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OPINIÃO quadrimestral | abril 2015 notícias www.inegi.up.pt N 39 O SERVIÇOS WASIS MAIS UM PROJETO DO INEGI PARA A INDÚSTRIA AERONÁUTICA O IPAC concedeu ao Laboratório de Aerodinâmica e Calibração do INEGI, LAC, a acreditação para a calibração de anemómetros de copos em Dezembro de 2014. O MR Group é um dos maiores da Europa no sector do fabrico de Ferragens e acessórios para sistemas de Alumínio, Vidro e Madeira, com forte aposta na inovação INEGI ACREDITADO PARA A CALIBRAÇÃO DE ANEMÓMETROS À CONVERSA COM: MANUEL RODRIGUES, PRESIDENTE DO MR GROUP

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OPINIÃO

quadrimestral | abril 2015

notícias

www.inegi.up.pt

N39O

SERVIÇOS

WASIS MAIS UM PROJETO DO INEGI PARA A INDÚSTRIA AERONÁUTICA

O IPAC concedeu ao Laboratório de Aerodinâmica e Calibração do INEGI, LAC, a acreditação para a calibração de anemómetros de copos em Dezembro de 2014.

O MR Group é um dos maiores da Europa no sector do fabrico de Ferragens e acessórios para sistemas de Alumínio, Vidro e Madeira, com forte aposta na inovação

INEGI ACREDITADO PARA A CALIBRAÇÃO DE ANEMÓMETROSÀ CONVERSA COM:MANUEL RODRIGUES, PRESIDENTE DO MR GROUP

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INVESTIGAÇÃO

MULTI-LAYER STREAM MAPPING

As organizações enfrentam pressões crescentes sobre a sua competiti-vidade tornando-se fundamental

encontrar métodos de análise e gestão robustos, porém simplificados na sua utili-zação, para poderem ser úteis, e de ampla abrangência multissetorial, em aplicações reais. A abordagem inovadora Multi-Layer Stream Mapping - MSM® enquadra-se nas metodologias “Lean” e foi desenvolvida nos últimos dois anos no INEGI pela equi-pa de Desenvolvimento de Produto e Sis-temas, no âmbito do projeto PRODUTECH PSI. O metodo permite a avaliação da efi-ciência agregada de sistemas, de modo sistemático, baseando-se na análise dico-tómica valor/desperdício e incluindo um caráter intrínseco de melhoria contínua. O MSM® tomou como ferramenta inspira-dora o Value Stream Mapping (VSM), mas comporta especificidades disruptivas para avaliar o desempenho global multidimen-sional de sistemas, permitindo também o apoio à decisão para a redução de custos com desperdícios, possibilitando uma aná-lise facilitada de investimento na melhoria versus o período de retorno.

A aplicação matemática da metodologia MSM® assemelha-se a uma matriz (n×m), em que “n” corresponde ao número de variáveis e “m” ao número de etapas do sistema. A sua implementação e utilização (desde a gestão de topo até aos operacio-nais) não requer um procedimento com-plexo, antes a sistematização das seguin-tes fases:

I. Identificação das fronteiras e etapas do sistema e das variáveis/métricas rele-vantes;

II. Definição para cada variável de uma métrica sempre balizada entre 0 e 100%, e cujo objetivo é sempre a maxi-mização do seu valor;

III. Definir qual o melhor método de agre-gação para as métricas para o cálculo da eficiência agregada (média aritméti-ca, produto, média geométrica);

IV. Análise dos resultados, com identifi-cação das variáveis/etapas mais inefi-cientes, estudo de ações de melhoria; e priorização plano de ações;

V. Implementação das ações de melhoria e aferição resultados quer em eficiên-cia, quer em redução de custos.

A Figura 1 representa a forma visual típica do MSM®, que se denomina de “Cartão de Eficiência”. Podem ser definidos entre ou-tro, cartões de eficiência de recursos, ope-rações, fluxos, da qualidade, etc. Um cartão é constituído por linhas (variáveis e respe-tivas métricas) e colunas (etapas). Para cada uma das métricas, em cada etapa, deve definir-se a fração que agrega valor, e a fração que não-agrega valor, obtendo--se desta forma a eficiência (%) da respeti-va variável, através do rácio entre a fração que agrega valor sobre o total da variável. Os valores resultantes da metodologia são por isso adimensionais. Portanto, é possí-vel agregar os valores em linha, obtendo--se a “eficiência agregada para uma variá-vel”, ou em coluna, obtendo-se a “eficiência agregada da etapa”. A eficiência agregada do sistema é obtida através da agregação (média aritmética, por exemplo) das efi-ciências das etapas, podendo ser aferida sucessivamente para outros níveis (linha, sector, fábrica) para um dado produto.

A análise desagregada de custos (Figura 2) torna-se possível pela sistematização intrínseca do MSM®, aplicando fatores monetários aos valores das variáveis (que agregam, ou não, valor).

UMA FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO E GESTÃO DA EFICIÊNCIA GLOBAL DE SISTEMAS

Figura 1 – Dashboard MSM® cartão de eficiência de recursos para um caso de estudo (processo de pintura)

Figura 2 – Análise da fração de custos que acrescentam e não acrescentam valor (caso de estudo).

A ferramenta MSM® foi já testada e vali-dada em três sectores industriais: me-talomecânica (TEGOPI SA), têxtil (IDEPA SA) e aglomerados de madeira (SONAE INDÚSTRIA SA). Porém, a sua versatilida-de torna-a de âmbito multissetorial (ser-viços, saúde, agro-floresta, transportes, hotelaria, etc.), podendo ser aplicada “de modo analítico” (avaliação de um sistema já instalado ou a instalar), ou utilizada em medições “em contínuo”, quando devi-damente parametrizada em software. O MSM® também está a ser utilizado para a análise da Eficiência de Projetos e o De-senvolvimento de Produtos aplicando me-todologias Lean.

Autores: António José Baptista, Emanuel João Lourenço, João Paulo Pereira

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À CONVERSA COM: MANUEL RODRIGUES, PRESIDENTE DO MR GROUP

OPINIÃO

Como apareceu o empresário Manuel Rodrigues e porquê a sua ligação à área das ferragens? É uma história curiosa. Estava a estudar na área da Contabilidade quando tive que in-terromper o curso para ir para a tropa (no tempo da guerra colonial). O facto de passar a ter uma atividade remunerada possibilitou--me que casasse, sendo que a minha esposa foi colocada em Águeda e eu decidi vir com ela, tendo-me empregado numa empresa de ferragens. Empresa essa que, no pós 25 de abril, passou por dificuldades, o que me levou a criar a minha própria empresa exatamente no setor das ferragens para Alumínio – a M Rodrigues. Se calhar, se tivesse continuado na minha terra, poderia ter sido empresário na área dos lanifícios…

Hoje está à frente de um Grupo com uma dimensão apreciável…Sim, o MR Group, que integra 7 empresas, sendo cinco de produção e duas de distribui-ção. Um Grupo que conta com cerca de 380 pessoas e que é o maior Grupo Português e um dos maiores da Europa no sector do fabri-co de Ferragens e acessórios para sistemas de Alumínio, Vidro e Madeira. Que, até há sete, oito anos atrás, tinha como mercado principal a Península Ibérica. Com a crise que se insta-lou nestes países, e particularmente no setor imobiliário e da construção, diversificámos os destinos para onde exportamos, que hoje são constituídos por cerca de 60 países.

Com empresas instaladas noutros países.Também com processos curiosos. Tivemos a necessidade de crescer para dar resposta ao mercado e surgiu a oportunidade de adquirir a empresa Marques SA, que também era da área das ferragens. Essa empresa detinha 50% do capital de uma outra empresa se-deada em Tânger, pertencendo os restantes 50% a uma empresa local. Presentemente somos detentores de 100% dessa empresa (a LUMAR). O que nos permitiu iniciar a interna-cionalização da atividade do Grupo

E como surgiu a ideia de instalar uma empresa na China?Fundamentalmente, para defender o nos-so produto. As fechaduras que produzimos podem ser comercializadas com cilindros (a que as pessoas chamam, normalmente, “ca-nhões”) com diversas origens. Cilindros esses que, em muitos casos, são fornecidos pelos

distribuidores em conjunto com as nossas fe-chaduras. A partir de uma certa altura esses cilindros eram, na sua esmagadora maioria, provenientes da China, constatando-se a sua fraca qualidade – o que levava as pessoas a atribuírem responsabilidades às fechaduras com a nossa marca. Para evitar essa situação decidimos montar uma unidade industrial na China dedicada à produção de cilindros de fe-chaduras, dado que em Portugal não os con-seguia produzir a preços competitivos com os desse mercado. Foi assim que surgiu a Eiger, que se localiza perto de Shangai.

E como foi a adaptação a uma cultura tão diferente como a Chinesa?Não foi muito difícil, porque arranjamos um parceiro chinês, ele próprio um exportador. Foi de facto uma grande ajuda, que quase de-sinteressadamente transmitiu-nos conheci-mento, e ensinou-nos a movimentar no mun-do empresarial chinês. Muito rapidamente conseguimos instalar a fábrica, transferindo para lá equipamentos e tecnologia e colocan-do à sua frente um quadro português, que ainda lá está e que assume o controlo ope-racional da empresa. E começámos a produ-zir cilindros com qualidade num prazo muito curto, resolvendo, assim, um problema que ameaçava a imagem de qualidade dos nossos produtos. E passando a fornecer esses com-ponentes a outros fabricantes de fechaduras.

E como entrou a produção de moldes no Grupo?Também para dar resposta a uma contingên-cia do mercado. Na indústria de ferragens há uma grande variedade de produtos, com ele-vada rotatividade. O que implica a produção rápida de moldes, ferramentas e cortantes para garantir uma rápida resposta às neces-sidades do mercado. Acontece que a indús-tria de moldes tinha alguma dificuldade em dar resposta a essa nossa necessidade, ra-zão que nos levou a criar, em 1987, a Jomar-liz, que fabrica moldes, para além do apoio que dá às outras empresas do Grupo. E, já que temos essa capacidade instalada, tam-bém a colocamos ao serviço de outras em-presas, fabricando para elas moldes e outros componentes.

E o INEGI como é que aparece?A indústria de ferragens carateriza-se por uma concorrência muito forte e por produtos pouco diferenciados, de fácil conceção. Face

a estas caraterísticas o Grupo MR traçou uma estratégia baseada na criação de produtos de referência, posicionando-se num segmento de produtos de gama superior. Criámos há alguns anos um departamento de investiga-ção e desenvolvimento que tem feito um bom trabalho. Mas, a partir de certa altura, consi-derámos fundamental aferir as metodologias que o nosso departamento tem e implemen-ta. E começámos a procurar um parceiro da área do conhecimento tecnológico que nos ajudasse nos nossos processos e nas nos-sas pretensões evolutivas. Contatamos ou-tras empresas que já tinham parceiros com universidades e procuramos saber dos seus resultados…

E chegaram ao INEGI…Curiosamente estabelecemos um primeiro contacto com a Universidade de Aveiro (que serve a região onde nos inserimos. Só que esta Universidade, no ramo da Engenharia, estava, na altura, em negociações com uma empresa mais ou menos concorrente. Pelo que, não obstante o projeto ser claramente diferenciado, a Universidade optou por não assumir qualquer compromisso connosco para não entrar em concorrência desleal. Assim, e na sequência dos contactos que en-tretanto tínhamos desenvolvido com outras empresas, surgiu-nos efetivamente o INEGI.

O contacto foi fácil?O INEGI tem caraterísticas da universidade, como o conhecimento e a capacidade científi-ca. Mas o INEGI vai mais além: vai ao terreno, é capaz de desenvolver e apurar processos e de entrar em contato com o mundo empre-sarial diretamente. O INEGI tem uma panóplia de oferta, quer na área da investigação e de-senvolvimento quer depois no apoio à imple-mentação do processo, incluindo o apoio à montagem e submissão de projetos aos pro-gramas de financiamento existentes. Conse-guimos o contacto da Professora Ana Reis e ela de imediato marcou a reunião. Fizemos a reunião e o casamento ficou feito. A situação foi esta, tão simples quanto isto.

O Projeto desenvolvido com o INEGI constou de quê?Dentro da nossa estratégia de diferenciação e de aposta em produtos inovadores e de gama superior, decidimos entrar no merca-do das fechaduras eletrónicas. Apostámos, assim, num projeto que visou desenvolver uma fechadura baseada num conceito mo-dular que permite a acoplação de três tipos de autenticação: Keypad, RFID e biométrico. Com a preocupação de ser um produto o mais universal possível, permitindo a sua aplica-ção numa gama alargada de portas. Estamos satisfeitos com os resultados e, agora, pre-tendemos fazer a sua evolução, possibilitan-do que a fechadura funcione em rede com possibilidade de acionamento remoto, o que tem interesse para o mercado hoteleiro e em-presarial. Com tecnologia portuguesa, que é, também, um dos nossos objetivos.

Manuel Rodrigues é licenciado na área da gestão e Presi-dente do MR Group, maior grupo empresarial nacional na área das ferragens, sedeado em Águeda.

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INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

EMPAKTOR: SIMULAÇÃO DE CONFORMAÇÃO DE VIDRO

PROJECTO SYSMAP: SISTEMAS DE PRODUTO MODULAR E ADAPTÁVEIS

A EmPakGlass, uma jovem e dinâmica empresa Portuguesa a exercer fun-ções de assistência técnica e con-

sultadoria na área do desenvolvimento de projeto e produção de embalagens de vi-dro com relevante expressão no mercado internacional, decidiu promover o desen-volvimento de um software de simulação do processo de conformação de vidro, o EmPakTor. Este desafio, proposto ao INEGI, surgiu da necessidade, identificada pela EmPakGlass de criação de ferramentas computacionais fiáveis de apoio à decisão no desenvolvimento de novas embalagens de vidro e na otimização de processos já instalados na indústria vidreira. A iniciati-va EmPakTor foi já apresentada na GLASS-TEC 2014, feira internacional do setor. A opinião recolhida na feira sobre este novo produto foi extremamente positiva, pelo que se prevê um futuro muito promissor para esta aplicação computacional que contará, em contínuo, com uma assessoria permanente da EmPakGlass.

O software EmPakTor visa apoiar o pro-cesso de conformação de vidro através da simulação numérica pelo método dos elementos finitos. Esta ferramenta per-mitirá estimar a evolução da espessura da embalagem, desde a entrada no primeiro molde até à sua geometria final, proces-sada quer pela variante soprado-soprado quer pela prensado-soprado. A interface gráfica do programa será cuidadosamente desenhada e orientada para ser usada por utilizadores menos familiares com técni-cas de elementos finitos, sendo de utili-zação simples e intuitiva, contando, para isso, com automatizações nas definições de aplicação de carregamento e condições fronteira. Uma particularidade diferencia-dora deste software em relação às escas-sas alternativas disponíveis no mercado será a incorporação de uma base de da-dos de características de vidro formulada pela EmPakGlass que possibilita o cálculo interno das propriedades térmicas e me-cânicas do material a partir da sua compo-sição, espessura e cor.

Com o projeto SysMAP foram inte-grados pela primeira vez novos conceitos e metodologias de de-

senvolvimento de produtos complexos para a criação de uma nova geração de máquinas-ferramentas reconfiguráveis e inteligentes da empresa ADIRA MFS, de modo a obter custos mais competitivos relativamente à concorrência. Os equipa-mentos alvo, nomeadamente guilhotinas, quinadoras e sistemas de corte por laser, foram reformulados com base na aplica-ção de conceitos técnico-científicos como a modularidade, standardização e adap-tabilidade de sistemas. A equipa INEGI de desenvolvimento de produtos e sistemas atuou de modo inovador na área do Modu-lar Design, desenvolvendo novas formula-ções e algoritmos para avaliar o grau de modularidade de produtos/equipamentos, bem como na criação de novas métricas para avaliar o grau de standardização de módulos e componentes entre diferentes produtos ou famílias de produtos.

Foram utilizadas matrizes específicas para gestão de problemas complexos designadas por Design Structure Matrix (DSM) e uma aplicação denominada de Cambridge Advanced Modeller (CAM) cria-do na Universidade de Cambridge (UK). As novas métricas desenvolvidas no INEGI foram embebidas no software da Univer-sidade de Cambridge e estão desde então disponíveis para análises de modularidade utilizando o CAM.

Com o projeto SysMAP foi possível para a ADIRA MFS o desenvolvimento de novos equipamentos que possibilitam a evolu-ção para diferentes configurações entre modelos e a aplicação de metodologias de standardização e modularidade que per-mitem a definição de arquiteturas abertas e mais modulares, com vista a reduzir a variabilidade de componentes e com isso eliminar custos e aumentar a competitivi-dade da empresa a nível internacional.

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INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

WASIS: MAIS UM PROJETO DO INEGI PARA A INDÚSTRIA AERONÁUTICA

O projeto WASIS (WAFER DESIGN AP-PROACH FOR SAFETY INCREASING IN WORST CASE SITUATIONS MINI-

MIZING JOINTS) foi concluído com sucesso a 31 de dezembro de 2014, após 4 anos de execução. Este projeto colaborativo, que contou com 11 parceiros Europeus e foi co-financiado pelo 7º. Programa Quadro da Comissão Europeia, consistiu no desen-volvimento e demonstração tecnológica de um novo conceito para a construção de elementos estruturais primários e fuse-lagens de aeronaves de médio porte. Em particular, foi desenhada e adaptada uma secção de fuselagem do modelo P-180 da Piaggio Aero Industries, e fabricados vários protótipos e detalhes construtivos dessa secção usando o conceito inovador.

O conceito inovador e disruptivo, exten-sível a todas as tipologias de aeronaves, consistiu em fabricar a fuselagem do avião em uma só peça compósita com as liga-ções e interfaces para outros componen-tes já integrados. Os materiais empregues foram fibra de carbono, impregnada com resina epoxídica, e alguns elementos em ligas de titânio. A geometria nervurada da peça confere-lhe a rigidez e resistência necessárias para o elevado desempenho estrutural que a aplicação exige. O carác-ter inovador reside em quatro aspetos fun-damentais: (1) a colocação dos elementos de reforço na própria peça, (2) a otimiza-ção desses reforços nas direções estrutu-ralmente eficientes, (3) o embebimento de soluções avançadas de ligação estrutural a componentes adjacentes e (4) a utiliza-

ção de processos de fabrico que aliam pro-dutividade e robustez.

Neste consórcio, a equipa do INEGI teve dois papéis preponderantes: desenvolver o processo de fabrico das estruturas por enrolamento filamentar e liderar as ações de disseminação técnica e científica dos resultados alcançados pelos vários parcei-ros. No que respeita à competência tecno-lógica, o INEGI desenvolveu e implementou o processo de fabrico destas estruturas complexas. Nesse processo, desenvolveu, implementou e demonstrou o fabrico de detalhes construtivos complexos, de um painel em escala real e um modelo à es-cala 1:4 da secção integral de fuselagem. Neste conjunto de implementações, a com-plexidade construtiva foi gradualmente solucionada e a sua exequibilidade tecno-lógica e industrial demonstrada.

Os protótipos finais mais relevantes foram apresentados na conferência ECCM16

– European Conference on Composite Materials, em Sevilha, em Junho de 2014, na presença, entre outros, dos delegados da Comissão Europeia e outros parceiros e stakeholders externos ao projeto. O papel do INEGI, enquanto implementador e validador do conceito estrutural proposto foi e é observado com proximidade e interesse por diversos "utilizadores" desta tecnologia inovadora. Seguiram-se os testes mecânicos (estáticos e dinâmicos) realizados por outros parceiros do projeto. Assim, foram concluídas com sucesso todas as fases críticas deste projeto ambicioso.

No âmbito da coordenação das ações de Disseminação, o INEGI organizou os dois Workshops do projeto, onde estes desen-volvimentos foram apresentados e gera-ram muito interesse nos parceiros e con-correntes ali presentes. Estes Workshops foram propositadamente agendados em simultâneo com a conferências ICCS17 e ECCM16, no Porto e em Sevilha, permitindo promover sessões técnico-científicas de-dicadas ao projeto naqueles importantes fóruns científicos.

A avaliação final feita pela Comissão Eu-ropeia foi muito positiva, incitando os par-ceiros a desenharem ações futuras para aproximar este conceito, agora demons-trado, da própria indústria aeronáutica Europeia.

Financiamento: 7º.PQ – Comissão Europeia

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CONSULTORIA E SERVIÇOS

INEGI ACREDITADO PARA A CALIBRAÇÃO DE ANEMÓMETROS

O IPAC concedeu ao Laboratório de Aerodinâmica e Calibração do INEGI, LAC, a acreditação para a calibração

de anemómetros de copos em dezembro de 2014.

Recorda-se que a calibração regular per-mite aferir a adequação das característi-cas de um equipamento de medição ao fim a que se destina. No caso de projetos de energia eólica, o anemómetro é o equipa-mento mais relevante por permitir a carac-terização do vento no local em que se avalia ou opera um parque eólico.

A calibração é realizada no túnel de vento do Laboratório, permitindo um curto tempo de retorno do equipamento e a diminuição de custos associados á sua paragem, trans-porte e reposição ao stock de sensores.

Para tal, e recorrendo aos meios existen-tes no INEGI, foi construído um modelo à escala de 1:2.5 de uma torre de treliça. As medições são realizadas com recurso a anemometria de fio quente e permitirão a verificação de um modelo numérico do es-coamento em torno da torre treliçada.

Para além da calibração de equipamentos e do apoio a atividades académicas de inves-tigação, o LAC pretende também responder a solicitações de empresas para a realiza-ção de ensaios experimentais de aerodinâ-mica industrial.

Para mais informações consulte a página do laboratório ou contacte o INEGI.

www.inegi.up.pt

a calibração destes sensores.

O LAC veio também dotar o Grupo de Ener-gia Eólica com meios próprios adequados à investigação da resposta de sensores de medição das características do vento, en-saios em condições controladas e que com-plementam os trabalhos de investigação realizados em condições reais.

Num exemplo destas capacidades, o Labo-ratório iniciou recentemente trabalhos ex-perimentais de medição da esteira de uma torre de medição, procurando quantificar o efeito da presença da torre num sensor de medição. Este trabalho é realizado como apoio a uma tese do Mestrado em Mecânica Computacional da Faculdade de Engenha-ria da Universidade do Porto.

O Laboratório de Aerodinâmica e Calibração

O Laboratório de Aerodinâmica e Calibra-ção foi constituído em 2012 dentro do Grupo de Energia Eólica e resulta do esforço para a criação de atividades que acrescentem valor ao sector nacional de energia eólica. O exemplo presente é a calibração de ane-mómetros de copos, seguindo os preceitos da IEC 61400-12-1, a norma do sector para

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INEGI COLABORA COM A ÁGUAS DO PORTO, E.M. NA MELHORIA DO DESEMPENHO ENERGÉTICO DA EMPRESA

O INEGI estabeleceu uma par-ceria com a Águas do Porto, E.M. para o desenvolvimento de trabalhos de consultoria para apoio à melhoria do desem-penho energético da empresa, por meio da racionalização de consumos energéticos e da ge-ração de energia com base em recursos renováveis e endóge-nos.

A empresa Águas do Porto, E.M., conside-rando a totalidade da atividade em todas as suas instalações, apresentou, no últi-mo ano, um consumo total anual de ener-gia elétrica de 16 990 MWh e 157 MWh de gás natural, o que representa um custo de aquisição de energia superior a um milhão de euros, pelo que se tornou inevitável, para a empresa, agir no que diz respeito à racionalização do uso de energia e ao re-curso a fontes renováveis de energia para, por um lado, reduzir a fatura energética e, por outro, diminuir a pegada carbónica decorrente da sua atividade (algo conside-rado prioritário pela empresa que sempre se guiou pelas melhores práticas ambien-tais).

Neste contexto estabeleceu uma parceria com o INEGI para elaboração de um estu-do, em desenvolvimento, que visa, simul-taneamente, a racionalização dos seus consumos energéticos operacionais (das suas instalações e equipamentos) e a ava-liação do potencial de produção de energia via fontes de energia renováveis e/ou en-dógenas.

O estudo envolve a realização de diagnós-ticos energéticos da totalidade das instala-ções a cargo da Águas do Porto (edifícios administrativos, ETARs, reservatórios e centrais de distribuição de água, ejetores e válvulas dispersos pela cidade, entre outros); a consequente deteção de inefi-ciências e identificação de medidas de me-lhoria para racionalização dos consumos energéticos; o estudo de viabilidade de geração de energia elétrica e térmica com recurso a fontes de energias renováveis e/ou endógenas (biogás produzido na ETAR do Freixo e energia solar) de acordo com o atual enquadramento legislativo (auto-consumo fotovoltaico, cogeração, entre outros) e a definição de um plano de ação que compile a informação gerada com vis-ta a futuras ações que promovam uma me-lhoria continua da atividade da Águas do Porto no que respeita à racionalização de energia, passando pela instituição do pa-pel de gestor de energia, pela definição de boas-práticas ou, inclusive, a realização de ações de formação que ajudem à sen-sibilização dos colaboradores da empresa na procura de pequenos gestos que, no dia-a-dia, possam contribuir para ganhos energéticos.

Em concreto, as ações em curso das quais se espera um impacto superior (face aos consumos energéticos das respetivas ins-talações) prendem-se com os diagnósticos energéticos das ETAR do Freixo e Sobrei-ras, instalações que são responsáveis por 93% do consumo energético da empresa.

O estudo realizado permitiu já definir me-didas para a ETAR de Sobreiras cuja im-plementação, expectavelmente, poderá significar uma diminuição do consumo das referidas instalações em cerca de 8%. Nas

referidas instalação avaliou-se ainda, sob o ponto de vista técnico e económico, a via-bilidade de produção de energia elétrica e/ou térmica a partir de fontes de energia renovável e/ou endógena.

Neste contexto avaliou-se o potencial de geração de energia elétrica via energia solar fotovoltaica em áreas (com exposi-ção solar) disponiveis nas instalações e realizou-se o respetivo dimensionamento do sistema (tendo em conta o diagnóstico energético prévio e o novo regulamento di-recionado às unidades de pequena produ-ção de energia elétrica para autoconsumo, legislado pelo decreto-lei n.º 153/2014, de 20 de outubro). Em paralelo, e dado que um dos processos de tratamento de águas residuais utilizados na ETAR do Freixo con-duz à geração de biogás (que, atualmente, se encontra a ser apenas parcialmente aproveitado através da sua reintrodução no processo – para promoção de agitação em reatores biológicos e para o seu aque-cimento sendo a restante fração queima-da sem qualquer tipo de aproveitamento) estudou-se a viabilidade de aproveitar esse biogás, tendo-se preconizado dois cenários: o recurso a um motor de cogera-ção que permita manter os níveis de tem-peratura necessários no reator biológico e, simultaneamente, produzir eletricidade e a biometanização do biogás produzido, que consiste no tratamento e upgrade do mesmo por forma a ser injetado na rede de gás natural.

Para todos os cenários tecnicamente viá-veis foram realizados estudos de viabili-dade económica e perante os melhores cenários constatou-se que o recurso às re-feridas fontes renováveis permitiria suprir 45% das necessidades da ETAR do Freixo, em termos de energia elétrica.

Os resultados deste estudo, nomeadamen-te no que respeita à ETAR do Freixo, estão a ser aproveitados pela C.M. Porto no sen-tido de apoiar o projeto de requalificação do vale de Campanhã, estando-se presen-temente a avaliar a possibilidade de apli-car os ganhos decorrentes da geração de energia nas imediações das instalações da Águas do Porto a fim de servir as comuni-dades envolventes. Vista aérea da ETAR de Sobreiras, Águas do Porto

CONSULTORIA E SERVIÇOS

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A OPERAÇÃO DE AUMENTO DO PATRIMÓNIO ASSOCIATIVO DO INEGI FOI UM ÊXITO!

INSTITUCIONAL

Sede: Rua Dr. Roberto Frias, nº400, 4200-465 Porto | Tlf.: +351 229578710 | Site: www.inegi.up.pt | Propriedade: INEGI | Distribuição: INEGI | Periodicidade: Quadrimestral | Tiragem: 1200 exemplares | Edição: INEGI | Direção Editorial: Rui Sá | Equipa Editorial: Daniela Silva, Joana Pinto, Luís Pina, Margarida Machado, Nelson Pereira, Sílvia Esteves | Design: Nelson Pereira, Jorge Correia

2014 FOI O MELHOR ANO ECONÓMICO DE SEMPRE DO INEGI

MAIS 248 MIL EUROS DE PATRIMÓNIO E MAIS 31 ASSOCIADOS!O INEGI lançou uma operação de aumen-to do seu Património Associativo, visando que o mesmo continuasse a ser maiorita-riamente detido pelos associados privados (face ao reforço da componente dos asso-ciados públicos em virtude da fusão com o Pólo FEUP do IDMEC), reforçando, simulta-neamente, a sua ligação ao tecido empre-sarial e criando condições para um novo salto de crescimento para o patamar dos 10M€ até ao final de 2018.

Esta operação revestiu-se de êxito, tendo sido aprovado, na Assembleia-Geral que se realizou no passado dia 18 de dezembro a subscrição de 172 mil euros de património associativo, dos quais 86 900€ correspon-

dem ao investimento de anteriores asso-ciados e 86 mil euros correspondem à ade-são de 24 novos Associados.

A operação terminou no final de março de 2015 com a realização de uma nova As-sembleia-Geral que, entre outros assuntos, votou novos pedidos de subscrição de pa-trimónio. Até à data de encerramento desta edição estavam contabilizados novos pedi-

dos de subscrição no valor de 76 000 euros, dos quais 15 000€ correspondem a antigos associados e 61 000€ subscritos por 7 no-vos associados.

Verifica-se, assim, que esta operação per-mitirá aumentar o património associativo do INEGI em cerca de 248 mil euros, au-mentando o número de associados em de 31 instituições.

Apuradas as Contas relativas ao ano de 2014 constata-se que este foi o melhor ano de sempre do INEGI, quer em termos de volume de negócios, quer em termos de resultados:

Consolidou-se, assim, um ciclo iniciado em 2010, com a reestruturação do INEGI, e que permitiu, também, a concretização de um importante plano de investimentos estra-tégicos que garantiu a modernização e o reforço da sua infraestrutura tecnológica.

Ciclo esse que coincidiu com uma conjun-tura extremamente adversa da economia, o que torna ainda mais positivos os indica-dores alcançados.

Estes resultados permitem encarar ainda com mais otimismo o novo ciclo que agora se inicia, com a fusão com o Pólo FEUP do IDMEC e o início de um novo quadro de fi-nanciamentos estruturais.

Crescimento médio de 7,22% ao ano nos últimos 5 anos.

Milh

ões

de E

uros