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1 Universidade Federal Fluminense Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Teoria e História da Formação das Cidades GENEALOGIA DO URBANISMO ATUAL GENEALOGIA DO URBANISMO ATUAL História Urbana e Teoria da Percepção História Urbana e Teoria da Percepção Cristiana Friedman, Marcello Saldanha e Marcelo Brasil Cristiana Friedman, Marcello Saldanha e Marcelo Brasil GEU/UFF GEU/UFF 2007 2007

Lynch Cullen

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GENEALOGIA DO URBANISMO ATUALGENEALOGIA DO URBANISMO ATUALHistória Urbana e Teoria da PercepçãoHistória Urbana e Teoria da Percepção

Cristiana Friedman, Marcello Saldanha e Marcelo BrasilCristiana Friedman, Marcello Saldanha e Marcelo Brasil

GEU/UFFGEU/UFF20072007

  

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A Primeira Tradição

A primeira tradição, mais ligada à arquitetura, se inicia no

Renascimento. É a “arte urbana”, segundo expressão introduzida

pelo historiador de arte Pierre Lavedan para designar a edificação e a

disposição do espaço urbano, tal como ambas foram teorizadas a

partir do século XV e posteriormente postas em prática desde o

Renascimento até o neoclassicismo

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A Arte Urbana

A arte urbana aplica as noções de proporção, regularidade,

simetria e perspectiva aos edifícios, às praças e aos elementos de

relação: colunatas, portadas, arcos, jardins, obeliscos, fontes,

estátuas;

O advento da revolução industrial põe fim à primazia da arte

urbana e supõe o desaparecimento paulatino no ocidente dos

modos tradicionais de construção da cidade.

 

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A Semiologia do Espaço

 Parte do pressuposto que toda realidade espacial, como o texto

escrito, possui uma dimensão significante, suscetível de

conhecimento científico, que deve servir de fundamento para dotar

de significado, de sentido, a realidade espacial construída.

 Kevin Lynch, um dos principais autores desta corrente, substitui

a metáfora conflitiva da legibilidade do espaço urbano pela idéia de

“imaginabilidade”, que assemelha a percepção das formas a uma

imagem, em lugar de um texto suscetível de leitura.

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Kevin Lynch (1918-1984)  Nascido em Chicago conclui seus estudos escolares em 1935, quando decide cursar arquitetura na Escola de Arquitetura de Yale;

Em contato com Frank Loyd Wright, entre 1937 e 1938 ingressa na Taliesin Fellowship, a escola de arquitetura fundada por Wrigth;

Ao deixar Taliesin Lynch ingressa no Reensealer Polytechnic Institute para estudar engenharia civil e estrutural;

Em 1947 realiza suas teses sobre o “controle de fluxo de reconstrução e replanejamento nas áreas residenciais”;

Trabalhou como planejador na Carolina do Norte (1948), mas de imediato é chamado para lecionar no Masters of Technology – MIT;

Na sua principal obra “A Theory of a Good City Form” (1981), propõe uma teoria do que seria a boa forma para uma cidade, analisando seus valores e formas.

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As Idéias de Lynch

 Kevin Lynch, urbanista pioneiro no trabalho com mapas

cognitivos urbanos nos anos cinqüenta, estava principalmente

interessado em como as pessoas estruturam a imagem do seu

ambiente, para, desta forma poder promover intervenções

urbanísticas, de acordo com as maneiras em que nós percebemos e

entendemos nossos ambientes.

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Kevin Lynch e “A Imagem da Cidade”

 Primeiro se identifica um objeto, o que implica na sua distinção das outras coisas;

Em seguida é necessário que a imagem inclua a relação estrutural ou espacial do objeto com o observador e com os outros objetos;

Em último lugar, este objeto deve ter para o observador um significado, tanto prático como emocional.

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Problemas identificados por Lynch em estudo da “imagem da cidade” de Boston

Esquema de pontos marcantes definidores da imagem da cidade

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Elementos físicos e perceptíveis como as vias, os limites, os bairros, os cruzamentos e pontos marcantes são os principais definidores da imagem da cidade, além de alguns outros fatores influenciadores dessa imagem como o significado social de uma área, sua função, a sua história ou até seu nome.

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Kevin Lynch (sentado, o segundo da esquerda p/ a direita) com Frank Lloyd Wright em Taliesin.

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Pressupostos Básicos do Enfoque Morfologista

 O objeto central da reflexão teórica é a forma física e espacial da cidade;

Deve existir uma disciplina analítica e autônoma, científica da forma urbana;

supõe a reconciliação de arquitetura e urbanismo em uma única disciplina em que a arquitetura adquire uma dimensão analítica ou científica e o urbanismo recupera sua dimensão espacial;

Desenho urbano: conceito utilizado para referir-se ao processo de concepção e de realização de ordenações físicas que permitam controlar a organização formal do crescimento urbano.

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Gordon Cullen (1914-1994) e o Townscape Movement

 Gordon Cullen (1914-1994), arquiteto inglês fundador do Townscape Movement, foi o principal articulador e ativista no desenvolvimento das teorias britânicas sobre desenho urbano no período do pós-guerra;

Trabalhou em Londres como ilustrador e diretor artístico de exposições na Gran-Bretanha e nas Índias Ocidentais;

A partir de 1956 atua como consultor paisagista, junto a numerosas instituições britânicas e na Fundação Ford com projetos urbanos em Nova Delhi e Calcutá;

Em 1961 publica o livro “Paisagem Urbana”, onde exprime a arte de tornar coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifícios, ruas e espaços que constituem o ambiente urbano;

A partir de 1970 torna-se membro honorário do Real Instituo dos Arquitetos Britânicos;

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As Idéias de Cullen

 Gordon Cullen é um dos autores que incorporaram a idéia de um

observador em movimento como elemento fundamental para a

percepção do espaço construído, e na obra Paisagem Urbana

propõe pela primeira vez a noção de visão serial como um

instrumento conceitual para uma leitura urbana.

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Desenhos de Cullen definindo Visão Serial

O conceito de Visão Serial

Seqüência de imagens de Westminster: a emoção e a sensação da descoberta

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A Paisagem Urbana

 Cullen acredita que a paisagem urbana pode ser apreendida e suscita reações emocionais, fato que se processa por meio de três aspectos:

1- O Aspecto Ótico: explicado utilizando como exemplo a situação de um transeunte que, ao atravessar a cidade, pode apreender a paisagem urbana numa sucessão de surpresas ou revelações súbitas chamadas de visão serial;

2- O Aspecto Local: considera as nossas reações perante a nossa posição no espaço, despertando o sentido de localização;

3- O Aspecto Conteúdo: relaciona-se com a própria constituição da cidade, em termos de cor, textura, escala, estilo, sua natureza, sua personalidade e tudo o que a individualiza.

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A Paisagem Urbana

A observação intencionada do lugar, unida ao destaque dos dados relevantes, conduzir-nos-á a descobrir os elementos urbanos capazes de produzir um impacto em nossas emoções.

Observação e o registro são os dois componentes básicos da operação necessária para conhecer o lugar.

Nos croquis pode

observar-se como

a presença ou a

ausência dos

elementos de

iluminação

modifica

sensivelmente o

espaço urbano.

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FIM