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Sumario
Contents1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................2
2. OS MACUAS E SUA CULTURA................................................................................................3
2.1. Localização Geográfica dos Macuas..........................................................................................3
2.2. Origem.......................................................................................................................................3
2.3. A Expansão do povo Macua......................................................................................................4
2.4. A esterilidade (othomeya ekumi)...............................................................................................5
2.5. A Gravidez.................................................................................................................................6
2.6. O Parto (oyara)..........................................................................................................................6
2.7. O Nascimento (oyariwa)............................................................................................................6
2.8. Educação...................................................................................................................................7
2.9. Principais Ritos da Vida............................................................................................................7
2.10. Ritos de Iniciação Masculina.................................................................................................7
2.11. Processamento dos Ritos........................................................................................................8
2.12. Ritos de Iniciação Femenina..................................................................................................8
2.13. Casamento.............................................................................................................................9
2.14. O Casamento Matrilinear.......................................................................................................9
2.15. A Exogamia...........................................................................................................................9
3. CONCLUSÃO.............................................................................................................................10
4. BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa fazer uma abordagem sobre a Cultura dos Macuas, e tem como
objectivo ilustrar aquilo que é a cultura do povo macua, um povo que é numeroso,
comparativamente com outros povos de Mocambique. Neste trabalho de pesquisa, abordarei
as principais culturas do povo macua, desde o nascimento até a morte.
Segundo a tradição popular, os primeiros homens depois de serem criados por Deus nas
grutas mais altas da serra, organizaram uma viagem ate a planície, descendo por vários
caminhos na medida em que se multiplicavam iam se separando, dando origem aos diferentes
grupos que hoje compõe o grupo Macua, diferentes na maneira de falar, e em alguns
expressões culturais, mas unidos entre s pelos laços mais fortes da língua e cultura.
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2. OS MACUAS E SUA CULTURA
2.1. Localização Geográfica dos Macuas
De acordo com MARTINEZ (2008:37) o povo Macua actualmente vive numa área de cerca
de 300.000km² a norte de Moçambique, que abrange as províncias de Cabo Delgado, Niassa,
Nampula e Zambézia, na Região conhecida tradicionalmente pelo nome de Macua ou WA-
AMPHULA, é delimitada a norte pelo rio Rovuma a leste pelo Oceano Índico ao sul pelo rio
Lucungo nas proximidades do rio Zambeze, e a oeste pelo rio Lugenda.
Os Macuas têm fronteira á norte com os macondes, os yaos e os Anynjas; ao sul com os senas
e os chuabos; e com grupos islamizados, no litoral Índico.Também se encontram Macuas
embora em números mais reduzidos que e Moçambique na Tanzânia e no Malawi, devido as
migrações do século XIX, igualmente se encontram grupos de Macuas em Madagáscar, nas
ilhas Seychelles e nas Maurícias, devido ao comércio de escravos durante os séculos XVIII e
XIX.
2.2. Origem
As interpretações são várias sobre a etimologia, significado e escrita da palavra «Macua»,
desde a hipótese de que é uma palavra injuriosa (equivalente a selvagem, bárbaros, não
civilizados, até a afirmação de que significa originário de Goa(Makoa).
Todos os grupos que formam a sociedade Macua estão ligados aos mitos sobre a origem do
mundo e do homem. São unânimes em indicar o monte Namuli como o lugar originário
primordial. Este monte de 2419m de altura está situado na serra de Gurué á norte da
província de Zambézia.
Segundo a tradição popular, os primeiros homens depois de serem criados por Deus nas
grutas mais altas da serra, organizaram uma viagem ate a planície, descendo por vários
caminhos na medida em que se multiplicavam iam se separando, dando origem aos diferentes
grupos que hoje compõe o grupo Macua, diferentes na maneira de falar, e em alguns
expressões culturais, mas unidos entre s pelos laços mais fortes da língua e cultura.
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2.3. A Expansão do povo Macua
Com a multiplicação do povo Macua, descobriram novas terras até que um dia a beira dum
grande rio, o Malema, que corre na região. Quiseram atravessa-lo e, para isso tiveram de
construir uma ponte rudimentar usando cascas de arvores para fazerem as cordas, que
serviram para o efeito preparada a ponte de cordas começaram, a passar todos os homens e
mulheres que podiam, animando se mutuamente. Porém, quando jamais de metade de grupo
tinha atravessado para outro lado do rio, as cordas não resistiram, cederam e, num abrir e
fechar do olho, a ponte ruiu, caindo também algumas pessoas no rio.
Aqueles que ainda não tinham atravessado o rio, assustados com o facto não quiseram
reconstruir a ponte, pois, para além do trabalho enorme necessário para o fazer, pensaram que
o aconteceria, tinha também outras causas mais profundas, motivo pelo qual tiveram medo e
decidiram ficar cada qual onde estava. O povo Macua é formado por vários grupos, sendo os
mais importantes:
Grupo Macua do interior ou EMAKHUWA;
Grupo Macua-neto ou EMEETTO;
Grupo Macua-lomwe ou ELOMWE.
Grupo Macua do interior ou EMAKHUWA: nos distritos de Mucuburi, Muecate;
Meconta, Murupula, Mogovalas, Ribabwe e Lalawa, na província de Nampula; Mecanhelas,
Cuamba, Maua, Nipepe e Metarica, na província de Niassa e Pebane, na província de
Zambézia;
Grupo Macua-neto ou EMEETTO: nos distritos de Montupuez, Balana, Namumo, Pemba,
Ancuabe, Quissanga, Meluco, Macomia e Mociboa da Praia, na província de Cabo de
Delgado; e nos distritos de Marrupa e Maua na província de Niassa;
Grupo Macua-lomwe ou ELOMWE: nos distritos de Gorue, Gile, Alto Molocwe e Ile na
província da Zambézia; nos distritos de Maluma, Ribawe, Murupula e Moma na província de
Nampula; e Mecanhelas na província de Niassa.
Há outros grupos mais pequenos sob divisões dos anteriores, como por exemplo:
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Grupo de Rovuma, perto da fronteira com a Tanzania na província de Cabo
Delgado;
Grupo Chaca ou ESAAKA, nos distritos de Chiure e Mecufe, na província de cabo
delgado;e nos distritos de Erati, na Caroa e Memba na província de Nampula;
Grupo Xirima ou EXIRIMA, nos distritos de Cuamba, Metarica e parte de Maua na
província de Niasse e zonas limítrofes de Nampula;
Grupo Macua do litoral: EMAREVONE, em Mongicual, e Moma, na província de
Nampula; ESANKACI, e Angoche, na província de Nampula; e ENAHARA, em
Mossuril, Iha de Moçambique, Nacala-porto, Nacala-velha e Memba.
Todos estes grupos e sob grupos que formam o povo macua, pode afirmar-se que existe uma
unidade fundamental, com base nos seguintes factores:
Unidade original: as tradições que transmitem o mito sobre a origem do mundo e do
homem, recolhidos nos vários estudos feitos sobre os macuas nos últimos anos referenciam-
se a unidade original dos macuas, presente no mito do monte Namule, comum a todos os
grupos. Todos os macuas se referem ao monte Namule como o centro e o lugar originário
promordial.
Unidade Linguística: entre os vários grupos macuas, há sem dúvidas, diferenças dialectais,
mas todos os dialectos pertencem, como ramos de uma árvore, a mesma língua macua. Prova
desta unidade linguística são os nomes das pessoas, dos montes, dos rios muitos deles
derivados de nomes de animais e plantas e toda a toponímia fundamental em todos estes
nomes.
2.4. A esterilidade (othomeya ekumi)
A esterilidade é considerada, na sociedade macua, como uma desgraça, um castigo ou
maldição, consequência directa da transgressão de alguma lei, de um mau comportamento ou
acção de aguém que nos deseja mal.
O povo despreza o homem e a mulher estéries porque “suspende a vida”; sendo estéries
opõem se, de facto, a transmissão da vida, como homens e mulheres assim quebra-se a
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ligação que nos une aos medianeiros da vida, interropendo-se a corrente vital. Por isso, o
povo macua mantém uma atitude de desdém para com os estéries e os que não casam.
2.5. A Gravidez
O ciclo vital começa com a concepção de uma nova vida (orupaliwa), a que se segue,
naturalmente, a gravidez (erukulu), durante a qual a mulher se prepara para se mãe. Dão se
nela uma série de alterações biológicas externamente observáveis, que são sintomas
eniquívocos do seu novo estado. Então o marido diz que a sua mulher “está saciada”
(orupanle), indicando, com esta expressão o seu estado de gravidez. A mulher dirá aos seus
familiares, especialmente as pessoas mais velhas da família que agora “está fechada” (owala),
comunicando desta forma o seu novo estado.
No período de gravidez, os pais da criança que se está a formar no seio materno devem
continuar a ter relações conjugais, para que o filho se torne cada vez mais, segundo a maneira
tradicional. A mulher grávida submete-se ao rito de corte de cabelo (ometxha), um rito de
separação com a qual, através de um sinal corporal, é mostrado á comunidade o novo estado
da mulher que vai ser mãe.
2.6. O Parto (oyara)
O parto é um momento particular na vida macua vivido intensamente em clima de absoluta
“limidade”. O parto propriamente dito é um assunto da competência exclusiva das mulheres.
Só elas podem participar, sendo severamente proibida a presença dos homens.
2.7. O Nascimento (oyariwa)
O nascimento de uma criança é um dos acontecimentos mais importante da sociedade macua.
A criança é desejada e esperado pelos pais, pelos responsáveis e membros da família e,
finalmente por todos membros da sociedade porque todos amam a vida e desejam que esta
continue. Cada vez que nasce uma criança este ideal realiza-se concretamente. Um outro filho
significa, para a família e para a sociedade a esperança concreta de que a vida não acaba, é
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sinal de que os antepassados continuam a ser intermidiários entre a fonte da vida e da
sociedade. Por isso, o nascimento duma criança é motivo de festa para toda a comunidade, e
de alegria para todos.
2.8. Educação
As tarefas de um bom pai, como encarar-se com a mulher sexualmente, são transmitido na
base de adágios, provérbios e sempre acompanhados com cantares e danças processadas
durante as noites da sua permanência.
O jovem é também ensinado a comportar-se na sociedade e relacionar-se com outros.
Aprende as lendas, os contos, regras de moral e os vários costumes da sua tribo como
verdadeiras riquezas patrimoniais que realmente são transmitidos de geração para geração.
2.9. Principais Ritos da Vida
A sociedade tradicional em Moçambique pratica ritos de passagem de uma fase de vida para
a outra preparando desta forma o adolescente a encarar ao problema que lhe esperam nesse
outro estádio de vida. As principais fases são aquelas em que se prepara o jovem para
enfrentar a vida adulta. Na sociedade macua, os principais ritos são: ritos de iniciação
masculina e feminina.
2.10. Ritos de Iniciação Masculina
Na sociedade macua, os ritos de iniciação masculina subscrevem se em realização da
circuncisão e todas as actividades a ela inerentes. A circuncisão é um costume que como
força de lei e aquele que não for circuncisado é excluído de todas as danças folqueadas sendo
considerado de efeminado e dificilmente consegue mulher para casar.
Como o desenvolvimento masculino não é notado por sinais externos como na puberdade
feminina, a escolha dos meninos ou jovens para a prática dos ritos de iniciação baseia se
frequentemente na vivacidade espiritual e no desenvolvimento físico que os mais velhos lhes
reconhecem. A data da circuncisão é grande cerimónia da passagem para a vida adulta.
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Escolhida a data, o evento é anunciado pelo arufar dos tambores e por grupos que percorrem
os aglomerados mais próximos (otómola ecoma). As festas iniciam se alguns dias antes de os
jovens partirem para a floresta (orapatani). Em volta de uma grande fogueira a população
canta e dança e um ajudante do chefe tradicional (numuko) considerado co poder mágico e
deve, alem disso, ser dançarino exímio, mostra as suas habildades, tal com o atravessar o
fogo sem se queimar. Na véspera da partida te,m lugar uma despedida da crença que parte
para alvorada de uma nova vida. O jovem rapa obrigatoriamente o cabelo e queima as roupas,
símbolo de infância que deixa. O corpo é esfregado com unturas que os preservam dos maus
espíritos. Mata se um galo que se assa uma perna para levar consigo. Até partir para mata, a
criança ignora tudo o que vai lhe acontecer se bem que desde há muito lhe fale “festa do mel”
que ele próprio irá escolher o néctar.
2.11. Processamento dos Ritos
No dia desigado acompanhada pelo seu tutor parte para a mata, segurando uma perna de
galinha com shima de milho ou mapira que foi lhe dada pela mãe. Perto do loca ajustado pelo
chefe tradicional, o tutor tapa lhe os olhos e os tambores e os apitos rufam para que ele não
oiça o grito dos outros circuncidados. O tutor obriga lhe a sentar ao colo e prende lhe as suas
pernas. Por vezes mate lhe um pauzinho nos dentes para melhor suportar a dores.
Nisto o namuco ( aquele que corta) aproxima se do garoto á relâmpago corta o perpúcio dos
circuncidado duma só vez, mesmo que não o atinge, não repete. A navalha tradicional nesta
operação é levada para o fogo para evitar a infecção. O perpúcio cortado é obrigatoriamente
enterrado e só eventualmente queimado.
2.12. Ritos de Iniciação Femenina
Estes, têm como objectivo a formação de mulheres dóceis, obedientes, que mesmo quando
humilhadas desumanamente tratadas continuam a sorrir. Durante a realização das cerimónias
dos ritos de inicião femenina, as mestres ensinam lhe que a menstruição nada tem de
anormal, antes pelo contrário é um sinal do que em breve pode criar. Ensinam-naa utilizar um
trapo como tampão, o primeiro deve ser enterrado á noite por ela própria. Só ela pode lavar as
roupas manchadas. Depois abrirá uma cova onde despejará as águas utilizadas.
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Durante, o processamento de ritos de iniciação, mulher iniciada sujeita-se a operação de
estender lábios vaginais, que podem a medir 10 cm de comprimento.
A mulher assim, praparada para mãe e esposa é imbuída várias regras que poderá seguir no
seu futuro lar. Assim, depois do casamento ela abstém se de comer várias coisas, porque
acaretam várias doenças á criança que deve nascer, como ovos, certos peixes e animais.
2.13. Casamento
O casamento, na sociedade macua, não é, de forma nenhuma, o assunto particular, que
interessa só ao dois que vão casar. Nesta sociedade o casamento tem um valor social de
primeira grandeza, que transparece logo nos primeiros ritos e depois em cada uma das
sequências rituias, até chegar a conclusão de todo processo matrimonial. Um casamento
significa a entrada de um novo membro na família, um aumento numérico e qualitativo,
garantia segura do fortalecimento da linhagem. A família alarga-se, multiplicam-se os
membros dela.
2.14. O Casamento Matrilinear
Apesar de não existir, na sociedade macua, a instituição do dote matrimonial, o factor
económico do casamento é importante. Neste caso, quem enriquece é a família da noiva,
porque é esta que cresce com um novo membro.
2.15. A Exogamia
Os macuas devem casar-se fora da linhagem, pelo que o casamento é exogámico. É
expressamente proibido casar dentro do próprio famliliar entre aqueles que tê, o mesmo
apelido (nihimo).
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3. CONCLUSÃO
Depois de uma análise breve da cultura do povo macua, podemos afirmar que, este povo tem
uma cultura diversificada e de longa data. Do nascimento até ao casamento, o macua, tem
muito aprender e a imitar, o que poderá usar no casamento. É uma das culturas que, pouco
foram influenciadas pela presença colonial em Moçambique.
Todos os grupos que formam a sociedade Macua estão ligados aos mitos sobre a origem do
mundo e do homem. São unânimes em indicar o monte Namuli como o lugar originário
primordial. Este monte de 2419m de altura está situado na serra de Gurué á norte da
província de Zambézia.
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4. BIBLIOGRAFIA
Livros:
MARTINEZ, Lerma. O Povo Macua e a Sua Cultura.2ª edição. Maputo: Editora Paulinas;
2008;
CIPIRE, Felizardo. Educação Tradicional em Moçambique. Maputo: Edimel; 1992;
ROCHA, Aurélio. Moçambique: História e Cultura. Maputo: Texto Editora; 2006.
Sítios da Internet:
www.globmacua.com
www.google.com
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