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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo 08/03/20, Edição nº 15 Pág. 1/44 'Sol do Rio Tejo' - foto de Silvya Gallanni © 2016 mais destaques nas páginas seguintes em COORDENADOR: Dia Internacional da Mulher | 11-14 LUZIA MONIZ: CPLP | Escolhe Poeta Luso Escravocrata e Racista | 15-17 WEIMAN KOW: Art on Hygiene & Prophilaxis | 19-25 DONA CACILDA: 27-28 MYRIAM JUBILOT d’CARVALHO: Culturas in Movimento| momento POÉTICO| 30-33 FANISSE CRAVEIRINHA: | 34-35 || ADELTO GONÇALVES: divulga duas autoras | 36-37 SILVYA GALLANNI: Instantâneos - texto e imagem | Nossas Senhoras | 38-40 MK: ESOTERIKA | Numerologia | 8 de Março | 42-43 PARCERIA de DIVULGAÇÃO | VuJonga | jornal O Autarca de Moçambique | 7 FALUME CHABANE | coluna da Beira | Moçambique| 8-9

mais destaques nas páginas seguintes em§o-8-de-2020.pdfUniversidade Pedagógica e mais tarde concluiu o curso de mestrado em Direito na Universidade Católica de Moçambique. coluna

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 1/44

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mais destaques nas páginas seguintes em

COORDENADOR: Dia Internacional da Mulher | 11-14

LUZIA MONIZ: CPLP | Escolhe Poeta Luso Escravocrata e Racista | 15-17

WEIMAN KOW: Art on Hygiene & Prophilaxis | 19-25

DONA CACILDA: 27-28

MYRIAM JUBILOT d’CARVALHO: Culturas in Movimento| momento POÉTICO| 30-33

FANISSE CRAVEIRINHA: | 34-35 || ADELTO GONÇALVES: divulga duas autoras | 36-37

SILVYA GALLANNI: Instantâneos - texto e imagem | Nossas Senhoras | 38-40

MK: ESOTERIKA | Numerologia | 8 de Março | 42-43

PARCERIA de DIVULGAÇÃO | VuJonga | jornal O Autarca de Moçambique | 7

FALUME CHABANE | coluna da Beira | Moçambique| 8-9

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 2/44

8th March | English.

In a World where we are more and

Over demanded - Moved by the social

impulse stemming from A heritage of the

Natural instinct of life, we will always be

exceptional to survive. As we reign

absolute within our space – the space that

we created – the space that we will create.

In the Past, we were born in an

environment where men always reigned.

In the past, we were educated only

to serve and obey. Getting married to be

procreators and educators of the family

children. However, and thanks to many

women, from yesterday, today we follow

their examples of emancipation. We still

work inside home, but as well we already

work outside. More aware of our value, we

decide our paths.

Today, we are what we want to be.

We have our rights conquered, at work, at

home, in a relationship. Even motherhood

can be, or not, with a man. Today we are

the ones who drive our machines, as well

as our life’s.

Congratulations to us – warrior

women. And, WOMEN'S DAY always

will be, every day. ■ Silvya Gallanni

8 de Março | Português.

Num Mundo onde somos Ultra

sensíveis, porque Libertas da Herança

Encontrada na Realidade da vida, seremos

sempre excepcionais. Pois, somos nós que

reinamos absolutas dentro do nosso

espaço, o espaço que criámos – o espaço

que criarmos. Nascemos num ambiente

onde os homens sempre reinaram. No

Passado, éramos educadas somente para

sermos servis e obedientes. Para

casarmos – para sermos procriadoras e

educadoras das crianças da família.

Contudo, e graças a muitas

mulheres, de Ontem, Hoje seguimos os

seus exemplos de emancipação.

Continuamos a trabalhar dentro de casa.

Mas já trabalhamos fora. E mais

conscientizadas, decidimos os nossos

caminhos. Hoje, somos aquilo que

queremos ser. Temos os nossos direitos

conquistados, no trabalho, em casa, num

relacionamento. Até a maternidade

podemos ter, ou não, com um homem.

Atualmente somos nós que dirigimos as

nossas máquinas, assim como a nossa

vida.

Parabéns para nós, mulheres guerreiras.

E, DIA da MULHER – sempre serão

todos os dias. ■ Silvya Gallanni

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 3/44

Ficha técnica neste número |

CULINÁRIA | Dona Cacilda da Conceição Dias: Moçambique |

receitas | gastronomia | memórias associativas mestiças.

FILOSOFIA | Myriam Jubilot d’Carvalho: Península Ibérica |

[pseudónimo de Mª de Fátima Oliveira Domingues]

prosa e poesia | crónicas interculturais | ensaio.

REVISÃO | Mª de Fátima Oliveira Domingues: Portugal |

textualidade e contexto | pedagogia | revisão de texto.

PSICOLOGIA CLÍNICA | Fanisse Craveirinha: Europa |

psicoterapias | reflexões sobre saúde mental quotidiana.

HISTÓRIA | Adelto Gonçalves: Brasil – Portugal |

resenhas literárias | Lusofonia.

INSTANTÂNEOS | Silvya Galllanni: Portugal – Brasil |

instantâneos | crônicas | poesia | fotografia | revisão gráfica.

ARTE | Mphumo Kraveirinya: ‘Anima Mundi’ |

infografismo | layout | art work | poesia | crítica de arte | esoterika.

COMUNICAÇÃO e CULTURA | João Craveirinha: CPLP |

[fundador e coordenador]

comunicação e cultura | resenhas | revisão-geral.

E-mail | [email protected]

Facebook | https://www.facebook.com/VuJonga

Instagram | em organização

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 4/44

Revista digital ilustrada, actualizada, made in CPLP | fundada por: João Craveirinha (CLEPUL); Silvya Gallanni (RL); Mª de Fátima Oliveira Domingues (CLEPUL).

VuJonga 15 – cadernos literários | 08 Março 2020 https://rl.art.br/arquivos/6883532.pdf VuJonga 14 – cadernos literários | 1º Março 2020 https://rl.art.br/arquivos/6881116.pdf

VuJonga 13 – cadernos literários | 23 Fevereiro 2020

https://rl.art.br/arquivos/6872116.pdf VuJonga 12 – cadernos literários | 16 Fevereiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6867013.pdf VuJonga 11 – cadernos literários | 09 Fevereiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6862114.pdf VuJonga 10 – cadernos literários | 02 Fevereiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6856528.pdf VuJonga 09 – cadernos literários | 26 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6851143.pdf VuJonga 08 – cadernos literários | 19 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6847856.pdf VuJonga 07 – cadernos literários | 12 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6847855.pdf VuJonga 06 – cadernos literários | 05 Janeiro 2020 https://rl.art.br/arquivos/6847853.pdf VuJonga 05 – cadernos literários | 29 Dezembro 2019 https://rl.art.br/arquivos/6847238.pdf VuJonga 04 – cadernos literários | 22 Dezembro 2019 https://rl.art.br/arquivos/6847233.pdf VuJonga 03 – cadernos literários | 15 Dezembro 2019 https://rl.art.br/arquivos/6847230.pdf VuJonga 02 – cadernos literários https://rl.art.br/arquivos/6847228.pdf VuJonga 01 – cadernos literários | 1º Dezembro 2 https://rl.art.br/arquivos/6847218.pdf

Ligações online de VuJonga cadernos literários | 2019/2020.

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 5/44

VuJONGA – significado.

VuJONGA significa ORIENTE, e também por analogia,

povo vaJonga do ‘Sol Nascente’– em língua Jonga.

ORIENTE – ponto cardeal

de uma das quatro direcções principais da rosa-dos-ventos

[Sul – Norte; Ocidente – Oriente]

ShiJonga ou ‘O Jonga’ é um idioma africano que tem a sua origem

milenar no idioma kiKongo, com sede em Bandundu no ‘Congo-

Kinshassa.’ Daí sairiam migrações cíclicas do povo (ba)Kongo, rumo à

África Austral, tomando rumos diferentes a partir do rio Zambeze, a sul

e a norte.

Posteriormente, em fusão genético-cultural, originou outras

variantes idiomáticas, tais como as dos povos Nhandja (Niassa), Guigóne

(Inhambane), Jonga (Móputso), e ainda outras variantes posteriores tais

como ShiSuate (Suazilândia), Zulo (Natal), Shengane (Gaza), ShiTsua

(Inhambane).

A língua Jonga é, pois, um idioma muito antigo da cultura baNto da

capital de Moçambique. Sofreu várias influências linguísticas no decurso

do tempo. Estas são o registo cultural de épocas em que navegadores

europeus e asiáticos circularam pela costa marítima moçambicana, aí

desenvolvendo relações comerciais – mais pacíficas – umas, e outras

mais conflituosas.

Este idioma, shiJonga, encontra-se actualmente em processo de

extinção, devido a imposições ideológicas do poder político

estabelecido desde 1975.■ coordenador JC.

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 6/44

1º Esboço de Mapa Etno-Etimológico

da região vaJonga - séculos XVI-XIX

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 7/44

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 8/44

Sónia Saleiro Uache é uma mulher semelhante a tantas outras mulheres

moçambicanas, africanas e do mundo, com a particularidade de muito cedo ter

assumido o carácter de liderança.

Nasceu em Nampula e aos quatro anos transferiu-se para a Beira, cidade onde

vive até hoje, razão pela qual se considera mais beirense do que nampulense.

Conheço a Sónia Uache há mais de duas décadas, período desde o qual sou

Amigo do marido, Manuel Uache. Na época partilhavamos o mesmo corredor onde

cada um de nós tinha o seu escritório, no Prédio Tâmega. Nessa altura o Uache

andava numa Nissam Skarline e eu num Ford XR-III. Foram bons momentos.

A Sónia é uma mulher empreendedora persistente e, felizmente, bem sucedida,

e tem a família (esposo, filhos e faz insistentemente referência à mãe) a sua

principal base de inspiração e suporte para o sucesso na vida.

Tem formação básica de Contabilidade pela Escola Industrial e Comercial 25

de Junho e concluiu o ensino médio na Escola Secundária e Pré-Universitária

Samora Moisés Machel. Tem licenciatura em Psicologia Escolar pela ora extinta

Universidade Pedagógica e mais tarde concluiu o curso de mestrado em Direito na

Universidade Católica de Moçambique.

coluna de

Falume Chabane

Moçambique

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 9/44

Quando ainda criança, estudante, devido às circunstâncias da vida do momento,

Sónia tornou-se muito cedo líder, cuidando dos irmãos mais novos. Conta que a

sua infância foi muito curta, mas orgulha-se de ter aprendido muito da vida devido

a essa condição.

Teve de lutar sempre por alguma coisa na vida, tendo muito cedo aprendido a

costura e nessa altura já fazia roupas para colegas da escola para conseguir dinheiro

para si e ajudar os seus irmãos. Lembra-se, também, que fazia tranças, pão, e com

essas actividades sempre conseguiu ter dinheiro para si e ajudar os seus irmãos

mais novos. Além de negócios é, também, dedicada à área social, sendo uma das

percursoras da Associação de Mulheres para Mulheres, que desenvolve uma série

de projectos sociais em Sofala.

Entra para o mundo de negócios pelo encorajamento do seu marido, Manuel

Uache, inciando com a abertura de uma empresa de comercialização e montagem

de persianas, a PERFIL, que hoje engloba outras actividades decorativas,

mobiliário de escritório e prestação de vários serviços.

A sua experiência profissional incluiu passagem pela Proteia, onde onde

aprendeu as primeiras técnicas como vendedora e saber lidar com clientes.

Sónia Saleiro Uache, ou simplesmente Sónia Uache, nasceu em Nampula, no

dia 06 de Março (mês da mulher) de 1976 e hoje celebra o seu 44º Aniversário

Natalício. É uma mulher especial digna merecedora de receber minhas felicitações

públicas pelo aniversáio. Feliz Aniversário e tudo de bom para si e sua amada

Família, Sónia.■ ©Falume Chabane (5, 2020) [in ‘O Autarca’ nº 3866 | 07/03/2020]

Sónia Uache

Saleiro

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 11/44

Dia Internacional da Mulher – e é com o pretexto desta efeméride de 8

Março 2020 que lembramos aquelas Mulheres que directa ou indirectamente

contribuíram com a sua inteligência criativa para o enriquecimento destas páginas

do VuJonga cadernos literários - made in CPLP, e afins, ou foram mencionadas de

uma forma ou de outra. Tais são o caso da incansável estudiosa, poetisa e antiga

professora Myriam Jubilot d’Carvalho (MJdC*), e a contista, fotógrafa-amadora e

poetisa Silvya Gallanni (haikais), que além de serem nossas co-fundadoras são

também colunas-mestras desta revista digital.

Ainda de agradecer as colaboradoras desta revista, a psicóloga clínica

Fanisse Craveirinha e sua avó, a matriarca Cacilda da Conceição Dias com suas

receitas moçambicanas modernas; e ainda a colaboração vinda do México vinda

de Mª Auxílio Salado, professora universitária e tradutora, e antiga guionista de

telenovelas, no seu comentário sobre cinema.

De Singapura, cidade-estado na Ásia, temos de mencionar a UX designer

Weiman Kow, que graciosamente nos autorizou a utilizar suas tiras desenhadas,

elucidativas da higiene e profilaxia fundamental na prevenção do Covid-19,

variante de um vírus gripal com contornos pandémicos.

Destacamos também a autora portuguesa Manuela Gonzaga (citada e re-

citada numa resenha de um outro colaborador nosso da primeira-hora, e pós-

doutorado do Brasil). O mesmo colaborador que nos trouxe a conhecer nas nossas

páginas (ed. 10 de 02/02/2020) um dos grandes vultos femininos académicos do

Brasil, Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, professora universitária aposentada

da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado

do Rio de Janeiro (UERJ).

“Pesquisadora há 52 anos, é doutora e mestra em Ciências Sociais na área de

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 12/44

Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com

pós-doutoramento também em Antropologia pela Universidade Estadual de

Campinas (Unicamp) e pós-doutorado em Ciências da Literatura pela UFRJ. Fez

os primeiros estudos em Maceió, até o curso científico. No Rio de Janeiro, em

1968, bacharelou-se e licenciou-se em Ciências Sociais pela UFRJ e, em 1966, em

Fisioterapia.” (in VuJonga 10: A.G., p. 26, 2020)

Temos também a associativista Luzia Moniz, nascida em Angola, radicada

em Portugal e inserida numa denominada ‘Diáspora Africana na Europa’ ou como

se diz extra-muros-portugueses na Europa – ‘Diáspora Afro-Europeia.’

Luzia Moniz é líder associativista de ‘Promoção da Mulher’ – foi destaque

no mundo da CPLP em 2019, pelo alerta que lançou no parlamento português,

contestando a escolha do nome de um falecido e conhecido poeta luso para um

órgão cultural da Lusofonia-CPLP, devido à sua postura ideológica de minimizar

a tragédia da Escravatura, pela qual a Europa arrancou brutalmente do continente

africano em quase 400 anos seguidos, mais de 12 milhões de seres humanos.1

E, dessa portentosa África e mal-amado continente, ainda que centrado no

planeta Terra de onde há centenas de milhar de anos partiram muitas diásporas

humanas – Seres que evoluindo como espécie humana, se diversificaram povoando

o planeta – Evocamos a falecida e ímpar activista política pelo meio-ambiente, a

académica do Quénia e Prémio Nobel 2004 – Wangari Maathai (1940-2011) que

criou o ‘Green Belt Movement’ (Movimento de Cintura Verde):

«Quer dizer, Wangari Maathai plantou (ou inspirou a plantar) mais de

30.000.000 de árvores, do mesmo modo que ajudou cerca de 900.000 mulheres a

reencontrarem os seus direitos. Para conseguir atingir os seus elevados ideais, a

Profª Wangari Maathai teve que ultrapassar inúmeros obstáculos, tanto no campo

político, como na sua vida pessoal. Hoje em dia, o “Movimento de Cintura

Verde”, por ela criado, alastrou à África Sub-Saariana e é uma realidade.■

MJdC*» (in VuJonga 10/01/20, p. 10)

Neste ‘Março – Mês da Mulher’ em curso, da cidade da Beira de

Moçambique, neste número é reproduzida, da página de um jornal local, o texto

onde um jornalista moçambicano cita a empresária moçambicana Sónia Saleiro,

pelo seu esforço como Mulher, Esposa e Mãe, além de activista social.

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 13/44

Noutro quadrante geográfico e político, mas europeu como a França, temos

a escritora Laura Nsafou, afro-francesa, com quem partilhámos a mesma sala de

apresentação de ‘papers’ na Universidade de Tampere no norte da Finlândia,

aquando da conferência internacional sobre a AfroEuropa, em 2017.

E, noutra região ainda mais longe, neste dia internacional da Mulher, não

podiamos deixar de mencionar a Professora Kassie Freeman, presidente da

‘African Diaspora Consortium,’ que desde 1993 nos tem acompanhado dos EUA,

observando o percurso sócio-cultural e político da situação em Portugal da

denominada diáspora africana e seus afro-descendentes ou ‘tout court’ –

comunidade afro-portuguesa (os que possuem nacionalidade lusa).

Porém, sem visibilidade positiva, ainda que ultrapassem à vontade os 20%

da população total, índigena, lusitana.

E, no pós- 25 de Abril 1974, somente bem visível na A.R., na década de 1990,

houve um deputado afro-português (já falecido), Fernando Ka, que se evidenciou.

Em 2020, esse seu testemunho foi entregue no feminino a Três Mulheres –

senhoras afro-portuguesas com assento parlamentar – as Deputadas – Joacine

Katar Moreira. Beatriz Gomes Dias e Romualda Fernandes. | vide página seguinte

rodapé do centro à direita, respectivamente.

É nesse contexto que hoje, simbolicamente e através destes exemplos que

fazem a diferença, que homenageamos todas as mulheres do Planeta em todos os

quadrantes de afazeres – desde as MULHERES, aparentemente simples donas de

casa tradicionais que no silêncio do lar sobrevivem sabe-se lá como, tentando

superar as suas dores e das pressões das dificuldades diárias tornando-se heroínas

anónimas sem o saberem – às estudiosas e interventivas na sociedade que

diariamente têm de contornar preconceitos em prol de uma melhor sociedade.

A Elas, por tentarem reivindicar um espaço digno numa sociedade civil presa

a uma hegemonia tradicional masculina, o nosso louvor e apreço.■

©Coordenador Mphumo João Craveirinha.

1 Texto que republicamos neste número, cuja reacção proactiva foi motivada pela

citação desse vate português, atrás referido, inserida num dos capítulos da obra literária de um

autor prolífico do Brasil, além de jurista renomado e de sua ligação à UNESCO. Autor nosso

conhecido pessoal há quase duas décadas: o Professor Doutor José Paulo Cavalcanti.

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 14/44

Às nossas co-fundadoras e às primeiras colaboradoras e senhoras que

foram sendo mencionadas no VuJONGA cadernos literários, nos seus

15 números | a nossa gratidão !

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 15/44

[Fernando Pessoa] Aos 28 anos escreveu: “A escravatura é lógica e

legítima; um zulu (negro da África do Sul) ou um landim (moçambicano) não

representa coisa alguma de útil neste mundo. Civilizá-lo, quer religiosamente, quer

de outra forma qualquer, é querer-lhe dar aquilo que ele não pode ter. O legítimo

é obrigá-lo, visto que não é gente, a servir aos fins da civilização. Escravizá-lo é

que é lógico. O degenerado conceito igualitário, com que o cristianismo envenenou

os nossos conceitos sociais, prejudicou, porém, esta lógica atitude”.

Em 1917, aos 29 anos continua: “A escravatura é a lei da vida, e não há outra

lei, porque esta tem que cumprir-se, sem revolta possível. Uns nascem escravos, e

a outros a escravidão é dada.”

Aos 40 anos consolida a sua ideologia racista, escrevendo: “Ninguém ainda

provou que a abolição da escravatura fosse um bem social”. E ainda: “Quem nos

diz que a escravatura não seja uma lei natural da vida das sociedades sãs”?

Fernando Pessoa, dono desse ignóbil pensamento, é a figura escolhida

pela CPLP para patrono de um projecto de intercâmbio universitário no

Espaço de Língua Portuguesa.

CPLP ESCOLHE

ESCRAVOCRATA - RACISTA

PARA PATRONO DE

PROJECTO JUVENIL

por Luzia Moniz*

*Luzia Moniz é líder associativa africana, em Portugal, onde reside há décadas. Natural de

Angola, foi jornalista em Maputo, Moçambique, na década de 1980. Formada em Sociologia.

Tem participado em Conferências sobre os Direitos Humanos pela Europa. [Este texto

surge da sua intervenção na A.R. Lisboa] in

INTERVENÇÃO FEZ 1 ANO EM 30 JANEIRO 2020

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 16/44

Essa iniciativa, cópia do programa europeu Erasmus, visa a educação,

formação e mobilidade de jovens do espaço de língua portuguesa, oferecendo-lhes

oportunidades de estudo, aquisição de experiência e voluntariado por um período

curto num dos países da CPLP à sua escolha.

Que Portugal, país onde a mentalidade esclavagista fascista ainda é

dominante, tenha escolhido promover, branquear essa figura sinistra não me

espanta.

Agora, o que verdadeiramente me deixa perplexa é a aceitação pelos países

africanos, as vítimas da escravatura.

Se foi para a isso que Portugal fez a guerra para assumir o secretariado

executivo da CPLP, tudo indica que a coisa começa mal.

Denunciei isso mesmo, esta quarta-feira na Assembleia da República de

Portugal, durante a cerimónia de abertura do ano da CPLP para a Juventude, onde

estavam deputados portugueses, governantes dos estados da CPLP, jovens,

activistas, intelectuais e académicos afrodescendentes, brasileiros, portugueses e

africanos.

Não sei se Pessoa é ou não bom poeta, Isso pouco interessa para o caso. A

minha inquietação é o uso da CPLP para branquear o pensamento de um acérrimo

defensor do mais hediondo crime contra a Humanidade: a escravatura.

Atribuir o seu nome a um projecto que envolve jovens, descendentes dos

escravizados, configura um insulto fascista.

Na **A.R., alguém, para tentar justificar o injustificável, alegou que as

convicções esclavagistas fascistas de Pessoa refletem o pensamento da Época,

ignorando que, por exemplo, Eça de Queirós, contemporâneo de Pessoa, era contra

a Escravatura e que quando Pessoa escreve tais alarvidades já a escravatura tinha

sido abolida oficialmente. Outros diziam que precisamos de olhar para o futuro,

esquecendo o passado. Como se Pessoa fosse futuro. Pessoa representa o que é

preciso combater hoje para defender o futuro. Como construir um futuro salutar

sem olhar para os erros do passado?

E se nos cingirmos apenas ao “pensamento de Época” qualquer dia, temos o

nome de outro colonialista-fascista António de Oliveira Salazar atribuído ao

Conselho de Finanças da CPLP, com o argumento de que “tinha as contas em

ordem” e de que foi “fascista à Época”.

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 17/44

Se se pretende criar uma comunidade envolvendo as populações e não se

limitando aos políticos, mais ou menos distraídos, é imperativo que o nome de

Fernando Pessoa não figure em projectos comuns.

Em sua substituição sugeri Mário Pinto de Andrade, académico, um dos mais

brilhantes intelectuais do espaço de língua portuguesa. Angolano que iniciou o seu

percurso académico em Angola, passando por Portugal antes de ser ministro da

Informação e Cultura na Guiné Bissau, que teve passaporte cabo-verdiano e deu

aulas em Moçambique.

Dos países africanos membros espera-se que revertam essa situação, opondo-

se ao nome de Fernando Pessoa, mesmo que com esse digno gesto se crie um novo

irritante. Os irmãos de Cabo Verde, que neste momento presidem a CPLP, têm

uma responsabilidade acrescida nesta questão.

Se Portugal olha para a CPLP como um instrumento de dominação dos

outros, cabe-nos a nós, africanos, impedir que isso aconteça.

Da minha parte, estou aqui, em nome dos meus antepassados e protegendo o

futuro dos meus descendentes. ■ Luzia Moniz. *

Quarta-feira, 30 Janeiro 2019. (Lisboa, **Assembleia da República

Portuguesa, sessão da manhã).

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 18/44

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designer Weiman Kow de Singapura

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Excerto da autorização directa por email de Weiman Kow, ao VuJonga,

consentindo a inserção probono dos seus desenhos em quadrinhos ou em

quadradinhos, nesta edição, a nosso pedido:

« Weiman Kow <comics-for-good> ter, 03/03/2020 22:45 |

«Dear vuJonga, [received by the coordinator of VuJonga, João Craveirinha, also known as Mphumo Kraveirinya]

Thanks for your email. Your magazine looks very interesting.

You have my permission to post my comics, please also link where you can find

all current and future comics: comicsforgood.com. There are also translations of

some comics available in Spanish and Portuguese - you can find it on my

instagram story highlights. (…) Send me the magazine when you've published it!

Weiman Kow»

TRADUÇÃO: «Tem a minha permissão para publicar os meus desenhos em

quadrinhos; por favor, crie um link para encontrar todos os quadradinhos actuais e

futuros: comicsforgood.com. Existem também traduções de alguns desenhos em

tiras disponíveis em espanhol e português - pode encontrar nos meus destaques da

história no instagram.» ... Envie-me a revista quando a publicar!» Weiman Kow»

Quem é Weiman Kow? a própria responde em inglês | Nós traduzimos |

- «Meu nome é Weiman (nome) Kow (sobrenome) e sou singapurense, residindo

em Singapura. Aqui está a minha história, se precisar:

- Sou designer de UX e desenho em quadradinhos por diversão. Em Janeiro, fiquei

de licença médica por três semanas devido a uma doença respiratória. Enquanto

estive doente, fiz muitas pesquisas sobre doenças respiratórias. Naquela época, as

notícias sobre o vírus Wuhan, agora conhecido como COVID-19, acabavam de

aparecer.

- Como ilustradora, fiz um resumo do que aprendi sobre o coronavírus em geral.

Descobri que muitos artigos informativos sobre o assunto eram difíceis de digerir

e tentei simplificar os desenhos em quadradinhos o máximo possível e

compreensível até para crianças.»

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 21/44

- Based in Singapore, Weiman is a full time user experience designer and part time illustrator

who likes to draw cute and informative doodles.

- Publishing weekly comic series on COVID-19 for now.

- All comics in my infocomic series about COVID-19 are free to use for educational

purposes with credit. If you would like to support me through donations, it would be greatly

appreciated.

TRADUÇÃO |

- Com sede em Singapura, Weiman é uma designer de experiência do usuário [UX] em período

integral e ilustradora em tempo parcial que gosta de desenhar rabiscos fofos e informativos.

- Publica séries semanais de quadradinhos sobre o COVID-19, por enquanto.

- Todos os desenhos em quadradinhos da minha série infocomic sobre o COVID-19 são de uso

gratuito para fins educacionais com crédito. Se quiser apoiar-me através de doações, seria

muito apreciado.

https://www.comicsforgood.com/about

©Weiman Kow comic stripes | on hygiene and prophylaxis

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©Weiman Kow drawings | Desenhos de Weiman Kow©

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©Weiman Kow drawings | Desenhos de Weiman Kow©

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COVID-19 Updates

‘Where can I find credible information’

“Syra Madad, the senior director of the NYC Health + Hospitals System-wide Special

Pathogens Program, and Stephen Morse, a professor of epidemiology at Columbia University,

debunked 13 of the most common myths about the coronavirus. They explained how packages

from China won't make you sick and that getting COVID-19 is not a death sentence. They also

debunked the idea that it affects only older people — anyone can get the coronavírus.” WHO

| COVID-19 Actualizações |

https://www.comicsforgood.com/new-page

“Onde posso encontrar informações confiáveis”

«Syra Madad, diretora sénior do Programa de Patógenos Especiais do Sistema de Saúde e

Hospitais de Nova York, e Stephen Morse, professor de epidemiologia na Universidade de

Columbia, desmascararam 13 dos mitos mais comuns sobre o coronavírus. Eles explicaram

como os pacotes da China não vão deixar você doente e que ficar com COVID-19 não é uma

sentença de morte. Eles também desmentiram a ideia de que isso afecta apenas as pessoas mais

velhas - qualquer pessoa pode apanhar o coronavírus.» OMS

REFERÊNCIAS | Créditos / Data Venia | © Weiman Kow

Comics For Good |

https://www.comicsforgood.com/

Pathologists Debunk 13 Coronavirus Myths | WHO

Patologistas descartam 13 mitos do coronavírus | OMS https://www.comicsforgood.com/new-page

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REFERÊNCIAS | Informação Médica |

PORTUGAL |

https://www.dgs.pt/corona-virus.aspx

Coronavírus: 5 coisas que você precisa saber

26 fevereiro 2020

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51394578

Coronavírus: como são tratados os pacientes diagnosticados com covid-19

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51752012

Coronavirus disease (COVID-19) outbreak

https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019

OMS | WHO https://www.who.int/es/health-topics/coronavirus/coronavirus

Conselhos para o público https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/advice-for-public

Data Venia | © Weiman Kow

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COZINHA MOÇAMBICANA

1ª edição de Agosto 1975

da publicação de culinária

de que a Dona Cacilda foi

coordenadora.

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© Dona Cacilda… | década de 1970

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Timoneira A Arquíloco, de Paros (séc. VII aC)

Timoneira de um veleiro no

alto mar sem

bússola sem velas sem

sextante sem

leme

E a Estrela do Norte oculta para lá

das nuvens

pressente-se

mas não se vê

Timoneira

lança-te ao mar

Empurra tu o

teu veleiro

momento POÉTICO

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Com a intuição que

não falha

a quem abre o

coração

Quando finalmente salva dos sargaços traiçoeiros

...mas encalhada nos recifes de coral

não chores – não desesperes

Que a viagem de tão breve

nem dá para recordar

E a Paz apela do lado de lá das cinzas das nuvens

© Myriam Jubilot de Carvalho

Agosto de 1993 | Portugal

======================

Nómada

Montei meus haveres sobre o dorso do meu camelo,

Embrulhei-os em macios tapetes de Tabriz e Kashan,

de seda e de lã.

Atei tudo muito bem atado

e fiz-me ao largo

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Desci a montanha. Transpus o vale.

Cruzei, caudaloso, o tormentoso rio

na curva apertada de bambus e calhaus

onde vi que podia passá-lo a vau –

E novamente subi a montanha.

Vencendo o cansaço, iludindo o sono,

levando o gado às pastagens de outono

Da lã macia e grosseira dos meus carneiros

podia enfim erigir minha tenda.

Da minha algibeira tirei a flauta, fiel companheira –

A plenos pulmões soltei, lancei ao ar puro

e às areias e lacraus do turvo deserto

a eterna canção dos mitos e das lendas

Quando, finalmente, desfiz os embrulhos,

viram com espanto meus olhos maduros

que as minhas dores já não estavam lá

© Myriam Jubilot de Carvalho

Almada 3 de Março de 2005 | Portugal

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psicoterapia ao alcance de todos | saúde mental | link

Fanisse Craveirinha | psicóloga

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©Adelto Gonçalves | Letras

©Adelto Gonçalves | resenha

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instantâneo | texto e imagens | ©Silvya Gallanni.

5 de janeiro de 2013.

P

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instantâneo | texto e imagens | ©Silvya Gallanni.

5 de janeiro de 2013.

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VuJonga – edição literária de autora 2016 / 2020 e-Livro | Silvya Gallanni: Fragrâncias Poéticas | HAiKAiS |Poetic Fragrances |

https://rl.art.br/arquivos/6851021.pdf

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VuJonga - Cadernos Literários | Domingo – 08/03/20, Edição nº 15 – Pág. 43/44

H C B B

8 3 2 0 2 0

1 2 3 4 5 6 7 8 9

A B C D E F G H I

J K L M N O P Q R

S T U V W X Y Z

DECODIFICAÇÃO |

15 noves fora 6

O MENSAGEIRO NÃO É A MENSAGEM

https://www.jewishvirtuallibrary.org/the

-hebrew-alphabet-aleph-bet

Alfabeto Hebraico

Sistema funcional de Pitágoras

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Dona Cacilda da Conceição [Gastronomia]; Poetisa Myriam Jubilot d’ Carvalho;

Dra. Mª de Fátima Oliveira Domingues [Licenciatura Filologia Românica]

Dra. Fanisse Craveirinha [Mestrado Psicologia Clínica];

Cronista Silvya Gallanni; Professor Doutor Adelto Gonçalves [pós-Doutor];

Pintor Mphumo Kraveirinya [Artwork & Layout].