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MAIRA BERNARDI - UFRGS KETIA KELLEN A. SILVA - UFRGS MODELOS PEDAGÓGICOS E EPISTEMOLÓGICOS

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MAIRA BERNARDI - UFRGS

KETIA KELLEN A. SILVA - UFRGS

MODELOS PEDAGÓGICOS E

EPISTEMOLÓGICOS

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Podemos afirmar que existem três diferentes formas de representar a relação ensino/aprendizagem escolar, ou mais especificadamente, a sala de aula. [...] tais modelos são sustentados, uma a um, por determinada epistemologia. (Becker, 2001)

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O EMPIRISMO Segundo Piaget (1987, p. 339), o empirismo é uma concepção da experiência e da sua ação. Essa concepção considera que a experiência se impõe por si mesma, sem a organização do sujeito, como se ela fosse impressa diretamente no organismo, sem que seja necessária à sua constituição uma atividade do sujeito.

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Em outra perspectiva e, também, em conseqüência, o empirismo acredita na experiência como existente em si mesma, mesmo que o seu valor tenha origem em um sistema de objetos exteriores, totalmente feitos, e de relações dadas entre esses objetos ou consista em um sistema de hábitos e de associações auto-suficientes.

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Acreditar na existência de uma experiência autônoma e na sua pressão direta sobre o espírito do sujeito explica por que o empirismo é associacionista. Assim, qualquer outra forma de registro da experiência que não seja a associação sob as suas distintas formas (associação de imagens, reflexo condicionado, transferência associativa, etc.), pressupõe uma atividade intelectual que participa na construção da realidade exterior percebida pelo sujeito.

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APRIORISMO

Para Piaget (1987), a epistemologia apriorista considera que o desenvolvimento intelectual não é resultado somente das pressões exercidas pelo meio físico ou social, nem tampouco da afirmação progressiva de uma faculdade constituída para conhecer esse meio. Ele pode ser concebido como explicação gradativa de várias estruturas pré-formadas na constituição psicofisiológica do próprio sujeito.

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A teoria da Gestalt, também, pode ser considerada apriorista, pois não recorre a qualquer faculdade, ou força vital de organização. As formas não são provenientes das próprias coisas nem de uma faculdade formadora. Elas são concebidas como algo que aprofunda suas raízes no sistema nervoso ou na estrutura pré-formada do organismo.

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Os gestaltistas quase sempre não explicam a origem das estruturas, limitando-se a dizer que elas surgem necessariamente ao sujeito, quando esse se depara com determinada situação. Entretanto, quando se trata de explicar a necessidade das formas, a teoria da Gestalt consiste em um apriorismo biológico ou em uma variedade do pré-formismo, visto que é sempre à constituição psicofisiológica do próprio sujeito que essa teoria reverte.

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A TEORIA DA ASSIMILAÇÃO (INTERACIONISMO)

Segundo Piaget (1987), a inteligência constitui uma atividade organizadora em que o funcionamento prolonga o da organização biológica e o supera. Isso ocorre em virtude da elaboração de novas estruturas. Essas estruturas se constroem sucessivamente e se diferenciam qualitativamente, obedecendo às mesmas leis funcionais, devido à atividade intelectual.

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O organismo apresenta uma estrutura organizada, constituindo um sistema de relações interdependentes. Ele trabalha para conservar a sua estrutura e para assimilar a si o universo inteiro. A assimilação é a incorporação de uma realidade externa a uma outra parte do ciclo de organização. Piaget (1972), afirma que a noção de assimilação implica a de integração dos dados a uma estrutura anterior ou, também, a constituição de uma nova estrutura sob a forma elementar de um esquema.

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Para Piaget (1987), a assimilação sensório-motora dos objetos aos esquemas do sujeito prolonga a assimilação biológica do meio ao organismo e, também, prenuncia a assimilação intelectual dos objetos ao espírito, da mesma maneira como acontece nas formas mais desenvolvidas do pensamento racional.

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O autor sintetiza o que até agora foi falado, afirmando que: a organização é a coerência formal, a acomodação é a experiência, e a assimilação é ato de julgamento, ao passo em que unifica os conteúdos experimentais à forma lógica.

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Conforme Piaget (1972), o conhecimento é o resultado das interações que se constroem a meio caminho entre o sujeito e o objeto, dependendo dos dois ao mesmo tempo, mas em conseqüência de uma indiferenciação total e não de trocas entre formas diferentes.

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Na introdução do seu livro “Epistemologia Genética”, Piaget faz o seguinte comentário:“... o conhecimento não poderia ser concebido como algo predeterminado nas estruturas internas do indivíduo, pois que estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem nos caracteres preexistentes do objeto, pois que estes só são conhecidos graças à mediação necessária dessas estruturas; e estas estruturas o enriquecem e enquadram (pelo menos os situando no conjunto dos possíveis)...” (Piaget, 1972, p. 7).