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A D IVERSIDADE DA G EOGRAFIA B RASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 4181 MACAÉ, ECONOMIA PETROLÍFERA E TRANSFORMAÇÕES NO SETOR EDUCACIONAL: CONTRIBUIÇÕES GEOGRÁFICAS À CONFIGURAÇÃO DESSA REALIDADE GLORIA MARIA DURSO MILLÉO 1 Resumo O município de Macaé situado na região norte-fluminense apresenta características, em sua economia, ligadas fortemente à atividade petrolífera, que implicaram grandes transformações em especial no seu espaço urbano e na dinâmica de sua população. Houve a diversificação de atividades econômicas desde a instalação da Petrobras no final dos anos 1970 e grande aumento da receita representada pelo recebimento de royalties. Este trabalho pretende realizar uma contribuição à luz da Geografia no sentido de avaliar os impactos bem como às lacunas existentes entre essa realidade e o cenário esperado sobre o espaço do município de Macaé em especial no que tange à educação. Palavras-chave: espaço, educação, royalties, Rio de Janeiro, Macaé. Abstract The municipality of Macaé located in the northern region-fluminense features, in its economy, strongly linked to oil activity, which involved major changes in particular urban space and the dynamics of its population. There has been a diversification of economic activities since the installation of Petrobras in the late 1970s and large increase of revenue represented by the receipt of royalties. This work intends to make a contribution in the light of Geography in order to assess the impacts as well as the gaps that exist between this reality and the expected scenario on the area of the municipality of Macae in particular with regard to education. Keywords: space, education, royalties, Rio de Janeiro, Macaé. 1 - Introdução Situado na meso região norte fluminense, o município de Macaé apresenta em seus 1.229,8 km² características bastante interessantes à análise geográfica. A primeira deve-se ao quadro natural, por possuir relevo formado por duas partes: uma planície por onde corre o Rio Macaé e se localiza o distrito sede do município que abriga a maior parte da população, e outra, a serrana formada pelos outro cinco distritos, Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro, Glicério, Frade e Sana, que apesar de proporcionalmente ocupar a maior parte do município tem uma população de aproximadamente 10% do total macaense. Contudo, o que garante destaque no cenário nacional ao município que ora estudamos é especialmente a existência de riquezas no subsolo descobertas na região na década de 1970 que modificaram profundamente a economia, a sociedade como um todo e, por conseguinte o espaço do mesmo. A economia anteriormente agrária ligada a atividades como a pecuária leiteira e também o turismo e a pesca artesanal e teve na agroindústria açucareira ali 1 Mestre em Geografia pelo PPGEO-UFF, professora do curso de graduação em Geografia da FAFIMA Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé e da Rede Municipal de Ensino de Macaé RJ. E-mail de contato: [email protected].

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MACAÉ, ECONOMIA PETROLÍFERA E TRANSFORMAÇÕES NO SETOR EDUCACIONAL: CONTRIBUIÇÕES GEOGRÁFICAS À

CONFIGURAÇÃO DESSA REALIDADE GLORIA MARIA DURSO MILLÉO1

Resumo O município de Macaé situado na região norte-fluminense apresenta características, em sua economia, ligadas fortemente à atividade petrolífera, que implicaram grandes transformações em especial no seu espaço urbano e na dinâmica de sua população. Houve a diversificação de atividades econômicas desde a instalação da Petrobras no final dos anos 1970 e grande aumento da receita representada pelo recebimento de royalties. Este trabalho pretende realizar uma contribuição à luz da Geografia no sentido de avaliar os impactos bem como às lacunas existentes entre essa realidade e o cenário esperado sobre o espaço do município de Macaé em especial no que tange à educação. Palavras-chave: espaço, educação, royalties, Rio de Janeiro, Macaé. Abstract The municipality of Macaé located in the northern region-fluminense features, in its economy, strongly linked to oil activity, which involved major changes in particular urban space and the dynamics of its population. There has been a diversification of economic activities since the installation of Petrobras in the late 1970s and large increase of revenue represented by the receipt of royalties. This work intends to make a contribution in the light of Geography in order to assess the impacts as well as the gaps that exist between this reality and the expected scenario on the area of the municipality of Macae in particular with regard to education. Keywords: space, education, royalties, Rio de Janeiro, Macaé.

1 - Introdução

Situado na meso região norte fluminense, o município de Macaé apresenta

em seus 1.229,8 km² características bastante interessantes à análise geográfica. A

primeira deve-se ao quadro natural, por possuir relevo formado por duas partes: uma

planície por onde corre o Rio Macaé e se localiza o distrito sede do município que

abriga a maior parte da população, e outra, a serrana formada pelos outro cinco

distritos, Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro, Glicério, Frade e Sana, que

apesar de proporcionalmente ocupar a maior parte do município tem uma população

de aproximadamente 10% do total macaense.

Contudo, o que garante destaque no cenário nacional ao município que ora

estudamos é especialmente a existência de riquezas no subsolo descobertas na

região na década de 1970 que modificaram profundamente a economia, a sociedade

como um todo e, por conseguinte o espaço do mesmo.

A economia anteriormente agrária ligada a atividades como a pecuária

leiteira e também o turismo e a pesca artesanal e teve na agroindústria açucareira ali

1 Mestre em Geografia pelo PPGEO-UFF, professora do curso de graduação em Geografia da

FAFIMA – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé e da Rede Municipal de Ensino de Macaé – RJ. E-mail de contato: [email protected].

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desenvolvida e seu escoamento pelo porto de Imbetiba iniciada no século XVIII e

tendo seu auge no século XIX, a atividade mais importante, que deixou grandes

marcas na configuração socioespacial não só de Macaé bem como de toda a região

norte-fluminense.

A produção sucro-alcooleira, no entanto, iniciava sua decadência nos anos

1970, em grande parte por não conseguir acompanhar a produtividade das usinas

paulistas que haviam iniciado um processo de modernização desde os anos 1950,

no mesmo período em que se descobre a possibilidade de exploração petrolífera na

região.

Aproveitando o contexto favorável, Macaé embarca em uma nova e vigorosa

atividade econômica no momento em que o quadro mundial era de grave escassez

do importante mineral. O primeiro grande choque do petróleo ocorrera em 1973

levando ao governo federal a necessidade de ampliar a produção nacional, através

de incentivos à pesquisas pela Petrobras que levaram a novas descobertas e

aumento da capacidade produtiva das áreas já em operação. Com o desdobramento

das mesmas pesquisas deu-se a descoberta de petróleo no subsolo macaense em

1974.

2 – Transformações no espaço e dinâmica populacional

O quadro acima descrito converte Macaé em um dos nós da rede de

produção nacional de petróleo e gás conectado, dada a natureza da atividade, a

outras e enormes redes internacionais de produção, circulação e negociações

dessas riquezas e toda a cadeia de serviços por ela requerida.

Tal dinâmica econômica apresenta-se bastante diferente da anterior em

termos de complexidade e de volume de circulação de pessoas e capitais, em toda a

região norte-fluminense que levou à transformações políticas como o ganho de

importância de Macaé em relação a Campos dos Goytacazes e a emancipação de

outros municípios como Quissamã e Carapebus já nos anos 1990.

Interessante observação sobre o espaço natural e social macaense fora feita

pelo naturalista e viajante Auguste de Saint-Hilaire em sua visita à região em 1817:

“Macaé situa-se em encantadora posição, à embocadura do rio do mesmo nome e é

dividida por esse rio em duas partes desiguais. (SAINT-HILAIRE, 1974)”. À época

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em que fora feita tal análise, a atividade canavieira já deixava suas clivagens

perceptíveis no espaço e com o passar do tempo e as mudanças espaciais,

econômicas, sociais e políticas o quadro ainda hoje não foi plenamente alterado, isto

buscamos ora analisar.

A Bacia de Campos, a qual Macaé pertence, responde atualmente segundo

dados da Petrobrás por 80% do petróleo produzido no Brasil e 40% do gás natural e,

devido a importância das mesmas para a economia municipal, desde a sede operacional

das atividades offshore da Bacia o sentido da organização do seu espaço passou a ser

orientado de forma a atender às demandas da mesma atividade, que, com o

crescimento da produção tornou-se cada vez maior.

Tal crescimento foi acompanhado de grandes migrações. No sentido campo-

cidade Macaé já não apresentava população majoritariamente rural no momento de

transição de uma economia para outra, porém a mudança será catalisador de uma

redução população rural em torno de 24%, passando de 12.441 em 1970 para 9.466

em 2007, segundo Terra (s/d). O esvaziamento populacional foi acompanhado

também da perda de importância econômica do campo, mesmo constituindo a maior

parte da área do município, em termos de pessoal ocupado e nas finanças

municipais.

No entanto, as migrações que trouxeram pessoas de outros municípios de fora

da região norte-fluminense, de outros estados bem como de outros países e são o

principal fator que explica o acelerado crescimento demográfico macaense. Tais

pessoas passaram a chegar ao município atraídas por milhares de empregos diretos e

indiretos off-shore e on-shore gerados pela cadeia extrativa de petróleo.

Evolução da população macaense entre 1970 e 2014*

Anos População total

1970 47.221

1980 59.397

1991 93.657

2000 131.550

2010 206.728

2014* 229.624

Fonte: Censos demográficos (1970, 1980, 1991, 2000 e 2010) e estimativa de 2014.

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A população macaense atual apresenta-se bastante concentrada no centro

urbano do município, cuja taxa de urbanização de 98,1%, segundo dados do IBGE

(2010).

Desta forma, houve uma série de mudanças na configuração espacial

municipal, representadas pelo aumento da população urbana e alargamento da

mancha urbana, o que não implica necessariamente uma melhoria já que se por um

lado há o surgimento de vários bairros com mobiliário, asfaltamento, e infraestrutura

em nível “aceitável”, alguns inclusive acompanhados pelo prefixo “novo”, (como

Nova Macaé e Novo Cavaleiros), há também a ampliação das áreas favelizadas,

com baixíssima infraestrutura em termos gerais, tanto em áreas centrais como nas

periferias da cidade.

Outro fator demográfico importante na dinâmica macaense são os

movimentos pendulares, sejam diários, semanais ou com outras temporalidades. A

mobilidade representada pelos trabalhadores em movimentos pendulares tornou-se

maior a partir da Nova Lei do Petróleo de 1997 que tornou possível a terceirização

de atividades ligadas à economia petrolífera. Dessa forma, ampliou-se a quantidade

de empresas prestadoras de serviços à Petrobras e também o numero de

trabalhadores sem vínculo com a mesma, e por isso menos enraizados em Macaé.

As subcontratações atualmente representam uma parcela bastante numerosa do

total de empregos na economia do petróleo no norte-fluminense, suas condições de

trabalho que retratam a precarização das relações trabalhistas são evidentes,

embora a análise de tal quadro não seja o foco do presente artigo.

Há uma parcela da população que migrando para o município atraída pela

possibilidade de inserção num mercado de trabalho pujante não consegue

concretizar seu intento, retornando assim aos seus municípios de origem. Conforme

dados da Pesquisa Domiciliar do Programa Macaé Cidadão 2006-2007, órgão de

pesquisas populacionais da prefeitura sistematizados por Silva e Faria (2011), o

tempo de moradia em anos sem interrupção das pessoas residentes migrantes na

área urbana de Macaé é bastante variável, demonstrando a mobilidade espacial das

mesmas. No período supracitado o grupo mais numeroso representava 39,3% da

população e era o que residia em Macaé há dez anos ou mais, o segundo mais

numeroso era o que residia há menos de um ano correspondendo a 14,7% do total.

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Os números mostram a dificuldade que essas pessoas encontram de se

inserirem plenamente no mercado de trabalho que tem suas exigências de

qualificação. Outro indicador da mobilidade populacional é o controle de alunos

ingressantes e transferidos ao longo do ano letivo nas escolas do município por

parte das secretarias de escolas da educação básica.2 O movimento de entrada e

saída ocorre ao longo de todo o ano letivo e reflete o não-enraizamento da

população.

A população migrante é constituída tanto de mão de obra qualificada como de

pessoas com baixa qualificação. Os do primeiro grupo recebem melhores salários e

ocupam bairros mais valorizados por possuírem mais infraestrutura. Os do segundo

grupo constituem uma população numerosa e que reside em bairros menos

valorizados. De acordo com a pesquisa supracitada os três bairros com maior

concentração de migrantes que representa 20,3% do total de migrantes residentes

em Macaé são respectivamente: Barra de Macaé, Parque Aeroporto e Lagomar.

Estes três bairros localizam-se na periferia de Macaé, as áreas “além-rio” já

apontadas por Saint-Hilaire.

Reportagem do jornal O Globo de 26/12/2011 comparava os dados dos

censos do IBGE de 2000 e 2010 com relação ao crescimento das áreas chamadas

de “aglomerações subnormais” no interior do estado do Rio de Janeiro, com

destaque para Macaé, pois segundo os quais houvera no período crescimento de

70%. Graças a esse crescimento, o município passara a abrigar três das dez

maiores favelas fora da região metropolitana, Ilha Malvinas, a segunda do ranking,

com 8.109 moradores; Nova Esperança, com 7.436; e Nova Holanda, com 5.442, as

duas últimas localizadas na periferia da Barra de Macaé. Segundo o secretário de

desenvolvimento do município, à época Clinton da Silva Santos, o crescimento deve

ser atribuído às migrações.

O quadro de migrações acima descrito é explicado se considerarmos os

dados econômicos divulgados pelo IBGE em que se pode perceber o vigoroso

crescimento de Macaé representado por seu produto interno bruto (PIB) per capita.

2 Percebemos tal quadro em nosso trabalho em sala de aula com ensino fundamental e médio na

rede municipal de ensino de Macaé desde 2004. Os dados numéricos não são divulgados pela Secretaria Municipal de Educação.

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Entre os anos de 1999 a 2004 o município deixa a posição 55º entre os cem maiores

municípios do país tornando-se o sétimo3.

Contribuem para o PIB macaense especialmente as atividades ligadas à

exploração do petróleo que impulsionam de forma geral os demais setores. De

acordo com o IBGE o PIB municipal atualmente do setor industrial é de R$

6.014.325 e o de serviços é de R$ 6.663.014 e o PIB per capita é de R$ 66.344,64.4

Compõe o PIB ainda o repasse de royalties por parte do governo federal, cujo

objetivo seria minimizar os impactos da atividade exploratória e sua aplicação

deveria ser realizada de forma a garantir a estruturação econômica do município

após o fim da mesma5. O total recebido pelos municípios produtores cresceu

bastante após a Nova Lei do Petróleo de 1997, Macaé é o segundo município

fluminense em recebimento de royalties e o sexto em royalties per capita. O quadro

a seguir demonstra o crescimento da receita oriunda dos royalties pelo município:

Repasse anual de royalties ao município de Macaé

Ano Valor

1999 R$ 34.757.683,06

2000 R$ 84.827.106,07

2001 R$ 114.927.809,68

2002 R$ 181.093.886,42

2003 R$ 259.987.249,02

2004 R$ 287.551.201,31

2005 R$ 347.870.813,54

2006 R$ 422.768.120,67

2007 R$ 358.203.835,34

2008 R$ 519.415.834,09

2009 R$ 367.797.120,71

2010 R$ 209.986.044,98

Fonte: Prefeitura de Macaé.

http://www.macae.rj.gov.br/conteudo/leitura/titulo/royalties

Segundo dados fornecidos pela prefeitura, a média de investimentos por

habitante em Macaé é 3,4 vezes a nacional, em mais de cem programas mantidos

pela mesma que visam especialmente educação, saúde, cultura e trabalho. O PIB

3 Produto Interno Bruto dos Municípios, IBGE 2006.

4 Fonte: http://cod.ibge.gov.br/1H2E. Acesso em 23/06/2015.

5 O decreto n.º.2705/98, em seu artigo 11 afirma que os royalties “constituem compensação financeira

devida pelos concessionários de exploração e produção de petróleo e gás natural”.

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per capita é um dos responsáveis por situar o IDH do município de Macaé em níveis

superiores aos do estado do Rio de Janeiro e do norte fluminense, o que pode ser

percebido pelo cartograma a seguir:

Índice de desenvolvimento Humano Municipal – Rio de Janeiro 2010

Fonte: IBGE Cidades6

As variáveis escolaridade e expectativa de vida compõem igualmente o IDH-M e

também refletem a renda superior de Macaé. Considerando o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal, percebemos uma evolução ao longo das

últimas décadas. Os valores em 1991, 2000 e 2010 são respectivamente 0,534;

0,665 e 0,764. Esta evolução situa o município que ora analisamos entre os

melhores do estado, considerando-se esta ferramenta de avaliação7.

Silva (2006) analisa os valores do IDH para Macaé, o norte fluminense e o

estado do Rio de Janeiro e no período entre 1970 e 2000 os valores do município

são sempre superiores aos da mesorregião e do estado. O aumento da renda pode

ser explicado no período que coincide a chegada da economia petrolífera pelas

mudanças em torno dessa economia. A escolaridade também se apresenta superior

em Macaé do que nas outras escalas, o referido autor aponta como causas a

6 Disponível em:

http://www.cidades.ibge.gov.br/cartograma/mapa.php?lang=&coduf=33&codmun=330240&idtema=118&codv=v01&search=rio-de-janeiro|macae|sintese-das-informacoes- 7 O IDHM é obtido pela média geométrica dos três subíndices das dimensões que compõem o índice:

longevidade, educação e renda.

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população pouco numerosa do município e sua concentração em área urbana, o que

ampliaria a eficácia das políticas educacionais.

Paganoto (2008) em artigo sobre a mobilidade de o trabalho faz uma

interessante compilação dos dados do Censo 2000 no que diz respeito a

escolaridade comparando os dados de Macaé, da região Norte fluminense e do

estado do Rio de Janeiro. Reproduziremos os dados percentuais na tabela a seguir:

Instrução total da população do estado do Rio de Janeiro, da região norte fluminense e

de Macaé em 2000

Estado/Região/Município

População total

Sem instrução (%)

1 a 3 anos de estudo

4 a 7 anos de estudo

8 a 10 anos de estudo

11 a 14 anos de estudo

15 ou mais anos de estudo

Rio de Janeiro 14389442 19,29% 14,57% 27,53% 15,59% 16,60% 5,91%

Norte fluminense

697843 22,71% 19,28% 28,86% 12,47% 13,08% 2,79%

Macaé 131593 21,02% 15,11% 28,57% 15,08% 14,94% 3,83%

Fonte: PAGANOTO, 2008 (a partir do Censo 2000 – IBGE).

Analisando a instrução da população total das três escalas supracitadas, o

autor conclui que os indicadores de escolaridade da população macaense se

apresentam superiores aos da região norte fluminense8, porém inferiores aos da

média de todo o estado do Rio de Janeiro. Podemos perceber, por exemplo, no

campo de oito a dez anos de estudo que representa a população que atinge o

ensino médio que os valores de Macaé e do estado do Rio de Janeiro são bastante

semelhantes, já nos campos seguintes que correspondem à população que conclui

os ensinos médio e superior a diferença entre os valores é maior, ficando Macaé em

situação bastante inferior.

Uma das principais razões que podem explicar a diferença no indicador

escolaridade é a diferença na arrecadação dos municípios do norte fluminense, uma

vez que não é a totalidade beneficiada pelo repasse dos royalties, por não

possuírem confrontância com os campos produtores (os que recebem 5% do

repasse) como Conceição de Macabu, por exemplo, ou por serem afetados pelas

operações de embarque e desembarque de petróleo e gás (recebem 2%). Macaé é

sem dúvida o principal beneficiário dos repasses de royalties na meso região, devido

ao volume de recursos recebido e o tamanho de sua população que não é a maior

8 Os municípios da mesorregião norte fluminense são: Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira,

São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Carapebus, Conceição de Macabu, Macaé e Quissamã.

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da mesma. Até janeiro de 2011, a arrecadação de royalties era no valor de R$

31.798.104,96 e o PIB per capita: R$ 42 mil (IBGE 2006).

O município conta em 2015 com 113 unidades educacionais municipais (creches,

escolas e unidades de ensino especializado), 11 escolas estaduais, voltadas para os

ensinos fundamental e médio, respectivamente, de acordo com a prefeitura municipal.

As recentes administrações municipais tem dado enfoque também ao ensino

superior, por exemplo, com a criação da cidade universitária que se tornou um polo

educacional na meso região abrigando campus avançados da UFF e UFRJ bem como

da Faculdade Municipal Professor Miguel Ângelo da Silva Santos (Femass)9. Os

cursos destas instituições não ligados necessariamente ao setor de petróleo e gás,

há ainda faculdades privadas como Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora, a

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé – Fafima e ainda diversos

cursos de graduação e pós graduação na modalidade de ensino a distância

(MILLÉO, 2011).

No entanto, Macaé permanece como um espaço marcado por graves

contrastes sociais. Em 2007, por exemplo, ocupava a décima posição no Mapa das

cidades mais violentas do país elaborado pela Organização dos Estados Ibero-

Americanos (OEI). Em 2013 passou a ocupar a 248º posição com taxa de 46

homicídios a cada 100 mil habitantes e em 2014 a 408º posição no ranking, mesmo

considerando-se o crescimento médio de 12% de sua população entre 2010 e

201410.

Tal melhora é atribuída pelas autoridades de segurança a investimentos

realizados no setor de segurança pública como aumento do policiamento e

instalação de câmeras de segurança em pontos estratégicos da cidade, e menos às

políticas de educação11.

9 A UFF oferece os cursos de Ciências Contábeis, Administração e Direito; a UFRJ oferece os cursos

de Ciências Biológicas, Enfermagem e Obstetrícia, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Farmácia, Medicina, Nutrição e Química e a Femass oferece os cursos de Administração, Engenharia de Produção e Sistemas de Informação. 10

Ranking divulgado na publicação Homicídios e Juventude no Brasil Atualização 15 a 29 anos Mapa da violência no Brasil. 11

De acordo com reportagem veiculada pelo jornal O Debate em 24 e julho de 2014. Disponível em: http://www.odebateon.com.br/site/noticia/detalhe/31823/mapa-da-violencia-aponta-efeitos-de-politica-para-a-seguranca-em-macae.

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Em uma série de trabalhos científicos desenvolvidos em sucessivas gestões o

município é apontado como um mau exemplo na aplicação dos royalties.

Destacamos o trecho de artigo do professor Jacob Binsztok em que o mesmo utiliza

a metáfora de “doença holandesa” ou “a maldição dos recursos naturais” para

assinalar problemas no espaço agrário macaense:

“A „maldição‟ dos recursos naturais representada pela abundância de petróleo, atinge gravemente Macaé, a denominada „doença holandesa‟, tornou o município vulnerável a empreendimentos não vinculados a cadeia produtiva de petróleo, pois estes não conseguem competir com os elevados ganhos auferidos pelo setor. Neste sentido, torna-se relevante repensar Macaé, principalmente, os espaços agrários estagnados e ambientalmente degradados para que possam efetivamente contribuir para a melhoria do abastecimentos de produtos agrícolas para a população, como o cultivo do arroz, milho, feijão, frutas tropicais, produção de leite, práticas tradicionais e que desapareceram com a expansão da exploração e produção de petróleo” (BINSZTOK, 2011).

A tabela a seguir apresenta as metas anuais estabelecidas pelo Ministério da

Educação para Macaé e os valores obtidos nas últimas avaliações do Ideb12:

Macaé: metas e valores alcançados no Ideb:

Ano Meta do município Valor alcançado

2005 - 4,3

2007 4,4 4,7

2009 4,7 4,9

2011 5,1 5,1

2013 5,4 5,4

2015 5,7 -

2017 5,9 -

2019 6,2 -

2021 6,4 -

Fonte: Ministério da Educação

3 – Considerações Finais

Percebemos que nos últimos anos a média do município tem-se mantido

dentro da meta prevista pelo MEC e no ano de 2015 o objetivo central da atual

gestão da secretaria de educação é a elevação dos índices do município na

avaliação. Para isto, medidas como incentivo financeiro aos professores (décimo

12

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino.

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quarto salário) das escolas que melhorarem o índice, por exemplo, vem sendo

tomadas13.

No entanto há atualmente um cenário de incertezas quanto à arrecadação

municipal para o futuro, tendo em vista a sanção da lei que destina 75% dos

royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação e 25% para a

pasta de saúde a partir de 2013 e ainda a diminuição dos repasses de royalties aos

municípios produtores, que no presente ano chega a 25% do total do mesmo

período de 201414.

Nosso objetivo, que se inicia no presente artigo é analisar as mudanças

promovidas pelos vultuosos recursos dos quais Macaé tem sido beneficiária ao

longo das últimas três décadas no campo da educação, com o qual trabalhamos e

as perspectivas de mudança na economia e espaço do município tendo em vista as

transformações na economia do petróleo em escala nacional.

Um dos objetivos da compensação financeira que é o pagamento de royalties

aos municípios afetados com a exploração dos hidrocarbonetos é proporcionar à

população dos mesmos formas de estruturarem seu espaço, sua economia e

sociedade, uma vez que esses recursos naturais são esgotáveis. Entendemos que a

melhor forma de garantir essas possibilidades seja através da educação que garanta

qualificação da mão de obra, para que a mesma possa se inserir na economia

produtiva do petróleo e gás na atualidade e para que haja formas de pensar e

organizarem outras atividades findada esta.

Pensamos que os conceitos e categorias geográficas como rede, espaço e

formação socioespacial podem contribuir nessa avaliação a fim de assinalar

maneiras eficazes de gestão da educação com vistas à construção de um espaço

menos desigual, tão perceptível na paisagem macaense e que proporcione à

população tanto local quanto migrante.

Referências Bibliográficas 13

O atual secretário de educação do município Guto Garcia assumiu como principal meta de sua gestão a melhoria dos índices do Ideb. 14

Arrecadação municipal em 2014 foi de R$ 2,3 bilhões destes 25,08% foi de repasse dos royalties sobre a receita total. A receita ordinária foi de R$ 1,2 bilhão. Já com ISS (Imposto Sobre Serviços) foram outros R$ 611 milhões. A diferença, de acordo com a secretaria, está em taxas como ITBI, ICMS, IPVA, FPM (dados da Secretaria Municipal de Fazenda).

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