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SUMÁRIO 3 ............................................................................................... GERAL 4 ....................................................................................... MULHERES 5 ............................................................................. DIRETO DA BASE 7 ............ CAMP. SALARIAL DO SETOR FARMACÊUTICO 2008/2009 8 .................. QUÍMICOS NA LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA 10 .................................................. ENTREVISTA/SETOR DO ÁLCOOL 12 ......................................................................... ESPAÇO DA FORÇA 13 ...................... RELAÇÕES INTERNACIONAIS/FORÇA SÃO PAULO 14 .................................................................... SAÚDE E SEGURANÇA Edição nº 95 - JANEIRO-FEVEREIRO-MARÇO / 2008 JORNAL DA FEDERAÇÃO é publicado pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo Rua Tamandaré, 120/124 - Liberdade CEP 01525-000 São Paulo/SP - Tel: (11) 3277-5000 Fax: (11) 3277-5216 Correio Eletrônico: [email protected]. Diretor Responsável: Danilo Pereira da Silva. Editor: Paulo de Tarso Gracia - MTb 24.714. Jornalista Responsável: Amanda de Paula - Mtb 47.710. Arte: Caio Franzolin. Fotos: Departamento de Imprensa e Comunicação Fequimfar. Diagramação e Impressão: Gráfica e Editora JBA (11) 3903-5053 EXPEDIENTE Danilo Pereira da Silva - Presidente da Fequimfar Jornal da Federação 2 Luta antiga e atual A classe trabalhadora estará celebrando nesse próximo 1º de maio, mais uma festa em comemoração ao Dia do Trabalha- dor. Só que nesse ano, a festa vai ser um pouco diferente das anteriores, pois atingiremos a coleta de 1 milhão de assinatu- ras para a campanha da redução da jornada sem redução salarial. Chegou a hora e a vez dos trabalhadores, para mais uma vez, mudarem o rumo da história, pois a redução da jornada é a nossa principal bandeira. Muitos ainda celebram o 1º de maio apenas como mais um feriado nacional, um dia em que não se trabalha. Grande parte de nossa sociedade, inclu- indo aí, muitos trabalhadores e a própria mídia, não têm co- nhecimento do verdadeiro significado da comemoração do 1º de maio. O porquê da instituição desta data como o dia do trabalhador. Olha que isso não ocorre somente no Brasil. Bem, 6t -o movimento sindical precisou lutar, e muito, para que o dia do trabalhador fosse comemorado. Discussões foram feitas em diversos paises, junto às comunidades, escolas, com os gover- nos, autoridades e, principalmente nas ruas, fábricas e entida- des sindicais. A partir daí a organização de comemorações da festa do 1º de maio tiveram inicio em diversas partes do mun- do. A história conta que as primeiras manifestações nasceram na Inglaterra, em 1819, numa das primeiras lutas da classe operária pela redução da jornada de trabalho. Na ocasião, as autoridades mandaram tropas para reprimir os protestos, sen- do que estas dispararam tiros de canhão contra a multidão. Apesar da violência contra os trabalhadores, aos poucos, a classe operaria obteve algumas conquistas parciais, que ame- nizavam a situação de crianças-operárias dentro das fábricas. Já para os adultos, em 1847, foi aprovada uma lei que limitava, em dez horas, a jornada diária. Os trabalhadores franceses também foram às ruas, lutar contra a exploração, mas foram duramente reprimidos, num processo de luta que durou muitos anos, sendo que muitos foram fuzilados e deportados, pelos órgãos de repressão do governo fran- cês em beneficio ao patronato. Nos Estados Unidos, os operários também começaram a demonstrar um descontentamento, sendo que em Chicago, em 1886, no dia 1º de maio, os trabalhadores paralisaram suas atividades, culminando numa grande repressão policial. Imprensa, governo e patrões perseguiram os lideres do movimento, sendo que Albert Parsons, George Engel, Adolph Fischer, Louis Lingg e August Spies foram condenados a morte. Protestos foram realizados em diversas partes do mundo, posterior- mente a sentença foi anulada, permitindo a libertação de muitos que ainda estavam presos. O sangue desses cinco operários marcou para sempre a história dos trabalhadores, consolidando o dia 1º de maio como um dia de luta por melhores condições de vida, permanecendo até hoje como um marco para o movimento sindical, numa data referendada por delegados de vinte países, em Paris, em 1889, durante um Congresso Socialista. Em nosso país a historia não foi menos diferente, nossa também é antiga, desde o século 19, os operários, por meios de seus sindicatos, sempre se manifes- taram pela redução das horas trabalhadas. A elite empresarial e o gover- no, sempre reprimiram a classe trabalhadora. Em muitas ocasiões, os tra- balhadores foram obrigados a comemorar a sua data em recintos fecha- dos, clandestinamente, ou em festas controladas e promovidas por gover- nos antidemocráticos.Agora precisamos de toda a força para mudar essa situação. Nos últimos anos, muitos trabalhadores, junto com os seus fami- liares, puderam comemorar o 1º de maio, com um pouco mais de alegria e confraternização, as bandeiras de luta, por salários dignos, contra a exploração, por mais saúde e segurança, continuam. Conseguimos algu- mas vitórias, como o reajuste da tabela do Imposto de renda, além de uma pequena valorização no salário mínimo, mas a redução da jornada ainda faz parte das nossas principais reivindicações. Atualmente, no Brasil, a maioria das categorias profissionais não conseguiu a redução da jornada. A Fequimfar e seus sindicatos filiados possuem uma historia de luta e pioneirismo, na conquista de clausulas que garantiram exemplos de redu- ção da jornada de trabalho em convenções coletivas do nosso setor. E com toda certeza, esses modelo é o que mais nos incentiva. O que devemos ressaltar, é que em todo estado de São Paulo, nas comemorações e festas do dia do trabalhador, com a participação e promoção de nossa Federa- ção e dos seus sindicatos filiados, vamos estar lutando pelos direitos dos trabalhadores, e principalmente pela redução da jornada de trabalho, em relação a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, como pela gera- ção de novos postos de trabalho. Viva a redução da Jornada sem perdas salariais, viva o 1º de Maio, viva o dia do trabalhador! Nota: Em 1988, o Brasil, proclamou a sua Constituição, e nela, em seu artigo 7º, inciso XII, ficou estabelecida uma jornada não superior a 08 horas diárias e 44 semanais. Ou seja, já se passaram mais de 20 anos e as empresas trabalham cada vez mais, com menos operários e produzindo muito mais. Os parques industriais se modernizaram, ocorreram grandes avanços tecnológicos. Por isso os trabalhadores exigem a redução na jornada de trabalho, pois trabalhando menos, têm mais tempo para o lazer, educação e qualidade de vida, gerando uma maior produtividade. Esta publicação é impressa em papel reciclato. Faça sua parte conserve a natureza

Luta antiga e atual - fequimfar.org.brfequimfar.org.br/antigo/jornal_jan_fev_mar_abr_08.pdf Luta antiga e atual A classe trabalhadora estará celebrando nesse próximo 1º de maio,

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SUMÁRIO

3 ...............................................................................................GERAL

4 ....................................................................................... MULHERES

5 ............................................................................. DIRETO DA BASE

7 ............ CAMP. SALARIAL DO SETOR FARMACÊUTICO 2008/2009

8 .................. QUÍMICOS NA LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA

10 .................................................. ENTREVISTA/SETOR DO ÁLCOOL

12 ......................................................................... ESPAÇO DA FORÇA

13 ...................... RELAÇÕES INTERNACIONAIS/FORÇA SÃO PAULO

14 .................................................................... SAÚDE E SEGURANÇA

Edição nº 95 - JANEIRO-FEVEREIRO-MARÇO / 2008

JORNAL DA FEDERAÇÃOé publicado pela

Federação dos Trabalhadoresnas Indústrias Químicas e

Farmacêuticas do Estado de São Paulo

Rua Tamandaré, 120/124 - LiberdadeCEP 01525-000

São Paulo/SP - Tel: (11) 3277-5000Fax: (11) 3277-5216Correio Eletrônico:

[email protected] Responsável: Danilo Pereira da Silva.Editor: Paulo de Tarso Gracia - MTb 24.714.

Jornalista Responsável:Amanda de Paula - Mtb 47.710.

Arte: Caio Franzolin.Fotos: Departamento de Imprensa e

Comunicação Fequimfar.Diagramação e Impressão:

Gráfica e Editora JBA (11) 3903-5053

EXPEDIENTE

Danilo Pereira da Silva - Presidente da Fequimfar

Jornal da Federação2

Luta antiga e atualA classe trabalhadora estará celebrando nesse próximo 1º demaio, mais uma festa em comemoração ao Dia do Trabalha-dor. Só que nesse ano, a festa vai ser um pouco diferente dasanteriores, pois atingiremos a coleta de 1 milhão de assinatu-ras para a campanha da redução da jornada sem reduçãosalarial. Chegou a hora e a vez dos trabalhadores, para maisuma vez, mudarem o rumo da história, pois a redução dajornada é a nossa principal bandeira. Muitos ainda celebram o1º de maio apenas como mais um feriado nacional, um dia emque não se trabalha. Grande parte de nossa sociedade, inclu-indo aí, muitos trabalhadores e a própria mídia, não têm co-nhecimento do verdadeiro significado da comemoração do 1ºde maio. O porquê da instituição desta data como o dia dotrabalhador. Olha que isso não ocorre somente no Brasil. Bem,6t -o movimento sindical precisou lutar, e muito, para que o diado trabalhador fosse comemorado. Discussões foram feitas emdiversos paises, junto às comunidades, escolas, com os gover-nos, autoridades e, principalmente nas ruas, fábricas e entida-des sindicais. A partir daí a organização de comemorações dafesta do 1º de maio tiveram inicio em diversas partes do mun-do. A história conta que as primeiras manifestações nasceramna Inglaterra, em 1819, numa das primeiras lutas da classeoperária pela redução da jornada de trabalho. Na ocasião, asautoridades mandaram tropas para reprimir os protestos, sen-do que estas dispararam tiros de canhão contra a multidão.Apesar da violência contra os trabalhadores, aos poucos, aclasse operaria obteve algumas conquistas parciais, que ame-nizavam a situação de crianças-operárias dentro das fábricas.Já para os adultos, em 1847, foi aprovada uma lei que limitava,em dez horas, a jornada diária. Os trabalhadores franceses

também foram às ruas, lutar contra a exploração, mas foram duramentereprimidos, num processo de luta que durou muitos anos, sendo que muitosforam fuzilados e deportados, pelos órgãos de repressão do governo fran-cês em beneficio ao patronato. Nos Estados Unidos, os operários tambémcomeçaram a demonstrar um descontentamento, sendo que em Chicago,em 1886, no dia 1º de maio, os trabalhadores paralisaram suas atividades,culminando numa grande repressão policial. Imprensa, governo e patrõesperseguiram os lideres do movimento, sendo que Albert Parsons, GeorgeEngel, Adolph Fischer, Louis Lingg e August Spies foram condenados amorte. Protestos foram realizados em diversas partes do mundo, posterior-mente a sentença foi anulada, permitindo a libertação de muitos que aindaestavam presos. O sangue desses cinco operários marcou para sempre ahistória dos trabalhadores, consolidando o dia 1º de maio como um dia deluta por melhores condições de vida, permanecendo até hoje como ummarco para o movimento sindical, numa data referendada por delegadosde vinte países, em Paris, em 1889, durante um Congresso Socialista. Emnosso país a historia não foi menos diferente, nossa também é antiga, desdeo século 19, os operários, por meios de seus sindicatos, sempre se manifes-taram pela redução das horas trabalhadas. A elite empresarial e o gover-no, sempre reprimiram a classe trabalhadora. Em muitas ocasiões, os tra-balhadores foram obrigados a comemorar a sua data em recintos fecha-dos, clandestinamente, ou em festas controladas e promovidas por gover-nos antidemocráticos.Agora precisamos de toda a força para mudar essasituação. Nos últimos anos, muitos trabalhadores, junto com os seus fami-liares, puderam comemorar o 1º de maio, com um pouco mais de alegriae confraternização, as bandeiras de luta, por salários dignos, contra aexploração, por mais saúde e segurança, continuam. Conseguimos algu-mas vitórias, como o reajuste da tabela do Imposto de renda, além de umapequena valorização no salário mínimo, mas a redução da jornada aindafaz parte das nossas principais reivindicações. Atualmente, no Brasil, amaioria das categorias profissionais não conseguiu a redução da jornada.A Fequimfar e seus sindicatos filiados possuem uma historia de luta epioneirismo, na conquista de clausulas que garantiram exemplos de redu-ção da jornada de trabalho em convenções coletivas do nosso setor. E comtoda certeza, esses modelo é o que mais nos incentiva. O que devemosressaltar, é que em todo estado de São Paulo, nas comemorações e festasdo dia do trabalhador, com a participação e promoção de nossa Federa-ção e dos seus sindicatos filiados, vamos estar lutando pelos direitos dostrabalhadores, e principalmente pela redução da jornada de trabalho, emrelação a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, como pela gera-ção de novos postos de trabalho. Viva a redução da Jornada sem perdassalariais, viva o 1º de Maio, viva o dia do trabalhador!

Nota: Em 1988, o Brasil, proclamou a sua Constituição, e nela, em seuartigo 7º, inciso XII, ficou estabelecida uma jornada não superior a 08horas diárias e 44 semanais. Ou seja, já se passaram mais de 20 anos e asempresas trabalham cada vez mais, com menos operários e produzindomuito mais. Os parques industriais se modernizaram, ocorreram grandesavanços tecnológicos. Por isso os trabalhadores exigem a redução najornada de trabalho, pois trabalhando menos, têm mais tempo para o lazer,educação e qualidade de vida, gerando uma maior produtividade.

Esta publicação é impressa em papel reciclato.Faça sua parte conserve a natureza

3Jornal da Federação

GERAL

ste ano, a Federação dos Químicos completa 50 anosde existência, desenvolvendo um trabalho que temcompromisso e seriedade com os seus 33 Sindicatos

filiados, que juntos, representam 75 mil trabalhadores nosetor químico. Ao longo destes anos, a Fequimfar tem sidoreconhecida pelas novas conquistas e por garantir amanutenção de vários direitos da classe trabalhadora.Durante todo o ano, a Fequimfar vai realizar palestrasitinerantes pelos sindicatos filiados com o objetivo deapresentar a trajetória da Fequimfar na história domovimento sindical. “Os sindicatos vão receber um painelcontando a história dos trabalhadores químicos no estado de

Jubileu de Ouro daFequimfar50 anos de luta pelos trabalhadores

Convenção Coletiva para deficientescompleta 2 anosPrimeiro acordo trabalhista do país para inclusão dedeficientes nas indústrias farmacêuticas faz dois anos eprecisa de ajustes

m 2006, a Fequimfar e seus sindicatosfiliados e o Sindusfarma (Sindicato daIndústria de Produtos Farmacêuticos no

Estado de São Paulo) assinaram umaConvenção Coletiva pioneira. A Convençãoconsiste em selecionar, contratar e qualificartrabalhadores deficientes para atuarem naindústria farmacêutica, fazendo assim, suainclusão social. Passados dois anos, aFequimfar está avaliando os resultados desteacordo, que já contratou cerca de mil PCDs(pessoas com deficiência). De acordo comdados do Sindusfarma, 44 empresas aderirama Convenção, sendo que 12 delas jácumpriram a cota e contrataram 100% doestipulado. Entretanto, algumas indústriasainda não contrataram nenhum trabalhadordeficiente e 9 empresas contrataram menosque a metade estabelecida pela cota. DaniloPereira da Silva, presidente da Fequimfar, dizque as empresas têm que ter a consciência danecessidade da contratação e integraçãodesses empregados. “O primeiro passo é fazer

De acordo com dados daDelegacia Regional doTrabalho de São Paulo (DRT/SP), mais de 35.700 pessoascom deficiência estãoinseridas no mercado detrabalho e 4.004 empresascumprem a Lei de Cotas. Nosetor farmacêutico, já são 44empresas que cumprem oacordo.

ara discutir e analisar as questões referentes ao setor da reciclagem plástica, a Fequimfarem parceria com o Sindiplast (representante patronal do plástico) criou, em janeiro, a ComissãoPermanente de Negociação da Reciclagem Plástica. Com reuniões mensais, o grupo pretende

desenvolver ações e estratégias que auxiliem nas necessidades dos trabalhadores da reciclagem plástica.Participam como membros efetivos deste grupo, representando os trabalhadores pela Fequimfar e seussindicatos filiados, Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro-geral da Federação, Maurílio Pereira Alvim, presidentedo STI Marília e Reginaldo Sena, diretor do STI Guarulhos. Além da participação dos membros efetivos, acomissão está sendo acompanhada por alguns sindicatos como o STI Rio Claro, STI Plásticos de Jundiaí, STISão Carlos. Por ter características diferentes da categoria química, o setor que abrange empresas dereciclagem plástica negocia separadamente sua Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Periodicamente,a CCT é renovada preservando-se as conquistas do setor químico e sendo alterados o piso salarial, PLR ecesta básica. No setor da Reciclagem cada empresa deve aderir a CCT de forma espontânea, casocontrário, será enquadrada no setor químico.

Setor da Reciclagem Plástica cria comissão

São Paulo. A idéia é que neste dia, o sindicato transforme-se num centrocultural, momento em que o sindicato também poderá divulgar o trabalhoque tem realizado”, explica Danilo Pereira da Silva, presidente daFequimfar. A ocasião será válida para reunir dirigentes sindicais de outrascategorias da região, autoridades políticas e empresariais, além de trazerpara dentro do sindicato, trabalhadores da base.

uma avaliação dos cargos para verificar quaisdeles podem receber o deficiente”, sugereDanilo.

Qualificação profissionalA Fequimfar verificou que a qualificação dostrabalhadores ainda não é a ideal. “Ostrabalhadores já enfrentam muitos problemasno seu dia-a-dia, com dificuldades de acessoao transporte público e pelas vias públicas,por exemplo”, comenta Sergio, secretário geralda Fequimfar. Por isso, para favorecer estesprofissionais, ficou estabelecida a preparaçãodos ambientes de trabalho e um programa dequalificação, por meio de parcerias comentidades que vão qualificar essestrabalhadores. “A idéia era que as empresasfossem obrigadas a formar profissionaisqualificados para atuarem tanto nas própriasindústrias, como também no mercado detrabalho como um todo”, explica AntonioSilvan de Oliveira, presidente da CNTQ e doSTI Guarulhos. Nestes casos, a empresa

deveria promover treinamentosespecíficos numa parceria com oSENAI (Serviço Nacional deAprendizagem Industrial).“Porém, esta questão daformação dos empregados nãofoi realizada de forma produtivae transparente”, comenta Silvan.Por isso, a Fequimfar, com acolaboração dos sindicatosfiliados, vai fiscalizar as empresase cobrar a intensificação doprograma de formação para queos trabalhadores tenham ascondições necessárias paraserem inseridos no mercado detrabalho de forma justa e digna.

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E

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MULHERES

globalização deve ser justae os obje t ivos do empregop leno , produtivo e o trabalho

decente para todos, especialmentepara as mulheres e os jovens. Estasmetas são fundamentais nas nossas po-líticas e estratégias nacionais e inter-nacionais para reduzirmos, por exem-plo, a pobreza. Os mais pobres nãosão beneficiados com os avançostecnológicos registrados em todos se-tores de atividade econômica e sãovítimas de constantes agressões à dig-nidade humana, como a fome, a re-pressão à livre manifestação, as epi-demias, as guerras. Há milhões depessoas, em todos os continentes, semacesso ao atendimento das necessi-dades básicas, como alimentação,segurança, saúde pública, educaçãoe trabalho digno. Muitas sujeitas apressões políticas e religiosas que asimpedem de expressar-se livremente.Portanto, subentende-se que aglobalização não está diretamenterelacionada aqueles que não tem umtrabalho decente. A promoção do tra-balho decente é considerada uma pri-

A globalizaçãoeconômica, sindicatose trabalho decenteMaria Auxiliadora dosSantos, presidente do STIBrinquedos e InstrumentosMusicais e Secretária-adjunta da Mulher naForça Sindical

Sindicatos distribuem material escolar

4 Jornal da Federação

Em alguns sindicatos filiados à Federação, sócios e dependentes, que estão matriculados em algum estabelecimento de ensino,recebem anualmente um kit escolar completo. Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar, diz que esta é mais uma dasformas de beneficiar os trabalhadores, além de dar forte apoio na área educacional. “A educação é uma das soluções para osproblemas do nosso país. A ação de nossos sindicatos demonstra o compromisso que temos com a questão do ensino”, justificaDanilo. O STI Bauru realiza a distribuição de material escolar para os trabalhadores da base. Neste ano foram mais de 1.300 kits,divididos em três tipos: para alunos da pré-escola, alunos de 1ª a 4ª série e de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental. “Orecebimento dos kits escolares significa uma grande economia nos gastos escolares de início de ano”, esclarece Edson DiasBicalho, presidente do STI Bauru. O STI Cosmópolis também faz este trabalho social, sendo que neste ano, foram distribuídos1.600 kits para estudantes (associados ou dependentes) do ensino médio e universitário. Odair Bortoloso, presidente do STICosmópolis, diz que é importante investir na educação. “Nosso objetivo é ampliar a distribuição do kit escolar nos próximosanos”, conclui Odair. Outras entidades que também se preocupam com a educação são: STI Rio Perto, STI Itapetininga, STIJaguariúna e STI Santa Rosa do Viterbo, que oferece aos sócios descontos em papelarias. Almir Fagundes, presidente do STI SãoJosé do Rio Preto, afirma que a entrega deste kit escolar é realmente de grande valia e proveito para os sindicalizados. “Esperamosque todos possam valorizar e cuidar do material recebido, pois foi comprado com o dinheiro arrecadado através das contribuiçõespagas ao Sindicato pelos trabalhadores”.

oridade do Governo brasileiro, assimcomo dos demais governos do hemis-fério americano. Essa prioridade foidiscutida e definida em 11 conferên-cias e reuniões internacionais de gran-de relevância, realizadas entre se-tembro de 2003 e novembro de 2005.Agora precisa ser praticada. Hoje,com a globalização, são adotadasnovas formas de comércio e produ-ção no mundo. As principais mudan-ças foram o enorme fluxo de capitalque incide cada vez mais nas deci-sões dentro das empresas; por meioda internet podem-se realizar transa-ções financeiras internacionais;ospaíses com baixos salários acompa-nham em alguns casos condições detrabalhos desumanos.As conseqüências prejudiciais daglobalização são as seguintes:asmultinacionais regem a economiamundial e os inversores de capitalobrigam as empresas a otimizar osbenefícios a curto prazo, de mododesequilibrado, sem pensarem nasperspectivas a longo prazo para aempresa e seus empregados. O Tra-

balho Decente é fundamental para asuperação da pobreza, a redução dasdesigualdades sociais, a garantia dagovernabilidade democrática e odesenvolvimento sustentável. Enten-de-se por trabalho decente um traba-lho adequadamente remunerado,exercido em condições de liberdadee segurança, capaz de garantir umavida digna. Para a Organização In-ternacional do Trabalho (OIT), a no-ção de trabalho decente se apóia emquatro pilares estratégicos:a-) respeito às normas internacionaisdo trabalho, em especial aos princí-pios e direitos fundamentais do tra-balho (liberdade sindical e reconhe-cimento efetivo do direito de nego-ciação coletiva; eliminação de todasas formas de trabalho forçado; aboli-ção efetiva do trabalho infantil; eli-minação de todas as formas de dis-criminação em matéria de empregoe ocupação);b-) promoção de emprego de quali-dade;c-) extensão da proteção social;d-) diálogo social;

A

5Jornal da Federação

DIRETO DA BASE

Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério doTrabalho e Emprego promoveu, no dia 22 de fevereiro, aentrega de certidões que regularizam bases territoriais e

extensão de representatividade de diversos sindicatos do estadode São Paulo. Grande parte do trabalho realizado pelaregularização destas entidades filiadas a Força Sindical, na esferaestadual e federal em alguns casos, está sendo coordenadopelos advogados da Fequimfar. “Os resultados alcançados seoriginam de uma análise diferenciada e acompanhamentotécnico dos problemas que os sindicatos enfrentam em relaçãoà regularização de suas bases territoriais e da extensão dasmesmas. Lembrando que muitos processos foram iniciados deforma errônea pelas próprias entidades sindicais, sendo queapós uma criteriosa análise, foram realizadas correções e asadequações necessárias, para um encaminhamento de formacorreta”, comenta Márcia Rodrigues, advogada especialista emdireito do trabalho e que também integra o departamentojurídico da Fequimfar. Vale destacar que entre as entidadessindicais, o STI Guarulhos e STI Itapetininga receberam as

Sindicatos filiados recebemcertidões de regularizaçãodas suas bases territoriais

No dia 15 de fevereiro, o secretário de Relações do Trabalhodo Ministério do Trabalho, Luiz Antônio de Medeiros, entregouo certificado de extensão da base territorial para a diretoria doSTI Rio Preto, numa cerimônia que aconteceu no HotelNacional, na própria cidade. A base do sindicato que contavacom 34 municípios passou para 77 em dezembro do anopassado, com a publicação da decisão favorável ao pedido deampliação da área abrangida pelo sindicato no Diário Oficial.Almir Aparecido Fagundes, presidente do STI Rio Preto, declaraque “foi de suma importância receber o certificado de extensãode base das mãos do Medeiros, porque agora, o sindicatopassa a representar 12% de todos os municípios do Estado deSão Paulo”. O Sindicato representa mais de 6 mil trabalhadoresem sua base e chega a 7 mil no período de safra. Almir aindacomemora que muitos acordos coletivos já negociados com

Entrega do Certificado deRegularização ao STI São Josédo Rio Preto

chapa liderada Célio Pimenta tomou posse no dia26 de janeiro, no clube de campo de Guaíra.Participaram do evento Sergio Luiz Leite,

secretário geral da Fequimfar, Edson Dias Bicalho,presidente do STI Bauru, e diversas lideranças desindicatos filiados. As eleições no sindicato aconteceramnos dias 27 e 28 de novembro. A chapa encabeçada porCélio Pimenta foi aprovada pelos trabalhadores com mais90% dos votos válidos. ”Isso demonstra o bom trabalhoque esta sendo desenvolvido pela diretoria” diz Edson.Na ocasião, após a solenidade de posse, os presentesforam agraciados por jantar e um show musical.

Posse no STI Guaíra

respectivas certidões. Entre presidentes e dirigentes sindicais detodo o estado de São Paulo, estiveram presentes na solenidade,que aconteceu na sede da Superintendência Regional do Trabalhono Estado de São Paulo (SRTE/SP), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,presidente da Força Sindical, Makoto Sato, superentendentesubstituto (SERET), Aylza Gudin, chefe da seção de Relações doTrabalho (SERET), Luiz Antonio de Medeiros, secretário de Relaçõesdo Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Amílcar AlbieriPacheco, consultor jurídico da Fequimfar, e Levy Gonçalves Ferreira,diretor da Fequimfar.

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Diretoria do STI São José do Rio Preto recebe certificado das mãos de Medeiros

empresas serão legalizados e terão validade, beneficiandocentenas de trabalhadores. O evento contou com a presençade Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da ForçaEstadual, Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar,Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro geral da Fequimfar, RobérioCafagni, subdelegado do trabalho em Rio Preto e liderançassindicais da região.

Diretoria eleita do STI Guaíra

Edson parabeniza novos diretores Sergio empossa Célio Pimenta,presidente do STI Guaíra

DIRETO DA BASE

STI Santos promoveações sociais

O movimento sindical, além de defender os trabalhadores das maisdiferentes categorias, também tem a responsabilidade de fazermelhorias para a sociedade. No começo do mês de janeiro, porexemplo, mais de 500 pessoas participaram de uma captação devagas para supermercados, realizada pelo STI Santos. O sindicatotambém promoveu uma campanha de arrecadação de doações paraos desabrigados pela chuva do litoral sul de São Paulo. A campanhaarrecadou mais de 15 mil peças de roupas, 10 toneladas de alimentos,além de móveis e eletrodomésticos.Participação no Projeto Verão Sem AidsAinda no mês de janeiro, Herbert Passos Filho, presidente do STISantos, participou da abertura da 13ª edição do projeto, na PraiaGrande. Depois, durante o mês, foram feitas mobilizações em vários

O mês de janeiro foi de muito trabalhopara o STI Santos, que realizoueventos para a comunidade dabaixada

os dias 20 e 21 de fevereiro, em Itapetininga (SP),aconteceu o Seminário de Negociação Coletiva dosetor do álcool para elaborar a pauta de

reivindicações da categoria. Na ocasião, Jurandir Pedrode Souza, tesoureiro geral da Fequimfar e presidente doSTI Itapetininga, disse que o setor se encontra em plena

ascensão, mas ainda carece de uma remuneração a altura do seu crescimento.Para iniciar os trabalhos, José Sivestre Prado de Oliveira, técnico do DIEESE, fezuma análise econômica do setor sucroalcooleiro, observando as perdas salariais,o comportamento do preço do álcool nos últimos 12 meses e o impacto doaumento da produção para o trabalhador. Depois, Cláudia Maria Cirino Oliveira,técnica da subseção do DIEESE na SNQ, avaliou os resultados da CampanhaSalarial do ano passado, os valores da PLR, aumento real, piso salarial ebenefícios. Os participantes também discutiram como será feita a implantação

Fequimfar dá início aCampanha Salarial doÁlcoolO Seminário de NegociaçãoColetiva do setor de fabricaçãodo álcool foi realizado emItapetininga

6 Jornal da Federação

pontos da baixada, com a distribuição de materiaisinformativos. Cerca de 35 integrantes do STI Santostambém fizeram um pedágio numa movimentadaavenida da baixada, em parceria com a Prefeitura,para a distribuição de preservativos e folhetosinformativos sobre a Aids. Passos declarou queeventos como o Verão Sem Aids são importantes,porque divulgam informações para toda a populaçãosobre a doença e suas formas de prevenção etratamento.

NDanilo abre o Seminário de Negociação Coletiva

Edson Bicalho, presidente do STIBauru, comenta sobre o setor

das propostas do Encontro Nacional do Setor Sucroalcooleiro. No final do Seminário, os dirigentes determinaram a pré-pauta dereivindicações e criaram estratégias para a Campanha Salarial, definindo as principais bandeiras de luta e o calendário para aspróximas atividades e mobilizações.Bandeiras de luta:• Reajuste de 5% de aumento real + INPC/IBGE do período de maio/2007 a abril/2008;• Piso Salarial de R$ 800,00• PLR no valor de 3 Salários Normativos e PLR mínima de 2 Salários Normativos, se não atingidas às metas.• Redução da JornadaA região do oeste de São Paulo, que compreende 296 municípios, é uma das que mais crescem no setor sucroalcooleiro, sendo quea demanda por mão de obra qualificada é cada vez maior. Para Danilo, o setor continua consolidado e o momento é favorável paraa obtenção de um aumento real e uma melhor distribuição de renda entre os trabalhadores. “Nesses últimos anos, as usinas edestilarias tiveram um grande desenvolvimento, tanto com relação a suas estruturas e patrimônios, quanto no ganho com a vendade seu produto principal, que é o álcool combustível. Os recordes de produção e exportação geraram um ganho excelente aosusineiros restando a divisão deste lucro com os que mais contribuem para isso: os trabalhadores”, conclui.

Dirigentes aprovam pré-pauta

Herbert Passos, presidente do STI Santos, contrubuipara o Verão Sem Aids

7Jornal da Federação

Campanha salarial do setor farmacêutico 2008/2009

Fequimfar e os 23 sindicatos filiados que representam ostrabalhadores do setor farmacêutico no estado de São Pauloderam início à campanha salarial deste ano com o Seminário

de Negociação Coletiva, que aconteceu na sede do STI Cosmópolis,no dia 30 de janeiro. Os dirigentes assistiram palestras sobre o cená-rio econômico do setor, apresentado por Cláudia Cirino, técnica dasubseção do Dieese; e sobre análise e estratégia do Ministério Públi-co do Trabalho no que diz respeito às contribuições sindicais, como consultor jurídico Amílcar Albieri Pacheco. Ao término do evento,ficou estabelecida a pré-pauta de reivindicações, que será avaliadapelos trabalhadores nas assembléias pelos sindicatos para depoisser entregue ao setor patronal, representado pelo Sindusfarma.

ReivindicaçõesOs trabalhadores reivindicam 5% de aumento real mais reposiçãoda inflação, piso salarial de R$ 1.000,00, redução da jornada para40 horas semanais, melhores condições de saúde e segurança, acessoa medicamentos gratuitos ou subsidiados a todos os trabalhadores edependentes, criação de Comissões permanentes de negociação eGrupos de trabalho para discussão sobre saúde e segurança; gêne-ro, raça e etnia; terceirização; implantação de vale alimentação. Se-gundo Antonio Silvan de Oliveira, presidente da CNTQ e do STIGuarulhos, a geração de empregos e qualificação profissional dostrabalhadores também são reivindicações importantes para esta nego-ciação. Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar, lembra que “aolongo da história de luta da Fequimfar, conquistamos acordos impor-tantes como o que reduziu a jornada semanal de 44 para 42 horas;acesso dos trabalhadores a medicamentos a menores custos ou deforma gratuita; inclusão de pessoas portadoras de deficiência nas em-presas; além de assistência médica e cursos profissionalizantes. O setorfarmacêutico possui todas as condições para atender as exigências dostrabalhadores da categoria e implantar melhorias para a classe”.

ARTIGOA educação é o caminho!Acred i tamosque a educa-ção é o cami-nho que permi-te aos cidadãosascender na es-cala social, tan-to no aspectoe c o n ô m i c oquanto na pos-sibilidade infi-nita do conhe-

cimento, desde que todos tenham aces-so a todos os degraus do ensino oficial.Contudo, recentemente, o Dieese, enti-dade que assessora o movimento sindi-cal com estudos e análises do mercadode trabalho, divulgou uma pesquisa emque foi concluído que o acesso da popu-lação à educação varia de acordo com araça, sendo que os negros estão concen-trados entre os níveis mais baixos de es-colaridade. Não existe projeto consisten-te do Estado para reversão do quadro,tão pouco vontade política. A pesquisa(Escolaridade e Trabalho: desafios para apopulação negra nos mercados de tra-balho metropolitanos) identificou que amaior desigualdade de acesso ao ensinosuperior ocorre na região metropolitanade São Paulo, onde a quantidade de ne-gros é quase um quinto da população

geral. Quando pensamos inclusão social,pensamos num projeto que garanta ensi-no de qualidade desde a pré-escola até ouniversitário. Ou seja, a população negraé a que tem mais dificuldade para perma-necer e dar continuidade nos estudos. Adificuldade da permanência no ambienteescolar tem origem, inicialmente, no bai-xo poder aquisitivo, pois o jovem, em es-pecial o negro, em sua maioria, precoce-mente adentra o mercado de trabalho,muitas vezes a necessidade desestimula einterrompe a seqüência do aprendizado.Sem dizer que um percentual considerá-vel de evasão atribui-se à baixa qualidadedo ensino público no Brasil. E, de acordocom o estudo, este quadro é mais gravepara o/a estudante negro/a, que tem obs-táculos quase que intransponíveis paraatingir o ensino universitário. Em razãodeste cenário desfavorável ocorrem pre-juízos irreversíveis na trajetória profissio-nal, tanto para conseguir cargos qualifi-cados, quanto ao alcance ilimitado do co-nhecimento. No que diz respeito ao de-semprego, ele é mais elevado entre a po-pulação negra, independente do nível deescolaridade. Nos dias atuais, entre os nãonegros, percebemos que o desempregotambém está aumentando para os que al-cançaram patamares universitários. A es-colaridade aumenta a competição para as

ocupações que exigem conhecimentosde segundo e terceiro grau. Neste con-texto é mais uma adversidade no hori-zonte de dificuldades dos afro-brasilei-ros. A elite dominante não dá trégua e emconluio com a grande mídia impugnaabertamente qualquer processo de inser-ção social por meio de cotas universitári-as. Os meios de comunicação divulgamem seus noticiários, novelas, seriados,entre outras formas de expressão, em redenacional, ponto de vista que ridiculari-zam e desqualificam propostas de açõesafirmativas. Infligem opressão cultural epsicológica, desconsideram a DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos e a Con-venção nº 111 da OIT – Organização In-ternacional do Trabalho. Uma renomadarevista de circulação nacional estampouem sua capa a certeza da não existênciade raça, profetizando e atribuindo aos de-fensores da inclusão dos afro-brasileirosa certeza dos conflitos raciais. Ao defen-dermos igualdade de oportunidade con-sideramos a não existência de raças doponto de vista biológico, porém o con-ceito “raça” identifica grupos étnicos pre-sente na sociedade.

Djalma de Paula, presidente do STI Rio Claro eresponsável pelo departamento de gênero, raça e

etnia da Fequimfar

Trabalhadores da indústria farmacêuticaestão mobilizados

Informações sobre o setorSegundo dados da RAIS (Re-lação Anual de InformaçõesSociais, do Ministério do Tra-balho e Emprego), São Pau-lo é o Estado que mais abri-ga indústrias farmacêuticas.São 466 empresas, sendo10% delas multinacionais.O total de empregos geradospor elas é de 47.205 mil tra-balhadores. Já no Brasil, o número de indústrias do setor é de1.219 e o de empregos, 83.503. Durante o Seminário emCosmópolis, foram apresentados dados sobre o crescimentoda indústria farmacêutica, cujo faturamento líquido em dóla-res cresceu 14,8% no período de 2006/2007. Além disso, aprojeção do faturamento nominal da indústria farmacêuticano Brasil, em reais, aponta para um crescimento em 2008 de7,5% e em 2009, de 6,3%.

A

Lideranças sindicais unidas para a campanha salarial

Sindusfarma recebe pauta dereivindicações dos trabalhadores

Jornal da Federação8

o dia 11 de fevereiro, as centraissindicais lançaram oficialmente aCampanha Nacional pela Redu-

ção da Jornada de Trabalho sem Di-minuição de Salário. O ato foi na Pra-ça Ramos, no centro da cidade deSão Paulo. Agora, as centrais, sindi-catos e federações estão recolhendoassinaturas para um grande abaixo-assinado que será entregue ao Con-

gresso Nacional no mês de maio paramostrar aos parlamentares a neces-sidade de se reduzir a jornada de tra-balho. Segundo Danilo Pereira daSilva, presidente da Fequimfar e daForça Sindical Estadual, a campanhapela redução da jornada deverá sera maior mobilização do movimentosindical neste primeiro semestre, cul-minando nas manifestações do 1º demaio. “Essa luta é antiga. A reduçãoda jornada sem redução dos saláriosacelera a criação de empregos, melho-ra os salários reais e favorece o bomdesempenho da economia brasileira”,completa Danilo. Sergio Luiz Leite,secretário geral da Fequimfar, expli-ca que desde a p romulgação da

Químicos nredução d

O movimento consiste em obter otrabalhadores e trabalhadoras para

aprovar a reduç

Constituição de 1988, que diz que ajornada de trabalho não deve ser su-perior a 44 horas semanais, os sindi-catos lutam por uma diminuição aindamaior. De acordo com o Dieese, a redu-ção da jornada de trabalho de 44 horaspara 40 horas semanais pode gerar maisde 2 milhões de novos postos de trabalhoem todo o Brasil.

Redução da jornada no setor químico

ConvençãoColetiva do

setor químico

Legislação

1985 / 1986 De 47 horas semanaispara 46 horas (no 5º

mês após a data-base)Redução da jornada

para 46 horassemanais (no 15º mês

após a data-base)

48 horas semanais

1986 / 1987 De 46 para 45horas semanais

1987 / 1988 Redução para 44 horassemanais (no 4º mês após

a data-base)

1988 / 1989 A jornada permanecesendo de 44 horas

semanais

1989 / 1990 A jornada permanecesendo de 44 horas

semanais

Conquista no Setor farmacêuticoEm 2004, os trabalhadores da categoriafarmacêutica conquistaram um acordo his-tórico com os patrões, porque quando ajornada foi reduzida em 5%, passando de44 para 42 horas semanais. Além disso, asnegociações passaram a serem feitas emabril, com mudança na data-base (de 1º denovembro passou a ser em 1º de abril).

N

Químicos nredução d

48 horas semanais

48/44 horassemanais

44 horas semanais

44 horas semanais

9Jornal da Federação

HistóricoEm meados do século XIX, os trabalhadores chegavam acumprir 18 horas diárias e somente sua mobilização garantiuque estas jornadas se reduzissem. No Brasil, a primeira gran-de greve pela redução da jornada ocorreu em 1907, e atin-giu trabalhadores de São Paulo, Campinas, Santos, RibeirãoPreto e Rio de Janeiro, conseguindo que jornadas de 12 a15 horas diárias fossem reduzidas para 10 e até mesmo 8horas. Manifestações continuaram a ocorrer até que em1934, a Constituição determinasse a jornada legal em 8 ho-ras diárias e 48 horas semanais, mas com a possibilidade deserem feitas duas horas extras diárias. Meio século depois,na Constituição de 1988, a jornada legal foi reduzida para44 horas semanais. As horas extras continuam permitidas econseguiram evitar a geração de muitos postos de trabalho.Nos últimos anos, o trabalho exercido em horário que ultra-passa o legal passou a integrar o Banco de Horas, mecanis-mo de flexibilização da jornada que assegura que horascumpridas além da jornada regular de 44 horas serãodeduzidas em momento futuro, normalmente de baixa produção, para que o tra-balhador não fique ocioso. Foi justamente a generalização do Banco de Horas umdos fatores que fez com que o processo de redução de jornada estabelecido em1998 pelo governo francês gerasse somente 400 mil postos, apenas 1,7% do totalde empregos da França.

Reduzir para 40 horasA proposta das centrais sindicais, de redução da jornada de trabalho de 44para 40 horas semanais teria, potencialmente, a capacidade de gerar 1.817.749postos de trabalho. Isto porque, segundo a RAIS - Relação Anual de Informa-ções Sociais - em 2003, 18.314.855 trabalhadores com carteira assinada noBrasil, tinham jornadas entre 41 e 44 horas. Caso se limitasse a jornada em 40 horas semanais, 3,97 horas de cada um delesestariam disponíveis para serem realizadas por outro trabalhador. Assim, para manter o mesmo nível de produção, sem alterarqualquer outra variável, seria necessário empregar mais 1.817.749 trabalhadores que executariam, assim, as 72.709.974 horasque deixariam de ser cumpridas por aqueles que tiveram sua jornada reduzida.A proposta das centrais envolve o corte de 4 horas na jornada legal atual, ou seja, uma redução de 9,09%. No conjunto de regiões ondea PED é realizada, cerca de 4,5 milhões de trabalhadores têm, atualmente, jornadas acima de 40 horas semanais. Levando em conta ototal de empregados que superam, em cada região, uma jornada de 40 horas e dividindo este total pelo número de postos potencial-mente gerados regionalmente pelo fim das horas extras é possível se obter um percentual de postos de trabalho a ser gerado em cadaregião. Na média aritmética do conjunto delas, este percentual corresponde a 5,62%.Nacionalmente, segundo a RAIS, 18.314.855 trabalhadores cumprem jornada superior a 40 horas. Considerando para o conjuntode assalariados do país o mesmo percentual - de 5,62% - registrado para as regiões metropolitanas, verifica-se que poderiam sergerados 1.029.294 postos. Somando-se este total com os empregos gerados apenas com a eliminação da hora extra e de mecanis-mos como o Banco de Horas, conclui-se que a redução da jornada poderia gerar 2.847.043 novos empregos.

Fonte: Dieese

na luta pelada jornada

o apoio de mais de um milhão depressionar o Congresso Nacional ação da jornada

na luta pelada jornada

Jornal da Federação10

ENTREVISTA

produção de álcool e açúcar das 370usinas e destilarias do País serãomonitoradas em tempo real pelo Go-

verno Federal, a partir de 1º de fevereiro,quando entra em operação o SapCana - Siste-ma de Acompanhamento da ProduçãoCanavieira. Dados sobre produção, saídas eestoques de todas as unidades produtoras doBrasil deverão ser informados quinzenalmen-te ao Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (Mapa). As informações esta-rão à disposição de qualquer pessoa, de formaconsolidada, por unidade federativa, no site doMapa. As informações transmitidas ao Mapapelas unidades produtoras serão cruzadas comos dados fornecidos pela ANP - Agência Naci-onal de Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis, que acompanha acomercialização do produto após a saída dausina. Os relatórios, até então, eram enviadospor fax, endereço eletrônico ou impresso. Ago-ra, cada unidade produtora terá uma senha deacesso direto ao sistema na página de internetdo Ministério da Agricultura, para onde serão

Governo terá controle online da produção sucroalcooleiratransmitidos os dados. O acompanhamento dasinformações será feito por funcionários, quedesempenham funções de digitação, análise econferência dos dados. O novo sistema foiapresentado pelo Governo no início de dezem-bro de 2007 para representantes dos sindicatosde produtores de açúcar e álcool do País e dasfederações dos plantadores de cana-de-açúcar.

BNDES vê com otimismo expansão do se-tor sucroalcooleiroOs investimentos no Brasil no aumento dacapacidade de produção de açúcar e álco-ol deverão continuar, mesmo após a criseinternacional desencadeada em 2007 pelosetor imobiliário americano. As vantagenscompetitivas e comparativas do setorsucroalcooleiro do Brasil continuam atrati-vos, segundo Paulo Faveret Filho, gerentede biocombustíveis do BNDES (Banco Na-cional de Desenvolvimento Econômico eSocial). Em 2007, o BNDES desembolsouR$ 3,7 bilhões para o setor sucroalcooleiro,dos quais R$ 1,8 bilhão foi destinado paraampliação da capacidade produtiva. Oti-mistas, analistas de mercado afirmam queos aportes de grandes grupos continuam,mesmo com o cenário de superávit globalde açúcar, o que pode pressionar as cota-ções da commodity. Segundo Faveret, osprojetos atuais das usinas em análise pelobanco são de grande porte. Atualmente, ovalor médio desses projetos é de R$ 380milhões, o dobro do projetado em janeiropassado (R$ 178 milhões). Há dois anos, es-tavam em R$ 78 milhões. Em 2007 os de-

sembolsos foram para projetos em 530 mu-nicípios diferentes, ante os 360 municípi-os de 2006 e 229 de 2004. Segundo oBNDES, os desembolsos para esse setordevem continuar crescendo em 2009, masem ritmo menos acelerado. Desde 2001, ocrescimento médio anual de liberações aosetor foi de 72%. Há sete anos, o bancoliberou R$ 350 milhões para essa ativida-de. O Brasil conta com mais de 150 proje-tos de novas usinas, com aportes em tornode US$ 20 bilhões. Deste total, apenas 80devem sair do papel no curto e médio pra-zo, segundo analistas.

Setor ainda importa mão-de-obraApesar da crescente mecanização da co-lheita da cana-de-açúcar, o Estado de SãoPaulo ainda vai depender da importaçãode mão-de-obra de outros Estados para asafra deste ano. A Pastoral do Migrantede Guariba e os sindicatos rurais das re-giões canavieiras calculam que as usinastrarão 55 mil migrantes do norte de Mi-nas Gerais e dos Estados do Nordeste paraa colheita, cujo início, normalmente emmaio, será antecipado para 1º de abril. Achegada dos ônibus com os cortadores jámudou a rotina de cidades das regiõescanavieiras de Piracicaba, Ribeirão Pre-to e Avaré. De acordo com EduardoPorfírio, do Sindicato dos EmpregadosRurais de Mineiros do Tietê, na regiãocentral do Estado, os migrantes chegamcom a carteira de trabalho assinada e vãodireto para as usinas.

SETOR DO ÁLCOOL

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Reconhecida pelo Ministério do Tra-balho e Emprego, a ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores Quími-cos (CNTQ), presidida por AntonioSilvan Oliveira, agora representa ofi-cialmente os trabalhadores químicosde forma nacional. No dia 10 de de-zembro de 2007, o secretário do Tra-balho do Ministério do Trabalho, LuizAntonio Medeiros, entregou a cartade reconhecimento oficial da CNTQ,na sede da Delegacia Regional doTrabalho, em São Paulo. Entrevista-do pelo Jornal da Federação, Silvanconta como esta sendo o traba-lho da CNTQ.

Antonio Silvan de Oliveira,presidente da CNTQ

Jornal da Federação - Quantos trabalhado-res a CNTQ representa em todo o Brasil?Antonio Silvan - Representa aproximadamen-te um milhão de trabalhadores em todo oBrasil, desde segmentos petrolíferos atéreciclagem plástica, passando pelos ramosquímicos, abrasivos, tintas e vernizes, pro-dução do álcool, entre outros.

J. F. - Quais os principais objetivos da Confe-deração?Silvan - Um papel importante que a CNTQtem se dedicado é fortalecer a luta pelamobilização em prol da redução da jornadade trabalho sem redução dos salários. Tam-bém lutamos para oferecer uma maior quali-dade de vida e segurança aos trabalhadores,fazendo com que eles tenham condições dig-nas de sobrevivência. Não deixando de ladoa luta por formação e qualificação profissio-nal a todos os trabalhadores e seus dependen-tes. Nós reconhecemos que o território brasi-leiro é muito grande e a economia acaba so-frendo diversas mudanças, dependendo daregião onde está localizado o parque indus-trial, como diferentes encargos, taxas e im-postos. Por isso, a categoria química vai lutarem nível nacional para reduzir as distânciassociais e econômicas que ainda existem emdiversas regiões. A CNTQ vai lutar para me-lhorar a qualidade de vida da categoria.

J. F. - Quais são essas diferenças?Silvan – Uma das diferenças é o salário pagopara realizar a mesma função, que varia de

valor, dentro de uma determinada empresae também em inúmeros locais do país. Ouseja, esta indústria aplica um valor diferen-te em cada planta, porém a função não so-freu mudança. Lembrando que quando oproduto final é comercializado, seu preçonão sofre nenhuma alteração porque foi fa-bricado nesta ou naquela cidade.

J. F. - O que mudou com o registro do Mi-nistério do Trabalho?Silvan - Nossas ações serão para que todosos trabalhadores nas indústrias químicas detodo o Brasil acompanhem os avanços des-te importante segmento em nível de Brasil,garantindo direitos iguais a todos os funcio-nários destas empresas.

J. F. - Quais foram as atividades da CNTQem 2007?Silvan - Procuramos fortalecer acapacitação de lideranças sindicais, reali-zando 1º Encontro Estadual do Setor Quí-mico, em Minas Gerais; Encontro de diri-gentes sindicais e trabalhadores da empre-sa Dupont, em Praia Grande; intercâmbioentre dirigentes de todo o Brasil, para co-nhecimento e troca de informações sobreas Convenções Coletivas. Criamos uma co-missão nacional para negociação do pro-grama de PLR da White Martins, emPernambuco. Promovemos o Encontro Na-cional do Setor Sucroalcooleiro, que envol-veu, além da categoria química, também osetor rural, transporte e alimentação.

11Jornal da Federação

SETOR DO ÁLCOOL

No dia 18 de março, lideranças sindicais da Fequimfar e CNTQ participaram de uma audiência com o ministro do trabalho CarlosLupi para tratar de assuntos referentes aos segmentos químico, plástico, farmacêutico e produção de álcool.

o dia 7 de março, véspera do Dia Internacional das Mulheres, lideranças da Força Sindical, Fequimfar, STI Brinquedos e STIItapetininga entregaram uma pauta contendo 19 reivindicações específicas de trabalhadoras para dirigentes da Fiesp eFecomércio. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, lembrou que essa discussão começou com os

químicos e agora a central também elaborou uma pauta exclusiva de gênero para todos os segmentos, que será negociada ao longode todo o ano. Maria Auxiliadora dos Santos, secretária-adjunta da Mulher da Força Sindical e presidente do STI Brinquedos, dizque é importante levar para mesa de negociação também as mulheres do lado empresarial, porque “entendem melhor o que a outraestá pedindo”. Neuza Barbosa, secretária nacional da Mulher da Força Sindical, propôs aos empregadores a criação de comissõespermanentes de negociação para debater as reivindicações. Segundo Auxiliadora, a pauta inclui novos temas, como: trabalhadormigrante; licença maternidade; estabilidade provisória do empregado (pai); prevenção e combate ao assédio sexual e moral;promoção da igualdade no ambiente de trabalho; assistência a mulher em situação de violência doméstica ou familiar; motivar otrabalho decente.

Escritório da CNTQ em BrasíliaNo dia 18 de março, estiveram presentes às instalações do escritório sede da CNTQ (Confederação Nacional dos TrabalhadoresQuímicos), em Brasília, seu presidente Antonio Silvan de Oliveira, que também é presidente do STI Guarulhos, junto com DaniloPereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força São Paulo, Sergio Luiz Leite, secretáriogeral da Fequimfar, Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro geral da Fequimfar e presidente do STIItapetininga, Luciano Martins Lourenço, secretário nacional da SNQ, Orlando Machado Salva-dor, presidente da Federação dos Químicos de Rio Grande do Sul e José Roberto da Cunha,presidente do STI Araçatuba. O escritório está localizado na SRTVS, quadra 701, bloco A, sala712. Para entrar em contato, o email é: [email protected]

Trabalhadorasreivindicam direitosNo Dia Internacional dasMulheres, dirigentessindicais entregam pautade reivindicações aentidade patronais

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Dirigentes sindicais fazem manifestação em frente à Fiesp

Dirigentes reunem-se na sede da CNTQ Escritório conta com estrutura para atender filiados Está localizado em Brasília

Reunião com o Ministro

Jornal da Federação12

ESPAÇO DA FORÇA

Reconhecimento dascentrais

presidente Lula sancionou, no dia 31 de março, oprojeto de Lei nº 1990/07, que reconhecejuridicamente as centrais sindicais como entidades de

representação dos trabalhadores. O projeto já havia sidoaprovado pela Câmara dos Deputados no início de março.“O reconhecimento das centrais representa um grandeavanço. Reconhecidas, as centrais ficam mais fortalecidaspara lutar pelos direitos dos trabalhadores”, afirma o presidente da Fequimfar e da Força São Paulo, Danilo Pereira da Silva. Daniloparticipou ativamente e foi o representante da Força, nas discussões do Fórum Nacional do Trabalho, que resultaram na legalizaçãodas centrais. As centrais, como associações civis, negociam com os empregadores e com o governo, são filiadas a entidadesinternacionais e participam de conselhos governamentais. Com o seu reconhecimento, o trabalhador e o movimento sindical estãofortalecidos, porque suas atividades terão força não apenas política, mas também jurídica. Segundo Sergio Luiz Leite, secretário geralda Fequimfar, diz que a legalização das centrais é fruto de uma reivindicação histórica dos trabalhadores e irá contribuir para ofortalecimento da democracia participativa com a manifestação da classe trabalhadora nos grandes problemas nacionais. Danilodestaca algumas das frentes de atuação das centrais, como a negociação de um contrato coletivo nacional de trabalho; discussãoreferente à guerra fiscal que se propagou em várias cidades deixando um saldo de mão de obra barata e desorganizada; elaboraçãode políticas públicas; discussão de grandes questões econômicas, como taxa de juros, impostos, investimentos públicos, saláriomínimo nacional e os pisos estaduais, aposentadorias e Previdência, políticas de educação e qualificação profissional, de saúde esegurança pública. “Não podemos esquecer que se não fossem os sindicatos e se os sindicalistas não escolhessem se filiar e ajudara mantê-las, as centrais jamais existiriam. Os sindicatos sempre serão a base da estrutura sindical”, concluí Danilo.

Lula sanciona projeto de lei queregulariza as centrais sindicais

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PAC da SaúdeLula lança PAC da Saúde que pretende melhorar qualidade e ampliar serviços

A Fequimfar esteve presente no dia5 de dezembro ao lançamento doPAC da Saúde, pelo governo Fede-ral, um programa que cria novas di-retrizes para a política de saúde doBrasil, na pessoa de seu coordena-dor do departamento de Saúde doTrabalhador, João Donizeti Scaboli,que também representou a ForçaSindical. O programa deverá criartrês milhões de empregos. Segundoo Ministério da Saúde, o ProgramaMais Saúde terá quatro pilares bási-cos: Promoção e Atenção à Saúde:a Família no Centro da Mudança;Ampliação do Acesso com Quali-dade; Gestão, Trabalho e ControleSocial; e Desenvolvimento e Inova-ção em Saúde. O “Mais Saúde” con-templa 73 medidas e 165 metas, umconjunto de iniciativas que permiteconsolidar a percepção estratégica deque a Saúde constitui uma frente de

expansão que vincula o desenvolvimento econômico ao social. Inse-re-se, portanto, na perspectiva aberta pelo governo do presidente Lula,ao lançar uma estratégia nacional de desenvolvimento sinalizada pelaformulação e pela apresentação do Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC) à sociedade brasileira.

Propostas

• Criar novas regras de ressarcimento do Sistema Único de Saúde(SUS) pelas operadoras de planos de saúde, quando seus

clientes usarem a rede pública. A regra já existe, mas suaaplicação é prejudicada por brechas legais e burocracia.

• Saúde da Família, programa que leva médicos, enfermeiros eauxiliares à população de baixa renda, deverá atender 130milhões de pessoas em 2011, desenvolvendo ações depromoção, prevenção e atenção à saúde. Hoje, são atendidas90 milhões.

• Programa Brasil Sorridente terá mais 8 mil equipes implantadasem todo o país.

• Dentro do Farmácia Popular, serão criadas mais 600 farmáciaspopulares e o número de medicamentos do programa passaráde 9 para 25.

• Está previsto ainda o reajuste da tabela do SUS, com gastosadicionais de R$ 5 bilhões nos quatros anos, e a criação de132 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que deverãofuncionar 24 horas por dia, nos sete dias da semana.

• A promessa do governo é que o Serviço de Atendimento Móvelde Urgência (Samu) ganhe mais 4.200 ambulâncias, além dedez helicópteros e 14 embarcações - ambulanchas - para fazero atendimento das populações ribeirinhas.

• Mudanças nos planos de saúde para que o usuário não precisese submeter a um novo prazo de carência quando trocar deconvênio.

• Está previsto também investimentos para fortalecer aprodução de remédios no Brasil. Segundo a AgênciaSenado, o governo federal investirá em modernização físicade 75% dos laboratórios da Rede Nacional de Produção deMedicamentos para aumentar em 50% a oferta de remédiosproduzidos pelos 19 laboratórios oficiais.

13Jornal da Federação

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

convite da Federação Nacional dosSindicatos da China (FNSCh),Danilo Pereira da Silva, presidente

da Fequimfar e da Força São Paulo, juntoa uma delegação da Força Sindical, visitouo país, entre os dias 5 e 13 de janeiro.Danilo disse que o objetivo da viagem foio intercâmbio e a troca de informaçõessobre a realidade dos trabalhadores econjuntura política, econômica e socialbrasileira e chinesa. Entre os temas quemais preocupam o movimento sindicalestão: desemprego, jornada de trabalho,o diálogo social, liberdade sindical, osprocessos de integração, os tratados delivre comércio, a migração de empresas e

direção da Força São Paulo convocou para os próximosdias 24 e 25 de julho a realização do seu 4º CongressoEstadual. Em princípio, será realizado no novo Centro de

Integração do Idoso da Força Sindical na cidade de Americana.Segundo Danilo Pereira da Silva, presidente da Força SP, aescolha do local atende o desejo de interiorizar a atuação dacentral. Para preparar o congresso serão realizadas quatroplenárias. A primeira, dia 28 de março, em Tupã, vai reunir ossindicatos da região de Presidente Prudente, Araçatuba, Maríliae Ourinhos. No dia 25 de abril, em Catanduva, a plenária reúneos sindicatos da região de São José do Rio Preto, Ribeirão Preto

4º Congresso da Força SãoPaulo será em julho

Quatro plenárias vão preparar o 4ºCongresso Estadual da Força SP emAmericana nos dias 24 e 25 de julho

FORÇA SÃO PAULO

mão de obra barata em locais onde a açãosindical fraca, o trabalho decente, asquestões de gênero, juventude, trabalhoinfantil e os direitos humanos.“Participamos também do FórumInternacional sobre globalização etrabalho decente, cuja abertura teve apresença do presidente da China, HuJintao, e visitamos empresas dos setoresmetalúrgicos, comércio, têxtil e químicos”,conta Danilo. “É importante conhecer arealidade dos trabalhadores e dasentidades sindicais dos países asiáticos.Devemos estreitar cada vez mais asrelações sindicais, políticas e fraternascom as entidades internacionais tendo

como base a o respeito a diversidade depensamento e particularidade de cadapaís”. Participaram da delegação da ForçaSindical representantes dos setores daalimentação, metalúrgicos, comerciários,costureiras, vestuário e couro e calçado.Dos químicos, Danilo e Maria Auxiliadorados Santos, presidente do STI Brinquedos,participaram do intercâmbio. Daniloafirma que a central tem incentivado osintercâmbios internacionais parafortalecer a luta dos trabalhadores emâmbito nacional, visto a importância daunidade do movimento sindical frente aosdesafios da globalização.

e Araraquara. No dia 16 de maio, em Piracicaba, haverá aplenária da região de Bauru, Botucatu, Sorocaba e Campinas. E,por fim, no dia 20 de junho, em São Paulo, acontece a plenáriada Capital, Baixada Santista, Vale do Paraíba, ABC, Osasco eAlto Tietê. Já foram criadas também quatro comissões (jurídica,de organização, de finanças e técnica) que estão preparando osdocumentos e a infra-estrutura do Congresso. Os companheirosque quiserem colabora devem procurar o secretário geral daForça SP, Hélio Herrera Garcia, o Peninha.

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Intercâmbio na ChinaIntercâmbio na China

Jornal da Federação14

SAÚDE E SEGURANÇA

Entre o dia 19 de janeiro e o carna-val, a Federação dos Químicos, como apoio da Coordenação Municipal deDST/Aids, Federação dos Comerciáriosde São Paulo e Feaac (Federação dosEmpregados de Agentes Autônomos doComércio do Estado de São Paulo), pro-moveram a 13ª edição do Projeto Ve-rão sem Aids – Valorizando a Vida,na Praia Grande. A abertura do proje-to contou com um grande show nabeira da praia, com bandas musicaise artistas. Além das atrações musicais,que atraíram mais de 6 mil pessoas,voluntários distribuíram preservativose materiais informativos sobre preven-ção a Aids e erradicação da discrimi-nação de soropositivos nos locais detrabalho. “Foi um grande sucesso olançamento da 13ª edição do ProjetoVerão sem Aids”, declara JoãoDonizeti Scaboli, responsável pelo de-partamento de saúde, segurança emeio ambiente da Fequimfar. “As pes-soas compareceram durante todo oevento e receberam informações, ca-misetas e brindes.” Scaboli, oidealizador do projeto, afirma quemais de 4.500 kits foram distribuídosdurante os shows na praia contendosacola e folheto informativo, preser-vativo masculino e viseira. O Sindi-cato dos Químicos de Santos, filiado

13ª edição do VerãoSem Aids atingemilhares de pessoas

à Fequimfar, também têm realizadotrabalho de distribuição de informati-vos em Cubatão, São Vicente, Santose Guarujá. A Fequimfar foi represen-tada por Jurandir Pedro de Souza, te-soureiro-geral da Fequimfar, AntônioSilvan Oliveira, presidente do STIGuarulhos, Maurílio Pereira Alvin,presidente do STI Marília, HerbertPassos Filho, presidente do STI Bai-xada Santista, Levy Gonçalvo, dire-tor da Fequimfar, Carlos Alberto dosSantos, presidente do STI Sorocaba eMaria Nalva Vieira Gama, presiden-te do STI Jaguariúna, além de dirigen-tes de sindicatos filiados como Ins-trumentos Musicais e Brinquedos,Itapecerica da Serra, Salto, Ipaussú eCosmópolis.Nessa edição, o destaque ficou paraa apresentação dos artistas e bandas,em shows musicais que foram coman-dados por uma equipe de apresenta-dores. Ressaltando que todos os diri-gentes, artistas e apresentadores ves-tiram literalmente a camisa do Proje-to Verão sem Aids, e nas apresenta-ções destacaram frases informativase atitudes cidadãs, referentes à pre-venção a aids e erradicação da dis-criminação de soropositivos nos locaisde trabalho. O evento conciliou in-formação, distribuição de material de

prevenção e lazer. Uma combinaçãoque permite aliar alegria na presta-ção de serviço à comunidade e a cer-teza da lembrança dos conceitos de-fendidos pelo Projeto Verão Sem Aids– Valorizando a Vida. O trabalho decorpo a corpo contou com o apoio daPrefeitura Municipal de Praia Grandee do Ministério do Trabalho, atravésda Fundacentro, Ministério da Saúde,Conselho Nacional da Saúde, Coor-denação Estadual DST/AIDS de SãoPaulo, Polícia Militar, Corpo deBombeiros e de entidades como ForçaSindical, Força Sindical São Paulo,CNTQ (Confederação Nacional dos Tra-balhadores Químicos), SNQ (Secreta-ria Nacional dos Setores Químicos daForça Sindical), Sindicato dos Quími-cos da Baixada Santista, dos demais sin-dicatos filiados à Fequimfar, Federaçãodos Empregados no Comércio do Esta-do de São Paulo (Fecesp), Sindicato dosComerciários de Santos, Sindicato dosComerciários de São Paulo, Federaçãodos Empregados de Agentes Autônomosdo Comércio do Estado de São Paulo(Feaac) e Sindicato dos Trabalhadoresem Telecomunicações (Sintetel). Du-rante todo o ano de 2008 serão realiza-das atividades sobre prevenção a aids,na Baixada Santista, cidades do interi-or paulista e na capital.

João Donizete Scaboli, um dos idealizadores do Projeto Verão Sem Aids

Show de abertura do Verão sem Aids atrai milhares de pessoas que recebem informações sobre a doença

15Jornal da Federação

SAÚDE E SEGURANÇA

HistóricoO Projeto Verão Sem Aids, ide-alizado e coordenado por JoãoDonizeti Scaboli é uma inicia-tiva da Federação dos Quími-cos, reconhecida pela ONU epelo Ministério da Saúde, queanualmente atinge cerca de ummilhão de pessoas no litoralpaulista. Criado em 1994, o pro-jeto tem o objetivo de prevenire diminuir o número de casos decontaminação pela Aids e a er-radicação da discriminação desoropositivos nos locais de tra-balho. Teve início na BaixadaSantista, mas os sindicatos fili-ados a Fequimfar já promovemeventos semelhantes nas outrascidades. Nesses 12 anos de exis-tência, já foram realizadas di-versas palestras e oficinas deconscientização e prevençãoda aids, e também distribuídospreservativos para a população,turistas e empresas do pólo pe-troquímico da Baixada e comu-nidades locais. Para informar otrabalhador, a Fequimfar publi-ca uma série de manuais naárea de saúde e segurança, en-tre eles, Saúde e Trabalho, Di-cas Úteis para o Trabalhador(2000), Acordo e Legislação so-bre Benzeno (2001), ConvençãoColetiva sobre Prevenção deAcidentes em Máquinas Injeto-ras de Plástico (2001), Aids eDSTs, Riscos e Prevenção(2002). O evento já consegueatingir aproximadamente ummilhão de pessoas por ano, en-tre homens e mulheres, criançase idosos, de todas as faixas etá-rias. Scaboli explica que a me-lhor forma para conter a doen-ça é a prevenção. “Nos últimosanos, muitos medicamentos fo-ram desenvolvidos para os do-entes, mas sabe-se que o maisimportante ainda é a prevenção.Levar o progresso científico eremédios caros para a socieda-de não é tão simples, por isso éfundamental a educação sexu-al nas escolas, em casa e nosambientes de trabalho, às co-munidades e à sociedade emgeral”, declara

Diversas lideranças sindicais apoiaram o Verão Sem Aids

Banda Mahal agita milhares de pessoas no show de abertura

Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro da Fequimfar, prestigia o evento

Antonio Silvan, presidente do STIGuarulhos e da CNTQ

Herbert Passos, presidente do STI Santos (dir.)participam do Verão Sem Aids