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Luz, câmera, Ação!

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Dezembro/2007 | por Paula Craveiro | Revista Filantropia nº 32

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4 Revista Filantropia • Nº 32

Gente que faz o bem

Revista Filantropia: Conte um pouco sobre sua carreira, seus principais trabalhos e projetos.

Serginho Groisman: Tenho formação jornalística. Iniciei minha carreira de jornalista trabalhando em rádios e jornais. Depois, dei aulas em uma universidade, para o curso de Rádio e TV; e também fui coordenador de cursos. Já tive programas de rádio e dirigi a Rádio Cultura AM. Tive passagem pela TV Cultura, onde apresentei o “Matéria Prima”; e pelo SBT, com o “Programa Livre”. Atualmente, apresento o programa “Tempos de Escola”, no Canal Futura, e “Altas Horas” e “Ação”, na TV Globo. Também ministro palestras e escrevo para alguns jornais e revistas.

Filantropia: Como você passou do jornalismo para um trabalho direcionado ao público jovem?

SG: Na verdade, eu não passei de um para o outro. No próprio jornalismo já traba-lhava com jovens. Fiz esportes, mas também no colégio e na faculdade coordenava a área cultural. Depois, na Band FM, trabalhei em um programa voltado para esse público. Mais tarde, fui para a Rádio Cultura AM trabalhar com jovens no programa “Matéria Prima”, que posteriormente foi adaptado para

a televisão. Então, a passagem do jornalismo para a televisão foi tranqüila.

Filantropia: Nesses anos à frente de programas voltados aos jovens, você certamente teve o papel de formador de opinião em di-versas questões, como política e sexo – temas geralmente considerados “fora da realidade” para essas pessoas. Você tem consciência da infl uência que exerce sobre esse público?

SG: Para ser sincero, não acredito que infl uencie o público. A televisão é uma mídia muito dinâmica. Ela pode despertar a curio-sidade, o que já é bom. Mas, de verdade, não creio que eu tenha infl uência sobre os jovens. Apenas tento despertar a curiosidade. A leitura, sim, transforma os jovens.

Filantropia: Você acredita que pessoas com elevado grau de destaque e credibilidade, como é o seu caso, têm a responsabilidade de contribuir socialmente e de serem bons exemplos ao público?

SG: Acredito que pessoas conhecidas têm o poder de, com seu nome e prestígio, alavancar algumas ações. Por isso, estou sempre aberto a participar de atividades ligadas a questões sociais e ambientais. Sou participante, por exemplo, do Greenpeace.

Por Paula Craveiro

Há anos na mídia, Serginho Groisman é um dos comunicadores mais queridos e respei-tados do país. O segredo dessa conquista deve-se, em boa parte, ao fato de ser um dos

poucos – único? – a dar voz aos jovens, um público nem sempre levado muito a sério.Outra razão é seu engajamento com a área social. “Sempre que tenho oportunidade,

estou envolvido com alguma causa. Gosto de estar aberto a participar de atividades de fi ns sociais e ambientais”, destaca o apresentador. Prova de seu interesse pelo setor é o programa “Ação”, apresentado nas manhãs de sábado na TV Globo.

Nesta rápida entrevista à Revista Filantropia, o jornalista e apresentador conta um pouco sobre sua carreira, sua ligação com o público jovem, sua atuação na área social e destaca, ainda, a importância do voluntariado para o desenvolvimento do país. Fala garoto!

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Luz, câmera, Ação!Dinamismo, jovialidade e responsabilidade socioambiental fazem parte do dia-a-dia do apresentador Serginho Groisman

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Filantropia: Como surgiu a idéia de fazer um programa voltado para a questão do voluntariado e da responsabilidade social (“Ação”)?

SG: O programa “Ação” nasceu como parte das comemorações dos 500 anos do des-cobrimento do Brasil, em 2000, promovidas pela Rede Globo. Inicialmente, ele fi caria no ar até 22 de abril daquele ano, data do descobrimento. A idéia era mostrar que há muito o que fazer no Brasil, mas que também muitas coisas já estão sendo feitas. O “Ação” trata de arte, cidadania, educação, geração de renda e voluntariado. Ele fez tanto sucesso que vamos comemorar oito anos.

Filantropia: Qual a importância do voluntariado para você?

SG: O voluntariado veio para suprir as necessidades que o povo tem e que o gover-no não dá conta, por esse ou aquele motivo. E essa atividade cresce a cada dia. O mais importante é a consciência social que cada voluntário adquire com sua prática. Quem puder, deve sim ser voluntário.

Filantropia: Quando e como foi o início de sua participação na área social?

SG: Sempre tive motivações sociais. Tudo que fi z, no jornalismo, em rádio ou na televisão, foi desenvolvido a partir da idéia da criação de um Brasil melhor, de um Brasil mais justo. Essa tem sido minha motivação.

Filantropia: Atualmente, você está diretamente envolvido com alguma entidade ou projeto social?

SG: Ajudo algumas instituições (prefi ro não citar nomes). Porém, mais do que ajudar fi nanceiramente, o importante é você ter uma atitude de respeito e solidariedade às instituições, ONGs e Oscips, que merecem crédito pelo ótimo trabalho que vêm desempenhando.

Filantropia: Você acredita que a cons-cientização da população em relação ao social está aumentando?

SG: Sim, certamente. O voluntariado no Brasil, assim como em todos os outros países, cresceu muito e, junto com ele, a consciência social. Mas ainda estamos longe de ter um país com atitude nessa área. Crescemos dia a dia nesse sentido.

Filantropia: Você considera necessária a ligação da sociedade a entidades ou mo-vimentos sociais?

SG: Evidente. Sem essa parceria, sem a troca de experiência de ambos os setores, o movimento social se enfraquece.

Filantropia: Para você, quais são os caminhos para melhorar a qualidade de vida da população?

SG: Na verdade, o caminho é um só: precisamos indiscutivelmente de educação. Temos problemas em todas as áreas e isso não é novidade a mais ninguém, mas a solução, no meu ponto de vista, está na educação. Não adianta apenas oferecer comida e cultura. Um povo educado sa-berá fazer melhor suas escolhas para o real desenvolvimento do país.

Filantropia: Você acredita que as políticas públicas sociais têm amadurecido nos últimos anos?

SG: Acredito que temos apresentado melhoras, sim, mas elas ainda insuficientes frente à tudo o que precisamos. A meu ver, uma das medidas mais urgentes e neces-sárias é a desburocratização do Estado. A demora nas metas das políticas sociais é um sério entrave.

Filantropia: Quais são suas perspec-tivas profi ssionais como pessoa pública e agente social?

SG: Quero poder participar ain-da mais de ações e movimentos sociais e ambientais, e sentir que, com o meu trabalho, de alguma maneira, estou contribuindo para o despertar crítico das pessoas, para sua conscientização.

Não creio que eu tenha infl uência sobre o

público. Apenas tento despertar a curiosidade. A leitura sim transforma

os jovens

O apresentador é participante do GreenpeaceZÉ P

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Serginho Groisman nos estúdios do “Altas Horas”

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“A saída está na educação. Um povo educado saberá fazer melhor suas escolhas para o

desenvolvimento do país”

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