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8/18/2019 MacroMatica Relatório de Comércio Exterior 1T2016
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Relatório de Comércio Exterior – 1º Trimestre de 2016
http://www.macromatica.com.br/ 1
Redução do déficit comercial não ésuficiente para reativar economia
Relatório de Comércio Exterior – 1º Trimestre de 2016
Redução do déficit comercial no pri-
meiro trimestre pode reduzir efeito da
crise, mas não é suficiente para recolo-
car a economia brasileira em trajetória
de expansão
A desvalorização cambial reduziu as im-
portações e estimulou as exportações
brasileiras, impactando positivamente no
saldo comercial. Porém, a queda dos pre-
ços (principalmente das commodities)
compensou parte dos ganhos da melhora
do setor externo sobre a economia, redu-
zindo seu efeito sobre o PIB.
O efeito câmbioSe por um lado a desvalorização cambial
ocorrida entre 2014 e 2016 - associada à
redução dos investimentos–desempenhou
um papel recessivo na demanda domés-
tica, por outro, ela foi capaz de reduzir o
déficit comercial, uma vez que desvalori-
zações aumentam a competitividade do
país, encarecendo as importações e bara-
teando as exportações, estimulando aeconomia através do setor externo.
A taxa de câmbio, que estava em R$/US$
2,36 no 1º trimestre de 2014, atingiu 3,91
no mesmo período de 2016. O impacto
dessa desvalorização de 65% sobre os pre-
ços das exportações e importações fez
com que o déficit comercial se reduzisse
de US$ 20,3 bilhões no 1º Trimestre de
2014 para US$ 2,4 bilhões no mesmo pe-
ríodo de 2016 - isso significou US$ 17,9
bilhões a mais na economia.
A fonte: importações
Este resultado positivo, porém, exige al-
gumas ressalvas.
Entre o 1º Trimestre de 2014 e de 2016,
houve uma queda das exportações de US$
51,0 bilhões para US$ 41,6 bilhões. Con-
forme pode-se verificar no gráfico a se-
guir, foi a redução mais significativa das
importações que fizeram com que o país
apresentasse resultados comerciais me-
lhores neste ano.
Comércio Exterior - Total (R$ bi)
Fica claro a partir do gráfico que o pro-
cesso de queda das importações se inten-
sificou de tal forma entre 2015 e 2016
que o déficit comercial foi quase redu-
zido à zero. As importações, que já vi-
nham caindo em 2015, chegando a US$
64,3 bilhões, se reduziram ainda mais em
2016, atingindo US$ 42,8 bilhões.
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Exp Imp
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Relatório de Comércio Exterior – 1º Trimestre de 2016
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Preço x Quantidade
Apesar da queda das exportações ocor-
rida entre o 1º Trimestre de 2014 e o
mesmo período de 2016, o volume subiu.
Se medidas em quilogramas, as exporta-ções aumentaram 29%. Esse resultado
aparentemente contraditório pode ser
explicado em grande medida pela redu-
ção dos preços dos produtos exportados
pelo país. A queda dos preços das com-
modities, principalmente minerais, foi a
principal causa da redução das exporta-
ções em valor, a despeito do aumento em
volume.
As importações, por seu turno, caíram
menos em volume do que em valor. A
queda em valor, foi de 39% entre o 1º Tri-
mestre de 2014 e 2016, enquanto em vo-
lume essa queda foi de 17%. Esse resul-
tado indica que apesar de ter havido uma
queda das importações em volume, sua
intensidade se explica principalmente
pela queda de valor.
A desvalorização cambial, portanto, foi
capaz de estimular as exportações, fa-
zendo-as crescer significativamente no
período analisado, e reduzir as importa-
ções. Assim, o resultado da quase rever-
são do déficit comercial não pode ser ex-
plicado apenas pela queda das importa-
ções. Deve-se considerar o aumento das
exportações, que não aparecem em valordevido à redução de preço.
Destaque: setores de ponta
A partir de uma análise que separa as ex-
portações setorialmente, é possível veri-
ficar que os setores de alta tecnologia
(químicos, máquinas, equipamentos e
eletrônicos e equipamentos de trans-
porte) estão entre os mais beneficiadosda desvalorização cambial.
Por um lado, as importações caíram em
valor e em volume, aumentando a capa-
cidade dos produtores locais de acessa-
rem o mercado doméstico.
Por outro, e certamente mais impor-tante, o processo de queda das exporta-
ções foi revertido: entre o 1º Trimestre
de 2015 e de 2016, as exportações desses
produtos aumentaram 35% (em volume).
Conforme apresentado no gráfico a se-
guir, pode-se verificar como quase todos
os setores de ponta se beneficiaram
desse processo.
Exportações: alta tecnologia (kg mi)
Se verifica que os setores de químicos
(Quim) e equipamentos de transporte
(Tran) foram os mais beneficiados pela
desvalorização cambial. Os químicos
apresentaram aumento de 40% entre
2015 e 2016, enquanto os equipamentos
de transporte aumentaram quase 50%. Já
o setor de máquinas, equipamentos e ele-
trônicos (Maq) não conseguiu recuperar aqueda de vendas, apesar do aumento no
último ano.
Texto por: Guilherme Magacho
Diretor de Competitividade
MacroMaticaeconomia inteligente
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Quim Maq Tran
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