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Sumario Contents 1. INTRODUÇÃO..................................................... 2 2. OS MACUAS E SUA CULTURA........................................3 2.1. Localização Geográfica dos Macuas.............................3 2.2. Origem........................................................3 2.3. A Expansão do povo Macua......................................4 2.4. A esterilidade (othomeya ekumi)...............................5 2.5. A Gravidez....................................................6 2.6. O Parto (oyara)...............................................6 2.7. O Nascimento (oyariwa)........................................6 2.8. Educação......................................................7 2.9. Principais Ritos da Vida......................................7 2.10. Ritos de Iniciação Masculina................................7 2.11. Processamento dos Ritos.....................................8 2.12. Ritos de Iniciação Femenina.................................8 2.13. Casamento................................................... 9 2.14. O Casamento Matrilinear.....................................9 2.15. A Exogamia.................................................. 9 3. CONCLUSÃO..................................................... 10 4. BIBLIOGRAFIA.................................................. 11 1

MACUAS

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Sumario

Contents1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................2

2. OS MACUAS E SUA CULTURA................................................................................................3

2.1. Localização Geográfica dos Macuas..........................................................................................3

2.2. Origem.......................................................................................................................................3

2.3. A Expansão do povo Macua......................................................................................................4

2.4. A esterilidade (othomeya ekumi)...............................................................................................5

2.5. A Gravidez.................................................................................................................................6

2.6. O Parto (oyara)..........................................................................................................................6

2.7. O Nascimento (oyariwa)............................................................................................................6

2.8. Educação...................................................................................................................................7

2.9. Principais Ritos da Vida............................................................................................................7

2.10. Ritos de Iniciação Masculina.................................................................................................7

2.11. Processamento dos Ritos........................................................................................................8

2.12. Ritos de Iniciação Femenina..................................................................................................8

2.13. Casamento.............................................................................................................................9

2.14. O Casamento Matrilinear.......................................................................................................9

2.15. A Exogamia...........................................................................................................................9

3. CONCLUSÃO.............................................................................................................................10

4. BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................................11

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa fazer uma abordagem sobre a Cultura dos Macuas, e tem como

objectivo ilustrar aquilo que é a cultura do povo macua, um povo que é numeroso,

comparativamente com outros povos de Mocambique. Neste trabalho de pesquisa, abordarei

as principais culturas do povo macua, desde o nascimento até a morte.

Segundo a tradição popular, os primeiros homens depois de serem criados por Deus nas

grutas mais altas da serra, organizaram uma viagem ate a planície, descendo por vários

caminhos na medida em que se multiplicavam iam se separando, dando origem aos diferentes

grupos que hoje compõe o grupo Macua, diferentes na maneira de falar, e em alguns

expressões culturais, mas unidos entre s pelos laços mais fortes da língua e cultura.

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2. OS MACUAS E SUA CULTURA

2.1. Localização Geográfica dos Macuas

De acordo com MARTINEZ (2008:37) o povo Macua actualmente vive numa área de cerca

de 300.000km² a norte de Moçambique, que abrange as províncias de Cabo Delgado, Niassa,

Nampula e Zambézia, na Região conhecida tradicionalmente pelo nome de Macua ou WA-

AMPHULA, é delimitada a norte pelo rio Rovuma a leste pelo Oceano Índico ao sul pelo rio

Lucungo nas proximidades do rio Zambeze, e a oeste pelo rio Lugenda.

Os Macuas têm fronteira á norte com os macondes, os yaos e os Anynjas; ao sul com os senas

e os chuabos; e com grupos islamizados, no litoral Índico.Também se encontram Macuas

embora em números mais reduzidos que e Moçambique na Tanzânia e no Malawi, devido as

migrações do século XIX, igualmente se encontram grupos de Macuas em Madagáscar, nas

ilhas Seychelles e nas Maurícias, devido ao comércio de escravos durante os séculos XVIII e

XIX.

2.2. Origem

As interpretações são várias sobre a etimologia, significado e escrita da palavra «Macua»,

desde a hipótese de que é uma palavra injuriosa (equivalente a selvagem, bárbaros, não

civilizados, até a afirmação de que significa originário de Goa(Makoa).

Todos os grupos que formam a sociedade Macua estão ligados aos mitos sobre a origem do

mundo e do homem. São unânimes em indicar o monte Namuli como o lugar originário

primordial. Este monte de 2419m de altura está situado na serra de Gurué á norte da

província de Zambézia.

Segundo a tradição popular, os primeiros homens depois de serem criados por Deus nas

grutas mais altas da serra, organizaram uma viagem ate a planície, descendo por vários

caminhos na medida em que se multiplicavam iam se separando, dando origem aos diferentes

grupos que hoje compõe o grupo Macua, diferentes na maneira de falar, e em alguns

expressões culturais, mas unidos entre s pelos laços mais fortes da língua e cultura.

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2.3. A Expansão do povo Macua

Com a multiplicação do povo Macua, descobriram novas terras até que um dia a beira dum

grande rio, o Malema, que corre na região. Quiseram atravessa-lo e, para isso tiveram de

construir uma ponte rudimentar usando cascas de arvores para fazerem as cordas, que

serviram para o efeito preparada a ponte de cordas começaram, a passar todos os homens e

mulheres que podiam, animando se mutuamente. Porém, quando jamais de metade de grupo

tinha atravessado para outro lado do rio, as cordas não resistiram, cederam e, num abrir e

fechar do olho, a ponte ruiu, caindo também algumas pessoas no rio.

Aqueles que ainda não tinham atravessado o rio, assustados com o facto não quiseram

reconstruir a ponte, pois, para além do trabalho enorme necessário para o fazer, pensaram que

o aconteceria, tinha também outras causas mais profundas, motivo pelo qual tiveram medo e

decidiram ficar cada qual onde estava. O povo Macua é formado por vários grupos, sendo os

mais importantes:

Grupo Macua do interior ou EMAKHUWA;

Grupo Macua-neto ou EMEETTO;

Grupo Macua-lomwe ou ELOMWE.

Grupo Macua do interior ou EMAKHUWA: nos distritos de Mucuburi, Muecate;

Meconta, Murupula, Mogovalas, Ribabwe e Lalawa, na província de Nampula; Mecanhelas,

Cuamba, Maua, Nipepe e Metarica, na província de Niassa e Pebane, na província de

Zambézia;

Grupo Macua-neto ou EMEETTO: nos distritos de Montupuez, Balana, Namumo, Pemba,

Ancuabe, Quissanga, Meluco, Macomia e Mociboa da Praia, na província de Cabo de

Delgado; e nos distritos de Marrupa e Maua na província de Niassa;

Grupo Macua-lomwe ou ELOMWE: nos distritos de Gorue, Gile, Alto Molocwe e Ile na

província da Zambézia; nos distritos de Maluma, Ribawe, Murupula e Moma na província de

Nampula; e Mecanhelas na província de Niassa.

Há outros grupos mais pequenos sob divisões dos anteriores, como por exemplo:

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Grupo de Rovuma, perto da fronteira com a Tanzania na província de Cabo

Delgado;

Grupo Chaca ou ESAAKA, nos distritos de Chiure e Mecufe, na província de cabo

delgado;e nos distritos de Erati, na Caroa e Memba na província de Nampula;

Grupo Xirima ou EXIRIMA, nos distritos de Cuamba, Metarica e parte de Maua na

província de Niasse e zonas limítrofes de Nampula;

Grupo Macua do litoral: EMAREVONE, em Mongicual, e Moma, na província de

Nampula; ESANKACI, e Angoche, na província de Nampula; e ENAHARA, em

Mossuril, Iha de Moçambique, Nacala-porto, Nacala-velha e Memba.

Todos estes grupos e sob grupos que formam o povo macua, pode afirmar-se que existe uma

unidade fundamental, com base nos seguintes factores:

Unidade original: as tradições que transmitem o mito sobre a origem do mundo e do

homem, recolhidos nos vários estudos feitos sobre os macuas nos últimos anos referenciam-

se a unidade original dos macuas, presente no mito do monte Namule, comum a todos os

grupos. Todos os macuas se referem ao monte Namule como o centro e o lugar originário

promordial.

Unidade Linguística: entre os vários grupos macuas, há sem dúvidas, diferenças dialectais,

mas todos os dialectos pertencem, como ramos de uma árvore, a mesma língua macua. Prova

desta unidade linguística são os nomes das pessoas, dos montes, dos rios muitos deles

derivados de nomes de animais e plantas e toda a toponímia fundamental em todos estes

nomes.

2.4. A esterilidade (othomeya ekumi)

A esterilidade é considerada, na sociedade macua, como uma desgraça, um castigo ou

maldição, consequência directa da transgressão de alguma lei, de um mau comportamento ou

acção de aguém que nos deseja mal.

O povo despreza o homem e a mulher estéries porque “suspende a vida”; sendo estéries

opõem se, de facto, a transmissão da vida, como homens e mulheres assim quebra-se a

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ligação que nos une aos medianeiros da vida, interropendo-se a corrente vital. Por isso, o

povo macua mantém uma atitude de desdém para com os estéries e os que não casam.

2.5. A Gravidez

O ciclo vital começa com a concepção de uma nova vida (orupaliwa), a que se segue,

naturalmente, a gravidez (erukulu), durante a qual a mulher se prepara para se mãe. Dão se

nela uma série de alterações biológicas externamente observáveis, que são sintomas

eniquívocos do seu novo estado. Então o marido diz que a sua mulher “está saciada”

(orupanle), indicando, com esta expressão o seu estado de gravidez. A mulher dirá aos seus

familiares, especialmente as pessoas mais velhas da família que agora “está fechada” (owala),

comunicando desta forma o seu novo estado.

No período de gravidez, os pais da criança que se está a formar no seio materno devem

continuar a ter relações conjugais, para que o filho se torne cada vez mais, segundo a maneira

tradicional. A mulher grávida submete-se ao rito de corte de cabelo (ometxha), um rito de

separação com a qual, através de um sinal corporal, é mostrado á comunidade o novo estado

da mulher que vai ser mãe.

2.6. O Parto (oyara)

O parto é um momento particular na vida macua vivido intensamente em clima de absoluta

“limidade”. O parto propriamente dito é um assunto da competência exclusiva das mulheres.

Só elas podem participar, sendo severamente proibida a presença dos homens.

2.7. O Nascimento (oyariwa)

O nascimento de uma criança é um dos acontecimentos mais importante da sociedade macua.

A criança é desejada e esperado pelos pais, pelos responsáveis e membros da família e,

finalmente por todos membros da sociedade porque todos amam a vida e desejam que esta

continue. Cada vez que nasce uma criança este ideal realiza-se concretamente. Um outro filho

significa, para a família e para a sociedade a esperança concreta de que a vida não acaba, é

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sinal de que os antepassados continuam a ser intermidiários entre a fonte da vida e da

sociedade. Por isso, o nascimento duma criança é motivo de festa para toda a comunidade, e

de alegria para todos.

2.8. Educação

As tarefas de um bom pai, como encarar-se com a mulher sexualmente, são transmitido na

base de adágios, provérbios e sempre acompanhados com cantares e danças processadas

durante as noites da sua permanência.

O jovem é também ensinado a comportar-se na sociedade e relacionar-se com outros.

Aprende as lendas, os contos, regras de moral e os vários costumes da sua tribo como

verdadeiras riquezas patrimoniais que realmente são transmitidos de geração para geração.

2.9. Principais Ritos da Vida

A sociedade tradicional em Moçambique pratica ritos de passagem de uma fase de vida para

a outra preparando desta forma o adolescente a encarar ao problema que lhe esperam nesse

outro estádio de vida. As principais fases são aquelas em que se prepara o jovem para

enfrentar a vida adulta. Na sociedade macua, os principais ritos são: ritos de iniciação

masculina e feminina.

2.10. Ritos de Iniciação Masculina

Na sociedade macua, os ritos de iniciação masculina subscrevem se em realização da

circuncisão e todas as actividades a ela inerentes. A circuncisão é um costume que como

força de lei e aquele que não for circuncisado é excluído de todas as danças folqueadas sendo

considerado de efeminado e dificilmente consegue mulher para casar.

Como o desenvolvimento masculino não é notado por sinais externos como na puberdade

feminina, a escolha dos meninos ou jovens para a prática dos ritos de iniciação baseia se

frequentemente na vivacidade espiritual e no desenvolvimento físico que os mais velhos lhes

reconhecem. A data da circuncisão é grande cerimónia da passagem para a vida adulta.

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Escolhida a data, o evento é anunciado pelo arufar dos tambores e por grupos que percorrem

os aglomerados mais próximos (otómola ecoma). As festas iniciam se alguns dias antes de os

jovens partirem para a floresta (orapatani). Em volta de uma grande fogueira a população

canta e dança e um ajudante do chefe tradicional (numuko) considerado co poder mágico e

deve, alem disso, ser dançarino exímio, mostra as suas habildades, tal com o atravessar o

fogo sem se queimar. Na véspera da partida te,m lugar uma despedida da crença que parte

para alvorada de uma nova vida. O jovem rapa obrigatoriamente o cabelo e queima as roupas,

símbolo de infância que deixa. O corpo é esfregado com unturas que os preservam dos maus

espíritos. Mata se um galo que se assa uma perna para levar consigo. Até partir para mata, a

criança ignora tudo o que vai lhe acontecer se bem que desde há muito lhe fale “festa do mel”

que ele próprio irá escolher o néctar.

2.11. Processamento dos Ritos

No dia desigado acompanhada pelo seu tutor parte para a mata, segurando uma perna de

galinha com shima de milho ou mapira que foi lhe dada pela mãe. Perto do loca ajustado pelo

chefe tradicional, o tutor tapa lhe os olhos e os tambores e os apitos rufam para que ele não

oiça o grito dos outros circuncidados. O tutor obriga lhe a sentar ao colo e prende lhe as suas

pernas. Por vezes mate lhe um pauzinho nos dentes para melhor suportar a dores.

Nisto o namuco ( aquele que corta) aproxima se do garoto á relâmpago corta o perpúcio dos

circuncidado duma só vez, mesmo que não o atinge, não repete. A navalha tradicional nesta

operação é levada para o fogo para evitar a infecção. O perpúcio cortado é obrigatoriamente

enterrado e só eventualmente queimado.

2.12. Ritos de Iniciação Femenina

Estes, têm como objectivo a formação de mulheres dóceis, obedientes, que mesmo quando

humilhadas desumanamente tratadas continuam a sorrir. Durante a realização das cerimónias

dos ritos de inicião femenina, as mestres ensinam lhe que a menstruição nada tem de

anormal, antes pelo contrário é um sinal do que em breve pode criar. Ensinam-naa utilizar um

trapo como tampão, o primeiro deve ser enterrado á noite por ela própria. Só ela pode lavar as

roupas manchadas. Depois abrirá uma cova onde despejará as águas utilizadas.

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Durante, o processamento de ritos de iniciação, mulher iniciada sujeita-se a operação de

estender lábios vaginais, que podem a medir 10 cm de comprimento.

A mulher assim, praparada para mãe e esposa é imbuída várias regras que poderá seguir no

seu futuro lar. Assim, depois do casamento ela abstém se de comer várias coisas, porque

acaretam várias doenças á criança que deve nascer, como ovos, certos peixes e animais.

2.13. Casamento

O casamento, na sociedade macua, não é, de forma nenhuma, o assunto particular, que

interessa só ao dois que vão casar. Nesta sociedade o casamento tem um valor social de

primeira grandeza, que transparece logo nos primeiros ritos e depois em cada uma das

sequências rituias, até chegar a conclusão de todo processo matrimonial. Um casamento

significa a entrada de um novo membro na família, um aumento numérico e qualitativo,

garantia segura do fortalecimento da linhagem. A família alarga-se, multiplicam-se os

membros dela.

2.14. O Casamento Matrilinear

Apesar de não existir, na sociedade macua, a instituição do dote matrimonial, o factor

económico do casamento é importante. Neste caso, quem enriquece é a família da noiva,

porque é esta que cresce com um novo membro.

2.15. A Exogamia

Os macuas devem casar-se fora da linhagem, pelo que o casamento é exogámico. É

expressamente proibido casar dentro do próprio famliliar entre aqueles que tê, o mesmo

apelido (nihimo).

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3. CONCLUSÃO

Depois de uma análise breve da cultura do povo macua, podemos afirmar que, este povo tem

uma cultura diversificada e de longa data. Do nascimento até ao casamento, o macua, tem

muito aprender e a imitar, o que poderá usar no casamento. É uma das culturas que, pouco

foram influenciadas pela presença colonial em Moçambique.

Todos os grupos que formam a sociedade Macua estão ligados aos mitos sobre a origem do

mundo e do homem. São unânimes em indicar o monte Namuli como o lugar originário

primordial. Este monte de 2419m de altura está situado na serra de Gurué á norte da

província de Zambézia.

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4. BIBLIOGRAFIA

Livros:

MARTINEZ, Lerma. O Povo Macua e a Sua Cultura.2ª edição. Maputo: Editora Paulinas;

2008;

CIPIRE, Felizardo. Educação Tradicional em Moçambique. Maputo: Edimel; 1992;

ROCHA, Aurélio. Moçambique: História e Cultura. Maputo: Texto Editora; 2006.

Sítios da Internet:

www.globmacua.com

www.google.com

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