no período, proveniente das atividades que constituam o objeto da empresa, observando-se o seguinte:

a) a receita será computada na base de cálculo pelo regime de competência, ou seja, tomando por base a receita auferida, ainda que não recebida;

b) da receita bruta serão excluídos os valores relativos às vendas canceladas; aos descontos incondicionais concedidos; ao IPI incidente sobre as vendas e ao ICMS devido pelo contribuinte substituto, no regime de substituição tributária;

c) não podem ser excluídos da receita bruta os seguintes valores referentes ao ICMS incidente sobre as vendas e o ISS incidente sobre serviços; o custo do financiamento, nas vendas a prazo, contido no valor dos bens ou serviços ou destacado na Nota Fiscal mos termos do Ato Declaratório Normativo nº 07/1993):

II - ganhos de capital obtidos na alienação de bens do ativo permanente e de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro e demais rendimentos e ganhos de capital, tais como:

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a) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de aplicações de renda variável. Os rendimentos e ganhos líquidos serão acrescidos à base de cálculo do lucro presumido por ocasião da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação.

b) rendimentos auferidos nas operações de mútuo, realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;

c) ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

d) ganhos auferidos em operações de cobertura ("hedge") realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

e) receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica;

f) juros relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;

g) variações monetárias ativas;

h) juros sobre capital próprio auferidos;

i) valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, que tenham sido deduzidos em período anterior no qual a empresa tenha sido tributada pelo lucro real;

j) multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;

k) ganhos de capital nas alienações de bens e direitos;

l) juros ativos e os descontos financeiros obtidos;

m) ganhos de capital auferidos na devolução de bens e direitos ao titular ou sócio da pessoa jurídica;

III - 12% (doze por cento) da parcela das receitas auferidas nas exportações a pessoas vinculadas ou para países com tributação favorecida, apurada durante o ano-calendário, de acordo com as normas mencionadas na Instrução Normativa SRF nº 38/1997;

IV - o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder ao limite calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de 6 (seis) meses, acrescido de 3% (três por cento) anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no Exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do Brasil;

V - a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculado com base na taxa a que se refere o item anterior e o valor contratado, quando este for

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inferior, caso o contrato, não registrado no Banco Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no Exterior.

17 - EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS

A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento com base no lucro presumido, como regra geral, corresponderá a 12% (doze por cento) da receita bruta, na forma definida acima, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº 9.249/1995, relacionadas abaixo, cujo percentual corresponderá a 32% (trinta e dois por cento), em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de setembro/2003 (Art. 22 da Lei nº 10.684/2003):

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares;

b) intermediação de negócios;

c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza;

d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

e) serviços de profissão regulamentada;

f) construção por administração ou por empreitada, com fornecimento unicamente de mão-de-obra.

Neste caso, a pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá, excepcionalmente, em relação ao quarto trimestre-calendário de 2003, optar pelo lucro real, sendo definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos três primeiros trimestres.

As empresas que explorem as atividades abaixo relacionadas continuam utilizando o percentual de 12% (doze por cento) para determinação da base de cálculo da CSLL, pelo fato de não estarem inseridas no contexto do inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº 9.249/1995:

a) transporte de cargas;

b) transporte de passageiros;

c) construção por administração ou por empreitada, com fornecimento de material e mão-de-obra;

d) instituições financeiras;

e) sociedades corretoras de seguros.

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Caso a empresa explore atividades diversificadas, ou seja, atividades sujeitas ao percentual de 12% (doze por cento) e atividades sujeitas ao percentual de 32% (trinta e dois por cento), poderá efetuar o cálculo de forma segregada, aplicando o percentual de 12% (doze por cento) ou 32% (trinta e dois por cento) correspondente à receita de cada atividade. Este entendimento decorre do fato de que as normas previstas na legislação, para fins de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda, aplicam-se também à Contribuição Social Sobre o Lucro (§ 3º do art. 15 da Lei nº 9.249/1995 e art. 28 da Lei nº 9.430/1996).

18. ALÍQUOTA

Sobre a base de cálculo, apurada de acordo com as normas mencionadas anteriormente, aplica-se a alíquota de 9% (nove por cento) para todas as pessoas jurídicas, inclusive as entidades financeiras e equiparadas (Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 6º, inciso II).

19. EXEMPLO

Considerando-se que a empresa tenha auferido, no terceiro trimestre de 2007, os seguintes valores, apurados de acordo com os procedimentos acima mencionados:

Vendas de mercadorias: 12% de R$ 2.000.000,00      ---------------     R$ 240.000,00

Receita de prest. de serviços: 32 de R$ 500.000,00   ---------------     R$ 160.000,00

(=) subtotal  ..............................................................................................     R$ 400.000,00

(+) Rendimentos de renda fixa                                    ---------------     R$ 20.000,00

(+) Demais juros e descontos inativos                                    ---------------     R$ 4.000,00

(+) Variações Monetárias Ativas                                  ----------------    R$ 10.000,00

(+) Ganho de Capital na Venda de Bens                     ----------------    R$ 12.000,00

(=) Somatório (Base de Cálculo)                                  -----------------   R$ 446.000,00

CSLL Devida: 9% X R$ 446.000,00 = R$ 40.140,00

20. APURAÇÃO COM BASE NO REGIME DE CAIXA

A pessoa jurídica, que adotar o regime de caixa no reconhecimento de receitas, na determinação do lucro presumido, bem como da CSLL e mantiver a escrituração do Livro Caixa, deverá (Instrução Normativa SRF nº 104/1998):

I - emitir a Nota Fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço;

II - indicar, no Livro Caixa, em registro individual, a Nota Fiscal a que corresponder cada recebimento.

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A pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, para apurar pelo regime de caixa o lucro presumido e a CSLL devida no regime do lucro presumido, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a Nota Fiscal a que corresponder o recebimento.

21 TRATAMENTO APLICÁVEL AOS VALORES RECEBIDOS

Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer.

Observe-se que quando for adotado o regime de caixa, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite.

22. CÔMPUTO DA RECEITA EM PERÍODO DE APURAÇÃO POSTERIOR AO RECEBIMENTO

O cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento do imposto e das contribuições com o acréscimo de juros de mora e de multa de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da legislação vigente.

23. PIS/PASEP E COFINS NA SISTEMÁTICA DO LUCRO PRESUMIDO

Além desses dois impostos, a empresa que adota o lucro presumido deve recolher PIS/PASEP, Cofins, INSS e IPI, esse último somente caso se trate de empresa industrial, e os demais impostos estaduais e municipais. Ao contrário do IR e da CSLL, todos esses impostos têm como base de tributação a receita bruta da empresa.

Como regra geral, a COFINS para o lucro presumido tem uma alíquota de 3% sobre a receita bruta da empresa.

As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela Legislação do Imposto de Renda têm como base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS o valor do faturamento, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas.

Na apuração da base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS, não integram a receita bruta:

a) do doador ou patrocinador, o valor das receitas correspondentes a doações e patrocínios, realizados sob a forma de prestação de serviços ou de fornecimento de material de consumo para projetos culturais, amparados pela Lei nº 8.313/1991, computados a preços de mercado para fins de dedução do Imposto de Renda; e

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b) a contrapartida do aumento do ativo da pessoa jurídica, em decorrência da atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos, tanto em virtude do registro no estoque de crias nascidas no período, como pela avaliação do estoque a preço de mercado.

Exceções a esta alíquota são as entidades financeiras, as indústrias de cerveja, água e refrigerante, incluindo suas embalagens, veículos automotores, autopeças, pneus, câmaras-de-ar, cigarros, medicamentos e produtos de higiene pessoal. Há ainda diversos produtos que não são tributados.

Como regra geral, o PIS/PASEP para o lucro presumido tem uma alíquota de 0,65% sobre a receita bruta da empresa. Exceções a esta alíquota são as indústrias de cerveja, água e refrigerante, incluindo suas embalagens, veículos automotores, autopeças, pneus, câmaras-de-ar, cigarros, medicamentos e produtos de higiene pessoal. Há ainda diversos produtos que não são tributados, devendo ser observadas as regras específicas sobre cada produto.

Alíquota Zero - As alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS estão reduzidas a zero quando aplicáveis sobre a receita bruta decorrente:

a) da venda de gasolinas (exceto gasolina de aviação), óleo diesel e gás liquefeito de petróleo, por distribuidores e comerciantes varejistas;

b) da venda de álcool para fins carburantes, por comerciantes varejistas;

c) da venda dos produtos farmacêuticos de higiene pessoal classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 3004, exceto no código 3004.90.46, e 3303.00 a 3307, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00, 3401.11.90, 3401.20.10 e 9603.21.00, todos da TIPI, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou importador;

d) da venda dos produtos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI, por comerciantes atacadistas e varejistas, exceto pela empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da industrialização por encomenda, equiparada a industrial na forma do § 5º do art. 17 da Medida Provisória nº 2.189-49/2001;

e) da venda dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da TIPI, por pessoas jurídicas comerciantes varejistas e atacadistas;

f) da venda de nafta petroquímica às centrais petroquímicas; considera-se nafta petroquímica a “nafta normal-parafina” classificada no código 2710.11.41 da TIPI.

g) da venda de gás natural canalizado e de carvão mineral, destinados à produção de energia elétrica pelas usinas integrantes do Programa Prioritário de Termoele-tricidade, nos termos e condições estabelecidas em ato conjunto dos Ministros de Estado de Minas e Energia e da Fazenda;

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h) do recebimento dos valores relativos à intermediação ou entrega de veículos, pelos concessionários de que trata a Lei nº 6.729/1979;

i) da venda no mercado interno, a partir de 26 de julho de 2004, de feijão, arroz e farinha de mandioca, classificados nos códigos 0713.33.19, 0713.33.29, 0713.33.99, 1006.20, 1006.30 e 1106.20 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto nº 4.542/2002;

j) da comercialização no mercado interno, a partir de 1º de agosto de 2004, de adubos ou fertilizantes classificados no Capítulo 31, exceto os produtos de uso veterinário, da TIPI, e suas matérias-primas; defensivos agropecuários classificados na posição 38.08 da TIPI e suas matérias-primas; sementes e mudas destinadas à semeadura e plantio, em conformidade com o disposto na Lei nº 10.711/2003, e produtos de natureza biológica utilizados em sua produção; corretivo de solo de origem mineral classificado no Capítulo 25 da TIPI; inoculantes agrícolas produzidos a partir de bactérias fixadoras de nitrogênio, classificados no código 3002.90.99 da TIPI; vacinas para medicina veterinária;

k) decorrente da venda, no mercado interno, de produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos, classificados na posição 04.07, todos da TIPI (Art. 28 da Lei nº 10.865/2004, inciso III);

l) aeronaves, classificadas na posição 88.02 da TIPI, suas partes, peças, ferramentais, componentes, insumos, fluidos hidráulicos, tintas, anticorrosivos, lubrificantes, equipamentos, serviços e matérias-primas a serem empregados na manutenção, conservação, modernização, reparo, revisão, conversão e montagem das aeronaves, seus motores, partes, componentes, ferramentais e equipamentos (Art. 6º da Lei nº 10.925/2004); Observação: A redução a zero, a partir de 26.07.2004, será concedida somente às aeronaves e aos bens destinados à manutenção, reparo, revisão, conservação, modernização, conversão e montagem de aeronaves utilizadas no transporte comercial de cargas ou de passageiros. Até 25.07.2004 a redução a zero somente se aplicava às vendas, no mercado interno, de partes e peças da posição 88.03 destinadas aos veículos e aparelhos da posição 88.02 (Aviões, Helicópteros, Veículos especiais, Satélites e Veículos suborbitais).

m) da venda no mercado interno, dos seguintes produtos: químicos e farmacêuticos, classificados nos Capítulos 29 e 30 da Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM, relacionados no Anexo I do Decreto nº 5.821/2006); destinados ao uso em laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas classificados nas posições 30.02, 30.06, 39.26, 40.15 e 90.18 da NCM, relacionados no Anexo III do Decreto nº 5.821/2006, sêmens e embriões da posição 05.11 da NCM; (nova redação dada ao art. 2º da Lei nº 10.833/2003 e da Lei nº 10.637/2002 pelos arts. 21 e 37 da Lei nº 10.865/2004 e Decreto nº 5.821/2006):

n) livros em geral, conforme definido no art. 2º da Lei nº 10.753/2003 (Lei nº 11.033/2004, art. 7º);

o) a partir de 30.12.2004 (Lei nº 11.051/2004, art. 29): farinha, grumos e sêmolas, grãos esmagados ou em flocos, de milho, classificados, respecti-vamente, nos códigos 1102.20, 1103.13 e 1104.19, todos da TIPI;  pintos de 1 (um) dia classificados no

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código 0105.11 da TIPI; leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma ultrapasteurizado, destinado ao consumo humano.

24. PAGAMENTO DO PIS E DA CONFINS PELO LUCRO PRESUMIDO – CÓDIGO DARF

As contribuições ao PIS/PASEP e a COFINS devem ser pagas, de forma centralizada na matriz, até o último dia útil do segundo decêndio do mês subseqüente ao de ocorrência dos fatos geradores, ou seja, todo dia 20 (vinte) de cada mês, se este dia for útil, caso não seja, deverá o pagamento ser antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

As contribuições devem ser recolhidas mediante utilização dos seguintes códigos de DARF:

a) COFINS - empresas em geral: 2172;

b) COFINS - entidades financeiras e equiparadas: 7987;

c) PIS/PASEP - empresas em geral: 8109;

d) PIS/PASEP - instituições financeiras e aquiparadas: 4574.

Os fundamentos legais desta matéria encontram-se no corpo do texto.