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Desenvolvido por: Apoio E M F O C O : E N D E R E Ç A N D O A S N E C E S S I D A D E S D O S I N V E S T I D O R E S E M R E L A T Ó R I O S C O R P O R A T I V O S S O B R E O D S

M E S E R O D I T S E V N S I D S O E D R S B E O D S … foco...avançar os ODS, uma agenda de mudanças ambiciosa para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca transformar

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

2 Prefácio

3 Sobre este documento

3 Sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

4 Sinopse

5 Seção I. Por que é importante que as empresas forneçam dados relevantes sobre os ODS para os investidores?

5 Abordagem ESG x ODS

5 A divulgação dos ODS tem importância tanto para as empresas como para os investidores

7 Dever fiduciário: uma consideração onipresente do investidor

9 Seção II. Elementos de relatórios de sustentabilidade sobre ODS Relevantes para os Investidores

13 Atendendo às expectativas: o que os investidores buscam em um relatório de sustentabilidade sobre os ODS

14 Mensagem e Abordagem

14 Estratégia e Governança

14 Conteúdo do Relatório

15 Informações prospectivas e de longo prazo

15 Formatos dos dados

16 Comunicação das ambições relacionadas aos ODS por meio de relatórios para dar suporte a financiamentos inovadores em ODS

17 Seção III. Conhecendo o seu público-alvo: Compreensão das Demandas Referentes aos ODS por Parte dos Investidores

19 Quem lê o seu relatório - entendendo a comunidade de investimento

20 Como os investidores usam as informações

22 Filtragem

22 Integração

22 Engajamento

24 Conclusão

25 Referências

27 Colaboradores

28 Agradecimentos

Índice

Essa publicação é uma tradução não oficial realizada para fins informativos. O Pacto Global da ONU, a PwC e a GRI não se responsabilizarão em caso de discrepância entre as versões original e traduzida. Esta tradução foi conduzida pela Rede Brasil do Pacto Global e teve apoio financeiro da MRV Engenharia e Participações e do Itaú Unibanco.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

PrefácioOs investidores se interessam cada vez mais em entender como as empresas como as empresas estão contribuindo e gerando impactos para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os negócios precisam de uma liderança corajosa para avançar os ODS, uma agenda de mudanças ambiciosa para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca transformar nosso mundo até 2030. Além disso, o investimento em oportunidades alinhadas com os ODS é um forte plano de negócios, que até mesmo ajuda a garantir retornos estáveis, melhor representação dos valores dos clientes e oferecer produtos financeiros sustentáveis que as diferenciam no mercado. Para informar seu processo decisório, os investidores buscarão informações sobre como as empresas estão transformando sua vantagem competitiva relacionada aos ODS em resultados comerciais e sobre a relevância dos ODS para as estratégias gerais.

O objetivo desta publicação é orientar as empresas para que elas alinhem suas divulgações relacionadas aos ODS com as informações que os investidores precisam. Ela complementa a publicação "Integrando os ODS nos Relatórios Corporativos: Um Guia Prático” (2018). Esperamos que ela ajude as empresas em seus esforços de aproximação com os investidores, além de auxiliar a mobilização das finanças sustentáveis necessárias para atingir os ODS, abrindo caminho para um mundo onde ninguém é deixado para trás.

Tim MohinDiretor Executivo GRI

Lise KingoCEO e Diretora Executiva Pacto Global das Nações Unidas

Fiona Reynolds CEO

PRI

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Sobre este documentoEste documento apresenta perspectivas e recomendações sobre os principais parâmetros dos relatórios corporativos relativos aos ODS, que os investidores provavelmente considerarão mais úteis. O objetivo é ajudar as empresas a incluírem informações sobre os ODS em seus relatórios de sustentabilidade, de uma forma que possa informar com eficácia os processos decisórios dos investidores.1 Ele é voltado para os profissionais que elaboram esses relatórios, responsáveis por integrar informações sobre os ODS em seus processos de divulgação. O documento também pode ajudar os investidores no seu engajamento com as empresas para as iniciativas voltadas aos Objetivos globais ODS.

Este trabalho parte das divulgações já disponíveis e não pretende criar uma nova estrutura de divulgação, uma fusão das estruturas existentes ou um novo conjunto de normas.

Ao se voltar especificamente para a necessidade dos investidores por informações relacionada aos ODS, este documento complementa a publicação "Integrando os ODS nos relatórios corporativos: Um Guia Prático", que descreve um processo para integrar os ODS nos processos comerciais e de divulgação, de acordo com princípios reconhecidos relacionados aos direitos humanos e ao meio ambiente.

Sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)Estamos em um momento crítico da evolução da sustentabilidade. A transparência se tornou um fato na condução dos negócios. A negociação de 2015 e a adoção dos ODS pelos líderes dos governos de 193 países ajudou a anuncia uma nova era de objetivos globais, voltados a solucionar os problemas mais prementes do mundo.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus 17 ODS oferecem uma meta em comum e um conjunto de resultados positivos pactuados, para lidar com os desafios de sustentabilidade mais urgentes do mundo e criar um futuro melhor para todos. Eles abordam questões como a redução da pobreza, educação, igualdade de gênero, água, energia sustentável, desigualdades e boa governança corporativa.

Alcançar os ODS exige fluxos de capital consideráveis. A previsão é de que será necessário um investimento total de US$ 90 trilhões até 2030 para alcançar os ODS. A mobilização desse capital exigirá que as empresas divulguem suas atividades relacionadas aos ODS, de forma que os investidores tenham insumos para tomarem decisões que levem ai desenvolvimento sustentável.

Embora a padronização dos relatórios empresariais relacionados aos ODS ainda esteja dando seus primeiros passos, os investidores demonstram interesse cada vez maior nesse tipo de informação.

FIGURA 1

O Contexto desta Publicação

Uma ambição de longo prazo:

Medição e gestão global das contribuições das empresas e investidores para os ODS

"Em Foco: Respondendo às Necessidades dos Investidores em Relatórios sobre ODS"

Demonstrar como são os relatórios comerciais de boa qualidade sobre os ODS que são relevantes para os investidores

Divulgação comercial sobre os ODS

UMA PLATAFORMA DE AÇÃO

PARA ACELERAR A DIVULGAÇÃODOS OBJETIVOS GLOBAIS

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

SinopseAs empresas que fornecem dados relevantes sobre os ODS para os investidores os ajudam a tomar decisões informadas e a direcionar capital para investimentos que tenham um impacto real no mundo.

Alcançar os ODS pode representar ótimas oportunidades de negócio, mas o oposto também é verdadeiro. Não alcançar esses Objetivos pode ter graves consequências para as empresas e suas finanças e, dessa forma, para os retornos financeiros dos investidores.

É por isso que os investidores precisam saber os efeitos positivos e negativos (reais e potenciais) que uma empresa tem na contribuição com as metas dos ODS. Isso inclui a profundidade, a escala, a duração e a taxa, a contribuição adicional que as empresas fazem aos ODS, além da probabilidade de qualquer efeito produzir resultados diferentes das expectativas definidas. Esses dados devem ser confiáveis, de alta qualidade e baseados em um diálogo com os stakeholders. As dez recomendações principais deste relatório contextualizam as diferentes abordagens dos investidores, assim como os elementos essenciais de um relatório empresarial sobre os ODS que seja relevante para esse grupo. Elas complementam as recomendações expressas no documento “Integrando os ODS nos relatórios corporativos: Um Guia Prático”.

Em suas divulgações dos ODS, métricas simples e fáceis de compreender devem mostrar as metas e o avanço da empresa. As empresas devem considerar os fatores de risco e os impactos nos ambientes sociais e naturais externos de maneira focalizada, principalmente os riscos relacionados às pessoas e ao ambiente. A divulgação dos ODS deve discutir as implicações dos impactos sobre a estratégia comercial e o desempenho financeiro, além de demonstrar o pensamento da empresa sobre porque os dados dos ODS são importantes para o seu negócio - considerando o cenário presente e futuro. Os dados de um relatório devem ser concisos, coerentes, atuais e comparáveis, embora a frequência e o formato do relatório devam ser definidos por meio do engajamento com os investidores.

A divulgação sobre os ODS ajuda a desenvolver instrumentos que melhoram as ferramentas de investimento convencionais junto com as ações listadas em bolsa, como títulos e capital privado. Ela também pode ajudar a empresa a desenvolver uma "tese de impacto dos ODS", uma explicação de como a empresa contribui com esses objetivos, junto com sua tese de investimento tradicional.

Por último, é importante que os autores dos relatórios saibam como os investidores estão usando seus dados, para garantir que as necessidades destes sejam supridas e que haja total compreensão das possíveis consequências da divulgação. Para isso, é útil que as empresas reconheçam os diversos tipos de usuários dos dados em uma comunidade de investimento, além das estratégias que ela adota. Isso permitirá que as empresas vinculem com eficácia suas divulgações relacionadas aos ODS, garantindo um melhor alinhamento com as necessidades dos investidores.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Seção I. Por que é importante que as empresas forneçam dados relevantes sobre os ODS para os investidores?Pesquisas mostram que práticas comerciais responsáveis atraem finanças sustentáveis,2 garantindo um ciclo virtuoso no fluxo de mercadorias, serviços e capitais que podem beneficiar outros stakeholders e o meio ambiente. Também é senso comum que tanto os investidores como as empresas se beneficiam com divulgações significativas sobre o desempenho e impacto da sustentabilidade.3 Embora os ODS ofereçam uma narrativa em comum para pensar e divulgar questões relacionadas à sustentabilidade, as empresas são encorajadas a relatar de forma clara sua contribuição com esses objetivos, de uma forma que seja relevante para os investidores, para garantir o máximo impacto.

Uma perspectiva em ascensão é que a divulgação dos ODS não deve ser vista apenas pelo viés do risco e da oportunidade comercial, como as recomendações da Força Tarefa Sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima, apoiada pelo Conselho de Estabilidade Financeira. É necessário uma divulgação equilibrada, que inclua os impactos negativos e positivos reais e possíveis sobre a sociedade e o ambiente (riscos para as pessoas e o ambiente), e como eles se relacionam com os ODS.

Abordagem ESG x ODSPode ser útil fazer uma distinção entre a divulgação mais tradicional dos aspectos Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ESG) e a divulgação dos ODS. Em geral, esta última levará em conta os impactos externos no negócio de forma mais abrangente, com o objetivo principal de ampliar as oportunidades por meio da abordagem dos riscos às pessoas e ao ambiente ao longo das operações e cadeias de valor, assim como desenvolver produtos, serviços ou investimentos benéficos que ajudem a promover os ODS. Além disso, os ODS não mencionam explicitamente o fator "G" (governança corporativa).4 Contudo, descrever o envolvimento da governança corporativa na divulgação dos ODS e nas políticas relacionadas a esses objetivos aplicadas nas empresas fornecem um indicativo de que a direção supervisiona os impactos dos ODS. Nesse sentido, a governança corporativa é encarada como uma forma de produzir resultados sociais e ambientais.

A divulgação dos ODS tem importância tanto para as empresas como para os investidores A empresa deve integrar as considerações relacionadas aos ODS em suas estratégias e processos comerciais, como também nos processos de divulgação existentes.

Um esforço mundial para promover a divulgação empresarial dos ODS pode beneficiar as empresas das seguintes formas:

• Consolidação de uma linguagem comum para divulgar a contribuição de uma empresa e, consequentemente, do investidor com os ODS, simplificando as obrigações relacionadas à divulgação de questões voltadas à sustentabilidade.

• Despertar a colaboração ao longo da cadeia de investimento para direcionar recursos para práticas comerciais mais sustentáveis, dessa forma incentivando as empresas a alinharem suas atividades-fim com os ODS.

• Ajudar a destravar possíveis oportunidades de negócio, tanto pela abordagem dos riscos às pessoas e ao ambiente, quanto pelo desenvolvimento de novos produtos, serviços e investimentos benéficos, ao mesmo tempo mitigando os riscos comerciais5 relacionados aos ODS.

• Ajudar a definir um objetivo em comum entre as empresas e os investidores no que se refere ao desempenho de impacto6 esperado e o compromisso de apoiá-lo.

Para os investidores, os benefícios da divulgação corporativa dos ODS podem incluir:

2 Consulte http://www.oekom-research.com/homepage/english/oekom-Impact%20Study%202017_EN.pdf3 Diversos estudos e pesquisas encontraram evidências, como o “ESG and Financial Performance: Aggregated Evidence from More than 2000 Empirical

Studies,” Journal of Sustainable Finance & Investment, Volume 5, Edição 4, p. 210-233, 4 Para alguns exemplos que ilustram como a governança corporativa se relaciona com os ODS 16: Peace, Justice and Strong Institutions, consulte “An

Analysis of the Goals And Targets, p. 180, disponível em https://unglobalcompact.org/library/53615 Para identificar os riscos prioritários para o negócio, as empresas podem incorporar os riscos ESG aos seus processos de Gerenciamento de Riscos

Empresariais (GRE). Uma orientação relacionada a isso está em processo de elaboração pela WBCSD e pelo Comitê das Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway.

6 "Impacto" se refere ao efeito que uma organização ou seus produtos e serviços têm na economia, no ambiente e na sociedade, que pode indicar sua contribuição (positiva ou negativa) com o desenvolvimento sustentável.

7 O dever fiduciário exige que o gestor de ativos atue no melhor interesse da parte principal, cujos ativos ele gerencia. O agente fiduciário deve administrar os ativos em benefício da outra pessoa, não para garantir seu próprio lucro, e ele não pode se beneficiar pessoalmente da administração dos ativos. O Grupo de Especialistas de Alto Nível em Finanças Sustentáveis da Comissão Europeia também pede esclarecimentos sobre o dever fiduciário dos detentores e gestores de ativos, que deve incluir a integração de aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) no processo decisório.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

i. Obter mais dados para tomar decisões de investimento mais bem informadas, que garantam resultados estáveis, em conformidade com o dever fiduciário.7

ii. Representar seus valores, ou os valores dos seus stakeholders.

iii. Oferecer produtos financeiros sustentáveis e inclusivos, que os diferenciem no mercado.

iv. Entender e melhorar seu próprio impacto nos ODS nos seus portfólios.

v. Explorar novos modelos de negócio, mercados, sistemas e plataformas (como tecnologias de inteligência artificial e blockchain, por exemplo), que garantam maior disponibilidade e confiabilidade dos dados relacionados aos ODS.

vi. Identificar e promover mecanismos de financiamento inovadores (por exemplo, as divulgações relacionadas aos ODS podem ajudar na emissão de títulos para projetos que pretendam contribuir de forma positiva com esses objetivos).

vii. Cumprir as exigências das políticas nacionais e das estratégias de investimento que incorporam os ODS, particularmente relevantes para instituições de investimento estatais.

Tanto as empresas como os investidores podem ser beneficiar com novas oportunidades. Em seu relatório “Better Business Better World”, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Empresarial identifica as 60 maiores oportunidades de mercado relacionadas ao atingimento dos ODS, em áreas como alimentação e agricultura, cidades, energia e materiais, além de saúde e bem-estar. O relatório conclui que mais de 50% dessas oportunidades estão em economias de fronteira e emergentes.8

"Declaração de Estocolmo" sobre Investidores e divulgação corporativa dos ODSEm 2017, a GRI, o Pacto Global da ONU e o PRI convocaram uma reunião de investidores em Estocolmo para discutir as expectativas dos mercados financeiros com relação à divulgação dos ODS.

A reunião acarretou na adoção da Declaração de Estocolmo. Os 30 signatários, que em conjunto totalizam mais de $1,3 trilhão em AUM, concordaram em:

• Considerar os ODS uma estrutura relevante como parte do diálogo da empresa.

• Contribuir para um conjunto bem definido e relevante de divulgações vinculadas aos ODS, para ajudar os investidores e empresas a atingir os Objetivos.

• Trabalhar com a "Business Reporting on the SDGs", sob a liderança do Pacto Global da ONU e da GRI, e com a cadeia de investidores apoiada pelo PRI.

FIGURA 2

Com a divulgação empresarial dos ODS pode apoiar o desenvolvimento sustentável

8 Acesse o relatório aqui http://report.businesscommission.org/

CONTRIBUIÇÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Decisões de investimento informadas,

direcionando capital para empresas

responsáveis

Uso dos reportes

corporativos de ODS

pela comunidade de investimento

Reportes corporativos

sobre os ODS

Atividades comerciais e impactos

no mundo real

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Dever fiduciário: uma consideração onipresente do investidorOs investidores esperam que as empresas se concentrem basicamente na realização das suas atividades-fim e na demonstração de saúde financeira. A sustentabilidade financeira é um pré-requisito para atrair investimento. As decisões de investimento são norteadas pelas intenções, restrições e metas financeiras, variando conforme a estratégia e a abordagem de investimento. Mas, no centro de todo processo decisório, está o princípio do dever fiduciário para com os beneficiários (veja a Tabela 1).

Fatores ESG nos modelos de avaliação e engajamento com entidades investidas. Outra abordagem que vem ganhando relevância nos últimos tempos é o investimento temático, uma estratégia que geralmente se baseia em olhar as estratégia ambientais e sociais das empresas, como tecnologia limpa, construção sustentável, silvicultura, agricultura, educação e saúde sustentáveis. E a relevância de práticas de investimento responsáveis continua a crescer no mundo inteiro, como fica demonstrado, por exemplo, pelo aumento do número de investidores que aderem ao PRI (Figura 3).

Embora as abordagens de investimento responsável possa variar, os investidores estão cada vez mais pesando as metas de impacto em seu processo decisório. Isso pode ajudá-los a mitigar riscos financeiros e de impactos, melhorar os retornos financeiros e dos impactos e demonstrar sua contribuição com os ODS por meio dos seus portfólios.

Os investidores são cada vez mais incentivados a promover e economias e mercados sustentáveis, para melhorar seu desempenho financeiro no longo prazo. De acordo com o Caso de Investimento ODS do PRI, os objetivos de desenvolvimento sustentável são um fator inevitável a considerar para os "proprietários universais". Esses grandes investidores institucionais têm portfólios altamente diversificados e de longo prazo, que são representativos dos mercados de capitais globais. De fato, os proprietários universais detém uma fatia do mercado como um todo. Portanto, seus retornos se correlacionam com a continuidade da boa saúde de toda a economia.

TABELA 1

Dever fiduciário O dever fiduciário exige que os investidores atuem no melhor interesse dos beneficiários e, ao fazer isso, levem em consideração fatores ambientais, sociais e de governança (ESG), já que estes podem ser financeiramente significativos no curto e longo prazo. Os ODS pactuados mundialmente são uma articulação das questões ambientais, sociais e econômicas mais prementes do mundo e, dessa forma, atuam como uma lista definitiva dos fatores ESG importantes que devem ser considerados como parte do dever fiduciário do investidor.

Riscos Oportunidades

Macro Pela natureza dos investimentos, os detentores de ativos que escolhem manter um portfólio diversificado, investindo em diversas classes de ativos e regiões, ficarão expostos aos desafios globais que os ODS representam. Não atingir os ODS afetará em alguma medida todos os países e setores e, dessa forma, criará riscos macrofinanceiros.

Atingir os ODS dará um forte impulso para o crescimento econômico mundial, que qualquer investidor de longo prazo reconhecerá como a principal fonte estrutural do retorno financeiro.

Micro Os desafios colocados pelos ODS mostram a existência de riscos regulatórios, éticos e operacionais bastante específicos, que podem ser financeiramente significativos para os setores econômicos, empresas, regiões e países.

As empresas que, mundialmente, avançam em direção a práticas comerciais, produtos e serviços mais sustentáveis oferecem novas oportunidades de investimento.

"Os ODS pactuados mundialmente são uma articulação das questões ambientais, sociais e econômicas mais prementes do mundo e, dessa forma, devem ser considerados como parte do dever fiduciário do investidor." O Caso de Investimento SDG, PRI, 2017

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

FIGURA 3

Base de Signatários do PRI

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

2750

2500

2250

2000

1750

1500

1250

1000

750

500

250

02006 2007

Número de Signatários

Nº de SignatáriosAtivos sob gestão (bilhão US$)

Número de Detentores de Ativo

2008 2009 2010 2011 2012 2013 20145 2015 2016 2017 2018

Ativos Totais sob gestãoAtivos de Detentores de Ativo sob gestão

Mas os ODS não são importantes apenas para os investidores de impacto.9 Os custos crescentes relacionados a externalidades universais significam que os ODS também exigem que os investidores se concentrem nas ações cotadas em bolsa, renda fixa ou capital privado de uma forma geral:

• Os custos de eventos relacionados ao meio ambiente ou ao clima que foram identificados como preocupações universais voltarão para os portfólios como prêmios de seguro, impostos, preços de insumos inflados e custos físicos relacionados a desastres.

• Questões sociais como a pobreza e a desigualdade podem acarretar em agitação e instabilidade social e política, o que também pode gerar riscos comerciais que podem reduzir os fluxos de capitais e os dividendos futuros.

• Os riscos macrofinanceiros ou até mesmo sistêmicos que podem se concretizar, com relação ao não atingimento dos ODS, podem causar um grande impacto negativo nos retornos financeiros.

Isso significa que divulgações empresariais confiáveis e de alta qualidade sobre os ODS, construídas por meio de um diálogo com os stakeholders que considere e entenda de forma proativa as necessidades dos investidores, tornaram-se uma necessidade.

Para encarar os desafios dos ODS, os investidores responsáveis devem pensar como proprietários universais. Em outras palavras, eles devem olhar além de como os riscos e oportunidades relacionados aos fatores ESG afetam o perfil de risco-retorno do seu portfólio de investimentos, e perceber como seu portfólio afeta os objetivos mais amplos da sociedade, criando impacto no mundo real (Figura 4).

9 De acordo com a Rede Global de Investimento de Impacto, os investimentos de impacto são aqueles feitos por empresas, organizações e fundos com o intuito de gerar impacto social e ambiente, junto com retorno financeiro. Os investimentos de impacto podem ser feitos tanto em mercados emergentes como desenvolvidos, tendo como alvo diversos níveis de retorno, seja às taxas de mercado ou abaixo delas, a depender dos objetivos estratégicos dos investidores.

FIGURA 4

Impacto no Mundo Real dos Investimentos

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Seção II. Elementos de Relatórios Corporativos sobre ODS Relevantes para os InvestidoresNa ausência de uma estrutura de divulgação formal desenvolvida especificamente para apresentar os dados relativos aos ODS, as empresas estão testando diversas abordagens. Para tomar decisões de investimento informadas, em estratégias de investimento ativas, passivas ou baseadas em regras, os investidores buscam informações concretas e comparáveis sobre os ODS que seguem metodologias de ampla aceitação. A GRI, o Pacto Global da ONU e outros parceiros vêm desenvolvendo documentos de orientação, que se complementam mutuamente e criam um conjunto de conhecimentos. Seu objetivo é orientar os autores de relatórios corporativos, apresentando instruções passo a passo e dicas úteis:

• Para informações básicas sobre os ODS para os negócios, as empresas podem consultar o documento SDG Compass desenvolvido pelo Pacto Global da ONU, pela GRI e pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD).

• O Modelo Gerador de Valor desenvolvido pela PRI pelo Pacto Global da ONU usa as principais métricas comerciais para determinar e exemplificar como as atividades de sustentabilidade empresarial contribuem para o desempenho geral. Essa ferramenta ajuda as empresas a avaliar e comunicar o impacto financeiro das suas estratégias de sustentabilidade, além de ajudar os investidores a integrarem os dados de sustentabilidade nos seus atuais processos de investimento.

FIGURA 5

Descrição do processo de divulgação de informações sobre saídas, resultados, impactos e contribuições relacionados aos ODS.

Fonte: Integrating the SDGs into corporate reporting: A Practical Guide

Etapa 1Definir as metas prioritárias dos

ODS

Etapa 3Divulgar, integrar e implementar a

mudança

1.1Entender os ODS e suas

metas

1.3Definir o

conteúdo do seu relatório relacionado

aos ODS

1.2Fazer a

priorização por princípios dos

ODS

2.1Definir os

objetivos do negócio2.2

Selecionar as divulgações apropriadas

2.3Coletar e analisar

os dados

3.2Considerar as

necessidades de informação dos

usuários dos dados

3.1Considerar as características

gerais das boas práticas ao

divulgar os ODS

3.3Divulgar e colocar em prática a mudança

Etapa 2Medir e analisar

10 As empresas podem usar as Normas GRI, as Normas do SASB (mais relevantes para um abordagem baseada em risco) ou a Estrutura <IR>, entre outros, para suas divulgações. Um relatório integrado tem o objetivo de lançar luz sobre os recursos e relações usados e afetados por uma organização - em conjunto, estes são chamados de "capitais" pela Estrutura <IR>. Ele também busca explicar como a organização interage com o ambiente externo e com os capitais para criar valor no curto, médio e longo prazo. Os capitais (classificados pela <IR> como capital financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social e de relacionamento) são estoques de valor que são aumentados, diminuídos ou transformados por meio das atividades e resultados da organização. Um relatório <IR> pode destacar o impacto da estratégia comercial sobre os ODS e as implicações - positivas e negativas - das contribuições com ODS específicos para a criação de valor, desempenho financeiro e criação ou transformação de outros capitais. (Mais informações sobre a <IR> e os ODS: http://integratedreporting.org/wp-content/uploads/2017/09/SDGs-and-the-integrated-report_full17.pdf.)

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

• A publicação “An Analysis of Goals and Targets” (Uma Análise dos Objetivos e Metas, em tradução livre), desenvolvida em 2017 pela GRI e pelo Pacto Global da ONU, contém divulgações qualitativas e quantitativas de estruturas de relatório estabelecidas mundialmente, que podem ser usadas pelas empresas para medir e divulgar seu impacto e contribuição no que se refere às metas dos ODS. Em qualquer divulgação, os autores devem buscar métricas simples e fáceis de entender, que indiquem as metas e o avanço em torno dessas questões, independentemente dos formatos dos relatórios, dos canais ou estruturas utilizados.10 Para áreas temáticas importantes que carecem de divulgações empresariais relevantes, a Análise destaca esses gargalos. Essa ferramenta é a primeira etapa de uma ambição maior de desenvolver um conjunto harmonizado de divulgações, para que as empresas possam prestar contas sobre os ODS.

• O documento “Integrando os ODS nos relatórios corporativos: Um Guia Prático”,11 daqui em diante chamado apenas de Guia Prático, pode ser usado pelas empresas junto com a Análise para divulgar informações sobre as saídas, resultados, impactos e contribuições relacionados aos ODS.12 De acordo com o Guia Prático, a empresa deve priorizar os ODS passíveis de divulgação conforme os Dez Princípios do Pacto Global da ONU e com os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU, baseando-se na definição de relevância da GRI, que é amplamente adotada.

As atividades comerciais durante o ciclo de divulgação podem ser mapeadas e comparadas com o pensamento e as ações tomadas pelos investidores com relação às empresas investidas. A Tabela 2 abaixo apresenta um panorama geral dessas atividades

11 Lançado em julho de 2018. 12 A referência é às saídas, resultados e impactos alinhados com a estrutura esquemática do CAD da OCDE. Saída: o resultado a atividade empresarial, tal

como os produtos fabricados, poluição ou o fornecimento de energia limpa; Resultado: o efeito provável ou produzido sobre os ODS no curto e médio prazo; Impacto: o efeito de longo prazo primário e secundário, positivo e negativo, sobre os ODS.

TABELA 2

Mapeamento geral da perspectiva da empresa e do investidor sobre a divulgação dos ODS

Perspectiva da Empresa

Perspectiva do Investidor

Triagem/Integração (veja a pág. 22)

Engajamento (veja a pág. 22)

Outros Recursos

Resumo das recomendações das publicações “Integrando os ODS nos relatórios corporativos: Um Guia Prático” e “Em Foco: Endereçando as necessidades dos investidores em relatórios corporativos sobre ODS”

Para mais informações, consulte:

Um guia prático para a integração de elementos ESG para investimento em participação acionária.

Para mais informações, consulte:

Guia prático para titularidade ativa de ações listadas em bolsa

Entender e prio-rizar os ODS

• Identificar e se engajar com os stakeholders.

• Definir referenciais, objetivos e metas

• Priorizar os riscos mais graves para as pessoas e o ambiente, e relacioná-los com as metas relevantes dos ODS

Estabelecer e comunicar critérios de triagem/integração.

Engajamento direto com a empresa.

Definir Objetivos/Benchmarks

Benchmark com os pares

Identificar novas oportunidades de negócio.

Usar mandatos, estratégias de investimento e crenças para identificar quais informações sobre os ODS são necessárias.

Estabelecer e comunicar as regras básicas para avaliar o sucesso do engajamento.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

TABELA 2 - CONTINUAÇÃO

Mapeamento geral da perspectiva da empresa e do investidor sobre a divulgação dos ODS

Perspectiva da Empresa

Perspectiva do Investidor

Triagem/Integração (veja a pág. 22)

Engajamento (veja a pág. 22)

Relatório Conteúdo do relatório - conforme descrito nas dez recomendações principais abaixo:

• Garantir uma troca de mensagens consistente.

• Descrever os sistemas de gestão.

• Vincular o impacto no mundo real à estratégia comercial.

• Contextualizar/apresentar uma narrativa.

• Descrever a metodologia.

Formato dos dados: Usar as normas de divulgação reconhecidas internacionalmente.

Entender os sistemas de gestão que as empresas investidas adotam para os ODS e avaliar sua adequação.

Explorar a medição do impacto dos investimentos relacionados aos ODS nos portfólios.

Usar as infor-mações sobre os ODS.

• Discutir os resultados da divulgação com os investidores.

• Colocar as mudanças em prática e dar contribuições para o próximo ciclo de relatórios.

• Explorar parcerias para avançar os ODS em conjunto, e explorar novas oportunidades de negócio.

Comparar os resultados das entidades divulgadoras com os dos pares.

Normalizar e interpretar os dados para informar as decisões.

Integrar as divulgações de ODS das empresas investidas nos modelos de avaliação.

Identificar soluções de investimento inovadoras para avançar os ODS.

Utilizar as métricas e o conteúdo do relatório para realizar discussões periódicas sobre o avanço.

Identificar soluções de investimento inovadoras para avançar os ODS.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

A divulgação deve incluir informações sobre como as empresas decidiram sua estratégia e abordagem relacionadas aos ODS. Conforme essa abordagem em relação aos ODS e a divulgação amadurecem, ela evoluirá de um reconhecimento de que esses objetivos têm importância para o estabelecimento de estruturas internas para mapear os objetivos, envolvendo externamente os stakeholders nos ODS e delineando uma abordagem que possa ser validada por meio de impactos mensuráveis.

As empresas podem avaliar e divulgar suas saídas, resultados e impactos relacionados aos ODS para sua cadeia de suprimento, operações diretas e produtos e serviços. A divisão e segmentação de informação ajuda os usuários do relatório, incluindo os investidores, a entender melhor onde os impactos ocorrem, quem é afetado por eles e o nível de controle que a empresa divulgadora tem para influenciar esses impactos. Veja um exemplo na Figura 6, abaixo.

FIGURA 6

Impactos ao longo da cadeia de valor organizacional

Fonte: Integrando os ODS nos relatórios corporativos: Um Guia Prático

Matérias primas

Aumento do Impacto Positivo

Redução do Impacto Negativo

FornecedoresLogística de entrada

Operações da empresa

Distribuição Uso do produtoFim de vida do produto

A empresa identifica uma prioridade para reduzir seu impacto negativo no ODS 15, reduzindo a degradação do solo.

A empresa identifica uma prioridade para reduzir seu impacto negativo no ODS 3, garantindo ambientes de trabalho seguros em suas operações.

A empresa identifica uma prioridade para reduzir seu impacto negativo no ODS 6 ao longo da sua cadeia de suprimentos, por meio da redução de efluentes.

A empresa identifica uma prioridade para reduzir seu impacto negativo no ODS 12, oferecendo mais oportunidades para os consumidores reciclarem os aparelhos usados.

A empresa identifica uma prioridade para reduzir seu impacto negativo no ODS 8 em suas operações, pagando um salário digno a todos os funcionários.

TRABALHO DIGNO E CRESCIMENTO ECONÔMICO

CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEL

SAÚDE E BEM-ESTAR

VIDA NO CAMPO

ÁGUA LIMPA E SANEAMENTO

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

TABELA 3

Principais recomendações para desenvolver divulgações relevantes para os investidores

Atendendo às expectativas: o que os investidores buscam em um relatório comercial sobre os ODSOs investidores sabem que nem todos os 17 ODS são igualmente importantes para todas as empresas, e eles não querem relatórios que reproduzem clichês para todas as 17 áreas.13 Os resultados do relatório sobre os ODS deve destacar a importância dos Objetivos para o negócio e, se possível, as implicações para a estratégia comercial e o desempenho financeiro. Uma boa narrativa discutirá de forma qualitativa como as atividades, saídas, resultados e impactos da empresa relacionados aos ODS afetam os principais geradores de valor do negócio.

A Investor Agenda for Corporate ESG Reporting (Agenda dos Investidores para a Divulgação Empresarial de fatores ESG), um grupo de organizações que inclui o PRI, tem como foco promover o entendimento das empresas sobre o que os investidores esperam de suas divulgações corporativas. A Tabela 3 abaixo apresenta as recomendações mais importantes desse grupo.

Mensagem e Abordagem

1. Consistência da mensagem - a manifestação do CEO/Presidente do Conselho pode fornecer um contexto oficial para os investidores, mas ela deve estar alinhada a outras manifestações relacionadas às contribuições dos ODS.

2. Abordagem integrada - A estratégia e o desempenho relacionado aos ODS devem integrar a estratégia e o desempenho geral de sustentabilidade e comercial. Todas as equipes relevantes, incluindo o Conselho Fiscal, o CEO, o Diretor Financeiro, as equipes de Relações com Investidores e de Sustentabilidade devem ser envolvidas, para garantir o rigor do processo e a utilidade do relatório.

Estratégia e Governança

3. Correlação entre as tendências de ODS e os principais fatores que impulsionam a estratégia corporativa e, quando houver informações disponíveis, como essas tendências afetam os resultados financeiros da empresa e seu negócio.

4. Abordagem de gestão para problemas críticos, por meio da descrição de políticas e seus planos de implementação.

5. Reconhecimento e recompensa por atingir as metas dos ODS.

Conteúdo do Relatório

6. Análise dos riscos e oportunidades relacionados aos ODS, incluindo os impactos positivos e negativos nas duas direções da cadeia de valor.

7. Qualidade e equilíbrio - manifestações em apoio às contribuições dos ODS com fatos e/ou evidências. Destacar as principais conquistas e insucessos, divulgando o desempenho em comparação com os alvos; benchmarking com grupos de pares. Contextualizar o efeito de diferentes horizontes de tempo e descrever a metodologia de cálculo.

8. Previsão por meio da demonstração das relações de causa e efeito entre as contribuições dos ODS e o desempenho comercial. Aplicação de conceitos já compreendidos pelos investidores, como vantagem competitiva, crescimento da participação de mercado, retenção de clientes e os benefícios da inovação.

Formato dos dados 9. Dados padronizados que sejam comparáveis ao longo do tempo e com outras empresas, utilizando estruturas de divulgação reconhecidas internacionalmente, como as Normas GRI, além dos mesmos princípios de segmentação adotados nas demonstrações financeiras.

10. Links para dados em formato bruto, para que os analistas possam decidir como normalizá-los.

13 Para saber como as empresas devem priorizar os ODS para tomar ações e divulgá-los, consulte a orientação “Integrating the SDGs into corporate reporting: A Practical Guide”

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Mensagem e abordagemUm relatório de ODS define a filosofia de ODS da empresa para os investidores. Eles esperam uma descrição clara do processo para estabelecer os problemas considerados importantes, uma explicação do contexto no qual os impactos ocorrem e sobre o qual os dados são divulgados, além de uma narrativa geral que conecte as questões de sustentabilidade com o modelo de negócio e a perspectiva futura. As informações relacionadas aos ODS são mais fáceis de incorporar a uma análise de investimento quando elas se relacionam às atividades-fim da empresa e suas perspectivas.

As empresas devem desenvolver uma imagem clara dos dados que os principais investidores necessitam, fornecendo informações qualitativas e quantitativas. Atualmente, os investidores esperam que os relatórios sejam feitos sob medida para sua estratégia de investimento. Os dados devem representar o setor e o modelo de negócio da empresa investida, para entender melhor os impactos dos seus investimentos. As empresas devem definir a frequência, o formato e os canais para apresentar informações relacionadas aos ODS, com base no seu diálogo com os principais stakeholders, o que inclui os investidores.14

Estratégia e governançaPara os investidores, é importante que a divulgação dos ODS seja apresentada no contexto da estratégia, governança, desempenho e perspectivas, para obter informações sobre a criação de valor ao longo do tempo - ou do valor protegido, no caso de investidores de renda fixa. Desde o início, as empresas precisam envolver adequadamente as principais stakeholders para identificar, avaliar e divulgar os (possíveis) impactos negativo sobre a sociedade e o ambiente. Embora muitos investidores estejam interessados principalmente em questões de sustentabilidade que tenham importância financeira, outros esperam que as empresas tenham um diálogo amplo com os stakeholders, que amplie o foco para além da relevância financeira.15

Os investidores também querem saber o nível de percepção e entendimento da diretoria sobre a importância dos ODS para a estratégia geral, além de dados sobre as atividades, saídas, resultados e impactos da empresa relacionados a esses objetivos e sua relação com o modelo de negócio e o desempenho financeiro.

Além disso, os investidores tendem a valorizar uma discussão da resposta da diretoria aos riscos e oportunidades identificados. Nesse contexto, alguns investidores têm interesse particular nas políticas e procedimentos que foram aplicados para abordá-los.

Com relação às oportunidades, os investidores estariam interessados nas mudanças resultantes no modelo de negócio ou na oferta de produtos e serviços. As discussões sobre as conquistas e insucessos serão mais úteis para os investidores se forem apresentadas no contexto do seu (possível) impacto na implementação da estratégia comercial ou no desempenho financeiro.

Conteúdo do relatórioAlém das informações contextuais, os investidores querem entender os impactos positivos e negativos. A discussão pode incluir:

• Os principais elementos da vantagem competitiva da empresa e como os seus impactos contribuem com eles ou os prejudicam.

• Particularidades do setor, incluindo tanto o contexto de atuação da empresa como divulgações específicas.

• Como a empresa transforma sua vantagem competitiva em resultados comerciais, e como a abordagem com relação aos ODS contribui com eles.

• Os ODS e as metas que podem representar os maiores riscos e oportunidades para o negócio da empresa, por meio da identificação dos riscos significativos para as pessoas e o ambiente nas operações e cadeias de valor da empresa.

• Como as saídas, resultados e impactos relacionados aos ODS se correlacionam com os fatores de mercado que influenciam a estratégia corporativa e, se essas informações estiverem disponíveis, como essas tendências podem afetar os resultados financeiros da empresa. Entender as políticas por trás das saídas e resultados é especialmente importante para empresas com grandes operações fabris e cadeias de suprimento complexas.

• A existência e o investimento em "efeitos viabilizadores", como infraestrutura como base para o desenvolvimento, por exemplo.

• As metodologias de cálculo e a explicação da estrutura comercial ajudam na interpretação dos dados quantitativos.

• Em seu relatório, as empresas devem identificar e publicar as contribuições concretas dos ODS, tanto as positivas como as negativas, incluindo questões salientes de direitos humanos e os KPIs importantes.16

14 Para mais informações, consulte o próximo Guia Prático.15 O IASB define relevância financeira da seguinte forma: a informação é relevante se sua omissão ou erro puder influenciar nas decisões econômicas dos

usuários tomadas com base nas demonstrações financeiras.16 Na introdução oficial dos ODS, foi claramente expresso que a Agenda 2030 é norteada pelo objetivo e pelos princípios da Declaração Universal dos

Direitos Humanos e outros tratados internacionais. Também foi claramente expresso que os ODS procuram ajudar a garantir os direitos humanos para todos. A operacionalização disseminada dos Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU é parte integrante da agenda dos ODS no percurso até 2030.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Informações prospectivas e de longo prazoOs investidores estão interessados nos (possíveis) impactos tanto de curto como de longo prazo, já que eles precisam colocá-los na perspectiva do horizonte de investimento. Em uma perspectiva de curto prazo, a incapacidade de solucionar impactos sociais e ambientais negativos também pode prejudicar diretamente o valor financeiro de curto prazo de um negócio. Desta forma, as empresas podem optar por comunicar a maturidade e o prazo relativo dos riscos e oportunidades comerciais (contribuições positivas).

Para a avaliação de médio e longo prazo, os riscos e oportunidades comerciais podem ser mais amplos e sua prioridade relativa pode mudar. Os reflexos de conquistas de curto prazo são mais significativos se tiverem relação com os avanços em direção a uma meta de longo prazo, e com a visão definida pela entidade divulgadora. Além disso, informações e análises de cenários prospectivas são úteis para avaliar os retornos esperados e informas as decisões de investimento.

É por isso que apresentar as informações em contexto, junto com os avanços relacionados aos objetivos e metas, é útil para os investidores. As iniciativas de investidores, como a Strategic Investor Initiative (Iniciativa Estratégica de Investidor - SII) e a Focusing Capital on the Long Term (Foco em Capital no Longo Prazo - FCLT), são indicativos do foco cada vez maior dos investidores além do curto prazo.

Planejamento de cenárioO planejamento de cenário avalia os resultados possíveis ao considerar o espectro dos diferentes cenários futuros plausíveis, com base em certas premissas e limitações. Combinado com a definição de metas, isso pode ajudar no processo decisório.

O planejamento de cenário para todos os ODS começa com dados e estruturas apropriados. As empresas vêm aplicando essa abordagem para emissões de gases do efeito estufa, utilizando as recomendações da Força Tarefa Sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima.

Formatos dos dadosAs informações sobre o processo e a metodologia também são cruciais. Além disso, dar acesso aos dados brutos seria bem-vindo por grandes segmentos da comunidade de investimento. Para que o relatório seja eficaz, os dados devem ser concisos, coerentes, atuais e comparáveis. O uso de normas de divulgação internacionais estabelecidas é de grande ajuda para conseguir isso.

FIGURA 7

Os quatro "Cs" da divulgação sobre sustentabilidade

Conciso Consistente Contemporâneo ComparávelUm relatório conciso foca nas prioridades e nas informações mais relevantes, evitando desorganização e excesso de informação.

A consistência permite avaliar as tendências de desempenho ao longo do tempo. Ela permite administrar e entender as percepções oferecidas pelos dados divulgados.

As informações mais úteis sobre sustentabilidade são uma janela que permite ver as operações, os impactos e o potencial das oportunidades de negócio, em vez de um retrovisor mostrando o que aconteceu no passado.

A comparabilidade permite que os usuários das informações meçam o desempenho com o de outros pares. Ela permite que as empresas acompanhem e avaliem seus impactos e tomem decisões para melhorá-los ao longo do tempo.

Rigor e garantia dos dadosO rigor e a garantia dos dados são fundamentais para gerar confiança nas informações divulgadas pelas empresas. Entre as medidas para melhorar a confiabilidade dos dados estão os controles internos, auditorias e processos cuidadosamente geridos e monitorados para a gestão de riscos e coleta de dados empresariais. Ainda não há um consenso mundial sobre um conjunto de normas de garantia de aceitação geral para informações relacionadas a sustentabilidade.

Se bem realizada, a garantia externa transmitirá uma noção de confiança e confiabilidade na precisão e equilíbrio das informações divulgadas. Os investidores que usam as informações divulgadas terão maior confiança nos dados quando esses relatórios forem assegurados por uma parte externa. Por sua vez, isso aumentará a confiança dos investidores em suas decisões. Informações apresentadas de forma contextualizada, com uma descrição clara da metodologia são sempre úteis e, se possível, complementadas com os dados brutos utilizados nos cálculos.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Criando produtos de investimento em ODS convencionaisOs investidores buscam cada vez mais oportunidades de investimento que possam contribuir de forma clara com a realização dos ODS. Contudo, com algumas exceções notáveis (em especial os títulos verdes), existe uma carência de opções de investimento para os investidores institucionais interessados em fazer um aporte considerável de capital.

Em resposta a isso, o Pacto Global da ONU, em parceria com o PRI e a Iniciativa Financeira do UNEP (UNEP FI), está trabalhando com representantes de toda a cadeia de valor de investimentos em inovações financeiras que possam destravar capital privado para a realização dos ODS.18 Em uma de suas atividades principais, a Plataforma de Ação do Pacto Global da ONU está elaborando uma orientação sobre estruturação e outras considerações, para criar Produtos de Investimento em ODS Convencionais (como participação societária e debêntures) e oferecer uma oportunidade de investimento significativa em ODS para os mercados de capitais mundiais.

O documento da orientação incluirá recomendações e exemplos de como as empresas podem redigir sua tese de impacto sobre os ODS, que pode ser comunicada aos mercados de capitais como parte da tese de investimento da empresa. Ele também dará orientação sobre como estruturar produtos de investimento convencionais em ODS, criando vínculos contratuais e de outra natureza com a tese de impacto sobre os ODS e objetivos de impacto mais amplos, incluindo metas e indicadores-chave de desempenho. Acima de tudo, o documento incluirá um mecanismo de divulgação e transparência, para que os investidores acompanhem a evolução da empresa no que se refere ao seu compromisso.

Comunicação das ambições relacionadas aos ODS por meio de relatórios para dar suporte a financiamentos inovadores em ODSAs empresas podem ter uma visão proativa e mais intencional e determinada sobre como elas contribuem com os ODS, ao mesmo tempo entendendo que a principal contribuição dos negócios com esses objetivos é a manutenção de princípios e normas reconhecidos, como as relativas aos direitos humanos e ao ambiente. Elas podem ampliar as oportunidades e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos negativos, ou tomar medidas para beneficiar todos os stakeholders que elas afetam. Além disso, as empresas também podem desenvolver produtos, serviços ou investimentos benéficos que ajudem a alcançar os ODS, como, por exemplo, beneficiando os mais desfavorecidos.17

Identificar e divulgar as contribuições intencionais das empresas com os ODS deve viabilizar formas inovadoras de financiamento, que melhorem as ferramentas de investimento convencionais, como títulos privados e capital privado, para financiar os ODS em grande escala.

Como a divulgação empresarial dos ODS ainda é uma área emergente, as empresas nem sempre conseguirão suprir todas as necessidades dos investidores por informação. As empresas são convidadas a compartilhar sua experiência com a GRI, o PRI e com o Pacto Global da ONU. Uma ferramenta útil para essa finalidade é o Banco de Dados de Relatórios da GRI, onde os relatórios que tratam dos ODS são devidamente identificados e fáceis de encontrar.

17 O Projeto de Gestão de Impactos fez um trabalho para construir um consenso sobre a compreensão das intenções e limitações. Mais informações disponíveis em https://impactmanagementproject.com/wp-content/uploads/Investor_s-Perspective_-A-Shared-Convention-for-Impact-Management.pdf.

18 Para mais detalhes, consulte a Plataforma de Ação para Inovação Financeira de ODS do Pacto Global da ONU. https://www.unglobalcompact.org/take-action/action/financial-innovation.

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Seção III. Conhecendo o seu público-alvo: Compreensão das Demandas dos Investidores por Relatórios de ODSUm número crescente de ações proativas de investidores são voltadas a entender como os ODS se relacionam com o negócio e os investimentos. Elas ocorreram sob a chancela de órgãos como a GRI, o PRI e o Pacto Global da ONU, e foram consequência de uma ampla cooperação do mercado liderada pela indústria. Abaixo, destacamos diversos exemplos de diferentes aspectos, da gestão à medição.19

Além disso, as Métricas do IRIS da Rede Global de Investimento de Impacto (GIIN) foram criadas para medir o desempenho social, ambiental e financeiro de um investimento. Os investidores podem filtrar informações de acordo com suas prioridades de investimento e áreas de foco. A GIIN também fez pesquisas sobre o papel do investimento de impacto na realização dos ODS.

Um exemplo da perspectiva dos investidores sobre investimentos em ODS é o caso de estudo do PGGM apresentado abaixo, que aplica os fundamentos do Projeto de Gestão de Impactos.

19 O site do PRI apresenta uma relação das iniciativas de destaque relacionadas aos ODS lideradas por investidores.20 Consulte o site do Projeto de Gestão de Impactos em http://www.impactmanagementproject.com/about

Construção de um consenso sobre como as empresas e investidores podem entender seus impactos nos ODSO Projeto de Gestão de Impactos20 é uma iniciativa encabeçada pela indústria, que reuniu mais de mil organizações para definir normas de mercado sobre a compreensão e gestão de impactos. Fundado por um consórcio mundial de grande detentores e gestores de ativos e organizações sociais, o Projeto construiu um consenso entre seus membros de que, para entender o desempenho de uma empresa com relação aos ODS, são necessários dados sobre:

1. quais ODS as práticas e produtos de uma empresa afetam, de forma positiva ou negativa (o que).

2. quão significativos são seus efeitos sobre os ODS em termos de profundidade, escala, duração e/ou taxa (quanto).

3. quão desprovida está a população do planeta afetada com relação aos ODS (quem).

4. se os efeitos da empresa sobre os ODS são provavelmente melhores ou piores do que o mercado faria (contribuição).

5. a probabilidade de os efeitos sobre os ODS ocorrerem conforme o previsto (risco).

Por exemplo, se um investidor quiser ter um impacto positivo na saúde (Objetivo 3 - o que), ele não pode considerar que qualquer investimento em saúde é relevante. O investidor precisará de informações sobre quais empresas têm um efeito significativo (quanto) sobre a saúde das pessoas mais necessitadas (quem), resultando em uma provável melhoria da situação em relação ao que poderia acontecer (contribuição), com o risco de insucesso do impacto justificado pelo nível de impacto positivo se tudo sair conforme o planejado.

Ou, se empresas multinacionais com operações fabris (e seus investidores) quiserem mitigar o risco da cadeia de suprimento garantindo um impacto positivo sobre o trabalho digno (Objetivo 8 - o que), elas precisarão de informações dos fornecedores sobre quem são os agricultores de menor renda e qual percentual de aumento de renda eles precisam. Elas também refletirão sobre o papel que a empresa pode desempenhar para aumentar a renda do agricultor em relação ao que o mercado faria sem essa iniciativa (contribuição), e qual seu nível de certeza de que a renda aumentará (risco).

Com informações sobre a contribuição de uma empresa com os ODS, os investidores podem escolher pelo menos quatro estratégias para permitir que elas tenham um impacto mais positivo - ou evitar impactos negativos. Eles podem sinalizar que o impacto é importante ao negar ou destinar recursos para certos investimentos; ter um engajamento ativo, oferecendo conhecimento especializado e redes para melhorar o impacto das empresas; alavancar mercados de

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

capitais novos ou com poucos recursos, lançando ou participando de oportunidades novas ou anteriormente ignoradas que oferecem um impacto positivo e oportunidade financeira, mas envolvem outras complexidades, falta de liquidez ou percepção de risco desproporcional; e/ou fornecer capital flexível quando reconhecerem que certos tipos de negócios exigirão a aceitação de um retorno ajustado ao risco desproporcional para gerar certos tipos de impacto.

Para decidir sobre a combinação de estratégias a usar, os investidores precisam entender o desempenho da empresa em relação aos ODS em todas as cinco dimensões.

A convergência do mercado em torno das cinco dimensões de impacto não significa que todas as empresas devem usar a mesma estrutura ou ferramentas. É importante adotar abordagens de medição, sejam elas feitas sob medida ou buscadas no mercado, que se ajustem ao contexto comercial específico. O consenso em torno das dimensões fundamentais do desempenho que demonstra o avanço de uma empresa com relação aos ODS significa que todos os atores que compartilham dados podem entendê-las e usá-las para embasar decisões administrativas.

Fonte: Projeto de Gestão de Impactos* Para as melhores práticas de engajamento ativo com patrimônio público, por exemplo, consulte a publicação do PRI, disponível em www.unpri.org/download?ac=4151

Estudo de caso do PGGMO PGGM, um grande administrador de fundos de pensão holandês, buscou entender e comunicar de forma mais precisa o impacto dos seus investimentos e seu papel no processo. Seus objetivos mudaram ao longo do tempo: a empresa começou a excluir investimentos nocivos, por meio de filtros negativos ou responsabilização de "externalidades relacionadas a ESG". Hoje, por meio do Índice CO2 desenvolvido pela própria empresa, ela também exclui do seu portfólio violadores reincidentes dos Dez Princípios do Pacto Global da ONU, além das empresas com baixo índice carbono eficiente. Além disso, ela tenta diminuir os impactos negativos sobre as pessoas e o planeta assumindo a titularidade ativa de seus investimentos, envolvendo-se com suas empresas investidas. Ela também busca contribuir com soluções para os desafios sociais e ambientais por meio do seu programa "Investimentos em Soluções".

Fonte: PGGM

Exclusões diretas

Armas controversas

Tabaco

Controvérsias relacionadas a:

Direitos humanos e circunstâncias sociais

Ambiente

Governança corporativa

Instrumento:Exclusões

Tornar as empresas e mercados mais sustentáveis por meio da integração dos fatores ESG, titularidade ativa e colaboração com prestadores de serviços financeiros

Instrumentos: Integração dos fatores ESG

Engajamento

Votação

Processos legais

Criação de retornos sociais na área de:

Clima e ambiente Água Saúde Alimentos

Instrumento:Investimento em soluções

Instrumentos do PGGM para o Investimento Responsável

NÃOO que não queremos

MUDARO que queremos melhorar

SIMO que queremos estimular

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Quem lê o seu relatório - entendendo a comunidade de investimentoNo setor de serviços financeiros, existem cinco grupos básicos, ou intimamente relacionados, que podem se interessar pela estratégia e desempenho relacionado aos ODS de uma empresa. É útil reconhecer e diferenciar esses cinco grupos e suas diferentes necessidades de informação, as quais, entre outras, dependem da estratégia de investimento e do nível de engajamento com os ODS dos investidores. O objetivo desta seção é apresentar um panorama dos principais atores da cadeia de investimento, além da sua interação com as empresas que divulgam relatórios.

Abaixo, são apresentadas as categorias de atores da comunidade de investimento que teriam interesse em informações das empresas sobre os ODS:

• Analistas do lado comprador que trabalham para gestores de ativos21 e ajudam os gestores de portfólios a conduzir pesquisas.

• gestores de portfólio que trabalham para gestores de ativos e supervisionam a escolha de ações e a construção do portfólio. Entre eles se encontram especialistas em sustentabilidade que gerenciam as atividades de exclusão e filtragem, além dos profissionais que criam portfólios baseados em regras.

• Analistas do lado vendedor que trabalham para corretoras e fornecem pesquisas para os gestores de ativos, que buscam investir ou desinvestir em ações ou setores específicos.

• Fornecedores de serviços de dados que fornecem pesquisa e dados aos investidores sobre o desempenho financeiro e o desempenho relacionado a fatores ESG e aos ODS.

• Governos e agências reguladoras que supervisionam a estabilidade financeira da economia e, no caso dos Governos, também a sustentabilidade do ambiente social e natural de um determinado país ou região. Como os Planos Nacionais de Desenvolvimento também citam os ODS, os Governos buscarão alinhar a contribuição do setor privado com as prioridades nacionais.

Outros atores importantes da governança também estão ajudando a criar um ambiente propício para as finanças sustentáveis e uma conduta comercial responsável. Os bancos multilaterais de desenvolvimento (BMD) estão ativos na criação de parcerias e financiamento misto para garantir a realização dos impactos dos ODS, principalmente em economias emergentes e de fronteira. Além disso, estas são iniciativas multilaterais, como o Plano de Ação em Finanças Sustentáveis anunciado pela Comissão Europeia no começo de 2018, e a iniciativa Bolsa de Valores Sustentáveis (SSE) da ONU. O objetivo do Plano de Ação da UE é promover investimentos sustentáveis para conectar as finanças com as necessidades específicas da economia europeia e mundial, em benefício do ambiente natural e social, e terá em seu esteio uma série de propostas legislativas voltadas a essa questão.

Uma bolsa de valores pode desempenhar um papel intermediário vital, garantindo que os investidores tenham as informações necessárias para investir nos seus mercados. Está crescendo o número de bolsas de valores e reguladores de valores mobiliários que estão publicando orientações, intermediados pela SSEI e pela Federação Mundial de Bolsas de Valores. Os dois órgãos publicaram modelos de orientações em 2015. No mesmo ano, a SSE também lançou uma campanha de alcance global para incentivar as bolsas de valores ou seus reguladores a adotar voluntariamente a orientação sobre divulgação dos fatores ESG, que é particularmente útil para orientar as divulgações das empresas. Quando a campanha foi lançada, apenas 14 bolsas forneceram alguma orientação sobre a divulgação de fatores ESG. Em 2018, trinta e oito bolsas já haviam produzido orientações e outras dez haviam se comprometido a fazê-lo.

FIGURA 8

Orientação das Bolsas de Valores sobre Relatórios ESG

Fonte: Iniciativa SSE

21 Administração de ativos se refere à administração de investimentos realizada por gestores de ativos, ou seja, especialistas que gerenciam dinheiro e lidam com os investimentos dos clientes.

35

30

25

20

15

10

5

0

20172016201520142013201220112010200820062004

Lançamento da campanha mundial “Modelo de Orientação da SSE” para promover a orientação sobre relatórios de ESG

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Em Foco: Endereçando as Necessidades dos Investidores em Relatórios Corporativos sobre ODS

Como os investidores usam as informaçõesA indústria de administração de ativos está se tornando uma das pioneiras no uso de informações sobre sustentabilidade e relacionadas aos ODS. Em geral, os gestores de ativos recebem um mandato dos agentes fiduciários em nome dos fundos institucionais, como fundos de pensão, fundos patrimoniais e fundações. Eles normalmente também criam produtos para venda direta ao público (varejo). Os mandatos dos fundos institucionais especificam ou incorporam certas abordagens de gestão de investimento e objetivos de desempenho específicos, que podem incluir exigências relacionadas à adoção de critérios ambientais ou sociais. O interesse crescimento pelo desenvolvimento sustentável e questões de sustentabilidade como um todo impulsiona o desenvolvimento e lançamento de produtos de investimento temáticos voltados à sustentabilidade.22

As empresas de administração de ativos contam com gestores de portfólio e analistas de pesquisa, que examinam as informações das empresas durante seu processo de decisão sobre os investimentos. Eles contratam outros serviços de pesquisas de corretoras ou fornecedores de serviços de dados para cumprir as exigências do mandato.

De forma crescente, os detentores de ativos podem optar por administrar os ativos internamente. Também existe uma tendência cada vez maior de alocação em ativos reais, em que possa haver um vínculo claramente tangível com os ODS. Mais que os gestores de ativos, os detentores de ativos precisam de dados úteis para tomar decisões, já que seus recursos de pesquisa provavelmente são menores.

Os investidores usam informações relacionadas aos ODS principalmente de três formas:

1. Filtrando os portfólios pelos riscos comerciais e critérios relacionados aos ODS - abordagem baseada em normas, identificação das melhores práticas, expectativa por certo impacto, escopo.

2. Integrando informações sobre (possíveis) impactos comerciais nos ODS nas decisões de investimento, por meio do ajuste dos cálculos de risco-retorno para ações individuais.

3. Nas atividades de engajamento e estratégias para melhorar o desempenho empresarial e reduzir o impacto negativo.

Os participantes de cada parte da cadeia de investimento podem usar qualquer combinação dos fatores acima. Em cada caso, os usuários das divulgações relacionadas aos ODS precisarão de informações de uma diversidade de políticas, processos e atividades corporativos. Os investidores buscam essas informações antes de tomar a decisão de investimento inicial, assim como para decidir se permanecerão investidos ou aumentarão ou diminuirão a participação. De acordo com 82% dos signatários do PRI que divulgaram os efeitos depois da integração dos fatores ESG, isso afetou suas decisões de compra/venda.

A Tabela 4 apresenta uma avaliação da contribuição das atuais práticas de investimento responsável com o impacto no mundo real.

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TABELA 4

Avaliação da contribuição das atuais práticas de investimento responsável com o impacto no mundo real

Efeitos da integração

A premissa por trás da integração dos fatores ESG na política e nas decisões de investimento é que, em última análise, isso afetará o custo de capital, que será menor para empresas sustentáveis e maior para as não sustentáveis. Isso também pode afetar as previsões de fluxo de caixa, a opcionalidade dos negócios e o valor terminal ou as taxas de crescimento. Devido aos menores custos de capital, as empresas sustentáveis vão expulsar do mercado as não sustentáveis no longo prazo. Metaestudos publicados por Mercer1, pela Universidade de Hamburgo e pela Deutsche Asset & Wealth Management2 fornecem evidências claras de que práticas comerciais sustentáveis acarretam menores custos de capital, ou até mesmo a um desempenho financeiro melhor. Mesmo assim, apesar dos custos de capital maiores, empresas com uma gestão de ESG de má qualidade ainda têm acesso suficiente a capital, e empresas que fornecem produtos e serviços não sustentáveis podem ter uma gestão de riscos de ESG relativamente boa (e vice-versa). As convenções do mercado financeiro ainda apontam para práticas que não recompensam de forma suficiente as empresas sustentáveis para eliminar as não sustentáveis.

Efeitos da titularidade ativa

A inclusão dos fatores ESG no engajamento com empresas investidas tem o objetivo de realçar a relevância das questões relacionadas a tais fatores, convencer as empresas a adotarem produtos, serviços e processos mais sustentáveis e, com isso, melhorar o perfil de risco-retorno das empresas. Pesquisas acadêmicas lançaram alguma luz3 sobre o impacto positivo da titularidade ativa nas práticas empresariais de ESG e no desempenho financeiro, mas consideram que a contribuição se concentra, em geral, em melhorias de processo e conduta comercial em vez de no impacto no mundo real, em linha com os ODS.

Efeitos dos aportes em ativos temáticos

Um em cada seis signatários do PRI4 afirmam que alocaram recursos em investimentos temáticos nas áreas ambiental e social (por exemplo, finanças inclusivas, energia renovável, tecnologia limpa, habitação acessível). Feitos sob a premissa de que proporcionarão taxas de retorno de mercado, além de resultados positivos para a sociedade, esses investimentos estão recebendo aportes crescentes. No entanto, o montante de quase US$ 1,3 trilhão alocado em investimentos de impacto pelos signatários do PRI5 está longe dos US$ 75 trilhões a US$ 105 trilhões que as estimativas da UNCTAD sugerem ser necessários do setor privado como um todo ao longo da duração dos ODS.

Referências da Tabela 4:1 Demystifying Responsible Investment Performance: A review of key academic and broker research on ESG factors (UNEP FI e Mercer, 2007)2 ESG-integration and Corporate Financial Performance (A. Bassen, G. Friede and M. Lewis, 2015)3 ESG & Corporate Financial Performance: Mapping the global landscape (Deutsche Asset & Wealth Management, 2015)4 Exceto se explicitado o contrário, todos os dados relativos aos signatários do PRI foram extraídos das informações enviadas anualmente para

a Estrutura de Relatórios do PRI. Para mais detalhes, consulte https://www.unpri.org/thematic-and-impact-investing/impact-investing-market-map/3537.article

5 https://www.unpri.org/thematic-and-impact-investing/impact-investing-market-map/3537.article

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FiltragemNas estratégias de filtragem,23 os investidores escolhem um conjunto de critérios para medir o desempenho, a conformidade e os impactos (por exemplo: um objetivo de desenvolvimento específico ou meta relacionada a ele). Isso pode ter como foco políticas, sistemas ou resultados quantitativos específicos. Em seguida, os portfólios são filtrados partindo de uma base absoluta (eliminando empresas que têm uma característica específica, como produtos alcoólicos) ou específica (criando uma classificação e eliminado as últimas colocadas). As instituições que filtram os investimentos dessa forma tendem a se concentrar em se as empresas investidas estão contribuindo para um conjunto de ODS e metas, que pode ou não ter uma relação relevante e de curto prazo com o desempenho financeiro.

Os tipos de filtragem da Estrutura de Relatórios do PRI são os seguintes:

a. Filtragem negativa/inadmissibilidade: A exclusão de um fundo ou portfólio de certos setores, empresas ou práticas percebidos como conflitantes ou contraditórias com o espírito de uma ambição de ODS específica.

b. Filtragem positiva/melhores práticas: Investimento em setores, empresas ou projetos selecionados por suas contribuições positivas com os ODS com relação aos pares do mesmo mercado.

c. I) Filtragem baseada em normas: Filtragem de investimentos que parte de normas mínimas de prática comercial com base em regras internacionais. A filtragem baseada em normas envolve:

- definição do universo de investimentos com base no desempenho das investidas em relação a regras internacionais sobre investimento responsável/contribuições para os ODS; ou

II) Exclusão de investidas dos portfólios depois do investimento se for descoberto que elas descumprem essas regras. Essas regras incluem, entre outras, a publicação de um relatório de sustentabilidade de acordo com as Normas GRI, os Dez Princípios do Pacto Global da ONU, os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU, a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, as normas da Organização Internacional do Trabalho, a Convenção da ONU Contra a Corrupção, as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, e o Acordo de Paris de 2015. Alguns investidores tentarão incentivar as empresas a adotar por completo as regras antes do processo de filtragem.

Integração A integração24 das informações relacionadas aos ODS tem relação com o uso de informações qualitativas e quantitativas nos processos de investimento, com o objetivo de melhorar o processo decisório sobre os investimentos. A integração de questões de sustentabilidade pode ser usada para embasar análises econômicas e industriais. Ela pode ser usada no portfólio, considerando tendências de sustentabilidade como a mudança climática, ou no nível das ações, títulos, emitentes ou investidas.25

Do ponto de vista do desempenho do portfólio, esses gestores de ativos estão apenas interessados nos ODS que podem ter um papel relevante no desempenho empresarial e no preço da ação. Para ser relevante para esse público, a divulgação dos ODS deve relacionar o impacto da empresa nos ODS e sua posição competitiva, relações com os clientes e estratégia, de forma mais geral, além de mostrar como esses fatores interagem.

O uso de conceitos já entendidos pelos gestores de ativos (como vantagem competitiva, crescimento da participação de mercado, retenção de cliente e os benefícios da inovação) terá apelo para esse grupo de usuários. Isso também facilitará a tradução do desempenho e das informações relacionadas aos ODS por especialistas, tais como analistas de investimento responsável que trabalham para gestores de ativos ou organizações de pesquisa, em histórias que ajudam os gestores de portfólio cujo foco específico não está nos ODS a entender o valor corrente e o desempenho previsto.

Um bom relatório de ODS contém um balanço das perspectivas de curto e longo prazo sobre o papel que as metas e ambições relacionadas a esses objetivos exercem no desempenho empresarial. Ele também deve tratar de questões consideradas mais relevantes para a estratégia, planejamento e execução para a Diretoria.

EngajamentoEngajamento são as interações entre o investidor e as atuais ou potenciais investidas (que podem ser empresas, Governos, municípios, entre outros) relacionadas a questões de sustentabilidade. O engajamento serve para influenciar (ou identificar a necessidade de identificar) políticas de sustentabilidade, práticas ou melhorar a divulgação. O engajamento pode se dar entre o detentor do ativo e a empresa investida ou o gestor de ativos (tanto gestores ativos como passivos) e a empresa investida. Estes seguem mecanismos de engajamento levemente diversas, com necessidades de informações diferentes e, portanto, saídas também diferentes.

Em complemento às estratégias de integração, os investidores usarão as divulgações relacionadas aos ODS para identificar riscos e oportunidades com os quais querem se engajar com as empresas. Em geral, o objetivo desse engajamento é discutir a estratégia ou as ações da empresa, e como as mudanças podem diminuir o risco para ela. Em especial, os investidores com

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foco no engajamento precisarão de informações que os ajudem a entender a estratégia de uma empresa em torno de questões emergentes, além dos pontos fracos do desempenho. O engajamento tende a ser específico para certas questões, mas os investidores geralmente precisarão de uma infinidade de informações para identificar os temas para o engajamento, além de uma profundidade significativa sobre esses temas de engajamento. Também é provável que os investidores usem o engajamento para buscar uma divulgação mais ampla (ou inicial) sobre os ODS. Os sistemas de gestão e os resultados de desempenho são igualmente importantes, já que, em geral, o engajamento busca desenvolver capacidade e encontrar soluções para solucionar questões específicas da empresa ou do setor no que se refere aos ODS. Se o investidor considerar uma questão como não resolvida, o engajamento pode resultar em desinvestimento.

Como os investidores e as empresas divulgadoras se alinham para garantir o sucesso dos seus esforços de engajamento?

• O diálogo entre as empresas divulgadoras e os investidores deve ser movido por um entendimento claro e mútuo sobre as oportunidades e desafios concretos relacionados aos ODS.

• Os recursos investidos no engajamento devem ser proporcionais à escala da iniciativa;

• Os investidores e as empresas divulgadoras devem compartilhar um entendimento claro sobre as regras básicas para avaliar o sucesso do seu engajamento, assim como para compartilhar os resultados.

• Uma comunicação frequente entre os especialistas em investimento responsável e os autores dos relatórios deve ser estabelecida - por meio de chamadas em grupo, reuniões, road shows e outros canais.

• Os investidores precisam entender os prós e contras no curto prazo para atingir os impactos de longo prazo desejados, além dos possíveis impactos negativos no longo prazo e os custos para evitá-los.

Entender como os investidores usam as informações para embasar suas decisões pode ajudar as empresas a tornarem suas divulgações mais relevantes, atraindo os tipos de investidores que estão buscando. Por sua vez, o investimento de longo prazo dará apoio aos objetivos da empresa e ajudará a gerar mais impactos no mundo real, por meio do alinhamento dos objetivos.

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ConclusãoCom o crescimento dos relatórios de sustentabilidade, tanto do lado da demanda como no da oferta, é crucial garantir que os dados sejam usados e que supram as necessidades dos investidores. Esperamos que este documento tenha oferecido ideias que possam melhorar o nível de divulgação empresarial, mostrando como os ODS podem ser usados para comunicar os impactos das empresas sobre suas metas, e quais são os riscos e oportunidades para o negócio.

Com o apoio de organizações como a GRI, PRI e o Pacto Global da ONU, as empresas e a comunidade de investimento devem continuar a trabalhar e aprender juntas para atingir a maturidade e as melhores práticas nos relatórios corporativos de sustentabilidade em apoio aos ODS.

Isso permitirá que o setor privado e a comunidade de investimento contribuam de forma significativa para a Agenda 2030, ao mesmo tempo abrindo uma infinidade de oportunidades das quais as empresas e os investidores (e, em última análise, também a sociedade) podem se beneficiar.

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Colaboradores

Sobre a GRIA GRI é uma organização internacional independente, que foi pioneira em relatórios de sustentabilidade corporativa desde 1997. A GRI ajuda as empresas, governos e outras organizações a compreender e comunicar o impacto da empresas sobre questões críticas de sustentabilidade, como as mudanças climáticas, direitos humanos, corrupção e outros. Com milhares de entidades divulgadoras de relatórios em mais de 100 países, a GRI oferece as normas mais confiáveis e utilizadas do mundo sobre relatórios de sustentabilidade, permitindo que as organizações e seus agentes tomem decisões melhores com base em informações que importam. Atualmente, mais de 50 países e regiões citam a GRI em suas políticas. A GRI parte de um princípio multistakeholder, que garante a participação e a experiência de diversos stakeholders no desenvolvimento de suas normas. A missão da GRI é empoderar líderes no mundo todo, por meio dos seus padrões de relatório de sustentabilidade e rede multistakeholder, a tomar decisões em prol do planeta e de uma economia mais sustentável.

As Normas GRI são as primeiras normas mundiais para relatórios de sustentabilidade. Elas apresentam uma estrutura modular e inter-relacionada, representando a melhor prática mundial para a divulgação de inúmeros impactos econômicos, ambientais e sociais.

Os Princípios para o Investimento Responsável (PRI)O PRI trabalha em conjunto com sua rede internacional de signatários para colocar em prática os seis Princípios para o Investimento Responsável. O objetivo dos Princípios é compreender as implicações do investimento sobre temas ambientais, sociais e de governança, além de oferecer suporte para os signatários na integração desses temas com suas decisões de investimento e propriedade de ativos. Os seis Princípios foram criados por investidores e têm o apoio da ONU. Os Princípios são voluntários e servem como objetivos a serem alcançados, oferecendo uma gama de ações possíveis para a incorporação das questões de ESG nas práticas de investimento. Ao colocar em prática os Princípios, os signatários contribuem com o desenvolvimento de um sistema financeiro global mais sustentável. Mais informações: www.unpri.org

Pacto Global da ONUO Pacto Global das Nações Unidas é uma convocação às empresas de todo o mundo para alinhar suas operações e estratégias aos dez princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção, além de tomar medidas que apoiem os objetivos e temáticas da ONU incorporados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O Pacto Global da ONU é uma plataforma de liderança para o desenvolvimento, implementação e divulgação de práticas corporativas responsáveis. Lançado em 2000, é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 9.500 empresas e 3.000 signatários não comerciais com base em mais de 160 países e cerca de 70 Redes Locais. Para mais informações, siga @globalcompact e acesse www.unglobalcompact.org

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AgradecimentosEsta publicação é o resultado de um esforço coletivo envolvendo diversos colegas da GRI, do Pacto Global da ONU e do PRI.

A GRI, o PRI e o Pacto Global da ONU gostariam de agradecer às inúmeras pessoas, empresas, investidores e outras organizações que contribuíram com esta publicação por meio das recomendações e comentários feitos durante o período de consulta. Muitos dos que deram sua contribuição integram o Grupo Consultivo Multistakeholder, ou são representantes dos signatários da Declaração de Estocolmo. Os parceiros também agradecem o apoio do Governo da Suécia, que financiou esta publicação por meio da Sida (a Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional), bem como a contribuição com o conteúdo feita pelo Projeto de Gestão de Impactos.

GRIEszter Vitorino, Chefe de Engajamento com Mercados de Capitais

Frank Bergkamp, Pesquisador de Mercados de Capitais

Julien Parkhomenko, Coordenador de Assuntos Externos e de Política

PRIMandy Kirby, Diretora de Divulgação, Avaliação e Responsabilização

Kris Douma, Diretor de Práticas Ambientais, Sociais, de Governança e de Investimento

Danielle Chesebrough, Diretora Executiva de Relações com Investidores do Pacto Global da ONU

Pacto Global da ONUBernhard Frey, Diretor Executivo de Impacto e Divulgação de ODS

Jerome Lavigne - Delville, Consultor Executivo

Laura Palmeiro, Consultora Executiva

Termo de Isenção de Responsabilidade Esta obra é publicada pela GRI, pelo Pacto Global da ONU e pelo PRI. Esta publicação foi elaborada para oferecer orientação geral apenas sobre assuntos de interesse e não constitui recomendação profissional. Não oferecemos qualquer garantia (expressa ou implícita) quanto à precisão ou integralidade das informações contidas nesta publicação e, na medida permitida pela lei, a GRI e o Pacto Global da ONU, seus membros (se aplicável), funcionários, parceiros e agentes não aceitam ou assumem qualquer responsabilidade ou dever por qualquer consequência de você, ou qualquer pessoa, agir, ou omitir-se de agir, baseando-se nas informações contidas nesta publicação ou por qualquer decisão baseada nelas.

Este material foi financiado pelo Governo da Suécia. A responsabilidade por seu conteúdo recai inteiramente sobre o criador. O Governo da Suécia não necessariamente compartilha das opiniões e interpretações expressas.

CopyrightEste documento é protegido por direitos autorais da Stichting Global Reporting Initiative (GRI) e Pacto Global da ONU e PRI. A reprodução ou distribuição deste documento para fins informativos é permitida sem autorização prévia da GRI, do Pacto Global da ONU e do PRI. Contudo, nem este documento nem qualquer trecho dele pode ser reproduzido, armazenado, traduzido ou transferido de qualquer forma, ou por qualquer meio (eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro) para qualquer finalidade, sem autorização prévia por escrito da GRI e do Pacto Global da ONU.

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