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LUÍS DE EXAMEAMÕES ARA - Porto Editora

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Page 1: LUÍS DE EXAMEAMÕES ARA - Porto Editora

CAMÕES PARA

EXAMEGUIA PRÁTICO DE PREPARAÇÃO

PARA O EXAME NACIONAL

12.º ANO

LUÍS DE

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ÍNDICE

LUÍS DE CAMÕES, RIMAS

Contextualização histórico-literária 8Luís de Camões, Rimas: Temas da poesia lírica 9As influências 10

Para compreenderes • Vê como se faz

Ficha 1 – O dia em que eu nasci, moura e pereça 12

Ficha 2 – Erros meus, má fortuna, amor ardente 14

Ficha 3 – Eu cantei já, e agora vou chorando 16

Ficha 4 – Tanto de meu estado me acho incerto 18

Ficha 5 – Perdigão perdeu a pena 20

Ficha 6 – Amor é um fogo que arde sem se ver 22

Ficha 7 – Descalça vai para a fonte 24

Ficha 8 – Ondados fios de ouro reluzente 26

Ficha 9 – Aquela cativa 28

Ficha 10 – Se Helena apartar 30

Ficha 11 – Alegres campos, verdes arvoredos 32

Ficha 12 – Aquela triste e leda madrugada 34

Ficha 13 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades 36

Ficha 14 – Esparsa sua ao desconcerto do mundo 38

Agora faz tu

Ficha 15 – Enquanto quis Fortuna que tivesse 40

Ficha 16 – De quantas graças tinha, a Natureza 41

Ficha 17 – Pede o desejo, Dama, que vos veja 42

Ficha 18 – Vós, Senhora, tudo tendes 43

Ficha 19 – A fermosura desta fresca serra 44

Ficha 20 – Menina dos olhos verdes 45

Ficha 21 – Campos bem-aventurados 46

Ficha 22 – Correm turvas as águas deste rio 47

Ficha 23 – Verdes são os campos 48

Ficha 24 – Um mover d‘olhos brando e piadoso 49

LUÍS DE CAMÕES, OS LUSÍADAS

Os Lusíadas: Contextualização da Epopeia 52 Estrutura e planos 54 Visão global 56 Reflexões do Poeta 58

Para compreenderes • Vê como se faz

Canto I – Assunto 59

Ficha 1 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação (Canto I: estâncias 105 e 106) 60

Cantos II, III, IV – Assunto 62

Canto V – Assunto 63

Ficha 2 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação (Canto V: estâncias 92 a 100) 64

Canto VI – Assunto 68

Canto VII – Assunto 69

Ficha 3 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação (Canto VII: estâncias 78 a 87) 70

Canto VIII – Assunto 75

Ficha 4 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação (Canto VIII: estâncias 96 a 99) 76

Canto IX – Assunto 79

Ficha 5 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação (Canto IX: estâncias 88 a 95) 80

Canto X – Assunto 84

Ficha 6 – Reflexão do Poeta: análise/interpretação (Canto X: estâncias 145 a 156) 85

As reflexões do Poeta, em esquema 90

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FICHAS

I S B N 9 7 8 - 9 8 9 - 7 6 7 - 4 2 4 - 2

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Agora faz tu

Ficha 7 – Canto V (estâncias 92-95) 91

Ficha 8 – Canto V (estâncias 95-98) 92

Ficha 9 – Canto VII (estâncias 84-87) 93

Ficha 10 – Canto IX (estâncias 92-95) 94

Ficha 11 – Canto X (estâncias 145-148) 95

Ficha 12 – Canto X (estâncias 150-153) 96

Ficha 13 – Exposição – Crítica à desvalorização da cultura e da poesia 97

Ficha 14 – Exposição – Motivos das invocações do Poeta 97

Ficha 15 – Exposição – Crítica à falta de cultura dos contemporâneos e louvor aos heróis clássicos 98

Ficha 16 – Exposição – Texto épico e Rimas, intertextualidade: a degradação dos costumes e dos valores 98

EXERCÍCIOS DE EXAME

Luís de Camões, Rimas2016 – 1.ª fase – «Oh! como se me alonga, de

ano em ano» 100

Luís de Camões, Os Lusíadas2008 – 1.ª fase – Canto IX – est. 89-93 101

2010 – 1.ª fase – Canto X – est. 144-148 102

2013 – 2.ª fase – Canto VII – est. 84-87 103

2014 – Teste Intermédio – Canto I – est. 105-106 104

2016 – Época Especial – Canto VII – est. 78-81 105

2017 – 2.ª fase – Canto VIII – est. 96-99 106

2011 – 2.ª fase – exercício de escrita [exposição] 107

CONCEITOS ESSENCIAIS PARA O EXAME

• Rimas 108

• Os Lusíadas 110

Propostas de resolução 114

FICHAS LUÍS DE CAMÕES NO EXAME

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Luís de Camões, Rimas1

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Para compreenderesFICHA 5 Perdigão perdeu a pena

Reflexão sobre a experiência amorosa e o amor

Mote

Perdigão perdeu a pena,

não há mal que lhe não venha.

Voltas

Perdigão, que o pensamento

subiu a um alto lugar,

perde a pena do voar,

ganha a pena do tormento.

Não tem no ar nem no vento

asas com que se sustenha:

não há mal que lhe não venha.

Quis voar a ua alta torre,

mas achou-se desasado;

e, vendo-se depenado,

de puro penado morre.

Se a queixumes se socorre,

lança no fogo mais lenha:

não há mal que lhe não venha.

Luís de Camões, Rimas, edição de Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005

5

10

15

Conclusão magoada: tudo de mal lhe acontece.

Nas voltas, o sujeito poético

desenvolve o tema apresentado

no mote.

TEMA

O sofrimento amoroso

Vocabulário ilustrativo

penatormento

maldesasadodepenado

morrequeixumes

fogolenha

1 Diz-se que há polissemia quando uma palavra tem significados diferentes conforme o contexto. Um trocadilho consiste no jogo (ou uso) de palavras parecidas no som e diferentes no significado.

O perdigão é

uma ave o sujeito poético

Sem pena(s) Sem pena (sem amor) não pode voar não pode ser feliz

polissemia / trocadilho1

O perdigão tinha o sonho de voar a «um alto lugar», mas não conseguiu.

[amor não correspondido]

Consequências

«perde a pena», sofre, «ganha» o «tormento»twwwwwwuwwwwwwvAntítese

O perdigão sonhou ou ambicionou subir a «ua alta torre».

[amor inatingível]

Consequências

ficou sem asas – «desasado»ficou sem penas – «depenado»twwwwuwwwwv

morre de sofrimento

Os seus lamentos ou «queixumes» intensificam ainda mais a sua dor, o «fogo».

Coitado do perdigão, é uma vítima da má sorte.

CuriosidadeSegundo alguns biógrafos de Camões, este poema parece estar relacionado com um amor não correspondido pela infanta D. Maria, última filha do rei D. Manuel, uma mulher bela e culta, que não estaria ao alcance de qualquer “perdigão ousado”.

Com um motede dois versos, o

poema é um vilancete. De inspiração

tradicional, integra-se na medida velha.

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Vê como se faz

Luís de Camões, Rimas 1

21

Tópicos de respostaPolissemia com a palavra «Perdigão» – a ave perdeu a pena e não pode voar.Polissemia com a palavra «pena» – pena da ave ou pena de sonhar/amar.

Exemplo de respostaAtravés da polissemia da palavra «Perdigão», subentende-se que o sujeito poético usa a ave para se referir a si próprio. Ou seja, tal como a ave perdeu a «pena» do voar, isto é, perdeu a capacidade de voar, também ele perdeu a capacidade ou a ambição de sonhar, de amar (a «pena»). Como consequên-cia do amor não correspondido, além do sofrimento, todo o mal lhe vem.

1. Explicita a polissemia presente no dístico do poema.

O que deves fazer?• Referir as palavras que apre-

sentam valor polissémico nos versos indicados.

• Explicar os diversos sentidos em que essas palavras são utilizadas.

Tópicos de respostaAntítese – «perde a pena do voar» / «ganha a pena do tormento».Interpretação: o perdigão perde a capacidade de voar, mas ganha o tormento, a dor.

Exemplo de respostaO sujeito poético constata que do facto de o perdigão perder a capacidade de voar («perde a pena do voar») advém o sofrimento («ganha a pena do tormento»).

2. Interpreta o uso da antítese, nos versos 5 e 6.

O que deves fazer?• Identificar a antítese.• Explicar o seu sentido.

Tópicos de respostaA metáfora contribui para evidenciar:• a dor ou o sofrimento do «perdigão»;• os «queixumes» que agudizam a dor, o «fogo».

Exemplo de respostaAtravés da metáfora «lança no fogo mais lenha», o sujeito poético refere que quanto mais o «perdigão» se lamenta ou queixa do seu infortúnio mais pro-voca dor ou sofrimento. Assim, os constantes «queixumes» só intensificam ainda mais o «fogo», o sofrimento em que vive.

3. Interpreta a expressividade da metáfora «lança no fogo mais lenha» (v. 15), tendo em conta o contexto em que ocorre.

O que deves fazer?• Esclarecer o sentido metafórico

da expressão.• Interpretar a expressão tendo

em conta os outros versos em que se insere.

Recorda.Sentido literal – é o primeiro sentido, o sentido usual de uma palavra ou expressão. Sentido metafórico – corres-ponde ao sentido figurado de uma palavra ou expressão.

Tópicos de resposta• Vilancete; redondilha maior; mote dístico; duas voltas (sétimas).• Rima interpolada e emparelhada.• Esquema rimático nas voltas: abbaacc / deeddcc.• Refrão.

Exemplo de respostaO vilancete em redondilha maior é constituído por um mote de dois versos (dístico) e duas voltas de sete versos (sétimas). A rima é interpolada e emparelhada, segundo o esquema rimático abbaacc / deeddcc. O segundo verso do mote repete-se, em refrão, no último verso de cada volta.

4. Descreve a estrutura formal do texto.

O que deves fazer?• Identificar a composição poé-

tica.• Classificar os versos quanto ao

número de sílabas métricas.• Descrever a constituição do

mote e das voltas.• Classificar o tipo de rima.• Apresentar o esquema rimático. • Identificar a presença de refrão.

Atenção. Como a instrução do item não especifica os elementos a indicar, deves referir todos os aspetos formais.

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Luís de Camões, Os Lusíadas

Para compreenderes

Luís de Camões, Os Lusíadas

Reflexão do Poeta (Estâncias 93, 94 e 95)

Nestas estâncias, o Poeta continua a sua advertência a todos os que sonham com a imortalidade e aconselha os que aspiram à condição de herói.

E ponde na cobiça um freio duro,

E na ambição também, que indignamente

Tomais mil vezes, e no torpe e escuro

Vício da tirania infame e urgente;

Porque essas honras vãs, esse ouro puro,

Verdadeiro valor não dão à gente:

Milhor é merecê-los sem os ter,

Que possuí-los sem os merecer.

Ou dai na paz as leis iguais, constantes,

Que aos grandes não deem o dos pequenos,

Ou vos vesti nas armas rutilantes,

Contra a lei dos imigos Sarracenos:

Fareis os Reinos grandes e possantes,

E todos tereis mais e nenhum menos:

Possuireis riquezas merecidas,

Com as honras que ilustram tanto as vidas.

E fareis claro o Rei que tanto amais,

Agora cos conselhos bem cuidados,

Agora co as espadas, que imortais

Vos farão, como os vossos já passados.

Impossibilidades não façais,

Que quem quis, sempre pôde; e numerados

Sereis entre os Heróis esclarecidos

E nesta «Ilha de Vénus» recebidos.

5

10

15

20

As «honras vãs, esse ouro puro», obtidas sem esforço e sem mérito, não dão «Verdadeiro valor» às pessoas.

É melhor merecer a honra e os bens materiais sem os

ter, do que tê-los e não os merecer.

O homem deve evitar

o materialismo.

Ideais a perseguir• Justiça.

• Igualdade.

• Fraternidade.

• Lealdade.

• Vontade.

• Honestidade.

Vasco da Gama atingiu a imortalidade

por ser um homem de exceção.

Exemplo para os homens do presente

e do futuro.

O modo imperativo para concretizar um conselho

Vocabulário com pendor crítico

Hipérbole«Tomais mil vezes»

Vícios a evitarCobiça

Ambição

Tirania

Intenção

Aplicar a justiça com igualdade.

Impedir a exploração dos mais fracos.

Lutar contra os muçulmanos.

Efeitos dos conselhos• O reino será maior

e poderoso.

• Haverá igualdade na distribuição dos bens.

• Todos terão honra e fama.

• O Rei será mais ilustre e esclarecido, devido ao apoio, aos conselhos sensatos e à lealdade.

• Ficarão imortais como os seus antepassados.

• Serão eternamente reconhecidos como «Heróis».

Advertência

Não há limites para o ser humano, pois quem quis sempre conseguiu.

Só com força de vontade se alcança a glória.

freio (v. 1): travão.urgente (v. 4): que oprime.rutilantes (v. 11): brilhantes.Sarracenos (v. 12): muçulmanos que dominaram a Península Ibérica.

Est.93

Est.94

Est.95

Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de Álvaro J. da Costa Pimpão,

Lisboa, MNE/IC, 2005

Comentários do Poeta

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Luís de Camões, Os Lusíadas

Vê como se faz

Luís de Camões, Os Lusíadas

Tópicos de resposta• A «Ilha» representa o prémio, as recompensas dadas aos marinheiros.• Os prazeres da «Ilha» são os sucessos, as vitórias alcançadas por mérito próprio.• O contacto dos humanos com as «Ninfas» confere-lhes um estatuto divino: mitificação.

Exemplo de respostaA «Ilha» é o símbolo do prémio, das recompensas dadas aos marinheiros. Deste modo, o Poeta refere que os prazeres da «Ilha» são os sucessos, os «triunfos», as vitórias alcançadas por mérito próprio, as «Honras que a vida fazem sublimada», no fim do caminho arduamente percorrido. Assim, o con-tacto dos humanos com as «Ninfas» confere-lhes um estatuto divino, a mitificação.

1. Explica o significado que o Poeta atribui à «Ilha», tendo em conta as afirmações das estâncias 89 e 90.

O que deves fazer?• Esclarecer o valor simbólico

da «Ilha».• Explicitar os elementos referi-

dos nas estâncias relativos à «Ilha».

• Mostrar que a simbologia da «Ilha» se associa à mitificação.

Tópicos de respostaAs figuras da Antiguidade («Júpiter», «Mercúrio»,…) surgem como:• argumento para convencer os contemporâneos a alterar a sua atitude;• modo para conferir importância ao caminho a percorrer para atingir a imortalidade.

Exemplo de respostaAs figuras da Antiguidade («Júpiter», «Mercúrio»,…) surgem como argumen-tos do Poeta para convencer os seus contemporâneos a alterar a sua ati-tude, combatendo os vícios, assim como para conferir importância ao cami-nho a percorrer para atingir a imortalidade.

2. Justifica a referência às figuras da Antiguidade, na estância 91.

O que deves fazer?• Interpretar a referência às figu-

ras da Antiguidade no contexto em que ocorrem.

Tópicos de resposta• Sentido da expressão: na Antiguidade, a «Fama» divulgava por toda a parte o herói e as

suas façanhas.• Personificação da «Fama»: adjuvante que contribuía para a mitificação do herói.

Exemplo de respostaA expressão «trombeta de obras tais» contribui para caracterizar a «Fama», personificando-a. Neste sentido, na Antiguidade, cabia à «Fama» o papel de adjuvante, ao dar a conhecer por toda a parte o herói e as suas façanhas.

3. Explicita o sentido da expressão «trombeta de obras tais» (est. 92), enquanto personificação da «Fama».

O que deves fazer?• Esclarecer o sentido de expres-

são.• Associar a expressão à perso-

nificação da «Fama».

Tópicos de resposta• Denúncia dos vícios da sociedade: ócio, ambição, tirania e cobiça.• Conselhos para se obter reconhecimento, honra e glória: esforço e vontade.

Exemplo de respostaA partir da estância 92, o Poeta denuncia os vícios (o ócio, a ambição, a tirania e a cobiça) da sociedade sua contemporânea. Neste sentido, esta reflexão confirma a necessidade do esforço e da vontade, conselhos trans-mitidos a todos os que desejam obter reconhecimento, honra e glória.

4. Interpreta o alcance crítico dos conselhos que o Poeta expõe a partir da estância 92.

O que deves fazer?• Explicar a crítica tecida pelo

Poeta aos seus contemporâ-neos.

• Referir, de forma sucinta, os conselhos expostos.

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