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Faro N°3 - JULHO - SETEMBRO 2013 Impostos IMI: breve introdução Especial Portugal Olhares suíços sobre o atentado a Salazar Especial Suíça Acidente ou doença? Terras Helvéticas História de Luzern Hoje falo eu O Cônsul-geral de Portugal em Genebra escreve para a Lusitânia Contact, em hora de balanço... Visite-nos

Lusitânia Contact #3

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Faro

N°3

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FaroFaro

ImpostosIMI: breve introdução

Especial PortugalOlhares suíços sobreo atentado a Salazar Especial SuíçaAcidente ou doença? Terras HelvéticasHistória de Luzern

Hoje falo euO Cônsul-geral de Portugal em Genebraescreve para a Lusitânia Contact, emhora de balanço...

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SmáriFicha Técnic 4 Editorial 5 Terras Lusitanas Faro na história 12 Gastronomia Farense e Algarvia 14 Portugueses com sucesso Mário Simões 16 Terras Helvéticas História de Luzern 18 Medicinas naturais Uma sessão de shiatsu em Genebra 22 Especial Portugal Olhares suíços sobre o atentado a Salazar (julho de 1937) 26 Higiene Oral Cuidados dentários 28 Hoje falo eu O Cônsul-geral de Portugal em Genebra escreve para a «Lusitânia Contact», em hora de balanço.. 30 Personalidades António Rosa Mendes Um rosto da história que se apaga

32 Impostos IMI: breve introdução 34 Reportagem Viagem à China sem sair da Suíça 35 Truques e astúcias Sabia que...

36 Sociedade Lar, caro lar

40 Economia O euro

44 Medicina Enfarte do miocárdio

46 Matemática Matematicamente falando

48 Especial Suíça Acidente ou doença?

50 Associações Portuguesas Associação Democrática dos Trabalhadores Portugueses de Genebra

54 Bem-estar Como prevenir a osteoporose

55 Horóscopo

56 Informações Consulares A previdência profissional

58 Anedotas

Propriedade

DiretorAmílcar Figueiredoamilcar.figueiredo @ ilustrevasion.com

Redatores e ColaboradoresAdelino SáAdelito RodriguesAlberto PintoCâmara Municipal de FaroCarlos de OliveiraConsulado Geral de Portugal em GenebraFlávio Borda d’ÁguaGeorges RichardJoão CordeiroIsabel GomesManuel Henrique FigueiraMara EstêvãoMário SimõesReto MonicoRui MarquesSara Rosa Vitorino FernandezSérgio TomásioTelma Ferreira

Grafismo e PaginaçãoNuno Dos Santos F.nuno.dossantos @ ilustrevasion.com

FotografiaCâmara Municipal de FaroFlávio Borda d’ÁguaGeorges RichardReto Monico

RevisorManuel Henriquemanuelhenrique @ netvisao.pt

PublicidadeDiretor ComercialGenève, Fribourg, NeuchâtelLuís Mata - Tel. 076 510 22 [email protected]

ValaisLuís Martins - Tel. 079 404 22 38

Aargau, Zurich, LuzernMário Lopes - Tel. 079 537 18 21

VaudVítor Ceroula -Tel. 078 606 51 38

Lusitânia ContactRue des Pêcheries 101205 Genève / SuisseTel.: 0041 (0) 22 329 77 86Fax: 0041 (0) 22 329 77 86lusitania.contact @ ilustrevasion.com

ImpressãoLisgráficaRua Consiglieri Pedroso, n°90Casal de Sta. Leopoldina, 2730-053 BarcarenaTel. 21 434 54 44 - Fax 21 434 54 94

Periocidade trimestral

Tiragem: 10 000 exemplaresDepósito legal 357274/13

Leia a Lusitânia Contact emwww.ilustrevasion.com

Propriedade

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A Lusitânia Contact é, essencialmente, uma revista da e para a diáspora por-tuguesa na Confederação Helvética, que está a dar os primeiros passos numa nova fase da sua publicação.Nesta fase tem como objectivos melhorar a sua qualidade, tanto do ponto de vista formal como substancial, caracterizando-se essa melhoria pelo alarga-mento da participação dos portugueses da diáspora suíça (contando ainda com a colaboração de outras proveniências), pela diversidade das temáticas, assim como pela participação institucional das mais diversas entidades e personalida-des que representam essas instituições.Por isso apelamos e contamos com a colaboração de todos, dos redactores aos colaboradores ocasionais, e sobretudo, com o apoio e compreensão dos leito-res, razão última da nossa existência.Este número é o reflexo deste esforço de melhoria e de diversificação das temá-ticas, pelo que apresentamos novas rubricas, desde os impostos às cidades hel-véticas, passando pela matemática, personalidades, higiene, reportagens, etc.Contamos no próximo número alargar a diversificação à poesia e à História de Portugal. A próxima cidade portuguesa alvo de um tratamento temático será Bragança, a que se seguirá Braga, em Dezembro. Posteriormente, a escolha resultará de votação dos leitores, feita através do site www.ilustrevasion.com. Esta é uma forma de apelar à participação e de dar credibilidade e transparên-cia aos nossos critérios editoriais, independentemente do número de votantes que essa escolha tiver. Os artigos referentes a cada cidade são da inteira res-ponsabilidade das respectivas câmaras municipais, de quem continuamos a esperar a melhor colaboração.O apoio dos nossos outros parceiros é também muito importante, indispen-sável, direi eu, para que este projecto tenha um futuro cada vez melhor. Sem esse apoio o horizonte tornar-se-ia mais distante e sombrio.A partir deste número contamos com um revisor, como poderão verificar na ficha técnica, que, estamos certos, dará um contributo para a melhoria da qua-lidade dos nossos textos.Por enquanto, e até que o Acordo Ortográfico (AO) seja ratificado pelo nú-mero necessário de países da Lusofonia, Portugal, Brasil, os 5 PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe), Timor-Leste e Macau, e entre oficialmente em vigor, continuamos com as duas grafias. A anterior ao AO, mais familiar aos portugueses da diáspora, que convivem menos com a Língua-mãe, e que têm as referências nessa forma de escrita, e a nova grafia do AO, para os colabora-dores que assim o desejem.Muitos leitores receberam com agrado a proposta de assinatura pelo preço de 20 francos anuais. Para o efeito, pedimos o favor de não se esquecerem de nos enviar o cupão devidamente preenchido (em fotocópia) ou contactarem direc-tamente director comercial, Luís Mata. Assim poderão ficar seguros de que a Lusitânia Contact chegará até vós. Os pontos de distribuição gratuita em toda a Suíça serão publicados futuramente na própria revista.

Boas leituras!

Amílcar Figueiredo

Editorial

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Terras Lusitanas

Das origens à atualidade

Os primeiros marcos remontam ao século IV a.C, pe-ríodo da colonização fenícia do Mediterrâneo Ocidental. Seu nome de então era Ossónoba, sendo um dos mais importantes centros urbanos da região sul de Portugal e entreposto comercial baseado na troca de produtos agrícolas, peixe e minérios. Entre os séculos II a.C e VIII d.C, a cidade está sob domínio Romano e Visigodo, vin-do a ser conquistada pelos Mouros em 713.Durante a ocupação árabe o nome Ossónoba prevale-ceu, desaparecendo apenas no séc. IX, dando lugar a Santa Maria do Ocidente. No séc. XI a cidade passa a designar-se Santa Maria Ibn Harun. Capital de um efé-mero principado independente no séc. IX, a cidade é fortificada com uma cintura de muralhas e o nome de Ossónoba começa a ser substituído pelo de Santa Maria, a que mais tarde se junta a designação de Harune, que deu origem a Faro. Com a independência de Portugal, em 1143, o primeiro Rei de Portugal e os seus sucessores iniciam a expansão do país para sul, reconquistando os territórios ocupados pelos Mouros. Depois da conquista por D. Afonso III, em 1249, os portugueses designaram a cidade por Santa Maria de Faaron.Nos séculos seguintes, Faro tornou-se uma cidade prós-pera devido à posição geográfica, ao seu porto seguro e à exploração e comércio de sal e de produtos agrícolas

do interior algarvio, trocas comerciais que foram incre-mentadas com os Descobrimentos Portugueses.No séc. XIV a comunidade Judaica começa a ganhar im-portância na cidade. Uma das suas figuras mais relevan-tes foi o tipógrafo Samuel Gacon, responsável pela im-pressão do Pentateuco em Hebraico, sendo o primeiro livro impresso em Portugal no ano de 1487. A manifesta prosperidade dos judeus farenses no séc. XV é interrompida pelo Édito emitido por D. Manuel I, em Dezembro de 1496, no qual os expulsa de Portugal, caso não se convertessem ao catolicismo. Assim, oficial-mente, e só neste sentido, deixaram de existir judeus

Faro na história

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Terras Lusitanas

em Portugal, o que, como é óbvio, também aconteceu em Faro. No local onde estava implantada a judiaria, na Vila Adentro, foi erigido o Convento de Nossa Senhora da Assunção com o patrocínio da Rainha D. Leonor, es-posa de D. Manuel I.Este Monarca promoveu, uma profunda alteração ur-banística com a criação de novos equipamentos na cida-de e em 1540, D. João III eleva Faro a cidade. Em 1596 o saque e o incêndio provocados pelas tropas inglesas lideradas pelo Conde de Essex, danificaram muralhas e igrejas, provocando elevados danos patrimoniais e ma-teriais na cidade.Os séculos XVII e XVIII são um período de expansão para Faro, cercada por uma nova cintura de muralhas, du-rante o período da Guerra da Restauração, que abrangia a área edificada e terrenos de cultura, num vasto semi-círculo frente à Ria Formosa. Em novembro de 1755, com o grande terremoto, a ci-dade de Faro sofreu danos generalizados no património. As muralhas, o castelo com as suas torres e baluartes, os quartéis, o corpo da guarda, armazéns, o edifício da alfândega, a cadeia, os conventos de S. Francisco e o de Santa Clara, foram destruídos e arruinados. Até finais do séc. XIX, a cidade manteve-se dentro dos limites da Cerca Seiscentista. O seu crescimento gradual sofre um maior ímpeto nas últimas décadas.

Faro turístico

Capital do Algarve, Faro é uma cidade milenar a re(descobrir), a sua história construiu-se e constrói-se de gestos, de vivências, de ações, pessoas e comunida-des; de experiências que deixaram marcas indeléveis, de geração para geração, no território. São ‘estórias’ materializadas no espaço ocupado, ha-bitado e organizado, proporcionando vivências e res-pondendo às necessidades sociais e espirituais das co-munidades, em testemunhos arquitetónicos de beleza e manifestações distintas. A riqueza e a diversidade da história escreve-se nas ruas, nos edifícios, nos espaços que todos os dias percorre-mos e que muitas vezes sem nos apercebermos, tocam o nosso caminho.

Como chegar

Com uma localização privilegiada situa-se a cerca de 3 horas e 30 minutos de avião dos principais destinos eu-ropeus emissores, a cerca de 2 horas e 30 minutos de Lisboa, através da A2 e a menos de uma hora da Anda-luzia (Espanha), através da A22.

O que fazer e visitar

Para conhecer a cidade e a sua essência o melhor é pas-sear pelas ruas, sugerindo-se um percurso pela Cidade Velha e pelo outro lado do Centro e Litoral, do centro até ao teatro Municipal de Faro. Não menos interessan-tes são as nossas sugestões de passeios, pelas Aldeias de Estoi e Santa Bárbara de Nexe, duas freguesias rurais de ímpar riqueza. Além de Faro ter um diversificado património edificado e religioso, é um concelho com um enquadramento na-tural por excelência, reunindo condições para a prática de turismo náutico e de natureza. Para poder usufruir do Parque Natural da Ria Formosa, uma das 7 Maravil-has Naturais, aceite o convite e faça o percurso das ilhas da Ria Formosa (há transporte regular). As características endógenas da Ria, permitem a prática de um conjunto de atividades, desenvolvidas por empre-sas de animação turística, como sendo: kytesurf, canoa-gem, windsurf, remo, passeios de barco, observação de aves, proporcionando ao visitante momentos únicos de partilha com a natureza. Natureza e espaços verdes

O concelho de Faro é composto por duas áreas distin-tas, o litoral, onde está inserido o Parque Natural da Ria Formosa e o barrocal, caraterizado por encostas e vales, onde existem ainda algumas espécies vegetais tipica-mente algarvias, nomeadamente alfarrobeiras, oliveiras, laranjeiras, amendoeiras.A Ria Formosa foi eleita uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal e é constituída por um sistema lagunar, em que sobressai um cordão litoral de dunas, formado por penínsulas e ilhas arenosas que protegem uma vasta área de sapal, canais e ilhotas. Na cidade existem alguns jardins e espaços verdes como o Jardim Manuel Bivar, o Jardim da Alameda João de Deus, a Mata do Liceu.

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Terras Lusitanas

Património

O património do concelho é rico e vasto desde a impo-nente arquitetura de alguns edifícios até ao património religioso e cultural.

Do património arquitetónico não pode deixar de visi-tar o Arco da Vila, que é um portal monumental onde figura a imagem de S. Tomás de Aquino num nicho. Tendo como propósito a sacralização da Vila-Adentro e a dignificação da antiga Praça da Rainha (atual Jardim Manuel Bivar), foi inaugurado em 1812 e constitui um dos mais representativos exemplares do neoclassicismo no Algarve. Sugerimos que dê uma especial atenção ao edifício do Banco de Portugal, ao Centro Histórico Ju-daíco de Faro, à Cerca Seiscentista, à Fábrica da Cerveja, ao Palacete Belmarço, ao Palácio de Estoi (recentemente convertido em Pousada de Portugal), entre outros.Do património religioso e cultural salientamos as ermi-das (mais de 10 espalhadas pela cidade), a Igreja da Misericórdia, a Igreja da Sé, a Igreja Matriz de Estoi. Culturalmente não pode deixar de conhecer o Museu

Municipal de Faro – antigo Convento da Nossa Senhora da Assunção; o Museu Regional do Algarve; as Ruínas Romanas de Milreu, o Teatro Lethes, entre outros.

Praias

As Praias do concelho de Faro situam-se entre a Penín-sula do Ancão e a Ilha da Culatra, ao longo do extenso cordão arenoso que caracteriza o Parque Natural da Ria Formosa.

A Praia de Faro tem um areal que se prolonga por vários km, separando o sistema lagunar do Oceano Atlântico. Em pleno Parque Natural da Ria Formosa, esta zona ca-racteriza-se por um cordão dunar, formado por penín-sulas e ilhas arenosas que protegem uma vasta área de sapal, canais e ilhotes. A diversidade da fauna e flora existentes é um dos aspetos notáveis.Trata-se de uma praia frequentada por milhares de ban-histas, atraídos pela beleza natural, pelas águas tempe-radas e pelo sol.O acesso à Praia de Faro faz-se através de uma ponte, onde pode circular trânsito automóvel ou através de

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barco. As carreiras fluviais iniciam-se em Faro no Cais da Porta Nova (Portas do Mar).São muitas as atividades desportivas que se realizam nesta praia durante todo o ano, sendo que o Centro Náutico da Câmara Municipal assume um papel estra-tégico na promoção da canoagem, vela e windsurf e na promoção da atividades promovidas pelas empresas que operam no ramo da animação turística. Esta praia é oficialmente classificada com o galardão “Praia Acessível”. A Câmara Municipal de Faro dispo-nibiliza nesta praia, uma cadeira para facilitar o acesso ao banho a pessoas com mobilidade reduzida, rampas e passadiços de acesso ao areal, sanitários e posto de primeiros socorros acessíveis e estacionamentos ordena-dos com lugares para as viaturas ao serviço das pessoas com deficiência.

A Praia da Barrinha situa-se na extremidade nascente da Península do Ancão. É uma zona muito tranquila e normalmente deserta que pode ser acedida a pé a partir

da Praia de Faro, através de um longo passadiço de ma-deira, ou de barco. Esta praia não tem edificações nem infraestruturas viárias.Ao longo deste sistema a configuração das linhas de costa e de ria mudam constantemente pela ação do ven-to e da ondulação. Este é um local privilegiado onde se observa a flora do sistema dunar bem como as inúmeras

aves que procuram refúgio e alimento nestas paragens.Devido às condições naturais e à barra existente a prá-tica de atividades como o mariscar, a pesca, o birdwat-ching, as caminhadas, a vela, a canoagem, o windsurf, o surf, o kitesurf, o bodyboard e o paddleboard, é uma constante todo o ano.

A Praia da Culatra situa-se na Ilha com o mesmo nome. A Culatra preserva ainda as suas raízes do povoado de pescadores e tem uma população aproximada de 750 habitantes.O acesso à Culatra faz-se apenas por barco. A Culatra é uma ilha de gente dedicada ao mar. Quando desembarcamos na Culatra percebemos que estamos num lugar de pescadores. A povoação encontra-se do-tada de várias infraestruturas e serviços. Aqui pode-se observar a rica flora dos campos dunares e numerosas espécies de aves que convivem nestas paragens calmas, onde as águas são cálidas e tranquilas.

A Praia do Farol está situada na Ilha da Culatra e deve-se o seu nome ao facto de nela estar localizado o farol do Cabo de St.ª. Maria. O acesso à Ilha do Farol faz-se apenas por barco. Durante a viagem pode-se apreciar a beleza da Ria Formosa bem como a fauna diversificada que habita nesta área protegida.Apesar da sua ocupação urbana e turística, esta praia conta com um extenso areal que, para nascente, se vai tornando gradualmente mais tranquilo.

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A Praia da Barreta situa-se na Ilha Deserta, à entrada da Barra Nova e faz jus ao nome pelo facto de não ter construções e de ser pouco frequentada. O acesso faz-se por mar, a partir do Cais da Porta Nova (Portas do Mar), sendo que na travessia pode observar na maré vasa pequenos labirintos de areia, canais e bancos de sapal. Pelo caminho há que prestar também atenção às diversas aves que por aqui se alimentam.A Praia da Barreta é uma das mais bem conservadas e menos frequentadas praias do Algarve. Cerca de 11 km de silêncio e sossego caracterizam a Ilha Deserta, onde tudo parece encaixar-se perfeitamente entre mundos tão distintos como a terra, o mar e o ar. A areia respira de vida, alimentando várias espécies de moluscos: amêi-joas, búzios e muitas outras conchas. O cordão dunar mantém preservada a sua vegetação original e a flora encontra o seu máximo esplendor escondendo, na en-costa interior as espécies mais frágeis. A partir do pontão de embarque pode optar por reali-zar um interessante percurso ambiental. Este percurso é circular, inicia-se num passadiço de madeira (no lado da Ria) e termina no areal da praia (do lado da Costa). Aqui pode contemplar a flora e a fauna existentes.No areal, a poente do local onde desemboca este passa-diço, foi aprovado pela Assembleia Municipal de Faro a criação de uma zona destinada à prática do Naturismo.Raro santuário, a Ilha Deserta convida à tranquilidade e ao descanso.

Faro co(m)vida

Ao longo de todo o ano Faro tem um conjunto de ini-ciativas/eventos que contribuem para proporcionar mo-mentos agradáveis de lazer.Todos os meses existem iniciativas relevantes, organi-zadas pela autarquia, Teatro Municipal ou por outras entidades do concelho.

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Terras Lusitanas

O verão é sem dúvida o período de maior atividade, com a realização de feiras temáticas, concertos, atividades desportivas, mostras, festivais, entre outras iniciativas. Com especial destaca para a Concentração Internacional de Motos, organizada pelo Motoclube de Faro e para a Festa da Ria Formosa, onde está ao dispor dos visitantes a melhor gastronomia confecionada com produtos da Ria Formosa.

Ao longo do ano, pode-se ainda comprar artesanato ou outros produtos nas diversas feiras e mercados que se realizam mensalmente pelo concelho.

À noite, numa atmosfera simpática, acolhedora e des-contraída poderá dançar, ouvir música ao vivo, desfru-tar de uma bebida ou de uma refeição ligeira, num dos vários bares.

Onde dormir

Temos ao dispor dos nossos visitantes um vasto leque de alojamentos que permitem uma agradável estadia. No litoral do concelho localiza-se a maior parte dos hotéis que são de tipologia de 2, 3 e 4 estrelas. O alojamen-to local existente, ainda que predominante no litoral é possível alojar-se nas freguesias do barrocal, Santa Bár-bara de Nexe e Estoi, em agradáveis estabelecimentos de elevado enquadramento paisagístico.

O Palácio de Estoi, localizado na Aldeia com o mesmo nome, sofreu obras de adaptação e ampliação para ins-talação de Pousada da Enatur, sendo a única Pousada de Portugal, integrada no segmento de Pousada histórica design, na região do Algarve.

Para jovens, além dos recentes alojamentos locais low cost, existe uma pousada da juventude.

CÂMARA MUNICIPAL DE FAROLargo São Francisco, 398000-142 FaroGeral: 00351 289 870 [email protected]

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Gastronomia Farense e Algarvia

Ingredientes500 grs de safio ou outro peixe, 300 grs de enguias, 10 cls de azeite, 2 dentes de alho, 150 grs de tomates frescos, 100 grs de cebolas, 1 ramo de salsa, 4 fatias de pão caseiro, 1 folha de louro, sal e pimenta q.b. Conselho: Utilize peixes bastante frescos.

Modo de preparaçãoAmanhe e limpe o peixe. Corte em bocados e ponha em água fria a sangrar. 2. Leve um tacho ao lume com o azeite e deixe aquecer. 3. Pique os alhos e as cebolas. Junte-lhes a folha de louro e o ramo de salsa. 4. Tire os pés aos tomates e escalde estes em água em água a ferver. Retire as peles e as sementes. Corte em dados pequenos. 5. Junte o tomate ao refogado. Deixe apurar um pouco. 6. Adicione a água e seguidamente o peixe, deixando cozer. 7. Retire a folha de louro e o ramo de salsa. Tempere com sal e pimenta. Polvilhe com salsa picada. 8. Corte o pão em dados e frite no azeite. Sirva com a sopa.

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Ingredientes2 perdizes (tenras), 3 dentes de alho, 150 g de manteiga, 2 dl de vinho do Porto seco, 3 dl de vinho branco seco, 500 g de amêijoas, 1 folha de louro, 1 ramo de salsa, sal e piripiri q.b

Conselho: As amêijoas não devem cozinhar demais, para não perderem a apresentação e se tornarem duras

Modo de preparaçãoDepene as perdizes, limpe bem das tripas e do sangue, lavando em água fria. 2. Descasque os alhos e esmague-os. 3. Leve a cataplana ao lume, deite dentro a manteiga, os alhos esma-gados e a folha de louro. 4. Lave as amêijoas em água fria. Coloque num tacho e cubra com água do mar ou com água doce com sal. 5. Corte as perdizes ao meio e core na cataplana dos dois lados. Tempere com sal e piripiri. Adicione os vinhos e um pouco de água. 6. Feche a cataplana hermeticamente e deixe cozer. 7. Retire as amêijoas da água salgada e lave-as novamente. 8. Quando as perdizes estiverem prontas abra a cataplana e deite dentro as amêijoas. Feche novamente e deixe ferver cerca de 5 minutos. 9. Sirva na própria cataplana.

Ingredientes1kg de amêijoas, 100 grs de toucinho fumado, 100 grs de chouriço, 100 grs de presunto, 200 grs de farinha de milho, 1 dl de vinho branco, sal e pimenta q.b. Conselho: As carnes devem ser caseiras, de preferência. De-molhe-as, em água fria, durante 3 a 4 horas, antes da sua utilização

Modo de preparaçãoNuma tigela lave as amêijoas, de preferencia médias e «cris-tãs», em água fria, a fim de as libertar de impurezas que pos-sam conter. Em seguida, cubra-as com água do mar, cerca de 4 a 5 horas. No caso de não ter acesso a água do mar, utilize água doce temperada com sal. 2. Corte o presunto e toucinho fumado em tiras pequenas e o chouriço ás rodelas. 3. Frite-os numa frigideira, em lume brando. 4. Retire as amêijoas da água. Coza-as num tacho, cobertas de água, cerca de 8 a 10 minutos. 5. Escorra o líquido onde as cozeu, tendo o cuidado de o passar por um passador fino. Tire o miolo das amêijoas. Deite este num tacho, junte o caldo da cozedura, adicione o vinho e leve ao lume, deixando ferver um pouco. 6. Peneire a farinha com a ajuda de uma peneira. 7. Retire o tacho, e, fora do lume, adicione a farinha para não encaroçar. 8. Leve no-vamente ao lume e deixe cozer, mexendo de vez em quando. Junte as carnes e sirva bem quente.

Sopa de peixePara 4 pessoas

Xarém (ou Xerém)Para 4 pessoas

Perdizes com amêijoas na cataplanaPara 4 pessoas

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Ingredientes250 g de açúcar, 3 ovos inteiros + 3 gemas, 250 g de miolo de amêndoa, 50 g de manteiga, 75 g de fios de ovos, 40 g de doce de chila, 30 g de casca de laranja cristalizada, manteiga, farinha e açúcar q.b.

Modo de preparaçãoBata muito bem os ovos e as gemas com o açúcar. 2. Junte-lhes a amêndoa (pelada e passada pela máquina), a manteiga, os fios de ovos, a chila e a casca de laranja, finamente pi-cada. 3. Deite a mistura numa forma redonda bem untada com manteiga e polvilhada com farinha e coza em forno brando durante 50 minutos. 4. Depois de desenformar, em morno, polvilhe com açúcar.

Ingredientes1/2 kg de açúcar, 1/2 kg de amêndoa, 6 ovos

Modo de preparaçãoBata as gemas com o açúcar até engrossarem. 2. Junte a amêndoa passada pela máquina e, depois de bem batido, envolva nas claras em castelo levemente, sem bater. 3. A forma é untada e forrada a papel vegetal, também untado. 4. Coza em forno médio.

Bolo mimosoPara 8 pessoas

Pão de Ló de amêndoaPara 12 pessoas

Ingredientes600 grs de miolos de búzios, 500 grs de feijão vermelho ou catarino, 500 grs de tomates frescos, 1 pimento verde, 1 ramo de salsa, 1 folha de louro, 2 dentes de alho, 100 grs de cebo-las, 1 dl de azeite, sal e pimenta q.b., piripiri

Conselho: Aconselha-se o uso de búzios médios nesta confecção. Eventualmente poderão os búzios ser cozidos e ozidos e depois partidos.

Modo de preparaçãoNum recipiente ponha o feijão a demolhar em água fria, com antecedência de 12 horas, em relação à sua utilização. 2. Depois

de demolhado, lave-o e ponha a cozer, num tacho em água fria. 3. Parta os búzios em cru e retire os miolos. 4. Em seguida, coza os miolos obtidos em água e sal, cerca de 45 a 60 minutos. 5. De-pois de cozidos, retire para uma vasilha e deixe arrefecer. Corte em pedaços. 6. Num tacho, à parte, refogue, em azeite, o alho e a cebola picados finos, junte a folha de louro e o ramo de salsa e deixe alourar. 7. Em seguida, adicione o pimento, depois de limpo de pevides e lavado, cortado em dados pequenos. 8. Entretanto, tire o pé aos tomates, escalde-os em água a ferver, para mais fa-cilmente tirar a pele e as pevides. Pique os tomates e ponha-os no refogado. Deixe apurar. 9. Junte os pedaços de búzios e tempere com sal, pimenta e piripiri. Adicione o feijão já cozido e parte do líquido da sua cozedura e leve a ferver até apurar.

Feijoada de BúziosPara 4 pessoas

Gastronomia Farense e Algarvia

Entidade Regional de Turismo do Algarve Av. 5 de Outubro, 18-208000-076 Faro - PORTUGALTel.: (+351) 289 800 40 / Fax: (+351) 289 800 [email protected] www.turismodoalgarve.pt

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Tudo começou num belo dia de Dezembro, cinco dias antes do Natal, mais propriamente a 20 de Dezembro do ano de 1977. Tinha eu então 19 anos. Que belo Natal!Foi o dia que escolhi para chegar à Suíça, enfim, não es-colhi, calhou assim. Vi pela primeira vez na minha vida um país todo de branco vestido… e se nevou naquele ano! Em Coimbra, cidade de onde vinha, quase nunca se vê neve. Eu, concretamente, nunca tinha visto neve. A tal ponto nevou que, pouco tempo depois de o encan-to que a novidade em mim provocara, ver neve e poder com ela brincar, eu já pedia a Deus que não mandasse mais, pois tinha de me levantar às 3 da manhã para abrir o caminho de acesso ao hotel onde vivia desde que che-gara – o Hotel Curling – em Villars-sur-Ollon.Naquele tempo vinha-se para a Suíça para trabalhar na construção civil ou na hotelaria, eu vim para a hotelaria: vim lavar pratos, caçarolas, limpar a neve na entrada do hotel, etc., etc. Os sonhos da juventude em Portugal, a vontade de mudar o mundo, de construir um futuro ra-diante tinham-se evaporado com o falecimento do meu pai, dois anos antes, em 1975. E as perguntas a partir daí eram muitas: terei nascido para isto? Um dia pode-rei regressar ao meu país? E tantas mais eu fiz então. Mas, mesmo no meio de tantas perguntas, dúvidas e interrogações, desenhavam-se objectivos no fundo do pensamento: era preciso acreditar que as coisas podiam mudar e tornar-se melhores!Aprender francês, conhecer pessoas, fazer amigos, tudo isso era importante para construir uma vida cheia, que valesse a pena ser vivida e que valesse os sacrifícios que se faziam. Aos 23 anos vem o casamento, aos 26 anos a primeira grande responsabilidade como gerente numa loja de rádios, de televisores, etc.Como Portugal continuava presente nas nossas mentes e maneiras de viver e de sentir, fundámos o Centro Por-tuguês de Aigle, desenvolvemos o Centro Português de Montreux, que tinha actividades de atletismo, para a dinamização das quais convidámos o nosso grande cam-peão Fernando Mamede, que participou numa corrida de inauguração de novos espaços para a prática deste des-porto. Promovemos concertos com artistas portugueses, lembro-me de um grupo de Fados de Coimbra, de Ga-briel Cardoso, de Frederic François, entre muitos outros. Uma vida bem rica e cheia de belos contactos e de von-tade de fazer o mesmo, de que nasceu um conjunto que fazia bailes para todos dançarem. A seguir surgiu um disco, resultado do trabalho com o Américo Monteiro… ah, perdão, vocês conhecem-no por Emmanuel.Mas sempre fui melhor a trabalhar e a colaborar com os outros do que a fazer outras coisas. A carreira profis-sional continuava em desenvolvimento, o que me levou a ser o responsável para a Suíça Romande de todas as lojas de electrónica da Jelmoli.Depois de conhecer Portugal de norte a sul tive a opor-tunidade de conhecer a Suíça em todos os seus cantos e recantos, assim como as mentalidades de todas as suas gentes. E a vontade de ir em frente sempre mais forte,

aos 38 anos abri o primeiro MEDIA MARKT, em Crissier, perto de Lausanne. Foi uma experiência maravilhosa tanto nos resultados materiais como nos resultados hu-manos. Gerir uma empresa a partir do seu nascimento, se ela tem sucesso, pode ser magnífico, mas a vaidade também nos pode subir à cabeça. E por vezes a vida pro-fissional avança e a vida privada recua, como tantas ve-zes acontece, infelizmente. Divórcio, novo casamento, desta vez com dois filhos maravilhosos, a Tamara, que faz este ano 11 anos, e o Leandro, que fez 8.Por tal decidi fazer uma pausa e tentar lançar uma so-ciedade, mas não era o momento propício e recomecei no caminho que era já o meu: responsável na Suíça Romande da Rádio TV Steiner, depois da fusão da In-terdiscount. De novo momentos de grandes emoções humanas misturados com necessidades profissionais. A continuação da minha carreira levou-me a ser res-ponsável dos quiosques Naville e Relay. Um mundo com-pletamente diferente daquele que conhecia. A riqueza que me trouxe a colaboração com pessoas magníficas, que abrem os quiosques às 5 da manhã depois de já terem preparado toda a logística, pessoas que acolhem clientes que nem sequer olham para elas, e tudo isso com um prazer imenso. É verdadeiramente uma grande oportunidade na vida poder conhecer gente desse cali-bre. E muitos são portugueses.Foi a pensar em toda esta riqueza humana que tive o prazer de receber durante estes anos que decidi fundar uma empresa de Audit, Coaching, Formação e Gestão de Projectos – a AGE AUDIT & GESTION SA (www.age-auditgestion.ch). O objectivo é o de pôr à disposição de pequenas, médias e grandes empresas a competência e a experiência adquirida em todos estes anos. Construir uma equipa, desenvolver personalidades, organizar, pla-nificar, formar, gerir um projecto, entre outros, são acti-vidades que ponho à disposição dos meus clientes. São estas competências que posicionam as empresas nos mercados com sucesso, daí a sua importância. Hoje faço aquilo de que gosto e gosto do que faço. Mas aprendi que nada é fácil na vida, nada se constrói sem esforço e que se hoje há sol amanhã pode chover. Esta semana estava a almoçar num restaurante, em Montreux, e a pessoa que me servia vinha cantando: «eles não sabem que o sonho...», ao que eu respondi, «é uma constante da vida.»Portugal? Certamente, para ver a família, para passar férias, por interesse cultural, por amor que guardarei para sempre ao pais onde nasci. Mas que pena não ter-mos pessoas à altura de pensar mais em Portugal e me-nos nos seus interesses pessoais. Enfim, outros assun-tos, outras opiniões. Um abraço para todos!

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N.R. - Esta rubrica está aberta a todas as pessoas que queiram participar e dar a conhecer à Comunidade a sua história de vida. Não se esqueçam de enviar uma foto.

Mário Simões

Portugueses com sucesso

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Portugueses com sucesso

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A cidade de Luzern (Lucerna em português) é uma das cidades mais antigas deste país helvético. A data exacta da fundação da cidade é desconhecida. Sabe-se no en-tanto que se situa entre 1180 e 1200.

É a capital do Cantão com o mesmo nome, um dos fundadores, com Uri, Schwyz e Unterwalden (hoje OW- Obwalden e NW- Nidwalden) da Confederação Helvé-tica, daí a designação CH, Schweiz em alemão, Suisse em francês, Swizera em italiano, Zwitzerland em inglês e Suíça em português.

Situa-se a 436m de altitude, mede cerca de 29 Km2 e tem 78’100 habitantes, dos quais 31% são estrangei-ros.

Politicamente, a Assembleia Legislativa é assumida ac-tualmente por 48 Deputados (em 2012), com maioria (relativa) do SP (esquerda) com 11, seguido pelo CVP (direita) com 9.

Historicamente, Luzern tem como principais “Cartões de Visita” a “Kapellbrücke” (ponte da capela), “Löwen-denkmal” (monumento do leão), o “Museggmauer” (muro de Museg) e o “Château Gütsch” entre outros.

A “Kapellbrücke”

Construída em 1365, é uma das muitas pontes sobre o rio Reuss que une a cidade velha (Altstadt, ao centro na imagem) com a cidade nova (Neustadt, à esquerda).

A extremidade da margem direita já foi mais longa em tempos, mas foi demolida devido ao assoreamento des-sa margem.É visitada por milhares de turistas diariamente. Segu-ramente haverá milhões de fotografias desta obra por esse mundo fora.

É caracterizada por ser a segunda ponte coberta mais longa da europa, em madeira.Com os seus empolgantes 202 metros de comprimento, alberga 111 pinturas em forma triangular, 81 das quais foram destruídas pelo fogo de 1993.Actualmente, as pinturas expostas são reproduções das originais devido ao grande perigo de incêndio. As origi-nais estão guardadas em local seguro.

LöwendenkmalMonumento ao Leão em Lucerna

HELVETIORUM FIDEL AC VIRTUTI - A Lealdade e Valen-tia dos soldados - está na origem deste monumento.A história do leão é bem simples:

- Trata-se de uma alegoria(1) ao 10 de Agosto de 1792, durante a Revolução francesa onde 760 dos 1100 Guar-das suíços (Schweizergardisten) perderam a vida. Esses soldados suíços faziam segurança ao rei Ludwig XVI e à família real, no Palácio de Tuilerie, Paris. O Rei, por

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Terras Helvéticas

História de Luzern

Adelito Rodrigues

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precaução, já teriam abandonado o Palácio, mas os sol-dados “defenderam-no heroicamente”, ou seja, “como leões”.Este monumento ergueu-se por iniciativa do oficial Carl Pfyffer de Altishofen, que nessa data se encontrava de licença em Luzern. Em 1818 terá iniciado um peditório para erguer esse monumento em memória desses solda-dos. A obra foi de autoria do escultor dinamarquês Ber-tel Thorvalden e executada por Lukas Ahorn, de Kons-tanz e foi inaugurada em 10 de Agosto de 1821.Sobre o leão, esculpido sobre a rocha natural existente no local, está inscrito em latim “HELVETIORUM FIDEL AC VIRTUTI” (Der treu und Tapferkeit der Schweiz- Leal-dade e valentia Suíça). E por baixo estão os nomes dos soldados que tombaram em combate bem como o do oficial sobrevivente.Um outro exemplar deste leão, executado pelo mesmo autor, encontra-se no cemitério de Oakland, Atlanta (USA), intitulado “Leão da Confederação”.

MuseggmauerMuro de Musegg

O Muro de Musegg e a Torre foram erguidos entre 1350 e 1403 para servir como “Fortaleza norte da cidade”, que faz lembrar Évora, Óbidos e outras cidades portu-guesas. Mais tarde, em 1556, foi construído o Palácio com as suas arcadas de três andares que serviu de re-sidência de Lux Ritter e a Sede do Colégio dos Jesuítas entre 1577 e 1773.Foi Sede do governo de Luzern a partir de 1804.Ostenta lindíssimas pinturas nas paredes, em formato grande, pintadas entre 1610 e 1615 pelo pintor de Lu-zern Jakob von Wyl

Igualmente ponto de interesse na região é o Monte Pi-latus. Com os seus 2132m de altitude e dois acessos distintos: Comboio de Cremalheira a partir de Alpnach-Sadt e Teleférico a partir de Kriens. O percurso deste comboio de cremalheira é o mais inclinado do mundo.Quem sobe a Pilatus pode desfrutar de uma deslum-

brante paisagem de 360°.Na foto em baixo, a deslumbrante paisagem sobre o Lago dos Quatro Cantões (Vierwaldstätersee), vendo-à esquerda uma parte da cidade de Luzern. Além de dois modernos Hotéis, alberga uma das principaisEstações de comunicações militares.

A estação de Caminhos de Ferro de Luzern foi construída em 1856 e era toda feita de madeira. Foi electrificada em 1922.A 5 de Fevereiro de 1971 ardeu quase por completo. Nessa época foram feitas apenas as reparações neces-sárias ao funcionamento da mesma.A chamada “Terceira Estação”, foi resultado do arqui-tecto Santiago Calatrava, do que resultou a actual e moderna estação com imensos espaços comerciais, uni-versidade, estacionamento subterrâneo e a estação de correios.Este Portal de 1896 foi o que restou do incêndio de 1971. Recuperado e restaurado, os habitantes querem chamar-lhe o “Arco do Triunfo”. Et voilá.

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Terras Helvéticas

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História e origens do shiatsu

Antes de vos falar do desenvolvimento de uma sessão de shiatsu em consultório, e de vos explicar em que consiste esta técnica terapêutica alternativa, propon-ho-vos que voltemos um pouco atrás no temypo para descobrirmos as origens desta arte de cura ligada à Me-dicina Tradicional Chinesa (MTC).O shiatsu, como técnica básica de cura, teve a sua ori-gem na China antiga. Por volta de 1920 chegou no Japão através de monges budistas. Foi lá que se desenvolveu mais. Namikoshi e Masunaga são exemplos de excelen-tes profissionais que aprofundaram e desenvolveram o shiatsu, primeiro no Japão e depois na Europa.Estes dois mestres, que estão na origem do shiatsu mo-derno, desenvolveram a sua técnica desde os sete anos de idade.

Tohujiro Namikoshi, ao praticar shiatsu na sua mãe, diagnosti-cada com artrite reumatóide, constata uma diminuição das dores quando pressiona os po-legares em vez do toque e da massagem, que foi a base do shiatsu. Este mestre põe o acento na anatomia e na fisiologia na prá-

tica do shiatsu. Assim, torna esta técnica mais acessível aos ocidentais. Na década de 1940, Namikoshi fundou a escola japonesa do shiatsu.

Shizuto Masunaga, formado em psicologia pela universidade de Kyoto, está na origem da inte-gração da medicina chinesa no shiatsu, em particular os meri-dianos, que são a base da me-dicina oriental. Ele criou a es-cola europeia de shiatsu iokai, desenvolvendo assim o shiatsu dos meridianos (o shiatsu zen).

Masunaga acredita que, introduzindo a teoria da me-dicina tradicional chinesa no shiatsu, o tratamento se torna mais eficaz.Em 1955 o parlamento japonês aprovou um decreto so-bre o tratamento com esta massagem asiática ancestral. Assim, pela primeira vez no Japão o shiatsu recebe apro-vação oficial. Hoje continua a ser reconhecido como medicina oficial.Considera-se que no início do século XXI existem duas grandes escolas de shiatsu:

1.ª – o shiatsu Namikoshi, ainda hoje difundido no Japão;2.ª – o shiatsu zen ou iokai, amplamente espalhado na Europa, tendo sido difundido pela primeira vez neste continente na década de 1970.O shiatsu iokai é, provavelmente, o método mais com-pleto neste tipo de prática. Ele envolve, ao mesmo tem-po, as componentes psíquicas e a físicas tanto do tera-peuta como do paciente que recebe o tratamento.Em 1997 o parlamento europeu aprovou o shiatsu como uma das oito medicinas não convencionais mais efica-zes (resolução A4-0075/97 relatório Collins-Lannoye de 29/05/1997 - Bruxelas), com o mesmo estatuto que a quiropraxia, a homeopatia, a medicina antroposófica, a medicina tradicional chinesa (incluindo a acupunctura), a naturopatia, a osteopatia, a fitoterapia, etc.Hoje o shiatsu é uma terapia corporal oriental que in-tegra a medicina chinesa e o sistema dos meridianos, assim como um conhecimento profundo de anatomia, pelo menos para a escola de iokai a que eu pertenço.

O que é o shiatsu

O shiatsu é uma terapia manual que cuja designação resulta da junção de duas palavras japonesas, «shi» (os dedos e a mão) e «atsu» (a pressão), dito de outro modo, a pressão dos polegares e das mãos. Faz parte da grande família da Medicina Tradicional Chinesa (MTC).Mas, e para concluir, o shiatsu dos meridianos, praticado no meu consultório em Meyrin Genève, é muito mais do que uma simples «técnica manual», porque é baseado numa observação muito atenta assim como numa forma de comunicação profunda, que exige uma verdadeira meditação interior.O shiatsu tem como finalidade harmonizar o fluxo de energia do corpo, estimulando as forças naturais de autocura que estão em cada um de nós. Permite tratar o corpo e a mente equilibrando o movimento «Ki» (ou «CHI» em chinês) do corpo actuando nos meridianos. É, portanto, eficaz nas mais diversas disfunções, os mais diversos, incluindo as relacionadas com as relações hu-manas.Contribui para o bem-estar físico, emocional e espiri-tual, estimulando a força vital que está em cada um de nós. Elimina as tensões relacionadas com o stresse da vida quotidiana, fonte de uma grande parte dos nossos problemas de saúde.

O shiatsu é acessível a todos. É um método de trata-mento muito eficaz para um grande número de pato-logias. Acompanha perfeitamente o processo de alte-rações, tanto nos aspectos físicos como psíquicos. Um

Uma sessão de shiatsu em GenebraGeorges Richard

Medicinas naturais

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tratamento de shiatsu, pela sua própria natureza sim-ples, fornece soluções rápidas no caso de perturbações ligeiras. Mas revela-se também uma ajuda preciosa nas patologias mais graves.É o toque atento e apropriado do terapeuta que resta-belece e harmoniza o fluxo de energia, faz ultrapassar os bloqueios e alcança, finalmente, a totalidade da pes-soa. Favorece assim a tomada de consciência das sen-sações corporais bem como os recursos e os processos regeneração do corpo.Embora o shiatsu, pela sua origem ancestral, seja um método preventivo, são as situações de emergência que muitas vezes são tratadas no consultório.É pelo facto de o shiatsu dos meridianos fazer parte da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) que integra os conceitos de «Yin» e «Yang», os 5 elementos e os 12 meridianos de todo o corpo.Na prática, visto da parte de quem não conhece o shiat-su, ele consiste apenas em exercer pressão com os po-legares, as palmas das mãos, por vezes os cotovelos ou os joelhos, sobre áreas específicas do corpo. Estas áreas correspondem às rotas de meridianos ou aos «tsubos» (pontos) que encontramos também na acupunctura. Os meridianos são delicados canais de energia por onde flui a essência da vida. Os pontos de acupunctura são como poços e estão localizados ao longo dos meridia-nos. Eles são uma ligação entre a superfície do corpo e órgãos que se encontram mais no seu interior. Para fazer circular a energia, o praticante de shiatsu usa tam-bém uma grande variedade de mobilizações articulares muito suaves, mas de uma comprovada eficiência.Para determinar a forma do tratamento com o paciente, a prática do shiatsu é precedida de um diagnóstico e de um relatório energético baseado no diálogo, na obser-vação e no toque das áreas de energia. Este diagnóstico oriental permite perceber os desequilíbrios, tanto nas áreas do corpo como nos meridianos.Geralmente no final da sessão o terapeuta dá uma sé-rie de exercícios de Makko Ho, Taoísmo ou de Qi Gong médico ou outros conselhos apropriados para as neces-sidades do paciente, a fim de o ajudar a resolver a sua patologia e de o tornar consciente da necessidade de um comportamento responsável para com a sua saúde.Estar de boa saúde não é apenas o facto de não ter doenças, estar de boa saúde é algo que se aprende.

Para que serve o shiatsu?

O propósito de um tratamento de shiatsu é eliminar a causa da doença. Mas, antes de tudo, visa aliviar o sofri-mento e as dores, as tensões e a fadiga, assim como os sintomas de algumas doenças, exercendo pressão sobre os pontos específicos chamados «tsubo». São idênticos aos da acupunctura e encontram-se debaixo da pele.Estes pontos, sensíveis à pressão, podem por vezes cau-sar uma sensação de desconforto. Isso mostra que o «CHI», fluxo da energia vital no corpo, está bloqueado neste local específico. Quando a dor desaparece, após o tratamento no meridiano em questão, isso prova que o fluxo de energia começa a circular no corpo. No shiatsu não se toca nunca directamente nas zonas dolorosas. Para uma dor de cabeça, por exemplo, po-demos tratar os pontos correspondentes nos braços. Na prática, o objectivo do tratamento do shiatsu consiste,

em primeiro lugar, em distender e relaxar o corpo. O segundo passo consiste em restabelecer as funções na-turais de cura do corpo, desbloqueando as tensões que possam existir nas costas, no pescoço, na barriga e nas articulações.

O meridiano da bexiga situa-se de um lado e do outro da coluna vertebral, mas há também os nervos, os mús-culos e alguns «tsubos» muito importantes, que infor-mam o terapeuta sobre o estado de saúde dos órgãos. Tensões ou nós nesta parte do corpo podem causar um mau funcionamento dos órgãos internos, assim como dores e sintomas noutras partes do corpo.A maioria de nós negligencia a importância da activida-de física por mais pequena que seja. No entanto, é esta actividade física que faz circular a energia para alimen-tar adequadamente os nossos órgãos. O nosso estado de saúde depende da saúde de nossos órgãos.No mundo moderno os ocidentais consideram o corpo e o espírito, tal como a mente, como um todo sem sepa-ração das partes. O nosso corpo é um conjunto de par-tes ligadas umas às outras, ora, ao utilizarmos a mente e o intelecto, influenciamos sem nos darmos conta a nossa saúde física. A prática do shiatsu visa reequilibrar as funções vitais do corpo, como a respiração profunda ao nível do ventre e o relaxamento muscular, o sono profundo, evitando assim o uso de medicamentos.

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Medicinas naturais

Uma sessão de shiatsu em Genebra

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Medicinas naturais

Exemplos de doenças tratadas pelo shiatsu

O shiatsu age, nomeadamente, sobre:•O stresse, o dinamismo, os distúrbios digestivos, a obstipação e o sono.•As contracções musculares e a rigidez das articula- ções.•Osdistúrbiosrelacionadoscomamenstruaçãoeame- nopausa.•Aconvalescençaapósumaoperaçãoouumadoença.•Permiteumacompanhamentoduranteeapósagravi- dez.•Permite-nossermenosvulneráveisàstensõeseocor- rências exteriores.• Permite acalmar pessoas portadoras de uma doença crónica ou uma doença incurável.•Permite que cada um se conheça melhor, revelando as tensões mais profundas relacionadas com a parte psíquica.•Ajudaareduzirouaeliminarasdoresdecabeçaeas enxaquecas.•Ajudaapreveniradepressãodevidoaosefeitosdostresse.•Ajudaarestauraraenergiaequilibrando-nos.•Ajuda-nosaencontraracalmaeacapacidadedere- cuperação.•Actuasobreaboasaúdedasarticulações.•Ajuda-nosaaliviaraartrose.

•Oshiatsuétambémumaajudaparadeixardefumar. Ajuda-nos a restaurar a energia vital depois de uma desintoxicação (tabaco, álcool, medicamentos, etc.)

Mais algumas indicações para o uso do shiatsu

Distúrbios do sistema nervoso

Nevralgias, paralisias, convulsões, recuperação após um AVC (Acidente Vascular Cerebral), insónias e poliomielites.Discinesia (movimentos anormais, transtornos de movi-mento ou movimentos involuntários e incontroláveis), artrite reumatóide, dores musculares, atrofias muscu-lares, miosite (doença inflamatória do tecido muscular ou distúrbio músculo-esquelético), tendinites, perda do equilíbrio, recuperação após fracturas, luxações e en-torses.

Distúrbios digestivos

Gastroplastias, gastrites crónicas, distúrbios gastrointes-tinais, atonias, enterites crónicas, obstipações crónicas.

Distúrbios do sistema circulatório

Neuroses cardíacas, congestões, hiperemia, anemia.O aparelho urinário e os distúrbios dos órgãos reprodutoresParalisia da bexiga, convulsões, cistites.Estes são apenas alguns exemplos dos benefícios do shiatsu dos meridianos.

Conclusão

O shiatsu melhora o estado geral dos pacientes e pro-move o seu desenvolvimento pessoal. Estimula o poder natural de autocura do corpo e do espírito. Tem a vanta-gem de ser reconhecido e comparticipado pelos seguros de saúde na Suíça.No shiatsu Iokai consideramos o ser humano como um todo indivisível, ligado à natureza e ao seu ambiente. O corpo, espírito e a mente sofrem continuamente um processo de mudança em relação ao meio ambiente. O que nós, terapeutas, procuramos neste tipo de shiatsu é a causa da doença que está neste processo e que afecta a nossa saúde.

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Especial Portugal

No dia 4 de julho de 1937, como todos os domingos, Salazar vai assistir à missa na capela privada de um amigo, Josué Trocado, na avenida Barbosa do Bocage, em Lisboa. Quando o carro pára estoura uma garrafa/bomba colocada sob o pavimento da rua. No entanto, a explosão não ocorre exactamente como os anarco-sindi-calistas tinham previsto e, apesar do enorme buraco que provoca, o ditador sai praticamente incólume.

Neste artigo pretendo analisar a opinião do chefe da Legação suíça em Lisboa e os comentários que encontrei em sete periódicos helvéticos que utilizam este acon-tecimento, sobretudo, para apresentar as ideias e a po-lítica de Salazar.

Quase todos os jornais suíços publicam notícias sobre este atentado falhado, embora alguns diários importan-tes, como o Journal de Genève, o Neue Zürcher Zeitung e Der Bund de Berna, não comentem o assunto, repro-duzindo, unicamente, despachos de agência nas páginas interiores. Outros, como o National-Zeitung, de Basileia, e o jornal Feuille d’Avis de Neuchâtel, inserem a infor-mação na primeira página, ao lado de uma fotografia do presidente do Conselho português.Henri Schubiger (1907-1982), no Courrier de Genève, do dia 6, regozija-se com este «falhanço providencial», dizendo que Salazar vai poder continuar a sua obra «tranquilizadora». A ideologia e os objectivos dos auto-res do atentado são evidentes, pois «a ditadura de Sala-zar não desarmou os ódios de certos clãs, inconsoláveis por terem perdido qualquer influência no país». O quo-tidiano católico-conservador ataca a maçonaria, a qual, na sua opinião, «continua a fomentar conspirações», o marxismo e o anarquismo, que «também envenenam muitos cérebros» e que recebem ajudas do estrangeiro.Em Friburgo, o jornal La Liberté publica um pequeno comentário na primeira página, na rubrica «Nouvelles du jour», logo no dia 5, onde fala do «grande estadista ca-tólico», justamente «louvado por todo o bem que fazia a um país outrora devastado pelas lutas políticas e pelos pronunciamentos». É por isso que sobre ele se abateu o ódio de quem não lhe perdoa ter feito «uma revolução na paz». Três dias mas tarde, o jornal católico fribur-guês evoca outra vez a figura do ditador, que enfrenta «sem ódio, mas com firmeza» as forças revolucionárias,

«os extraviados», para evitar que Portugal volte à época da desordem. É extremamente importante, segundo o editorialista, que Salazar — «cuja única preocupação é o interesse moral e material dos seus concidadãos» — fique no poder para que o país continue a beneficiar da prosperidade económica.

Olhares suíços sobre o atentado a Salazar (julho de 1937) Reto Monico

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O jornal Tribune de Lausanne, de dia 6, escreve um lon-go artigo, também na primeira página, com o título: «A obra do Presidente Salazar». A chegada ao poder deste «modesto professor de economia política da universi-dade de Coimbra marcou uma viragem decisiva» para Portugal, que conseguiu sanear as finanças, melhorar as infra-estruturas ferroviárias, rodoviárias, portuárias, agrícolas, industriais e a rede telefónica. Graças à obra de Salazar, o país, contrariamente à vizinha Espanha, tem agora «a ordem, a paz e a prosperidade».Em Lisboa perdeu-se o hábito das bombas, escreve Paul-F. Hegl no quotidiano La Tribune de Genève, pelo que podemos ficar sossegados, trata-se dum «golpe de loucura de extremistas exaltados», não é um «ataque revolucionário contra a ditadura, como foi anunciado cá e lá com evidente satisfação». O diário genebrino exalta o antigo professor universitário — «modesto», «cativante», «quase silencioso» — dando dele um re-trato hagiográfico. A ditadura salazarista é de longe a mais respeitável do velho continente. Olhando para o ditador luso, não há nada nele que faça pensar em Hit-ler, em Estaline ou em Mussolini. Salazar «é um homem pequeno, fino, cujos gestos são raros, o sorriso discreto, e que se exprime utilizando as mais simples e as mais justas palavras».

«Este ditador silencioso faz-nos pensar nos religiosos da Idade Média, que foram admiráveis condutores de povos», afirma o jornalista suíço, que admite, no en-tanto, que se possa discutir a sua filosofia política, «que não é nem democrática nem parlamentar nem mesmo liberal». No fundo, porém, o autor do artigo admira este regime autoritário baseado na moral. Além disso, o elevado pensamento do chefe emana «serenidade» e «pureza familiar».Infelizmente, realça Hegl, existem sempre extremistas que, como em Espanha, gostariam de voltar à «demago-gia regeneradora de miséria», mas os portugueses têm boa memória e não esqueceram a instabilidade interna do primeiro quartel do século: «sentem-se bem com a ditadura bondosa que revivificou Portugal».Maurice Muret (1870-1954), depois de ter revisitado a história portuguesa de 1910 — o jornalista de Morges esteve dez dias em Lisboa, logo depois da queda da Monarquia — a 1928, apresenta no jornal Gazette de Lausanne, de 10 de julho, o livro Portugal, de Gonzague de Reynold, e uma recolha de textos do ditador portu-guês publicada com um prefácio de Maurice Maeter-linck (1862-1949), prémio Nobel de literatura em 1911. Cita uma frase do texto do escritor belga (e de António Ferro): «Portugal tem o chefe de que estava à espera».

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Páginas 4 e 5 do Diário de Lisboa, do dia 5, com uma entrevista a Alves Monteiro, diretor da Polícia de Investigação Criminal, onde este faz o ponto da situação no que diz respeito às investigações e várias homenagens de funcionários a Salazar, entre outras notícias. Reproduz também o seguinte telegrama de Hitler a Salazar: «Exprimo a V. Ex.ª as minhas mais cordiais felicitações pelo seu feliz salvamento [Sic!] quando do abominável atentado que lhe era dirigido». (Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa).

Especial Portugal

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Especial Portugal

O redator do quotidiano de Lausana, aliviado pelo facto de Salazar ter escapado ao atentado, fomentado por «gente má e criminosa», gosta manifestamente desta fórmula. A seu ver, tem que se procurar a causa deste «crime» na posição filo-franquista de Portugal. Esta ati-tude é muito mais conforme aos valores da civilização

do que a da Grã-Bretanha, segundo Muret, que elogia «o esforço de Portugal» porque «fechou a porta» ao regime vermelho que ameaça Espanha.O atentado falhado serve de pretexto ao Giornale del Popolo para apresentar, na edição de dia 7 de julho, o livro do Gonzague de Reynold. Apesar de o cidadão português não ter as mesmas liberdades que o suíço, o quotidiano da diocese de Lugano acha que não se deve falar de ditadura militar e compara o Estado Novo ao re-gime do Chanceler austríaco Schuschnigg (1897-1977), regime que vai durar até à entrada das tropas alemãs na Áustria, em março de 1938.Muito diferente é a opinião do jornal bimensal Le Réveil anarchiste. Este denuncia, na sua edição de dia 10, a atitude «da imprensa burguesa da Suíça francesa», que nada diz nem dos crimes cometidos em Espanha pelos italianos, pelos marroquinos, pelos alemães e pelos na-cionalistas, nem das vítimas dos bombardeamentos de Madrid. «Só a bomba destinada a Salazar é objeto de longos comentários e acaba por acordar os pretendidos sentimentos humanitários de certos brutamontes». Po-deremos ler «centenas de telegramas» enviados a Sala-zar. Evidentemente, não se podia telegrafar «aos milha-res de vítimas desconhecidas das armas que o senhor Salazar forneceu, e continua a fornecer, a Franco». No concerto de elogios, este artigo é o único que vai contra a corrente filo-salazarista. Le Travail, jornal da esquerda socialista, que no outono de 1933 e em setembro 1936 publicou alguns artigos muito críticos contra o Estado

Manchete do jornal La Tribune de Genève, do dia 7 de julho. O título do artigo ocupa um lugar de destaque. Hegl comete dois erros na cro-nologia: antecipa de um ano a entrada de Salazar no ministério das Finanças e de dois a sua nomeação para a presidência do Conselho de Ministros. (Fonte: Bibliothèque de Genève).

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Especial Portugal

Novo e o seu chefe, desta vez só transcreve o despacho da agência Havas, na primeira página, do dia 6 de julho.

A imprensa é uma fonte essencial, mas não a única. Charles Redard (1884-1954), chefe da Legação suíça em Lisboa de 1937 a 1941, envia um relatório a Berna a 6 de julho. Segundo o encarregado de Negócios, este atentado é obra de «criminosos portugueses, aliciados por instigadores estrangeiros». Citando um informador, fala da chegada de russos, «habilmente travestidos de alemães», trazendo dinheiro para os anarquistas, que ele julga ainda mais perigosos do que os comunistas. A 27 de agosto, o diplomata originário de La Chaux-de-Fonds anuncia a captura de presumíveis autores do atentado — mas que na realidade estavam inocentes, os verdadeiros culpados seriam detidos a partir de finais de setembro. Redard acha que Portugal está calmo e que o governo toma medidas rigorosas sem, no entanto, inco-modar as pessoas «pacíficas».

Com a notável exepção do jornal Le Réveil anarchiste, todas as fontes jornalísticas e diplomáticas aqui refe-ridas exprimem a mesma opinião: Salazar conseguiu salvar Portugal da catástrofe financeira e política. Sem dúvida, trata-se de uma ditadura, mas, segundo estes editorialistas, o Estado Novo não tem nada a ver com os regimes nazi, fascista e estalinista. Estes comentários jornalísticos nada dizem, por exemplo, sobre os méto-dos repressivos da polícia política e Redard apenas men-ciona a atividade policial. Dão também do ditador luso

uma imagem muito positiva, sem nenhuma nota crítica. Todos desejam que continue no poder por muito tempo ainda para que Portugal não volte à instabilidade polí-tica. Esta opinião, benévola e compreensiva, para com um sistema em que o cidadão não tem a liberdade de que beneficiam os suíços vai perdurar no tempo. Só com o início da guerra colonial, nos anos 60, é que podemos encontrar com mais frequência na imprensa helvética artigos críticos e alguns abertamente hostis ao chefe do governo de Lisboa.

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(Agradeço à redação do jornal Tribune de Genève e à Hemeroteca Municipal de Lisboa a autorização para a publicação das imagens)

Matematicamente falandoProposta de resolução da questão apresentada:

A Beatriz faz o 1.º corte, na vertical, passando pelo centro do bolo: fica com 2 partes iguais. Faz o 2.º corte, igualmente na vertical, que passa também pelo centro, mas que é perpendicular ao primeiro: fica com 4 partes iguais. Faz, finalmente, o 3.º corte, na horizontal, que passa ainda pelo centro e é perpen-dicular aos outros dois: fica com 8 partes iguais.

Continuação da página 47

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Muito se tem dito e escrito sobre a saúde oral, mas o que é certo é que a maioria da população continua a não dar o devido valor aos seus dentes. A frase “quando dói o dente, arranca-se!” continua, ainda, a ser vulgarmente dita por muitos, o que demonstra um total desinteresse e/ou desconhecimento relativamente à importância da saúde oral. Os dentes são tão importantes como qual-quer outro órgão do nosso corpo: têm as suas funções e a falta deles terá, com toda a certeza, várias implicações ao nível do correcto funcionamento corporal.

São vários os factores que contribuem para uma boa higiene oral, tais como a escolha do dentífrico, da es-cova dentária, a duração e modo de escovagem bem como a utilização ou não do fio dentário. Todos os dias somos bombardeados, através dos meios de comunica-ção, com diferentes e novos tipos de dentífricos e es-covas dentárias. Deste modo, é inevitável que a dúvida e a confusão se instalem na hora da escolha. De um modo simplificado poder-se-á dizer que quer as escovas manuais, quer as eléctricas são eficazes na remoção da placa bacteriana, desde que se saiba utilizar, correcta-mente, cada uma delas. Estas devem possuir uma ca-beça pequena de modo a permitir o acesso a todas as áreas da boca, especialmente aos dentes mais posterio-res, e ter preferencialmente cerdas macias, uma vez que as cerdas médias ou duras podem danificar o esmalte dos dentes. Consoante se trate de uma escova manual ou eléctrica, a técnica de escovagem é diferente. A es-cova eléctrica implica que se escove um dente de cada vez, colocando-se a cabeça da escova eléctrica cerca de 4 segundos em cada dente, deixando-a rodar sobre cada uma das suas faces passando-se, de seguida, para o dente seguinte. Na técnica de escovagem manual, os dentes são escovados com movimentos suaves e curtos por grupos, efectuando-se cerca de dez movimentos ro-tacionais a cada grupo de 3 dentes. É importante referir que, muitas vezes, a escovagem com escovas eléctri-

cas falha, pois a maioria das pessoas utiliza-as como se fossem escovas manuais. Sem dúvida que as escovas eléctricas poderão ser uma boa alternativa para pessoas com destreza manual limitada por algum tipo de defi-ciência ou doença ou também como motivação à esco-vagem, por exemplo, no caso das crianças.

Relativamente aos dentífricos existentes no mercado, é bastante frequente existirem dúvidas quanto à sua es-colha. Num mundo onde a estética e a aparência são cada vez mais importantes, a escolha da pasta dentífri-ca recai, muitas vezes, sobre as tão publicitadas pastas branqueadoras, as quais prometem o tão desejado “sor-riso Hollywood”. Sem dúvida que as pastas branquea-doras auxiliam na remoção de manchas dentárias, pois contêm uma elevada quantidade de agentes abrasivos que lhes conferem essa capacidade. Contudo, este efei-to branqueador poderá ter consequências devastadoras ao nível do esmalte. Ao removerem as manchas den-tárias, estes dentífricos levam, também, a um desgaste do esmalte, tornando os dentes mais porosos. O efeito branqueador imediato pode, a longo prazo, levar a um efeito oposto ao pretendido, uma vez que dentes mais porosos absorvem mais os pigmentos de determinados alimentos ou bebidas. Outro dos problemas que poderá surgir com o uso continuado deste tipo de pastas é o aumento da sensibilidade dentária. O grau de eficácia branqueadora destes dentífricos nem sempre é o dese-jado. Por isso, se quer manter os seus dentes brancos deverá escová-los diariamente três vezes ao dia e optar por reduzir substâncias como o café, as coca-colas e, acima de tudo, o tabaco. Se, mesmo assim, achar que os seus dentes são escuros, opte por procurar um médico dentista e efectuar um branqueamento dentário. Este, ao ser supervisionado pelo dentista, torna-se mais se-guro levando a resultados mais previsíveis. A pasta bran-queadora não deverá ser o dentífrico diário de eleição mas sim um bom dentífrico com flúor.

O tempo de escovagem, apesar de importante, não é proporcional à qualidade da lavagem dos dentes. Aliás, escovar os dentes durante mais que 5 minutos pode, inclusive, danificar o esmalte, devido à excessiva acção abrasiva. O tempo de escovagem ideal deverá ser de 2 a 5 minutos, tendo-se sempre em conta que a escovagem

Mara Estêvão, médica dentista

Higiene oral

Cuidados dentários

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com escovas eléctricas é, normalmente, mais demorada. O uso do fio dentário é, também, fundamental uma vez que a escovagem, mesmo que correctamente efectuada, não é suficiente para remover todos os resíduos alimen-tares, nomeadamente os inter-dentários. No final, a lín-gua deverá ainda ser escovada devido à acumulação de bactérias neste local e a troca da escova de dentes de-verá ser feita, em média, a cada três meses.

Em suma, uma boa escovagem não é somente uma questão de tempo, mas sim de um conjunto de factores entre os quais se destacam a técnica de escovagem, o tipo de escova, dentífrico e uso de fio dentário.A má higiene oral poderá não só levar à perda dentária, como também influenciar negativamente doenças como são a diabetes ou doenças cardíacas devido à elevada concentração de bactérias patogénicas que, através da circulação sanguínea, são distribuídas a todo o corpo. A comum falta de dentes está, muitas vezes, relacio-nada com problemas gástricos, pois a mastigação, ao não ser correctamente efectuada, leva a uma digestão mais dificultada dos alimentos. Problemas estéticos e de comunicação verbal estão, também, praticamente sem-pre presentes em pessoas com falta de dentes. Estes são alguns dos vários problemas que advém de uma má saúde oral, por isso não deixe de cuidar dos seus dentes pois estes são de extrema importância para a sua saúde geral!

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Higiene oralHigiene oral

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FaroFaro

ImpostosIMI: breve introdução

Especial PortugalOlhares suíços sobreo atentado a Salazar Especial SuíçaAcidente ou doença? Terras HelvéticasHistória de Luzern

Hoje falo euO Cônsul-geral de Portugal em Genebraescreve para a «Lusitânia Contact», emhora de balanço...

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Hoje falo eu

Prontifiquei-me a corresponder ao pedido que me foi dirigido no sentido de escrever um curto texto para publicação neste número da revista Lusitânia Contact.Faço-o com muito gosto, não só pelo apreço que me merecem todos quantos estão ligados a este projeto, mas igualmente por me ser dada uma oportunidade de assim me dirigir à Comunidade Portuguesa que tenho procurado servir, da melhor forma que soube, nestes últimos quatro anos. Dado o facto de muito em breve deixar as funções que tenho exercido, estas palavras são ainda de despedida e forçosamente de balanço.

Devo começar por dizer que foi com entusiasmo que assumi a enorme responsabilidade e não menor desafio de ser Cônsul-geral de Portugal em Genebra, ciente de contar, na área geográfica deste Posto Consular, que cobre os cantões de Genebra, Vaud e Valais, uma ex-pressiva e importante Comunidade Portuguesa que, numericamente falando, rondará, atualmente, cerca de 150 000 pessoas.

Ainda hoje recordo a satisfação inicial de constatar o quanto essa Comunidade está bem integrada neste país, o quanto é apreciada e são por todos reconheci-dos os méritos daqueles que lhe dão corpo. Ao longo do tempo este aspeto foi-se tornando cada vez mais evidente, sendo notável a quantidade de nacionais que, em Genebra, em Lausanne e noutras cidades e locali-dades da área consular, exercem funções de relevo nos mais variados domínios, contribuindo desse modo e de forma decisiva para a economia suíça. Nada seria mais gratificante para um Cônsul-geral que poder constatar este facto!

Outro aspeto importante, que desde muito cedo se tor-nou manifesto, é a enorme proximidade que esta Co-munidade mantém com o seu país de origem, outro ele-mento de regozijo e até sinal de esperança, atentas as dificuldades que Portugal atualmente atravessa.

Ao longo destes quatro anos muitos foram os aconteci-mentos de ordem profissional que marcaram a minha agenda de forma positiva e seria quase impossível e so-bretudo fastidioso fazer aqui referência a todos eles.

Se posso permitir-me destacar alguns deles, diria que no domínio central da atividade consular, ou seja, o aten-dimento do público e a qualidade do serviço prestado registaram-se avanços, mesmo se muitos desses avanços não são forçosamente visíveis aos olhos dos utentes. Na verdade os investimentos na informatização das ma-térias e o uso cada vez mais generalizado de sistemas

“em rede”, integrando os serviços da Administração de Portugal, conferiram ao desempenho do posto consular uma rapidez e eficácia impensáveis há uma dezena de anos atrás, não só na esfera da Identificação Civil, ra-pidamente se obtendo aqui Passaporte, ou Cartão de Cidadão, mas ainda no domínio do Registo Civil.

Bem sei que há ainda muito para fazer, sobretudo no sentido de minorar a longa espera a que, por vezes, o público é sujeito e que se torna difícil de compreender e aceitar, mesmo se resulta diretamente do aumento ex-ponencial de portugueses que se estão a fixar nesta área consular, o que não se faz acompanhar de um desejável aumento dos recursos humanos disponíveis, bem pelo contrário.

Estes quatro anos conheceram naturalmente esses constrangimentos e outros, o que, todavia, não impediu de se fazer trabalho no sentido de se valorizar Portugal e o que o país tem de melhor. Nesse contexto importa destacar a colaboração havida com a Biblioteca da Uni-versidade de Lausanne, que resultou na concretização de um ambicioso projeto de ali levar alguns dos maiores vultos da literatura portuguesa, que durante seis meses animaram aqueles espaços, sendo de destacar a presen-ça de Eduardo Lourenço, Gonçalo Tavares e Lídia Jorge, entre outros.

Não menos significativa foi a ação desenvolvida de par-ceria com a Cinemateca Suíça, que tomou quase um ano de preparação, e permitiu concretizar a maior mostra de cinema português jamais realizada nesta área consular, verificando-se ainda a apresentação pela primeira vez na Suíça de vários filmes, alguns deles na presença dos respetivos realizadores.

Também importa recordar que, mercê sobretudo do em-penho da Comunidade, foi possível uma presença hon-rosa de Portugal na última edição das “Outomnales”, conhecido certame que teve lugar nos espaços da Pa-lexpo, em Genebra. Refira-se ainda, na mesma linha, que Portugal estará em destaque na edição deste ano das Festas de Genebra.

Além destas ações, que merecem especial destaque, foi ainda viável realizar alguns acontecimentos isola-dos de índole cultural, sendo de louvar a colaboração prestada pelo Museu Voltaire e a Livraria Camões nesse contexto.

O Ensino do Português esteve também em foco nestes últimos anos e mesmo se não constitui atividade central

O Cônsul-geral de Portugal em Genebra escreve para a Lusitânia Contact, em hora de balanço…

Carlos Oliveira

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Hoje falo eu Hoje falo eu

do Cônsul-geral, ou do Consulado, foi-me grato poder contribuir para o estreitar do relacionamento com as autoridades cantonais de Genebra nestas matérias, dan-do corpo a vários projetos atualmente em curso, com efeitos positivos na Comunidade.

Decerto seria sempre possível fazer mais, mas o balan-ço, tendo presentes as limitações que a atual situação do país justifica, parece-me que pode ser considerado positivo.

Desafios existem e felizmente existirão sempre. A princi-pal preocupação dos últimos tempos e garantidamente daqueles que se avizinham é a chegada crescente de

nacionais, um fluxo que principiou talvez há uns três anos e que não parece abrandar. Este fato suscita novos problemas e exige uma especial atenção.

A minha principal satisfação é a de saber que as carac-terísticas da Comunidade Portuguesa às quais inicial-mente aludi estão bem fortes e constituem uma garan-tia para que se olhe o futuro com maior esperança e tranquilidade.

De Genebra levarei estas experiências ricas em ensina-mentos, bem como os amigos que tive a sorte de aqui fazer e, seguramente, o desejo de voltar sempre que a oportunidade se ofereça.

O papel é um dos produtos mais utilizados nas tarefas do dia-a-dia.

A utilização banal prejudica vastamente o nosso planeta. Lusitânia

Contact não gosta de desperdícios. Antes de se separar da revista,

pense em oferecê-la a um amigo. Se não for o caso, por favor, pense

ao meio ambiente e faça reciclagem.

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Faro : a pérola do sul é a convidada deste número da Lusitânia Contact e é com todo o gosto que mais uma vez tomo a palavra para relatar um pouco de história. Desta vez a tarefa é um pouco mais difícil do que a última vez e isto por diversas razões; uma delas é que este pequeno texto é elaborado a quatro mãos com a minha colega “algarvia” Sara Rosa Vitorino Fernandez. Uma outra razão, e sem dúvida a principal, é a emoção que nos traz falar de uma personagem que fez história em Faro, em todo o Algarve, e que foi um dos nossos mentores nesta disciplina, que valorizou a História e a Cultura algarvias e sobretudo que nos deixa cedo de mais e orfãos de sabedoria.

António Rosa Mendes é – porque detestamos escrever a História no passado – um dos grandes historiadores locais dos últimos anos. Conhecemo-lo quando eramos alunos na Universidade do Algarve e desde logo desen-volveu em nós o bichinho da disciplina de Clio. A sua ligação com Faro, e com o Algarve, é bem particular e singular. Nasceu em 1954 à margem do início da Ria Formosa, na pequena vila de Cacela, à beira mar plan-tada. Estuda no Liceu de Faro, onde frequenta o en-

sino secundário. Parte para Lisboa nas vésperas do 25 de Abril para estudar Direito, mas acaba por se licenciar primeiro em História (1981), onde cruza o seu caminho com mestres como António José Saraiva ou Alberto Fer-reira (com quem se correspondeu assiduamente até à morte deste, em 2000) e, mais tarde, em Direito (1995), ambas licenciaturas pela Universidade de Lisboa. O en-volvimento na vida pública, com afazeres políticos e um interesse enorme em adquirir conhecimentos, levou-o a ter um percurso estudantil muito fora do normal. Ape-sar de ser um estudioso e passar largas horas do seu dia a ler, Rosa Mendes viajava muitíssimo e procurava tomar contacto com os ritmos dos lugares e com as pessoas que os habitam. Obtém o grau de mestre em História Cultural e Política (1991) pela Universidade Nova de Lis-boa, com uma dissertação sobre o Marquês de Pombal e o médico Ribeiro Sanches, e doutora-se em História Moderna pela Universidade do Algarve em 2003, com uma tese sobre a vida e os escritos de Damião Faria e Castro. Como professor e académico ilustra-se pe-las suas aulas sempre bem animadas e documentadas com as « histórias singulares » da História. Com Antó-nio Rosa Mendes, a História faz-se com os relatos dos episódios pitorescos, por vezes, desconhecidos. A sua actividade académica permite-lhe coordenar o Centro de Estudos de Património e História do Algarve e dirigir a Biblioteca Central desta mesma universidade. Político preocupado e sério, envolveu-se na vida cívica desde os anos 80, embora a sua luta política tenha começado em Lisboa e antes do 25 de Abril, tendo sido Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António entre 1985 e 1989 e vereador entre 1989 e 1993. Man-teve a sua opção política social-democrata sempre sem reservas, não hesitando em ser mandatário distrital da candidatura do PSD às eleições legislativas. Foi também, embora com menos disponibilidade, um advogado inte-ligente, conscencioso e humano, sendo, a maior parte das vezes, os seus honorários pagos em citrinos e peixe fresco – que muito o agradava, por serem as riquezas naturais do Algarve –, apenas porque não tinha «cora-gem» – até diria, a desumanidade – de cobrar consultas ou serviços a clientes mais desfavorecidos.Sabia António Rosa Mendes relatar a História através de “estórias” e conseguiu dinamizar o mundo cultural algarvio graças à sua presidência de Faro Capital Nacio-nal da Cultura, em 2005. A ele deve-se, entre outros, o projecto que trouxe a Faro um novo teatro e que reabili-tou a pérola do teatro à italiana, perdido nos meandros das ruas farenses, o célebre Teatro Lethes (construído em 1605). Lutou pela democratização e divulgação da cultura neste distrito português, mais conhecido pela sua areia e pelas praias, do que pelo património extra-ordinário que alberga. Foi essa acção de divulgação que

António Rosa Mendes Um rosto da história local que se apagaFlávio Borda d’Água (Universidade de Genebra)Sara Rosa Vitorino Fernandez (Universidade do Algarve)

Personalidades

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o levou à fundação, juntamente com quatro amigos de longa data, da editora “Gente Singular”, em 2007. O primeiro propósito desta editora é a divulgação de autores e temáticas que visem a Cultura e a História do Algarve. Um dos primeiros livros publicados pela nova editora foi mesmo a tese de doutoramento de Antó-nio Rosa Mendes. Além de um amor desmedido pela História e pela Cultura, tinha também uma paixão pela Literatura Portuguesa e Universal. Era muito frequente ouvi-lo referir-se com familiaridade aos textos de Aqui-lino Ribeiro, José Rodrigues Miguéis ou Camilo Castelo Branco. De Aquilino Ribeiro tinha a obra completa e perseguiu durante anos as edições mais raras para mel-hor poder entender a obra do escritor. Este cidadão exemplar que, para além de uma vida ri-quíssima a nível intelectual, sabia criar diversas sinergias

entre as diversas forças existentes na região algarvia. É sem dúvida o seu carácter conciliador e humanista que permite exercer mandatos públicos para além do acadé-mico. Rosa Mendes deixa desta forma um grande vazio no panorama cultural, académico, político e cívico pelo homem que foi, que é e que será sempre para aqueles que tiveram o privilégio de partilhar um momento da sua breve caminhada neste espaço-tempo. Faleceu a 4 de Junho de 2013, recém-cumpridos os seus 59 anos no dia 21 de Maio, vítima de uma pneumonia dupla fulminante e estava internado no Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital Distrital de Faro desde o dia 11 de Abril.

[email protected]@hotmail.com

Flávio Borda d’Água (Universidade de Genebra)Sara Rosa Vitorino Fernandez (Universidade do Algarve)

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SedeRua Mário Costa Ferreira Lima, 5 2710 - 430 Sintra / Portugal00351 96 581 00 18

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Impostos

O IMI é o Imposto Municipal sobre Imóveis, que antiga-mente se chamava Contribuição Predial, o qual incidia sobre os prédios urbanos (casas) ou rústicos (terrenos). Em 2003 foi publicado um novo código para este im-posto, o CIMI, que estipulava novas formas de cálculo dos valores a pagar, muito mais justas e rigorosas, em que os factores subjectivos estão afastados. Estipulava ainda que todos os prédios urbanos que a partir de 1 de Janeiro de 2004 fossem transmitidos, por venda ou he-rança, ou que sofressem alterações na sua construção, teriam de ser avaliados, no prazo de 60 dias, a pedido dos novos titulares. Os restantes prédios urbanos, que tinham valores patrimoniais tributários (os valores que lhe estavam atribuídos nas Finanças para efeitos fiscais) bastante mais baixos em comparação com os prédios avaliados pelo novo CIMI, iriam sendo reavaliados pelos respectivos Serviços de Finanças de acordo com o novo código tributário num período de 10 anos, para que to-dos passassem a pagar valores de imposto semelhantes. Se isto era o que a lei dizia, o que se passou foi bem diferente. As avaliações nunca foram feitas para dois terços dos prédios, mais de 5 milhões de casas, o que gerou uma grave injustiça pois havia proprietários que pagavam duas, três ou quatro vezes mais do que outros com casas semelhantes em todos os aspectos (idade, área construída, localização, etc.), tantas vezes umas ao lado das outras: a única diferença era que uma perten-cia ao mesmo proprietário ainda desde antes de 2004 e a outra sofrera mudança de dono a partir dessa data.

A crise e o pedido de Assistência Financeira a que o país ficou sujeito em 2011 junto da Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Euro-

peia) pôs a nu a necessidade de aumentar as receitas do Estado através da subida de todos impostos. A Troika ficou escandalizada com o estado da fiscalidade sobre os prédios, e a discrepância que existia, uns pagavam muito outros pouquíssimo, tendo imposto uma actuali-zação do valor patrimonial dos prédios desactualizados até Dezembro de 2012. Esse trabalho foi feito à por-tuguesa, isto é, à pressa, nem sempre, portanto, bem feito, o que gerou injustiças mesmo dentro de um novo código de IMI muito mais justo do que o anterior, que pretendia acabar com essas injustiças eliminando a sub-jectividade na avaliação das casas.

Ficou também estipulado que este imposto continuava a reverter para as câmaras municipais (agora só em 95%, a crise levou o Governo a rapar 5%), que podiam fixar as taxas de cada município dentro de intervalos fixados pelo governo.

Por exemplo, nos prédios urbanos avaliados as taxas este ano podem variar entre 0,300 e 0,500 e nos prédios não avaliados podem variar entre 0,500 e 0,800; Estas dife-renças geram incompreensões em muitos proprietários, pois não percebem porque um familiar paga tão pouco num dado município e ele próprio paga tanto no seu. As diferenças podem variar entre 33% e 66% nuns casos (prédios avaliados) e entre 20% e 60% noutros (prédios avaliados). Outra grave injustiça que se mantém é a dos prédios rústicos, pois as taxas são iguais em todo o país e têm o valor de 0,800, muito baixo por causa das ma-trizes e dos respectivos valores que estão muito desac-tualizados. Por uma propriedade média de 200 hectares paga-se menos do que por uma casa de habitação. Mas neste caso a desactualização do cadastro das proprieda-des é tão grave e a tarefa é tão gigantesca que não há capacidade de proceder à actualização.

Voltando às casas, no final de 2012 foram publicadas notícias preocupantes sobre o aumento do IMI dos imóveis não avaliados de acordo com o CIMI (Decre-to-Lei n.º 287/2003), cerca de 70%, correspondendo a 5.409.525 (Fonte: «Caderno de Economia», jornal Ex-presso, 3/11/12, p. 24).No entanto, os proprietários destes têm suportado um moderado esforço fiscal comparado com os cerca de 30% já avaliados de acordo com aquele Código fiscal, correspondendo a 2.501.365 imóveis (Fonte: acima re-ferida). E ainda por cima ficarão este ano e no próximo protegidos pela Cláusula de Salvaguarda, que limita bastante o valor do aumento.

Eu pertenço aos que habitam casa própria, mas, ao

IMI Breve introduçãoManuel Henrique Figueira

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Julho 2013 33

Impostos

contrário do que referi para os proprietários dos 70% de imóveis não avaliados, desde 2006, em que comecei a pagar o IMI da nova casa que comprei em 2003 (teve só 3 anos de isenção, de 2003 a 2005) tenho suportado um enorme esforço fiscal, pelo que resolvi estudar o as-sunto: à medida que mais o aprofundava mais surpresas tinha.

Até hoje não vi na imprensa nenhuma abordagem que analise as diversas vertentes do problema, ficando-se, tantas vezes, a prosa por aspectos caricatos ou dema-gógicos (aumentos de 2000%, como se o número em si significasse algo. Um familiar meu foi aumentado 100% devido à reavaliação de acordo com o CIMI e, em vez de pagar 50, pagará 100. Eu, que tenho a casa avaliada desde 2004, só devido ao recente aumento da taxa no meu município de Palmela, que subiu de 0,400 para 0,480 (20% de aumento), irei pagar mais 146,35, que acrescerão aos 731,75 que pagava ultimamente. Fi-carei, portanto, a pagar 878,10. Mas já paguei: 868,60 em 2006; 901,17 em 2007; 720,94 em 2008 e 2009 e 731,75 em 2010 e 2011.

Em 23 de Outubro, antes de a Assembleia Municipal ter subido a taxa 20% (de 0,400 para 0,480), e prevendo o

que poderia acontecer devido ao aumento dos intervalos das taxas decidido pelo Governo (nos prédios avaliados passou de 0,200 a 0,400 para 0,300 a 0,500; nos não avaliados de 0,400 a 0,700 para 0,500 a 0,800) enviei uma carta à senhora Presidente da Câmara a alertá-la para a situação das pessoas como eu, não merecendo da sua parte resposta, apesar de estar fundamentada e de ser formalmente bastante educada.

Em próximo artigo falarei dos 3 aumentos que este im-posto sofreu este ano, ano de crise e de perda de ren-dimentos da maioria das pessoas em Portugal. Penso que tanto o artigo de hoje, como o próximo, poderão ser úteis e esclarecedores para os emigrantes, muitos com casa própria no nosso país, e que estão um pouco afastados das fontes de informação e dos debates sobre este tema em Portugal.

[email protected]

Nota: Para se saber as taxas de IMI de cada um dos 308 municípios pode aceder-se em: https://www.portaldasfinancas.gov.pt/pt/main.jsp?body=/imi/consultarTaxasIMIForm.jsp

Impostos

Visite-nos

Presenças Consulares em Samedan Desde finais do ano passado que têm vindo a ser reali-zadas, mensalmente, Presenças Consulares nos Grisões, mais propriamente em Samedan, nas Instalações pro-porcionadas pela Associação “Os Lusitanos de Same-dan” que têm decorrido de forma satisfatória.

Solicita-se aos utentes que contactem previamente o Consulado para agendar o serviço a realizar nas Pre-senças Consulares, que serão realizadas nas seguintes datas:

20 de setembro - 25 de outubro - 22 de novembro

A Cônsul GeralDra. Liliana Neto

Informações de interesse geral

Consulado Geral de Portugal em Zurique

044 200 30 [email protected]

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Reportagem

No Museu de História de Berna está a decorrer uma ex-posição sobre o Imperador Qin (em chinês pronuncia-se «tchin») e a grande descoberta feita em 1974 por camponeses: trata-se das figuras de soldados em ter-

racota, que estiveram enterradas durante mais de dois mil anos na província de Shaanxi. Esta província, hoje com 37 milhões de habitantes e cuja capital é Xian, fica no centro da China, país do Extremo-Oriente com uma civilização milenar que se abriu ao mundo permitindo que nele se viaje hoje sem quaisquer restrições, sendo-se bem acolhido em qualquer parte.

Na visita à exposição deparamo-nos com uma animação de sombras chinesas, a que se seguem diversas relíquias emprestadas pelo governo chinês ao Museu de Berna. Nas várias vitrinas, onde estão expostos cerca de 200 objectos, podem também ver-se algumas peças em co-bre que eram propriedade do Rei, mais tarde Imperador. Contudo, há uma peça extraordinária (em duas metades) que me despertou a atenção, a qual representa um dis-tintivo «hufu» em forma de tigre: a parte direita desta estatueta estava na posse do Imperador e a esquerda no comando da Armada. Só quando o comando recebia a outra metade, entregue pelo mensageiro do Imperador, é que podia entrar em guerra.

No final do corredor está exposta uma réplica de um

Viagem à China sem sair da Suíça

Alberto Pinto, fotojornalista

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Julho 2013 35

Reportagem

carro puxado por quatro cavalos, à escala de 1/50 do que foi encontrado, ricamente decorado a ouro, e que nos dá uma boa ideia da riqueza daquele reinado.Debrucemo-nos um pouco mais no motivo principal de interesse desta exposição: os soldados de terracota. São, de facto, impressionantes, pela grandeza, pela cor e pelos detalhes, tanto na cara como na expressão dos olhos, sabendo que aqui só estão expostos alguns exemplares (no total foram encontrados oito mil), tendo cada um a sua expressão facial e corporal diferente.Sabendo que estas estatuetas datam do ano de 270 a.C. (antes de Cristo, isto é, de há quase 2300 anos), fica-mos admirados como foram mantidas estas verdadeiras relíquias, que vão desde um cavalo com a respectiva sela até um guerreiro em posição de combate, expressando ambos bastante realismo. Passando a outras salas des-cobre-se uma multidão de outras figuras, cujo interesse é de tal ordem que nem nos damos conta que o «pas-seio» acaba por ser bastante extenso.

Podemos ainda ficar informados, através de imagens, de todas os aspectos desta descoberta através das expli-cações dos arqueólogos chineses, destacando-se ainda a importância deste achado e da recolha e preservação de cada peça para a reconstrução do passado junto das gerações futuras. Termino informando que a exposição pública desta co-lecção no museu termina no próximo dia 17 de Novem-

bro deste ano e que, para uma primeira consulta, que não dispensa a visita, podem aceder ao Site www.bhm.ch.Desejo-vos uma boa visita!

[email protected]

Reportagem

Resfriado, dor de cabeça e diarreiaFerva 10 a 15g de bagas de roseira-brava em 200ml de água durante 3 minutos.Deixe repousar o líquido obtido numa gar-rafa térmica durante 3 a 4 horas.Passe-o por um filtro e adicione-lhe mel a gosto. Beba 50ml três vezes por dia durante um mês, de preferência no intervalo das refeições.

Tratamento das hemorróidasColoque a 50g de malvas em 1 litro de água fria, deixe ferver durante 1 minuto e de se-guida filtre. Beba uma taça 3 vezes por dia.

Combater o pulgãoMisture bem1 copo de sabão preto em 3 co-pos de água. Pulverize as plantas com esta solução.

CaspaFerva durante 10 minutos 30g de orégãos secos em 1 litro de água.Coe e aplique a loção obtida no cabelo de-pois de lavado.

OlheirasColoque no liquidificador os seguintes in-gredientes: 1 tomate; 2 folhas de hortelã, 2 colheres de sopa de sumo de limão; uma pitada de sal. Misture até ficar tudo bem ho-mogéneo. Beba todos os dias para evitar as olheiras.

Dores de cabeça, nervosismo e depressãoFaça um chá com 3 folhas de amoreira em 1 litro de água.Coe e beba 1 chávena 3 vezes ao dia.

Repelente de formigas, cães e gatosMisture 2 colheres de sopa de pimenta de Caiena em pó em 1 a 2 litros de água.Deixe repousar durante 48 horas agitando de vez em quando. Filtre e adicione um pouco de sabão preto líquido.Pulverize as plantas a proteger.Renove a pulverização com regularidade, prin- cipalmente depois de chover.

[email protected]

Isabel Gomes

Truques e astúcias

Sabia que...

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Sociedade

No início do ano passado, o pai de Jorge Figueiredo, 45 anos, faleceu.Era ele quem cuidava da mulher, doente de Alzheimer. Os três filhos de Conceição Figueiredo partilharam, durante 5 meses, a responsabilidade de cuidar da mãe. Em maio, conseguiram vaga no lar da Associação e Centro de Apoio à Terceira Idade de Santo Estevão, na Chança, concelho de Alter do Chão, onde a idosa de quase 80 anos reside.A mensalidade do lar custa 600 euros, cerca de 100 a mais do que Conceição recebe da sua reforma e da pensão de sobrevivência do marido. Esta diferença, bem como todasas despesas com fraldas, medicamentos e transporte para as consultas médicas, entre outras, é suportada pelos três filhos. Todos contribuem com 60 a 80 euros por mês.Jorge garante que seria “complicado” assumir a despesa se não a dividisse com os dois irmãos. “Por sorte, damo-nos todos bem”, afirma. A família ainda não procurou apoio financeiro para fazer face aos encargos. Mas, com o pri-meiro filho a caminho, o alentejano prevê que as contas fiquem mais apertadas.

Famílias é que pagam...

O caso de Jorge Figueiredo não é único em Portugal. O nosso inquérito a 690 portugueses revela que cerca de dois terços dos idosos que vivem em lares têm um rendimento inferior ao custo mensal da instituição.Um em cada quatro precisa de mais de 500 euros por mês para completar o valor da fatura.Cruzando alguns dados, esta situação inquérito, a estadia num lar custa, em média, 770 euros mensais. Este valor éinflacionado pelas mensalidades das instituições privadas,

cuja média ronda os 925 euros; nas públicas, fica-se pelos 550 euros.Dados do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, consultados na base de dados Pordata, indicam que, em 2011, quase 1,2 milhões de pensionistas de velhice do re-gime geral da Segurança Social (cerca de três quartos do total) auferiam uma reforma entre 251 e 500 euros.O nosso estudo demonstra que, em mais de metade dos casos, são os familiares que desembolsam o dinheiro em falta. Já 38% dos utentes vão buscar essa parcela às suas poupanças.Na Bélgica, em Espanha e em Itália, esta tendência é in-versa: os idosos recorrem parece clara. Segundo o nosso sobretudo ao seu pé-de-meia para fazer face às despesas com o lar (ver gráfico abaixo).

Lar, caro larDois terços dos idosos não ganham para pagar a sua estadia, tendo de recorrer a poupanças ou à ajuda da família, revela o nosso inquérito a quase 700 portugueses.

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Sociedade Sociedade

… e sem ajudas

A esmagadora maioria dos inquiridos que disse ajudar fa-miliares a pagar o lar não beneficia de nenhum tipo de apoio financeiro (estatal, municipal, etc.). Os que benefi-ciam (cerca de 10%) recebem 420 euros, em média.Em regra, as ajudas financeiras para este fim são concedi-das em função dos rendimentos do agregado familiar do utente e da autonomia deste último. O montante pode va-riar.Existem também municípios que disponibilizam auxílio aos residentes, tendo em conta o seu estado de saúde e/ou a idade avançada.Para aceder ou saber se tem direito a algum tipo de apoio, dirija-se aos serviços da Segurança Social, da Câmara Mu-nicipal ou da ADSE, se o utente tiver vínculo à função pú-blica. As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e as instituições da Santa Casa da Misericórdia tam-bém podem disponibilizar meios de auxílio. Tente saber, junto da União das Misericórdias Portuguesas, qual a Santa Casa correspondente à sua área de residência.Mais extras do que descontos além da mensalidade fixa, os lares podem cobrar bens e serviços que não estejam incluídos no contrato, como fraldas, medicamentos e fisio-terapia. Num só mês, os idosos gastam uma média de 125 euros em despesas extraordinárias. Não é de admirar, por isso, que quase um terço se tenha mostrado insatisfeito com o volume destes encargos.

Tratando-se de um serviço, é justo não haver pagamento se este não for prestado. No entanto, mais de três quartos dos inquiridos afirmaram ter de pagar a mensalidade por inteiro quando os familiares se ausentam do lar por longos períodos: para ficar em casa de um filho ou devido a in-ternamento hospitalar, por exemplo. Apenas 5% admitem estar isentos até um determinado número de dias, número este que é fixado pela instituição.É compreensível que determinadas despesas fixas da insti-tuição tenham de ser cobradas, independentemente de o idoso estar ou não presente. É o caso da renda ou amorti-zação do imóvel, salário dos funcionários, etc. Admitimos, portanto, que não haja uma isenção total das prestações durante a ausência do residente. Mas deve haver, pelo me-nos, uma redução da mensalidade durante esse período. Cinco por cento dos inquiridos dizem ter beneficiado de um abatimento equivalente ao preço da alimentação.O mesmo se aplica aquando da cessação do contrato, seja qual for o motivo e desde que se cumpra o pré-aviso es-tipulado. A maioria dos inquiridos declarou pagar só os dias em que o idoso frequentou o lar no último mês do contrato.Ainda assim, perto de 40% tiveram de desembolsar a men-salidade completa.

A caução, se faz favor

Uma das formalidades a cumprir é a existência de um contrato escrito, onde constem os direitos e as obrigações das partes. O contrato é celebrado entre a instituição e o utente, seu familiar ou representante legal. Um quinto dos inquiridos que acompanharam o processo de institucionali-zação de familiares não teve direito a contrato.Cerca de 30% dos idosos pagaram uma caução para serem admitidos, na maioria dos casos, a rondar os mil euros.

Esta serve como garantia de pagamento de prestações em dívida ou de eventuais danos causados ao mobiliário ou às instalações, por exemplo.Exigi-la não é ilegal, mas não a devolver ao consumidor quando o contrato termina, sem ter existido uma razão para acioná-la, sim. Cerca de dois terços dos inquiridos que pagaram caução revelaram não a ter recebido quando os idosos deixaram a instituição.A situação foi mais frequente nos lares público-privados: 8 em cada 10 ficaram com o dinheiro. Se não receber a caução no final do contrato, certifique-se de que houve uma razão para a retenção. Não sendo o caso, queixe-se ao Instituto da Segurança Social.

Só com papel passado

Vários problemas foram apontados relativamente aos as-petos legais e financeiros do funcionamento dos lares (ver gráfico ao lado).Apresentação de despesas inesperadas e não previstas, in-cumprimento das instituições face a atividades planeadas (lúdicas, desportivas, etc.) e aumento inesperado da men-salidade foram alguns dos mais frequentes.A entrega de faturas incompletas ou pouco claras foi outra queixa recorrente. Neste aspeto, as maiores dificuldades foram sentidas nos lares públicos: quase 40% dos casos, contra 13% nas instituições público-privadas e 15% nas privadas.

Cerca de um décimo dos inquiridos indicou, ainda, não ter recebido uma fatura das despesas extraordinárias, mas sim um simples papel. Uma prática que não abona muito a fa-vor da transparência.

Dinheiro&direitos 116 março/abril 2013 35

Apoios | Custos | Contratos

No início do ano passado, o pai de Jorge Figueiredo, 45 anos, faleceu. Era ele quem cuidava da mulher, doente de Alzheimer. Os três fi-lhos de Conceição Figueiredo par-

tilharam, durante 5 meses, a responsabilida-de de cuidar da mãe. Em maio, conseguiram vaga no lar da Associação e Centro de Apoio à Terceira Idade de Santo Estevão, na Chança, concelho de Alter do Chão, onde a idosa de quase 80 anos reside.

A mensalidade do lar custa 600 euros, cerca de 100 a mais do que Conceição recebe da sua reforma e da pensão de sobrevivência do marido. Esta diferença, bem como todas as despesas com fraldas, medicamentos e transporte para as consultas médicas, entre outras, é suportada pelos três filhos. Todos contribuem com 60 a 80 euros por mês.

Jorge garante que seria “complicado” assu-mir a despesa se não a dividisse com os dois irmãos. “Por sorte, damo-nos todos bem”, afirma. A família ainda não procurou apoio

Lar, caro larLARES DE IDOSOS

financeiro para fazer face aos encargos. Mas, com o primeiro filho a caminho, o alentejano prevê que as contas fiquem mais apertadas.

Famílias é que pagam...O caso de Jorge Figueiredo não é úni-co em Portugal. O nosso inquérito a 690

O NOSSO ESTUDO

Inquérito a 690 portugueses ■ Em março de 2012, enviámos um questionário em papel a uma amostra da

população portuguesa entre os 50 e os 65 anos. Enviámos também uma versão eletrónica do mesmo aos nossos associados. O questionário destinava-se a familiares de utentes de lares que tivessem acompanhado o processo de institucionalização. Sete em cada 10 dos inquiridos são filhos dos idosos.

■ O mesmo estudo foi conduzido na Bélgica, em Espanha e em Itália. No total, recebemos 3130 respostas, 690 das quais portuguesas. Dada a dificuldade em quantificar o universo da população portuguesa com familiares em lares, os resultados refletem a experiência e a opinião dos inquiridos, não deixando de ser um indicador valioso da realidade no terreno.

Dois terços dos idosos não ganham para pagar a sua estadia, tendo de recorrer a poupanças ou à ajuda da família, revela o nosso inquérito a quase 700 portugueses

portugueses revela que cerca de dois terços dos idosos que vivem em lares têm um rendi-mento inferior ao custo mensal da instituição. Um em cada quatro precisa de mais de 500 eu-ros por mês para completar o valor da fatura.

Cruzando alguns dados, esta situ-ação parece clara. Segundo o nosso

67% DOS IDOSOS NÃO GANHAM PARA PAGAR O LAR

53% DOS CASOS DE CARÊNCIA SÃO RESOLVIDOS POR FAMILIARES

65% DAS CAUÇÕES NÃO SÃO DEVOLVIDASNO FIM DO CONTRATO

40% DOS INQUIRIDOS DENUNCIARAM PROBLEMAS

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Sociedade

Problema socialCrise retira muitos idosos dos lares

«As necessidades dos idosos são muitas e as famílias nem sempre têm a capacidade e os conhecimentos para prestar bons cui-dados.»

Eugénio Fonseca presidente da Cáritas Portuguesa

Segundo o nosso inquérito, muitos idosos terminam a sua vida na instituição onde residem. Apenas uma pequena per-centagem (4%) regressou a casa após ingressar num lar.

As razões mais frequentes para o abandono, que se repor-tam a março de 2012, prenderam-se com inadaptação e desgosto por parte do residente, bem como conflitos com os funcionários e mensalidades demasiado elevadas.

Recentemente, responsáveis e especialistas da área social têm chamado a atenção para uma nova realidade: familia-res desempregados, que retiram os idosos dos lares para estes contribuirem com as suas reformas para as despesas da casa.

“É sabido que o valor das pensões é, para muitos, um com-plemento financeiro importante.

Entre mensalidade fixa e extras, o custo do lar pode rondar os 900 euros por mês.

As famílias sentem-se cercadas e procuram todas as alter-nativas”, afirma Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa. Mas o responsável sublinha que “nem todos os idosos regressam a casa por má-fé dos seus familiares”.

Eugénio Fonseca indica que, “por via do desemprego”, alguns familiares ficam com mais tempo para cuidar dos seus. No entanto, a boa vontade pode não ser suficiente para prestar os cuidados necessários.

“Os idosos que têm pouca mobilidade sentem-se um ‘es-torvo’ na dinâmica familiar, sem capacidade de contribuir e perdem, ao mesmo tempo, a atenção profissional, os cuidados e as ofertas de entretenimento que teriam junto das respostas sociais”, explica o dirigente. Por seu lado, as famílias sentem-se “fracassadas no cuidado que prestam”.

D&D aconselha

Se tiver um problema que não consegue resolver “a bem” junto dos responsáveis pela instituição, registe a sua quei-xa no livro de reclamações. Este é obrigatório e pode ser utilizado pelos utentes do lar, por familiares ou visitantes. As queixas são tratadas pelo Instituto da Segurança Social, entidade responsável pelo acompanhamento, avaliação e fiscalização dos lares de idosos.

Se suspeitar de comportamentos criminosos, como roubo de valores, maus-tratos físicos e psicológicos, recorra ime-diatamente às autoridades policiais, seja a Guarda Nacional Republicana, seja a Polícia de Segurança Pública.As despesas com lares podem ser deduzidas no IRS em 25%, desde que digam respeito ao próprio contribuinte, cônjuge, pais, avós, irmãos, sobrinhos ou tios, e até ao va-lor de 403,75 euros. Se forem os familiares a suportar estes encargos, só poderão deduzilos se a pensão do idoso não ultrapassar o salário mínimo nacional (485 euros).Como é habitual, os contribuintes têm de guardar as fatu-ras durante 4 anos, para comprovar os benefícios fiscais.

Deco Protest

O NOSSO ESTUDO Inquérito a 690 portugueses

Em março de 2012, enviámos um questionário em papel a uma amostra da população portuguesa entre os 50 e os 65 anos. Enviámos também uma versão eletrónica do mesmo aos nossos associados. O questionário destinava-se a familiares de utentes de lares que tivessem acom-panhado o processo de institucionalização. Sete em cada 10 dos inquiridos são filhos dos idosos.

O mesmo estudo foi conduzido na Bélgica, em Espanha e em Itália.No total, recebemos 3130 respostas, 690 das quais portu-guesas. Dada a dificuldade em quantificar o universo da população portuguesa com familiares em lares, os resul-tados refletem a experiência e a opinião dos inquiridos, não deixando de ser um indicador valioso da realidade no terreno.

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Sociedade

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Economia

O euro é actualmente a moeda única de 17 estados-membros da União Europeia (UE), que em conjunto for-mam a Zona Euro (ZE). A introdução do euro, em 1 de Janeiro de 1999, representou um passo muito importan-te no processo da integração europeia e constitui tam-bém um dos seus maiores êxitos: cerca de 330 milhões de cidadãos da UE utilizam-no actualmente como moe-da comum e usufruem de vantagens que continuarão a aumentar à medida que outros países, dos actuais 28 que compõem a União (a Croácia acabou de aderir, tor-nando-se o 28.º estado-membro), o forem adoptando como moeda única.

Quando o euro foi introduzido, na forma escritural, em 1999, tornou-se a nova moeda oficial de 11 esta-dos-membros (Espanha, Portugal, Itália, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, França, Alemanha, Áustria, Irlanda e Finlândia; quatro países não integraram o grupo: Gré-cia, Reino Unido, Dinamarca e Suécia), substituindo, em duas fases, as antigas moedas nacionais – como o marco alemão e o franco francês. Mas nesta data foi apenas utilizado como moeda virtual nas operações de paga-mento que não envolviam notas e moedas, bem como para fins contabilísticos, enquanto as antigas moedas continuavam a ser utilizadas nas operações de paga-mento em numerário e a ser consideradas subdivisões do euro. Posteriormente, em 1 de Janeiro de 2002, foi introduzido fisicamente sob a forma de notas e de moe-das.

Neste momento, embora o euro não seja a moeda co-mum de todos os estados-membros da UE, já dele fa-zem parte 17 países, os 11 iniciais acima referidos e ainda os seguintes: Grécia, Eslovénia, Chipre, Malta, Es-lováquia e Estónia. Dois países, a Dinamarca e o Reino Unido, acordaram uma opção de exclusão no Tratado da União Europeia (TUE), também conhecido por Tratado de Maastricht, que os dispensou de participar na ZE, enquanto os restantes (muitos dos novos estados-mem-bros e a Suécia) ou ainda não preenchem as condições estabelecidas para a adopção da moeda única ou não pretendem entrar, tanto mais que os problemas por que passa actualmente a ZE aconselham a uma ponderação dessa decisão. Quando preencherem as condições e de-cidirem aderir substituirão igualmente as suas moedas nacionais pelo euro.

O euro e a União Económica e Monetária (UEM)

Todos os estados-membros da UE fazem parte da UEM, que pode definir-se como uma fase avançada de in-tegração económica com base num mercado único. A UEM implica uma estreita coordenação das políticas

económicas e orçamentais e, no caso dos países que preenchem certas condições, uma política monetária única e também uma moeda única: o euro.

O processo de integração económica e monetária tem acompanhado a evolução da União ao longo do tempo (embora com outras designações, CECA, 1951, Trata-do de Paris; CEE, 1957, Tratado de Roma; CE, 1992, Tratado de Maastricht e UE, 2007, Tratado de Lisboa). Quando esta união foi fundada, em 1957, os estados-membros concentraram-se na criação do Mercado Co-mum (MC). Contudo, com o tempo, tornou-se clara a necessidade de uma cooperação económica e monetária mais estreita para conseguir um maior desenvolvimen-to e florescimento do mercado interno. O objectivo da plena realização da UEM e da adopção de uma moeda única só foi consagrado em 1992, no TUE (Tratado de Maastricht), que estabelece as normas para a introdu-ção dessa moeda, determina os objectivos da UEM e as responsabilidades de cada protagonista, bem como as condições que os estados-membros devem preen-cher para poderem adoptar o euro. Estas condições são conhecidas como «critérios de convergência» (ou «cri-térios de Maastricht») e incluem a estabilidade de pre-ços, um nível de inflação baixo, a estabilidade das taxas de câmbio e a solidez das finanças públicas.

Quem gere o euro?

Quando o euro se tornou realidade, a política monetária passou a ser da responsabilidade do Banco Central Eu-ropeu (BCE), entidade independente criada para esse efeito, e dos bancos centrais nacionais dos estados-membros que tinham adoptado o euro. Em conjunto, constituem o Eurossistema.A política orçamental (impostos e despesas) continua a ser da competência dos governos nacionais, embora estes possam aderir a normas comuns de finanças pú-blicas contempladas no Pacto de Estabilidade e Cresci-mento (PEC). Os governos nacionais também conservam a plena responsabilidade das suas políticas estruturais (emprego, pensões e mercado de capitais), embora ten-ham concordado em coordená-las com a finalidade de alcançarem objectivos comuns de estabilidade, cresci-mento e emprego.

Quem utiliza o euro?

O euro faz parte da vida quotidiana de mais de 332 milhões de cidadãos da UE, que o usam em todas as operações financeiras, seja nas compras diárias, nas poupanças para o futuro e nos investimentos a longo prazo. Em 2020 haverá uma nova geração de adultos

O euroRui Marques

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Economia Economia

que só terá conhecido o euro como a sua moeda nacio-nal. A história do euro teve início quando os dirigentes da UE, no âmbito do Tratado de Maastricht, assinado em 1992, chegaram a acordo quanto à criação de uma UEM, dotada de uma moeda única. Em 1 de Janeiro de 1999, após vários anos de preparativos, nomeada-mente para concluir o mercado único e criar o BCE, 11 estados-membros da UE retiraram de circulação as suas moedas nacionais, como o marco, o franco, o florim, o escudo e a peseta, e formaram uma zona monetária com uma moeda comum: o euro. Em 1 de Janeiro 2001 juntou-se-lhe a Grécia e entre 1 de Janeiro de 2007 e 1 de Janeiro de 2011 juntaram-se-lhes mais 5 países, por esta ordem: Eslovénia, Chipre, Malta, Eslováquia e Estónia.

Com o alargamento da ZE a 17 países complementa-se assim o mercado único sem fronteiras, no qual, pes-soas, bens, serviços e capitais circulam livremente em todos os países da União. Com cerca de 500 milhões de consumidores em 28 estados-membros (a Croácia acaba e se tornar o 28.º país a aderir), a UE é uma das maiores zonas económicas do planeta. Representa mais de um terço do comércio mundial e um quinto da produção mundial.

O bom funcionamento da UEM constitui a base para um clima económico favorável ao crescimento na ZE e do mercado único. É essencial manter um euro forte e es-tável como factor que afecta directamente o crescimen-to económico, o emprego e o sucesso das empresas da UE, além de influenciar a disponibilidade de capital para investimento, a sustentabilidade das finanças públicas e dos regimes de pensões e a capacidade para financiar os sistemas de previdência e segurança social na Europa. A crise económica e financeira, que teve início em 2008, veio evidenciar a necessidade de reforçar a governação económica na UE e na ZE. Um modelo de governação fraco permitiu que as dívidas públicas e os défices de alguns países atingissem valores insustentáveis, dando origem à crise das dívidas soberanas que afectam alguns países da UE, especialmente os países periféricos do Sul. Estes países tinham economias frágeis, baixas produti-vidades e indisciplina das contas públicas aquando da sua entrada no euro, moeda forte desenhada à semel-hança e segundo as exigências da Alemanha, o que teve consequências trágicas no crescimento das suas econo-mias e os pôs em situações económicas e financeiras muito difíceis, obrigando-os a prosseguirem políticas rigorosas de redução do défice e da dívida pública que têm consequências dramáticas para consideráveis fran-jas das suas populações.

No mundo actual, caracterizado pela turbulência finan-ceira, ao manter-se unida num grande bloco económico, a UE mostrou que tem condições para enfrentar a tem-pestade e prestar apoio a estados-membros, os quais, de outra forma estariam ainda mais vulneráveis. No en-tanto, esse apoio nem sempre tem surgido da forma mais expedita e necessária, o que, momentaneamente e até ao longo do tempo tem causado problemas aos países que recebem esse apoio, pois estão sujeitos a

exigências muito difíceis de cumprir por parte das suas frágeis economias.

Uma moeda única para a Europa

O euro proporciona muitas vantagens aos cidadãos, às empresas, ao comércio, ao crescimento económico e ao papel da Europa no mundo. Nos anos 70 e 80 do sé-culo passado muitos países registaram taxas de inflação muito elevadas, nalguns casos atingindo 30%. A infla-ção começou a diminuir na fase de preparação para o euro e, desde que este foi criado, tem-se mantido em cerca de 2% na ZE. A estabilidade dos preços significa que o poder de compra dos cidadãos e o valor das suas poupanças estão mais protegidos, e, do ponto de vista prático, nas questões da mobilidade no espaço europeu, o euro libertou os cidadãos das despesas de câmbio nas fronteiras. Tornou também mais fáceis e transparentes as compras no estrangeiro, incluindo as compras on-

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Economia

line, bem como a comparação de preços entre diferen-tes países, o que fomentou a concorrência e a conten-ção dos preços no consumidor.

Porque necessitamos de uma UEM?

Não é surpreendente que o euro se tenha convertido rapidamente na segunda moeda internacional mais im-portante, a seguir ao dólar, e tenha inclusivamente ul-trapassado a moeda dos Estados Unidos em alguns as-pectos (por exemplo, no que se refere ao valor efectivo em circulação).

Porque é necessário o euro?

Para além de facilitar as viagens, uma moeda única é um elemento muito positivo do ponto de vista econó-mico e político. O quadro em que o euro é gerido tor-na-o uma moeda estável, com um baixo nível da infla-ção e taxas de juro baixas, contribuindo para a solidez das finanças públicas. Uma moeda única é também um complemento lógico do mercado único, cuja eficácia aumenta. A utilização da moeda única na UE aumenta a transparência dos preços, elimina os custos cambiais, melhora o funcionamento da economia, facilita o comé-rcio internacional e confere à União uma voz mais forte nos fóruns internacionais. A dimensão e a força da ZE protegem-na dos choques económicos externos, como a subida inesperada do preço do petróleo ou a perturba-ção dos mercados cambiais.Por último, mas não menos importante, há que men-cionar o facto de o euro dar aos cidadãos da UE um símbolo tangível da sua identidade europeia, da qual se podem sentir cada vez mais orgulhosos à medida que a ZE cresça e multiplique essas vantagens para os seus

membros actuais e para os futuros.

Futuro?

Ninguém sabe o que o futuro nos reserva, pelo que o euro é também uma incógnita. Idealmente, e para a so-brevivência da zona comercial europeia, o euro terá que conquistar o coração dos cidadãos. Já para a afirmação da Europa como potência mundial era bom que a união política se aprofundasse, mas neste último ponto esta-mos ainda muito longe de um consenso, dada a com-plexidade do assunto e as sensibilidades nacionais de tantos estados, os quais são muito diferentes em varia-díssimos aspectos.Entretanto, continuem a gastar euros ou francos suíços, pois o dinheiro é feito para ser utilizado, fazendo-se assim funcionar a economia.

CIS Comptabilité Impôts [email protected]

(Faces nacionais dos estados-membros)

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Economia

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Medicina

Via verde para a vida

As doenças cardiovasculares, como o enfarte e os aci-dentes vasculares cerebrais, constituem a principal causa de morte no nosso país. Em 2010, ceifaram mais de 40mil vidas, o que representa cerca de um terço da mor-talidade total.A palavra enfarte assusta, por estar geralmente asso-ciada a um desfecho fatal ou a sequelas muito graves. Mas, se reagirmos aos primeiros sinais, é possível redu-zir as consequências e voltar a ter uma vida normal.

Coração em risco

Os enfartes atingem mais os homens, a partir dos 50, mas não poupam as mulheres, sobretudo a partir dos 65 anos e a seguir à menopausa.

Alguns fatores aumentam o risco, como o tabagismo, o sedentarismo e a obesidade, em particular quando a gordura se acumula no abdómen. Níveis elevados de colesterol, acima de 190 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl) e de triglicéridos (mais de 150 mg/dl), diabetes e pressão arterial superior a 140/90 são igual-mente inimigos do coração. O stresse e a ansiedade também não ajudam.Quando uma artéria fica obstruída, o tecido muscular por ela irrigado é privado de fluxo sanguíneo e, logo, de oxigenação. Dá-sea chamada isquemia. Se não se agir rapidamente para desobstruir a artéria, as células afeta-

das morrem e ocorre um enfarte.A idade do paciente, a eventual presença de outras doenças e o tempo que decorre até receber assistência médica são fatores que influenciam o prognóstico.

Mas nem tudo são más notícias. Estudos recentes reve-lam que a mortalidade diminuiu consideravelmente gra-ças aos novos tratamentos. Perante os sinais de alarme, chame o 112 de imediato.Enquanto espera pelos primeiros socorros, desaperte o cinto e o colarinho da vítima, para facilitar a respiração. Procure manter a calma e tranquilize o paciente.Ao telefone, procure transmitir informações precisas.Se tiver uma aspirina à mão, administre até 500 mg à vítima.

É bastante seguro para quem não é alérgico nem sofre de gastrite, e melhora o prognóstico, já que contraria a formação de trombos.

Medicação, exercício e tranquilidade

Assim que dá entrada no hospital, a vítima é submetida a um eletrocardiograma, a análises e a medicação para aliviar as dores.Dependendo dos resultados, poderá ser necessário rea-lizar uma ecografia ao coração (ecocardiograma).O primeiro passo é restabelecer o fluxo sanguíneo na artéria afetada, com medicação e/ou angioplastia. Para o alívio rápido da dor e para relaxar o paciente, são-lhe

Enfarte do miocárdio

Alimentação sã e

corpo em movimento

reduzem o risco de

enfarte.

Quando este ocorre, a

recuperação depende

da assistência.

Chame logo o 112 ou

o 144

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Medicina Medicina

administrados analgésicos potentes. Também deve ser administrado oxigénio, para facilitar a oxigenação do tecido cardíaco.Perante um enfarte sem complicações, tratado precoce-mente com angioplastia, o paciente pode ter alta hos-pitalar ao fim de alguns dias ou pouco mais de uma semana.

Mas o restabelecimento não acaba aqui. É fundamen-tal apostar num programa de reabilitação cardíaca, com medicação e exercícios adequados. Em 70 a 80% dos casos, as vítimas voltam a ter uma vida normal.

Existem vários medicamentos que ajudam a restabelecer o coração: os bletabloqueantes reduzem o risco de re-caídas e os antiarrítmicos visam regularizar os batimen-tos. Os antagonistas de cálcio e os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) poderão melhorar a circulação sanguínea nalguns doentes.

A aspirina, em pequenas doses (70 a 100 mg), ou o clo-pidogrel previnem tromboses nas artérias.As estatinas, por sua vez, são indicadas para controlar os níveis de colesterol, quando elevados. Seguir o tra-tamento recomendado, tomando a medicação todos os dias, é fundamental para uma boa recuperação.

A par da medicação, a reabilitação deve incluir exercício físico adaptado, uma alteração nos hábitos alimentares e a aprendizagem de gestão do stresse. Além de manter o coração e o corpo em boa forma e evitar o aumento de peso e de gorduras nocivas no sangue, estes progra-mas de reabilitação têm um efeito psicológico benéficonos doentes.

Dores no peito Afinal, há outras CAUSAS possíveis

As dores no tórax são um sintoma bastante frequente, que assusta por associarmos a um problema cardíaco. Mas a origem é, muitas vezes, de outra natureza: por exemplo, um problema digestivo.

Problema ósseo ou muscular

A dor aumenta quando se pressiona a zona afetada, ao tossir ou ao inspirar profundamente. Este problema é mais frequente nas mulheres, na zona da articulação das costelas com o esterno.

Problema respiratório

Em caso de infeção respiratória pulmonar,a dor aumenta ao tossir ou ao inspirar. Geralmente, causa febre.

Distúrbio digestivo

O refluxo gástrico pode gerar ardor e espasmos no esó-fago e dores intensas no tórax.Estas também poderão surgir após uma refeição pesada.

Outras causas

A zona (herpes zoster) pode causar dores muito fortes na parede torácica.As crises de ansiedade causam com frequência sensação de aperto ou de peso no peito.

Mais vale prevenir Ação após um enfarte

•Sigaàriscaamedicaçãodiáriaprescritaparaocoração.•Procurepraticarumaatividadefísica,respeitandooritmo definido pelo seu médico, após uma prova de esforço. Os exercícios aeróbicos, como caminhadas, jogging, natação e ciclismo, são os mais indicados. São bons para o coração, mas também para a mente.•Optarporumaalimentaçãocuidada,pobreemgordu ras animais e sal, mas rica em peixe, fruta e legumes, ajuda a manter o peso ideal e a combater o mau co lesterol e a hipertensão.•Parardefumarreduzparametadeoriscoderecaída e aumenta a esperança de vida.• Procure ter uma rotina tranquila, modere o ritmo e reduza os níveis de stresse, inimigos do coração.

Continua na página 49

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Matemática

O convite que me foi dirigido para partilhar com os lei-tores algumas informações, ideias e curiosidades sobre um tema que, de uma forma geral, e num primeiro mo-mento, não é do agrado de um grande número de pes-soas, foi um desafio que aceitei com gosto.Chegar de uma forma simples, despretensiosamente, a um público-alvo muito heterogéneo e tentar desmisti-ficar a dificuldade da matemática nem sempre é uma tarefa fácil. Pensei então contornar o problema dando a conhecer um pouco da história desta ciência exacta e algumas curiosidades e aplicações nos diferentes domí-nios do saber e da vida.Por fim, é apresentada uma questão que não requer grandes operações de cálculo para a sua resolução, exi-gindo, fundamentalmente, um pouco de esforço e de concentração mental, raciocínio lógico, perseverança, bem como abstracção e espírito crítico. Uma proposta de resolução será apresentada numa pá-gina a definir, a qual só deverá ser consultada depois de a questão estar resolvida ou se as hipóteses formuladas para a sua resolução não conduzirem a um resultado plausível.E, como tudo tem um princípio, vamos iniciar com uma breve história da matemática.

Parte I – As origens da matemática

As primeiras concepções de número e de forma datam de tempos tão remotos como os do começo da Idade da Pedra – o Paleolítico Inferior (também conhecido por período da Pedra Lascada).Durante centenas de milhares de anos neste período da história da Humanidade os homens viveram em caver-nas. Fizeram instrumentos para caçar e pescar, desenvol-veram a linguagem para comunicar uns com os outros e, nos últimos tempos, enriqueceram as suas humildes habitações com pequenas estatuetas de osso dos ani-mais e com pinturas rupestres nas paredes das cavernas, feitas com gordura dos animais misturada com óxidos de várias cores retirados da terra.Em matéria de números, de matemática, poucos pro-gressos se fizeram, mas o modo de vida do homem, que até aí se ocupava apenas da recolha de alimentos a par-tir do que a Natureza dava espontaneamente, passou da recolha (recolecção) para a produção, isto é, da caça e da pesca para a agricultura. Inicia-se um novo período da Idade da Pedra – o Neolítico (Idade da Pedra Polida), isto há cerca de 10.000 anos.O homem deixou de ser nómada para se fixar num local enquanto o solo desse local se mantivesse fértil. Os ofí-cios elementares, tais como a cerâmica, a carpintaria e a tecelagem foram-se desenvolvendo. Aparecem os celei-ros para guardar os excedentes para o Inverno ou para as épocas difíceis de secas e de pragas. Nos últimos tempos do Neolítico prepararam e fundiram o cobre e o bronze.Há quem especule que as formas redondas do Sol e da Lua foram o «clique» que terá despertado no homem a ideia para o primeiro grande invento revolucionário da Humanidade: a roda.As expressões numéricas só lentamente começavam a ser usadas e as primeiras ocorrências foram mais quali-tativas do que quantitativas. O gosto dos números gran-des pode ser explicado pela tendência que os homens tinham para exagerar o número de inimigos mortos. A velha frase «a contagem começou pelos dedos» é, pois, incorrecta.Com o desenvolvimento das actividades comerciais os números foram ordenados e agrupados em unidades cada vez maiores, geralmente pelo uso dos dedos de uma mão, surgindo a numeração de base 5; mais tarde, com o uso dos dedos das duas mãos, surge a numeração de base 10, associada à adição e à subtracção. Assim, por exemplo, o 12 é obtido a partir de 10+2 e o 9 de 10-1.Os registos numéricos eram conservados por meio de agrupamentos, entalhes em paus, nós em cordas, ou dispondo seixos ou conchas em grupos de 5. Tornou-se também necessário medir o comprimento ou o volume de certos objectos.

Matematicamente falandoJoão Cordeiro

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Matemática Matemática

As unidades de medida eram um pouco grosseiras por-que provinham de partes do corpo humano, o que deu origem a unidades como a polegada, o palmo, o côvado (comprimento do antebraço até à extremidade do dedo médio), o quadril, o pé, a jarda e a braça.Quando se construíam casas estabeleciam-se regras que assentavam em conceitos como «recta» e «linha», rela-cionados, respectivamente, com «esticar» e «linho», o que mostra uma ligação entre a tecelagem e a origem da geometria.O homem do Neolítico revelou um agudo sentido para os padrões geométricos, com especial incidência na simetria e na semelhança, utilizados na cerâmica, na tecelagem e na cestaria.Antes dos primeiros contactos com os europeus muitas tribos australianas, americanas e africanas encontravam-se num estado muito parecido ao do homem do Neolí-tico, o que permite estudar os hábitos e as suas formas de expressão e compreendê-las. Ao lado apresentam-se alguns padrões desenvolvidos por povos primitivos.

Por sua vez, os desenhos das figuras numeradas de 1 a 4 foram encontrados em diversos pontos do globo e em situações bem distintas.A fig. 1 mostra-nos motivos decorativos que aparecem na cerâmica neolítica da Bósnia e em objectos de arte do período de Ur, na Mesopotâmia; a fig. 2 apresenta-nos motivos decorativos da cerâmica egípcia do período de 4000 a 3500 anos a.C. (antes de Cristo); a fig. 3 mo-tivos usados pelos habitantes das casas de madeira da Europa Central; os desenhos da fig. 4 provêm de urnas em sepulturas encontradas na Hungria.Os que apresentam triângulos inscritos em rectângulos e em círculos mostram tentativas de formação de núme-ros triangulares, que desempenharam papel importante nas matemáticas pitagóricas da antiga Grécia, de que falaremos mais tarde.Padrões deste tipo tornaram-se muito populares ao longo da história em várias épocas e lugares, nomea-damente em determinado tipo de vasos dos primórdios da Grécia Antiga, mais tarde em mosaicos bizantinos e árabes e na tapeçaria persa e chinesa.Pensa-se que inicialmente estes padrões teriam um si-gnificado religioso ou mágico, e que, com o decorrer do tempo, o sentido estético se tenha tornado dominante.Para finalizar esta parte I, referimos que o uso do ca-lendário lunar tem uma origem muito antiga na história da Humanidade, como antigo é o uso das constelações para guiarem os homens nas navegações marítimas.No que respeita à escrita tiveram importância destacada três antigas civilizações: a dos Minoico-micénicos (Ilha de Creta), a dos Maias (América Central e México) e a dos Incas (Cordilheira dos Andes e América do Sul).Na primeira, dos Minoico-micénicos, e no que respeita à matemática, criaram um sistema numérico decimal ba-seado no egípcio mas diferente deste, chegando apenas a alguns poucos milhares. Também desenvolveram um sistema de percentagem.A aritmética dos Maias era inscrita em monumentos de pedra e estava muito ligada à astronomia, particular-mente ao sistema do calendário. Este requeria um sím-bolo para o zero expresso numa espécie de concha ou um sinal representando um olho semiaberto.Finalmente os Incas, que não usavam a escrita mas os

chamados «quipos» (nós), instrumentos de comunicação mas também meio de registo contável ou mnemónico. Os «quipos» eram sistemas de fios feitos de lã de lama, de alpaca ou ainda de algodão. A posição do nó, bem como a sua quantidade, indicavam valores numéricos segundo um sistema decimal. As cores do cordão, por sua vez, indicavam o que estava a ser contado, usando cada ac-tividade (agricultura, exército, engenharia etc.) uma sim-bologia própria de cores. O «quipo» mais simples tinha uma corda principal na qual estavam suspensas cordas com nós à mesma distância uns dos outros, sendo estes colocados em grupos de 1 a 9. Se a distância entre dois dos nós fosse maior do que entre os outros isso signifi-cava a representação do zero. Como exemplo podemos dizer que um grupo de 4 nós seguido de um de dois e de um de oito representava o número 428.Os «quipos» encontrados estavam todos em túmulos, porque os que se estavam à vista foram destruídos pelos espanhóis por serem considerados ímpios. Estes «qui-pos» ensinam-nos que podemos ter uma civilização bu-rocrática e sofisticada sem a existência de escrita.

Questão para resolver:

A Beatriz pretende dividir com 7 dos seus amigos um bolo com a forma de uma esfera. Ela só pode dar três cortes para obter os 8 pedaços iguais. Como deverá ela proceder?

Resolução na página 25

[email protected]

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Especial Suíça

Cada vez mais pessoas são afectadas por problemas de saúde derivados à sua actividade profissional, como muitas outras são afectadas por problemas de doença que as limitam de uma forma irremediável para uma normal actividade laboral.

Na Suíça, a Segurança Social divide-se em três Pilares: o primeiro, a AHV/AVS, o segundo a BVG/ LPP (Segundo Pilar) e o Terceiro Pilar que é facultativo. Este Terceiro Pilar, facultativo, não tem nada a ver com os outros dois Pilares, tratando-se apenas de um complemento de pensão para a idade da reforma, no qual se incluem benefícios fiscais.Para a avaliação de uma pensão, a Segurança Social ba-seia-se em três princípios na perda de rendimentos de um segurado, que são: o risco da idade, o risco de morte e o risco de invalidez ou incapacidade de trabalhar. A lei helvética no seu artigo 3 sobre o estado de doença, diz-nos o seguinte: “doença é todo o estado que limita o corpo e o estado psíquico de uma pessoa, não prove-niente de um acidente”.Enquanto o Artigo 4 diz que: “acidente é um momento causado por causas externas que provoca danos, ligei-ros ou permanentes, como problemas psíquicos, incapa-

citando uma pessoa no seu estado de saúde, que pode levar até à morte.”

Depois de tudo isto, eis agora um exemplo: O Senhor Ferreira trabalhou numa firma de Jardinagem por um período superior a 10 anos. Antes da época de Natal, ao descarregar um camião de 10 toneladas de gravilha, com um seu colega, ao movimentar um mecanismo mecânico de descarrega do camião, deu-lhe um dor fortíssima nas costas obrigando a que fosse internado no hospital. Agora a pergunta: deverá ser considerado doença ou acidente de trabalho o caso do Sr. Ferreira?

Segundo o seguro de acidentes o Sr. Ferreira não teve um acidente de trabalho, mas sim um problema provo-cado por uma doença, dado que a dor aguda foi deri-vada pelos anos que exerceu a sua profissão. Ou seja, foi considerado um problema persistente apesar de se ter manifestado no momento em que exercia a sua pro-fissão.Outro problema que existe é a avaliação que é feita pe-las Seguradoras ao que se designa por uma baixa mé-dica. E isto porque uma baixa médica de longa duração, ou “doença prolongada” pode não ser considerada uma incapacidade permanente de trabalho. As seguradoras fazem com que muitas vezes os médicos redijam os rela-tórios das baixas médicas de forma que as mesmas não possam ser contestadas pela via legal.

Na Suíça, as pessoas que usufruem de melhores rendi-mentos são aquelas que mais possibilidades têm de vir a obter uma invalidez. Quanto mais alto for o salário, melhor assegurada essa pessoa está. Vamos a outro exemplo: O senhor Silva trabalha na construção civil na firma X AG e tem um salário bruto de 80 000 francos anuais. Depois de ter tido um acidente de trabalho foi inscrito no Seguro de Doença AI/IV e no Seguro de Aci-dentes (SUVA por exemplo). A avaliação do seu grado de invalidez foi feita da seguinte forma:

Rendimento de 80 000 francos anuais. O rendimento de uma teórica actividade laboral condizente com o seu ac-tual estado de saúde (mesmo que não encontre nenhum trabalho ligeiro) foi de 50 000 Francos. Esta estimativa é feita pelo próprio seguro de doença (AI/IV). A diferença dos 80 000 para os 50 000 é de 30 000 francos anuais,

Acidente ou doença?

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Adelino Sá

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Acidente ou doença?

Especial Suíça

que dividido por 80 000, rendimento da sua normal ac-tividade, obtém-se o número de 38% x100, quer dizer que a percentagem de invalidez do Sr. Silva é de 38%, o que quer dizer também que não chega aos 40% que são exigidos por lei. O processo de invalidez do Sr. Silva foi recusado porque pode encontrar uma outra actividade laboral, que o mais certo é que não encontre, que po-derá render-lhe hipoteticamente 50 000 francos anuais. No entanto, no caso do Sr. Silva, como foi acidente, a seguradora de acidentes terá de pagar a incapacidade correspondente, sem a IV/AI.

O sistema de helvético de segurança social, no que res-peita à invalidez, é ambíguo e, de certa forma, injusto. É certo, também, todos nós sabemos, que muitos simu-ladores de doença obtiveram em tempos um subsídio de invalidez com sucesso.

No entanto, como está actualmente a legislação, será cada vez será mais difícil de uma pessoa, que necessite na realidade, obter uma pensão de invalidez.

E nem os advogados e os médicos se entendem, dado quando um médico ao declarar que uma pessoa está incapacitada de trabalhar 50%, mesmo justificando cientificamente o seu estado clínico, os advogados pre-feririam que o médico aumentasse a incapacidade, para que essa pessoa tenha mais possibilidades de atingir os

mínimos exigidos, para quando da avaliação da hipoté-tica fonte rendimento de um trabalho ligeiro, que muito dificilmente encontrará no mercado de trabalho helvé-tico.

Não há um princípio ou uma regra precisa na AI/IV, cada caso é um caso, que poderá ter conclusões surpreen-dentes.

Pensão mínima de 40% = ¼ IV/AI de Pensão 277 até 553 Francos50% = ½ IV/AI de Pensão 533 até 1105 Francos60% = ¾ IV/AI de Pensão 829 até 1658 Francos70% = 1/1 IV /AI de Pensão 1105 até 2210 Francos

Nestes valores não estão incluídos os complementos da pensão do segundo pilar.Deixou de haver complemento para o conjugue. Com-plemento para os filhos até idade da escola, ou seja: até aos 18 anos ou 25 anos, se estiverem ainda em formação escolar. Em caso de necessidade sociais, es-tes valores poderão obter ser ainda contemplados por complemento de reforma. Todo este processo não tem nada a ver com o subsídio de desemprego ou o ainda chamado seguro de subsídio de doença que contempla um período máximo de 720 dias.

[email protected]

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Enfarte do miocárdioContinuação da página 45

Medicina

Deco Protest

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Conhecida como «associação dos alentejanos», devido às tendências políticas de esquerda de muitos dos seus sócios, a ADTPG foi fundada em 1974 e ocupa um es-paço que estava previamente destinado a uma garagem. Antes da actual sede, utilizada desde 1992, passou pela Avenue du Mail e pela Avenue de la Grenade. Os sócios

meteram mãos à obra e do seu espírito de entreajuda nasceu uma das associações portuguesas mais antigas da Suíça, senão mesmo a mais antiga, pelo menos ofi-ciosamente.A ADTPG desenvolve várias actividades, sendo actual-mente o futebol a principal, que é dirigida por Rui Fi-gueiredo. Os veteranos acabaram a época no segundo lugar e a equipa principal manteve-se na quarta liga, cumprindo assim os objectivos propostos pela direcção. De realçar que os direitos para a prática do futebol fo-ram adquiridos a uma associação suíça. Fundada inicial-

mente com o nome ASPG (Associação Sportif Portuguesa de Genève), designa-se actualmente ADPG (Associação Desportiva Portuguesa de Genève). Há alguns anos par-ticipou no campeonato de futebol para trabalhadores SATUS, tendo sido campeã em três anos consecutivos.Os campeonatos de snooker, matraquilhos, cartas e outros jogos tradicionais fazem parte integrante das ac-tividades lúdicas da associação.A festa das crianças, a de S. Martinho, a festa de ani-versário da própria associação, o 25 de Abril, o Natal, o Ano Novo e outras são habitualmente comemoradas. Sessões de karaoke e bailes animam as noites de Sá-bado.O salão de festas tem capacidade para cem pessoas, recebendo reservas para casamentos, baptizados, ani-versários, comunhões, crismas, jantares de empresas e de confraternização e outros encontros. Os pratos tra-dicionais, bem portugueses, fazem impreterivelmente

Associação Democrática dos Trabalhadores Portugueses de Genebra

Associações Portuguesas

Bruno Alves, Jorge Gomes, José Ramos, José Gonçalves, Manuel Fernandes, José Fernandes (Presidente), Rui Silva, Manuel Pinto e Lurdes Caetano

Continua na página 52

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Ch. Louis-Hubert 21213 PETIT-LANCYGENEVE, SUISSE

Telephone: 022 796 98 24FAX: 022 796 98 [email protected]

M O B I L I E R S U R M E S U R E

Continua na página 52

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parte do cardápio semanal, como bacalhau e o polvo à lagareiro, o cozido à portuguesa, a carne de porco à alentejana e tantas outras especialidades da rica e va-riada gastronomia portuguesa.

As pessoas que dirigem a ADTPG são originárias desde o norte ao sul do país e o «mito comunista», que marcou a associação durante algum tempo, nada mais represen-ta neste momento senão um «mito», fazendo mesmo parte do charme da casa, assim como das pessoas que a frequentam.Não se pode falar da ADTPG sem falar do célebre «Pi-cas», de seu nome José Gonçalves, que já foi presidente da direcção da associação de 1999 a 2000 e vice-pre-sidente de 1993 a 1994, tendo ocupado ainda outros cargos directivos como secretário e vogal. Natural de Santo Tirso, chegou a Genebra através dos Serviços de Emigração em Lisboa, depois de ter servido a pátria nos fuzileiros em Vale de Zebro, perto do Barreiro. Há 26 anos encontrou alguém que o levou a conhecer a ADTPG, tendo a sua «adopção» sido rápida. O «Picas» entregou-se completamente ao associativismo, até por-que já tinha experiência de participação cívica, embora de natureza política, pois era membro do Partido Comu-nista Português. É com orgulho que exibe o seu cartão de sócio e viu esta associação como qualquer coisa de que fazia parte, qualquer coisa que ao mesmo tempo lhe pertencia, daí que tenha feito dela a sua segunda casa e que se tenha tornado um bom relações públicas da associação.O presidente da direcção, José Fernandes, natural de Vale Maior (Mirandela), está na Suíça há 22 anos e é ca-sado com uma senhora de origem polaca, de seu nome Cristina, de quem tem dois filhos: a Vanessa e o Miguel. Antigo director desportivo e jogador há 18 anos, disse-

nos do seu orgulho em terem a casa aberta a todas as pessoas do norte a sul do Portugal. Fez elogios ao es-pírito de voluntariado, ao esforço e à organização das pessoas da comunidade portuguesa, pois para se poder manter as portas abertas de uma associação com esta natureza tem que haver muito empenho e participação desinteressada. Com vista à permanente melhoria das condições de funcionamento e à diversificação da oferta que agrade, de uma maneira geral, a todos os sócios e frequentadores da associação, diz-se aberto a escutar opiniões, receber sugestões e críticas ao trabalho reali-zado, tendo sempre em vista o futuro.

Órgãos sociais para o biénio 2013/14 (até Maio)DirecçãoPresidente, José Fernandes; vice-presidente, Jorge Go-mes; tesoureiro, José Ramos; vice-tesoureiro, José Lo-pes; secretário, José Luís, vice-secretário, Manuel Pinto; vogais, João Norberto, Bruno Soares, Mário Fernando, Rui Silva, Manuel Ramos, Tó Zé, José Almeida, Adelino Ribeiro, Pedro Baptista e Rui Santos.

Mesa da AssembleiaFernando Miranda, António Ferreira e Rui Silva.

Conselho FiscalOlivier Jacod, Manuel Fernandes e José Marques.

Horário de funcionamentoSextas-feiras, das 08h00 às 02h00Sábados, das 10h00 às 02h00Domingos, das 10h00 às 20h00

ContactosChemin du Furet, 61 - 1203 Genève - Tel. 022 340 43 60

Associações Portuguesas

Page 53: Lusitânia Contact #3

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Bem-estar

A osteoporose é considerada um problema de saúde pú-blica, sendo hoje uma das mais importantes doenças associadas à menopausa das mulheres e agora também aos idosos.O termo osteoporose significa osso poroso e caracteri-za-se pela diminuição da quantidade de massa óssea; desenvolvendo ossos ocos, finos e frágeis, mais sujei-tos a fracturas, mesmo após traumas mínimos; os que se fracturam com maior facilidade são as vértebras da coluna vertebral, o fémur, as costelas e os ossos dos punhos.

Esta patologia faz parte do processo normal de envel-hecimento, progride lentamente e raramente apresenta sintomas. É uma das chamadas doenças silenciosas. Se não for feito um exame à massa óssea (densitometria) só nos damos conta dela quando surgem as primeiras fracturas, acompanhadas de dores agudas. Numa fase mais avançada pode também provocar deformidades e reduzir a estatura dos doentes.

A formação da massa óssea começa na infância e vai até ao início da idade adulta. Entre os 20 e os 30 anos te-mos aquilo a que chamamos de «pico de massa óssea», etapa em que a densidade óssea atinge o seu máximo valor. Após os 40 anos começa a perda progressiva de massa óssea. Com a progressão da osteoporose os os-sos ficam esburacados e quebradiços. O colagénio e os depósitos minerais são desfeitos muito rapidamente e a formação do osso torna-se mais lenta. Com um menor teor de colagénio surgem espaços vazios que enfraque-cem o tecido ósseo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os factores de risco mais evidentes para o desenvolvimento desta patologia são os seguintes: fumar; consumir ál-cool ou café em excesso; ter uma dieta pobre em cálcio; ser sedentário; a magreza excessiva; a baixa exposição solar; a menopausa.As mulheres são as mais atingidas pela doença, prin-cipalmente após a menopausa, pois há uma alteração dos níveis de estrogénio (hormona feminina que ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea). Mas isto não quer dizer que pessoas mais jovens estejam livres da doença. A osteoporose pode afectar também os mais jovens, e, mesmo que não os afecte, a prevenção deve começar bem mais cedo do que se pensa.Embora seja uma patologia crónica e incurável, pode ser prevenida e controlada, sendo necessário um acom-panhamento médico e terapêutico. Para conseguir ter uma melhor qualidade de vida é importante ter um es-tilo de vida saudável, evitar o álcool e o tabaco, ter uma alimentação equilibrada e praticar exercício físico com regularidade.O primeiro passo para a prevenção é ter uma dieta rica em cálcio, especialmente na infância, adolescência e na terceira idade. A fonte mais vulgar para se obter o cálcio é o leite e os seus derivados, mas também as verduras (especialmente as folhas verde-escuras: couves, brócu-los, acelgas, nabiças, espinafres, couves-de-bruxelas, etc.), os peixes, as leguminosas (feijão, soja, grão-de-bico) e as frutas oleaginosas como a castanha e a noz. Continua na página 57

Como prevenir a osteoporoseTelma Ferreira, fisioterapeuta

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Julho 2013 55

Bem-estar

CARNEIROAMOR - Deverá comportar-se de forma mas sábia procurando ser mais paciente. Procure compreen-der as reais exigências da pessoa amada.

TRABALHO - Preste atenção aos sinais que poderão levar ao seu crescimento profissional. Saiba aproveitar os momentos de sorte.SAÚDE - Não deixe que a preguiça vença, comece uma acti-vidade física.

TOURO AMOR - Se sente que ainda falta algo para que a sua relação seja perfeita não deixe de procurar. Encontre novos estímulos e interesses em comum.

TRABALHO - Surgirão mudanças que exigirão de si maior flexibilidade. Terá que ser condescendente com as decisões dos seus superiores.SAÚDE - Os Astros aconselham a eliminar os maus hábitos e a passar a alimentar-se de uma forma mais correcta.

GÊMEOSAMOR - A sua atitude sedutora levará as pessoas a serem atraídas pela sua simpatia.TRABALHO - Por um lado, não deverá compartil-

har as suas opiniões com ninguém para poder singrar. Mas por outro lado, isso certamente que lhe trará outras desvan-tagens.SAÚDE - Os Astros aconselham maior descontracção para li-bertar a mente, saindo com amigos, por exemplo.

CARANGUEJO AMOR - A sua energia permitirá que realize tudo o que deseja. Mas na vida sentimental evite a incons-tância e a volubilidade, procurando compreender o

que não está bem na vida a dois.TRABALHO - Apesar do peso das responsabilidades, resista ao cansaço. Evite equívocos. Peça um conselho, se necessário.SAÚDE - Os Astros aconselham que use melhor as suas ener-gias e que evite o desgaste nas pequenas coisas.

LEÃO AMOR - Há uma tendência para o nervosismo e a susceptibilidade, aconselhando-se contenção antes de falar e de agir. No entanto, não convém o fe-

chamento em si, antes a expressão dos pensamentos. A pessoa amada irá compreender.TRABALHO - Receberá ajuda na sua carreira de alguém muito influente. Não se surpreenda, isso dar-lhe-á mais segurança.SAÚDE - Os Astros protegem a sua saúde que estará excelente.

VIRGEM AMOR - Terá um novo olhar para a pessoa amada, que verá sob uma nova luz. A capacidade de com-preensão e de diálogo são muito importantes.

TRABALHO - Deverá ser paciente e prestar mais atenção em seu redor, evitando a inveja por parte de colegas de trabalho que lhe poderão causar prejuízo.SAÚDE - Os Astros aconselham a não exagerar nos esforços físicos.

BALANÇAAMOR - Viverá momentos de dúvida em relação à pessoa amada, mas deve dar tempo ao tempo e tentar compreender os verdadeiros sentimentos da

outra parte.TRABALHO - Poderá passar por situações incómodas, que de-verá desmascarar perante todos. Mas procure actuar sempre de forma justa.SAÚDE - Poderá passar por momentos com altos e baixos que pro-vocarão desgaste físico. Deverá encontrar o ponto de equilíbrio.

ESCORPIÃOAMOR - Uma nova união será positiva e poderá construir as bases para um futuro sólido. No entanto,

precisará de algum tempo mais para que possa ter sucesso.TRABALHO - Evite descarregar o stresse sobre os demais, isso trar-lhe-á contrariedades. Evite impor o seu pensamento aos outros e seja coerente nos exemplos que dá.SAÚDE - Os seus pulmões requerem oxigénio, portanto, se fuma diminua o consumo ou elimine-o por completo.

SAGITÁRIO AMOR - Pratique os bons propósitos a que se pro-põe para melhorar a qualidade vida na sua relação amorosa. Evite a fadiga.

TRABALHO - Deverá concentrar-se mais para atingir os objec-tivos ambiciosos que tem em mente. Comece por eliminar as pequenas coisas que distraem.SAÚDE - Evite estar demasiado tempo em pé, pois pode cau-sar-lhe problemas nas pernas.

CAPRICÓRNIO AMOR - Não se feche nas suas razões. Escute as razões da pessoa amada, a quem deverá dedicar mais tempo.

TRABALHO - Não se deixe enganar pelas aparências alarman-do-se. Preste atenção em seu redor e aproveite os estímulos.SAÚDE - Não exija demasiado do seu corpo pois enfraquecerá as suas defesas. Relaxe-se.

AQUÁRIOAMOR - Tenderá a afastar-se da pessoa amada por-que as coisas não estão a correr muito bem. Mas a fuga aos problemas não é solução, pois nada re-

solve. Enfrente as dificuldades.TRABALHO - Para conseguir a mudança que deseja terá que esperar um pouco mais de tempo, mas é importante que comece desde já a construir o seu projecto.SAÚDE - Evite os ambientes climatizados que lhe podem cau-sar dores cervicais.

PEIXES AMOR - Não obrigue a mudanças demasiado im-petuosas. Querer acelerar as coisas criará insegu-rança na pessoa amada. Tenha calma.

TRABALHO - Uma decisão equivocada condicionará por um curto período de tempo os seus projectos. Para remediar as coisas terá que usar todo o seu talento e perspicácia.SAÚDE - Tem vindo a fazer uma vida demasiado sedentária, o que lhe poderá causar problemas na coluna vertebral. Faça mais exercício.

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Horóscopo

PrevisãotrimestralSérgio Tomásio

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A PREVIDÊNCIA PROFISSIONAL«2ème PILIER – LPP» («Loi sur la Prévoyance Professionnellle»)

CONSULADO GERAL DE PORTUGAL EM GENEBRA

A) O 2º PILAR – LPP (“LOI SUR LA PRÉVOYANCE PROFESSIONNELLE”)

Trabalhou na Suíça depois da idade de 25 anos? As rela-ções de trabalho foram superiores a 3 meses ?Nesse caso, mediante certos requisitos (ex.: salário anual superior a 20’880,00 CHF) , quando atingir o limite de idade legal para a reforma suíça (64 anos para as mul-heres e 65 para os Homens) e se entretanto não tiver levantado os fundos sob a forma de dinheiro (capital), terá direito, não só à pensão do regime de base estatal do seguro de velhice e sobrevivência suíço (“AVS” – 1º pilar), mas também a uma pensão do regime comple-mentar de previdência profissional – “LPP” / 2º Pilar.

B) OBJECTIVOS DO REGIME COMPLEMENTAR DE PREVIDÊNCIA PROFISSIONAL

(2º PILAR/LPP) O 2º Pilar/LPP visa garantir, juntamente com a pensão AVS-AI, de maneira apropriada, o nível de vida anterior (cerca de 60% do salário anual médio).

C) PRESTAÇÕES DO SISTEMA DE PREVIDÊNCIA PROFISSIONAL – 2º PILAR:

Para além das pensões de velhice aos idosos na reforma, o 2º Pilar concede também eventuais pensões de inva-lidez, complemento por filhos a cargo (20%) e pensões de sobrevivência (viuvez: 60%; e orfandade: 20%).

D) QUEM ESTÁ ABRANGIDO?

O regime complementar LPP é obrigatório (*) desde 1985, para todos os trabalhadores assalariados (*) com um rendimento salarial anual ilíquido superior a 21’060,00 CHF ou 1’755 mensais (valores 2013). (*) Para os independentes, o 2° pilar é facultativo.

E) MONTANTE E GESTÃO DAS COTIZAÇÕES

O montante das contribuições, pagas à razão de 50% pelo trabalhador e 50% pelo patrão, variam de caixa para caixa e segundo a idade dos segurados e podem atingir, na maioria dos casos, 7 a 18% do salário coor-denado, isto é da parte compreendida entre 24’570,00 CHF (parte já assegurada pelo seguro de base AVS) e o limite máximo do salário anual AVS, 84’240 CHF, ou seja, sobre 59’670,00 CHF no máximo, chamado salário coordenado máximo (valores 2013). A gestão das coti-zações é confiada a fundações de previdência também chamadas Caixas de Pensões escolhidas pelos patrões (ex.: Companhias de seguros privadas, Caixas de Em-presa ou mesmo Caixas Colectivas Profissionais ou In-terprofissionais).

F) SISTEMA DE FINANCIAMENTO O 2° pilar é baseado no sistema da capitalização que consiste na constituição, para cada indivíduo, de um ca-pital resultante da acumulação das contribuições pagas, ano após ano, pelo patrão e pelo trabalhador, durante as diversas relações de trabalho (*), designadamente pela parte destinada à poupança velhice (pensão de reforma) também conhecidas sob o nome de “bonificações de velhice”, acrescidas por juros compostos (*) para paga-mento futuro das prestações. (*) As eventuais “presta-ções da saída” - (fundos acumulados em cada instituição de previdência em resultado do exercício de actividades anteriores) - transitam, no âmbito da chamada “livre passagem”, de caixa para caixa e são creditadas pelos respectivos juros. O capital assim constituído é deno-minado capital de poupança reforma (“avoir/épargne vieillesse”) e é convertido em pensão anual paga em prestações mensais. A taxa de juros (rendimentos) é de 1,5%. (Valor 2013) .

G) MONTANTE E CÁLCULO DA PENSÃO

As pensões são calculadas em percentagem do capital de poupança velhice (“avoir/épargne vieillesse”) acumu-lado, capital esse resultante das contribuições acresci-das por juros compostos. A taxa de conversão (também conhecida por “taxa de transposição”) actualmente em vigor é de 6,85% para os homens e de 6,80% para as mulheres. (Valor 2013) . Em 2014, será apenas de 6,8% tanto para os homens como para as mulheres.

H) IDADE DA REFORMA - FLEXIBILIZAÇÃO

A idade normal da reforma é de 64 anos para as mul-heres e 65 anos para os homens). Se o regulamento da caixa o prever, os interessados podem pretender a uma pensão de reforma antecipada com penalização * - (o mais cedo, aos 58 anos). (*) A pensão anteci-pada sem penalização só é possível se existir algum acordo/convenção no sector profissional a que pertence o segurado (Ex.: Os trabalhadores das obras públicas e construção civil).

I) LEVANTAMENTO DO CAPITAL – CONDIÇÕES DE REEMBOLSO DAS COTIZAÇÕES EM DINHEIRO – AS-PECTOS FISCAIS

O reembolso em dinheiro (capital) da totalidade das co-tizações acumuladas e respectivos juros é possível nas seguintes situações: •Compradealojamento;(**)(***)•Exercíciodeactividadeeconómicaindependente(ins-talação por conta própria); (**)(***)

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Informações Consulares

A PREVIDÊNCIA PROFISSIONAL«2ème PILIER – LPP» («Loi sur la Prévoyance Professionnellle»)

Informações Consulares

• Abandono definitivo do território suíço (*)(**)(***).(*) Neste último caso, se o trabalhador fixar residência num país da UE (ex.: Portugal) ou do Espaço Económico Europeu (EEE), o reembolso em dinheiro (capital) só será possível se o segurado não estiver abrangido pelo re-gime de segurança social obrigatório do novo país de residência isto é, se não estiver a cotizar para os mes-mos riscos de invalidez, velhice e sobrevivência cobertos pela previdência profissional. (**) O levantamento sob a forma de capital está subme-tido ao pagamento de emolumentos e ao pagamento, na fonte, de um imposto sobre o capital, imposto este que poderá ser reembolsadio se os interessados decla-rarem esse montante à entidade fiscal do novo país de residência (ex.: Serviço de Finanças em Portugal). (***) O reembolso antecipado em dinheiro carece da autorização prévia do outro cônjuge e tem por inelu-tável consequência, a perda do direito a prestações fu-turas tanto para o segurado (pensão de invalidez ou re-forma), como para os seus filhos e cônjuge (ex.: pensões de sobrevivência em caso de morte).

Consulado-Geral de Portugal em Genebra, Junho de 2013.

Porfírio Pinheiro

13 de Setembro – RENENS – das 10H às 15HGrande Salle,Rue de Lausanne 37, 1ºétage, 1020 Renens

4 de Outubro – LA SARRAZ – das 10H às 15HAssociação portuguesa de “La Sarraz”Ch. de Condemine, 21, 1315 – La SarrazTel.021 8661332

8 de Novembro – MOUDON – das 10H às 15HHotel de Ville – Salle Mazan

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As algas marinhas (as algas Kombu ou Laminária), que podem ser usadas em pequenas quantidades na sopa, são ainda mais ricas em cálcio do que o leite. 100 gra-mas desta alga fornecem 810 miligramas de cálcio, que corresponde a 101% da Dose Diária Recomendada, para além de fornecerem potássio, magnésio, fósforo e ferro, entre outros elementos.A actividade física é também uma aliada de protecção dos ossos para as pessoas de todas as faixas etárias. Enquanto nos jovens o exercício físico aumenta a re-sistência do esqueleto, nos idosos é capaz de impedir ou diminuir o enfraquecimento muscular e ósseo. Os melhores exercícios físicos para este problema são os que envolvem movimentos contra-resistência, como a musculação, a natação e a hidroginástica; contudo, exercícios aeróbicos como dançar ou fazer uma corrida ou uma caminhada também ajudam.Quando sintomática, a osteoporose está associada à perda de altura, à cifose (curvatura da coluna), à defor-midade óssea e à dor, esta última geralmente já indica-tiva de fractura. A fractura osteoporótica muitas vezes ocorre secundariamente a um trauma mínimo, como por exemplo bater levemente com a mão numa superfície dura.No caso de a doença já se ter instalado ou de haver pre-disposição para tal, os cuidados principais a ter é evitar

os traumas e as quedas. Para isso é importante ter-se atenção aos seguintes aspectos:

•Usar-seumabengalanocasodedificuldadena loco- moção.•Usar-secalçadocomsoladeborracha,antiderrapante, e evitar-se os saltos altos.•Evitar-seospisosescorregadios.•Substituir-seospisosescorregadiosdascasasporpi- sos de borracha ou pisos antiderrapantes.• Retirar-se os tapetes das casas para se evitar que se escorregue neles.•Nascasasdebanhoouempisosmolhadosredobrar-se a atenção e, se necessário, colocar-se um corrimão na parede.•Nãosedeixarobjectosespalhadospelochãopara se evitar que se pisem ou se tropece neles, provocando escorregadelas ou quedas.•Manterascasassempreiluminadasquandoseandade um lado para o outro.•Evitarcorreroufazerumamarcharápida.A osteoporose é uma doença silenciosa, que em si não mata, mas cujas consequências podem matar ou, pelo menos, ser muito graves

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Bem-estar

PERMANÊNCIAS CONSULARES 2013

Continuação da página 54

Page 58: Lusitânia Contact #3

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Rir faz bem

Um muçulmano senta-se junto a um alentejano no voo Lisboa - Funchal.Quando o avião descola começam a servir as bebidas aos pas-sageiros.O alentejano pede um tinto reserva.A hospedeira depois de servir o vinho pergunta ao muçul-mano se quer beber alguma coisa.Responde este com ar ofendido:- Prefiro ser raptado por uma dezena de senhoras da Babilónia, antes que uma gota de álcool toque os meus lábios.O alentejano engasgando-se, devolve rapidamente o copo de tinto à hospedeira e diz:- Eu também prefiro. Não sabia é que se podia escolher!

Encontram-se dois alentejanosPergunta um deles: Atão compadri, já conseguiste a carta de condução?»Responde o outro: «nam, chumbê»Pergunta o primeiro: «como é que foi isso?»Resposta: «ora cheguê a uma rotunda onde tava um sinal a dizer 30!»«E atão ?»«Dê 30 voltas à rotunda»«E depois»«Chumbê»Diz o primeiro: «atã contaste mal?»

Um pároco ouviu em confissão dezenas de paroquianas que tinham ido para a cama sempre com um tal Abel!E o padre mandava-as sempre (como penitência), rezar 10 Ave-Marias e meter 50 euros na caixa das esmolas.Ora um dia, estando o padre no confessionário, ouve do lado de fora:- «EU SOU O TAL ABEL»- Ah... vens confessar os teus numerosos pecados?- Nãããããooo... - responde o tal Abel - venho dizer-lhe que se não me der 50% dos lucros vou trabalhar para outra paró-quia.

No momento em que o dentista se inclinou sobre a sua pa-ciente, para lhe começar a brocar um dente, exclamou, sur-preendido:- «Desculpe, mas a senhora está a agarrar os meus testícu-los!”- “Eu sei” - respondeu ela suavemente - Vamos ter muito cui-dado para não nos magoarmos um ao outro... OK? Um amigo encontra outro amigo no WC a urinar sentado na sanita!- Mas o que é isto, os homens mijam de pé! O que te acon-teceu???- Olha, na 2ª feira passada saí com uma loira, 1.80 m, seios fartos, um corpo inacreditável e na hora H murchei!- Na 3ª saí com uma morena, 20 anos, corpo firme, carinha laroca, e no minuto H murchou!- Na 4ª foi com uma ruiva, murchei!- Na 5ª com uma cota enxuta, tudo em baixo...

O amigo, indignado, pergunta-lhe:- Epá, tudo bem, murchar faz parte, acontece a qualquer um, mas por quê mijar sentado???!!- Então tu achas que depois disto tudo eu ainda vou dar a mão a este traidor?

Um tipo do norte comprou um Mercedes e estava a dar uma volta numa estrada nacional à noite. A capota estava recol-hida, a brisa soprava levemente pelo seu cabelo e ele decidiu puxar um bocado pelo carro. Assim que a agulha chegou aos 130 km, ele de repente reparou nas luzes azuis por trás dele.De maneira alguma conseguem acompanhar um Mercedes, pensou ele para consigo mesmo, e acelerou ainda mais. A agulha bateu os 150, 170, 180 e, finalmente, os 200 km/h, sempre com as luzes atrás dele.Entretanto teve um momento de lucidez e pensou:Mas que raio é que eu estou a fazer?! e logo de seguida encostou.O polícia chegou ao pé dele, pediu-lhe a carta de condução e sem dizer uma palavra e examinou o carro e disse:- Eu tive um turno bastante longo e esta é a minha última pa-ragem. Não estou com vontade de tratar de mais papeladas, por isso, se me der uma desculpa pela forma como conduziu que eu ainda não tenha ouvido, deixo-o ir!- Na semana passada a minha mulher fugiu de casa com um polícia, disse o homem e eu es-tava com medo que a quisesse devolver!Diz o polícia:- Tenha uma boa noite.

Anedotas

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Page 59: Lusitânia Contact #3

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